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Justin Taylor, sm.
Jesus e os discípulos foram desde o início chamados “nazoreus”, termo mantido em siríaco e hebraico. Porém, como vimos, o termo latino christiani, dado pelos romanos a agitadores messiânicos, foi atribuído aos discípulos em Antioquia, em uma época de distúrbios. O nome firmou-se em grego e em latim. Que isso acontecesse é ainda mais notável, visto que, estritamente falando, o cristianismo paulino não é messianismo: “Cristo” tornou-se nome próprio, e a narrativa de Pentecostes em At 2 tem o cuidado de evitar a pergunta (messiânica) final dos discípulos, que aguardam o restabelecimento do Reino para Israel (At 1,6). Podemos bem nos admirar por que o cristianismo neotestamentário, em especial com os novos horizontes abertos por Paulo, ainda sentia a necessidade de conservar uma ligação polêmica com o judaísmo, declarando-se a “nova Aliança” e transformando o messianismo, em vez de cortar todos esses laços e lançar-se em águas inteiramente novas.
Se os nomes de Cristo (Ungido) e cristão foram preservados, embora desviados do sentido primitivo, só pode ser porque originalmente eles tinham alcance apreciável, presumivelmente ligado a unção. Além disso, em uma cultura tão sensível a sinais como o judaísmo, precisamos começar a procurar não arranjos inteligentes com versículos, nem sutis alusões bíblicas a um rei-Messias ou a um sacerdote-Messias, mas pontos de referência concretos, isto é, seguir o método que usamos até agora, ritos em vez de acontecimentos ou doutrinas.
Falando francamente: as informações disponíveis são vagas demais para levar a certas conclusões. Teremos de nos contentar com suposições baseadas em indicações convergentes e distinguir duas partes: primeiro, tratar das unções propriamente ditas; em seguida, fazer algumas observações sobre o sinal da cruz.
*Justin Taylor, sm. As origens do cristianismo
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Justin Taylor, Sm.
Antes de prosseguir com a história da Galileia, precisamos fazer uma pausa. Já vimos o bastante para fazer uma ideia do ambiente galileu em que Jesus chamou os primeiros discípulos. Esse ambiente era rural, efusivo e muito diferente em cada lado do lago, o que propicia um cenário para muitos detalhes dos evangelhos. Pode ser útil apresentar uma pequena lista de aspectos característicos que esclareçam o ambiente original de Jesus e dos discípulos.
- Nos evangelhos, Jesus vem de Nazaré, mas essa é precisamente a cidade da qual ele sai (mais adiante, examinaremos o significado da palavra “nazoreu” e sua relação com o lugar chamado Nazaré: cap. 5, §II,2). Sua “cidade” era antes Cafarnaum, no lago, não longe de Tiberíades (Mc 2,1; 3,20; 9,33), onde escavações arqueológicas mostraram claramente que antes de Herodes existia uma aldeia de pescadores. Era conhecida de Jesus e ali ele chamou discípulos que eram pescadores e marinheiros experientes.
- Falando de modo geral, identificamos uma oposição entre círculos zelotes a oeste do lago de Tiberíades e outros a leste que eram mais submissos. Esse lago desempenha importante papel nas viagens de Jesus, não só do ponto de vista da geografia, mas também pelo simbolismo da água e da pesca. Além do tema de atravessar o lago, as muitas referências ao “outro lado” agora se destacam (ver Jo 6,1 etc.). A maldição simétrica de Betsaida e Corazim (Mt 11,21 par.) inclui os dois lados. A primeira multiplicação dos pães acontece na margem ocidental, com doze cestos (Mt 14,13-34 par.); a segunda, na margem oriental, com sete (Mt 15,32-39 par.). Essas comunicações entre as duas margens não tinham originalmente o propósito de construir uma ponte entre a Decápolis dos gentios e a Galileia judaica, mas entre duas tendências opostas dentro da mesma cultura. A cultura em si era muito fechada e Jesus viera apenas “para as ovelhas perdidas da casa de Israel”
- O ambiente de referência é rural e altamente motivado do ponto de vista religioso, com tendências diferentes empenhadas em debate, ou mesmo conflito. A última pergunta que os discípulos fazem a Jesus antes da ascensão (At 1,6) diz respeito à restauração do Reino para “Israel”. A passagem não leva em conta, de modo algum, a verdadeira Judeia dos sucessores de Herodes. É antes sinal de um sonho de libertação tipicamente zelote, que também se encontra na terceira tentação (Mt 4,8ss), no desapontamento dos dois discípulos que vão de Jerusalém para Emaús e na escolha de Barrabás, que era um “sicário”, isto é, não assaltante comum, mas galileu da espécie mais pura, segundo a terminologia de Josefo. Jesus resistiu ao ativismo político e ao messianismo transformado ou, mais exatamente, ele o redefiniu em termos bíblicos apropriados. Por outro lado, enquanto andava pela Galileia e chamava discípulos, ficou bem longe de Séforis e Tiberíades, as duas únicas cidades de fama na Galileia; elas estavam efetivamente sob o controle romano por intermédio da dinastia herodiana. A julgar pela vã tentativa de Josefo, durante a revolta, de unificar a Galileia pelo domínio dos conflitos entre essas cidades e os galileus intransigentes nos distritos rurais vizinhos, está claro que o ambiente de Jesus e dos discípulos assemelha-se ao dos “galileus”. Esse rótulo tinha conotações bem marcantes, religiosas e também políticas, embora Jesus mantivesse sua independência.
