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O sacrifício que agrada ao Senhor é uma atitude de despojamento e de desacomodação, de entrega total à Sua Palavra e de confiança absoluta nele.
Padre Cesar Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano
Geralmente, apesar de nossa fé no Deus de Amor revelado por Jesus, temos atitudes pagãs em que julgamos o Todo Poderoso nos solicitar sacrifícios desumanos. Assim pensamos que para Deus é agradável penitências dolorosas, difíceis e até para falar com Ele são necessários procedimentos artificiais e fora de nossa realidade.
Tudo isso mostra que raízes pagãs ancestrais estão arraigadas em nossa cultura como estava na de Abraão, marcada por forte politeísmo cujo culto se expressava com inúmeros sacrifícios às divindades.
Abraão que aos poucos conhece o Deus único e verdadeiro, que se lhe apresenta, tem sua fé colocada à prova com o sacrifício de seu filho Isaque. Tendo Abraão provado sua fé, Deus poupa-lhe o sacrifício revelando sua bondade e generosidade. O que passa pela cabeça de Abraão, passa também pela nossa.
Julgamos que Deus se satisfaz com aquilo que é mais doloroso e difícil. Que Deus é esse? Certamente não é o que se revelou a Abraão e muito menos o revelado por Jesus Cristo no Evangelho.
O que Abraão desejava e agradou a Deus foi sua atitude de desacomodação em deixar sua casa paterna, sua pátria e ir para o desconhecido, apenas confiando na Palavra do Senhor. A atitude de matar seu filho, evidentemente não agradou ao Poderoso, mas mostrou que também abria mão de seu futuro e só esperava em Deus.
O sacrifício que agrada ao Senhor é uma atitude de despojamento e de desacomodação, de entrega total à Sua Palavra e de confiança absoluta nele.
No Evangelho temos o relato da Transfiguração do Senhor. Vamos observar a atitude de Pedro. Ele priva, juntamente com João e seu irmão Tiago, de uma amizade especial com o Senhor e lhe é revelado, de modo enfático, a paixão que Jesus sofrerá. Enquanto Jesus busca prepará-los para o momento decisivo de sua luta contra o mal, Pedro fica fascinado pelo momento que vive, diríamos hoje, deslumbrado, e propõe a estabilidade, a acomodação através da construção de tendas, no desejo de perenizar o passageiro.
O Pai lhe chama a atenção dizendo para ouvir o que O Filho amado tem a dizer. Nesse momento acaba a teofania e apenas Jesus permanece com eles. O único necessário em nossa vida é ouvir Jesus, a Palavra do Pai. A renúncia que agrada a Deus, a abnegação desejada, a penitência autêntica é colocar tudo em segundo plano e apenas Jesus Cristo como o absoluto de nossa vida.
Tudo o que a vida me oferece, seja no plano material, seja no espiritual, tudo deverá ser relativizado: família, saúde, religião, carreira, honra, tudo. Todos esses valores deverão ser vivenciados à medida que me aproximam de Deus.
A santidade do relacionamento entre esposos, pais, filhos, irmãos e irmãs, não está nele mesmo, mas enquanto são relacionamentos que me levam a Deus, me levam a amar. Sendo assim eles se tornam sagrados.
Queridos amigos ouvintes, as cruzes que encontramos na vida conjugal, familiar, profissional, na comunidade eclesial, e em tantos outros lugares, foram anunciadas na transfiguração de Jesus e fazem parte dessa vida de entrega, de renúncia, de abnegação, de penitência, de amor.
E neste tempo de penitência não nos esqueçamos o jejum que sobremaneira é agradável a Deus: “soltar as algemas injustas, soltar as amarras de jugo, dar liberdade aos oprimidos e acabar com qualquer escravidão”.
Sigamos o Mestre e, como ele, sejamos generosos em amar. Fonte: http://www.vaticannews.va
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“E transfigurou-se diante deles” (Mc 9,2)
A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta, comentando o evangelho do 2° Domingo do Tempo da Quaresma - Ciclo B (25/02/2018) que corresponde ao texto bíblico de Marcos 9,2-10.
Todos nós temos consciência que a superficialidade, o consumismo e o individualismo são as marcas de nossa sociedade atual. Marcas que nos des-figuram e nos desumanizam. Já o grande teólogo Paul Tillich (1886-1965) afirmava que “a grande tragédia do homem moderno é ter perdido a dimensão de profundidade”. Nas suas obras há um insistente apelo a re-encontrar aquilo que ele chamava “a dimensão perdida”.
Este é o contrassenso humano: por uma parte, salta à vista a tendência a instalar-se na superficialidade (chamemos isso de “zona de conforto” ou simplesmente “comodidade”) e, por outra, a certeza de que somos todos habitados por um anseio que nos chama constantemente para a profundidade (chamemos isso de “nossas raízes”, “nosso ser”..., em definitiva, “nossa casa”). Entre esses dois extremos – superficialidade e profundidade – transcorre nossa vida.
No fundo, a superficialidade, o consumismo e o individualismo são tão somente tímidas compensações que tentam aliviar o vazio de sentido que nos habita; ao mesmo tempo se apresentam como “cantos de sereia” que nos distraem daquilo que é verdadeiramente importante: viver o que somos.
Talvez, a chamada “dimensão perdida” não seja outra coisa que a “trans-figuração” de nossa verdadeira identidade. Este é o apelo do Evangelho de hoje: viver “trans-figurados” a partir de nossa interioridade.
Estamos vivendo fora de nós mesmos, daí que nosso mundo interno permaneça na obscuridade. Se nos voltarmos para dentro, se nossa atenção começa a dirigir seu foco para o interior, então tudo se ilumina.
O chamado “mistério” da “Transfiguração” poderia ter sido, em sua origem, um relato de aparição do Ressuscitado. Posteriormente teria sido re-elaborado para transformar-se numa declaração messiânica: Jesus, confirmado pelas Escrituras judaicas, representadas nas figuras de Moisés (“a Lei”) e Elias (“os profetas”), é apresentado como “Filho amado” de Deus. Todo Ele é transparência e luminosidade.
Jesus viveu constantemente transfigurado, mas isso não se expressava externamente com espetaculares manifestações. Sua humanidade e sua divindade se revelavam cada vez que se aproximava de uma pessoa para ajudá-la a ser ela mesma. A transfiguração deixa de ser um evento para tornar-se um modo permanente de Jesus viver, pois a única luz que nele se revela é a do amor; e só quando manifesta esse amor, ilumina. Na sua humanidade deixa transparecer a luz de Deus.
A Transfiguração não está só nos dizendo quem era Jesus, mas também quem somos realmente. Ela des-vela também nossa identidade e nos faz caminhar em direção à nossa própria humanidade. Por isso, uma pessoa transfigurada é uma pessoa profundamente humana. Tudo o que é autenticamente humano, é transparência de Deus.
A transfiguração desencadeia um movimento interno de busca continuada e revela que o ser humano é inquieto por natureza, e será sempre assim, em seu afã de abrir-se a um horizonte cada vez mais amplo. Todo o ser humano traz em seu interior uma faísca de luz que busca expandir-se; não falta ao seu coração a sede de eternidade.
