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Rezo pela sabedoria para o Papa, porque o coração está aberto ao Espírito Santo, e se ele não o fizer, rezo pela sua rápida partida para a Casa do Pai. Eu sempre posso pedir a Deus uma morte feliz por ele, porque uma morte feliz é uma grande graça - disse em uma homilia pronunciada em 25 de fevereiro, Pe. prof. Edward Staniek, ao listar a opinião errada, em sua opinião, de Franciszek, ao qual o teólogo creditou abertamente aos muçulmanos e aqueles que viviam em estado de pecado mortal.
Na homilia entregue na igreja das Irmãs Felicianas. Coração imaculado da Santíssima Virgem Maria em Cracóvia, padre dr. hab. Edward Staniek chamou a atenção para a noção de autoridade. - Para Abraham, a mais alta autoridade era Deus e por que ele fez o que ele pediu. Este é o ato de fé em Deus. Existe nele o reconhecimento de Deus como autoridade suprema e contando apenas com ele - disse o sacerdote observando que, nas páginas do Evangelho, o Deus o Pai indicou como autoridade de seu Filho. Em uma visão, o Senhor mostrou aos apóstolos que a autoridade de Jesus Cristo é maior que a possuída pelas duas maiores autoridades do Antigo Testamento - o legislador de Moisés e o profeta Elijah.
- Quem é a maior autoridade para mim? Jesus? - perguntou o Pe. prof. Staniek, ao mesmo tempo, explicou que a autoridade é o respeito por alguém responsável, por uma pessoa merecedora de confiança por algum motivo, por exemplo, especialização em um determinado campo. O respeito por essa pessoa conta com sua opinião. " O fundamento da autoridade é responsabilidade do homem " , disse o pregador, observando também a atenção ao relacionamento íntimo de um homem com autoridade e verdade.
- Meu Deus é uma responsabilidade e me cria à Sua imagem e à Sua imagem. Ele é a autoridade. E eu devo ser cem por cento a autoridade responsável pela minha palavra, pensamentos e ações - disse o Pe. prof. Edward Staniek também se refere à autoridade na Igreja. O sacerdote criticou a atribuição automática de autoridade àqueles que ocupam funções da igreja, do papa pelos cardeais e bispos aos superiores das províncias religiosas e dos padres da paróquia. Tal atitude pode causar espanto, porque às vezes as pessoas em posições não têm autoridade, embora possam encomendar.
- A autoridade não é recebida, a autoridade cresce. Na Igreja, a única autoridade é Jesus. Não o Papa, nem a hierarquia, nem os superiores. Jesus. E com base em Sua autoridade, a Igreja vive. Quem está na igreja está no candelabro e imita Jesus em sua vida irradia sua autoridade. Um candelabro alto dá poder, mas não dá autoridade - lembrou o retratista, observando que as pessoas no candelabro não só não têm autoridade, mas às vezes pior.
- O papa Francisco em um alto candelabro, sob pressão dos acordos, se afasta claramente de Jesus em dois pontos: ele interpreta mal a sua misericórdia - disse o Pe. prof. Edward Staniek.
- Em nome da misericórdia, ele chama paróquias e dioceses a abrir a porta para os seguidores do islamismo. Como religião, eles são hostis ao Evangelho e à Igreja. Eles mataram milhões em guerras religiosas. E nós, poloneses, lembrando a vitória sobre seus exércitos perto de Viena, melhor do que outros entendem que não há como conversar sobre o diálogo com eles. Podemos mostrar piedade aos crentes muçulmanos que estão morrendo de fome ou sede. As portas da diocese e da paróquia podem estar abertas apenas aos crentes em Jesus Cristo - disse o padre Edward Staniek em uma homilia entregue em 25 de fevereiro de 2018.
- O segundo ponto da miséria mal-entendida é abrir a porta para a Eucaristia, a comida do santo, para as pessoas que escolhem o pecado como seu mundo. Eles podem ter acesso à Eucaristia enquanto se arrependerem e se arrependerem de seus pecados. Quem sabe o que é a santidade da Sagrada Comunhão, isto antes do Santo Pão dobrar os joelhos e bater no peito: "seja misericordioso comigo, pecadores" do que estender a mão ou a língua para consumir o Pão Sagrado. Para o profano, é uma comida mortal, porque é um sacrilégio. Admitir as pessoas profanas à santidade na Igreja é uma profanação dos sacramentos - observou o padre.
- Qual é a direção do Papa? Eu não sei. Qual é o propósito de seu discurso? Eu também não sei. Eu sei como essas declarações são usadas em mídias dedicadas à destruição de Jesus e Sua Igreja. Rezo pela sabedoria para o Papa, porque o coração está aberto ao Espírito Santo, e se ele não o fizer, rezo pela sua rápida partida para a Casa do Pai. Eu sempre posso pedir a Deus uma morte feliz para ele, porque uma morte feliz é uma grande graça - disse o teólogo e patrólogo no sermão.
- Se o Papa não ouve Jesus do Monte Tabor, ele não participa da Sua autoridade. A Igreja de Cristo não é construída no poder. É construído com autoridade. Aquele que valoriza o poder acima da autoridade é o corpo estranho na Igreja de Jesus. Ouçamos a Jesus, assim como o próprio Pai no Monte Tabor nos recomendou - encerrou a homilia do Pe. prof. Edward Staniek.
Padre prof. Staniek é uma grande autoridade teológica da Igreja na Polônia. Ele foi um reitor do seminário em Cracóvia há muito tempo, escreveu várias dúzias de livros, foi membro do Comitê de Ciências Teológicas da Academia Polaca de Ciências.
Fonte: kjb24.pl/ MWL; http://www.pch24.pl
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Um arcebispo polonês criticou, no último sábado, um sacerdote conservador do devoto país católico que, no mês passado, teria desejado a morte antecipada do Papa Francisco caso ele não mudasse sua perspectiva. A reportagem é publicada por Religión Digital, 18-03-2018. A tradução é de André Langer.
“Tomei conhecimento, com grande dor e tristeza, dos recentes comentários do padre Edward Staniek sobre o Papa Francisco”, disse o arcebispo de Cracóvia, Marek Jedraszewski, em um comunicado.
A imprensa local informou no sábado que Staniek fez uma homilia no mês passado, na qual teria dito: “Rezo pelo juízo do papa, para que seu coração se abra ao Espírito Santo e, caso não o fizer, rezo por sua rápida partida para a Casa do Senhor”.
“Eu sempre posso pedir a Deus para que tenha uma morte feliz, porque uma morte feliz é uma grande graça”, disse em uma igreja de Cracóvia, no sul da Polônia.
Staniek referiu-se ao que ele considerava “opiniões equivocadas do papa”, como a sua abertura aos muçulmanos, de acordo com a imprensa local.
Muitas igrejas na Polônia consideram o papa latino-americano liberal demais, e ainda seguem os ensinamentos mais conservadores de João Paulo II, o falecido papa polonês que ocupou o trono de São Pedro entre 1978 e 2005. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Durante a homilia, Mario de França Miranda comentou trecho da Bíblia que fala do grão de trigo, que ao morrer produz frutos. Ele deu vários exemplos, como o da vereadora Marielle
Rio de Janeiro – Um padre de 81 anos foi interrompido e xingado por dois homens enquanto celebrava uma missa numa igreja de Ipanema, zona sul do Rio, na manhã de domingo, após citar o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL). Os dois foram retirados da igreja e o padre continuou a celebração. O caso não foi denunciado à Polícia Civil. Pároco responsável pela paróquia lamentou o fato de nenhum fiel ter defendido o padre.
O padre Mario de França Miranda, de 81 anos, que também é professor da PUC-Rio, estava celebrando a missa das 10h30 na Paróquia da Ressurreição, quando, durante a homilia, citou a vereadora assassinada na última quarta-feira (14), no centro do Rio.
"Fiz a homilia normal, explicando um pouco o texto, e citei Martin Luther King, dom Oscar Romero e pessoas que estão tentando melhorar a sociedade, como Jesus também tentou melhorar e foi assassinado precocemente. O Evangelho fala que o grão cai na terra e dá frutos. Então, eu falei que frutos são esses. Mostrei que quando se mata uma pessoa parece que tudo termina, mas não. No caso de Jesus, ele influenciou toda a humanidade. E frutos também são aquelas pessoas que tentam seguir esse exemplo: que têm uma vida difícil, mas com sentido, e que causam muita paz por fazer o bem", contou o padre, em entrevista ao jornal O Globo.
Quando citou Marielle, dois homens começaram a gritar e xingar o padre. "Quando houve a reação dos dois homens tinha umas 500 pessoas na igreja e eu pensei: tenho que tocar a missa. Não ia ficar preso a um tumulto que lá no fundo da igreja apareceu. Duas pessoas revoltadas. Me xingaram de tudo. Logo, eles foram retirados da igreja e eu consegui recolocar a missa em oração", afirmou. Ao final da missa, fiéis se solidarizaram com o padre e o parabenizaram pela homilia.
