Mais de 200 mil romeiros foram esperados na cidade para a celebração dos três séculos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, neste feriado da Padroeira do Brasil. As pessoas vêm de todas as partes do país. Algumas caminham durante horas pelas estradas que levam ao santuário. Outras vêm a cavalo. O objetivo: agradecer por algum pedido alcançando a partir de um ato de fé e renovar pedidos. A crise, o desemprego, a ausência de perspectiva (mas não de esperança) tiveram destaque nas palavras dos fieis. A reportagem é de Sarah Fernandes e Danilo Ramos, publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 12-10-2017.

As pessoas vistas como responsáveis por este momento de desalento do país também foram lembradas pelo povo: com vaias. Entre eles o presidente ilegítimo Michel Temer – vaiado mesmo sem estar presente, apesar de ter feito convite ao papa Francisco para participar da festa. Francisco foi mais um chefe de Estado que, constrangido com o golpe no Brasil, recusou. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também não foi poupado de vaias, assim como os representantes do governo federal, ministros Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Antônio Imbassahy (Secretaria-Geral) não foram bem vindos na cidade batizada pela imagem encontrada há 300 anos na margem norte do Rio Paraíba, região lesta do interior paulista.

Conta a história foi uma pescaria mudou a história do catolicismo no Brasil: três pescadores – Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves – jogaram redes no Rio Paraíba, obedecendo à ordem da Câmara de Guaratinguetá de trazer o máximo possível de peixes para recepcionar do novo governador. Após horas de trabalho, porém, não tinham conseguiam nada. Até que em um dos lançamentos da rede pescaram o corpo uma imagem de barro decapitada. Na próxima tentativa veio à cabeça. Poucos minutos depois havia tanto peixe que mal podiam carregar.

Em 1930, a escultura negra de 37 centímetros ganhou do Papa Pio XI o título de Padroeira do Brasil e virou um dos símbolos do país. Uma pequena capela construída pelo padre José Alves Vilela abrigou a imagem por 145 anos até ser transferida para a Igreja Matriz, que hoje é o Santuário Nacional de Aparecida, maior centro mariano do mundo em tamanho e segundo maior em frequência, atrás apenas do de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. Pelo menos 12 milhões de romeiros por ano visitam a basílica, localizada a 180 quilômetros da capital paulista.

Logo após o aparecimento da imagem no rio começaram os relatos de milagres: velas se acendiam sozinhas, as correntes de um escravo se arrebentaram após ele pedir proteção à santa, as patas dianteiras de um cavalo grudaram nas pedras da escadaria da igreja quando seu dono ameaçou entrar nela montado, uma menina cega de Jaboticabal (SP)começou a enxergar e um menino que se afogava no rio Paraíba foi milagrosamente salvo.

A reportagem acompanhou alguns em romaria para Aparecida – que não tem o “Norte” no nome oficial. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

(13/10/2017) Somente Cristo crucificado nos salvará dos demônios que nos fazem “deslizar lentamente para a mundanidade”, salvando-nos até mesmo da “insensatez” da qual fala São Paulo aos Gálatas – e “da sedução”.

Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Capela da Casa Santa Marta, inspirando-se para a sua homilia no Evangelho de Lucas, onde Jesus diz: “Mas se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus”.

O Pontífice exorta ao exame de consciência e às obras de caridade, “aquelas que custam”, mas que “nos levarão a ser mais atentos” e vigilantes para que não entrem “astutos” personagens, ou seja, os demônios.

O Senhor – explica o Papa – “pede para sermos vigilantes”, para não cairmos em tentação. Por isto, o cristão está sempre “em vigilância, vigia, está atento”, como “um sentinela”.

O Evangelho fala da luta entre Jesus e o demônio e de “alguns” que disseram que Cristo tinha “a permissão de Belzebub” para expulsá-lo.

Jesus não conta uma parábola – observa o Papa - mas “diz uma verdade”: quando o espírito impuro “sai do homem”, vagueia “por lugares desertos” buscando um repouso e não encontrando, decide retornar para a casa de onde saiu, onde habita o homem “livre”.

Então o demónio decide trazer consigo “outros sete espíritos piores do que ele”, de forma que também a “condição daquele homem” fique “pior do que antes”.

Precisamente a palavra “pior” – evidencia o Pontífice – tem “tanta força” nesta passagem, porque os demónios entram “em surdina”:

“Começam a fazer parte da vida. Também com as suas ideias e as suas inspirações, ajudam aquele homem a viver melhor... e entram na vida do homem, entram no seu coração e por dentro começam a mudar este homem, mas tranquilamente, sem fazer barulho. É diferente, este modo é diferente daquele da possessão diabólica que é forte: esta é uma possessão diabólica um pouco “de salão”, digamos assim. E isto é o que o diabo faz lentamente, na nossa vida, para mudar os critérios, para levar-nos à mundanidade. Mimetiza-se no nosso modo de agir, e nós dificilmente nos damos conta. E assim, aquele homem, liberto de um demônio, torna-se um homem prisioneiro, um homem oprimido pela mundanidade. E isto é aquilo que o diabo quer, a mundanidade”.

