Papa no Angelus neste domingo, 11: “Nenhuma doença é causa de impureza"

Francisco recordou que neste domingo celebra-se o Dia Mundial dos Enfermos, memória de Nossa Senhora de Lourdes.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

“Nestes domingos, o Evangelho, segundo a narração de Marcos, nos apresenta Jesus que cura os doentes de todos os tipos. Neste contexto, se insere bem o Dia Mundial dos Enfermos que se celebra precisamente hoje, 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes. Portanto, com o olhar do coração dirigido à gruta de Massabielle, contemplamos Jesus como o verdadeiro médico dos corpos e das almas, que Deus Pai enviou ao mundo para curar a humanidade, marcada pelo pecado e suas consequências”. Com essas palavras o Papa Francisco iniciou a sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, no Vaticano.

O estigma social jamais deve nos afastar daqueles que sofrem. “Nenhuma doença é causa de impureza: a doença certamente envolve toda a pessoa, mas de modo algum afeta ou impede seu relacionamento com Deus. Pelo contrário, uma pessoa doente pode estar ainda mais unida a Deus”, disse o Papa Francisco.

“O pecado, esse sim nos torna impuros!”, disse o Pontífice enfatizando que “o egoísmo, o orgulho, o entrar no mundo da corrupção, essas são doenças do coração das quais é preciso sermos purificados, dirigindo-se a Jesus como o leproso: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me'. “Ao ouvir isso - recordou o Papa – Jesus sente compaixão, muito importante para fixar a atenção sobre essa ressonância interna de Jesus, como fizemos longamente durante o Jubileu da Misericórdia. Não se entende a obra de Cristo, não se entende o próprio Cristo, se não entrarmos no seu coração cheio de compaixão. É isso que o leva a estender a mão ao homem que sofre de lepra, tocá-lo e dizer-lhe: “Eu quero, fica purificado”.

“No Antigo Testamento – recordou Francisco - era considerado uma grave impureza e comportava a separação do leproso da comunidade. A sua condição era realmente dolorosa, porque a mentalidade do tempo o fazia sentir-se impuro diante de Deus e dos homens”.

Segundo o Papa, “o fato mais perturbador é que Jesus toca o leproso, porque isso era absolutamente proibido pela lei mosaica. Tocar um leproso significava ser também contagiado também dentro, no espírito, isto é, tornar-se impuros. Mas, neste caso, o influxo não vai do leproso a Jesus para transmitir o contágio, mas de Jesus ao leproso para dar-lhe a purificação. Nesta cura, admiramos, além da compaixão, também a audácia de Jesus, que não se preocupa nem com o contágio, nem com as prescrições, mas é movido somente pela vontade de libertar aquele homem da maldição que o oprime”.

Então o Papa pediu aos fiéis presentes na Praça São Pedro para fazerem um exame de consciência e depois repetir com ele as palavras do leproso: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me'. “Toda vez que nos aproximamos do sacramento da Reconciliação com o coração arrependido, o Senhor – explicou Francisco - repete também a nós: “Eu quero, fica purificado!”. Assim a lepra do pecado desaparece, voltamos a viver com alegria o nosso relacionamento filial com Deus e somos readmitidos plenamente na comunidade”.

Francisco concluiu invocando a intercessão da Virgem Maria, Nossa Mãe Imaculada: “peçamos ao Senhor, que trouxe aos enfermos a saúde, que cure também as nossas feridas internas com a sua infinita misericórdia, para assim nos dar novamente a esperança e a paz do coração”. Fonte: http://www.vaticannews.va

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ- no meio da muvuca no circuito do Carnaval do Pelô- traz imagens de um trabalho de Evangelização de uma Igreja Evangélica em pleno carnaval de Salvador- BA. No vídeo, pregação do Cantor e compositor, Cid Guerreiro. Para conhecer este trabalho, acesse a página: www.facebook.com/ibmiweb

Evento, da Renovação Carismática Católica, começaria neste sábado (10) e foi cancelado. Quatro pessoas carregavam cruz que atingiu fio de alta-tensão na fazenda onde o acampamento ocorreria.

Um homem morreu e outros três ficaram feridos após serem atingidos por uma descarga elétrica em uma fazenda, nessa sexta-feira (9), em Mirassol D’Oeste, a 329 km de Cuiabá.

Segundo a Polícia Militar, um grupo de pessoas montava a estrutura de um retiro católico quando ocorreu um acidente. Eles carregavam uma cruz, que teria encostado em um fio de alta-tensão, e receberam a descarga. O homem que morreu foi identificado como Valdir Alves, de 60 anos. Ficaram feridos Edemilson Pereira, de 46, Pedro Camargo, de 53, e Juvenil Ferreira Guia, de 50 anos.

Eles são integrantes do grupo que realizaria o acampamento de oração da Renovação Carismática Católica (RCC) de Mirassol D’Oeste. De acordo com a PM, o dono da fazenda relatou que a estrutura do acampamento estava sendo montava na propriedade dele.

Quinze pessoas trabalhavam na montagem do evento, que começaria neste sábado (10) e terminaria na terça-feira (13). Os organizadores retiraram uma cruz, feita de metalão, de dentro da casa na fazenda e a carregavam, verticalmente, até que a estrutura tocou em um fio de alta-tensão.

As testemunhas ouviram um estouro e encontraram as vítimas caídas no chão. As quatro pessoas foram socorridas até o Hospital Samuel Greve, em Mirassol D’Oeste. A fazenda fica a 30 km da cidade.

Os funcionários do hospital ligaram para a polícia e informaram que Valdir chegou morto ao local. Juvenil, Pedro e Edemilson tiveram pequenos ferimentos pelo corpo.

A coordenação do acampamento disse ao G1 que os três já tiveram alta médica e se recuperam dos ferimentos em casa. Ainda conforme a organização do evento, o acampamento foi cancelado por causa da morte do integrante do grupo. Estavam previstos 120 participantes, além de 200 pessoas trabalhando no retiro.

O velório de Valdir é realizado na funerária Parque dos Ipês. A previsão é que o corpo dele seja enterrado, no período da tarde, na cidade de São José dos Quatro Marcos, a 343 km de Cuiabá. Fonte: https://g1.globo.com

É possível acabar com a violência?

Onde a educação é de baixa qualidade, é preciso investir logo na construção de presídios

Dom Odilo P. Scherer, Cardeal-arcebispo de São Paulo

Os números da violência no Brasil são impressionantes! Embora tenha menos de 3% da população mundial, o País tem quase 13% dos assassinatos em relação a essa mesma população, conforme dados do Atlas da Violência, divulgado pelo Ipea em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (9/6/2017).

Somos campeões absolutos na lista nada gloriosa dos países com maior índice de violência do mundo. Em 2014 foram 59.627 mortes por atos violentos. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a ser 13.100% maior que na Inglaterra e 609,3% maior que na vizinha Argentina! No Brasil morrem mais pessoas a cada ano, vítimas de assassinato, do que em qualquer país em guerra declarada atualmente! Como chegamos a essa situação e o que pode ser feito para mudar esse quadro nada lisonjeiro?

