1) Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas.

 

3) Reflexão Lucas 11, 29-32

O evangelho de hoje traz uma acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus lhes desse um sinal, pois não acreditavam nos sinais e milagres que ele estava realizando. Esta acusação de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias (até sexta feira, 13 de outubro). Ao meditarmos estes evangelhos, devemos tomar muito cuidado para não generalizar a acusação de Jesus como se fosse dirigida contra todo o povo judeu. No passado, a ausência deste cuidado contribuiu, lamentavelmente, para aumentar em nós cristãos o anti-semitismo que tantos males trouxe à humanidade ao longo dos séculos. Em vez de levantarmos o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor olharmos no espelho dos textos para perceber neles o fariseu que vive escondido na nossa igreja e em cada um de nós, e que merece a mesma crítica da parte de Jesus.

Lucas 11, 29-30: O sinal de Jonas

“Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”. O evangelho de Mateus informa que eram os escribas e os fariseus que pediram um sinal (Mt 12, 38). Queriam que Jesus realizasse para eles um sinal, um milagre, para que pudessem verificar se ele era mesmo o enviado de Deus conforme eles o imaginavam. Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Queriam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo deles. Não havia neles abertura para uma possível conversão. Mas Jesus não se submeteu ao pedido deles. O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura bonita a quem não quer abrir os olhos. O único sinal que lhe será dado é o sinal de Jonas. “De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração”. Como será este sinal do Filho do Homem? O evangelho de Mateus responde: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é o sinal que, futuramente, vai ser dado aos escribas e fariseus. Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que nele acreditarem. O sinal que converte não são os milagres, mas sim o testemunho de vida!

Lucas 11,31: Salomão e a rainha do Sul

A alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez lembrar a conversão da Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão". Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que reconheceu a sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo. Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.

Lucas 11,32: Aqui está quem é maior do que Jonas

Depois da digressão sobre Salomão e a Rainha de Sabá, Jesus volta a falar do sinal de Jonas: “No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O povo de Nínive se converteu diante do testemunho da pregação de Jonas e vai denunciar a incredulidade dos escribas e dos fariseus. Pois “aqui está quem é maior do que Jonas”. Jesus é maior que Jonas, maior que Salomão. Para nós cristãos, ele é a chave principal para a escritura (2Cor 3,14-18).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus criticou os escribas e os fariseus que chegavam a negar a evidência, tornando-se incapazes de reconhecer o apelo de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu: merecemos a mesma crítica de Jesus?

2) Nínive se converteu diante da pregação de Jonas. Os escribas e fariseus não se converteram. Hoje, os apelos da realidade provocam mudança e conversão nos povos do mundo inteiro: ameaça ecológica, urbanização que desumaniza, consumismo que massifica e aliena, injustiças, violência, etc. Muitos de nós cristãos vivemos alheios a estes apelos de Deus que vem da realidade.

 

5) Oração final

Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)

 

O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção

O Ministério Público da Paraíba investiga compras de imóveis, veículos e passagens aéreas utilizando recursos do Hospital Padre Zé desde agosto deste ano, envolvendo o uso de notas frias. A denúncia, recebida anonimamente pela promotoria de saúde, expõe um amplo esquema de corrupção envolvendo não apenas a unidade de saúde, mas também o Instituto São José e a Ação Social Arquidiocesana. O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção.

Diante dessas evidências, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação “Indignus”, voltada para a investigação do padre Egídio de Carvalho Neto e duas ex-funcionárias do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas e Amanda Duarte, esta última ocupando o cargo de ex-tesoureira.

Segundo a apuração da investigação, os desvios vêm ocorrendo desde que o Padre Egídio assumiu a direção da unidade de saúde, há aproximadamente 12 anos. As verbas desviadas eram destinadas a uma série de finalidades questionáveis, incluindo o custeio de passagens aéreas para amigos do religioso, reformas suntuosas e aquisições luxuosas para a igreja na qual Egídio atuava como pároco, localizada no bairro Jardim Cidade Universitária.

A operação também revelou a compra de um veículo de alto padrão com fundos destinados ao combate à Covid-19.

 

Principais Acusações:

-Pagamento de passagens aéreas para amigos utilizando recursos do hospital;

-Compra excessiva e frequentemente sobrevalorizada de passagens aéreas, custeadas pelo hospital;

-Aquisição de um sistema de som em São Paulo, em nome do hospital, avaliado em mais de R$ 300 mil;

-Compra de luminárias de alto padrão com dinheiro do hospital para imóveis do padre;

-Reforma completa da paróquia, incluindo luminárias, imagens religiosas, pisos e decoração, financiada pelo hospital;

-Aquisição de uma camioneta S10 com verbas destinadas ao combate à Covid-19, em valor atualizado de R$ 234.360,00.

Além disso, uma nota fiscal em nome do padre Egídio detalha gastos com iluminação superiores a R$ 90 mil.

 

Patrimônio de Luxo em Diferentes Localidades:

A denúncia expõe a existência de 16 imóveis registrados em nome do padre Egídio e terceiros, suspeitos de serem laranjas, com transferências que totalizam R$ 200 mil, provenientes do Hospital Padre Zé. Entre esses bens, destaca-se uma propriedade na praia do Cabo Branco, adquirida com “600 mil reais entregues em mãos pela funcionária, com verbas da Ação Social Arquidiocesana e do hospital”.

Para dissipar os fundos das entidades, eram emitidas notas fiscais fictícias, alegando aquisição de alimentos e insumos que nunca foram entregues. Fonte: https://www.portalnoticiaja.com

Felippe Valadão ficou preso em Jerusalém com mais de 100 fieis. Em lives e cultos, líder religioso de igreja deu crédito da volta ao país ao deputado Áureo Ribeiro

 

 

O pastor Felippe Valadão em live e em culto na Igreja Lagoinha — Foto: Reprodução

 

Luísa Marzullo 

— Rio de Janeiro

Após ter sido resgatado de Israel, onde ficou preso em Jerusalém com um grupo de 103 fiéis, o pastor Felippe Valadão tem dito em cultos e transmissões ao vivo nas suas redes sociais que o presidente Lula (PT) "nada tem a ver" com a sua repatriação. Valadão chegou ao Brasil na última quarta-feira em um voo comercial. No entanto, toda a operação de resgate em Israel, desde o início do conflito com o grupo terrorista Hamas, envolve a coordenação do Itamaraty junto ao Ministério da Defesa.

De acordo com o pastor que lidera a Igreja Batista Lagoinha em Niterói, na região metropolitana do Rio, o responsável por esta repatriação é o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e não governo federal.

— Eu falei meu amigo, eu nunca pedi nada. Eu só peço a você arrumar um avião. Tira a gente daqui, pelo amor de Deus, dá um jeito. Esse cara (em referência ao deputado Áureo) não dormiu enquanto ele não movimentou o Itamaraty e a FAB para buscar. Quem foi a pessoa que ativou tudo lá dentro foi esse homem. Obrigado meu irmão, obrigado de coração — disse o pastor, durante uma celebração na Lagoinha.

Na campanha eleitoral de 2022, o pastor André Valadão, um dos líderes da Lagoinha, apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo que intensificou críticas ao então candidato Lula. Já Felippe Valadão chegou a declarar em postagem no início do ano passado, que votaria em Bolsonaro por falta de opção, pois o “resto é tudo lixo do mesmo que já tinha antes”.

Além das falas dentro da igreja, no Instagram, o líder religioso repetiu a mesma versão em uma transmissão ao vivo:

—Vou deixar claro que Lula não tem nada a ver com o envio da Força Aérea Brasileira para nos resgatar em Israel. Fomos escolhidos, a nossa caravana, para ir no primeiro voo da FAB. A gente tinha o direito, mas como muita gente perdeu o voo e não tinha condição financeira de comprar outra passagem, a gente optou por deixar que as outras pessoas fossem primeiro — afirmou.

Quando os ataques começaram em Israel, no último dia 7, o grupo de Felippe Valadão ficou preso sem poder sair do hotel, que ficava localizado no Centro de Jerusalém. Os fieis deixaram o estabelecimento apenas no dia 10, quando seguiram para o aeroporto e conseguiram retornar ao Brasil. Fonte: https://oglobo.globo.com

Aborto sim. Aborto não

O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade

 

Dm Odilo Pedro Scherer

Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreve mensalmente na seção Espaço Aberto

No Supremo Tribunal Federal (STF) está em pauta a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 442/2017, que pleiteia o aborto legal até a 12.ª semana de gestação. Em palavras pobres, os ministros do STF deverão se pronunciar se até o 3.º mês da gestação de um ser humano a Constituição (“preceito fundamental”) pode ser descumprida. A questão levanta novamente o debate em torno da delicada questão do aborto, que não tem conseguido passar pela aprovação do Congresso Nacional e, agora, demanda uma decisão complexa dos ministros da Suprema Corte.

