Nas felicitações natalinas, Francisco fez um longo discurso sobre o trabalho dos membros da Cúria Romana. Ele comparou os complôs a um câncer e enalteceu a missão da diplomacia vaticana.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

A quinta-feira do Papa Francisco foi dedicada às felicitações de Natal, seja para seus colaboradores da Cúria, seja para os familiares dos funcionários da Cidade do Estado Vaticano.

Diferentemente dos anos anteriores, aos membros da Cúria o Papa propôs uma reflexão “ad extra”, isto é, não sobre questões internas, mas sobre as relações da Cúria com as nações, as Igrejas particulares, as Igrejas orientais e com representantes de outras religiões.

Num longo e articulado discurso, Francisco explicou que suas reflexões se baseiam nos princípios basilares e canônicos da Cúria, mas também sobre a sua visão pessoal no contexto da atual reforma em andamento.

Falando da reforma, brincou o Papa, “me vem à mente a simpática e significativa expressão de Dom Frédéric-François-Xavier De Mérode: ‘Fazer reformas em Roma é como limpar a Esfinge do Egito com uma escova de dentes’. Isso evidencia quanta paciência, dedicação e delicadeza são necessárias para alcançar este objetivo”.

A universalidade do serviço da Cúria, explicou o Pontífice, provém e brota da catolicidade do Ministério petrino. Por isso, uma Cúria fechada em si mesma trairia a finalidade da sua existência e cairia na autorreferencialidade, condenando-se à autodestruição.

Por sua própria natureza, a Cúria é projetada ad extra , enquanto e porque ligada ao Ministério petrino, ao serviço da Palavra e do anúncio da Boa Nova.  Sobre esta finalidade de serviço, a reflexão do Santo Padre foi inspirada na expressão de um “primado diaconal”, que antes de mais nada é a expressão da firme vontade de imitar Cristo, o qual assumiu a forma de servo. “ Isso é muito importante para superar aquela desequilibrada e degenerada lógica dos complôs e dos pequenos círculos que, na realidade, representam um câncer que leva à autorreferencialidade, que se infiltra também nos organismos eclesiásticos e, em especial, nas pessoas que ali atuam. Quando isso acontece, porém, se perde a alegria do Evangelho, a alegria de comunicar Cristo e de estar em comunhão com Ele; se perde a generosidade da nossa consagração. ”

Francisco apontou ainda para outro perigo, isto é, o dos traidores de confiança ou dos aproveitadores da maternidade da Igreja.

“Ou seja, as pessoas que são selecionadas cuidadosamente para dar maior vigor ao corpo e à reforma, mas se deixam corromper pela ambição ou pela vanglória e, quando são delicadamente afastadas, se autodeclaram erroneamente mártires do sistema, do ‘Papa não informado’, da ‘velha guarda’…, ao invés de fazerem o ‘mea culpa’”. Ao lado dessas pessoas, existem outras que ainda atuam na Cúria às quais se dá todo o tempo para retomarem a justa via, na esperança de que encontrem na paciência da Igreja uma oportunidade para se converterem e não para se aproveitarem.”

Esta crítica de Francisco, todavia, foi acompanhada pelo agradecimento à maioria dos funcionários que, ao invés, trabalham com “empenho, fidelidade, competência, dedicação e muita santidade”.

A Cúria e as Nações

Entre os inúmeros campos de atuação da Cúria, o Papa falou em especial da relação com os países. A diplomacia vaticana, afirmou, é a busca sincera e constante por tornar a Santa Sé um construtor de pontes, de paz e de diálogo entre as nações. “O único interesse da diplomacia vaticana é ser livre de qualquer interesse mundano ou material.”

Francisco falou da importância para a Santa Sé de reiterar sempre a preservação da nossa casa comum de todo egoísmo destrutivo; para afirmar que as guerras trazem somente morte e destruição; para aprender do passado os ensinamentos que nos ajudam a viver melhor o presente, a construir solidamente o futuro e a preservá-lo para as novas gerações.

A Cúria e as Igrejas particulares

Sobre a relação de “primária importância” entre a Cúria e as Dioceses de todo o mundo, o Papa citou as visitas ad limina Apostolorum dos bispos, como um momento de grande oportunidade de encontro, de diálogo e de recíproco enriquecimento. Mencionou ainda o tema do Sínodo dos Bispos do próximo ano, dedicado aos jovens.

A Cúria e as Igrejas Orientais

Já a unidade e a comunhão que dominam a relação da Igreja de Roma e as Igrejas Orientais representam um concreto exemplo de riqueza na diversidade para toda a Igreja.

Na realidade, “a Igreja de Roma não seria realmente católica sem as inestimáveis riquezas das Igrejas Orientais e sem o testemunho heroico de tantos nossos irmãos e irmãs orientais que purificam a Igreja aceitando o martírio e o oferecendo a sua vida para não negar Cristo”.

A Cúria e as outras religiões

A relação da Cúria Romana com as outras religiões se baseia no ensinamento do Concílio Vaticano II e sobre a necessidade de diálogo, reiterou o Papa.

Francisco recordou que o diálogo é contruído sobre três orientações fundamentais: o dever de identidade, a coragem da alteridade e a sinceridade das intenções.

O Pontífice concluiu seu discurso evidenciando que "o Natal nos recorda que uma fé que não nos coloca em crise, é uma fé em crise; uma fé que não nos interroga é uma fé sobre a qual devemos nos interrogar; uma fé que não nos anima, é uma fé que deve ser animada; uma fé que não nos sacode, é uma fé que deve sacudida. Na realidade, uma fé somente intelectual ou morna é somente uma proposta de fé, que pode se realizar quando envolve o coração, a alma, o espírito e todo o nosso ser".

Que este Natal nos abra os olhos para abandonar o supérfluo, o falso, o malicioso, para ver o essencial, o verdadeiro, o bom e o autêntico.

“Com essas reflexões renovo minhas fervorosas felicitações natalinas!”, concluiu o Papa.

Fonte: http://www.vaticannews.va

O Catecismo da Igreja Católica ensina que a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja, que “O domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, deve guardar-se em toda a Igreja como o primordial dia festivo de preceito”. No próximo dia 24 de dezembro, um domingo, acontecerá algo que tem deixado vários fiéis em dúvida em relação à participação nas celebrações que acontecem no mesmo dia: a do 4º domingo do Advento e a da Vigília do Natal ou a do Natal do Senhor, no caso da celebração da I Véspera da Solenidade do dia seguinte, 25 de dezembro.

O dia do Natal de Jesus está entre aqueles que devem ser guardados e cuja participação dos fiéis é obrigatória, no dia festivo ou na tarde antecedente. Por isso, o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol, explica “de maneira essencial” o que os fiéis podem fazer:

  “Cada um, cada uma, faça o possível para participar no sábado à noite ou no domingo pela manhã da missa do 4º domingo do Advento, para participar também da missa da noite do Natal e/ou do dia de Natal, que tem as duas celebrações características litúrgicas e espirituais próprias. Esse é o ideal que todo cristão católico é convidado a viver”.

Dom Armando, porém, compreende “e vive” a situação da maioria das comunidades do Brasil. Responsável por uma diocese no interior da Bahia, dom Armando reconhece as dificuldades presentes onde há somente uma missa e de costume à noite. “A missa da noite do dia 24 abre para a celebração do Natal do Senhor, com a missa da noite de Natal. Nesse caso, aconselho os irmãos e as irmãs para que, se puderem, vivam com fé, em profunda oração o 4º domingo do Advento, esperando com Maria, e como Maria – ela é a protagonista do quarto domingo do Advento – esperando a chegada do Senhor”.

O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB convida para a vivência no espírito litúrgico do Advento, que abre para a acolhida do Natal do Senhor, e recorda o ensinamento do papa São João Paulo II, para quem a participação semanal na Eucaristia “‘deve ser uma exigência, mais do que uma obrigação’. Trata-se de uma espiritualidade litúrgica que deve informar e formar a vida toda do cristão”.

“Se é verdade que as duas celebrações – 4º domingo e Vigília de Natal – tem características próprias, leituras e uma liturgia própria, nos pedem de participar de ambas. Mas quem não puder, por motivo de alguma concreta dificuldade, eu insisto: viva com fé e alegria o dia de domingo com intensidade espiritual e em atitude de orante espera”.

Dom Armando finaliza lembrando a antífona da entrada da missa da Noite de Natal, que diz “alegremo-nos todos no Senhor, hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz” e deseja: “Que possamos nos dispor com intensa espiritualidade para acolher o Salvador do Mundo e a sua verdadeira paz”. Fonte: http://cnbb.net.br

Espetáculo começa às 18h e é gratuito. Apresentação inclui 17 atores-cantores formados pela Oficina de Teatro Musical Cesgranrio.

Fundação Cesgranrio, em parceria com a Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, apresenta, nesta terça-feira (19), o Auto de Natal. O espetáculo é gratuito e será encenado nos Arcos da Lapa, Centro do Rio, às 18h.