- O grupo que seguia Jesus era realmente muito variado. Incluía Mateus, o publicano, e Simão, o cananeu (dois que eram, em princípio, opostos, e correspondiam às duas margens do lago) e também Joana, mulher de um alto funcionário de Herodes Antipas, que representa um terceiro enfoque oposto, ligado às classes governantes das cidades, em especial a nova – e escandalosa – capital Tiberíades. Discípulos de João Batista deixaram-no para seguir Jesus. Em Jerusalém, para a Última Ceia, Jesus ocupou uma sala da qual os discípulos não tinham conhecimento, pois estavam ali apenas em peregrinação; assim, Jesus tinha outros contatos fora da Galileia. As controvérsias entre os discípulos de Jesus e os “fariseus” a respeito da purificação antes de comer (cf. Mc 7,1ss; Lc 11,38) mostram que eles compartilham uma cultura religiosa comum ou similar, que também está próxima da dos essênios; por outro lado, ele se opunha aos fariseus, mantendo a primazia da Escritura sobre a tradição oral. Alguns escribas aceitavam Jesus, enquanto outros o rejeitavam; todos defendiam as Escrituras e eram adversários dos fariseus.
Todas essas tendências formam uma imagem do judaísmo da Galileia, na qual dificilmente encontram-se saduceus ou sacerdotes. Jesus atravessou todas essas barreiras, embora ainda permanecesse no judaísmo. Ele até mesmo andou em companhia de “pecadores”, leprosos e prostitutas, mas seus contatos com os gentios não passaram de alguns gestos simbólicos, que eram certamente o máximo que seu ambiente tolerava. Tais gestos eram sempre realizados na frente de espectadores judeus; é esse o sentido do “sinal de Jonas”, que se destinava aos israelitas (até o pior dos profetas é capaz de converter uma capital gentia, enquanto Israel continua resistente). A essa lista de transgressões, podemos acrescentar a visita aos samaritanos, que seguiam o texto escrito e aguardavam um novo Moisés, e que fizeram um reconhecimento de Jesus dos mais solenes. Todos esses cruzamentos de fronteiras reunidos indicam que Jesus não tinha medo de se expor à impureza. Fundamentalmente, ele não tinha medo dos outros.
- Assim como João Batista estava cercado de discípulos singulares, também Jesus, que chamou e formou um grupo. Dentro desse grupo, ele era reconhecido como o Mestre (“Rabûni”), mas não era uma escola no sentido próprio da palavra: os apóstolos foram posteriormente considerados pessoas “simples e sem instrução” (At 4,13). Isso não significa necessariamente que eles eram ignorantes; somente não se encaixavam em nenhum sistema reconhecido de capacidade doutrinal. O grupo vivia em comunidade, um tanto isoladamente, e seguia costumes próprios, dos quais a Última Ceia é exemplo perfeito. Assim, era na verdade uma irmandade, mais ou menos itinerante, com organização própria, que ao mesmo tempo se incumbia de anunciar a todos que o Reino estava próximo. O ambiente galileu era favorável a ambiguidades políticas, como torna-se aparente até pela acusação escrita fixada na cruz de Jesus.
- Jesus foi diversas vezes a Jerusalém, sozinho ou em grupo. Embora censurasse o Templo, nunca deixou de ver nele o centro das promessas. No momento decisivo, ele insistiu em confrontar as autoridades, apesar do conselho dos discípulos (ver Mt 16,22 par.). É perfeitamente possível que alguns deles nunca tivessem feito a peregrinação antes, pois, embora fossem adultos, olhavam admirados para a arquitetura. Ao voltar da Judeia passando pela Samaria, Jesus prevê o fim dos dois lugares de culto, em Jerusalém e em Garizim (Jo 4,21ss), e segue seu caminho para a Galileia. O horizonte é uma vez mais o judaísmo da Galileia, mas com alguns vislumbres de perspectivas mais amplas.
- A extrema importância das peregrinações que são ocasiões de encontro e conflito, está enfatizada nos evangelhos, especialmente por Lucas. São relatadas numerosas controvérsias entre Jesus e outros judeus quanto ao sábado, à pureza, à autoridade da tradição oral etc. Entretanto, em seu julgamento, nenhuma observância errada foi apresentada como motivo para acusação, mas unicamente a acusação a respeito do Templo e, assim, peregrinações. Isso é significativo. Como muitos outros antes dele, Jesus e seus companheiros tinham opiniões sobre o Templo e o que ele deveria ser, e essas opiniões, na medida em que atraíam apoio, eram consideradas ameaça pelas autoridades, quer pelo sumo sacerdote, quer pelo governador romano. O fato de compararem Jesus com Judas, o Galileu, e Teudas (At 5,35ss) mostra onde estava o problema.
As fontes estudadas revelaram alguns fatores simbólicos e religiosos que explicam a obsessão de Josefo pela Galileia. Circunstâncias socioeconômicas, fomes e opressão política também desempenharam sua parte. Mas os estudos da Galileia nesse período, que consideram decisivos esses fatores materiais, não alcançaram nenhuma síntese coerente dos aspectos específicos da cultura local, embora ponham em jogo noções como “povo da terra” ou “os pobres”. Eles acabam por fazer do Jesus histórico uma figura um tanto irreal, que por acaso surgiu na Galileia, mas sem raízes tradicionais ali.