Há quem afirme que até o 3.º mês de gestação ainda não se pode afirmar que há um ser humano vivo, o que só seria possível a partir da formação do sistema nervoso central. Portanto, antes disso, o feto seria comparável ao adulto em estado vegetativo, que não tem reações neurológicas, não sente nem responde a estímulos. Minha consideração é se, do ponto de vista da ciência, isso pode ser afirmado a respeito do feto até o 3.º mês de gestação.

Há uma diferença fundamental entre um feto em desenvolvimento e um adulto em estado vegetativo. Neste, trata-se da vida em fase terminal, enquanto no feto a vida está num desenvolvimento ordenado em vista do amadurecimento da gestação e do nascimento. Fazer um aborto até a 12.ª semana de gestação não é o mesmo que desligar os aparelhos que mantêm alguém vivo mecanicamente.

De maneira até mais radical, há quem diga que até a 12.ª semana de gestação ainda não se pode falar propriamente de um ser humano, mas de um conjunto de células e funções que, depois, podem se tornar um ser humano. Aqui, entramos na complexa discussão antropológica sobre o início do ser humano.

Deixando de lado considerações acadêmicas, penso que a questão possa ser resolvida de maneira adequada a partir do bom senso e da ciência. Por que duvidar de que, quando se unem óvulo e espermatozoide e se inicia a multiplicação celular, já se tem o início de um novo ser humano? Não vale o mesmo quando se trata de outros mamíferos? Não é minimamente razoável pensar que, até certo momento da gestação, haveria no útero da mulher algo indefinido que, só depois, viria a se definir como um ser humano. Eis porque, também desde o primeiro instante da existência de um novo ser humano, este deve ser respeitado, protegido, especialmente quanto ao seu direito de existir e de viver.

O aborto seria um direito e uma livre escolha da mulher, única senhora do seu corpo? Esse argumento não leva em conta que, na gravidez, não há apenas o corpo da mulher, mas também o de um outro, que está abrigado e sendo formado dentro dela. O embrião, feto ou bebê, embora dependa inteiramente do corpo da mãe que o gera, não é parte do corpo dela, como são seus braços ou seu fígado. Portanto, na decisão de abortar, é preciso levar em conta este outro e o primeiro de todos os direitos dele: o de existir e de viver. Sendo este outro ainda frágil e indefeso, ele deve ser tutelado pela mãe e também pela sociedade, por meio de leis do Estado, sem relegar essa decisão ao arbítrio individual de quem quer que seja.

Uma gravidez indesejada dá o direito ao aborto? Muitas gestações iniciam sem terem sido planejadas ou desejadas e a mulher pode enfrentar situações difíceis. No entanto, a gravidez é resultante de um curso da natureza, que pode ser controlado mediante a vontade e a vida regrada. Mas o recurso ao aborto, neste caso, é sobrepor a vontade de alguém adulto sobre o direito à vida de um inocente e indefeso. Não é boa solução resolver um problema criando um outro ainda maior.

A gravidez indesejada pode ser prevenida. Mas a perda da vida de outro ser humano é irreparável. Mesmo não planejado ou desejado no início, o filho é sempre um bem em si mesmo e pode ser acolhido e amado. Além disso, se os bebês indesejados puderem ser eliminados, o que impede, nessa mesma linha de raciocínio, concluir que certas pessoas indesejadas por nós ou pela sociedade também possam ser eliminadas? Alguns regimes autoritários já fizeram isso e merecem a execração geral de quem preza a dignidade da humana condição.

Já existem muitos pobres e famintos pelo mundo e não se deveria fazer nascer ainda mais outros? Sinceramente, seguindo essa lógica, pais pobres não deveriam gerar filhos e pobres não deveriam ter o direito de nascer. Não é preciso argumentar. Aborto é questão de saúde pública? Ora, seria boa política de saúde pública tornar legal a supressão de inocentes e indefesos? Há quem argumente: o aborto já é feito por muitos. Por que não legalizar? Seria bom legalizar o roubo, só porque há muitos ladrões?

O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade. O papa Francisco observou recentemente que o aborto não é, antes de tudo, questão de religião, mas de humanidade. Em todo caso, os religiosos também são cidadãos e têm o direito de se manifestar.

*CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO. Fonte: https://www.estadao.com.br

Imagem foi encontrada no fundo do Rio Paraíba há mais de 300 anos e existem versões distintas sobre processo de enegrecimento da Santa, que originalmente era branca.

 

 Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 12 de outubro por fiéis — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida

 

Por g1 Vale do Paraíba e região

Encontrada no fundo do rio por três pescadores há mais de 300 anos, Nossa Senhora Aparecida se tornou símbolo de fé e carrega o título de Padroeira do Brasil.

Por não haver registros em documentos oficiais da época, existem muitas dúvidas sobre o episódio de encontro da imagem. Uma das principais delas é: por que a padroeira do Brasil é negra?

Apesar de não haver comprovação oficial, historiadores têm duas principais hipóteses para isso. O único consenso é de que se tratava originalmente de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que é branca e passou por um processo de enegrecimento.

 

Velas

A historiadora Tereza Pasin, autora do livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida’, afirma que uma das principais hipóteses para a Santa ter o tom escurecido - mais precisamente cor de canela ou castanho escuro, segundo ela - são as velas que sempre cercaram a imagem.

Ela conta que a imagem original se tratava de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Por isso, no Brasil Colônia foram produzidas muitas imagens de Conceição.

Pasin afirma que a confecção da imagem encontrada aconteceu em um mosteiro de Santana de Paranaíba, no interior de São Paulo, com barro paulista, por volta de 1.650, cerca de 70 anos antes de ter sido encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1.717.

“Ela ficava nos altares de fazendas e oratórios, cercada por velas, que foram escurecendo-a. A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para ter deixado a cor negra”, explica a historiadora.

Ainda de acordo com ela, a energia elétrica só foi chegar ao país perto de 1.880, ou seja, até mesmo depois de ter sido encontrada, a imagem passou muito tempo em contato com velas.

“Ficava o tempo inteiro sem proteção, cercada por velas, que eram primitivas e tinham uma fumaça muito escura. Isso com certeza escureceu o tom.”

 

Tempo embaixo d’água

Não se sabe quanto tempo exatamente a imagem de Nossa Senhora ficou submersa no Rio Paraíba do Sul e nem como ela foi parar lá - a principal hipótese, nesse caso, é que tenha sido descartada por alguém por estar quebrada.

Apesar disso, o fato do encontro ter acontecido no rio sustenta um outro motivo atribuído ao escurecimento da imagem. Segundo a historiadora e devota Rachel Abdala, o contato com a água fez a confecção perder boa parte da tinta.

“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro”, conta.

Apesar de não ter sido algo intencional, a imagem negra foi aceita pelo país, formado por muitas pessoas negras, que se sentiram identificadas. Com isso, Nossa Senhora Aparecida acabou se tornando também o símbolo de acolhimento.

"A cor mais propriamente de canela foi muito aceita principalmente pelos povos negros, como os quilombos. Então ela nunca foi pintada e acabou mantida dessa maneira", diz Abdala.

"Desde sempre se soube que a imagem de Nossa Senhora Aparecida era negra. Não foi algo descoberto. Não há dúvidas de que ela é negra. A imagem está ali, no nicho do Santuário Nacional, e fala por si só," completa Tereza Pasin. Fonte: https://g1.globo.com

 

1) Oração

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 10,38-42)

38Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!” 41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. 42No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

 

3) Reflexão   Lucas 10, 38-42

O evangelho de hoje traz o episódio de Marta e Maria, as duas irmãs de Lázaro. Maria, sentada aos pés de Jesus escutava a sua palavra. Marta, na cozinha, ocupada nos afazeres domésticos. Esta família amiga de Jesus é mencionada somente nos evangelho de Lucas (Lc 10,38-41) e de João (Jo 11,1-39; 12,2).

Lucas 10,38: A casa amiga em Betânia

“Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa”.  Jesus está a caminho para Jerusalém, onde será preso e morto. Ele chega na casa de Marta que o recebe. Lucas não diz que a casa de Marta ficava em Betânia. É João que nos faz saber que a casa de Marta ficava em Betânia, perto de Jerusalém. A palavra Betânia significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre no alto do Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Quando ia a Jerusalém Jesus costumava passar na casa de Marta, Maria e Lázaro (Jo 12,2)

É impressionante verificar como Jesus entrava e vivia nas casas do povo: na casa de Pedro (Mt 8,14), de Mateus (Mt 9,10), de Jairo (Mt 9,23), de Simão o fariseu (Lc 7,36), de Simão o leproso (Mc 14,3), de Zaqueu (Lc 19,5). O oficial reconhece: “Não sou digno de que entres em minha casa” (Mt 8,8). O povo procurava Jesus na casa dele (Mt 9,28; Mc 1,33; 2,1; 3,20). Os quatro amigos do paralítico tiram o telhado para fazer baixar o doente dentro da casa onde Jesus estava ensinando o povo (Mc 2,4). Quando ia a Jerusalém, Jesus parava em Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro (12,2). No envio dos discípulos e discípulas a missão deles é entrar nas casas do povo e levar a paz (Mt 10,12-14; Mc 6,10; Lc 10,1-9).