A apresentação inclui 17 atores-cantores formados pela Oficina de Teatro Musical Cesgranrio, sob a direção de Márcio Fonseca. Com roteiro escrito por Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Cesgranrio, o Auto contará a história do nascimento de Jesus Cristo tendo o Espírito Santo como personagem que vai conduzir todos os momentos, desde o nascimento de João Batista, passando pela anunciação do Anjo Gabriel a Maria, até chegar, finalmente, ao nascimento do Salvador.

Para Carlos Alberto Serpa, a iniciativa tem o objetivo de oferecer aos cariocas um momento de devoção e aproximação da fé cristã, além de reforçar o sentido principal do Natal. Fonte: https://g1.globo.com

O coração não deve ser um berço vazio, infecundo, como uma peça de museu, mas deve estar aberto para dar a vida aos outros: esta é a mensagem do Papa Francisco na celebração da missa na capela da Casa Santa Marta

Esterilidade e fecundidade: essas foram as duas palavras da homilia desta manhã (18/12/2017) do Papa Francisco na celebração eucarística na Casa Santa Marta.

As leituras do dia apresentam o nascimento de Sansão e de João Batista anunciada pelo anjo a duas mulheres estéreis. Naquele tempo, a esterilidade era uma vergonha, enquanto o nascimento de um filho era considerado uma graça e um dom de Deus. Na Bíblia, afirma o Papa, existem muitas mulheres estéreis, que desejam ardentemente um filho, ou mães que choram a perda do filho porque ficaram sem descendência: Sara, Noemi, Ana e aqui Isabel. A fecundidade na Bíblia é uma bênção. “Povoem a terra, sejam fecundos” foi o primeiro mandamento que Deus deu aos nossos pais, recordou Francisco. “Onde há Deus, há fecundidade”:

“Vem-me à mente (...) alguns países que escolheram o caminho da esterilidade e sofrem esta doença tão feia que é o inverno demográfico. Nós os conhecemos. Não fazem filhos. Não, que o bem-estar, que isso, que aquilo... países vazios de crianças e isso não é uma bênção. Mas isso é uma coisa passageira. A fecundidade é sempre uma bênção de Deus.”

A fecundidade material e espiritual, reforçou o Papa. Dar vida. Uma pessoa pode inclusive não se casar, como os sacerdotes e os consagrados, mas deve viver dando a vida aos outros. Ai de nós se não formos fecundos com as boas obras, destacou.

A fecundidade é um sinal de Deus. Francisco então recorda que os profetas escolhem símbolos como o deserto. O que há de mais estéril do que um deserto e, mesmo assim, dizem que “o deserto florescerá, a aridez se encherá de água”. É justamente a promessa de Deus. Deus é fecundo....

“É verdade, o diabo quer a esterilidade. Quer que cada um de nós não viva para dar vida seja física, seja espiritual aos outros. Viva para si mesmo: o egoísmo, a soberba, a vaidade. Engordar a alma sem viver para os outros. O diabo é quem faz crescer a cizânia do egoísmo e não nos faz fecundos.”

É uma graça ter filhos que nos fecham os olhos à nossa morte, afirma Francisco, e cita o exemplo de um idoso missionário da Patagônia que, aos 90 anos, dizia que a sua vida tinha passado como um sopro, mas que tinha muitos filhos espirituais ao seu lado na sua última doença.

“Aqui tem um berço vazio, podemos observar. Pode ser símbolo de esperança porque virá uma criança, pode ser um objeto de museu, vazio toda a vida. O nosso coração é um berço. Como está o meu coração? Está vazio, sempre vazio, mas está aberto para receber continuamente vida e dar vida? Para receber e ser fecundo? Ou será um coração mantido como um objeto de museu que jamais estará aberto à vida e a dar a vida?”

Eu lhes sugiro, conclui o Papa, que olhem para este berço vazio e digam: “Vem, Senhor, preencha este berço, encha o meu coração e leve-me a dar vida, a ser fecundo”. Fonte: http://www.vaticannews.va

MISSAS COM FREI PETRÔNIO EM ALAGOAS: Dezembro. Dias; 24, às 19h, 25, às 19h e 31, às 16h. Janeiro. Dia 1°, às 19h. Local: Igreja de Nossa Senhora Aparecida, Comunidade Capim, Lagoa da Canoa-AL. Diocese de Penedo.

(18/12017) Francisco começou a semana celebrando a missa na Capela da Casa Santa Marta. O Papa inspirou sua homilia no trecho do Evangelho de Mateus para ressaltar que José assumiu para si a responsabilidade da paternidade de Jesus.

Nos problemas, nas angústias, nas obscuridades, aprendamos com São José, que sabe "como caminhar na escuridão", que sabe "como se ouve a voz de Deus", "como se vai avante em silêncio.

Palavras do Papa Francisco na missa desta manhã na Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia, extraído do Evangelho de Mateus, em que se explica que Jesus nascerá de Maria, esposa de José, filho de Davi.

José acreditou e obedeceu

 O Pontífice falou da emoção de José quando começaram a ser visíveis os sinais da gravidez de Maria: fala das dúvidas daquele homem, da sua dor, do seu sofrimento, enquanto todos a sua volta começavam a murmurar, “os fofoqueiros da cidade”.

Ele “não sabia”, mas sabia que Maria era “uma mulher de Deus”: decidiu assim “deixá-la em silêncio”, não acusando-a “publicamente”, até que que o Senhor interviesse, com um anjo no sonho, que lhe explicou que a criança “nela gerada” vinha do Espírito Santo. E assim “acreditou e obedeceu”.

José lutava dentro; naquela luta, a voz de Deus: “Mas levante-te – aquele levante-te’, muitas vezes, no início de uma missão, na Bíblia: ‘Levanta-te!’ – pegue Maria, leve para a sua casa. Assuma a situação: pegue pela mão e vai em frente”. José não foi ter com os amigos para se confortar, não foi ao psiquiatra para que interpretasse o sonho... não: acreditou, foi avante, assumiu a situação. Mas o que José tinha que assumir? Qual era a situação? De duas coisas. Da paternidade e do mistério.

Assumiu a paternidade

José, acrescentou o Papa, teve então que assumir a paternidade. E isso já se intuía na “genealogia de Jesus”, em que se explica como “se pensava que fosse o filho de José”:

Ele assumiu uma paternidade que não era sua: era [vinha] do Pai. E levou avante a paternidade com aquilo que significa: não só apoiar Maria e a criança, mas também fazê-lo crescer, ensinar-lhe a profissão, acompanha-lo à maturidade de homem. “Assuma a paternidade que não è tua, è de Deus”. E isso sem dizer uma palavra. No Evangelho, não tem uma só palavra dita sobre José. O homem do silêncio, da obediência silenciosa.

Assumiu o mistério de reconduzir o povo a Deus

É também o homem que “assumiu” o mistério: como explicado na primeira Leitura, é o mistério de “reconduzir o povo a Deus”, o mistério “da re-Criação” que, como diz a Liturgia, é “mais maravilhosa do que a Criação”.

José assume este mistério e ajuda: com o seu silêncio, com o seu trabalho até o momento que Deus o chama para si. Deste homem que assumiu a paternidade e do mistério, se diz que [é] sombra do Pai: a sombra de Deus Pai. E se Jesus homem aprendeu a dizer “papai”, “pai”, ao seu Pai que conhecia como Deus, aprendeu isso da vida, do testemunho de José: o homem que custodia, o homem que faz crescer, o homem que leva avante toda paternidade e todo mistério, mas não pega nada para si.

Este, concluiu Francisco, é o “grande José”, do qual Deus precisava para levar avante “o mistério de re-conduzir o povo rumo à nova Criação”. Fonte: http://www.vaticannews.va

"Dominada pelos tiranos e prepotentes, as relações socioeconômicas e político-culturais destilam opressão, miséria e sofrimento. O povo caminha com os olhos baixos e os ombros vergados sob o peso de um fardo maior que suas forças. Uma vez mais, Deus vem abrir os horizontes do percurso histórico. Vem apontar distintas veredas, outras possibilidades, alternativas inovadoras", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista, assessor das Pastorais Sociais.

Eis o artigo. 

Advento é o tempo litúrgico em que somos convidados a escutar as vozes dos protagonistas que nos acompanham no percurso de preparação ao Natal. Entre tais vozes, provindas dos relatos evangélicos da infância de Jesus, deparamos com anjos e pastores, profetas e profetizas, soberanos e gente comum. Aqui centramos a atenção em quatro desses protagonistas: Isaías, João Batista, Maria e José.

Voz de Isaías. O grande profeta do Antigo Testamento. São dele muitos poemas sobre a vinda do Messias, quando todas as pessoas e todas as nações formarão um só povo. Em particular, os que percorreram os caminhos do êxodo e do deserto, do exílio e da diáspora, terão acesso ao pão, à paz e à pátria. Porque “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso” (Is 9,1). Dele Jesus extrairá a expressão que, segundo alguns estudiosos, representa o programa de sua atividade evangelizadora: “O Espírito do Senhor está sobre mim, orque Ele me ungiu. Enviou-me para dar a boa notícia aos pobres, para curar os corações feridos, para proclamar a libertação aos escravos e por em liberdade os prisioneiros; para proclamar o ano de graça do Senhor (Is 61,1-2; citado em Lc 4,18-19). A Boa Nova do Reino de Deushaverá de ser central em toda a mensagem do profeta itinerante de Nazaré – uma viga mestre de todo o efifício.

