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Ganês Peter Turkson era considerado um dos favoritos na eleição de Bento XVI e, novamente, no conclave que elegeu Francisco

O cardeal Peter Kodwo Turkson é um dos apontados como forte candidato ao trono de São Pedro. Foto: Filippo Monteforte/AFP - 08/03/2013
Por Roberta Jansen
Se for eleito por seus colegas no conclave que começa nesta quarta-feira, 7, o influente cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson terá a distinção de ser o primeiro papa negro da Igreja Católica. O cardeal ganês de 76 já teria declarado, no entanto, não querer o posto.
“Eu não tenho muita certeza se alguém realmente aspira se tornar um papa”, disse ele, em entrevista à BBC, em 2013, por ocasião da eleição de Francisco.
Perguntado se o próximo papa deveria vir da África já que se trata do continente que mais tem ampliado o número de igrejas e fiéis, Turkson afirmou que a escolha de um pontífice não pode ser baseada em estatísticas porque esse tipo de argumento, segundo ele, tende a “turvar as águas”.
Turkson foi o primeiro ganês a se tornar cardeal, em 2003, ainda sob o papado de João Paulo II. Ele já era considerado um nome de peso para a eleição no conclave que escolheu Bento XVI como o novo pontífice e, mais uma vez, na eleição de Francisco. Na verdade, nas casas de aposta, ele era o franco favorito naquela ocasião.
Um guitarrista que já tocou numa banda de funk, o cardeal Turkson é conhecido por sua presença energética. Como muitos cardeais da África, ele é do campo mais conservador da Igreja. Ainda assim, ele se opôs à criminalização das relações homossexuais em países africanos, incluindo Gana, onde nasceu.
Em uma entrevista à BBC em 2023, quando o parlamento de Gana estava discutindo uma lei recrudescendo as penas para os LBGTQIA+, Turkson afirmou que a homossexualidade não deveria ser tratada como um crime.
Em 2012, em uma conferência de bispos no Vaticano, ele foi acusado de disseminar previsões alarmistas sobre o avanço do islamismo na Europa, pelas quais acabou pedindo desculpas depois.
Nascido em 1948, Turkson foi nomeado em 2009 presidente do Pontifício Conselho de Paz e Justiça. Ele também integrou a Congregação para a Evangelização dos Povos, a Congregação para a Educação Católica e a Congregação para a Doutrina da Fé, entre muitas outras. Desde 2022, ele é chanceler da Pontifícia Academia de Ciências. Fonte: https://www.estadao.com.br
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Na véspera do início do Conclave, os cardeais reunidos para 12ª Congregação Geral refletiram sobre o perfil desejado para o novo Pontífice. Eles ressaltaram a importância de virtudes como o pastoreio, a construção de pontes e o compromisso com a reforma da Igreja iniciada por Francisco.
Vatican News
Um dia antes da abertura oficial do Conclave, na manhã desta terça-feira, 6 de maio, foi realizada a décima segunda e última Congregação Geral dos Cardeais. Ao todo, participaram 173 membros do Colégio Cardinalício, sendo 130 com direito a voto, conforme informou Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Como de costume, os trabalhos iniciaram-se às 9h locais com um momento de oração. Em seguida, foram proferidas 26 intervenções, nas quais se abordou uma ampla variedade de temas que dizem respeito diretamente aos desafios contemporâneos da Igreja e o perfil desejado para o próximo Sucessor de Pedro.
Entre os assuntos tratados, destacou-se a necessidade de dar continuidade às reformas iniciadas pelo Papa Francisco. Temas como as leis contra os abusos, questões econômicas, a renovação da Cúria Romana, a sinodalidade, o compromisso com a paz e o cuidado com a criação foram amplamente debatidos.
Com particular ênfase, refletiu-se sobre a missão do novo Papa como um "Pontifex" — literalmente, um construtor de pontes — que seja também pastor, mestre de humanidade e rosto de uma Igreja samaritana. Diante de um cenário mundial marcado por guerras, polarizações e violências, emergiu o apelo por um Papa da misericórdia, da escuta sinodal e da esperança.
A Congregação também abordou temas como o Direito Canônico e o exercício do poder pontifício, a unidade da Igreja frente às divisões internas, e o papel dos cardeais na comunhão eclesial. Foi sugerido, inclusive, que a Solenidade de Cristo Rei e a Jornada Mundial dos Pobres sejam consideradas, em conjunto, como momentos fortes do calendário litúrgico e pastoral. Mencionou-se ainda a necessidade de encontros mais frequentes do Colégio Cardinalício por ocasião dos Consistórios.
Outras reflexões incluíram a iniciação cristã e a formação como atos missionários, o testemunho dos mártires da fé em regiões de conflito e onde há restrições à liberdade religiosa, bem como a urgência da crise climática. Também foi citado o tema da data da Páscoa, em referência ao Concílio de Niceia e ao ecumenismo.
Matteo Bruni anunciou ainda que o Anel do Pescador do Papa Francisco foi formalmente invalidado, conforme a tradição quando se encerra um pontificado, e foi lido um apelo às partes envolvidas em diversos conflitos armados, conclamando a um cessar-fogo permanente e ao início de negociações em prol de uma paz justa e duradoura.
A sessão foi encerrada às 12h30 locais, e Bruni confirmou que não haverá outras Congregações Gerais antes do Conclave.
Comunicado da Santa Sé sobre a Congregação Geral pré-Conclave: os purpurados expressam toda a preocupação com as populações ainda vítimas de conflitos. À luz dos ataques que se ...
Detalhes da programação do Conclave
O diretor da Sala de Imprensa também esclareceu aspectos práticos da programação litúrgica e processual do Conclave, que terá início na tarde de quarta-feira, 7 de maio.
Pela manhã será celebrada a Missa "pro eligendo Pontifice", às 10h locais (5h no Brasil), na Basílica de São Pedro. Às 15h45 locais (10h45 no Brasil), os cardeais sairão da Casa Santa Marta rumo ao Palácio Apostólico para o início do Conclave.
Na quinta-feira, os cardeais deixarão Santa Marta às 7h45. Às 8h15, celebrarão a Missa e as Laudes na Capela Paulina. Às 9h15, terão a oração da Hora Média (Terça) na Capela Sistina e darão início às votações.
Bruni indicou que, se a fumaça for branca, poderá ser vista a partir das 10h30 locais ou após o meio-dia. O almoço será servido na Casa Santa Marta às 12h30, com retorno à Sistina às 15h45. As votações da tarde recomeçarão às 16h30.
Se houver fumaça branca durante a tarde, é possível que apareça por volta das 17h30; caso contrário, a fumaça preta poderá ser vista por volta das 19h. As atividades do dia se concluirão com a oração das Vésperas na Capela Sistina, e às 19h30 locais os cardeais retornarão à Casa Santa Marta. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Confusão em festa de igreja termina com dois mortos e um ferido após idoso atirar contra o próprio cunhado, no Paraná
Jacir Salvador, de 71 anos, matou o cunhado, João Irineu Chimanski, de 69 anos, e foi baleado por um policial que estava à paisana, almoçando no local.
Confusão em festa da Capela Santa Rita de Cássia — Foto: Eduardo Andrade/RPC
Por Nádia Moccelin, Eduardo Andrade, Millena Sartori, g1 PR e RPC Guarapuava
Uma festa de igreja em Guarapuava, na região central do Paraná, terminou com dois mortos e um terceiro homem ferido após uma confusão registrada por volta do meio-dia de domingo (4).
Segundo a Polícia Militar (PM), um idoso de 71 anos invadiu o salão de festas durante o almoço e atirou contra o próprio cunhado, de 69 anos. Na sequência, um PM que estava à paisana no local abordou o atirador e ordenou que ele colocasse as mãos na cabeça. No entanto, o homem desrespeitou a ordem, sacou um revólver e apontou ao policial e outras pessoas, e foi alvejado pelo PM, diz a corporação.
O caso aconteceu no salão de festas da Capela Santa Rita de Cássia, que fica na localidade conhecida como Lagoa Rica.
A PM informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas constatou que Chimanski morreu no local. Salvador chegou a ser socorrido com vida, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória na ambulância e não resistiu aos ferimentos.
A corporação também afirma que, enquanto ainda estava no local, foi informada que um homem de 48 anos foi atingido por um tiro. Ele foi socorrido por pessoas que estavam no local e levado ao hospital. A PM não informou quem foi o autor do disparo que atingiu o homem.
A Polícia Civil está investigando o caso. O motivo do ataque de Jacir ao cunhado não foi revelado.
Armas
Depois do tiroteio na festa da igreja, policiais militares receberam informações de que tanto Jacir, quanto João tinham armas de fogo em casa.
Equipes foram até as residências deles ainda na tarde de domingo (4) e afirmam que na de João encontraram sete munições intactas de revólver calibre 32 e um coldre e, na de Jacir apreenderam 11 munições de espingarda calibre 32.
Sepultamentos
João Irineu Chimanski está sendo velado na Capela de Invernadinha, na região de Guairacá. O sepultamento do idoso de 69 anos morto pelo cunhado está agendado para às 9h de terça-feira (6), no Cemitério Saltinho.
Jacir Salvador está sendo velado na Capela Mortuária Pax Cristo Rei de Guarapuava. O sepultamento do idoso de 71 anos está agendado para as 16h desta segunda-feira (5) no Cemitério Municipal Jardim da Paz. Fonte: https://g1.globo.com
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1) Oração
Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29)
Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
3) Reflexão
No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), que se prolongará durante os próximos seis dias, até o fim desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Tinha visto o milagre, comeu com fartura e queria mais! Não se preocupou em procurar o sinal ou o apelo de Deus que havia em tudo isso. Quando o povo encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, teve com ele uma longa conversa, chamada Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, mas trata-se de um conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.