Lucas 10,39-40: A atitude das duas irmãs

“Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres”. Duas atitudes importantes, sempre presentes na vida dos cristãos: estar atenta à Palavra de Deus e estar atenta às necessidades das pessoas. Cada uma destas duas atitudes exige atenção total. Por isso, as duas vivem em tensão contínua que se expressa na reação de Marta: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!". Expressa-se também na reação dos apóstolos diante do problema que surgiu na comunidade de Jerusalém. O serviço à mesa das viúvas estava tomando todo o tempo deles e já não podiam dedicar-se inteiramente ao anúncio da Palavra. Por isso, eles reuniram a comunidade e disseram: “Não é correto que deixemos a pregação da palavra de Deus para servir às mesas” (At 6,2).

Lucas 10,41-42: A resposta de Jesus

"Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada."  Marta queria que Maria sacrificasse sua atenção à palavra para ajuda-la no serviço da mesa. Mas não se pode sacrificar uma atitude em favor da outra. O que é preciso é alcançar o equilíbrio. Não se trata de escolher entre vida contemplativa e vida ativa, como se aquela fosse melhor que esta. Trata-se de encontrar a justa distribuição das tarefas apostólicas e dos ministérios dentro da comunidade. Baseando-se nesta palavra de Jesus, os apóstolos pediram à comunidade que escolhesse sete diáconos (servidores). O serviço das mesas foi entregue aos diáconos e assim os apóstolos podiam continuar a sua atividade pastoral: “dedicar-se inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4). Não se trata de encontrar nesta palavra de Jesus um argumento para dizer que a vida contemplativa nos mosteiros é superior à vida ativa dos que labutam na pastoral. As duas atividades tem a ver com o anúncio da Palavra de Deus. Marta não pode exigir que Maria sacrifique a atenção à palavra.  Bonita é a interpretação do místico medieval, o frade dominicano Mestre Eckart que dizia: Marta já sabia trabalhar e servir às mesas sem prejudicar em nada sua atenção à presença e à palavra de Deus. Maria, assim ele diz, ainda estava aprendendo junto de Jesus. Por isso, ela não podia ser interrompida. Maria escolheu o que para ela era a melhor parte. A descrição da atitude de Maria diante de Jesus evoca a outra Maria, da qual Jesus dizia: “Felizes os que ouvem a Palavra e a colocam em prática” (Lc 11,27).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você equilibra na sua vida o desejo de Maria e a preocupação de Marta?

2) À luz da resposta de Jesus para Marta, os apóstolos souberam encontrar uma solução para o problema da comunidade de Jerusalém. A meditação das palavras e gestos de Jesus me ajuda a iluminar os problemas da minha vida?

 

5) Oração final

As obras de suas mãos são verdade e justiça, imutáveis os seus preceitos, irrevogáveis pelos séculos eternos, instituídos com justiça e eqüidade. (Sl 110, 7-8)

 

1) Oração

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  - Lucas 10,13-16  (Mt 11,20-24)

13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês.   15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!  16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou."

 

3) Reflexão   Lucas 10,13-16  (Mt 11,20-24)

O evangelho de hoje dá continuidade ao envio dos setenta e dois discípulos e discípulas (Lc 10,1-12). No final deste envio Jesus falava de sacudir o pó dos sapatos quando os missionários não fossem bem recebidos (Lc 10,10-12). O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.

Lucas 10,13-14: Ai de você Corazin e Betsaida!

O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galiléia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazin. Foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus para mudar de vida. “Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas”. Jesus compara as duas cidades com Tiro e Sidônia que, no passado, foram inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas mesmas cidades, símbolos de toda a malvadeza feita ao povo no passado, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Cozain e Betsaida.

Lucas 10,15: Ai de você Cafarnaum!

“Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!”  Jesus evoca a condenação que o profeta Isaías lançou contra a Babilônia. Orgulhosa e prepotente, Babilônia pensava: ”Vou subir até o céu, vou colocar meu trono acima das estrelas de Deus; vou sentar-me na montanha da Assembléia, no cume da montanha celeste. Subirei até as alturas das nuvens e me tornarei igual ao Altíssimo" (Is 14,13-14). Pensava! Mas enganou-se redondamente. Aconteceu o contrário. Diz o profeta: “Agora, aí está você precipitado na mansão dos mortos, nas profundezas do abismo” (Is 14,15). Jesus compara Cafarnaum a esta terrível Babilônia que destruiu monarquia e o templo e levou o povo para o cativeiro do qual nunca mais se recuperou. Como Babilônia, Cafarnaum pensava ser alguma coisa, mas foi parar no inferno mais profundo. O evangelho de Mateus compara Cafarnaum com a cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, que foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). Sodoma teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum (Mt 11,23-24). Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.

Lucas 10,16: Quem rejeita vocês, rejeita a mim!

“Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou."  A frase acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto rejeitado pelas autoridades. Em Mateus a mesma frase de Jesus, colocada em outro contexto, acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto acolhido pelo povo (Mt 10,40). Tanto num como noutro, é na doação total de si que os discípulos se identificam com Jesus e que se realiza o encontro deles com Deus, e que Deus se deixa encontrar por quem o procura.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazim e Betsaida?

2) Como me identifico com Jesus?

 

5) Oração final

Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice. Nas tuas mãos, a minha porção. (Sl 15, 1-2.5)

Santa Sé ainda precisa aprovar o pedido, mas o pároco Ferdinando Henrique Pavan Rubio já deixou funções. Direito Canônico proíbe relacionamentos amorosos e casamentos de religiosos.

 

Padre Ferdinando Henrique Paiva Rubio pediu dispensa da Igreja Católica após informar a Diocese de Franca (SP) que vai ser pai — Foto: Reprodução/Pastoral Vocacional de Franca

 

Por g1 Ribeirão Preto e Franca

A Diocese de Franca (SP) informou nesta quinta-feira (5) que dispensou um padre das obrigações sacerdotais e do celibato depois que o religioso informou que vai ser pai.

De acordo com a entidade, o pedido de dispensa partiu do próprio padre Ferdinando Henrique Pavan Rubio. O g1 falou com o religioso, mas ele preferiu não comentar o assunto.

"A causa foi o envolvimento com uma pessoa, que resultou numa gravidez. A Igreja orienta que o sacerdote assuma a sua obrigação de paternidade", comunicou a Diocese, em nota.

No início de setembro, a Cúria Diocesana de Franca publicou comunicado informando que o bispo Dom Paulo Roberto Beloto havia acolhido o pedido de dispensa do padre Ferdinando das obrigações clericais e de celibato, mas não informou o motivo.

“Mediante isso, acima de quaisquer especulações, unamo-nos em oração por este nosso irmão, a fim de que ele seja feliz nesta nova etapa de sua vida”, publicou a Diocese em seu perfil oficial no Instagram.

Com a dispensa, padre Ferdinando já deixou todas as funções que exercia à frente da Paróquia Santa Luzia em Franca.

Agora, ele deve recorrer ao Vaticano para validar a dispensa. Segundo o Direito Canônico, que rege a Igreja Católica, padres não podem ter relacionamentos amorosos nem se casar.

"Ele deixou de exercer o ministério sacerdotal e as suas funções pastorais. Está suspenso de Ordens, até que obtenha o rescrito [nome dado a um ato administrativo baixado por escrito pelo Papa] proveniente da Santa Sé."

Ferdinando é natural de São José da Bela Vista (SP) e foi ordenado padre há oito anos. Ele era um dos líderes espirituais da Paróquia Santa Luzia, no bairro São Joaquim, desde janeiro de 2023. Antes, ele havia passado pelas paróquias São Pedro, no bairro Vila Europa, e Santa Gianna, em Franca. Ele também foi reitor do Seminário Propedêutico. Fonte: https://g1.globo.com

Líder da igreja Vida Nova criticava estátua colocada na entrada de Bastos (SP)

 

Estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos (SP) - Divulgação

 

Anna Virginia Balloussier

SÃO PAULO

Contrariado com a instalação de uma estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos, cidade do interior paulista a 550 km da capital, um pastor evangélico chamou um dos maiores símbolos do catolicismo nacional de "Satanás fantasiado de azul".

Líder na igreja Vida Nova, Sérgio Fernandes se disse "indignado com usarem dinheiro público" na escultura. O episódio de intolerância religiosa, registrado em vídeo, aconteceu durante um culto no domingo (1º).

"Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa", disse em sua pregação. "Não tem nada a ver com a gente."

A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.

O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.

"Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Não traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, porque o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito."

Numa rede social, Fernandes se retratou pelos "excessos cometidos" e disse que, ao seu ver, "verbas públicas devem ser guardadas pela laicidade do Estado, não promovendo nenhuma vertente religiosa".

Ataques similares, no passado, já desgastaram a relação entre os dois maiores blocos religiosos do Brasil. O auge da animosidade foi em 1995, quando um bispo da Igreja Universal desferiu pontapés numa estátua de Aparecida. Sérgio Von Helder a descreveu, na ocasião, como "um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado".

