A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é, verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstrata, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.
Na primeira leitura, exemplifica-se como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.

No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.

A segunda leitura apresenta a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.

PRIMEIRA LEITURA I – Ne 8,2-4a.5-6.8-10

O Livro de Neemias (com o de Esdras com o qual, inicialmente, formava uma unidade) pertence ao período que se segue ao regresso dos exilados judeus da Babilônia.
Estamos nos séculos V/IV a.C.; para os habitantes de Jerusalém, é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade sem muralhas e sem portas, uma sombra negra da cidade bela que tinha sido. Neemias, um alto funcionário do rei Artaxerxes, entristecido pelas notícias recebidas de Jerusalém, obtém do rei autorização para se instalar na capital judia. Neemias vai começar a sua atividade com a reconstrução da muralha (cf. Ne 3-4) e com o combate às injustiças cometidas pelos ricos contra os pobres (cf. Ne 5). Depois, procura restaurar o culto (cf. Ne 8-9).

É neste contexto de preocupação com a restauração do culto que podemos situar o trecho que nos é proposto: Neemias reúne todo o Povo “na praça que fica diante da Porta das Águas”, a fim de escutar a leitura da Lei. Trata-se de recordar ao Povo o compromisso fundamental que Israel assumiu com o seu Deus: só assim será possível preparar esse futuro novo que Neemias sonha para Jerusalém e para o Povo de Deus.

MENSAGEM (1ª Leitura)

A questão fundamental sugerida pelo texto tem a ver com a importância que a Palavra de Deus deve assumir na vida de uma comunidade. Todos os pormenores apontam nesse sentido.
Em primeiro lugar, o autor do texto sublinha a convocação de toda a comunidade para escutar a Palavra: os homens, as mulheres e as crianças em idade “de compreender”. A Palavra de Deus dirige-se a todos sem excepção, a todos interpela e questiona.

ATUALIZAÇÃO

1-Que lugar ocupa a Palavra de Deus na vida de cada um de nós e na vida das nossas comunidades? A Palavra é o centro à volta do qual tudo se articula? Encontramos espaço para ler, para refletir, para partilhar a Palavra?

2-Aqueles a quem é confiada a missão de proclamar a Palavra: preparam convenientemente o ambiente? Proclamam a Palavra clara e distintamente? Refletem a Palavra e explicam-na de forma acessível, de forma que ela toque a assembleia que escuta? Têm a preocupação de adaptá-la à vida?

3-Nas nossas assembleias comunitárias, a Palavra é acolhida com veneração e respeito, ou aproveitamos o momento em que ela é proclamada para acender velinhas ao santo da nossa devoção, para rezar o terço ou para “controlar” quem está ao nosso lado?

4- A Palavra interpela-nos, leva-nos à conversão, à mudança de vida, ou a Palavra é só para os outros (“grande recado que o padre está a mandar à dona…”)?

ATUALIZAÇÃO. EVANGELHO – Lc 1,1-4;4,14-21

No Evangelho de Lucas e neste texto em particular, Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de que foi investido do Espírito de Deus e enviado para pôr cobro a tudo o que rouba a vida e a dignidade do homem. A nossa civilização, há vinte e um séculos que conhece Cristo e a essência da sua proposta. No entanto, o nosso mundo continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras.

Porque é que a proposta libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma ação imediata (pensar na situação de tantos imigrantes de leste ou das ex-colônias; pensar na situação de tantos idosos, sem amor e sem cuidados, que sobrevivem com pensões de miséria; pensar nas crianças de rua e nos sem abrigo que dormem nos recantos das nossas cidades; pensar na situação de tantas famílias, destruídas pela droga e pelo álcool…)?

A fidelidade ao “caminho” percorrido por Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus? Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer, em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?

*Leia o Evangelho na íntegra. Clique ao lado no link- Evangelho do dia.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram três as barragens da mineradora Vale que se romperam e o número de vítimas é estimado entre 200 a 300 pessoas.

Cidade do Vaticano

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestou o seu pesar pelas vítimas do rompimento da barragem da mineradora Vale, no final da manhã de sexta-feira (25/01), em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram três as barragens da mineradora Vale que se romperam e o número de vítimas é estimado entre 200 a 300 pessoas.

Segue a nota de solidariedade de dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Mais uma “abominação da desolação”, como disse Jesus no Evangelho de Marcos, referindo-se aos absurdos nascidos das ganâncias e descasos com o outro, com a verdade e com o bem de todos: mais uma barragem rompida em Minas Gerais, agora em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Arquidiocese de Belo Horizonte une-se a cada um dos atingidos, compartilhando suas dores. Nossas comunidades de fé, especialmente às que servem ao Vale do Paraopeba, estejam juntas, para levar amparo, ajuda, a todos que sofrem diante de tão lamentável tragédia.

Os danos humanos e socioambientais são irreparáveis e apontam para uma urgência, já tão evidente: é preciso repensar modelos de desenvolvimento que desconsideram o respeito à natureza, os parâmetros de sustentabilidade. Uma triste coincidência: nesta sexta-feira, dia 25, quando uma barragem se rompe no coração da nossa amada Brumadinho, entrou em pauta, no Conselho da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, autorização para a retomada da mineração na Serra da Piedade. Uma tragédia se efetiva e outra se anuncia.

A Arquidiocese de Belo Horizonte defende, incansavelmente, de modo inegociável, a natureza, obra do Criador, compreendendo que o ser humano, as plantas e os animais devem viver em completa harmonia, pois são todos habitantes do planeta, a Casa Comum.

Rezemos pelas vítimas desta tragédia, unidos ao coração de cada pessoa e de todas as famílias que sofrem, renovemos, mais uma vez, o nosso compromisso com a solidariedade. É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais. A justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades que geram passivos, com sentido humanístico e priorizando o bem comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres. Minas Gerais está de luto.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

Juntos por Brumadinho

Diante da tragédia ocorrida em Brumadinho, a Arquidiocese de Belo Horizonte inicia campanha solidária para arrecadar roupas, alimentos e água, destinados aos atingidos pelo rompimento da barragem.

As doações podem ser entregues no Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política:

Rua Além Paraíba, 208 – Lagoinha | (31) 3423-2187

Para a população de Brumadinho as doações podem ser entregues na Paróquia São Sebastião.

Também é possível doar pela conta:

Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política

Banco do Brasil

Agência – 3494-0

Conta Corrente: 26227-7

Fonte: site Arquidiocese de Belo Horizonte/ www.vaticannews.va

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 3,7-12)

Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Iduméia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.

10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.

- Palavra da Salvação.

3) Reflexão

*  A conclusão a que se chega, no fim destes cinco conflitos (Mc 2,1 a 3,6), é que a Boa Nova de Deus tal como era anunciada por Jesus dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isso, no fim do último conflito, se prevê que Jesus não vai ter vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível as pessoas chegarem a uma compreensão correta da Boa Nova.

Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versículos do evangelho de hoje (Mc 3,7-12) são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Mc 2,1 a 3,6, só se falou em conflitos, inclusive em conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galileia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, aparece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, pois veio gente não só da Galileia, mas também da Judeia, de Jerusalém, da Iduméia, da Transjordânia e até da região pagã de Tiro e Sidônia para encontrar-se com Jesus! (Mc 3,7-12). Todos querem vê-lo e tocar nele. É tanta gente, que o próprio Jesus fica preocupado. Ele corre o perigo de ser esmagado pelo povo. Por isso, pediu aos discípulos para manter um barco à disposição a fim de que o povo não o apertasse. E do barco falava à multidão. Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que vinham a ele com seus males: os doentes e os possessos. Estes, que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são acolhidos por Jesus. Eis o contraste: de um lado, a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); do outro lado, um movimento popular imenso que busca a salvação em Jesus. Quem vai ganhar?

Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa no povo é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas da briga de Jesus com os escribas é a expulsão dos demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?

*  No tempo de Marcos, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (Mc 3,27). Por isso, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Do começo ao fim, com palavras quase iguais, ele repete a mesma mensagem: “E Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece até um refrão! Hoje, em vez de usar sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do mal, o Satanás, que mete tanto medo no povo, Jesus o venceu, dominou, amarrou, destronou, derrotou, expulsou, eliminou, exterminou, aniquilou, abateu, destruiu e matou!” O que Marcos nos quer dizer é isto: “Ao cristão é proibido ter medo de Satanás!” Depois que Jesus ressuscitou, já é mania e falta de fé apelar, a toda hora, para Satanás, como se ele ainda tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar o povo de volta para as igrejas é desconhecer a Boa Nova do Reino. É falta de fé na ressurreição de Jesus!

4) Para um confronto pessoal

1) Como você vive a sua fé na ressurreição de Jesus? Contribui para vencer o medo?

2) Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em sua vida?

5) Oração final

Exultem e se alegrem em ti todos os que te buscam; digam sempre: “O SENHOR é grande” os que desejam a tua salvação. (Sal 39, 17)

Conheça os Santos Patronos da JMJ Panamá

A Jornada Mundial da Juventude Panamá 2019 que acontecerá de 22 a 27 de janeiro, conta com oito santos patronos, sendo que a maioria é da América Latina.

 

São João Bosco

Nasceu em 16 de agosto de 1815, em Becchi (Itália), e foi ordenado sacerdote em 1841. Em 1859, fundou os Salesianos, tomando como modelo São Francisco de Sales. Mais adiante, fundou as Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Além disso, construiu a Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Turim, e a Basílica do Sagrado Coração, em Roma, somente com doações.

São João Paulo II o declarou “pai e mestre da juventude”.

 

Beata Maria Romero Meneses

Nasceu em Granada (Nicarágua), em 13 de janeiro de 1902. Em 1923, ingressou na Família Salesiana através das Filhas de Maria Auxiliadora.

Em 1931, a religiosa, de grande devoção mariana, foi enviada como missionária para a Costa Rica, onde desenvolveu um trabalho apostólico incansável, auxiliando crianças e famílias de baixa renda.

São João Paulo II a declarou venerável no ano 2000 e dois anos depois foi beatificada.

 

São Óscar Romero

Dom Óscar Arnulfo Romero, Arcebispo mártir de San Salvador (El Salvador), nasceu em Ciudad Barrios, no leste do país, em 15 de agosto de 1917, dia da Assunção da Virgem Maria.

Ele foi ordenado sacerdote em 4 de abril de 1942. Paulo VI o nomeou Arcebispo de San Salvador em 8 de fevereiro de 1977, no início do que veio a ser um dos períodos mais sangrentos da história de El Salvador, por causa do conflito armado entre o governo militarizado de direita e a guerrilha de esquerda.

Foi assassinado por um atirador de elite do exército enquanto celebrava a Missa em 24 de março de 1980.

O Papa Francisco reconheceu seu martírio em fevereiro de 2015 e foi beatificado em 25 de maio daquele ano. Sua canonização foi em 14 de outubro de 2018.

 

São João Paulo II

Karol Jósef Wojtyla, mais conhecido como São João Paulo II, nasceu em Wadowice (Polônia) em 1920. Teve que estudar no seminário clandestinamente por causa da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Foi ordenado sacerdote em 1946.

Em 1958, foi nomeado bispo e escolheu como seu lema “Totus Tuus” (todo teu), em homenagem à Virgem Maria.

Participou ativamente do Concílio Vaticano II e sucedeu João Paulo I como Pontífice em 1978.

São João Paulo II iniciou as Jornadas Mundiais da Juventude em 1985 e inaugurou os Encontros Mundiais das Famílias.

Conhecido como o “Papa Peregrino”, fez 104 viagens apostólicas fora da Itália.

Faleceu em 2 de abril de 2005 e é um dos quatro Papas que têm o título de “Magno” (“o Grande”). Sua beatificação foi em 2011 por seu sucessor, Bento XVI, e foi canonizado pelo Papa Francisco em 2014.

 

São José Sánchez del Río

Nasceu em 28 de março de 1913, em Sahuayo, no estado mexicano de Michoacán. São Joselito se uniu ao exército Cristero em meio à perseguição religiosa liderada pelo governo de Plutarco Elías Calles.

Ao pedir permissão a seus pais para se alistar como soldado no exército dos cristeros, disse a sua mãe: “Mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o céu como agora e não quero perder a oportunidade”.

Com apenas 14 anos, São José Sánchez del Río foi preso pelas tropas do governo em 10 de fevereiro de 1928. No mesmo dia, foi torturado, cortaram as solas dos seus pés e foi levado com os pés descalços para o seu túmulo.

No caminho, São Joselito rezava e gritava: “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!”.

Foi beatificado em 2005 e canonizado pelo Papa Francisco em 16 de outubro de 2016.

 

São Juan Diego

Juan Diego Cuauhtlatoatzin nasceu em 1474, na atual cidade de Cuautitlan, estado de México, e foi batizado em 1524, após a chegada dos missionários franciscanos na região.

Quando tinha 57, entre 9 e 12 de dezembro de 1531, a Virgem de Guadalupe lhe apareceu na colina de Tepeyac e pediu-lhe para dizer a Dom Juan de Zumárraga, primeiro bispo do México, para construir uma igreja naquele local.

Diante da descrença do Prelado, Santa Maria lhe encomendou que levasse em sua ‘tilma’ algumas rosas que milagrosamente apareceram na colina. Quando São Juan Diego apresentou as rosas a Dom Zumárraga, a imagem da Virgem ficou impressa na ‘tilma’.

São João Paulo II o beatificou em 1990 e o canonizou em 31 de julho de 2002, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.

 

Santa Rosa de Lima

Isabel Flores de Oliva nasceu em Lima (Peru), em 20 de abril de 1586, e foi batizada em 25 de maio do mesmo ano.

Era conhecida como Rosa por sua família, pois quando era apenas um bebê seu rosto era muito rosado. No momento da sua crisma, o então Arcebispo de Lima, Santo Toríbio de Mogrovejo, definitivamente lhe deu esse nome.