É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:
6,1-15: o grande da multiplicação dos pães
6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas
6,22-71: o diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos
1º diálogo: 6,22-27 com o povo: o povo procura Jesus e o encontra em Cafarnaum
2º diálogo: 6,28-34 com o povo: a fé como obra de Deus e o maná no deserto
3º diálogo: 6,35-40 com o povo: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus
4º diálogo: 6,41-51 com os judeus: murmurações dos judeus
5º diálogo: 6,52-58 com os judeus: Jesus e os judeus
6º diálogo: 6,59-66 com os discípulos: reação dos discípulos
7º diálogo: 6,67-71 com os discípulos: confissão de Pedro
A conversa de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze, e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa. Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.
João 6,22-27: O povo procura Jesus porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.
João 6,28-29: Qual é a obra de Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou” . Ou seja, crer em Jesus!
4) Para um confronto pessoal
1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal?
2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?”
5) Oração final
Eu te expus meus caminhos e me respondeste; ensina-me teus estatutos. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios. (Sl 118, 26-27)
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Intrigas pré-conclave: Cardeais recebem dossiê secreto com 20 nomes de papáveis
Encadernado e com boa qualidade de impressão, o documento foi enviado, segundo cardeal, por ‘gente que tem saudade de um tempo que não existe mais’

O cardeal-arcebispo de Brasília, d. Paulo Cezar Costa, rezou missa na Basílica de Bonifácio e Aleixo, em Roma, na véspera do conclave Foto: Marcelo Godoy / Estadão
Dos 135 votantes, 108 foram escolhidos durante o papado de Francisco.
Por Marcelo Godoy e Luisa Laval
ROMA - O tempo das discussões sobre o futuro da Igreja começou no dia 23 com a primeira das congregações entre os cardeais. E com elas também foi aberta a temporada das fofocas, intrigas e tentativas vindas do mundo exterior e de dentro da própria Igreja de influenciar a escolha do novo papa.
Um dossiê, que busca interferir na eleição, foi enviado aos cardeais com uma seleção de nomes - uma lista com 20 possíveis papáveis. “Eu pensei que ia encontrar a minha biografia ali, mas graças a Deus não a encontrei”, contou um dos cardeais ouvidos pelo Estadão.
A lista tinha um claro objetivo, segundo revelou um purpurado: o de querer influenciar, direcionar o voto dos cardeais que entram na Capela Sistina no próximo dia 7 para eleger o futuro pontífice. Buscava mostrar quem eram os cardeais “mais expostos”. Entre os cardeais citados no dossiê estava o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.
Um dos cardeais contou que ficou impressionado com a qualidade da impressão do documento. “Ali tem muito dinheiro. Quem fez fez com gosto. É um totopapa (uma loteria papal)”, afirmou.
O cardeal incluiu a distribuição do dossiê entre “as bobagens” que começaram a circular recentemente sobre o conclave, como a fotografia publicada pelo presidente americano Donald Trump com as vestes papais em suas redes sociais. “É tanta bobagem...”, disse.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, se recusou a comentar anteontem o caso de Trump.
Segundo o cardeal ouvido pelo Estadão, as tentativas de influenciar o processo do conclave não vêm apenas de fora da Igreja. “Vêm de dentro também. Tem influências internas que buscam de alguma forma criar uma atmosfera que não ajuda. Gente com saudade de um tempo que não existe mais. Nós não podemos nunca perder de vista que nós estamos no tempo e, como dizia o compositor e cantor, o tempo não para. E nós também não podemos parar no tempo.”
O incômodo com o assédio, segundo os cardeais, afeta “amplos setores da Igreja”, ou seja, parte tanto de conservadores quanto de progressistas. “Seja num sentido ou no outro. Os que querem ir avante e pedem coragem. O espírito de Deus é que age sobre nós. Se perdemos a dimensão da fé, vamos fazer outra coisa”, resumiu.
Oficialmente, os cardeais evitam abordar esse e outros temas polêmicos em público. Mas em pelo menos um caso o Vaticano se viu forçado a se manifestar. Foi para desmentir que o cardeal Parolin estava doente, como fora divulgado por uma publicação católica conservadora dos Estados Unidos.
Aos jornalistas, Matteo Bruni negou a hipótese de um mal-estar do cardeal Parolin, esclarecendo que nenhum episódio desse tipo ocorreu. Ele também negou a necessidade de intervenção por parte de equipe médica ou de enfermagem.
Parolin é um dos papáveis. Em 2013, quando o então cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, despontava como um dos fortes candidatos no conclave após a renúncia de Bento XVI, também circulou entre os cardeais a informação de que Bergoglio estava doente. Aproveitaram o fato de ele ter tido nos anos 1950 uma grave doença pulmonar para tentar influenciar o voto do colégio cardinalício.
Outras polêmicas
As polêmicas da fase pré-conclave envolveram ainda dois cardeais que não vão participar da escolha do novo papa. O primeiro foi o italiano Giovanni Angelo Becciu, que fora afastado por Francisco sob a acusação de malversação de fundos do Vaticano. Ele foi condenado em primeira instância e, após a morte do papa, manifestou seu desejo de ir a Roma, mas acabou desistindo após perceber que seria impedido.
Outro caso rumoroso envolve o cardeal peruano Juan Luis Cipriani, que compareceu às congregações apesar de ser acusado de abusos sexuais e de ter sido proibido por Francisco de usar hábitos ou símbolos cardinalícios.
Oficialmente, os cardeias procuram afirmar a existência de um clima harmônico entre seus pares, mesmo sabendo que muitos vêm de realidades diferentes e com formas particulares para lidar com as angústias dos fiéis e com a crise da Igreja. “É um desafio que estamos enfrentando com alegria”, afirmou o cardeal-arcebispo de Brasília, d. Paulo Cezar Costa, para quem o próximo papa deve ser “um papa dos nossos tempos, que fale ao homem, à mulher, ao ser humano de hoje”.
Dom Paulo afirmou que “ouve falar”, nos bastidores da Igreja Católica, sobre um próximo papa com perfil “conciliador”, assim como Francisco. Já d. Odilo Scherer afirmou neste domingo, após rezar missa na Igreja Sant’Andrea al Quirinale, que os cardeais se conhecem suficientemente para votar. “Não é de agora que eles estão pensando em quem votar. Isso já vem de mais tempo.” O que significa que o espaço para manobras como a do dossiê seria pequeno.
“É muito bonito nesses dias poder colher as diversas manifestações, posições, compreensões distintas, marcadas pela cultura e pela formação de cada um, mas ao mesmo tempo o desejo, a intenção de cooperar para buscar a unidade. E que seja a pessoa certa para o tempo certo”, afirmou o cardeal-arcebispo de Porto Alegre, d. Jaime Spengler.
Os cardeais negam a influência das intrigas, mas elas existem e são tão antigas quanto a instituição que elas procuram influenciar. Fonte: https://www.estadao.com.br
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Cardeais se reúnem a partir de quarta (7) para definir quem será o próximo papa a partir de novos parâmetros e a necessidade de manter a relevância da Igreja Católica

Berlim
Foi em 236, tipo de número que precisa de um "depois de Cristo" para ser entendido como ano. Uma pomba pousou na cabeça de um padre, que se chamava Fabiano. A cena inusitada fez os cardeais acharem que aquilo era um evidente sinal do Espírito Santo. Fabiano foi unanimemente eleito papa e governou a Igreja e os católicos por 14 anos.
Ser escolhido por uma pomba branca pode soar aleatório, mas o que dizer de tempos em que o presidente dos EUA publica sua imagem como pontífice em redes sociais às vésperas do conclave? A partir da próxima quarta-feira (7), 133 cardeais se trancam, sem celular, para escolher o sucessor de Francisco, morto no último dia 21.
Entre Donald Trump, figura de proa do conservadorismo populista, memes de churrasco na Capela Sistina e a demanda de uma Igreja palatável às novas gerações, um Colégio Cardinalício renovado decidirá o que será feito do legado do primeiro papa sul-americano, o primeiro que veio "do fim do mundo", como o próprio se colocou no início de seu pontificado.
O fim do mundo a que Jorge Bergoglio se referia era sua Argentina, o sul das Américas, o último ponto da exploração europeia. Uma releitura do Finisterra, de antes das caravelas, um dos pontos mais ocidentais da Europa, o fim e a razão do Caminho de Santiago de Compostela.
Superada a geografia, o fim do mundo se tornou existencial. Depois da ameaça nuclear da guerra fria e da crise do clima, seu agente atual é a inteligência artificial. Francisco, por sinal, foi o primeiro protagonista planetário de uma imagem fraudulenta criada por IA.
Seu momento fashion de casacão branco parecia real não só pela perfeição da imagem sintética, mas pelo histórico do papa, de atos inusitados e inéditos, ainda que para muitos insuficientes. Um deles foi entender que a Igreja Católica cresce para as periferias e que o próximo papa pode sair de outro fim de mundo, se os cardeais concordarem. Cerca de 80% do atual colégio foi nomeado por Francisco, a maioria vinda de fora da Europa.
Sua intenção, porém, não era fabricar um sucessor de algum local remoto, mas fazer o Vaticano espelhar a Igreja que existe, que está cada vez mais distante de uma Europa secular. A delicada costura política de Francisco, dentro do catolicismo e fora dele, sugere a continuidade de seu trabalho de renovação, tanto que o favorito para o conclave é seu secretário de Estado, Pietro Parolin.
O cardeal italiano, 70, cuida das relações internacionais do Vaticano desde o início do pontificado de Francisco, em 2013. Vai presidir o conclave por ser o cardeal-bispo de nomeação mais antiga e também pelos decanos do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, 91, e Leonardo Sandri, 81, terem superado a idade limite de 80 anos.
