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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 38-42)
Naquele tempo disse Jesus: 38Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. 40Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. 41Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. 42Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. 43Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
3) Reflexão - Mt 5, 38-42
O evangelho de hoje faz parte de uma pequena unidade literária que vai desde Mt 5,17 até Mt 5,48, na qual se descreve como passar da antiga justiça dos fariseus (Mt 5,20) para a nova justiça do Reino de Deus (Mt 5,48). Descreve como subir a Montanha das Bem-aventuranças, de onde Jesus anunciou a nova Lei do Amor. O grande desejo dos fariseus era alcançar a justiça, ser justo diante de Deus. Este é também o desejo de todos nós. Justo é aquele ou aquela que consegue viver no lugar onde Deus o quer. Os fariseus se esforçavam para alcançar a justiça através da observância estrita da Lei. Pensavam que era pelo próprio esforço que poderiam chegar até o lugar onde Deus os queria, Jesus toma posição diante desta prática e anuncia a nova justiça que deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). No evangelho de hoje estamos quase chegando no topo da montanha. Falta pouco. O topo é descrita com a frase: “Sede perfeito como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), que meditaremos no evangelho de amanhã. Vejamos de perto este último degrau que nos falta para chegar ao topo da Montanha, da qual São João da Cruz diz: “Aqui reinam o silêncio e o amor”.
Mateus 5,38: Olho por olho, dente por dente
Jesus cita um texto da Lei antiga dizendo: "Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente!”. Ele abreviou o texto. O texto inteiro dizia: ”Vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21,23-25). Como nos casos anteriores, também aqui Jesus faz uma releitura inteiramente nova. O princípio “olho por olho, dente por dente” estava na raiz da interpretação que os escribas faziam da lei. Este princípio deve ser subvertido, pois ele perverte e estraga o relacionamento entre as pessoas e com Deus.
Mateus 5,39ª: Não retribuir o mal com o mal
Jesus afirma exatamente o contrário: “Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês”. Diante de uma violência recebida, nossa reação natural é pagar o outro com a mesma moeda. A vingança pede “olho por olho, dente por dente”. Jesus pede para retribuir o mal não com o mal, mas com o bem. Pois, se não soubermos superar a violência recebida, a espiral da violência tomará conta de tudo e já não haverá mais saída. Lameque dizia: “Por uma ferida recebida, eu matarei um homem, e por uma cicatriz matarei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta e sete” (Gn 4,24). Foi por causa desta vingança extremada que tudo terminou na confusão da Torre de Babel (Gn 11,1-9). Fiel ao ensinamento de Jesus, Paulo escreve na carta aos Romanos: “Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens. Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem”. (Rm 12,17.21). Para poder ter esta atitude é necessário ter muita fé na possibilidade da recuperação do ser humano. Como fazer isto na prática. Jesus oferece 4 exemplos concretos.
Mateus 5,39b-42: Os quatro exemplos para superar a espiral da violência
Jesus diz: “Pelo contrário: (1) se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! (2) Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto! (3) Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele. (4) Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado.” (Mt 5,40-42). Como entender estas quatro afirmações? Jesus mesmo nos ofereceu uma ajuda de como devemos entendê-las. Quando o soldado lhe deu uma bofetada numa face, ele não ofereceu a outra. Pelo contrário, ele reagiu energicamente: "Se falei mal, mostre o que há de mal. Mas se falei bem, por que você bate em mim?" (Jo 18,23) Jesus não ensina passividade. São Paulo acredita que, retribuindo o mal com o bem, “você fará o outro corar de vergonha” (Rm 12,20). Esta fé na possibilidade da recuperação do ser humano só é possível a partir de uma raiz que nasce da total gratuidade do amor criador que Deus mostrou para conosco na vida e nas atitudes de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Você já sentiu alguma vez uma raiva tão grande de querer aplicar a vingança “olho por olho, dente por dente”? Como fez para supera-la?
2) Será que a convivência comunitária hoje na igreja favorece a ter em nós o amor criador que Jesus sugere no evangelho de hoje?
5) Oração final
Senhor, ouvi minhas palavras, escutai meus gemidos. Atendei à voz de minha prece, ó meu rei, ó meu Deus. É a vós que eu invoco, Senhor. (Sl 5, 2-4)
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O Brasil evangélico que desafia a esquerda
A identidade pentecostal no Brasil não deve ser explicada exclusivamente pela pobreza. Trata-se de um fenômeno religioso com presença ampla
Por Raphael Corbi e Fabio Miessi Sanches
Por muito tempo, tentou-se explicar o crescimento da população evangélica no Brasil como consequência direta da pobreza. A imagem dominante era a do fiel vulnerável, buscando consolo em meio a crises econômicas. Mas os dados contam uma história mais complexa – e, em certos aspectos, mais surpreendente.
Desde 1980, os censos demográficos mostram que a presença dos evangélicos pentecostais não se limita às faixas mais baixas de renda. Eles estão especialmente concentrados nos grupos intermediários da distribuição de renda – pessoas com renda média baixa, mas superior à dos indivíduos mais pobres. A adesão entre os mais pobres, inclusive, é semelhante à observada em segmentos com renda significativamente mais alta, o que indica uma disseminação ampla da presença pentecostal ao longo das estruturas sociais.
Além disso, embora menor, a participação entre os 20% mais ricos está longe de ser irrelevante – e tem crescido de forma consistente ao longo do tempo.
Entre as décadas de 1980 e 2010, a proporção de pentecostais cresceu de forma expressiva em todas as faixas de renda. O avanço foi mais forte nos grupos intermediários, mas também ocorreu de maneira significativa entre os mais ricos. Entre os 10% do topo da distribuição, por exemplo, a adesão pentecostal em 2010 era quase quatro vezes maior do que na década de 1980.
Esses dados reforçam um ponto central, ainda pouco consolidado no debate público: a identidade pentecostal no Brasil não deve ser explicada exclusivamente pela pobreza. Trata-se de um fenômeno religioso com presença ampla, inclusive entre segmentos de renda mais alta. Ao contrário do senso comum, o evangélico típico pode ser tanto um indivíduo de renda muito baixa, em situação de grande vulnerabilidade, quanto um trabalhador com estabilidade financeira e aspirações de mobilidade social.
Outro ponto relevante é que o período de maior expansão pentecostal não coincidiu com as grandes recessões econômicas do País. Ao contrário: foi entre 2000 e 2010 – a década de maior crescimento da renda e do emprego desde os anos 1970 – que os pentecostais mais avançaram. Mais um dado que desmistifica a ideia de que o crescimento pentecostal é fruto apenas da vulnerabilidade social extrema.
Mas como explicar essa expansão? Nossas pesquisas mostram que a resposta não está apenas na fé, mas em transformações na maneira como a religião é ofertada. O modelo de templos simples, próximos das comunidades e de baixo custo, já existia. O que mudou, a partir do final dos anos 1970, foi sua massificação: multiplicaram-se igrejas pequenas, muitas vezes abertas por lideranças autônomas, sem vinculação com denominações tradicionais. Não era mais necessário passar anos em seminários ou obter reconhecimento institucional: bastava decidir abrir uma igreja. Popularizou-se um novo perfil de organização religiosa – mais ágil, com gestão própria, capaz de operar com estruturas modestas e custos reduzidos, o que facilitou sua rápida disseminação nos centros urbanos.
Em contraste, a Igreja Católica, com seu modelo centralizado e intensivo em capital, tem mais dificuldade para reagir a mudanças. A legislação também ajudou: a isenção de impostos, consolidada na Constituição federal, reduziu custos. E a mudança no Código Civil, em 2003, que equiparou igrejas a pessoas jurídicas, facilitou sua abertura e sua gestão. Criou-se, assim, um ambiente institucional favorável à proliferação de igrejas em diferentes contextos sociais.
Esses dados desmontam a ideia de que o avanço evangélico seja fruto exclusivo da miséria ou da falta de alternativas materiais. A fé continua a mover corações, mas, sem a transformação no modo de ofertá-la, o salto evangélico seria impensável. O Brasil mudou – e quem melhor entendeu as novas regras dessa mudança foi quem ocupou espaços, abriu portas e simplificou o acesso à fé.
