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(*) Pe. Luciano Guedes
Catedrais, santuários, capelas, cerimoniais, novenas, procissões, liturgias e hinos! É possível sentir por toda parte e em cada representação de nossa fé católica a beleza, a grandeza e o mistério de Maria, a Virgem e Mãe da Igreja. Na experiência de nossa transitoriedade pelas estradas da vida, desponta um lugar no qual Nossa Senhora traduz nossa alegria, esperança ou dor.
Saúde, livramento, guia, amparo, desterro, milagre, luz, consolo, piedade… Em cada expressão de conforto, lá se revela uma oração que se eleva ao Céu, na confiança de que a Advogada, a Intercessora, a Mãe do Salvador apresente ao seu divino Filho, a gratidão e a prece de tantos filhos e filhas. Celebramos este ano dois grandes jubileus marianos: 300 de Nossa Senhora Aparecida no Brasil e 100 anos de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. Quantas Marias irmãs, esposas, amigas nossas, trazem no nome a presença amorosa da Mãe de Deus!
O medievalista Jacques Le Goff afirmou em sua obra que por causa do culto mariano e de sua expansão, a dignidade da mulher foi preservada no processo civilizatório ocidental. Foi a visão beatífica da Virgem, a Nova Eva, explicada pelos místicos, esculpida pelos artistas e decantada na sinfonia de músicos e cantores que possibilitou ao feminino um lugar de reconhecimento e valor, tantas vezes negado pela dureza da história humana, argumenta ele.
Na percepção de Dom Luís Gonzaga Fernandes, Maria é verdadeiramente uma dimensão do catolicismo. Numa de suas falas sobre a Virgem, o grande mestre e pastor nos diz: “Essa Senhora privilegiada, totalmente subordinada e dependente do seu divino Filho, mas, inegavelmente incorporada ao seu mistério, termina dando fisionomia própria à comunidade dos discípulos, a cuja frente esteve já no Pentecostes. Desde os primórdios, ela irradiou no seio da Igreja sua graça e sua ternura. Nossa Igreja é a Igreja de Maria, Nossa Senhora” (Fala em 28.05.2000. Rietveld, João Jorge. A Palavra é filha do silêncio: antologia dos artigos de Dom Luiz Gonzaga Fernandes – 1981-2003: Maxgraf, 2011)
Não somente os literatos e religiosos narraram esta relação afetiva de Maria com o povo. A sensibilidade dos fiéis compreendeu desde séculos, partindo de suas necessidades e aspirações, esta ligação profunda de suas vidas com a Mãe de Jesus Cristo. Em cada devoção, título e cântico, em cada testemunho e graça que ouvimos, encontramos um olhar que se dirige à Virgem Maria como aquela que conhece as aspirações mais densas do coração humano, àquela para quem se confessa segredos indizíveis na serena convicção de ser Ela a boa Mãe que interpreta e responde as muitas aflições de nosso viver. Há em cada gesto de amor e devoção um suspiro do desejo humano por libertação que se projeta no infinito de Deus, ao mesmo instante em que encontra alívio para a peregrinação nesta terra, com a ternura de sua companhia.
Os campinenses também reconheceram a Virgem desde cedo ao dedicarem a sua Vila Nova aos cuidados da Imaculada Conceição. Nos próximos dias, celebraremos mais uma vez sua festa anual que prolonga no tempo nossa fé e tradição. Poderíamos dizer que como nas bodas em Caná da Galileia, narrada por João no Quarto Evangelho, Maria acompanha a celebração das núpcias entre Deus e o seu povo, nos caminhos luminosos ou tristes que marcam toda a experiência humana na terra. Quando dizemos “com minha mãe estarei, na santa glória um dia”, estamos dizendo: Nossa Senhora é a estrela da manhã, é a invicta Judite, é a esperança nossa de triunfar sobre o mal, sobre todas as limitações que nos convidam a abrir-nos para Deus, mirando o Alto onde Ela está.
(*) Pároco da Catedral Diocesana de Campina Grande
Fonte: https://paraibaonline.com.br
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*Frei Carlos Mesters, O. Carm
(Ano Litúrgico-A. Segunda-feira, 27, dia 27)
Oração
Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas,
para que, aproveitando melhor as vossas graças,
obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (Lucas 21, 1-4)
Naquele tempo, 1Levantando os olhos, viu Jesus os ricos que deitavam as suas ofertas no cofre do templo. 2Viu também uma viúva pobrezinha deitar duas pequeninas moedas, 3e disse: Em verdade vos digo: esta pobre viúva pôs mais do que os outros. 4Pois todos aqueles lançaram nas ofertas de Deus o que lhes sobra; esta, porém, deu, da sua indigência, tudo o que lhe restava para o sustento. - Palavra da salvação.
Reflexão
No Evangelho de hoje, Jesus elogia uma viúva pobre que soube partilhar mais que os ricos. Muitos pobres de hoje fazem o mesmo. O povo diz: “Pobre não deixa pobre morrer de fome”. Mas às vezes, nem isso é possível. Dona Cícera que veio do interior da Paraíba, Brasil, para morar na periferia da cidade dizia: “No interior, a gente era pobre, mas tinha sempre uma coisinha para dividir com o pobre na porta. Agora que estou aqui na cidade, quando vejo um pobre que vem bater na porta, eu me escondo de vergonha, porque não tenho nada em casa para dividir com ele!” De um lado: gente rica que tem tudo, mas não quer partilhar. Do outro lado: gente pobre que não tem quase nada, mas quer partilhar o pouco que tem.
No início da Igreja, as primeiras comunidades cristãs, na sua maioria, eram de gente pobre (1 Cor 1,26). Aos poucos, foram entrando também pessoas mais ricas, o que trouxe consigo vários problemas. As tensões sociais, que marcavam o império romano, começaram a marcar também a vida das comunidades. Isto se manifestava, por exemplo, quando elas se reuniam para celebrar a ceia (1Cor 11,20-22), ou quando faziam reunião (Tg 2,1-4). Por isso, o ensinamento do gesto da viúva era muito atual, tanto para eles, como para nós hoje.
Lucas 21,1-2: A esmola da viúva.
Jesus estava em frente ao cofre do Templo e observava como todo mundo colocava aí a sua esmola. Os pobres jogavam poucos centavos, os ricos jogavam moedas de grande valor. Os cofres do Templo recebiam muito dinheiro. Todo mundo trazia alguma coisa para a manutenção do culto, para o sustento do clero e para a conservação do prédio. Parte deste dinheiro era usada para ajudar os pobres, pois naquele tempo não havia previdência social. Os pobres viviam entregues à caridade pública. As pessoas mais necessitadas eram os órfãos e as viúvas. Elas dependiam em tudo da caridade dos outros, mas mesmo assim, faziam questão de partilhar com os outros o pouco que possuíam. Assim, uma viúva bem pobre colocou sua esmola no cofre do templo. Dois centavos, apenas!
Lucas 21,3-4: O comentário de Jesus
O que vale mais: os poucos centavos da viúva ou as muitas moedas dos ricos? Para a maioria, as moedas dos ricos eram muito mais úteis para fazer caridade, do que os poucos centavos da viúva. Os discípulos, por exemplo, pensavam que o problema do povo só poderia ser resolvido com muito dinheiro. Por ocasião da multiplicação dos pães, eles tinham dado a sugestão de comprar pão para dar de comer ao povo (Lc 9,13; Mc 6,37). Filipe chegou a dizer: “Duzentos denários não bastam para dar um pouco para cada um!” (Jo 6,7). De fato, para quem pensa assim, os dois centavos da viúva não servem para nada. Mas Jesus diz: “Esta viúva depositou mais do que todos os outros”. Jesus tem critérios diferentes. Chamando a atenção dos discípulos para o gesto da viúva, ele ensina a eles e a nós onde devemos procurar a manifestação da vontade de Deus, a saber, nos pobres e na partilha. E um critério muito importante é este: “Todos os outros depositaram do que estava sobrando para eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo o que possuía para viver”.
Esmola, partilha, riqueza
A prática de dar esmolas era muito importante para os judeus. Era considerada uma “boa obra”, pois a lei do Antigo Testamento dizia: “Nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, do teu humilde e do teu pobre em tua terra”. (Dt 15,11). As esmolas, colocadas no cofre do templo, seja para o culto, seja para os necessitados, órfãos ou viúvas, eram consideradas como uma ação agradável a Deus (Eclo 35,2; cf. Eclo 17,17; 29,12; 40,24). Dar esmola era uma maneira de reconhecer que todos os bens e dons pertencem a Deus e que nós somos apenas administradores desses dons. Mas a tendência à acumulação continua muito forte. Cada vez de novo, ela renasce no coração humano. A conversão é sempre necessária. Por isso Jesus dizia ao jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá para os pobres” (Mc 10,21). A mesma exigência é repetida nos outros evangelhos: “Vendei vossos bens e dai esmolas. Fazei bolsas que não fiquem velhas, um tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói” (Lc 12,33-34; Mt 6,9-20). A prática da partilha e da solidariedade é uma das características que o Espírito de Jesus quer realizar nas comunidades. O resultado da efusão do Espírito no dia de Pentecoste era este: “Não havia entre eles necessitado algum. De fato, os que possuíam terrenos ou casas, vendendo-os, traziam o resultado da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos” (At 4,34-35ª; 2,44-45). Estas esmolas colocadas aos pés dos apóstolos não eram acumuladas, mas “distribuía-se, então, a cada um, segundo a sua necessidade” (At 4,35b; 2,45). A entrada de ricos na comunidade cristã possibilitou, por um lado, uma expansão do cristianismo, dando melhores condições para as viagens missionárias. Mas, por outro lado, a tendência à acumulação bloqueava o movimento da solidariedade e da partilha. Tiago ajudava as pessoas a tomarem consciência do caminho equivocado: “Pois bem, agora vós, ricos, chorai por causa das desgraças que estão a sobrevir. A vossa riqueza apodreceu e as vossas vestes estão carcomidas pelas traças.” (Tg 5,1-3). Para aprender o caminho do Reino, todos precisam tornar-se alunos daquela viúva pobre, que partilhou com os outros até o necessário para viver (Lc 21,4).
