Dom Dominique You, bispo de Conceição do Araguaia (PA), emitiu nota manifestando solidariedade aos familiares dos dez posseiros assassinados na quarta-feira, 24 de maio, durante ação policial de reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco, no Pará. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou as Policias Civil e Militar do Pará realizaram a operação de reintegração.

“Será que o cumprimento da Lei não conhece outro caminho fora da destruição do adversário?“, pergunta dom Dominique. E convoca todo o povo “a orar e a se converter para que o mandamento “Não matarás” retome o seu poder na consciência de todos nós e em nossa cultura“.

Leia a Nota, na íntegra:

Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo,
E sobre nós iluminai a vossa face!
Se voltardes para nós, seremos salvos.
Salmo 79(80),4.

Será que o Brasil está mesmo em guerra?

Será que a vida humana não vale mais do que a de um bicho?
Será que a luta pela posse de uma terra exige, hoje, a força das armas?
Será que o cumprimento da Lei não conhece outro caminho fora da destruição do adversário?
A vida humana não é uma coisa da qual alguém pode se libertar quando contradiz ou ameaça interesses particulares.

Será que o Brasil está mesmo em guerra?

Hoje, suplico a Misericórdia de Deus. Rezo pelas vítimas e suas famílias, por aqueles que mandaram matar e aqueles que mataram, nesta tragédia em Pau D’arco.

Convoco todo o povo a orar e a se converter para que o mandamento “Não matarás” retome o seu poder na consciência de todos nós e em nossa cultura. Convido cada pessoa a se juntar ao mutirão de oração pela Paz e pelas vítimas, na próxima 3ª feira, 30 de maio de 2017, às 19h30.

A toda a Diocese peço que se reúna numa igreja ou capela, nesta mesma hora em que celebrarei a Eucaristia na Igreja de Pau D’arco.

É urgente um novo despertar da consciência para que a paz social possa voltar a se alicerçar sobre uma autêntica justiça.

Que Deus salve o Brasil da violência, da injustiça e da ganância!

24 de maio de 2017,

Dom Dominique YOU
Bispo de Santíssima Conceição do Araguaia

Foto: Facebook /Helder Molina-CNBB.

Fonte: http://cnbb.net.br

Papa Francisco durante a Missa na Capela da Casa Santa Marta ( 29/05/2017)

É preciso deixar-se interpelar pelo Espírito Santo, apender a ouvi-lo antes de tomar decisões. Esta foi a exortação que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis na homilia da Missa desta segunda-feira (29/05) na capela da Casa Santa Marta.

Nesta semana que antecede Pentecostes, afirmou o Papa, a Igreja pede que rezemos para que o Espírito venha no coração, na paróquia, na comunidade. Francisco inspirou-se na Primeira Leitura, que poderíamos chamar de “Pentecostes de Éfeso". De facto, a comunidade de Éfeso tinha recebido a fé, mas não sabia nem mesmo que existisse o Espírito Santo. Eram “pessoas boas, de fé”, mas não conheciam este dom do Pai. Depois, Paulo impôs as mãos sobre eles, desceu o Espírito Santo e começaram a falar em línguas.

O Espírito Santo move o coração.

O Espírito Santo, de facto, move o coração, como se lê nos Evangelhos, onde tantas pessoas - Nicodemos, a samaritana, a pecadora - são impulsionados a se aproximar de Jesus justamente pelo Espírito Santo. O Pontífice então convidou a questionar-nos qual o lugar que o Espírito Santo tem na nossa vida:

“Eu sou capaz de ouvi-lo? Eu sou capaz de pedir inspiração antes de tomar uma decisão ou dizer uma palavra ou fazer algo? Ou o meu coração está tranquilo, sem emoções, um coração fixo? Certos corações, se nós fizéssemos um electrocardiograma espiritual, o resultado seria linear, sem emoções. Também nos Evangelhos há essas pessoas, pensemos nos doutores da lei: acreditavam em Deus, todos sabiam os mandamentos, mas o coração estava fechado, parado, não se deixavam inquietar”.