Esse panorama ajuda a entender por que partidos políticos, especialmente à esquerda, têm dificuldade para dialogar com o eleitorado evangélico. Parte-se, com frequência, da imagem de que o evangélico é um pobre sem oportunidades, que se refugiou na fé como último recurso. Mas a realidade é mais complexa.
Os evangélicos pentecostais no Brasil incluem tanto pessoas economicamente vulneráveis quanto trabalhadores formais, empreendedores e profissionais com escolaridade média ou superior.
Conversar com esse segmento é, hoje, conversar com a população brasileira. Não há fórmula mágica nem mensagem única. Suas condições de vida e aspirações variam – e insistir na imagem de que o evangélico é alguém pobre e sem oportunidades é manter viva uma caricatura que ocupa lugar demais no debate público, mas que talvez nunca tenha refletido uma parte importante do Brasil real. Fonte: https://www.estadao.com.br
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Antes da oração mariana do Angelus, Leão XIV convidou ao diálogo inclusivo pela paz em Mianmar, recordou as quase 200 vítimas da violência na Nigéria e o pároco morto por um bombardeio no Sudão. Pediu aos combatentes que parem, protejam os civis e iniciem um diálogo pela paz, e à Comunidade internacional que forneça "pelo menos a assistência essencial à população afetada pela grave crise humanitária".
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Leão XIV rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (15/06), na Praça São Pedro, após a missa da Solenidade da Santíssima Trindade e do Jubileu do Esporte celebrada na Basílica Vaticana.
"Acabamos de concluir a celebração eucarística do Jubileu do Esporte, e agora, com alegria, dirijo minha saudação a todos vocês, atletas de todas as idades e origens", disse Leão XIV em sua alocução, exortando-os "a viver a atividade esportiva, mesmo em nível competitivo, sempre com espírito de gratuidade, com espírito lúdico no sentido nobre do termo, porque no jogo e na diversão saudável o ser humano se assemelha ao seu Criador".
O esporte é uma forma de construir a paz
“Gostaria também de sublinhar que o esporte é uma forma de construir a paz, pois é uma escola de respeito e lealdade, que faz crescer a cultura do encontro e da fraternidade. Irmãos e irmãs, encorajo-os a praticarem este estilo de vida conscientemente, opondo-se a toda forma de violência e opressão.”
Danos dos combates em Mianmar
"O mundo hoje precisa muito disso! Há muitos conflitos armados", disse o Papa, acrescentando:
“Em Mianmar, apesar do cessar-fogo, os combates continuam causando danos à infraestrutura civil. Convido todas as partes a trilharem o caminho do diálogo inclusivo, o único que pode levar a uma solução pacífica e estável.”
O terrível massacre na Nigéria
A seguir, Leão XVI falou sobre o terrível massacre, na noite de 13 para 14 de junho, perpetrado na cidade de Yelwata, no Estado de Benue, na Nigéria, "no qual cerca de 200 pessoas foram mortas com extrema crueldade, a maioria delas deslocadas internas, acolhidas pela missão católica local".
“Rezo para que a segurança, a justiça e a paz prevaleçam na Nigéria, um país amado e tão afetado por diversas formas de violência. Rezo especialmente pelas comunidades cristãs rurais do Estado de Benue, que têm sido incessantemente vítimas de violência.”
Sudão, devastado pela violência
A seguir, o Papa recordou a República do Sudão, "devastada pela violência há mais de dois anos".
“Recebi a triste notícia da morte do padre Luke Jumu, pároco de El Fasher, vítima de um bombardeio. Ao mesmo tempo em que asseguro minhas orações por ele e por todas as vítimas, renovo meu apelo aos combatentes para que parem, protejam os civis e se engajem no diálogo pela paz. Exorto a Comunidade internacional a intensificar os esforços para prestar, pelo menos, assistência essencial à população, gravemente afetada pela grave crise humanitária. Continuemos a rezar pela paz no Oriente Médio, na Ucrânia e em todo o mundo.”
A beatificação de Floribert Bwana Chui
A seguir, Leão XIV recordou que, na tarde deste domingo, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, será beatificado Floribert Bwana Chui, um jovem mártir congolês.
“Ele foi morto aos 26 anos porque, como cristão, se opôs à injustiça e defendeu os pequenos e os pobres. Que seu testemunho dê coragem e esperança aos jovens da República Democrática do Congo e de toda a África!”
Por fim, o Papa desejou a todos um bom domingo e disse aos jovens:
“Espero vocês daqui a um mês e meio no Jubileu dos Jovens! Que a Virgem Maria, Rainha da Paz, interceda por nós.” Fonte: www.vaticannews
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Crer e adorar a Trindade é deixá-la habitar e agir em nossa vida, é colocar em prática a palavra de Paulo: “Eu vivo, mas não sou eu, é Cristo que vive em mim.” (Gal 2, 20)
Vatican News
Hoje, de um modo especial, celebramos Deus. Mas quem é Deus? Como explicá-lo? Como defini-lo? Como conhecê-lo?
Nenhuma pergunta sobre Deus pode ser respondida por nós humanos. Deus nos supera!
Temos noção de quem Ele é, mas não conseguimos defini-lo. É impossível! Ele é a eterna surpresa. Nosso Deus não é o Deus dos filósofos, mas é o Pai de Jesus Cristo, é o próprio Cristo, é o Espírito de Amor.
Para conhecê-lo deveremos abrir a Sagrada Escritura, principalmente o Novo Testamento, e ver o que Jesus, o Verbo Encarnado, nos diz.
A Sabedoria, tema da primeira leitura, afirma que ela é o próprio projeto de Deus que cria um mundo justo. Com o projeto da redenção, para sanar o pecado de Adão, o Verbo se encarnou e apareceu no meio do mundo como a Sabedoria de Deus.
Quando da ascensão de Jesus, sua subida aos céus foi um ganho para os discípulos, pois permitiu que o Senhor Ressuscitado estivesse presente em toda parte. O Senhor fala agora através do Espírito, do Paráclito, que une, com sua presença, o passado e o presente.
A segunda leitura, extraída da Carta de Paulo aos Romanos, nos fala que o “amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Esse amor ocupa o primeiro lugar, deixando justificação e justiça para o segundo plano.
O Espírito, solidarizando-se com Jesus, age dentro de nós, construindo uma vida nova.
Ele nos proporciona duas colunas, a escuta e a disponibilidade, que nos ajudam a assumirmos o projeto de Deus em nossa vida.
Portanto, crer e adorar a Trindade é deixá-la habitar e agir em nossa vida, é colocar em prática a palavra de Paulo: “Eu vivo, mas não sou eu, é Cristo que vive em mim.” (Gal 2, 20). Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)
20Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo.
3) Reflexão – Mt 5, 20-26
O texto do evangelho de hoje está dentro da unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpretava e explicava a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repetiu a frase: "Antigamente foi dito, eu, porém, lhes digo!" (Mt 5,21.27.33.38.43). Na opinião de alguns fariseus, Jesus estava acabando com a lei. Mas era exatamente o contrário. Ele dizia: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). Frente à Lei de Moisés, Jesus tem uma atitude de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas que se fechavam na prisão da letra, mas reafirma categoricamente o objetivo último da lei: alcançar a justiça maior que é o Amor.
Nas comunidades para as quais Mateus escreve o seu Evangelho havia opiniões diferentes frente à Lei de Moisés. Para alguns, ela não tinha mais sentido. Para outros, ela devia ser observada até nos mínimos detalhes. Por isso, havia muitos conflitos e brigas. Uns chamavam os outros de imbecil e de idiota. Mateus tenta ajudar os dois grupos a entender melhor o verdadeiro sentido da Lei e traz alguns conselhos de Jesus para ajudar a enfrentar e superar os conflitos que surgem dentro da família e dentro da comunidade.
Mateus 5,20: A justiça de vocês deve ser maior que a justiça dos fariseus.
Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. O evangelista vai mostrar às comunidades como elas devem praticar a justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus e que levará à observância plena da lei. Em seguida, depois desta chave geral sobre a justiça maior, Mateus traz cinco exemplos bem concretos de como praticar a Lei de tal maneira que a sua observância leve à prática perfeita do amor. No primeiro exemplo do evangelho de hoje, Jesus revela o que Deus queria quando entregou a Moisés o quinto mandamento “Não Matarás!”.