Quem põe essa questão em discussão é a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por intermédio da Campanha da Fraternidade, promovida, mais uma vez, durante o tempo da Quaresma, enquanto os católicos se preparam para a celebração da Páscoa. “Fraternidade e superação da violência” é o tema da campanha. O lema – “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8) – é uma recomendação de Jesus aos discípulos.

Os motivos da escolha do tema são mais que óbvios e se impõem por si mesmos. O problema da violência é muito sério no Brasil e todos são chamados a fazer a sua parte para mudar esse quadro, antes de nos tornarmos vítimas da violência também nós mesmos. Esta campanha pretende contribuir para a superação da violência, a promoção da cultura da paz e da não violência, da justiça e da reconciliação. Na linha desse objetivo, são propostas diversas ações, como a conscientização sobre a amplidão e a gravidade da violência no Brasil, a identificação das causas mais difusas e das formas que a violência assume, os fatores que mais a desencadeiam e a busca das soluções eficazes para enfrentar e mudar essa situação. Não é possível continuar assim!

Muitas são as faces da violência e ela se verifica na cidade e no campo, na vida privada, na esfera doméstica e pública, no esporte, no trabalho e até na escola. Há violência física e moral, sexual e cultural... Os dados objetivos mostram haver situações em que a violência se dá com maior frequência e deveriam merecer atenção especial da sociedade e das autoridades competentes. Grande parte das mortes decorrentes da violência relaciona-se ao tráfico e ao consumo de drogas ilícitas e de álcool. O contrabando e o comércio de armas, a exploração sexual e o crime organizado são outros fatores que desencadeiam violência pesada.

A ausência ou ineficiência do Estado e a falta de políticas e ações eficazes de proteção e defesa da população favorecem a instalação do crime organizado e da violência sistemática, muito difícil de serem combatidos. A corrupção e a má gestão dos recursos públicos estão na raiz de muita violência contra o cidadão, como também a morosidade e ineficiência da Justiça, que sinalizam para a impunidade e passam a ideia de que o crime e a violência compensam. A complacência diante do ilícito e da pequena corrupção pode deixar marcas em certa cultura tolerante com a violência.

Como solução para o problema da violência se aponta logo o endurecimento das leis e das políticas repressivas, a construção de presídios, a melhor preparação das polícias... Tudo isso, certamente, pode ter o seu peso, mas por si só não resolve a questão. Por outro lado, pretende-se explicar a violência a partir das persistentes injustiças sociais, da falta de ocupação e trabalho e das condições de vida pouco dignas de grande parte da população. Também nisso há muita verdade, sem justiça e solidariedade social nenhum país consegue acabar com a violência. E enquanto permanecer a sutil sinalização de que o crime compensa, haverá sempre muita violência.

Mesmo assim, o cessar da violência dificilmente se concretizaria, ainda que fossem superados todos os fatores que costumam desencadeá-la. O meio social e os condicionamentos estruturais e culturais, apesar de contribuírem muito para moldar o ser humano e o seu comportamento, não os determinam, em absoluto. O determinismo não se aplica nem sequer a um ambiente saneado, de cujo meio também podem sair pessoas violentas. O ser humano é dotado de liberdade e, por isso, pode ser ajudado a fazer escolhas não violentas. E aqui entra o papel fundamental da educação.

Sem uma melhoria significativa na educação será difícil controlar a violência. Penso na educação formal e na informal, que envolve toda a sociedade. E não bastam escolas em número suficiente, é necessário melhorar a qualidade da educação, que também contemple a formação do caráter e proponha valores e atitudes social e eticamente aceitáveis, preparando cidadãos de bem, em lugar de indivíduos associais e candidatos aos presídios. Onde a educação é de baixa qualidade, é preciso investir logo na construção de presídios...

A Campanha da Fraternidade propõe mais uma boa reflexão, que não deveria ser subestimada. A educação precisa investir mais e melhor na educação do senso moral das pessoas. Não se trata de moralismo, mas de educação do senso moral. O aparato repressivo e judicial deveria ser apenas um recurso extremo para impedir ou corrigir a violência. A partir da educação boa e da formação moral, as pessoas deveriam ser levadas a evitar a violência, não por coação externa, mas por uma lei interior assumida livremente, gravada na consciência. A fundamentação dessa moral é dada pelo lema da Campanha da Fraternidade: “Vós sois todos irmãos”. O que não é aceitável que seja feito contra mim também não deve ser feito contra o próximo.

Fonte: http://opiniao.estadao.com.br

Ailsa Gonzaga sumiu após sair de casa para alugar imóvel, em Goiânia. Quase dois meses após o desaparecimento dela, Alexandre Silva foi preso e alegou que matou a vítima durante discussão.

O pastor Alexandre de Souza e Silva, de 47 anos, foi denunciado, na sexta-feira (9), pela morte da pastora Ailsa Regina Gonzaga, de 40 anos, que sumiu após sair de casa para alugar um imóvel em Goiânia. O Ministério Público de Goiás o acusa de feminicídio e ocultação de cadáver. O acusado está preso e confessou ter matado a vítima durante uma discussão.

O promotor de Justiça Marcelo Franco de Assis Costa, que assina a denúncia, destacou no documento que as condições em que o assassinato foi cometido comprovam “o desprezo do denunciado pela condição do sexo feminino, inclusive a violência em contexto amoroso familiar”.

Ailsa foi vista pela última vez em 8 de novembro de 2017, quando saiu de casa para alugar um imóvel, em Goiânia. Na ocasião, ela deixou os dois filhos, de 15 e 11 anos, na residência e não voltou mais.

Quase dois meses depois, em 28 de dezembro, o pastor foi preso na casa em que morava, em Águas Claras (DF). Ele confessou o crime e revelou que havia deixado o corpo da vítima na zona rural de Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia.

Motivação

O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), relatou no inquérito que o acusado e a vítima mantiveram um relacionamento amoroso por mais de um ano. Neste período, a convivência foi conturbada em razão de Alexandre ter outra mulher no Distrito Federal.

Pereira concluiu que Silva saiu da casa onde morava com a esposa decidido a matar Ailsa porque achava que ela poderia denunciá-lo à polícia por ele ser foragido da Justiça. O pastor já respondia por um latrocínio - que é o roubo com resultado morte - cometido em Itumbiara, região sul de Goiás.

"Ele disse para a atual mulher dele: ‘Vou lá me vingar, matar aquela pessoa [pastora]’. Quando voltou, ele disse: ‘Me vinguei’. Ele tinha ódio da pastora", explicou o delegado na época em que o pastor foi preso.

De acordo com a investigação, quando o acusado chegou à capital goiana, ele convenceu Ailsa a sair com ele para alugar um imóvel. No entanto, eles acabaram indo para o Recanto Cachoeirinha, na zona rural de Aragoiânia, onde a pastora foi esfaqueada. Em seguida, Silva ocultou o corpo de Ailsa na mata, cobrindo-o com folhas, e fugiu.