Vaticanistas dizem que Parolin teria uma vantagem natural no processo, pois determinará a dinâmica de debates e votações, em situação semelhante à do alemão Joseph Ratzinger, que conduziu os trabalhos e saiu da Capela Sistina como Bento 16 em 2005.
A idade média dos cardeais é 69,8 anos
Seu principal trunfo, no entanto, seria o perfil ponderado, que lhe rendeu elogios em negociações difíceis com a China, por exemplo. Ajudará o próximo papa ser um diplomata para lidar com um presidente americano cercado de católicos conservadores, como o vice-presidente J. D. Vance, e anseios intervencionistas de toda ordem. A convivência de Trump, desde o primeiro mandato, com a Igreja sob Francisco foi pontuada por farpas e recados públicos, como o dado por Battista Re, na cerimônia do funeral, que lembrou as demandas do papa pelo fim de guerras e da intolerância com a imigração.
A escolha de Parolin, apesar de fazer sentido político, é tão incerta como a de outros favoritos nas casas de apostas e nos prognósticos dos estudiosos do assunto. Entre os mais citados estão Fridolin Ambongo, 65, arcebispo de Kinshasa, que se tornaria o primeiro papa negro, mas que teria o ineditismo concorrendo com seu perfil conservador; e o filipino Luis Antonio Tagle, 67, já chamado de "Francisco asiático", de tendência liberal.
Da Europa, o húngaro Péter Erdo, 72, nomeado por João Paulo 2º aos 50 anos, outra aposta conservadora; e o sueco Anders Arborelius, 75, representante de um dos poucos países do continente que registra crescimento no número de católicos. Da Itália, além de Parolin, Matteo Zuppi, 69, arcebispo de Bolonha, midiático e mais à esquerda; e Pierbattista Pizzaballa, que chefia o Patriarcado Latino de Jerusalém e fez 60 anos no dia da morte de Bergoglio.
Nomeado por Francisco em 2023, Pizzaballa não aparece tanto nas casas de apostas, mas é bem cotado no universo da diplomacia. Há 30 anos no Oriente Médio, manteve igrejas de pé em Gaza, que serviram de escudo para muitos palestinos, inclusive brasileiros, durante os bombardeios de Israel. Segundo testemunhas, não apenas na base da negociação, mas também à custa de diálogos ríspidos com autoridades israelenses.
Qualquer que seja o escolhido, conservador ou reformista, seu parâmetro será Francisco, que, dentro de suas possibilidades ou de sua crença pastoral, fez a Igreja encarar suas muitas questões, como os escândalos financeiros do Vaticano, os casos de abuso sexual, o celibato, a ordenação de mulheres, o casamento homossexual e tantas outras.
Como discutido na congregação geral de cardeais deste sábado (3), de acordo com relato da assessoria de imprensa do Vaticano: "Surgiu a consciência do risco de a Igreja se tornar autorreferencial e perder sua relevância se não viver no mundo e com o mundo".
Ou no fim do mundo, seja ele onde for. Fonte: www1.folha.uol.com.br
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Em 2019, Francisco o forçou a se exilar do Peru, a não fazer declarações e a não usar os hábitos ou os símbolos cardinalícios

Juan Luis Cipriani — Foto: Reprodução/Vaticano
Por AFP — Cidade do Vaticano, Santa Sé
O cardeal peruano Juan Luis Cipriani está de pé em frente ao caixão do papa Francisco, com um ar sério e as mãos entrelaçadas. Ele veste uma batina preta, faixa e solidéu vermelhos e cruz peitoral, as vestimentas que o próprio pontífice o proibiu de usar após as denúncias de abuso sexual.
Cipriani chegou a ser o religioso mais influente do Peru, arcebispo de Lima e primeiro purpurado da Opus Dei. Ele é colocado no lado mais conservador do clero. Foi acusado de abusar de um adolescente há quatro décadas, o que ele nega.
Em 2019, Francisco o forçou a se exilar do Peru, a não fazer declarações e a não usar os hábitos ou os símbolos cardinalícios, indicou o Vaticano em janeiro. Também o proibiu - segundo o diário El País - de participar do próximo conclave, algo que também não é possível, porque tem 81 anos.
O cardeal tem, no entanto, acesso às reuniões convocadas após a morte do primeiro pontífice latino-americano, nas quais os cardeais discutem as prioridades no futuro da Igreja e traçam o retrato do novo papa na eleição que começa em 7 de maio.
"Cipriani e os cardeais que permitam que ele faça isso revitimizam a vítima denunciante, o que é imperdoável", disse em um comunicado a Rede de Sobreviventes do Peru. "É uma mensagem preocupante que afeta a confiança nos critérios da eleição do próximo pontífice", acrescentou.
Fotos publicadas na imprensa o mostram na capela-ardente na Basílica de São Pedro e no túmulo papal em Santa Maria Maior, sempre vestido com o traje de cardeal.
— É um ato enormemente provocador. É uma afronta à autoridade do papa morto e uma demonstração de força da ala ultraconservadora da Igreja antes do próximo conclave — explicou à AFP Gareth Gore, autor de vários livros sobre a Opus Dei.
Em uma carta aberta na qual defende sua inocência, Cipriani afirma que Francisco lhe permitiu em 2020 "retomar suas tarefas pastorais". O Vaticano tem evitado as perguntas sobre esse cardeal nomeado por João Paulo II.
"Slogan vazio"
Francisco assumiu seu pontificado em 2013 quando a Igreja teve dificuldades para responder uma avalanche de revelações de crimes sexuais contra crianças por parte de padres, que foram encobertos por décadas pelo próprio clero. O papa argentino sancionou prelados e tornou obrigatório denunciar possíveis crimes ou tentativas de ocultação, mas diversas vítimas e especialistas concordam que essas medidas não foram suficientes.
— A tolerância zero é um slogan vazio, enquanto não estiver consagrada no direito canônico — disse ao site Crux Matthias Katsch, sobrevivente e ativista alemão da associação Eckiger Tisch.
Na reunião da segunda-feira, os cardeais colocaram o tema dos abusos entre os principais desafios do próximo papa. Não está claro se Cipriani participou, mas sua possível presença já é uma "zombaria" com a declaração, afirmou Anne Barrett Doyle, codiretora da ONG americana Bishop Accountability, que documenta a violência clerical.
— Põe em destaque a desconexão entre as palavras e as ações da Igreja em matéria de abusos —alertou.
"Não cometi nenhum crime"
Cipriani foi arcebispo de Lima entre 1999 e 2019, quando o papa aceitou sua renúncia por idade, mas o puniu. O jornal El País publicou que sua suposta vítima agora tem 58 anos e escreveu ao pontífice para denunciar o purpurado em 2018. Afirmou que Cipriani o tocou, o acariciou e o beijou quando tinha entre 16 e 17 anos.
"Não cometi nenhum crime nem abusei sexualmente de ninguém nem em 1983, nem antes, nem depois", escreveu o cardeal nessa carta aberta. E denunciou que foi punido "sem ter sido escutado" e "sem que se abrisse um processo".
O Peru tem outros dois cardeais nomeados por Francisco: Pedro Barreto, de 81 anos, e Carlos Castillo, um sacerdote comum progressista de 75 anos e o único que pode votar no conclave.
O escândalo Cipriani segue ao do italiano Angelo Becciu, que desistiu de participar do conclave, apesar de sua insistência, já que Francisco retirou seus privilégios por um caso de malversação no Vaticano. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Luis Antonio Tagle tem postura informal e declarações progressistas que lhe renderam apelido ligado ao último papa

O cardeal filipino Luis Antonio Tagle durante reza do rosário na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, antes do funeral do papa Francisco - Marco Bertorello - 25.abr.25/AFP
Brasília
A trajetória de Luis Antonio Tagle na Igreja Católica começou com uma piada, diz ele. Em entrevista à rede católica Shalom World, o hoje arcebispo de Manila, capital das Filipinas, contou que queria ser médico quando jovem, mas um padre da paróquia que ele frequentava disse que Tagle conseguiria uma bolsa de estudos se passasse nas provas de certa universidade.
A peça estava pregada: a tal universidade era um seminário, e ser aprovado no exame fez Tagle se questionar se queria de fato a medicina ou se Deus tinha outros planos para ele. "Quem diria que hoje eu seria cardeal? Graças às piadas de Deus e de outras pessoas", disse, sorridente.
Tagle é um dos cardeais mais bem posicionados para suceder Francisco, caso os votantes no conclave busquem continuidade do pontificado do argentino e um novo papa do chamado Sul Global, de acordo com o site The College of Cardinals Report, criado pelo vaticanista Edward Pentin com uma equipe de jornalistas e especialistas católicos.
De forma semelhante a Francisco, que sempre buscou demonstrar informalidade, rejeição à ostentação do Vaticano e abertura progressista, o cardeal filipino prefere ser chamado pelo seu apelido, Chito.
Ele se opõe ao uso do que que chama de linguagem dura e severa da Igreja para condenar pecados, incluindo a homossexualidade, e em entrevistas cita declarações famosas do papa argentino sobre o assunto, como quando o pontífice questionou "quem sou eu para julgar?", no início de seu pontificado.
Sua abordagem branda com relação a temas caros a conservadores na Igreja Católica é alvo de críticas dentro e fora das Filipinas, país de forte tradição católica.
Exemplo dessas críticas internas é a aprovação por Manila, em 2012, de uma legislação ampla sobre saúde reprodutiva. Embora apoiada pela maioria dos católicos e sem avanços em relação a temas mais espinhosos, como o aborto, que continua ilegal, a lei foi vista como resultado de uma postura menos combativa de parte da Igreja filipina após décadas de oposição do clero nacional a esse tipo de discussão.
Na ocasião, Tagle havia sido recém-nomeado arcebispo de Manila. Alguns anos depois, em 2016, ele fez críticas à política agressiva de guerra às drogas do ex-presidente Rodrigo Duterte —hoje preso pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade—, e comparou os assassinatos resultantes ao aborto.