A mundanidade, por outro lado, é “um passo adiante na ‘possessão’ do demónio”, acrescenta Francisco. É um “encantamento”, é a “sedução”. Porque é o “pai da sedução”. E quando o demónio entra “tão suavemente, educadamente e toma posse das nossas atitudes”, explica o Papa, os nossos valores “vão do serviço a Deus à mundanidade”. Assim nos tornamos “cristãos mornos, cristãos mundanos” com uma “mistura” - que o Papa chama de “salada de frutas” - entre “o espírito do mundo e o espírito de Deus”. Tudo isso nos “afasta do Senhor”. Francisco responde então à questão do que fazer para “não cair” e para sair de tal situação. Reafirma o tema da “vigilância” sem “se assustar”, com “calma”:

“Vigiar significa entender o que acontece no meu coração, significa parar um pouco e examinar a minha vida. Sou cristão? Eu educo mais ou menos bem os meus filhos? Minha vida é cristã ou é mundana? E como posso entender isso? A mesma receita de Paulo: olhar para Cristo crucificado. A mundanidade só vê onde está e se destrói diante da cruz do Senhor. E este é o propósito do Crucifixo em nossa frente: não é um ornamento; É exactamente o que nos salva desses encantamentos, dessas seduções que nos levam à mundanidade”.

O Pontífice exorta a nos perguntarmos se olhamos para o “Cristo crucificado”, se fazemos “a Via Sacra para ver o preço da salvação”, não só dos pecados, mas também da mundanidade”:

“Então, como eu disse, o exame de consciência, para ver o que ocorre. Mas sempre diante do Cristo crucificado. A oração. E depois, fará bem fazer-se uma fractura, não nos ossos: uma fractura nas atitudes confortáveis: as obras de caridade. Estou confortável, mas vou fazer isso, que me custa. Visitar uma pessoa doente, ajudar alguém que precisa... não sei, uma obra de caridade. E isso rompe a harmonia que procura fazer esse demónio, esses sete demónios com o chefe, para fazer a mundanidade espiritual”.

Fonte: http://pt.radiovaticana.va

No início da celebração, nos telões espalhados, as milhares de pessoas que participaram sob sol forte puderam ver o Papa Francisco fazer uma saudação especial:

“Querido povo brasileiro.

Queridos devotos de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

Minha saudação e minha bênção para todos vocês que estão vivendo, em Cristo Jesus, o Ano Mariano por ocasião do jubileu de 300 anos do encontro da imagem da Virgem Mãe Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul.

Em 2013, durante a minha primeira viagem apostólica internacional, tive a alegria e a graça de estar no Santuário de Aparecida e rezar aos pés de Nossa Senhora confiando-lhe o meu pontificado e lembrando o povo brasileira por acolhida tão calorosa que veio do seu abraço e do coração generosos. Naquela ocasião, inclusive, manifestei meu desejo de estar com vocês no ano jubilar, mas a vida de um Papa não é fácil. Por isso, nomeei o cardeal Giovanni Battista Re como Delegado Pontifício para as celebrações do dia 12 de outubro. Confiei a ele a missão de garantir, assim, a presença do Papa entre vocês.

Ainda que não esteja fisicamente presente quero, entretanto, por meio da Rede Aparecida de Comunicação, manifestar meu carinho por esse povo querido devoto da Mãe de Jesus. O que deixo aqui são simples palavras, mas desejo que vocês recebam como um fraterno abraço neste momento de festa.

Em Aparecida, repito aqui as palavras que proferi em 2013, no altar do Santuário Nacional, aprendemos a conservar a esperança, a nos deixar nos surpreender por Deus e a viver na alegria.  Esperança, querido povo brasileiro, é a virtude que deve permear o coração dos que creem, sobretudo quando ao nosso redor, as situações de desespero parecem querer nos desanimar. Não se deixem vencer pelo desânimo! Não se deixem vencer pelo desânimo! Confiem em Deus. Confiem na intercessão de Nossa Senhora Aparecida. No Santuário de Aparecida, em cada coração do devoto de Maria podemos tocar a esperança que se concretiza na vivência da espiritualidade, na generosidade, na solidariedade, na perseverança, na fraternidade, na alegria que há neles são valores que encontram sua raiz mais profunda na fé cristã.

Em 1717, quando foi retirada das águas, pelas mãos daqueles pescadores já os inspiraram a confiar em Deus que sempre nos surpreende: peixes em abundância, graça derramada de modo concreto no coração daqueles que estavam temerosos diante dos poderes estabelecidos. Deus os surpreendeu, pois Aquele que nos criou, com amor infinito, nos surpreende sempre. Deus nos surpreende sempre!