Conhecido como "chute na santa", o arroubo dominou o noticiário de um Brasil ainda predominantemente católico e chegou a motivar ataques a templos da Universal.

Uma das representações de Maria, a mãe de Jesus, Aparecida foi instituída padroeira do Brasil em 1931, pelo pouco religioso Getúlio Vargas —que, em sua formatura na faculdade de direito, fustigou a moral cristã como "contrária à natureza humana". Os ataques do pastor de Bastos vieram a duas semanas do 12 de outubro, dia dedicado à santa no calendário nacional.

O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB), reagiu à fala do líder religioso. "Não precisava polêmica nenhuma diante de uma situação pra nós tão normal", afirma, apontando que a maioria dos municípios brasileiros "têm homenagens aos santos, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo".

A estátua que enervou Fernandes foi colocada num gramado bastense na semana passada. Rosa diz que alguns evangélicos, reclamando que até há uma praça da Bíblia na cidade, porém pequena demais, propuseram um tributo ao livro sagrado do cristianismo.

E de fato o pedido foi atendido: além de Aparecida, há na chegada a Bastos a escultura de uma Bíblia e de uma pomba branca, representação do Espírito Santo.

"Tentamos fazer o melhor possível num espaço ecumênico por entendermos que as religiões podem e devem conviver pacificamente", afirma o prefeito. Ele ressalta ter sofrido ameaças judiciais em razão da imagem católica. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

 

A segunda parte da Laudato si' sobre os cuidados da casa comum será publicada nesta quarta-feira, 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis e de encerramento do Tempo Ecumênico da Criação. O novo documento intitulado "Laudate Deum" será comentado por especialistas em evento on-line para o mundo inteiro a partir das 15h, horário de Brasília. Na Itália, 12 livrarias de 12 cidades irão as abrir as portas para uma leitura pública gratuita do novo texto do Papa Francisco.

 

Andressa Collet - Vatican News

O 4 de outubro no Vaticano é de abertura da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, mas também de publicação da nova exortação apostólica do Papa Francisco "Laudate Deum" (Louvai a Deus""), apresentada como uma continuação da Laudato si' sobre os cuidados com a casa comum de 2015. Em 4 de outubro a Igreja Católica também celebra a festa litúrgica de São Francisco de Assis e encerra o Tempo Ecumênico da Criação deste ano - iniciativa que mobilizou Igrejas e comunidades cristãs de todo o mundo.

O Pontífice chegou a antecipar sobre a segunda parte da Laudato si' ainda em 21 de agosto ao receber uma delegação de advogados de países membros do Conselho da Europa. Em 30 de agosto, ao final da Audiência Geral, Francisco anunciou a publicação do novo documento em 4 de outubro com a intenção de uma maior união entre os irmãos cristãos "no compromisso de salvaguardar a criação como um dom sagrado do Criador". A revelação do nome "Laudate Deum" veio em audiência com reitores de universidades públicas e privadas da América Latina e do Caribe em 21 de setembro no Vaticano, quando chegou a explicar que a nova exortação é "um olhar sobre o que aconteceu e dizer o que precisa ser feito". 

 

Apresentação on-line da "Laudato Deum"

Uma oportunidade para conhecer em primeira mão o conteúdo da “Laudate Deum” é participar de uma iniciativa on-line do Movimento Laudato si': a partir das 20h na Itália, 15h no horário de Brasília, cientistas, religiosos e leigos irão compartilhar as mensagens mais importantes da nova exortação para ajudar a compreender a importância do novo texto para a nossa vida diária. Basta se inscrever no link oficial: https://laudatosimovement.org/pt/.

 

Leitura pública em 12 livrarias da Itália

A partir das 16h na hora italiana deste 4 de outubro, 12 livrarias de 12 cidades italianas irão abrir as portas para uma leitura pública da "Laudato Deum": de Sassari a Bassano, de Rieti a Assis, de Palermo a Vicenza, serão encontros gratuitos para reunir leitores, prefeitos, escritores, livreiros, bispos e grupos de leitura. A iniciativa é promovida pela Livraria Editora Vaticana (LEV) que irá colocar as obras à disposição do público interessado para incentivar o conhecimento do novo texto.

Antes da leitura, o programa prevê uma apresentação em vídeo da "Laudate Deum", por Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, que irá ilustrar brevemente o documento de Francisco.

O responsável editorial da LEV, Lorenzo Fazzini, comenta que "o tema ecológico é a questão de hoje. Francisco nos estimula a pensar e agir para o bem comum". E acrescenta: "há uma grande expectativa em relação a esse documento do Papa Francisco, que ele mesmo associou à Laudato si', a encíclica que articulou de forma abrangente o que significa a ecologia integral. 

Já existe muito entusiasmo entre as livrarias que irão participar desse evento conjunto. Lucio Rossetto, responsável pela Livraria São Paulo de Vicenza, comenta que será "uma pequena experiência de compartilhamento entre livrarias, que por uma noite se tornam uma comunidade, reunida para ampliar o convite do Papa Francisco para cuidar da nossa casa comum".

 

Evento destinado a jornalistas 

Já a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que será realizada uma coletiva reservada a jornalistas credenciados na próxima quinta-feira (5), intitulada "Laudate Deum: vozes e testemunhos sobre a crise climática". O encontro presencial começa às 10h na Itália, no Largo della Radio, em frente à Palazzina Leone XIII, no Vaticano, mas também será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube do Vatican News, conectando-se ao site https://www.youtube.com/c/VaticanNews. O credenciamento de jornalistas e operadores de mídia deve ser feito pelo sistema on-line da Sala de Imprensa: https://press.vatican.va/accreditamenti. A tradução simultânea estará disponível em português, italiano, inglês, francês, espanhol e alemão.

Para a oportunidade, farão parte da mesa, entre outros: o Prêmio Nobel de Física de 2021, Giorgio Leonardo Renato Parisi; a cientista e ambientalista Vandana Shiva; o escritor Jonathan Safran Foer; o gastrônomo e sociólogo Carlo Petrini; além de Ridhima Pandey, protagonista do filme "The Letter: a Message for Our Earth" (A Carta: uma mensagem pela nossa terra) sobre a Laudato si'.

 

Filme A Carta

A propósito da obra cinematográfica, o Movimento Laudato si' convida a se preparar para a nova exortação apostólica assistindo ao filme - com legenda disponível em português - que conta a história de uma viagem a Roma de líderes da linha de frente nessa temática para discutir a carta encíclica “Laudato Si” com o Papa. O diálogo exclusivo com Francisco, incluído no filme, oferece uma visão reveladora sobre a história pessoal do Pontífice e histórias nunca vistas desde que ele se tornou bispo de Roma. Fonte: https://www.vaticannews.va 

Encontro de religiosos e laicos do Vaticano começa nesta quarta com chance de reformar a instituição ou aprofundar divisões

 

Michele Oliveira

MILÃO

A cúpula do catolicismo se prepara para dias agitados. Começa nesta quarta (4), no Vaticano, a 16a edição da Assembleia do Sínodo dos Bispos, convocada pelo papa Francisco para debater o futuro da Igreja Católica. Após uma consulta que pretendeu ouvir fiéis do mundo todo, e que durou quase dois anos, esta etapa é a última e mais delicada: caberá à assembleia discutir e sintetizar visões sobre as prioridades indicadas pelos católicos.

Pelas próximas três semanas, 464 participantes, entre bispos, cardeais, religiosos e laicos, vão se debruçar sobre temas como a maior participação das mulheres, inclusive o acesso delas ao diaconato, e como se aproximar de grupos marginalizados, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+. Também tratarão da ordenação de homens casados e de prevenção de abusos sexuais e de poder por parte do clero.

Na hierarquia católica, os diáconos ocupam o primeiro degrau. Acima, estão padres e bispos. Embora tenham autorização para pronunciar sermões durante a missa e oficiar batizados, casamentos e funerais, os diáconos, hoje apenas homens, não estão autorizados a celebrar a eucaristia, ouvir a confissão dos fiéis ou realizar a unção dos enfermos (extrema-unção).

Considerado o mais ambicioso processo de escuta da história recente do catolicismo, o Sínodo da Sinodalidade –a palavra vem do grego e remete a "caminhar junto"– tem potencial tanto para levar a uma reforma dentro da Igreja, na visão dos mais progressistas, quanto para resultar em divisões, segundo a ala mais conservadora. Seja qual for o desfecho, o encontro pode significar um dos maiores legados do papado de Francisco, 86.

"Há muita expectativa porque é um grande momento do pontificado dele e da Igreja. E há também bastante tensão, porque existem grupos que se opõem ao sínodo e outros que esperam uma mudança significativa", afirma Christopher Lamb, vaticanista em Roma para o jornal católico inglês The Tablet.

Respostas concretas ou mesmo propostas não são esperadas após o fim desta assembleia, no dia 29. Por duas razões. A primeira porque a fase final do sínodo foi dividida em duas, com uma assembleia conclusiva em outubro de 2024 –a ideia é que após o trabalho das próximas semanas, os participantes tenham tempo para discernir itens que provocaram divergência.

