1) Oração

Despertai, ó Deus, os nossos corações, a fim de prepararmos os caminhos do vosso Filho, para que possamos, pelo seu advento, vos servir de coração purificado. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 11-15)

Naquele tempo, disse Jesus as multidão: 11Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. 13Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. 14E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. 15Quem tem ouvidos, ouça. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

No evangelho de hoje, Jesus dá uma opinião sobre João Batista. Comparado com as pessoas do Antigo Testamento, não há ninguém maior que João. João é o maior de todos: maior que Jeremias, maior que Abraão, maior que Isaías! Mas comparado com o Novo Testamento, João é inferior a todos. O menor no Reino é maior que João. Como entender esta qualificação aparentemente contraditória que Jesus fez de João?

Pouco antes, João tinha mandado perguntar a Jesus: “É o senhor, ou devemos esperar por outro?” (Mt 11,3). João parecia ter dúvidas a respeito a Jesus. Pois Jesus não correspondia à idéia que ele, João, se fazia do messias. João imaginava o messias como um juiz severo que devia vir realizar o julgamento da condenação e da chegada da ira (Mt 3,7). Devia cortar as árvores pela raiz (Mt 3, 10), limpar a área e jogar a palha seca no fogo (Mt 3,12). Mas Jesus, em vez de ser um juiz severo, era amigo de todos, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), que acolhia os pecadores e comia com eles (Mc 2,16).

Jesus respondeu a João citando o profeta Isaias: “Vão contar para João o que estão vendo e ouvindo: cegos vêem, coxos andam, leprosos são limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz quem não se escandalizar comigo!” (Mt 11,5-6; cf. Is 33,5-6;29,18). Resposta dura. Jesus manda João analisar melhor as Escrituras para ele poder mudar a visão errada que tinha do messias.

João foi grande! O maior de todos! Mas o menorzinho no Reino dos céus é maior que João! João é o maior, porque ele era o último elo do AT. Foi João que, pela sua fidelidade, pôde, finalmente, apontar o messias para o povo: “Eis o cordeiro de Deus!” (Jo 1,36), e a longa história desde Abraão alcançou o seu objetivo. Mas João por si mesmo não foi capaz de entender todo o alcance da presença do Reino de Deus em Jesus. Ele estava na dúvida: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” A história antiga, ela sozinha, não comunica luz suficiente para a pessoa poder entender toda a novidade da Boa Notícia de Deus que Jesus nos trouxe. O Novo não cabe no Antigo. Santo Agostinho dizia: “Novum in Vetere latet, Vetus in Novo patet”. Traduzido significa: “O Novo já está escondido no Antigo. Mas o Antigo só revela seu sentido pleno é no Novo”. Quem está com Jesus e convive com ele recebe dele uma luz que lhe dá olhos novos para descobrir um significado mais profundo no Antigo. E qual é esta novidade?

Jesus oferece uma chave: “A lei e os profetas anunciaram o Reino até João. E se quiserem saber João é Elias que deve vir!” Jesus não explica, mas dá a dica: “Quem tem ouvidos ouça”  Elias devia vir para preparar a vinda do Messias e refazer a comunidade: “Reconduzir o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais” (Mal 3,24). João anunciou o Messias e tentou refazer a comunidade (Lc 1,17). Mas o mistério mais profundo da vida em comunidade, lhe escapava. Foi só Jesus que o comunicou anunciando que Deus é Pai e, portanto, somos todos irmãos e irmãs. Este anúncio traz uma força nova que nos torna capazes de superar as divergências e criar comunidade.

*  São estes os violentos que conseguem conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, mas é um novo modo de conviver como irmãos e irmãs a partir do anúncio que Jesus fez de que Deus é Pai de todos.

 

4) Para um confronto pessoal

1) O Reino é dos violentos, isto é, é dos que, como Jesus, têm a coragem de criar comunidade. Você tem?

2) Jesus ajudou João a entender melhor os fatos por meio da Bíblia. A Bíblia me ajuda a entender melhor os fatos da minha vida?

 

5) Oração final

Ó Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer teu nome eternamente e para sempre, Quero bendizer-te todo dia, louvar teu nome eternamente e para sempre. (Sl 144, 1-2)

 

Francisco em conversa com a jornalista Valentina Alazraki para a emissora mexicana N+ no dia em que o México celebra Nossa Senhora de Guadalupe. O Pontífice revela que quer ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior: "O lugar está pronto, minha devoção é grande". E relembra seu vínculo "estreito" com Bento XVI: " Era uma pessoa humilde, uma grande pessoa. Eu o admiro".

 

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Mais do que uma decisão ou uma revolução, é uma promessa que o Papa fez à Virgem Maria: "Quero ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior. O lugar já está pronto". Francisco, que completará 87 anos no próximo dia 17 de dezembro, revela sua intenção à emissora mexicana N+, e explica que está trabalhando para simplificar o rito dos funerais dos pontífices, e esclarece que, embora haja pensamentos sobre a morte devido também à idade avançada que "chega tal como é", a ideia de renunciar não está nos planos. Pelo contrário, Jorge Mario Bergoglio revela o desejo de viajar à Bélgica em 2024, além de viagens "pendentes" à Polinésia e à sua terra natal, a Argentina.

 

Santa Maria Maior, local do futuro sepultamento

A entrevista foi conduzida pela renomada correspondente Valentina Alazraki, uma veterana de todos os vaticanistas, no dia em que o México celebra sua "mãe", Nossa Senhora de Guadalupe. A "Morenita" está de fato presente em toda a entrevista, durante a qual o Papa reitera a "grande devoção" a Nossa Senhora. Daí a escolha de Santa Maria Maior como local de seu futuro sepultamento, o que, por um lado, marca uma novidade histórica em relação aos Pontífices do passado, todos sepultados nas Grutas Vaticanas (o último foi Bento XVI, falecido em 31 de dezembro de 2022); por outro lado, reforça o vínculo com a Basílica liberiana, visitada 115 vezes desde o dia seguinte à sua eleição, 14 de março de 2013, antes e depois de cada viagem internacional, até o último dia 8 de dezembro, quando foi homenagear com uma "Rosa de Ouro" a Salus Populi Romani, o ícone mariano que a tradição diz ter sido pintado por São Lucas e que vela pelos habitantes da cidade. "É minha grande devoção. Minha grande devoção. E antes de ser Papa, quando estava em Roma, eu sempre ia lá nas manhãs de domingo, ficava lá por um tempo. Há um vínculo muito grande", diz Francisco.

 

A relação com Bento XVI

Em seguida, explica que, "com o mestre de cerimônias", preparou o rito do funeral do Papa: "Simplificamos muito". O último funeral foi o de Bento XVI, em 5 de janeiro, na Praça de São Pedro. Foi justamente sobre o relacionamento com seu predecessor, por dez anos Papa Emérito, que Francisco falou na entrevista, poucos dias antes do primeiro aniversário de sua morte. "Meu relacionamento com o Papa Bento XVI era muito próximo. Às vezes eu o consultava. Ele, com grande sabedoria, me dava sua opinião, mas dizia 'decida você', deixava nas minhas mãos. E sempre me ajudava. Muito generoso neste aspecto". Francisco descreve como uma "graça" ter sido capaz de "se despedir" de seu antecessor, depois de ter sido informado por um enfermeiro que estava mal e de ter pedido orações por ele durante a última audiência geral em 2022. "Fui vê-lo", conta Francisco, "ele estava lúcido, mas não conseguia mais falar e segurou minha mão, assim. Foi muito bonita aquela despedida. Foi muito bonita. E depois de três dias ele morreu. Bento era um grande homem, um homem humilde e simples que, quando percebeu suas limitações, teve a coragem de dizer chega. Eu admiro esse homem".

O Papa diz que na verdade não "notou" que Bento se foi, no sentido de que sua partida também foi um pouco como os últimos anos de sua vida no Mosteiro Mater Ecclesiae: discreta, silenciosa, natural. "Eu não me dei conta. Às vezes vou rezar nos túmulos dos papas e passo pelo dele. Mas não percebi que ele partiu, como nas vezes em que me aconselhava, eu não percebia que havia outra pessoa me aconselhando. Ele tinha aquela sabedoria de fazer as coisas com liberdade. É a mesma coisa de antes. Eu o tinha perto anteriormente e agora o tenho longe, mas com uma naturalidade muito grande".

 

“Ainda não estou pensando em renunciar”

Como em outras ocasiões, o Papa afirma não descartar a possibilidade de um dia seguir os passos de Bento, no entanto, este não é o momento. Há um ano, em outra entrevista à ABC, Francisco revelou que, no início de seu pontificado, havia entregue - como é de praxe - uma carta de renúncia em caso de impedimento médico ao então Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone. Essa carta permanece onde está: "Não pensei a respeito e vi a coragem de Bento quando percebeu que não conseguia, preferiu dizer basta, e isso é bom para mim como exemplo e peço ao Senhor que, em um determinado momento, eu possa dizer basta, mas quando Ele quiser".

 

Velhice e condições de saúde

Ao ser questionado se é verdade, como afirmam alguns críticos, que após a morte de seu antecessor, o Papa se tornou "mais severo" e, ao mesmo tempo, os seus detratores "mais virulentos, mais ferozes", Francisco responde com uma piada: "Não, algumas pessoas precisam de receber um...". E faz a comparação com os pais em seu relacionamento com os filhos: "Às vezes é necessário um sermão, mas as pessoas são muito boas aqui. Eu sou complicado e às vezes um pouco impaciente e eles me aturam.... As pessoas na Cúria são muito boas". "Mas agora é menos rigoroso com eles", observa Alazraki. "É que até os avós melhoram, isso faz parte do envelhecimento da vida."

A propósito da "velhice", o Papa - recentemente acometido por uma bronquite, operado duas vezes nos últimos dois anos no Hospital Gemelli - admite a fragilidade de sua saúde, mas reafirma seu estado. "Sinto-me bem, sinto-me melhor", declara, mas "preciso que rezem pela minha saúde", porque "a velhice não vem por si mesma", "não se inventa, apresenta-se tal como é". Por outro lado, "é preciso saber como aceitar os dons da velhice" e "que também se pode fazer isso muito bem a partir de outra perspectiva". "Às vezes", revela o Papa, "me dizem que sou imprudente porque tenho vontade de fazer coisas e me movimentar". Este é um sinal de que "estou muito bem".

 

Próximas viagens

A bronquite forçou o cancelamento da viagem a Dubai no início de dezembro para o Cop28. "É verdade", admite o Papa Francisco, "que todas as viagens agora são repensadas. As mais distantes estão sendo repensadas. São os limites, não é? O limite que faz perceber que tudo aqui acaba e outra coisa começa. A velhice faz você amadurecer muito, é bonito".

As viagens estão sendo reconsideradas, mas o desejo de realizar três no próximo ano continua: Bélgica, Polinésia e Argentina. A primeira na Bélgica é "certa", diz Francisco, convidado pelo Rei Philippe e pela Rainha Mathilde na audiência de 14 de setembro. As outras duas estão "pendentes": "Veremos como as coisas vão se desenvolver". É a primeira vez que o Papa fala publicamente sobre a Polinésia, enquanto já havia mencionado a ideia de retornar à sua terra natal em quase todas as entrevistas que concedeu no ano passado. O recém-eleito presidente Javier Milei também o convidou por meio de uma conversa telefônica após sua vitória eleitoral. Em resposta a uma pergunta a respeito das expressões sobre o Papa usadas pelo próprio presidente no passado, Francisco disse: "Na campanha eleitoral, as coisas são ditas em tom de brincadeira, eu digo entre aspas: são ditas de maneira séria, mas são coisas provisórias, coisas que servem para chamar um pouco de atenção, mas que depois desaparecem por si mesmas. É preciso distinguir muito entre o que um político diz na campanha eleitoral e o que ele realmente faz depois, porque é depois que chega o momento da concretização e das decisões". Fonte: https://www.vaticannews.va

1) Oração

Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 15, 29-37)

Naquele tempo, 29Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se ali. 30Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, 31de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. 32Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. 33Disseram-lhe os discípulos: De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão? 34Pergunta-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Sete, e alguns peixinhos, responderam eles. 35Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, 36tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão. 37Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de cada dia é como o sol que se levanta. Sempre o mesmo sol, todos os dias, a alegrar a vida e a fertilizar as plantas. O maior perigo é a rotina. A rotina mata o evangelho, e apaga o sol da vida.

São sempre os mesmos elementos que compõem o quadro do evangelho: Jesus, a montanha, o mar, a multidão, os doentes, os necessitados, os problemas da vida. Apesar de já bem conhecidos, como o sol de cada dia, estes mesmos elementos sempre trazem uma nova mensagem.

Como Moisés, Jesus sobe a montanha e o povo reúne ao redor. Eles trazem consigo seus problemas: os doentes, os coxos, aleijados, cegos, mudos, tantos... Não são os grandes, mas os pequenos. Eles são o começo do novo povo de Deus que se reúne ao redor do novo Moisés. Jesus cura a todos.

Jesus chama os discípulos. Ele sente compaixão do povo que não têm o que comer. Para os discípulos, a solução deve vir de fora: “Onde conseguir pão para tanta gente?” Para Jesus, a solução deve vir de dentro do povo: “Quantos pães vocês têm?” –“Sete e uns peixinhos”. Com este pouco Jesus matou a fome de todos, e ainda sobrou. Se houvesse partilha hoje, não haveria fome no mundo. Sobrava, e muito! Realmente, um outro mundo é possível!