Neste jubileu festivo em que comemoramos os 300 anos daquela surpresa de Deus, somos convidados a sermos alegres e agradecidos. Alegrai-vos sempre no Senhor. E, com essa riqueza, a alegria que irradia de seus corações, transborde e alcance cada canto do Brasil, especialmente as periferias geográficas, sociais e existenciais que tanto anseiam por uma gota de esperança.

Que o singelo do sorriso de Maria que conseguimos vislumbrar em sua imagem seja fonte do sorriso de cada um de vocês diante das dificuldades da vida. O cristão jamais pode ser pessimista! O cristão jamais pode ser pessimista!

Por fim, agradeço ao povo brasileiro pelas orações que diariamente oferecem por mim, especialmente durante a celebração da Santa Missa. Rezem pelo Papa e tenham a certeza de que o Papa sempre reza por vocês. Juntos, de perto ou de longe, formamos a Igreja, o Povo de Deus. Cada vez que colaboramos, ainda que de maneira simples e discreta, como anúncio do Evangelho, tornamo-nos, assim como Maria, um verdadeiro discípulo missionário. E o Brasil hoje necessita de homens e mulheres que, cheios de esperança e firmes na fé, deem o testemunho de que o amor manifestado na solidariedade e na partilha é mais forte e luminoso que as trevas do egoísmo e da corrupção.

Com saudades do Brasil! Com saudades do Brasil!

Concedo-lhes a bênção apostólica pedindo a Nossa Senhora Aparecida que interceda por todos nós!

Que assim seja!”

Fonte: http://cnbb.net.br

Homilia do Legado Pontifício (Representante do Papa Francisco)

(12/10/2017) O povo acompanhou a missa que contou com concelebrantes vários cardeais, bispos e sacerdotes de todo o Brasil. Logo depois da proclamação do Evangelho, o Legado do Papa, cardeal Giovanni Battista Re, fez a seguinte homilia:

“Momento bendito e solene é este que estamos vivendo!

No íntimo de cada um de nós, vibra a recordação de um dia, distante no tempo 300 anos, quando três pescadores, jogando a rede para recolher peixes nas águas do Rio Paraíba, encontraram uma imagem de Nossa Senhora, sem cabeça e, depois, num segundo momento, acharam também sua cabeça.

No início desta celebração, o Papa Francisco se uniu a nós, por meio da Televisão. Vimos o Papa e escutamos a sua afetuosa palavra. Em seu nome e em nome dos bispos concelebrantes, saúdo todos vocês! Saúdo todas as famílias brasileiras, invocando para todas a proteção de Nossa Senhora. Dirijo uma saudação particular ao senhor Governador do Estado de São Paulo e a todas as autoridades presentes, nacionais e locais. Com ânimo agradecido pela sua participação, saúdo todas as pessoas que estão unidas conosco por meio da Televisão e da Rádio.

Após o seu encontro, a imagem da Virgem foi habilmente restaurada e um dos três pescadores, Felipe Pedroso, levou-a para a sua casa. Imediatamente seus familiares e vizinhos começaram a rezar diante daquela veneranda imagem da Virgem Maria, carinhosamente chamada “a Aparecida”. O seu culto começou rapidamente a desenvolver-se, ganhando grande intensidade. Ao oratório primitivo, seguiu-se outros templos, sempre maiores, até chegar a basílica anterior, construída em 1908. Em 1930, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Rainha e Padroeira principal do Brasil.

Tendo crescido, enormemente, o número dos peregrinos, chegou-se à construção do templo grandioso e impressionante, majestoso em suas linhas arquitetônicas e sugestivo em sua amplitude. Diante dele, nós nos encontramos agora em oração. Há muitas pessoas a quem se ficou devendo o mérito da construção desse santuário magnífico que goza de tanta admiração do mundo inteiro. Entre elas, devemos recordar especialmente o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Mota.

Neste santuário mariano, sente-se pulsar o coração católico do Brasil. O amor e a devoção à Virgem Maria fazem parte da cultura latino-americana e são características do povo brasileiro. É uma devoção profundamente enraizada nas almas, transmitida de geração em geração, como uma chama sempre acesa no coração das pessoas.

Ao longo desses 300 anos, inúmeras pessoas e grupos rezaram aqui diante de Nossa Senhora Aparecida buscando luz, apoio e conforto sabendo que ela conhece nossas aflições e que ao seu olha materno não escapa situação alguma de cada pessoa. Incontáveis ainda são as pessoas que ajoelharam aqui aos pés da Mãe de Deus com a alma oprimida por problemas e aflições, levantando-se depois com a alma serena e cantando os louvores da Virgem Maria. Quantas pessoas submergidas por angústias, tomadas por preocupações, dúvidas e incertezas vieram a esta Basílica buscar um pouco de conforto, podendo em seguida retomar com coragem o caminho da vida cristã.