Voz de João Batista. A cavalo entre o Antigo e o Novo testamentos, simboliza a passagem da antiga para a nova aliança. Vem como precursor de Jesus. “Preparai os caminhos do Senhor”, diz sua voz rude, sisuda e solitária, que clama no deserto. O batismo e a conversão, segundo ele, são a melhor forma de preparar-se para a novidade. Preparar o Natal e preparar-se para o Natal! Diferentemente do discurso das bem-aventuranças ou da linguagem do perdão e da misericórdia do Mestre, entretanto, João não exita em esgrimir a palavra como uma verdadeira arma, para falar do julgamento que se avizinha: “o machado já está posto na raiz das árvores. E toda a árvore que não der bom fruto, será cortada e jogada ao fogo” (Lc 3,9). Mas reconhece que “no meio de vós existe alguém que vós não conheceis e que vem depois de mim. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias” (Jo 1,26-27). Ele mesmo apontará o Messias a seus próprios discípulos, alguns dos quais o deixarão para seguir Jesus.

Voz de Maria. Perturbada pela inesperada visita do anjo Gabriel e por suas palavras iniciais, igualmente inesperadas – “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” – Maria pede explicação sobre a notícia de que deverá ser mãe. Depois do diálogo entre ela e o visitante, sua resposta não deixa dúvidas: “Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38). O Senhor Deus, aquele que havia libertado os escravos das garras do Faraó, no Egito, irrompe novamente na história humana.

Dominada pelos tiranos e prepotentes, as relações socioeconômicas e político-culturais destilam opressão, miséria e sofrimento. O povo caminha com os olhos baixos e os ombros vergados sob o peso de um fardo maior que suas forças. Uma vez mais, Deus vem abrir os horizontes do percurso histórico. Vem apontar distintas veredas, outras possibilidades, alternativas inovadoras. A jovem de Nazaré, imediata e inteiramente, dispõe-se a contribuir com o projeto de Deus. “De agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada”, canta Maria, sem orgulho e sem falsa humildade (Lc 1,48b).

Voz de José. Nos relatos evangélicos, é uma das personagens que jamais faz ouvir sua voz. Como Maria, também ele aprendeu a silenciar e a prestar atenção à voz dos anjos, voz que sussurra em meio ao mistério das coisas, das pessoas, da história, do universo e de Deus. Talvez, como diria Santo Agostinho, seja a voz que “dentro de mim sabe mais sobre mim que eu mesmo”. Por isso, José é chamado “homem justo, e não queria denunciar Maria” (Mt 1,19). Representa a voz de quem não fala, do silêncio pleno de sabedoria. Porém, será sempre o homem certo, no lugar certo e na hora certa. Voz de quem se dispõe a agir, voz de quem coloca em prática o projeto de Deus. Descoberto o segredo do mistério, põe-se logo em movimento e, qual guardião desse grande tesouro, passa a defender a família das adversidades. Verdadeira personificação do serviço ao próximo e a Deus. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O 'Retiro do Advento: Vem, Senhor Jesus!' é uma proposta de Exercícios Espirituais para rezar diariamente ao longo das quatro semanas do Tempo do Advento. O material é preparado pelo padre Luís Renato Carvalho de Oliveira, e disponibilizado no sítio jesuitasbrasil. A ilustração é de Cerezo Barredo.

Eis o roteiro para a Terceira Semana do Advento.

 

17.12 – Terceiro Domingo do Advento

Texto: Jo 1, 6-8.19-28: João Batista veio dar testemunho.

Os dois blocos da narrativa do Evangelho de hoje giram em torno do tema do “testemunho”, esta é a grande característica de João Batista narrada pelo evangelista João: o testemunho é fundamental. É o modo de fazer que Cristo apareça, torne-se visível no mundo. Esse testemunho é de um homem historicamente situado e vem anunciar Jesus a todos.

O comportamento de Jesus não responde em tudo ao ideal messiânico de João, centralizado na dimensão penitencial da conversão. Por isso, ao ouvir falar das obras realizadas por Jesus, envia a partir do cárcere os seus discípulos para perguntarem diretamente a Jesus, se é ou não o Messias.

Em sua resposta, Jesus faz referência aos sinais que realizou. Esses sinais, contemplados à luz dos oráculos proféticos, revelam melhor do que qualquer outro a resposta que ele é o Messias, aquele que havia de vir, e coloca em realce também que a sua mensagem é uma boa notícia, uma grande alegria.

A fé cristã é alegria que perpassa toda a vida. Essa alegria não está nos caprichos de nossos estados de espírito, ou nos sucessos de nossas vidas.

A grande e verdadeira alegria é conhecer a Jesus e fazer com que outros o conheçam. Essa é a única e verdadeira alegria. João Batista, para quem a conversão consistia em voltar a viver o amor a Deus no próximo, pelo abandono do pecado, testemunha que ninguém, em qualquer condição humana, pode viver sem o amor de Jesus.

Dar testemunho da luz consistia em despertar o desejo e a esperança da vida – luz, anunciar a possibilidade de uma vida plenamente humana, como alternativa ao regime das trevas.

 

18.12 – Segunda-feira

Texto: Mt 1, 18-24: Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.

Como Maria, na Anunciação, aceitou a mensagem de Deus, também José aceita com fé o sinal. Diante da descoberta da gravidez de Maria, José, qualificado como homem justo, tem diante de si duas alternativas que lhe passam pela cabeça. Uma, pensa em afastar-se de Maria, fugir, não querer assumir a criança da qual ignora o pai, e a outra expor Maria às formalidades da Lei, mas não faz isso por estar convencido da virtude de Maria.

Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é divino. Ele vai nos ensinar o Projeto de Deus para que sejamos todos livres e vivos, a fim de nos tornarmos o que Deus deseja. O nome “Jesus” significa “Deus salva”.

 

19.12 – Terça-feira

Texto: Lc 1, 5-25: Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida.

Zacarias aparece como um homem justo e com características similares aos da história de Abraão e Sara. Vai receber no templo, que representa o coração do judaísmo, o anúncio do nascimento de seu filho.

Descreve-se a missão de João Batista que vem preparar o caminho do Senhor Jesus. São dois os aspectos que o texto destaca em João Batista. O primeiro é o de haver recebido a plenitude do Espírito. O segundo aspecto que se afirma de João é o de encarnar o profeta Elias, que a tradição de Israel esperava no final dos tempos como precursor do Messias.

A conjugação destes dois elementos nos indica que estamos entrando no tempo da salvação definitiva da humanidade. A boa notícia se aproxima dos homens por meio de João Batista que preparará o povo de Israel para a vinda de seu Senhor.

 

20.12 – Quarta-feira

Texto: Lc 1, 26-38: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”.

O “sim” de Maria não representa apenas um ato de submissão à vontade de Deus (por meio do anjo), mas um consentimento ativo e responsável. O diálogo do anjo Gabriel com a Virgem Maria se articula em três momentos: a saudação e a mensagem, o anúncio da maternidade messiânica, e a revelação da divina maternidade no anúncio.

Maria coloca uma dificuldade. Como acontecerá isso? Ela conceberá por obra do Espírito Santo, fonte de vida, que vai descer sobre Maria, e o pode de Deus Altíssimo vai cobri-la com a sua sombra.

O Evangelho de hoje procura explicar como Jesus, nascido de maneira misteriosa de Maria, é Filho de Deus, o Messias. Tudo isto mostra que Deus quer salvar os homens por meio dos homens. Como Maria, na Anunciação, aceitou a mensagem de Deus.

Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é divino. Ele vai nos ensinar o Projeto de Deus para que sejamos todos livres e vivos, a fim de nos tornarmos o que Deus deseja. O nome “Jesus” significa “Deus salva”.

Maria é aquela que contribuiu de maneira decisiva para a libertação do povo de Deus. Ela interfere positivamente na nova criação em Cristo mediante o Espírito Santo.

Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é Deus (Espírito Santo) e José exerce o papel de pai adotivo.

 

21.12 – Quinta-feira

Texto: Lc 1, 39-45: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!

Nestes dias de Advento, vivemos a alegria da casa de Isabel e Zacarias, pulamos com oBatista, cantamos com Maria, contemplamos tudo em silêncio com José. É um momento em que não precisamos fazer propósitos nem tirar conclusões práticas. Não precisamos fazer nada. Basta entrar no ócio da contemplação e participar da alegria da presença de Jesus em Maria. Podemos rezar os mistérios gozosos do terço e repetir com o Anjo: “Ave, cheia de graça”. E com Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Maria, grávida de seu Filho Jesus, foi as pressas até Ein Karem, nas montanhas de Judá, ao lado de Jerusalém, para estar com sua prima Isabel. Há uma grande alegria nesta visita.


22.12 – Sexta-feira

Texto: Lc 1, 46-56: Minha alma glorifica o Senhor...