"Muitos estão preocupados com os assassinatos extrajudiciais e deveríamos mesmo estar. Mas eu espero que também nos preocupemos com o aborto. Por que apenas algumas pessoas estão se posicionando contra o aborto? Isso também é assassinato", disse na ocasião.
Outro ponto relevante da biografia de Tagle para eventual pontificado é sua origem chinesa —seu avô materno nasceu na China e migrou para as Filipinas—, o que pode abrir espaço para o diálogo entre a Santa Sé e Pequim.
Em 2018, Francisco fechou acordos com a China que tratam do procedimento de escolha e nomeação de bispos católicos no país.
Os acordos foram renovados em 2024 por mais quatro anos, em medida que foi vista por analistas como sinal de avanço na confiança entre os dois Estados, embora o histórico esteja cheio de tensões e persistam limitações à liberdade de culto no país.
A China e o Vaticano não têm relações diplomáticas desde a década de 1950, e a Santa Sé é um dos poucos Estados no mundo que reconhecem Taiwan como país —Pequim vê a China continental e a ilha como partes de uma mesma China e tem aumentado a pressão sobre o território recentemente.
Embora não seja jesuíta como Francisco, Tagle foi influenciado pela ordem ao estudar em seminário jesuíta em Manila. O filipino foi ainda presidente da Cáritas, instituição humanitária filantrópica do Vaticano, e estudou nos Estados Unidos.
Ordenado em 1982 e elevado a bispo em 2001, o filipino foi nomeado cardeal por Bento 16, em 2012, aos 54 anos, um dos mais jovens na ocasião. Tagle é fluente em inglês e italiano, além de seu idioma nativo, o tagalo, e tem conhecimentos de francês, coreano, chinês e latim. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Ao celebrarmos a festa de São José Operário, recordamos que todo trabalho é digno e que não existe trabalho pior ou melhor do que o outro. Através do trabalho, é possível garantir o salário para o sustento da família e para as necessidades básicas.

Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist. – Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Celebramos no dia 1º de maio a festa litúrgica de São José Operário. Recordamos, nesse dia, São José como o homem trabalhador, chefe da família e carpinteiro. No dia 19 de março, recordamos São José como patrono universal da Igreja e pai adotivo de Jesus, protetor das famílias, e, nesse dia 1º de maio, recordamos São José como protetor dos trabalhadores e intercessor dos desempregados.
O dia de São José Operário, artesão e do trabalhador é feriado nacional, momento oportuno para participarmos da Santa Missa e agradecer a Deus pelo trabalho que temos, e, quem está desempregado, pedir um emprego por intercessão de São José Operário. Que São José interceda para que todos tenham condições dignas de trabalho e que ninguém seja explorado.
Ao celebrarmos a festa de São José Operário, recordamos que todo trabalho é digno e que não existe trabalho pior ou melhor do que o outro. Através do trabalho, é possível garantir o salário para o sustento da família e para as necessidades básicas.
Podemos nos espelhar em São José, que era um humilde carpinteiro, mas, com o suor e a dignidade de seu trabalho, levava o alimento para a mesa da Sagrada Família. Que todos os homens sigam o exemplo de São José como chefe de família e com o seu salário sustente a sua família.
Nos dias de hoje, infelizmente, acontecem muitas discriminações no ambiente de trabalho: homens ganham mais que as mulheres; pessoas brancas ganham mais que pessoas negras, ocupando o mesmo cargo. Até mesmo aqueles que ocupam determinados cargos menosprezam os outros que estão em cargos inferiores.
Peçamos, nesse dia, que São José abençoe todos aqueles que têm trabalho, para que continuem firmes em seus empregos e, trabalhando com dignidade, levem o alimento diário para a mesa de suas famílias. E peçamos por todos os desempregados, para que logo encontrem um trabalho e possam levar o sustento para a sua família.
A comemoração do dia de São José Operário teve início em 1955, através do Papa Pio XII. A Praça de São Pedro estava lotada, com mais de 200 mil pessoas. Já se comemorava o Dia do Trabalho e, para dar um caráter religioso à festa civil, o Papa cristianizou essa festa, e assim dignificou os frutos do esforço do trabalho de cada um.
Através da comemoração desse Dia do Trabalho e de São José Operário, pedimos a Deus, por intercessão de São José, que ninguém seja explorado em seu trabalho, mas seja respeitado naquilo que faz e ganhe o seu salário dignamente. Rezemos por aqueles que estão desempregados, para que logo consigam uma colocação e, com o salário que receberem no trabalho, possam pagar as contas e sustentar a família. Recordamos que o trabalho dignifica a pessoa humana. Todos devem ter um trabalho ou uma ocupação, de forma honesta. Os pais que trabalham são exemplos para os filhos, pois, vendo que os pais trabalham, seguirão o exemplo no futuro e darão a mesma importância ao trabalho.
Em nosso trabalho devemos ser como São José: justos e, no silêncio, realizar as nossas obrigações. Somos chamados a viver a santidade no dia a dia, através do nosso batismo. Inclusive, podemos santificar o nosso trabalho, ou seja, trabalhar rezando ou, no descanso da hora do almoço, rezar o terço, como somos convidados no mês de maio, dedicado a Nossa Senhora, ou ler um livro espiritual. Enfim, falar de Deus para os outros, convidar os colegas de trabalho a participarem da Igreja. Dessa forma, vamos tornando o ambiente de trabalho mais agradável.
Peçamos a intercessão de São José por todos aqueles que sofrem algum tipo de discriminação ou injustiça no trabalho, para que sejam respeitados em sua dignidade e tenham paz no seu ambiente de trabalho.
O ambiente de trabalho deve ser um lugar de satisfação e alegria, pois é de lá que tiramos o nosso sustento, e passamos boa parte do nosso dia. Não deve ser um local triste e de insatisfação. Se temos um trabalho, é porque foi abençoado por Deus, e devemos dar graças a Ele por esse emprego. Ao acordar pela manhã, devemos ter satisfação em levantar e ir para o trabalho.
Que São José Operário, modelo de todo trabalhador, seja nosso socorro e auxílio em meio às labutas do dia a dia. Que Ele abençoe o nosso trabalho e, para aqueles que ainda não têm trabalho, que tão logo possam conseguir um emprego. Sejamos fiéis ao nosso trabalho, à nossa família e a Deus. Que, da mesma forma, possamos ser gratos com aqueles que nos deram a oportunidade do emprego. Tenhamos fé em Deus e em São José, que tudo vai melhorar.
Segue a oração a São José Operário composta por São Pio X:
Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência, para expiação de meus numerosos pecados; de trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;
De trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus. De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;
De trabalhar, sobretudo, com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus!
Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh! Patriarca São José!
Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém.
São José Operário, rogai por nós! Fonte: https://www.vaticannews.va
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“Cultivemos a comunhão e a unidade”: o presidente da CNBB, dom Jaime cardeal Spengler, destaca desafios e caminhos para Igreja

Em Roma, fé e discernimento marcam o início de um novo tempo para a Igreja. No Colégio Cardinalício e entre o grupo de cardeais brasileiros reunidos para o conclave, que terá início no dia 7 de maio, está o arcebispo de Porto Alegre (RS), presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), dom Jaime Cardeal Spengler. De Roma, ele compartilha com a Assessoria de Comunicação da arquidiocese de Porto Alegre (RS) suas impressões sobre este momento histórico.
Após participar dos ritos de despedida do Papa Francisco, dom Jaime relata o clima de oração e discernimento entre os cardeais e reflete sobre o legado do pontífice argentino, marcado — em sua visão — pela simplicidade. Na entrevista, ele também ressalta a importância de fontes confiáveis diante da avalanche de informações e deixa orientações pastorais às comunidades eclesiais do Brasil, que aguardam as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora. Confira a entrevista na íntegra concedida à Assessoria de Comunicação da arquidiocese de Porto Alegre (RS).
Como foi participar dos momentos de despedida do Papa Francisco?
Cardeal Spengler: Merece destaque especial à participação do povo. Ver a Praça totalmente tomada pela multidão foi um sinal claro de quanto ele era admirado e amado.
Se pudéssemos resumir os 12 anos de pontificado de Francisco em uma palavra, qual seria, em sua opinião?
Cardeal Spengler: Simplicidade!
Entre os diversos textos e mensagens deixados por Francisco, talvez a Exortação Apostólica C’est la Confiance, sobre a confiança no amor misericordioso de Deus, publicada por ocasião do 150º aniversário de nascimento de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, em 15 de outubro de 2023, seja uma das menos comentadas, mas bastante representativa neste momento de expectativa pela escolha de um novo Papa.
No número 24, por exemplo, lemos que a confiança plena nos liberta de “cálculos obsessivos, da preocupação constante com o futuro, dos medos que tiram a paz…” E a “poesia” descrita no número 52 parece muito apropriada ao contexto atual: “Num tempo que nos convida a fechar-nos em nossos próprios interesses, Teresinha mostra a beleza de fazer da vida um dom (…) Num momento de complexidade, Teresinha pode ajudar-nos a redescobrir a simplicidade.” Como está a preparação dos cardeais para o conclave?
Há um ambiente de oração e diálogo muito interessante. Pode-se dizer que, até o momento, percebe-se o empenho de muitos em encontrar alguém que esteja à altura dos desafios do tempo presente.
Os meios de comunicação começam a abordar temas ligados ao catolicismo, por motivos óbvios. Análises de toda ordem, dados estatísticos, projeções… Redes sociais resgatando textos, vídeos e frases de Francisco. Em tempos de informações aceleradas, todo cuidado é pouco. Alguma recomendação nesse sentido?