Neste nosso tempo de eletrônica e dos computadores, das conquistas espaciais e dos satélites, quando a ciência e a técnica estão atingidas metas cada vez maiores, o mundo corre o risco de se tornar menos humano. Frente a uma secularização que avança, o povo cristão sente, cada vez mais forte, a necessidade da ajuda de Nossa Senhora Aparecida. Precisa de um renovado fervor mariano para recuperar os valores que contam para um futuro mais justo, mais humano e mais cristão. Sem os valores morais e espirituais, o futuro não poderá ser bom!

A Virgem Mãe, para nós hoje, através do Evangelho que acabou de ser proclamado, é uma página que manifesta o seu poder materno de intercessão. Se não tivessem convidado Jesus e sua Mãe, aqueles esposos de Caná da Galiléia teriam ficado mal. Aquele dia lindo e querido das núpcias ficaria nublado de tristeza porque em dado momento, teria acabado o vinho. Mas, com sua sensibilidade materna, Maria apercebeu-se do contratempo que estava prestes a verificar-se e foi interceder junto de Jesus. Desde os primeiros séculos, os cristãos sempre tiveram confiança na intercessão e proteção da Virgem Mãe. Elevada ao céu, está perto de Deus sem nunca estar perto de nós. Trata-se de uma mediação orientada para o contínuo nascimento de Cristo nos corações e no mundo. Uma mediação baseada sobre a participação na mediação de Cristo da qual emana como um serviço subordinado a superabundância dos méritos de Cristo.

Esta solicitude materna que a leva a interceder por nós sempre foi reconhecida pelo povo cristão. Dante Alighieri expressou em termos altamente poéticos tal confiança na intercessão de Nossa Senhora junto de Cristo em nosso favor quando colocou nos lábios de São Bernardo, esta sublime oração à Virgem: “Senhora, sois tão grande poder que desejar, sem vós, divinas graças é igual querer voar sem asas ter”. Se não se recorre a Maria, é como querer voar sem asas. A sua mediação materna assume a forma de intercessão junto de Cristo como aconteceu em Caná quando obteve de Cristo que antecipasse sua hora.

A nós, aqui congregados em grande número, no tricentenário do encontro da veneranda imagem da Mãe do Céu, a mensagem que ela nos deixa é a mesma que ressoou em Caná da Galiléia: “Fazei o que Cristo vos disser! ”. São as palavras que Maria dirigiu a quem estava servindo é que permitiu o milagre da transformação da água em vinho. Os serventes das Bodas de Caná acreditaram nas palavras de Nossa Senhora e fizeram tudo o que lhes foi pedido. “Fazei o que Jesus vos disser”, repete Nossa Senhora Aparecida também a nós! Em outras palavras: “sede verdadeiros discípulos missionários de Jesus, prontos a fazer o que Deus lhes pede! ”. O verdadeiro bem do homem e da mulher está em fazer a vontade de Deus, está em confiar em Deus. Isto quer ser um convite para recomeçar de Cristo testemunhando os valores e ideais cristãos. Recomeçar de Cristo significa tomar Cristo como medida de tudo, significa haurir de Cristo a coragem de que precisamos, significa tirar dele confiança e esperança para o futuro. A contribuição de que o mundo atual precisa de nós cristãos é a fidelidade ao Evangelho, a fidelidade aos valores e ideais cristãos que são o patrimônio mais precioso do Brasil.

Neste santuário, onde a Igreja brasileira ama, venera e invoca Maria como Nossa Senhora Aparecida, por ocasião dessa importante efeméride, cada um de nós se consagre a ela, Mãe de Deus e nossa Mãe. Consagremos nossas vidas com suas alegrias e tristezas, com suas esperanças e problemas. Entreguemos a Nossa Senhora Aparecida todas as famílias do Brasil, para todas implorando proteção e ajuda, alegria e esperança. Confiemos também o futuro do Brasil para que transcorra na justiça, na paz, na solidariedade e na fraternidade. Que Nossa Senhora Aparecida em sua ilimitada solicitude materna assista e proteja cada um de vocês, assista e proteja todo o Brasil!”. Fonte: http://cnbb.net.br

DIA DA PADROEIRA 300: Missa das crianças, com Frei Petrônio de Miranda, Carmelita, direto da Igreja de Nossa Senhora Aparecida-Comunidade Capim, Lagoa da Canoa-AL.

Durante a maior parte do tempo de preparação para o jubileu de 300 anos do encontro imagem de Aparecida, os brasileiros acalentaram a expectativa da presença de o Papa Francisco conforme promessa feita por ele mesmo ao visitar o Santuário Nacional antes de iniciar a Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro, em 2013. Impossibilitado por razões estratégicas de suas viagens internacionais à América Latina, uma vez que outros países também reclamam sua presença, ele esclareceu, em 2016, que não poderia estar presente na festa de Aparecida. Ainda assim, em maio deste ano, por meio de carta dirigida aos bispos do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho, por ocasião da celebração dos 10 anos da Conferência de Aparecida, ele fez uma profunda reflexão mostrando o significado e a importância da mensagem da festa deste 12 de outubro.