Mateus 5,21-22: Não Matar
“Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que, de uma ou de outra maneira, possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc. “Todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal”. Ou seja, quem fica com raiva do irmão já merece o mesmo castigo de condenação pelo tribunal que, na antiga lei, era reservado para o assassino! E Jesus vai mais longe ainda. Ele quer arrancar a raiz do assassinato: Quem diz ao seu irmão: 'imbecil', se torna réu perante o Sinédrio; e quem chama o irmão de 'idiota', merece o fogo do inferno. Com outras palavras, eu só observei plenamente o mandamento Não Matar se consegui tirar de dentro do meu coração qualquer sentimento de raiva que leva a insultar o irmão. Ou seja, se cheguei à perfeição do amor.
Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer
“Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta”. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo do ano 70, quando os cristãos ainda participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar do Templo, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Agora, nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existiam. A própria comunidade passou ser o Templo e o Altar de Deus (1Cor 3,16).
Mateus 5,25-26: Reconciliar
Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação, pois nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes, sem diálogo. Ninguém queria ceder diante do outro. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!
O ideal da justiça maior
Por cinco vezes, Jesus cita um mandamento ou um costume da lei antiga: Não matar (Mt 5,21), Não cometer adultério (Mt 5,27), Não jurar falso (Mt 5,33), Olho por olho, dente por dente (Mt 5,38), Amar o próximo e odiar o inimigo (Mt 5,43). E por cinco vezes, ele critica a maneira antiga de observar estes mandamentos e aponta um caminho novo para atingir a justiça, o objetivo da lei (Mt 5,22-26; 5, 28-32; 5,34-37; 5,39-42; 5,44-48). A palavra Justiça aparece sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muitas angústias para as pessoas de boa vontade, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem daquilo que eu faço para Deus observando a lei, mas sim vem do que Deus faz por mim, me acolhendo com amor como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa gratuitamente, apesar dos meus muitos defeitos e pecados.
4) Para um confronto pessoal
1) Quais os conflitos mais freqüentes na nossa família? E na nossa comunidade? É fácil a reconciliação na família e na comunidade? Sim ou não? Por que?
2) De que maneira os conselhos de Jesus podem ajudar a melhorar o relacionamento dentro da nossa família e da comunidade?
5) Oração final
Visitastes a terra e a regastes, cumulando-a de fertilidade. De água encheu-se a divina fonte e fizestes germinar o trigo. (Sl 64, 10)
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1) Oração
Ó Deus, que designastes são Barnabé, cheio de fé e do Espírito Santo, para converter as nações, fazei que a vossa Igreja anuncie por palavras e atos o Evangelho de Cristo que ele proclamou intrepidamente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 10, 7-13)
7Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai! 9Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, 10nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento. 11Nas cidades ou aldeias onde entrardes, informai-vos se há alguém ali digno de vos receber; ficai ali até a vossa partida. 12Entrando numa casa, saudai-a: Paz a esta casa. 13Se aquela casa for digna, descerá sobre ela vossa paz; se, porém, não o for, vosso voto de paz retornará a vós.
3) Reflexão - Mt 10, 7-13
Hoje é festa de S. Barnabé. O evangelho fala das instruções de Jesus aos discípulos sobre como anunciar a Boa Nova do Reino às “ovelhas perdidas de Israel” (Mt 10,6). Eles devem: 1. curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios (v.8); 2. anunciar de graça aquilo que de graça receberam (v.8); 3. não levar ouro, nem sandálias, nem bastão, nem sacola, nem sapatos, nem duas túnicas (v.9); 4. procurar uma casa onde possam ficar hospedados até terminar a missão (v.11); 5. ser portadores de paz (v.13).
No tempo de Jesus havia vários movimentos que, como Jesus, buscavam uma nova maneira de viver e conviver, por exemplo, João Batista, os fariseus, essênios e outros. Muitos deles também formavam comunidades de discípulos (Jo 1,35; Lc 11,1; At 19,3) e tinham seus missionários (Mt 23,15). Mas havia uma grande diferença! Os fariseus, por exemplo, quando iam em missão, iam prevenidos. Achavam que não podiam confiar na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Por isso, levavam sacola e dinheiro para poder cuidar da sua própria comida. Assim, as observâncias da Lei da pureza, em vez de ajudar a superar as divisões, enfraqueciam ainda mais a vivência dos valores comunitários. A proposta de Jesus é diferente. O método dele transparece nos conselhos que ele dá aos apóstolos quando os envia em missão. Por meio das instruções, ele procura renovar e reorganizar as comunidades da Galiléia para que sejam novamente uma expressão da Aliança, uma amostra do Reino de Deus. Vejamos:
Mateus 10,7: O anúncio da proximidade do Reino.
Jesus envia os discípulos para anunciar a Boa Nova. Eles devem dizer: “O Reino dos céus está próximo!” Em que consiste esta proximidade? Não significa a proximidade no tempo no sentido de que basta aguardar mais um pouco de tempo e em breve o Reino vai aparecer. “O Reino está próximo” significa que ele já está ao alcance do povo, já “está no meio de vocês” (Lc 17,21). É preciso adquirir um novo olhar para poder perceber a sua presença ou proximidade. A vinda do Reino não é fruto da nossa observância, como queriam os fariseus, mas ele se faz presente, gratuitamente, nas ações que Jesus recomenda aos apóstolos: curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios.
Mateus 10,8: Curar, ressuscitar, purificar, expulsar
Doentes, mortos, leprosos, possessos eram os excluídos da convivência, e eles eram excluídos em nome de Deus. Não podiam participar da vida comunitária. Jesus manda que estas pessoas excluídas sejam acolhidas, incluídas. É nestes gestos de acolhida e de inclusão dos excluídos que o Reino de Deus se faz presente. Pois nestes gestos de gratuidade humana transparece o amor gratuito de Deus que reconstrói a convivência humano e refaz os relacionamentos inter-pessoais.
Mateus 10,9-10: Não levar nada
Ao contrário dos outros missionários, os apóstolos não podem levar nada: “Não levem nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu alimento”. A única coisa que podem e devem levar é a Paz (Mt 10,13). Isto significa que devem confiar na hospitalidade e na partilha do povo. Pois o discípulo que vai sem nada levando apenas a paz, mostra que confia no povo. Acredita que vai ser recebido, e o povo se sente provocado, valorizado, respeitado e confirmado. O operário tem direito ao seu alimento. Por meio desta prática o discípulo critica as leis de exclusão e resgata os antigos valores da partilha e da convivência comunitária.
Mateus 10,11-13: Conviver e integrar-se na comunidade
Chegando num lugar os discípulos devem escolher uma casa de paz e lá devem permanecer até o fim. Não devem passar de casa em casa, mas conviver de maneira estável. Devem fazer-se membros da comunidade e trabalhar pela paz, isto é, pela reconstrução dos relacionamentos humanos que favorece a Paz. Por meio desta prática, eles resgatam uma antiga tradição do povo, criticam a cultura de acumulação que marcava a política do Império Romano e anunciam um novo modelo de convivência.
Resumindo: as ações recomendadas por Jesus para o anúncio do Reino são estas: acolher os excluídos, confiar na hospitalidade, provocar a partilha, conviver de modo estável e de maneira pacífica. Se isto acontecer, então podem e devem gritar aos quatro ventos: O Reino chegou! Anunciar o Reino não é em primeiro lugar ensinar verdades e doutrinas, catecismo ou direito canônico, mas é levar as pessoas a uma nova maneira de viver e de conviver, a um novo jeito de agir e de pensar a partir da Boa Notícia, trazida por Jesus, de que Deus é Pai/Mãe e de que, portanto, todos somos irmãos e irmãs.
4) Para um confronto pessoal
1) Por que todas estas atitudes recomendadas por Jesus são sinal da chegada do Reino de Deus?