A narrativa do Evangelho de hoje nos apresenta um cântico, o Magnificat. É chamado também de cântico de Maria, o seu conteúdo possui diversos matizes, é uma das grandes manifestações de Deus, agindo no meio do povo, e uma resposta do homem ao amor de Deus.

O Magnificat é uma sucessão de realidades da Palavra, vividas por Maria, que transbordam espontaneamente de sua intimidade. Maria alimentava-se das Escrituras, daí sua fala estar revestida da Palavra de Deus. Cada trecho desse cântico é um eco de alguma passagem da bíblia no Antigo Testamento.

Portanto, vemos aí Maria tão unida à Palavra de Deus que disso resulta seu eco sonoro. Não devemos nos admirar, portanto, pelo fato de Deus na Anunciação lhe responder por intermédio do anjo, do mesmo modo.

23.12 - Sábado - Repetição

A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O Papa agradeceu as homenagens pela data e pediu que seus fiéis sejam 'sempre felizes, mesmo quando os acontecimentos não são do jeito que queremos'

Vaticano - O Papa Francisco está completando 81 anos neste domingo. Da janela do Palácio apostólico, no Ângelus, e pediu para que seus fiéis sejam “sempre felizes, mesmo quando os acontecimentos não são do jeito que queremos”.

O pontífice argentino agradeceu a multidão reunida na praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelas homenagens pelo seu aniversário. Os fiéis levaram diversas placas com felicitações pela data e ainda cantaram “Feliz Aniversário”.

O bolo para a ocasião era de pera e canela envolto por glacê branco, e decorado com a imagem do Papa Francisco carregando a Terra nas costas, que representa a força do aniversariante de unificar e apaziguar os conflitos. A imagem é do grafiteiro italiano MauPaul.

Depois do Ângelus, o líder católico visitou um centro pediátrico do Vaticano, onde soprou as velinhas colocadas em uma pizza. Fonte: http://odia.ig.com.br

Leituras:   Is 61,1-2a.10-11 /Ct.: Lc 1,46-50.53-54 / 1Ts 5,16-24 / Jo 1,6-8.19-28

TEMA:  SOU A VOZ QUE GRITA NO DESERTO!

Frei Carlos Mesters, O. Carm e Francisco Orofino

Hoje é o domingo em que celebramos a alegria. Tanto a primeira leitura quanto o cântico de meditação nos colocam diante da contribuição de Maria para a chegada do Salvador. Natal é celebrar o mistério da Encarnação de nosso Deus. É acompanhar com esperança a gravidez de Maria.

O texto de Isaías ressalta a alegria de quem vive intensamente uma experiência da presença de Deus. Esta alegria é confirmada por Maria em seu cântico. Ao entoar o cântico, Maria proclama a mudança que aconteceu em sua própria vida. O olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia, voltou-se para a pequenez desta jovem, residente numa pequena e esquecida aldeia no interior da Galileia, periferia do mundo.

Maria atende às exigências da Palavra de Deus e diz “sim” ao chamado para a missão materna. Ela se coloca como serva da Palavra e, através desta obediência, faz Jesus nascer para todos nós. Por isso ela canta feliz, exultante de alegria em Deus Salvador por tão grandiosa missão.

O mistério da Encarnação é ressaltado também pelo evangelho de hoje. É um pequeno trecho do Prólogo do evangelho de João. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir e saborear a presença luminosa e consoladora da Palavra de Deus na vida do povo.

O testemunho do Batista foi tão importante que muita gente pensou que ele fosse o Messias. Por isso o texto esclarece dizendo: “João não era a luz! Veio apenas pára dar testemunho da luz!” Ele veio apontar a presença de Deus em Jesus, a verdadeira luz que ilumina todo ser humano que vem a este mundo.

Atualização

Hoje nós devemos ser as testemunhas fiéis que anunciam a presença de Deus no meio de uma sociedade violenta, agressiva e consumista. Nosso testemunho deve ser a vida em comunidade de acordo com os pedidos e conselhos de Paulo na carta aos tessalonicenses, onde ele diz: estejam sempre alegres, rezai sem cessar. Não extingam o Espírito!

O grande recado da celebração de hoje é o que dizia Isabel a Maria, a mãe de Jesus: Feliz aquela que acreditou! O recado é este: crer na Palavra de Deus, pois ela tem força para realizar aquilo que ela nos diz. A palavra de Deus é Palavra criadora e salvadora.

Por Padre José Assis Pereira

“Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo, alegrai-vos! O Senhor está perto.” (Fl 4,4s) Esta antífona de entrada deste Terceiro Domingo de Advento serviu para dar-lhe o nome: Domingo “gaudete”, domingo da alegria.

Hoje, em muitos lugares, neste domingo da alegria, trocamos os ornamentos litúrgicos; a terceira vela da coroa de Advento e a veste litúrgica do sacerdote são também com a alegre cor rosa. Mas a grande definição deste domingo está no testemunho da alegria cristã, da alegria do evangelho necessária hoje mais do que nunca, na nossa sociedade triste e em crise de valores.

Mesmo em tempos de dificuldades o cristão não perde por nada a discreta alegria. A única realidade que pode vencer a insatisfação profunda das pessoas é esse testemunho pessoal e comunitário da alegria e esperança oxigenantes, fundada na fé na companhia de um “Deus conosco”.

O otimismo que comunica a profecia de Isaías (cf. Is 61,1-2a.10-11) deste domingo é evidente. “Exulto de alegria…” a alegria a que o profeta se refere é uma alegria comparável à dos noivos na sua festa nupcial e à do agricultor em face de uma boa colheita (vv. 10-11) corresponde à restauração de Jerusalém, pois os israelitas estavam desiludidos após o seu regresso do exílio na Babilônia. O profeta anuncia-lhes uma boa nova libertadora, de grande alegria, a intervenção de Deus em ordem à salvação definitiva e infunde-lhes coragem e esperança.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor”. (vv.1-2) Uma promessa que vem de longe, que encontramos em muitas profecias, mas é talvez Isaías o que com mais nitidez e com mais vigor a proclama. Antecipa já a presença do Messias prometido, sobre o qual repousará o Espírito de Deus para dar a todos a boa notícia de que se vai cumprir enfim o que tantas vezes se lhes foi prometido no passado.

Aquela promessa dada aos pobres e que foi fonte de alegria, que alimentou a esperança de um povo ao longo dos séculos, se vai cumprindo através de numerosas gerações até chegar ao seu ponto mais alto em Jesus Cristo.

Jesus é o Messias esperado, a quem João o último dos profetas precedeu com sua pregação incisiva. Deus enviou o precursor de seu Filho para que preparasse o caminho, porque a novidade era tão insólita que necessitava um prelúdio profético. Hoje no evangelho de João (cf. Jo 1,6-8.19-28) escutamos a descrição e o testemunho da missão de João Batista.

“Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.” (vv. 6-8). Pode haver vocação mais bonita? Dizer a todos que nem sempre é noite e que nem tudo são trevas. Levar um raio de esperança aos corações entristecidos. Um sorriso gratuito em uma sociedade tão violenta e de tantas lágrimas. Prognosticar que a verdade terminará brilhando, impondo-se. Iluminar a realidade com uma luz nova. Descobrir a novidade, valores e carismas ocultos. Apreciar o lado bom das coisas e das pessoas. Entender que nem tudo é relativo. Encontrar o sentido da vida.

“Eu sou a voz que grita no deserto: Aplainai o caminho do Senhor.” (v 23) Assim como João não se considera a luz ele também não se põe no centro da mensagem que anuncia; ele não é narcisista, não é auto referencial. A figura de João Batista não é a de um profeta “self”, não tem luz própria nem é o centro da mensagem, apenas uma voz, uma mensagem, uma chamada. Não é ele o Messias, nem “o Profeta”, nem quer ser o grande protagonista. Está pronto para gritar, para proclamar, para anunciar e para denunciar. Se ele deixa de falar, morre. Se deixa de gritar, deixa de ser. Se deixa de anunciar sua mensagem, se condena.

Ele é a voz filha do vento, filha do deserto, filha do silêncio, filha do Espírito. Uma voz somente, mas que fala a partir daquilo que encontrou, daquilo que experimentou, daquilo que viveu, porém que não se pode silenciar, e que começará a renovar o mundo. Quanto vale sua palavra! Quando faltarem vozes como esta, o mundo terá perdido sua consciência. João Batista é consciente de que é o instrumento que Deus utiliza para se chegar a Jesus. Sua missão é preparar caminhos, pode haver uma vocação maior e mais humilde? Levar outros ao encontro com a fé?

Para compreender melhor a missão de João, podemos levar em conta este trecho de um sermão de Santo Agostinho, que se lê no Oficio das Leituras deste terceiro domingo de Advento: “João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio.

Suprimi a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração […] Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra. Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto… do que rompe o silêncio… como se dissesse: ‘Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho’”.