A narração da multiplicação dos pães evoca a eucaristia e dela revela o valor, ao dizer: “Jesus tomou o pão em suas mãos, deu graças, o partiu e deu aos seus discípulos”.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Jesus teve compaixão. Existe compaixão em mim pelos problemas da humanidade? Faço algo?
  2. Os discípulos esperam a solução de fora. Jesus desperta para a solução de dentro. E eu?

 

5) Oração final

O Senhor nosso Deus chegará com poder e encherá de luz os seus fiéis. (Is 40,10; cf. 34,5) 

 

1) Oração

Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas, e auxiliai-nos em nossa tribulação. Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 10, 21-24)

Naquele tempo, 21Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto de hoje revela o fundo do coração de Jesus, o motivo da sua alegria. Os discípulos tinham ido em missão e, na volta, partilham com Jesus a alegria da sua experiência missionária (Lc 10,17-21).

O motivo da alegria de Jesus é a alegria dos amigos. Ao ouvir a experiência deles e ao perceber a sua alegria, Jesus também sente uma profunda alegria. A causa da alegria de Jesus é o bem-estar dos outros.

Não é uma alegria superficial. Ela vem do Espírito Santo. O motivo da alegria é que os discípulos e as discípulas experimentaram algo de Deus durante a sua experiência missionária.

Jesus os chama “pequenos”. Quem são os “pequenos”? São os setenta e dois discípulos (Lc 10,1) que voltaram da missão: pais e mães de família, rapazes e moças, casados e solteiros, velhos e jovens. Eles não são doutores. São pessoas simples, sem muito estudo, mas que entendem as coisas de Deus melhor do que os doutores .

“Sim, Pai, assim é do teu agrado!”  Frase muito séria. É do agrado do Pai que os doutores e os sábios não entendam as coisas do Reino e que os pequenos as entendam. Portanto, se os grandes quiserem entender as coisas do Reino, devem fazer-se discípulos dos pequenos!

Jesus olha para eles e diz: “Felizes vocês!” E por que são felizes? Porque estão vendo coisas que os profetas quiseram ver, mas não conseguiram. O que ele viram? Eles perceberam a ação do Reino nas coisas comuns da vida: curar doentes, alegrar os aflitos, expulsar os males da vida.

 

4) Para um confronto pessoal

 

  1. Coloco-me na posição do povo: eu me considero dos pequenos ou dos doutores? Por que?
  2. Coloco-me na posição de Jesus: qual a raiz da minha alegria? Superficial ou profunda?

 

5) Oração final

“Eu vos louvo, ó Pai, porque escondestes os mistérios do reino aos sábios e os revelou aos pequeninos”. (cf. Lc 10, 21)

Tema ganha espaço na ficção contemporânea e nas listas de mais vendidos; veja seleção de obras sobre luto e dicas de livros para falar sobre morte com as crianças e leia resenhas e entrevistas com seus autores

Ilustração do livro 'Pode Chorar, Coração, Mas Fique Inteiro' Foto: Companhia das Letras

Por Redação

Partindo de histórias pessoais - a morte do pai, em Morreste-me e em As Pequenas Chances; a morte da filha, em O Pai da Menina Morta; o suicídio do irmão, em Dia Um - ou ficcionais, como no mais recente vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, Não Fossem as Sílabas do Sábado - escritores e escritoras contemporâneas mergulham fundo em um dos grandes temas da literatura - a morte - e transformam histórias de luto em arte.

O Estadão selecionou livros recentes - e outros nem tanto, mas leituras fundamentais - sobre luto. Todos de ficção e autoficção - menos um: o best-seller instantâneo Manual do Luto, de Carpinejar, um dos títulos mais vendidos na Amazon desde seu lançamento, há quase dois meses. Indicamos, ainda, livros que ajudam a falar sobre morte com as crianças.

 

Não Fossem as Sílabas do Sábado

Era uma manhã de sábado e Ana estava feliz. Da loja de molduras, ela liga para André pedindo ajuda com o pôster do filme preferido do jovem casal, ambos perto dos 30, finalmente enquadrado, porque ela não consegue carregá-lo até a casa. Era pertinho, ele chegaria num instante. Mas ele não chegou. Um instante. 10 segundos. André está morto. Uma morte estúpida e ridícula ligada à outra morte – de Miguel, que, ao morrer, matou André. Esse é o ponto de partida de Não Fossem as Sílabas do Sábado (Todavia), de Mariana Carrara, eleito, na semana passada, o melhor romance de 2022 segundo o júri do Prêmio São Paulo de LiteraturaLEIA A RESENHA

 

Manual do Luto

O novo livro de Fabricio Carpinejar é, na definição do escritor, um ensaio sobre todas as dores do mundo - a perda dos pais, irmãos, filhos, amigos, companheiros. Lançado em setembro, Manual do Luto (Bertrand) reúne frases, conselhos e consolos para pessoas que estão vivendo uma perda ou procurando formas de conviver com ela. Em entrevista ao Estadão, Carpinejar disse: “Na saudade do luto, você não chora apenas pelo outro, você ri alto, de um pensamento, de uma lembrança, de uma conversa, de uma situação engraçada, de uma implicância, de um gesto de carinho. Você se pega rindo sozinho. A saudade também ri”. LEIA A ENTREVISTA DE CARPINEJAR

 

As Pequenas Chances

“Foram dias bonitos. A tristeza era avassaladora, devastadora: mas estávamos inteiros ali, todos nós”. A frase, da narradora de As Pequenas Chances (Todavia), novo livro de Natalia Timerman, traduz o clima daqueles dias de espera - de espera pela morte. Natalia é a narradora, a personagem, a filha deste homem, um médico, que não se entrega ao câncer, que quer viver - mas vai morrer. Trata-se de uma obra autoficção que aborda os últimos dias de vida de seu pai, seu encontro com os o judaísmo que ela sempre renegou (e cujos rituais foram essenciais no processo de elaboração do luto) e sua busca pelas origens de sua família no leste europeu - algo que só passou a interessar-lhe quando ela percebeu que não havia mais ninguém para contar. LEIA A ENTREVISTA DE NATÁLIA TIMERMAN

 

Morreste-me

O breve livro que revelou o escritor português José Luís Peixoto se tornou um clássico da sobre luto. É citado por Natalia Timerman em As Pequenas Chances, causou comoção na Flip uma década atrás, quando o autor leu, do começo ao fim, este livro sobre a morte de seu pai, para uma plateia comovida. Em Morreste-me (Dublinense), o filho conversa com o pai “impossivelmente morto” enquanto relembra os últimos momentos vividos em casa ou no hospital e fala sobre o presente, ou seja, o regresso “a esta terra cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse”. LEIA A ENTREVISTA COM PEIXOTO E UM TRECHO DO LIVRO

 

Aos Prantos no Mercado

H Mart é uma rede de supermercados de produtos asiáticos presente em diversas cidades dos Estados Unidos. É para lá que “os filhos de imigrantes seguem quando querem encontrar a marca de macarrão coreana que lembra o lar da infância”. É para lá que Michelle Zauner segue à procura de memórias e de evidências de que a metade coreana de sua identidade não morreu quando sua mãe morreu. “O H Mart é a ponte que me guia para longe das lembranças que me assombram, de cabeças de quimioterapia e corpos esqueléticos”, ela escreve logo no início de Aos Prantos no Mercado (Fósforo), que vai virar filme. LEIA A RESENHA.

 

Dia Um

Em um dia quente de janeiro, o irmão mais velho do narrador se suicida. É desta morte que surge Dia Um (Companhia das Letras), romance de estreia do poeta e jornalista carioca Thiago Camelo. O episódio aterrador da morte, que transforma em definitivo os laços familiares, abre espaço para uma investigação íntima da vida: como continuar depois de um acontecimento traumático como esse? O relato daquilo que de início parece ser um retrato da depressão e do suicídio do irmão se torna uma espécie de espelho. “É você, quase um outro dele, o irmão que também deu lá muito certo, o irmão com alguns problemas, o que toma remédio, o hipocondríaco, o depressivo, o melancólico, aquele no qual ele poderia se projetar”, diz a certa altura o narrador. LEIA A RESENHA DO LIVRO

 

Dias de se Fazer Silêncio

No romance de estreia de Camila Maccari, vencedor do Prêmio Açorianos e depois reeditado pela Autêntica Contemporânea, o irmão também morre. Mas o luto que se faz, ali, é em vida. Trata-se da história de uma família pelo olhar de Maria, uma menina de 11 anos que se sente muito só enquanto os pais se dedicam ao filho caçula que definha, sereno, diante de todos. Um livro delicado e triste. CONFIRA A RESENHA

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O Pai da Menina Morta

Romance de estreia superpremiado de Tiago Ferro, O Pai da Menina Morta constitui um experimento em que a voz narrativa (e autoral) vai se espraiando como que a formar um mosaico de memórias e angústias, lirismo e dúvida. Caminhando sempre pelo interstício que enreda realidade e ficção, a dimensão da realidade ficcional acompanha o hibridismo da obra, que parte do luto do autor pela morte inesperada e precoce de sua filha mais velha, então com oito anos. LEIA A RESENHA

 

Aprender a Falar Com as Plantas

Como lidar com a morte de quem acabou de te abandonar? Essa é a história de Paula. Ela tem 42 anos, é neonatologista em um hospital de Barcelona e vive há cerca de 15 anos com Mauro, um editor de livros apaixonado por plantas. Viviam juntos, mas estavam afastados. E ela achava que era normal. Não é spoiler, apenas a sinopse básica: Os dois saem para almoçar, ele conta que tem outra e quer se separar, e horas depois ele está morto. Aprender a Falar Com as Plantas (Dublinense), romance da catalã Marta Orriols, narra a jornada de Paula e sua busca por fincar raiz, procurar a luz, viver. LEIA A RESENHA.

 

O Gato Perdido

Em O Gato Perdido, a escritora americana Mary Gaitskill transforma o sumiço de um gato em metáfora para o luto e para encarar as perdas em sua vida. Na obra, um relato enxuto e visceral, ela se aproxima das memórias e prova o quão doloroso pode ser adentrar suas fronteiras. LEIA A RESENHA

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Na literatura infantil

Por que a avó não existe mais? Onde está o meu pai? Para onde vamos quando desaparecemos? O que é morrer? Falar sobre morte com as crianças não é fácil - pensar sobre ela também não é. E aqui a literatura, com toda a sua delicadeza e metáfora, entra para nos ajudar. O Estadão selecionou 10 livros para iniciar ou aprofundar a conversa sobre morte com os filhos, e para falar sobre despedidas e saudades. CONFIRA AQUI. Fonte: https://www.estadao.com.br

1º DOMINGO DO ADVENTO 

  

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

 

“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos” (Sl 79/80) 

Iniciamos o novo ano litúrgico celebrando neste domingo o primeiro do tempo do Advento. Como dissemos, com a celebração de hoje inicia-se um novo ano litúrgico para a Igreja, diferentemente do ano cível, o ano da Igreja termina na última semana do Tempo Comum e o novo ano inicia-se nas primeiras vésperas do primeiro Domingo do Advento.  

O tempo do Advento visa a preparação para o Natal do Senhor (mistério da encarnação), e é um tempo de expectativa e preparação, por isso ao longo do tempo do advento não se canta o hino do Glória que volta na grande noite de Natal. A cor litúrgica usada ao longo desse tempo é o roxo, indicando um tempo de esperança, conversão penitência, reflexão e espera pela chegada do Senhor. A Igreja recomenda que todos os fiéis realizem a confissão sacramental ao menos duas vezes ao ano, uma em preparação à Páscoa e outra em preparação ao Natal do Senhor. Por isso, aproveitemos esse tempo para nos reconciliar com o Senhor e com o nosso próximo. Teremos em todas as paróquias os mutirões de confissões para proporcionar essa possibilidade a todas as pessoas. 

Ao longo deste tempo do Advento somos convidados a seguir o exemplo de São João Batista e anunciar a todos que o Reino de Deus está próximo. Evangelizar os amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de comunidade, anunciando o amor de Deus por nós e convidando as pessoas a mudarem de vida. Do mesmo modo que São João Batista somos convidados a ser precursores, ou seja, preparar a vinda do Senhor com alegria.  

Ao longo desse tempo do Advento nos depararemos com alguns personagens marcantes, que nos ajudarão a rezar e adentrar na espiritualidade desse tempo. São eles: Isaías, São João Batista, Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora. Nos dois primeiros Domingos do Advento a liturgia tratará mais sobre a segunda vinda de Cristo e os dois últimos Domingos tratará sobre a primeira vinda.  

 O tempo do Advento vai até o 4º Domingo do Advento, e, neste ano até por volta das 15h celebra-se a liturgia do 4º Domingo do Advento e a partir das 15h celebra-se as primeiras vésperas do Natal e as várias missas do natal, em especial, a missa da noite de Natal. O Natal esse ano será na segunda-Feira, dia 25 de dezembro.  

Preparando Natal vamos vivenciar com alegria e esperança esse tempo do Advento deixando-nos conduzir pela palavra e pelos sinais deste tempo. 

 A primeira leitura deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7), Isaías começa exaltando a Deus como nosso Redentor, depois Isaías faz um lamento de como que Deus deixou o povo ficar por tempo longe de seu amor e de sua misericórdia. Mas, Deus fez isso por causa da dureza de coração do povo que se afastou do Deus de Israel e preferiu os ídolos. Como o Senhor é misericordioso, resgata esse povo e traz de volta para a terra de Israel. 

Assim como todos os profetas, Isaías profetiza a vinda do Senhor, cerca de 400 anos a.C., e quando o Senhor vier julgará cada um de acordo com as suas obras e virá para salvar o povo de Israel de seus pecados e selar uma aliança eterna com todo o povo. Uma aliança que tempo nenhum irá destruir. 