Jesus não foi nem o primeiro nem o último reformador “fariseu” ou “galileu” a meter-se em apuros com as autoridades de Jerusalém. Seu perfil associa-se a dois tipos religiosos conhecidos, que às vezes se opõem: o mestre, com uma palavra que conta (“rabûni”), inconfundível com o escriba, e o hassid, repleto do Espírito, bem evidenciado em fontes rabínicas, com um comportamento que às vezes é paradoxal e se mantém afastado de círculos eruditos. Todos os que têm origem conhecida vêm da Galileia. Esses hassidim têm, de fato, o mesmo nome que os hassideus do tempo dos macabeus (ver 1Mc 2,42). Esses últimos têm de ser considerados antecessores dos fariseus (“separados”) e dos essênios (“fiéis”); antes designação de grupos diversos, o adjetivo tinha sentido similar. Nenhum dos termos restringe-se à definição de Josefo, que reflete uma situação mais tardia que a queda de Jerusalém. Em especial os essênios, os hassidim da Galileia e os fariseus do NT têm alguns pontos em comum. Notavelmente, todos são capazes de fazer as Escrituras falarem ao presente. Assim, para favorecer nossa pesquisa, precisamos continuar o estudo dos amplos esboços da história da Galileia judaica.
*Justin Taylor, sm. As origens do cristianismo
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Os Freis; Petrônio e Donizetti, Carmelitas, falam sobre os benefícios do NONI.
NOTA: Reconhecido pela grande quantidade de antioxidantes, fruto famoso na medicina oriental deve ser evitado, segundo as autoridades.
Consumido na Ásia há pelo menos 2 mil anos, o noni, um fruto bastante parecido com a fruta-do-conde, está se tornando cada vez mais conhecido por aqui. Na medicina popular oriental, ele é receitado para combater desde dores no corpo até tumores ou diabetes.
Os supostos benefícios do consumo do fruto ou de chás, pílulas e sucos são extraordinários. Segundo vendedores - e parte da medicina popular asiática -, ele é basicamente 'pau para toda obra': serve para combater de febre a câncer, de inflamação a mal de Alzheimer, de infecção a asterosclerose.
Natural do sudeste asiático, o noni é bastante consumido no Taiti (maior produtor mundial), Polinésia, Malásia, Filipinas e algumas regiões do Japão e da China. Ele tem um sabor bastante amargo e, portanto, costuma ser consumido em sucos e chás. Aliás, uma simples busca no Google pelo termo 'chá de noni' traz quase 400 mil resultados. DIVULGAÇÃO: www.olharjornalistico.com.br Rio de Janeiro. 16 de junho-2017.
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“Tomar consciência de sermos frágeis, vulneráveis e pecadores: somente a potência de Deus salva e cura. Foi a exortação do Papa Francisco na homilia da missa celebrada na manhã de sexta-feira (16/06/07) na Casa Santa Marta.
Nenhum de nós se ‘pode salvar sozinho’: precisamos do poder de Deus para sermos salvos. O Papa Francisco refletiu sobre a Segunda carta aos Coríntios, em que o apóstolo fala do mistério de Cristo dizendo “temos um tesouro em vasos de barro” e exorta todos a tomar consciência de serem ‘barro, frágeis e pecadores’: sem o poder de Deus – recordou, não podemos prosseguir. “Temos este tesouro de Cristo – explicou o Papa – em nossa fragilidade ... nós somos barro”, porque é o poder, a força de Deus que nos salva, que nos cura, que nos ergue. É esta, no fundo, a realidade de nossa fraqueza”.
A dificuldade de admitir nossa fragilidade
“Todos nós somos vulneráveis, frágeis, fracos, e precisamos ser curados. Ele nos diz: somos afligidos, abalados, perseguidos, atingidos: é a manifestação da nossa fraqueza, é a nossa vulnerabilidade. E uma das coisas mais difíceis na vida é admitir a própria fragilidade. Às vezes, tentamos encobri-la para que não se veja; ou mascará-la, ou dissimular... O próprio Paulo, no início deste capítulo, diz: ‘Quando caí em dissimulações vergonhosas’. Dissimular é vergonhoso sempre. É hipocrisia”.
Além da ‘hipocrisia com os outros’ – prosseguiu Francisco – existe também a ‘comparação com nós mesmos’, ou seja, quando acreditamos ‘ser outra coisa’, pensando ‘não precisar de curas ou apoio’. Quando dizemos: “não sou feito de barro, tenho um tesouro meu”.
“Este é o caminho, é a estrada rumo à vaidade, à soberba, à auto-referencialidade daqueles que não se sentindo de barro, buscam a salvação, a plenitude de si mesmos. Mas o poder de Deus é o que nos salva, porque Paulo reconhece a nossa vulnerabilidade:
Paulo e a vergonha da dissimulação
‘Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia. Existe algo em Deus que nos dá esperança. Somos postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados’. É o poder de Deus que nos salva. Sempre existe esta relação entre o barro e o poder, o barro e o tesouro. Nós temos um tesouro em vasos de barro, mas a tentação é sempre a mesma: cobrir, dissimular, não admitir que somos barro... a hipocrisia em relação a nós mesmos”.
