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Na TV, padre Roger Luís discursou sobre como as crianças estão expostas à programação da TV, além de estarem sujeitas à ideologia de gênero
O padre Roger Luís, um dos mais influentes na rede Canção Nova, repreendeu os fiéis ao falar sobre telenovelas, dizendo que as atrações contêm pornografia e que “impõem ideologia de gênero à sociedade brasileira”. O vídeo foi publicado pela página oficial da emissora católica nesta sexta-feira (20), tinha mais de 70 mil visualizações em menos de 6 horas.
Luís ainda pede, no vídeo, que as pessoas deixem de acompanhar a “porcariada” exibida pelas redes globais de televisão”. Ele ressalta que já havia alertado os fiéis sobre os programas, mas que muitos nem deram ouvidos.
“Precisamos de um posicionamento mais radical. Vai ler um bom livro. Vai ser melhor para você do que ficar bebendo e comendo esse conteúdo estragado”, discursou o padre. Depois de falar sobre o surgimento de Jesus em sua vida, e que há 20 anos nenhuma novela é transmitida dentro de sua casa.
“Gente, se o nosso país é 90% formado por cristãos (católicos e evangélicos), [como] estamos permitindo que as nossas crianças [estão sujeitas] à pornografia e à ideologia de gênero?”, disse o padre. Fonte: www.metropoles.com
DOMINGO DAS MISSÕES: MENSAGEM DE SUA SANTIDADE, O PAPA FRANCISCO PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2017
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A missão no coração da fé cristã
Queridos irmãos e irmãs!
O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De fato a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?
A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida
1- A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua verdade e recebemos a sua vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.
2- Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (Ireneu, Adversus haereses IV, 20, 7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).
A missão e o kairós de Cristo
3- Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).
4- Lembremo-nos sempre de que, «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente se oferece e, a quem a acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).
5- O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.
A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos
- A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20). A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, pendente entre o «já» e o «ainda não» do Reino dos Céus.
- A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja autorreferencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Ibid., 49).
Os jovens, esperança da missão
8- Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (...) Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!» (Ibid., 106). A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.
O serviço das Obras Missionárias Pontifícias
9- As Obras Missionárias Pontifícias são um instrumento precioso para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, fazendo-se ao largo a fim de anunciar o Evangelho a todos. Através duma espiritualidade missionária profunda vivida dia-a-dia e dum esforço constante de formação e animação missionária, envolvem-se adolescentes, jovens, adultos, famílias, sacerdotes, religiosos e religiosas, bispos para que, em cada um, cresça um coração missionário. Promovido pela Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização.
Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização
- Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso «sim» à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.
Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017.
FRANCISCO
Fonte: http://w2.vatican.va
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(Resumo da Mensagem do Papa Francisco para a ocasião)
- A Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria.
-A missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime.
- Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir;
-«A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição.
-O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente se oferece e, a quem a acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição.
- O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor,
-A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos
- A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20).
-Por isso mesmo, é preferível «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Ibid., 49).
-Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (...) Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!»
- O Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização. Fonte: Fonte: http://w2.vatican.va
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BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE! Daqui a pouco, às 18h, estarei celebrando a Santa Missa nesta igreja (Foto), na Lapa, Rio de Janeiro. Acompanhe AO VIVO no face e no site: www.olharjornalistico.com.br
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O Papa Francisco defendeu neste sábado (21) a necessidade da união do clero no Brasil diante da “escandalosa corrupção” ocorrida no país durante um encontro com a comunidade do Pontifício Colégio Pio Brasileiro de Roma.
Neste momento difícil de sua história nacional, quando tantas pessoas parecem ter perdido a esperança em um futuro melhor pelos enormes problemas sociais e por uma escandalosa corrupção, o Brasil precisa que suas curas sejam sinais de esperança”, disse o papa.
Para Francisco, os brasileiros precisam ver um “clero unido, fraterno e solidário”. “Os sacerdotes precisam enfrentar lado a lado os obstáculos, sem cair nas tentações do protagonismo ou de fazer carreira”, afirmou o pontífice.
“Tenho certeza de que o Brasil superará sua crise e confio que vocês atuarão nisso como protagonistas”, disse o pontífice aos estudantes e membros do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, recebidos por ele por causa do 300º aniversário da descoberta da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do país.
No discurso, no entanto, Francisco alertou aos estudantes que essa “nova condição” pode representar um “desequilíbrio” entre os quatro pilares que sustentam a vida de um sacerdote: a dimensão espiritual, a acadêmica, a humana e a pastoral.
E lembrou a dimensão acadêmica de sua vocação não deve resultar em um descuido das outras três, porque isso abriria as portas de algumas “doenças” para os estudantes.
Entre elas, Francisco destacou o “academicismo” e a “tentação de fazer dos estudos simplesmente um meio de afirmação pessoal que acaba sufocando a fé”.
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Todas as arqui/dioceses, paróquias e comunidades do mundo inteiro estarão mobilizadas neste sábado (21) e domingo (22) ocasião do dia Mundial das Missões, em prol da coleta da Campanha Missionária 2017. A data instituída pelo papa Pio XI em 1926, ocorre sempre penúltimo final de semana de outubro.
Outubro é o Mês das Missões, um período de intensificação das iniciativas de animação e cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias e realizar a Coleta.
Todos os recursos arrecadados são destinados a direção nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para serem utilizados para a animação e cooperação missionária em todo o mundo, pois é uma coleta universal.
Este ano, a Campanha Missionária tem como tema: “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída” e o lema “Juntos na missão permanente”. A inspiração vem do papa Francisco na Evangelii Gaudium quando afirma: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus” (EG 1). Essa alegria precisa ser anunciada pela Igreja que caminha unida, em todos os tempos e lugares, e em perspectiva ad gentes.
Para o bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Esmeraldo Barreto de Farias, a coleta é uma forma de contribuir com o trabalho missionário e ajudar aqueles que menos tem.
“É importante incentivar a coleta para que esta a missão em várias partes do mundo possa ter sustento, possa ser sustentável com essas ajudas que vem de fora. Mas, também com a oração, com a sensibilidade, com a reflexão, com nossos olhos voltados para essas realidades com o nosso coração que sente. Precisamos ajudar para que cada pessoa, cristão, católico possa, de forma bem especial, colaborar e se sentir unido ao trabalho missionário no Brasil e fora dele”, destaca o bispo.
A Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina) é organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) que preparou um amplo material de divulgação e estudos. Fonte: http://cnbb.net.br
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Por Evaldo Gonçalves
Enquanto as canonizações de Padre Ibiapina, de Dom Helder Câmara e de Frei Damião não são efetivadas pelo Vaticano, notícias de Roma dão conta de que 30 novos Santos brasileiros serão proclamados, e poderão, a partir de então, serem festejados como tais nos altares das Igrejas Católicas do Brasil.
