1) Oração

Ó Deus eterno e onipotente, que nestes dias vos mostrais tão generoso, dai-nos sentir mais de perto o vosso amor paterno para que, libertados das trevas do erro, sigamos com firmeza a luz da verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 6, 44-51)

Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. 46Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. 47Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. 51“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”.

 

3) Reflexão

Até agora, o diálogo era entre Jesus e o povo. Daqui para a frente, os líderes judeus começam a entrar na conversa, e a discussão se torna mais tensa.

João 6,44-46: Quem se abre para Deus, aceita Jesus e a sua proposta.  A conversa torna-se mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo, que murmuram: "Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele pode dizer que desceu do céu?" (Jo 6,42) Eles pensavam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não as conheciam. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus atraindo-os para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus, pois está escrito nos Profetas: 'Todos serão instruídos por Deus'. Todo aquele que escuta o Pai e recebe sua instrução vem a mim.

João 6,47-50: Vossos pais comeram o maná e morreram. Na celebração da páscoa, os judeus lembravam o pão do deserto. Jesus os ajuda a dar um passo. Quem celebra a páscoa, lembrando só o pão que os pais comeram no passado, vai acabar morrendo como todos eles! O verdadeiro sentido da Páscoa não é lembrar o maná que caiu do céu, mas sim aceitar Jesus como o novo Pão da Vida e seguir pelo caminho que ele ensinou. Agora já não se trata de comer a carne do cordeiro pascal, mas sim de comer a carne de Jesus, para que não pereça quem dele comer, mas tenha a vida eterna!

João 6,51: Quem comer deste pão viverá eternamente. E Jesus termina dizendo: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida."  Em vez do maná e em vez do cordeiro pascal do primeiro êxodo, somos convidados e comer o novo maná e o novo cordeiro pascal que é o próprio Jesus que se entregou na Cruz pela vida de todos.

O novo Êxodo. A multiplicação dos pães aconteceu perto da Páscoa (Jo 6,4). A festa da páscoa era a memória perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Todo o episódio narrado neste capítulo 6 do evangelho de João tem um paralelo nos episódios relacionados com a festa da páscoa, tanto com a libertação do Egito quanto com a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. O Discurso do Pão da Vida, feito na sinagoga de Cafarnaum, está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo que fala do Maná. Vale a pena ler todo este capítulo 16 de Êxodo. Percebendo as dificuldades do povo no deserto, podemos compreender melhor os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do evangelho de João. Por exemplo, quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27) ele está lembrando o maná que estragava e perecia (Ex 16,20). Da mesma forma, quando os judeus “murmuram” (Jo 6,41), eles fazem a mesma coisa que os israelitas faziam no deserto, quando duvidavam da presença de Deus no meio deles durante a travessia (Ex 16,2; 17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que o povo duvidasse de Deus e começasse a murmurar contra Moisés e contra Deus. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré e começam a murmurar (Jo 6,41-42).

 

4) Para um confronto pessoal

1) A eucaristia me ajuda a viver em estado permanente de Êxodo? Estou conseguindo?

2) Quem é aberto para a verdade encontra em Jesus a resposta. Hoje, muita gente se afasta e já não encontra a resposta. Culpa de quem? Das pessoas que não quer escutar? Ou de nós cristãos que não sabemos apresentar o evangelho como uma mensagem de vida?

 

5) Oração final

Vinde e escutai, vós todos que temeis a Deus, porque quero narrar-vos o que ele fez para mim. A ele gritei com minha boca e a minha língua o exaltou. (Sl 65, 16-17)

Processo que torna o mapa brasileiro pontilhado de núcleos religiosos nos possibilita visualizar a produção de espaços sociais ao longo do tempo

 

Por Renata Nagamine Aramis Luis Silva

Quando os dados do Censo 2022 sobre usos do domicílio saiu, chamou a atenção o número de “estabelecimentos religiosos”: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 580 mil. Para dimensionar esse número, jornais o compararam com a quantidade de escolas e hospitais existentes no País, mostrando que os “estabelecimentos religiosos” os superavam numericamente.

Um painel com o georreferenciamento de organizações e associações religiosas no Brasil lançado na sequência pelo Observatório da Religião e Interseccionalidades do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) mostra que, destes 580 mil “estabelecimentos religiosos”, cerca de 123 mil estão inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), e estão ativos perante a Receita Federal. O mapa torna visível um achado do projeto temático Religião, direitos e secularismo, concluído em 2022: abrir igreja é um dos modos de “fazer religião” no Brasil.

A proposição pode parecer estranha. No Brasil, é comum acreditar que religião é algo que se tem. Também é comum acreditar que esse algo é uma crença, um conjunto de preceitos adquiridos sobre a ordem do mundo ou de conhecimentos transmitidos pela tradição. Da matriz católica que produziu o que convencionalmente se percebe como religião no País vem outro senso comum: a centralidade do dogma.

A Antropologia nos leva a pensar que temos uma crença na crença. Nossas pesquisas de campo em dois sucessivos projetos temáticos no Cebrap nos levam a pensar, por sua vez, que parte dos autodeclarados religiosos é alheia àquela crença. Para eles, religião seria um modo de fazer e viver o mundo.

Entre estes, muitos regularizam seus “estabelecimentos religiosos”, por meio da adoção de uma forma jurídica que os torna reconhecíveis pelo Estado brasileiro. As duas formas à disposição deles são organização e associação religiosa. Para adotar qualquer uma delas, o “estabelecimento” precisa tomar uma série de medidas práticas: obter alvará de funcionamento na prefeitura, constituir diretoria, adotar estatuto social, dar-se um nome (razão social), entre outras.

Não por acaso, encontramos com facilidade na internet escritórios de contabilidade especializados na assessoria de organizações e associações religiosas. “Fazer igreja” é uma atividade que requer toda uma tecnologia, um saber prático, que vai muito além da pregação e do aconselhamento. Como a organização ou associação religiosa precisa atualizar sua situação cadastral periodicamente, passa a atualizar balanço contábil e prestar contas perante os órgãos do Estado.

A pesquisa do observatório ainda fornece elementos para compreender uma dimensão pouco comentada do “fazer religião” no Brasil. Se, por um lado, está claro que abrir igreja é um modo de fazer religião, como argumenta Paula Montero, por outro, é preciso examinar como a produção destes espaços sociais impacta a constituição do território nacional.

O processo que torna o mapa brasileiro pontilhado de núcleos religiosos nos possibilita visualizar a produção de espaços sociais ao longo do tempo. O pontilhado aumenta a partir dos anos 1980 e se intensifica a partir dos anos 2000, com um aumento vertiginoso entre 2008 e 2011.

O Observatório da Religião e Interseccionalidades ainda não divulgou sua classificação das organizações e associações por vertentes religiosas. Mas uma busca por termos possibilita visualizar que esse aumento é concentrado em denominações como a Assembleia de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Batista.

Se confirmado no decorrer da pesquisa, o acentuado aumento da abertura formal de organizações e associações nos últimos anos do segundo mandato de Lula desafiará adeptos da narrativa de perseguição religiosa a mostrar como ela ocorreu. Será difícil sustentar que foi pela oposição de qualquer tipo de obstáculo à abertura e manutenção de espaços de culto.

Também é importante refletir sobre uma dimensão menos discutida do crescente pontilhado do mapa do Brasil: a relação entre religião e ocupação territorial a partir dos anos 1980. Ela indica a importância da Constituição de 1988 na abertura formal e informal de igrejas, logo, na produção de espaços sociais.

Uma dimensão da produção destes espaços é que, por meio dela, a terra física formalmente demarcada como território do Brasil ganha sentido para a sociedade. Nesse sentido, “fazer igreja” é tanto um modo de “fazer religião” quanto um modo de “fazer um país”.