O padre José Roberto Devellard, responsável pela Paróquia da Ressurreição, comentou o caso em texto postado no Facebook. Ele não presenciou o episódio, mas disse que "o sacerdote não falou de partidos nem de ideologias". "No Evangelho João 12, 20-33 ao entrar no Espírito da Semana Santa, os versículos 24 e 25 falam do grão de trigo, que ao morrer produz frutos.
O sacerdote deu vários exemplos, entre tantos o da vereadora Marielle. A homilia foi interrompida por uma pessoa da assembleia, que não gostando usou palavras de baixo calão para ofender o sacerdote, profanando assim o templo", escreveu.
"O padre Mário França é um dos melhores teólogos do Brasil. Foi membro da comissão de teólogos de todo o mundo. Recebeu o prêmio Cardeal Ratzinger de teologia como bons serviços prestados à teologia. Uma preocupação assustou-me: ninguém foi capaz de levantar a voz na igreja para defender o sacerdote!"
O texto, publicado no perfil da Igreja da Ressurreição e acessível a todos, havia gerado 30 comentários até as 17h30 desta segunda-feira, a maioria defendendo o padre. O primeiro deles, no entanto, é uma crítica ao sacerdote: "A igreja não deve se meter com política, ainda mais com essa onda de divisão da sociedade implantada pelo governo.... Erro do padre, erro da Igreja", escreveu um internauta. "Deveriam todos respeitar a igreja, mas não aceito o padre falar dessa senhora, quando estamos vivendo um massacre. Deveria o padre falar em nome de todos... policiais, médico morto na Lagoa etc", escreveu outra pessoa. A respeito desse comentário, um internauta alertou: "Cuidado, há um morcego entre os passarinhos!". Fonte: https://www.em.com.br
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Leão XIII e Bento XVI recomendaram aos fiéis a especial devoção a São José, chegando este último papa a inserir no missal um prefácio próprio. O Papa Francisco ordenou que, em todas as Orações Eucarísticas da Santa Celebração, fosse pronunciado o nome de São José.
Padre Paulo de Souza OSB - Mosteiro de São Geraldo, São Paulo
Neste venerável homem de Deus, resplandece a santidade que o Pai Celeste gostaria de ver em todos os seus filhos e filhas. Depois da Virgem Maria e, obviamente, do próprio Jesus, a quem ele criou como pai adotivo, não há maior modelo de fé e de amor a Deus.
Além disso, como Esposo da Beatíssima Virgem, São José se torna espelho para todos os pais e maridos. Foi louvado desde os tempos apostólicos e, com especial deferência, pelos Padre da Igreja.
São Jerônimo louva sua extraordinária fé e virgindade. São João Crisóstomo fala com ternura de seus gozos e de suas dores. Santo Agostinho diz que ele foi verdadeiro pai de Jesus, com exceção do nascer fisicamente dele.
Já no século IV, quando Constantino passou a dedicar templos a Jesus e a Maria, Santa Helena quis uma igreja em sua honra. Nos séculos XII e XIII os beneditinos e carmelitas difundiram muito o seu louvor. São Bernardino de Sena foi seu grande propagandista. Santa Teresa de Ávila chegou a dizer: “Não me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo o que pedia”.
José pertencia à tribo de Judá e à casa de Davi. Estabeleceu-se em Nazaré, numa vida simples e pobre, apesar de seu sangue real. Os Padres dizem que foi desígnio do próprio Deus. Modesto carpinteiro, seu ofício era fazer arados de madeira e utensílios rústicos de camponeses. Provavelmente tinha irmãos e irmãs que foram pais ou mães daqueles a quem o Evangelho chama de irmãos de Jesus.
Em Nazaré, José conheceu Maria, jovem de sua tribo, modesta como ele, espiritual e recolhida. O Espírito Santo uniu aqueles dois corações, e eles se amaram com o amor mais puro que pode haver entre duas criaturas de Deus.
Combinaram o matrimônio e deram entre si a Palavra de que haveriam de conservar a virgindade perpétua. José, homem bondoso, pensou unicamente na felicidade de Maria que vivia só, uma vez que seus pais idosos já haviam falecido e ela não tinha irmãos. Deus lhe inspirou que fosse o amparo daquela jovem cândida e inocente.
Dizem algumas fontes e tradições que Maria estava na faixa dos quinze anos quando se desposou, e José estava com trinta. Nos sarcófagos e monumentos dos quatro primeiros séculos, a figura de José é de um exímio e dedicado operário.
Os planos de Deus para ele eram que fosse sustentáculo da Sagrada Família e o amparo de honra da Virgem. A castidade não era fruto precisamente da idade, como alguns o imaginaram, mas da virtude e da graça de Deus.
São Mateus diz que José era um homem justo, cumpridor da Lei. Quando percebeu que sua jovem esposa estava grávida, diante dele despontaram dois caminhos: o legal, que previa a denúncia e prejudicaria a esposa; e o privado, que o levava a romper secretamente seus compromissos. Ele escolheu este último, pois de modo algum desejava expor Maria às penas de uma lei tão severa, que envolvia o apedrejamento. Grande virtude a de São José!
O anjo do Senhor veio em defesa de Maria e revelou a ele o Mistério. Sua esposa tinha concebido por obra do Espírito Santo. Era milagre! José acreditou e tomou consigo Maria como esposa e a amou com grande ternura espiritual.
A atividade posterior de São José é conhecida na viagem a Belém, na fuga para o Egito e no serviço da casinha de Nazaré, onde ele morreu. Jesus estava na idade de poder trabalhar para si e para a Mãe. Tinha terminado o papel de José como guarda de Jesus e da virgindade e da honra de Maria. Servo bom e fiel, cumpriu com muito amor e fé a sua missão. No Céu, entrou no gozo de seu Senhor, para ser Guarda e Patrono da Igreja. É, de certa forma, nosso pai também.
O Papa Clemente XI (1700-1721) compôs os hinos e declarou que esta solenidade deveria ser celebrada em toda a Igreja no dia 19 de março, e colocou todas as missões da China sob sua proteção.O Papa Pio IX declarou, em 1871, São José como padroeiro de toda a Igreja. Leão XIII e Bento XVI recomendaram aos fiéis a especial devoção a São José, chegando este último papa a inserir no missal um prefácio próprio.
Pio XII estabeleceu, em 1955, a festa de São José, operário, que ainda hoje se celebra no dia 1 de maio. João XXIII incluiu o nome de São José no Cânon Romano, que no tempo era o único da Missa. Enfim, nosso atual Papa Francisco ordenou que, em todas as Orações Eucarísticas da Santa Celebração, fosse pronunciado o nome de São José. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Bispo e padres são presos acusados de desviar R$ 1 milhão em Goiás
Operação foi batizada de Caifás
O bispo de Formosa (GO), José Ronaldo Ribeiro, o vigário-geral e outros 4 padres foram presos na manhã desta 2ª feira (19.mar.2018) suspeitos de desvio anual de R$ 1 milhão da diocese do interior de Goiás.
Segundo a investigação do MP-GO (Ministério Público de Goiás), o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos.
A ação, batizada de Caifás, também revelou que os criminosos usaram uma parte do dinheiro para comprar uma fazenda de gado e uma casa lotérica na cidade de Posse, também no interior de Goiás. As propriedades foram colocadas em nomes de laranjas.
Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão em 3 municípios de forma simultânea, sendo 9 de prisão e 5 de busca e apreensão em Formosa; 3 de prisão e 4 de busca e apreensão em Posse; e 1 de prisão e 1 de busca e apreensão em Planaltina, todos contra lideranças religiosas ou administrativas ligadas à Igreja Católica.
As investigações se iniciaram após o MP ter recebido denúncias fiéis dando conta que os desvios haviam sido iniciados em 2015. Acionado, o órgão apurou as denúncias que culminaram com a operação. Fonte: https://www.poder360.com.br
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Entre os que tinham ido à festa para adorar a Deus, havia alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: «Senhor, queremos ver Jesus». Filipe falou com André; e os dois foram falar com Jesus.
Jesus respondeu para eles, dizendo: «Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará. Agora estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, manifesta a glória do teu nome!»
Então veio uma voz do céu: «Eu manifestei a glória do meu nome e vou manifestá-la de novo.» A multidão que aí estava ouviu a voz, e dizia que tinha sido um trovão. Outros diziam: «Foi um anjo que falou com ele.» Jesus disse: «Essa voz não falou por causa de mim, mas por causa de vocês. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim.» Jesus assim falava para indicar com que morte ia morrer.
Leitura do Evangelho segundo São João 12,20-33 (Correspondente ao Quinto domingo de Quaresma, do ano litúrgico do ciclo B). O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Se o grão de trigo não morrer...
Os judeus se dirigem a Jerusalém para adorar na Festa. Jesus dirige-se também ali com seus seguidores e havia alguns gregos. Os gregos podiam ser estrangeiros simpatizantes do judaísmo.