A Igreja Católica entendeu de reconhecer o sacrifício de 30 mártires católicos brasileiros, impiedosamente mortes por invasores e índios tapuas, episódio que passou para a História como o Massacre de Cunhau e Uruaçu, no Rio Grande do Norte, quando da dominação holandesa.
Tais martírios ocorreram em 1645 e suas vítimas, hoje santificadas pelo Papa Francisco, foram trucidados, perdendo seus órgãos vitais, atos perpetrados por fanáticos calvinistas, enquanto proclamavam sua fé nos Dogmas da Igreja Católica.
Passaram-se mais de quatrocentos anos, tempo em que os processos de Canonização cumpriram os ritos impostos pelas normas do Vaticano, sem cuja efetivação os novos Santos não poderiam ser objeto de pedidos de interferências e missões salvadoras pelos católicos do Brasil.
Não obstante tanto tempo, devemos nos alegrar com a Boa Nova, pois, certamente, durante todo esse longo tempo, não obstante toda a nossa Fé nos cânones da Igreja Católica não foi possível evitar todo esse quadro de decepções e atentados éticos contra o Brasil e os brasileiros, sobretudo, em sua Vida Pública e Administrativa, diante dos assaltos às nossas riquezas e desvios do Patrimônio Cívico.
A partir de agora, teremos mais Porta-Vozes nas Alturas para orar por nós e, certamente, nos inspirar a escolher melhor nossos Homens Públicos, que serão responsáveis pela Administração dos superiores interesses da Nação. Não é sem razão que nossa Fé nos diz que Deus é brasileiro, e nada afetará nosso sentimento de Esperança num Futuro melhor para as novas gerações brasileiras. Não adianta desesperar! Confiemos nos nossos novos Santos! Fonte: https://paraibaonline.com.br
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"Em uma espécie de self service, fazem seu própro prato religioso, de acordo com o gosto e a necessidade. Semelhante credo, estritamente pessoal e personalizado, tende a interiorizar-se, constituindo não raro um roby a mais na vida privada" escreve Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, assessor das Pastorais Sociais.
Eis o artigo.
Historicamente, no universo rural brasileiro, a Igreja Católica com seu templo e sua torre em destaque, no centro e no alto de povoados e pequenas cidades, representava um ponto de referência de natureza cultural e religiosa, bem como lugar de “gastar” o tempo ocioso. Além da missa e de outras funções religiosas, era em suas dependências que se realizavam as principais festas, os bailes familiares, os leilões, a apresentação dos novos filmes, os encontros, várias formas de lazer e esporte... Não poucos namoros e matrimônios começavam em suas imediações. Do nascimento à morte, a existência de cada pessoa ou família tinha o cordão umbilical ligado à matriz ou capela à qual pertencia como “fiel”.
As coisas mudam radicalmente no universo urbano. Aqui múltiplas instituições passam a oferecer o mesmo produto. Teatros, cinemas, discotecas, bares e restaurantes, clubes, shopping centers, outras Igrejas ou associações religiosas, salões de beleza – entre tantas opções diversas e diferentes – aparecem como alternativas culturais, religiosas e de lazer. Multiplicam-se às centenas os pontos de encontro ou de referência. A cidade grande ou metrópole é policêntrica não só do ponto de vista institucional, financeiro e comercial, mas também do ponto de vista cultural e religioso. Se nos fosse permito jogar com as palavras, poderíamos dizer que uma série de “botecos” diversificados “vendem” variações desses bens de caráter cultural, religioso ou de lazer. Os gostos e sabores se diversificam, ao mesmo tempo que dão origem a novos centros de troca e de encontro.
Limitando-nos ao pluralismo religioso do meio urbano, três observações emergem com certa relevância. A primeira é que muitas pessoas que nasceram em uma determinada Igreja passam a transitar livremente entre as demais, incluindo o espiritismo e as religiões de raiz africana. Trânsito tanto mais fácil devido aos meios de transporte e de comunicação. A religião, normalmente herança de família no mundo rural, torna-se na cidade uma opção pessoal. O que leva a unidade familiar, cada vez mais, a abrigar debaixo do mesmo teto membros de diferentes credos. A Igreja Católica perde a hegemonia que tinha no campo, passando a dividi-la com as demais formações religiosas.
A segunda observação tem a ver com os limites geográficos da capela, paróquia ou diocese. Nas enormes manchas urbanas de hoje, centros ou periferias, tais limites perdem a razão de ser. O carro, o ônibus, o trem, o metrô ou o telefone permitem que as pessoas se agrupem não tanto de acordo com a pertença a esta ou àquela unidade territorial, mas em função de interesses pessoais ou grupais. Interesses não necessariamente materiais, mas sobretudo de ordem religiosa, emocional, psíquica, profissional, e assim por diante. A mobilidade permite maior margem de escolha e flexibilidade. A instituição perde terreno para os chamados movimentos com base religiosa, sejam estes de natureza social, carismática ou devocional.
Por fim, a terceira observação nos conduz a um novo tipo de credo vivencial que podemos chamar de religião self service. Em que consiste? O trânsito frequente entre as diferentes opções religiosas, por um lado, e a prática de uma locomoção fácil, por outro, leva as pessoas a observarem o que se passa no interior de cada Igreja. Certas pessoas, após percorrer algumas delas, acaba decidindo-se por uma em particular. Boa parte, porém, em sua peregrinação pelas várias “religiões”, vão extraindo de uma e de outra aquilo que lhes interessa, ou aquilo de que mais necessitam em determinado momento. Com isso, em uma espécie de self service, fazem seu próprio prato religioso, de acordo com o gosto e a necessidade. Semelhante credo, estritamente pessoal e personalizado, tende a interiorizar-se, constituindo não raro um hobby a mais na vida privada. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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(18/10/2017) Na audiência geral desta quarta-feira na Praça de São Pedro, o Papa Francisco estabeleceu uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte que - disse – a civilização moderna tende cada vez mais a cancelar. Assim, nos encontramos impreparados, sem um ”alfabeto” adequado para dizer palavras com sentido em volta do mistério da morte. No entanto, os primeiros sinais de civilização humana passaram precisamente por este enigma.