Seu amor por Cristo levou-a a fazer um voto de virgindade. Em 10 de agosto de 1606, ingressou na Ordem Terceira de São Domingos (Terciárias Dominicanas), imitando Santa Catarina de Sena, seu modelo de espiritualidade.

Com a ajuda do seu irmão Fernando, construiu uma ermida em um espaço em sua casa, onde ela se mortificava para imitar a paixão de Cristo. Visitava frequentemente a igreja da Virgem do Rosário e cuidava dos doentes e escravos.

Nesses trabalhos, tornou-se amiga de São Martinho de Lima.

Faleceu em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos. Ela foi canonizada pelo Papa Clemente X em 1671 e se tornou a primeira santa da América. Além disso, o Santo Padre a declarou padroeira principal do Novo Mundo (América), das Filipinas e das Índias Ocidentais.

 

São Martinho de Lima

De mãe panamenha, São Martinho nasceu em Lima (Peru), em 1579. Desde a infância, sentiu a predileção pelos enfermos e os pobres. Aprendeu o ofício de barbeiro e algo sobre medicina. Aos 15 anos, pediu para ser admitido como terciário no convento dos Dominicanos.

Era tamanho o carinho e a admiração que tinham pelo humilde Frei Martinho, que até o vice-rei daquela época foi visitá-lo no seu leito de morte para beijar sua mão e lhe pedir para interceder por ele no céu.

Morreu no dia 3 de novembro de 1639. São João XXIII, ao canonizá-lo em 1962, disse: “Que o exemplo de Martinho ensine a muitos como é feliz e maravilhoso seguir os passos e obedecer aos mandamentos divinos de Cristo!”. Fonte: https://misericordia.org.br

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 3,1-6)

Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio!" 4E perguntou-lhes: "E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?" Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: "Estende a mão". Ele a estendeu e a mão ficou curada.

6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

- Palavra da Salvação.

3) Reflexão

   No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos colecionou no início do seu evangelho (Mc 2,1 a 3,6). Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado pelo próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre ele e as autoridades religiosas do seu tempo. É um conflito de vida e morte. Importa notar a categoria de adversários que aparece neste último conflito. Trata-se dos fariseus e dos herodianos, ou seja, das autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve o seu evangelho nos anos 70, muitos traziam na lembrança a terrível perseguição dos anos 60, que Nero moveu contra as comunidades cristãs. Ouvindo agora como o próprio Jesus tinha sido ameaçado de morte e como ele se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam uma fonte de coragem e de orientação para não desanimar na caminhada.

   Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Ele tinha o costume de participar das celebrações do povo. Havia ali um homem com a mão atrofiada. Um deficiente físico não podia participar plenamente, pois era considerado impuro. Mesmo presente na comunidade, era marginalizado. Devia manter-se afastado.

   A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observam para ver se Jesus faz curas em dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um doente era o mesmo que trabalhar. Por isso ensinavam: “É proibido curar em dia de sábado!” Colocavam a lei acima do bem-estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque ele colocava o bem-estar das pessoas acima das normas e das leis. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o zelo pela lei, mas sim a vontade de acusar e de eliminar Jesus.

    Levanta-te e vem aqui para o meio! Jesus pede duas coisas ao deficiente físico: Levanta-te e vem aqui para o meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O deficiente deve “ressuscitar”, levantar-se, vir para o meio e ocupar o seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem vir para o meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todo mundo! Jesus chamou o excluído para ficar no meio.

   A pergunta de Jesus deixa os outros sem resposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matá-la?  Ele podia ter perguntado: ”Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?” Aí, todos teriam respondido: “Não é permitido!” Mas Jesus mudou a pergunta. Para ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar uma vida”! Com a sua pergunta Jesus colocou o dedo na ferida. Denunciou a proibição de curar em dia de sábado como sendo um sistema de morte. Pergunta sábia! Os adversários ficaram sem resposta.

   Jesus fica indignado diante do fechamento dos adversários. Jesus reage com indignação e tristeza diante da atitude dos fariseus e herodianos. Ele manda o homem estender a mão, e ela ficou curada. Curando o deficiente, Jesus mostrou que ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta à ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão eles confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte! Eles não têm medo de matar para defender o sistema contra Jesus que os ataca e critica em nome da vida.

4) Para um confronto pessoal

1) O deficiente foi chamado para estar no centro da comunidade. Na nossa comunidade, os pobres e os excluídos têm um lugar privilegiado?

2) Você já se confrontou alguma vez com pessoas que, como os herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem-estar das pessoas? O que você sentiu naquele momento? Deu razão a eles ou os criticou?

5) Oração final

De todos tens compaixão porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. (Sab 11,23-24)

21/01/2019 - 21 de janeiro de 2019

No dia 16 de janeiro de 2019, a produção do programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão solicitou à Arquidiocese da Paraíba, a concessão de entrevista sobre uma “investigação do Ministério Público do Trabalho sobre supostos abusos sexuais cometidos por padres e o ex-arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto”, por causa da veiculação que ocorreria no dia 20 de janeiro de 2019 (domingo).

Após a exibição da matéria, foi constatado que a equipe de reportagem teve acesso pleno ao Procedimento Preparatório instaurado pelo Procurador do Trabalho, Eduardo Varandas.

A matéria informou a existência de decisão judicial de primeira instância, incluindo documentos e depoimentos exibidos e interpretados, respectivamente. Relatou, ainda, a configuração dos danos morais coletivos, assim como o critério de fixação do valor da condenação, os quais constam da Ação Civil Pública promovida na Justiça do Trabalho, e citada na reportagem, apesar do processo judicial estar sob sigilo e do seu caráter não definitivo.

A Arquidiocese não recusou apresentar reposta, cumprindo o disposto na legislação, que impõe o segredo de justiça ao processo judicial mencionado. Entretanto, na matéria veiculada no dia 20 de janeiro (domingo), o Procurador do Trabalho violou explicitamente o sigilo ao conceder indevidamente entrevista, inclusive, atribuindo à Juíza do Trabalho, que prolatou a decisão, a responsabilidade pela divulgação ilegal de informações protegidas.

O Procurador Eduardo Varandas afirmou que a magistrada do trabalho enviara para terceiros estranhos ao processo judicial, cópia integral da sentença de uma ação judicial que tramita em segredo de justiça, ainda, sequer alçado ao Tribunal Regional do Trabalho. A Arquidiocese adotará as providências cabíveis perante os órgãos competentes para apurar responsabilidades pelo flagrante desrespeito à lei e à ordem jurídica.

Com relação ao conteúdo da matéria jornalística, a Arquidiocese da Paraíba informa que foi instaurado o Processo Canônico devido, desde o recebimento da primeira denúncia, para apuração dos fatos mencionados. Nitidamente, o protagonista da reportagem, o Eduardo Varandas, pinçou trechos de depoimentos prestados sem o crivo do contraditório, omitindo deliberadamente as inúmeras contradições dos depoimentos apresentados perante o Ministério Público do Trabalho e perante a Justiça do Trabalho, para conferir à matéria o enredo que mais interessava e tentar condenar previamente a Igreja Católica, sem a devida análise pela Justiça até a última instância. A Arquidiocese defenderá de forma veemente a aplicação do direito e confia plenamente na Justiça.