A outra é porque a reunião de bispos não tem função deliberativa, mas sim consultiva. Diretrizes para os católicos, baseadas no conteúdo das assembleias, costumam ser dadas pelo papa meses após o fim dos trabalhos, em um documento chamado de exortação apostólica.

Isso não quer dizer que essa assembleia esteja isenta de faíscas. Nas últimas semanas, católicos ultraconservadores foram incisivos na contrariedade ao processo sinodal de Francisco –e com participação especial de uma instituição brasileira.

Em agosto, dois autores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que homenageia o fundador da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), lançaram, em vários países e idiomas, o livro "Caminho Sinodal – Uma Caixa de Pandora", com perguntas e respostas que, segundo eles, "desmascaram" o sínodo.

Mais que o conteúdo, chamou a atenção internacional o texto de introdução, assinado pelo cardeal americano Raymond Burke, que tenta se colocar como sucessor de Bento 16 na liderança do campo conservador. Para Burke, os termos "sinodalidade" e "sinodal" se tornaram "slogans por trás dos quais uma revolução está em ação para mudar radicalmente a autocompreensão da Igreja". O risco, diz, é de uma cisão.

Do outro lado, grupos reformistas e em defesa da igualdade de gênero organizam eventos paralelos nas próximas semanas em Roma, como forma de pressionar. O Spirit Unbounded (espírito ilimitado) realiza um "sínodo laico", focado em direitos humanos, enquanto a Women's Ordination Conference (conferência de ordenação de mulheres) faz atos pela inclusão feminina.

A questão das mulheres promete ser um dos tópicos mais controversos. Segundo a pauta de trabalho, que concentra os temas citados na fase de escuta e serve de base para a reunião, "todas as assembleias continentais" pedem que seja abordada a questão da participação das mulheres em todos os níveis da Igreja, incluindo a tomada de decisões.

Além disso, mostra que "a maior parte" das etapas continentais do sínodo e "numerosas" conferências episcopais pedem que seja considerada a questão do diaconato feminino. O documento lança a pergunta: "Como se pode encarar essa questão?".

O diaconato é o primeiro grau dentro da hierarquia eclesiástica e tem a função de auxiliar o padre e o bispo. Ele exerce papel pastoral e pode batizar, fazer casamento, celebrar liturgias, mas não confessar nem administrar a comunhão.

Segundo Phyllis Zagano, professora de religião da Hofstra University, nos EUA, evidências mostram que o diaconato para as mulheres vigorou em grande parte do Ocidente até o século 12. Depois disso, se tornou um passo para a ordenação de padres, vetando o acesso a elas.

"Está claro que a Igreja universal pede a restauração das mulheres ao diaconado ordenado. Se a Igreja precisa do verdadeiro ministério dos diáconos, então precisa recuperar a tradição das diaconisas", afirma Zagano.

Certo é que, ao menos neste sínodo, as mulheres podem celebrar a conquista de uma participação mais decisiva, algo que foi alvo de protestos no Sínodo da Amazônia, em 2019. Por decisão de Francisco, elas poderão votar para aprovar o relatório final da assembleia, que será entregue ao papa. Dos 464 participantes, 81 são mulheres –destes, 365 têm direito a voto, sendo 54 mulheres. Será o primeiro sínodo com voto feminino.

 

ENTENDA O SÍNODO

 

O que é um sínodo e para que serve? O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismo de consulta do papa. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que ele dê diretrizes ao clero, no documento chamado exortação apostólica. As exortações costumam ser publicadas meses depois da assembleia.

 

O que este sínodo vai debater?

a maior participação de mulheres, inclusive na tomada de decisões; a possibilidade de elas serem ordenadas diaconisas, podendo, então, celebrar batizados e casamentos (mas não eucaristia nem confissão) ordenação de homens casados como padres como se aproximar de grupos marginalizados pela Igreja, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+ abusos sexuais e de poder dentro da instituição

 

O que é a Assembleia-Geral? Após a fase de escuta e síntese, a Assembleia-Geral reúne bispos, cardeais, religiosos de outros graus e leigos de 4 a 29 de outubro, no Vaticano. Eles têm como base de trabalho um resumo dos assuntos levantados pelos fiéis em todo o mundo. Ao fim de três semanas, um relatório deverá ser aprovado. A assembleia continua em outubro de 2024, para a conclusão dos trabalhos

Quem são os participantes? São 464 ao todo, sendo 365 com direito a voto no relatório final, incluindo o papa. Há 81 mulheres, das quais 54 podem votar. É o primeiro sínodo com voto feminino.

 

O encontro tem poder decisório? Não. As diretrizes são dadas somente pelo papa.

O que dizem grupos pró e contra o sínodo? Alas católicas mais progressistas veem este sínodo como possibilidade de uma reforma da Igreja. Grupos mais conservadores afirmam que o processo de escuta pode mudar tão profundamente a Igreja a ponto de acentuar divisões. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

No acidente, pelo menos 15 turistas ficaram feridos, sendo 9 em estado grave

Ônibus depois de capotamento em rodovia no interior de São Paulo - Reprodução/TV Globo

Cristina Camargo

SÃO PAULO

Oito pessoas morreram e ao menos 15 ficaram feridas em um acidente no final da tarde deste domingo (1) na rodovia Deputado Cunha Bueno (SP-253), em Guatapará (SP), no interior de São Paulo.

Dos feridos, nove estão em estado grave, segundo a polícia rodoviária estadual. Outras seis sofreram ferimentos leves —entre elas, duas crianças.

O ônibus onde estavam as vítimas capotou. O veículo retornava de Tambaú para Monte Alto, na região de Ribeirão Preto.

Tambaú é uma cidade de turismo religioso, com atrações como o caminho da fé, a casa, o mausoléu e a estátua do padre Donizetti, igrejas, parque e santuário.

A Polícia Rodoviária Estadual afirmou, na manhã desta segunda-feira (2), que as causas do acidente estão em apuração.

Entre os feridos há crianças e idosos. Eles foram levados para hospitais de Sertãozinho, Pradópolis, Jaboticabal, Ribeirão Preto e Monte Alto.

Durante a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira (2), moradores e autoridades da região se mobilizaram para reconhecer os mortos e providenciar o velório coletivo.

A Prefeitura de Monte Alto, cidade das vítimas, montou uma base de operações em um centro de convivência da cidade.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Nunes, divulgou informações sobre os feridos ao longo da noite. Houve momentos de desespero no local por parte de pessoas que não sabiam se os familiares haviam sobrevivido.

Segundo o prefeito de Tambaú, Leonardo Spiga Real (PSDB), os passageiros do ônibus participaram de uma missa no Santuário Nossa Senhora Aparecida do Beato Donizetti neste domingo.

"Que o beato Donizetti acolha a alma desses fiéis", disse.

O vice-prefeito de Monte Alto, Joaquim Roberto de Oliveira, afirmou em entrevista ao jornal o Imparcial que muitas vítimas estavam sem documentos e isso dificulta a identificação.

Padre Donizetti morou durante 35 anos na casa visitada por devotos em Tambaú, cidade onde morreu e foi sepultado. Religiosos atribuem a ele milagres e conversões. O sacerdote foi beatificado pela Igreja Católica em 2019. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Vítimas incluem três crianças; autoridades trabalham com hipótese de suposta falha na estrutura da construção

 

Igreja de Santa Cruz, em Ciudad Madero, no México, após desabamento do teto durante missa - Reprodução

 

CIDADE DO MÉXICO | AFP

Ao menos dez pessoas morreram e 40 ficaram feridas, neste domingo (1º), após o desabamento do teto de uma igreja durante uma missa na localidade de Ciudad Madero, no estado de Tamaulipas, a cerca de 340 km da Cidade do México, informou o governador local, Américo Villarreal.

Questionado sobre a causa do desabamento, o político respondeu que, segundo o padre responsável pela paróquia de Santa Cruz, onde a tragédia aconteceu, não foram detectadas irregularidades na construção de 50 anos.

As autoridades, porém, trabalham com a hipótese de uma suposta falha na estrutura às 14h18 locais (17h18 de Brasília), momento em que 70 pessoas assistiam a uma cerimônia de batizado.

Segundo Villarreal, as vítimas são cinco mulheres, dois homens e três crianças. Provavelmente não há mais vítimas, de acordo com o governador, já que as autoridades localizaram todas as pessoas que estavam desaparecidas. Ainda não foi possível recuperar o corpo de uma mulher dos escombros.

O governador acrescentou que quase 60 pessoas receberam atendimento médico e 23 continuam hospitalizadas. "Duas estão com ferimentos graves. Suas vidas podem estar em perigo", disse ele.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que a igreja começa a desabar e colapsa em meio a uma espessa nuvem de poeira. Após o incidente, a área ficou cercada de ambulâncias, policiais e militares, e várias pessoas chegaram em busca de notícias de familiares.