“Poderíamos dizer que o homem nasceu com os culto dos mortos. “
Diversas civilizações olharam com coragem para esta realidade ineludível que obrigava o homem a viver por algo de absoluto – afirmou Francisco citando o salmo 90 que diz “Ensina-nos a contar os dias e a termos um coração sábio”. Palavras – continuou o Papa – que nos chama a um são realismo, pondo de lado o delírio da omnipotência. O que somos nós? – perguntou Francisco, que respondeu com as palavras do salmo 88: “quase nada”, a vida passa como um sopro, e a morte põe a nu a nossa vida e nos mostra que os nossos atos de orgulho, de ira, de ódio não eram senão vaidade, pura vaidade. E nos damos conta, com amargura, de não ter amado suficientemente, de não ter procurado o que era essencial. Por outro lado, vemos o que de realmente bom semeamos: os afetos pelos quais nos sacrificamos e que agora nos asseguram a mão. E Bergoglio continuou:
“Jesus iluminou o mistério da nossa morte. Com o seu comportamento nos autoriza a nos sentirmos tristes quando um ente querido morre. Ele se sentiu profundamente perturbado perante o túmulo do amigo Lázaro e desatou a chorar. Nesta atitude, sentimos Jesus muito próximo, nosso irmão. Ele chorou pelo seu amigo Lázaro” .
E Jesus rezou ao Pai, fonte de vida e ordenou que Lázaro saísse do túmulo. A esperança cristã – explicou o Papa – apoia-se nesta atitude que Jesus assumiu perante a morte humana. Embora a morte esteja presente na criação é, contudo, como que uma ferida que deturpa o projeto do amor de Deus, e o Salvador quer curar essa ferida.
O Papa falou ainda doutros episódios bíblicos em que, perante a doença e a morte, as pessoas se dirigem a Jesus para que ponha remédio a isso. E Ele sugere que não se tenha medo, mas sim a manter viva a chama da fé. E diz “Eu sou a ressurreição e a vida, quem acredita em mim, mesmo que morra viverá; quem vive e acredita em mim, não morrerá em eterno”. Acreditas nisso?– interpelou o Papa, frisando que toda a nossa existência se joga nisto, entre o lado da fé e precipício do medo. E lançou mais uma pergunta:
“Nós aqui nesta Praça, acreditamos nisto?”
A este pergunta Francisco respondeu que perante a morte somos todos pequenos e indefesos, mas - disse - será uma graça se naquele momento tivermos no coração a chama da fé. E tal Jesus como fez com a filha de Jairo a quem disse “Talita Kum” (menina, levanta-te), também dirá a cada um de nós: “levanta-te, ressurge!”
E Francisco lançou um convite aos participantes na audiência:
“Eu vos convido, agora, a fechar os olhos e a pensar naquele momento: da nossa morte. Cada um de nós pense na própria morte, e imagine aquele momento que virá, quando Jesus nos tomará a mão e nos dirá: “vem, vem comigo, levanta-te”. Ali acabará a esperança e será a realidade, a realidade da vida. Pensai bem: o próprio Jesus virá a cada um de nós e nos tomará as mãos, com a sua ternura, a sua doçura, o seu amor. E cada um repita no seu coração as palavras de Jesus: “levanta-te, vem. Levanta-te, vem. Levanta-te, ressurge!”.
Esta é a nossa esperança perante a morte. Para quem acredita é uma porta que se abre de par em par. Para quem dúvida é um raio de luz que passa por um buraquito que não se fechou completamente. Mas para todos será uma graça, quando essa luz, do encontro com Jesus, nos iluminar – concluiu o Papa.
No final da sua reflexão bíblica, o Papa lançou este apelo relativo à Somália: Ouçamos:
“Desejo exprimir a minha dor pelo massacre acontecido há alguns dias atrás em Mogadiscio, na Somália, que causou mais de trezentos mortos, entre os quais algumas crianças. Este ato terrorista merece a mais firme deploração, também porque se perpetua sobre uma população já muito provada. Rezo pelos defuntos e pelos feridos, para os seus familiares e por todo o povo da Somália. Imploro a conversão dos violentos e encorajo quantos, com enormes dificuldades, trabalham pela paz naquela terra martirizada .”
A catequese do Papa foi resumida em diversas línguas para os grupos presentes a quem saudou. Eis a tradução da sua saudação aos peregrinos de língua portuguesa:
“Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, com destaque para os diversos grupos vindos do Brasil, em particular os fiéis da arquidiocese de Natal com o seu Pastor e os da arquidiocese de Londrina, convidando todos a permanecer fiéis a Cristo Jesus, como os Protomártires do Brasil. O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja”. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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Luis Miguel Modino é um padre espanhol que deixou seu país para o desafio de ser missionário no Brasil no século 21. Hoje é pároco na diocese de São Gabriel da Cachoeira, uma das maiores do Brasil, com 293 mil quilômetros quadrados. É o coração da Amazônia, no Estado do Amazonas. Na diocese mais de 90% são indígenas; são 23 povos indígenas e 18 línguas, sendo o município de São Gabriel da Cachoeira o único a ter quatro línguas reconhecidas como oficiais. A entrevista é de Mauro Lopes, publicada por Caminho pra Casa, 16-10-2017.
Ele é voz mais que autorizada a falar sobre o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia, que reunirá em 2019 bispos de todo o mundo, com especialistas e assessores e, espera-se, representantes dos povos indígenas da região. “Não imagino um Sínodosem a presença dos povos indígenas. O Papa Francisco nunca ia deixar isso acontecer. Ele tem cheiro de ovelha e suas ovelhas na Amazônia são os povos indígenas”, diz o padre Modino. Para ele, a surpreendente convocação do Sínodo “pode mudar decisivamente a presença da Igreja na Amazônia” a partir da escuta “do grito da floresta e seus povos” –leia a entrevista dele ao Caminho Para Casa, concedida inicialmente há pouco mais de uma semana e completada neste domingo depois da surpresa do Sínodo(15).
Para o sacerdote espanhol apaixonado pelo Brasil e a Amazônia, o Sínodo é uma “oportunidade” que a Igreja da região “não pode perder”. Alguns dos pontos da agenda do Sínodo, segundo ele, devem ser as “questões gritantes que hoje estão presentes na Igreja da Amazônia, como a celebração eucarística sem a presença de um ministro ordenado e uma maior e melhor presença nas comunidades indígenas”. Duas questões cruciais para o Sínodo, na visão de Modino:
1) “a Igreja da Amazônia deve escutar o povo, sobretudo os moradores originários, as populações tradicionais. Pôr em funcionamento a colegialidade que o Papa Franciscopropõe”;
2) “Tem que ser um Sínodo que brote do chão amazônico e que mesmo celebrado em Roma não respire os ares contaminados da Cúria e sim os ares puros das florestas que os povos indígenas trouxeram até nós.”
Com 46 anos de idade, Modino está no país desde os 35, em 2006. É padre diocesano de Madri e missionário Fidei Donum, e coordenador para o Brasil da Obra de Cooperação Sacerdotal para Hispanoamérica (OCSHA), organismo da Conferência Episcopal Espanhola. Durante nove anos esteve na diocese de Ruy Barbosa, no interior da Bahia, antes de instalar-se em São Gabriel da Cachoeira.