A matéria afirmou que a Igreja Católica na Paraíba está manchada. A Arquidiocese repele vigorosamente tal acusação, porque não existe nenhum processo judicial finalizado com decisão irrecorrível, podendo a sentença ser totalmente reformada.

Por fim, a Arquidiocese ressalta que sempre observou e observará pela Fé da comunidade católica, que estará acima até mesmo de desvios de conduta, reafirmando que lutará sempre para combater qualquer prática que atente contra a dignidade da pessoa humana, especialmente daqueles mais vulneráveis.

 Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo Metropolitano da Paraíba

Assessoria de Imprensa e Comunicação da Arquidiocese da Paraíba

Fonte: www.arquidiocesepb.org.br

 

 

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 23-28)

23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: "Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?"

25Jesus lhes disse: "Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães". 27E acrescentou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado".

- Palavra da Salvação.

3) Reflexão

A lei existe para o bem das pessoas. Num dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Em Mateus 12,1 se diz que eles estavam com fome. Invocando a Bíblia, os fariseus criticam a atitude dos discípulos. Seria uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus responde invocando a mesma Bíblia para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Ele lembra que o próprio Davi também fez coisa proibida, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). E Jesus termina com duas frases importantes: 1) O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado, 2) O Filho do Homem é dono até do sábado!

O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado. Durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até a época de Jesus, os judeus tinham observado a lei do sábado. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. O sábado era rigorosamente observado. Na época dos Macabeus, meados do século II antes de Cristo, esta observância rígida chegou a um ponto crítico. Atacados pelos gregos em dia de sábado, os rebeldes macabeus preferiram deixar-se matar a transgredir o sábado usando as armas para defender sua vida. Por isso, morreram mil pessoas (1Mac 2,32-38). Refletindo sobre este massacre, os líderes macabeus concluíram que deviam resistir e defender sua vida, mesmo em dia de sábado (1Mac 2,39-41). Jesus teve a mesma atitude de relativizar a lei do sábado em favor da vida, pois a lei existe para o bem da vida humana, e não vice-versa!  

O Filho do Homem é dono até do sábado! A nova experiência de Deus como Pai/Mãe fez com que Jesus, o Filho do Homem, dava a Jesus uma chave para descobrir a intenção de Deus que está na origem das leis do Antigo Testamento. Por isso, o Filho do Homem é dono até do Sábado. Convivendo com o povo da Galileia durante trinta anos e sentindo na pele a opressão e a exclusão a que tantos irmãos e irmãs eram condenados em nome da Lei de Deus, Jesus percebeu que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmão e irmã uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei do Sábado deve estar a serviço da vida e da fraternidade. Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa.

Jesus e a Bíblia. Os fariseus criticavam Jesus em nome de Bíblia. Jesus responde e critica os fariseus usando a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia de memória. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante aqueles 30 anos da sua vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as Escrituras. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade!

4) Para um confronto pessoal

1) O Sábado é para o ser humano, e não vice versa. Quais os pontos em minha vida que devem mudar?

2) Mesmo sem ter Bíblia em casa, Jesus conhecia a Bíblia de memória. E eu?

5) Oração final

De todo coração darei graças ao  SENHOR, na reunião dos justos e na assembléia. Grandes são as obras do SENHOR, merecem a reflexão dos que as amam. (Sal 110, 1-2)

Diocese salientou que está colaborando com as investigações e repudia, veementemente a atitude do religioso que deveria ser exemplo para a sociedade e para os fieis católicos

O padre Vinicios Araújo, da Paróquia Divino Espírito no bairro Vila Bela em Guarapuava foi afastado pela Diocese da função de pároco. A informação foi confirmada pelo Portal RSN no fim da tarde deste domingo (20), pela assessoria de comunicação da Diocese de Guarapuava.

Segundo a assessoria de comunicação da Diocese de Guarapuava, o furto ocorreu no dia 7 de janeiro, conforme informações da atendente da loja e as imagens que confirmam o delito cometido pelo religioso. De acordo ainda com a assessoria, a direção da loja só deu falta dos óculos no dia seguinte, e após ver as imagens procurou a 14ª SDP. Lá, funcionárias da loja descobriram que se tratava de um padre da cidade. Imagens da câmera de circuito interno de uma ótica no Shopping Cidade dos Lagos, mostram o padre dentro da loja e o momento em que o religioso pega o par de óculos. 

Ele estava acompanhado de uma jovem cuja identidade foi preservada. Após o depoimento dela, o religioso confessou o crime e devolveu a mercadoria. Padre Vinicios Araújo tomou posse como pároco no dia 10 de fevereiro de 2017.

Além do afastamento pela diocese, informou a assessoria de comunicação, padre Vinicios vai responder pela Congregação a que pertence, que é a Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo – Estigmatinos – (CSS), e ainda pelo furto que cometeu. A diocese de Guarapuava e a congregação à qual o religioso pertence, se reunirão nos próximos dias para discutir a situação.

REPERCUSSÃO

A notícia caiu como uma bomba na diocese, que é abrange 47 paróquias em 31 municípios da região. O bispo de Guarapuava Dom Antônio Wagner da Silva está em férias em Minas Gerais, na casa de parentes. Com a ausência do bispo, quem assume os trabalhos na diocese e passa a responder pela mesma, é o vigário-geral. Em Guarapuava, esta função é atribuída ao padre José Amarildo Novacoski, que também é reitor do Seminário Menor Nossa Senhora de Belém.

Ao saber do episódio envolvendo o padre Vinicios, padre Amarildo entrou em contato com Dom Wagner e, a partir da conversa que teve com o mesmo, reuniu-se com padre Vincios e o afastou de suas funções até que o caso seja investigado, esclarecido e resolvido.

O Portal RSN fez contato com o padre Vinicios, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Via assessoria de comunicação da Diocese ele informou que não ia se pronunciar. “Vamos aguardar”, concluiu o religioso.

REPÚDIO

Em nota, a Diocese de Guarapuava repudiou a atitude do padre que confessou o furto. E salientou que está colaborando com todas as investigações e repudia, veementemente a atitude do religioso que deveria ser exemplar perante à sociedade e aos fiéis católicos. Fonte: https://redesuldenoticias.com.br

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho   (Marcos 2,18-22)

Naquele tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: "Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?"

19Jesus respondeu: "Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar.

21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos".

- Palavra da Salvação.