O evangelho sinala que “queriam ver Jesus”. Tinham “vontade de ver Jesus”. Como disse José Antonio Pagola “É um desejo profundo de conhecer o mistério que se encerra naquele Homem de Deus. Também a eles lhes pode fazer bem”. (Disponível em: Só começamos a entender algo da fé quando nos sentimos amados por Deus).
Num primeiro momento se aproximaram de Filipe que fala com André e os dois foram falar com Jesus.
As pessoas que estavam junto a Jesus eram reconhecidas pela sua proximidade e confiança com o Mestre. Por isso, para quem busca conhecer Jesus, são testemunhas e intermediários desse caminhar junto ao Senhor.
Neste pequeno trecho apreciamos a importância da presença dos gregos na Festa e seu desejo de conhecer Jesus. Chama a atenção que alguns gregos procurem Jesus e não intentem ir ao Templo, mas para eles era mais importante conhecer Jesus!
A resposta de Jesus não deve ter sido fácil de entender para Filipe e André. A que hora refere-se? Jesus nas Bodas de Caná tinha dito a sua mãe que estava ali: “Minha hora ainda não chegou” (2,4) e agora disse que “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado).
Esta hora é relacionada imediatamente com a morte para produzir fruto abundante. Ele sabe que deve morrer para gerar vida. Por isso disse que o “grão do trigo deve morrer para não ficar sozinho, porque se ele morre produz muito fruto”. É a hora da exaltação de Jesus, de sua morte e ressurreição, duas realidades inseparáveis de um único acontecimento: a Páscoa de Jesus.
Jesus falava para pessoas acostumadas a semear. Possivelmente ficavam preocupadas com as sementes que tinham espalhado para que “morram” na terra e a vida que está nascendo nelas possa se libertar. Assim cresce uma vida nova, “dá fruto abundante”.
Como disse o teólogo Carlo Molari: “Esse processo nunca é apenas individual, mas pressupõe e envolve ambientes vitais. O primeiro problema, por isso, é comunitário: que ambiente vital a comunidade é capaz de criar, de modo a fazer florescer e amadurecer os gérmens de ressurreição?” (Disponível em “A metáfora da semente. Gérmens de ressurreição na Igreja”)
Quando os gregos perguntam por Jesus, ele reconhece que chegou sua hora e convida aos que desejam segui-lo a realizá-lo até o fim. Ser seus discípulos e suas discípulas não é estar ao seu lado como uma ajuda ou companhia. Jesus esclarece: “Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo”.
Jesus nos apresenta a sua opção de vida, doá-la até o extremo, morrer para oferecer à humanidade o nascimento de um novo caminho de liberdade, de comunhão fraterna com Deus.
Como dizia José Marti: ‘morrer é fechar os olhos para ver melhor’, ver Deus e as realidades bem-aventuradas que desde sempre nos preparou”.
E o teólogo Leonardo Boff disse: “Não considero a morte como o fim da vida. Morrer é um acabar de nascer. A vida vai para além da morte. ("Morrer é penetrar no coração do universo onde todas as teias de relação encontram o seu nó de origem e de sustentação". Entrevista especial com Leonardo Boff)
O/a seguidor/a de Jesus é aquele/a que por amor a ele está disposto/a não transigir com as estruturas que geram morte no ser humano, que ocasionam injustiças, discriminação, desigualdade, racismo acrescentando a ilegalidade e pobreza. Estruturas que só contribuem à morte das pessoas através dos vínculos estabelecidos.
Jesus nos convida a entregar a vida como ele por amor. Deus é Pai de todos os seres humanos e a vida entregue de Jesus é a manifestação mais plena desse amor sem limites. Deus ama a vida em todas suas situações, sem distinção de pessoa nem cultura, nem religião! Por isso foi muitas vezes abandonado pelos seus amigos e amigas, incompreendido, ficou sozinho, mas foi honrado pelo Pai. E assim convida-nos a cada um/a de nós a viver como ele porque “Se alguém serve a mim, o Pai o honrará.
Estamos dispostos a morrer pela causa de nosso Irmão maior, portanto, pela causa de nossos irmãos e irmãs, para assim nossos povos terem vida, e vida em abundância. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Francisco respondeu que “o sacerdote deve ser sempre um homem em caminho, um homem que escuta e nunca está sozinho: deve ter a humildade de ser acompanhado”.
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta sexta-feira (16/03/ 2018), na Sala Paulo VI, no Vaticano, com os seminaristas e sacerdotes que estudam nos Pontifícios Colégios Eclesiásticos em Roma.
Um encontro inesquecível ao qual eles se prepararam por muito tempo com cantos, orações e leituras. Após o acolhimento festivo do Papa Francisco, o prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Beniamino Stella, iniciou o diálogo com o Pontífice que respondeu cinco perguntas centradas na formação e na espiritualidade sacerdotal. Muitas indicações propostas pelo Papa, mas também brincadeiras e risadas.
Sacerdotes em caminho e que saibam ouvir
A primeira pergunta foi lida por um seminarista francês, representante dos europeus. Ele perguntou ao Papa como manter unido o ministério de presbítero com a humildade de sentir-se discípulos e missionários. Francisco respondeu que “o sacerdote deve ser sempre um homem em caminho, um homem que escuta e nunca está sozinho: deve ter a humildade de ser acompanhado”.
Discernimento é fundamental
É muito importante ter discernimento para entender como seguir adiante, discernir entre que é bom e o que não é. E isto Francisco explicou respondendo à segunda pergunta lida por um seminarista africano proveniente do Sudão. São duas as condições para um discernimento verdadeiro: que seja feito na oração, diante de Deus, e que seja feito confrontando-se com o outro, um guia capaz de ouvir e dar orientações. “Quando não há discernimento na vida sacerdotal, há rigidez e casuística. Existe a incapacidade de ir adiante. Tudo se torna fechado e o Espírito Santo não trabalha.”
O Papa disse aos sacerdotes para terem o Espírito Santo como companheiro de caminhada. Disse que muitas vezes temos medo do Espírito Santo e queremos engaiolá-lo. Não basta ser bons e viver como se o Espírito Santo não existisse.
Formação humana do presbítero
Um sacerdote mexicano, em nome de todos os demais da América Latina, perguntou ao Papa como é possível manter o equilíbrio integral do sacerdote ao longo de seu percurso de vida. O Papa respondeu sublinhando a importância da formação humana do presbítero. “É preciso ser pessoas normais, humanas, capazes de se alegrar com os outros, de sorrir, ouvir em silêncio um enfermo e consolar fazendo um carinho. É preciso ser pais, ser fecundos e dar vida aos outros. Sacerdotes pais e não funcionários do sagrado ou empregados de Deus.”
A espiritualidade do sacerdote diocesano
Dos Estados Unidos, um diácono pergunta-lhe quais são os traços da espiritualidade do sacerdote diocesano, que, portanto, não se refere aos ensinamentos de um fundador ou de um outro. O Papa responde com uma palavra: “diocesanidade”. E isso significa que o sacerdote deve cuidar do relacionamento com seu bispo, mesmo que seja um tipo difícil, com os seus irmãos sacerdotes e com as pessoas da sua paróquia que são seus filhos. Se vocês trabalharem nestas três frentes - disse Francisco - vocês se tornarão santos.
Cuidar da formação humana
A última pergunta feita ao Papa, foi de um sacerdote das Filipinas, sobre a formação permanente. O Papa recomenda cuidar da própria formação: humana, pastoral, espiritual, comunitária. E diz que a formação permanente nasce da consciência da própria fraqueza. É importante conhecer os próprios limites. Então, imersos na cultura contemporânea, perguntar-se sobre como se vive a comunicação virtual, como se usa o próprio celular, preparara-se para enfrentar as tentações sobre a castidade – que virão, disse o Papa - e depois cuidar-se do orgulho, da atração pelo dinheiro, pelo poder e pelo conforto.
Bianca Fraccalvieri esteve na Praça São Pedro e conversou com alguns sacerdotes que participaram do encontro com o Papa Francisco esta manhã. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Segundo a editora Paulus, responsável pelo material, o desenho foi feito há mais de dois anos pelo ilustrador italiano Stefano Pachi.
À imagem e semelhança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou simples coincidência? Uma ilustração do folheto da missa de domingo, que chamou a atenção de fiéis nas igrejas do país pela semelhança de um dos personagens bíblicos com o petista, está rendendo polêmica nas redes sociais. Mas segundo a Editora Paulus, responsável pela produção do Semanário Litúrgico-Catequético, trata-se de um desenho feito há mais de dois anos por um artista italiano. A ilustração é de Stefano Pachi.
Muitos fiéis que participaram da missa no último domingo se surpreenderam ao receber, na entrada da igreja, o folheto para acompanhar a celebração. É que no alto da primeira página da publicação, há uma ilustração mostrando o encontro de Jesus e Nicodemos, que, prestando bem a atenção, é muito parecido com o ex-presidente petista.