Corpo de pastora que estava desaparecida há quase dois meses é encontrado em Aragoiânia

Pastor nega ter premeditado

Após ser preso, o pastor negou durante entrevista coletiva que saiu do Distrito Federal para Goiás para matar Ailsa. Segundo Silva, ele viajou até a capital goiana porque a pastora o convidou para pregar, pois ainda eram amigos. O suspeito disse que estava na casa da vítima e ela o convidou para ir até a cachoeira para "espairecer".

O pastor alegou ainda que cometeu o crime após uma discussão porque a vítima queria reatar um relacionamento antigo entre eles. O homem afirmou que era “perseguido” e que reagiu porque a mulher tentou matá-lo antes.

"Ela ficava me perseguindo, também me denunciava para a polícia porque era foragido. No dia que a matei, ela entrou no assunto que tinha de viver com ela, falei que não gostava mais dela, e ela tentou me golpear", declarou o pastor.

Silva ainda alega que foi ferido por Ailsa: "Houve a discussão e, quando disse que ia embora, ela me esfaqueou, e me defendi. Dei só uma facada. Estou errado, admito, estou chateado por tudo". No entanto, para o delegado, o suspeito se feriu durante a briga foi porque a pastora tentou se defender e não porque ela o atacou anteriormente. Fonte: https://g1.globo.com

A palavra a Mons. Afred Xuereb, vice-secretário de Bento XVI: "Depois de muitas orações, ele compreendeu que era aquilo que desejava o Senhor". Nesta entrevista, ele revela os momentos que precederam a decisão e a despedida do Papa emérito, em Castel Gandolfo.

Cidade do Vaticano 

Cinco anos se passaram desde 11 de fevereiro de 2013, quando Bento XVI anunciou a decisão de renunciar ao Pontificado. Aquele gesto, que pegou o mundo de surpresa, é cada vez mais compreendido como um grande ato de amor pela Igreja.

Alessandro Gisotti, do Vatican News, entrevistou Mons. Alfred Xuereb, hoje Secretário-geral da Secretaria para a Economia, que foi o vice-secretário de Bento XVI de 2007 até o fim do Pontificado.

“Tenho muitas recordações do Papa Bento XVI e não quero esquecê-los, para manter aqueles anos vivos em minha memória. Obviamente, os momentos mais fortes foram ligados à sua renúncia. Lembro-me muito bem quando em 5 de fevereiro de 2013, ele me chamou em sua sala e me anunciou a decisão de renunciar. Naquela hora, pensei em lhe pedir para pensar um pouco mais... mas não o fiz, porque sabia que ele havia rezado muito. E justamente ali me recordei que durante um longo tempo, ele se detinha na sacristia antes de celebrar a missa; ficava rezando inclusive quando o relógio tocava assinalando o início da celebração. Ele o ignorava e permanecia ali, diante do crucifixo, na sacristia. Eu pensava que ele estava rezando por alguma coisa muito importante.

“ Naquele dia 5, enquanto ouvia sua decisão, pensei: 'Então era por isso que ele rezava tanto! ”

Quando o mundo inteiro foi informado

“Naturalmente outro momento forte foi o anúncio público, no Consistório de 11 de fevereiro. Eu chorei o tempo todo e inclusive no almoço. Ele entendeu que eu estava emocionado; eu lhe disse: ‘Santo Padre, mas o sr. está tranquilo?’. E ele respondeu com firmeza: ‘Sim’, porque seu trabalho já estava feito. Estava sereno porque sabia que tinha avaliado tudo e que estava em paz, na vontade de Deus”.

A despedida e a nova incumbência

“Outro  momento importante para mim foi a despedida, porque ele me disse: ‘Você fica com o novo Papa’. E assim, quando foi eleito o Papa Francisco, ele lhe escreveu uma carta reiterando que me deixaria livre, caso precisasse de mim. E quando chegou o dia de deixar Castel Gandolfo, a Secretaria de Estado me avisou: ‘Corre, faz a mala porque o Papa Francisco está abrindo as cartas sozinho!’. Entrei no escritório de Bento e lhe pedi, chorando, a sua bênção. Ele levantou, eu fiquei de joelhos e com tranquilidade, me deu a bênção e me deixou ir”.

A atual condição de Bento XVI 

“Fui convidado por ele no dia de meu aniversário, 14 de outubro passado, para celebrar a missa e tomar café da manhã. Eu o vi bastante lúcido, me perguntou várias coisas. E os olhares que me dirigiu significavam que ele estava contente em me rever. Recordava bem alguns detalhes sobre minha família, minha mãe e até seus gatos!. Obviamente está muito frágil fisicamente. Tem quase 91 anos...”.

Nos últimos cinco anos as pessoas entenderam melhor aquele gesto?  

“Algumas pessoas sim, mas penso que outras ainda devem compreendê-lo. Foi um gesto grandioso. Bento XVI entendeu especialmente durante o voo ao México que não poderia mais fazer viagens longas. Em breve chegaria a Jornada Mundial da Juventude no Brasil e ele percebeu que não conseguiria mais viajar e fazer esforços como aquele... Sua atitude foi heroica, a meu ver, porque pensou sobretudo na Igreja, no amor pela Igreja que era muito maior do que o amor por si mesmo, por seu ego. Não se incomodou com o que pessoas ou realidades poderiam pensar sobre ele... que não tinha coragem para prosseguir... Uma vez que entendeu que Deus lhe havia pedido aquele gesto, amando a Igreja, ele se tranquilizou”.

“ Temos, portanto, uma memória histórica viva à qual podemos recorrer. ”

“O Papa Francisco deu-lhe imediatamente a definição certa: ‘Temos o privilégio de ter um ‘vovô’ em casa’. E estou certo de que o Papa Francisco faz isso. Naturalmente, os gestos também falam. Ainda antes de se apresentar ao mundo, na sacada da Basílica de São Pedro, ele tentou ligar para o Papa Bento para cumprimentá-lo. Nós estávamos na sala da TV, onde o telefone estava sempre o volume baixo e por isso não o ouvimos tocar. Este é o motivo porque o Papa Francisco chegou atrasado na sacada. Mais tarde, nos ligaram novamente, durante o jantar, e disseram que Francisco chamaria depois. Quando chegou o telefonema, passei para o Papa Bento e o ouvi dizer: ‘Santidade, prometo desde já minha obediência e orações’. Não posso me esquecer daqueles momentos”.

Enfim, Mons. Xuereb afirma que Bento XVI quis optar por uma vida retirada para justamente se preparar para o encontro final com o Senhor.

“Mas, enquanto o faz, vive esta fase com espiritualidade profunda, oferecendo orações e também a fragilidade de sua condição de saúde, dedicando-a em favor da Igreja... do Papa e da Igreja”. Fonte: http://www.vaticannews.va

Na missa celebrada na Casa Santa Marta, o Papa Francisco falou de Davi e Salomão e advertiu para os riscos do "enfraquecimento do coração".

Cidade do Vaticano 

Davi é santo, mesmo que tenha sido um pecador. O grande Salomão é um corrupto e o Senhor o rejeitou. O Papa Francisco concentrou a sua homilia desta quinta-feira (08/02), na capela da Casa Santa Marta, sobre este aparente paradoxo.