Uma prática de seu trabalho pastoral são as itinerâncias, visitas que ele realiza –de barco- às comunidades da diocese, à beira dos rios Negro e Xié, que duram em geral uma semana. As fotos que acompanham a entrevista são todas de Modino, durante as breves viagens. Ele é jornalista, correspondente no Brasil de Religión Digital, o mais relevante site católico progressista em língua espanhola do mundo, com mais de três milhões de visitas/mês.
É uma união interessante essa, a do sacerdócio com o jornalismo: “Como Igreja somos chamados a dar a conhecer aquilo que a gente do povo vive. Uma vez escutei uma afirmação que me marcou: aquilo que não é conhecido não existe. Como comunicador, penso que minha missão é mostrar ao mundo a realidade dos povos e das pessoas com quem convivo e da natureza maravilhosa que nos cerca. Escrever e fotografar é um jeito de evangelizar, de ajudar as pessoas a refletir sobre situações muitas vezes desconhecidas.”
Eis a entrevista.
Como você recebeu a notícia surpreendente da convocação do Sínodo sobre a Amazônia?
Recebi de fato como como uma grande surpresa e enorme alegria, pois pode mudar decisivamente a presença da Igreja na Amazônia. Agora cabe à Igreja da Amazônia não deixar passar esta oportunidade que a história e o Papa Francisco estão nos oferecendo.
Quais devem ser, na sua visão, os temas do Sínodo?
Em primeiro lugar, é preciso um Sínodo que escute o grito da floresta e seus povos. Tem que ser um Sínodo que brote do chão amazônico, que mesmo celebrado em Roma não respire os ares contaminados da Cúria e sim os ares puros das florestas que os povos indígenas trouxeram até nós. Espero que sejam abordadas questões gritantes que hoje estão presentes na Igreja da Amazônia, como a celebração eucarística sem a presença de um ministro ordenado e uma maior e melhor presença nas comunidades indígenas.
Os povos indígenas devem estar presentes em Roma?
Não imagino um Sínodo sem a presença dos povos indígenas. O Papa Francisconunca ia deixar isso acontecer. Ele tem cheiro de ovelha e suas ovelhas na Amazônia são os povos indígenas, em quem recentemente ele reconhecia no discurso aos bispos da Colômbia, uma “arcana sabedora”. Espero que a Rede Eclesial Pan-Amazônica(REPAM) e as dioceses da região cuidem de garantir essa presença.
E como será a preparação do Sínodo na Amazônia?
A Igreja da Amazônia deve escutar o povo, sobretudo os moradores originários, as populações tradicionais. Pôr em funcionamento a colegialidade que o Papa Francisco propõe.
Quando você chegou ao Brasil?
Cheguei ao Brasil pela primeira vez em 1999, acompanhando um grupo de jovens de uma paróquia de Madri, para visitar nossa paróquia irmã, Senhora Santana de Serrinha, Bahia, onde trabalhava como missionário um sacerdote de Madri. Após aquela experiência pedi ser enviado como missionário para o Brasil, o que finalmente aconteceu em 26 setembro de 2006, quando cheguei na diocese de Ruy Barbosa, no interior da Bahia, onde fiquei mais de nove anos.
Qual foi o impacto dessa mudança radical, da Espanha para o interior da Bahia?
Foi um tempo em que descobri outro jeito de ser Igreja, diferente daquele que vivi na Espanha. Conheci uma Igreja onde a teologia do Vaticano II se faz presente numa Igreja Povo de Deus, com protagonismo laical, uma Igreja inserida na realidade, nas questões cidadãs, que luta por vida em abundância para todos, organizada em redes de comunidades, onde as decisões das Assembleias são assumidas também pelo bispo.
Nesses anos coloquei como prioridade do trabalho missionário a formação dos leigos, sempre visando uma maior autonomia que faça possível uma melhor caminhada das comunidades. Um bom animador de comunidade faz que ela se torne instrumento do Reino na vida do povo, pois são os leigos os grandes protagonistas do trabalho cotidiano das comunidades, onde o padre não consegue estar presente no dia-a-dia.
Como é essa diocese encravada no coração da Amazônia?
Moro em Cucuí, um distrito de São Gabriel, na beira do Rio Negro, bem na fronteira entre o Brasil, a Colômbia e a Venezuela, acompanhando comunidades indígenas espalhadas pelos rios Negro e Xié. A maioria do povo pertence às etnias baré e werekena.
Navegar pelos rios ajuda a descobrir a grandiosidade da Amazônia e de uma floresta preservada excepcionalmente ao longo dos séculos. Tradicionalmente, os povos indígenas da região foram mestres em preservação ambiental, o que atualmente está em perigo. A ameaça das mineradoras está chegando. O atual prefeito de São Gabriel da Cachoeira foi eleito em base em promessas de que a chegada de mineradoras que iria trazer trabalho para o povo, o que se torna uma grave preocupação, pois nada pior poderia acontecer do que isso.
E a Igreja, diante dessa realidade?
Como Igreja somos desafiados a dar respostas mais firmes contra essas situações, a nos pronunciarmos e deixar claro que existem realidades que não podemos aceitar como cristãos. Muitas vezes a gente sente que existe certo medo na Igreja local a adotar uma postura firme, a falar alto e claro. A Igreja deve ser voz de um povo tradicionalmente oprimido e dominado por pequenos grupos de poder. Preocupar-se mais com o que acontece fora da sacristia.
O que são suas “itinerâncias”?
Um dos grandes desafios é nos fazermos presentes nas comunidades do interior. Visitando esse povo, uma das queixas é a pouca presença dos padres no meio deles. Se aparece pouco e quando a gente vai é com muita pressa, o que é totalmente contrário ao jeito de entender a vida desses povos indígenas. O povo se empenha em acolher e muitas vezes não valorizamos esse esforço, conformamo-nos com sacramentos celebrados às carreiras, enquanto o povo procura conversa, ser escutado, partilhar a vida.
Outro dos grandes desafios é a formação. Acabei de voltar de uma visita de doze dias nas comunidades do Rio Xié, onde a gente fez um encontro de formação de catequistas. Há cinco anos não acontecia um encontro desses.
Como é sua vivência na Igreja hoje?
É triste, mas é preciso constatar que o espírito capitalista tem invadido nossa Igreja. Parece que só interessam os números, e não as pessoas. Gastamos muito em estruturas e pouco naquilo que muda a vida das pessoas. No nosso caso aqui: parece que é muito mais grave deixar o povo da catedral um domingo sem missa do que deixar as comunidades do interior abandonadas durante dois anos.
E o Brasil?