Para um confronto pessoal
1-Quais as dificuldades e alegrias que você já encontrou em sua vida ao praticar a solidariedade e a partilha com os outros?
2-Como é que os dois centavos da viúva podem valer mais que as muitas moedas dos ricos? Qual a mensagem deste texto para nós hoje?
Oração final
Ficai sabendo que o Senhor é Deus;
ele nos fez e nós somos seus,
seu povo e rebanho do seu pasto. (Sl 99, 3)
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Jesus, nosso rei, rei diferente dos reis deste mundo
*Frei Carlos Mesters, O. Carm.
"Sim, eu sou rei. Mas o meu reino não é deste mundo" (Jo19,36.37).
"Sim, eu sou rei!" (Jo 18,37). Foi o que Jesus respondeu a Pilatos e esclareceu: "mas não como os reis deste mundo" (Jo 18,36). Jesus é rei, não rei dominador, mas rei servidor, que se faz o menor de todos: "O maior entre vocês seja como o mais novo; e quem governa, seja como aquele que serve" (Lc 22,26; Mt 23,11).
Jesus, o rei, iniciou sua pregação com estas palavras: "Esgotou-se o prazo. O Reino de Deus chegou! Mudem de vida! Acreditem nesta boa notícia!" (Mc 1,15). Anunciou a chegada do Reino. Através da sua maneira de viver e de ensinar, ele revelava o Reino presente na vida: "O Reino de Deus está no meio de vocês" (Lc 17,21).
Por meio das parábolas tirava o véu e apontava o sinais do Reino de Deus nas coisas mais comuns da vida: sal, semente, luz, caminho, festa trabalho, estrelas, sol lua, chuva. Jesus deixou o Reino entrar dentro dele mesmo. Deixou Deus reinar e tomar conta de tudo. "Eu só faço aquilo que o Pai me mostra que é para fazer" (cf. Jo 5,36; 8,28). Jesus era uma amostra do Reino.
Esta maneira tão simples de anunciar o Reino de Deus incomodou os grandes. Por isso, Jesus foi perseguido e condenado. O rei foi desautorizado pelos seus súditos como alguém que não vem de Deus (Jo 9,16), como um samaritano (Jo 8,48), que engana o povo (jo 11,12), como amigo dos pecadores (Lc 7,34), como louco (Mc 3,21; 8,48), como pecador (Jo 9,24), como possesso pelo demônio (Jo 7,20; 10,20), comilão e beberrão (Mt 11,19), que viola o sábado (Jo 5,18; 9,16).
Jesus recebeu o castigo dos criminosos e bandidos. E na cruz colocaram como título INRI: Jesus Nazarenos Rei dos Judeus. E assim morreu: ridicularizado pelos sacerdotes, pelo povo e pelo próprio ladrão ao lado dele. Cristo, nosso Rei. Graças a Deus!
*Do Livro: Gente como nós- Os Santos e as santas da Bíblia para cada dia do ano.
De Frei Carlos Mester e Francisco Orofino. Para comprar via internet clique aqui:
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Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)
Jesus pregava que Seu Reino seria um Reino de amor. O amor é algo que menos se pode impor. É um sentimento tão livre, que ninguém o pode conquistar à força. Pode-se impor com violência o poder, ou por obediência, mas ninguém pode mandar, que nos amem. Jesus fez do amor o primeiro mandamento, e foi mais longe. Quis que amássemos todas as pessoas. Como isto é difícil! O esforço exige, às vezes o amor da sua esposa, ou vice-versa, e não se encontra o amor. Nem sempre conquistamos o amor de um irmão ou de um filho. Jesus não contenta com um ano de dedicação. A prática de amor é para sempre, sem nenhum arrependimento. Também Cristo quer ser amado. Um homem que como ele, que foi abandonado em vida pelos seus próprios amigos; que morreu desprezado como criminoso e expirou numa cruz no meio de insultos, não seria muita pretensão de querer ser amado? Milhões de pessoas o amam, com amor sincero, um amor que se traduz em sacrifícios; quantos mártires deram sua vida por ele.
Os fariseus chamam Jesus de sedutor. De fato ele seduz, mas no verdadeiro sentido da palavra.
Liturgia da Palavra de Deus.
Ezequiel insiste muito em reconhecer Deus como Supremo Pastor (Ez. 34, 11-17). Paulo mostra, que a ressurreição de Cristo comprova a nossa ressurreição (1 Cor. 15, 20-28). Cristo veio colocar um ponto final a desordem existente (Mat. 25, 31-46).
Reflexão.
Senhor Deus, outro dia vi um eucalipto muito alto e retinho. Parecia até que queria usar as nuvens como chapéu. Vi também outra árvore baixinha, raquítica e toda retorcida. Pensei comigo: “As pessoas são como árvores. Umas se levantam mais gigantes e outras se arrastam pelo chão como serpentes venenosas”.
Há pessoas que se elevam em nobrezas e dedicação, muito acima do esperado e exigido; e há outras que se rebaixam em covardia e maldade. Aquelas que vivem animados por um ideal bonito, e enxergam o rosto do Senhor na figura do próximo a outros que servem de inspiração para ninguém. Elas podem até cumular bens e tornar-se ricas em poder, mas continuam levianas e sem a preocupação de imprimir profundamente a vida. Para nos chamar a responsabilidade pela pessoa que sofre, houve um santo chamado Basílio, que disse: “O pão que em vossa casa fica como sobra inútil, é o pão daquele que passa fome, ; a camisa que fica guardada só em vosso guarda-roupa, é a camisa daquele que está nu. Vós cometeis tantas injustiças, quantas são as obras de beneficência, que deixais de praticar”. O senhor adivinha, o que eu quero dizer? É isto mesmo: gostaria de ser gente muito boa, como Jesus de Nazaré. Vou deixar-me contaminar por ele. É ele que deve “reinar” reinar sobre mim. Hoje um pouco, amanhã mais. Quero ser gente boa e assim poderei levar alguém comigo no bem. Amém.
Resposta a Palavra de Deus.
Jesus se solidarizou totalmente com os necessitados. Ele não desejou nada para si. Só quer servir através dos irmãos. Ele deixou bem claro que seguir a ele, ultrapassa todos os rótulos e títulos.
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Missa na Venerável Igreja de Nossa Senhora do Carmo de São João del Rei-MG. Fotos: Ilaildo santana.
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Papa Francisco à janela sobre a Praça de São Pedro, onde já se distinguem ramos da árvore de Natal - AFP
Nas palavras proferidas neste domingo 26 de Novembro antes da oração mariana do Ângelus, o Papa Francisco comentou a liturgia da solenidade de Cristo, Rei do Universo, último domingo do ano litúrgico. Um regalia de guia e de serviço, a de Cristo – disse Francisco – acrescentando que é também uma regalia que no fim dos tempos se afirmará como juízo. Hoje – continuou – temos, portanto, perante nós “um Cristo rei, pastor e juiz que indica os critérios de pertença ao Reino de Deus”.
Ao introduzir-nos, mediante uma página grandiosa, na narração do juízo universal, a liturgia deste domingo mostra que, depois de ter vivido de forma humilde e pobre ao longo da sua existência terrena, Jesus se apresenta agora na glória divina que lhe pertence, circundado de anjos. “A humanidade inteira é convocada perante Ele e Ele exerce a sua autoridade separando uns dos outros, tal como o pastor separa as ovelhas das cabras.”
Os que Ele colocou à sua direita são por Ele convidados a receber a herança do reino preparado para eles desde a criação do mundo, porque diz-lhes Jesus “tinha fome e me destes de comer, tinha sede e me destes de beber, era estrangeiro e me acolhestes, estava nu e me vestistes, estava doente e me visitastes, estava na prisão e me fostes visitar”.
Os justos ficam então surpreendidos, porque não se recordam de ter encontrado Jesus e ainda menos de O ter ajudado. Mas Ele diz-lhes: “Tudo aquilo que fizestes a um só destes meus irmãos mais pequenos, a mim o fizestes”
“Estas palavras não acabam nunca de nos tocar, porque nos revela até que ponto chega o amor de Deus: até ao ponto de se identificar conosco, mas não quando estamos bem, quando somos sãos e felizes, não, mas sim quando estamos na necessidade. E desta forma escondida, Ele se deixa encontrar, nos estende a mão como medicante. Assim Jesus revela o critério decisivo do seu juízo, isto é o amor concreto para com o próximo em dificuldade. E assim se revela o poder do amor, a regalia de Deus: solidariedade para com quem sofre para suscitar por todo o lado atitudes e obras de misericórdia”.
Os outros que não se comportaram solidariamente com os irmãos necessitados foram afastados por Jesus e eles também ficam surpreendidos e perguntam ao Senhor quando é que o viram na necessidade e não o ajudaram, como que a dizer se te tivéssemos visto em necessidade te teríamos certamente ajudado. Mas Jesus responde: “Tudo o que não fizestes a um só destes mais pequenos, não o fizestes a mim.”
“No fim da nossa vida seremos julgados sobre o amor, isto é sobre o nosso empenho concreto de amar e servir Jesus nos nossos irmãos mais pequenos e necessitados.”
O Papa concluiu a sua reflexão dizendo que no fim dos tempos Jesus virá para julgar todas as nações, mas vem a nós todos os dias, de várias formas e nos pede para O acolhermos.