Transfiguração, portanto, é transformação do espaço interior. Em meio às sombras profundas, marcadas pelos traumas, feridas, experiências negativas..., encontram-se “pontos de luz”. Temos todos os recursos necessários para ativá-los. Então, o círculo de nossa luz vai se ampliando, começando pelo nosso eu mais profundo; ela vai se fazendo cada vez mais extensa, iluminando toda a realidade cotidiana. Passaremos, a viver como “seres trans-figurados”.
Cuidemos, pois, do coração, pois dele brota a luz e a vida! Iluminemos nosso caminhar com a luz que há em nós mesmos!
Nesse sentido, a cena da Transfiguração vem nos recordar que, na essência, somos luminosidade; por detrás de comportamentos com frequência sombrios, continuamos sendo transparência. Isso é o que nós cristãos reconhecemos em Jesus: Ele é o “espelho” nítido no qual vemos nossa identidade profunda. E essa identidade é luz e transparência.
Não é casual que, mesmo perdidos nas trevas de nossa inconsciência, sentimos saudades da luz. Também não é casual que, mesmo nas ações mais complicadas e questionadas, procuramos justificar nossa transparência. Uma e outra des-velam quem somos; por isso mesmo, se tornam imprescindíveis para viver com mais intensidade. Que impede que possamos percebê-las em nós e nos demais?
Nossa essência é luminosa, transparente, simples, doce, verdadeira... Mas, para percebê-la, precisamos nos despertar. E isso implica e significa, ao mesmo tempo, viver ancorados em nossa verdadeira identidade.
Para além do “ego superficial”, a trans-figuração nos faz acessar a um “lugar” sempre estável, sólido e permanente, onde reconhecemos a presença d’Aquele que é a Luz indizível.
Esse “lugar” é sempre luminosidade e transparência. E a partir dele tudo fica transfigurado. Na realidade, não é que as coisas se transfigurem, senão que, mais exatamente, vemos em tudo a Verdade, a Bondade e a Beleza daquilo que é.
Se soubéssemos olhar com os olhos transfigurados veríamos que por detrás das pobres aparências se escondem muitos sentimentos de bondade, de generosidade, de fidelidade e amor.
A transfiguração nos fala da verdade que levamos dentro de nós, mas também dos novos olhos que precisamos para ver. Se soubéssemos olhar com os olhos do coração, veríamos a luz maravilhosa escondida no interior de cada pessoa. Conhecemos as pessoas por fora. Quem as conhece por dentro? Debaixo das aparências de vulgaridade, pode se esconder um grande coração.
Para meditar na oração
Transparente é um modo de ser e de agir; é a condição para que possamos viver em chave pascal, para poder ver Deus presente e atuante em tudo e em todos. O grande desafio para viver a transparência é facilitar, no meio de nossa cultura acelerada e carregada de imagens, espaços sossegados para perceber o que o Espírito vai fazendo em nós. Se não sabemos o que nos acon-tece por dentro, dificilmente poderemos ser presença iluminadora junto aos outros.
- Como seguidores(as) de Jesus, somos chamados a ser cúmplices do Espírito, abrindo-nos totalmente à sua ação e deixando-nos trans-figurar por Ele.
- Como isso pode se fazer presente no seu ritmo cotidiano de trabalho, nas relações, no compromisso...? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Advogado diz que Edson Ricardo da Silva teve relacionamento com religioso de Matão (SP) e pediu R$ 80 mil para não divulgar imagens. Sargento foi morto ao tentar flagrar extorsão na segunda-feira.
O homem de 32 anos suspeito de matar um sargento da Polícia Militar na segunda-feira (19), em Matão (SP), nega envolvimento no crime, de acordo com o advogado de defesa.
O policial Paulo Sérgio de Arruda foi morto a tiros quando tentava fazer um flagrante de extorsão a um padre da cidade. Edson Ricardo da Silva admitiu que pedia R$ 80 mil ao religioso para não divulgar um vídeo dos dois fazendo sexo. Ele é suspeito de atirar contra Arruda durante a abordagem na casa do padre, segundo a Polícia Civil.
Luiz Antônio Carlos Venção, de 28 anos, e Diego Afonso Siqueira Santos, de 22, que teriam gravado o vídeo e estavam no local do crime, também negam envolvimento no assassinato. O trio teve a prisão temporária decretada e está foragido.
Em entrevista ao G1, o advogado Luiz Gustavo Vicente Penna, que defende Edson e Luiz, disse que os três estão fora do estado porque estão com medo. O advogado afirmou, ainda, que vai solicitar perícias à polícia antes de apresentar os clientes. Ainda não está definido se ele também vai defender Diego.
“Eles não têm interesse em ficar foragidos, eles estão preocupados com a própria integridade”, diz o advogado.
O G1 não conseguiu contato com o padre Edson Maurício, que não apareceu mais na paróquia. Ele foi suspenso pela diocese de São Carlos nesta quinta-feira. A Polícia Civil não quis dar detalhes da investigação.
A PM instaurou inquérito militar para apurar o motivo pelo qual quatro militares, dois cabos e dois sargentos foram até a casa do padre em dia de folga, já que isso está fora do protocolo.
Versão dos suspeitos
Segundo o advogado Penna, Edson tinha um relacionamento homossexual com o padre há cerca de 3 anos. “O padre era amante dele, bancava ele e começou a pedir exclusividade. A esposa do Edson descobriu e pediu o divórcio. Com raiva, ele decidiu armar a extorsão com o Luiz e o Diego”, disse.
Edson, segundo a defesa, pediu R$ 80 mil para não divulgar o vídeo dos dois fazendo sexo e marcou um dia para receber o dinheiro na casa do religioso e entregar o CD com o arquivo. A ideia era dividir a quantia com os dois comparsas.
“O padre abriu a porta e pediu para eles entrarem. Dois ficaram na sala, e o Edson foi chamado para ir até o quarto. No corredor, ele viu um homem armado, com roupa branca e encapuzado, que pediu para ele passar o CD. Essa pessoa falou que ele era trouxa e perguntou se ele achava que o vídeo só valia R$ 80 mil. Em seguida falou para eles irem embora”, afirmou o advogado.
Quando o padre abriu o portão para o trio sair, eles ouviram uma discussão e disparos dentro da casa. “Eles não entenderam e foram embora. Curioso para saber o que aconteceu, o Edson pegou um carro, passou na rua depois de cerca de 40 minutos e viu uma Saveiro com três pessoas em frente à casa. Ele foi embora, e no outro dia os três souberam dos fatos”, disse Penna.
Versão de PMs e padre
Na versão dos policiais e do padre, divulgada pela Polícia Civil, o religioso estava com medo da extorsão que sofria havia cerca de um mês e pediu ajuda a um amigo de Araraquara, um garageiro, que indicou os policiais para flagrar o crime.
Mesmo de folga, o sargento e outros três policiais foram com o padre até a casa do religioso, no bairro Residencial Olivio Benassi. Os três suspeitos chegaram à casa e, quando entraram, foram surpreendidos pelo sargento Arruda, que levou dois tiros no peito. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era casado e tinha três filhos.