Não à fé ideológica

A exortação central do papa, portanto, é deixar-se inquietar, isto é, interpelar pelo Espírito Santo que faz discernir e não ter uma fé ideológica:

“Deixar-se inquietar pelo Espírito Santo: “Eh, ouvi isso… Mas, padre, isso é sentimentalismo?” - “Pode ser, mas não. Se você for pela estrada justa não é sentimentalismo”. “Senti a vontade de fazer isso, de visitar aquele doente ou mudar de vida ou abandonar isso …”. Sentir e discernir: discernir o que sente o meu coração, porque o Espírito Santo é o mestre do discernimento. Uma pessoa que não tem esses movimentos no coração, que não discerne o que acontece, é uma pessoa que tem uma fé fria, uma fé ideológica. A sua fé é uma ideologia, é isso”.

Interrogar-se sobre a relação com o Espírito Santo

Este era o “drama” daqueles doutores da lei que eram contrários a Jesus. O Papa exortou a se interrogar sobre a própria relação com o Espírito Santo:

“Peço que me guie pelo caminho que devo escolher na minha vida e também todos os dias? Peço que me dê a graça de distinguir o bom do menos bom? Porque o bem do mal se distingue logo. Mas há aquele mal escondido, que é o menos bom, mas esconde o mal. Peço essa graça? Esta pergunta eu gostaria de semeá-la hoje no vosso coração”.

Portanto, é preciso interrogar-se se temos um coração irrequieto porque movido pelo Espírito Santo ou se fazemos somente “cálculos com a mente” . No Apocalipse, o apóstolo João inicia convidando as “sete Igrejas” – as sete dioceses daquele tempo, disse o Papa Francisco – a ouvir o que o Espírito Santo lhes diz. “Peçamos também nós esta graça de ouvir o que o Espírito diz à nossa Igreja, à nossa comunidade, à nossa paróquia, à nossa família e cada um de nós, a graça de aprender esta linguagem de ouvir o Espírito Santo”. (BS/MJ). Fonte: http://pt.radiovaticana.va

Um pastor cristão na África do Sul provocou indignação após encorajar os fiéis de sua igreja a beber veneno para rato .

O pastor Light Monyeki disse aos fiéis da igreja "Ministérios da Graça Vivendo a Esperança" para beberem de uma garrafa de água com Rattex para 'nutrir seus corpos' e 'curar suas doenças'.

Depois que o pastor tomou um gole, "uma multidão de congregados voluntariamente correu para a frente para tomar um copo do veneno mortal", afirmou a igreja numa publicação nas redes sociais.

Compartilhando fotos de Monyeki despejando a água envenenada nas gargantas dos congregantes, a igreja escreveu em um post no Facebook: 'O homem de Deus, o Profeta Luz Monyeki demonstra o poder de fé fazendo com que os fiéis bebam Rattax, veneno mortal, para demonstrarem a sua fé.'

Antes de derramar o líquido na garganta dos fiéis, o pastor deu um gole. Quando ele fez isso, muitas pessoas quiseram fazer o mesmo e acorreram ao púlpito. Logo, alguns começaram a sentir dores no estômago. À noite, 5 morreram e outros 13 foram hospitalizados.

Monyeki negou qualquer responsabilidade no sucedido, afirmando: "Não precisamos proclamar a fé porque somos crentes. A morte não tem poder sobre nós". A polícia começou uma investigação mas ninguém foi preso até o momento.

O pastor recebeu críticas generalizadas depois de ter postado as fotos na internet. Outros pastores da África do Sul condenaram veementemente o colega, afirmando que quem deveria buscar uma cura para suas doenças seria o próprio pastor.

Light Monyeki não é o primeiro polêmico pastor sul-africano a encorajar práticas pouco ortodoxas entre seus paroquianos.

Em 2014, o pastor Lesego Daniel dos Ministérios do Centro Rabboni na África do Sul convenceu os membros de sua igreja a comer erva, dizendo-lhes que lhes daria força e cura.

Um ano depois, outro polêmico jovem pastor chamado Penuel Mnguni supostamente comandou uma serpente para se transformar em chocolate, instando seus congregantes a comer o corpo do animal como uma prova de fé. Ele foi preso por suspeita de crueldade com animais. #venenoparacrentes. Fonte: https://frontcatolico.blogspot.com.br

A Festa da Ascensão de Jesus, que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia. A comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus ressuscitado, reconhece-O como o seu Senhor, adora-O e recebe d’Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”.