E Francisco invocou Nossa Senhora para que nos ajude a encontrar Jesus e a acolhê-lo na sua Palavra e na Eucaristia, assim como também nos irmãos e irmãs que sofrem pela fome, doenças, opressão, injustiça.
“Possam os nossos corações acolhe-Lo no hoje da nossa vida, a fim de que sejamos por Ele acolhidos na eternidade do seu Reino de luz e de paz”
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Depois da oração mariana do Ângelus, Francisco recordou o triste atentado terrorista de anteontem, sexta-feira numa mesquita do Sinai, em que 305 pessoas (das quais 27 crianças) foram mortas e 128 ficaram feridas:
“Provocou-nos uma grande dor, ontem, a notícia do massacre acontecido numa mesquita no norte do Sinai, no Egito. Continuo a rezar pelas numerosas vítimas, pelos feridos e por toda aquela comunidade, tão duramente atingida. Deus nos livre destas tragédias e sustenha os esforços de todos aqueles que agem a favor da paz, a concórdia e a convivência. As pessoas estavam naquele momento a rezar. Nós também rezemos, em silêncio, por elas”.
Seguiu um bom momento de silêncio, após o qual o Papa chamou a atenção para a beatificação, ontem sábado, em Córdoba, na Argentina, de “Madre Catalina de Maria Rodriguez, fundadora da Congregação das Hermanas Esclavas del Corazón de Jesus, primeiro Instituto religiosos feminino de vida apostólica na Argentina. Catalina viveu no século XIX. Antes era casada, mas depois de ficar viúva consagrou-se a Deus e se dedicou ao cuidado espiritual e material das mulheres mais pobres e vulneráveis.
Louvemos o Senhor por esta “mulher apaixonada do Coração de Jesus e da humanidade”
Ao saudar diversos grupos de peregrinos italianos e de outros países na Praça, o Papa dirigiu uma saudação particular à “comunidade da Ucrânia que recorda hoje a tragédia do Holodomor, a morte de fome provocada pelo regime estalinista com milhões de vítimas. Rezo pela Ucrânia, a fim de que a força da fé possa contribuir a sara as feridas do passado e a promover, hoje, caminhos de paz.”
Não faltou uma palavra de afeto em relação à Associação italiana dos acompanhadores aos Santuários marianos do mundo, após a qual o Papa terminou pedindo orações para a viagem que hoje inicia à Ásia:
“Esta noite início a Viagem apostólica ao Myanmar e ao Bangladesh. Peço-vos que me acompanheis com a oração a fim de que a minha presença seja para aquelas populações, um sinal de proximidade e esperança.” Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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*Frei Carlos Mesters, O. Carm
(Ano Litúrgico-A. Sábado, dia 25)
Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (Lucas 20, 27-40)
Naquele tempo, 27Alguns saduceus - que negam a ressurreição - aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: 28Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se alguém morrer e deixar mulher, mas não deixar filhos, case-se com ela o irmão dele, e dê descendência a seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos, o primeiro dos quais tomou uma mulher, mas morreu sem filhos. 30Casou-se com ela o segundo, mas também ele morreu sem filhos. 31Casou-se depois com ela o terceiro. E assim sucessivamente todos os sete, que morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, de qual deles será a mulher? Porque os sete a tiveram por mulher. 34Jesus respondeu: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento, 35mas os que serão julgados dignos do século futuro e da ressurreição dos mortos não terão mulher nem marido. 36Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados. 37Por outra parte, que os mortos hão de ressuscitar é o que Moisés revelou na passagem da sarça ardente (Ex 3,6), chamando ao Senhor: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó . 38Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele. 39Alguns dos escribas disseram, então: Mestre, falaste bem. 40E já não se atreviam a fazer-lhe pergunta alguma. - Palavra da salvação.
Reflexão
O evangelho de hoje traz a discussão dos Saduceus com Jesus sobre a fé na ressurreição.
Lucas 20,27: A ideologia dos Saduceus
O evangelho de hoje começa com esta afirmação:“Os saduceus afirmam que não existe ressurreição”. Os saduceus eram uma elite aristocrata de latifundiários e comerciantes. Eram conservadores. Não aceitavam a fé na ressurreição. Naquele tempo, esta fé começava a ser valorizada pelos fariseus e pela piedade popular. Ela animava a resistência do povo contra a dominação tanto dos romanos como dos sacerdotes, dos anciãos e dos próprios saduceus. Para os saduceus, o reino messiânico já estava presente na situação de bem-estar que eles estavam vivendo. Eles seguiam a assim chamada “Teologia da Retribuição” que distorcia a realidade. Segundo esta teologia, Deus retribui com riqueza e bem-estar os que observam a lei de Deus, e castiga com sofrimento e pobreza os que praticam o mal. Assim, se entende por que os saduceus não queriam mudanças. Queriam que a religião permanecesse tal como era, imutável como o próprio Deus. Por isso, para criticar e ridicularizar a fé na ressurreição, contavam casos fictícios para mostrar que a fé na ressurreição levaria a pessoa ao absurdo.
Lucas 20,28-33: O caso fictício da mulher que casou sete vezes
Conforme a lei da época, se o marido morre sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva do falecido. Era para evitar que, caso alguém morresse sem descendência, a propriedade dele passasse para outra família (Dt 25,5-6). Os saduceus inventaram a história de uma mulher que enterrou sete maridos, irmãos um do outro, e ela mesma acabou morrendo sem filho. E eles perguntam a Jesus: “E agora, na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa? Todos os sete se casaram com ela!" Caso inventado para mostrar que a fé na ressurreição cria situações absurdas.
Lucas 20,34-38: A resposta de Jesus que não deixa dúvida
Na resposta de Jesus transparece a irritação de quem não aguenta fingimento. Jesus não aguenta a hipocrisia da elite que manipula e ridiculariza a fé em Deus para legitimar e defender seus próprios interesses. A sua resposta tem duas partes: 1) vocês não entendem nada de ressurreição: "Nesta vida, os homens e as mulheres se casam, mas os que Deus julgar dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, não se casarão mais, porque não podem mais morrer, pois serão como os anjos. E serão filhos de Deus, porque ressuscitaram” (vv. 34-36). Jesus explica que a condição das pessoas depois da morte será totalmente diferente da condição atual. Depois da morte já não haverá mais casamento, mas todas serão como os anjos no céu. Os saduceus imaginavam a vida no céu igual à vida aqui na terra. 2) vocês não entendem nada de Deus: “E que os mortos ressuscitam, já Moisés indica na passagem da sarça, quando chama o Senhor de 'o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'. Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele." No fim, Jesus conclui: “Nosso Deus não é um Deus de mortos, mas sim de vivos! Vocês estão muito errados!” Os discípulos e as discípulas, que estejam de sobreaviso e aprendam! Quem estiver do lado destes saduceus estará do lado oposto de Deus!
Lucas 20,39-40: A reação dos outros frente à resposta de Jesus
“Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: "Foi uma boa resposta, Mestre." E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa nenhuma a Jesus”. Muito provavelmente, estes doutores da lei eram dos fariseus, pois os fariseus acreditavam na ressurreição (cf Atos 23,6).
Para um confronto pessoal
1- Como hoje os grupos de poder imitam os saduceus e armam ciladas para impedir mudanças no mundo e na igreja?
2- Você acredita na ressurreição? Dizendo que crê na ressurreição, você pensa em algo do passado, do presente ou do futuro? Já aconteceu alguma vez uma experiência de ressurreição em sua vida?
Oração final
Tenho certeza que vou contemplar
a bondade do Senhor na terra dos vivos.
Espera no Senhor, sê forte,
firme-se teu coração e espera no Senhor. (Sl 26, 13-14)
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Começaremos a viver, a partir do domingo de Cristo Rei deste ano, Dia do Cristão leigo, o ano do laicato. Uma iniciativa de nossa Conferência Episcopal no intuito de protagonizar o papel e a missão dos leigos na igreja e no na sociedade. Os leigos são os cristãos batizados que não estão ligados como membros às Sagradas Ordens, ou seja, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus, e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.
Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem e sentirem com a Igreja”, isto é, a comunidade dos fiéis na terra em unidade com o Santo Padre, o Papa, e em comunhão com seus Bispos. Juntos, como a Igreja.
O leigo tem como vocação própria, procurar o Reino de Deus exercendo funções no mundo, no trabalho, mas ordenando-as segundo o Plano e a vontade de Deus. Cristo os chama a ser “sal da terra e luz do mundo” (lema deste ano do laicato). O leigo deve ser testemunha de Cristo aonde o sacerdote não chega. Ele deve levar a luz de Cristo aos ambientes de trevas, de pecado, de injustiça, de violência, enfim, ao mundo de hoje com suas virtudes e mazelas. Assim, no mundo do trabalho, levando tudo a Deus, o leigo contribui para o louvor do Criador. Ele constrói o mundo pelo trabalho, e assim coloca na obra de Deus a sua assinatura.
Sabendo da importância do leigo para a Igreja, a Igreja no Brasil tem a proposta de celebrar no período de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”.
O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema, como já dissemos: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). (Retirado do site: http://cnbb.net.br/ano-do-laicato-intensificara-o-trabalho-para-que-cristaos-leigos-e-leigas-sejam-sal-e-luz-na-igreja-e-na-sociedade acesso pela última vez: 30/10/2017).
O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade” (Retirado do site: http://cnbb.net.br/ano-do-laicato-intensificara-o-trabalho-para-que-cristaos-leigos-e-leigas-sejam-sal-e-luz-na-igreja-e-na-sociedade, acesso pela última vez: 30/10/2017).
O Concílio Ecumênico Vaticano II fez vir à tona mais ainda a atividade do leigo na Igreja: “Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem também dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social.” (CIC §906)
Os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, “eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito”. (CIC §900).
“Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles.” (CIC §910). Nesse sentido, além do trabalho essencial dos leigos no mundo, a colaboração intra-eclesial também é muito importante como membros da Igreja.
A Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato organizou as atividades em quatro eixos: 1) Eventos; 2) Comunicação, catequese e celebração; 3) Seminários temáticos nos Regionais; e 4) Publicações. O Ano do leigo, pretende ainda: “Dinamizar o estudo e a prática do documento 105: ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade’ e demais documentos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade.
Contudo, o Ano do laicato será muito especial, pois, teremos a oportunidade de ainda mais aprofundar na missão do leigo e do seu papel no contexto atual de Igreja e mundo. Segundo Papa Francisco: “em virtude do Batismo recebido, os fiéis leigos são protagonistas na obra de evangelização e promoção humana”. “Incorporado à Igreja, cada membro do Povo de Deus é inseparavelmente discípulo e missionário. É preciso sempre reiniciar dessa raiz comum a todos nós, filhos da Mãe Igreja”. (Retirado do site: http://www.news.va/pt/news/papa-francisco-leigos-sao-protagonistas-na-obra-de/ Acesso: 30/10/2017).
Que nossos leigos e leigas neste ano especial, fiéis filhos da Igreja, e seguidores de Jesus Cristo, possam, diante de tantas ideologias e injustiças serem testemunhas de um tempo novo em que o Evangelho vivido seja um sinal de esperança cristã para a sociedade, totalmente comprometidos com Jesus Cristo e guiados pelo Espírito Santo no caminho para o Pai e assim sejam sempre mais testemunhas evangélicas da misericórdia divina! Fonte: http://cnbb.net.br
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No último domingo do ano litúrgico, dia 26/11, data em que se comemora a Festa de Cristo Rei, a Igreja no Brasil dá abertura em todo território nacional ao Ano Nacional do Laicato, que se estende até 25 de novembro do próximo ano.
O arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, saúda a realização deste ano como uma oportunidade de valorizar ainda mais a presença e a missão dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. “Nós temos a alegria de começar no Brasil o Ano do Laicato, aprovado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, contando de modo especial com a Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato”, disse.
De acordo com o cardeal, toda Igreja no Brasil é convidada a vivenciar intensamente o Ano do Laicato por meio de orações, celebrações e reflexões mas sobretudo incentivando e apoiando uma participação sempre maior dos cristãos leigos e leigas na vida da Igreja e da sociedade para que sejam de fato sal da terra e luz do mundo numa Igreja em saída.
Mística e tema – O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14.
Segundo o bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, a mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo é a tônica a ser trabalhada em todas as comunidades e dioceses do país o que leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho e onde estiver vivendo.
A festa de Cristo Rei foi criada pelo papa Pio XI em 1925. O pontífice instituiu que fosse celebrada no último domingo de outubro. Na reforma litúrgica passou ao último domingo do ano litúrgico como ponto de chegada de todo o mistério celebrado, para dar a entender que Ele é o fim para o qual se dirigem todas as coisas.
“Que Deus abençoe a todos que já estão se empenhados na realização deste Ano do Laicato. Que ele possa produzir muitos frutos pela participação de tanta gente e, acima de tudo, pela graça de Deus”, rogou dom Sergio. Fonte: http://cnbb.net.br
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*Frei Carlos Mesters, O. Carm
(Ano Litúrgico-A. Sexta-feira, 24)
Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (Lucas 19, 45-48)
Naquele tempo, 46Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. 47Disse-lhe alguém: Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te. 48Jesus respondeu-lhe: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? 49E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 50Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. - Palavra da salvação.
Reflexão
O evangelho de hoje descreve como Jesus entrou no Templo e expulsou de lá os vendedores. A religião era usada para explorar o povo e enriquecer uma elite.
Lucas 19,45: A expulsão dos vendedores do templo.
Chegando no Templo, Jesus faz um gesto violento: “Começou a expulsar os que aí vendedores”. No evangelho de Marcos se diz que “derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo” (Mc 11,15-16). E no evangelho de João chegou a usar um chicote de cordas para ameaçar o pessoal (Jo 2,15). Conforme o gesto simbólico de Jesus, descrito por Marcos (Mc 11,12-14), o Templo de Jerusalém, do jeito que estava funcionando, não passava de uma árvore frondosa, bonita, cheia de folhas, mas sem oferecer fruto para o povo faminto que buscava o Deus da vida. Por isso, num gesto violento de autoridade, Jesus declara encerrado o expediente do Templo e põe fim ao culto da maneira como este estava sendo realizado. Já não tinha mais sentido: “Nunca mais ninguém coma do teu fruto!” (Mc 11,14.20).
Lucas 19,46: O que estava errado no culto do Templo?
E disse: "Está nas Escrituras: 'Minha casa será casa de oração'. No entanto, vocês fizeram dela uma toca de ladrões." Jesus cita dois profetas: Isaías e Jeremias. Isaías dizia que o Templo devia ser uma casa de oração para todos os povos (Is 56,7). A realidade, porém, era outra. Estrangeiros, mulheres e pessoas consideradas impuras não podiam entrar no templo. Eram excluídas. Por meio deste texto de Isaías, Jesus ensina que o Templo deve ser não um lugar de exclusão, mas sim de inclusão. Deve estar aberto para todos. Jeremias dizia que o Templo tinha sido transformado num “covil de ladrões” (Jr 7,11). O mesmo estava acontecendo no tempo de Jesus. Assim, citando Jeremias, Jesus denuncia o mau uso do Templo. A religião não pode ser usada para explorar o povo nem para sustentar e legitimar os privilégios da classe dirigente.
Lucas 19,47-48: As autoridades decidem matar Jesus.
Os chefes dos sacerdotes, os doutores e os anciãos, incomodados pelo gesto de Jesus, decidem matá-lo. Mas eles têm medo do povo que estava maravilhado com o ensinamento de Jesus. À tardezinha, diante das ameaças das autoridades, Jesus sai de novo da cidade e volta para Betânia, o nome significa Casa da Pobreza.
A contradição do Templo: casa de oração e covil de ladrões
Na festa de Páscoa o povo romeiro vinha caminhando, dos lugares mais distantes para encontrar-se com Deus no Templo. O Templo ficava no alto de um pequeno morro na zona norte-nordeste da cidade, chamado Monte Sião. O povo observava a beleza do Templo, a firmeza das muralhas e a grandeza das montanhas ao redor. Esse conjunto imponente fazia lembrar a proteção de Deus. Por isso rezava: "Aqueles que confiam em Javé são como o monte Sião: ele nunca se abala, está firme para sempre. Jerusalém é rodeada de montanhas, assim Javé envolve o seu povo, desde agora e para sempre".(Sl 125,1-2). Em Jerusalém estavam também a sede do Governo, o palácio dos chefes e a casa dos sacerdotes e doutores. Todos estes diziam exercer o poder em nome de Javé, mas na realidade, muitos deles exploravam o povo com tributos e impostos. Usavam a religião como instrumento para se enriquecer e para fortalecer a sua dominação sobre a consciência do povo. Transformaram o Templo, a Casa de Deus, num “covil de ladrões” (Jr 7,11; cf. Lc 19,46; Mc 11,17). Uma contradição pesava sobre o Templo. De um lado, lugar de encontro e de reabastecimento da consciência e da fé. De outro lado, fonte de alienação e de exploração do povo. Hoje também permanece a mesma contradição: de um lado, devemos contribuir para a conservação das igrejas e a digna manutenção do culto. De outro lado, tem gente que se aproveita disso para se enriquecer. A expulsão dos vendedores ajuda a compreender o motivo pelo qual os homens do poder decidiram matar Jesus. O Templo, aquela figueira bonita e frondosa, deveria dar fruto, mas não estava dando, pois uma elite de sacerdotes, anciãos e escribas tinha-se apoderado dele e o tinha transformado numa fonte de lucro e num instrumento de dominação das consciências (cf. Mc 11,13-14). O comércio dos animais, destinados aos sacrifícios no Templo, era controlado pelas famílias dos Sumos Sacerdotes a um preço mais alto do que no mercado comum na cidade. Só na noite de páscoa, eram imolados milhares e milhares de ovelhas! Com este lucro injusto eles faziam caridade para os pobres! O Reino anunciado por Jesus coloca um ponto final a esta exploração, simbolizada pelos vendedores, compradores e cambistas do Templo: “Ninguém jamais coma do teu fruto!” Jesus traz um novo tipo de religião, em que o acesso a Deus se faz através da fé (Mc 11,22-23), da oração (Mc 11,24) e da reconciliação (Mc 11,15-26). Por isso mesmo, os chefes não gostaram da ação de Jesus e decidiram eliminá-lo.
Para um confronto pessoal
1-Você conhece casos de pessoas ou de instituições que se aproveitam da religião para se enriquecer ou para levar uma vida mais fácil? Qual tem sido a sua reação diante destes abusos?
2-Se Jesus aparecesse hoje e se entrasse na igreja ou no templo da nossa comunidade, o que diria e faria?
Oração final
Felizes os que procedem com retidão, os que caminham na lei do Senhor.
Felizes os que guardam seus testemunhos e o procuram de todo o coração. (Sl 118, 1-2)
*Nasceu numa cidadezinha ao sul da Holanda. Cresceu na acolhedora e cálida sombra de uma família biblicamente perfeita: sete irmãos. Na infância, viveu os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial. Mas, pela localização geográfica, sua cidade ficou à sombra dos acontecimentos e não sofreu grandes transtornos. Jacobus Gerardus Hubertus Mesters nasceu na Holanda, no dia 20 de outubro de 1931. Foi este o nome que recebeu na pia batismal. Vinte anos mais tarde, ao receber o hábito da Ordem Carrnelita, já no Brasil, foi rebatizado de Carlos: frei Carlos Mesters.