Advogado vai pedir perícias
O advogado de defesa diz que muitas questões precisam ser esclarecidas e que as câmeras de seguranças do bairro podem ajudar na investigação. “Se o meu cliente atirou no sargento, por que os amigos dele policiais não revidaram o tiro? Que eu saiba policial tem que andar armado", diz o advogado.
"Por que demoraram para chamar o socorro para o policial atingido? Meus clientes passaram [no local] 40 minutos depois e não havia nenhum movimento de ambulância lá. Será que houve modificação no local dos fatos?”, questionou.
Outra questão a ser respondida, segundo o advogado, é o motivo pelo qual o padre não chamou a polícia de Matão. “O padre teria dito que não procurou porque pediu ajuda para o garageiro, que indicou os policiais. Porque o garageiro não está assumindo essa intermediação e está negando tudo?”, questionou a defesa.
O advogado disse que vai solicitar perícias antes de apresentar os suspeitos. Todos já tinham passagem pela polícia por crimes como furto e tráfico.
“Primeiro vou tomar conhecimento do que está acontecendo, solicitar diligências. Como a autoridade policial também tem interesse em chegar à verdade, eu acredito que no máximo em setes dias eu apresente o pessoal [suspeitos]. Eles estão com muito medo e arrependidos. Eles não estão entendendo o que aconteceu e estão envolvidos em um crime bárbaro”, afirmou.
O G1 não encontrou o delegado Marlos Marcuzzo na manhã desta quinta-feira (22) para comentar os apontamentos feitos pelo advogado de defesa. Já o comando da PM informou que não irá se pronunciar no momento por questões de diligências e apurações. Fonte: https://g1.globo.com
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Igreja de Nossa Senhora do Carmo do Desterro da Lapa, Rio de Janeiro. 23 de fevereiro-2018.
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Conclusão dos Exercícios Espirituais para a Cúria Romana. Fonte: http://w2.vatican.va DIVULGAÇÃO: www.olharjornalistico.com.br
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“As vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”, reiterou Francisco ao convocar este dia de jejum e oração pela paz durante o Angelus de 4 de fevereiro.
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
No Angelus do domingo 4 de fevereiro, o Papa lançou um apelo em favor da paz, convocando para esta sexta-feira da primeira semana da Quaresma, um Dia de Oração e Jejum.
Francisco ressaltou na ocasião que “as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”.
“Diante da trágica continuação de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis a um Dia especial de Oração e Jejum pela Paz em 23 de fevereiro próximo, sexta-feira da Primeira Semana da Quaresma”.
“O ofereceremos em particular pelas populações da República Democrática do Congo e do Sudão do sul. Como em outras ocasiões similares, convido também os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos para se associarem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais oportunas, mas todos juntos”.
O Papa recordou que “o nosso Pai Celeste escuta sempre os seus filhos que gritam a Ele na dor e na angústia, «cura os corações feridos e enfaixa suas feridas»”, e convidou a que cada um perguntasse na própria consciência: “O que eu posso fazer pela paz?”:
“Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente “não” à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”
Esta não é a primeira iniciativa em favor da paz promovida por Francisco em seu pontificado.
Setembro de 2013
No dia 7 de setembro de 2013, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, a pedido do Papa foi realizado um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro.
Junho de 2014
Em 8 de junho de 2014, um histórico encontro nos Jardins Vaticanos reuniu o Papa Francisco com os presidentes israelense e palestino, Simón Peres e Mahmud Abbas, para invocar juntos a paz no Oriente Médio.
O encontro teve por objetivo “fazer uma pausa na política para ver desde outra perspectiva e mostrar publicamente o desejo comum de que aconteça algo, de que caminhos que foram fechados se reabram, de voltar a sonhar com a paz”, explicou na ocasião o então Custódio da Terra Santa, o franciscano Pierbattista Pizzaballa, um dos organizadores do encontro.
Novembro de 2017
Em 23 de novembro de 2017, foi presidida pelo Pontífice no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, uma Vigília de Oração pela paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Pe. Tolentino fez a décima e última meditação dos Exercícios Espirituais em Ariccia. Papa regressa hoje ao Vaticano.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco e seus colaboradores concluíram na manhã de sexta-feira (23/02) os Exercícios Espirituais de Quaresma. O Pontífice deixa Ariccia e sua chegada ao Vaticano está prevista para o início da tarde.
O retiro quaresmal se concluiu com a décima meditação do Padre José Tolentino de Mendonça, que foi dedicada ao tema “A bem-aventurança da sede”.
As bem-aventuranças são mais do que uma lei, uma norma codificada, disse o sacerdote português. São uma configuração da vida, um verdadeiro chamado existencial. Além disso, são o autorretrato de Jesus: pobre em espírito, manso e misericordioso, sedento e homem de paz, faminto de justiça e com a capacidade de acolher a todos, vibrante de alegria ao testemunhar a ação do Pai nos últimos e nos pequeninos.
Deus tem sede de que a vida das suas criaturas seja uma vida de bem-aventuranças. Deus não desiste em dizer que toda vida – a nossa vida – é amada e beata. Esta é a sede de Deus.
Não domesticar o Evangelho
Por outro lado, o que fizemos nós do Evangelho das Bem-aventuranças? Como as anunciamos?, questiona Pe. Toletino. É tão fácil criar barreiras ao invés de pontes. Nosso coração está sempre pronto a se tornar arma de combate.
Esta atitude defensiva é um perigo para a Igreja, que deve se recordar que não é um clube exclusivo, restrito, feliz na medida em que exclui. É um hospital de campanha. E quando não vive a tensão de encruzilhada da humanidade, deve se perguntar se não estamos domesticando o Evangelho de Jesus.
Para o Pe. Toletino, é urgente redescobrir a bem-aventurança da sede, pois não há nada pior do que estar saciado de Deus. Ter ido à igreja, ter rezado, não nos isenta dos encontros fundamentais com as extraordinárias surpresas de Deus. Talvez tenhamos um imagem errada da vida cristã: fiel não é quem está saciado de Deus, mas quem tem fome e sede de Deus. A experiência de fé não resolve a sede, mas a amplifica, dilata o nosso desejo, intensifica a nossa busca. Devemos nos reconciliar com a nossa sede repetindo-nos: A minha sede é a minha bem-aventurança.
Escuta, honestidade e abertura
Neste percurso, o sacerdote português propõe a figura de Maria para nos inspirar. De modo especial, o seu diálogo com o anjo.
Primeiro: Maria é mulher de escuta. Deixa-se visitar, mantem as portas abertas do coração e da vida. Não raramente, afirma ele, vivemos uma cotidianidade
autística, tão envolvidos na nossa cápsula que até um anjo de Deus encontraria dificuldade de entrar: nada mais nos surpreende. Mas um anjo pode nos visitar somente quando temos o coração desarmado, quando estamos dispostos a acolher o inesperado. Maria nos ensina justamente a hospitalidade da vida. Em segundo lugar, Maria é uma mulher honesta. Quando lhe é anunciado a sua maternidade, ela simplesmente pergunta: mas como, se não conheço homem?
