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Na tarde desta quarta-feira (26) parte do teto da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, localizada no Centro de Arapiraca, desabou. O incidente ocorreu minutos antes do início da missa das 16 horas, que diariamente é assistida por dezenas de fiéis.
Por determinação superior a cerimônia foi cancelada. Há suspeitas que desabamento de parte da estrutura de PVC do teto do templo teria sido motivado por infiltrações, uma vez que várias telhas do prédio estão quebradas ou apresentam rachaduras. No momento do desabamento não havia fiéis no interior da igreja.
História
A Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho foi a primeira igreja de Arapiraca, construída em 1864 por Manoel André, fundador do município. Foi neste local que a cidade foi fundada.
No chão da igreja, também conhecida como Santuário do Santíssimo Sacramento, foram sepultados os primeiros habitantes de Arapiraca, até o ano de 1905. Lá também está sepultada dona Isabel da Rocha Pires, sogra de Manoel André, que faleceu em 1873. Fonte: http://minutoarapiraca.cadaminuto.com.br
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Após a recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Arquidiocese de Maceió também vai apoiar a greve geral dos trabalhadores que está marcada para essa sexta-feira (28), em todo Brasil. Nesta quarta-feira (26), os bispos estarão reunidos em assembleia geral, da qual Dom Antônio participa, em Aparecida e o assunto será discutido entre eles.
De acordo com a assessoria da comunicação da Arquidiocese de Maceió, durante a Missa da Misericórdia, realizada no último domingo (23), no bairro do Vergel, o arcebispo convocou os fiéis para que eles fossem ao protesto que terá a participação de movimentos e de algumas categorias que aderiram à paralisação.
“Ele pediu para que os fiéis fossem a manifestação para lutar por um país melhor e reivindicar os direitos”, disse a assessoria.
O secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, concedeu uma entrevista em Brasília e ressaltou que “é fundamental que se escute a população em suas manifestações coletivas. “Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”.
A greve geral é contra as reformas da Previdência e trabalhistas. Em Alagoas, bancários, rodoviários, professores, estudantes, policiais civis, entre outras categorias já confirmaram a paralisação na sexta-feira que tem como ponto de concentração a praça da Centenário, no bairro do Farol e de lá, a caminhada segue até a Praça dos Martírios, no Centro. Fonte: http://www.cadaminuto.com.br
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Arcebispo de Olinda e Recife convoca para greve geral contra as reformas.
"A classe trabalhadora não pode permitir que os direitos arduamente conquistados por intensa participação democrática sejam retirados".
Por meio de sua conta pessoal na rede social Facebook, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, convidou todas as pessoas a participarem da greve geral marcada para a próxima sexta-feira contra as reformas trabalhista e da Previdência e "erguerem a voz em seu nome, em nome das gerações futuras e dos milhões de desempregados". O vídeo foi postado por volta das 6h20 desta terça-feira na página que conta com 19.737 seguidores.
Iniciando sua fala com um trecho da Bíblia ("Eis que clama o salário dos trabalhadores que ceifam os vossos campos e seus gritos chegam aos ouvidos do Senhor, Tiago 5,4), o religioso convida os "homens e mulheres de boa vontade para a grande manifestação contra as reformas.
"Em nosso entendimento, as propostas de reforma, iniciativa do poder Executivo em trâmite no Congresso vão contra os direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988 e pela CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. A classe trabalhadora não pode permitir que os direitos arduamente conquistados por intensa participação democrática sejam retirados. Qualquer ameaça a esses direitos merece imediato repúdio. Não podeos concordar com propostas de reformas que atingem apenas os trabalhadores assalariados do Brasil, que pagam seus impostos, enquanto outras categorias privilegiadas com altos salários não serão afetadas com as reformas trabalhistas e da Previdência que são apresentadas". Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br
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Nos dias em que se multiplicaram, com justiça, os parabéns dirigidos ao Papa Emérito Bento XVI, que completou 90 anos no dia 16 de abril passado, eu multipliquei, quase de reflexo, a leitura de alguns dos seus escritos. Eu não diria a verdade se escondesse a admiração pela profundidade de pensamento e de intuição própria de Joseph Ratzinger. Em relação a ele, eu sempre alimentei uma sincera estima, e não apenas porque eu tive a possibilidade de conhecê-lo como pontífice antes que como teólogo. O comentário é de Antonio Ballarò, publicada no sítio Settimana News, 20-03-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No entanto, nos dias anteriores, e não por pouco, à recorrência do aniversário do papa alemão, reapareceram algumas leituras alternativas do passado eclesial mais recente; algumas também implicitamente capazes de criar tensões. Mas o fato é que algumas “saídas de efeito” são contraproducentes: servem, no máximo, para se contorcerem contra si mesmas. E eu acho que, justamente aqui, entrecruzam-se, indiretamente, duas leituras concretas.
Um papa “frágil”
A primeira é a de um “papado frágil”. Bento XVI foi o pontífice que mais do que outros – penso até no seu antecessor – soube manifestar força na fraqueza (cf. 2Co 12, 10). A sua “docilidade” se estendeu até a consciência de ter chegado ao limite, àquela cognitio certa que lhe confirmava que não podia mais levar adiante o “peso” do ministério petrino (cf. Bento XVI, “Último Testamento”, Ed. Planeta).
Foi uma decisão sofrida. Mas foi, acima de tudo, a escolha com a qual, embora deixando arregalados os olhos do mundo, todo o pontificado se “resumia” e se “reunificava”.
O papa do encontro entre fé e razão, do abraço inabalável ao Deus vivo e verdadeiro, da forte tentativa de recuperação da barca de Pedro permaneceu sempre, essencialmente, humilde. Nunca procurou os holofotes: foram estes que o encontraram sem deixá-lo mais, incidindo, e não por pouco, na sua vida. E, embora se possa discordar de algumas das suas escolhas que, como prefeito e como pontífice, ele fez, em caso algum se pode chegar a uma maquinação procurada, que já se revelou como expressão de uma insensibilidade radical em relação ao bem da comunidade eclesial.