Aos 17 anos, o jovem Jacobus Mesters escolheu o Brasil como campo de sua futura atividade missionária. No dia 6 de janeiro de 1949, festa dos Santos Reis, ele e seu amigo Vital Wilderink tomaram o navio rumo ao Brasil. Foram duas semanas entre o céu e o mar. No dia 20 de janeiro, o navio lançou âncoras no porto do Rio de Janeiro. Era a festa do padroeiro da cidade, São Sebastião.
No convento da Rua Martiniano de Carvalho, São Paulo, completou o curso de "Humanidades" e, em janeiro de 1951, com o hábito de carmelita, recebeu o sonoro nome de frei Carlos.
Muito sabiamente, os carmelitas enviavam seus futuros missionários em plena juventude
Terminado o noviciado, fez a profissão religiosa no dia 22 de janeiro de 1952. Cursou a Filosofia em São Paulo e foi fazer a Teologia em Roma, no Colégio Internacional Santo Alberto, em 1954. Foi consagrado presbítero no dia 7 de julho de 1957.
Formou-se em Teologia no Angelicum, a respeitada Faculdade Teológica dos dominicanos, em 1958. Em ciências bíblicas, formou-se primeiro, no Institutum Biblicum dirigido pelos jesuítas em Roma e, depois, na Escola Bíblica de Jerusalém, dos dominicanos.
Em 1962, voltou a Roma para defender tese junto à Pontifícia Comissão Bíblica. Em 1963, de volta ao Brasil, foi nomeado professor no Curso Teológico dos Carmelitas, em São Paulo.
Seu desempenho como professor não passou despercebido: em 1967, foi convocado para dar aulas no Colégio Internacional Santo Alberto, em Roma. Em 1968, deu por encerrada sua colaboração em Roma e voltou, sendo transferido para Belo Horizonte (MG), Foi chamado para lecionar no Instituto Central de Teologia e Filosofia da Universidade Católica, que vivia uma fase de grande efervescência.
Frei Carlos e o CEBI
A semente dessa planta foi lançada, em Angra dos Reis, no final de 1978, através dois cursos de caráter nacional. Em 1979 foi semeada regionalmente no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sul. Para frei Carlos, seu único mérito é de ter sido o semeador no terreno fértil e já preparado das comunidades populares.
Em 1988, quando o Estadão publicou, com estardalhaço, um longo artigo feito de ataques contra Carlos Mesters e o CEBI, foi grande a repercussão. Repórteres de jornais e revistas iam ao CEBI ou telefonavam, à cata de informações e queriam marcar entrevistas com frei Carlos. Na falta de notícia, publicavam especulações sobre supostos processos em andamento no Vaticano. Frei Carlos se esquivou da imprensa, mas preparou uma resposta contundente a todas as acusações para distribuir aos amigos e interessados. Fonte: http://mesters80anos.blogspot.com.br
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O caso recente de um padre italiano convidado a deixar a sua paróquia em decorrência de comentários francos contra o Papa Francisco e suas práticas não convencionais chama a atenção para a atual polarização entre alguns grupos de dentro da Igreja bem como para o poder das mídias sociais de amplificar e fomentar tal polarização. A reportagem é de Claire Giangravè, publicada por Crux, 17-11-2017. A tradução é deIsaque Gomes Correa.
Divisões não são novidade no Vaticano, mas a reforma e a abertura do Papa Francisco em mudar têm gerado uma forte reação negativa. O seu documento sobre a família, Amoris Laetitia, que cautelosamente abre a possibilidade de os fiéis divorciados e recasados comungarem, foi recebido com críticas. No começo de novembro, um assessor teológico da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, Thomas Weinandy, publicou uma carta em que acusava o papa de causar uma “confusão crônica” na Igreja.
A mais recente demonstração pública de dissenção vem do próprio quintal do papa, mais precisamente da cidade de Palermo, ao sul da Itália, onde o Pe. Alessandro Minutellapublicou um vídeo nas mídias sociais em que se recusa a jurar lealdade ao papa conforme solicitado pelo seu bispo.
A primeira advertência em Monreale
Minutella já tinha entrado em apuros na Arquidiocese de Monreale – cidade a poucos quilômetros de distância de Palermo, na Sicília. Em 2015, o arcebispo de Monreale, Dom Michele Pennisi, disciplinou-o por causa dos seus comentários contra o papa, e por haver alegado falar em nome da Virgem Maria.
As práticas estranhas do padre e o fato de se apresentar como um profeta levaram a arquidiocese a condenar as suas funções como “contrárias à vontade da Igreja” e destinadas a “manipular as consciências”.
Minutella chegou até mesmo a criar uma ordem de freiras sem autorização, e alegou que ele e seus seguidores cavaram um poço de água milagrosa. Na época, Pennisi advertiu os fiéis de que todo aquele que “apoiar as suas atividades e colaborar com ele [Minutella] “corre um risco grave quanto à segurança de sua alma”.
Minutella é mandado embora de sua paróquia
Em sua nova paróquia em San Giovanni Bosco, em Palermo, o padre continuou a falar o que pensa e alegou se comunicar com São José, Maria e o arcanjo Miguel, atraindo grandes multidões para as suas missas, onde declarava a intenção de defender a Igreja de heresias.
Em seus perfis nas mídias sociais, Minutella disse que o seu objetivo era se pôr contra a “impostura da falsa Igreja” do Papa Francisco.
Este momento foi a gota d’água para que o arcebispo de Palermo, Dom Corrado Lorefice, em carta datada de 1º de abril, pedisse a Minutella para se retirar da função de pároco e não mais postar nas mídias sociais ou falar aos jornalistas.
“As suas declarações recentes nas redes sociais, que alcançaram além dos confins da nossa diocese, provocaram uma quantidade substancial de confusão e escândalo no santo povo de Deus”, escreveu o arcebispo. “É de domínio público que tanto com suas palavras como com seus atos o senhor, até este momento, não hesitou em assumir uma postura de forte dissenção e clara oposição para com a hierarquia católica com o seu chefe, o atual pontífice romano bem como para com o seu bispo ”.
Minutella reagiu com indignação, prometendo a seu rebanho a intenção de não deixar a paróquia e convidando os fiéis a orar pelo Papa Emérito Bento XVI. Ele até mesmo chamou os fiéis a se encontrarem em Verona, no dia 22 de abril, para “resistir” ao atual pontificado e a defender a “verdadeira Igreja”.
A missa das mídias sociais
Apesar da interdição feita pelo arcebispo, o padre recorreu às redes sociais a fim de manifestar a sua dissenção com a decisão. Em uma “missa show” postada ao vivo no Facebook, o religioso criticou o bispo e a Igreja. “Vamos ir aos porões e às catacumbas”, disse no púlpito. “Sou o primeiro padre condenado, mas também o primeiro a desejar reagir. Não temo as manobras deles, e acho que elas não são suficientes”.
Muitos demonstraram solidariedade para com Minutella, inclusive o conselho paroquial, que organizou uma vigília orante para ele. Jornais locais documentaram a reação nos bancos das igrejas, com alguns descrevendo as suas palavras como “um pouco limitadas, um pouco excessivas”, enquanto outros elogiaram os comentários feitos pelo padre e expressaram a preocupação crescente com uma Igreja que, acreditam, está “se aproximando do luteranismo, talvez um pouco perto demais”.
Um repórter local conseguiu parar o padre e entrevistá-lo assim que deixava uma missa. “Quem sou eu para ameaçar com um cisma? Percebo que existe um cisma possível já acontecendo dentro da Igreja”, respondeu Minutella. “Acho que chegou a hora de esclarecermos e reafirmar os valores tradicionais. Vemos uma deriva em direção ao luteranismo”.
Minutella se recusa a declarar lealdade ao Papa Francisco
Meses de silêncio se seguiram à missa das mídias sociais que abalou Palermo. No dia 21 de setembro, Minutella, tendo peticionado à Congregação para o Clero, no Vaticano, enviou uma carta ao arcebispo, mais uma vez expressando o seu ponto de vista e as razões que motivavam o seu protesto. Na missiva, o padre professava obediência ao pontífice romano, embora sem especificar o nome do papa.
Lorefice respondeu-lhe que sua petição havia sido adiada e que o religioso precisava fazer uma declaração pública de lealdade a Francisco nas mídias sociais. Em resposta, Minutella publicou um vídeo de 20 minutos na página da Radio Domina Nostra, no Facebook, no dia 10 de novembro, onde se recusou a jurar lealdade ao papa, classificando a solicitação como uma “chantagem” e pedindo que Francisco explique o seu pensamento sobre a Comunhão aos divorciados e recasados.
No vídeo, o padre também diz que não está mais em comunhão eclesial com a Igreja. “A estranha hierarquia da assim-chamada Igreja da Misericórdia ataca aqueles que não se conformam, põe na guilhotina os que não concordam com suas crenças”, disse o padre.
O Papa Francisco falou sobre Amoris Laetitia com os bispos italianos
Um dia depois do discurso de Minutella gravado em vídeo, Francisco falou a respeito de Amoris Laetitia em um vídeo endereçado a um congresso organizado pelos bispos italianos sobre o tema.
“O mundo contemporâneo corre o risco de confundir a primazia da consciência, que se deve respeitar sempre, com a autonomia exclusiva do indivíduo no que se refere às relações que vive”, advertiu o papa em 11 de novembro. “Esta perspectiva não é inócua: ela plasma um sujeito que se contempla continuamente ao espelho, a ponto de se tornar incapaz de dirigir o olhar para os outros e para o mundo […] Por outro lado, sabemos bem que ‘somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las’”, concluiu.