A “teoria da conspiração” tomou conta da internet e muitos começaram a divulgar o folheto, dizendo se tratar da imagem de Lula. “Hoje fui à missa e me deparei com essa foto de JC (Jesus Cristo) batendo um papo com o Lula”, disse um internauta no Twitter. “O que significa o rosto de Lula em um folheto de missa”, perguntou outro. Os mais revoltados com a suposta provocação divulgaram uma montagem do planfleto com o Facebook do redator do livreto, dizendo que ele seria defensor do petista nas redes sociais.
Ataques virtuais
O redator da peça, Padre Nilo Luza, se tornou alvo de ataques no Facebook. Houve até quem falasse na excomunhão dele e o chamasse de herege. “Que vergonha ver um (padre) apoiando esse ladrão. Você vai pagar caro por apoiar um partido comunista, vai responder no tribunal Divino!”, disse uma usuária. Ele foi questionado sobre qual seria sua intenção ao “divulgar o comunismo na igreja de Jesus”. Outro crítico reclamou que havia posts de notícias políticas no perfil do religioso. “Triste o comportamento de certos padres e bispos da igreja católica no Brasil, eles sabem muito bem que o comunismo foi condenado pelos dez últimos papas.” Padre Nilo também recebeu apoio de alguns. "Esquenta não. Esse povo ta maluco mesmo", disse um internauta.
Nas igrejas da capital e Grande BH, houve comentários, que se estenderam para as redes sociais. “Será que o Lula está querendo pagar seus pecados?”, comentou um católico com bom humor. Já outro começou a imitar a voz característica do ex-mandatário e comentou, com respeito, que a semelhança era grande demais. “O olhar, principalmente. A barba nem falo...” Já o desenho de Jesus não lembra nenhum político, principalmente nenhum candidato à presidência da República.
Lula ou Nicodemos?
Durante a Liturgia da Palavra, foi feita a leitura: “Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 'Do mesmo modo como Moisés mandou levantou a serpente do deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna (…) Mas quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus”.
Numa pesquisa na Wikipédia, vem a explicação sobre o personagem bíblico. Nicodemos foi um fariseu, membro do Sinédrio, mestre da Lei, que, segundo o Evangelho de João, mostrou-se favorável a Jesus. A igreja católica venera-o como São Nicodemos. A Ordem Franciscana ergueu uma igreja que tem o seu nome e o nome de São José de Arimatéia em Ramla, Israel.
Desenho de artista italiano
Em nota, a Editora Paulus, que também chegou a ser alvo de críticas, informou que segue a linha editorial da Itália, inclusive com a mesma publicação. "Como informado na seção de créditos do folheto O DOMINGO, nº 12, de 11/3/2018, a imagem que retrata um diálogo entre Jesus e Nicodemos é uma ilustração do artista italiano Stefano Pachì, produzida há mais de dois anos, e não faz qualquer alusão à figura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva". Fonte: https://www.em.com.br
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A visão da Igreja
No tempo de Santa Teresinha, no fim do século passado, na França, a visão de igreja que predominava era proveniente do rigorismo do Jansenismo. Deus ficou distante. Um Deus exigente e moralista. A vida comunitária do Carmelo era marcada por esta visão de Deus. Havia um manual, feito em 1842, chamado “O Tesouro do Carmelo”. Era um resumo da espiritualidade dos mosteiros da França. Mistura proveniente de Santa Teresa e do Cardeal Bérulle. Tinha forte influência do rigorismo de Jansênio. O uso frequente deste manual fez com que não se liam os grandes mestres espirituais. De S. João da Cruz só se lia a Subida do Monte Carmelo. Espiritualidade rigorista, ascética, moralista e individualista. Na Biblioteca do mosteiro de Lisieux só havia um único exemplar da Bíblia traduzida para o francês e este nem sequer era completo, pois faltavam os livros deuterocanônicos. Para uma irmã poder ler a Bíblia precisava de licença da superior.
Teresinha nasce e cresce dentro deste contexto. Quando ela está no fim da sua vida, a gente capta dos escritos dela uma visão de igreja que significa uma ruptura com este modo de ser e de viver. Para avaliar a novidade de tudo isto que apareceu na vida dela, convém não esquecer que ela era uma moça de apenas 15 anos quando entrou no convento. Ela nunca frequentou escola nenhuma. Tinha vários problemas, mas decidida em seguir a vocação que sentia dentro de si mesma.
Deus como amor e ternura.
Em Teresinha transparece uma nova imagem de Deus, fruto da sua experiência. O seu jeito de lidar com Deus era uma crítica ao jansenismo. Na história de uma alma a gente consegue seguir mais ou menos a gênese desta novidade. A experiência da vivência do próprio pai, o trauma que viveu com a perda da mãe. A experiência vivida na noite de Natal em que de repente conseguiu superar o seu problema afetivo e ter um domínio maior.
Ela soube viver todos estas aspectos da sua vida em estreita ligação com a sua fé. Ela fazia da sua vida pessoal o que nós tentamos fazer hoje: ligar fé e vida. E houve uma iluminação mútua. Talvez aqui esteja uma das maiores contribuições de Teresinha: a nova imagem de Deus e a repercussão que isto tem na vida pessoal e comunitária das pessoas.
No coração de minha mãe a igreja eu serei o amor
Por exemplo, lendo sua vida, como jovem, sentia impulsos grandes e desejos enormes. Ela queria ser tudo ao mesmo tempo e percebia que isto não era possível. Mas por outro lado pensava, se este desejo existe em mim, deve haver um caminho para realiza-lo. Lendo a Bíblia, ela descobriu: “N coração de minha mãe a Igreja, eu serei o amor!”
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O primeiro Papa jesuíta, primeiro proveniente das Américas, primeiro com o nome do Pobrezinho de Assis, Francisco, 265º Sucessor de Pedro, deseja uma Igreja com as portas abertas que saiba anunciar a todos a alegria do Evangelho.
Sergio Centofanti, Silvonei José – Cidade do Vaticano
Cinco anos atrás, no dia 13 de março de 2013, era eleito Papa Francisco. Alguns dados para sintetizar esses anos de Pontificado: duas encíclicas (Lumen fidei, sobre a fé, que continua o que fora escrito por Bento XVI e Laudato si, sobre o cuidado da casa comum, preservar a Criação não é dever dos verdes, mas dos cristãos), duas Exortações apostólicas (Evangelii gaudium, texto programático do Pontificado para uma Igreja em saída, fortemente missionária, e Amoris laetitia sobre o amor na família), 23 Motu próprio (reforma da Cúria Romana, gestão e transparência econômica, reforma do processo de nulidade matrimonial, tradução de textos litúrgicos, com indicações para uma maior descentralização e mais poderes às Conferências Episcopais), dois Sínodos sobre a família, um Jubileu dedicado à Misericórdia, 22 viagens internacionais com mais de 30 países visitados e 17 visitas pastorais na Itália, 8 ciclos de catequese na audiência geral das quartas-feiras (Profissão de fé, Sacramentos, Dons do Espírito Santo, Igreja, família, misericórdia, esperança cristã, Santa Missa), quase 600 homilias sem texto nas Missas em Santa Marta, mais de 46 milhões de seguidores no Twitter e mais de 5 milhões no Instagram. Sem contar os inúmeros discursos, mensagens e cartas, e os milhões de homens, mulheres e crianças de todo o mundo, encontrados, abraçados, acariciados.
Uma igreja com as portas abertas
O primeiro Papa jesuíta, primeiro proveniente das Américas, primeiro com o nome do Pobrezinho de Assis, Francisco, 265º Sucessor de Pedro, deseja uma Igreja com as portas abertas que saiba anunciar a todos a alegria e a frescor do Evangelho. Uma igreja acolhedora, “onde há espaço para todos com sua vida fadigada”, não um dogma que controle a graça em vez de facilitá-la. Uma Igreja que corra o risco de ser “ acidentada, ferida e suja” para chegar e estar no meio do povo, em vez de uma Igreja doente pelo fechamento e o conforto de se apegar às suas próprias seguranças”. Pede para abandonar um estilo defensivo e negativo, de mera condenação, para propor a beleza da fé, que é encontrar Deus.
O Espírito Santo perturba
O convite de Francisco é um convite para deixar-se surpreender pelo Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Igreja, que continua a falar e a nos contar coisas novas. Uma das palavras fortes do Pontificado, Francisco a pronunciou em Istambul em novembro de 2014: o Espírito Santo “perturba”, porque “move, faz caminhar, empurra a Igreja a ir para frente”, enquanto é muito mais fácil e mais seguro” reclinar-se nas próprias posições estáticas e inalteradas”. É muito mais reconfortante acreditar que a verdade seja “possuir” um pacote de doutrinas, muito bem confeccionado, que possamos gerenciar bem, ao invés de pertencermos nós mesmos à Verdade: é o Espírito que nos guia à verdade toda inteira. O cristão ainda tem muito a aprender porque Deus revela-se cada vez mais. Tanto que Francisco pode dizer que ele tem muitas dúvidas: “em um sentido positivo” - explica – “são um sinal de que queremos conhecer melhor Jesus e o mistério de seu amor por nós”. “Essas dúvidas nos fazem crescer”. Também Pedro, diante dos pagãos pôde dizer: ““Estou compreendendo que Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (Atos 10: 34-35). Cresce a inteligência da fé.