Em primeiro lugar, o Papa lembrou que desejaria voltar a Aparecida na companhia dos bispos mesmo que por meio de uma reflexão e que essa meditação “fosse também a vossa ‘visita’ aos pés da Mãe, a fim de que nos gere na esperança e tempere os nossos corações de filhos”. Para ele, “seria como ‘voltar para casa’, olhar, contemplar, mas sobretudo deixar-nos ver e encontrar por Aquele que nos amou primeiro”. E lembrou a celebração jubilar: “Há trezentos anos um grupo de pescadores saiu como sempre para lançar as redes. Saíram para trabalhar e foram surpreendidos por um achado que mudou os seus passos: no seu dia a dia foram encontrados por uma pequena imagem totalmente coberta de lama”.

Crescimento na fé e imersão no discipulado

Papa Francisco lembrou aos bispos que a imagem encontrada no Rio Paraíba do Sul, no interior de São Paulo” “era Nossa Senhora da Conceição, imagem que durante quinze anos permaneceu na casa de um deles, e os pescadores iam lá rezar e Ela ajudava-os a crescer na fé. Ainda hoje, trezentos anos depois, Nossa Senhora Aparecida faz-nos crescer, imergindo-nos num caminho discipular”.

“Ainda hoje, trezentos anos depois, Nossa Senhora Aparecida faz-nos crescer, imergindo-nos num caminho discipular”

E esclareceu: “Aparecida é uma verdadeira escola de discipulado. E, a este propósito, gostaria de indicar três aspetos. O primeiro são os pescadores. Não eram muitos, mas um pequeno grupo de homens que todos os dias saíam para enfrentar o trabalho e desafiar a incerteza que o rio lhes reservava. Homens que conviviam com a insegurança de nunca saber qual teria sido o ‘lucro’ do dia; incerteza nada fácil de gerir quando se trata de levar a comida para casa, e sobretudo quando nessa casa há crianças que devem ser nutridas. Os pescadores são aqueles que conhecem pessoalmente a ambivalência que se cria entre a generosidade do rio e a agressividade das suas inundações. Homens acostumados a enfrentar as inclemências com um vigor e uma determinada santa ‘obstinação’ de quem todos os dias não deixa — porque não pode — de lançar as redes”.

“a corrupção, que arruína vidas, arremessando-as na mais extrema pobreza. Corrupção que destrói populações inteiras subjugando-as à precariedade. Corrupção que, como um câncer, corrói a vida diária do nosso povo”.

O Papa prosseguiu na reflexão: “Esta imagem aproxima-nos do centro da vida de tantos nossos irmãos. Vejo rostos de pessoas que saem desde a alvorada até noite funda para ganhar a vida. E fazem isto com a insegurança de não saber qual será o resultado. E o que faz mais mal é que — quase sempre — saem para enfrentar a inclemência gerada por um dos pecados mais graves que flagela o nosso continente hoje: a corrupção, que arruína vidas, arremessando-as na mais extrema pobreza. Corrupção que destrói populações inteiras subjugando-as à precariedade. Corrupção que, como um câncer, corrói a vida diária do nosso povo. Eis então tantos nossos irmãos que, de modo admirável, saem para lutar e enfrentar os ‘transbordamentos’ de muitos… que não têm necessidade de sair. O segundo aspeto é a mãe. Maria conhece em primeira pessoa a vida dos seus filhos. Em crioulo ouso dizer: é uma madraza, uma boa mãe. Uma mãe atenta que acompanha a vida dos seus. Aparece onde ninguém a espera”.

No meio da lama

E o Papa chama atenção para uma particularidade da história de Nossa Senhora no Brasil: “Na história de Aparecida encontramo-la no meio do rio coberta de lama. Ali espera os seus filhos, ali está com os seus filhos no meio das suas lutas e buscas. Não tem medo de se imergir com eles nas vicissitudes, de se sujar para renovar a esperança: Maria aparece onde os pescadores lançam as redes, onde aqueles homens procuram ganhar a vida. Ela está lá. Por fim, o encontro. As redes não se enchem de peixes mas de uma presença que completou a vida dos pescadores e lhes deu a certeza de que nas suas tentativas, nas suas lutas, não estavam sozinhos. Era o encontro daqueles homens com Maria. Depois de a terem lavado e restaurado, levaram-na para casa onde permaneceu por muito tempo. Aquele lar, aquela casa, foi o lugar no qual os pescadores da região se encontravam com Maria. E aquela presença tornou-se comunidade, Igreja. As redes não se encheram de peixes, transformaram-se em comunidade. Em Aparecida encontramos a dinâmica do povo crente que se confessa pecador e salvo, um povo forte e obstinado, ciente de que as suas redes, a sua vida está cheia de uma presença que o encoraja a não perder a esperança; uma presença que se esconde no dia a dia dos lares e das famílias, nos espaços silenciosos onde o Espírito Santo continua a amparar o nosso continente. Tudo isso nos apresenta um bonito ícone que nós, pastores, somos convidados a contemplar”.