O salmo responsorial é o 79 (80), diz em seu refrão: “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos”. O Senhor vem nesse Natal para iluminar as nossas trevas e abrir os nossos caminhos para o amor e a justiça. O Senhor espera que com a sua vinda nós possamos nos converter e deixar para trás aquilo que desagrada a Deus, praticando aquilo que agrada a Deus com certeza seremos salvos.  

A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 1,3-9), Paulo elogia a comunidade de Corinto, pois eles eram perseverantes no ensinamento transmitido pelo apóstolo e nutriam um amor mútuo uns pelos outros. O apóstolo inicia a carta com uma saudação conhecida de todos nós: “Irmãos, a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3).  

Para Paulo e para a comunidade, a segunda vinda de Cristo se daria de forma eminente, ou seja, seria logo. Mas, como o próprio Jesus disse quando esteve entre nós, somente o Pai sabe quando será esse dia. Então, não adianta querer ficar adivinhando quando será ou dizendo que está perto esse dia. Vivamos cada dia de uma vez e quando for o momento nos encontraremos com o Senhor. Mas, Paulo diz que a comunidade estava no caminho certo para o encontro com o Senhor. Ele é fiel e o desejo D’Ele é salvar todos nós.  

O Evangelho desse Domingo é segundo Marcos (Mc 13,33-37), nesse Evangelho Jesus alerta aos discípulos dizendo para eles ficarem atentos, pois não se sabe o dia ou a hora da vinda do Senhor. Jesus pede aos discípulos e para nós hoje, que estejamos sempre vigilantes, pois não se sabe quando será o dia ou a hora. Essa vigilância devemos praticar amando o nosso próximo, praticando a justiça, a caridade, o perdão e o amor aos irmãos. Ou seja, ser vigilantes e fazer com que o Reino de Deus aconteça aqui na terra, para que depois o vivamos de maneira plena no céu.  

A liturgia dos dois primeiros Domingos do Advento trata mais especificamente sobre a segunda vinda de Cristo e aquilo que se dará no grande dia da “parusia”, as leituras têm mais um caráter apocalíptico (o Senho virá). Nos dois últimos Domingos as leituras se voltam mais precisamente ao Natal, ou seja, tratam da primeira vinda de Nosso Senhor (Ele veio).  

De certa forma ao longo do tempo do Advento vamos repetir a cada Domingo essa súplica: “Vinde, Senhor Jesus”. Pois, ao celebrarmos o Advento queremos suplicar a vinda do Senhor, seja o nascimento D’Ele em nosso coração ou suplicar o nosso encontro com Ele, em sua segunda vinda.  

Celebremos com alegria esse primeiro Domingo do Advento e que pouco a pouco a luz do Senhor possa ir iluminando o nosso coração e a nossa vida. Do mesmo modo que a cada Domingo vamos acendendo uma vela da coroa do advento, e a luz vai dando lugar as trevas, que a nossa vida possa ser iluminada por essa luz e deixemos para trás as ações das trevas. Fonte: https://www.cnbb.org.br 

No final desta quarta-feira, 29 de novembro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nova atualização sobre o estado de saúde de Francisco.

 

Vatican News

"O estado de saúde do Santo Padre é estável". Foi o que anunciou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, no fim da tarde desta quarta-feira, 29 de novembro. Francisco "não tem febre, mas a inflamação pulmonar associada à dificuldade respiratória persiste".  Além disso, acrescentou Bruni, "o tratamento com antibióticos continua".

No último sábado, o Papa cancelou todas as audiências por motivos de saúde. No início da tarde, foi submetido a uma tomografia computadorizada no Hospital Gemelli Isola Tiberina, em Roma, que - de acordo com o relatório de Matteo Bruni na segunda-feira (27/11) - descartou pneumonia, mas mostrou inflamação pulmonar causando algumas dificuldades respiratórias. Foi administrada antibioticoterapia intravenosa. Para não se expor ao frio, o Pontífice recitou o Angelus no domingo da capela da Casa Santa Marta e não da janela do Palácio Apostólico, informando ele mesmo sobre sua condição e agradecendo aos fiéis pelo apoio. Ontem, Francisco aceitou "com grande pesar" o pedido dos médicos para continuar seu repouso e, portanto, não fazer a viagem planejada para os próximos dias para o Cop28 em Dubai. Fonte: https://www.vaticannews.va

 

1) Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho   (Lucas 21, 12-19)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. 13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. 14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, 15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. 16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. 17Sereis odiados por todos por causa do meu nome. 18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão  Lucas 21,12-19

No evangelho de hoje, que é a continuação do discurso iniciado ontem, Jesus enumera mais um sinal para ajudar as comunidades a se situar dentro dos fatos e não perder a fé em Deus nem a coragem de resistir contra as investidas do império romano. Repetimos os primeiros cinco sinais do evangelho de ontem:

1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);

2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);

3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);

4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);

5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11). 

Até aqui foi o evangelho de ontem. Agora, no evangelho de hoje, mais um sinal:

6º sinal: a perseguição dos cristãos (Lc 21,12-19)

Lucas 21,12. O sexto sinal da perseguição.

Várias vezes, durante os poucos anos que passou entre nós, Jesus tinha avisado aos discípulos que eles iam ser perseguidos. Aqui, no último discurso, ele repete o mesmo aviso e faz saber que a perseguição deve ser levado em conta no discernimento dos sinais dos tempos: "Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome”. E destes acontecimentos, aparentemente tão negativos Jesus tinha dito: “Não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." (Lc 21,9). E o evangelho de Marcos acrescenta que todos estes sinais são "apenas o começo das dores de parto!" (Mc 13,8) Ora, dores de parto, mesmo sendo muito dolorosas para a mãe, não são sinal de morte, mas sim de vida! Não são motivo de medo, mas sim de esperança! Esta maneira de ler os fatos trazia tranqüilidade para as comunidades perseguidas. Assim, lendo ou ouvindo estes sinais, profetizados por Jesus no ano 33, os leitores de Lucas dos anos oitenta podiam concluir: "Todas estas coisas já estão acontecendo conforme o plano previsto e anunciado por Jesus! Por tanto, a história não escapou da mão de Deus! Deus está conosco!"

Lucas 21,13-15: A missão dos cristãos em época de perseguição

A perseguição não é uma fatalidade, nem pode ser motivo de desânimo ou de desespero, mas deve ser vista como uma oportunidade, oferecida por Deus, para as comunidades realizarem a missão de testemunhar com coragem a Boa Nova de Deus. Jesus diz: “Isso acontecerá para que vocês dêem testemunho. Portanto, tirem da cabeça a idéia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. Por meio desta afirmação Jesus anima os cristãos perseguidos que viviam angustiados. Ele faz saber que, mesmo perseguidos, eles tinham uma missão a cumprir, a saber: testemunhar a Boa Nova de Deus e, assim, ser um sinal do Reino (At 1,8). O testemunho corajoso levaria o povo a repetir o que diziam os magos do Egito diante dos sinais e da coragem de Moisés e Aarão: “Aqui há o dedo de Deus!” (Ex 8,15). Conclusão: se as comunidades não devem preocupar-se, se tudo está nas mãos de Deus, se tudo já era previsto por Deus, se tudo não passa de dor de parto, então não há motivo para ficarmos preocupados.

Lucas 21,16-17: Perseguição até dentro da própria família

“E vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês. Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome”. A perseguição não vinha só de fora, da parte do império, mas também de dentro, da parte da própria família. Numa mesma família, uns aceitavam a Boa Nova, outros não. O anúncio da Boa Nova provocava divisões no interior das famílias. Havia até pessoas que, baseando-se na Lei de Deus, chegavam a denunciar e matar seus próprios familiares que se declaravam seguidores de Jesus (Dt 13,7-12).

Lucas 21,18-19: A fonte da esperança e da resistência

“Mas não perderão um só fio de cabelo.  É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!"  Esta observação final de Jesus lembra a outra palavra que Jesus tinha dito: “nenhum cabelo vai cair da cabeça de vocês!” (Lc 21,18). Esta comparação era um apelo forte a não perder a fé e a continuar firme na comunidade. E confirma o que Jesus já tinha dito em outra ocasião: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,24).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você costuma ler as etapas da história da sua vida e do seu país?

2) Olhando a história da humanidade dos últimos 50 anos, a esperança aumentou em você, ou diminuiu?

 

5) Oração final

O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos dos povos revelou sua justiça. Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade à casa de Israel. (Sl 97, 2-3)

 

A Edições CNBB, editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, concluiu a distribuição da terceira edição típica do Missal Romano para toda a Igreja no Brasil. Os mais de 60 mil exemplares foram enviados até o mês de novembro para que todas as comunidades, paróquias e dioceses pudessem utilizar a nova edição, dentro do prazo obrigatório, que é o primeiro domingo do Advento, celebrado este ano no dia 3 de dezembro.

Em vídeo, o secretário-geral da CNBB e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, celebrou a conquista e agradeceu o comprometimento e a dedicação de cada pessoa envolvida na missão de distribuição do Missal. “Queremos expressar de modo especial à equipe das Edições CNBB nosso mais sincero agradecimento. Muito obrigado a cada um dos colaboradores. Diante de um curto prazo, vocês demonstraram uma grande capacidade de colaboração, agilidade e profissionalismo”, disse.

O secretário-geral agradeceu, ainda, à gráfica da Editora pela eficiência na realização deste projeto e salientou que os colaboradores foram excelentes ao garantir a entrega de cada Missal com a qualidade e dentro do tempo previsto. “Essas cooperações não apenas reforçaram a nossa missão de anunciar a Palavra de Deus e os ensinamentos da nossa fé, mas também fortaleceram o espírito de unidade entre nós”.

“Cada Missal entregue foi um reflexo do esforço conjunto, da dedicação e do comprometimento de todos. Reafirmo, aqui, o nosso sentimento de profunda gratidão e muito orgulho. Esse exemplo de trabalho em equipe e a dedicação continuem a inspirar e guiar todos nós em nossos futuros empreendimentos. Que Deus abençoe a todos”, concluiu o bispo.

 

O Missal

O processo de tradução levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).

A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

A Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, as Edições CNBB e a Assessoria de Comunicação da CNBB prepararam um hot site onde é possível acessar textos, vídeos, notícias e formação sobre a terceira edição típica do missal.

 

Como adquirir?

Edições CNBB: (aqui)

 

Curiosidades sobre a produção do Missal

Capa: Revestimento sintético – 20.000 metros – revestidas em papelão importado de 1890g;

Box: foram utilizadas 107 toneladas de papelão – importados diretamente da Holanda;

Divisórias – Latex Guarro – importados da Espanha – 2.640.000 divisórias – projetadas para se adaptar ao manuseio diário. Envolveu dezenas de pessoas engajadas no manuseio de colagem, conferência com controle de qualidade e embalagem;

 

Miolo: Polen Natural 80g;

O papel pólen natural foi desenvolvido para promover a sustentabilidade no mercado, pois reduz a emissão de carbono em cerca de 30,1%, o consumo de água em 33,1%, o consumo de energia em 17,7%, assim como os recursos minerais em 33%. Possui um tom amarelado, oferecendo uma leitura mais agradável. Foram usados para produção do Missal Romano, 338 toneladas deste papel;

Fitas de cetim – são 6 fitas por exemplar – totalizando 220.000 metros de fitilhos – 1,1 cm de largura;

 

Peso de cada Missal: 3,450 kg;

Visando ter maior proteção da obra, foram projetadas duas caixas personalizadas: Caixa individual – onda simples – personalizada; e a Caixa coletiva – onda dupla – personalizada. Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

1) Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 5-11)

Naquele tempo, 5Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: 6Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído. 7Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir? 8Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles. 9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim. 10Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. 11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão   Lucas 21, 5-11 

No evangelho de hoje começa o último discurso de Jesus, chamado Discurso Apocalíptico. É um longo discurso, que será o assunto dos evangelhos dos próximos dias até o fim desta última semana do ano eclesiástico. Para nós do Século XXI, a linguagem apocalíptica é estranha e confusa. Mas para o povo pobre e perseguido das comunidades cristãs daquele tempo era a fala que todos entendiam e cujo objetivo principal era animar a fé e a esperança dos pobres e oprimidos. A linguagem apocalíptica é fruto da teimosia da fé destes pobres que, apesar das perseguições e contra todas as aparências em contrário, continuavam a crer que Deus estava com eles e que Ele continuava sendo o Senhor da história.

Lucas 21,5-7: Introdução ao Discurso Apocalíptico.

Nos dias anteriores ao Discurso Apocalíptico, Jesus tinha rompido com o Templo (Lc 19,45-48), com os sacerdotes e os anciãos (Lc 20,1-26), com os saduceus (Lc 20,27-40), com os escribas que exploravam as viúvas (Lc 20,41-47) e no fim, como vimos no evangelho de ontem, terminou elogiando a viúva que deu em esmola tudo que possuía (Lc 21,1-4). Agora, no evangelho de hoje, ouvindo como “algumas pessoas comentavam sobre o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”, Jesus responde anunciando a destruição total do Templo: "Vocês estão admirando essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído."  Ouvindo este comentário de Jesus, os discípulos perguntam: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?"  Eles querem mais informação. O Discurso Apocalíptico que segue é a resposta de Jesus a esta pergunta dos discípulos sobre o quando  e o como da destruição do Templo. O evangelho de Marcos informa o seguinte sobre o contexto em que Jesus pronunciou este discurso. Ele diz que Jesus tinha saído da cidade e estava sentado no Monte das Oliveiras (Mc 13,2-4). Lá do alto do Monte ele tinha uma visão majestosa sobre o Templo. Marcos informa ainda que havia só quatro discípulos para escutar o último discurso. No início da sua pregação, três anos antes, lá na Galiléia, as multidões iam atrás de Jesus para escutar suas palavras. Agora, no último discurso, há apenas quatro ouvintes: Pedro, Tiago, João e André (Mc 13,3). Eficiência e bom resultado nem sempre se medem pela quantidade!