Papa de direita ou de esquerda?
Inicialmente, todos ou quase falavam bem de Francisco. Aos poucos as críticas chegaram. Uma boa notícia recordando as palavras de Jesus: “Ai de vocês quando todos falarão bem de vocês”. A direita acusa o Papa de ser comunista, porque ele ataca o atual sistema econômico liberal: “é injusto na raiz”, “esta economia mata”, prevalece a “lei do mais forte” que “come o mais fraco”. E fala demais sobre os migrantes e sobre os pobres: hoje “os excluídos não são só explorados, mas são resíduos, são restos”. A esquerda, acusa o Papa de estar parado em questões éticas: defende a vida, contra o aborto e a eutanásia: “não é ser progressista pretender resolver problemas eliminando uma vida humana”. Defende a família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher, condena a teoria do gênero, “erro da mente humana” e a ditadura do pensamento único e as colonizações ideológicas, também nas escolas, que correm o risco de se tornarem campos de reeducação. Ele adverte sobre questões da diminuição do direito à objeção de consciência. Ele observa a proliferação de direitos individuais, “individualistas”, diz, mas sem se preocupar com os deveres, e enquanto se fala de novos direitos - afirma - há pessoas que ainda passam fome.
Crítica interna
Aumentaram também as críticas dentro da Igreja. Há quem que até mesmo chama de herege o Papa, que diz que rompe com a Tradição secular da Igreja, que se irrita porque “bate” em quem está perto e acaricia quem está distante; há quem o contrapõe aos Papas precedentes. No entanto, Bento XVI já havia convidado a refletir sobre o discernimento para a Comunhão aos divorciados e recasados em certos casos especiais. João Paulo II já havia respondido a Dom Lefebvre, 40 anos atrás, explicando o verdadeiro significado da Tradição que “tem origem nos Apóstolos, progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”. De fato, “a compreensão, tanto das coisas quanto das palavras transmitidas, cresce (...) com a reflexão e o estudo dos crentes”. Mas é “acima de tudo contraditória” – afirmava São João Paulo II – “uma noção de Tradição que se opõe ao Magistério universal da Igreja, do qual é detentor o Bispo de Roma e o Corpo dos Bispos. Não se pode permanecer fiel à Tradição, rompendo o vínculo eclesial com o qual Cristo mesmo, na pessoa do apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja”. “A autodestruição ou o fogo amigo - afirma o Papa Francisco - é o perigo mais sorrateiro. É o mal que ataca de dentro; e, como disse Cristo, todo reino dividido acaba em ruínas”. O Papa cita frequentemente o diabo: é Ele que tenta destruir a Igreja. A sua “é uma guerra suja” e “nós ingénuos estamos ao seu jogo”.
Canteiros abertos
Duas ações fortemente promovidas por Francisco estão ainda em andamento: a primeira é a reforma da Cúria, devido à complexidade da reorganização de uma instituição secular (“fazer reformas em Roma é como limpar a Esfinge do Egito com uma escova de dentes” disse o Papa, citando Dom De Mérode). Mas também os escândalos, como Vatileaks2, não detém Bergoglio. A segunda ação é a luta contra os abusos sexuais na Igreja. Alguns membros da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, criada por Francesco, renunciaram, denunciando resistências e atrasos. O Papa reitera a “tolerância zero” porque “não há lugar no ministério para aqueles que abusam de crianças”. E vai avante.
Diplomacia da paz
Francisco promove a cultura do encontro, em campo ecuménico, inter-religiosos, na frente social e política e no nível meramente humano. Ele se move em direção à unidade, mas sem cancelar as diferenças e as identidades. Importante o seu papel no desgelo entre os Estados Unidos e Cuba, assim como no processo de paz na Colômbia e na África Central. Ataca quem fabrica e vende armas. Ao mesmo tempo denuncia fortemente as perseguições dos cristãos, talvez hoje mais graves do que ontem, no “silêncio cúmplice de tantas potências” que podem detê-las. Lança apelos contra o tráfico de seres humanos, “uma nova forma de escravidão”.
Tempo de misericórdia, mas até um certo ponto
É incontestável que a palavra central deste pontificado seja “misericórdia”: é o sentido da Encarnação do Verbo. É uma palavra que escandaliza. Francisco percebe isso. Deus é excessivo no amor pelas suas criaturas. No entanto, há um limite: a corrupção. O corrupto é quem não sabe que é corrupto, que recusa a misericórdia divina. E Deus não se impõe. Existe um juízo final. É por isso que o Papa sempre propõe o capítulo 25 do Evangelho de Mateus: “Eu estava com fome e você me deu comer...”. No ocaso da vida, seremos julgados pelo amor.
Menos clericalismo na Igreja, mais espaço aos leigos, mulheres e jovens
Francisco se opõe ao clericalismo, porque o pastor deve “servir” e ter “o cheiro das ovelhas”. Ele afirma que os leigos devem descobrir cada vez mais sua identidade na Igreja: eles não devem permanecer à margem das decisões. Basta com os “bispos piloto”. Relança o papel das mulheres, mas olhando para o seu mistério, não à sua funcionalidade: não se trata de uma luta pelo poder ou de reivindicações impossíveis, como o sacerdócio. Trata-se de refletir sobre a hermenêutica da mulher porque - reitera - Maria é mais importante do que os Apóstolos. Convida os jovens a terem um maior protagonismo e a incomodarem os pastores com sua criatividade.
Evangelizadores com Espírito
O Papa pede a todos os cristãos que sejam “evangelizadores com Espírito” para “anunciar a novidade do Evangelho com audácia, em voz alta e em todos os momentos e lugares, também contracorrente”, tocando “a carne sofrida dos outros”, dando “razão da nossa esperança, mas não como inimigos que apontam o dedo e condenam”. “Se eu consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor - afirma Francesco - isso já é suficiente para justificar o dom da minha vida”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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No dia 06 de março de 2018, o Papa Francisco autorizou a promulgação dos decretos que reconhecem os milagres atribuídos, respectivamente, à intercessão do beato Paulo VI e do beato Óscar Arnulfo Romero, o arcebispo de El Salvador que foi assassinado enquanto celebrava a missa. Para o papa que conduziu os trabalhos do Concílio e para o pastor mártir que se tornou o símbolo da defesa dos últimos, as portas da canonização se abriram. A informação foi dada por Stefania Falasca no jornal Avvenire. E reforça-se a hipótese de uma proclamação durante a mesma cerimônia em outubro, no final do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 07-03-2018. A tradução é de André Langer.
No dia 6 de fevereiro passado, a reunião dos cardeais e bispos do dicastério expressou por unanimidade o seu parecer favorável, reconhecendo o milagre que é devido à intercessão do Papa da Bréscia, ou seja, o desenvolvimento completo de uma gravidez de alto risco, da qual nasceu uma menina completamente saudável. No mesmo dia, os cardeais e bispos também aprovaram o milagre atribuído a Romero, a cura de uma mulher que estava em perigo de morte devido ao parto.
Durante as primeiras semanas de maio, acontecerá o consistório durante o qual o Papa Francisco anunciará aos cardeais a data exata da canonização. É provável que seja num dos domingos de outubro, e que a cerimônia aconteça durante o Sínodo dos Bispos(instituído precisamente por Paulo VI como uma instituição que auxilia e assessora o pontífice), dedicado nesta ocasião aos jovens.
Mas a canonização de Romero também poderá ser acontecer na América Latina. E poderá ser celebrada pelo Pontífice em janeiro de 2019 no Panamá, durante a Jornada Mundial da Juventude. Este seria o desejo dos bispos salvadorenhos, devido à importância do arcebispo martirizado na América Latina. O bispo auxiliar de San Salvador, o cardeal Gregório, disse há um ano que a canonização no Panamá “nos daria o tempo necessário para trabalhar com afinco e obter o que eu chamo de ‘milagre da paz’”.
Além das decisões sobre a data e a proclamação conjunta na mesma cerimônia (ou deslocada com a proclamação de Romero em sua terra), a harmonia entre os dois novos santos é mais do que evidente. Paulo VI foi um papa muito atento à América Latina. Montini participou, em 1968, da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellín, que decretou a opção preferencial pelos pobres, chamando a atenção para páginas importantes da doutrina social da Igreja. Não se pode esquecer a importante encíclica ‘montiniana’ Populorum Progressio.
Romero, por sua vez, agia na linha do magistério de Paulo VI e da exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, documento ainda atual e fonte de inspiração para o próprio Papa Francisco. O arcebispo mártir conservava no coração a lembrança do último encontro com Montini: “Paulo VI apertou a mão direita e segurou-a longamente entre as suas mãos, e eu também apertei com as minhas duas mãos a mão do papa”. “Eu entendo sua difícil tarefa – disse o Papa Montini –, é um trabalho que pode ser mal interpretado e requer muita paciência e fortaleza. Mas siga em frente com coragem, paciência, força e esperança”. O Pontífice referia-se às dificuldades e às incompreensões que Romero viveu em El Salvador, onde sua proximidade evangélica com os pobres e sua defesa dos últimos foi vista como “marxista”.