Cardeal Spengler: Em primeiro lugar, é essencial cultivar um espírito de oração; pedir ao Espírito Santo que ilumine mentes e corações daqueles que têm a missão de escolher o novo Bispo de Roma. Em segundo lugar, não se deixar levar por comentários desautorizados; é preciso buscar sempre fontes fidedignas.
No Brasil, a 62ª Assembleia da CNBB, que começaria em 29 de abril, foi transferida para 2026. Na pauta, entre diversos assuntos, estava a definição das Diretrizes para a Ação Evangelizadora dos próximos anos. O que o senhor sugere às comunidades eclesiais enquanto as novas diretrizes não são definidas? Seria oportuno utilizar o Documento Final do Sínodo sobre a Igreja, comunhão, participação e missão?
Cardeal Spengler: O Documento Final do último Sínodo traz uma série de indicações valiosas para promover a comunhão, a participação e a missão na vida ordinária de nossas comunidades. Por isso, sua leitura e estudo — tanto individual quanto comunitário — pode ser de grande auxílio para que, mais adiante, possamos corresponder ainda melhor ao que as novas Diretrizes Gerais indicarão para toda a Igreja no Brasil. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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A partir de 7 de maio, 53 cardeais europeus, 37 americanos (16 da América do Norte, 4 da América Central, 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania se reunirão no Conclave. O mais jovem é o australiano de adoção Mikola Bychok, 45 anos, originário da Ucrânia, o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, 79. Pela primeira vez, 15 nações com eleitores nativos estarão representadas na Capela Sistina, incluindo Haiti, Cabo Verde, Papua Nova Guiné, Suécia, Luxemburgo e Mianmar
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Campisi/Raimundo de Lima - Vatican News
Provêm de 71 países dos cinco continentes os 135 cardeais eleitores chamados a escolher o 267º Pontífice. Dois purpurados não participarão, portanto, na quarta-feira, 7 de maio, entrarão para o Conclave 133 cardeais. Estão representadas 17 nações da África, 15 da América, 17 da Ásia, 18 da Europa e 4 da Oceania. Pela primeira vez, 15 Estados, de uma parte a outra do planeta, têm cardeais eleitores nativos: do Haiti, o cardeal Chibly Langlois; de Cabo Verde, Arlindo Furtado Gomes; de Mianmar, Charles Maung Bo; da República Centro-Africana, Dieudonné Nzapalainga; de Papua Nova Guiné, John Ribat; da Malásia, Sebastian Francis; da Suécia, Anders Arborelius; de Luxemburgo, Jean-Claude Hollerich; de Ruanda, Antoine Kambanda; de Timor-Leste, Virgílio do Carmo da Silva; de Tonga, Soane Patita Paini Mafi; de Singapura, William Seng Chye Goh; do Paraguai, Adalberto Martínez Flores; do Sudão do Sul, Stephen Ameyu Martin Mulla; e da Sérvia Ladislav Nemet. No total, 53 cardeais europeus, 37 americanos (16 da América do Norte, 4 da América Central, 17 da América do Sul), 23 asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania se reunirão na Capela Sistina.

Os números do Colégio cardinalício
Os eleitores criados pelos três últimos Pontífices
O cardeal eleitor mais jovem é o australiano de adoção Mikola Bychok, 45 anos, originário da Ucrânia, bispo da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo em Melbourne dos Ucranianos, e o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, 79 anos. Os mais numerosos são os nascidos em 1947, há 13 entre os que votarão, com 78 anos de idade completados ou a serem completados. Apenas o cardeal Baldo Reina é de 1970, e completará 55 anos em 26 de novembro próximo. Os cardeais Leo Frank, de 71, e Rolandas Makrickas, de 72, também não têm coetâneos. Os veteranos do Conclave são os cinco cardeais criados por João Paulo II, Philippe Barbarin, da França; Josip Bozanić, da Croácia; Péter Erdő, da Hungria; Vinco Puljić, da Bósnia e Herzegovina; e Peter Turkson, de Gana. Há 22 eleitores que receberam o barrete cardinalício de Bento XVI e 108 que o receberam por escolha de Francisco.

A distribuição geográfica dos cardeais eleitores
Cardeais religiosos
Os eleitores incluem 33 cardeais de 18 famílias religiosas; a família religiosa com maior número é a dos salesianos, 5 (Charles Maung Bo, Virgilio Do Carmo da Silva, Ángel Fernández Artime, Cristóbal López Romero, Daniel Sturla Berhouet), há 4 cardeais tanto da Ordem dos Frades Menores (Luis Cabrera Herrera, Pierbattista Pizzaballa, Jaime Spengler e Leonardo Steiner) quanto da Companhia de Jesus (Stephen Chow Sau-yan, Micheal Czerny, Jean-Claude Höllerich e Ángel Rossi), enquanto há 3 franciscanos conventuais (François-Xavier Bustillo, Mauro Gambetti e Dominique Mathieu). Na Capela Sistina, dois dominicanos (Timothy Peter Joseph Radcliffe e Jean- Paul Vesco), dois lazaristas (Vicente Bokalic Iglic e Berhaneyesus Demerew Souraphiel), dois redentoristas (Mykola Bychok e Joseph Tobin) e dois verbitas (Tarcisius Kikuchi e Ladislav Nemet) também votarão, assim como o agostiniano Robert Prevost, o capuchinho Fridolin Ambongo Besungu, o carmelita descalço Anders Arborelius e o cisterciense Orani João Tempesta, Gérald Lacroix do Instituto Secular Pio X, o missionário da Consolata Giorgio Marengo, o missionário do Sagrado Coração de Jesus John Ribat, o scalabriniano Fabio Baggio e o espiritano Dieudonné Nzapalainga.
Cardeais eleitores criados nos últimos três pontificados
O que diz o Código de Direito Canônico
O cânone 349 do Código de Direito Canônico especifica que os cardeais “constituem um Colégio peculiar ao qual compete providenciar a eleição do Romano Pontífice” e acrescenta que os purpurados “auxiliam” o Papa “seja agindo colegialmente quando são convocados para tratar de assuntos de grande importância, seja como indivíduos, isto é, nos vários cargos que ocupam, prestando-lhe seus serviços no cuidado sobretudo diário da Igreja universal”. É, pois, a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis a estabelecer que elegem o Sucessor de Pedro os cardeais que, antes do dia da morte do Papa “ou do dia em que a Sé Apostólica se tornar vacante”, não tiverem atingido a idade de 80 anos, por essa razão são distinguidos cardeais eleitores e não eleitores. Até o momento, o Colégio cardinalício consiste em um total de 252 cardeais, dos quais 135 são eleitores e 117 são não eleitores. Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Fazei-nos, ó Deus todo-poderoso, proclamar o poder do Cristo ressuscitado, e, tendo recebido as primícias dos seus dons, consigamos possuí-los em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 7b-15)
Naquele tempo Jesus disse a Nicodemos: 7bÉ necessário para vós nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito”. 9Nicodemos, então, perguntou: “Como pode isso acontecer?” 10Jesus respondeu: “Tu és o mestre de Israel e não conheces estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos falar das coisas do céu? 13Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. 14Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, 15a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parte da conversa de Jesus com Nicodemos. Nicodemos tinha ouvido falar das coisas que Jesus realizava, ficou impressionado e queria conversar com Jesus para poder entender melhor. Ele pensava conhecer as coisas de Deus. Vivia com o livrinho do passado na mão para ver se o novo que Jesus anunciava estava de acordo. Na conversa, Jesus disse que a única maneira para ele, Nicodemos, poder entender as coisas de Deus era nascer de novo! Às vezes, nós somos como Nicodemos: só aceitamos como novo aquilo que está de acordo com as nossas antigas idéias. Outras vezes, deixamos nos surpreender pelos fatos e não temos medo de dizer: "Nasci de novo!"
Quando os evangelistas recolhem as palavras de Jesus, eles têm presente os problemas das comunidades para as quais escrevem. As perguntas de Nicodemos a Jesus eram um espelho das perguntas das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Por isso, as respostas de Jesus a Nicodemos eram, ao mesmo tempo, uma resposta para os problemas daquelas comunidades. Era assim que os cristãos faziam a catequese naquele tempo. Muito provavelmente, o relato da conversa entre Jesus e Nicodemos fazia parte da catequese batismal, pois diz que as pessoas devem renascer da água e do espírito (Jo 3,6).
João 3,7b-8: Nascer do alto, nascer de novo, nascer do Espírito. Em grego, a mesma palavra significa de novo e do alto. Jesus tinha dito “Quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). E acrescentou: "O que nasceu da carne é carne. O que nasceu do Espírito é Espírito" (Jo 3,6). Aqui, carne significa aquilo que nasce só das nossas idéias. O que nasce de nós tem o nosso tamanho. Nascer do Espírito é outra coisa! E Jesus reafirmou novamente o que tinha dito antes: “Vocês devem nascer do alto (de novo)”. Ou seja, devem renascer do Espírito que vem do alto. E ele explica que o Espírito é como o vento. Tanto no hebraico como no grego, usa-se a mesma palavra para dizer espírito e vento. Jesus diz: "O vento sopra onde quer e você ouve o seu ruído, mas você não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do espírito". O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Nós percebemos a direção do vento, por exemplo, o vento Norte ou o vento Sul, mas não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se movimenta nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. "Ninguém é senhor do Espírito" (Ecl 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o Espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é mistério, seu destino é mistério. O barqueiro deve, primeiro, descobrir o rumo do vento. Depois, deve colocar as velas de acordo com este rumo. É o que Nicodemos e todos nós temos de fazer.
João 3,9: Pergunta de Nicodemos: Como é que isto pode acontecer? Jesus não disse nada mais do que resumir o que o Antigo Testamento já ensinava sobre a ação do Espírito, do vento santo, na vida do povo de Deus e que Nicodemos, como mestre e doutor, devia saber. Mesmo assim, Nicodemos se espantou com a resposta de Jesus e se faz de ignorante: "Como é que isto pode acontecer?".