Não é preciso acreditar. É possível ver no Painel com Georreferenciamento de Organizações e Associações Religiosas, que torna visível a ocupação do território a oeste e em alguns corredores fluviais amazônicos.

Se, por um lado, as apresentações gráficas que o observatório traz evidenciam a proposição de que a religião se faz “fazendo igreja”, por outro, essa proposição não nos ajuda a compreender as oscilações grandes, súbitas e contrárias dos números no Brasil no intervalo que vai de 2008 a 2015. Para compreendê-las, pode ser útil lembrar que “fazer igreja” é um modo, não o único modo, de “fazer religião” no Brasil.

*SÃO, RESPECTIVAMENTE, PESQUISADORA DE PÓS-DOUTORADO NO NÚCLEO DE RELIGIÕES NO MUNDO CONTEMPORÂNEO DO CEBRAP (FAPESP, PROCESSO N.º 2022/16449-6); E PESQUISADOR DO CENTRO DE IMAGINAÇÃO CRÍTICA. Fonte: https://www.estadao.com.br 

 

1) Oração

Permanecei, ó Pai, com vossa família e, na vossa bondade, fazei que participem eternamente da ressurreição do vosso Filho aqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 6, 35-40)

Naquele tempo, 35disse Jesus às multidões: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Contudo, eu vos disse que me vistes, mas não credes. 37Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim, e quem vem a mim eu não lançarei fora, 38porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

 

3) Reflexão

João 6,35-36: Eu sou o pão da vida. Entusiasmado com a perspectiva de ter o pão do céu de que falava Jesus e que dá vida para sempre (Jo 6,33), o povo pede: "Senhor, dá nos sempre desse pão!" (Jo 6,34). Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Por isso, interesseiramente pede: “Dá-nos sempre desse pão!” Este pedido do povo faz lembrar a conversa de Jesus com a Samaritana. Jesus tinha dito que ela poderia ter dentro de si a fonte de água que brota para a vida eterna, e ela interesseiramente pedia: "Senhor, dá-me dessa água!" (Jo 4,15). A Samaritana não percebeu que Jesus não estava falando da água material. Da mesma maneira, o povo não se deu conta de que Jesus não estava falando do pão material. Por isso, Jesus responde bem claramente: "Eu sou o pão da vida! Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus. É crer que ele veio do céu como revelação do Pai. É aceitar o caminho que ele ensinou. Mas o povo, apesar de estar vendo Jesus, não acredita nele. Jesus percebe a falta de fé e diz: “Vocês me vêem, mas não acreditam”.

João 6,37-40: Fazer a vontade daquele que me enviou.  Depois da conversa com a Samaritana, Jesus tinha dito aos discípulos: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Aqui, na conversa com o povo a respeito do pão do céu, Jesus toca no mesmo assunto: “Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, e sim para fazer a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. Sim, esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”  Este é o alimento que o povo deve buscar: fazer a vontade do Pai do céu. É este o pão que sustenta a pessoa na vida e lhe dá rumo. Aí começa a vida eterna, vida que é mais forte que a morte! Se estivessem realmente dispostos a fazer a vontade do Pai, não teriam dificuldade em reconhecer o Pai presente em Jesus.

João 6,41-43: Os judeus murmuram. O evangelho de amanhã começa com o versículo 44 (Jo 6,44-51) e salta os versículos 41 a 43. No versículo 41, começa a conversa com os judeus, que criticam Jesus. Damos aqui uma breve explicação do significado da palavra judeus no evangelho de João para evitar que uma leitura superficial alimente em nós cristãos o sentimento do anti-semitismo. Antes de tudo, é bom lembrar que Jesus era Judeu e continua sendo judeu (Jo 4,9). Judeus eram seus discípulos e discípulas. As primeiras comunidades cristãs eram todas de judeus que aceitavam Jesus como o Messias. Só depois, pouco a pouco, nas comunidades do Discípulo Amado, gregos e pagãos começam a ser aceitos em pé de igualdade com os judeus. Eram comunidades mais abertas. Mas tal abertura não era aceita por todos. Alguns cristãos vindos do grupo dos fariseus queriam manter a “separação” entre judeus e pagãos (At 15,5). A situação ficou mais crítica depois da destruição de Jerusalém no ano 70. Os fariseus se tornam a corrente religiosa dominante dentro do judaísmo e começam a definir as diretrizes religiosas para todo o povo de Deus: suprimir o culto em língua grega; adotar unicamente o texto bíblico em hebraico; definir a lista dos livros sagrados eliminando os livros que estavam só na tradução grega da Bíblia: Tobias, Judite, Ester; Baruc, Sabedoria, Eclesiástico e os dois livros dos Macabeus; segregar os estrangeiros; não comer nenhuma comida, suspeita de impureza ou de ter sido oferecida aos ídolos. Todas estas medidas assumidas pelos fariseus repercutiam nas comunidades dos judeus que aceitavam Jesus como Messias. Estas comunidades já tinham caminhado muito. A abertura para os pagãos era irreversível. A Bíblia em grego já era usada há muito tempo. Não podiam voltar atrás. Assim, lentamente, cresce um distanciamento mútuo entre cristianismo e judaísmo. As autoridades judaicas nos anos 85-90 começam a discriminar os que continuavam aceitando Jesus de Nazaré como Messias (Mt 5, 11-12; 24,9-13). Quem teimava em permanecer na fé em Jesus era expulso da sinagoga (Jo 9,34) . Muitos das comunidades cristãs sentiam medo desta expulsão (Jo 9,22), já que significava perder o apoio de uma instituição forte e tradicional como a sinagoga. Os que eram expulsos perdiam os privilégios legais que os judeus tinham conquistado ao longo dos séculos dentro do império. As pessoas expulsas perdiam até a possibilidade de ter um enterro decente. Era um risco muito grande. Esta situação conflituosa do fim do primeiro século repercute na descrição do conflito de Jesus com os fariseus. Quando o evangelho de João fala em judeus não está falando do povo judeu como tal, mas está pensando muito mais naquelas poucas autoridades farisaicas que estavam expulsando os cristãos das sinagogas nos anos 85-90, época em que o evangelho foi escrito. Não podemos permitir que esta afirmações sobre os façam crescer o anti-semitismo entre os cristãos.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Anti-semitismo: olhe bem dentro de você e arranque qualquer resto de anti-semitismo.

2) Comer o pão do céu é crer em Jesus. Como isto me ajuda a viver melhor a eucaristia?

 

5) Oração final

Aclamai a Deus, terra inteira, cantai hinos à glória do seu nome; dai glória em seu louvor. Dizei a Deus: “Como são estupendas as tuas obras! pela grandeza da tua força teus adversários se curvam diante de ti”. (Sl 65, 1-3)

 

1) Oração

Ó Deus, que abris as portas do reino dos céus aos que renasceram pela água e pelo Espírito Santo, aumentai em vosso filhos a graça que lhes destes para que, purificados de todo o pecado, obtenham os bens que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 6, 30-35)

Naquele tempo, 30os judeus perguntaram: “Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes a comer o pão do céu’”. 32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Eles então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.

 

3) Reflexão

O Discurso do Pão da Vida não é um texto para ser discutido e dissecado, mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, caso você não entender logo tudo, não se preocupe. Este texto do Pão da Vida exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, rezar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, você perceberá que não se trata de repetição. O autor do Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto ou mais profundo.

João 6,30-33: Que sinal realizas para que possamos crer?  O povo tinha perguntado: O que devemos fazer para realizar a obra de Deus? Jesus respondeu: “A obra de Deus é acreditar naquele que ele enviou”, isto é, crer em Jesus. Por isso o povo formula nova pergunta: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Qual é a tua obra?” Isto significa que eles não entenderam a multiplicação dos pães como um sinal da parte de Deus para legitimar Jesus junto ao povo como o enviado de Deus! E eles continuam argumentando: No passado, nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés! Eles o chamavam de “pão do céu” (Sb 16,20), ou seja, “pão de Deus”. Moisés continua sendo o grande líder, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. “Qual a tua obra?”

Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro do céu. Veio do alto, sim, mas não era o pão de Deus, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos eles morreram no deserto (Jo 6,49). O pão do céu verdadeiro, o pão de Deus, é aquele que vence a morte e traz vida! É aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. É o próprio Jesus! Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado.

João 6,34-35: Senhor, dá-nos sempre desse pão! Jesus responde claramente: "Eu sou o pão da vida!" Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: "O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!" (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. Este último versículo do evangelho de hoje (Jo 6,35) será retomado como primeiro versículo do evangelho de amanhã (Jo 6,35-40).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Fome de pão, fome de Deus. Qual dos dois predomina em mim?

2) Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”. Ele mata a fome e a sede. Qual a experiência que tenho neste ponto?

 

5) Oração final

Inclina para mim teu ouvido, vem depressa livrar-me. Sê para mim o rochedo que me acolhe, refúgio seguro, para a minha salvação. Pois tu és minha rocha e meu baluarte, pelo teu nome me diriges e me guias. (Sl 30, 3-4)

Principal nome entre pastores antibolsonaristas, Ed Rene Kivitz sobe o tom e parte para o ataque

 

O pastor batista Ed René Kivitz, crítico dos apoiadores de Bolsonaro e do fundamentalismo cristão - Danilo Verpa/Folhapress

Juliano Spyer

Antropólogo, autor de "Povo de Deus" (Geração 2020), criador do Observatório Evangélico e sócio da consultoria Nosotros

O pastor batista Ed Rene Kivitz é uma pedra no sapato do bolsonarismo evangélico. Ele é ao mesmo tempo um erudito, capaz de debater qualquer tema à luz da Bíblia e em alto nível, e um polemista. "Quem não incomoda, não faz a diferença", ele argumenta. Qual papel, então, está reservado a ele neste momento em que o campo evangélico flerta com o extremismo de direita?

Ed é o nome mais conhecido entre pastores que rejeitaram publicamente o bolsonarismo. Ele é um comunicador carismático e mantém um decoro ético que pastores progressistas e de esquerda muitas vezes não têm.

Ideologicamente, ele é ligado à Teologia da Missão Integral que, assim como a Teologia da Libertação, associa o cristianismo à militância social. E sem ter se pentecostalizado, ele conduz cultos exuberantes do ponto de vista estético, principalmente pelo uso da música acompanhando cultos. Esses componentes o tornaram uma liderança com influencia nacional: ele tem hoje 400 mil seguidores no Instagram e mais 263 mil no YouTube.

Ed influencia o campo evangélico mesmo somando apenas uma fração da audiência de pastores bolsonaristas como Claudio Duarte. Sua comunidade de fé, a Igreja Batista da Água Branca (Ibab), atua na formação de pastores e, mais recentemente, ela se tornou a principal alternativa a oferecer cultos online para desigrejados descontentes com a politização excessiva de suas igrejas.

Além disso, Ed decidiu se expor mais falando sobre política. Ele manteve uma posição conciliadora no debate público mesmo depois de ser violentamente cancelado em um ataque de pastores fundamentalistas e de ser excluído da Ordem dos Pastores Batistas.

Mas nas últimas duas semanas ele mudou de estratégia e abandonou a neutralidade: declarou que não tinha a obrigação de ser imparcial com racistas, fascistas e golpistas, que não convidaria lideranças como o deputado Nikolas Ferreira para pregar na Ibab, e dissecou criticamente a Teologia do Domínio que inspira o discurso de pastores bolsonaristas.

Somando prós e contras, Ed Rene continuará a influenciar o debate político entre religiosos, mas de forma modesta. Novos ataques devem levar um intelectual como ele a se posicionar cada vez mais próximo do campo progressista. Ao fazer isso, ele será celebrado por artistas e influenciadores de esquerda, como acontece com o pastor Henrique Vieira. Mas suas falas, que já não chegam à massa pentecostal, continuarão afastando os evangélicos moderados, que rejeitam a instrumentalização de suas igrejas, mas não querem relativizar a pauta de costumes.

E assim o pensamento fundamentalista continuará atuando para descreditar e isolar quem, no campo evangélico, se contrapuser a ele. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

 

Neste sábado, 13 de abril de 2024, o arcebispo de Santa Maria, presidente da Comissão Episcopal Bíblico-Catequética da CNBB, dom Leomar Brustolin, presidiu a Celebração de Instituição do Ministério do Catequista, durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB. A celebração foi a primeira missa no Brasil na qual foram instituídos no ministério 19 catequistas representando todos os regionais da CNBB.

Dom Leomar em sua homilia apresentou a importância do ministério do Catequista na atualidade e seu papel fundamental para a propagação da Palavra de Deus. Durante a reflexão, ele destacou a necessidade de fortalecer o anúncio do Evangelho e o acompanhamento das pessoas na comunidade cristã, citando a exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco. Ele ressaltou a importância de reconhecer a presença de Jesus em meio às adversidades da vida, fazendo referência ao relato bíblico da travessia do Mar da Galileia.

Ainda na homilia, também, enfatizou o papel fundamental dos catequistas na evangelização, mencionando a instituição desse ministério pelo Papa Francisco através do Motu próprio Antiquum Ministerium. Dom Leomar expressou sua gratidão aos 19 catequistas presentes na celebração, representantes dos 19 regionais da CNBB e reconheceu a diversidade de contextos em que atuam, desde comunidades indígenas até o trabalho com pessoas com deficiência.

Por fim, o bispo convidou os novos catequistas a rezar pelos que os convidaram para esse ministério, suas famílias e suas comunidades de origem. Ele os encorajou a seguir firmes em sua vocação, confiando na presença constante do Senhor em suas vidas. Durante a Celebração os catequistas escolhidos receberam símbolos que expressam a caminhada para a vida de Ministros da Catequese.

 

Símbolos entregues durante o ritual

A Cruz

Para o catequista, a cruz representa não apenas um símbolo de fé, mas também um profundo compromisso com a missão de transmitir os ensinamentos de Cristo. A cruz é um lembrete constante do sacrifício supremo de Jesus e do amor redentor que ele demonstrou por toda a humanidade.

Para o catequista, carregar a cruz significa seguir o exemplo de Cristo, dedicando-se ao serviço aos outros, à educação na fé e ao testemunho do Evangelho. Assim, a cruz na vida do catequista é um símbolo de renúncia pessoal, de entrega total a Deus e de uma jornada de fé e serviço ao próximo.

 

A Bíblia

A Bíblia é mais do que um livro sagrado; é uma fonte inesgotável de sabedoria, inspiração e orientação. Ela não apenas instrui sobre a fé e os ensinamentos cristãos, mas também nutre e fortalece a sua própria jornada espiritual. A Bíblia é o mapa que guia o catequista em sua missão de transmitir os ensinamentos de Cristo aos outros, servindo como um manual vivo de amor, compaixão e justiça. Ao mergulhar nas palavras sagradas, o catequista encontra respostas para as perguntas mais profundas da vida e descobre uma fonte de esperança e consolo em tempos de desafio. Assim, a Bíblia se torna não apenas um livro, mas um companheiro essencial em sua caminhada de fé e serviço.

A celebração foi um momento fecundo para os novos ministros da catequese. Todos sentiram-se abençoados sabendo do significado que é receber este Ministério como um serviço e de grande responsabilidade, que se traduz em amor a igreja e missão.