Independentemente de se suas canonizações forem celebradas juntas em Roma durante o Sínodo dos Bispos em outubro, ou separadamente (Sínodo e Jornada Mundial da Juventude), os dois novos santos serão novos modelos para a Igreja, especialmente dedicados aos jovens. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Comentando as leituras do dia, Francisco recordou que o verdadeiro cristão não se satisfaz com a primeira graça recebida, mas vai sempre avante.
Cidade do Vaticano (12/03/2018)
O Papa Francisco começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta. Na homilia, comentou o Evangelho do dia, em que Jesus dirige uma crítica ao funcionário do rei que vai até a Galiléia para pedir a cura do filho doente. “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais”, é a crítica de Jesus, que parece perder a paciência com o fato de o prodígio ser a única coisa que conta:
"Onde está a fé? Ver um milagre, um prodígio e dizer: ‘Mas Tu tens a potência, Tu és Deus’, sim, é um ato de fé, mas pequenino assim. Porque é evidente que este homem tem um poder forte; mas ali começa a fé, que depois deve ir avante. Onde está o seu desejo de Deus? Porque a fé é isto: ter o desejo de encontrar Deus, encontrá-Lo, estar com Ele, ser feliz com Ele."
Mas qual é, ao invés, o grande milagre que o Senhor realiza? A primeira leitura extraída do livro do profeta Isaías explica isso, disse o Papa: “Eis que eu criarei novos céus e nova terra. Haverá alegria e exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar”. O Senhor atrai o nosso desejo para a alegria de estar com Ele.
"Quando o Senhor passa na nossa vida e faz um milagre em cada um de nós, e cada um de nós sabe o que o Senhor fez na sua vida, ali não termina tudo: este é o convite a ir avante, a continuar a caminhar, 'buscar a face de Deus', afirma o Salmo; buscar esta alegria."
O milagre, portanto, é somente o início e o Papa se questiona o que pensará Jesus de muitos cristãos que param ali na primeira graça recebida, que não caminham, como as pessoas que, no restaurante, se saciam com a entrada e voltam para casa sem saber que o melhor está por vir.
“Porque existem muitos cristãos parados, que não caminham; cristãos atolados nas coisas de todos os dias – bons, bons! – mas não crescem, permanecem pequenos. Cristãos estacionados: se estacionam. Cristãos enjaulados que não sabem voar com o sonho a esta bela coisa para a qual o Senhor nos chama”.
É uma pergunta que cada um pode fazer, prosseguiu Francisco. “Como é o meu desejo? (…) Busco o Senhor assim? Ou tenho medo, sou medíocre? (…) Qual é a medida do meu desejo? A entrada ou todo o banquete?” E concluiu: é importante “proteger o próprio desejo: não se ajeitar muito, ir mais além, arriscar. O verdadeiro cristão arrisca, sai da segurança”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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"Mesmo antes de ver este relatório eu já sustentava que o necessário para termos uma paróquia de sucesso é haver uma boa pregação, uma boa música, uma comunidade acolhedora e programas para crianças. Infelizmente, esse questionário não envolveu questões sobre músicas". O comentário é de Thomas Reese, jornalista e jesuíta, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 25-08-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Eis o artigo.
No passado, as pessoas geralmente eram batizadas, se casavam e eram enterradas em sua igreja local, mas hoje cerca de metade dos americanos em algum momento de suas vidas procuram por uma nova congregação, seja em sua própria denominação, seja em outra. Isso normalmente ocorre quando elas se mudam.
Se você quiser atrair alguns desses candidatos para a sua congregação ou paróquia, o que é preciso fazer?
Segundo um estudo publicado esta semana pelo Centro de Pesquisas Pew (Pew Research Center), o que importa para as pessoas que buscam uma nova congregação é uma boa pregação, o sentimento de ser bem-vindo e o estilo de culto da congregação. Além disso, se tiverem filhos, os programas para crianças são importantes.
Ao procurar por uma nova congregação:
- 83% dos americanos dizem que a qualidade da pregação teve um papel importante na escolha da nova congregação;
- o sentimento de ser bem recebido pelos líderes da congregação é considerado importante para 79 %;
- cerca de três quartos dos entrevistados dizem que o estilo de culto foi importante na hora da escolha;
- 70 % dos participantes relataram que a localização da congregação foi importante;
- entre os casais com filhos, 65% dizem que haver programas para crianças importou na hora de escolher uma congregação.
Entre os sete fatores apresentados aos entrevistados, os cinco acima (pregação, ser bem-vindo, estilo, localização e programas educacionais para crianças) são os que mais receberam uma resposta positiva. Menos pessoas disseram ser importante ter familiares e amigos na congregação (48%) ou haver oportunidades de trabalho voluntário disponíveis (42%).
Estes são os números para todos os americanos que procuraram uma nova congregação. Os católicos diferem significativamente na relação com os protestantes.
Eles estão menos propensos a procurarem uma nova congregação (41% para os católicos, 62% para os protestantes). E mostram-se mais propensos a continuarem em sua própria denominação quando buscam uma nova congregação na comparação com os protestantes (63% contra 50%).
Os católicos que procuraram uma congregação demonstraram um percentual menor em todos os fatores analisados no estudo, exceto um deles.
Para os católicos que buscam uma nova comunidade para frequentar, o fundamental é a localização.
- Três quartos dos católicos em busca de uma nova comunidade dizem que a localização da igreja é importante. O mesmo vale para 71% dos protestantes.
- O sentimento de ser bem recebido é também menos importante para os católicos (71% contra 84%).
- Quanto à pregação, há uma diferença enorme, com 67% dos católicos dizendo que ela é importante, em contraste com os 92% dos protestantes que afirmam mesmo.
- Finalmente, o estilo de culto também é importante para a maioria dos católicos (63%), mas não no mesmo grau que é para os protestantes (79%).
De forma semelhante, na escolha de uma congregação, a presença de familiares e amigos e de oportunidades de voluntariado importa menos para os católicos (45% e 36%) do que para os protestantes (51% e 47%).
Por que a localização é tão importante para os católicos?
A importância da localização me faz lembrar de uma descoberta do Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado – CARA (departamento da Universidade de Georgetown, EUA), segundo a qual a disponibilidade de estacionamento influi na frequência às missas em regiões como Dallas, Fênix e Houston.
“Não existem paróquias em que se pode ir caminhando”, explicou ao National Catholic Reporter o padre jesuíta Thomas Gaunt, diretor-executivo do CARA. “Todos os fiéis dirigem. E eles estão sobrecarregados. É aí onde começamos a encontrar a diminuição no número de batismos.
Os dados sugerem que não é uma secularização; é a falta de estacionamento. Se a pessoa está lá com um bebê de colo, e vai ter de chegar uma hora mais cedo para tentar conseguir uma vaga para estacionar e entrar”, disse ele, o número de pessoas frequentando irá diminuir assim como estes primeiros sacramentos.
Ou talvez alguns católicos ainda acham de devem comparecer à comunidade católica mais próxima, mesmo que isso não seja mais exigido pelo direito canônico. Talvez os católicos estejam simplesmente acostumados a ir à igreja mais próxima e preferem que continue assim. Ou talvez muitos católicos enxergam pouca diferença na pregação, na hospitalidade e no estilo de culto entre as paróquias e, portanto, não esperam que esses fatores estejam em jogo quando buscam uma nova comunidade.
A Igreja Católica é uma franquia onde os católicos esperam que o produto tenha a mesma qualidade em todos os locais. Sendo iguais todas as outras coisas, os católicos vão à igreja mais próxima. Por que ir para longe?
Uma consequência disso é que 83% dos católicos que buscam uma nova congregaçãodizem que foi fácil ou muito fácil de encontrar o que queriam. Este número fica acima dos 68% entre os respondentes protestantes.
Os leitores deste artigo que se queixarem de que esses dados não refletem a sua própria experiência estão provavelmente entre os católicos mais “mimados”: estes fazem parte dos 17% para os quais é difícil encontrar uma congregação ao seu gosto.
Apesar do fato de que mais católicos destacam mais a localização do que o fazem com outros fatores, os pastores não devem se mostrar complacentes. Mais de 60% dos que buscam uma nova congregação dizem que a pregação, o sentir-se bem acolhido e o estilo de culto são importantes em suas escolhas. São números que os pastores não podem ignorar.
Além disso, não temos dados históricos para traçar uma comparação com estes resultados, mas podemos crer que as gerações anteriores foram ainda mais complacentes do que a atual geração. Nenhum cientista social se surpreenderia se, a daqui dez anos, este estudo fosse refeito e os pesquisadores descobrissem que os católicos estariam se parecendo, cada vez mais, com os protestantes em suas respostas.