Interessa-nos também como João apresenta Jesus: “No meio de vós está aquele que vós não conheceis”. (v. 26) Sempre podemos pensar com preocupação que esta frase pode ser aplicada a nós, pois muitos de nós não o conhecemos. Isso é muito duro! Pensar que somos cristãos e não conhecemos a Cristo. Para isso serve o tempo de Advento, para preparar-nos para esse encontro. Se a Igreja repete, ano após ano esta espera ritual do Natal, é para recordar-nos igualmente que temos de reconhecê-lo entre nós, como o Deus conosco.

Esse encontro de cada ano tem que parecer-se ao que tiveram com Ele seus discípulos quando o foram conhecendo. Seu descobrimento do Mestre não foi instantâneo. A luz se foi fazendo neles pouco a pouco. Necessitaram tempo, intimidade e superar dificuldades e preconceitos, além da iluminação do Espírito para reconhecê-lo como seu Salvador, sentir-se transformados e agir em consequência.

Jesus vem a nós cada ano, não como veio em Belém nem como virá ao final deste mundo, Ele vem, mas só será reconhecível na fé e no encontro do irmão, no amor fraterno, capaz de encher de alegria e de avivar nossa esperança.

A nossa missão como cristãos no mundo de hoje é fazer o anúncio de um “natal cristão”, resignificar e repropor a história do primeiro Natal: “Encontrareis um Menino, um recém-nascido envolto em panos e deitado numa manjedoura.” (Lc 2,12) A celebração do Natal que se aproxima é encontrar o Deus Menino e encontrar o outro, viver o natal na relação e no encontro. Essa é a luz nova, reconhecer a presença desse outro, provoca novidade. Fonte: https://paraibaonline.com.br

Frei Carlos Mesters, O. Carm.

João Batista aponta Jesus como Messias: Humildade é saber situar-se no chão da sua própria realidade

Oração inicial

Senhor Jesus, envie seu Espírito, para que Ele nos ajude a ler as Escrituras com o mesmo olhar, com o qual você os lê para os discípulos na rua de Emaús. Com a luz da Palavra, escrita na Bíblia, você o ajudou a descobrir a presença de Deus nos acontecimentos perturbadores de sua condenação e morte. Assim, a cruz que parecia ser o fim de toda a esperança, apareceu como fonte de vida e ressurreição.

Crie em nós o silêncio para ouvir sua voz na Criação e na Escritura, nos eventos e nas pessoas, especialmente nos pobres e no sofrimento. Sua palavra nos falará sempre que nós, como os dois discípulos de Emaús, possamos experimentar a força de sua ressurreição e testemunhar aos outros que você está vivo entre nós como fonte de fraternidade, justiça e paz. Isto pedimos a você, Jesus, filho de Maria, que nos revelou o Pai e enviou seu Espírito. Amem.

Lendo João 1,6-8.19-28 (Uma chave de leitura)

A liturgia deste terceiro domingo do Advento coloca diante de nós a figura de João Batista e descreve o lugar que ele ocupa dentro do plano de Deus. Assim, ela nos ajuda a ocupar o nosso lugar e nos prepara para a festa de Natal.

João Batista foi grande, muito grande. Tinha sido um profeta com muitos discípulos e grande liderança popular. Jesus o definiu como o maior nascido de entre as mulheres. Mesmo assim, conforme Jesus, o menor no Reino é maior que João (Mt 11,11). João sabia disso. Exaltado pelos outros, ele não se exaltava a si mesmo. Depois que Jesus começou a anunciar o Reino de Deus, ele soube ceder o lugar. Os seus discípulos, porém, não tiveram a mesma grandeza de alma. Eles ficaram com inveja. João os ajudou a superar o problema. De fato, não é fácil ceder o lugar e a liderança aos outros e colaborar com eles para que possam realizar a sua missão.

Uma divisão do texto para ajudar na leitura:

JO 1,6-8: O lugar de João dentro do plano de Deus: dar testemunho da luz

JO 1,19-21: O testemunho negativo de João a respeito de si mesmo: ele não é o que os outros pensam dele.

JO 1,22-24: O testemunho positivo de João a respeito de si mesmo: ele prepara o caminho do Senhor.

JO 1,25-28: O significado do batismo de João: prepara a vinda de alguém maior que virá depois.

O texto

6 Havia um homem enviado de Deus; o nome dele era Giovanni. 7 Estes vieram como uma testemunha para testemunhar a luz, para que todos possam acreditar através dele. 8 Ele não era a luz, mas para testemunhar a luz. 19 Agora, este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram sacerdotes e levitas de Jerusalém para pedir-lhe: "Quem é você?" 20 E ele professou, e ele não negou, e professou: "Eu não sou o Cristo". 21 Eles perguntaram-lhe: "Quem é você então? Você é Elias? " Ele diz: "Eu não sou". "Você é o profeta?" Ele respondeu: "Não!" 22 Eles lhe disseram: "Quem é você? O que podemos dar uma resposta para quem nos enviou! O que você diz sobre você? " 23 Ele afirmou: "Eu sou a voz de alguém que chora no deserto: endireite o caminho do Senhor,

como o profeta Isaías disse ". 24 Foram enviados pelos fariseus.

25 E eles perguntaram novamente: "Por que você batiza se você não é o Cristo, nem Elias, nem o profeta?" 26 Respondeu-lhes João: "batizarei com água; entre vós é aquele a quem não conheces, 27 o que vem atrás de mim, de quem não sou digno de desatar a perna da sandália ". 28 Estes fatos ocorreram em Betània além do Jordão, onde João estava batizando.

Momento de silêncio orante: Porque a Palavra de Deus pode entrar em nós e iluminar nossas vidas.

Algumas perguntas para nos ajudar na meditação e na oração:

1- Qual o ponto que mais chamou a minha atenção ou de que mais gostei na atitude de João Batista?

2- Por três vezes, João define-se a si mesmo por uma negativa: não sou o Messias, não sou Elias, não sou o Profeta. O que cada uma destas três negativas afirma sobre a pessoa de João?

3- Usando uma frase do Antigo Testamento para dizer quem ele é, João desvia a atenção de si mesmo para Jesus. O que isto nos informa sobre João e sobre Jesus?

4- O que João afirma sobre o batismo? Como o batismo de João se distingue do batismo de Jesus?

5- Por que será que Jesus falou: João é o maior, mas o menor no Reino é maior do que ele (Mt 11,11)?

6- Como tudo isto pode ajudar-nos na preparação para festa de Natal?

5- Uma chave de leitura: para os que quiserem aprofundar mais o assunto

O contexto em que João Batista aparece no Evangelho de João

            O evangelho de João foi escrito no fim do 1º século. Naquele tempo, tanto na Palestina como na Ásia Menor, onde quer que houvesse alguma comunidade de judeus, havia também pessoas que tinham estado em contato com João Batista ou que tinham sido batizadas por ele (At 19,3). Visto do lado de fora, o movimento de João Batista era muito semelhante ao de Jesus. Ambos anunciavam a chegada do Reino (Mt 3,1-2) e ambos exigiam a conversão (Mt 4,17). Deve ter havido uma certa competição entre os seguidores de João e os de Jesus. Por isso, a resposta de João a respeito de Jesus valia não só para os enviados dos sacerdotes e fariseus da época de João, mas também para as comunidades cristãs do fim do primeiro século. De fato, todos os quatro evangelhos se preocupam em relatar as palavras de João Batista afirmando ele não ser o messias (Mt 3,3.11; Mc 1,2.7; Lc 3,4.16; Jo 1,19-23.30; 3,28-30).

Comentário do testemunho de João Batista

João 1,6-8:  O lugar de João dentro do plano de Deus: dar testemunho da luz. 

            O Prólogo do quarto Evangelho afirma que a Palavra viva de Deus está presente em todas as coisas e brilha nas trevas como luz para todo ser humano. As trevas tentam apagá-la, mas não o conseguem (Jo 1,1-5). Ninguém consegue abafá-la, pois não conseguimos viver sem Deus por muito tempo. A busca de Deus, sempre de novo, renasce no coração humano. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir esta presença luminosa da Palavra de Deus na vida. O testemunho dele foi tão importante, que muita gente chegou a pensar que ele fosse o Cristo (Messias)! (At 19,3; Jo 1,20) Por isso, o Prólogo esclarece dizendo: "João não era a luz! Veio apenas para dar testemunho da luz!"

  1. João 1,19-21: O testemunho negativo de João a respeito de si mesmo: ele não é o que os outros pensam dele.

            Os judeus enviaram sacerdotes e fariseus para saber quem era esse João que batizava o povo no deserto e que atraía tanta gente de todos os lados. Eles mandaram perguntar: “Quem é você?” A resposta de João é curiosa. Em vez de dizer quem é, ele responde dizendo quem não é: “Não sou o Messias!” Em seguida, vem mais duas negativas: ele não é Elias nem o profeta. Tratava-se de aspectos diferentes da mesma esperança messiânica. Nos tempos messiânicos, Elias  voltaria para reconduzir o coração dos pais para os filhos e dos filhos para os pais. Ou seja, voltaria para restaurar a convivência humana (Ml 3,23-24; Ecl 48,10). O profeta, anunciado para, no futuro, levar a bom termo a obra iniciada por Moisés, era visto pelo povo como o messias esperado (Dt 18,15). João recusou estes títulos messiânicos, porque ele não era o Messias.