Deus não se manipula, não é um ornamento da nossa prática religiosa. E é importante fazer perguntas a Ele porque também Ele faz perguntas a nós. E é importante abrir o nosso coração. Maria tem uma honestidade sem subterfúgios. Com a sua pergunta, é como se dissesse: Senhor, a minha condição é esta. Ela é clara com Deus
Por fim, Maria descobre no encontro com o anjo que a sua vida está a serviço de um projeto maior, de uma vida maior, que não se limita ao perímetro ideal da felicidade que provavelmente ela projetou para si. O Senhor a chama a fazer-se cúmplice da gestação do futuro de Deus. Lhe pede para acreditar na sede. Lhe diz: a tua sede está a serviço de uma sede maior. E Maria responde: eis a serva do Senhor. A Igreja se torna crível quando é serva do coração de Deus, quando se coloca a serviço para saciar a sede do homem.
O olhar de mãe
A coisa no mundo mais semelhante aos olhos de Deus são os olhos de uma mãe, que são “raios X” infalíveis. Não se detém nas aparências, mas penetram profundamente no íntimo da vida, interpretando e respeitando com delicadeza o segredo. O olhar de uma mãe humaniza o filho.
O teólogo von Balthasar dizia que sem a mariologia o cristianismo corre o risco de se desumanizar. A Igreja sem torna sem alma. Em cada época, a Igreja deve aprender de Maria a compaixão, a ternura e a cura que a sede de cada ser humano requer. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Apesar do frio e bem agasalhado com um cachecol e um gorro branco, Bento XVI sai para desmentir as declarações de seu irmão, que afirmou que ele praticamente não tem mais condições de se movimentar. E ele faz isso com uma imagem publicada nas redes sociais por Francesco Grana, do jornal Il Fatto Quotidiano. A reportagem é de Religión Digital, 20-02-2018. A tradução é de André Langer.
Na foto, o Papa emérito aparece sentado em um banco, ao lado de Grana e outra pessoa, em uma imagem muito distante daquela que teve que ser desmentida pelo Vaticano na semana passada, e que apresentava um Ratzinger imobilizado, com uma “doença paralisante”, e sem poder se comunicar. A imagem está sendo reproduzida através dos jornalistas destacados em Roma.
Santa Sé desmente que Bento XVI tenha uma doença paralisante
Bento XVI não pode caminhar, nem se levantar sozinho. “Meu irmão sofre uma doença debilitante”, segundo seu irmão, Georg Ratzinger. Afirmações que foram desmentidas oficialmente pela Sala de Imprensa do Vaticano. A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 15-02-2018. A tradução é do Cepat.
“As supostas notícias de uma doença debilitante ou degenerativa são falsas”, esclareceu a Sala de Imprensa do Vaticano. “Dentro de dois meses, Bento XVI completará 91 anos e, como ele mesmo disse recentemente, sente o peso dos anos, como é normal nesta idade”, acrescentou.
Em uma entrevista a Neue Post, e que havia sido publicada pela versão alemã Vatican News, o irmão padre confirmava o que todos pensavam quando o Papa eméritoescreveu, na semana passada, ao Corriere della Sera: estamos assistindo aos últimos dias do pontífice alemão.
Por causa de seu estado de saúde, Ratzinger se vê obrigado a “recorrer à cadeira de rodas”, e sua saúde vai se apagando lentamente, segundo seu irmão. “A maior inquietação é que a paralisia acabe chegando em seu coração, e então tudo poderia acabar velozmente”, afirmou Georg.
“Rezo todos os dias para pedir a Deus a graça de uma boa morte, em um bom momento, para mim e para meu irmão. Ambos temos este grande desejo”, acrescentou. Georg Ratzinger, quatro anos mais velho que seu irmão, estava prevendo visitar Bento XVIno dia 8 de abril, uma semana antes de seus 91 anos (no dia 16), “mas é muito tempo, quem sabe o que acontecerá até então”.
Apesar de tudo, os dois irmãos falam por telefone com certa assiduidade. Perguntado sobre isso, o porta-voz vaticano, Greg Burke, não quis fazer comentários, embora tenha se remetido à carta que o próprio Papa emérito enviou, na semana passada, ao Corriere, e na qual falava de seu “último trecho do caminho” e o declive de suas forças físicas. No último domingo, completaram-se cinco anos do anúncio da histórica renúncia de Bento XVI, que se efetivou no dia 28 desse mês. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Ao instituir sua Igreja sobre a profissão de fé do Apóstolo Pedro, Nosso Senhor lhe afirmou: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus. E tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus” (Mt 16,19).
De acordo com São Leão Magno, Pedro tornou-se, então, pela força do próprio ministério que lhe foi conferido pelo Senhor, o guia de todos aqueles que têm a Cristo como chefe supremo.
Deus dignou-se conceder a esse homem uma grande e admirável participação no seu poder (Cf. Leitura patrística de hoje na Liturgia das Horas, pp. 1452-1454). O próprio Jesus nos atesta que, ao professar a fé na sua divindade e messianidade, Pedro não o fez por mero poder humano, mas por revelação do Pai que está nos céus (Cf. Mt 16,16-17).
É esta mesma inspiração e assistência divina que acompanha a Pedro e seus sucessores no múnus de ensinar as coisas da fé a todos os discípulos do Senhor. Assim diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC): “Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo, que é a Verdade, quis tornar a Igreja participante de sua própria infalibilidade. Pelo sentido sobrenatural da fé, o povo de Deus adere infalivelmente à fé, guiado pelo Magistério vivo da Igreja” (CIC 889).
Mais tarde, diz o mesmo Catecismo: “Goza desta infalibilidade o Romano Pontífice, chefe do Colégio dos Bispos, por força de seu cargo, quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes (...). Quando a Igreja propõe alguma coisa a crer como sendo revelada por Deus, como ensinamento de Cristo, é preciso aderir na obediência da fé a tais definições, pois a infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da revelação divina” (Cf. CIC 891).
O que nós chamamos de “Cátedra de São Pedro” é este poder concedido ao Apóstolo de confirmar na fé todos os que são de Cristo, como diz hoje a antífona do Cântico Evangélico das Laudes (Cf. Lc 22,32). Cátedra significa literalmente a cadeira na qual se senta aquele que tem a autoridade de Juiz ou de Mestre.
A Igreja de São Pedro, na cidade de Roma, dispõe de uma grande Cátedra, que é símbolo do magistério universal, colocada no coração da grande nave central. Esta foi concebida pelo grande arquiteto Lorenzo Bernini, trabalho que lhe foi confiado pelo Papa Alexandre VII, em 1663. Simboliza o Magistério supremo dos papas, Magistério infalível a partir das palavras do próprio Senhor.
O Papa João Paulo I, que governou a Igreja por apenas 32 dias em 1978, em sua grande simplicidade, deixou-nos uma definição popular desta Cátedra nas suas palavras: “Eu sou pecador, como todos os meus irmãos na fé. Não desejo que me chamem de ‘Sua Santidade’, nem quero que me tenham por infalível. Mas devo ensinar, sem erro, na mais absoluta fidelidade a Cristo, somente aquilo que o próprio Cristo me autoriza. Um dos meus irmãos no episcopado me sussurrou, quando eu tentava esquivar-me do cargo: ‘Coragem, Cardeal Luciani! Quando o Senhor nos dá um fardo, dá-nos também a força de carregá-lo’. Outro me disse: ‘Coragem, pois em todo mundo há tantas pessoas que rezam pelo novo papa’. Por isso, eu aceitei, e espero que todos vocês me ajudem com as suas orações, a fim de que, no meu testemunho da fé, mesmo que eu não tenha a sapientiam cordis (sabedoria de coração) do Papa João, e nem a grande cultura teológica do Papa Paulo, eu possa, assistido pelo Espírito Santo, servir de coração a Igreja” (Alocução do dia da eleição de João Paulo I, na Praça São Pedro).