Quando estão à procura de uma nova congregação, os católicos fazem uma sondagem significativa, mas menos do que os protestantes. Três quartos dos católicos participam de uma missa antes de se juntar a uma congregação, em contraste com os 90% dos protestantes que visitam os cultos com antecedência antes de se decidir.
Mais da metade (57%) dos católicos que buscam uma nova comunidade
eclesialperguntam a amigos e membros da congregação sobre a própria congregação. Mais uma vez, os protestantes estão mais propensos a perguntar a seus conhecidos (71%) do que os católicos. Os protestantes (61%) também estão mais propensos a falar com o ministro antes de se juntar à nova congregação do que os católicos (40%).
Quais as lições práticas deste estudo?
Em primeiro lugar, as paróquias precisam ter um trabalho social especial junto às pessoas que se mudam para os seus territórios. Os católicos já estão inclinados a ir à igreja local; tudo o que precisam é de um empurrãozinho. Não deveríamos esperar que eles venham ao nosso encontro; devemos ser pró-ativos e irmos ao encontro deles, porque este é um momento crítico de transição em suas vidas. As pessoas precisam se sentir bem-vindas e convidadas para frequentar a paróquia. Se elas não se sentirem assim, poderão virar as costas e não mais aparecer.
Em segundo lugar, é preciso dar espaço aos visitantes e fazê-los se sentirem acolhidos. Eles podem estar em busca de um lugar para frequentar em definitivo. Isso é particularmente importante para os paroquianos, uma vez que católicos estão menos propensos a conversar com o padre.
Em terceiro lugar, apesar do fato de sermos uma igreja sacramental, a pregação é importante para a maioria dos católicos, embora eles possam ter expectativas mais baixas quanto a seus ministros na comparação com os protestantes. Um maior cuidado deve ser dado à formação e à reciclagem dos padres para que sejam bons pregadores. Um pobre pregador significa uma igreja vazia.
O quarto fator crítico na busca por uma nova congregação é o “estilo de culto”. Infelizmente, esta questão é tão vaga no estudo realizado que é impossível saber o que tal expressão significa. Sem dúvida, cada entrevistado tinha a sua própria ideia do estilo ideal de culto que buscava em uma nova comunidade religiosa. Como consequência, as respostas não são úteis no sentido de nos dar diretrizes para o planeamento litúrgico.
Curiosamente, as paróquias que oferecem uma variedade de experiências litúrgicasparecem ser as mais bem-sucedidas. Uma missa de vigília aos sábados para famílias que têm planos para o domingo. Uma missa no começo do dia para o que trabalham (às 9h, por exemplo). Missas para famílias com crianças pequenas, uma missa mais tarde para casais mais velhos cujos filhos já saíram de casa, e uma missa dominical à noite para jovens adultos. Além disso, é claro, missas em línguas diferentes para grupos étnicos significativos. Cada missa teria o seu próprio estilo musical e de pregação. Há de se ter sorte para fazer tudo isso em uma paróquia com um único padre.
Mesmo antes de ver este relatório eu já sustentava que o necessário para termos uma paróquia de sucesso é haver uma boa pregação, uma boa música, uma comunidade acolhedora e programas para crianças. Infelizmente, esse questionário não envolveu questões sobre músicas. Se tivesse perguntado, poderíamos ter condições de pedir por um aumento no orçamento para a música litúrgica.
“Se construirmos igrejas, as pessoas virão” era a crença dos líderes eclesiásticos no passado. Esta crença está se tornando cada vez menos verdadeira hoje.
O relatório publicado e aqui analisado pode ser lido de duas formas. Por um lado, como outros estudos do Centro de Pesquisas Pew, ele mostra que a Igreja Católica está, em geral, se saindo melhor em comparação com as denominações protestantes no que diz respeito a reter seus fiéis e mantê-los felizes. Por outro lado, ele pode ser lido como um alerta que exige uma resposta vigorosa.
Não devemos ser complacentes. Se a Igreja é um hospital de campanha, como diz o Papa Francisco, podemos nos satisfazer com o fato de estarmos fazendo um trabalho melhor do o nosso vizinho da rua de baixo, mas ignorar os problemas e preocupações dos pacientes não é nem bom para o hospital nem bom para os pacientes. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Foi publicado há pouco na Alemanha um livro, considerado um best-seller, de Erik Flügg, com o título provocador Die Kirche verreckt um ihrer Sprache ("A Igreja sucumbe por causa da sua linguagem"). O texto reflete sobre como deveria ser a anunciação da Igreja. O comentário é de Johann Pock, publicado por Settimana News, 23-02-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Johann Pock, teólogo e docente austríaco, professor de teologia pastoral na Faculdade Católica Teológica da Universidade de Viena, recolheu algumas indicações a partir da convicção de que, há algum tempo, a pregação é uma arte que nem todo sacerdote possui. Mas como ter certeza de que um sermão pode ser chamado de "bom"?
Os sermões (que podem ser homilias ou outras formas de intervenção nos serviços litúrgicos) - escreve J. Pock - constituem uma forma especial de linguagem espiritual no contexto das celebrações litúrgicas. O Papa Francisco expressou-se sobre isso na Exortação Apostólica Evangelii gaudium (135) em que afirma: "A homilia é o ponto de comparação para avaliar a proximidade e capacidade de encontro de um pastor com o seu povo". A partir desta afirmação, J. Pock compôs para o katholisch.de (20/02/2018) as seguintes cinco sugestões:
Ser apaixonado
A anunciação do Evangelho requer pregadores animados e apaixonados. O entusiasmo e o envolvimento não são apenas estimulantes para a comunidade, mas também para aqueles que pregam. Eu também sinto a mesma alegria pelo sermão? Sinto-me feliz, como pregador, por conseguir transmitir algo da minha fé? Infundem-me alegria os rostos cheios de expectativa e uma viva comunidade litúrgica? A Boa Nova precisa de uma proclamação apaixonada e de pregadores animados. Os sermões não devem ser pacotes espirituais de pílulas soporíferas e nem mesmo discursos piedosos ou mornos. É mais um testemunho, que não deveria ser um martírio para os ouvintes, mas algo que expresse o fogo da fé do pregador.
Conhecer a Bíblia
A Bíblia representa o ponto de partida central e de referência para as pregações. A comunidade tem o direito de saber que são biblicamente fundamentadas. Portanto, não são lições científicas. As pessoas devem perceber facilmente que o pregador conhece a Bíblia. A própria Bíblia com seus gêneros literários oferece um grande exemplo: parábolas, fábulas, crônicas, cartas, discursos jurídicos, textos legais, sermões morais e histórias de milagres, ou seja, toda uma retórica de escritos que convidam a mergulhar na leitura e estimulam a imitação. Mesmo a esse respeito, vale o princípio da retórica: que não percebe nada, nada entrará em sua cabeça. Pregar geralmente significa empreender uma viagem de descoberta na Sagrada Escritura, considerar as diferentes traduções e se deixar surpreender pela Bíblia.
Chegar ao ponto
Os sermões deveriam ser curtos e atraentes, como recomendado pelo Papa Francisco. A "brevidade" depende de cada situação. O Papa Francisco fala de cerca de 10 minutos. Os hábitos de escuta das pessoas mudaram. As pessoas vêm à missa, a uma celebração, e uma parte dela, embora limitada, é composta pelo sermão. Por outro lado, os sermões breves precisam de mais preparação do que os discursos longos.
Na brevidade, surgem mais aromas. Mas não necessariamente a brevidade torna um sermão "atraente", mas sim a clareza e a compreensão dos pensamentos. Um discurso plástico, capaz de despertar imagens na mente dos ouvintes, é mais agradável do que longas e abstratas explicações.
Seja você mesmo
Uma palavra mágica na formação para a pregação é "autenticidade" ou – de forma mais familiar - "não se deveria pregar água e beber vinho". Se o anúncio e a pessoa estão em harmonia entre si, os ouvintes aceitarão até mesmo a pobreza de estilo na maneira de falar e na estrutura. No entanto, esse princípio não significa simplesmente retomar sermões de outros. Os sermões são uma mensagem que deve ter atravessado a pessoa - e isso precisa ser sentido.
Prestar atenção para a situação
Cada sermão acontece em uma determinada situação - na Missa dominical, em uma celebração sacramental ou em serviços ocasionais. De acordo com a teoria da comunicação, um pregador precisa se adaptar ao seu auditório e não o contrário. Isso é verdade se quiser conseguir alguma coisa, edificar, consolar e instruir. Portanto, já a preparação do sermão deve ser adaptada à situação (nas palavras de Rolf Zerfass é o que se chama de "bissociação", ou seja, o confronto com as diferentes circunstâncias sociais).