João 3,10-15: Resposta de Jesus: a fé nasce do testemunho e não do milagre. Jesus dá o troco: "Você é mestre em Israel e não sabe disso?" Pois para Jesus, se uma pessoa crê só quando as coisas estão de acordo com os seus próprios argumentos e idéias, ainda não é perfeita a sua fé. Perfeita, sim, é a fé da pessoa que acredita por causa do testemunho. Ela deixa de lado seus próprios argumentos e se entrega, porque crê naquele que testemunhou.
4) Para um confronto pessoal
1- Você já passou por alguma experiência que lhe deu a sensação de nascer de novo? Como foi?
2- Jesus compara a ação do Espírito Santo com o vento. O que esta comparação nos revela sobre a ação do Espírito de Deus em nossa vida? Você já colocou as velas do barco da sua vida de acordo com o rumo do vento, do Espírito?
5) Oração final
O SENHOR reina, de esplendor se veste, o SENHOR se reveste e se cinge de poder; está firme o mundo, jamais será abalado. Dignos de fé são teus testemunhos; a santidade convém à tua casa por dias sem fim, ó SENHOR! (Sl 92, 1.5)
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A data escolhida pelos cardeais reunidos nesta segunda-feira (28/04) para a Quinta Congregação Geral.
Salvatore Cernuzio - Vatican News
“Extra omnes”. A histórica fórmula em latim que marca o início do fechamento à chave da Capela Sistina será pronunciada pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias na próxima quarta-feira, 7 de maio. Esse é o dia de início do Conclave. A data foi definida na manhã desta segunda-feira (28/04) pelos cerca de 180 cardeais presentes (pouco mais de 100 eleitores) reunidos na quinta Congregação Geral no Vaticano.
“Extra omnes”, portanto. “Fora todos” aqueles que não são admitidos na reunião dos cardeais convocados para eleger o próximo Pontífice da Igreja universal. Os purpurados eleitores, com menos de 80 anos de idade, ficarão isolados do resto do mundo dentro da Capela Sistina até a fumaça branca e o “Habemus Papam”, a outra famosa fórmula latina pronunciada da Loggia delle Benedizioni pelo cardeal protodiácono para anunciar ao mundo a escolha do novo Papa.
Não há previsão de conclusão, naturalmente, e entre os próprios cardeais eleitores há aqueles que esperam um Conclave curto, considerando também o Jubileu em andamento, e aqueles que, ao contrário, preveem tempos mais longos para permitir que os cardeais “se conheçam melhor”, tendo Francisco, em seus 10 Consistórios, agregado ao Colégio Cardinalício purpurados de todos os cantos do globo.
As normas da Universi Dominici Gregis
O cronograma para o início do Conclave é estabelecido pelas normas da constituição apostólica de João Paulo II, Universi Dominici Gregis, atualizada por Bento XVI com o Motu Proprio de 11 de junho de 2007 e com a mais recente de 22 de fevereiro de 2013. De acordo com a Constituição, o Conclave - do latim cum clave, que significa fechado à chave - começa entre o 15º e o 20º dia após a morte do Papa, depois dos Novendiali, os 9 dias de celebrações em sufrágio do Pontífice falecido. Mais detalhadamente, a partir do momento em que a Sé Apostólica é legitimamente vacante, os cardeais eleitores presentes devem esperar 15 dias completos pelos ausentes, até um máximo de 20 dias, se houver motivos sérios. O Motu Proprio Normas nonnullas, além disso, dá ao Colégio de Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se todos os eleitores estiverem presentes.
Cardeais das partes mais distantes do mundo ainda são esperados em Roma nestes dias. Na Cidade Eterna, eles serão hospedados na Casa Santa Marta, a Domus do Vaticano onde Francisco decidiu morar, renunciando ao apartamento papal.
A missa “pro eligendo Pontifice” e a procissão para a Sistina
Na manhã da quarta-feira, 7 de maio, todos concelebrarão a solene missa “pro eligendo Pontifice”, a celebração eucarística presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que convidará os irmãos a se dirigirem à Sistina à tarde com estas palavras: “toda a Igreja, unida a nós na oração, invoca constantemente a graça do Espírito Santo, para que seja eleito por nós um digno Pastor de todo o rebanho de Cristo”.
Dali, então, a evocativa procissão até a Capela Sistina, dentro da qual os cardeais entoarão o hino Veni, creator Spiritus e farão o juramento. Será necessária uma maioria qualificada de dois terços para eleger o Papa. Haverá quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde, e após a 33ª ou 34ª votação, no entanto, haverá um segundo turno direto e obrigatório entre os dois cardeais que receberam mais votos na última votação. Mesmo nesse caso, no entanto, sempre será necessária uma maioria de dois terços. Os dois cardeais restantes não poderão participar ativamente da votação. Se os votos para um candidato atingirem dois terços dos eleitores, a eleição do Papa será canonicamente válida. Fonte: https://www.vaticannews.va
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As exéquias do Papa Francisco, na Basílica Vaticana, foram ocasião para um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, sobre o futuro do país martirizado por mais de três anos de guerra e constantemente nas orações do falecido Pontífice. Um encontro, segundo Zelensky, que tem potencial para “tornar-se histórico” se forem alcançados “resultados conjuntos”.
Valerio Palombaro – Vatican News
Entre as muitas imagens que ficarão da última despedida do Papa Francisco, além das do funeral do Pontífice, certamente há uma que retrata o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sentados frente a frente num canto da Basílica de São Pedro. Um encontro que foi anunciado, depois colocado em dúvida por uma possível ausência do segundo, e finalmente aconteceu. Trata-se do primeiro encontro face a face entre os dois, que durou 15 minutos, após o dramático ocorrido e transmitido mundialmente no Salão Oval da Casa Branca, de onde Zelensky saiu sem participar da coletiva de imprensa.
Um colóquio "muito produtivo"
A conversa, de acordo com o diretor de comunicações da Casa Branca, Steve Cheung, foi "muito produtiva". A presidência ucraniana também divulgou uma fotografia de outra breve conversa entre Trump e Zelensky, no Vaticano, desta vez estendida incluindo o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron. De acordo com o porta-voz presidencial ucraniano, Sergei Nikiforov, Zelensky e Trump concordaram em continuar as negociações. Zelensky, escrevendo no X, falou de um “bom encontro” que “poderia tornar-se histórico se fossem alcançados resultados conjuntos”. O presidente ucraniano, em particular, pediu "um cessar-fogo completo e incondicional" e "uma paz confiável e duradoura que impeça o início de outra guerra".
A contraoferta ucraniana
De acordo com o New York Times, no encontro também foi discutida a contraoferta da Ucrânia à proposta da Casa Branca de acabar com a guerra. Um plano que incluiria a implantação de um "contingente de segurança europeu" apoiado pelos EUA, sem mencionar a restituição total dos territórios ocupados pela Rússia, nem a adesão de Kiev à OTAN, duas questões que Zelensky há muito declarou não negociáveis. Enquanto isso, de Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que o Chefe do Estado-Maior russo informou Putin sobre a "conclusão da operação" para libertar a região russa de Kursk, parcialmente ocupada pelos ucranianos desde agosto de 2024. Muitas outras breves reuniões bilaterais ocorreram hoje por ocasião do funeral de Francisco. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, compartilhou uma foto de seu aperto de mão com Trump hoje em suas redes sociais. A chefe do executivo europeu e o presidente dos EUA — em sua breve conversa na Praça São Pedro — concordaram em se encontrar novamente, frisou a porta-voz de Von der Leyen, Paula Pinho. Sinais encorajadores na escolha do caminho do diálogo, particularmente significativos no contexto atual marcado por impostos e tensões internacionais. Fonte: https://www.vaticannews.va
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A despedida do Papa Francisco, num sábado ensolarado, foi emocionante, intensa e compartilhada, onde prevaleceu a oração e a unidade. O povo de Deus que o abraçou no Domingo de Páscoa sem saber que seria a última vez, hoje o acompanhou com carinho na reta final de sua viagem terrena.
Reuniram-se ao seu redor os poderosos da terra, mas também muitos adolescentes, que tinham planejado a viagem para o Jubileu dos Adolescentes. Assim como muitos representantes de outras denominações cristãs e religiões diferentes se reuniram em torno dele.
Todos unidos na despedida de um Pastor fiel ao Evangelho, que se dedicou a pregar a fraternidade e que até do seu leito de hospital gritou o seu não à guerra.
Duas passagens em particular foram aplaudidas na homilia do cardeal Giovanni Battista Re. A primeira foi aquela em que ele lembrou que o fio condutor da missão do Papa Francisco foi “a convicção de que a Igreja é uma casa para todos; uma casa com portas sempre abertas”. “Todos, todos, todos”, repetiu o Bispo de Roma durante a última Jornada Mundial da Juventude, para explicar como nada nem ninguém pode nos separar do amor de um Deus que está sempre de braços abertos à nossa espera para nos acolher, seja qual for a nossa condição.
Uma casa de portas abertas é a Igreja que Francisco procurou construir, dando prioridade aos últimos, aos pobres, aos humildes, aos pecadores. Aqueles últimos que o acolheram no limiar da Basílica de Santa Maria Maior antes do último olhar de Maria Salus Populi Romani.
Mas os fiéis também aplaudiram, sobretudo, a passagem em que Re recordou o apelo incessante pela paz e o convite à razão e à “negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra — disse ele — é apenas a morte de pessoas, a destruição de casas, a destruição de hospitais e escolas”.