 

Testemunhos:

Para Maria Lúcia Pagliari Maciel, da diocese de Umuarama (PR), representando a CNBB Sul 2: “a catequese é permanente e tudo que o que eu rezo, falo e prego é aquilo que eu vivo. Vivo a catequese com a vida. Cristo vive e permanece em nós! As pessoas precisam sentir Jesus no seu olhar, na sua fala e no seu viver de cada dia.”

Flávio Souza dos Santos, da diocese de Eunápolis (BA) representante da CNBB Nordeste 3 diz que “a instituição recebida representa o coroamento dessa caminhada de evangelização que realizamos através do serviço à Catequese, levando as pessoas ao mergulho no grande mistério do encontro e do conhecimento de Jesus Cristo.”

A representante do Leste 2, da arquidiocese de Mariana (MG), Sueli de Fátima da Silva expressa que esse momento “foi o reavivamento e fortalecimento da vocação. Catequese é vocação, é dom Deus! O compromisso com o Reino de Deus e fazer com que Jesus Cristo se torne cada dia mais conhecido.”

“Como Ministra da Catequese estou sentindo a graça de viver este dom. E receber a Cruz, me parece muito pesada, mas seu propósito foi por amor, amor por mim, amor a Deus… Receber a Palavra de Deus, também tem um grande peso, pois traz consigo experiências de uma verdadeira Fé e um verdadeiro Testemunho. Mas o Senhor me chamou e eu respondi: Eis me aqui… Toma-me Senhor segundo Teu propósito”, são as palavras de Anamar Ferreira Arrais Silva, da diocese de Goiás, representante da CNBB Centro-Oeste.

Com colaboração de Jaison Alves (Sul 4) | Comunicação 61ª AG CNBB. Fonte: www.cnbb.org.br

Que fazem os bispos na assembleia da CNBB?

A Igreja é servida e conduzida, em cada diocese, pelo seu bispo próprio, unido ao papa, e no Brasil inteiro, pelo conjunto dos bispos, unidos na Conferência Episcopal

 

Por Dom Odilo P. Scherer

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seguindo uma praxe consolidada, realiza sua assembleia anual no período pascal. Desta vez, ela ocorre em Aparecida, junto do Santuário da Padroeira do Brasil, de 10 a 19 de abril. Na pauta constam abundantes momentos de oração, relatórios, prestações de contas, reflexões sobre a realidade da Igreja e do povo brasileiro, partilha fraterna entre os bispos e muito diálogo entre eles. Também sempre se faz um dia de retiro espiritual, que, desta vez, foi pregado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé.

A Igreja Católica Apostólica Romana possui atualmente, no Brasil, 279 circunscrições eclesiásticas, entre dioceses, prelazias e eparquias de ritos católicos orientais, com 484 bispos, dos quais 317 estão em função e 167 são eméritos (aposentados). Também participam da assembleia cinco bispos de recente nomeação, ainda não ordenados, além de alguns administradores diocesanos sacerdotes, que cuidam de dioceses vacantes, enquanto estas esperam a nomeação de seus bispos próprios.

O assunto principal da assembleia são as atuais diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja, no contexto da realidade eclesial, cultural e social brasileira e à luz do sínodo universal, que ocorre em Roma, convocado pelo papa Francisco. As diretrizes gerais da CNBB são rediscutidas a cada quatro anos, para receber novos enfoques sobre a vida e a ação da Igreja em nosso país. No essencial, contudo, as diretrizes orientam-se pela perene e sempre atual missão que Jesus conferiu aos apóstolos e seus sucessores: “Proclamar e testemunhar o Evangelho a toda criatura” (cf. Mc 16.15).

Outro tema saliente na pauta desta assembleia-geral da CNBB é o sínodo sobre “a Igreja sinodal, em comunhão, participação e missão”. Embora ainda deva ocorrer a segunda parte da assembleia sinodal, em outubro deste ano, o episcopado já reflete sobre o significado e as implicações deste sínodo universal, que deverá contribuir muito para uma profunda renovação da Igreja a partir de dentro dela mesma. Como não poderia deixar de ser, também o Jubileu de 2025 será tema de reflexão e orientação durante a assembleia. A cada 25 anos, a Igreja é convocada pelo papa a celebrar um ano Santo, ou Jubileu, para dar graças a Deus e se renovar em sua vida e missão.

Como se trata da assembleia formal de um organismo, é compreensível que também haja a apresentação de relatórios e prestações de contas. Dedica-se um bom espaço à reflexão sobre a situação social, política e religiosa do Brasil. De fato, os bispos exercem sua missão pastoral em contextos humanos concretos, que os desafiam, estimulam e também angustiam no cumprimento de sua missão de pastores do povo de Deus. Em particular, a situação religiosa, à luz do mais recente Censo, está sendo atentamente analisada e refletida pelos bispos, ajudados por peritos e estudiosos dos fenômenos sociais, culturais e religiosos.

Cada bispo é o responsável imediato pela vida cristã e a missão eclesial em sua diocese. Ajudado pelo seu clero, religiosos e leigos, ele procura dar conta do anúncio do Evangelho, da condução do povo na fé, da celebração dos sacramentos e da animação da caridade de todos para com todos, especialmente para com os pobres e mais necessitados. Porém eles não atuam de maneira isolada, sem estarem em comunhão com os demais bispos e com o papa. O bispo é nomeado pelo papa, que confere legitimidade à sua condição de membro do “colégio episcopal” e lhe dá uma missão específica na Igreja. Além de cuidarem da própria diocese, os bispos também devem preocupar-se com o bem da Igreja inteira. As Conferências Episcopais, que são organismos colegiados do episcopado, estão a serviço da solicitude de cada bispo por sua igreja particular e por toda a Igreja. Por isso, a situação da vida do povo e a preocupação missionária estão sempre presentes nas assembleias da CNBB.

Um dos temas tratados nesta assembleia é o Pontifício Colégio Pio Brasileiro, de Roma. Essa instituição, fundada pelo papa Pio XI há 90 anos, está a serviço da Igreja no Brasil e oferece às dioceses a possibilidade de enviar padres para realizarem estudos eclesiásticos aprofundados nas Universidades Pontifícias de Roma. O benefício é da Igreja do Brasil inteiro. Há pouco mais de uma década, a direção e a manutenção deste colégio passaram à responsabilidade da CNBB. Trata-se de um esforço conjunto para beneficiar dioceses de todo o Brasil.

As Conferências Episcopais, sempre aprovadas e constituídas pelo papa, são uma forma concreta de exercício da colegialidade episcopal, quer em assuntos pastorais, quer em assuntos doutrinais. Elas são regradas pelo Direito Canônico e pelo estatuto próprio de cada uma, aprovado pela Santa Sé. Em palavras breves, a Igreja Católica no Brasil é servida e conduzida, em cada diocese, pelo seu bispo próprio, unido ao papa, e no Brasil inteiro, pelo conjunto dos bispos, unidos na Conferência Episcopal.

*É CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO Fonte: https://www.estadao.com.br

Padre foi preso com uma pistola de uso restrito, um revólver calibre 38, 49 munições, dois rádios comunicadores e uma câmera portátil.

 

Padre é preso com armas e munições em Campina Grande — Foto: Reprodução/TV Paraíba

 

Por g1 PB

Um padre foi preso, nesta quinta-feira (11), suspeito de porte ilegal de armas. De acordo com apuração da TV Paraíba, o suspeito estava em um carro da diocese, quando foi parado em uma blitz da Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran), que identificou que o padre estava com munições e duas armas, sendo uma delas de uso restrito.

Ainda segundo informações da TV Paraíba, o padre foi preso com um revólver calibre 38, uma pistola .40 de uso restrito, 49 munições, dois rádios comunicadores e uma câmera portátil. A pistola está registrada no nome de um policial militar de Pernambuco, e a polícia ainda não identificou se o revólver está registrado.