2) Como realizar hoje aquilo que Jesus pede: “não levar bolsa”, “não passar de casa em casa”?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele operou maravilhas. Sua mão e seu santo braço lhe deram a vitória.. (Sl 97, 1)
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As igrejas evangélicas pareciam destinadas a dominar o cenário religioso brasileiro, mas os dados do Censo de 2022 contam uma história diferente
Doutor em economia pela London School of Economics, é professor pesquisador na EESP/FGV
Doutor em economia pela London Business School, é professor titular na FEA/USP
Os dados sobre religião do Censo de 2022 surpreenderam muitos analistas: a participação dos evangélicos cresceu, mas ficou abaixo das expectativas. Estimativas comuns apontavam que eles já representariam entre 33% e 35% da população. O número final foi de 26,9%, frente aos 21,6% registrados em 2010.
Em março, publicamos uma nota levantando a hipótese de que o crescimento evangélico poderia estar sendo superestimado. A avaliação se baseava em pesquisas sobre mecanismos institucionais que impulsionaram a expansão das igrejas nas décadas anteriores —e que ajudam a entender por que esse avanço começa a perder força. É com base nesses resultados que propomos uma leitura para os dados divulgados.
Nas últimas décadas, o crescimento evangélico foi um dos fenômenos sociais mais marcantes do país. A participação saltou de cerca de 6% em 1980 para 21,6% em 2010, chegando a 26,9% em 2022, alterando o cenário religioso e político. Muitos passaram a tratar como certo que os evangélicos se tornariam maioria em breve, mas os dados deste Censo sugerem desaceleração. É improvável que o ritmo acelerado retorne.
O que explica essa mudança?
Nossos trabalhos indicam que o avanço evangélico foi impulsionado por um modelo de expansão baseado na multiplicação de templos de baixo custo, com estrutura enxuta e replicação rápida. Enquanto a Igreja Católica operava com paróquias caras e dependentes de clero especializado, igrejas evangélicas —sobretudo as pentecostais— adotaram uma configuração mais flexível. Seus pastores, geralmente lideranças locais com trajetória informal, abriram templos em espaços comerciais com pouco investimento, ocupando rapidamente áreas não cobertas pela Igreja Católica.
Esse modelo de crescimento pelo lado da oferta —ou seja, centrado na expansão da infraestrutura religiosa— foi o motor da transformação evangélica nas últimas décadas. Ele contrasta com a explicação centrada na demanda, segundo a qual os evangélicos teriam ganhado espaço por oferecer maior capacidade do que os católicos ou o Estado de acolher os mais pobres em momentos de crise. Essa perspectiva parece plausível, mas obscurece o papel da ocupação territorial no processo de crescimento. Os dados do Censo parecem reforçar esse diagnóstico: mesmo com aumento da insegurança social, o crescimento evangélico não acelerou como se previa.
Com a ocupação dos espaços, o modelo perde fôlego. A competição entre igrejas evangélicas e com a Igreja Católica impõe limites à abertura de novos templos. Estimativas mostram que a entrada de novas igrejas cai conforme cresce o número de templos em operação. Hoje, há cerca de sete templos evangélicos para cada templo católico, um sinal da intensidade da ocupação.
Mais importante: o retorno esperado da abertura de um novo templo —em termos de expansão líquida de fiéis— encontra limites. A competição redistribui membros entre igrejas e enfraquece o efeito expansivo da infraestrutura sobre o grupo como um todo. Em áreas com presença católica consolidada, a pressão é maior.
O fim da fase de expansão acelerada não implica perda de influência, mas impõe novos desafios a um movimento que molda disputas eleitorais e o debate público. Trata-se do esgotamento de um modelo que operou com força no passado e agora testa seus limites. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Brasil tem menor parcela de católicos da história; evangélicos batem recorde. Espiritismo recua, religiões afro-brasileiras triplicam e cresce número de brasileiros sem religião.
Por Judite Cypreste, g1 — São Paulo
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (6) os dados do Censo Demográfico 2022 com informações detalhadas sobre a religião nos municípios brasileiros (veja no mapa acima).
Brasil tem menor parcela de católicos da história; evangélicos batem recorde
A visualização mostra a religião mais praticada em cada cidade do país — ou seja, qual grupo religioso tem o maior número de seguidores naquele município. Você pode pesquisar sua cidade no mapa e ver os dados atualizados.
Em edições anteriores do levantamento, o IBGE chegou a divulgar subdivisões dentro de cada grupo religioso. Entre os evangélicos, por exemplo, era possível saber quantos pertenciam à Assembleia de Deus, à igreja Batista, Metodista, entre outras denominações. No Censo de 2022, no entanto, o instituto informou que ainda não é possível precisar se trará esse detalhamento em futuras divulgações.
Catolicismo ainda lidera, mas em queda
O levantamento mostra que o catolicismo segue como a religião com mais adeptos no Brasil, presente como grupo majoritário em mais de 5 mil municípios. No entanto, a proporção de católicos caiu ao menor nível da série histórica: 56,7% da população em 2022, contra 99,7% em 1872.
Evangélicos crescem
A proporção de evangélicos continua aumentando no país: passaram de 21,6% da população em 2010 para 26,9% em 2022 — um crescimento de 5,2 pontos percentuais em 12 anos.
Esse grupo já é o mais numeroso em 244 cidades. Em 58 delas, os evangélicos representam mais da metade da população. As maiores proporções estão em municípios com colonização alemã ou pomerana, como Arroio do Padre (RS) e Santa Maria de Jetibá (ES).
Outras religiões e quem não tem religião
- O espiritismo caiu de 2,2% para 1,8% da população entre 2010 e 2022, mas ainda tem forte presença no Sudeste.
- Já as religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, triplicaram no período, passando de 0,3% para 1,0%.
- Também cresceu o número de brasileiros sem religião, de 8,0% para 9,4%. Fonte: https://g1.globo.com
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1) Oração
Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens, nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 21,15-19)
15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!
3) Reflexão - Jo 21,15-19
Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).
Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!
João 21,15-17: O amor no centro da missão
Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.
João 21,18-19: A previsão da morte
* Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."
O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado
A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed. É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos”(1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade”.(1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.
4) Para confronto pessoal
- Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as ideias?
- A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construído?
5) Oração final
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios (Sl 102, 1-2).
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Dia Mundial do Meio Ambiente,
Há exatos dez anos, o sempre lembrado e saudoso Papa Francisco nos presenteava com um dos documentos mais proféticos e transformadores de seu Pontificado: a Carta Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum. Publicada em 24 de maio de 2015, ela se revelou um marco não apenas para a doutrina social da Igreja, mas para toda a humanidade, que atravessa tempos de urgência climática e degradação ambiental.
Inspirado no Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, o Papa nos convida a louvar a Deus pela criação, mas também a reconhecer os danos que estamos infligindo a ela e às gerações futuras. É um chamado à conversão ecológica, expressão que, ao longo desta década, se tornou um apelo central à consciência cristã.
Ao longo desses dez anos, vimos crescer, dentro e fora da Igreja, uma sensibilidade nova. Em muitos lugares, surgiram iniciativas inspiradas pela encíclica: projetos de educação ambiental em escolas católicas, campanhas de reflorestamento, políticas diocesanas de sustentabilidade e até esforços conjuntos com outras religiões e instituições civis. A semente plantada pelo Santo Padre germinou em muitos corações e comunidades.
A Carta Encíclica Laudato si’ nos recorda que tudo está interligado. A crise ecológica não é separada da crise social. O mesmo sistema que explora a natureza também marginaliza os pobres. O cuidado com o meio ambiente passa, necessariamente, pelo cuidado com o ser humano. Não há ecologia sem justiça social, não há futuro sem solidariedade e responsabilidade compartilhada.
Vivemos em um mundo que muitas vezes se move ao ritmo da indiferença. O consumismo desenfreado, a cultura do descarte, a idolatria do progresso técnico sem limites — tudo isso nos distancia do projeto de Deus para a criação. A encíclica nos ensina a ver o mundo com os olhos do Criador, a amar cada ser criado como parte de uma grande família cósmica.
Neste décimo aniversário, somos chamados a renovar nosso compromisso. Que nossas dioceses, paróquias, comunidades eclesiais de base e pastorais acolham, com mais profundidade, os ensinamentos da Carta Encíclica Laudato si’. Que sejamos ousados na formação de novos estilos de vida, simples e sustentáveis, como expressão concreta da nossa fé e do testemunho cristão no mundo.