Um papa “desmarcado”
A segunda é a de um “papado desmarcado”. Nesse sentido tinha se exposto Massimo Faggioli, professor da Villanova University, por ocasião do lançamento do último livro-entrevista do Papa Bento. Ele escreveu então na Commonweal: “As declarações de Bento sobre algumas questões parecem tentativas de um reposicionamento de si mesmo”. E isso para evitar “indevidas apropriações” da sua pessoa, para tentar “gerir” com serenidade os últimos anos de vida, para não deixar de olhar para a Igreja como para uma “casa”; embora de modo novo e inédito.
A atividade acadêmica e pastoral do “papa teólogo” frequentemente correu o risco de uma “recondução não desejada” a esta ou aquela corrente. Com a mentira de que, inevitavelmente, as posições das quais ele se fazia promotor tornavam-se objeto de instrumentalizações e de exageros.
Entende-se que o homem Ratzinger usou constantemente os “filtros” de uma teologia e de uma ação de governo que manifestavam um senso de boa-fé, por um lado, e de grande afeição pela Igreja, por outro. São, portanto, duas razões suficientes para “justificar” o distanciamento. Um fato inevitável para ele, que, com toda a probabilidade, tornou-se evidente ainda antes da oficialidade da renúncia. E que agora leva os seus amigos mais fiéis a definirem a serenidade e a regularidade do seu rosto.
Bento foi o protagonista de um papado que requer, sumamente, uma consideração em si mesmo. Além disso, ele olhou com atenção e preocupação para o tempo que o viu a serviço da Igreja. Certamente, ele se mostrou consciente e experiente. Isso aconteceu a tal ponto de ele dar à luz algo nunca visto na era moderna: um solene ato de renúncia seguido por um sábio silêncio, que, justamente a seu modo, indica serenidade, proteção, confiança no futuro. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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“Mata o próximo quem lhe tira os meios necessários à vida, e derrama sangue quem priva o trabalhador de seu salário” (Eclo 34,22)
Estamos assistindo a um desmonte dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras conquistados com muito suor e sangue nestes últimos anos e estabelecidos na Constituição de 1988:
“Capítulo II – Dos Direitos Sociais Art.6º.: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº.90, de 2015).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já se pronunciou, em 27 de outubro de 2016, contra a Proposta de Emenda à Constituição, agora aprovada, que limita as despesas primárias do Estado relacionadas à educação, saúde, infraestrutura, segurança e funcionalismo, criando um teto para estas despesas aplicado nos próximos vinte anos. A CNBB afirmava que esta medida era “injusta e seletiva”, “supervalorizava o mercado em detrimento do Estado” e “afrontava a Constituição Cidadã de 1988”.
Neste momento, está em discussão no parlamento projeto de Reforma da Previdência. Em relação a esta medida, a CNBB também se posicionou, afirmando que “a opção inclusiva que preserva direitos não é considerada na PEC. Faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência” (Nota da CNBB sobre a PEC 287/16 – Reforma da Previdência, 23 de março de 2017).
A tramitação deste projeto de reforma da previdência social está sendo feita de forma atropelada, sem nenhuma consulta à população, assim como aconteceu com a Lei da Terceirização e o mesmo caminho se prevê para a Reforma Trabalhista, destruindo- se todo o arcabouço legal e social das relações trabalhistas e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras consagrados pelo CLT. O foco do projeto de reforma é fiscal e economicista, privilegiando o capital especulativo e irá aprofundar ainda mais as desigualdades já insuportáveis da sociedade brasileira.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirma: “Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados” (Nota da CNBB sobre a PEC 287/16– Reforma da Previdência, 23 de março de 2017).
E, em nota conjunta, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB e o Conselho Federal de Economia-COFECON afirmam que “nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada, sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organizações. A Reforma da Previdência não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população. Os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de solução para a Previdência” (CNBB,OAB,COFECON, Por uma Previdência Social e Ética, 19 de abril de 2017). E a nota conjunta termina convocando “seus membros e as organizações da sociedade civil ao amplo debate sobre a Reforma da Previdência e sobre quaisquer outras que visem alterar direitos conquistados, como a Reforma Trabalhista. Uma sociedade justa e fraterna se fortalece, a partir do cumprimento do dever cívico de cada cidadão, em busca do aperfeiçoamento das instituições democráticas”.
Também as Centrais Sindicais, que representam a imensa maioria dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, estão apontando 3 motivos para a GREVE GERAL programada para o dia 28 de abril de 2017:
- O Governo quer que a gente morra de trabalhar sem se aposentar.
- A Reforma Trabalhista acaba com os direitos históricos.
- A Terceirização precariza o trabalho.
Como membros das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e membros das Pastorais Sociais, assumindo a proposta de Jesus de Nazaré que veio para que “todos e todas tenham vida e vida em abundância” (cf. Jo 10,10), somos interpelados a não permitir o retrocesso nos direitos da classe trabalhadora do Brasil, prejudicando de forma mais intensa os trabalhadores rurais, as mulheres que convivem com a dupla jornada de trabalho e a população que necessita de assistência especial como os indígenas, quilombolas, pescadores.
Uma das formas de defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, indicada pelo Ensinamento Social da Igreja, é a greve como legítimo instrumento de luta em prol da justiça:
“Ao agirem em prol dos justos direitos dos seus membros, os sindicatos lançam mão também do método da “greve”, ou seja, da suspensão do trabalho, como de uma espécie de “ultimatum” dirigido aos órgãos competentes e, sobretudo, aos dadores de trabalho. É um modo de proceder que a doutrina social católica reconhece como legítimo” (Papa São João Paulo II, Laborem Exercens – Sobre o trabalho humano, nº. 20).