De acordo com a defesa do padre, ele é um homem íntegro, sem passagens pela polícia. As armas pertenciam a um conhecido dele, que tem porte, e que acabou deixando o material no carro do padre. A defesa também informou que tudo será esclarecido no processo.

O padre é vinculado à Diocese de Caruaru. O g1 entrou em contato com a Secretaria de Cúria do município pernambucano, que informou que já está ciente do ocorrido, mas não afirmou se vai tomar medidas internas contra o religioso. Fonte: https://g1.globo.com

 

Foi preso em Campina Grande, estado da Paraíba, o Padre Diozene Francisco, responsável pela paróquia de Chã Grande, zona da mata de Pernambuco. No veículo do religioso, a polícia encontrou armas e munições.

O padre teve o veículo parado em blitz e o código QR da placa do veículo estava coberto, talvez para dificultar a identificação. O padre ficou nervoso durante a abordagem, o que levantou suspeita.

Para a DEPOL a polícia conduziu o padre e o armamento. A polícia informou que foram encontradas 19 munições do calibre .40; 35 balas de calibre 38; além de 16 cápsulas já deflagradas. A polícia também apreendeu um revólver e uma pistola com dois carregadores. O padre responderá por crime de porte e posse ilegal de arma de fogo e munições. Fonte: https://pernambuconoticias.com.br

 

1) Oração

Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 3, 31-36)

Naquele tempo, João Batista disse aos seus discípulos: 31Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. 36Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.

 

3) Reflexão

No dia 12 de janeiro deste ano meditamos João 3,22-30, que traz o último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta dada por ele aos seus discípulos, e na qual reafirmou que ele, João, não é o Messias mas apenas o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume o seu testemunho: "É necessário que ele cresça e eu diminua!" Esta frase é o programa de todos e de todas que querem seguir Jesus.

Os versículos do evangelho de hoje são, novamente, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a entender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou. Temos aqui uma outra amostra daqueles três fios de que falamos ontem.

João 3,31-33: Um refrão que sempre volta. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ele ouve do Pai. Ele é total transparência. Os seus adversários, por não se abrirem para Deus e por se agarrarem nas suas próprias idéias aqui da terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No fim, é este mal-entendido que vai levar os judeus a prender e condenar Jesus.

João 3,34: Jesus nos dá o Espírito sem medida. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).

João 3,35-36: O Pai ama o filho. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entregou tudo em sua mão. São Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Col 1,19; 2,9). Por isso, quem aceita Jesus e crê em Jesus ele já tem a vida eterna, pois Deus é vida. Quem recusa crer em Jesus se coloca a si mesmo do lado de fora.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus nos comunica o Espírito sem medida. Você teve ou tem alguma experiência desta ação do Espírito em sua vida?

2) Quem crê em Jesus tem a vida eterna. Como isto acontece hoje na vida das famílias e das comunidades?

 

5) Oração final

O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra.  (Sl 33, 19-20)

Sacerdote respondeu por crimes sexuais e por não ter socorrido garoto de programa que desmaiou por excesso de 'Viagra'

 

SÃO PAULO

Um padre polonês foi condenado a 18 meses de prisão por crimes sexuais e de drogas, informou a agência de notícias estatal PAP nesta terça-feira (9). O padre, identificado apenas como Tomasz Z devido às leis de privacidade do país, foi acusado pelos crimes após um incidente em que um garoto de programa teria desmaiado durante uma orgia na casa do clérigo.

Segundo os veículos de mídia da Polônia, o profissional do sexo teria desmaiado depois de tomar muitas pílulas para disfunção erétil. Um dos padres presentes na reunião então chamou uma ambulância, mas quando os paramédicos chegaram, os frequentadores do encontro proibiram a entrada. Só foi prestado atendimento após a polícia ser acionada, apontaram os relatos.

Organizada pelo padre Tomasz Z, a orgia aconteceu entre os dias 30 e 31 de agosto de 2023 e, de acordo com o jornal polonês Gazeta Wyborcza, envolvia padres e garotos de programa e foi realizada em um prédio pertencente à paróquia da Santíssima Virgem Maria dos Anjos, na cidade de Dabrowa Gornicza. Quando confrontado sobre a festa sexual pela mídia polonesa, o clérigo contestou o número de padres presentes na reunião e disse que "vale a pena ler qual é a definição de orgia".

Devido à natureza do caso, o julgamento foi realizado a portas fechadas, conforme reportou a PAP. Além da condenação por crimes sexuais e fornecimento de drogas, por não ter prestado ajuda a uma pessoa que corria risco de morte, Tomasz Z foi obrigado a pagar à vítima o equivalente a mais de R$ 19 mil, bem como terá de pagar uma indenização a um fundo criado para ajudar as vítimas de crimes sexuais.

O grande escândalo, que envolve as dioceses vizinhas de Sosnowiec e Dabrowa Gornicza, veio à tona em setembro de 2023. No mês seguinte, o Vaticano, sem comunicar um motivo oficial, aceitou a renúncia de um bispo polonês Grzegorz Kaszak, que administrava a unidade de Sosnowiec.

Apesar de Kaszak não estar entre os acusados de terem se envolvido na suposta orgia, os relatos dizem que ele está sendo responsabilizado pela conduta dos padres sob seu comando. "Peço a todos que perdoem minhas limitações humanas", escreveu o bispo em sua declaração. "Se ofendi alguém ou negligenciei algo, sinto muito."

Antes de renunciar, entretanto, Kaszak abriu uma investigação, a qual concluiu que Tomasz Z cometeu "uma violação muito grave das normas morais" e de suas obrigações como clérigo. O padre, então, foi demitido de todas as funções em 21 de setembro.

Com Reuters. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Anna Virginia Balloussier analisa no livro 'O Púlpito' as transformações e divergências entre igrejas nas últimas décadas

 

A escritora e jornalista Anna Virginia Balloussier, autora de 'O Púlpito' - Marcus Leoni/Divulgação

 

 

Reinaldo José Lopes

SÃO CARLOS (SP)

Não há nada de monolítico na ascensão das igrejas evangélicas brasileiras durante as últimas décadas. Apesar da popularidade e da influência de alguns pastores mais conhecidos, trata-se de um fenômeno complexo, altamente pulverizado e em constante transformação, mostra "O Púlpito", novo livro da jornalista Anna Virginia Balloussier.

Embora a repórter da Folha tenha se especializado na cobertura das relações entre o movimento evangélico e os bastidores da política há mais de dez anos, a obra dá igual peso aos aspectos sociais, comportamentais e até econômicos do crescimento dessa comunidade diversa.

Com isso, caem por terra alguns estereótipos, a começar pela "caricatura do crente careta e severo, avesso a qualquer coisa que não seja a graça divina", diz ela. Balloussier descreve as transformações no meio evangélico com bom humor e alguma dose de ironia, algo que, para a autora, é bastante comum entre os "crentes" de hoje.

"O que não pode é dar a entender que se está a rir deles, e não com eles", explica ela. "Como circulo há bastante tempo nas igrejas, posso me dar essa liberdade com pessoas mais próximas, que sei que não se incomodam, pelo contrário, são as primeiras a usar o humor para falar de si."

Essa combinação estranha, ao menos para quem está de fora, de intensa devoção ao texto bíblico, de um lado, e irreverência e flexibilidade, de outro, aparecem nos mais diversos aspectos da expansão evangélica.

Nesse cenário cabem desde a criação de produtos eróticos especialmente dedicados a apimentar o casamento (fielmente monogâmico, é claro) das "irmãs" até a disputa pelo filão das feiras de produtos religiosos, um mercado no qual há pessoas sedentas para consumir livros, moda e música pensados para a visão de mundo delas.

E acontece ainda a convergência, em diversos casos, da pregação cristã com a linguagem dos "coaches", eivada de ideias de autoajuda e busca de ascensão pessoal.