O Papa Francisco nos convoca a uma “espiritualidade ecológica”, enraizada na gratidão e na sobriedade, aberta à admiração e contemplação da beleza da criação. Essa espiritualidade não se restringe a práticas devocionais, mas se traduz em escolhas cotidianas: no modo como consumimos, como tratamos o lixo, como utilizamos os recursos naturais.
A conversão ecológica é também comunitária. Não se trata apenas de atitudes individuais, mas de um novo modo de viver em sociedade. É preciso questionar modelos econômicos predatórios, resistir à cultura do descarte, fomentar políticas públicas que respeitem o meio ambiente e promovam o bem comum.
Nesse percurso, o papel dos leigos e leigas é fundamental. São eles que, nos mais diversos contextos, podem testemunhar um novo estilo de vida e influenciar positivamente suas famílias, ambientes de trabalho, escolas e comunidades. A Carta Encíclica Laudato si’ reforça a vocação batismal de cada cristão a ser fermento de transformação no mundo.
Também os consagrados e consagradas, com seu testemunho de simplicidade e comunhão, têm muito a contribuir para essa ecologia integral. Assim como os presbíteros, diáconos, bispos e lideranças pastorais, chamados a integrar esse cuidado com a criação à ação evangelizadora da Igreja.
A juventude é protagonista nesta missão. Os jovens, com sua criatividade, paixão e ousadia, têm encabeçado movimentos por justiça climática e práticas de vida sustentável. A Igreja precisa caminhar com eles, escutá-los e dar espaço para que liderem iniciativas inspiradas na encíclica.
Na vida litúrgica da Igreja, a dimensão ecológica também pode se manifestar. Liturgias que valorizem os elementos naturais, tempos litúrgicos que favoreçam a reflexão sobre a criação, festas patronais que promovam o cuidado ambiental — tudo isso contribui para uma espiritualidade enraizada na realidade e comprometida com a vida.
A formação permanente do clero e dos agentes de pastoral deve incluir os princípios da Carta Encíclica Laudato si’. Não como um conteúdo teórico, mas como parte da vida espiritual e do discernimento pastoral. O cuidado com a criação não é um tema lateral, mas expressão concreta do amor cristão.
A Carta Encíclica também nos convida ao diálogo com as ciências, com outras religiões, com o mundo da política e da economia. Trata-se de uma proposta de encontro e convergência em torno de valores fundamentais: a dignidade da vida, o respeito à criação, a responsabilidade intergeracional, a justiça e a paz.
Que este décimo aniversário seja, para a Igreja no Brasil e no mundo, um tempo de renovação. Que cada comunidade se pergunte: de que forma estamos cuidando da nossa casa comum? Quais mudanças somos chamados a realizar? Como podemos testemunhar, com mais coerência, o Evangelho da criação?
Que o Espírito Santo nos conduza nesta caminhada. Que Maria, Mãe da Igreja e Rainha da Criação, interceda por nós. Que São Francisco de Assis continue nos inspirando com sua vida de pobreza, humildade e amor universal.
E que a Carta Encíclica Laudato si’, mesmo uma década depois, continue ressoando em nossos corações como um cântico de esperança, de responsabilidade e de compromisso cristão com a vida em plenitude para todos. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, fazei que o Espírito Santo, vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 17,1-11a)
1Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti; 2e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. 3Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. 4Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. 5Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. 6Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. 7Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti. 8Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. 11Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti.
3) Reflexão - Jo 17,1-11a
Nos evangelhos de hoje, de amanhã e de depois de amanhã, vamos meditar as palavras que Jesus dirigiu ao Pai no momento da despedida. João conservou estas palavras e as colocou como pronunciadas por Jesus durante o último encontro de Jesus com seus discípulos. É o Testamento de Jesus em forma de prece, também chamada Oração Sacerdotal (Jo 17,1-26).
O capítulo 17 do evangelho de João é o final de uma longa reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre a sua missão no mundo. As comunidades conservaram estas reflexões para poderem entender melhor o momento difícil que elas mesmas estavam atravessando: tribulação, abandono, dúvidas, perseguição. A longa reflexão termina com a oração de Jesus pelas comunidades. Nela transparecem os sentimentos e as preocupações que, conforme o evangelista, estavam em Jesus no momento de ele sair deste mundo para o Pai. É com estes sentimentos e com esta preocupação que Jesus está agora diante do Pai, intercedendo por nós. Por isso, a Oração Sacerdotal é também o Testamento de Jesus. Muita gente, no momento de se despedir para sempre, deixa alguma mensagem. Todo mundo guarda palavras importantes do pai e da mãe, sobretudo quando são dos últimos momentos da vida. Preservar estas palavras é como preservar as pessoas. É uma forma de saudade.
O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade do que de raciocínio. Para captar bem todo o seu sentido, não basta a reflexão da cabeça, da razão. Este texto deve ser meditado e acolhido também no coração. É um texto não tanto para ser discutido mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, você não se preocupe se não entender logo tudo. O texto exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar todo. Por isso, feche os olhos, faça silêncio dentro de você e escute Jesus falando para você, transmitindo no Testamento sua maior preocupação, sua última vontade. Procure descobrir qual o ponto em que Jesus insiste mais e que ele considera o mais importante.
João 17,1-3: Chegou a hora!
“Pai, chegou a hora!" É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da paixão, morte e ressurreição. Chegando ao fim da sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta prece, ele vai expressar o sentimento mais íntimo do seu coração e a descoberta mais profunda da sua alma: a presença do Pai em sua vida.
João 17,4-8: Pai, reconheceram que vim de Ti!
Revendo sua vida, Jesus se vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos e as amigas que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu, para que todos pudessem ter um lampejo da bondade e do amor que estão encerrados no Nome de Deus que é Abba, Pai.
João 17,9-11a: Tudo que é meu é teu, tudo que é teu é meu!
No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai a sua preocupação e reza pelos amigos e amigas que ele deixa para trás. Eles continuam no mundo, mas não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus está preocupado com as pessoas que ficam, e reza por elas.
4) Para confronto pessoal
1) Quais as palavras de pessoas queridas que você guarda com carinho e que orientam a sua vida? Caso você fosse embora, qual a mensagem que você deixaria para sua família e para a comunidade?
2) Qual a frase do Testamento de Jesus que mais me tocou? Por que?
5) Oração final
Bendito seja o Senhor todos os dias; Deus, nossa salvação, leva nossos fardos: nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus (Sl 67, 20-21).
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Projeto esportivo a preços populares em Pilares, na Zona Norte, atrai ainda pessoas de diferentes profissões. Fluminense doou mais de mil raquetes
Por Geraldo Ribeiro
Há cerca de dois meses, o padre Diogenes Araújo Soares, de 54 anos, da Paróquia do Divino Salvador, na Piedade, se divide entre a batina e a raquete de tênis. Ele pratica o esporte favorito do Papa Leão XIV em um projeto social no vizinho bairro de Pilares, também na Zona Norte, desde que chegou ao Rio, vindo de Fortaleza, no Ceará. Na quadra, o sacerdote católico costuma fazer uma dobradinha com o entregador Matheus Alberto do Nascimento, de 29, que é evangélico, ou bater bola com o músico Fábio Barreto, de 57, espírita. O religioso foi levado para o projeto pelo contador aposentado Evandro Carvalho do Lago, de 72, fiel de sua igreja.
Para todos
A iniciativa criada por Artur Ricardo, de 54 anos, morador local, funciona em espaço cedido pela prefeitura do Rio. O projeto “Pratique Tênis em Pilares” reúne homens e mulheres de diversas profissões — churrasqueiro, corretor de imóveis, policial federal e oficial do Corpo de Bombeiros, entre outros —, além de variados credos, idades e raças, em torno de um esporte considerado de elite.
Não há exigência de uniforme e os interessados nem precisam ter raquete. As mensalidades partem de R$ 100, mas quem não tem condição de pagar também não fica de fora.