Como cristãos e cristãs, seguidores e seguidoras de Jesus de Nazaré, o carpinteiro da Galileia, e cidadãos e cidadãs conscientes e críticos, assumindo a opção pelos pobres,
somos convidados a lutar pela defesa da vida de todas as pessoas e, especialmente, daquelas mais vulneráveis e que serão as mais atingidas pelas reformas que o atual governo ilegítimo está propondo.
Digamos NÃO ÀS REFORMAS E SAIAMOS ÀS RUAS PARA DEFENDER O DIREITO A UMA VIDA DIGNA EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL DE 1988.
Comunidades Eclesiais de Base e Pastoral Operária de Campinas.
Campinas, 20 de abril de 2017
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“Meu Deus, não sei se fico mais assustada com as notícias da lava-jato e da administração Temer ou com o tanto de postagens mostrando os panos e adereços religiosos que meus alunos e ex-alunos de teologia redescobriram nos armários das paróquias! Batina, capa, túnica, sobrepeliz e até barrete! O brega voltou à moda; tornou-se fashion! Não me envergonhem, alunos meus! A teologia que vocês aprenderam nos dois institutos onde leciono não ensinou vocês a revirarem os armários em busca de modelitos religiosos, mas a revirarem as entranhas do coração em busca da misericórdia… Meu Deus, onde foi que erramos?“, pergunta Solange do Carmo, professora de teologia na PUC de Minas, em comentário reproduzido por por Observatório da Evangelização, 19-04-2017.
Eis o artigo.
Ao longo da Semana Santa, circularam pela internet reflexões profundamente críticas sobre os diversos paramentos utilizados na liturgia por alguns presbíteros e seminaristas. Pela importância do conteúdo discutido, disponibilizamos no Observatório da Evangelização a polêmica causada a partir do desabafo da professora de teologia da PUC-Minas, Solange do Carmo, na expectativa de provocar e enriquecer o debate travado nas redes sociais. A forma de vivenciar a dinâmica dos acontecimentos se transformou profundamente nesse mundo cada vez mais conectado por meio das redes sociais. Uma avalanche diária de notícias, selfies, fotos, vídeos, seguidos de inúmeros comentários e curtidas se espalham com fantástica rapidez. A vivência da religião não escapa dos registros on line. Cada rito, cada gesto, cada olhar, em seus múltiplos ângulos, passa a ser registrado, transmitido e contemplado pelos presentes e, virtualmente, por um incontrolável número de pessoas nas redes sociais. O que é registrado está a provocar reflexões diversas sobre o sentido, o significado ou mesmo sobre a coerência entre o que é celebrado e a sua composição estética. Por exemplo, padres ornamentados: o que nos diz?
Diante de inúmeras imagens de padres ornamentados, como essas acima, divulgadas nas redes sociais, a teóloga Solange Carmo não se conteve; reagiu criticamente e publicou a seguinte postagem em sua rede social:
“Meu Deus, não sei se fico mais assustada com as notícias da lava-jato e da administração Temer ou com o tanto de postagens mostrando os panos e adereços religiosos que meus alunos e ex-alunos de teologia redescobriram nos armários das paróquias! Batina, capa, túnica, sobrepeliz e até barrete! O brega voltou à moda; tornou-se fashion! Não me envergonhem, alunos meus! A teologia que vocês aprenderam nos dois institutos onde leciono não ensinou vocês a revirarem os armários em busca de modelitos religiosos, mas a revirarem as entranhas do coração em busca da misericórdia… Meu Deus, onde foi que erramos?“
Essa provocativa postagem da professora, doutora em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, suscitou imediatos comentários. Muitos endossaram a crítica da teóloga:
“Suas palavras me representam Solange Carmo. Ah, meus ex-alunos, onde foi que erramos?” (Tereza Pereira); “São as famosas teologias do pano e da fumaça…” (Harrison Saraiva); “Pena que nos bastidores das aulas sempre o assunto foi os panos, sem contar que muitos já faziam seu guarda-roupa antes mesmo de ordenar, essa sempre foi a preocupação. Ainda com brincadeiras ‘quem vai segurar minha capa de asperge?’ Talvez a vestimenta consiga prender a atenção, porque penso que o discurso deve ser uma tristeza. Pena mesmo.” (Dener Souza); “Não sei se a pergunta sobre o erro cabe a vocês professores, Solange Carmo. Afinal muitos passam pelos bancos de escolas e faculdades como patos. Dentro da água, mas com penas secas. E por falar em penas é de dar pena.” (Helder Alvarenga); “É um vazio de sentido, amiga Solange Carmo, o que precisa ser coberto e enfeitado. Ele precisa do disfarce. Eu acompanho você no assombro quanto aos atores, mas acrescentaria ainda o gosto dos espectadores desse espetáculo religioso. Espiritualidade se constrói no silêncio, no serviço, na nudez… Espiritualidade do espetáculo, da mera exterioridade. Quem ainda precisa disso? (Flavio Senra); “… e isso das vestes, ‘dos panos e adereços’ é ainda mais gritante quando as palavras e gestos litúrgicos fazem memória de um esvaziamento, de um despojamento e de um desnudamento supremo, que é o de Jesus na entrega de si à morte. Vê-se que o exterior, o que aparece, é a negativa da fé que se professa com boca. É um Frankenstein religioso.” (Tânia Mayer); “Algumas vezes, já pensei em fazer uma postagem com ideias semelhantes as que você expressou aqui… Meu facebook está quase congestionado com tanta foto da semana santa postada por padres e seminaristas… Estou percebendo que os religiosos de dioceses dos interiores dos estados são mais propensos à teologia dos panos e das fumaças…” (Renato Alves de Oliveira); “Parece que o fenômeno é complementar às duas realidades: de um lado os desafios impostos pelo cenário político/ social pelo qual passamos gera tamanha angústia que a válvula de escape seja a ‘facilidade’ dos panos, muitos adereços e pouca reflexão e comprometimento. Não vi ainda nestas postagens, em nenhuma até agora, uma arte, algo que faça refletir, uma profecia a denunciar a opressão pela qual passamos, a realidade crua & nua despe o Cristo, com a desforra dos direitos dos pobres & as sacristias tentando aliviar, camuflar com panos, em verniz a esconder a dureza mesma da realidade.” (Juliano Coelho Lopes); “Concordo completamente com você, SolangeCarmo. Convido aos embatinados a virem passar alguns dias comigo no Mato Grosso e rezar cinco missas no domingo. Tenho certeza que trocarão a batina por uma veste mais sóbria. E tenho certeza que as comunidades os amarão não pela veste, mas pela prédica e pela acolhida!” (Wenderson Nascimento).