Lucas 21,8: Objetivo do discurso: "Não se deixem enganar!"

Os discípulos tinham perguntado: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?” Jesus começa a sua resposta com uma advertência: "Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu!' E ainda: 'O tempo já chegou'. Não sigam essa gente”. Em época de mudanças e de confusão sempre aparecem pessoas que querem tirar proveito da situação enganando os outros. Isto acontece hoje e estava acontecendo nos anos 80, época em que Lucas escreve o seu evangelho. Diante dos desastres e guerras daqueles anos, diante da destruição de Jerusalém do ano 70 e diante da perseguição dos cristãos pelo império romano, muitos pensavam que o fim dos tempos estivesse chegando. Havia até gente que dizia: “Deus já não controla mais os fatos! Estamos perdidos!” Por isso, a preocupação principal dos discursos apocalípticos é sempre a mesma: ajudar as comunidades a discernir melhor os sinais dos tempos para não serem enganadas pelas conversas do povo sobre o fim do mundo: "Cuidado para que vocês não sejam enganados!". Em seguida, vem o discurso que oferece sinais para ajudá-los no discernimento e, assim, aumentar neles a esperança.

  1. Lucas 21,9-11: Sinais para ajudar a ler os fatos.

Depois desta breve introdução, começa o discurso propriamente dito: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro, essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." E Jesus continuou: "Uma nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais vindos do céu.". Para entender bem estas palavras, é bom lembrar o seguinte. Jesus vivia e falava no ano 33. Os leitores de Lucas viviam e escutavam no ano 85. Ora, nos cinquenta anos entre o ano 33 e o ano 85, a maioria das coisas mencionadas por Jesus já tinham acontecido e eram do conhecimento de todos. Por exemplo, em várias partes do mundo havia guerras, apareciam falsos messias, surgiam doenças e pestes e, na Ásia Menor, os terremotos eram frequentes. Num estilo bem apocalíptico, o discurso enumera todos estes acontecimentos, um depois do outro, como sinais ou como etapas do projeto de Deus em andamento na história do Povo de Deus, desde a época de Jesus até o fim dos tempos:

1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);

2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);

3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);

4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);

5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11);

Até aqui vai o evangelho de hoje. O evangelho de amanhã traz mais um sinal: a perseguição das comunidades cristãs (Lc 21,12). O evangelho de depois de amanhã traz mais dois sinais: a destruição de Jerusalém e o início da desintegração da criação. Assim, por meio destes sinais do Discurso Apocalíptico, as comunidades dos anos oitenta, época em que Lucas escreve o seu evangelho, podiam calcular a que altura se encontrava a execução do plano de Deus, e descobrir que a história não tinha escapado da mão de Deus. Tudo estava conforme tinha sido previsto e anunciado por Jesus no Discurso Apocalíptico.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Qual o sentimento que você teve durante a leitura deste evangelho de hoje? De medo ou de paz?
  2. Você acha que o fim do mundo está próximo? O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo? O que, hoje, anima o povo a resistir e ter esperança?

 

5) Oração final

Alegrem-se diante do SENHOR, pois ele vem, ele vem julgar a terra. Julgará o mundo com justiça e com sua fidelidade todas as nações. (Sl 95, 13-14)

Em resposta aos jornalistas o diretor da Sala de Imprensa vaticana disse que as condições do Papa são boas e estacionárias, não tem febre e a sua situação respiratória é em evidente melhoramento.

 

Vatican News

Respondendo às perguntas dos jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou:

Confirmo que a tomografia computadorizada descartou pneumonia, mas mostrou uma inflamação pulmonar que estava causando algumas dificuldades respiratórias. Para maior eficácia da terapia, foi posicionada uma agulha com cânula para infusão de terapia antibiótica por via endovenosa.

As condições do Papa são boas e estacionárias, não tem febre e a sua situação respiratória é em evidente melhoramento.

Para facilitar a recuperação do Papa, alguns compromissos importantes programados para estes dias foram adiados para que ele possa dedicar-lhes o tempo e a energia desejados. Outros, de natureza institucional ou mais fáceis de realizar devido às atuais condições de saúde, foram mantidos. Fonte: https://www.vaticannews.va

 

1) Oração

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 19, 41-44)

Naquele tempo, 41Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: 42Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos. 43Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; 44destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje informa como Jesus, chegando perto de Jerusalém, ao ver a cidade, começou a chorar e pronunciou palavras que faziam ver um futuro muito sombrio para a cidade, capital do seu povo.

Lucas 19,41-42 Jesus chora sobre Jerusalém

“Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua pátria, o seu povo, a capital da sua terra, o Templo. Chora, porque sabe que tudo vai ser destruído por culpa do próprio povo que não soube perceber nem avaliar o apelo de Deus dentro dos fatos. O povo não percebeu o caminho que pudesse levar à Paz, Shalôm. Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!  Esta afirmação evoca a crítica de Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?" (Is 44,20). A mentira estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça. Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).

Lucas 19,43-44 Anúncio da destruição de Jerusalém.

“Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. ". Jesus descreve o futuro que vai acontecer com a Jerusalém. Usa as imagens de guerra que eram comuns naquele tempo quando um exército atacava uma cidade: trincheiras, cerco fechado ao redor, matança do povo e destruição total das muralhas e das casas. Assim, no passado, Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor. Assim, as legiões romanas costumavam fazer com as cidades rebeldes e assim seria feito novamente, quarenta anos depois, com a própria cidade de Jerusalém. De fato, no ano 70, Jerusalém foi cercada e invadida pelos exércitos romanos. Tudo foi destruído. Diante deste pano de fundo histórico, o gesto de Jesus se torna uma advertência muito séria a todos que pervertem o sentido da Boa Nova de Deus. Eles devem ouvir a advertência final: “Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la”. Nesta advertência, todo o trabalho de Jesus é definido como uma “visita de Deus”

 

4) Para um confronto pessoal

1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.

2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus. Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?

 

5) Oração final

Cantai ao Senhor um cântico novo; ressoe seu louvor na assembleia dos fiéis. Alegre-se Israel no seu Criador, exultem no seu rei os filhos de Sião. (Sl 149, 1-2)

 

1) Oração

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 19, 45-48)

Naquele tempo, 46Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. 47Disse-lhe alguém: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te. 48Jesus respondeu-lhe: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? 49E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 50Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje descreve como Jesus entrou no Templo e expulsou de lá os vendedores. A religião era usada para explorar o povo e enriquecer uma elite.

Lucas 19,45: A expulsão dos vendedores do templo.

Chegando no Templo, Jesus faz um gesto violento: “Começou a expulsar os que aí vendedores”.  No evangelho de Marcos se diz que “derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo” (Mc 11,15-16). E no evangelho de João chegou a usar um chicote de cordas para ameaçar o pessoal (Jo 2,15). Conforme o gesto simbólico de Jesus, descrito por Marcos (Mc 11,12-14), o Templo de Jerusalém, do jeito que estava funcionando, não passava de uma árvore frondosa, bonita, cheia de folhas, mas sem oferecer fruto para o povo faminto que buscava o Deus da vida. Por isso, num gesto violento de autoridade, Jesus declara encerrado o expediente do Templo e põe fim ao culto da maneira como este estava sendo realizado. Já não tinha mais sentido: “Nunca mais ninguém coma do teu fruto!” (Mc 11,14.20).

Lucas 19,46O que estava errado no culto do Templo?

E disse: "Está nas Escrituras: 'Minha casa será casa de oração'. No entanto, vocês fizeram dela uma toca de ladrões." Jesus cita dois profetas: Isaías e Jeremias. Isaías dizia que o Templo devia ser uma casa de oração para todos os povos (Is 56,7). A realidade, porém, era outra. Estrangeiros, mulheres e pessoas consideradas impuras não podiam entrar no templo. Eram excluídas. Por meio deste texto de Isaías, Jesus ensina que o Templo deve ser não um lugar de exclusão, mas sim de inclusão. Deve estar aberto para todos. Jeremias dizia que o Templo tinha sido transformado num “covil de ladrões” (Jr 7,11). O mesmo estava acontecendo no tempo de Jesus. Assim, citando Jeremias, Jesus denuncia o mau uso do Templo. A religião não pode ser usada para explorar o povo nem para sustentar e legitimar os privilégios da classe dirigente.

Lucas 19,47-48: As autoridades decidem matar Jesus.

Os chefes dos sacerdotes, os doutores e os anciãos, incomodados pelo gesto de Jesus, decidem matá-lo. Mas eles têm medo do povo que estava maravilhado com o ensinamento de Jesus. À tardezinha, diante das ameaças das autoridades, Jesus sai de novo da cidade e volta para Betânia, o nome significa Casa da Pobreza.

A contradição do Templo: casa de oração e covil de ladrões

Na festa de Páscoa o povo romeiro vinha caminhando, dos lugares mais distantes para encontrar-se com Deus no Templo. O Templo ficava no alto de um pequeno morro na zona norte-nordeste da cidade, chamado Monte Sião. O povo observava a beleza do Templo, a firmeza das muralhas e a grandeza das montanhas ao redor. Esse conjunto imponente fazia lembrar a proteção de Deus. Por isso rezava: "Aqueles que confiam em Javé são como o monte Sião: ele nunca se abala, está firme para sempre. Jerusalém é rodeada de montanhas, assim Javé envolve o seu povo, desde agora e para sempre".(Sl 125,1-2). Em Jerusalém estavam também a sede do Governo, o palácio dos chefes e a casa dos sacerdotes e doutores. Todos estes diziam exercer o poder em nome de Javé, mas na realidade, muitos deles exploravam o povo com tributos e impostos. Usavam a religião como instrumento para se enriquecer e para fortalecer a sua dominação sobre a consciência do povo. Transformaram o Templo, a Casa de Deus, num “covil de ladrões” (Jr 7,11; cf. Lc 19,46; Mc 11,17). Uma contradição pesava sobre o Templo. De um lado, lugar de encontro e de reabastecimento da consciência e da fé. De outro lado, fonte de alienação e de exploração do povo. Hoje também permanece a mesma contradição: de um lado, devemos contribuir para a conservação das igrejas e a digna manutenção do culto. De outro lado, tem gente que se aproveita disso para se enriquecer. A expulsão dos vendedores ajuda a compreender o motivo pelo qual os homens do poder decidiram matar Jesus. O Templo, aquela figueira bonita e frondosa, deveria dar fruto, mas não estava dando, pois uma elite de sacerdotes, anciãos e escribas tinha-se apoderado dele e o tinha transformado numa fonte de lucro e num instrumento de dominação das consciências (cf. Mc 11,13-14). O comércio dos animais, destinados aos sacrifícios no Templo, era controlado pelas famílias dos Sumos Sacerdotes a um preço mais alto do que no mercado comum na cidade. Só na noite de páscoa, eram imolados milhares e milhares de ovelhas! Com este lucro injusto eles faziam caridade para os pobres! O Reino anunciado por Jesus coloca um ponto final a esta exploração, simbolizada pelos vendedores, compradores e cambistas do Templo: “Ninguém jamais coma do teu fruto!” Jesus traz um novo tipo de religião, em que o acesso a Deus se faz através da fé (Mc 11,22-23), da oração (Mc 11,24) e da reconciliação (Mc 11,15-26). Por isso mesmo, os chefes não gostaram da ação de Jesus e decidiram eliminá-lo.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Você conhece casos de pessoas ou de instituições que se aproveitam da religião para se enriquecer ou para levar uma vida mais fácil? Qual tem sido a sua reação diante destes abusos?
  2. Se Jesus aparecesse hoje e se entrasse na igreja ou no templo da nossa comunidade, o que diria e faria?

 

5) Oração final

Felizes os que procedem com retidão, os que caminham na lei do Senhor. Felizes os que guardam seus testemunhos e o procuram de todo o coração. (Sl 118, 1-2) 

Capela Dom Bosco foi ‘dessacralizada’ por salesianos, mas frequentadores querem volta de missas; proprietário desiste de modificar fachada e não pretende abrir antigo templo ao público

 

Antiga Capela Dom Bosco está fechada após venda para empresa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

 

Por Priscila Mengue

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) aprovou o tombamento provisório da Capela Dom Bosco. O antigo templo católico está nas proximidades da divisa entre os distritos Cambuci, Brás e Mooca, no centro expandido. Unânime, a decisão foi publicada no Diário Oficial de 6 de novembro e pode dificultar os planos da empresa que comprou a construção — a qual pretendia dar um uso não religioso ao espaço, como de depósito, por exemplo.

A antiga capela foi vendida pelo Centro Salesiano de Desenvolvimento Social à Radial Rolamentos em 2021. Localizada na Rua Dom Bosco, não mais realiza missas, teve os objetivos litúrgicos retirados pelos salesianos e deixou de ser considerada como um templo católico, o que é chamado de “dessacralização”. Era parte de uma instituição de ensino de mesmo nome que atuou por décadas no endereço e, segundo informações iniciais, data da década de 1930.

Com o tombamento provisório, a empresa proprietária desistiu de sobrepor a fachada da antiga capela com um revestimento metálico, que esconderia as características originais. Não há planos de reabrir o espaço ao público em geral e uma reunião foi solicitada ao Conpresp para avaliar possíveis usos, como de depósito, por exemplo.