A leitura proposta pela liturgia, extraída do primeiro Livro dos Reis, fala de Salomão e de Davi. “Ouvimos algo um pouco estranho”, comentou o Papa: “o coração de Salomão não permaneceu íntegro com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai”. E explica que é estranho porque de Salomão não conhecemos que tenha cometido grandes pecados, era sempre equilibrado, enquanto de Davi sabemos que teve uma vida difícil, que foi um pecador.

E mesmo assim Davi é santo e de Salomão se diz que o seu coração se “desviou do Senhor” para seguir outros deuses. Ele que havia sido louvado pelo Senhor quando pediu a prudência para governar ao invés das riquezas. Como se explica isso, se questionou o Papa. É porque Davi sabe que pecou e toda vez pede perdão, enquanto Salomão, de que todos falavam bem e que também a Rainha de Sabá quis encontrá-lo, tinha se afastado do Senhor, mas sem perceber.

E aqui está o problema do enfraquecimento do coração. Quando o coração começa a se enfraquecer, não é como uma situação de pecado: você comete um pecado e percebe imediatamente: “Eu cometi este pecado”, é claro. O enfraquecimento do coração é um caminho lento, que escorrego pouco a pouco, pouco a pouco, pouco a pouco… E Salomão, adormecido na sua glória, na sua fama, começou a percorrer este caminho.

Paradoxalmente, “é melhor a clareza de um pecado do que o enfraquecimento do coração”, afirmou Francisco, o grande Rei Salomão “acabou corrupto: tranquilamente corrupto, porque seu coração tinha se enfraquecido.”

E um homem e uma mulher com o coração fraco, ou enfraquecido, é uma mulher, um homem derrotado. Este é o processo de muitos cristãos, muitos de nós. “Não, eu não cometo pecados graves.” Mas como é o seu coração? É forte? Permanece fiel ao Senhor ou você escorrega lentamente?

O drama do enfraquecimento do coração pode acontecer a todos nós na vida. Que fazer então? E Francisco respondeu: “Vigiar. Vigiar o seu coração. Vigiar. Todos os dias, estar atento ao que acontece no seu coração” e depois concluiu:

Davi é santo. Era pecador. Um pecador pode se tornar santo. Salomão foi rejeitado porque era corrupto. Um corrupto não pode se tornar santo. E à corrupção se chega por aquele caminho do enfraquecimento do coração. Vigilância. Todos os dias vigiar o coração. Como é o meu coração, a relação com o Senhor. E saborear a beleza e a alegria da fidelidade. Fonte: http://www.vaticannews.va

Papa Emérito escreveu texto a jornal italiano no qual ressaltava sua debilitação fisica

CIDADE DO VATICANO — O Papa Emérito Bento XVI, que completa 91 anos em abril, escreveu em uma carta que se prepara para sua "última viagem". No texto, enviado pelo religioso ao "Corriere della Sera" em resposta à preocupação de leitores do jornal italiano, Joseph Ratzinger ressaltou que está debilitado fisicamente e indicou que não tem muito mais tempo pela frente.

"Na lenta debilitação de minha força física, interiormente estou em peregrinação até a Casa do Senhor", escreveu o Papa Emérito na carta ao jornal, que o havia informado sobre a tensão dos leitores quanto a seu estado de saúde.

O religioso alemão se declarou emocionado que "tantos leitores desejem saber como ele vai neste último período de vida".

"É uma grande graça, para mim, estar rodeado, neste último pedaço de caminho, às vezes um pouco fatigante, de amor e de bondade tais que eu não poderia imaginar", frisou na carta.

Em fevereiro de 2013, Bento XVI abriu mão do papado, em gesto histórico, e se tornou Emérito. Desde então, ele vive em um pequeno monastério no Vaticano, na companhia de quatro religiosas e de seu secretário pessoal Georg Gänswein.

Há dois anos, Gänswein anunciou que o Papa Emérito estava se "apagando como uma vela, lenta e serenamente". Ele celebra a missa todos dias, reza, recebe poucas visitas e responde a cartas. Além disso, assiste aos noticiários da tarde e lê diários católicos e publicações de teologia.

"Ele já não controla suas mãos, não pode tocar piano, vê muito mal. Mas tem uma lucidez perfeita, se lembra de tudo", descreveu, no ano passado, um alto funcionário do Vaticano. Fonte: https://oglobo.globo.com

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco recomendou que as homilias das Missa sejam breves, bem preparadas - com a oração - e que não tenham mais de 10 minutos.

Cidade do Vaticano (07/02/2018)

Dando continuidade a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, o Papa Francisco falou na Audiência Geral desta quarta-feira sobre “o Evangelho e a homilia”, ressaltando que a homilia não deve ter mais de dez minutos.

O diálogo entre Deus e o seu povo, que tem lugar na Liturgia da Palavra, alcança a sua plenitude na proclamação do Evangelho, que é precedida pelo canto do Aleluia ou, na Quaresma, por outra aclamação, na qual “a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que está para falar no Evangelho”.

O Evangelho, de fato, é a luz que ajuda a entender o sentido dos demais textos bíblicos proclamados na Missa, explicou o Papa; por isso é objeto de uma veneração particular: somente um ministro ordenado pode proclamá-lo, que ao final beija o livro.

“Os fiéis ficam de pé para escutá-lo e fazem o sinal da cruz na testa, na boca e no peito. As velas e o incenso honram Cristo que, mediante a leitura evangélica, faz ressoar a sua eficaz palavra”. Precisamente deste sinais “a assembleia reconhece a presença de Cristo que dirige a “boa nova” que converte e transforma”.

“É um discurso direto aquele que acontece” como comprovam as aclamações com que se responde à proclamação: “Graças a Deus” e “Glória a vós Senhor”.

“Nós nos levantamos para ouvir o Evangelho, mas é Cristo que nos fala ali. E por isto nós estamos atentos, porque é uma conversa direta. É o Senhor que nos fala”:

“Portanto, na Missa não lemos o Evangelho - estejam atentos a isto - para saber como foram as coisas, mas ouvimos o Evangelho para tomar consciência que aquilo que Jesus fez e disse uma vez, e aquela Palavra é viva, a Palavra de Jesus que está nos Evangelhos é viva e chega ao meu coração. Por isto escutar o Evangelho é tão importante, com o coração aberto, porque é Palavra viva”.

Como dizia Santo Agostinho,  “a boca de Cristo é o Evangelho - “bonita imagem!” - Ele reina no céu, mas não deixa de falar na terra”.

“Ser é verdade que na Liturgia “Cristo anuncia ainda o Evangelho, então, participando da Missa, devemos dar uma resposta. Nós ouvimos o Evangelho e devemos dar uma resposta na nossa vida”.

A homilia

E, para fazer chegar a sua mensagem ao seu povo, Cristo também se serve da palavra do sacerdote durante a homilia:

“Vivamente recomendada desde o Concílio Vaticano II como parte da própria Liturgia, a homilia está longe de ser um discurso de circunstância, tampouco uma catequese como esta que estou fazendo agora, nem uma conferência, nem mesmo uma aula. A homilia é outra coisa. O que é a homilia?”:

É  “retomar aquele diálogo que já está aberto entre o Senhor e seu povo, para que encontre cumprimento na vida. A exegese autêntica do Evangelho é a nossa vida santa!”.