Alguns inclusive, em sintonia com as críticas do Papa Francisco, mostraram que essa realidade explicitada na Semana Santa seria apenas um reflexo da situação eclesial que precisa ser urgentemente repensada, com toda seriedade: a formação que está sendo oferecida nos Seminários para os futuros presbíteros da Igreja:
“Tenho a mesma preocupação que você e não é de hoje. Lembro-me de você fazendo uma palestra aos bispos do regional Leste II que estavam em assembleia na casa de retiro São José. Na ocasião foram convidados seminaristas e formadores. Sua fala lúcida, realista e cirúrgica sobre os novos pastores e seu comportamento, sobre aqueles que mamavam nas tetas da pecadora, mas também santa igreja, arrancou gargalhadas de muitos, parecia um show de stand up. Pessoas rindo de si mesmas. Foi um absurdo. Alguns de nós, compactados com aquela fala que não tinha a menor graça, fomos censurados por não rir. Parecia certos problemas familiares que a gente sabe que existem, mas devem ficar só em família. Nos institutos se estuda filosofia e teologia (formação intelectual), nos seminários, a formação humana, espiritual e, no contato com o povo, aprende-se a ser servidor, hipoteticamente. A falta de autonomia em alguns seminários produz gente de todo tipo, mas sem dúvidas o melhor dentre eles é aquele que menos questiona, ou melhor, nunca questiona. Quando alguns se ordenaram diziam suspirando: ‘Graças a Deus, estou livre!’ Viviam num cárcere… o problema é bem maior. Nossos filhos são o resultado da ‘comida’ que damos a eles. Mas toda família tem um filho deserdado. Creio que, de todo processo de formação, a parte menos responsável seja o Instituto e seus professores. Esta casa formou bons cristãos, dentre eles alguns padres. Tenho amigos que ontem celebraram o dia da instituição do ministério presbiteral com clareza e convicção do seu serviço à igreja, povo de Deus, mas muitos que receberam de presente um reforço dessa onda conservadora que ronda. Não os culpo, pois a cada dia que passa, vejo gente despreparada trabalhando na formação do clero. Precisa-se de sangue novo, vinho novo, ou seja, diferente do perfil que se estabeleceu como certo.” (Antenor Silva Santos Junior); “Por um lado, há um ‘aburguesamento’ na formação, seja para a Vida Religiosa, seja para o clero secular. A maioria dos jovens é das camadas mais humildes da sociedade, entram se apossando de todos os confortos possíveis (& até impossíveis), carros, casa, lavadeiras, passadeiras, serviçais… estudos pagos pelas instituições. Há pouco fui convidado por uma congregação para um almoço, deparei com a seguinte conversa de um formando: ‘o quê? Só porque é sexta-feira da paixão eu sou obrigado a comer ovo frito no almoço!?’ O mesmo disse que iria comer na casa de uma paroquiana que tinha bacalhau no cardápio. São em atitudes assim que vemos o distanciamento da igreja para com a realidade crudelíssima que passa o Povo. As homilias são vazias de sentido, a linguagem revela este abismo. Por outro lado, há uma plateia adepta a esta ‘casta’ de clérigos. Mas tanto este perfil de clérigos quanto o perfil da plateia adepta, vemos que retirando-se as casulas, as alvas & sobrepeliz, sobram o vazio do descompromisso. Acabou a missa, lavo minhas mãos. Ademais surge também por entre estes mesmos personagens uma falsa moral, quando livres de suas obrigações religiosas, só Deus sabe o que estão aprontando.” (Juliano Coelho Lopes); “Há um número significativo de seminaristas e religiosos que insistem numa Igreja pré-moderna e pré-Vaticano II. O clericalismo tem várias características, e uma delas são os excessos das vestes litúrgicas, bem como hábitos e roupas clericais. Os que assim procedem, de modo geral, escondem certas patologias que precisam ser tratadas. Se os bispos fossem mais ousados expulsariam muitos destes do seminário. Mas o que ocorre é que muitos bispos sofrem do mesmo mal. Todos, sem exceção, se encontram na contramão do evangelho. Jesus abominou essa hipocrisia.” (Thiago de França)
Do mesmo modo, as reações contrárias à reação crítica de Solange Carmo também se manifestaram com forte alarido:
“Como se panos e adereços impedissem as entranhas do coração a buscar misericórdia…” (Leandro Cunha); “Erramos quando pensamos que a liturgia/ teologia só pode ser verdadeira e eficaz quando ela eh celebrada segundo nosso ‘querer’ e visão particular…” (Fernando Fagundes); “Orgulho em saber que existem jovens sacerdotes que estão lutando pra manter a tradição litúrgica da igreja de pé . Orgulho em saber que o pontificado de Pio XII e Bento XVI estão dando frutos. Se pudesse daria meus parabéns pessoalmente a seus ex-alunos. Que com a força e a bênção de Deus surjam cada dia mais padres dispostos a manter viva a tradição litúrgica de celebrar dignamente os santos mistérios usando os paramentos os quais a igreja permite e orienta que sejam usados em seus documentos litúrgicos.” (Danillo Abreu Alves); “Não é revirar armários. Mas o gosto por preservar a tradição e a beleza da liturgia bem celebrada. Não é necessário despir-se do belo e do tradicional para estar com o povo. A beleza sacra e o serviço do povo podem caminhar juntos. Bento XVI e seus frutos que agora nascem. Obrigado Santo Padre e que tenhamos coragem de assim como católicos intenderem que o marxismo não pode caminhar na Igreja como já afirmado por tantos Papas. Parabéns as estes ex-alunos que não se deixaram contaminar com o secularismo desenfreado e com a corrupção da fé nos ensinos teológicos. Obrigado a vocês que revirando os armários da Igreja estão redescobrindo a beleza do Sagrado.” (Reginaldo Bastos); “Não concordo com seu