3) Reflexão

Os cinco conflitos entre Jesus e as autoridades religiosas.  Em Mc 2,1-12 vimos o primeiro conflito. Era em torno do perdão dos pecados. Em Mac 2,13-17, o segundo conflito tratava da comunhão de mesa com pecadores. O evangelho de hoje traz o terceiro conflito sobre o jejum. Amanhã, teremos o quarto conflito em torno da observância do sábado (Mc 2,13-28). Depois de amanhã, o último dos cinco conflitos será em torno da cura em dia de sábado (Mc 3,1-6). O conflito sobre o jejum ocupa o lugar central. Por isso, as palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em barril novo (Mc 2,21-22) devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade também sobre os outros quatro conflitos, dois antes e dois depois.

Jesus não insiste na prática do jejum.  O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus praticou-o durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que Jesus não insiste no jejum.

Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar. Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Os discípulos são os amigos do noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Chegará o dia em que o noivo vai ser tirado. Aí, se eles quiserem, poderão jejuar. Jesus alude à sua morte. Sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades religiosas vão querer matá-lo.

Remendo novo em roupa velha, vinho novo em barril novo. Estas duas afirmações de Jesus, que Marcos colocou aqui, esclarecem a atitude crítica de Jesus frente às autoridades religiosas. Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em barril velho, porque a fermentação do vinho novo faz estourar o barril velho. Vinho novo em barril novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como barril velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Nem se pode querer reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o barril velho. Tem que saber separar as coisas. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele quer evitar é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho do catecismo anterior ao Concílio, como alguns estão querendo.

4) Para um confronto pessoal

1) A partir da experiência profunda de Deus que o animava por dentro, Jesus tinha muita liberdade com relação às normas e práticas religiosas. E hoje, será que temos a mesma liberdade ou será que nos falta a liberdade dos místicos?

2) Remendo novo em roupa velha, vinho novo em barril velho. Existe isto em minha vida?

5) Oração final

Todo aquele que professa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. E nós, que cremos, reconhecemos

Uma condenação inédita no Brasil. A Justiça do Trabalho condenou a Arquidiocese da Paraíba a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por casos de exploração sexual contra menores de idade. Padres e até o ex-arcebispo estão envolvidos no escândalo.

A denúncia foi feita em 2014, através de uma carta. Era para ela ficar dentro da Igreja, mas acabou indo parar na Justiça e resultou na situação atual. O Fantástico conversou com a autora.

O Fantástico ouviu um rapaz que foi assistente de missa e seminarista. Ele preferiu não ser identificado. Além do arcebispo e os padres, a reportagem mostrou os depoimentos do procurador do Trabalho Eduardo Varandas

Repórter: Que idade você tinha?

Ex-seminarista: Eu tinha 17 anos e meio ano.

Repórter: O que você encontrou no seminário era como você esperava?

Ex-seminarista: Não, né? A gente espera uma coisa e de repente se depara com outra, né? Às vezes de assédio relacionado a assédios sexuais por parte dos padres, por parte de muito dos seminaristas.

Repórter: De que tipo?

Ex-seminarista: Através de palavras, de atos, pegava nas minhas partes sexuais, né?

Foi na Justiça Trabalhista que o processo avançou. “O ato é gravíssimo. São adolescentes que acreditaram naquela instituição a representação de Deus”, afirmou o procurador do Trabalho, Eduardo Varandas.

Tudo começou em 2014, a partir de uma carta. A autora ouviu comentários de que algo errado estava acontecendo na Igreja Católica da Paraíba e, a partir daí, fez uma denúncia por carta, para ficar dentro da Igreja. Porém, isso acabou resultando na situação atual. Uma denúncia que era só para a Igreja, que tomou uma dimensão imensa.

Repórter: Por que a senhora decidiu escrever a carta?

Testemunha: Porque eu fiquei incomodada diante de tantas coisas aí eu me incomodei muito por ser católica. Não aguentei mais diante de tanta coisa e eu terminei tendo essa vontade de fazer tudo isso.

Repórter: A senhora era amiga de jovens homossexuais frequentadores da igreja?
Testemunha: 
Isso. A gente ia pra aniversário, a gente saía, ia na praia à noite. Nessas saídas nossa aí começou a surgir conversas que não tava me agradando.

Repórter: Tipo o quê?

Testemunha: Apelidos muito feios com padres da nossa igreja. Monja Vanessa. Louca da Diocese. Ligava pra pessoa e falava "oi, louca da Diocese"?

Repórter: Na verdade a senhora descobriu depois que quem tava do outro lado da linha eram padres?

Testemunha: Eram padres.

A mulher contou tudo para um padre de confiança. Ela explicou que ele redigiu a carta e disse que o documento ficaria dentro da Igreja. Mas o texto vazou e virou notícia. A partir daí, o Ministério Público do Trabalho começou a investigar.

“Na verdade, o que foi apurado, o que foi denunciado na imprensa, apurado pelo Ministério Público do Trabalho, foi de que havia inserido dentro da sistemática católica um grupo de sacerdotes de forma habitual que pagavam por sexo a flanelinhas, a coroinhas e também a seminaristas”, explicou o procurador Varandas.

O crime foi definido como exploração sexual. No entanto, ele ressaltou que, como o processo está em segredo de justiça, ele está impedido de revelar alguns elementos concretos e o que ocorreu na instrução do processo.

Segundo Varadas, a característica da exploração sexual é a ausência da vontade livre para praticar o ato. Nesse caso, o pagamento às vítimas podia ser feito em dinheiro ou até em comida.

“Algo que tenha submissão ou algo que faça com que um estado de necessidade leve a criança ou adolescente a praticar esses atos. Que estado de necessidade é esse? É a miséria, é a fome, é a proteção do estado, é a ausência de políticas públicas. No caso de menores de 18 anos, independente da vontade deles, tanto o Estatuto da Criança do Adolescente, como o Código Penal consideram a exploração sexual exatamente porque eles não têm a vontade validada pelo direito pra praticar um ato dessa natureza”, explicou o procurador.

O ex-seminarista conta que cedeu às investidas pela vontade de se tornar padre.

“Porque até então a palavra de ordem seria ‘passando por esse processo você vai conseguir chegar a ser padre’. Meio que uma troca de, não sei se a palavra certa é troca de favores. Às vezes uma conversa, um abraço no pé do ouvido, né? ‘Ele você tá muito cheiroso, vc tá muito lindo, muito gostoso, né? Você deve malhar muito, não sei como você faz isso, mas você tem um peitoral muito gostoso, né?’”, disse.

A vítima afirmou que havia relações sexuais e que se envolveu com três padres. Os nomes dos três sacerdotes aparecem em vários depoimentos: Jaelson Alves de Andrade, Ednaldo Araújo dos Santos e Severino Melo. Os padres estariam afastados de suas funções.

Nem o ex-seminarista, nem a autora da carta, que deu origem às investigações, quiseram se identificar. E eles têm suas razões.

Por pressão psicológica, duas testemunhas importantes que tinham marcado entrevista com o Fantástico desistiram de falar. Mas, à Justiça, elas falaram.

Um deles é um empresário, dono de um restaurante, até hoje muito católico. Ele frequentava a igreja do padre Jaelson e depôs contra aquilo que ele achava que era um desvirtuamento da Igreja Católica.