Tudo isso começa a fazer um pouco mais de sentido quando se consideram as transformações demográficas pelas quais a tradição evangélica passou conforme foi deixando de ser minoritária no Brasil, diz Balloussier.

"O perfil evangélico começou mais branco, porque era a religião dos imigrantes protestantes vindos da Europa e dos Estados Unidos. Mas a presença na população ainda era residual. Sobretudo depois do pentecostalismo, os evangélicos foram se tornando cada vez mais a cara da base brasileira", resume.

"Hoje a maioria nas igrejas é negra, feminina e vinda de classes baixas. A questão é entender por que essa religião se popularizou tanto nas periferias. Diria que tem muito a ver com os laços comunitários que fornece, e também com perspectivas de mobilidade social: com a ajuda dos irmãos, o fiel quer prosperar."

O crescimento numérico foi acompanhado de um avanço concomitante na relação com a política e a mídia, vistas com reserva ou mesmo com repulsa quando os "crentes" eram poucos em meio a um mar de católicos. A atual associação dos líderes desse avanço com o bolsonarismo foi sendo construída em etapas, segundo ela.

"Essa liderança evangélica de projeção nacional, os ‘grandes nomes’ que a gente tanto vê na mídia e nas redes sociais, tinha um pendor mais fisiológico no passado, se podemos colocar assim", explica Balloussier. "Apoiavam o governante da vez argumentando que seria um dever bíblico orar e torcer por eles. Basta lembrar que, nos anos 2010, você tinha no retrato com o PT Silas MalafaiaEdir Macedo, Magno Malta, [Marco] Feliciano, para citar nomes que depois repudiaram Lula e companhia."

Mesmo dentro de um único grande "guarda-chuva" eclesial, o da Assembleia de Deus, a eleição de 2010 trouxe apoios pulverizados.

Naquele pleito, dos grandes subgrupos assembleianos, o Ministério Belém apoiou a candidatura presidencial de José Serra (PSDB), o Ministério Madureira se declarou favorável a Dilma Rousseff (PT) e o Santo Amaro endossou Marina Silva. É algo nada surpreendente no caso das igrejas evangélicas, que frequentemente não possuem nenhum tipo de autoridade central, mesmo tendo uma origem comum.

A convergência em favor do bolsonarismo, para a autora, foi um fenômeno multifatorial, favorecido pela ascensão das redes sociais e seu pendor pela polarização, a reação contra o fortalecimento dos movimentos identitários e a dificuldade da esquerda de dialogar com esse segmento do eleitorado. "Ou vem com tutela ou com ofensa. Aí fica fácil para o outro lado."

"Como bônus, destacaria não só a maior afinidade ideológica entre esses pastores e [Jair] Bolsonaro, mas um espaço inédito para eles em Brasília. Eram convidados para o Planalto, ocuparam cargos altos. Sentiram-se prestigiados para além da conveniência eleitoreira." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, condutor capotou com o carro por estar com sinais de embriaguez. Ele foi socorrido com ferimentos graves. Acidente foi no trecho que passa por Barra Mansa.

 

Motorista embriagado fica ferido após capotamento na Via Dutra, em Barra Mansa — Foto: Reprodução/Polícia Rodoviária Federal 

 

Por g1 Sul do Rio e Costa Verde

Um motorista foi arremessado para fora do carro em um acidente na Via Dutra, em Barra Mansa (RJ), na manhã deste sábado (6). O veículo bateu contra um barranco e capotou na altura do km 280, na pista sentido Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu após o condutor perder o controle da direção do automóvel por estar com sinais de embriaguez. A vítima, de 58 anos, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a Santa Casa em estado grave.

Procurada pelo g1, a unidade médica não havia informado o estado de saúde do motorista até a publicação desta reportagem.

O carro ficou com as rodas para cima no meio da rodovia. O trânsito chegou a fluir pelo acostamento, com 2 km de congestionamento, mas foi normalizado no início desta tarde.

Ainda de acordo com a PRF, o motorista foi multado em por não usar o cinto de segurança e pelo carro estar com os quatro pneus carecas e com o licenciamento vencido. O automóvel foi rebocado para o pátio, e o condutor teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Fonte: https://g1.globo.com

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

A Festa da Divina Misericórdia, no segundo domingo do tempo da Páscoa, retrata a propriedade da misericórdia do Pai dedicada à humanidade, a partir da amorosa oferta de Deus: seu Filho Jesus, o Redentor, morre na cruz e ressuscita, pela ação vivificante do Espírito Santo. A Festa, instituída na Igreja Católica por São João Paulo II, contribui para acolher os ensinamentos do tempo pascal que, se vividos e acolhidos, podem mudar vidas e o próprio rumo da sociedade. Não compreender o alcance luminoso da Divina Misericórdia é arriscar a se perder nas incredulidades que levam à soberba, aos radicalismos, à perda da ternura que é essencial para superar inimizades, comprometendo gestos de amizade social e, consequentemente, a fraternidade universal.  

Convence sobre os riscos da incredulidade o episódio narrado pelo evangelista João, quando conta sobre a arriscada ausência do apóstolo Tomé da comunidade dos primeiros discípulos de Jesus. A comunidade, embora emoldurada pelo medo e, por isso mesmo, vivendo “a portas fechadas”, é o lugar singular para experimentar a presença misericordiosa de Deus, manifestada na presença amorosa de Cristo Ressuscitado. Ao ouvir o testemunho alegre dos outros apóstolos, anunciando a vitória da vida sobre a morte, por terem visto o Senhor, Tomé reage com soberba. Impõe condições para acreditar no relato dos outros discípulos, encharcado pela comum pretensão humana de se julgar proprietário das melhores razões, das justificativas mais plausíveis, desconsiderando outras perspectivas. Insolente e orgulhoso, Tomé diz que se não conferir as mãos e os pés de Jesus, se não colocar o seu dedo no lado chagado do Crucificado-Ressuscitado, não se abrirá à experiência de crer.  

Tomé rege-se, assim, por um orgulho capaz de fecundar o autoritarismo e de invalidar o testemunho dos outros apóstolos, agraciados pela presença visível de Jesus Ressuscitado. O incrédulo e soberbo é salvo pelo gesto misericordioso de Jesus, que não desistiu de Tomé, mas desmontou seus argumentos, oferecendo-lhe a oportunidade para a cura da incredulidade. O Mestre fez brotar do mais profundo do coração de seu discípulo a confissão: “Meu Senhor e meu Deus”. O risco da incredulidade é grande e perigoso. Pode ser sutil, sendo capaz de camuflar a força dominadora do egoísmo com aparentes boas ações. Mas, no fim, prevalece o mal provocado pelo egoísmo, que leva a personalismos capazes de dogmatizar conceitos sobre o semelhante, de eleger compreensões que inviabilizam a convivência com quem pensa diferente. Quem se deixa dominar pelo egoísmo torna-se incapaz de dedicar amor fraterno aos que não integram o seu “clube de amigos”, seu grupo político-partidário, a torcida de seu time, alimentando abominações e preconceitos.  

A doença da incredulidade, temperada pelo egoísmo e pelo orgulho no coração humano, impede a solução de graves problemas sociais, consolidando a expressão de perversidades e de exclusões. É mal tão perigoso que pode levar ao risco de se invalidar perspectivas diferentes das próprias convicções. Para enfrentar esse mal, deve-se viver a misericórdia – único selo autêntico para validar processos e escolhas que busquem o bem do semelhante. Há um caminho a percorrer para se aprender o exercício da misericórdia, tendo como horizonte diário o exemplo de Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai – que é rico em misericórdia. Não há outra possibilidade de conhecer e experimentar a misericórdia de Deus senão pela revelação de Jesus Cristo. Deve-se cultivar o amor ao Mestre. Isto significa cuidar para que sejam evitadas atitudes, aparentemente cristãs, mas que, na verdade, estão distanciadas, ou até constituem negação da misericórdia de Deus revelada em Jesus.  