EVANGELHO DE MATEUS, 28, 16-20: Atualização.

Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do “Reino”; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo.

Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu também pertenço – é, hoje, a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o “Reino” na minha vida de todos os dias – em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?

A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo.

Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens – sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou econômicas – a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos – mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?

Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?

No dia em que fui batizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?

É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

(Leia a reflexão na íntegra ao clicar ao lado no link: EVANGELHO DO DIA)

Na Ascensão, Jesus nem partiu nem se ausentou; não nos deixou órfãos nem solitários. Ele permanece para sempre entre nós pelo seu Espírito Santo: no céu, na terra e em todo lugar. E principalmente conosco e em cada um de nós; não só está ao nosso lado, mas também dentro de nós, “fazendo morada em nós”.

Recordemos as experiências das Aparições do Ressuscitado, onde Jesus foi nos ensinando como nos encontrar com Ele e a estar com Ele: na “Palavra”, na “fração do pão”, na “Eucaristia”, compartilhando nossa vida, como pão de vida para os outros, no “perdão salvador”, no “serviço”, nos “sacramentos”, no “próximo”, na “missão evangelizadora e apostólica”, na “construção do Reino”, no mundo e na realidade social na qual vivemos, praticando a fraternidade e justiça social, segundo “os sinais dos tempos”, etc.

Na Ascensão, não se trata tanto de “vir e regressar”. Os espaços não existem para Deus. Trata-se de diferentes modos de presença. Mais que “subida” e afastamento, a Ascensão de Jesus é “descida e presença”. Sua presença expansiva alcança uma profundidade e uma longitude que sua presença física não pudera alcançar. Assim podemos encontrá-Lo em todos os lugares e em todas as pessoas.

Jesus desce com os seus da montanha do evangelho para estender entre todos os povos sua presença. Está com os seus, neles, com eles... Esta é sua Ascensão, sua grande “descida”.

Ele não permanece na Montanha para construir ali uma pirâmide ou templo, uma grande corte pascal, mas para reunir os seus e enviá-los, e descer/estar com eles em todo o mundo.

Estes “onze” da Ascensão são (somos) todos, homens e mulheres na Montanha do Evangelho, para começar de novo, desde a periferia do mundo, como humanidade nova, como grupo, unidos no amor, todos e todas formando a grande comunidade da nova montanha da vida.

A tarefa fundamental que Ele nos confia é clara: “fazer discípulos” seus todos os povos. Não se trata de ensinar doutrinas, nem ritos, nem normas morais, mas de ativar em todos uma maneira alternativa de viver, centrada no modo de proceder do próprio Jesus, ou seja, trabalhar para que no mundo haja homens e mulheres que vivam como discípulos e discípulas d’Ele, seguidores (as) que aprendam a viver como Ele; que o acolham como Mestre e não deixem nunca de aprender a ser livres, justos, solidários, construtores de um mundo mais humano.

“Homens da Galileia, porque ficais aqui parados, olhando para o céu” (At 1,11)

É como se dissesse: “olhem a terra e todas as pessoas, vejam suas lágrimas e angústias”, assumam tudo como algo próprio dos discípulos e discípulas de Jesus; ocupem-se em transformar toda a realidade com os valores do Reino, inspirem homens e mulheres a serem presença do amor e da justiça junto àqueles que mais sofrem, despertem a vida atrofiada e escondida naqueles que perderam o sentido de sua existência, prolonguem em suas vidas aquela presença original de Jesus...

De fato, Ascensão significa o início da missão da nova comunidade ressuscitada.

Na Ascensão, enquanto Jesus “sobe” ao Pai, nós “descemos” à realidade para transformá-la, tornando presente o Reino. Quando amamos, cuidamos, servimos... também nos elevamos. E o que nos eleva está em nosso interior: nós nos elevamos à medida que descemos em direção à humanidade.