Neste sentido o Papa recordou o que havia dito na última catequese, de que “a Palavra do Senhor entra pelos ouvidos, chega ao coração e vai até as mãos, às boas obras. E também a homilia segue a Palavra do Senhor e também faz este percurso para nos ajudar para que a Palavra do Senhor chegue às mãos, passando pelo coração”.

“Eu já tratei do tema da homilia na Exortação Evangelii Gaudium, onde recordava que o contexto litúrgico “exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia que transforme a vida”:

“Quem profere a homilia deve realizar bem o seu ministério. Aquele que prega, o sacerdote, o diácono, o bispo, oferecendo um real serviço a quem participa da Missa, mas também aqueles que ouvem devem fazer a sua parte. Antes de tudo prestando a devida atenção, assumindo, isto é,  as justas disposições interiores, sem pretensões subjetivas, sabendo que cada pregador tem méritos e limites”.

“Se às vezes existem motivos para chatear-se pela homilia longa ou não focada ou incompreensível, outras vezes é, pelo contrário, o preconceito a ser o obstáculo”.

O Papa observou que quem faz a homilia, “deve estar consciente de que não está fazendo uma coisa própria, está pregando, dando voz a Jesus. Está pregando a Palavra de Jesus”: “E a homilia deve ser bem preparada, deve ser breve, breve! Um sacerdote me dizia que uma vez havia ido a outra cidade onde viviam os pais. E seu pai lhe disse: Sabes, estou contente, porque com os meus amigos encontramos uma igreja onde tem Missa sem homilia!”.

“E quantas vezes - observou Francisco – nós vemos que na homilia alguns dormem, outros conversam ou saem para fumar um cigarro. Por isto, por favor, que seja breve a homilia, mas que seja bem preparada”.

“E como se prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara?”, pergunta o Papa.

“Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve, não deve ir além de 10 minutos, por favor”.

Ao concluir, o Papa recordou que na Liturgia da Palavra, por meio do Evangelho e da homilia, Deus dialoga com o seu povo, que o escuta com atenção e veneração e, ao mesmo tempo, o reconhece presente e operante.

Assim, se nos colamos na escuta da “boa notícia”, por ela seremos convertidos  e transformados, portanto, capazes de mudar nós mesmos e o mundo. Por que? Porque a Boa Nova, a Palavra de Deus entra pelos ouvidos, vai ao coração e chega ás mãos para fazer as boas obras”.

Saudação aos peregrinos brasileiros

Ao final, o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Sala Paulo VI, em particular os seminaristas da Administração Apostólica São João Maria Vianney, acompanhados pelo seu Bispo, Dom Arêas Rifan.

“Queridos amigos, na preparação de vocês para o Ministério Ordenado, de bom grado façam da Bíblia o alimento diário do diálogo de vocês com o Senhor, para que, quando forem enviados a proclamar esta Palavra divina, as pessoas encontrem na vida de vocês o testemunho mais eloquente da sua eficácia. Obrigado pela visita e rezem por mim”. Fonte: Fonte: http://www.vaticannews.va

 

Acusada de escravizar fiéis em Minas e outros estados, Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca já foi alvo de três operações. Ontem, ao menos 13 pessoas foram detidas

A promessa de proteção contra a “besta” no dia do apocalipse era o principal argumento com que líderes da seita religiosa conhecida como Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca atraía fiéis, que eram submetidos a longas jornadas de trabalho, sem remuneração. A comunidade foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) realizada em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, em conjunto com o Ministério do Trabalho, para apurar os crimes de redução de pessoas a condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, que podem levar a até 42 anos de prisão. Ao menos 13 pessoas foram detidas.

Essa é a terceira vez que a seita é alvo de operação. As investigações apontaram que os líderes já estavam expandindo a seita para outros locais. Ontem, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 42 de busca e apreensão nos três estados. Em Minas Gerais, a ação ocorreu em Pouso Alegre, Minduri, São Vicente de Minas, e Poços de Caldas. Os agentes interditaram estabelecimentos comerciais nas cidades.

As investigações apontaram que os fiéis eram atraídos em uma igreja de São Paulo e levados para as comunidades, onde eram submetidos a trabalho escravo. Também prestavam serviços em diferentes comércios ligados a seita. “Eles captavam fiéis, que posteriormente se transformam em trabalhadores fiéis e traziam para o Sul de Minas, Bahia e Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde eram colocados em casas comunitárias e estabelecimentos comerciais dos mais variados. Vão desde a pastelaria até a oficina mecânica, além de fazendas onde há produção de frutas e verduras, sem que recebam um centavo pelo trabalho”, explicou o delegado Alexsander de Castro, um dos responsáveis pelo caso.

Os líderes da seita utilizavam a religião para atrair os fiéis. “A promessa é que a besta está vindo e que dentro das comunidades não iria alcançá-los no dia do apocalipse e no juízo final. É sempre um argumento religioso. É um processo de lavagem cerebral que dá muita pena nas pessoas. Eles realmente acreditam que se saírem dali o governo colocará um chip na cabeça deles. Na tevê deles, chamam os agentes estatais de objeto do demônio”, disse o delegado.

Os alvos da operação eram os líderes da quadrilha. “São 22 que classificamos como líder da seita. O pastor, que é o grande líder, seus dois principais assessores em São Paulo, que estão presos, e todos que coordenam as atividades nas diversas cidades em que estão atuando”, afirmou o delegado. As investigações apontaram que o grupo estava ampliando as atividades no Sul de Minas, Região Metropolitana de Belo Horizonte e na Região Central da Bahia, com a compra de grandes terrenos. “Há indicativos de que estavam prospectando grandes terrenos em Tocantins”, comentou Castro.

As investigações tiveram início em 2011, quando a seita migrava as atividades de São Paulo para Minas Gerais. Dois anos depois, foi deflagrada a operação Canaã, em que as propriedades rurais e empresas foram inspecionadas. Em 2015, a segunda fase da ação, chamada de “De volta para Canaã”, terminou com a prisão de cinco dos líderes da seita. Fonte: www.em.com.br

Papa na Quaresma: oração, esmola e jejum contra os falsos profetas

 

Divulgada a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2018: um convite a todos os fiéis a voltarem ao Senhor.

Cidade do Vaticano

Oração, esmola e jejum: este é o convite do Papa Francisco contido na mensagem para a Quaresma deste ano.

O texto, publicado esta terça-feira, foi inspirado no Evangelho de Mateus “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (Mt 24, 12).

Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos fiéis: diante de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Falsos profetas

O Papa Francisco adverte para as inúmeras formas que os falsos profetas podem assumir. Podem ser “encantadores de serpentes”, ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde querem.

“Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!”

Outros falsos profetas são aqueles "charlatães" que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: droga, relações passageiras e virtuais, lucros fáceis mas desonestos.

“Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar.”