“Antes dele, a gente tinha meninas e meninos como coroinhas, mas depois que ele assumiu passou a só admitir coroinhas homens. Um dia dois deles me procuraram. O primeiro falou comigo chorando, contou que tinha decidido sair da igreja porque um dia tava na casa paroquial e o padre Jaelson pediu que o menino passasse óleo nele durante o banho. O garoto tinha entre 14 e 15 anos. O outro coroinha que veio falar comigo disse que teve um relacionamento com o padre dos 14 até os 21 anos”, disse em depoimento.

Outra testemunha é um funcionário da Catedral, que trabalhou lá por mais de 30 anos e conhecia como ninguém os bastidores do que acontecia lá dentro.

“Passaram três bispos e cinco padres no tempo que eu estive lá. Um desses padres, padre Jaelson, levava coroinhas e outros meninos, todos menores de idade, para dormir com ele nos quartos que ficam atrás da igreja. Os meninos iam embora de manhã cedo. Ele pagava lanches para os meninos e também dava roupas para eles como um agrado. Eu já cheguei a pegar padre Jaelson tendo relação sexual com menor de idade dentro da igreja. Também trabalhei com o padre Ednaldo. Ele costumava sair com os meninos que olhavam os carros na porta da Catedral. Costumava ir com eles no Bar da Pólvora. Eram todos menores de idade e o padre dava dinheiro pra eles”, afirmou em depoimento.

Foi decisivo o depoimento de um desses jovens, que quando era menor de idade trabalhava como flanelinha no entorno da Catedral, e disse que, na época, teve relações com o padre Ednaldo. Ele contou tudo, mas não pôde ver a conclusão do processo porque foi assassinado em dezembro de 2016. A polícia chegou a investigar a possibilidade de queima de arquivo, mas nada ficou comprovado.

O ex-funcionário citou também um quarto padre: Rui da Silva Braga. O padre Rui também levava meninos para a casa dele.

Uma particularidade do caso é que não só padres foram acusados de crimes sexuais. Segundo o Ministério Público, havia o envolvimento direto do então arcebispo, dom Aldo Pagotto. Ele é suspeito de acobertar os crimes dos sacerdotes e também de ter tido relações sexuais com jovens da cidade.

À Justiça, a vítima disse que tinha sido só assediado pelo então arcebispo. Mas, ao Fantástico, ele foi além:

“A gente chegou a ter relações sexuais, sim”, denunciou.

Sem saber do envolvimento do arcebispo, o empresário chegou a pedir que ele tomasse providências sobre o problema.

“Ele chegou a chorar e disse que ia tentar resolver a situação. disse que ia procurar que padre Jaelson fizesse um tratamento para parar com essas coisas. Isso foi em 2009 e nada foi feito. Quero deixar bem claro que sou católico, continuo frequentando a igreja e não tenho a intenção de prejudicar nenhum padre. Só quero que a verdade venha à tona pela dignidade da igreja”, disse o empresário à Justiça.

Em 2002, quando era bispo de Sobral, no Ceará, dom Aldo foi denunciado por supostamente tentar acobertar casos de abuso sexual de um padre contra 21 meninas. Mas o Tribunal de Justiça cearense arquivou o caso. Em 2004, ele se tornou arcebispo da Paraíba. Ficou na posição até 2016, quando renunciou ao cargo, em meio às denúncias de escândalos sexuais envolvendo padres.

Na carta de renúncia, ele se referiu a "egressos", ou seja padres e seminaristas afastados de outras dioceses, e que ele acolheu: "Acolhi padres e seminaristas no intuito de lhes oferecer novas chances na vida. Entre outros alguns egressos posteriormente suspeitos de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado ministério".

Dom Aldo vive agora em Fortaleza. Teve câncer de próstata. Na páscoa de 2018, divulgou um vídeo em que aparece debilitado. O Fantástico ligou três vezes para o celular dele, e também para o telefone fixo da casa onde vive. Não atendeu, nem respondeu às mensagens de texto. Mandou um e-mail curto:

"Não participo desse tipo de reportagem. Esclareço que aos 8.11.2017 os padres suspeitos em envolvimento com menores foram inocentados por unanimidade".

Mas os sacerdotes não foram exatamente inocentados. A data citada por dom Aldo coincide com o arquivamento do caso na Justiça comum. O Ministério Público Estadual considerou que os crimes já tinham prescrito, ou seja, pela lei, eram antigos, e não podiam mais ser julgados.

O procurador estadual Francisco Sagres Vieira afirmou que tinha convicção de que o crime aconteceu, de que “os fatos se verificaram, tinha motivo suficiente para promoção da denúncia crime”. Porém, estava de “mãos atadas porque havia prescrição”.

Mas na Justiça do Trabalho houve condenação, por exploração sexual. Indenização de R$ 12 milhões, R$ 1 milhão para cada ano de dom Aldo Pagotto à frente da Arquidiocese. O dinheiro deve ter uso social.

“Esses R$ 12 milhões objeto a condenação serão revertidos para o fundo da infância, da adolescência e instituições congêneres que trabalham com crianças sexualmente exploradas e atuam na recuperação psicóloga, na reinserção social”, explicou o procurador do Trabalho Eduardo Varandas.

A Diocese de João Pessoa foi procurada, para que a entidade e os padres acusados pudessem se manifestar. Mas ninguém quis dar entrevista. Em nota, a Igreja Católica da Paraíba afirmou apenas que “não se manifestará sobre os fatos e aspectos relacionados ao processo judicial em virtude da tramitação do caso em segredo de justiça".

Todos os religiosos citados na ação negaram à Justiça envolvimento com os jovens. A Igreja ainda pode recorrer da sentença.

“Isso precisa ser passado a limpo pela sociedade. A Igreja, a meu ver, deve essa explicação ao mundo. Agora, independentemente do fator de quem causou isso ou aquilo a grande preocupação do Ministério Público é evitar que danos como esse continue sendo uma rotina na vida de crianças e adolescentes”, afirmou o procurador.

O ex-seminarista, hoje com 27 anos, se formou em administração e direito. Ele saiu do seminário por medo de se tornar um padre abusador.

“Eu tinha muito medo de me tornar aquilo que fizeram comigo”, disse.

Repórter: Vou te fazer uma última pergunta: o que você gostaria que acontecesse com os padres e com o bispo que abusaram de você?

Ex-seminarista: Olha, sinceramente, que a Igreja cuidasse deles, né? Que a Justiça realmente fosse feita, eu sei que eu sou mais um. Mas eu acredito que a Igreja deveria, como instituição, cuidar neurologicamente dos padres e construtivamente, a nível de sociedade, a Justiça fosse feita.

A autora da carta de denúncia, que deu origem a toda investigação, diz que continua católica, confiando numa Igreja que saiba se purificar.

“Eu queria que a igreja se limpasse. Eu não denunciei a Igreja, eu apenas fiz um pedido de socorro, acode a nossa Igreja, a Igreja tá sofrendo. Eu queria que limpasse, mas eu queria que limpasse dentro da igreja, fechada e não para o mundo porque a nossa Igreja é santa, nossa Igreja não merece isso que tá acontecendo”, lamentou.