O apóstolo Paulo – destacou o Papa – com este modo de pensar, de raciocinar, de pregar a Palavra de Deus, nos conduz a um diálogo entre o tesouro e a argila. Um diálogo que continuamente devemos fazer para sermos honestos”. Francisco citou o exemplo da confissão, ‘quando dizemos os pecados como se fossem uma lista de preços no supermercado’, pensando em “clarear um pouco o barro” para sermos mais fortes. Ao invés, temos que aceitar a fraqueza e a vulnerabilidade, mesmo que seja difícil fazê-lo: é aqui que entra em jogo a ‘vergonha’.
“É a vergonha, aquilo que aumenta o coração para deixar entrar o poder de Deus, a força de Deus. A vergonha de ser barro e não um vaso de prata ou de ouro. De ser de argila. E se chegarmos a este ponto, seremos felizes. O diálogo entre o poder de Deus e o barro. Por exemplo, no lava-pés, quando Jesus se aproxima de Pedro e este lhe diz: ‘Não, a mim não Senhor, por favor’. O que? Pedro não tinha entendido que era de barro, que precisava do poder do Senhor para ser salvo”.
Reconhecer nossas fragilidades e obter a salvação
É na generosidade que reconhecemos ser vulneráveis, frágeis, fracos, pecadores. Somente quando aceitamos ser de barro – concluiu o Papa – “o extraordinário poder de Deus virá a nós e nos dará a plenitude, a salvação, a felicidade, a alegria de sermos salvos, recebendo assim a alegria de sermos ‘tesouro’ do Senhor. (BS/CM). Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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OLHAR DO DIA: Este é Pedro Rafael, de 6 anos. Ele é da paróquia Nossa Senhora do Resgate. O amor do Pedro pela Eucaristia é tão grande que ele pediu à mãe para participar da Solenidade de Corpus Christi. (Arquidiocese de Salvador-BA)
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Vídeo do antes e depois do tapete de Corphus Christi! Como a presença e participação da comunidade faz toda a diferença. Nós somos membros de uma única igreja que é Jesus. Obrigado a todos que participaram!
Fonte: https://www.facebook.com/OCarmoemVilaKosmos/?hc_ref=NEWSFEED
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A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal Trasnsiturus de hoc mundo, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
Compôs o hino Lauda Sion Salvatorem (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes. A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
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Diante do grave momento vivido por nosso país, dirijamos nossa oração a Deus, para que dê a paz ao Brasil e ao mundo inteiro. “Reconhecemos a necessidade de rezar constantemente pela paz, porque a oração protege o mundo e o ilumina. A paz é o nome de Deus”. (Papa Francisco)
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vivemos um momento triste, marcado por injustiças e violência. Necessitamos muito do vosso amor misericordioso, que nunca se cansa de perdoar, para nos ajudar a construir a justiça e a paz, em nosso país.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Estamos indignados, diante de tanta corrupção e violência que espalham morte e insegurança. Pedimos perdão e conversão. Cremos no vosso amor misericordioso que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do País: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração e desprezo pela vida humana.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejam atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas! Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos! Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação! Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos!
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vosso Filho, Jesus, nos ensinou: “Pedi e recebereis”. Por isso, nós vos pedimos confiantes: fazei que nós, brasileiros e brasileiras, sejamos artesãos da paz, iluminados pela Palavra e alimentados pela Eucaristia.
Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!
Vosso filho Jesus está no meio de nós, no Santíssimo Sacramento, trazendo-nos esperança e força para caminhar. A comunhão eucarística seja fonte de comunhão fraterna e de paz, em nossas comunidades, nas famílias e nas ruas. Seguindo o exemplo de Maria, queremos permanecer unidos a Jesus Cristo, que convosco vive, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Pai nosso! Ave, Maria! Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!). Fonte: www.cnbb.net.br
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O Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, de 77 anos, fundador e Superior-Geral da Sociedade Clerical de Vida Apostólica "Virgo Flos Carmeli", e presidente da associação privada de fiéis "Arautos do Evangelho", a primeira nascer e ser aprovada no novo milênio, renunciou. Com uma carta de 12 de junho de 2017, ele anunciou sua renúncia ao cargo para que um de seus filhos espirituais "pudesse conduzir esta Obra à perfeição desejada por Nossa Senhora". João Scognamiglio Clá Dias acrescentou que "ao deixar este cargo não posso (e nem desejaria), diante de Deus, renunciar minha missão como padre". Portanto, ele continuará "à disposição das pessoas, por ter consciência de que fui constituído por Deus como modelo e guardião-vivo deste carisma que o Espírito Santo me deu". A reportagem é de Andrea Tornielli , publicada por Vatican Insider, 12-06-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
A decisão surpreendente do fundador estaria relacionada à investigação sobre os Arautos iniciada pela Congregação que se ocupa dos religiosos. Uma investigação "profunda e séria", explicam as fontes do Vaticano, embora ainda não se tenha tomado qualquer decisão sobre uma possível visita apostólica.
João Scognamiglio Clá Dias representa uma das duas ramificações que dividiu a associação fundada no Brasil, durante os anos cinquenta, por Plinio Corrêa de Oliveira, pensador católico tradicionalista, de direita e contrarrevolucionário, criador da associação TFP (Tradição, Família e Propriedade).