Muitas vezes preferimos seguir um Jesus no “céu”, distante, glorificado, a quem rendemos honras. Descobri-Lo dentro de nós mesmos, nos outros e no mundo é demasiado exigente e comprometedor. Muito mais cômodo é continuar “olhando para o céu...” e não nos sentir implicados naquilo que está acontecendo ao nosso redor. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O presidente americano Donald Trump e sua esposa Melania visitaram na última quarta-feira (24) o Papa Francisco. Mas o que chamou atenção da imprensa americana foi o fato de, tanto a primeira-dama quanto a filha do presidente americano, Ivanka, fazerem o uso de um vestido preto, além de véu perante o Papa.

Essa sugestão de vestuário por parte da Igreja faz parte de um protocolo do Vaticano para visitas de Estado ou audiência com o Papa. A Rainha Elizabeth II e a ex-primeira-dama Michelle Obama são alguns exemplo de mulheres que cumpriram a regra de etiqueta. Mas existe uma exceção que permite que apenas 7 mulheres possam usar branco perante o Papa.

O chamado "privilégio do branco" (em italiano il privilegio del bianco) é válido para rainhas e princesas católicas. Mas, para possuir esse privilégio além de ser uma rainha ou princesa é necessário receber do Papa o "Rex Catholicissimus", um título hereditário, se manter publicamente católica, ou então ser casada com um monarca católico. O privilégio pode ser mantido a critério do Papa.

Podem vestir branco a rainha Letícia da Espanha, a rainha emérita Sofia da Espanha, a rainha consorte Matilde da Bélgica e a rainha Paola da Bélgica, a grã-duquesa Maria Teresa de Luxemburgo, a princesa Marina de Nápoles e a princesa Charlene do Mônaco.

A princesa Charlene do Mônaco é uma das "exceções" que mais visitam o Papa. Ao todo já foram quatro audiências com o Pontífice máximo da Igreja. Fonte: http://tnonline.uol.com.br

Papa Francisco durante a Missa na Capela da Casa S. Marta ( 23/05/2017 14:50). Muitas pessoas consagradas foram perseguidas por terem denunciado atitudes de mundanidade: o espírito mau prefere uma Igreja sem riscos e morna. Foi o que disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta.

Na sua homilia, o Pontífice comentou o capítulo 16 dos Atos dos Apóstolos, que narra Paulo e Silas em Filipos. Uma escrava que tinha um espírito de adivinhação começou a segui-los e, gritando, os indicou como “servos de Deus”. Era um louvor, mas Paulo, sabendo que esta mulher estava possuída por um espírito maligno, um dia o expulsou. Paulo – notou o Papa – entendeu que “aquele não era o caminho da conversão daquela cidade, porque tudo permanecia tranquilo”. Todos aceitavam a doutrina, mas não havia conversões.

Muitos consagrados perseguidos por terem dito a verdade

Isto se repete na história da salvação: quando o povo de Deus estava tranquilo, não arriscava ou servia - não "digo aos ídolos" - mas "à mundanidade", explica Francisco. Então o Senhor enviava os profetas que eram perseguidos "porque incomodavam", como ocorreu com Paulo: ele entendeu o engano e mandou embora esse espírito que, apesar de dizer a verdade – isto é, que ele e Silas eram homens de Deus - no entanto, era "um espírito de torpor, que tornava a igreja morna". "Na Igreja - afirma - quando alguém denuncia tantos modos de mundanidade é encarado com olhos tortos, não deve ser assim, melhor que se distancie":

“Eu lembro na minha terra, tantos, tantos homens e mulheres, consagrados bons, não ideólogos, mas que diziam: ‘Não, a Igreja de Jesus…’ – ‘Ele é comunista, fora!’, e os expulsavam, os perseguiam. Pensemos no beato Romero, não?, o que aconteceu por dizer a verdade. E muitos, muitos na história da Igreja, também aqui na Europa. Por quê? Porque o espírito maligno prefere uma Igreja tranquila sem riscos, uma Igreja dos negócios, uma Igreja cómoda, na comodidade do torpor, morna”.