Redação com Fantástico

Fonte: www2.pbagora.com.br

Indenização foi determinada pelo Tribunal do Trabalho da Paraíba, de acordo com reportagem; à Justiça, acusados negaram crimes

SÃO PAULO - A Justiça do Trabalho condenou Arquidiocese da Paraíba a pagar R$ 12 milhões de indenização por exploração sexual cometida por padres contra crianças e adolescentes, segundo reportagem do programa Fantástico, veiculada neste domingo, 20, da TV Globo. Na Justiça, os envolvidos negaram os crimes. 

“Foi apurado que havia um grupo de sacerdotes, de forma habitual, que pagava por sexo a flanelinhas, coroinhas e também a seminaristas”, afirmou o procurador Eduardo Varandas, ao Fantástico. Quatro padres da Basílica Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, teriam tido relações sexuais com os adolescentes, segundo a TV.

O Estado procurou ontem a Arquidiocese e o Ministério Público da Paraíba, mas não conseguiu contato. À TV, dom Aldo Pagotto, que estava à frente da arquidiocese na época da denúncia, disse que não participaria desse tipo de reportagem e que os padres acusados já haviam sido inocentados na Justiça Criminal. A reportagem afirma que esse inquérito, na realidade, foi arquivado. Dom Aldo deixou a arquidiocese local em 2016. 

O pagamento aos jovens explorados seria feito em dinheiro e até em comida, segundo a denúncia. "A característica da exploração sexual é ausência da vontade livre para praticar o ato”, disse Varandas. 

Um ex-seminarista afirmou à TV ter sido explorado pelos sacerdotes. “(Havia) abuso sexual por parte dos padres e de seminaristas. Através de palavras, de atos, pegavam nas minhas partes sexuais”, declarou a vítima ao Fantástico. Na época, ele tinha 17 anos. “A palavra de ordem seria: "passando por esse processo você vai conseguir chegar a ser padre.”

Em depoimento para o Ministério Público do Trabalho, segundo a reportagem, um ex-funcionário da Catedral disse que um dos padres "levava coroinhas e outros meninos, todos menores de idade, para dormir com ele nos quartos que ficavam atrás da Igreja."

Um dos jovens que guardava carros na frente da Igreja declarou à Justiça ter tido relação sexual com um padre da arquidiocese. O flanelinha foi assassinado em dezembro de 2016 - segundo a Polícia Civil da Paraíba, não haveria indícios de queima de arquivo. Ainda de acordo com o ex-funcionário, que trabalhou por 30 anos na Basílica, outro padre levaria “meninos para casa dele.”

As investigações de abuso começaram após o vazamento de uma carta que denunciava casos na Igreja em 2014. Um inquérito criminal contra os sacerdotes foi arquivado. Ao programa, o Ministério Público disse que havia elementos para a denúncia, mas que os crimes já haviam prescrito. O processo, porém, seguiu na Justiça do Trabalho.

Para a sentença, foi fixado R$ 1 milhão de indenização para cada ano de dom Aldo à frente da Arquidiocese, segundo a reportagem. O valor será destinado para fundos da infância e da adolescência e instituições que trabalham com jovens explorados.

Igreja já foi condenada no Brasil

Em 2013, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Mitra Diocesana de Umuarama (PR) deveria pagar indenização de R$ 100 mil a um menino abusado por um padre. O crime, confessado pelo sacerdote, aconteceu em 2002, quando a vítima tinha 14 anos.

A maior indenização do tipo já paga pela Igreja Católica é da Arquidiocese de Los Angeles, nos Estados Unidos. O valor foi de US$ 660 milhões (R$ 2,47 bilhões, em valores atuais) pagos a 608 vítimas em 2007. Nos últimos anos, a Igreja Católica tem enfrentado uma série de escândalos de denúncias de abuso sexual em vários países. Fonte: https://brasil.estadao.com.br

Supressão da 'Ecclesia Dei': terminada a urgência

O editor-chefe do Vatican News explica o significado da decisão papal de atribuir a uma seção especial da Congregação para a Doutrina da Fé as tarefas da Comissão Ecclesia Dei, criada em 1988.

Andrea Tornielli - Cidade do Vaticano

Motu Proprio com o qual o Papa Francisco suprimiu a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, atribuindo a sua competência a uma seção especial da Congregação para a Doutrina da Fé, tem um duplo sentido. Em primeiro lugar, o Papa recorda que não existe mais o caráter excepcional pelo qual São João Paulo II a instituiu em 1988, depois da ruptura com o Arcebispo Marcel Lefebvre e das ordenações episcopais realizadas sem mandato pontifício. A Comissão deveria favorecer o restabelecimento da plena comunhão eclesial com sacerdotes, seminaristas, religiosos e religiosas ligados ao rito pré-conciliar romano, permitindo-lhes manter as suas próprias tradições espirituais e litúrgicas.

As tarefas da Comissão Ecclesia Dei passam à Doutrina da Fé

Esta urgência já não existe graças também à decisão de Bento XVI de consentir o uso do Missal Romano de 1962 (promulgado por São João XXIII antes do início do Concílio). Neste sentido, o Papa recorda que “os Institutos e as Comunidades Religiosas que habitualmente celebram na forma extraordinário encontraram hoje a sua própria estabilidade de número e de vida, tendo existência consolidada”.

Todas as funções da Comissão são transferidas para a nova seção, que realizará seu trabalho com o pessoal até agora contratado pela Comissão.

O segundo significado da decisão está ligado à competência específica do Dicastério da Doutrina da Fé. A decisão de Francisco se insere num processo já iniciado pelo Papa Ratzinger,que em 2009 indicou o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé para presidir a Ecclesia Dei. Fonte: www.vaticannews.va

Tantas foram as flechadas lançadas contra ele que os algozes não duvidaram de que estava morto.

Sebastião nasceu no século III em Narbonne, na atual França, filho de pais oriundos de Milão, na Itália. Foi desde cedo generoso e trabalhador, não tardando a se tornar primeiro capitão a serviço do Império Romano, em cujo exército demonstrara ser um soldado de grande saúde do corpo e da mente.

Ainda mais saudável era a sua alma cristã, reconhecida pelos cristãos clandestinos daqueles tempos duros, em que, sob o imperador pagão Diocleciano, a Igreja era perseguida com brutalidade.

O mistério da Santíssima Trindade inspirava Sebastião a consolar de maneira secreta os cristãos que eram presos. Com o tempo, ele se tornou seu defensor e apóstolo dos confessores e dos mártires.

O coração do próprio São Sebastião nutria o desejo do martírio por Cristo. Quando um apóstata o denunciou ao Império e Sebastião foi levado à presença do imperador, este se disse muito decepcionado pela “traição” do soldado como cristão clandestino. O santo, porém, iluminado pelo Espírito Santo, afirmou que o melhor serviço que podia prestar ao Império era precisamente o de combater o paganismo e as injustiças.