Após sua morte, o grupo se dividiu. De um lado, os "Fundadores", que obtiveram o direito ao uso do nome TFP nos Estados Unidos e na Europa (a associação italiana é muito próxima das posturas do professor Roberto De Mattei, e nos próximos meses se dedicará a apoiar as atividades dos quatro cardeais autores das "dubia" sobre o "Amoris laetitia"). Do outro lado, João Scognamiglio Clá Dias, obteve os bens e o nome da associação no Brasil, e que após a morte de Plinio Corrêa (em 1995), fundou uma ordem religiosa e uma associação privada de leigos, com ramos masculino e feminino: os "Arautos do Evangelho". (Nota de IHU On-Line: para mais informações clique aqui)
Conhecidos por seu hábito muito peculiar, semelhante a uma bata curta, com uma gigantesca cruz branca e vermelha em seu peito, e botas parecidas às de ginetes, os "Arautos" se espalharam por 78 países, dispondo de muitas vocações, envolvendo milhares de jovens, além de terem sido apoiados particularmente pelo cardeal esloveno Franc Rodè, durante a época em que ele era o prefeito dos religiosos.
A investigação do Vaticano parte, dentre muitas outras indicações, de algumas cartas e vídeos enviados por Alfonso Beccar Varela a Roma. Há menos de três anos atrás falava-se da existência, dentro da TFP e depois dentro dos "Arautos", de uma espécie de sociedade secreta, "Semper viva", na qual se praticava o culto pela mãe de Plinio Corrêa, Dona Lucilia, pelo próprio Corrêa e também por João Scognamiglio Clá Dias. Um culto que a Igreja não permite.
Os vídeos postados online por Alfonso Beccar Varela são frequentemente transferidos a outros sites da Internet, porque no Brasil os "Arautos" adotam medidas legais para apagá-los segundo as regras de direitos autorais. Tratam-se de imagens que mostram exorcismos com fórmulas não aprovadas pela autoridade eclesiástica, mas, sobretudo, mostram gravações de encontros entre o fundador e alguns sacerdotes. Seguramente são vídeos gravados com o consenso dos interessados, mas em que as autoridades vaticanas encontram elementos suficientes para se aprofundar na investigação.
Um deles por ora pode ser visto aqui. Dos diálogos e declarações surge um certo milenarismo: alguns dos "Arautos" estão convencidos de que, graças à Virgem de Fátima, está chegando uma espécie de fim do mundo em que o Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias triunfará. Os sacerdotes falam sobre os exorcismos que estão acontecendo, que o diabo anuncia que o próprio Fundador se tornará Papa ("As chaves pontifícias estão nas mãos do demônio, mas estão por passar para as mãos de Dom João"), e que as forças satânicas temem-no mais do que qualquer coisa no mundo. Um demônio através de uma pessoa exorcizada teria dito: "Jogue-me mais água benta, mas não jogue a água que passou pelas mãos de Dom João".
Nos vídeos, atesta-se que os nomes de dona Lucila, Plinio Corrêa e Monsenhor João são invocados nos exorcismos como se fossem muito poderosos. Eles são quase divinizados. Como se pode ver, há material suficiente para pedir explicações, embora haja pessoas que tentaram imediatamente apresentar a notícia da investigação do Vaticano (mas recaindo sobre os graves motivos) como se fosse um ato "imperial" da Santa Sé para sufocar as realidades mais próximas do tradicionalismo.
Massimo Introvigne é um sociólogo reconhecido que estudou durante anos os movimentos que derivaram de Plínio Corrêa de Oliveira e que reuniu uma vasta documentação (como demonstrado nos artigos "Tradition, Family and Property (TFP) and the Heralds of The Gospel: The Religious Economy of Brazilian Conservative Catholicism" e "Alternative Spirituality and Religion Review", do outono de 2016), na biblioteca do Censor (Centro de Estudo sobre as Novas Religiões) de Turim, que ele próprio dirige.
Ele afirma que "muitos indícios sugerem que dentro dos ‘Arautos do Evangelho’ pratica-se uma espécie de culto secreto e extravagante a uma espécie de trindade composta por Plinio Corrêa de Oliveira, sua mãe Lucilia e o próprio Monsenhor Clá Dias".
"Trata-se, acrescentou, da continuação de práticas que começaram há cerca de 30 anos, por parte do próprio Clá Dias e outros, dentro do movimento de Corrêa de Oliveira, antes da morte deste último, em 1995. Creio ser importante distinguir entre as obras de Corrêa de Oliveira (controversas especialmente durante os últimos anos de sua vida, quando ele se aproximou dos que rejeitavam o Concílio Vaticano II, mas que são de considerável importância para a história do pensamento latino-americano do século XX) e as ações de seus herdeiros verdadeiros ou presumidos. Entrevistei três vezes Corrêa de Oliveira e, inclusive, perguntei-lhe sobre os rumores de um culto secreto a ele e sua mãe, e sempre me disse que essas eram coisas de seus seguidores mais jovens, mas que em nada tinham sido incentivadas ou aprovadas por ele. Pode ser que ele seja culpável pelo menos pela pouca vigilância. Mas isto não invalida para mim o valor de seus escritos". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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O Santo Padre celebrou a Santa Missa, na manhã desta terça-feira (13/06/ 2017), na Capela da Casa Santa Marta, onde reside, da qual participaram os membros do Conselho dos Cardeais “C9”.