"Todos morremos no momento em que Deus quer", declarou ao site 4C News o padre Ángel Vargas, que rezava a missa no momento da tragédia. "Alguns partiram e outros ficaram. Os que se foram, agora descansam em paz. Aqueles que ficaram certamente sofrerão a vida toda."

Emocionado, o sacerdote afirmou que todos os domingos eram especiais devido aos batizados, nos quais famílias inteiras compareciam. "Neste momento, o trabalho necessário está sendo realizado para extrair as pessoas que ainda estão sob os destroços", disse Alvarez em mensagem gravada e divulgada em redes sociais. "Hoje vivemos um momento muito difícil."

Imagens da emissora de TV Milenio mostraram dezenas de pessoas tentando conter com suportes parte da estrutura colapsada enquanto outras abriam caminho em meio aos destroços, em busca de sobreviventes. Socorristas erguiam os punhos para o alto, pedindo silêncio para poder ouvir pedidos de socorro das pessoas presas. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br 

 

1) Oração

Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 9,43b-45)

43Todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: 44Gravai nos vossos corações estas palavras: O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens! 45Eles, porém, não entendiam esta palavra e era-lhes obscura, de modo que não alcançaram o seu sentido; e tinham medo de lhe perguntar a este respeito.

 

3) Reflexão   Lucas 9,43b-45  (Mc 9,30-32)

O evangelho de hoje traz o segundo anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Os discípulos não entendem a palavra sobre a cruz, porque não são capazes de entender nem de aceitar um Messias que se faz empregado e servidor dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias glorioso.

Lucas 9,43b-44: O contraste.

O povo estava admirado com tudo o que Jesus fazia. Então Jesus disse aos discípulos: "Prestem atenção ao que eu vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens”. O contraste é muito grande. De um lado, a vibração e a admiração do povo por tudo que Jesus dizia e fazia. Jesus parece corresponder a tudo aquilo que o povo sonho, crê e espera. Por outro lado, a afirmação de Jesus de que será preso e entregue na mão dos homens. Ou seja, a opinião das autoridades sobre Jesus é totalmente contrária à opinião do povo.

Lucas 9,45: O anúncio da Cruz.

“Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. Isso estava escondido a eles, para que não entendessem. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto”. Os discípulos o escutam, mas não entendem a palavra sobre a cruz. Mesmo assim, não pedem esclarecimento. Eles têm medo de deixar transparecer sua ignorância! 

O título Filho do Homem

Este nome aparece com grande freqüência nos evangelhos: 12 vezes em João, 13 vezes em Marcos, 28 vezes em Lucas, 30 vezes em Mateus. Ao todo, 83 vezes nos quatro evangelhos.  É o nome que Jesus mais gostava de usar. Este título vem do AT. No livro de Ezequiel, ele indica a condição bem humana do profeta (Ez 3,1.4.10.17; 4,1 etc.). No livro de Daniel, o mesmo título aparece numa visão apocalíptica (Dn 7,1-28), na qual Daniel descreve os impérios dos Babilônios, dos Medos, dos Persas e dos Gregos. Na visão do profeta, estes quatro impérios têm a aparência de “animais monstruosos” (cf. Dn 7,3-8). São impérios animalescos, brutais, desumanos, que perseguem, desumanizam e matam (Dn 7,21.25). Na visão do profeta, depois dos reinos anti-humanos, aparece o Reino de Deus que tem a aparência, não de um animal, mas sim de uma figura humana, Filho de homem. Ou seja, é um reino com aparência de gente, reino humano, que promove a vida. Humaniza. (Dn 7,13-14). Na profecia de Daniel a figura do Filho do Homem representa, não um indivíduo, mas sim, como ele mesmo diz, o “povo dos Santos do Altíssimo” (Dn 7,27; cf Dn 7,18). É o povo de Deus que não se deixa desumanizar nem enganar ou manipular pela ideologia dominante dos impérios animalescos. A missão do Filho do Homem, isto é, do povo de Deus, consiste em realizar o Reino de Deus como um reino humano. Reino que não persegue a vida, mas sim a promove! Humaniza as pessoas.

Apresentando-se aos discípulos como Filho do Homem, Jesus assume como sua esta missão que é a missão de todo o Povo de Deus. É como se dissesse a eles e a todos nós: “Venham comigo! Esta missão não é só minha, mas é de todos nós! Vamos juntos realizar a missão que Deus nos entregou, e realizar o Reino humano e humanizador que ele sonhou!” E foi o que ele fez e viveu durante toda a sua vida, sobretudo, nos últimos três anos. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas tão humano, como só Deus pode ser humano”. Quanto mais humano, tanto mais divino. Quanto mais “filho do homem” e tanto “filho de Deus!” Tudo que desumaniza as pessoas afasta de Deus. Foi o que Jesus condenou, colocando o bem da pessoa humana como prioridade acima das leis, acima do sábado (Mc 2,27). Na hora de ser condenado pelo tribunal religioso do sinédrio, Jesus assumiu este título. Perguntado se era o “filho do Deus” (Mc 14,61), ele responde que é o “filho do Homem: “Eu sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso” (Mc 14,62). Por causa desta afirmação foi declarado réu de morte pelas autoridades. Ele mesmo sabia disso pois tinha dito: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate para muitos” (Mc 10,45).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você na sua vida combina sofrimento e fé em Deus?

2) No tempo de Jesus havia o contraste: povo pensava e esperava de um jeito, enquanto as autoridades religiosas  pensavam e esperavam de outro jeito. Existe hoje o mesmo contraste

 

5) Oração final

A tua palavra, Senhor, é estável como o céu. Mantenho os meus passos longe dos caminhos do mal, para guardar a tua palavra. (Sl 118)

 

1) Oração

Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 9,7-9) (Mc 6,14-16)

7O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: É João que ressurgiu dos mortos; outros: É Elias que apareceu; 8e ainda outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. 9Mas Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? E procurava ocasião de vê-lo.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz a reação de Herodes diante da pregação de Jesus. Herodes não sabe situar Jesus. Ele já tinha matado João Batista e agora quer ver Jesus de perto. Ameaças aparecem no Horizonte.

Lucas 9,7-8: Quem é Jesus?

O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que fala em nome de Deus, que tem a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabe animar a esperança dos pequenos. É o profeta anunciado no Antigo Testamento como um novo Moisés (Dt 18,15). São as mesmas opiniões que o próprio Jesus vai colher dos discípulos quando perguntou: "Quem dizem as multidões que eu sou?" (Lc 9,18). As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!

Lucas 9,9: Herodes quer ver Jesus

“Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E queria ver Jesus”. Herodes, homem supersticioso e sem escrúpulo, reconhece ser ele o assassino de João Batista. Agora ele quer ver Jesus. Lucas sugere assim que ameaças começam a aparecer no horizonte da pregação de Jesus. Herodes não teve medo de matar João. Também não terá medo de matar Jesus. Por outro lado, Jesus, também não tem medo de Herodes. Quando lhe disseram que Herodes procurava prendê-lo, mandou dizer: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13,32). Herodes não tem poder sobre Jesus. Quando na hora da paixão, Pilatos manda Jesus para ser investigado por Herodes, Jesus lhe dá nenhuma resposta (Lc 23,9). Herodes não merecia resposta.

De pai para filho

Às vezes se confundem os três Herodes que viveram naquela época, pois os três aparecem no Novo Testamento com o mesmo nome: 1) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 antes de Cristo. Ele aparece no nascimento de Jesus(Mt 2,1). Matou as crianças de Belém(Mt 2,16). 2) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 antes a 39 depois de Cristo. Ele aparece na morte de Jesus(Lc 23,7). Matou João Batista(Mc 6,14-29). 3) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 44 depois de Cristo. Aparece nos Atos dos Apóstolos(At 12,1.20). Matou o apóstolo Tiago(At 12,2).

Quando Jesus tinha mais ou menos quatro anos, morreu o rei Herodes. Aquele que matou as crianças de Belém (Mt 2,16). O território dele foi dividido entre os filhos. Arquelau, um dos seus filhos, recebeu o governo sobre a Judéia. Ele era menos inteligente que o pai, mas mais violento . Só na tomada de posse dele, foram massacradas em torno de 3000 pessoas na praça do Templo! O evangelho de Mateus informa que Maria e José, quando souberam que este Arquelau tinha assumido o governo da Judéia, tiveram medo de voltar para lá e foram morar em Nazaré, na Galiléia (Mt 2,22), governada por um outro filho de Herodes, chamado Herodes Antipas (Lc 3,1). Este Antipas ficou mais de 40 anos. Durante todos os trinta e três anos que Jesus viveu nunca houve mudança de governo na Galiléia.

Herodes o Grande, o pai de Herodes Antipas, tinha construído a cidade de Cesaréia Marítima, inaugurada em no ano 15 antes de Cristo. Era o novo porto de escoamento dos produtos da região. Devia competir com o grande porto de Tiro no Norte e, assim, ajudar a desenvolver o comércio na Samaria e na Galiléia. Por isso, já desde os tempos de Herodes o Grande, a produção agrícola na Galiléia começava a orientar-se não mais a partir das necessidades das famílias como era antes, mas sim a partir das exigências do mercado. Este processo de mudança na economia continuou durante todo o governo de Herodes Antipas, mais de quarenta anos, e encontrou nele um organizador eficiente. Todos estes governantes eram subservientes. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era Roma, o Império.