Por isso, escreve o Pontífice, cada um de nós é chamado a discernir e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. Essas mentiras acabam apagando o amor. A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento: “a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte”.

Que fazer?

Neste tempo de Quaresma, diante desses sinais de resfriamento, a Igreja oferece o remédio da oração, da esmola e do jejum.

Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas com que nos enganamos a nós mesmos para procurar finalmente a consolação em Deus.

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão. “Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos!”

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário.

Na mensagem, o Papa expressa o desejo de que a sua voz ultrapasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando todos os homens e mulheres de boa vontade

O fogo da Páscoa

Por fim, Francisco cita a iniciativa “24 horas para o Senhor”, que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, será celebrada nos dias 9 e 10 de março, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: “Em Ti, encontramos o perdão”. Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

“Ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.” Fonte: http://www.vaticannews.va

Conforme investigação, fiéis eram aliciados em São Paulo e levados para Minas e Bahia, onde trabalhavam sem remuneração

A Polícia Federal (PF), com o apoio do Ministério do Trabalho, cumpre mais de 80 mandados judiciais contra a seita religiosa conhecida como “Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca”, que atua em Minas Gerais, Bahia e São Paulo. A chamada operação “Canaã – A Colheita Final” apura os crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro que teriam sido cometidos pelos líderes. 

A operação começou na manhã desta terça-feira. São 220 policiais federais e 55 auditores fiscais do Ministério do Trabalho cumprindo 22 mandados de prisão preventiva, 17 de interdição de estabelecimento comercial e 42 de busca e apreensão em Minas, São Paulo e Bahia. Eles foram expedidos pela 4ª Vara Federal em Belo Horizonte

De acordo com a Polícia Federal, a investigação aponta que os dirigentes da seita teriam aliciado pessoas em sua igreja, com sede em São Paulo, convencendo-as a doarem todos os seus bens para as associações controladas pela organização criminosa. 

Para isso, eles usavam ardis e doutrina psicológica, com o argumento da convivência em comunidades onde todos os bens seriam compartilhados. Doutrinados, os fiéis teriam sido levados para zonas rurais e urbanas em Minas Gerais (Contagem, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus, São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas), na Bahia (Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra) e em São Paulo (capital). Lá, as vítimas teriam sido submetidas a longas jornadas de trabalho, sem remuneração, em lavouras e estabelecimentos comerciais de diversos tipos. 

Por meio da apropriação do patrimônio dos fiéis e do trabalho deles no comércio, sem o pagamento da mão de obra, a seita teria acumulado um grande patrimônio, contando com casas, fazendas e veículos de luxo. Os empreendimentos estariam sendo expandidos para o estado do Tocantins, baseados na exploração ilegal. 

Ainda de acordo com a PF, as investigações começaram em 2011, quando a seita estava migrando de São Paulo para Minas Gerais. Em 2013, foi deflagrada a Operação Canaã, com inspeções em propriedades rurais e em algumas empresas urbanas. O nome da ação polícia é uma referência à terra prometida, citada na Bíblia. Em 2015, foi desencadeada a segunda fase, de volta para Canaã, quando foram presos temporariamente cinco dos líderes da seita. A operação de hoje é a terceira fase. Se condenados, os 22 líderes da seita poderão cumprir 42 anos de prisão. Fonte: https://www.em.com.br

Aprender desde agora a adorar, que é o que faremos no Céu: a oração de adoração foi o tema central da homilia do Papa Francisco na Missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.

Cidade do Vaticano

Ir em frente, no caminho em subida, rumo à oração de adoração, com a memória no coração da eleição e da aliança. Este foi o convite que o Papa Francisco dirigiu esta manhã na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta.

A reflexão partiu da Primeira Leitura do dia (1Re 8,1-7.9-13), na qual se narra que o rei Salomão  convoca o povo para subir ao Templo, para fazer entrar a arca da aliança do Senhor.

Um caminho em subida que, portanto, nem sempre é fácil. Uma subida para levar a aliança, durante a qual o povo carregava consigo a própria história, “a memória da eleição”.

Carregava duas tábuas de pedra, nuas, assim como tinham sido dadas por Deus – destacou o Papa –, “não como este povo tinha aprendido dos escribas”, que a tinham “barroquizada”, a tornaram barroca “com tantas prescrições”.

“A Aliança nua: eu o amo e você me ama”: o primeiro mandamento, amar a Deus e, segundo, amar ao próximo. Na arca, de fato, não havia nada senão duas tábuas de pedra.

Então, introduziram a arca no santuário, e assim que os sacerdotes saíram do lugar santo, a nuvem encheu o templo do Senhor. Então o povo entrou em adoração: "dos sacrifícios que faziam no caminho em subida ao silêncio, à humilhação da adoração".

"Tantas vezes penso - disse o Papa - que nós não ensinamos o nosso povo a adorar": 

“Sim, os ensinamos a rezar, a cantar, a louvar a Deus, mas a adorar.... A oração de adoração, esta que nos prostra sem nos prostrar: a prostração da adoração nos dá nobreza e grandeza. E aproveito, hoje, vocês, com tantos párocos de recente nomeação, para dizer: mah, ensinem o povo a adorar em silêncio, adorar”.

A exortação do Papa é portanto, para aprender, a partir de agora, aquilo que faremos no Céu: a oração de adoração. “Mas, somente, podemos chegar lá com a memória de termos sido eleitos, de ter dentro do coração uma promessa que nos impele a seguir e com a aliança nas mãos e no coração. E sempre em caminho: caminho difícil, caminho em subida, mas em caminho rumo à adoração”

Diante da glória de Deus as palavras desaparecem, não se sabe o que dizer, observa Francisco.

Na liturgia de amanhã, Salomão, de fato, durante a adoração, consegue dizer somente duas palavras: “Escuta e perdoa”. O Papa, ao concluir, convida a “adorar em silêncio, com toda a história que trazemos, e pedir: “Escuta e perdoa”:

“Nos fará bem hoje, tomar um pouco de tempo em oração, com a memória de nosso caminho, a memória das graças recebidas, a memória da eleição, da promessa,  da aliança e procurar se elevar, rumo à adoração, e em meio à adoração, com muita, humildade dizer somente esta pequena oração: “Escuta e perdoa”. Fonte: http://www.vaticannews.va

A estrada como lugar do alegre anúncio do Evangelho: este foi o caminho do filho de Deus, de seus discípulos e deverá ser o caminho de cada cristão, disse o Papa no Angelus, o que coloca a “missão da Igreja sob o signo do “andar”, a Igreja em caminho, sob o sinal do “movimento” e nunca da estaticidade”.

Cidade do Vaticano

"Jesus não veio para trazer a salvação em um laboratório; não faz pregação de laboratório, separado das pessoas: está no meio da multidão”!

Dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro neste V Domingo do Tempo Comum para o Angelus, o Papa Francisco recordou que se a estrada foi o lugar do alegre anúncio do Evangelho do filho de Deus, também deverá ser o caminho de cada cristão e da Igreja.