Na homilia que pronunciou, o Papa refletiu sobre a mensagem evangélica “ser sal e luz” do mundo, exortando os fiéis a não buscarem “seguranças artificiais, mas a confiar na ação do Espírito Santo.
Francisco se deteve, sobretudo, nestas palavras, que indicam a força do Evangelho, que levam à glorificação de Deus. Com efeito, em Jesus se cumpre tudo o que nos foi prometido: eis porque Ele é a plenitude:
“Em Jesus não há um “não, mas sempre “sim” para a glória do Pai. Mas, também nós participamos deste “sim” de Jesus, porque Ele nos conferiu a unção, nos imprimiu o sigilo, que nos foram antecipados pelo Espírito. É o Espírito que nos levará ao “sim” definitivo, até à nossa plenitude. É o Espírito que nos ajuda a tornar-nos “sal e luz”, ou seja, a sermos testemunhas cristãs”.
“Tudo é positivo”, retomou o Papa. “E o testemunho cristão” é “sal e luz”. “Luz - explicou - para iluminar e quem esconde a luz dá um contratestemunho” refugiando-se um pouco no “sim” e um pouco no “não”. Estes, portanto “possuem a luz, mas não a doam, e não a faz ver e se não a faz ver não glorifica o Pai que está nos céus”. Ainda, advertiu, “há o sal, mas o conserva para si mesmo e não o doa para que se evite a corrupção”.
Os cristãos são chamados a ser sal e luz
“Sim – sim”, “não – não”: palavras decisivas, como o Senhor nos ensinou, pois, recordou Francisco, “o supérfluo provém do maligno”. “É precisamente esta atitude de segurança e de testemunho - acrescentou - que o Senhor confiou à Igreja e a todos nós baptizados”:
“Segurança na plenitude das promessas em Cristo: em Cristo tudo se cumpriu. Testemunho aos outros; dom recebido de Deus em Cristo, que nos deu a unção do Espírito para o testemunho. E isso é ser cristão: iluminar, ajudar para que a mensagem e as pessoas não se corrompam, como faz o sal; mas, se se esconde a luz o sal torna-se insípido, sem força, enfraquece - o testemunho será fraco. Mas isso ocorre quando eu não aceito a unção, não aceito o sigilo, não aceito a 'antecipação' do Espírito que está em mim. E isso ocorre quando eu não aceito o 'sim' em Jesus Cristo”.
A proposta cristã, disse Francisco, é tão simples, mas “tão decisiva e tão bonita, e nos dá tanta esperança”. “Eu sou a luz - podemos nos perguntar - para os outros? Eu – disse ainda o Papa – sou sal para os outros? Que dá sabor à vida e a defende da corrupção? Estou agarrado em Jesus Cristo, que é o 'sim'? Sinto-me ungido, selado? Eu sei que eu tenho essa segurança que será plena no céu, mas pelo menos é “antecipação”, agora, o Espírito?". O cristão é “solar” quando glorifica a Deus com a sua vida.
Na linguagem corrente, observou em seguida, “quando uma pessoa está cheia de luz, dizemos ‘esta é uma pessoa solar’”: “Usa-se dizer isso: ‘É uma pessoa solar’. Isso pode nos ajudar a entender. Isso é mais do que solar, ainda. Este é reflexo do Pai em Jesus em quem as promessas se cumpriram. Este é o reflexo da unção do Espírito que todos nós temos. E isso, por quê? Por que recebemos isso? Dizem-nos ambas as leituras. Paulo diz: ‘E por isso, através de Cristo, sobe a Deus o nosso' Amém' para a sua glória’, para glorificar a Deus. E Jesus diz aos discípulos: ‘Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Pai’. Tudo isso, para glorificar a Deus. A vida do cristão é assim”.
Peçamos esta graça, concluiu o Papa, “de sermos agarrados, enraizados na plenitude das promessas em Cristo Jesus que é ‘sim’, totalmente ‘sim’, e levar essa plenitude com o sal e a luz do nosso testemunho aos outros para dar glória ao Pai que está nos céus”. (BS/MT/SP). Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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No vídeo, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, registra a apresentação do “Oratório de Santo Antônio”, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Salvador- BA. A apresentação aconteceu no domingo da Trindade, 11 de junho-2017. NOTA: O Oratório de Santo Antônio é um coral popular que já cantou e encantou muitos por onde passou. Sob direção e regência do Maestro Keiler Rêgo, o Oratório de Santo Antônio é uma forma de festejar o santo casamenteiro durante a trezena, em junho. Essa tradição possui mais de 20 anos de realização e já é um evento consolidado no calendário de festejos religiosos de Salvador.
Desde 2013, sempre nos meses que antecedem aos festejos a Santo Antônio, o Maestro Keiler Rêgo realiza uma oficina de preparação para o Oratório para montar e qualificar o coral que cantará durante a trezena.
Qualquer pessoa pode integrar esse coral que é composto por membros da própria comunidade. O Oratório de Santo Antônio é uma ótima oportunidade para as pessoas que gostam de música e também para os devotos do santo casamenteiro que podem traduzir em notas musicais a sua devoção pelo santo. Além da capital baiana, o Oratório de Santo Antônio já passou também por outras cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte e Tiradentes-MG.