— A ideia é ajudar a popularizar o esporte. Deixá-lo acessível a qualquer pessoa. Só o fato de colocar o tênis na Zona Norte já é um feito. Queremos fazer do bairro, que já foi muito associado a samba e carnaval por conta da Caprichosos de Pilares (escola da Série Bronze que hoje desfila na Intendente Magalhães, em Campinho, mas já teve seus dias de glória na Sapucaí, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990), um lugar conhecido pela prática do tênis — afirma Artur, que já trabalhou na CBF e, desde a pandemia, toca o projeto sem patrocínio, apenas com o que arrecada de mensalidade e alguma parceria com a iniciativa privada — o Fluminense Football Club já doou mais de 1.500 raquetes e redes.
O projeto é uma das raras opções no subúrbio para os aspirantes a tenista, ou mesmo para quem só quer praticar o esporte. O churrasqueiro Manoel da Silva Pimenta, de 46 anos, é da Ilha do Governador. Ele conta que faz aulas uma vez por semana.
— Comecei no esporte pelo futebol, até que um dia passei por uma quadra pública de tênis e me interessei. Comprei uma raquete e comecei treinando. Mas fazia a coisa errada. Vim para o projeto para aprender para valer. O tênis é tudo, representa saúde, qualidade física e mental. Infelizmente, é um esporte elitizado, mas um projeto como esse facilita para todo mundo — elogia ele.
O padre Diogenes praticava beach tênis quando estava em Fortaleza e chegou a vencer campeonatos. No subúrbio carioca, longe da praia, migrou para o tênis de quadra. O religioso, que também é praticante de vôlei desde a infância, admira os talentos brasileiros da raquete João Fonseca, que aos 18 anos já é uma estrela mundial do esporte, e Bia Haddad.
— A gente evangeliza de todos os modos e meios que o amor inspira. Minha presença no projeto pode ser um sinal. As pessoas ficam surpresas, mas ao mesmo tempo alegres em ter um padre entre elas, praticando esporte — diverte-se o sacerdote baiano.
Projeto já foi enredo
O “Pratique Tênis em Pilares” atualmente tem mais de 80 alunos inscritos — todos adultos. No início, em 2010, o foco maior era em crianças e adolescentes. Com a pandemia da Covid-19, o projeto perdeu patrocínios, até hoje não recuperados, e mudou seu público. A iniciativa, que atrai atletas amadores de todos os credos, foi enredo da escola mirim Inocentes da Caprichosos, em 2020, e já recebeu mais de 2 mil pessoas.
Fonte: https://oglobo.globo.com
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Irmã Eva, de 21 anos, aparece vendendo artigos religiosos em vídeo viralizado
Freira Eva já foi modelo e hoje prega a palavra de Deus - Reprodução/redes sociais
São Paulo
Um vídeo que mostra uma freira vendendo artigos religiosos para arrecadar fundos para projetos sociais tem viralizado nas redes sociais. Nele, a irmã Eva mostra sua rotina de fé e devoção. Porém, o que tem chamado a atenção é a beleza da jovem de olhos claros.
Eva, como é conhecida no universo religioso, tem 21 anos e antes da conversão atendia pelo nome Kamila Cardoso. Ela já foi miss e participou de concursos de beleza. Ela é natural de Patos de Minas (MG).
Ao fazer 18 anos, resolveu largar a vida de modelo para se tornar uma promotora da palavra. Em entrevista ao G1, ela afirma que recebeu o título de Miss Continente Teen Sol Nascente, mas que um dia antes da final do concurso, quando iria concorrer à faixa para o nacional, desistiu de tudo pela Igreja.
Atualmente, faz parte da Congregação Sancta Dei Genitrix, instituição comandada pelo padre ortodoxo José Ribamar R. Dias. E faz projetos sociais com pessoas em vulnerabilidade social em Brasília e em Goiás.
Com vida discreta, Eva desativou seu perfil nas redes sociais, mas aparece no da congregação em trabalhos religiosos.
Ela é mais uma freira que ganha os holofotes. Recentemente, Marisa e Marizele chamaram a atenção após dançarem e fazerem beatbox num programa de TV. Fonte: https://f5.folha.uol.com.br
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3,15-16)
Dentro da celebração do Sétimo Domingo da Páscoa, no Brasil, solenidade transferida da Ascenção, comemora-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, e, para essa data, o Santo Padre sempre prepara uma mensagem. Essa mensagem ainda foi preparada pelo saudoso Papa Francisco, que nos encoraja a sairmos em missão e anunciarmos a Palavra de Deus. Do mesmo modo que Jesus enviou os discípulos para a missão e para dar continuidade a tudo aquilo que Ele fez, Jesus nos envia hoje para sermos comunicadores da Palavra de Deus.
Por isso é Dia Mundial das Comunicações Sociais, pois somos chamados a usar todas as formas de mídia para anunciar a Palavra de Deus. Na era digital em que vivemos, onde a internet está em alta, e a inteligência artificial, podemos usar desses meios para o bem e para falar de Deus. O Espírito Santo, que é nosso defensor, o Paráclito, nos dará palavras acertadas para evangelizar. Como nos dizia o Papa Francisco, temos que ser uma Igreja em saída, ou seja, ir ao encontro do outro e anunciar a Palavra. Dessa forma, faremos como os discípulos e levaremos essa Igreja adiante.
O tema da mensagem deste ano vai ao encontro do Ano Jubilar da Esperança que estamos vivenciando — como não poderia deixar de ser. Para poder falar de Deus às outras pessoas, é preciso ter fé e esperança, para animar os desanimados e encorajar os que estão vacilantes na fé. A nossa esperança vem de Cristo Ressuscitado, e o Espírito Santo, que habita em nós desde o batismo, nos impulsiona a anunciar a Palavra de Deus às outras pessoas.
Desde o nosso batismo nos tornamos discípulos e missionários de Jesus, e fomos imbuídos com os dons do Espírito Santo. Para sermos discípulos de Jesus, deve nos acompanhar o dom da mansidão, conforme nos fala o tema desta mensagem. A esperança do cristão é a vida eterna. Busquemos evangelizar enquanto estamos aqui, fazer o bem, praticar a caridade, para, ao final da nossa vida, sermos merecedores da vida eterna.
O Papa Francisco alerta, nesta mensagem, que nem sempre a comunicação gera esperança, mas, algumas vezes, medo e desespero, preconceito e rancor, fanatismo e até ódio. Em certas ocasiões, distorcem a realidade dos fatos com o intuito de inflamar ainda mais os ânimos e gerar desconforto nos outros. O Papa nos diz que é preciso “desarmar” a comunicação e purificá-la de toda agressividade. Infelizmente, é o que vemos em alguns jornais que passam na televisão, cujo foco principal são crimes, tiroteios e violência. Não transmitem notícias, mas levam o telespectador a ter um sentimento de insegurança e medo. Alguns reality shows focam em provocações, discórdias e brigas, e não acrescentam em nada ao telespectador que os assiste.
O Papa alerta ainda que devemos tomar cuidado com as redes sociais e não expor tanto a nossa vida e a de nossos familiares. Muitas vezes, por meio das redes sociais, fomenta-se o ódio, combinam-se ações erradas contra alguém. Enfim, para nós, cristãos, deve ser diferente: temos que usar as redes sociais para o bem e para falar de Deus.
Outra preocupação do Santo Padre é a “dispersão programada da atenção”. Ou seja, algumas pessoas que estão nas redes sociais, por trás da tela do computador, apenas querem atenção e, algumas vezes, se aproveitar dos outros. É preciso tomar cuidado e conhecer bem quem está do outro lado da tela. Nas fotos pode parecer uma coisa; presencialmente, pode ser outra. Usemos menos as redes sociais e tomemos cuidado. Antes de tudo, porém, usemos esse tempo para evangelizar e falar de Deus.
O Papa Francisco afirma que, de fato, é difícil ter esperança, principalmente no mundo de hoje, com tantas injustiças, violências e guerras. A esperança é uma virtude cristã, e todos devem nutri-la. Temos que ter esperança em dias melhores e acreditar que algo bom vai acontecer em nossa vida. Somos dirigidos por nossos pensamentos: se pensarmos coisas positivas, algo de bom acontecerá em nossa vida; agora, se só pensarmos negativamente e não nutrirmos em nós a esperança, as coisas boas não virão.