É o apelo que deixamos a todos nesta festa: oremos sempre pelo Santo Padre. Assim nós o ajudaremos a governar e a servir a Igreja.
*(Reflexão do padre Paulo de Souza OSB, Mosteiro de São Geraldo, São Paulo). Fonte: www.facebook.com/vaticannews.pt
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Padre José Tolentino Mendonça, sacerdote português convidado pelo Papa Francisco para pregar o retiro anual da Cúria Romana, fala na sua oitava meditação sobre o poder restaurador da misericórdia de Deus.
“De verdade é importante a experiência de relação que ali se manifesta – parábola do filho prodigo – e se recompõe. (...) temos a oportunidade de observar as nossas mesmas passagens, externas e interiores, e de olhar com profundidade a nossa história.” Assim inicia, Padre José Tolentino Mendonça, sacerdote português que está pregando o retiro ao Papa e seus colaboradores.
Na meditação sobre a parábola do filho prodigo, quando se refere ao filho mais novo Padre Jose fala que “é uma história que nos pega dentro. E nesse espelho tem tudo: o desejo de liberdade do filho mais jovem, os seus sonhos sem fundamento, os passos falsos, a fantasia da onipotência, a sua incapacidade de reconciliar desejos e leis. Com um resultado previsível: o vazio e a solidão. Se descobrira completamente sozinho”.
Fazendo uma comparação, o filho mais velho, segundo o pregador ressalta que ele tem “a dificuldade de viver a fraternidade, a recusa de alegrar-se do bem do outro, e a incapacidade de viver a lógica da misericórdia. Não consegue resolver a relação com seu irmão, ainda cheia de agressividade, com uma barreira e violência. E nem mesmo a relação com o Pai é totalmente integrada: ele nutre ainda a expectativa da recompensa.”
“No filho mais velho não é o problema com a lei, mas com a generosidade do amor. E isto é uma das doenças dos desejos”. E afirma que todos nós somos também assim: contradições de sentimentos. E esta completa ambivalência humana, é o maior elogio da misericórdia de Deus, que a parábola, ilumina.”
E afirma ainda, que “ dentro de nós, em verdade não existem somente coisas bonitas, harmoniosas e resolvidas. Dentro de nos existem sentimentos sufocados, tantas coisas que devem se tornar claras, doenças, inúmeros fios para se conectarem. Existem sofrimentos, âmbitos que devem ser reconciliados, memorias e fissuras que se devem deixar Deus curar.
A pergunta é: a que ponto nos deixamos reconciliar? Mas reconciliar profundamente, com a lógica do Evangelho, e no mais profundo de nós?”
Reforçando ainda mais a importância da misericórdia, afirma que “este excesso de amor que Deus nos ensina, está em condições de resgatar-nos. Cada um de nós possui uma riqueza interior, um mundo de possibilidades, mas também limites com os quais, em um caminho de conversão, é necessário confrontar-se”.
Comparando os desejos, afirma eu os errados, ou como define de “os desejos soltos – uma realidade que o nosso tempo promove – desencadeia em nós movimentos errados e irresponsáveis, a pura inconstância, o hedonismo e um rodamoinho enganador”. E que os verdadeiros “ao invés, é assinalado com uma carência, uma insatisfação, de uma sede que vem de um principio dinâmico e projetivo. I desejo é literalmente insaciável, pois aspira a isto que não pode ser possuído: o senso. Assim, o desejo no se sacia: se aprofunda.”
Quando chega especificamente na figura do Pai –na parábola- reflete o poder curador da sua misericórdia. O Pai sabe que “tem dois filhos e entende que deve relacionar-se com eles de modo diferente, reservar a a cada um, olhares diferentes”, cada um com os seus desejos. Nesta reflexão sobre o Pai, Padre Jose diz:
“Jesus não perde tempo explicando a razão porque o filho mais jovem quer ir embora, mas que o Pai aceita o espaço que o filho pretende, acolhe o risco da sua liberdade, e simplesmente o ama. E que depois no seu retorno, cobre de beijos aquela vida infeliz, e a faz totalmente amável”.
E não somente os desejos do filho mais novo deve ser curado pela misericórdia, diz o pregador, mas também os do seu primogênito. “O Pai vai ao seu encontro. O Pai da dignidade a indignação do filho mais velho, vai escuta-lo, sai, desce para busca-lo. Essa misericórdia de escutar os outros até o fim. E a misericórdia gera uma das mais belas declarações de amor que um Pai possa dedicar ao filho: ‘Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é teu” (Lc 15,31).
Para concluir, afirma sobre a misericórdia: “A misericórdia é isso. Um dever a qual ninguém nos obriga, mas uma obrigação que nasce da esperança. É o bem mais precioso e deve ser vitoriosa sobre todas as mortes. Quem crê que a misericórdia seja fácil, é porque nunca a viveu e nem a experimentou. A misericórdia está entre as coisas mais exigentes e empenhativas. Porem não tem vida sem misericórdia. A misericórdia é um dos atos soberanos de Deus. Crer em Deus é, portanto, crer na misericórdia”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Hoje a Igreja celebra a festa da Cátedra de São Pedro, um convite a recordar as palavras de Jesus: “E Eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”(Cf.Mt 16,18).
Pe Arnaldo Rodrigues - Cidade do Vaticano
Hoje a Igreja celebra a festa da Cátedra de São Pedro. É uma comemoração que remonta ao século IV recordando o primado e a autoridade de São Pedro, primeiro Papa da Igreja Católica.
Esta festa nos recorda da autoridade dada por Jesus a Pedro, quando diz: “E Eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”(Cf.Mt 16,18). Porém esta autoridade concedida a Pedro, nos recorda que primeiro ele realizou a sua profissão de fé ao dizer “Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo” (Cf. Mt 16,16).
A palavra “cátedra” significa assento ou trono e é a raiz da palavra catedral, igreja onde governa o bispo. Cada diocese no mundo existe uma catedral, de onde o bispo, que é a autoridade máxima naquela igreja local, deve conduzir com caridade o povo a ele confiado. O Papa é o bispo de Roma, governa esta diocese, de onde confirma e une toda Igreja no ministério petrino.
A Cátedra que está na Basílica de São Pedro, em Roma, foi dada de presente ao Papa João VIII pelo Rei Carlos, de França, conhecido como o calvo. Ela foi dada ao papa por ocasião da coroação do rei como imperador romano no ocidente. E esta cátedra é conservada como uma relíquia, em uma composição barroca, obra do artista Gian Lorenzo Bernini construída entre 1656 e 1665.