No capítulo 16, se fala ainda dos patrões dessa escrava, que ficaram bravos com ela porque não podiam mais ganhar dinheiro às suas custas por ter perdido o poder de adivinhação. O Papa destacou que “o espírito maligno sempre entra pelo bolso”. “Quando a Igreja está morna, tranquila, toda organizada, não existem problemas, mas olhem onde há negócios”, afirmou Francisco.

Mas além do dinheiro, há outra palavra ressaltado pelo Pontífice, que é a “alegria”. Paulo e Silas são arrastados pelos patrões da escrava diante dos juízes, que ordenaram que fossem açoitados e levados à prisão. O carcereiro os leva para a parte mais escondida da prisão. Paulo e Silas cantavam. Por volta da meia-noite, há um forte tremor de terremoto e todas as portas da prisão se abrem. O carcereiro está para se matar antes que fosse assassinado por ter deixado os prisioneiros escaparem, mas Paulo o exorta a não se machucar, porque – disse – “estamos todos aqui”. Então o carcereiro pede explicações e se converte. Lava as feridas deles, é batizado e fica cheio de alegria”:

“E este é o caminho da nossa conversão diária: passar de um estado de vida mundano, tranquilo, sem riscos, católico, sim, sim, mas assim, morno, a um estado de vida de verdadeiro anúncio de Jesus Cristo, à alegria do anúncio de Cristo. Passar de uma religiosidade que olha demasiado para os lucros para uma religiosidade de fé e de proclamação: ‘Jesus é o Senhor’”.

Este é o milagre que o Espírito Santo faz. O Papa exortou então a ler o capítulo 16 dos Atos para ver como o Senhor “com os seus mártires” leva a Igreja para frente:

“Uma Igreja sem mártires não dá nenhuma confiança; uma Igreja que não se arrisca provoca desconfiança; uma Igreja que tem medo de anunciar Jesus Cristo e afugentar os demónios, os ídolos, o outro senhor, que é o dinheiro, não é a Igreja de Jesus. Na oração pedimos a graça e também agradecemos o Senhor pela renovada juventude que nos dá com Jesus e pedimos a graça que ele mantenha esta renovada juventude. Esta Igreja de Filipos foi renovada e tornou-se uma Igreja jovem. Que todos nós tenhamos isso: uma renovada juventude, uma conversão do modo de viver morno ao anúncio alegre que Jesus é o Senhor”. (BS-BF-SP). Fonte: http://pt.radiovaticana.va

O papa se “fez pároco”: com grande simplicidade, encontrou-se com as famílias, abençoou alguns apartamentos que compõem o condomínio da Praça Francesco Conteduca 11, deixando um terço de presente. A reportagem é publicada por Radio Vaticana, 19-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Santo Padre Francisco quis, também no mês de maio, dar sequência às “Sextas-feiras da Misericórdia”, sinais inspirados nas obras de misericórdia corporais e espirituais que o papa fez durante o Jubileu.

Na tarde dessa sexta-feira, 19, o papa saiu do Vaticano e se dirigiu a Ostia. Como sinal de proximidade com as famílias residentes na periferia de Roma, ele decidiu que abençoaria as suas residências, casa por casa, como o pároco faz todos os anos, justamente durante o período pascal.

Há dois dias, o Pe. Plinio Poncina, pároco de Stella Maris, uma das seis paróquias de Ostia, tinha afixado – como de costume – um aviso na porta do condomínio de casas populares, avisando as famílias que passaria para visitá-las para a costumeira bênção pascal.
Nessa sexta-feira, foi grande a surpresa quando os moradores viram que quem estava tocando a campainha não era o pároco, mas sim o Papa Francisco.

O papa se “fez pároco”: com grande simplicidade, entreteve-se com as famílias, abençoou alguns apartamentos que compõem o condomínio da Praça Francesco Conteduca 11, deixando um terço de presente. 

Brincando, quis pedir desculpas pelo incômodo, tranquilizando, porém, que respeitou o horário de silêncio em que os condôminos descansam depois do almoço, como afirma o cartaz afixado na entrada do prédio.

Embora pertencendo ao território do município de Roma, Ostia, com os seus cerca de 100.000 habitantes, é um núcleo em seu próprio direito, acolhendo no seu contexto urbano uma viva comunidade de fiéis, que vive e compartilha também algumas realidades difíceis, ligadas à vida da periferia. 