Vivemos numa sociedade onde cada vez mais se privilegiam os que integram os grupos de poder. A desigualdade é cada vez maior e estamos voltando a situações que provocam angústia nos mais pobres, que aos poucos estão tendo que se preocupar em como dar um prato de comida para seus filhos no dia seguinte. Escuto o governo falar que a crise está sendo superada e me pergunto: eles pensam que ainda tem gente que acredita em suas mentiras?
Diante desta situação me questiona a passividade do povo, que não reage diante de tamanhas injustiças que sofre cada dia. Tem-se instaurado um sentimento de “não tem outro jeito” cada vez mais preocupante.
A Igreja brasileira tem tido uma posição mais firme nos últimos tempos…
Sim, tenho me surpreendido muito positivamente com a firmeza do episcopado brasileiro diante desta situação. Os pronunciamentos têm sido firmes e deixam claro de que lado a Igreja está, sobretudo a Presidência da CNBB, o que tem incomodado, e muito, ao governo. Posso dizer que a Igreja do Brasil tem voltado aos tempos pós-conciliares, com bispos profetas, que despertam gratas recordações em muitos de nós. Mas ao mesmo tempo não podemos esquecer que no Brasil também há grupos de católicos totalmente contrários a esse espírito manifestado pelos bispos.
Uma coisa é que noto, desde que cheguei no Brasil, um renascimento, talvez com outras características, do jeito de ser Igreja que vive nas comunidades eclesiais de base. Acho que esse jeito, em que se une fé e vida, está tomando corpo de novo no Brasil, segmentos expressivos do episcopado vão reconhecendo que tantas críticas contra esse modo de viver o cristianismo eram injustas.
É esse o norte do Papa Francisco, não?
O Papa Francisco nos mostra o que significa viver desde a confiança em Deus e seu projeto, um Deus que se faz gente e caminha no meio do povo, que não tem medo de enfrentar os poderosos e ser voz dos pobres e oprimidos, com quem se identifica até no modo de viver. Isso incomoda dentro e fora da Igreja. Na Igreja estão os verdadeiros inimigos de Francisco, gente que se aproveitou e aproveita da estrutura para ter vida boa enquanto ignora o sofrimento dos pobres.
Você é padre e jornalista. E revelou-se um fotógrafo dos bons. Como é esse jeito de unir sacerdócio e jornalismo?
Como Igreja somos chamados a dar a conhecer aquilo que a gente do povo vive. Uma vez escutei uma afirmação que me marcou: aquilo que não é conhecido não existe. Como comunicador penso que minha missão é mostrar ao mundo a realidade dos povos, das pessoas com quem convivo e da natureza maravilhosa que nos cerca. Escrever e fotografar é um jeito de evangelizar, de ajudar as pessoas a refletir sobre situações muitas vezes desconhecidas.
Tiro fotos dos lugares por onde vou. Na Amazônia, acho que isso ajuda a mostrar como os povos indígenas têm preservado e cuidado da Casa Comum. É uma forma de assumir as propostas e o espírito da Laudato Si' e de promover a conversão ecológica. Na era da imagem, essas fotos ajudam as pessoas a se encontrarem com o Deus Criador e a agradecer porque existem pessoas, os povos indígenas, que pensam no cuidado como atitude vital. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Comemoração dos 300 Anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba/SP. No vídeo, imagens da Comunidade Lagoa da Pedra, Lagoa da Canoa-AL, Igreja de Santa Cruz. CÂMERA: José Nunes, filho da Cleonice Nunes. Comunidade Capim, Lagoa da Canoa-AL. 12 de outubro-2017
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Nesta quarta-feira (18), a Igreja celebra a memória litúrgica de São Lucas. Na data também é comemorado o Dia do Médico, um profissional responsável por cuidar e promover a saúde de toda a população. São Lucas é o terceiro Evangelista do Novo Testamento. Médico, tornou-se também padroeiro desses profissionais. Esse grande santo não conviveu pessoalmente com Jesus, por essa razão, a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Cristo.
Nascido em Antioquia da Síria, Lucas foi convertido pelo apóstolo São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Segundo São Paulo diz na carta aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”.
No Evangelho segundo Lucas, o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Segundo a tradição, ele era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antioquia.
Em mensagem, a Coordenação da Pastoral da Saúde Nacional fala da importância da medicina que é, sem dúvidas, uma das áreas do conhecimento que exigem maior comprometimento e responsabilidade por parte do profissional que precisa estar sempre se aperfeiçoando e se informando a respeito das novas descobertas científicas, conhecendo novos tratamentos e exames, além de estar atento às novas doenças que surgem a todo tempo.
“O bom médico, além de ter um bom embasamento teórico, deve saber relacionar-se, promovendo uma relação de confiança com seu paciente. A relação médico-paciente é fundamental para o andamento adequado do tratamento, uma vez que o paciente se sente à vontade para falar em detalhes o que lhe aflige. Assim sendo, é fundamental que o médico abra espaço para questionamentos e saiba explicar de maneira atenciosa e cuidadosa o que acomete cada pessoa”, destaca um trecho da mensagem.
Segundo a Pastoral da Saúde, muitos médicos além de sua atividade cotidiana profissional, familiar e de lazer ainda se dedicam ao serviço pastoral doando o seu tempo para o bem comum, contribuindo e atendendo aos anseios dos menos favorecidos. Conscientes do dom que Deus lhe deu.
A vida de São Lucas – como evangelista e médico – foi tema de um romance histórico muito difundido chamado: “Médico de Homens e de Almas”, de autoria da escritora Taylor Caldwell. Fonte: http://cnbb.net.br
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Juiz Antônio Diniz diz que 'Estado não pode fomentar segregações religiosas'
Rio - O juiz Antônio Augusto Gonçalves Balieiro Diniz, da 4ª Vara Cível de Barra Mansa, determinou na manhã desta terça-feira que as 65 escolas municipais da cidade se abstenham de obrigar os 19.300 alunos de rezar a oração do Pai Nosso antes de entrar nas salas, conforme havia imposto o secretário de Educação local, Vantoil de Souza Júnior. Diniz deferiu o pedido de tutela antecipada em favor do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-BM). O magistrado deu prazo de 24 horas para o cumprimento da ordem judicial, sob pena de o município ter que pagar multa diária de R$ 10 mil.
Em seu despacho, Diniz posicionou-se “pela ilegalidade da medida, diante da laicidade da República Federativa do Brasil, com consequente violação dos Princípios da Liberdade Religiosa e da Dignidade da pessoa Humana”.
Segundo a norma que vinha sendo imposta em Barra Mansa, os alunos (inclusive os do turno da noite) ficavam em fila indiana para entoar hinos cívicos (Nacional, Bandeira, Independência) e, na sequência, o Pai Nosso. As crianças que não quisessem rezar tinham que declarar por escrito e ficarem em filas separadas dos demais alunos.