Mídias sociais: uma ferramenta ponderosa, uma arma poderosa
Além de trazer a atenção para as atuais tensões e divisões dentro da Igreja Católica, os eventos em torno de Minutella também salientam o poder que as mídias sociais têm para amplificar e mesmo promover a divisão.
“Como qualquer outro meio de comunicação, [as mídias sociais] são uma ferramenta que podem ser usadas para aproximar as pessoas ou podem ser usadas, infelizmente, para aquilo que chamo de meios destrutivos”, disse em entrevista ao Crux Helen Osman, presidenta da Associação Católica Mundial para a Comunicação – SIGNIS.
“Um dos melhores atributos das mídias sociais é a sua capacidade de permitir que as pessoas dialoguem”, disse ela, apontando para o fato de que a internet pode ser uma ferramenta poderosa para a evangelização e a catequese. “Usá-la como um megafone para quaisquer propósitos não é usá-la de acordo com a sua natureza natural, orgânica”.
Em relação às suas experiências com padres que têm usado as mídias sociais para se envolver e participar com os membros das paróquias e comunidades, Osman falou existirem possibilidades deste meio que vão além do desejo de expressar a opinião pessoal do indivíduo. “Não tenho certeza de que os padres deveriam necessariamente estar usando as mídias sociais para promover uma agenda particular deles”, disse. “Talvez eles devam usá-las para ouvir os paroquianos e as pessoas que se encontram imediatamente sob os seus cuidados pastorais”.
Osman igualmente enfatizou a necessidade atual de formar e educar para as mídias sociais, uma formação não apenas para o clero, mas também para os leigos e, especialmente, os pais. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Renda obtida com a venda do produto é direcionada ao CESA, centro educacional que atende mais de 750 crianças e adolescentes em situação de risco social em Simões Filho, na Bahia
O Panetone Irmã Dulce, principal fonte de recursos do Centro Educacional Santo Antônio (CESA), núcleo de educação das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), já começou a ser fabricado para atender à demanda do Natal 2017.
Até a primeira quinzena de dezembro de 2017, a expectativa do Centro de Panificação da entidade é produzir 420 mil unidades, que serão distribuídas nas principais redes varejistas de Salvador e região metropolitana da Bahia, além de serem muito solicitadas por empresas para a composição de cestas natalinas para colaboradores e parceiros.
Toda a renda obtida com a comercialização dos Panetones Irmã Dulce é revertida para a manutenção das atividades do CESA, localizado em Simões Filho, municipio próximo a Salvador, na Bahia. O centro educacional é uma escola de tempo integral, com um modelo de ensino que engloba desde a Educação Infantil até o nono ano do Ensino Fundamental. O complexo atende mais de 750 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, oferecendo, ainda, acesso a arte-educação, inclusão digital, atividades esportivas, assistência odontológica, alimentação, fardamento e material escolar, totalmente gratuito.
“A época de Natal é extremamente importante para o CESA, já que a receita obtida com a venda dos panetones é totalmente direcionada para as ações de educação e assistência social da unidade. Contamos com o reconhecimento da população e das empresas que, ao comprarem o produto para consumir ou presentear, reconhecem a sua qualidade e ainda auxiliam uma obra social de extrema importância para a toda a região”, destaca Flávia Rosemberg, líder do projeto.
Por conta do período natalino, o Centro de Panificação, que produz não só os panetones, como toda a linha de pães Dulce Natura, além de broas, cookies e brownies, teve a equipe reforçada por 38 novos profissionais, entre forneiros, ajudantes de padeiro, embaladores e promotores de venda.
As encomendas do produto podem ser feitas pelos telefones (71) 3616-1265, 3616-1271 ou 3616-1250.
Sobre as Obras Sociais Irmã Dulce
Entidade filantrópica sem fins lucrativos, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) são uma espécie de ‘holding social’ constituída por 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de saúde, assistência social e educação, dedicando-se ainda à pesquisa científica, ensino médico, preservação e difusão da história de Irmã Dulce e gestão de unidades públicas de saúde. Hoje, a OSID é considerada pelo Ministério da Saúde um dos maiores complexos de atendimento 100% SUS do País, responsável por cerca de 4,6 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano. Atualmente, somente na sede, em Salvador, Bahia, a instituição conta com mais de 2 mil funcionários, além de 320 médicos e 125 voluntários.
Fonte: Note! Assessoria de Comunicação/ http://www.catolicanet.com.br
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(22/11/2017) “Quando nos encontramos com os outros, levamos a eles o fogo da caridade ou permanecemos fechados a nos aquecer diante da nossa lareira?” Este o tweet lançado pelo Papa Francisco nesta quarta-feira 22 de novembro, dia da habitual audiência geral da semana, momento em que o Papa partilhou com os presentes na Praça de São Pedro e com quantos o ouviam através dos meios de comunicação, mais uma catequese sobre o significado da Missa.
Depois de ter explicado a semana passada que a Missa é a oração por excelência, hoje Francisco disse que a Missa é essencialmente o “memorial do Mistério pascal de Cristo”. Através da Missa nos tornamos partícipes da sua vitória sobre o pecado e a morte. A Missa dá, portanto, significado pleno à nossa vida. No seu significado bíblico, memorial – explicou o Papa – não é apenas a recordação de um acontecimento passado, mas torna presente e actual aquilo que se passou há 20 séculos. Assim, ao celebrar a Eucaristia reavivamos a ressurreição de Cristo, e isto nos leva ao ponto mais alto da ação salvífica de Deus.
“Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus Cristo ressuscitado. Participar na Missa, especialmente aos domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, aquecidos pelo seu calor. Através da celebração da Eucaristia o Espírito Santo nos torna participes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. E na sua passagem da morte à vida, do tempo à eternidade, o Senhor Jesus arrasta-nos com Ele para a sua Páscoa. Na Missa faz-se Páscoa. Nós na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele nos puxa para a frente, para a vida eterna. Na Missa nos unimos a Ele. Aliás, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele.”
Com efeito - continuou Francisco- com o seu sangue Cristo nos liberta da morte, do medo da morte, da morte física e da morte espiritual que é o mal, o pecado, que toma conta de nós de cada vez que caímos vítima dos nossos pecados e dos pecados dos outros, e a nossa vida perde todo o seu brilho.
“Cristo, pelo contrário nos redá a vida; Cristo é a plenitude da vida, e quando enfrentou a morte, eliminou-a para sempre: “Ressurgindo destruiu a morte e renovou a vida” (…). A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva sobre a morte, porque Ele transformou a sua morte em supremo ato de amor. Morreu por amor. E na Eucaristia Ele quer comunicar-nos este seu amor pascal, vitorioso. Se o recebermos com fé, nós também podemos amar verdadeiramente a Deus e ao próximo, podemos amar como Ele nos amou, dando a vida”.
Se o amor de Cristo está em mim – disse ainda o Papa - posso dar-me plenamente aos outros, com a certeza íntima de que, mesmo se o outro me ferir de morte, não morrerei. Se não estivesse certo disto, deveria defender-me. E o Papa indicou o exemplo dos mártires que deram a vida precisamente porque tinham a certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Somente se experimentarmos este poder de Cristo, o poder do seu amor, é que somos verdadeiramente livres para nos dar sem medo aos outros. A Missa é isto: entrar na paixão , morte e ressurreição de Cristo. E aqui o Papa convidou os presentes a imaginarem ir para o Calvário e saber que aquele homem que está ali é Jesus:
“Mas nós nos permitiríamos de conversar, de tirar fotografias, de fazer um pouco de espetáculo? Não! Porque é Jesus. Estaremos seguramente em silêncio, no pranto e também na alegria de ser salvos. Quando entramos na igreja para celebrar a Missa pensemos nisto: entro no calvário, onde Jesus dá a sua vida por mim. E assim desaparece o espetáculo, desaparece a conversa, os comentários e essas coisas que nos afastam desta coisa tão bela que é a Missa, o triunfo de Jesus”.
E o Papa rematou dizendo que a Páscoa se faz presente e operante todas as vezes que celebramos a Missa no sentido de memorial. “A Missa é repercorrer o calvário, não é um espetáculo”
Para além do italiano, a catequese do Papa foi resumida pelos seus auxiliares em 7 línguas (francês, inglês, alemão, espanhol, português, polaco, árabe) seguidas de saudações aos grupos de peregrinos dessas línguas. Eis a tradução da saudação do Papa aos de língua portuguesa:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, cordiais saudações a todos vós, de modo particular ao grupo de Nova Suíça, Belo Horizonte: convido-vos a olhar com confiança o vosso futuro em Deus, levando o fogo do seu amor ao mundo. É a graça da Páscoa que frutifica na Eucaristia e que desejo abundante nas vossas vidas, famílias e comunidades. De bom grado abençoo a vós e aos vossos entes queridos!”
O Papa saudou também diversos grupos da Itália na língua do país, e recordou que hoje se celebra a memória de Santa Cecília recomendando de modo particular aos recém-casados que não faltam nas audiências das quartas-feiras, a terem o mesmo olhar de amor puro que teve Santa Cecília, para aprender a amar incondicionalmente.
“E rezemos, todos a Santa Cecília para que nos ensine a cantar com o coração, para que nos ensine o júbilo de ser salvos. Obrigada. “ Fonte: http://br.radiovaticana.va
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Frei Carlos Mesters, O. Carm
(Ano Litúrgico-A. Quinta-feira, dia 23)
Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (Lucas 19, 41-44)
Naquele tempo, 41Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: 42Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos. 43Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; 44destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada. - Palavra da salvação.
Reflexão
* O evangelho de hoje informa como Jesus, chegando perto de Jerusalém, ao ver a cidade, começou a chorar e pronunciou palavras que faziam ver um futuro muito sombrio para a cidade, capital do seu povo.