O Papa afirma ainda que a comunicação deve ser feita com mansidão e respeito. A comunicação deve ser feita de maneira próxima. Até mesmo o sacerdote, ao proferir a homilia, deve se fazer próximo dos fiéis e fazer com que toda a comunidade compreenda aquilo que está dizendo. Uma comunicação próxima é uma comunicação clara e objetiva. Uma boa comunicação é aquela que não vende ilusões ou medo, mas que é capaz de transmitir a esperança e ajudar os outros a superar os medos e enfrentar as dificuldades.
A esperança deve ser um projeto comunitário. A exemplo deste Ano Jubilar que estamos vivenciando, a Igreja inteira é chamada a nutrir a esperança no Senhor e em dias melhores para a humanidade. Por isso, ao longo deste ano, somos convidados a peregrinar até as Igrejas jubilares e vivenciar este Ano da Esperança.
O Papa conclui essa mensagem dando algumas recomendações, como, por exemplo, cuidar do coração — ou seja, da vida interior. Ser mansos e nunca esquecer o rosto do outro. Por vezes, ficamos tanto tempo nas redes sociais que não nos encontramos com as pessoas e até esquecemos sua fisionomia. Semeemos sempre a esperança em nossa comunicação, construamos pontes e atravessemos os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo.
Estes são alguns tópicos da mensagem para este 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Não deixemos de nos comunicar e de nos encontrar com o outro. Deixemos um pouco de lado as redes sociais, usemos com sabedoria e para o bem a tecnologia, e anunciemos a esperança que vem de Cristo Ressuscitado. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Os dois cenários de conflito e dor estão no coração de Leão XIV que, ao final da audiência geral desta quarta-feira (28/05) na Praça São Pedro, eleva sua voz para que cesse o ribombar das armas, se ore pela paz, se favoreçam o diálogo e o cessar-fogo e seja respeitado integralmente o direito humanitário
Vatican News
Os corpos de crianças sem vida, as casas destruídas, o desespero daqueles que permanecem e lidam com uma dor inexplicável e sem fim. Estas são as imagens que a guerra na Ucrânia e a ofensiva na Faixa de Gaza evocam com força. O Papa Leão XIV não é indiferente ao que está acontecendo e, desde que foi eleito à Cátedra de Pedro, não se cansa de clamar pela paz e pela proteção dos civis.
Seu primeiro pensamento, ao final da audiência geral desta quarta-feira (28/05), vai para o povo ucraniano "atingido por novos e graves ataques contra civis e infraestrutura". Ações que continuam enquanto, no nível diplomático, o trabalho está em andamento após a proposta do presidente ucraniano Zelensky de uma cúpula tripartite com os presidentes estadunidense Trump e russo Putin, na tentativa de aprovar o cessar-fogo.
Asseguro minha proximidade e minhas orações por todas as vítimas, especialmente pelas crianças e famílias. Renovo com força o apelo para que cessem a guerra e apoiem todas as iniciativas de diálogo e de paz. Peço a todos que se unam à oração pela paz na Ucrânia e onde quer que se sofra com a guerra.
Um abrigo seguro
O cenário muda, mas o sofrimento permanece o mesmo na Faixa de Gaza, e o Papa Leão pensa nas crianças mortas.
Da Faixa de Gaza, o pranto de mães e pais que abraçam os corpos sem vida de crianças e que são continuamente forçados a se deslocar em busca de um pouco de comida e um abrigo mais seguro contra os bombardeios se eleva cada vez mais intensamente.
O Unicef, hoje mesmo, divulgou números impressionantes: mais de 50 mil crianças foram mortas ou feridas desde outubro de 2023. O pedido do Papa é claro:
Aos responsáveis, renovo meu apelo: cesse o fogo; todos os reféns sejam libertados; seja respeitado integralmente o direito humanitário. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Amados irmãos e irmãs,
Nos aproximamos do final do Tempo Pascal. A Igreja nos prepara, domingo após domingo, para acolher a vinda do Espírito Santo. No Evangelho de hoje – Jo 14,23-29 –, Jesus continua seu discurso de despedida durante a Última Ceia. Ele sabe que está prestes a partir, mas quer que seus discípulos permaneçam firmes, confiantes, unidos e em paz. Por isso, Ele diz: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.”
É nessa atmosfera de despedida e consolo que Jesus nos entrega duas promessas fundamentais: a vinda do Espírito Santo e a sua paz. Ele diz: “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse.”
Esse Espírito é a presença viva de Deus em nós. Ele nos conduz na caminhada, ilumina nossa mente, aquece nosso coração e nos ajuda a compreender a Palavra do Senhor. Ele é nosso defensor, nosso conselheiro, nosso companheiro. Não estamos sozinhos. Mesmo que Jesus tenha subido ao Pai, Ele continua presente em sua Igreja por meio do Espírito que nos foi dado no batismo e confirmado em Pentecostes.
A segunda promessa de Jesus é a sua paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo a dá.”
Irmãos, que diferença há entre a paz de Jesus e a paz do mundo? A paz do mundo muitas vezes é ausência de conflitos exteriores, mas pode esconder indiferença, medo, egoísmo. Já a paz de Cristo nasce da certeza de que Deus caminha conosco, mesmo em meio às tribulações. Não é uma paz frágil, mas uma paz enraizada no amor de Deus. Mesmo diante da cruz, Jesus é capaz de oferecer essa paz aos seus.
Hoje, mais do que nunca, somos chamados a ser testemunhas dessa paz no mundo. Vivemos tempos de violência, intolerância, divisão e medo. Onde há ódio, o cristão deve semear reconciliação. Onde há desespero, devemos levar esperança. Onde houver inquietação, devemos ser instrumentos da paz que vem do alto.
Mas Jesus nos dá uma condição para tudo isso: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o Pai o amará, e nós viremos e faremos nele nossa morada.”
A paz e o Espírito só habitam um coração que ama e acolhe a Palavra de Deus. Por isso, nossa missão é amar, escutar e viver o Evangelho. Quem ama, obedece. E quem obedece, torna-se morada de Deus.
Que nesta Eucaristia possamos renovar nosso amor ao Senhor, acolher com fé a presença do Espírito Santo e nos deixar transformar pela paz que Jesus nos dá. Que cada um de nós seja, no seu ambiente, um sinal da presença de Deus e da paz pascal que vence todo medo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1)Oração
Deus eterno e todo-poderoso, vós nos fizestes participar de vossa própria vida pelo novo nascimento do batismo; conduzi à plenitude da glória a quem concedestes, pela justificação, o dom da imortalidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,18-21)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. 19Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia. 20Lembrai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. 21Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”.
3) Reflexão - Jo 15,18-21
João 15,18-19: O ódio do mundo.
"Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim”. O cristão que segue Jesus é chamado a viver na contramão da sociedade. Num mundo organizado a partir dos interesses egoístas de pessoas e grupos, quem procura viver e irradiar o amor será crucificado. Este foi o destino de Jesus. Por isso, quando um cristão ou uma cristã é muito elogiado pelos poderes deste mundo e é exaltado como modelo para todos pelos meios de comunicação, convém desconfiar sempre um pouco. “Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo”. Foi a escolha de Jesus que nos separou. É baseando-nos nesta escolha ou vocação gratuita de Jesus que teremos força para aguentar a perseguição e a calúnia, e que poderemos ter a alegria no meio das dificuldades.
João 15,20: O servo não é maior que o seu senhor.
“Nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês”. Jesus já tinha insistido neste mesmo ponto no lava-pés (Jo 13,16) e no discurso da Missão (Mt 10,24-25). E é esta identificação com Jesus que, ao longo dos séculos, deu tanta força às pessoas para continuar na caminhada e foi fonte de experiência mística para muitos santos e santas mártires.
João 15,21: Perseguição por causa de Jesus.
“Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou”. A insistência repetida dos evangelhos em lembrar aquelas palavras de Jesus que possam ajudar as comunidades a entender o porquê das crises e das perseguições, é um sinal evidente de que nossos irmãos e irmãs das primeiras comunidades não tiveram uma vida fácil. Desde a perseguição de Nero em 64 depois de Cristo até o fim do primeiro século, eles viviam na eminência de poderem ser perseguidos, acusados, aprisionados e mortos a qualquer momento. A força que os sustentava era a certeza que Jesus comunicava de que Deus estava com eles.