“Devotos da Dom Bosco vão continuar vendo o prédio e podem rezar na frente, não tem problema nenhum, mas a igreja não vai ter atividade”, afirmou Vinicius Gomes, um dos diretores da empresa, ao Estadão. “Os próprios padres desativaram a igreja, retiraram o altar, o crucifixo. Não fomos nós. Agora é só um galpão com vários problemas estruturas, com trinca, infiltração no teto”, completa.

A venda do templo havia gerado o temor entre alguns moradores de uma eventual derrubada, mas a empresa nega ter cogitado a demolição. A mobilização pela preservação da capela angariou ao menos 977 apoiadores em um abaixo-assinado virtual no ano passado.

Já o estudo de tombamento foi solicitado pela arquiteta e urbanista Ana Marta Ditolvo. O argumento apresentado foi de “qualidade arquitetônica e por ser um dos poucos exemplares religiosos desta proporção na região”, especialmente da chamada “Mooca de Baixo”.

Imagem de processo aberto na Prefeitura mostra que empresa proprietária pretendia cobrir fachada da capela com revestimento metálico; Radial Rolamentos desistiu da proposta Foto: Etra Arquitetura de Soluções via DPH

Antes do tombamento provisório, a empresa havia solicitado autorização da Prefeitura para obras que dessem uma “aparência comercial” ao imóvel. “Com relação à fachada da capela, será executado um revestimento metálico, composto por perfis de aço, aplicado sobre a fachada existente, com espaçamento de 0,20 cm, para não remover as características originais”, apontou à época.

O pedido foi feito em caráter emergencial, pois a empresa alegou a presença de infiltrações e problemas nas alvenarias, com a necessidade de troca do telhado e tratamento de fissuras. “Com as frequentes chuvas, verificamos que houve movimentação nas paredes fissuradas. Conforme memorial descritivo apresentado, serão realizadas revisões das estruturas, do corpo do prédio, do telhado, das alvenarias e das instalações”, destacou em documento.

O tombamento preliminar está em vigor até a conclusão de um estudo aprofundado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), da Prefeitura, e posterior decisão definitiva do conselho, o que costuma perdurar de meses a alguns anos. Durante esse período, projetos de demolição, reforma e afins precisarão ser previamente analisados e acatados.

 

Tombamento provisório considerou vínculo afetivo com vizinhança

A minuta de abertura de estudo de tombamento destaca o vínculo afetivo da capela com a comunidade local, especialmente da Mooca. O templo católico era ligado ao Instituto Salesiano, que manteve uma escola junto à capela durante anos, cujas instalações não existem mais naqueles moldes.

Essa relação é destacada na minuta de abertura de estudo de tombamento ao citar a “vinculação com a ordem salesiana, com suas propostas de linguagem arquitetônica e num processo de sua distribuição ao redor da cidade”. O texto ainda diz que a conservação é importante ante “a possibilidade de perda de um bem cultural sem estudos definitivos”.

O pedido de estudo de tombamento foi aberto por Ana Marta Ditolvo, professora de Preservação Arquitetônica na Faap. A arquiteta conta que decidiu abrir o processo após perceber o que chama de uma “transformação nítida” nos últimos anos, com imóveis antigos descaracterizados e a construção de prédios altos na região.

A professora destaca o papel da antiga capela na “composição da paisagem” e “referencial de memória” da comunidade, tanto que influenciou na mudança do nome da via em que está em 1937, a qual antes era chamada Rua Xingu. “Não tenho dúvidas de que é um bem significativo, não só por conta da arquitetura religiosa, mas por conta dessa importância que sempre teve para a comunidade”, afirmou ao Estadão.

Para a arquiteta, o proprietário deveria avaliar a possibilidade de abrir a antiga capela à vizinhança, mesmo que pontualmente. “Caso não queira destinar a capela à população, é um direito dele. O fato de mantê-la íntegra já é um ato importante, e talvez (o dono) precise do espaço dentro do que pretende para o local. Mas poderia promover ações pontuais para estreitar laços com a comunidade, como abrir a igreja na Jornada do Patrimônio (evento que ocorre anualmente na cidade), promover visitas...”

No abaixo-assinado, há comentários de antigos frequentadores do espaço. Eles lamentam o fechamento da capela e o fim das missas. Também compartilharam lembranças pessoais, de apresentações no coral, primeira comunhão, casamentos e outras experiências.

“Local abençoado e de tradição histórica no bairro e na cidade”, disse um apoiador. “Fui aluno do colégio e coroinha nessa igreja. Certos vínculos afetivos que o tempo acaba criando em nossas vidas, não podem ser apagados de nossa memória, mas estão prestes a ser apagados de nossa história”, comentou outro. Fonte: https://www.estadao.com.br

VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DA PENHA.  Com muita fé, devoção, e unidade enquanto povo de Deus nós; Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Vila Kosmos, Vicente de Carvalho/RJ- Vicariato Leopoldina, recebemos nesta quarta-feira 22 de novembro-2023, a imagem Peregrina de Nossa Senhora da Penha. Que a Mãe de Jesus- da Penha e do Carmo- nos abençoe em tempos tão difíceis no Rio de Janeiro, no Brasil e mundo. Roguemos pela paz! Ao grupo terço dos homens, as nossas orações e os nossos parabéns por este trabalho de Evangelização em nossa Arquidiocese. Salve Maria! Fotos: Rosemiro Magalhães. www.olharjornalistico.com.br www.instagram.com/freipetronio

Padres falam sobre depressão e busca por ajuda; especialistas criticam ambiente tóxico da Igreja

 

Muitos pensam que os padres são verdadeiros "super-heróis", sempre calmos e serenos. Mas os sacerdotes são como todos nós: adoecem, ficam tristes, estressados, têm depressão e podem encontrar o fundo do poço. Não há fé que os proteja disso.

Um exemplo entre muitos é Patrick Fernandes, de 35 anos. Em 2019, o padre apresentou sintomas da depressão. Não tinha vontade de fazer nada, mal queria sair da cama. Emagreceu e passou a descuidar da própria aparência.

Patrick não conseguia se concentrar nas atividades da Paróquia São Sebastião, em Parauapebas, sudeste do Pará, onde vive. Começou a faltar a compromissos e inventar desculpas para ficar cada vez mais isolado. Era um verdadeiro "sacrifício", nas palavras dele, ouvir as pessoas e até celebrar missas. Perdeu o prazer no que, antes, era motivo de alegria.

 

"O que eu mais gostava era chegar em casa e ir para o quarto, torcendo para que não houvesse o amanhã. Assim, não precisaria enfrentar tudo de novo". Padre Patrick

Uma psicóloga que frequentava a paróquia notou que Patrick não estava bem. Ela ofereceu ajuda, mas o padre não aceitou, pois só queria ficar cada vez mais afastado das pessoas.

O sacerdote só resolveu fazer algo após o que define como "a noite mais longa" de sua vida. "A dor chegou com muita força", disse o padre.

Conversou com a psicóloga e reagiu. Recebeu o diagnóstico de depressão de um psiquiatra, começou a fazer terapia e a usar medicamentos.

 “Percebi que não estava bem, mas demorei para reconhecer. Estava sempre me escondendo. Com isso, fui assumindo um personagem que ia dando conta. Mas cheguei num ponto em que, se não procurasse ajuda, não sei o que poderia ter acontecido”.

Padre Patrick

 

Motivos por trás do adoecimento

Apesar de a depressão nem sempre precisar de um gatilho, vários fatores podem explicar o adoecimento de um padre. Juntos, esses fatores formam uma verdadeira bola de neve, favorecendo o surgimento de transtornos mentais:

São homens e, por isso, têm mais dificuldade em reconhecer fragilidades;

Vivem em uma instituição exigente e com estrutura hierarquizada;

Vida extremamente solitária;

Falta de contato com outros padres;

Necessidade de estar disponível por 24 horas;

Excesso de cobrança da Igreja e da sociedade;

Acúmulo de trabalho;

Forte envolvimento com problemas e dificuldades dos fiéis;

São vistos como "super-homens" e, portanto, não conseguem demonstrar fraqueza e pensam que dão conta de tudo.

Ênio Brito Pinto, psicólogo que trabalha com atendimento de padres no Instituto Acolher (SP), explica que, mais do que os líderes religiosos, é a estrutura que precisa mudar.

"Não adianta mudar o indivíduo se não há mudanças no meio em que ele vive. São muitos padres que são internados, por exemplo, e voltam depois de uns seis meses para a igreja. Eles chegam com mais animação e, após alguns meses, perdem tudo porque o ambiente é tóxico".

Ênio Brito Pinto, psicólogo

Para ele, a Igreja não dá autonomia aos padres: não há espaço para discordâncias e críticas. "Sem autonomia, não há saúde. A boa obediência é aquela que é crítica", diz o também doutor em ciência da religião pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

 

Falta de estudos científicos

Não há muitas pesquisas recentes que investiguem a saúde mental de padres, principalmente no Brasil. Até existem cientistas e líderes religiosos que escrevem artigos ou livros sobre o tema, mas com limitações.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), por exemplo, disse que se preocupa com o tema e há um estudo em andamento, mas não detalhou data de divulgação ou a motivação por trás do trabalho.

Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente do Isma (International Stress Management Association) Brasil, resolveu estudar o assunto no país em 2008. O foco era entender as profissões que mais causavam estresse entre os brasileiros. Quando resolveu incluir padres e freiras, encontrou muitos obstáculos.

"É difícil conseguir dados, principalmente entre os padres que vivem enclausurados. Já os padres diocesanos que fazem trabalhos comunitários são mais acessíveis", fala Rossi. Até por isso, não foi possível fazer um levantamento mais recente incluindo o primeiro grupo.

Outros pesquisadores consultados por Viva Bem citam como dificuldades a questão de ser um assunto tabu e por envolver uma instituição como a Igreja. Os padres simplesmente não se sentem confortáveis para falar sobre saúde mental.

Ênio Brito Pinto, autor do livro "Os Padres em Psicoterapia" (Editora Ideias & Letras), diz que há uma complexa relação entre os temas religião, instituição religiosa e as pessoas da vida religiosa, que precisa ser estudada cientificamente.

"Há incontáveis estudos sobre a religião, há muitos estudos sobre a instituição, cresce o número de estudos sobre os religiosos, mas faltam estudos sobre as relações entre os três vértices desse triângulo", diz o especialista.

 

Suicídio entre padres

Levantamento feito pelo padre Licio de Araújo Vale, especialista em prevenção ao suicídio pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), mostra que, desde 2016, houve 37 suicídios nas igrejas brasileiras.

A pesquisa registra os casos que aparecerem em notícias e comunicados das paróquias. No entanto, Vale diz que a Igreja não dá a devida atenção ao problema e pode haver subnotificação de mortes.

"A Igreja precisa começar a falar sobre saúde mental de padres, bispos, seminaristas. É preciso tirar o tema de assuntos tabu. Quanto mais falarmos, melhor poderemos entender, acolher e cuidar dos padres, prevenindo suicídios", afirma.

O endeusamento dos padres é um fator de risco porque não somos especiais, super-homens. Somos humanos e falhos. A comunidade católica não pode se escandalizar com isso. Licio de Araújo Vale, especialista em prevenção ao suicídio, padre e professor

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse que se preocupa com o tema e há uma pesquisa em andamento —mas não detalhou o que está fazendo para combater o problema. Fato é que cada diocese acaba se organizando como pode para oferecer suporte aos líderes religiosos.

 

Esporte, viagens, redes sociais: há vida além da igreja

No primeiro ano como sacerdote, Luiz Roberto de Andrade Souza, da Diocese de Osasco (SP), atendeu mais de 3 mil confissões. A rotina puxada foi um choque. "Lidamos com diferentes realidades e fraquezas. Atendi desde prostitutas até juiz."

São os esportes e o contato com os jovens que fazem a rotina do padre de 37 anos ser mais leve. Ele adora andar de skate e bicicleta, pilotar sua moto e praticar capoeira. Além disso, faz parte de um grupo de padres que conversam, discutem e confessam. "É meu refúgio. Nossa saúde mental fica melhor quando estamos juntos."

Padre há cinco anos, Luiz fez terapia por um tempo, mas quando dava aulas. "Eu era muito temperamental e ríspido. Foi uma experiência boa porque pude me conhecer melhor."

Os fiéis respeitam e têm muito carinho. Mas acham que padre não fica bravo, doente. Eles esperam coisas que um padre não dá conta, seja em número de compromissos, seja em exigências que necessitam de um especialista —e não de um padre. Luiz Roberto, padre da Diocese de Osasco

Assim como Luiz, padre Patrick busca fazer o que gosta: escuta música, lê livros não religiosos, vai ao shopping, viaja e adora conhecer lugares novos. Lá em Parauapebas, sai para fazer caminhadas e, durante o trajeto, grava vídeos —na maioria, de humor— para redes sociais, onde faz sucesso. No Instagram, por exemplo, acumula mais de 5 milhões de seguidores.

“Agora, passados mais de três anos da crise que o levou à depressão, o sacerdote sabe que não há uma cura para a doença, mas espera ter mais momentos felizes do que tristes.

Passar por isso me tornou mais humano. Hoje, consigo olhar para as pessoas que estão passando por esse processo com mais compaixão, ternura e disposição em ouvir”.

Padre Patrick

 

O que fazer para ajudar?

Francisco de Assis Carvalho, psicólogo clínico, professor e padre da Diocese da Campanha (MG), sabe o que é ter uma rotina rodeada de dificuldades. Atende pacientes, organiza mensalmente um grupo de pessoas enlutadas e ainda atua na igreja. Para ele, é preciso limitar as coisas.