“A formação de filas separadas entre crianças que seguem ou não determinada religião, dentro do mesmo ambiente escolar, para a entoação da oração do Pai Nosso, foge por completo ao conceito de razoabilidade. O Estado não pode separar crianças em filas, de acordo com as suas religiões ou a religião de seus pais”, observou o juiz.
Diniz afirmou ainda em suas considerações no despacho, que “o Estado não pode fomentar segregações religiosas, separatismos, discórdias, preconceitos, como se aqueles que rezam o Pai Nosso fizessem mais parte da Escola do que aqueles que optaram por não fazê-lo. Finalmente, o Estado não pode obrigar que crianças permaneçam em ambientes religiosos com os quais não se identificam ou compactuam. Por óbvio, tal Ordem de serviço tem cunho separatista, fomentador de discriminação e conflito, não encontrando qualquer respaldo nos Princípios da Tolerância e Liberdade Religiosa, que respaldaram a decisão da Corte Superior”.
Para o procurador da República Julio José Araujo Junior, a decisão coincide com o entendimento do Ministério Público Federal (MPF) sobre o assunto. “A medida confere um privilégio a determinadas religiões e não está respaldada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao tentar mudar o entendimento que havia sido adotado no ano passado, sem sequer discutir com a comunidade escolar, a secretaria de educação tentou impor uma visão, porém a batuta estatal deve favorecer o livre exercício de uma a pluralidade de religiões, e não obstruir suas expressões", ressaltou Júlio.
O pretexto usado pela Secretaria de Educação de Barra Mansa - que informou que vai cumprir a decisão judicial - para entoar os hinos, é desenvolver o sentido de cidadania e o respeito aos símbolos pátrios. Mas, no caso da oração, a justificativa é que o Pai-Nosso "por ser universal é aceito pela maioria das manifestações religiosas". Fonte: http://odia.ig.com.br
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(17/10/2017) “Não cair na insensatez que consiste na incapacidade de escutar a Palavra de Deus e que conduz à corrupção”. Foi o conceito expresso pelo Papa na homilia da missa matutina, presidida na Casa Santa Marta. Jesus chora com nostalgia – recorda o Papa – quando o povo amado se afasta, por insensatez, preferindo aparências, ídolos ou ideologias.
A reflexão do Papa Francisco começa pela palavra ‘insensatos’, que consta duas vezes na Liturgia do dia. Jesus a diz aos fariseus e São Paulo aos pagãos. Mas também aos Gálatas, cristãos, o apóstolo dos gentios havia dito “tolos”. Esta palavra, além de uma condenação, é uma assinalação – afirma Francisco – porque mostra o caminho da insensatez, que conduz à corrupção. “Estes três grupos de insensatos são corruptos”, observa o Papa.
Aos doutores da lei, Jesus havia dito que pareciam sepulcros decorados: tornam-se corruptos porque se preocupavam apenas em embelezar ‘o exterior’ das coisas, mas não daquilo que estava dentro, onde está a corrupção. Eram, portanto, “corruptos pela vaidade, pela aparência, pela beleza exterior, pela justiça exterior”.
Os pagãos, ao contrário, têm a corrupção da idolatria: se tornaram corruptos porque trocaram a glória de Deus pelos ídolos. Existem também idolatrias de hoje, como o consumismo - nota o Papa –, procurar um deus ‘cômodo’.
Enfim, os Gálatas, os cristãos, que se deixaram corromper pelas ideologias, ou seja, deixaram de ser cristãos para serem ‘ideólogos do cristianismo’.
Todos os três grupos, por causa desta insensatez, acabam na corrupção. Francisco explica no que consiste esta insensatez:
“A insensatez é não escutar, literalmente ‘não saber’, ‘não ouvir’: a incapacidade de escutar a Palavra. Quando a Palavra não entra, eu a deixo entrar porque não a escuto. O tolo não escuta. Ele crê que ouve, mas não ouve, não escuta. Fica na dele, sempre. E por isso, a Palavra de Deus não pode entrar no coração e não há lugar para o amor. E quando entra, entra destilada, transformada pela mia concepção da realidade. Os tolos não sabem ouvir. E esta surdez os leva à corrupção. Quando não entra a Palavra de Deus, não há lugar para o amor e enfim, não há espaço para a liberdade”.
E eles se tornam escravos porque trocam “a verdade de Deus com a mentira” e adoram as criaturas em vez do Criador.
“Não são livres, e não escutam, essa surdez não deixa espaço para o amor nem para a liberdade: isso sempre nos leva à escravidão. Eu ouço a Palavra de Deus? Mas a deixo entrar? Esta Palavra, da qual ouvimos cantando o Aleluia, a Palavra de Deus é viva, eficaz, revela os sentimentos e os pensamentos do coração. Corta, vai para dentro. Esta Palavra, eu a deixo entrar ou sou surdo a essa palavra? E a transformo em aparência, a transformo em idolatria, hábitos idólatras ou a transformo em ideologia? E não entra ... Esta é a insensatez dos cristãos”.
O Papa exorta, em conclusão, a olhar para os “ícones dos tolos de hoje”: “há cristãos tolos e também pastores tolos”. “Santo Agostinho - afirma -, “ataca-lhes duro, com força”, porque “a tolice dos pastores faz mal ao rebanho”. A referência é à “tolice do pastor corrupto”, à “insensatez do pastor satisfeito de si mesmo, pagão”, e à “insensatez do ideólogo”.
“Olhemos o ícone dos cristãos tolos” - insiste o Papa – “e ao lado desta insensatez, olhamos para o Senhor que está sempre à porta”, ele bate e espera. Seu convite final é, portanto, de pensar na nostalgia do Senhor por nós: “do primeiro amor que ele teve connosco”:
“E se caímos nesta insensatez, nos afastamos d’Ele e Ele sente essa nostalgia. Nostalgia de nós. E Jesus com essa nostalgia chorou, chorou sobre Jerusalém: era precisamente a nostalgia de um povo que tinha escolhido, tinha amado, mas que tinha se afastado por insensatez, que tinha preferido as aparências, os ídolos ou as ideologias”. (BS/CM-SP)
Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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Estavam presentes o berimbau, o atabaque, a ginga e os saltos mortais. Quase tudo fazia lembrar um jogo de capoeira típico, mas, em vez dos cânticos que enaltecem os orixás ou trazem referências à cultura negra, os versos faziam louvor a Jesus Cristo e a roda era alternada com momentos de pregação e oração. A reportagem é de Mariana Schreiber e publicada por BBC Brasil, 14-10-2017.
"Não deixa seu barco virar, não deixa a maré te levar, acredite no Senhor, só ele é quem pode salvar", cantavam as cerca de 200 pessoas, reunidas na quadra de uma escola para o "1º Encontro Cristão de Capoeira do Gama" (cidade satélite de Brasília), numa tarde de sábado.