4) Para confronto pessoal
1) Jesus se dirige a mim e me diz: Se você fosse do mundo, o mundo amaria o que é dele. Como aplico isto na minha vida?
2) Dentro de mim existem as duas tendências: o mundo e o evangelho. Qual dos dois está levando vantagem?
5) Oração final
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor fiel eternamente! (Sl 99, 5)
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A Nunciatura Apostólica informa que o Papa Leão XIV aceitou nesta terça-feira, 20 de maio, o pedido de renúncia apresentada por dom Edmar Peron ao governo pastoral da diocese de Paranaguá (PR). Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,27-31a)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.
3) Reflexão - Jo 14,27-31a
Aqui, em Jo 14,27, começa a despedida de Jesus e no fim do capítulo 14, ele encerra a conversa dizendo: "Levantem! Vamos embora daqui!" (Jo 14,31). Mas, em vez de sair da sala, Jesus continua falando por mais três capítulos: 15, 16 e 17. Se você pular estes três capítulos, você vai encontrar no começo do capítulo 18 a seguinte frase: "Tendo dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia ali um jardim onde entrou com seus discípulos" (Jo 18,1). Em Jo 18,1, está a continuação de Jo 14,31. O Evangelho de João é como um prédio bonito que foi sendo construído lentamente, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Aqui e acolá, ficaram sinais destes remanejamentos. De qualquer maneira, todos os textos, todos os tijolos, fazem parte do edifício e são Palavra de Deus para nós.
João 14,27: O dom da Paz.
Jesus comunica a sua paz aos discípulos. A mesma paz será dada depois da ressurreição (Jo 20,19). Esta paz é mais uma expressão da manifestação do Pai, de que Jesus tinha falado antes (Jo 14,21). A paz de Jesus é a fonte da alegria que ele nos comunica (Jo 15,11; 16,20.22.24; 17,13). É uma paz diferente da paz que o mundo dá, diferente da Pax Romana. Naquele fim do primeiro século a Pax Romana era mantida pela força das armas e pela repressão violenta contra os movimentos rebeldes. A Pax Romana garantia a desigualdade institucionalizada entre cidadãos romanos e escravos. Esta não é a paz do Reino de Deus. A Paz que Jesus comunica é o que no AT se chama Shalôm. É a organização completa de toda a vida em torno dos valores da justiça, fraternidade e igualdade.
João 14,28-29: O motivo por que Jesus volta ao Pai.
Jesus volta ao Pai para poder retornar em seguida. Ele dirá a Madalena: “Não me segure, porque ainda não subi para o Pai “ (Jo 20,17). Subindo para o Pai, ele voltará através do Espírito que nos enviará (cf Jo 20,22). Sem o retorno ao Pai ele não poderá estar conosco através do seu Espírito.
João 14,30-31a: Para que o mundo saiba que amo o Pai.
Jesus está encerrando a última conversa com os discípulos. O príncipe deste mundo vai tomar conta do destino de Jesus. Jesus vai ser morto. Na realidade, o Príncipe, o tentador, o diabo, nada pode contra Jesus. Jesus faz em tudo o que lhe ordena o Pai. O mundo vai saber que Jesus ama o Pai. Este é o grande e único testemunho de Jesus que pode levar o mundo a crer nele. No anúncio da Boa Nova não se trata de divulgar uma doutrina, nem de impor um direito canônico, nem de unir todos numa organização. Trata-se, antes de tudo, de viver e de irradiar aquilo que o ser humano mais deseja e tem de mais profundo dentro de si: o amor. Sem isto, a doutrina, o direito, a celebração não passa de peruca em cabeça calva.
João 14,31b: Levantem e vamos embora daqui.
São as últimas palavras de Jesus, expressão da sua decisão de ser obediente ao Pai e de revelar o seu amor. Na eucaristia, na hora da consagração, em alguns países se diz: “Na véspera da sua paixão, voluntariamente aceita”. Jesus diz em outro lugar: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: “Dou-vos a minha paz”. Como contribuo para a construção da paz na minha família e na minha comunidade?
2) Olhando no espelho da obediência de Jesus ao Pai, em que ponto eu poderia melhorar a minha obediência ao Pai?
5) Oração final
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! (Sl 144, 10-11)
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1) Oração
Ó Pai, que unis os corações dos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,21-26)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas — não o Iscariotes — disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
3) Reflexão - Jo 14,21-26
Como dissemos anteriormente, o capítulo 14 do Evangelho de João é um exemplo bonito de como se praticava a catequese nas comunidades da Ásia Menor no fim do primeiro século. Através das perguntas dos discípulos e das respostas de Jesus, os cristãos formavam sua consciência e encontravam uma orientação para os seus problemas. Assim, neste capítulo 14, temos a pergunta de Tomé com a resposta de Jesus (Jo 14,5-7), a pergunta de Filipe com a resposta de Jesus (Jo 14,8-21), e a pergunta de Judas com a resposta de Jesus (Jo 14,22-26). A última frase da resposta de Jesus a Filipe (Jo 14,21) forma o primeiro versículo do evangelho de hoje.
João 14,21: Eu o amarei e me manifestarei a ele.
Este versículo traz o resumo da resposta de Jesus a Filipe. Filipe tinha dito: “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” (Jo 14,8). Moisés tinha perguntado a Deus: “Mostra-me a tua glória!” (Ex 33,18). Deus respondeu: “Não poderás ver minha face, porque ninguém pode ver-me e continuar vivendo” (Ex 33,20). O Pai não pode ser mostrado. Deus habita uma luz inacessível (1Tim 6,16). “Ninguém jamais viu a Deus” (1Jo 4,12). Mas a presença do Pai pode ser experimentada através da experiência do amor. Diz a primeira carta de São João: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Jesus diz a Filipe: “Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele”. Observando o mandamento de Jesus, que é o mandamento do amor ao próximo (Jo 15,17), a pessoa mostra o seu amor por Jesus. E quem ama a Jesus, será amado pelo Pai e pode ter a certeza de que o Pai se manifestará a ele. Na resposta a Judas, Jesus dirá como acontece esta manifestação do Pai na nossa vida.
João 14,22: A pergunta de Judas, pergunta de todos.
A pergunta de Judas: “Por que o senhor se manifesta só a nós e não ao mundo?” Esta pergunta de Judas reflete um problema que é real até hoje. Às vezes, sobe em nós cristãos o pensamento de que somos melhores que os outros e que Deus nos ama mais do que os outros. Será que Deus faz distinção de pessoas?
João 14,23-24: Resposta de Jesus.
A resposta de Jesus é simples e profunda. Ele repete o que acabou de dizer a Filipe. O problema não é se nós cristãos somos mais amados por Deus do que os outros, ou que os outros são desprezados por Deus. Este não é o critério da preferência do Pai. O critério da preferência do Pai é sempre o mesmo: o amor. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras”. Independentemente do fato de a pessoa ser ou não ser cristã, o Pai se manifesta a todos aqueles que observam o mandamento de Jesus que é o amor ao próximo (Jo 15,17). Em que consiste a manifestação do Pai? A resposta a esta pergunta está estampada no coração da humanidade, na experiência humana universal. Observe a vida das pessoas que praticam o amor e que fazem da sua vida uma doação aos outros. Examine a sua própria experiência. Independentemente de religião, classe, raça ou cor, a prática do amor traz uma paz profunda e uma alegria que conseguem conviver com dor e sofrimento. Esta experiência é o reflexo da manifestação do Pai na vida das pessoas. É a realização da promessa: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada
João 14,25-26: A promessa do Espírito Santo.
Jesus termina sua resposta a Judas dizendo: Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Jesus comunicou tudo que ouviu do Pai (Jo 15,15). As palavras dele são fonte de vida e devem ser meditadas, aprofundadas e atualizadas constantemente à luz da realidade sempre nova que nos envolve. Para esta meditação constante das suas palavras Jesus nos promete a ajuda do Espírito Santo: “O Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Como eu experimento esta promessa?
2) Temos a promessa do dom do Espírito para nos ajudar a entender as palavra de Jesus. Eu invoco a luz do Espírito quando vou ler e meditar a Escritura?
5) Oração final
Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo, desde agora, para sempre e pelos séculos. (Sl 144, 21)
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