* Lucas 19,41-42 Jesus chora sobre Jerusalém
“Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua pátria, o seu povo, a capital da sua terra, o Templo. Chora, porque sabe que tudo vai ser destruído por culpa do próprio povo que não soube perceber nem avaliar o apelo de Deus dentro dos fatos. O povo não percebeu o caminho que pudesse levar à Paz, Shalôm. Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos! Esta afirmação evoca a crítica de Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?" (Is 44,20). A mentira estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça. Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).
* Lucas 19,43-44 Anúncio da destruição de Jerusalém.
“Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. ". Jesus descreve o futuro que vai acontecer com a Jerusalém. Usa as imagens de guerra que eram comuns naquele tempo quando um exército atacava uma cidade: trincheiras, cerco fechado ao redor, matança do povo e destruição total das muralhas e das casas. Assim, no passado, Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor. Assim, as legiões romanas costumavam fazer com as cidades rebeldes e assim seria feito novamente, quarenta anos depois, com a própria cidade de Jerusalém. De fato, no ano 70, Jerusalém foi cercada e invadida pelos exércitos romanos. Tudo foi destruído. Diante deste pano de fundo histórico, o gesto de Jesus se torna uma advertência muito séria a todos que pervertem o sentido da Boa Nova de Deus. Eles devem ouvir a advertência final: “Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la”. Nesta advertência, todo o trabalho de Jesus é definido como uma “visita de Deus”
Para um confronto pessoal
1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.
2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus. Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?
Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo;
ressoe seu louvor na assembleia dos fiéis.
Alegre-se Israel no seu Criador,
exultem no seu rei os filhos de Sião. (Sl 149, 1-2)
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O Papa Francisco erigiu nessa quarta-feira, 22 de novembro, uma nova diocese no Brasil, a de Cruz das Almas (BA). No mesmo ato, Francisco nomeou como primeiro bispo da nova Igreja particular o atual bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE), dom Antônio Tourinho Neto.
A nova diocese nasce a partir do desmembramento do território da Arquidiocese de Salvador (BA) e vai abranger os municípios de Cabaceira do Paraguaçu, Cachoeira, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Maragogipe, Muritiba, Santo Amaro, São Félix, Sapeaçu e Saubara.
A sede da nova Igreja particular que fará parte do regional Nordeste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está a cerca de 140 quilômetros de Salvador (BA).
Novo Bispo
Natural de Jequié na Bahia, dom Antônio, foi nomeado bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE) em 2014, pelo papa Francisco. Desde janeiro de 2015 ajuda dom Fernando Saburido a administrar a arquidiocese que é formada por 19 municípios, além do Arquipélago de Fernando de Noronha. A região eclesiástica tem 115 paróquias e uma população estimada em quatro milhões de habitantes.
Nascido em 9 de janeiro de 1964, em Jequié (BA), foi ordenado presbítero em 20 de janeiro de 1990.É formado em Ciências Contábeis e Psicanálise pela Sociedade Psicanalista do Estado da Bahia (SPEB). Aos 18 anos, ingressou no Seminário Central da Bahia onde obteve o título de bacharel em Filosofia. No Seminário de São José no Rio de Janeiro, cursou Teologia. Possui pós-graduação em Direito Canônico pelo Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro.
Saudação
Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, enviou na manhã desta quarta-feira, dia 22 de novembro, mensagem de saudação a dom Antônio Tourinho Neto que assume a recém-criada diocese de Cruz das Almas (BA).
No texto, dom Leonardo lembra palavras do Santo Padre proferidas durante a ordenação episcopal em Roma: “Vigia, vigia com amor sobre toda a grei, na qual o Espírito Santo te insere para reger a Igreja de Deus”.
Leia a Mensagem:
Saudação da CNBB a Dom Antônio Tourinho Neto
Brasília, 21 de novembro de 2017
Prezado Irmão, Dom Antônio Tourinho Neto,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta alegria por sua nomeação como primeiro bispo da recém-criada diocese de Cruz das Almas (BA). E renova também o agradecimento ao Papa Francisco que envia pastores para nossas comunidades.
Após um período de trabalho de ajuda a dom Fernando Saburido, na Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), a igreja lhe pede para mover-se em outra direção. Permanecendo no seu nordeste, agora a missão se apresenta com fisionomia de uma Igreja Particular. Um desafio à altura de sua capacidade de servir ao Reino.
Para celebrar sua nomeação, recorremos às palavras do papa Francisco pronunciadas na homilia de uma ordenação episcopal, em Roma: “Vigia, vigia com amor sobre toda a grei, na qual o Espírito Santo te insere para reger a Igreja de Deus. Vigia, não adormeças, vigia, sê uma sentinela, e que o Senhor te acompanhe, que Ele te acompanhe nesta vigilância que hoje te confio em nome do Pai, cuja imagem tu tornas presente; em nome do seu Filho Jesus Cristo, pelo qual foste constituído mestre, sacerdote e pastor; e em nome do Espírito Santo, que dá vida à Igreja e, com o seu poder, sustenta a nossa debilidade”.
Conte com nossas orações e desejo de, que seu pastoreio, em Cruz das Almas, seja pleno de bons frutos.
Em Cristo,
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-Geral da CNBB
Fonte: http://cnbb.net.br
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Frei Carlos Mesters, O. Carm
(Ano Litúrgico-A. Quarta-feira, dia 22)
Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do Evangelho (Lucas 19, 11-28)
Naquele tempo, 11Ouviam-no falar. E como estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola: 12Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar. 13Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar. 14Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: Não queremos que ele reine sobre nós. 15Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado. 16Veio o primeiro: Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas. 17Ele lhe disse: Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades. 18Veio o segundo: Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas. 19Disse a este: Sê também tu governador de cinco cidades. 20Veio também o outro: Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; 21pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. 22Replicou-lhe ele: Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei... 23Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros. 24E disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. 25Replicaram-lhe: Senhor, este já tem dez minas!... 26Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem. 27Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença. 28Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém. - Palavra da salvação.
Reflexão Luca 19,11-28
* O evangelho de hoje traz a Parábola dos Talentos, na qual Jesus fala dos dons que as pessoas recebem de Deus. Toda pessoa tem alguma qualidade, recebe algum dom ou sabe alguma coisa que ela pode ensinar aos outros. Ninguém é só aluno, ninguém é só professor. Aprendemos uns dos outros.
* Lucas 19,11: A chave para entender a história da parábola
Para introduzir a parábola Lucas diz o seguinte: “Tendo eles ouvido isso, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém, e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo”. Nesta informação inicial, Lucas destaca três motivações que levaram Jesus a contar a parábola: (1) A acolhida a ser dada aos excluídos, pois, dizendo “tendo eles ouvido isso”, ele se refere ao episódio de Zaqueu, o excluído, que foi acolhido por Jesus. (2) A proximidade da paixão, morte e ressurreição, pois dizia que Jesus estava perto de Jerusalém onde seria preso e morto em breve. (3) A chegada iminente do Reino de Deus, pois as pessoas que acompanhavam Jesus pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.
* Lucas 19,12-14: O início da Parábola
“Um homem nobre partiu para um país distante a fim de ser coroado rei, e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata para cada um, e disse: 'Negociem até que eu volte”. Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Não queremos que esse homem reine sobre nós'. Alguns estudiosos acham que, nesta parábola, Jesus se refere a Herodes que, setenta anos antes (40 aC), tinha ido para Roma a fim de receber o título e o poder de Rei da Palestina. O povo não gostava de Herodes e não queria que ele se tornasse rei, pois a experiência que tiveram com ele como comandante para reprimir as rebeliões na Galileia contra Roma foi trágica e dolorosa. Por isso diziam: “Não queremos que esse homem reine sobre nós” Ao este mesmo Herodes se aplicaria a frase final da parábola: “E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam aqui, e matem na minha frente”. De fato, Herodes matou muita gente.
* Lucas 19,15-19: Prestação de conta dos primeiros empregados que receberam cem moedas de prata
A história informa ainda que Herodes recebeu a realeza e voltou para a Palestina para assumir o poder. Na parábola, o rei chamou os empregados aos quais tinha dado cem moedas de prata, a fim de saber quanto haviam lucrado. O primeiro chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais'. O homem disse: 'Muito bem, empregado bom. Como você foi fiel em coisas pequenas, receba o governo de dez cidades'. O segundo chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'. O homem disse também a este: 'Receba também você o governo de cinco cidades”. De acordo com a história, tanto Herodes Magno como seu filho Herodes Antipas, ambos sabiam lidar com dinheiro e promover as pessoas que os ajudavam. Na parábola, o rei deu dez cidades ao empregado que multiplicou por dez as cem moedas que tinha recebido, e cinco cidades a quem as multiplicou por cinco.
* Lucas 19,20-23: Prestação de conta do empregado que não lucrou nada
O terceiro empregado chegou e disse: 'Senhor, aqui estão as cem moedas que guardei num lenço. Pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Tomas o que não deste, e colhes o que não semeaste'. Nesta frase transparece uma ideia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e se esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, agindo assim, não será castigado pela severidade do legislador. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma, na sua própria observância da lei. Ela se fecha em si, desliga de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida. O rei responde: 'Empregado mau, eu julgo você pela sua própria boca. Você sabia que eu sou um homem severo, que tomo o que não dei, e colho o que não semeei. Então, por que você não depositou meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros'. O empregado não foi coerente com a imagem que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus tão severo, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ele é condenado não por Deus, mas pela ideia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a ideia que nos fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo com o mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava.