comentário minha professora… A veste talar é uma indumentária clerical e nos tempos atuais é fonte ‘de Evangelização’, precisamos nos dias atuais sermos cristãos verdadeiros que assumimos a Verdade de Cristo que morre e Ressuscita para nos a dar vida… Uso com amor!!!” (Edivan Cardoso); “Duras palavras, professora! Em parte, bastante pertinentes. De outro lado, bem generalizadoras e que acabam, de certo modo, por ferir a imagem daqueles Sacerdotes comprometidos com a sua vocação e com a salvação das almas, que fazem uso dos sagrados paramentos (expressamente recomendados nas normas litúrgicas em vigor e que, inclusive, são todos usados pelo Santo Padre) não por vaidade, mas por zelo litúrgico. Andamos numa linha entre assumir posturas relapsas, que expressa a falta de amor pelo Sagrado por parte de muitos sacerdotes, bem como no exagero que vem da “pompa”. Tudo o que a senhora disse é verdadeiro, vergonhoso e doloroso. Também compartilho de tais pensamentos, que “os panos e incensos” são utilizados de forma errônea por não terem como fim o zelo pelo Sagrado e pela vocação. Mas também é bem verdade que não são peças de museu, são indumentárias próprias dos ministros ordenados, segundo as determinações em vigor na Igreja. O “sapatinho vermelho” do Papa pode até ser um detalhe… Mas ele continua usando sua tradicional batina, com todos os paramentos que lhes são próprios, de acordo com a posição que ocupa dentro da hierarquia, sem fazer deles sinal de vaidade. Por isso, generalizar é sempre um perigo. Nem todos são iguais. (Giovanni Morais).
Na liberdade da reflexão crítica e autocrítica, a professora Solange Carmo, diante das reações contrárias, ofereceu a seus alunos, ex-alunos e tantos outros que entraram na conversa, uma resposta ainda mais provocante e que alimentou o horizonte do debate:
“Eu não acuso vocês de nada. Nem falei para ofender, mas não posso me calar diante do que tenho visto. Não duvido da reta intenção de vocês, mas devo esclarecer alguns equívocos.
1) O uso dessas vestes não é sinal de amor à liturgia e muito menos um sinal do Evangelho. Ao contrário: é sinal de ostentação e de poder sacro. Jamais se vê nos Evangelhos qualquer indicação de que as vestes seriam sinal de conversão para o povo. Ao contrário, o despojamento, a renúncia aos privilégios e a simplicidade são sempre indicados como sinal do seguimento de Jesus. Eu não encontro nos Evangelhos a seguinte frase: “Nisso conhecerão que sois os meus discípulos, se vestirem vestes glamourosas e pomposas para vossas liturgias”. Não. disse Jesus que o sinal do Evangelho é o amor. “Nisso conhecereis que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros como eu vos amei”.
2) Veste talar, como vocês gostam de dizer, são antigas peças de museu que fizeram parte da história da Igreja durante um tempo de sua história quando ela esteve atrelada ao poder. O presbítero – um nobre da corte – se vestia como era costume dessa classe social naquela ocasião. Hoje isso é simplesmente descabido.
3) Em tempos de Francisco, ressuscitar tais vestes é um despropósito e fazê-lo na Semana Santa é um acinte ao mistério celebrado. Olhemos para o Cristo nu na cruz. Aquele paninho que tampa suas partes genitais foi posto pela caridade cristã. Ele morreu nu, desvestido de tudo, inclusive do apoio da religião de seu tempo. E não há liturgia maior que a liturgia da cruz. Certamente o presbítero não vai celebrar pelado, mas vai aprender com o desapego do Nazareno a se vestir com discrição e simplicidade.
4) Outra coisa, para quem diz que isso é tradição, seria bom perguntar: Tradição de que tempo? Das origens cristãs não é, com certeza. Vocês gostam tanto de apelar para a Tradição. Pois bem, apelemos! Voltemos às comunidades cristãs originais. Já pensou o presbítero ou ancião celebrando com tais vestes naquelas catacumbas fedidas? Ah, voltemos a Pedro, a pedra da Igreja. Já pensou o pescador do lago de Nazaré com essas roupas? Sejamos razoáveis por amor à Tradição cristã.
5) Por fim, permitam-me dizer. Tais vestes, infelizmente, não servem ao altar mas àqueles que as portam. Elas projetam o presbítero, colocam-no num pedestal imaginário; criam uma eclesiologia totalmente deformada da fé cristã mais genuína e – pior – servem para esconder muitas perversões. Vejam só os exemplos dos fundadores de comunidades e congregações neoconservadoras que têm estado sob investigação, com a presença de um comissário de Roma. Quase todos esses foram considerados culpados de assédio, pedofilia ou de roubo; e tem até assassinato na lista. Será que queremos seguir esse caminho? por esses dias mesmo, um amigo meu me disse que, estando num bar reconhecidamente LGBT para comemorar aniversário de uma amiga, viu por lá muitos seminaristas. Nada demais se se comportassem como deve um cristão, mas não: mostraram conduta moralmente reprovável. Na semana seguinte, estavam fazendo longas procissões ostentando belas vestes, batinas, sobrepeliz, capas (será que esqueci alguma veste talar?). Vocês podem rebater duvidando da conduta de meu amigo, dizendo que ele não pode falar pois também estava lá. Só pra esclarecer: meu amigo não é seminarista, nem padre, nem fez opção pelo celibato. Mesmo assim é mais casto que muitos que estão encobertos por esses panos. Será que é isso o Evangelho? Será que a cultura da hipocrisia é o que move os que se dizem cristãos? É bem verdade que os que não sustentam longas vestes estilisticamente perfeitas e se vestem de túnicas amarrotadas e puídas também não estão isentos de tais contradições, mas pelo menos não usam as vestes sacras para se projetarem nem se escondem atrás do amor à liturgia.