Eu saio da clínica no começo da noite, após escutar muitas coisas, e lembro: 'Esses problemas não são meus'. Não é fraqueza, é proteção. Se não fizer isso, eu me aproprio da dor do outro.Francisco de Assis Carvalho, padre e psicólogo

Outros especialistas acreditam que é preciso, aos poucos, mudar o processo de formação dos padres, os seminários, que duram de sete a 10 anos —essa trajetória envolve a faculdade de filosofia e teologia.

"É preciso uma formação mais humana, que trabalhe com a fragilidade e as limitações. É preciso saber até onde ir", explica Adalberto Mittelstaedt, padre da Congregação do Verbo Divino, psicólogo, psicopedagogo e presidente do Instituto Acolher (SP).

 

Os especialistas citam mais medidas que poderiam auxiliar os sacerdotes:

Procurar por ajuda especializada, com atendimento psicológico e de psiquiatras, se for o caso;

Grupo de apoio, em que o padre possa encontrar vivências semelhantes às dele;

Procurar por hobbies fora das atividades da igreja;

Prática de atividades físicas, nem que seja uma caminhada;

Adotar hábitos de vida saudáveis: comer e dormir bem, ter amigos para conversar e saber descansar;

Entender que não são super-heróis e têm fragilidades.

 

Já a Igreja pode:

Incluir palestras sobre saúde mental, tratando de temas tabu, como suicídio e depressão;

Oferecer, de forma mais ativa, atendimento psicológico;

Disponibilizar melhores estruturas de trabalho.

Para Ênio Brito Pinto, as coisas estão mudando para melhor, mesmo que lentamente. Quando começou a atender padres, há 20 anos, era raro ter psicólogos acompanhando os estudantes nos seminários. "Hoje é raro quando não há psicólogos na formação", diz.

Mas, de acordo com ele, há ainda a presença muito forte do discurso de que depressão —ou qualquer outro transtorno psicológico— seja falta de Deus. "Muitos falam que já tiveram crise de pânico, mas se curaram com a fé", afirma.

Existe a mesma lógica sobre a confissão. Embora desempenhe um papel importante, o ato de confessar não é o mesmo que passar por um acompanhamento psicológico.

Achávamos que os padres e freiras seriam os mais calmos, mas a nossa hipótese foi totalmente derrubada. Foi algo que nos surpreendeu.Ana Maria Rossi, psicóloga e presidente do Isma (International Stress Management Association) Brasil

 

'Perdi meu pai e minha mãe, mas não conseguia chorar'

A morte e o luto fazem parte da vida de qualquer pessoa, mas para os padres é ainda mais comum. Eles são chamados para velórios, missas de 7º dia e para acolher pacientes em hospitais. No entanto, quando os líderes religiosos se tornam protagonistas da história, a coisa muda.

Foi o que aconteceu com Francisco de Assis Carvalho, padre e psicólogo. Ele perdeu os pais em 2013 e teve muita dificuldade em assimilar a dor.

O luto não vivido gerou sofrimento psicológico e problemas físicos: ora o intestino ficava preso, ora solto demais. Francisco nem sequer conseguia chorar.

Padre e psicólogo, Francisco de Assis Carvalho não vivenciou o luto após morte dos pais e adoeceu

Foi quando percebi que se a gente não chora pelos olhos, a gente chora de outras maneiras. Somatizamos.

Francisco de Assis Carvalho, padre, psicólogo e professor

Hoje, aos 56, lembra exatamente o que ouvia das pessoas e como isso pode ter impactado seu luto. "Diziam para mim: 'Ainda bem que o senhor não sofre. Ainda bem que sua fé é grande'. Foi aí que realmente percebi que havia uma idealização da dor", diz.

Ele procurou ajuda na época e, depois, formou-se psicólogo. Após a experiência, criou um grupo de enlutados. "Temos um discurso muito bonito com os outros. Quando ocorre com a gente, há uma vulnerabilidade imensa. Daí surgiu o desejo de compreender essa questão."

Abaixo, veja o trabalho que Francisco fez em relação ao tema. Os resultados foram publicados no livro "Luto Por Perdas Não Legitimadas na Atualidade" (Summus Editorial), de Gabriela Casellato, no qual o psicólogo escreve um dos capítulos.

Francisco descobriu que 27% dos padres entrevistados evitam demonstrar sentimentos diante da perda de um ente querido ou membro da comunidade, e 22% preferem vivenciar a dor de forma solitária.

O problema é que um luto não elaborado, aos poucos, pode causar depressão, por exemplo.

No livro de que participou, Francisco reforça a ideia de que o choro, em momentos de dor e luto, não pode ser negado. Ele cita uma frase do papa Francisco, em 2015, com referência a um trecho bíblico (Jo., 11, 33): "Devemos chorar no luto porque também Jesus explodiu em pranto e ficou profundamente perturbado pelo grave luto de uma família que amava".

 

Procure ajuda

Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (www.cvv.org.br) e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mailchat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil. Fonte: https://www.uol.com.br

 

“Não desvies o rosto de nenhum pobre” (Tb 4,7) é o tema escolhido pelo Papa Francisco para celebrar o Dia Mundial dos Pobres, que, neste ano, será realizado em 19 de novembro. A Igreja no Brasil, por meio das Pastorais Sociais e Organismos ligados à Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), propõe uma Jornada em preparação à data, de 12 a 19 de novembro.  Para esta sétima Jornada Mundial dos Pobres, a equipe propôs como tema: “Olhe para mim!” e o lema, em sintonia com a proposição do Papa Francisco, “Não desvies o rosto de nenhum pobre” (Tb 4,7). 

O presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, gravou um vídeo, motivando para a Jornada, e salientando que o rosto do outro nos interpela. “O rosto de todo ser humano traz traços do rosto de Deus e, de uma forma toda especial, nos interpela o rosto do pobre. O rosto do pobre nos instiga a alargar o coração e ir ao encontro com aquilo que nós temos: Cuidar dos pobres, não desviar o olhar dos pobres”.

“Por isso nesse dia em que nós celebramos o Dia do Pobre, aliás, todos os dias são dias do pobre, mas a Igreja decidiu um dia especial para sensibilizar a nossa comunidade toda para essa situação que diz de uma desigualdade entre nós e clama por justiça”.

 

Dia Mundial dos Pobres 

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco, em 2017, na conclusão do Jubileu da Misericórdia e é celebrado no domingo que antecede o Dia de Cristo Rei, que ocorre no último domingo do Ano Litúrgico da Igreja Católica, geralmente em novembro. A data tem como objetivo chamar a atenção para a situação das pessoas em situação de pobreza e marginalização e incentivar a solidariedade e o apoio aos menos favorecidos. 

Ele enfatizou a importância de ajudar os pobres e marginalizados e de promover uma cultura de encontro e solidariedade. Nesse dia, muitas paróquias e instituições religiosas ao redor do mundo realizam eventos e ações de caridade para auxiliar os necessitados e conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a pobreza e a exclusão social.  

 

Materiais da Jornada 

Para contribuir na realização e mobilização da Jornada, junto com as pessoas em situação de pobreza, os materiais disponibilizados são: o subsídio para reflexão e celebração, cartaz, banner, camiseta, material para as redes sociais, Tvs e rádio. Acesse aqui, gratuitamente, todos os materiais. Para acessar a arte para cards, clique aqui. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Santidade, não perfeição moral, mas dinâmica de relação

Está em andamento no Instituto Augustinianum de Roma o congresso de estudo intitulado "Dimensão comunitária da santidade", promovido pelo Dicastério das Causas dos Santos. Cardeal Semeraro: olhar para a Igreja como habitat onde floresce a santidade. Cardeal de Mendonça: "A santidade de Deus nos pede amor, compreensão, reconciliação e paz. A guerra é exatamente o contrário".

 

Antonella Palermo – Vatican News

A santidade não só como adesão estática a uma perfeição de vida moral, mas como dinâmica de relação, experiência 'tátil' da própria vida de Deus. Este é o cerne do discurso do cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito da Dicastério para a Cultura e a Educação, que inaugurou na segunda-feira, 13 de novembro, em Roma, no Instituto Patrístico Augustinianum, a conferência de estudo de três dias intitulada "Dimensão comunitária da santidade" promovida pelo Dicastério das Causas dos Santos.

 

Semeraro: a santidade cria amizade

Moderada por Alessandro Gisotti, vice-diretor editorial do Dicastério para a Comunicação, a sessão foi apresentada pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, que explicou o espírito da perspectiva adotada pelo encontro, este ano: olhar para a Igreja como habitat onde floresce a santidade. "Há uma frase de um autor medieval, Fulgêncio de Ruspe, que dizia que na Igreja estamos unidos uns aos outros e se nos distanciamos uns dos outros não somos nada. Isto também se aplica à santidade", disse o cardeal Semeraro ao Vatican News.

Uma perspectiva que remonta bem àquela resultante do Sínodo. Com efeito, sublinhou o cardeal, 'sínodo' significa convergir, estar juntos no mesmo limiar e encontrar-se em união esponsal com Cristo. Semeraro insistiu na família como lugar privilegiado onde a santidade pode crescer. A este respeito, recordou a recente beatificação de toda a família Ulma na Polônia: "Ali se pode ver como realmente funcionou a graça do matrimônio. A Bíblia deles está conservada, eu a vi, onde ainda estão preservadas as anotações". Ele recordou a agradável surpresa que teve na Espanha, ao visitar a casa de São João de Ávila, Doutor da Igreja: "Fiquei impressionado ao ver as imagens de tantos outros santos: Santo Inácio de Loyola, São Francisco Bórgia... Eram sete, oito. Eram todos amigos. Eis que a santidade cria amizade."

 

De Mendonça: santidade não é perfeição moral estática

Em seu discurso, o cardeal português Tolentino de Mendonça concentrou-se na análise do capítulo 19 do livro de Levítico, considerado a "pedra angular de toda a Torá". O prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação examinou o versículo 2: "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo", destacando o caráter universal da santidade. Ele também observou como a santidade se manifesta no comportamento ético, mas não é exaustiva, não pode ser restrita a um nível exclusivamente "ritual". "O que Deus nos pede para fazer", disse o cardeal, "ilumina o mistério do próprio Deus, numa misteriosa circularidade". E aqui, portanto, está o ponto crucial da santidade: "A santidade não é uma perfeição moral estática, mas uma dinâmica livre de relação. Não se trata apenas de 'ser bom'. Ela tem a ver com um revérbero global do chamado de Deus à santidade". Na fórmula de Levítico, "eu" vem depois de "tu".

Isto é significativo, explicou ainda o cardeal, se considerarmos que a santidade de Deus não é indiferença, inacessibilidade. "A santidade se expressa através da categoria da alteridade e da relação. O conceito de santo é uma extensão do divino ao humano. A santidade é expansiva". "A santidade não é uma ideologia", disse ele, "mas uma experiência 'tátil' na própria vida de Deus, que inclui a dimensão da intimidade, do silêncio, até do absurdo que habita a existência humana". "Santidade significa correr o risco de experimentar a transformação operada em nós por Cristo, caso contrário a fé é uma paixão inútil".

 

A guerra é o oposto da santidade

À margem do evento, houve também uma reflexão do cardeal de Mendonça com o Vatican News sobre como falar de santidade num cenário dolorosamente ferido pela guerra.

"A santidade é uma proposta de Deus para que possamos colocar em prática o que Deus é. A santidade não é algo diferente da natureza de Deus. É o mistério do próprio Deus que Ele compartilha. É muito bom ver, por exemplo, em Levítico, como esse chamado à santidade é feito não apenas aos sacerdotes, mas a toda a comunidade: pequenos, grandes, homens, mulheres... Não apenas uma adesão a um mistério de transcendência que nos esforçamos para compreender plenamente, não. É algo que conhecemos porque é o bem que podemos fazer, aquela aliança concreta com o amor, com a justiça, com a solidariedade, com a amizade social que podemos ativar na vida cotidiana", explicou o cardeal.

À luz disso, "a guerra é o contrário da santidade. A santidade de Deus nos pede amor, compreensão, reconciliação e paz". De Mendonça convidou então: "Todos devemos rezar neste contexto porque não é uma situação fácil para ninguém. Devemos insistir, como faz o Santo Padre, e dizer basta à violência e ser capazes, através dos caminhos do encontro e do diálogo, de revelar-nos realmente à imagem e semelhança de Deus".

 

A poesia prepara a alma

A poesia, já que falamos com um poeta, pode ser um caminho, um método para aguçar os sentidos a fim de descobrir a santidade ao nosso redor e crescer no caminho da santidade? "Os místicos nos ensinam. Não é por acaso" – concluiu o cardeal – "que os místicos se expressem em linguagem poética. A poesia prepara a nossa alma para a revelação de Deus e para acolher profundamente essa revelação". Fonte: https://www.vaticannews.va 

(Texto Oficial da Terceira Edição Típica do Missal Romano – EDIÇÕES CNBB 2023)

Excertos (para motivar a leitura do texto completo)

 

 Testemunho de fé inalterada

  1. (...) “O nosso Salvador na última Ceia instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o sacrifício da cruz até a sua volta, e para confiar à Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de sua morte e ressurreição” (Conc. Vat. II, Sacrosanctum Concilium, n. 47). (...) A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação.

Importância e dignidade da celebração eucarística

  1. Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística conserva sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja , na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo. Por isso, recomenda-se que o sacerdote, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico.
  1. (...) O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa.