            Mais tarde, porém, o próprio Jesus disse que João era Elias (Mt 17,12-13). Como entender esta afirmação? É que havia várias interpretações a respeito da missão de Elias. Alguns diziam que o Messias seria como um novo Elias. Neste sentido, João não era Elias. Outros ensinavam que a missão de Elias era apenas para preparar a vinda do Messias. Neste sentido, João era Elias.

            Neste diálogo entre João e os fariseus e sacerdotes transparece a catequese das comunidades do fim do primeiro século. As perguntas dos sacerdotes e dos fariseus a respeito do significado de João Batista dentro do plano de Deus eram também as perguntas das comunidades. Assim, as respostas de Jesus, recolhidas pelo evangelista, serviam também para as comunidades.

  1. João 1,22-24: O testemunho positivo de João: ele é apenas alguém que prepara o caminho

            “Então, quem é você e por que batiza, se não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” Os enviados pelos sacerdotes e fariseus queriam uma resposta clara, pois deviam prestar conta aos que os tinham encarregado de interrogar João. Para eles não bastava saber o que João não é. Eles querem saber quem ele é e o que ele significa dentro do plano de Deus.

            A resposta de João é uma frase tirada do profeta Isaías, frase muito usada, que aparece nos quatro evangelhos: “Sou a voz que clama no deserto. Preparem os caminhos do Senhor!” (Mt 3,3; Mc 1,3; Lc 3,4; Jo 1,23). Neste uso do Antigo Testamento transparece a mística que animava a leitura que os primeiros cristãos faziam da Sagrada Escritura. Eles buscavam aí dentro as palavras, não tanto como argumentos para provar suas afirmações, mas muito mais para verbalizar e explicitar para si mesmos e para os outros a novidade da experiência que tinham de Deus em Jesus (cf 2 Tim 3,15-17). 

  1. João 1,25-28: O significado do batismo e da pessoa de João.

            Nas comunidades cristãs do fim do primeiro século havia pessoas que só conheciam o batismo de João (At 18,25; 19,3). Entrando em contato com outros cristãos que tinham sido batizados no batismo de Jesus, eles queriam saber qual o significa do batismo de João. Naquele tempo, havia muitos batismos. O batismo era uma forma de a pessoa se comprometer com uma determinada mensagem. Quem aceitava a mensagem era convidado a confirmar a sua decisão através de um batismo (ablução, purificação ou banho). Por exemplo, pelo batismo de João, a pessoa se comprometia com a mensagem anunciada por João. Pelo batismo de Jesus, a pessoa se comprometia com a mensagem de Jesus que lhe comunicava o dom do Espírito (At 10,44-48; 19,5-6).

            No meio de vocês está quem vocês não conhecem. Esta afirmação de João refere-se a Jesus, presente no meio da multidão. Na época em que João escrevia o seu evangelho, Jesus continuava presente nas comunidades e nas pessoas, sobretudo nos pobres com os quais ele se identificava. Hoje ele está no meio de nós de muitas maneiras e também hoje, muitas vezes, nós não o conhecemos, como diz o canto: Entre nós está e não o conhecemos!

Ampliando as informações do Evangelho de João sobre João Batista

João Batista no Evangelho de João

            João provocou um movimento popular muito grande. O próprio Jesus aderiu ao movimento do Batista e se fez batizar por ele no rio Jordão. Mesmo depois de morto, João continuava a exercer uma grande atração e liderança, tanto entre os judeus como entre os cristãos vindos do judaísmo (At 19,1-7). As informações sobre João Batista, conservadas no Quarto Evangelho (Jo 1,6-8.15.19-36; Jo 3,22-30), são as seguintes: 1) João veio para dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz (Jo 1,6-8).  2) Jesus veio depois de João e chegou a ser discípulo de João. Mesmo assim, ele é mais importante que João, porque já existia antes de João: "Aquele que vem depois de mim, passou na minha frente, porque existia antes de mim" (Jo 1,15.30). Jesus é a Palavra Criadora que estava junto do Pai desde antes da criação (Jo 1,1-3).  3) João confessou abertamente: "Não sou o Messias. Não sou Elias. Não sou o profeta que o povo espera. Sou apenas uma voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor!" (Jo 1,19-23).  4) Diante de Jesus, João se considera indigno de desatar a correia da sandália dele e diz: "É preciso que ele cresça e eu diminua" (Jo 1,27; 3,30).  5) A respeito de Jesus, ele declarou ao povo: "Vi o Espírito descer do céu e permanecer sobre ele. Ele vai batizar com o Espírito Santo!" (Jo 1,32-33). 6) João aponta Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,29.36), o Eleito de Deus (Jo 1,34).

A Galeria dos Encontros no Evangelho de João

            No Evangelho de João, são narrados com muitos detalhes os vários encontros que Jesus teve com as pessoas ao longo da sua vida itinerante pela Palestina: com os primeiros discípulos (Jo 1,35-51), com Nicodemos (Jo 3,1-13; 4,14; 7,50-52; 19,39), com João Batista (Jo 3,22-36), com a Samaritana (Jo 4,1-42), com o paralítico (Jo 5,1-18), com a mulher que ia ser apedrejada (Jo 8,1-11), com o cego (Jo 9,1-41), com Marta e Maria (Jo 11,17-37). Estes e outros encontros são como quadros, colocados nas paredes de uma galeria de arte. Eles vão revelando aos olhos atentos de quem os aprecia algo que está por trás dos detalhes, a saber, a identidade de Jesus. Ao mesmo tempo, mostram as características das comunidades que acreditavam em Jesus e davam testemunho da sua presença. São também espelhos, que ajudam a descobrir o que se passa dentro de nós quando nos encontramos com Jesus. O espelho do encontro de Jesus com João Batista, que meditamos neste terceiro domingo do Advento, ajuda a preparar-nos para o nosso encontro com Jesus na próxima festa de Natal.

Oração final: Salmo 131: Abandono de filial:

Senhor, meu coração não é orgulhoso,

Meus olhos não são arrogantes,

Não me mudo entre coisas que são muito grandes,

superior à minha força.

Pelo contrário, mantenho minha alma calma e calma.

Como um bebê desmamado nos braços de sua mãe,

Como uma criança desmamada é minha alma.

Espere, Israel, o Senhor;

agora e sempre!

Oração final

Senhor Jesus, agradecemos a sua palavra que nos fez ver melhor a vontade do Pai. Deixe seu Espírito iluminar nossas ações e nos dizer a força para fazer isso, que Sua Palavra nos mostrou. Que nós, como Maria, sua Mãe, não possamos apenas escutar, mas também praticar a Palavra, você que vive e reina com o Pai na unidade do Espírito Santo para todo o sempre. Amém.

Aplainai os caminhos do Senhor. Para atuar estas palavras, temos de recomeçar a cada dia. O que pode nos sustentar na caminhada é a oração. Reservo tempo adequado para rezar?

O 'Retiro do Advento: Vem, Senhor Jesus!' é uma proposta de Exercícios Espirituais para rezar diariamente ao longo das quatro semanas do Tempo do Advento. O material da Segunda Semana do Advento é preparado pelo para rezar individualmente ou em grupo, e disponibilizado no sítio jesuitasbrasil. A ilustração é de Cerezo Barredo.

Eis o roteiro. 

10.12 – Segundo Domingo do Advento

Texto: Mc 1, 1-8. A voz que clama no deserto

E interessante observar que a narrativa começa definindo quem é Jesus: ó o Filho de Deus. Esta é a tese do evangelista Marcos quando escrevo o seu Evangelho. No transcorrer da narrativa, esta tese aparece em três lugares estratégicos: no inicio é o autor quem faz esta proclamação; no meio da narrativa do Evangelho é Pedro quem a faz; no final do Evangelho é o centurião.

Jesus é o Evangelho por excelência, a Boa-Nova, é a maior riqueza enviada pelo Pai. Jesus é o Filho de Deus. Ele vai se revelando e nós o vamos descobrindo, pela fé, acompanhando seus passos, sua vida e sua doutrina.

A narrativa de hoje também procura explicar o papel de João Batista no início da missão de Jesus. Ele é um personagem muito importante. A sua mensagem centraliza-se na urgência da conversão, que era expressa através do Batismo. João Batista proclama que a salvação é universal, isto é, a todos, oferecida sem exceção.

A mensagem central de João Batista é ainda hoje tão necessária quanto antigamente. Os primeiros cristãos identificaram João Batista como o mensageiro anunciado pelo profeta Isaías e como Elias que, segundo a tradição judaica, anunciava a chegada do Messias. De acordo com essa interpretação, Jesus aparece como o Messias, e João Batista corno o precursor.

A narrativa do Evangelho insiste na diferença entre o batismo de João Batista e o de Jesus: o de João era simplesmente um rito que expressava a conversão; o de Jesus era selado pelo Espírito Santo e o fogo, duas imagens que os primeiros cristãos utilizaram para descobrir a sua incorporação ativa a missão da Igreja.

O batismo de João Batista era uma preparação para o batismo cristão, que tem um caráter definitivo, expresso em imagens apocalípticas.