* Lucas 19,24-27: Conclusão para todos
“Depois disse aos que estavam aí presentes: Tirem dele as cem moedas, e deem para aquele que tem mil. Os presentes disseram: Senhor, esse já tem mil moedas! Ele respondeu: Eu digo a vocês: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem”. O senhor mandou tirar dele as cem moedas e dar àquele que já tinha mil, pois “a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. Nesta frase final está a chave que esclarece a parábola. No simbolismo da parábola, as moedas de prata do rei são os bens do Reino de Deus, isto é, tudo aquilo que faz a pessoa crescer e revela a presença de Deus: amor, serviço, partilha. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. A pessoa, porém, que não pensa em si mas se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais: “cem vezes mais, com perseguições” (Mc 10,30). “Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la” (Lc 9,24; 17,33; Mt 10,39;16,25;Mc 8,35). O terceiro empregado teve medo e não fez nada. Não quis perder nada e, por isso, não ganhou nada. Perdeu até o pouco que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!
* Lucas 19,28: Voltando à tríplice chave inicial
No fim, Lucas encerra o assunto com esta informação: Depois de dizer essas coisas, Jesus partiu na frente deles, subindo para Jerusalém. Esta informação final evoca a tríplice chave dada no início: acolhida a ser dada aos excluídos, proximidade da paixão, morte e ressurreição de Jesus em Jerusalém e a ideia da chegada iminente do Reino. Aos que pensavam que o Reino de Deus estivesse para chegar, a parábola manda mudar os olhos. O Reino de Deus chega sim, mas através da morte e ressurreição de Jesus que vai acontecer em breve em Jerusalém. E o motivo da morte foi a acolhida que ele, Jesus, dava aos excluídos como Zaqueu e tantos outros. Incomodou os grandes e eles o eliminaram condenando-o à morte de cruz,
Para um confronto pessoal
1- Na nossa comunidade, procuramos conhecer e valorizar os dons de cada pessoa? Às vezes, os dons de uns geram inveja e competição nos outros. Como reagimos?
2- Nossa comunidade é um espaço, onde as pessoas podem desenvolver seus dons?
Oração final
Louvai a Deus no seu santuário,
louvai-o no firmamento do seu poder.
Louvai-o por suas grandes obras,
louvai-o pela sua imensa grandeza. (Sl 150, 1-2)
- Detalhes
A Apresentação de Maria ao templo de Jerusalém é descrita apenas nos evangelhos apócrifos. O imperador Justiniano mandou construir junto desse templo uma basílica, Santa Maria a Nova, que foi dedicada no dia 21 de Novembro de 543. A memória litúrgica da Apresentação de Maria começou a ser celebrada em Constantinopla, no século VIII, espalhando-se pouco a pouco no Oriente. No Ocidente, esta festa também se desenvolveu lentamente. Em 1472 foi alargada a algumas igrejas latinas, parecendo no Missal Romano apenas em 1505. É uma daquelas festas que, no dizer de Paulo VI, «para além do dado apócrifo, propõem conteúdos de alto valor exemplar e dão continuidade a veneráveis tradições» (Marialis cultus 8).
Evangelho: Marcos 3, 31-35
Jesus ultrapassa a crise aberta com os seus familiares, particularmente com a Mãe e os irmãos, alargando os limites da familiaridade com Ele a quem quer que que cumpra a vontade de Deus. Os verdadeiros familiares do Senhor são aqueles que «fazem» a vontade de Deus: «Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (v. 35). Na perspectiva de Jesus, a vontade de Deus não há de ser feita com a atitude de um escravo que executa ordens do dono, mas com o dinamismo e a criatividade de alguém que sabe escutar e ser coerente com a Palavra escutada.
Jesus é um verdadeiro mestre na arte de «fazer» a vontade do Pai. Maria é sua discípula fiel. Escuta, acredita e cumpre o que escuta e acredita «Feliz Aquela que acreditou».
Meditação
A Apresentação de Maria ao Templo não tem qualquer fundamento bíblico. São os evangelhos apócrifos que falam desse presumível acontecimento. Mas é claramente improvável que uma jovem tenha sido confiada ao clero de Jerusalém, num Templo inacessível a mulheres. Lemos no protoevangelho de Tiago: «Quando a menina completou três anos, Joaquim disse: «Chamai as meninas dos hebreus que não tenham qualquer mancha e tome cada uma delas uma lâmpada, uma lâmpada que não se apague. A menina não deverá voltar atrás e o seu coração não permanecerá fora do Templo do Senhor». Elas obedeceram àquela ordem e foram juntas ao Templo do Senhor. E o sacerdote acolheu a menina, tomou-a nos braços e abençoou-a dizendo: «O Senhor glorificou o teu nome em todas as gerações. Em ti, nos últimos dias, revelará a redenção que concede aos filhos de Israel». E mandou sentar a menina no terceiro degrau do altar. E o Senhor encheu-a de graça e ela dançou e tornou-se querida por toda a casa de Israel. Os seus pais deixaram o Templo cheios de admiração, louvando a Deus: a menina não procurou voltar atrás. E permaneceu no Templo do Senhor, semelhante a uma pomba, e a mão de um anjo oferecia-lhe o alimento» (Protoevangelho de Tiago 7, 2-8,1). É tudo muito bonito, mas é tudo muito «sobrenatural», bem pouco em sintonia com o realismo do mistério da Encarnação.
A Santa Sé admitiu a festa somente em 1372, a pedido do embaixador do rei de Chipre “e de Jerusalém”. Mas ela só aparece no Missal Romano a partir de 1505.
O Lecionário litúrgico oferece-nos uma proposta unitária para tornar verosímil a interpretação do acontecimento: a tipologia da presença. As duas leituras detêm-se nessa modalidade relacional. O oráculo de Zacarias proclama a presença de Deus no Templo e transmite a palavra do próprio Deus que se apresenta, como que a explicar o sentido e o significado dessa decisão divina, que enche de alegria o povo e há de levá-lo à contemplação. Se o mistério da presença de Deus no meio do seu povo era uma realidade no Antigo Testamento, mais o é no Novo Testamento.
A Santíssima Humanidade de Cristo é o novo Templo, o novo ´lugar´ da Presença de Deus no meio de nós. Em Jesus, Deus torna-se presente ao homem, e o homem tem o caminho para se tornar presente a Deus. A primeira criatura que beneficiou dessa presença, e se apresentou a Deus, foi a Virgem Maria. Nela se realizou, como em ninguém jamais, a mútua presença e imanência: Deus apresentou-Se a Ela e Ela apresentou-se a Deus; Deus permaneceu nela, e Ela permaneceu em Deus.
O evangelho refere a presença de Maria junto do seu Filho. Esta presença como que torna visível o mistério profundo que meditamos. As palavras de Jesus, sobre a identidade daqueles que Ele julga seus parentes, deixam clara a mensagem: o Senhor está presente junto da pessoa humana; sendo assim, a pessoa humana tem a porta aberta para se apresentar diante do Senhor. Se o Templo torna visível o encontro entre Deus e o homem, a Santíssima Humanidade de Cristo torna-o ainda mais visível.
Tendo como pano de fundo o delicado símbolo da presença de uma menina na solenidade do Templo, isto é, a chamada «apresentação de Maria ao Templo», a liturgia hodierna leva-nos a meditar no sentido de uma apresentação de nós mesmos diante do Senhor. A própria presença diante do Senhor torna-se apresentação todas as vezes que é iluminada, explicada, motivada, cultivada pela consciência. O símbolo da apresentação de Maria ao Templo equivale, portanto, à consciência da identidade de Maria e da sua função junto do Messias, cada vez mais importante, primeiro por parte dos seus familiares e, depois, por parte da própria Virgem Maria e, finalmente, por parte dos outros crentes. O sentido fundamental é este: Maria está sempre na presença do Senhor, integralmente dedicada ao seu serviço, crescendo na consciência de si e da sua missão.
Quando Deus se torna presente a nós em Jesus e na sua palavra, e nós nos tornamos presentes a Deus, em Jesus, e guardamos a sua palavra, também nos tornamos felizes, bem-aventurados, como Aquela que recebeu no seu ventre, transportou e deu à luz Jesus Cristo, nossa Bem-aventurança.
Oração
Salve santa Maria, filha de Israel e guarda do Evangelho. Tu deste-te inteiramente ao Senhor. Para viveres na sua presença, escolheste uma vida de oração, de trabalho e de silêncio. A tua vida tornou-se um templo em que Deus veio habitar. A tua alegria e a tua felicidade eram servi-lo dia e noite, vivendo na sua presença. «Bem-aventurados os que habitam na vossa casa, Senhor! Bem-aventurados os que só do Senhor esperam o seu apoio e o seu socorro. Os seus corações elevar-se-ão de grau em grau e avançarão sem cessar na virtude», diz o Salmo. Santa Maria, apresentada ao Templo, tu és para nós modelo da vida no Espírito, modelo do dom de nós mesmos a Deus. Faz-me compreender bem a vida de abandono e entrega ao Senhor. Por isso, me consagro a vós e ao Coração Jesus. Amém
Contemplação
Maria não tinha senão três anos, mas já tinha a razão desenvolvida e estava avançada em graça. Unia-se à recitação e ao canto dos belos salmos que os seus pais Ana e Joaquim diziam com tanto fervor. E a graça divina falava ao mesmo tempo ao seu coração. Podemos pensar que impressão fazia sobre esta alma cândida o salmo 83: «Como são amáveis os vossos tabernáculos. Deus das virtudes! A minha alma suspira e desfalece para ir até aos átrios do Senhor… Bem-aventurados os que habitam na vossa casa, ó meu Deus…». – E enquanto ela recitava e saboreava estas aspirações, a graça solicitava a sua alma. O Verbo divino dizia-lhe como no salmo 44: «Escuta, minha filha, vê, presta atenção ao meu apelo: esquece o teu povo e a casa de teu pai…». Fonte: http://www.dehonianos.org
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