Antes do início da cerimônia, os presidentes americano e ucraniano se encontraram por alguns minutos. Esperamos e rezamos para que algo positivo possa surgir dessa conversa, o último colóquio de paz propiciado pelo Sucessor de Pedro, que foi o primeiro a querer se chamar santo de Assis, o santo da paz. Fonte: https://www.facebook.com
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A liturgia deste domingo continua a celebrar a Boa notícia da vitória de Jesus sobre a morte. Convida-nos especialmente a olhar para a comunidade nascida de Jesus. Garante-nos que Jesus está no meio dela, caminha com ela, dá-lhe a força para vencer as crises e os desafios que lhe dificultam a caminhada. É a partir da comunidade cristã que Jesus continua a oferecer ao mundo e aos homens, em cada passo da história, a sua proposta salvadora e libertadora.
A fé de Tomé,
EVANGELHO – João 20,19-31.
INTERPELAÇÕES
Nos relatos pascais aparece sempre, em pano de fundo, a convicção profunda de que a comunidade dos discípulos nunca estará sozinha, abandonada à sua sorte: Jesus ressuscitado, Aquele que venceu a morte, a injustiça, o egoísmo, o pecado, acompanhá-la-á em cada passo do seu caminho histórico. É verdade que os discípulos de Jesus não vivem num mundo à parte, onde a fragilidade e a debilidade dos humanos não os tocam. Como os outros homens e mulheres, eles experimentam o sofrimento, o desalento, a frustração, o desânimo; têm medo quando o mundo escolhe caminhos de guerra e de violência; sofrem quando são atingidos pela injustiça, pela opressão, pelo ódio do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e a morte… Mas, apesar de tudo isso, não se deixam vencer pelo pessimismo e pelo desespero pois sabem que Jesus vai “no meio deles”, oferecendo-lhes a sua paz e apontando-lhes o horizonte da Vida definitiva. É com esta certeza que caminhamos e que enfrentamos as tempestades da vida? Os outros homens e mulheres que partilham o caminho conosco descobrem Jesus, vivo e ressuscitado, através do testemunho de esperança que damos?
O Espírito Santo é o grande dom que Jesus ressuscitado faz à comunidade dos discípulos. É Ele que nos transforma, que nos anima, que faz de nós pessoas novas, que nos capacita para sermos testemunhas e sinais da Vida de Deus; é Ele que nos dá a coragem e a generosidade para continuarmos no mundo a obra de Jesus. No entanto, o Espírito só atua em nós se estivermos disponíveis para o acolher. Ele não se impõe nem desrespeita a nossa liberdade. Estamos disponíveis para acolher o Espírito? O nosso coração está aberto aos desafios que o Espírito constantemente nos lança?
A comunidade cristã gira em torno de Jesus, é construída à volta de Jesus e é de Jesus que recebe Vida, amor e paz. Sem Jesus, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Jesus, seremos um grupo de gente que se apoia em leis, que vive de ritos, que defende doutrinas e não a comunidade que vive e testemunha o amor de Deus; sem Jesus, estaremos divididos, mergulhados em conflitos estéreis, e não seremos uma comunidade de irmãos e de irmãs; sem Jesus, cairemos facilmente em caminhos errados e iremos beber a fontes que não matam a nossa sede de Vida… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte? Escutamos as suas palavras, alimentamo-nos d’Ele, vivemos d’Ele, estamos ligados a Ele como os ramos estão ligados à videira?
Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas, que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O sempre que nos reunimos em seu nome, em comunidade. É no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida, que fazemos a experiência da presença de Jesus vivo no meio de nós. O que é que a comunidade cristã significa para nós? Sentimo-nos bem a caminhar em comunidade, ou a nossa experiência de fé é uma experiência isolada, à margem da riqueza e dos desafios que a comunidade me oferece? E, neste âmbito, o que é que significa, para nós, a participação na celebração da Eucaristia, no “primeiro dia da semana”, o dia do encontro comunitário à volta da mesa de Jesus?
É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo; é com gestos de bondade, de misericórdia, de compaixão, de perdão que testemunhamos diante do mundo a Vida nova do Ressuscitado. Quem procura Cristo ressuscitado, encontra-O em nós? O amor de Jesus – amor total, universal e sem medida – transparece nos nossos gestos e na nossa vida?
Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
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'Era um irmão', diz freira que quebrou protocolo no velório do papa Francisco após visitar caixão pela 4ª vez
Irmã Geneviève Jeanningros, de 81 anos, é uma freira francesa que comanda projeto de acolhimento a minorias. Ela era amiga do pontífice e sua primeira visita ao caixão do papa viralizou.
Foto de arquivo: irmã Geneviève Jeanningros em audiência com o papa Francisco em 2018 — Foto: Vatican Media
Por Redação g1
“Era um pai, um irmão, um amigo. Vai fazer falta para todos”. Foi assim que se referiu ao papa Francisco a freira Geneviève Jeanningros, que ficou famosa por quebrar o protocolo durante o velório público do pontífice.
Geneviève falou com o serviço de imprensa do Vaticano após visitar a Basílica de São Pedro novamente nesta sexta-feira (25), sua quarta vez. "Muita gente me disse: quando for ver o Papa, leve a gente com você. Chorei também por eles", afirmou a freira.
"Irmãzinha de Jesus" e amiga de Francisco, a freira viralizou ao se aproximar do caixão do pontífice no primeiro dia do velório público, na quarta-feira. Auxiliada por um segurança, a irmã foi levada para o cordão de proteção, onde permaneceu alguns minutos. Ocasionalmente, ela levava a mão ao rosto e chorava a morte do amigo, enquanto observava o pontífice. (Saiba mais sobre a freira abaixo)
Freira que quebrou protocolo em velório do papa vive em trailer; conheça
Na visita desta sexta-feira, Geneviève foi acompanhada por Laura Esquibel, uma mulher trans paraguaia que conhecia do papa Francisco: "Fui a primeira mulher transexual a apertar a mão dele. Já o vi sete vezes, almoçamos juntos. Eu gostava muito dele". Segundo o Vaticano, o pontífice gostava das empanadas de Esquibel, e a mulher mandava o salgado para ele em algumas ocasiões.
Geneviève afirmou que foi procurada pela imprensa do mundo inteiro para dar entrevistas sobre o momento da quebra de protocolo. No entanto, ela recusou todos os pedidos, porque "não consegue" falar sobre o assunto. “Não, não consigo. Não quero falar com ninguém, me desculpem. Não consigo porque é demais, sabe? Eu gostava muito dele, é isso”, disse a freira ao Vaticano com seu forte sotaque francês sobre os pedido de entrevista.
'Irmãzinha de Jesus' e vive em trailer: conheça freira Geneviève
A freira amiga do papa Francisco que quebrou o protocolo e se aproximou do caixão é Geneviève Jeanningros, de 81 anos. Pouco tempo após o pontífice ser colocado na Basílica de São Pedro, a irmã foi levada para o cordão de proteção, onde permaneceu alguns minutos.
Parte da fraternidade Irmãzinhas de Jesus, Geneviève comanda um projeto que acolhe minorias sociais em Roma. Ela mora em um trailer na periferia da capital italiana e já chegou a levar pessoas a quem atende a audiências com Francisco no Vaticano.
"A religiosa conheceu o papa há algum tempo; ela escreveu para ele logo depois da eleição, relembrando a história de uma tia missionária na Argentina que desapareceu durante a 'Guerra Suja'", conta o Vatican News. "A correspondência nunca parou e Francisco, em uma audiência com artistas de rua, chegou a desejar a ela um feliz aniversário".
A irmã Geneviève, conta a agência do Vaticano, também levou familiares de um médico americano morto pela pandemia de Covid-19 a Roma para se encontrar com o papa, após ele ter tido o funeral católico recusado por ser homossexual.
Encontro emblemático com o papa
Em 2024, a irmã encontrou-se com o papa Francisco, na Audiência Geral, em junho, junto com um grupo formado por: homossexuais, transexuais, um casal de catequistas, uma jovem engajada na Pastoral Carcerária.
Na época, Geneviève afirmou que não conhecia as pessoas, mas que não perguntou a eles sobre sua orientação sexual.
"O que importa para a irmã Geneviève é 'ir aonde a Igreja tem mais dificuldade de ir', conforme desejava Charles de Foucauld, de quem as Irmãzinhas de Jesus herdaram o carisma", disse o Vatican News sobre o encontro. Fonte: https://g1.globo.com
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Pela lei peruana, presidente só pode sair do país após aprovação do Congresso. Pedido de Dina Boluarte foi vetado em votação na quarta, 23
Por Redação AFP
O Congresso do Peru recusou na quarta-feira, 23, o pedido da presidente Dina Boluarte para assistir ao funeral do papa Francisco no Vaticano. Pela lei peruana, o presidente não pode deixar o país sem autorização.
Após um breve debate, o parlamento, controlado por uma maioria de direita, negou o pedido. Foram 45 votos contrários, 40 a favor e uma abstenção.
A solicitação tinha sido feita na noite de terça-feira, 22. A presidente ficaria fora do país entre os dias 24 e 28 de abril para estar na Missa de Exéquias do papa no Vaticano (também conhecida como missa de corpo presente), como prevê o rito funerário católico. Fonte: https://www.estadao.com.br
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A verdade é que sua obra de amor, resistência e esperança precisa continuar
*Por Felipe Salto
O Papa Francisco exerceu uma liderança transformadora. Desde o início, ligou-se aos mais pobres. Seus escritos, ações e pastoreio desenvolveram-se a partir da ideia fundadora do cristianismo: o amor ao próximo. Não apenas nos atos individuais, mas na política, na economia, na causa ambiental e na ação social.
Na encíclica “Laudato si”, publicada por Francisco em 2015, apresenta-se uma visão ampla e profunda sobre a economia, o meio ambiente, a vida em sociedade e a responsabilidade de cada um e das instituições na construção de um mundo novo; menos injusto e mais fraterno.