Esta esplendida imagem artística de Bernini, que se vê da entrada da Basílica de São Pedro, é feita de bronze e decorada com um relevo escrito “traditio clavum”, ou seja, “entrega de chaves”, e da o nome ao altar que se encontra abaixo de “altar da cátedra”.
Ela é sustentada por quatro grandes imagens de bronze, que representam grandes doutores da Igreja, Santo Agostinho e Santo Ambrósio da Igreja Latina e Santo Atanásio e São João Crisostómo da Igreja Oriental.
Sobre a cátedra aparece reluzente um grande sol de alabastro, rodeado de anjos dourados que embelezam uma imagem do Espírito Santo em uma vidraça no formato de pomba de 1.62 cm de envergadura. Esta belíssima imagem representa que na condução da Igreja, por meio do Papa, está o próprio Espírito. Um grande detalhe é que é a única vidraça colorida dentro da basílica.
Neste dia de festa a basílica recebe milhares de peregrinos que vem para venerar a imagem de São Pedro e rezar pelo Papa, além das diversas orações realizadas em todas as dioceses do mundo. O “altar da cátedra” permanece iluminado durante todo o dia. Dezenas de velas rodeiam o monumento, e se celebram varias missas ao longo do dia, encerrando com a missa do Cabido de São Pedro.
Recordemos de sempre rezarmos pelo Papa Francisco, como ele mesmo sempre nos pede, de modo especial hoje no qual celebramos esta grande festa. Rezemos por ele, e por todas as suas intenções. Fonte: http://www.vaticannews.va
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"O grande obstáculo para a vida de Deus dentro de nós não é a fragilidade ou a fraqueza, mas a dureza e a rigidez. Não é a vulnerabilidade e a humilhação, mas seu contrário: o orgulho, a autossuficiência, a auto justificação, o isolamento, a violência, o delírio de poder", afirma o sacerdote português.Cidade do Vaticano
“Jamais é positivo que a Igreja fique falando sozinha, ou que se isole numa torre de marfim. Ela é mestra, mas é também discípula, também aprendiz e em busca da verdade.” É uma das afirmações do pregador dos Exercícios Espirituais propostos ao Papa e à Cúria Romana, Pe. José Tolentino Mendonça, na sétima meditação, na tarde desta quarta-feira (21/02), intitulada “Beber da própria sede”. Iniciado no domingo, o Retiro Espiritual de Quaresma, em andamento na Casa Divino Mestre de Ariccia, nas proximidades de Roma, prosseguirá até a próxima sexta-feira.
Desenvolvida em sete pontos, na introdução à meditação vespertina o sacerdote português advertiu que com grande facilidade nos tornamos custódios do sagrado, ao invés de pessoas em busca do sagrado. Agimos como administradores, ao invés de considerar-nos exploradores, interrogantes e apaixonados.
Fé cristã, experiência de nomadismo
Feita tal consideração, lembrou que a fé bíblica, a nossa fé cristã, é uma experiência de nomadismo. Alguns cientistas estão lançando o alarme: a doença do Séc. XXI será o sedentarismo, afirmou, questionando se não devemos nos perguntar se o sedentarismo não é também espiritual. Quase sem dar-nos conta, tornamo-nos guias de peregrinos, mas não mais peregrinamos.
“ Temos sempre a caridade na boca, mas de há muito perdemos o sentido da gratuidade e da oblação.”
Aquela palavra inicial que Deus diz a Abraão – “Deixa a tua terra, a tua parentela e a casa de teu pai rumo à terra que te indicarei” – é a mesma que Ele diz à Igreja do nosso tempo e a cada um de nós. “O lugar preferencial em que a fé se inscreve é existir-em-construção”, disse o pregador dos Exercícios.
Segundo Pe. José Tolentino, para que isso seja possível devemos aprender a beber da nossa sede. Isto é, “devemos ousar valorizá-la mais espiritualmente”.
Acolher no vazio a voz de Deus
Uma das ameaças que mais desafiou o Povo de Deus em sua caminhada rumo à Terra Prometida foi precisamente a sede, lembrou ele. Mesmo quando experimentamos a vida como um vazio, acrescentou, o grande desafio é acolher nele a voz de Deus.
Como ensina o Mestre Eckhart, Deus fala na posse e na privação. Aliás, na privação muitas vezes se entende melhor a sua voz. Se a sede nos perturba ou nos devora, façamos um caminho.
A fé não resolve a sede, advertiu. Muitas vezes a intensifica, a leva ao descoberto e, em algumas circunstâncias, a torna ainda mais dramática.
“ A fé nos ajuda a ver na sede uma forma de caminho e de oração.”
Em nenhuma etapa o caminho espiritual nos impermeabiliza da vulnerabilidade, da qual devemos ter consciência. Carregamos nosso tesouro em vasos de argila – nos recorda São Paulo, frisou Pe. José Tolentino. Somos por isso chamados a viver o dom de Deus até o fim, na fragilidade, da fraqueza, na tentação e na sede, afirmou.
Os problemas que vivemos podem variar de gênero, podem mudar de frequência, mas nos acompanharão sempre. As tentações existirão sempre. O que muda, num processo de maturação humana e espiritual, é o nosso modo de acolhê-las, a sabedoria ao interpretá-las, a liberdade interior que desfaz os determinismos. É como se a sede nos humanizasse e constituísse um caminho de amadurecimento espiritual, disse ainda.
Na sede, a verdadeira experiência espiritual
O pregador dos Exercícios Espirituais lembrou ainda que o Apóstolo Paulo testemunha a fé como uma hipótese: quando sou fraco, então é que sou forte. A fé resiste e se aprofunda nas necessidades, nas angústias, nas afrontas, nos sofrimentos, ou seja, dentro de uma existência atacada pela sede. Naturalmente, é um paradoxo, afirmou, “mas é aí que se realiza a verdadeira experiência espiritual.
O grande obstáculo para a vida de Deus dentro de nós não é a fragilidade ou a fraqueza, mas a dureza e a rigidez. Não é a vulnerabilidade e a humilhação, mas seu contrário: o orgulho, a autossuficiência, a autojustificação, o isolamento, a violência, o delírio de poder. A força da qual realmente precisamos, a graça de que necessitamos, não é nossa, mas de Cristo, afirmou Pe. José Tolentino acrescentando que se nos dispormos à escuta, “a sede pode ser um mestre precioso da vida interior.” Fonte: http://www.vaticannews.va
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Em meio à escalada de violência pela qual passa o país, a Igreja no Brasil lançou recentemente a Campanha da Fraternidade 2018 com o tema “Fraternidade e Superação da Violência”. O fato é que a temática foi escolhida ainda em 2016, quando o Brasil teve recordes de mortes violentas, como homicídios e latrocínios. Foram cerca de 62 mil vítimas, o equivalente a 168 por dia, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em 2017, os dados não relevaram estatísticas diferentes, a não ser o aumento no número de assassinatos, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública. No primeiro semestre foram cerca de 1800 homicídios a mais do que no mesmo período em 2016, indicando uma severa crise na segurança pública do país. Tal crise foi vivenciada já no início de 2018, após a onda de violência registrada no Estado do Rio de Janeiro, no período do carnaval. Houve arrastões, assaltos, roubos, além do registro de mortes.