Cantar a Trezena de Santo Antônio é fazer parte de uma grande celebração da fé, do amor e da música. Fonte: http://www.maestrokeilerrego.com.br Convento do Carmo de Salvador- BA. 11 de junho-2017.
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Um dos santos mais conhecidos na devoção popular brasileira, que abre as comemorações das festas juninas dia 13 de junho, Santo Antônio continua sendo importante para o mundo cristão porque ele reconciliou a vida de fé, a simplicidade da mensagem do evangelho e o amor à Eucaristia com a riqueza acadêmica, as ciências, a meditação e estudo da Sagrada Escritura.
Esta é a consideração do religioso da Ordem dos Frades Menores, o franciscano dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato. Para o religioso, a inteligência, a lucidez intelectual, a fé, a simplicidade e o enamoramento por Jesus Cristo fizeram de Santo Antônio um grande taumaturgo no seu tempo.
“As multidões que admiram a sua vida nos dias atuais revelam sua imortalidade pelo seguimento a Jesus Cristo do jeito como São Francisco de Assis o fez com simplicidade, profunda devoção, amor as Sagradas Escrituras e grande espiritualidade”, disse.
Atualmente, segundo dom Severino, devemos imitar o jeito do apaixonamento de Santo Antônio por Jesus Cristo. “Hoje, muito falamos de Jesus Cristo, ensinamos como segui-lo, apresentamos teses e verdades, mas precisamos viver com intensidade o que aprendemos, o que nos ensinam e o que ensinamos para os outros”, disse.
O religioso explica que o legado do santo é o amor profundo nas dissoluções das complicações, problemas de relacionamentos humanos nos dias atuais. “Eis uma das razões porque é popularmente considerado o santo casamenteiro, porque facilita as relações e mostra que o entendimento, o cultivo e o cuidado pelas pessoas é remédio para solucionar conflitos e desgastes de convivência familiar e conjugal”.
O bispo comunga da mesma paixão de Santo Antônio: aprender com São Francisco de Assis a simplicidade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Ele se empolgou com o estilo de vida de São Francisco de Assis e por isso ingressou na Ordem dos Frades Menores. Santo Antônio nos mostra que é possível uma vida simples e repleta de ações, de cuidado pela natureza e pela vida em si”, afirma.
História do santo
Santo Antônio ou Antônio de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua, OFM, de sobrenome incerto mas batizado como Fernando, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.
Primeiramente foi frade agostiniano no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, indo posteriormente para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde aprofundou os seus estudos religiosos através da leitura da Bíblia e da literatura patrística, científica e clássica. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França.
No ano de 1221 fez parte do Capítulo Geral da Ordem em Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador, que o convidou também a pregar contra os albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e me seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.
A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e sobretudo como notável orador e grande taumaturgo.
Entre suas várias qualidades, chamou a atenção de seus contemporâneos seu admirável dom como pregador. Muitas descrições de época referem o fascínio que sua fala exercia sobre as multidões de pessoas simples e também sobre clérigos doutos.
Embora o efeito de sua oração a viva voz não possa mais ser recuperado, seu estilo e os conteúdos que abordava podem ser conhecidos em parte através dos 77 sermões que sobreviveram e constam em sua obra publicada em edição crítica, Sermões Dominicais e Festivos, e que são considerados autênticos. Fonte: www.cnbb.net.br
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Foi publicada nesta terça-feira (13/06) a Mensagem do Papa Francisco para o I Dia Mundial dos Pobres, a ter lugar no 33° Domingo do Tempo Comum, dia 19 de novembro de 2017, sob o tema: “Não amemos com palavras, mas com obras”. Já a seguir o texto integral:
MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA O I DIA MUNDIAL DOS POBRES
(XXXIII Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017)
Tema: «Não amemos com palavras, mas com obras»
- «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).
Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade.
- «Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o» (Sal 34/33, 7). A Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Possuímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens «cheios do Espírito e de sabedoria» (6, 3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a comunidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isto foi possível, por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia exprimir numa fraternidade e numa solidariedade tais, que correspondesse ao ensinamento principal do Mestre que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3).
«Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um» (At 2, 45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro – não está a fazer retórica, quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo Tiago, usando expressões fortes e incisivas na sua Carta: «Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que O amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais? (…) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta» (2, 5-6.14-17).
- Contudo, houve momentos em que os cristãos não escutaram profundamente este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas o Espírito Santo não deixou de os chamar a manterem o olhar fixo no essencial. Com efeito, fez surgir homens e mulheres que, de vários modos, ofereceram a sua vida ao serviço dos pobres. Nestes dois mil anos, quantas páginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicidade e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!
Dentre todos, destaca-se o exemplo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos séculos. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas decidiu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identificou neste encontro a viragem da sua conversão: «Quando estava nos meus pecados, parecia-me deveras insuportável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do corpo» (Test 1-3: FF 110). Este testemunho mostra a força transformadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.
Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca palpavelmente a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, repartido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis. Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: «Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez» (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).
Portanto somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.