“As redes não se enchem de peixes mas de uma presença que completou a vida dos pescadores e lhes deu a certeza de que nas suas tentativas, nas suas lutas, não estavam sozinhos”

Aparecida, depois de 300 anos, segundo o Papa Francisco, “não traz receitas, mas chaves, critérios, pequenas grandes certezas, para iluminar e, sobretudo, ‘acender’ o desejo de nos despir de todas as vestes inúteis e voltar às raízes, ao essencial, à atitude que plantou a fé nos inícios da Igreja e depois fez do nosso continente a terra da esperança”.  E mais: “Aparecida só quer renovar a nossa esperança no meio de tantas ‘inclemências’”.  Ele diz ainda “A fé das mães e das avós que não sentem medo de se sujar para criar os próprios filhos. Sabem que o mundo no qual devem viver está infestado de injustiças, para onde quer que olhem e experimentam a carência e a fragilidade de uma sociedade que se fragmenta cada dia mais, no qual a impunidade da corrupção continua a ceifar vítimas e a desestabilizar as cidades. Não só sabem… vivem isto. E são o exemplo claro da segunda realidade que como pastores somos convidados a tornar nossa: não devemos ter medo de nos sujar pela nossa gente. Não devemos sentir medo da lama da história contanto que resgatemos e renovemos a esperança. Só pesca aquele que não tem medo de arriscar e de se comprometer pelos seus”.

Centrar em Jesus Cristo

O Papa lembra aos bispos latino-americanos que “para poder viver com esperança é fundamental que nos centremos de novo em Jesus Cristo que já habita no centro da nossa cultura e vem a nós sempre renovado. Ele é o centro. Esta certeza, e exorto, ajuda a nós pastores a centrar-nos de novo em Cristo e no seu Povo. Eles não são antagonistas. Contemplar Cristo no seu povo é aprender a descentrar-nos de nós mesmos para nos centrar no único Pastor. Centrar-nos de novo com Cristo no seu Povo é ter a coragem de ir às periferias do presente e do futuro confiando-nos à esperança que o Senhor continuará a estar presente e que a sua presença será fonte de vida em abundância”. E registrou, mais uma vez, o que tinha escrito na Encíclica Evangelii gaudium (n. 49): “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mc 6, 37)”.

Lição final de Aparecida

Papa Francisco encerra sua mensagem aos bispos da América Latina reafirmando que todas essas realidades da evangelização encontradas na mensagem de Aparecida podem ajudar “a revelar a dimensão misericordiosa da maternidade da Igreja que, a exemplo de Aparecida, está entre os ‘rios e a lama da história’, acompanhando e encorajando a esperança a fim de que cada pessoa, onde quer que esteja, possa sentir-se em casa, filho amado, procurado e esperado. Este olhar, este diálogo com o povo fiel de Deus, oferece ao pastor duas atitudes muito bonitas para cultivar: a coragem para anunciar o Evangelho e a força para enfrentar as dificuldades e os dissabores que a mesma pregação provoca”.

“Que Maria, Nossa Senhora Aparecida, continue a guiar-nos para o seu Filho a fim de que os nossos povos n’Ele tenham vida… e em abundância”

E o Papa finalizou: “Na medida em que nos envolvermos na vida do nosso povo fiel e tocarmos o fundo das suas feridas, poderemos olhar sem ‘filtros clericais’ para o rosto de Cristo, ir ao seu Evangelho para rezar, pensar, discernir e deixar-nos transformar, a partir do seu rosto, em pastores de esperança. Que Maria, Nossa Senhora Aparecida, continue a guiar-nos para o seu Filho a fim de que os nossos povos n’Ele tenham vida… e em abundância. E, por favor, peço-vos que não vos esqueçais de rezar por mim. Que Jesus vos abençoe e a Virgem Maria vos ampare”. Fonte: http://cnbb.net.br

No dia em que o Papa Francisco lembra aos reitores dos seminários, diretores espirituais e bispos que se reuniram em uma audiência concedida à Congregação do Clero que "é preciso menos ambição" um novo escândalo abala a Igreja e um seminário de direito pontifício, o Colégio Internacional Maria Mater Ecclesiae, que faz parte dos Legionários de Cristo, ou seja, o movimento eclesial fundado pelo sacerdote Marcial Maciel Degollado, autor de abusos e violência contra menores já condenado. A informação é de Paolo Rodari, publicada por Repubblica, 08-10-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Desta vez, os fatos foram divulgados pela própria Congregação religiosa: o ex-reitor da Mater Eccelesiae, Padre Oscar Turrion, admitiu manter uma relação com uma mulher e ser pai de dois filhos. Turrion já tinha sido substituído em agosto último de seu cargo, mas só agora seus irmãos quiseram comunicar publicamente os motivos.