Era mais um evento de capoeira evangélica, também chamada de capoeira gospel, vertente que ganha cada vez mais adeptos no Brasil, principalmente por meio da palavra e do gingado de antigos mestres que se converteram à religião.
Se antes a prática enfrentava resistência dentro de igrejas, agora, nessa nova roupagem, é cada vez mais considerada uma eficiente ferramenta de evangelização.
"Hoje é difícil você ir numa roda que não tenha um (capoeirista evangélico), e vários capoeiristas viraram pastores. É um instrumento lindo de evangelização porque é alegre, descontraído, traz saúde, benefícios sociais", afirma Elto de Brito, seguidor da Igreja Cristã Evangélica do Brasil e um dos palestrantes do evento.
Praticante de capoeira há 40 anos e convertido há 25, Suíno é líder do movimento "Capoeiristas de Cristo", que estima reunir cerca de 5 mil pessoas no país. Ele realiza encontros nacionais em Goiânia há 13 anos - a edição de 2018 será pela primeira vez em Brasília.
O mestre calcula ainda que já existem cerca de 30 "ministérios" de capoeira, ou seja, grupos diretamente ligados a igrejas.
"Há um cuidado para não chocar com as visões da igreja. Cuidado com a roupa, com o linguajar, com as músicas, mas que "não necessariamente tem que ser só música que fala de evangelho, de Deus", explica.
Críticas
O crescimento da prática, porém, tem gerado incômodo entre capoeiristas tradicionalistas e o movimento negro, que veem na novidade uma forma de apropriação cultural e apagamento da raiz afrobrasiliera da capoeira, prática que surgiu como forma de resistência entre escravos, a partir do século 18.
Eles também reclamam que em algumas dessas rodas haveria discursos de "demonização" contra a capoeira tradicional e as religiões do candomblé e da umbanda.
O Colegiado Setorial de Cultura Afrobrasileira, que faz parte do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, chegou a divulgar em maio a "Carta de repúdio à 'capoeira gospel' e à expropriação das expressões culturais afrobrasileiras".
O documento, uma reação ao 3º Encontro Nacional de Capoeira Gospel convocado para junho deste ano, em João Pessoa (PB), reconhece que seguidores de qualquer credo podem praticar capoeira, mas cobra "respeito" a sua tradição.
"Temos lutado contra o racismo em suas diversas e perversas manifestações. A demonização perpetrada por pastores, mestres ou professores de 'capoeira gospel', ensinando o ódio e a intolerância contra as raízes da capoeira e contra seus praticantes não evangélicos, é um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana", diz a carta.
Patrimônio
A capoeira, que no passado chegou a ser proibida, recebeu em 2014 o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, órgão da ONU para educação. O Iphan, órgão responsável por sua "salvaguarda" no Brasil, reconhece em documento sua "ligação com práticas ancestrais africanas".
A antropóloga Maria Paula Adinolfi, técnica do Iphan, diz que "não é possível impedir a capoeira gospel", mas explica que o órgão está focado em "fortalecer ações que vinculam a capoeira à matriz africana" como "uma política de reparação do processo de apagamento da memória afrobrasileira e de genocídio do povo negro".
Organizador do evento na Paraíba, Ricardo Cerqueira, o contramestre Baiano,recebeu, além da carta de repúdio, algumas ligações com críticas e até mesmo ameaças de processo. Seguidor da Igreja Batista, ele diz reverenciar os grandes mestres da capoeira, como os baianos Bimba, Pastinha e Waldemar, já falecidos, mas argumenta que a "capoeira não pertence à cultura africana".
"O país é laico. Acho que cada um tem liberdade para fazer a sua capoeira da forma que quiser", defendeu.
"Colocamos o nome gospel sem intenção de descaracterizar a capoeira, até porque nós usamos todos os instrumentos e cantamos também música secular", disse ainda.
Diferenças
Além das músicas e orações, mais alguns detalhes diferenciam a capoeira evangélica da "capoeira do mundo", explicou à reportagem Gilson Araújo de Souza, pastor evangélico e mestre capoeirista em Manaus.
Em geral, rodas evangélicas não chamam a troca de corda de "batismo" porque o termo deve ser usado apenas no seu sentido religioso, de se converter e receber o Espírito Santo. Além disso, alguns capoeiristas também evitam o uso de apelidos, que, segundo Souza, tem origem na época que a capoeira era perseguida.
"No mundo cristão, Deus nos chama pelo nome. Antes, eu era conhecido como mestre Gil Malhado, hoje sou chamado de mestre pastor Gilson. Não preciso me camuflar", explica ele, que faz parte da Igreja de Cristo Ministério Apostólico.
"Anos atrás, eu enfrentei muita dificuldade para levar a capoeira para a igreja. O pastor batia a porta na minha cara, dizia que era coisa da macumba, que não podia. Hoje eu sou pastor e as portas se abriram", conta também.
Segundo o mestre Suíno, a adoção do termo "gospel" fez parte desse processo de quebrar resistências. Era uma forma, observa, de convencer os pastores que a capoeira podia ser praticada dentro dos valores cristãos.
Hoje ele próprio repudia esse "rótulo" por causa da polêmica que tem gerado. Suíno afirma que, apesar de haver algumas práticas próprias da capoeira cristã, sua "essência" de capoeira é a mesma.
"Não existe capoeira gospel! Não queremos bagunçar a capoeira. Nós respeitamos os mestres, respeitamos os fundamentos da capoeira, respeitamos as tradições, e vamos defender porque quem não defende a capoeira não tem direito de ser capoeirista", discursou, empolgado, durante o evento no Gama, cujo lema era "minha cultura não atrapalha a minha fé".
Constante mutação
Diante da polêmica, o historiador da capoeira Matthias Röhrig Assunção ressalta que a prática já passou por muitas transformações desde seu surgimento.
Hoje, há três vertentes principais: a angola (mais lenta e gingada, tida como a mais próxima da "original"), a regional (mais acelerada, que incorpora movimentos de lutas marciais) e a contemporânea - uma mistura das duas primeiras que surgiu no Sudeste a partir dos anos 70 e foi o estilo que conquistou o mundo.
"Acho que capoeira tradicional não existe mais, todos (os estilos) são modernizados", resume Assunção, que é professor do departamento de história da Universidade de Essex, na Inglaterra.
Embora não simpatize com a ideia de uma capoeira evangélica, o professor afirma que não se trata do primeiro processo de "apropriação" da prática.
"A capoeira gospel me parece ser mais uma estratégia desses grupos religiosos de ocuparem espaços e de ganhar adeptos, mas não vejo como parar isso, não tem como proibir", observou.