O Evangelho de Marcos proposto para este domingo, “destaca a relação entre a atividade taumatúrgica de Jesus e o despertar da fé nas pessoas que encontra”.

“Com os sinais de cura que realiza pelos doentes de todo tipo, o Senhor quer suscitar como resposta a fé”, sublinhou o Papa. O dia de Jesus em Cafarnaum, segundo narrado por São Marcos, “começa com a cura da sogra de Pedro e termina com a cena das pessoas de toda a cidadezinha que se comprimiam diante da casa onde ele se alojava, para levar a ele todos os doentes”.

“A multidão, marcada por sofrimentos físicos e por misérias espirituais, constitui, por assim dizer, “o ambiente vital” em que se realiza a missão de Jesus, feita de palavras e de gestos que curam e consolam”:

“Jesus não veio para trazer a salvação em um laboratório; não faz pregação de laboratório, separado das pessoas: está no meio da multidão! Em meio ao povo! Pensem que a maior parte da vida pública de Jesus foi passada na estrada, entre as pessoas, para pregar o Evangelho, para curar as feridas físicas e espirituais”.

E é para esta pobre humanidade, marcada pelos sofrimentos, que “é dirigida à ação poderosa, libertadora e renovadora de Jesus”. Antes do amanhecer do dia seguinte – recordou o Papa – Jesus sai sem ser visto pela porta da cidade “e se retira para um lugar afastado para rezar. Jesus reza”, também para “subtrair a sua pessoa e a sua missão de uma visão triunfalista”, que poderia ficar subentendida em função dos milagres e de seu poder carismático:

“Os milagres, de fato, são “sinais” que convidam a uma resposta de fé; sinais que sempre são acompanhados por palavras, que os iluminam; e juntos, sinais e palavras, provocam a fé e a conversão pela força divina da graça de Cristo”.

“A conclusão da passagem de hoje – prosseguiu Francisco - indica que o anúncio do Reino de Deus por parte de Jesus encontra o seu lugar mais precisamente na estrada”. Os discípulos queriam levar Jesus de volta para a cidade, mas Ele os convida para ir “a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”:

“Este foi o caminho do filho de Deus e este será o caminho de seus discípulos. E deverá ser o caminho de cada cristão. A estrada como lugar do alegre anúncio do Evangelho, coloca a missão da Igreja sob o signo do “andar”, a Igreja em caminho, sob o sinal do “movimento” e nunca da estaticidade”.

“Que a Virgem Maria  - concluiu o Papa - nos ajude a sermos abertos à voz do Espírito Santo, que impele a Igreja a colocar sempre mais a própria tenda em meio às pessoas para levar a todos a palavra curadora de Jesus, médico das almas e dos corpos”.

Após a oração do Angelus, o Papa Francisco assegurou sua proximidade às populações de Madagascar, “recentemente atingidas por um forte ciclone, que causou vítimas, desabrigados e graves danos materiais. Que o Senhor os conforte e os sustente!”. Fonte: http://www.vaticannews.va

“As vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”. Diante do dilagar de conflitos em diversas partes do mundo, o Papa Francisco convocou para 23 de fevereiro um Dia de Jejum e Oração pela Paz.

Cidade do Vaticano

“As vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias”. Diante da continuação de inúmeros conflitos em diversas partes do mundo, o Papa Francisco no Angelus deste domingo voltou a condenar a violência e convocou um Dia de Jejum e Oração pela Paz:

“E agora um anúncio: diante da trágica continuação de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis a um Dia especial de Oração e Jejum pela Paz em 23 de fevereiro próximo, sexta-feira da Primeira Semana da Quaresma”.

“O ofereceremos em particular pelas populações da República Democrática do Congo e do Sudão do sul. Como em outras ocasiões similares, convido também os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos para se associarem a esta iniciativa nas modalidades que considerarem mais oportunas, mas todos juntos”.

O Santo Padre recordou que “o nosso Pai Celeste escuta sempre os seus filhos que gritam a Ele na dor e na angústia, “cura os corações feridos e enfaixa  suas feridas””.

O Pontífice dirigiu um apelo, para que também cada um de nós ouça este grito e que cada um, diante de Deus, pergunte na própria consciência: “O que eu posso fazer pela paz?”:

“Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente “não” à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”. Fonte: http://www.vaticannews.va

Tema do 5º Domingo do Tempo Comum

Que sentido têm o sofrimento e a dor que acompanham a caminhada do homem pela terra? Qual a “posição” de Deus face aos dramas que marcam a nossa existência? A liturgia do 5º Domingo do Tempo Comum reflete sobre estas questões fundamentais. Garante-nos que o projeto de Deus para o homem não é um projeto de morte, mas é um projeto de vida verdadeira, de felicidade sem fim.

Na primeira leitura, um crente chamado Jó comenta, com amargura e desilusão, o fato de a sua vida estar marcada por um sofrimento atroz e de Deus parecer ausente e indiferente face ao desespero em que a sua existência decorre… Apesar disso, é a Deus que Jó se dirige, pois sabe que Deus é a sua única esperança e que fora d’Ele não há possibilidade de salvação.

No Evangelho manifesta-se a eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na ação libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo novo sem sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os homens. O texto sugere, ainda, que a ação de Jesus tem de ser continuada pelos seus discípulos.
A segunda leitura sublinha, especialmente, a obrigação que os discípulos de Jesus assumiram no sentido de testemunhar diante de todos os homens a proposta libertadora de Jesus. Na sua ação e no seu testemunho, os discípulos de Jesus não podem ser guiados por interesses pessoais, mas sim pelo amor a Deus, ao Evangelho e aos irmãos.

ATUALIZAÇÃO DO EVANGELHO – Mc 1, 29-39

As ações de Jesus em favor dos homens que o Evangelho deste domingo nos apresenta mostram a eterna preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos seus filhos. O projeto de Deus para os homens e para o mundo não é um projeto de morte, mas de vida; o objetivo de Deus é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo (o “Reino de Deus”) de onde estão ausentes o sofrimento, a maldição e a exclusão, e onde cada pessoa tem acesso à vida verdadeira, à felicidade definitiva, à salvação. Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento que nos espera em cada esquina da vida; talvez nem sempre sejam claros, para nós, os caminhos por onde se desenrolam os projetos de Deus… Mas Jesus veio garantir-nos absolutamente o empenho de Deus na felicidade e na libertação do homem. Resta-nos confiar em Deus e entregarmo-nos ao seu amor.

O encontro com Jesus e com o “Reino” é sempre uma experiência libertadora. Aceitar o convite de Jesus para O seguir e para se tornar “discípulo” significa a ruptura com as cadeias de egoísmo, de orgulho, de comodismo, de autossuficiência, de injustiça, de pecado que impedem a nossa felicidade e que geram sofrimento, opressão e morte nas nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos. Quem se encontra com Jesus, escuta e acolhe a sua mensagem e adere ao “Reino”, assume o compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. É – na perspectiva da catequese que o Evangelho de hoje nos apresenta – um “levantar-se”, um ressuscitar para a vida nova e eterna. O meu encontro com Jesus constituiu, verdadeiramente, uma experiência de libertação e levou-me a optar pelos valores do Evangelho?