Eu lamento se decepciono alguns alunos e ex-alunos, mas é um abuso com o povo e com a fé cristã o que estamos vendo por aí. O Evangelho se esvazia de sentido tanto mais nos enchemos de apetrechos e tentamos ressuscitar esses costumes já ultrapassados (não é Tradição). Pode parecer que isso agrada ao povo, mas esse é um emburrecimento dos leigos. Um leigo minimamente razoável acha graça disso; e tais cenas viram motivo de chacota na internet. Eles veem isso como uma alegoria de carnaval, não como sinal do Evangelho. Aliás, até o papa Francisco falou isso em relação ao sapatinho vermelho. Façamos como o papa Francisco: menos vestes, menos glamour; mais amor e acolhida do Evangelho e dos pequeninos do Reino!
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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A Greve Geral que deve paralisar o Brasil próxima sexta-feira, 28, ganhou reforço de membros da igreja Católica. Na Paraíba, o arcebispo dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, que foi anunciado pelo Vaticano no início do mês passado como novo arcebispo do estado, gravou uma mensagem convocando a população para participar das manifestações contra a reforma da Previdência.
“Sabemos que esta reforma implica em tirar direitos adquiridos dos trabalhadores e assegurados na Constituição de 1988”, diz com Manoel. “Convocamos todos os trabalhadores a participarem desta grande manifestação, dizendo a palavra que o povo não aceita a reforma da Previdência nos termos que estão anunciando”, afirmou o arcebispo.
Em março, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), chegou a emitir uma nota aprovada em seu Conselho Permanente sobre a reforma da Previdência. O documento afirma que a seguridade não é uma concessão governamental, mas sim direitos sociais conquistados com intensa participação democrática.
“Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil”, diz trecho de nota conjunta divulgada por entidades.
Além de Dom Delson, quem também está engajado nos preparativos do “Vamos parar o Brasil”, é Dom Genival Saraiva de França, atual administrador apostólico da Arquidiocese da Paraíba. Na última quarta-feira (20), ele esteve reunido com integrantes da Frente Brasil Popular na Paraíba, discutindo detalhes do protesto.
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O padre jesuíta nigeriano Samuel Okwuidegbe foi sequestrado no dia 18 de abril na Nigéria, em uma estrada que liga as cidades de Benin City e Onitsha, no sul do país. A reportagem é de Loup Besmond de Senneville e publicada por La Croix, 20-04-2017. A tradução é de André Langer.
Diretor de um centro de espiritualidade em que mora junto com outros três confrades, o padre de 50 anos estava indo à cidade vizinha, situada a 150 quilômetros de distância, para pregar um retiro. Seu carro foi encontrado pela polícia, que segue as buscas para encontrar o religioso.
“Neste momento, não temos muitos detalhes”, explica o padre Rigobert Kyungu Musenge, secretário regional dos jesuítas para a África e Madagascar. “É a primeira vez em muitos anos que um padre da Companhia de Jesus é vítima de um sequestro na região”. Duas outras pessoas foram sequestradas junto com ele. “Nós acreditamos que ele não esteve na mira por ser padre”, continuou.
Sequestros de quadrilhas armadas
Até a quinta-feira, 20 de abril, o sequestro não foi reivindicado por nenhum grupo. Na região, os sequestros por quadrilhas armadas que exigem resgates para libertar seus reféns, não são raros. “É bem provável que esse seja desprezível. Esta estrada é particularmente perigosa, desse ponto de vista”, nota um observador ocidental que mora no país.
Em julho de 2016, o presidente da Associação dos Padres Diocesanos da Nigéria, o padre Sylvester Onmoke, mostrou preocupação com a amplitude do fenômeno do sequestro de padres ligado, segundo ele, “à corrupção e à sede de dinheiro que afligem a sociedade nigeriana”
Em junho de 2016, o padre John Adeyi, sequestrado dois meses antes a 300 quilômetros ao sul de Abuja, a capital nigeriana, foi encontrado morto perto da aldeia em que foi sequestrado. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
O II Domingo de Páscoa é o Domingo da Misericórdia, instituído pelo Papa São João Paulo II. O antigo domingo “in albis”, ligado à tradição batismal, agora está mais centrado na questão do perdão dos pecados, como bem anuncia o Evangelho: aparecendo aos Apóstolos reunidos no Cenáculo – no domingo da Ressurreição –, Jesus disse: “Recebei o Espírito Santo, àqueles a quem perdoardes os pecados, os pecados lhes serão perdoados; àqueles a quem não perdoardes os pecados, os pecados não serão perdoados”. (Jo 20,22)
Esse domingo já nos coloca no ritmo dominical: a cada oitavo dia os discípulos de Jesus se reúnem, e Ele permanece no meio deles trazendo a paz. Aparece com clareza que Jesus Ressuscitado se manifesta na Assembleia dominical. Nestes dois primeiros domingos aparecem a alegria do perdão e a importância da fé.
No Plano da Salvação, o Pai enviou o Filho para o perdão dos pecados; e o Filho enviou a Igreja. Ele quis que o perdão dos pecados fosse dado não de maneira vaga e abstrata, mas de maneira concreta, pelos ministros da Igreja, os sacerdotes do Senhor. Por isso, o sacerdote, ao perdoar nossos pecados, diz: “Pelo ministério da Igreja… eu te absolvo de todos os teus pecados”. Que alegria saber que o Sangue precioso do Senhor derramado na Paixão lava a nossa alma de todos os pecados. Não há misericórdia maior; não há amor mais profundo; não há certeza mais firme de perdão.