- Não esqueçamos que, para os discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminhar atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5, 3; Lc 6, 20). Pobreza significa um coração humilde, que sabe acolher a sua condição de criatura limitada e pecadora, vencendo a tentação de omnipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinheiro, a carreira e o luxo. Mais, é a pobreza que cria as condições para assumir livremente as responsabilidades pessoais e sociais, não obstante as próprias limitações, confiando na proximidade de Deus e vivendo apoiados pela sua graça. Assim entendida, a pobreza é o metro que permite avaliar o uso correto dos bens materiais e também viver de modo não egoísta nem possessivo os laços e os afetos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2545).
Assumamos, pois, o exemplo de São Francisco, testemunha da pobreza genuína. Ele, precisamente por ter os olhos fixos em Cristo, soube reconhecê-Lo e servi-Lo nos pobres. Por conseguinte, se desejamos dar o nosso contributo eficaz para a mudança da história, gerando verdadeiro desenvolvimento, é necessário escutar o grito dos pobres e comprometermo-nos a erguê-los do seu estado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo, aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida.
- Sabemos a grande dificuldade que há, no mundo contemporâneo, para se poder identificar claramente a pobreza. E todavia esta interpela-nos todos os dias com os seus inúmeros rostos vincados pelo sofrimento, a marginalização, a opressão, a violência, as torturas e a prisão, pela guerra, a privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e o analfabetismo, pela emergência sanitária e a falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e a escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migração forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro. Como é impiedoso e nunca completo o elenco que se é constrangido a elaborar à vista da pobreza, fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escândalo a extensão da pobreza a grandes sectores da sociedade no mundo inteiro. Perante este cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que inibe o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profissionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.
Todos estes pobres – como gostava de dizer o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por «direito evangélico» (Discurso de abertura na II Sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II, 29/IX/1963) e obrigam à opção fundamental por eles. Por isso, benditas as mãos que se abrem para acolher os pobres e socorrê-los: são mãos que levam esperança. Benditas as mãos que superam toda a barreira de cultura, religião e nacionalidade, derramando óleo de consolação nas chagas da humanidade. Benditas as mãos que se abrem sem pedir nada em troca, sem «se» nem «mas», nem «talvez»: são mãos que fazem descer sobre os irmãos a bênção de Deus.
- No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Antecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres.
Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este Dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.
- Desejo que, na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que este ano será no dia 19 de novembro, XXXIII domingo do Tempo Comum –, as comunidades cristãs se empenhem na criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta. Poderão ainda convidar os pobres e os voluntários para participarem, juntos, na Eucaristia deste domingo, de modo que, no domingo seguinte, a celebração da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo resulte ainda mais autêntica. Na verdade, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o Inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscita para uma vida nova no dia de Páscoa.
Neste domingo, se viverem no nosso bairro pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18, 3-5; Heb 13, 2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai.
- Na base das múltiplas iniciativas concretas que se poderão realizar neste Dia, esteja sempre a oração. Não esqueçamos que o Pai Nosso é a oração dos pobres. De facto, o pedido do pão exprime o abandono a Deus nas necessidades primárias da nossa vida. Tudo o que Jesus nos ensinou com esta oração exprime e recolhe o grito de quem sofre pela precariedade da existência e a falta do necessário. Aos discípulos que Lhe pediam para os ensinar a rezar, Jesus respondeu com as palavras dos pobres que se dirigem ao único Pai, em quem todos se reconhecem como irmãos. O Pai Nosso é uma oração que se exprime no plural: o pão que se pede é «nosso», e isto implica partilha, comparticipação e responsabilidade comum. Nesta oração, todos reconhecemos a exigência de superar qualquer forma de egoísmo, para termos acesso à alegria do acolhimento recíproco.
- Aos irmãos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.
Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho.
Vaticano, Memória de Santo António de Lisboa,
13 de junho de 2017.
Franciscus
Fonte: http://pt.radiovaticana.va
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*Por Fernando Altemeyer
Andando por algumas cidades brasileiras é fácil encontrar jovens/adolescentes com uma espiritualidade doentia e alienante. Em certas dioceses e até com uma presumível cumplicidade de pastores brotam aos borbotões “escravos de Maria”, “cercos de Jericó”, “missas de cura e libertação” “marchas em roupas medievais”, “exorcismos descontrolados e líderes autoritários”.
Já se vê dezenas de jovens com correntes nos braços, nas pernas e amarrando cilício nas pernas e barriga para sangrar em “nome de Maria (sic)”. Meninas jovens de véu na cabeça nas missas, gente rezando terço fora de hora, plenos de tiques nervosos e exigindo receber a Eucaristia na boca, pois a mão não seria santa o suficiente.
Antropologia doente. Mente doente. Corpo adestrado. Há ainda os que seguem cegos a padres autoritários evidentemente narcisistas.
É a Igreja Feudal voltando com tudo e destroçando a pastoral da Igreja comunidade de comunidades. As orientações da CNBB nem sequer são conhecidas. A pastoral é desvinculada da Palavra de Deus.
Tudo fica reduzido a crendices e amuletos. E as Televisões católicas e livrarias católicas vendendo ainda mais amuletos, textos demagógicos, roupas e túnicas douradas e muito perfume e incenso grego caro e supérfluo. Há até exércitos com roupas exóticas em comunidades e igrejas.
Quando acordarmos da letargia, o estrago será profundo. Os fungos continuam em ação comendo o pão da vida e fazendo-o morrer. É preciso ver a doença e prevenir.
*Fernando Altemeyer é teólogo leigo, possui graduação em Filosofia e em Teologia, mestrado em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.
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