A igreja, a paróquia e o pequeno campo de futebol adjacente, muitas vezes, tornam-se um ponto de referência para a comunidade e constroem um ponto de desembarque para aquelas realidades sociais e existenciais que, frequentemente, sofrem formas de exclusão, ficando às margens. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

“É feio ver pessoas que se dizem cristãs mas são cheias de amarguras. A linguagem do Espírito Santo é doce e a Igreja o chama de doce hóspede da alma”. Francisco- O Papa da ternura.

(Palavras do Papa em uma visita na Paróquia de São Damião, no bairro Acilia, na periferia sul da capital italiana no último domingo, 22. Fonte: Rádio Vaticana)

CÁRITAS – Como conheceu Monsenhor Romero?

MONSENHOR GREGORIO ROSA CHÁVEZ – Monsenhor Romero e eu somos oriundos da mesma diocese, a diocese de San Miguel. Ele ordenou sacerdote em 1942, no mesmo ano em que eu nasci. Eu o conheci na cidade de San Miguel, onde ele era o encarregado da catedral ainda em construção. Eu tinha então 14 anos. Com o passar do tempo, nos tornamos muito amigos e tive o privilégio de estar ao seu lado nos momentos mais difíceis do ministério dele como arcebispo de San Salvador. Ele chegou a dizer em seu diário que me considerava “como amigo que lo ha sido desde tanto tiempo y muy de fondo” (“como um amigo de muito tempo, e cuja amizade era muito profunda” – Diario, 18 de maio de 1979).

CÁRITAS – Que coisas no aspecto solidário fez ou disse Oscar Romero que mais tocaram as pessoas em El Salvador?

MONSENHOR GREGORIO – Monsenhor Romero criticou em uma célebre homilia aos “cristianos de misa dominical y de semanas injustas” (“cristãos de missas aos domingos, e de injustiças na semana”). Ele queria cristãos coerentes, com grande sentido social. E ele foi um modelo do que predicava. Seus colaboradores próximos se preocupavam com o fato de que, com sua política de caridade para com os pobres, as finanças da paróquia estavam com frequência no vermelho. Sendo sacerdote em San Miguel, vários o reprovavam por dar dinheiro a gente pobre que facilmente o ia usar para emborrachar-se (embriagar-se). Não esqueço a resposta que nos deu: “Prefiero equivocarme por dar una ayuda a quien no lo necesita, que, por estar dudando, negársela a quien sí lo necesita” (“Prefiro equivocar-me por dar uma ajuda a quem não a necessita do que, por hesitar, negá-la a quem de fato dela precisa”). Sem dúvida, como arcebispo, ele mostrou claramente que devemos ultrapassar os limites do mero assistencialismo; temos que fomentar a promoção humana e também agir para que se formulem políticas adequadas, de forma que se consiga incidir nas grandes decisões que afetam aos pobres. As pessoas valorizaram seu espírito de pobreza, simplicidade de vida e sua profunda solidariedade.

CÁRITAS – Que disse Oscar Romero sobre o trabalho da Cáritas durante a vida?

MONSENHOR GREGORIO – O tema aparece com frequência, sobretudo em seu Diario. Mas é bom recordar que o nascimento da Cáritas em El Salvador foi atípico: havia uma diretoria nacional, mas não existiam estruturas diocesanas e praticamente não tínhamos Cáritas paroquiais. Era como “um Estado-Maior sem soldados”. Por outro lado, a Cáritas, nessa época, estava voltada para o trabalho assistencial e, timidamente, atuava na promoção humana. Sendo arcebispo, coube a ele responder a uma grave acusação: o governo denunciou que, em caminhões da Cáritas, naqueles tempos de guerra, se levavam, mesclados aos feijões, projéteis para a guerrilha. O fundo do problema é que a Cáritas, ao levar alimentos às zonas de guerra, dificultava a estratégia dos militares: “Há que retirar a água aos peixes”. A “água” eram os alimentos. Podemos dizer que Monsenhor Romero tinha uma profunda estima pela Cáritas e decididamente apoiou seu trabalho.