11.12 – Segunda-feira

Texto: Lc 5, 17-26: Homem, teus pecados são perdoados.

Alguns homens carregaram um paralítico sobre uma maca e o levaram até Jesus. Estes homens são santos, solidários com seu irmão paralítico. São homens de fé que acreditam no poder de Jesus. Sua atitude enche a terra de esperança. Ainda existe quem carregue um paralítico com sua maca. Esta é a primeira coisa maravilhosa que todos viram admirados e seria suficiente, se Jesus não tivesse perdoado os pecados do paralítico. Isto teria bastado para encher o dia de alegria, mas não bastou para Jesus, que decidiu curar a paralisia daquele homem. A paralisia poderia ser consequência de algum pecado pessoal, como poderia ser consequência de algum mal social que se abateu sobre o homem. Ao separar o pecado da paralisia, Jesus mostrou que não é necessariamente causa do outro.

12.12 – Terça-feira

Texto: Lc 1, 39-47: Isabel ficou repleta do Espírito Santo.

O encontro das duas mães, em realidade, o encontro dos dois filhos. João Batista inaugura a sua missão anunciando por boca de sua mãe o senhorio de Jesus, manifestação de seu mesmo messianismo e de sua profunda relação com Deus.

A resposta de Maria à saudação de Isabel, que tradicionalmente designamos com o nome latino de "Magnificat", é um Salmo de ação de graças composto por citações e alusões ao Antigo Testamento, de forma especial ao cântico de Ana, a mãe de Samuel (1Sm 2,1-10).

Lucas nos mostra neste canto um tema de sua predileção, Deus tem piedade dos pobres. Em realidade não há aqui somente um louvor aos pobres, dos quais Maria é a representante. Os que contam aos olhos de Deus são os que passam despercebidos pelos poderes deste mundo.

13.12 – Quarta-feira

Texto: Mt 11, 28-30: O Reino revelado aos simples.

Mateus reuniu aqui três sentenças de Jesus, que provavelmente tiveram a sua origem independente.
A palavra de Jesus é muito semelhante ao convite a se tornarem discípulos da sabedoria, que lemos nos livros sapienciais: "Vinde a mim"; "Tomai meu jugo"; "Encontrareis descanso".

Esse jugo transformou-se num pesado fardo para o povo. Por isso, Jesus convida os simples para se tornarem seus discípulos, seguindo os seus passos em obediência filial à vontade do Pai.

Jesus convida a aceitar seu jugo, essa é uma imagem das exigências que derivam de sua mensagem. O seu jugo é suave, não como o da lei proposta pelos magistrados (escribas e fariseus) e sua carga é leve. Jesus convida todos a se aproximarem dele diretamente e não através da lei.

14.12 – Quinta-feira

Texto: Mt 11, 11-15. Não existiu homem maior que João Batista.

Jesus faz aqui um elogio a João Batista. Mateus tenta explicar essa grandeza e humildade do Batista: ele é grande porque aponta a realização das profecias do Antigo Testamento e da Lei; pequeno, por ser apenas um precursor, um novo Elias, que pertence ainda a ordem da profecia e não da realização, isto é, não pertence ao reino de Deus, mas ao tempo da preparação do Antigo Testamento ("os Profetas o a Lei").
Ele é o novo Elias que do antigo possui o espírito e o poder e deve preparar a vinda do Senhor.
Agora que o Messias veio, começou o novo tempo no qual o recinto sagrado já está reservado aos profissionais da piedade.

A missão de João Batista é proclamar o término do tempo de esperar e o início de uma "nova história", feita por homens e mulheres "novos", renovados no Espírito.

15.12 – Sexta-feira

Texto: Mt 11, 16-19: Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras.

A sabedoria se reconhece em suas obras. Muitas são as palavras e muitos os julgamentos. Dizem estes uma coisa e aqueles dirão o contrário. Divergimos entre nós. Temos poucas certezas, muitas opiniões e muitas interpretações. Necessitamos, por isso, da sabedoria. Dizem os filósofos que a sabedoria é o perfeito conhecimento de todas as coisas. Mas é preciso acrescentar que ela consiste em conhecer todas as coisas em vista de uma boa conduta na vida para a obtenção da felicidade, na medida do possível. Ela é humana e se adquire por experiência, e é divina, um dom especial do Espírito Santo. “Rezei, e a inteligência me foi dada, invoquei, e o espírito de Sabedoria veio a mim”, diz o Livro da Sabedoria. Neste tempo do Advento, a sabedoria é o próprio Filho de Deus que vem até nós. Concede-nos saborear algo do próprio Deus e com o gosto das coisas do alto decidir espontaneamente pelo que é melhor. São muitas as opiniões e não há tempo para errar. Animados e iluminados pelo Espírito do Senhor Jesus, queremos acertar o caminho para chegarmos ao fim que nos propusemos.

16.12 – Sábado - Repetição

A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O primeiro documentário sobre o cardeal será exibido em 8 cidades brasileiras

Com estreia marcada para o dia 14 de dezembro, o documentário ‘Coragem! As muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns’ será exibido em sete cidades do país. A data marca um ano da morte de Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016). O primeiro documentário sobre o Cardeal catarinense será exibido em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, e também em Brasília (DF) e Santos (SP), em salas do Espaço Itaú.

Arcebispo de São Paulo de 1970 a 1998, Dom Paulo Evaristo Arns dedicou-se à melhoria da vida das comunidades carentes, ao mesmo tempo que lutou pelos Direitos Humanosdurante todo o período da ditadura militar.

O documentário, com 1h15m, é o resultado de um trabalho de quatro anos do jornalista Ricardo Carvalho. “Por conta de minha experiência profissional acumulada em tantos anos de trabalho, achei que era hora de escrever e dirigir um documentário que pudesse expandir ainda mais o trabalho de Dom Paulo”, conta.

Tomada a decisão, somou às informações já guardadas (reportagens, encontros com o cardeal, fotos, gravações) o vasto material garimpado graças a colaboradores como Maria Angela Borsoi (secretária de Dom Paulo por mais de 40 anos), que lhe deu acesso à Sala Cardeal Arns; a família do religioso; veículos de informação como Folha de S. Paulo, TV Globo, TV Cultura, TV PUC e Rede Rua, que cederam material de arquivo. E ainda o Instituto Vladimir Herzog, a Globo Filmes e a GloboNews, coprodutoras do documentário.

“Foi um trabalho de ourivesaria buscando a melhor fala, descobrindo coisas pouco conhecidas, entrevistando pessoas chaves”. Entre as revelações, o encontro de Dom Paulo com o general Emílio Garrastazú Médici (presidente do Brasil entre outubro de 1969 e março de 1974); a correspondência do Cardeal com Fidel Castro; as visitas aos porões da ditadura militar em busca de presos, e reuniões em Brasília em busca de desaparecidos.

Três meses antes de morrer, Dom Paulo assistiu uma das versões quase pronta do filme. Ricardo lembra a emoção do Cardeal da esperança ao abraçá-lo e ao Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog, que apoiou a realização do filme.

O documentário tem roteiro e direção de Ricardo Carvalho; narração de Paulo Betti; produção da TVM-documentários, com apoio do Itaú e do Instituto Arapyaú. Fonte: https://pt.aleteia.org

O Vaticano esclarece: Francisco não usa WhatsApp

 

"É falso que o Santo Padre usa o serviço de mensagens WhatsApp. Ele não envia mensagens ou bênçãos através deste meio". Assim, com um breve tweet em espanhol de sua conta social, o porta-voz do Vaticano Greg Burke desmentiu qualquer iniciativa digital envolvendo o Bispo de Roma. A informação é publicada por Vatican Insider, 13-12-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

A sua declaração chega depois do lançamento de um aplicativo que simula conversas com o Papa. Esta semana, na Argentina, uma fundação que leva o nome Papa Francisco apresentou uma plataforma tecnológica que permite "comunicar-se diretamente" com o Pontífice através do WhatsApp e manter-se atualizado sobre as suas atividades. A iniciativa, no entanto, não tem nenhuma ligação com a Santa Sé, ainda mais que a organização que a concebeu nunca teve qualquer aprovação oficial.

O grupo também explicou que se trata de um Wabot-Papa Francisco, uma espécie de robô automatizado que gera um processo de conversa inteligente totalmente autônoma e que permite certo nível de diálogo. É principalmente essa característica que suscitou as preocupações do Vaticano, além do fato de que o serviço é ativado contatando um telefone celular com número da Argentina que traz o nome e a foto do Papa.

Como o Vatican Insider teve oportunidade de testar, escrevendo “Hola” para esse contato se obtém imediatamente uma resposta por sms: "Hola, sou o Papa Francisco, estou muito feliz em falar com você". Depois é apresentado um menu com várias opções, tais como biografia, notícias e assim por diante.