Este II Domingo da Páscoa, conhecido como “Domingo In Albis”, isto é, “Domingo Branco” antigamente com a tradição batismal, atualmente muitas pessoas recordam o dia da sua Primeira Comunhão, ou da sua Comunhão Solene. Isso porque, anos atrás, era nesse dia que se celebrava, preferencialmente, a primeira comunhão das crianças. Era uma bonita forma de ligar a Eucaristia à Páscoa, completando, dessa maneira, a alegria pela ressurreição de Jesus.
Atualmente no II Domingo da Páscoa, a Igreja celebra a Divina Misericórdia, convidando-nos a nos aproximar de Deus sem medo de sermos menosprezados ou rejeitados. É o grande anúncio destes tempos complexos e cheios de violentas vinganças. Deus enviou Seu Filho Amado, que deu a Sua vida por nós por amor.
Essa Festa da Divina Misericórdia foi oficialmente instituída e estendida a toda a Igreja Católica no ano 2000, pelo Papa São João Paulo II. Esta Festa tem sua origem na proclamação da Divina Misericórdia por meio do gesto eloquente de Jesus na cruz, doando a Sua vida pela salvação da humanidade.
No Evangelho deste domingo, aparece a figura de Tomé. Diz-nos o Evangelho: “oito dias depois, encontravam-se os Seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco. Depois disse a Tomé: coloca aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima também a tua mão e coloca no meu lado; e não seja incrédulo, mas fiel”. (Jo 20,26-27)
A resposta de Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem limites: Meu Senhor e meu Deus! São quatro palavras inesgotáveis. A fé do Apóstolo brota não tanto de uma evidência, mas da fé. Diz a Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor. Consumiu a vida a seu serviço.
A virtude da fé é a que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e a que nos permite julgar retamente todas as coisas. “Somente com a luz da fé e a meditação da palavra divina é que é possível reconhecer Deus sempre e por toda a parte, esse Deus em quem vivemos e nos movemos e existimos”. (At 17,28)
Se a nossa fé for firme, também haverá muitos que se apoiarão nela. É necessário que essa virtude teologal vá crescendo em nós de dia para dia, que aprendamos a olhar as pessoas e os acontecimentos como o Senhor os olha, que a nossa atuação no meio do mundo esteja vivificada pela doutrina de Jesus. Por vezes, reconhecemos que temos de crescer na fé, assim como o Apóstolo. Teremos então de crescer em confiança no Senhor, seja em face das dificuldades no apostolado, ou de acontecimentos que não sabemos interpretar do ponto de vista sobrenatural, ou de momentos de escuridão, que Deus permite para que se firmem em nós outras virtudes.
Assim sendo, peçamos ao Senhor que nos dê a graça de aumentar a nossa fé. Que a nossa fé, mesmo passando muitas vezes na caminhada por certos turbilhões, seja profunda e autêntica. Ao celebrarmos esse Domingo da Misericórdia, que vivamos intensamente este dom em nossa família, no trabalho e na paróquia. Fonte: http://arqrio.org
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Comemorações para o Santo Guerreiro começaram 1h na Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino. Missas ocorrerão ao longo deste domingo.
Sob forte chuva, centenas de fiéis lotaram a Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, na Zona Norte do Rio, desde a madrugada deste domingo (23) para as celebrações do dia do Santo Guerreiro — como é conhecido. As celebrações na Paróquia começaram 1h com a banda Frutos de Medjugorje, seguida da cantora católica Olívia Ferreira.
Fiéis celebram o dia de São Jorge no Rio
Larissa Victoria, de 14 anos, e a mãe, Bianca Souza, chegaram às 2h e já não conseguiram entrar na igreja. Do lado de fora, mesmo debaixo de chuva, as duas não desanimaram. "A fé é a mesma, nada abala", disse Bianca.
Larissa é porta-bandeira da Estácio de Sá e trouxe a bandeira da escola de samba a qual São Jorge é o padroeiro. Moradora de Ramos, bairro vizinho também na Zona Norte, ela vai todos os anos com a mãe à celebração do dia do santo guerreiro. "A gente também frequenta durante o ano. É muito bem organizado", disse.
A primeira missa foi realizada às 5h e já não havia mais espaço dentro da igreja. Muitos fiéis acompanharam do lado de fora, através de um telão. Em um palco montado também do lado de fora da igreja, o público pôde assistir a palestras, shows e ao teatro em homenagem a São Jorge. Valéria Cristina é devota do santo e também vai todo ano à Paróquia de Quintino. Apesar de ter chegado cedo, ela também ficou de fora.
"Eu cheguei às 4h. A gente ficou vendo fogos ali de cima da escada, mas não consegui entrar. Eu desci porque fiquei sufocada, muito guarda-chuva. Assisti a missa aqui embaixo no telão mesmo", disse Valéria.
Outras missas ocorrerão ao longo do dia às 8h, 11h, 12h, 16h30 e 18h, além de uma missa especial, às 10h, presidida por Dom Orani Tempesta. Os bispos auxiliares do Rio presidirão as seguintes missas: Dom Luiz Henrique da Silva Brito, às 9h; Dom Roque Costa Souza, às 14h; e Dom Antonio Augusto Dias Duarte, às 15h. Às 13h será rezado o Terço da Misericórdia, e a procissão pelas ruas do bairro acontece às 16h. O encerramento terá show de Jorge Ben Jor, às 19h30. A igreja fica na Rua Clarimundo de Melo, 769.
Interdições
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, diversas ruas contarão com interdições para procissões e concentração dos fiéis.
