Reflexões sobre o 1º Domingo do Advento do Ano Litúrgico-B. Domingo, 3 de dezembro-2017. (Mc 13, 33-37).

“Tempo de advento, tempo de alegre vigilância na certeza de que cada dia da nossa caminhada é marcado pela presença de Deus, que guia os nossos passos com a força da graça que o Espírito infunde no coração para o plasmar e torná-lo capaz de amar” e por isso que “ninguém possa pensar que é alheio à proximidade de Deus e à força da sua ternura” (Misericórdia e Paz).

O que temos que vigiar é que não nos passe despercebida a vida que já está correndo pelas nossas veias, relações, famílias, comunidades, cidades e que tem a força de nos recriar desde dentro. Por isso vigiar é perceber dentro de nós que gritos carregamos, que feridas temos ainda abertas, que perdão precisamos pedir ou oferecer, para assim permitir que Deus se faça mais presente e seja um novo presente para cada um/a”

Maria Cristina Giani, Missionária de Cristo Ressuscitado.

As primeiras comunidades cristãs viveram anos muito difíceis. Perdidos no vasto Império de Roma, no meio de conflitos e perseguições, aqueles cristãos procuravam força e alento esperando a pronta vinda de Jesus e recordando as suas palavras: “Vigiai. Vivei despertos. Tende os olhos abertos. Estai alerta.”

“Nas comunidades cristãs temos que cuidar cada vez mais que nosso modo de viver a esperança não nos leve à indiferença e ao esquecimento dos pobres. Não podemos isolar-nos na religião para não ouvir o clamor dos que morrem diariamente de fome. Não nos está permitido alimentar a nossa ilusão de inocência para defender nossa tranquilidade.

Uma esperança em Deus que se esquece dos que vivem nesta terra sem poder esperar nada, não poderá ser considerada como uma versão religiosa do otimismo a todo o custo, vivido sem lucidez nem responsabilidade? Uma busca da própria salvação eterna de costas aos que sofrem, não poderá ser acusada de ser um sutil egoísmo estendido para o além”?

Teólogo espanhol José Antonio Pagola

“Como seres humanos, fomos feitos para esperar: esperar um filho, esperar um trabalho, esperar o resultado de um exame médico, esperar que as coisas melhorem, esperar que saia o sol… Trata-se de uma sucessão interminável de esperas, algumas vezes infrutíferas, indesejadas e angustiosas, outras vezes surpreendentes, plenificantes… Outras vezes, a espera se vê realizada, mas o resultado da mesma é tão pífio, tão frustrante, que os “esperantes” terminam por pensar se valeu a pena tanta mobilização. Existem também esperas doentias, que provocam ansiedade, medo e nos paralisam; esperas centradas em nós mesmos. Esperar, para quê? a quem? de onde nasce a necessidade de esperar”?

Padre Adroaldo Palaoro, SJ