Mas o sermão também precisa de pregadores atuais. Isso significa não só ter a capacidade de reagir diante de uma situação incomum, mas também a confiança de que o Espírito de Deus completa o que falta para o pregador. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Para recordar a data, o Vatican News entrevistou o Superior da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, que afirmou, que "o Papa tem uma sensibilidade social que sai pelos poros, algo que foi desenvolvido pela Companhia desde os primórdios, especialmente após o Concílio, com esse vínculo entre a promoção da fé e a luta por justiça social"
Griselda Mutual – Cidade do Vaticano
Em 13 de março de 2018 completam-se cinco anos da eleição do primeiro Papa jesuíta, do primeiro Papa proveniente da América Latina, do primeiro pontífice que não é nativo da Europa, Oriente Médio ou África do Norte.
Há sessenta anos, Jorge Mario Bergoglio ingressava na Companhia de Jesus. Era o dia 11 de março de 1958.
Como era a Companhia nos jovens anos de Bergoglio? O padre Arturo Sosa Abascal, eleito em 2016 como o XXXI Superior Geral dos Jesuítas, respondeu a esta e outras perguntas a nossa colega Griselda Mutual do Vatican News:
É uma pergunta difícil para mim, porque eu era uma criança dez anos de idade na época, porém eu estava estudando em um Colégio da Companhia de Jesus em Caracas, Venezuela. Era um momento de esperança pelo Concílio: o Concílio estava em preparação, era a etapa prévia. Era uma Companhia de Jesus no estilo como foi formada com a restauração no século XIX. No entanto, surgiram alguns elementos importantes que logo florescem no Concílio. Em particular, na Europa, surge uma profunda reflexão teológica, com outra perspectiva, mais aberta às mudanças que foram observadas no meio ambiente. Na América Latina, começava-se a falar sobre a criação de centros de ação e pesquisa social. O padre Janssens convidou todas as províncias latino-americanas a criarem centros de reflexão, pesquisa e ação social, e enviou muitos jovens jesuítas ao estudo das ciências sociais. Começa a abertura ao que chamamos lugar da enculturação na Índia, na África, na Ásia. A Companhia passa a ter interesse em lançar raízes em cada cultura. É um momento em que por fora não são vistas muitas mudanças, mas há sim esforços para encontrar uma maneira de enfrentar um mundo cada vez mais complicado. Esse foi a etapa do padre Bergoglio. Foi ordenado durante o Concílio Vaticano II com a eleição do padre Arrupe. Sua vida apostólica começa precisamente quando tudo isso aparece e dá frutos. Na América Latina, o Concílio foi uma explosão de esperança e a Igreja sentiu um vento forte que levou a procurar novos caminhos para viver a vida cristã e levou a estar mais comprometidos com a sorte dos povos. Era um período em que a América Latina estava buscando novas formas de desenvolvimento; era um momento muito entusiasmante para os jovens jesuítas da época e para aqueles os que estavam ao redor da Companhia de Jesus naquele momento.
De mais de 35 mil membros nos anos sessenta, para cerca da metade em nossos dias. Padre Arturo Sosa Abascal, por que?
É uma pergunta também difícil, porque não se pode dar uma "única" resposta. Somente dizer que a Companhia de Jesus desde suas origens, não está preocupada com os números, mas com a qualidade. Oxalá fossem muitos, mas a mentalidade não é a de buscar pessoas. Estamos preocupados em manter a qualidade dos jesuítas que decidem permanecer na SI. A Companhia nasceu com dez, depois cresceu, foi suprimida, então cresceu novamente, tudo em circunstâncias muito diferentes. Além disso, os crescimentos e reduções foram geograficamente muito desiguais, não é o mesmo fenômeno em todos os lugares. Hoje, certamente, somos menos e seremos menos nos próximos anos por razões puramente demográficas. Porém essa demografia também indica outras coisas: por exemplo, a diminuição muito forte é na Europa e nos EUA e um crescimento muito forte na África, no Sul da Ásia e no Pacífico. Isso ocorre porque a Europa experimentou um processo muito complexo de secularização, o que tem um efeito, e viveu também um processo demográfico muito diferente, ou seja, hoje há muito menos jovens na Europa do que há cinquenta anos atrás, o que faz com que mesmo as universidades consideram se podem continuar ou não. O mesmo pode ser dito dos EUA. Em contrapartida, a demografia na América Latina ou na África ou na Ásia é distinta: são predominantemente jovens continentes, com a diferença de que os católicos são minorias, ou seja, são muitos elementos. Por outro lado, eu diria que se tomássemos as obras apostólicas que a Companhia de Jesus tinha sob sua responsabilidade quando havia 35 mil jesuítas, e quantas temos agora, elas são mais agora do que antes, porque aprendemos a colaborar. Aprendemos que não podemos fazer as coisas sozinhos: não podemos e não queremos fazê-las sozinhas; e aprendemos que a Companhia vive porque é capaz de gerar outras dinâmicas e que é possível, em vez de ter um colégio com trinta ou quarenta jesuítas, ter uma rede com vinte colégios e você tem os mesmos 30 jesuítas, com muitas outras pessoas que participam na mesma missão: é outro estilo. Por isso também repito que esta é a Companhia de Jesus, isto é, aquele que vai cuidar disso é o Senhor Jesus.
Papa Francisco como Sumo Pontífice, cumpriu as expectativas da Companhia?
Não cabe a nós julgar um Papa, eu diria que deveria ser perguntado ao Papa Francisco se a Companhia correspondeu às expectativas do Papa. A Companhia de Jesus nasceu para se colocar a serviço da Igreja através do que o Papa considera que são os pontos nos quais a Companhia pode ajudar melhor com a missão da Igreja. Certamente, quisemos fazer um esforço para apoiar este Papa como fizemos com os anteriores, desde o Concílio Vaticano II que é esse ponto de referência tão importante para nós, porque com o Papa Paulo VI houve uma colaboração muito estreita. O Papa Paulo VI pediu especificamente à Companhia para trabalhar no tema da secularização, da expansão cultural e no enraizamento em outras culturas. Do mesmo modo, no longo pontificado de João Paulo II, a Companhia estava tentando ajudar no que fosse possível àquela que era essa visão mais missionária que João Paulo II queria ter na Igreja e, é claro, com o Papa Francisco, nos sentimos chamados a apoiar essa linha com a qual ele insistiu tanto, que está muito o coração dos jesuítas, que é tema do discernimento. Ele insistiu que a Igreja deve ser capaz de discernir como Deus atua na história e como nós podemos acompanhar esse processo. Nos disse na Congregação Geral, oxalá que pudéssemos contribuir para que a Igreja seja uma Igreja com maior capacidade de discernimento, mais sinodal, mais capaz de buscar as orientações de hoje, com maior integração da Igreja nesse processo.
No que se torna evidente que estamos diante de um Papa jesuíta?
Este tema é fundamental: acredito que o Papa se caracterize por essa liberdade que torna possível o discernimento, que são elementos medulares da espiritualidade inaciana que nós jesuítas buscamos viver. Sua insistência na oração, em estar realmente próximos da pessoa de Jesus, que não é apenas dos jesuítas, mas também de todos os cristãos, porém existe um modo muito específico de fazê-lo que marca a Companhia em sua formação. Também sua extraordinária sensibilidade social: o Papa tem uma sensibilidade social que sai pelos poros, algo que foi desenvolvido pela Companhia desde os primórdios, especialmente após o Concílio, com esse vínculo entre a promoção da fé e a luta por justiça social, o diálogo com todas as culturas, a abertura ao mundo. O Papa se caracteriza por ser uma das poucas figuras mundiais que realmente tem uma consciência do mundo em um sentido muito amplo e que leva em consideração acima de tudo as pessoas e povos que mais sofrem e o sofrimento do planeta. Eu acredito que ao ter tomado essa linha - que ninguém gosta - em defesa da natureza e da biodiversidade do planeta, mostra uma pessoa que esteve no que a Companhia tentou fazer nos últimos cinquenta anos.
O Santo Padre em suas viagens apostólicas geralmente reserva um espaço para conhecer seus irmãos que são membros da Companhia de Jesus: ainda existe um vínculo especial hoje?
Esta entrevista é por ocasião de lembrar os sessenta anos de sua entrada no noviciado e isso cria um vínculo que, mesmo que ele tenha bastante tempo como bispo e agora como Papa, não se perde. Esse ar familiar está lá e é bom para todos. Para ele, nas vezes que o encontrei com grupos de jesuítas, fica evidente que agrada a ele sentir-se no meio dos irmãos jesuítas. E para nós também é uma benção ter um irmão que está cumprindo este importante papel na Igreja, o que não é nada fácil neste momento da história, e muito menos como o está enfrentando Papa Francisco enfrentou. É uma maneira de reconhecer que existe um vínculo e uma maneira de dizer-nos mutuamente que contamos uns com os outros. Usufruímos, depois, quando alguém se reúne com a família, o que é sempre muito bom. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Às vésperas do quinto aniversário de Pontificado do Papa Francisco, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer, 73, concedeu uma entrevista exclusiva ao Vatican News.
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Em fins de janeiro, os membros da Congregação foram recebidos pelo Papa, que lhes disse que sua missão tem um rosto “eminentemente pastoral”. O que representa isso no trabalho cotidiano do arcebispo e de seus colaboradores?. Fonte: http://www.vaticannews.va
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