A solidariedade universal, para ele, não se desvincula do cotidiano de cada um, da responsabilidade individual, do papel e do valor inestimável das pessoas, com suas diferenças, dificuldades e idiossincrasias. Da mesma forma, apenas o indivíduo não basta. A amizade social é a ideia-força central em Francisco. Trata-se do amor como um sentimento que transcende a esfera individual. Objetiva-se a luta coletiva por uma realidade política, social e econômica agregadora, para além do assistencialismo, como ele mesmo coloca.
Escreveu que “a simples proclamação da liberdade econômica, enquanto as condições reais impedem que muitos possam efetivamente ter acesso a ela e, ao mesmo tempo, se reduz o acesso ao trabalho, torna-se um discurso contraditório (...)”. Essa liberdade serve a quem, se as instituições e o modelo econômico preservam e ampliam segregações e desigualdades?
Destacou, assim, a importância da atividade econômica, mas voltada aos objetivos permeados pela fraternidade e pela amizade social. Ora, quer discussão mais atual, dado o encantamento, por vezes, tão direto e fácil com as inteligências artificiais e seus aparatos? A quem servirá ou a quem serve um modelo em que os eficientes, os considerados bons, capazes e desenvolvidos são integrados e participam da vida, têm sua dignidade, isto é, seu trabalho, ao passo que os demais ficam à margem?
A defesa do trabalho tem a ver com a dignidade humana, antes de tudo. Pode haver beleza na vida em sociedade apenas pelo progresso? Para Francisco, precisa-se de um desenvolvimento econômico como espécie de processo integrador de realidades culturais, sociais, políticas e regionais distintas.
A esse respeito, na encíclica publicada em 2020, “Fratelli tutti”, Francisco argumenta que, “numa sociedade realmente desenvolvida, o trabalho é uma dimensão essencial da vida social, porque não é só um modo de ganhar o pão, mas também um meio para o crescimento pessoal, para estabelecer relações sadias, expressar-se a si próprio, partilhar dons, sentir-se corresponsável no desenvolvimento do mundo e, finalmente, viver como povo.”
Em algumas ocasiões, as encíclicas flagram o próprio autor colocando-se à prova, no sentido de questionar-se sobre o caráter utópico de suas análises. Ato contínuo, no entanto, mostrava, por meio de propostas, os caminhos. Descreveu, por exemplo, a importância de instituições de caráter mundial e de como reformá-las para aprimorar ou corrigir sua atuação em busca do bem comum, de uma economia próspera, mas solidária.
A aparentemente surrada ideia do bem comum, aliás, renasceu à luz da tese do amor ao próximo no enredo de Francisco. Apegou-se à conhecida parábola do Bom Samaritano, na encíclica “Fratelli tutti”, para evidenciar a amplitude da caridade. Não apenas aquela contida no gesto pessoal, tão valioso, mas também a derivada da transformação do ato de cada um em ação política – de grupos, de instituições e de países.
Dizia ele na encíclica “Laudato si”: “(...) O bem comum requer a paz social, isto é, a estabilidade e a segurança de uma certa ordem, que não se realiza sem uma atenção particular à justiça distributiva, cuja violação gera sempre violência. Toda a sociedade – e, nela, especialmente o Estado – tem obrigação de defender e promover o bem comum.”
O tempo de Francisco, para a Igreja e os católicos, propiciou união, abertura ao novo e resgate dos ideais verdadeiramente cristãos. Falo da amizade social, da fraternidade, da solidariedade, da tolerância e de sua atuação repleta desses propósitos. Reaproximou a Igreja dos seus, acolheu os marginalizados e, sobretudo, desmontou os farisaísmos internos.
O quinto capítulo do texto “Fratelli tutti” termina com provocação de que a ação política pode levar a “perguntas dolorosas”, passado o tempo de cada um. São elas: “Quanto amor coloquei no meu trabalho? Em que fiz progredir o povo? Que marcas deixei na vida da sociedade? Que laços reais construí? Que forças positivas desencadeei? Quanta paz social semeei? Que produzi no lugar que me foi confiado?”
A análise do tempo de Francisco propicia as melhores respostas para essas indagações.
Contudo, vale dizer, seu tempo ainda não acabou. A verdade é que sua obra de amor, resistência e esperança precisa continuar. Fonte: https://www.estadao.com.br
*Economista-chefe da Warren Investimentos, membro do Conselho Superior de Economia da Fiesp, foi secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Felipe Scudeler Salto escreve quinzenalmente na seção Espaço Aberto
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1) Oração
Ó Deus, que reunistes povo tão diversos no louvor do vosso nome, concedei aos que renasceram nas águas do batismo ter no coração a mesma fé e na vida a mesma caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 35-48)
35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. 38Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sois as testemunhas destas coisas.
3) Reflexão
Nestes dias depois da Páscoa, os textos do evangelho relatam as aparições de Jesus. No início, nos primeiros anos depois da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos não se preocupavam em defender a ressurreição por meio das aparições. Eles mesmos, a comunidade viva, era a grande aparição de Jesus ressuscitado. Mas na medida em que cresciam as críticas dos inimigos contra a fé na ressurreição e que, internamente, surgiam críticas e dúvidas a respeito das várias funções nas comunidades (cf. 1Cor 1,12), eles começaram a lembrar as aparições de Jesus. Há dois tipos de aparições: (1) as que acentuam as dúvidas e resistências dos discípulos em crer na ressurreição, e (2) as que chamam a atenção para as ordens de Jesus aos discípulos e discípulas conferindo-lhes alguma missão. As primeiras respondem às críticas vindas de fora. Elas mostram que os cristãos não são pessoas ingênuas e crédulas que aceitam qualquer coisa. Pelo contrário. Eles mesmos tiveram muitas dúvidas em crer na ressurreição. As outras respondem às críticas de dentro e fundamentam as funções e tarefas comunitárias não nas qualidades humanas sempre discutíveis, mas sim na autoridade e nas ordens recebidas do próprio Jesus ressuscitado. A aparição de Jesus narrada no evangelho de hoje combina os dois aspectos: as dúvidas dos discípulos e a missão de anunciar e perdoar recebida de Jesus.
Lucas 24,35: O resumo de Emaús. De retorno a Jerusalém, os dois discípulos encontram a comunidade reunida e comunicam a experiência que tiveram. Narram o que aconteceu no caminho e como reconheceram Jesus na fração do pão. A comunidade reunida, por sua vez, comunica a eles como Jesus aparecera a Pedro. Foi uma partilha mútua da experiência de ressurreição, como até hoje acontece quando as comunidades se reúnem para partilhar e celebrar sua fé, sua esperança e seu amor.
Lucas 24,36-37: A aparição de Jesus causa espanto nos discípulos. Neste momento, Jesus se faz presente no meio deles e diz: “A Paz esteja com vocês!” É a saudação mais freqüente de Jesus: “A Paz esteja com vocês!” (Jo 14,27; 16,33; 20,19.21.26). Mas os discípulos, ao verem Jesus, ficam com medo. Eles se espantam e não reconhecem Jesus. Diante deles está o Jesus real, mas eles imaginam estar vendo um espírito, um fantasma. Há um desencontro entre Jesus de Nazaré e Jesus ressuscitado. Não conseguem crer.
Lucas 24,38- 40: Jesus os ajuda a superar o medo e a incredulidade. Jesus faz duas coisas para ajudar os discípulos a superar o espanto e a incredulidade. Ele mostra as mãos e os pés, dizendo: “Sou eu!”, e manda apalpar o corpo, dizendo: “Espírito não tem carne nem osso como vocês estão vendo que eu tenho!” Jesus mostra as mãos e os pés, porque é neles que estão as marcas dos pregos (cf. Jo 20,25-27). O Cristo ressuscitado é Jesus de Nazaré, o mesmo que foi morto na Cruz, e não um Cristo fantasma como imaginavam os discípulos ao vê-lo. Ele mandou apalpar o corpo, porque a ressurreição é ressurreição da pessoa toda, corpo e alma. A ressurreição não tem nada a ver com a teoria da imortalidade da alma, ensinada pelos gregos.
Lucas 24,41-43: Outro gesto para ajuda-los a superar a incredulidade. Mas não bastou. Lucas diz que por causa de tanta alegria eles não podiam crer. Jesus pede que lhe dêem algo para comer. Eles deram um pedaço de peixe e ele comeu diante deles, para ajuda-los a superar a dúvida.
Lucas 24,44-47: Uma chave de leitura para compreender o sentido novo da Escritura. Uma das maiores dificuldades dos primeiros cristãos era aceitar um crucificado como sendo o messias prometido, pois a própria lei de Deus ensinava que uma pessoa crucificada era “um maldito de Deus” (Dt 21,22-23). Por isso, era importante saber que a própria Escritura já tinha anunciado que “o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome fosse proclamado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações”. Jesus mostrou a eles como isto já estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Jesus ressuscitado, vivo no meio deles, se torna a chave para abrir o sentido total da Sagrada Escritura.
Lucas 24,48: Vocês são testemunhas disso. Nesta ordem final está toda a missão das comunidades cristãs: ser testemunha da ressurreição, para que se torne manifesto o amor de Deus que nos acolhe e nos perdoe, e quer que vivamos em comunidade como seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros.
4) Para um confronto pessoal
1) Às vezes, a incredulidade e a dúvida se aninham no coração e procuram enfraquecer a certeza que a fé nos dá a respeito da presença de Deus em nossa vida. Você já viveu isto alguma vez? Como o superou?
2) Ser testemunha do amor de Deus revelado em Jesus é a nossa missão, a minha missão. Será que eu sou?
5) Oração final
Ó SENHOR, nosso Deus, como é glorioso teu nome em toda a terra! Sobre os céus se eleva a tua majestade! Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares? (Sl 8, 2.5)
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