Estrutura geral da Missa

  1. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. (...) Cristo está realmente presente tanto na assembleia reunida em seu nome como na pessoa do ministro, na sua Palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

Leitura e explanação da Palavra de Deus

  1. Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho.

Orações e outras partes próprias do sacerdote

  1. (...) Pode [o sacerdote], com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, após a saudação inicial e antes do Rito Penitencial, na Liturgia da Palavra, antes das leituras; na Oração Eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da própria Oração; pode, ainda, encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.

Gestos e posições do corpo

  1. (...) A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia...
  2. [Os fiéis] Ajoelhem-se, porém, durante a consagração, a não ser que motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande número de representantes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. (...) Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até o final da Oração Eucarística e antes da Comunhão quando o sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.

Para se obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos...

O silêncio

  1. Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na Igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

As partes da Missa – Entrada

  1. (...) Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis ou por alguns deles ou pelo leitor; pode ainda ser recitada pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial.

Saudação ao altar e ao povo reunido

  1. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. (...)

Feita a saudação ao povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia.

Ato penitencial

  1. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral e concluído pela absolvição do sacerdote. Tal absolvição, contudo, não possui a eficácia do sacramento da Penitência.

Glória a Deus nas alturas

  1. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e í a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. (...)

Liturgia da Palavra

  1. (...) Nas leituras explanadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua Palavra, se acha presente no meio dos fiéis. (...)
  2. Na celebração da Missa com o povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

Salmo Responsorial

  1. (...) O Salmo Responsorial, de preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. (...)

Oração universal

  1. (...) Normalmente, as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (...)

Preparação dos dons

  1. (...) É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar.

Rito da paz

  1. (...) Convém... que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Comunhão

  1. (...) o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico, sobre a patena ou sobre o cálice...
  2. É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote é obrigado a fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na própria Missa..., para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício que está sendo celebrado.
  3. (...) Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

Ritos Finais

  1. Aos ritos finais pertencem: (...) d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Funções de ordem sacra

  1. [O presbítero] quando celebra a Eucaristia, deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.

Ministérios Particulares

  1. Exercem também uma função litúrgica: (...)
  2. b) o comentarista que dirige oportunamente aos fiéis breves explicações e exortações, a fim de introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado para os fiéis, não, porém, no ambão.

O que é necessário preparar

  1. O altar seja coberto com uma toalha de cor branca. (...)
  2. (...) O cálice, como convém, seja coberto com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.

Missa sem diácono – Ritos Iniciais

  1. Reunido o povo, o sacerdote e os ministros, revestidos das vestes sagradas, encaminham-se ao altar na seguinte ordem: (...)
  2. d) o leitor, que pode conduzir um pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o Lecionário. (...)
  3. A cruz, ornada com a imagem do Cristo crucificado, trazida eventualmente na procissão, pode ser colocada junto ao altar, de modo que se torne a cruz do altar, que deve ser uma só; caso contrário, ela ser[a guardada em lugar adequado (...).

Liturgia da Palavra

  1. O Símbolo é cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo, estando todos de pé. Às palavras E se encarnou pelo Espírito Santo, todos se inclinam profundamente, mas nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor, todos se ajoelham.

Liturgia Eucarística

  1. Ao altar, o sacerdote recebe a patena com o pão e mantém levemente elevada sobre o altar com ambas as mãos, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o pão sobre o corporal.
  2. (...) [O sacerdote] com ambas as mãos, mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor;, e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o com a pala, se julgar oportuno.
  3. (...) No fim da Oração Eucarística, o sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos profere sozinho a doxologia: Por Cristo. (...)
  4. (...) O sacerdote pode dar a paz aos ministros, mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério para que não se perturbe a celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns poucos fiéis. (...)
  5. (...) Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o pão consagrado nem o sagrado cálice e muito menos passar de mão em mão entre si. (...)
  6. (...) o sacerdote diz, de mãos unidas, Oremos e, de mãos estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um momento de silêncio (...).

Missa com diácono

  1. Conduzindo o Evangeliário, um pouco elevado, o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu lado.
  2. (...) Em celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário. (...)
  3. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe dela a Comunhão, sob as duas espécies, e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. (...) Terminada a distribuição, [o diácono] consome logo com reverência, junto ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

Missa concelebrada

  1. (...) Quando o bispo preside, iniciado o Aleluia, todos se levantam. O bispo, ainda sentado, coloca incenso, sem nada dizer e dá a bênção ao diácono ou, na sua ausência, ao concelebrante que vai proclamar o Evangelho. (...)
  2. As partes que são proferidas por todos os concelebrantes e, sobretudo, as palavras da consagração que todos devem expressar quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma as palavras são mais facilmente entendidas pelo povo.
  3. [Os concelebrantes proferem juntos] (...)
  4. c) as palavras do Senhor, com a mão direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno conjuntamente; à apresentação, olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente.
  5. A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo sacerdote celebrante principal e, se preferir, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.
  6. Terminada a oração antes da Comunhão, o celebrante principal faz genuflexão e se afasta um pouco. Um após o outro, os concelebrantes se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo; segurando-o com a mão direita e colocando por baixo a esquerda, retornam a seus lugares. Podem, no entanto, permanecer nos respectivos lugares e tomar o Corpo de Cristo da patena que o celebrante principal ou um ou vários concelebrantes seguram, passando diante deles, ou então passam a patena de um a outro até o último.
  7. A seguir, o celebrante principal toma a hóstia, consagrada na própria Missa, e mantendo-a um pouco elevada sobre a patena ou sobre o cálice, voltado para o povo, diz: Felizes os convidados, e continua com os concelebrantes e o povo, dizendo: Senhor, eu não sou digno.
  8. Em seguida, o celebrante principal, voltado para o altar, diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna, e comunga com reverência o Corpo de Cristo. Os concelebrantes fazem o mesmo, tomando a Comunhão. Depois deles, o diácono recebe das mãos do celebrante principal o Corpo do Senhor.
  9. O Sangue do Senhor pode ser tomado diretamente do cálice, ou por intinção, ou ainda com uma cânula ou uma colher.
  10. A comunhão dos concelebrantes pode também realizar-se de modo que um depois do outro comunguem, no altar, do Corpo e, logo em seguida, do Sangue de Cristo.

Missa com assistência de um só ministro

  1. A celebração sem ministro ou sem ao menos um fiel, não se faça a não ser por causa justa e razoável. Neste caso, omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da Missa.

Genuflexão e Inclinação

  1. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento e à santa Cruz, desde a solene adoração da Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília Pascal. (...)

Se, porém, houver no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar e quando dele se retiram; não, porém, durante a própria celebração da Missa.

  1. Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
  2. a) faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa;
  3. b) inclinação de corpo, ou inclinação profunda, se faz ao altar; às orações Ó Deus todo-poderoso, purificai-me e De coração contrito; no Símbolo às palavras E se encarnou; no Cânon Romano, às palavras Suplicantes, vos pedimos. O diácono faz a mesma inclinação quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além disso, o sacerdote inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras do Senhor.

Incensação

  1. (...) antes e depois da turificação, faz-se inclinação profunda à pessoa ou à coisa que é incensada, com exceção do altar e das oferendas para o sacrifício da Missa.

São incensados com três ductos do turibulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor, expostas para veneração pública, as oferendas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.

Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos expostas à veneração pública, mas somente uma vez, no início da celebração, após a incensação do altar.

Purificação

  1. Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do possível, junto à credência. (...)
  2. Se a hóstia ou alguma partícula cair no chão, seja recolhida com reverência; se for derramado um pouco do Sangue, lave-se com água o lugar onde caiu, e lance-se depois esta água na piscina ou pia construída na sacristia.

Disposição e Ornamentação das Igrejas para a celebração da Eucaristia

  1. (...) Os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.
  2. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.
  3. A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.
  4. (...) A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.

O altar e sua ornamentação

  1. Convém que em toda Igreja exista um altar fixo, o que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2,20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel.

Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

  1. O altar, fixo ou móvel, seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.
  2. Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.
  3. Na ornamentação do altar observe-se moderação. (...)

A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor a ornamentação sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

  1. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário e, finalmente, o corporal, o sanguinho, a pala e o Missa.

Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

  1. Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração sejam colocados como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.
  2. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que essa cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.

O ambão

  1. (...) De modo geral convém que esse lugar sejam uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. (...)

Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual romano.

A cadeira para o sacerdote celebrante e outras cadeiras

  1. A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a função deste de presidir a assembleia e dirigir a oração. Por isso, o lugar mais apropriado para esta cadeira é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do alar. Evite-se toda espécie de trono. Ante de ser destinado ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o rito descrito no Ritual Romano. (...)

A cadeira do diácono esteja junto da cadeira do celebrante. (...)

O lugar de conservação da Santíssima Eucaristia

  1. De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra da igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração.

Normalmente o tabernáculo seja um único, inamovível, feito de material sólido e inviolável não transparente, e fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação. Convém, além disso, que seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico, segundo o rito descrito no Ritual Romano.

  1. (...) É preferível, a juízo do Bispo diocesano, colocar o tabernáculo:
  2. a) no presbitério, fora do altar da celebração, na forma e no lugar mais convenientes, não estando excluído o altar antigo que não mais é usado para a celebração;
  3. b) ou também numa capela apropriada para a adoração e oração privada dos fiéis, que esteja organicamente ligada com a igreja e visível aos fiéis.
  4. Conforme antiga tradição, mantenha-se perenemente acesa uma lâmpada especial junto ao tabernáculo, alimentada por óleo ou cera, pela qual se indique e se honra a presença de Cristo.

As imagens sagradas

  1. (...) Normalmente, não haja mais de uma imagem do mesmo santo.

Os vasos sagrados

  1. Os cálices e outros vasos destinados a receber o Sangue do Senhor, tenham a copa feita de matéria que não absorva líquidos. O pé pode ser feito de outro material sólido e digno.
  2. Quanto à bênção dos vasos sagrados, observem-se os ritos prescritos nos livros litúrgicos.
  3. Conserve-se o costume de construir na sacristia uma pia, em que se lance a água da purificação dos vasos sagrados e da lavagem das toalhas de linho.

As vestes sagradas

  1. (...) As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos ministros leigos sejam oportunamente abençoadas, antes que sejam destinados ao uso litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano.
  2. A alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau; ela será cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio o dispense. Antes de vestir a alva, põe-se o amito, caso ela não encubra completamente as vestes comuns que circundam o pescoço. A alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas, se usa apenas a estola sem a casula ou dalmática.
  3. A não ser que se disponha de outro modo, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como nas outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola.
  4. Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber: (...)
  5. g) Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.

Oração Eucarística

  1. (...) b) Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que, de maneira sucinta, apresentam o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. (...)
  2. d) a Oração Eucarística IV possui um Prefácio imutável..

Missas e orações para Diversas Circunstâncias

  1. Recomenda-se de modo particular a memória de Santa Maria no Sábado, pelo fato de se tributar na Liturgia da Igreja à Mãe do Redentor uma veneração acima e de preferência a todos os Santos.

Missas pelos Fiéis Defuntos

  1. Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre.
  2. Na organização e escolha das partes da Missa dos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, podem variar (por exemplo, orações, leituras e oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes.

Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que, por ocasião das exéquias, comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não católicos, como os católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos.

(Texto Oficial da Terceira Edição Típica do Missal Romano – EDIÇÕES CNBB 2023)

Excertos (para motivar a leitura do texto completo)

Testemunho de fé inalterada

  1. (...) “O nosso Salvador na última Ceia instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o sacrifício da cruz até a sua volta, e para confiar à Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de sua morte e ressurreição” (Conc. Vat. II, Sacrosanctum Concilium, n. 47). (...) A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação.

Importância e dignidade da celebração eucarística

  1. Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística conserva sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja , na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo.

Por isso, recomenda-se que o sacerdote, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico.

  1. (...) O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa.

Estrutura geral da Missa

  1. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. (...) Cristo está realmente presente tanto na assembleia reunida em seu nome como na pessoa do ministro, na sua Palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas.

Leitura e explanação da Palavra de Deus

  1. Quando se leem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua Palavra, anuncia o Evangelho.

Orações e outras partes próprias do sacerdote

  1. (...) Pode [o sacerdote], com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, após a saudação inicial e antes do Rito Penitencial, na Liturgia da Palavra, antes das leituras; na Oração Eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da própria Oração; pode, ainda, encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.

Gestos e posições do corpo

  1. (...) A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia...
  2. [Os fiéis] Ajoelhem-se, porém, durante a consagração, a não ser que motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande número de representantes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. (...) Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até o final da Oração Eucarística e antes da Comunhão quando o sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.

Para se obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos...

O silêncio

  1. Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na Igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

As partes da Missa – Entrada

  1. (...) Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis ou por alguns deles ou pelo leitor; pode ainda ser recitada pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial.

Saudação ao altar e ao povo reunido

  1. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. (...)

Feita a saudação ao povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia.

Ato penitencial

  1. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral e concluído pela absolvição do sacerdote. Tal absolvição, contudo, não possui a eficácia do sacramento da Penitência.

Glória a Deus nas alturas

  1. O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e í a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. (...)

Liturgia da Palavra

  1. (...) Nas leituras explanadas pela homilia, Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua Palavra, se acha presente no meio dos fiéis. (...)
  2. Na celebração da Missa com o povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

Salmo Responsorial

  1. (...) O Salmo Responsorial, de preferência, será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. (...)

Oração universal

  1. (...) Normalmente, as intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. (...)

Preparação dos dons

  1. (...) É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar.