"Historicamente, houve muitas apropriações da capoeira. Há uma apropriação nacionalista forte, rodas no exterior com as bandeiras do Brasil, o verde e o amarelo, por exemplo, em que a origem da capoeira, a história de resistência e a ligação com os africanos escravizados muitas vezes não têm destaque algum", pondera. http://www.ihu.unisinos.br
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O Papa Francisco anunciou na manhã deste domingo, 15, a convocação de um Sínodo de Bispos para a Amazônia, durante a missa de canonização de 30 mártires brasileiros, na Praça de São Pedro. O Sínodo vai se reunir em Roma, em outubro de 2019.
"Que os santos hoje canonizados intercedam pelo êxito do Sínodo", disse Francisco, referindo-se especialmente aos mártires brasileiros.
Foram declarados santos também 3 jovens mexicanos martirizados no século 16, um padre espanhol e um frade italiano.
O Sínodo discutirá os desafios da região amazônica, especialmente a questão dos indígenas e a preservação das florestas. O anúncio surpreendeu até o cardeal d. Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e atual presidente da Comissão da Amazônia, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Francisco afirmou que está convocando o Sínodo em atendimento a pedido de conferências episcopais de vários países. O Sínodo de Bispos é uma reunião que debate questões desafiadoras para a Igreja e apresenta sugestões ao papa. Além de eclesiásticos, leigos e especialistas podem ser convidados a participar dos debates. Fonte: www.metrojornal.com.br
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Imagens dos três suspeitos com vestes da igreja estão circulando pelas redes sociais.
Por meio de nota, a Diocese de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, informou que jovens estão usando roupas vestes eclesiásticas e litúrgicas em Gravatá e Camocim de São Félix, com o intuito de celebrar missas e realizar atividades sem autorização da Igreja. Imagens dos três suspeitos com vestes da igreja estão circulando pelas redes sociais.
O texto informa que o trio deixou a igreja e a Igreja pede que os fieis não participem de celebrações feitas pelo grupo. Ainda na nota enviada, a Diocese informa que os jovens podem voltar a fazer parte da igreja.
"...Se os mesmos manifestarem o desejo de voltar à Igreja Católica, onde foram batizados, renovando com declaração pública o propósito de aderir à disciplina da Igreja Católica, poderão ser readmitidos à comunhão eclesial, após um período de renovação espiritual", diz o texto. Fonte: https://g1.globo.com
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No próximo domingo, 15 de outubro, é celebrado o Dia dos Professores. A data é marcada por homenagens ao redor do país, mas um dia no ano está longe de ser suficiente para celebrar o trabalho docente e discutir as situações enfrentadas por eles no dia a dia. Por isso, o portal da CNBB convidou o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner para bater um papo conosco sobre esse dia.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:
Como o senhor vê a celebração do “Dia dos professores” neste momento pelo qual o Brasil atravessa uma crise histórica?
As pessoas que assumem o magistério são vitais para a sociedade. Os professores e as professoras têm a missão de formar e dar um suporte intelectual e profissional às crianças e jovens. Eles tem uma responsabilidade com o futuro do país, especialmente no que se refere à transmissão dos valores bailares como a solidariedade, a justiça, a democracia, a inserção social, o respeito pela sexualidade, a tolerância, a transcendência, a fraternidade, a justiça social, o perdão. Mas eles também são responsáveis por projetos de uma educação de qualidade capazes de propor transformações importantes para o Brasil. Sem professores devidamente formados, justamente remunerados e fortemente assistidos em seu ofício não poderemos continuar sonhando as mudanças que podem tirar o Brasil da crise ética e moral que atravessa. Nesse sentido, a data que faz homenagem a eles deveria demonstrar um renovado compromisso efetivo com todos os professores e professoras. Compromisso de um aperfeiçoamento profissional sempre renovado e um salário justo. Compromisso por parte dos alunos, dos pais e responsáveis, pela sociedade, pelo poder público e, claro, por toda a comunidade onde eles vivem e atuam.
Como a Igreja reconhece e valoriza o trabalho dos professores?
Uma das mais bonitas e antigas expressões da nossa caminhada de fé na história é aquela que afirma ser a própria Igreja uma Mestra. Isso significa que está na natureza da Igreja a vocação ao trabalho do ensino, do acompanhamento fraterno e da formação de cada um dos seus membros. Inspirados nessa realidade, podemos dizer que na Igreja só há espaço para uma constante valorização de tantas irmãs e irmãos que abraçam a missão do magistério. Há de ter diálogo constante na busca de programas que apoiem os professores e criar, sempre mais, condições para que eles possam exercer a missão que Deus lhes confiou com competência e amor. O mesmo podemos dizer de todas as pessoas que estão a serviço da educação e da formação em nossas escolas.
Os professores reclamam da violência que sofrem em várias partes do país. O que o senhor acha que se pode fazer diante dessa realidade?
O serviço dos professores é essencial para a sociedade. Eles ajudam no crescimento intelectual, psíquico e social. Por isso, é inaceitável que a integridade física e moral de nossos professores seja atingida por quem quer que seja. Os alunos devem a eles um profundo respeito. Nisso devem ser acompanhados pelas famílias dos estudantes. Os responsáveis pela gestão das escolas, tanto públicas como particulares, devem se empenhar e aperfeiçoar todos os mecanismos de proteção aos professores para que exerçam com toda liberdade, bondade e carinho o papel que se espera deles na formação das nossas crianças e jovens. O Estado brasileiro tem grave responsabilidade na tomada de providências para combater a violência contra os professores nas escolas, especialmente na busca da superação da violência. Não se supera a violência sem apreender valor. Não se pode admitir atentado, por menor que seja, no interior das escolas.
A experiência da fé pode ajudar tanto na formação dos professores como no exercício do seu trabalho nas escolas e fora delas?
O Papa Francisco tem nos ajudado tanto na compreensão e experiência da fé em todos os campos da vida. Em 2015, quando visitou a Universidade Católica, em Quito, no Equador, ele apresenta uma reflexão que indica uma verdadeira missão dos professores e professoras: “Convosco, educadores, eu me interrogo: Velais pelos vossos alunos, ajudando-os a desenvolver um espírito crítico, um espírito livre, capaz de cuidar do mundo atual? Um espírito que seja capaz de procurar novas respostas para os múltiplos desafios que a sociedade nos coloca? Sois capazes de os estimular para não se desinteressarem da realidade que os rodeia? Como entra, nos currículos universitários ou nas diferentes áreas do trabalho educativo, a vida que nos rodeia com as suas perguntas, interpelações, controvérsias? Como geramos e acompanhamos o debate construtivo que nasce do diálogo em prol de um mundo mais humano?”. A experiência da fé nos ajuda e, particularmente os professores, a colocarem-se sempre na busca de um mundo melhor, mais humano, justo e fraterno.
Fonte: http://cnbb.net.br
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