O projeto da fundação parece contar com alguns apoios institucionais, tanto que foi apresentado publicamente no Salão Cézanne do Palácio San Miguel de Buenos Aires na presença de “autoridades e funcionários nacionais, membros da Igreja e empreendedores".
"Com um número de telefone, os fiéis podem acessar as informações que procuram e, através da tecnologia Wabot, são enviadas respostas às mensagens através de textos, imagens, vídeo, áudio e documentos. Também pode ser simulada uma conversa com Sua Santidade. A tecnologia Wabot permite que toda a comunidade católica ou de qualquer credo possa interagir com o Papa", explicam os criadores em um comunicado.

Eles enfatizaram que tudo começou com um grupo de jovens programadores que ofereceram "uma ferramenta tecnológica desenvolvida em nosso país", que permite ao Papa "ficar conectado com os argentinos". No comunicado também consta que Francisco "acredita que a tecnologia possa ajudar muitas pessoas" e a considera "como o futuro das comunicações".

Enquanto isso está sendo preparada uma segunda fase do projeto que envolve uma plataforma de conversas em diferentes línguas para que o Papa-robô possa interagir com pessoas de todo o mundo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

(11/12/2017) Na Missa celebrada na manhã de hoje na Casa Santa Marta, o Pontífice refletiu sobre a primeira leitura do dia, quando Deus promete a Israel ser consolado. "O Senhor veio para nos consolar”, sublinhou o Papa.

“Mas não é fácil deixar-se consolar; é mais fácil consolar os outros do que deixar-se consolar. Porque, muitas vezes, nós ficamos presos ao negativo, ficamos presos à ferida do pecado dentro de nós e, muitas vezes, há a preferência por permanecer ali, sozinho, ou seja, na cama, como aquele do Evangelho, isolado, ali, e não levantar-se. ‘Levante-se’ é a palavra de Jesus, sempre: ‘Levante-se’”.

O problema é que no “negativo somos donos”, porque temos dentro a ferida do pecado, enquanto “no positivo somos mendicantes”. Por exemplo, quando se prefere “o rancor” e “cozinhamos os nossos sentimentos há um coração amargo”. “Para esses corações amargos, é mais belo o amargo do que o doce”.

Muitas pessoas preferem isso: “raiz amarga”, “que nos leva com a memória ao pecado original. E este é justamente um modo para não deixar-se consolar”. E depois a amargura que “sempre nos leva a expressões de lamentação”. O Papa recordou que Santa Teresa dizia: “Ai da irmã que diz: ‘fui injustiçada, me fizeram algo que não é razoável’”. Também mencionou o Profeta Jonas, “prêmio Nobel das lamentações”.

"Também em lamentar há algo contraditório", disse ele, quando disse que conhecia um padre que se queixava de tudo. "Ele teve o dom de encontrar a mosca no leite".

“Era um bom sacerdote, no confessionário diziam que era muito misericordioso, era idoso e os seus companheiros de presbitério imaginavam como seria a sua morte e sua chegada ao céu: ‘A primeira coisa que diria a São Pedro, ao invés de saudá-lo, seria: ‘Onde está o inferno?’, sempre o negativo. E São Pedro lhe mostraria o inferno. E depois…: ‘Mas quantos condenados existem? - ‘Somente um’- ‘Ah, que desastre a redenção…’. Sempre... isso acontece. E diante da amargura, do rancor, das lamentações, a palavra da Igreja de hoje é ‘coragem, coragem’”.

Neste ponto, Francisco recordou: “Deus vem te salvar”, e logo depois disse que “não é fácil porque para deixar-se consolar pelo Senhor é preciso despojar-se de nossos egoísmos, daquelas coisas que são o próprio tesouro, como as amarguras, as reclamações, tantas coisas”, assegurou.

“Faria bem hoje se cada um de nós, concluiu o Santo Padre, fizesse um exame de consciência: como está o meu coração? Tem amarguras? Alguma tristeza? Como vai a minha linguagem? É de louvor a Deus, de beleza, ou sempre de lamentações? E depois, pedir ao Senhor a graça da coragem - porque na coragem Ele vem nos consolar – e pedir-Lhe: Senhor: venha nos consolar”.

Etiquetas: Vaticano, Papa Francisco, Missa Santa Marta, Homilia. Fonte: http://www.acidigital.com

 

Sentido cristão de filhos e não de escravos, fez do domingo dia de repouso

(13/ 12/2017) Na audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco retomou a sua série de catequeses sobre o significado da Missa. Concentrou-se desta vez sobre a pergunta: “porque ir à missa aos domingos?”. E a resposta foi: vamos à missa aos domingos para “encontrar o Senhor ressuscitado, ou melhor, para nos deixarmos encontrar por Ele, ouvir a sua palavra, nutrir-nos à sua mesa e, assim tornarmo-nos Igreja, ou seja Corpo místico de Cristo vivo hoje no mundo”.

Os discípulos de Cristo - disse o Papa – compreenderam isto e desde o início celebraram o encontro com Cristo na Eucaristia no primeiro dia da semana, domingo, dia em que se deu também a efusão do Espírito Santo. Por isso, o domingo é dia Santo para os cristãos, santificado pela presença viva do Senhor entre nós e para nós.

“É, portanto a Missa que faz o domingo cristão! Que domingo é, então, para um cristão que falta ao encontro com o Senhor?”

O Papa recordou que existem hoje, infelizmente, comunidades cristãs que não podem ter a Missa todos os domingos. Contudo, elas também neste dia santo, são chamados a recolher-se em oração em nome do Senhor, ouvindo a Palavra de Deus e mantendo vivo o desejo da Eucaristia.

Outras sociedades secularizadas, fez ainda notar o Papa, perderam o sentido cristão do domingo, iluminado pela Eucaristia. Isto – disse – é pecado!

“Neste contexto é necessário reavivar a consciência  para recuperar o significado da festa, o significado da alegria, da comunidade paroquial, da solidariedade, do repouso que restaura a alma e o corpo. De todos estes valores é mestra a Eucaristia, domingo pós domingo.  Por isso, o Concilio Vaticano II quis sublinhar que “o domingo é dia festa primordial que deve ser proposto e inculcado à piedade dos fiéis, por forma a se tornar também um dia de alegria e de abstenção do trabalho”.

A abstenção do trabalho aos domingos, não existia nos primeiros séculos – frisou Francisco, dizendo que isto é uma contribuição específica do cristianismo. Foi o sentido cristão do viver como filhos e não como escravos, animado pela Eucaristia, que fez do domingo – quase universalmente – dia de repouso.

“Sem Cristo, somos condenados a ser dominados pela canseira do quotidiano com as suas preocupações e pelo medo do amanhã. O encontro dominical com o Senhor dá-nos a força de viver o hoje com confiança e coragem e de ir para frente com esperança. Por isso, nós cristãos vamos ao encontro do Senhor aos domingos, na celebração eucarística.”

A comunhão eucarística com Jesus, Ressuscitado e vivo em eterno, antecipa o tempo da alegria plena e para sempre no Senhor – sublinhou o papa,  acrescentando que a Missa nos fala também deste “beato repouso” ao confiar-nos quotidianamente às mão do Pai que está nos céus.

Que responder então a quem nos diz que não serve ir à missa nem sequer aos domingos, porque o importante é viver bem, amar o próximo? – desafiou Francisco – que ajudou a encontrar a resposta.

“É verdade que a qualidade da vida cristã se mede pela capacidade de amar (…) mas como podemos praticar o Evangelho sem tirar dele a energia necessária para o fazer, domingo pós domingo, sem ir à fonte inexaurível da Eucaristia? Não vamos à missa para dar algo a Deus, mas para receber dele aquilo de que precisamos realmente”.

A concluir o Papa esclareceu ainda que devemos ir à missa aos domingos, não apenas porque é um preceito da Igreja, mas porque é só com a graça de Jesus, com a sua presença viva em nós e entre nós, que podemos pôr em prática o seu mandamento, e assim ser testemunhos credíveis. 

Eis a saudação do Papa aos peregrinos de língua portuguesa: 

"Dirijo uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa, convidando todos a permanecer fiéis ao encontro dominical com Cristo Jesus. Ele desafia-nos a sair do nosso mundo limitado e estreito para o Reino de Deus e a verdadeira liberdade. O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja". Fonte: http://pt.radiovaticana.va

Após 15 anos de conversão, Guilherme de Pádua se tornou pastor da igreja evangélica. A cerimônia aconteceu em Belo Horizonte, onde ele mora, no último fim de semana. As fotos foram postadas pela mulher do ex-ator, Juliana Lacerda, nas redes sociais.

Uma semana antes, Guilherme e Juliana se formaram em Teologia com direito a colação de grau, beca e festa. Juliana e Guilherme se casaram em março deste ano.

Juliana postou emocionada sobre a nova profissão do ex-ator. “Enfim, agora Pastor Guilherme! Ele esperou mais que 15 anos para que esse dia chegasse, mas como nós dizemos, tudo no tempo do Senhor. Chegou o seu tempo meu amor”.

Guilherme de Pádua e a então mulher, Paula Tomaz, assassinaram a atriz Daniela Perez a tesouradas em 28 de dezembro de 1992. Eles foram condenados, cinco anos depois do crime, por homicídio qualificado, a 19 anos e seis meses de cadeia. Posteriormente, a pena foi reduzida a seis anos. Fonte: https://extra.globo.com