Rito da paz

  1. (...) Convém... que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Comunhão

  1. (...) o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico, sobre a patena ou sobre o cálice...
  2. É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote é obrigado a fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na própria Missa..., para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício que está sendo celebrado.
  3. (...) Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

Ritos Finais

  1. Aos ritos finais pertencem: (...) d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Funções de ordem sacra

  1. [O presbítero] quando celebra a Eucaristia, deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.

Ministérios Particulares

  1. Exercem também uma função litúrgica: (...)
  2. b) o comentarista que dirige oportunamente aos fiéis breves explicações e exortações, a fim de introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado para os fiéis, não, porém, no ambão.

O que é necessário preparar

  1. O altar seja coberto com uma toalha de cor branca. (...)
  2. (...) O cálice, como convém, seja coberto com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.

Missa sem diácono – Ritos Iniciais

  1. Reunido o povo, o sacerdote e os ministros, revestidos das vestes sagradas, encaminham-se ao altar na seguinte ordem: (...)
  2. d) o leitor, que pode conduzir um pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o Lecionário. (...)
  3. A cruz, ornada com a imagem do Cristo crucificado, trazida eventualmente na procissão, pode ser colocada junto ao altar, de modo que se torne a cruz do altar, que deve ser uma só; caso contrário, ela ser[a guardada em lugar adequado (...).

Liturgia da Palavra

  1. O Símbolo é cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo, estando todos de pé. Às palavras E se encarnou pelo Espírito Santo, todos se inclinam profundamente, mas nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor, todos se ajoelham.

Liturgia Eucarística

  1. Ao altar, o sacerdote recebe a patena com o pão e mantém levemente elevada sobre o altar com ambas as mãos, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o pão sobre o corporal.
  2. (...) [O sacerdote] com ambas as mãos, mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em silêncio: Bendito sejais, Senhor;, e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o com a pala, se julgar oportuno.
  3. (...) No fim da Oração Eucarística, o sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos profere sozinho a doxologia: Por Cristo. (...)
  4. (...) O sacerdote pode dar a paz aos ministros, mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério para que não se perturbe a celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns poucos fiéis. (...)
  5. (...) Não é permitido aos fiéis receber por si mesmos o pão consagrado nem o sagrado cálice e muito menos passar de mão em mão entre si. (...)
  6. (...) o sacerdote diz, de mãos unidas, Oremos e, de mãos estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um momento de silêncio (...).

Missa com diácono

  1. Conduzindo o Evangeliário, um pouco elevado, o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu lado.
  2. (...) Em celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário. (...)
  3. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe dela a Comunhão, sob as duas espécies, e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. (...) Terminada a distribuição, [o diácono] consome logo com reverência, junto ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

Missa concelebrada

  1. (...) Quando o bispo preside, iniciado o Aleluia, todos se levantam. O bispo, ainda sentado, coloca incenso, sem nada dizer e dá a bênção ao diácono ou, na sua ausência, ao concelebrante que vai proclamar o Evangelho. (...)
  2. As partes que são proferidas por todos os concelebrantes e, sobretudo, as palavras da consagração que todos devem expressar quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma as palavras são mais facilmente entendidas pelo povo.
  3. [Os concelebrantes proferem juntos] (...)
  4. c) as palavras do Senhor, com a mão direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno conjuntamente; à apresentação, olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente.
  5. A doxologia final da Oração Eucarística é proferida somente pelo sacerdote celebrante principal e, se preferir, junto com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.
  6. Terminada a oração antes da Comunhão, o celebrante principal faz genuflexão e se afasta um pouco. Um após o outro, os concelebrantes se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão e tomam do altar, com reverência, o Corpo de Cristo; segurando-o com a mão direita e colocando por baixo a esquerda, retornam a seus lugares. Podem, no entanto, permanecer nos respectivos lugares e tomar o Corpo de Cristo da patena que o celebrante principal ou um ou vários concelebrantes seguram, passando diante deles, ou então passam a patena de um a outro até o último.
  7. A seguir, o celebrante principal toma a hóstia, consagrada na própria Missa, e mantendo-a um pouco elevada sobre a patena ou sobre o cálice, voltado para o povo, diz: Felizes os convidados, e continua com os concelebrantes e o povo, dizendo: Senhor, eu não sou digno.
  8. Em seguida, o celebrante principal, voltado para o altar, diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna, e comunga com reverência o Corpo de Cristo. Os concelebrantes fazem o mesmo, tomando a Comunhão. Depois deles, o diácono recebe das mãos do celebrante principal o Corpo do Senhor.
  9. O Sangue do Senhor pode ser tomado diretamente do cálice, ou por intinção, ou ainda com uma cânula ou uma colher.
  10. A comunhão dos concelebrantes pode também realizar-se de modo que um depois do outro comunguem, no altar, do Corpo e, logo em seguida, do Sangue de Cristo.

Missa com assistência de um só ministro

  1. A celebração sem ministro ou sem ao menos um fiel, não se faça a não ser por causa justa e razoável. Neste caso, omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da Missa.

Genuflexão e Inclinação

  1. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento e à santa Cruz, desde a solene adoração da Ação litúrgica da Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília Pascal. (...)

Se, porém, houver no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar e quando dele se retiram; não, porém, durante a própria celebração da Missa.

  1. Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
  2. a) faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa;
  3. b) inclinação de corpo, ou inclinação profunda, se faz ao altar; às orações Ó Deus todo-poderoso, purificai-me e De coração contrito; no Símbolo às palavras E se encarnou; no Cânon Romano, às palavras Suplicantes, vos pedimos. O diácono faz a mesma inclinação quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além disso, o sacerdote inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras do Senhor.

Incensação

  1. (...) antes e depois da turificação, faz-se inclinação profunda à pessoa ou à coisa que é incensada, com exceção do altar e das oferendas para o sacrifício da Missa.

São incensados com três ductos do turibulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor, expostas para veneração pública, as oferendas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.

Com dois ductos são incensadas as relíquias e as imagens dos Santos expostas à veneração pública, mas somente uma vez, no início da celebração, após a incensação do altar.

Purificação

  1. Os vasos sagrados são purificados pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da Missa, na medida do possível, junto à credência. (...)
  2. Se a hóstia ou alguma partícula cair no chão, seja recolhida com reverência; se for derramado um pouco do Sangue, lave-se com água o lugar onde caiu, e lance-se depois esta água na piscina ou pia construída na sacristia.

Disposição e Ornamentação das Igrejas para a celebração da Eucaristia

  1. (...) Os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas.
  2. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.
  3. A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.
  4. (...) A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.

O altar e sua ornamentação

  1. Convém que em toda Igreja exista um altar fixo, o que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2,20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel.

Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

  1. O altar, fixo ou móvel, seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.
  2. Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.
  3. Na ornamentação do altar observe-se moderação. (...)

A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor a ornamentação sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

  1. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário e, finalmente, o corporal, o sanguinho, a pala e o Missa.

Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

  1. Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração sejam colocados como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.
  2. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que essa cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.

O ambão

  1. (...) De modo geral convém que esse lugar sejam uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. (...)

Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual romano.

A cadeira para o sacerdote celebrante e outras cadeiras

  1. A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a função deste de presidir a assembleia e dirigir a oração. Por isso, o lugar mais apropriado para esta cadeira é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do alar. Evite-se toda espécie de trono. Ante de ser destinado ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o rito descrito no Ritual Romano. (...) A cadeira do diácono esteja junto da cadeira do celebrante. (...)

O lugar de conservação da Santíssima Eucaristia

  1. De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra da igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração.

Normalmente o tabernáculo seja um único, inamovível, feito de material sólido e inviolável não transparente, e fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação. Convém, além disso, que seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico, segundo o rito descrito no Ritual Romano.

  1. (...) É preferível, a juízo do Bispo diocesano, colocar o tabernáculo:
  2. a) no presbitério, fora do altar da celebração, na forma e no lugar mais convenientes, não estando excluído o altar antigo que não mais é usado para a celebração;
  3. b) ou também numa capela apropriada para a adoração e oração privada dos fiéis, que esteja organicamente ligada com a igreja e visível aos fiéis.
  4. Conforme antiga tradição, mantenha-se perenemente acesa uma lâmpada especial junto ao tabernáculo, alimentada por óleo ou cera, pela qual se indique e se honra a presença de Cristo.

As imagens sagradas

  1. (...) Normalmente, não haja mais de uma imagem do mesmo santo.

Os vasos sagrados

  1. Os cálices e outros vasos destinados a receber o Sangue do Senhor, tenham a copa feita de matéria que não absorva líquidos. O pé pode ser feito de outro material sólido e digno.
  2. Quanto à bênção dos vasos sagrados, observem-se os ritos prescritos nos livros litúrgicos.
  3. Conserve-se o costume de construir na sacristia uma pia, em que se lance a água da purificação dos vasos sagrados e da lavagem das toalhas de linho.

As vestes sagradas

  1. (...) As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos ministros leigos sejam oportunamente abençoadas, antes que sejam destinados ao uso litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano.
  2. A alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau; ela será cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio o dispense. Antes de vestir a alva, põe-se o amito, caso ela não encubra completamente as vestes comuns que circundam o pescoço. A alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem mesmo sobre a veste talar, quando se deve usar casula ou dalmática, ou quando, de acordo com as normas, se usa apenas a estola sem a casula ou dalmática.
  3. A não ser que se disponha de outro modo, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como nas outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola.
  4. Com relação à cor das vestes sagradas, seja observado o uso tradicional, a saber: (...)
  5. g) Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.

Oração Eucarística

  1. (...) b) Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que, de maneira sucinta, apresentam o mistério da salvação, por exemplo, os prefácios comuns. (...)
  2. d) a Oração Eucarística IV possui um Prefácio imutável..

Missas e orações para Diversas Circunstâncias

  1. Recomenda-se de modo particular a memória de Santa Maria no Sábado, pelo fato de se tributar na Liturgia da Igreja à Mãe do Redentor uma veneração acima e de preferência a todos os Santos.

Missas pelos Fiéis Defuntos

  1. Nas Missas exequiais haja, normalmente, uma breve homilia, excluindo-se, no entanto, qualquer tipo de elogio fúnebre.
  2. Na organização e escolha das partes da Missa dos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, podem variar (por exemplo, orações, leituras e oração universal), convém levar em conta, por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos presentes.

Além disso, os pastores levem especialmente em conta aqueles que, por ocasião das exéquias, comparecem às celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não católicos, como os católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para todos.

Joseph Strickland, da diocese de Tyler, no Texas, criticava repetidamente o pontífice; destituição é ato raro na Igreja Católica

 

O bispo americano Joseph Strickland foi destituído pelo Papa Francisco da diocese de Tyler, no Texas Foto: USA TODAY SPORTS

 

Por Redação

O Papa Francisco destituiu o bispo americano Joseph Strickland de sua diocese localizada no Texas, nos Estados Unidos. Strickland é um renomado católico conservador que vinha criticando repetidamente o papado de Francisco, especialmente os acenos à comunidade LGBTQIA+. O americano havia sido nomeado pelo papa Bento XVI, morto em 2022.

A destituição foi confirmada em nota pelo Vaticano neste sábado, 11. “O Santo Padre dispensou Joseph E. Strickland do governo pastoral da diocese de Tyler (EUA)”, afirmou o Vaticano em comunicado.

A dispensa é rara, segundo especialistas. Normalmente os bispos são afastados ou orientados a renunciar. A destituição é a última medida, quando o religioso se recusa a fazer o pedido.

A decisão incomum foi tomada depois que Francisco enviou dois bispos americanos à diocese de Strickland, no Texas, em junho. O Vaticano não informou as razões da visitação apostólica nem as conclusões dos bispos. Segundo a agência Reuters, a ação fez parte de uma investigação sobre a gestão financeira da diocese.

O papa argentino vem adotando medidas para tornar a Igreja mais inclusiva e aberta. Durante uma reunião dos padres jesuítas em Lisboa, o pontífice lamentou a “atitude fortemente reacionária” de alguns católicos. Também declarou que “voltar ao passado é inútil”, sendo necessário “entender que existe uma evolução apropriada na forma de abordar os temas da fé e da moralidade”.

A postura enfrenta a oposição de setores mais conservadores, que acusam o pontífice de 86 anos de contrariar as principais crenças católicas, principalmente com relação ao aborto. Os críticos também condenam o excesso de tolerância com a comunidade LGBTQIA+ e pessoas divorciadas. Os Estados Unidos são o principal polo de resistência.

No início deste ano, em uma mensagem na rede social X, antigo Twitter, Strickland acusou o papa de “minar o depósito da fé”. Em setembro, o bispo comentou os rumores de que estava sendo encorajado a renunciar. O próprio Strickland havia tornado pública as visitas dos bispos do Vaticano.

“Não posso renunciar ao meu cargo de bispo de Tyler porque isso significaria abandonar o rebanho que está aos meus cuidados”, escreveu. “Respeito a autoridade do papa Francisco se ele me destituir dos meus poderes como bispo de Tyler”.

A diocese de Tyler, que possui mais de 120 mil católicos em uma população de cerca de 1,4 milhão de habitantes, de acordo com a Conferência Episcopal Católica dos Estados Unidos, confirmou a destituição. O bispo de Austin, Joe Vasquez, foi nomeado administrador apostólico da diocese. “Nosso trabalho como Igreja Católica no nordeste do Texas continua”, informou a diocese de Tyler. Strickland não fez comentários sobre a demissão. /COM INFORMAÇÕES DE AP E AFP. Fonte: https://www.estadao.com.br