 

4) Para um confronto pessoal

1) É perguntar sempre: quem é Jesus para mim?  

2) Herodes quer ver Jesus. Era curiosidade mórbida e supersticiosa. Outros querem ver Jesus porque querem encontrar um sentido para a vida. E eu qual a motivação que me empurra para ver e encontrar Jesus?

 

5) Oração final

Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos (Sl 89, 14.17)

Livro de Luiz Mott resgata vida da africana Rosa Maria Egipcíaca, presa pelo Santo Ofício

 

Tom Farias

Jornalista e escritor, é autor de "Carolina, uma Biografia" e do romance "Toda Fúria"

Santa, embusteira ou demente? São três perguntas para uma personagem tão grande e complexa de nossa história. E, certamente, ainda não sabemos como respondê-las. Estamos falando de Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, ou simplesmente Rosa Egipcíaca (1719-1771), uma mulher negra, africana, escravizada, que se tornou mística e deu muito trabalho para a igreja e as autoridades eclesiásticas em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e, por fim, em Lisboa, onde foi presa pelo Santo Ofício.

 

É sobre essa biografia cheia de aventuras religiosas e requintes de riqueza e artimanha que se debruça o antropólogo Luiz Mott no excelente livro "Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil", que é publicado agora em uma segunda edição, revista e ampliada.

O livro de Mott é o caminho mais seguro para a compreensão da história dessa mulher nascida na Costa da Ajudá, então Reino do Benin, que aos seis anos é capturada e traficada para o Brasil, vivendo até os 13 anos no Rio de Janeiro, na altura da igreja da Candelária. Embora ainda criança, seu senhor, José de Sousa de Azevedo, de origem portuguesa, segundo a própria revela, "a deflorou e tratou com ela torpemente", ou seja, pela violência e pelo sexo.

Vendida para Minas Gerais, foi parar na região do Inconfeccionado, perto de Mariana, comprada pela família de Ana Garcês de Morais, a mãe de Santa Rita Durão, frei e poeta colonial, autor do poema épico "O Caramuru", tido como o primeiro a tratar dos indígenas como heróis nacionais.

É nas Minas, como se dizia, "até suas primeiras manifestações diabólicas", a partir de 1733, que Rosa vai viver exclusivamente da prostituição –período, portanto, de 15 anos—, até sua conversão religiosa, em 1748.

O livro de Luiz Mott, bem documentado e com boas descrições, esmiúça de forma excepcional o ambiente colonial vivido pela "santa africana", no pior período da escravidão brasileira, sobretudo nas regiões de mineração, onde "a imoralidade e a prostituição vicejavam sôfregas e indomáveis", lado a lado com o comércio negreiro e a exploração de riquezas naturais, como ouro e pedras preciosas.

Rosa vai viver assim até conhecer o padre Francisco Gonçalves Lopes, também conhecido como Xota-Diabos, apelido que ganhou pela "dedicação ao ministério de expulsar demônios do corpo dos endiabrados". A relação dos dois, como a biografia nos revela, é a de violação e desvio.

Foi assim que se tornou o anjo da guarda de Rosa, e esta, após encerrar sua vida de meretriz, vendeu tudo o que tinha e doou para os pobres, passando a viver como beata, a frequentar cultos e missas nas igrejas, onde intervinha e causava confusão, possuída pelo demônio. Por essas e outras, foi presa, açoitada e perseguida.

Com seu padre Xota-Diabos, foge para o Rio de Janeiro, onde intensifica seus desatinos religiosos, se nomeando Deus e criando um recolhimento, destinado a acolher mulheres como ela, oriundas da escravidão e da prostituição. Rosa Maria então acrescenta ao nome o Egipcíaca da Vera Cruz, se autoalfabetiza e escreve o livro "Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas", destruído pela Inquisição, mas considerado "o mais antigo livro escrito por uma mulher negra na história do Brasil".

No ano de 1763, foi presa e enviada para prestar contas dos seus desatinos e embustices religiosas para o Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa. Seu processo é peça das mais completas e ricas de informações sobre os feitos de uma mulher negra afro-brasileira até hoje.

O trabalho de Mott, no entanto, é obra primorosa do ponto de vista da reconstituição histórica de uma mulher escravizada no Brasil. Trancafiada a ferros nos cárceres de Lisboa, a "santa africana" morreu sem ter seu processo concluído, ao contrário do seu antigo padre, o Xota-Diabos, humilhado publicamente, condenado e deportado para o interior do país.

Como revela a nova edição do livro, Mott traz documento inédito sobre a biografada: o seu "auto de falecimento", atestando que, mesmo sem ter seu processo concluído, Rosa Egipcíaca continuou a viver na prisão da Inquisição, onde faleceu "no Cárcere da Cozinha", a 12 de outubro de 1771 —ou seja, depois de escravizada e liberta, violentada e presa, continuou seus últimos dias a ser explorada, como mulher e negra, pela Justiça dos homens.

A vida de Rosa foi enredo no último Carnaval da Escola de Samba Unidos do Viradouro, quando foi vice-campeã, 30 anos após a publicação da história por Luiz Mott e do romance "Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz: a Incrível Trajetória de uma Princesa Negra entre a Prostituição e a Santidade", este de 1997, escrito por Heloísa Maranhão.

Agora temos nova oportunidade de rever uma história afro-brasileira digna de um belo filme. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Segundo o Iphan, terreno está sofrendo movimentação; dona da Capela do Engenho de Santana alega não ter condições de pagar a obra

 

Capela do Engenho de Santana, em Ilhéus, corre risco de desabamento Foto: Clodoaldo Ribeiro/Sucom Ilhéus

Por Fernanda Santana

Às margens do Rio Santana, na zona rural de Ilhéus, sul da Bahia, a quinta capela mais antiga do Brasil precisa de “urgentes obras” para não desabar, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A dona do bem histórico, no entanto, alega não ter condições de pagar as intervenções, o que iniciou um impasse acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF) desde o dia 15 deste mês.

A Capela do Engenho de Santana, como também é conhecida a igreja construída em 1537, é tombada como patrimônio histórico desde 1984 pelo Iphan. Há sete anos, “técnicos têm observado que o terreno está sofrendo movimentação, em especial a face voltada para o rio”, de acordo com o Iphan. A última vistoria deles aconteceu em agosto.

O novo relatório mostrou a necessidade de obras de contenção do terreno, que se move em direção ao rio, e consolidação nas fundações de pedra da capela, além de serviços de revisões elétrica e hidráulica, instalação de para-raios e de sistema de prevenção a incêndios. O embate está em torno de quem assume a responsabilidade pelos reparos.

O Iphan afirma que o restauro de bens tombados privados cabe aos proprietários. A família Maranhão, que não vive no local, comprou o terreno do antigo engenho onde está a capela em 1940, mas afirma não poder pagar as obras. Em 2012 e 2013, o Iphan restaurou parte da capela, que corria o risco de arruinamento, por decisão judicial.

A responsável pelo terreno disse que não concederia entrevista, pois está “abalada por ter que buscar soluções junto ao MPF, Iphan e prefeitura”. A prefeitura de Ilhéus é incluída no debate tanto pela relevância histórica da capela quanto porque ela se tornou um atrativo turístico. Aos finais de semana, quando há missa na igrejinha, em média 500 turistas visitam a Vila Rio do Engenho, onde moram 200 pessoas.

Secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela afirma que o município quer construir um muro para proteger a estrutura da igreja. “É algo simples, mas no mínimo resolveria o emergencial enquanto a obra completa não é feita. Se for um valor pequeno o custo da obra (Magela não detalhou quanto seria esse montante), é capaz de a prefeitura assumir a obra. Mas, não podemos mexer em um prego sem autorização”, afirmou.

Capela do Engenho de Santana é de 1537 e tombada como patrimônio histórico pelo Iphan desde 1984 Foto: Jorge Menezes/Acervo Pessoal

O MPF informou que os problemas na capela “podem representar risco à segurança” e pediu à prefeitura de Ilhéus informações sobre as medidas adotadas para a preservação dela. Ao Iphan e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), que também tombou a capela, pediu dados sobre as comunicações feitas aos proprietários.

O proprietário de um bem tombado que não pode custear obras no imóvel deve informar ao Iphan, que faz as intervenções em seis meses ou desapropria o bem, segundo a legislação. O proprietário pode pedir a anulação do tombamento, caso nada seja feito.

Enquanto um desfecho não é alcançado, a comunidade local permanece no papel que ocupa há 36 anos: o de cuidar da capela. “Não é forçado, nós queremos”, diz o aposentado Jorge Menezes, 64 anos. A comunidade cresceu ao redor da igreja e, como diz ele, se tornou “uma rua de 250 metros com um patrimônio imensurável do lado”. Fonte: https://www.estadao.com.br

 

1) Oração

Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,1-6)

Naquele tempo, 1Reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades. 2Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3Disse-lhes: Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. 4Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade. 5Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés. 6Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.