Contemplar, permanentemente, o mistério da misericórdia, é sempre se aproximar da inesgotável fonte de serenidade, alegria e paz. Misericórdia é o caminho que proporciona a cada pessoa a experiência de frutuosa e reconciliadora união com Deus, fecundando a esperança fidedigna que salva a humanidade dos pessimismos e das posturas radicais, do rancor e da busca por vingança. Somente a misericórdia de Deus capacita seus filhos e filhas para o exercício da misericórdia, preferindo-a, ao invés de se apegar ao excesso de severidade, sem comprometer jamais a verdade e o bem. Uma capacitação essencial para alimentar o altruísmo, qualificar a cidadania e fortalecer a fraternidade. Abrir mão da misericórdia, pelo equívoco de confundi-la com fraqueza, é perder a oportunidade de dar novo rumo à própria vida, semeando o bem na vida do semelhante. É sempre importante se lembrar que Deus revela a sua onipotência por meio da sua misericórdia. A misericórdia de Deus perdoa e se compadece. É prova de seu poder. Não constitui uma ideia abstrata, mas um gesto de amor, repleto de ternura e de compaixão, de indulgência e de perdão.  

A misericórdia de Deus, revelada em Cristo, inscreve lições existencialmente desafiadoras. Cabe ao ser humano aprender a agir seguindo Jesus, seu modo único e irrepetível de tratar os pobres, doentes, marginalizados – Cristo é todo amor e gratuidade. A misericórdia não constitui somente o modo de agir do Pai, revelado em Jesus. É critério para identificar quem são os verdadeiros discípulos de Cristo. Todos são chamados a viver misericordiosamente. E o perdão é a expressão mais evidente do amor misericordioso. Perdoar, gesto de misericórdia, traz serenidade, constituindo uma sabedoria para se investir na solidariedade. A misericórdia convence o coração a abandonar o ressentimento, a violência, a busca por vinganças. Ecoe, na vivência da Festa da Divina Misericórdia, a palavra do apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento”. A iluminadora palavra do Apóstolo seja capaz de consolidar, sempre mais, esta lição de Jesus: “Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”.  Fonte: www.cnbb.org.br

 

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)

Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

 

3) Reflexão

O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.

João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes.  Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galiléia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.

João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus.  Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado. 

João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles.  Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.

João 21,9-14: A delicadeza de Jesus.  Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.

 

 4) Para um confronto pessoal

1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?

2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?

 

5) Oração final

Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)

Padre Alexandre Paciolli foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3); abusos aconteceram em agosto de 2022 e janeiro de 2023 em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, diz MPRJ

 

Ex-reitor da igreja da PUC-RJ é preso no Ceará por importunação sexual e estupro de vulnerávelReprodução/Redes Sociais

 

Victor Locatelida CNN*

O padre Alexandre Paciolli, acusado pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável, cometidos em agosto de 2022 e janeiro de 2023 contra uma mesma mulher, foi preso preventivamente na casa de seu pai, em Fortaleza, no Ceará, nesta quarta-feira (3). Os abusos aconteceram no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, informou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Ainda segundo o MP, no caso que ocorreu em Nova Friburgo, Paciolli utilizou da ingenuidade e da fé da vítima, abusando sexualmente dela sob a alegação de estar sentindo fortes dores. Por sua vez, a mulher não reagiu, uma vez que considerava o padre como seu sagrado protetor.

A denúncia foi oferecida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo, que também realizou as investigações, no último dia 26. O Ministério Público aponta que Paciolli é um líder religioso da Igreja Católica, muito carismático, além de ser influente e conhecido.

A pedido do MPRJ, a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo expediu mandado de prisão preventiva.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro já recebeu notícias de outros abusos sexuais cometidos pelo religioso, existindo outras investigações policiais em curso. A CNN procurou a instituição para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.

Durante sua vida religiosa, o padre já foi reitor da Igreja da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), responsável pela Igreja de São José, no bairro da Lagoa, e apresentador de programas de televisão com temática religiosa.

A CNN tenta localizar a defesa de Alexandre Paciolli para um posicionamento. Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br

 

Philipe Villeneuve tinha sido ordenado em agosto de 2023, em Pau dos Ferros. Ele sofreu paradas cardiorrespiratórias após ser internado com quadro respiratório grave.

 

Padre Philipe Villeneuve morreu, aos 27 anos, nesta terça-feira (2), em Mossoró — Foto: Diocese de Mossoró/Divulgação

 

Por g1 RN

Um padre de 27 anos morreu na noite de terça-feira (2) na UTI do hospital Wilson Rosado, em Mossoró, no Oeste potiguar, onde estava internado. Philipe Villeneuve tinha sido ordenado sacerdote da Igreja Católica em agosto do ano passado e era o mais jovem padre da Diocese do Oeste potiguar.

A Diocese informou ainda na terça (2), que o padre apresentou um quadro respiratório grave e precisou ser intubado. Grupos de fieis católicos realizaram vigílias de oração pela recuperação da saúde do sacerdote em frente ao hospital de Mossoró e também em Pau dos Ferros, cidade de origem do religioso.

Porém, Philipe não resistiu e faleceu às 23h55, após sofrer quatro paradas cardiorrespiratórias. O falecimento precoce causou comoção nas duas cidades. O padre Philipe Villeneuve Oliveira Rego foi ordenado no dia 4 de agosto do ano passado, Dia do Padre, no adro da Matriz de Nossa da Conceição, em Pau dos Ferros.

Atualmente ele era vice-reitor do Seminário Santa Teresinha, diretor Pedagógico do Colégio Diocesano Santa Luzia e diretor da FM 105 Santa Clara, em Mossoró. O velório começou por volta das 6h30 desta quarta-feira (3) na Catedral de Santa Luzia, em Mossoró. Às 8h30, ocorreu uma missa de corpo presente.

Por volta das 10h, foi iniciado traslado do corpo para Pau dos Ferros. Uma missa está programada para às 15h30 na Matriz da cidade do Alto Oeste e, em seguida, o padre será sepultado no cemitério São Manoel.

A Prefeitura de Pau dos Ferros decretou luto oficial de três dias. "Em vida, Pe. Philipe prestou os inestimáveis trabalhos dedicados à nossa comunidade no decorrer de sua trajetória como cidadão, voluntário e líder religioso, caracterizado também pelo alto grau de amizade que ele constituiu com pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade de Pau dos Ferros e de toda a região", informou a prefeitura, em nota. Fonte: https://g1.globo.com

 

1) Oração

Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

 

3) Reflexão Luca 24,13-35

O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.

Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade.  Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...".  Qual é hoje a conversa do povo que sofre?

O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.

Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida.  Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.

O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?

  1. Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.

    O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).

  1. Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
  2. Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?

 

5) Oração final

Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)

 

O Papa Francisco aceitou, nesta quarta-feira, 3 de abril, a renúncia ao ofício de arcebispo de Maceió (AL) apresentada por dom Antônio Muniz Fernandes, tendo em vista cuidados com sua saúde. Foi nomeado como sucessor no pastoreio da arquidiocese alagoana o até então arcebispo coadjutor de Maceió, dom Carlos Alberto Breis Pereira. Agora, ele torna-se arcebispo emérito. A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou saudação a dom Beto e agradecimento a dom Antônio.

 

Agradecimento a Dom Antônio Muniz Fernandes

Estimado irmão, Dom Antônio Muniz Fernandes,

Ao recebermos a notícia de que o Santo Padre, o Papa Francisco, acolheu o seu pedido de renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Maceió, em Alagoas, unimo-nos em agradecimento a Deus por sua vocação e pelos 25 anos dedicados ao pastoreio do povo de Deus em Guarabira e em Maceió.