Após a morte de Degollado, que tinha conseguido até o dia de sua morte ganhar a plena confiança de João Paulo II e dos seus mais próximos colaboradores, a Congregação iniciou um processo de limpeza e transparência interna conforme desejo do Papa Bento XVI. Foi Joseph Ratzinger, de fato, que organizou uma intervenção nos Legionários enviando o seu homem de confiança, o especialista canonista Velasio De Paolis, cardeal da Cúria que recentemente morreu por causa de uma grave enfermidade. E foi justamente o caminho da transparência que levou a congregação a tornar pública a história de Turrion, como aconteceu em 2012 para outro personagem de destaque da organização. Na época foi o padre Thomas Williams, decano da Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia Regina Apostolorum, escritor popular e, principalmente, o rosto mais conhecido da TV estadunidense como comentarista de notícias do Vaticano para a CBS News, que abalou os Legionários e a Igreja toda admitindo ter tido uma relação sexual com uma mulher que também o tornou pai.

O padre Turrion havia informado os seus superiores em março sobre o relacionamento com uma mulher e o fato de ser pai de uma filha. Através do Vaticano, em um curto espaço de tempo, a Congregação encontrou um novo reitor, mas apenas nas últimas semanas, o sacerdote revelou ter tido um segundo filho da mesma relação, justificando assim sua intenção de deixar o sacerdócio. Turrion, espanhol, com menos de 50 anos e fanático por futebol, sempre entrava em campo com seus seminaristas nas partidas da Clericus Cup, o torneio entre seminários romanos que acontece todos os anos, próximo a São Pedro. "Como responsável por instituições dedicadas à formação dos candidatos ao sacerdócio - declararam os Legionários - estamos conscientes do impacto que o exemplo negativo de um educador e reitor tem sobre eles e sobre os fieis cristãos. Estamos profundamente entristecidos pelo fato de que a história recente da nossa Congregação causou um declínio no fervor de alguns de nossos membros. Estamos firmemente comprometidos em acompanhar nossos irmãos nos momentos de dificuldade. Da mesma forma, reiteramos nosso compromisso para o caminho da renovação".

Na primavera passada, a Congregação havia simplesmente concedido a Turrion um período de "reflexão" com o compromisso, por parte do sacerdote, de não exercer em público o próprio ministério.

Mas agora o sacerdote encaminhou o pedido de redução ao estado laical para começar uma nova vida com a sua mulher. Turrion foi escolhido como reitor apenas três anos atrás, em 2014. Na ocasião, declarou que "agradecia a confiança" que os Legionáriosestavam depositando nele para desempenhar a delicada tarefa de formar os novos sacerdotes.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O especialista em cinema e comunicação da Conferência Episcopal Italiana se encontra na TV com o “grafiteiro” Mauro Pallotta, de nome artístico Maupal, autor das obras espalhadas pelos muros de Borgo Pio, em Roma, e imediatamente apagadas: “Foi uma pena fazê-las desaparecer. Francisco as teria apreciado muito”. A reportagem é de Ester Palma, publicada no jornal Corriere della Sera, 09-10-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Papa Francisco como um super-herói que voa como o Super-Homem, carregando uma maleta de “valores” e de novo o Santo Padre que, em um muro, em cima de uma escada, joga o jogo da velha, vencendo com o símbolo da paz, em vez do tradicional círculo.

Os murais apareceram em 2014 nos muros de Borgo Pio: foram imediatamente apagados, apesar da apreciação do sujeito retratado, que o papa expressou pessoalmente Maupal, ou seja, Mauro Pallotta, “grafiteiro” romano de 47 anos.

“O papa é muito pop, porque quer estar dentro e ao lado do povo”, explicou o Mons. Dario Edoardo Viganò, o religioso brasileiro especialista em cinema e comunicação, a ponto de ter sido assistente de pesquisa para o cinema do Escritório Nacional para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Italiana.

Primeiro prefeito da Secretaria para a Comunicação da Cúria Romana e membro da Congregação para o Clero e da Congregação para a Educação Católica, Viganò e o próprio Maupal se encontraram nesse domingo de manhã no programa A Sua Immagine, no canal Rai Uno.

“Desenhando-o pela primeira vez como super-herói”, explicou Maupal, “eu tentei representar o Papa Francisco como todos esperavam, como as pessoas o veem. Quando eu levei a ele o esboço na Audiência Geral, ele sorriu para mim e deu um tapinha afetuoso”.

Dessas duas obras, restam agora apenas as fotos e os esboços. “Parece-me que Romatem problemas mais urgentes para apagar do que aqueles murais”, disse o Pe. Viganò, que elogiou Maupal ao vivo. “Em um mundo cinza, a gentileza e o sorriso desse artista e dos seus murais tocam. É uma coisa muito simpática. Ele desenha Francisco justamente como as pessoas o percebem.”