 

3) Reflexão  Lucas 9,1-6

O evangelho de hoje traz a descrição da missão que os Doze receberam de Jesus. Mais adiante, Lucas fala da missão dos setenta e dois discípulos (Lc 10,1-12). Os dois se completam e revelam a missão da igreja.

Lucas 9,1-2. Envio dos doze para a missão.

“Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar”.  Chamando os doze, Jesus intensificou o anúncio da Boa Nova. O objetivo da missão é simples e claro: eles recebem poder e autoridade para expulsar os demônios, para curar as doenças e para anunciar o Reino de Deus. Assim como o povo ficava admirado diante da autoridade de Jesus sobre os espíritos impuros e diante da sua maneira de anunciar a Boa Nova (Lc 4,32.36), o mesmo deverá acontecer com a pregação dos doze apóstolos.

Lucas 9,3-5. As instruções para a Missão

Jesus os enviou com as seguintes recomendações: não podem levar nada “nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas”.  Não podem andar de casa em casa mas “em qualquer casa onde entrarem, fiquem aí, até se retirarem do lugar”  Caso não forem recebidos, “sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles". Como veremos, estas recomendações estranhas para nós tem um significado muito importante.

Lucas 9,6. A execução da missão

E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo.

Os quarto pontos básicos da missão

No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação: essênios, fariseus, zelotes. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus receberam recomendações diferentes que nos ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova:

1) Devem ir sem nada (Lc 9,3; 10,4). Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude eles criticam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.

2) Devem ficar hospedados na primeira casa até se retirar do lugar (Lc 9,4; 10,7). Isto é, devem conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Devem trabalhar como todo mundo e viver do que recebem em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles devem participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolherá na sua comunidade e partilhará com eles casa e comida. Isto significa que devem confiar na partilha. Isto também explica a severidade da crítica contra os que recusavam a mensagem: sacudir a poeira dos pés, como protesto contra eles (Lc 10,10-12), pois não recusam algo novo, mas sim o seu próprio passado.

3) Devem tratar dos doentes e expulsar os demônios (Lc 9,1; 10,9; Mt 10,8). Isto é, devem exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os excluídos. Com esta atitude criticam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontam saídas concretas. A expulsão de demônios é sinal de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).

4) Devem comer o que o povo lhes dava (Lc 10,8). Não podem viver separados com sua própria comida mas devem aceitar a comunhão de mesa. Isto significa que, no contato com o povo, não devem ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticam as leis da pureza em vigor e mostram, pela nova prática, que possuem outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.

Estes eram os quatro pontos básicos da vida comunitária que deviam marcar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, partilha, comunhão de mesa, e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. A participação na comunidade tem ajudado você a acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?
  2. 2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?

 

5) Oração final

Afastai-me do caminho da mentira, e fazei-me fiel à vossa lei. Mais vale para mim a lei de vossa boca que montes de ouro e prata. (Sl 118, 29.72)

 

Por Eduardo Ribeiro

Sucessos do mês abrangem temas que vão desde a trajetória de um imigrante até a busca por uma vida mais plena a partir da espiritualidade

Periodicamente, o site especializado Publish News monitora o segmento literário no Brasil para produzir um ranking de best-sellers. Neste mês de setembro, o topo da lista ficou com Onde estão as flores, de Ilko Minev. O autor mergulha profundamente na trajetória de Licco Razan, um homem cujas raízes se estendem da Bulgária e Turquia até a floresta amazônica.

A busca por um mundo de paz do protagonista também se acha em outros roteiros pelos quais o público vem nutrindo bastante interesse, como Nunca foi segredo, do Padre Reginaldo Manzotti. Em segundo lugar, apresenta um guia trazendo à luz conselhos e sabedorias “escondidos” nas páginas da Bíblia.

A biblioteca da meia-noite, de Matt Haig, aparece em terceiro com uma ficção sobre Nora Seed, mulher à beira do desespero que encontra-se numa biblioteca misteriosa onde cada livro representa uma vida que ela poderia ter vivido. De estrela do rock a nadadora olímpica, as possibilidades parecem infinitas. Mas qual vida vale a pena viver?, questiona a narrativa.

Na quarta posição, Da Silva: a grande fake news da esquerda, de Pavinatto, é o único que remonta a fatos históricos na apuração. A obra revisita a figura de Lampião, desmistificando o cangaceiro e destacando suas atitudes violentas e mercenárias. Pavinatto argumenta que a imagem de Lampião como herói foi uma construção da esquerda brasileira da década de 1920.

O tom reflexivo surge novamente em Café com Deus pai, de Junior Rostirola, que oferece doses diárias de espiritualidade, com foco na renovação da mente e na busca por uma vida alinhada com os ensinamentos religiosos para obter bem-estar e sucesso em todas as áreas. Fonte: https://www.estadao.com.br

 

1) Oração

 Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 8,16-18) (Mc  4,21-25)

Naquele tempo, disse Jesus a multidão: 16Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. 17Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta. 18Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.

 

3) Reflexão  Lucas 8,16-18  (Mc  4,21-25)

O evangelho de hoje traz três pequenos dizeres de Jesus. São frases soltas que Lucas colocou aqui logo depois da parábola da semente (Lc 8,4-8) e da sua explicação aos discípulos (Lc 8,9-15). Este contexto literário, em que Lucas colocou as três frases, ajuda a entender como ele quer que a gente entenda estas frases de Jesus.

Lucas 8,16: A lâmpada que ilumina

"Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz”.  Esta frase de Jesus é uma pequena parábola. Jesus não explica, pois todo mundo sabia de que se tratava. Era algo da vida de todos os dias. Naquele tempo, não havia luz elétrica. Você imagine o seguinte. A família está reunida em casa. Começa a escurecer. Alguém levanta, pega a lamparina, acende e coloca debaixo de um caixote ou debaixo de uma cama. O que o pessoal vai dizer? Todo mundo vai gritar: “Seu bobo! Coloque a luz na mesa!” Numa reunião bíblica, alguém fez o seguinte comentário: A palavra de Deus é uma lamparina para ser acesa na escuridão da noite. Enquanto ela estiver dentro do livro fechado da Bíblia, ela é como a lamparina debaixo do caixote. Ela só é colocada na mesa e ilumina a casa, quando for lida em comunidade e ligada à vida.

No contexto em que Lucas colocou esta frase, ela se refere à explicação que Jesus deu da parábola da semente (Lc 8,9-15). É como se dissesse: as coisas que vocês acabaram de ouvir, vocês não devem guardá-las para si mesmos, mas devem irradiá-las aos outros. Um cristão não deve ter medo de dar testemunho e de irradiar a Boa Nova. Humildade é importante, mas é falsa a humildade que esconde os dons de Deus dados para edificar a comunidade (1Cor 12,4-26; Rom 12,3-8).

Lucas 8,17: O escondido se tornará manifesto

“Tudo o que está escondido, deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo, deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.”  Esta segunda frase de Jesus, de acordo com o contexto em que foi posto por Lucas, também se refere aos ensinamentos que Jesus deu em particular aos discípulos (Lc 8,9-10). Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los, pois fazem parte da Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe.

Lucas 8,18: Prestar atenção aos preconceitos

“Prestem atenção como vocês ouvem: para quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter". Naquele tempo, havia muitos preconceitos sobre o Messias que impediam o povo de entender de maneira correta a Boa Nova do Reino que Jesus anunciava. Por isso, esta advertência de Jesus com relação aos preconceitos tinha muita atualidade. Jesus pede aos discípulos para tomar consciência dos preconceitos com que escutam o ensinamento que ele lhes oferece. Através desta frase de Jesus, Lucas está dizendo às comunidades e a todos nós: “Prestem bem atenção nas idéias com que vocês olham para Jesus!”  Pois, se a cor dos óculos é verde, tudo aparece verde. Se for azul, tudo será azul! Se a idéia com que eu olho para Jesus for errada, tudo o que penso, recebo e ensino sobre Jesus estará ameaçado de erro. Se eu penso que o messias deve ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina sobre a Cruz, sobre o sofrimento, perseguição e compromisso, e até vou perder aquilo que eu pensava possuir. Unindo esta terceira frase com a primeira, pode-se concluir o seguinte: quem segurar fechado em si o que receber e não o distribuir aos outros, perde aquilo que tem, pois vai apodrecer.

 

4) Para um confronto pessoal

  

  1. Você já teve experiência de preconceitos que o impediam de perceber e de apreciar no seu devido valor, as coisas boas que as pessoas fazem?
  2. Você já percebeu os preconceitos que estão por trás de certas histórias, piadas e parábolas que as pessoas contam?

 

5) Oração final

 Senhor, quem há de morar em vosso tabernáculo? Quem habitará em vossa montanha santa? O que vive na inocência e pratica a justiça, o que pensa o que é reto no seu coração. (Sl 14)