Sua dedicação na construção de uma Igreja comprometida com o anúncio do Evangelho e atenta às realidades que precisam da caridade cristã são motivos de louvor ao ressuscitado. Com o salmista, exultamos ao Senhor na alegria pascal e cantamos as maravilhas que tem realizado também por meio de seu ministério episcopal.

Seja esta nova etapa repleta de saúde e de alegrias, Naquele que vos chamou.

Em Cristo,

 

Saudação a Dom Carlos Alberto Breis Pereira

Renovamos hoje nossa saudação ao senhor, desta vez pela nova missão que assumirá a partir desta nomeação como Arcebispo da Arquidiocese de Maceió, em Alagoas. Rogamos a Deus que tenha um frutuoso ministério nesta centenária arquidiocese.

Sob a intercessão de Nossa Senhora dos Prazeres, cuja alegria da ressurreição de seu divino Filho celebramos nesta Oitava Pascal, rogamos que seja sempre renovado o pedido e o desejo que os discípulos de Emaús fazem ao Cristo ressuscitado no Evangelho de hoje: “Fica conosco, Senhor”.

Em Cristo,

Dom Jaime Spengler 
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva 
Arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro Vice-presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa 
Arcebispo eleito de Olinda e Recife (PE)
Segundo Vice-presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers 
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-geral da CNBB

 

Dom Antônio Muniz Fernandes, OCarm

Frade da Ordem do Carmo, dom Antônio é natural de Princesa Isabel, na Paraíba. Nasceu em 11 de agosto de 1952. Foi ordenado presbítero em 24 de maio de 1980, em sua cidade natal.
Antes do episcopado, foi mestre dos noviços, reitor de colégio, provincial e professor de Bíblia. Também atuou como membro da Comissão Econômica internacional da Ordem Carmelita e foi vigário cooperador em Recife (PE).

Em 4 de fevereiro de 1998, foi nomeado bispo de Guarabira (PB), e ordenado em 24 de maio, em Recife. Ele atuou na diocese de 1998 até 2006, quando foi nomeado arcebispo Maceió. A posse foi no dia 22 de novembro de 2006.

Em seu governo na sede de Maceió, dom Antônio definiu a Pastoral Social como um imperativo. Instituiu as Missas pela Paz, celebradas mensalmente na Catedral, frente à escalada da violência no estado. Outra iniciativa do arcebispo foi a fundação da Fazenda da Esperança Santa Teresinha, como forma de enfrentamento ao avanço do narcotráfico e a recuperação de dependentes químicos. Também foram projetos levados à frente por ele a Casa do Servo Sofredor, e a dinamização do Secretariado de Assistência Social Juvenópolis. Ele também se dedicou ao trabalho de evangelização e educação da fé do Povo de Deus com a realização das Missões Populares em todas as paróquias da arquidiocese.

De 2007 a 2011, dom Antônio foi presidente do Regional Nordeste 2 da CNBB.

 

Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM

Catarinense de São Francisco do Sul, dom Beto, como é carinhosamente chamado, nasceu em 16 de setembro de 1965 e é frade menor franciscano desde a década de 1980. Ele ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição e fez o noviciado. Depois, se transferiu para a Província de Santo Antônio do Brasil, no Nordeste, onde emitiu a profissão religiosa como frade menor franciscano, em 10 de janeiro de 1987.

Os estudos de Filosofia foram realizados no Instituto de Teologia do Recife (Iter), entre 1988 e 1989. E a Teologia foi cursada no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (IFTO), de 1990 a 1993. A ordenação presbiteral foi em 20 de agosto de 1994. Dom Beto licenciou-se, ainda, em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma entre 2005 e 2007.

No âmbito da sua ordem religiosa, desempenhou diversas funções, como mestre dos professores temporários; secretário provincial da formação e estudos; guardião e definidor provincial; vigário provincial; moderador da formação permanente; coordenador do serviço de formação da Conferência dos Frades Menores no Brasil; e ministro provincial da Província de “Santo Antônio”, com sede em Recife. Também desempenhou a função de pároco durante o ministério presbiteral.

Em fevereiro de 2016, foi nomeado bispo coadjutor de Juazeiro (BA). Em 7 de setembro do mesmo ano, tomou posse como o quarto bispo da diocese. No quadriênio de 2019 a 2023, foi membro da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB e vice-presidente do Regional Nordeste 3 da Conferência. Em 2023, foi eleito presidente do Regional, cargo que desempenhou até o início de 2024, quando assumiu o ofício de arcebispo coadjutor de Maceió, em 6 de janeiro. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br

Só em 2023 morreram 8.565, enquanto o discurso anti-imigração ganha força na Europa e nos EUA

 

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, constatou que 8.565 pessoas morreram ou desapareceram em 2023 durante suas desesperadas jornadas para escapar de conflitos, da violência e de perseguições em seus lugares de origem – ou para superar a falta de perspectiva de uma vida melhor. O ano revelou-se o mais mortal desde 2014, quando a OIM iniciou sua série estatística.

Há uma grave, antiga e bem conhecida crise humanitária por trás desses números. As razões para milhões de pessoas abandonarem seus lares a cada ano envolvem situações de brutalidade recorrente e de expectativas mínimas de sobrevivência – não contornadas pelas autoridades locais e muito menos pela comunidade internacional. No entanto, a adoção de políticas imigratórias mais restritivas nos últimos anos pelos principais países de destino, sobretudo os da Europa e os Estados Unidos, expõe os migrantes a trilhas irregulares e de maior perigo. Isso explica, segundo a OIM, a escalada do total de mortes em 2023, em sua maioria por afogamento e acidentes.

As estatísticas da OIM mostram que o total de mortes no ano passado superou o registrado em 2015 e em 2016, o auge da crise migratória do Oriente Médio para a Europa, via Mediterrâneo. Os conflitos historicamente empurram contingentes humanos a jornadas de alto risco. Assim foi quando migrantes árabes, sobretudo da Síria, se lançaram em precárias embarcações rumo à Grécia e à Itália na década passada.

Não é diferente agora. Na África, guerras e golpes de Estado têm empurrado seus cidadãos a empreitadas arriscadas através do Deserto do Saara, do mesmo Mediterrâneo e do entorno das Ilhas Canárias. Em 2023, 1.866 pessoas morreram nessas travessias. Perseguições políticas, étnicas e religiosas estão igualmente na raiz de fluxos migratórios. Na Ásia, 2.138 perderam suas vidas no ano passado, sobretudo afegãos em fuga da opressão do regime Taleban e rohingyas perseguidos pelo regime de Mianmar.

O caminho trilhado por latino-americanos e caribenhos, inclusive do Brasil, até a fronteira do México com os Estados Unidos levou 1.275 migrantes à morte – dos quais 87 eram crianças. O que os move a desafiar as barreiras de Washington à imigração, a ação de cartéis de tráfico humano e os riscos da travessia por desertos e florestas é a perspectiva de melhores condições de vida.

A estatística da OIM reforça o quão distante as nações estão de cumprir as premissas básicas de direitos humanos consagradas pelas Nações Unidas. A proteção aos civis é sumariamente negligenciada nos países marcados por conflito. Na outra ponta, o endurecimento de regras imigratórias pelas economias avançadas, onde a intolerância tornou-se peça-chave em processos eleitorais, demonstra inegável descaso humanitário.

A aversão à imigração estará explícita nas eleições presidenciais nos EUA e para o Parlamento Europeu deste ano e dificilmente será contrariada pelos seus candidatos. O fato de 512 migrantes terem morrido até fevereiro não gera nem mesmo compaixão na maioria do eleitorado – muito menos senso de responsabilidade dos Estados. É como se a morte de cada migrante se devesse exclusivamente à sua ambição por uma vida mais segura. Fonte: www.estadao.com.br