CÁRITAS – Que recordações tem a população de El Salvador sobre Oscar Romero?

MONSENHOR GREGORIO – Há que distinguir dois momentos: antes e depois da beatificação. Antes, durante seus três anos de ministério como arcebispo, foi atacado e caluniado impiedosamente pelo governo e seu aparato de propaganda. Chegou-se inclusive, em alguma ocasião, a modificar seu nome com más intenções: o chamaram de Oscar “Marxnulfo” Romero (seu nome completo era Oscar Arnulfo Romero Galdámez). Era uma forma vulgar de acusá-lo de ser comunista e de atuar como instrumento do comunismo. Muitas pessoas simples se deixaram “intoxicar” por esta propaganda. A beatificação de Monsenhor abriu os olhos de muitos, inclusive de pessoas poderosas que fizeram festa no dia de sua morte porque “por fim mataram a este comunista”. Muita dessa gente tem pedido perdão em confissão e diante da tumba do venerado mártir. É o que eu chamo de um verdadeiro “terremoto espiritual”. O Papa Francisco tem desempenhado um papel crucial para que se conheça o verdadeiro Oscar Romero. E isso ficará ainda mais claro na terça-feira, 21 de março, quando o Santo Padre presidirá a eucaristia matinal na capela da Casa Santa Marta rodeado de todos os bispos de El Salvador, às vésperas do trigésimo sétimo aniversário do martírio de Monsenhor Romero.

CÁRITAS – Que eventos terá a Cáritas de El Salvador para o centenário de nascimento de Dom Oscar Romero, no próximo mês de agosto?

MONSENHOR GREGORIO – Talvez o mais impactante é que a Cáritas será anfitriã da reunião do Secretariado Latino-americano e do Caribe da Cáritas (Selacc). Ela também prestará serviço logístico a muitos dos visitantes que virão honrar a memória do Beato Romero, esperando que em breve ele seja canonizado. E, claro, mobilizará a muitos fiéis em todas as dioceses para que se unam a esta data inesquecível. Fonte: http://caritas.org.br

O Papa Francisco surpreendeu hoje com a sua decisão de elevar ao cardinalato a um bispo auxiliar deixando o arcebispo dessa diocese sem o barrete. Numa decisão sem precedentes, Francisco anunciou neste domingo que entregará o barrete vermelho a Gregorio Rosa Chávez, bispo auxiliar de San Salvador, em El Salvador, enquanto o titular da arquidiocese, José Luis Escobar Alas, seguirá sendo arcebispo.

Ao finalizar a bênção com o Regina Coeli, o papa informou que no próximo dia 28 de junho presidirá na Basílica de São Pedro, no Vaticano, um Consistório durante o qual elevará ao cardinalato cinco clérigos.

Juntamente com o salvadorenho, completa a lista Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha, Jean Zerbo, arcebispo de Bamako, Mali, Anders Arborelius, bispo de Estocolmo, Suécia e Louis Marie Ling Mangkhanekhoun, vigário apostólico de Paksé, Laos.

O caso se El Salvador é inédito e corresponde, entre outras coisas, a um tributo ao beato Oscar Arnulfo Romero, assassinado em março de 1980 e que foi consagrado pela história como o ‘bispo dos pobres”.

Rosa Chavez, sempre se envolveu no processo de canonização de Romero. Ele nasceu em El Salvador no dia 03-09-1942. Fez o cursos de filosofia e teologia em San Salvador, entre 1962 e 1969.

Também estudou na Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, depois de licenciado em comunicação social.

Foi ordenado padre no dia 24 de janeiro de 1970 na catedral de San Salvador.

Eleito por João Paulo II como bispo auxiliar de San Salvador no dia 03 de julho de 1982. Atualmente é pároco de San Francisco, presidente da Cáritas de El Salvador e da Cáritas para a América Latina e o Caribe. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Cidade do Vaticano, 21 maia 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco anunciou hoje a realização do quarto consistório do seu pontificado, para a criação de cinco cardeais eleitores, a 28 de junho, véspera da festa de São Pedro e São Paulo.