Na região de Quintino, Piedade e Cascadura, haverá interdição ao tráfego de veículos das seguintes vias: Rua Clarimundo de Melo, entre as ruas Bernardo Guimarães e Assis Carneiro, das 14h às 2h; Rua da República, entre R. Clarimundo de Melo e a Praça Quintino Bocaiúva, das 14h às 2h; Praça Quintino Bocaiúva (todo o entorno, exceto o da Rua Nerval de Gouveia), das 14h às 2h; R. Clarimundo de Melo, entre as ruas Bernardo Guimarães e Padre Telêmaco, das 15h às 19h; R. Padre Telêmaco, entre R. Clarimundo de Melo e Av. Ernani Cardoso, das 15h às 19h; R. Elias da Silva, entre R. Nerval de Gouveia e Viaduto Compositor Wilson Batista, das 15h às 19h; R. Nerval de Gouveia, entre as ruas Bernardo Guimarães e Elias da Silva, das 15h às 19h.
Celebrações especiais em paróquias do Rio
Pelo menos oito paróquias do Rio, além da Paróquia de Quintino, terão programação especial em homenagem a São Jorge neste domingo. Estão previstas missas, missas campais, e apresentações de cantores como Jorge Ben Jor, famoso devoto do santo guerreiro.
Segundo a Arquidiocese do Rio, a Igreja São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Centro, festejará com missa da Alvorada, às 5h. Haverá ainda a missa dos militares, às 18h, e a de encerramento, presidida pelo Cardeal Dom Orani João Tempesta, às 20h, além de missas campais às 8h, 9h, 10h, 11h, 12h, 14h, 15h e 16h. No dia 24 de abril, a igreja abrirá às 9h, e haverá missa às 10h. Encerrando as festividades, no dia 30 de abril, haverá missa compromissal, às 9h, seguida de procissão pelas ruas do bairro. A igreja fica na Rua da Alfândega 382. Informações: 2221-9661.
A Capela de São Jorge, em Santa Cruz, na Zona Oeste, festejará o padroeiro a partir das 6h, com a alvorada, e missas às 6h15, 7h30, 9h, 10h30 e 14h. Haverá almoço paroquial em homenagem ao santo, às 12h. A missa de encerramento será seguida de procissão pelas ruas do bairro, às 16h. A capela fica no Largo do Bodegão, 435. Informações: 3395-0260.
A Igreja de São Jorge, em Deodoro, também na Zona Oeste, estará aberta a partir das 6h, com quermesse, missas às 7h30, 9h30 e 12h e procissão após a missa das 18h. A igreja fica na Rua Engenheiro Roberto Magno de Carvalho, s/n°. Informações: 2458-4551.
A Paróquia São Geraldo, em Olaria, na Zona Norte, festejará São Jorge neste domingo com missa festiva, às 9h. Haverá show de prêmios às 11h30, com convites à venda na secretaria paroquial ou com as pastorais. A igreja fica na Rua Leopoldina Rego, 344. Informações: 2564-1282.
Na Capela São Jorge, no Jardim Clarice, em Jacarepaguá, Zona Oeste, a comemoração começa pela procissão, seguida de missa, às 10h, e de almoço comemorativo (convites a R$ 15): Avenida Afonso da Silveira Filho, 203, no Anil. Informações: 3415-0399.
Uma procissão sairá da Paróquia da Ressurreição, às 8h (Rua Francisco Otaviano 99), em direção ao Forte de Copacabana, onde haverá missa com participação do ministério de música da Paróquia Cristo Redentor, em Laranjeiras. Após a missa, haverá a “14ª Procissão Motociclística” em homenagem ao santo, que percorrerá a orla e acabará na Paróquia Nossa Senhora do Líbano, na Tijuca (Rua Conde de Bonfim 638). Fonte: http://g1.globo.com
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Pontífice conheceu imigrantes durante visita a basílica em Roma
Durante uma visita a uma basílica de Roma, onde conheceu imigrantes, Francisco contou sobre sua ida a um acampamento na ilha grega de Lesbos no ano passado.
Lá ele conheceu um refugiado muçulmano do Oriente Médio que lhe contou como "terroristas vieram ao nosso país". Os islamistas tinham cortado a garganta da esposa cristã do homem porque ela se recusou a jogar o crucifixo no chão.
"Não sei se ele conseguiu sair desse campo de concentração, porque os campos de refugiados, muitos deles, são de concentração por causa do grande número de pessoas deixadas lá dentro", disse o Papa.
Francisco elogiou os países que ajudam os refugiados e os agradeceu por "suportar esse fardo adicional, porque parece que os acordos internacionais são mais importantes do que os direitos humanos".
Ele não elaborou, mas parecia estar se referindo a acordos que impedem os migrantes de cruzar fronteiras.
Em fevereiro, a União Europeia prometeu financiar os campos de imigrantes na Líbia, como parte de uma campanha mais ampla da União Europeia para combater a imigração de África.
Grupos humanitários criticaram os esforços para deter os migrantes na Líbia, onde de acordo com um relatório da ONU em dezembro passado sofrem detenção arbitrária, trabalho forçado, estupro e tortura.
No ano passado, a UE e a Turquia chegaram a um acordo para enviar de volta os migrantes irregulares das ilhas do Egeu para a Turquia, em troca de recompensas políticas e financeiras para Ancara. O acordo foi criticado por grupos de direitos humanos.
Fonte: http://oglobo.globo.com
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Tema do 2º Domingo da Páscoa
A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha – com gestos concretos – a salvação que Jesus veio propor aos homens e ao mundo.
No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo – nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens – conduzirá à ressurreição. Por isso, os crentes são convidados a percorrer a vida com esperança (apesar das dificuldades, dos sofrimentos e da hostilidade do “mundo”), de olhos postos nesse horizonte onde se desenha a salvação definitiva
EVANGELHO – JO 20,19-31
Ter em conta, na reflexão, os seguintes desenvolvimentos:
- A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito, e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
-A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos verdadeiramente a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo, encontra-O em nós?
-Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas e egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-l’O no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia? Fonte: http://www.dehonianos.org
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