E o artista respondeu: “Eu o desenhei assim porque, no mundo, ele era o único naqueles dias que falava de paz, mas eu desenhei a escala ao contrário, para dar a entender a dificuldade de fazer isso. E coloquei um guarda suíço para ajudá-lo, servindo de vigia”.

À pergunta da apresentadora Lorena Bianchetti se os murais não poderiam contribuir, porém, com a “dessacralização” da figura do papa, o Pe. Viganò respondeu: “Parece-me que o primeiro que está realizando a dessacralização é o próprio papa, que desmonta o aparato das cortes e se apresenta como um homem chamado a ser guia e pastor. Pode haver uma percepção negativa em alguns que não compreendem a linguagem da arte. Mas é o rancor do ingrato: nós devemos ficar felizes se aqueles que estão distantes se aproximam do Evangelho através do interesse que o papa desperta, enquanto, às vezes, vê-se que prevalece uma leitura preconceituosa”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Padroeira, Intercessora, Mãe Negra, Rainha do Brasil. Dona de muitos títulos oficiais e da fé popular, Nossa Senhora da Conceição Aparecida é a santa mais cultuada e mais popular do país. Sua história começou há 300 anos e tem como símbolo máximo uma estátua de barro, de cor escura, medindo 36 centímetros e pesando 2,55 quilos, moldada por um artista desconhecido, que ficou por muito tempo no fundo de um rio. Hoje, a imagem coleciona relatos de milagres e atrai 12 milhões de fiéis todos os anos ao santuário de Aparecida, em São Paulo.

Até quinta-feira, quando se festeja o dia da santa, O EXTRA vai contar um pouco da história dessa devoção e mostrar testemunhos de fé que giram em torno do santuário.

Em uma manifestação de gratidão pelas graças alcançadas através da Padroeira do Brasil, um grupo de 23 cariocas decidiu ir a pé do Recreio, na Zona Oeste do Rio, até o santuário, que fica no Vale da Paraíba, em São Paulo, como mostrou o EXTRA. Após caminharem 12 dias, debaixo de sol e chuva, os peregrinos chegam hoje ao destino. Além do sentimento de superação, por terem vencido os 318 quilômetros de caminhada, os romeiros levam na bagagem recordações que vão guardar para o resto da vida.

— As manifestações de carinho que tivemos na estrada foram uma grata surpresa. Desde as buzinas até os abraços que recebemos de quem não conhecíamos, além de doações de água e lanche. Nos deram vigor para continuar. A cada demonstração de carinho, ganhávamos fôlego para dar mais cem passos — conta o padre André Vilar, de 48 anos, um dos peregrinos.

Mais de quatro mil devotos na Dutra

O número de peregrinos que caminha pela Rodovia Presidente Dutra rumo ao santuário de Aparecida, este ano, aumentou 43% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a concessionária que administra a via. Ao longo da última semana, foram registrados 4.020 romeiros a pé pela estrada. A contagem é realizada na praça de pedágio de Moreira César, localizada no km 88 da via Dutra, em Pindamonhangaba.

Desde o dia 1º de setembro, a concessionária realizou sete atendimentos clínicos a peregrinos e registrou o atropelamento fatal de um peregrino no quilômetro 69 da pista sentido São Paulo, em Aparecida.

Ontem, a CCR Nova Dutra identificou grandes grupos de romeiros passando pela rodovia. A maioria deles caminhando na pista sentido Rio de Janeiro, de costas para o tráfego, o que, de acordo com a concessionária, representa um risco ainda maior nesta peregrinação.

Entre os trechos com registro de romeiros, estão Jacareí (km175 da pista sentido São Paulo e km170 da pista sentido São Paulo), São José dos Campos (km150 da pista sentido São Paulo e km143 da pista sentido Rio de Janeiro) e Caçapava (km131 da pista sentido Rio de Janeiro e km105 da pista sentido Rio de Janeiro).

A concessionária reforça a orientação para que os romeiros utilizem a Rota da Luz SP, um caminho mais seguro para a peregrinação. Fonte: https://extra.globo.com

O Papa Francisco enviou nesta segunda-feira (9) uma rosa de ouro ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, como parte de uma homenagem ao jubileu dos 300 anos de devoção à padroeira do Brasil.

O objeto foi trazido do Vaticano pelo cardeal italiano Giovanni Battista Re, prefeito emérito da Congregação para os Bispos, que será o representante do líder da Igreja Católica durantes as celebrações. A rosa de ouro será entregue oficialmente hoje em uma cerimônia a ser realizada às 19h locais.

Dom Giovanni chegou ao Brasil na manhã desta segunda-feira (9) e foi recepcionado pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, pelo arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, e pelo reitor do Santuário, padre João Batista de Almeida.

Esta é a terceira vez que o Santuário de Aparecida é presenteado com uma rosa de ouro. O primeiro a fazer o gesto foi Paulo VI, em 1967, seguido de Bento XV em 2007. Fonte: www.metrojornal.com.br