Após a série de ataques, o presidente Michel Temer decretou intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Com a medida as Forças Armadas assumem a responsabilidade do comando das Polícias Militar e Civil no Estado. A decisão passa pelo crivo do Congresso Nacional. Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, o decreto é uma nova tentativa de fazer com que a ordem e a segurança aconteçam no estado.
“Claro que isso vai passar ainda pelo Congresso Nacional, pela aprovação do Senado e da Câmara, como é normal quando é algo relativo à Constituição. Dessa vez, será de maneira um pouco diferenciada. Se até agora temos a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) – medida que ocorre em casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem –, com a atuação das Forças Armadas, a partir de agora teremos um interventor na segurança pública e todas as questões estaduais estarão sujeitas a essa intervenção, afirma dom Orani.
O cardeal espera que a medida seja uma renovação dos vários componentes do militarismo e estima que a mesma ajude às forças que não dependem do estado para que todos trabalhem em conjunto para que se tenha “dias melhores, paz e liberdade de ir e vir na cidade”. “Esperamos que seja um momento especial, que muitas questões sejam resolvidas, questões essas que já estão se acumulando há anos. Creio que essas tentativas de intervenção já existiram há muito tempo, seja através das invasões nas comunidades ou com o GLO que já está presente. Porém, vendo as coisas piorarem cada vez mais, essa é uma atitude, recente, nova e extraordinária”, garante o bispo.
Superação da violência
Na busca de caminhos para a Superação da Violência, tema da CF 2018, dom Orani lançou uma carta pastoral, na qual fala a todos que estão preocupados com a violência e buscam soluções para o problema. No texto o bispo conclama a todos, especialmente os cariocas, para que se unam no tempo quaresmal à Igreja e em todo o Brasil, para trabalhar a favor da superação da violência.
Na carta, dom Orani afirma que o enfrentamento da violência é feito através de vários caminhos. O primeiro deles, segundo o bispo, é a tomada de consciência de que a violência não se encontra apenas fora de “nós”. Ele afirma que a mesma já tomou conta de cada pessoa. O segundo caminho, ainda de acordo com o bispo, seria a denúncia de todas as formas de violência, suas causas e consequências. “Não há como calar. Não há como manter-se afastado das vítimas, consolando-se com o fato de a violência não ter nos atingido. Se um irmão sofre, todos sofrem com ele, pois nós todos, lembra-nos o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, somos irmãos”, enfatiza. Fonte: http://cnbb.net.br
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O sacerdote Tolentino Mendonça continuou a série de pregações ao Papa e seus colaboradores. "As lágrimas podem nos tornar santos, depois de humanos", afirmou.
Cidade do Vaticano
Na localidade de Ariccia, ao sul de Roma, o Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria prosseguem os exercícios espirituais até sábado (24/02). Na manhã desta quarta-feira (21/02), o pregador, Pe. Tolentino Mendonça, propôs uma meditação intitulada “As lágrimas que falam de uma sede”, inspirada na presença feminina no Evangelho.
As mulheres nos abrem o Evangelho
Padre Tolentino ressaltou que as mulheres, na narração evangélica, se expressam quase sempre com gestos. Dedicam-se ao serviço, não competem pela liderança; estão ‘com’ Jesus e fazem de seu destino o próprio. ‘Servem’, que na gramática de Jesus, é o verbo mais nobre.
“ Com esta linguagem, evangelizam com o modo dos periféricos, dos simples, dos últimos ”
Uma espécie de sede
Curiosamente, no Evangelho de Lucas, um dos elementos que une as personagens femininas são as lágrimas: todas choram, expressando emoções, conflitos, alegrias, solidão ou feridas. Nos Evangelhos, Cristo também chora, assumindo a nossa condição e todas as lágrimas do mundo. Elas explicam a nossa sede de vida, de desejo; de relação. São a linha divisória que distingue os seres que sabem tudo dos seres que não sabem nada. São aquilo que pode nos tornar santos depois de humanos.
As lágrimas da mulher sem nome
O Evangelho de Lucas apresenta uma mulher que chora e ensina a chorar: uma intrusa, discípula anônima que segue o Mestre confiante que Ele a protegerá. Aparece sem ser convidada, unge e chora aos pés de Jesus. Não teve medo, mas suas lágrimas ‘contavam sua história’, como afirma o escritor Roland Barthes. Nosso choro não revela apenas a intensidade da nossa dor, mas a natureza de nossa sensibilidade pois chorando, nos dirigimos sempre a alguém. É a sede do próximo que nos leva a chorar.
“ As lágrimas suplicam a presença de um amigo capaz de acolher nossa intimidade sem palavras e abraçar a nossa vida, sem julgar ”
Vê esta mulher?
Prosseguindo a meditação, Pe. Tolentino afirmou que o pranto da mulher intrusa era um ‘dilúvio’: ela banhou os pés de Jesus, os enxugou com os cabelos, os beijou e perfumou”. Em uma palavra, ‘tocou’ Jesus.
“ Como sacerdotes, muitas vezes tomamos distância da religiosidade popular que se expressa com lágrimas e afetividade, considerando-a uma forma de devoção ‘primitiva’; ou às vezes nem a notamos ”
“É difícil perceber a religião dos simples, baseada em gestos e não em ideias. A religião dos pastores pode ser perfeita em termos formais, teologicamente impecável, mas é ascética, impessoal, atuada com eficiência... mas não comove, não chega às lágrimas... vai com o ‘piloto automático’”.
“Repete-se conosco – concluiu o pregador – o que aconteceu com o fariseu: convidamos Jesus a entrar em nossa casa, mas não somos disponíveis a celebrar com Ele aquela forma radical de hospitalidade que é o amor”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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A sede de Jesus é a sede de dar água viva, a sede de conceder à Igreja o dom da água viva.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana prosseguem os exercícios espirituais na Casa Divino Mestre, em Ariccia.
“A sede de Jesus” foi o tema proposto na quinta meditação pelo pregador do retiro, Pe. José Tolentino de Mendonça, na tarde desta terça-feira (20/02).
O sacerdote português iniciou a meditação com um trecho do Evangelho de João em que Jesus, após ter sido pregado na cruz, diz: “Tenho sede.” Os Padres da Igreja interpretaram essa sede de Jesus sobretudo como “sede corporal”, não dando muito valor ao sentido metafórico contido nessa declaração.
“A sede física documentava de forma convincente que Jesus era de carne e osso como toda pessoa”, mas tinha sede “da salvação dos homens”.
A sede da samaritana e a sede de Jesus
No encontro com a samaritana, Jesus pede água, mas é ele quem dá de beber e promete-lhe a “água viva”. A samaritana não entende imediatamente as palavras de Jesus, “as interpreta como sede física, mas desde o início Jesus dava um sentido espiritual”.
“O seu desejo sempre visava outra sede”, conforme explicou à samaritana: «Se você conhecesse o dom de Deus, e quem lhe está pedindo de beber, você é que lhe pediria. E ele daria a você água viva.»
Segundo Pe. Tolentino, “a sede Jesus parece se extinguir somente quando ele se proclama fonte de água viva e abre à promessa do dom do Espírito”.