A história da sogra de Pedro que, depois do encontro com Jesus, “começou a servir” os que estavam na casa, lembra-nos que do encontro libertador com Jesus deve resultar o compromisso com a libertação dos nossos irmãos. Quem encontra Jesus e aceita inserir-se na dinâmica do “Reino”, compromete-se com a transformação do mundo… Compromete-se a realizar, em favor dos irmãos, os mesmos “milagres” de Jesus e a levar vida, paz e esperança aos doentes, aos marginalizados, aos oprimidos, aos injustiçados, aos perseguidos, aos que sofrem. Os meus gestos são sinais da vida de Deus (“milagres”) para os irmãos que caminham ao meu lado?

Na multidão que se concentra à porta da “casa de Pedro” podemos ver essa humanidade que anseia pela sua libertação e que grita, dia a dia, a sua frustração pela guerra, pela violência, pela injustiça, pela miséria, pela exclusão, pela marginalização, pela falta de amor… A Igreja de Jesus Cristo (a “casa de Pedro”) tem uma proposta libertadora que vem do próprio Jesus e que deve ser oferecida a todos estes irmãos que vivem prisioneiros do sofrimento… O que é que nós, discípulos de Jesus, temos feito no sentido de oferecer a proposta libertadora de Jesus aos nossos irmãos oprimidos? Ao olhar para a Igreja de Jesus, eles encontram solidariedade, ajuda, fraternidade, preocupação real com os seus dramas e misérias, ou apenas discursos teológicos abstratos e virados para o céu? Os nossos irmãos idosos, doentes, marginalizados, esquecidos encontram nos nossos gestos o amor libertador de Jesus que dá esperança e que aponta no sentido de um mundo novo, ou encontram egoísmo, indiferença, marginalização?

O exemplo de Jesus mostra que o aparecimento do “Reino de Deus” está ligado a uma vida de comunhão e de diálogo com Deus. Rezar não é fugir do mundo ou alienar-se dos problemas do mundo e dos dramas dos homens… Mas é uma tomada de consciência dos projetos de Deus para o mundo e um ponto de partida para o compromisso com o “Reino”. Só na comunhão e no diálogo íntimo com Deus percebemos os seus projetos e recebemos a força de Deus para nos empenharmos na transformação do mundo. É preciso, portanto, que o discípulo encontre espaço, na sua vida, para a oração, para o diálogo com Deus.

LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE NO LINK AO LADO- Evangelho do dia

Nesta crônica, Pe. Olmes descreve a Assembleia do Vicariato Sul da Arábia, da qual participaram os últimos sacerdotes que permanecem atuando no Iêmen.

Missionário Pe. Olmes Milani - Dubai

De 8 a 11 de janeiro, os sacerdotes, religiosas e religiosos do Vicariato Sul da Arábia, participaram da Assembleia Anual, presidida pelo bispo Paul Hinder, que se realizou em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. O núncio apostólico para os países do Golfo Pérsico, Arcebispo Francisco M. Padilla também participou, dando uma palestra sobre a conjuntura atual da região.

O destaque do encontro foram os últimos missionários que trabalharam, no vizinho Yêmen cuja população foi reduzida à miséria pela guerra civil na qual forças externas e grupos terroristas entraram em cena, complicando ainda mais a situação. Trata-se dos padres salesianos, Tom Uzhunnalil e Jorge Muttathuparambil.

O padre Jorge relatou as inúmeras dificuldades e falta de segurança para exercer a missão sob a contínua ação dos grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-qaeda e sob os ataques das forças de coalizão externa. Ao regressar à Índia, seu país, para renovar o passaporte, foi-lhe negado o visto de retorno, ficando assim, sozinho, o Padre Tom para apoiar às Irmãs da Caridade de Madre Teresa e exercer o ministério para os poucos cristãos da região de Sana, capital do país.

No dia 4 de março de 2016, quando o padre estava no asilo para idosos administrado pelas irmãs, um grupo de terroristas invadiu a instituição, matando quatro das cinco religiosas e mais doze ajudantes. Terminada a chacina, sem ter encontrado a religiosa superiora que se havia escondido na câmara fria, vendaram o olhos do padre Tom, levando-o, de carro, para um lugar de cativeiro.

Durante 18 meses, o padre Tom passou por três cativeiros. De olhos vendados ou de burca, sem comunicação e vista para o exterior, testemunhou que o fortaleceu a fé em Deus. Por isso jamais sentiu medo de morrer.  Os longos dias transcorreram em oração e meditação. Sem o auxílio de uma Bíblia e Livros Litúrgicos, “celebrava” a missa de memória, sem as espécies do pão e do vinho.

Finalmente, no dia 12 de setembro de 2017, padre Tom foi levado para a fronteira com Omã, entregue às autoridades locais. Depois de agradecer ao Sultão de Omã que, com o Vaticano e o Vicariato Sul da Arábia, fez gestões importantes para sua libertação, viajou para Roma onde se encontrou com o Papa Francisco.

Testemunhou que durante o tempo de cativeiro encontrou força na fé, oração e mantendo a mente criativa. Fonte: http://www.vaticannews.va

Pai Paulo de Oxalá 

Yemanjá é um dos Orixás mais cultuados e conhecidos dos cultos de matrizes africanas. Uma das grandes razões desta simpatia popular é a imagem utilizada pela Umbanda para representar este Orixá.

Segundo o Ogan e escritor José Beniste esta imagem de Yemanjá usada pela Umbanda, da mulher pairando sobre as ondas, foi criada na década de 50 como uma forma da Dra. Dallas Paes Leme ser homenageada pelo marido. Ela era magra e tinha traços indígenas, por isso o quadro que foi pintado a oléo, era de uma mulher morena de cabelos longos e negros. Este quadro percorria casas e terreiros, dentre os quais o de Benjamin Figueiredo, da Tenda do Caboclo Mirim e a casa de Alziro Zarur que na época era ligado ao espiritismo. Este mesmo quadro foi que deu inicio às giras de fim de ano promovidas pela Umbanda nas praias cariocas e cultuada no dia 02 de Fevereiro pelo Candomblé.

Diferente da imagem de uma mulher magra na Umbanda, no Candomblé Yemanjá é tida como mãe de vários Orixás e é representada pela imagem de uma mulher negra forte e de seios fartos chamada de Olómó (Senhora de grandes seios). Seu nome origina-se de: Yèyé = mãe, Ọmọ = filhos e Ẹja = peixes. "Yemọjá" (mãe dos filhos peixes). Na Nigéria, seu culto é feito na fonte de um afluente do rio Ògùn (nada haver com o Orixá Ògún - Divindade da guerra).

O jeito maternal e o temperamento doce, ajudam a estabelecer Yemanjá, com a imagem de uma mãe enérgica porém bondosa, voltada inteiramente para os filhos.

Fato é que a imagem da Yemanjá brasileira tornou-se tão popular que incorporou-se às nossas tradições servindo como referência ao Culto Afro-brasileiro em várias partes do mundo, incluindo a própria África. Fonte: https://extra.globo.com