Os novos cardeais são D. Jean Zerbo, arcebispo de Bamaco, Mali; D. Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, Espanha; D. Anders Arborelius, bispo de Estocolmo, Suécia; D. Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun, vigário apostólico de Paksé, Laos; e D. Gregório Rosa Chávez, bispo auxiliar da Diocese de San Salvador, El Salvador, amigo e colaborador de D. Óscar Romero.

O anúncio foi feito no final da recitação da oração do Regina Coeli, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

O Papa explicou que a proveniência de “várias partes do mundo” dos futuros cardeais é um sinal da universalidade da Igreja. Francisco deixou votos de que estes sejam “verdadeiros servidores da comunhão eclesial” e “anunciadores alegres do Evangelho em todo o mundo”, apoiando “mais intensamente” o serviço do Papa.

O último consistório tinha sido celebrado em novembro de 2016, reforçando o papel das “periferias” no Colégio Cardinalício.

Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem vindo a alargar as fronteiras das suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceânia.

Quando foi eleito, o atual Papa tinha como colaboradores apenas 22 cardeais eleitores destes três continentes; no final de 2016, passaram a ser 33, um número praticamente igual ao da América (34 eleitores, entre América do Norte, Central e do Sul), ou seja, cerca de 28% dos participantes num eventual conclave.

Portugal está representado no Colégio Cardinalício por três cardeais: D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, ambos eleitores; e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos. Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt

Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

Neste domingo lemos um trecho de um texto do discurso das despedidas que constituem as últimas palavras de Jesus a seus discípulos.

Quando uma pessoa sabe que vai morrer, como foi o caso de Jesus, procura dizer as palavras mais importantes. Sabe que essas palavras têm um sentido especial e serão escutadas de uma forma diferente e até retidas pelos ouvintes como o mais importante de sua vida.

Para demonstrar o amor a Jesus, os discípulos devem obedecer aos mandamentos. Lembremos que, para o judaísmo, a obediência aos mandamentos faz parte de sua tradição.

Mas Jesus em várias oportunidades tinha dito como era essa obediência aos mandamentos. Lembremos em João 13 quando disse aos discípulos: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.” (João 13, 34-35)

Jesus expressa com muita clareza qual é esse mandamento que ele pede que obedeçam: é um novo mandamento. O amor deve manifestar-se no amor entre eles da mesma forma como Jesus os amou.

Não significa somente cumprir normas, mas é um amor espelhado como aqueles e aquelas que estão próximos aos discípulos. A entrega de Jesus é um convite a viver como ele, amar como ele e que a entrega da vida seja similar a sua!

Neste momento, Jesus oferece a seus discípulos e discípulas o “outro Advogado”, que permanecerá como para sempre ao seu lado. Jesus o chama de Paráclito: em grego a palavra Paráclito significa aquele que defende, que auxilia, que infunde ânimo, que alenta.

Jesus sabe da fragilidade de seus discípulos e discípulas e por isso conhece sua necessidade: eles/as não podem ficar órfãos. Eles precisam de um mestre interior que os guie e os conduza pelos trajetos do discipulado e que os defenda daquilo que leva à morte.

Um companheiro que os guie pelo caminho da vida e gere continuamente vida neles, porque dessa forma ele vive e também “vocês viverão”.

Todo grupo humano, toda comunidade eclesial, sofre ao longo de sua existência diferentes tipos de dificuldades e problemas internos e externos. Nas palavras que hoje Jesus dirige aos seus, e que ressoam na comunidade cristã atual, podemos encontrar o caminho e o auxílio para viver e superar as tensões.

O caminho é o amor, que busca atingir o patamar da generosidade de Jesus. Mas Ele sabe da fragilidade de seus seguidores, conhece também a nossa. Por isso, garante para eles e para nós que não ficaremos órfãos. O Espírito que Jesus nos concede é o mesmo que animou sua vida e missão desde o início.

Há muitas pessoas no mundo inteiro que sofrem diariamente ameaças de morte ou que já foram assassinadas por causa da sua religião e do evangelho. “Quantas pessoas são perseguidas por causa de sua fé, obrigadas a abandonar suas casas, seus locais de culto, suas terras, seus afetos!”,  Fonte: www.ihu.unisinos.br