“A sede é o selo do cumprimento de sua obra e, ao mesmo tempo, do forte desejo de doar o Espírito, verdadeira água viva capaz de saciar radicalmente a sede do coração humano.”
O pregador do retiro explicou que a sede da qual Jesus fala é uma sede existencial que se extingue, quando a nossa vida se converge em direção ao Senhor.
“Ter sede, é ter sede Dele. Somos chamados a viver de uma centralidade cristológica: sair de nós mesmos para buscar em Cristo aquela água que sacia a nossa sede, vencendo a tentação da autorreferencialidade que nos deixa doentes e tiraniza”.
“A sede de Jesus é a sede de dar água viva, a sede de conceder à Igreja o dom da água viva. Para os fiéis, a sede de água viva é a sede de aprofundamento da fé, sede de penetrar no mistério de Jesus, sede do Espírito. Para Jesus, a sede é o desejo de comunicar todos esses dons.”
A sede de Jesus revela a sede humana
Segundo Pe. Tolentino, “a sede de Jesus ilumina e responde à sede de Deus à falta de sentido e verdade, ao desejo de todo ser humano de ser salvo, mesmo que seja um desejo oculto ou enterrado debaixo dos detritos existenciais”.
O “Tenho sede”, proclamado por Jesus, envolve a Igreja de todos os tempos, em particular a nossa.
A esse propósito, o sacerdote português citou como exemplo Madre Teresa de Calcutá, que em 10 de setembro de 1946, a bordo de um trem que ligava Siliguri a Darjeeling, na Índia, viveu uma forte experiência espiritual: “de forma quase física sentiu a sede de Jesus que a chamava a dar a vida a serviço da sede dos pobres e rejeitados, dos últimos dos últimos. O coração e a alma das Missionárias da Caridade é somente este: a sede do coração de Jesus escondido no pobre.”
Acolher o Espírito, dom da sede
O Espírito continua nos fazendo ouvir a voz de Jesus que nos diz: “Tenho sede!”
“Ele é o dinamismo do Ressuscitado em nós. O Espírito é a continuação dessa história, uma continuação que não é repetida, não é sempre a mesma. É a fantasia do Espírito, a sua criatividade que difunde em nós dons diferentes, carismas diferentes, competências complementares a fim de construirmos o Reino de Deus onde quer que estejamos.”
O Espírito “é a força motriz da vida da Igreja e da vida de todo cristão. Por isso, precisamos do Espírito Santo e devemos redescobrir a fé em seu poder. Muitas vezes o Espírito Santo permanece completamente esquecido. Devemos redescobrir o Espírito Santo, porque sem Ele a Igreja é somente memória, o que fazemos é somente uma recordação do que foi. É o Espírito que diz: o cristianismo é também presente e futuro”, disse Pe. Tolentino.
“Somos chamados a viver na esperança toda situação da vida. Às vezes, somos uma Igreja em que falta a vivacidade do Espírito, a juventude do Espírito. É o Espírito que nos dá o sentido de plenitude, o sentido da missão e que nos torna uma Igreja em saída.” Fonte: http://www.vaticannews.va
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Nesta terça-feira (20/02), o pregador dos exercícios espirituais, Pe. José Tolentino Mendonça, refletiu sobre o contrário da sede: a preguiça - a 'atonia' da alma - e seus efeitos.
Cidade do Vaticano
Prosseguem na Casa Divino Mestre, em Ariccia, os exercícios espirituais do Papa Francisco e de seus colaboradores da Cúria. Na manhã desta terça-feira (20/02), o pregador do retiro, Pe. José Tolentino Mendonça, propôs uma meditação intitulada “Esta sede de nada que nos faz adoecer”.
O contrário da sede é a preguiça – disse o sacerdote. Quando perdemos a curiosidade e nos fechamos ao inédito ficamos apáticos e começamos a ver a vida com indiferença. Por sua vez, a sede nos ensina a arte de procurar, de aprender, colaborar, a paixão de servir.
“ Quando renunciamos à sede, começamos a morrer ”
Existem muitos sofrimentos escondidos cujas origens devemos descobrir e que segundo o pregador, se escondem no mistério da solidão humana.
Quando nos sentimos em ‘burnout’
Um dos problemas mais comuns hoje é o chamado ‘burnout’: sentir-se em curto-circuito, esvaziado de energias físicas e mentais. Este esgotamento emocional é definido por alguns como ‘síndrome do bom samaritano desiludido’ e atinge muitas pessoas que fazem da ajuda e da cura do próximo sua ocupação principal. Como os sacerdotes.
Pe. Tolentino mencionou uma pesquisa realizada entre o clero da Diocese de Pádua (Itália), que apontou que os sacerdotes com maior risco de burnout são os jovens (25-29 anos) e os mais idosos, com mais de 70 anos. Dentre as causas deste mal-estar, estão o peso excessivo das expectativas (pessoais e dos outros), a ausência de uma vida espiritual, o temor do juízo, a exposição demasiada a situações humanas difíceis, pouca solidariedade entre os sacerdotes, incapacidade de se comunicar...
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Quando nos sentimos amados como pessoas, amparados com afeto e acompanhamento, sabendo que nosso trabalho interessa, envolve e apaixona, temos a certeza de existir. Mas quando nos sentimos abandonados, incompreendidos e com o coração ferido por dores que não sabemos curar, temos a impressão de não contar nada para ninguém.
“Fica só um vazio, uma ‘cratera’ existencial a ser preenchida com angústias e mundanidades: álcool, redes sociais, consumismo ou hiperatividade ”
A este respeito, o padre lembrou que somos todos diferentes, cada um com sua beleza e fragilidades. A beleza humana é aceitar-se como somos; não viver nos sonhos ou ilusões, na raiva e na tristeza. Ter o direito de ser o que somos... e seremos amados por Deus e preciosos a seus olhos.
Jonas ou a necessária terapia do desejo
Recorrer à terapia do humor para satisfazer o desejo: o livro bíblico de Jonas nos faz sorrir salutarmente de nós mesmos, ao invés de dramatizar. Ele nos diz que a sabedoria está nos anunciadores de esperança e não nos apocalíticos pregadores de tragédias.
A anatomia da tristeza
‘Um dos sinônimos da preguiça, a ‘atonia’ da alma, é a tristeza’, afirmou o pregador.
“ Nem sempre o problema é o excesso de atividade, mas atividades mal vividas, sem motivação adequada, sem a espiritualidade que a torna desejável ” Em relação à pastoral, a preguiça pode ter diferentes origens: insistir em projetos irrealizáveis; não aceitar a evolução dos processos; perder o contato real com as pessoas, não saber esperar, querer dominar o ritmo da vida... A ansiedade de obter resultados imediatos... a sensação de fracasso, de ser criticado, de cruz.
Aprendam de mim: ‘vem’
Pe. Tolentino concluiu sua meditação relacionando a nossa sede ‘de água’ com a palavra que revela a necessidade profunda, íntima e dolorosa ‘vem’, que a Igreja experimenta com a chegada no Espírito. Nesta palavra está o sinal de tudo o que precisamos, a razão de nossa esperança e ao mesmo tempo, a razão de nosso fracasso, cansaço... e a necessidade de superar tudo isso em Deus. Fonte: http://www.vaticannews.va
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