De coração fechado, o imperador mandou prendê-lo num tronco e alvejá-lo com flechas. Tantas foram as flechadas lançadas contra ele que os algozes não duvidaram de que estava morto.

Uma mulher, no entanto, esposa de outro mártir, aproximou-se dele e percebeu que São Sebastião estava ainda vivo, por graça de Deus. Ela cuidou de suas feridas e, ao recobrar sua saúde, o santo se apresentou novamente diante do imperador, pois desejava o seu bem e o de todo o Império. Evangelizou e testemunhou, mas, no ano de 288, Deus lhe concedeu a graça tão almejada do martírio.

São Sebastião, no Brasil, é o padroeiro de várias cidades. A mais famosa é São Sebastião do Rio de Janeiro. Fonte:  https://pt.aleteia.org

 

Enzo Bianchi, monge italiano  fundador da Comunidade de Bose

A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Compreender na sua profundidade o relato joanino das bodas de Caná não é uma operação fácil, mesmo que ele seja lido muitas vezes, especialmente por ocasião da celebração do matrimônio cristão. A verdadeira pergunta que surge, de fato, é: “Que bodas são essas?”. E também: “Quem é o noivo, quem é a noiva?”.

O verdadeiro protagonista, com efeito, é apenas Jesus, e os diversos personagens – a mãe, os discípulos, os servos – são apresentados apenas em referência a ele. Os dois cônjuges que celebram essas bodas nunca aparecem, e o noivo ao qual o mestre-sala se dirige não fala sequer para dar uma resposta. Desse modo, o quarto evangelho quer nos revelar que Jesus, tendo reunido a comunidade dos discípulos chamados a si no capítulo anterior, celebra as bodas com ela, a noiva com quem estreita a nova aliança nupcial.

Continua sendo muito significativo que “a mãe de Jesus”, nunca chamada pelo seu nome de Maria neste Evangelho, “já estava lá” (ên ekeî), como presença que precede tanto Jesus quanto os discípulos convidados àquelas bodas. Já está lá, porque é, acima de tudo, filha de Sião, a figura de Israel que aguarda a hora do Messias, e significativamente está lá “no início dos sinais” de Jesus, como estará lá junto à cruz, no cumprimento de todos sinais operados por Jesus (cf. Jo 19, 25).

João também especifica que essas bodas acontecem no fim da semana inaugural do ministério simbólico de Jesus, três dias depois dos quatro dias indicados anteriormente. Assim, o dia das bodas é o terceiro dia, dia que evoca a epifania do Senhor no Sinai e a celebração da aliança entre Deus e o seu povo (cf. Ex 19, 10.16), dia da glória de Jesus, dia em que ele se revelou como Senhor ressuscitado e vivo (cf. 1Cor 15, 4).

E eis que todos já estão no banquete nupcial, mas falta o vinho! Nessa situação de falta de um elemento necessário para a festa, a mãe de Jesus, atenta a esse desenvolvimento, intervém junto ao filho dizendo-lhe: “Eles não têm mais vinho!”. Desse modo, ela afirma uma situação real e, ao mesmo tempo, convida Jesus respeitosamente a fazer alguma coisa.

Se não há vinho, como as bodas poderão ser celebradas com a alegria necessária para a festa? Muitas vezes, penso que, se a Igreja, assim como a mãe de Jesus, no meio da humanidade, desempenhasse mesmo que apenas essa função de indicar ao Senhor que “não tem mais vinho”, não tem alegria, isso já seria, de sua parte, cumprir um ministério essencial...

Nas Escrituras, o vinho, é acima de tudo, promessa de Deus mesmo, dom da bem-aventurança e da alegria feita ao seu povo. É o vinho que alegra o coração do homem (cf. Sl 104, 15), mas também o coração de Deus (cf. Jz 9, 13: ‘Elohim), e é precisamente o vinho que marcará o banquete escatológico prometido, através do profeta, a todos os povos da terra, aquele banquete em que se celebrará a libertação definitiva da morte (cf. Is 25, 8): “O Senhor dos exércitos vai preparar no alto deste monte, para todos os povos do mundo, um banquete de carnes gordas, um banquete de vinhos finos, de carnes suculentas, de vinhos refinados” (Is 25,6).

É o vinho que celebra o clima do amor entre o noivo e a noiva na “adega” [cella vinaria] (Ct 2, 4) do Cântico dos Cânticos, vinho que descerá como rebentos das colinas da terra abençoada (cf. Gl 4, 18).

É o vinho da gratuidade, que faz transcender a vida sob o sinal da necessidade do pão (cf. Sl 104, 15), em um excesso que chama o homem e a mulher para fora de si. Por isso, na refeição deixada por Jesus como seu memorial, estão o pão necessário e o vinho gratuito (cf. Mc 14, 22-24 e par.; 1Cor 11, 23-25), porque o humano deve sempre afirmar um e outro, sentir-se criatura necessitada, mas também capaz de criação, de beleza, de canto e de dança.

Portanto, não há celebração de bodas sem vinho, e a mãe de Jesus intervém por isso. Mas a resposta enigmática de Jesus se dá através de palavras que criam uma distância, que lhe pedem para ficar no seu lugar, porque, como mãe física de Jesus, não pode reivindicar nada: “O que há entre mim e ti, ó mulher?”.

Em outras palavras, Jesus está lhe dizendo que, se há uma relação primária dela com ele, não é o fato de tê-lo gerado fisicamente, mas é uma relação mais profunda e decisiva com o próprio Deus.

Depois, acrescenta: “Minha hora ainda não chegou!”. Essa também é uma palavra enigmática, que talvez se refira à hora que nem ele mesmo nem sua mãe podem decidir. É e será a hora de Jesus como e quando o Pai a quiser, e Jesus receberá o sinal do próprio Pai.

Por isso, Maria, como mãe, mostra-se imediatamente discípula que escuta, obedece ao filho e pede que os outros façam o mesmo: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Acima de tudo, a mãe se manifesta como discípula e, por isso, pede que sejam reservados a Jesus escuta e obediência, nada mais. Ela não tem mensagem própria, não pode dizer outras palavras, porque é uma mulher de fé, capaz de escuta, obediente ao Senhor: é a primeira discípula entre os discípulos, que convida todos a se tornarem discípulos de Jesus!

Nesse ponto, Jesus dá um sinal em que antecipa a sua hora, que ainda não veio, mas que chegará apenas na cruz, onde se celebrarão bodas de sangue. Os servos da mesa logo lhe obedecem: trazem seis jarros cheios de água, que era usada para a purificação. Essa água, que, de acordo com os Padres da Igreja, é sinal de toda a economia da antiga aliança, por causa da presença de Jesus, torna-se a bebida messiânica da nova aliança.

É significativo que o mestre-sala, aquele que presidia a mesa, na realidade, “não sabia de onde (póthen) vinha aquele vinho”, enquanto os servos que obedeceram a palavra de Jesus sabem que esse vinho messiânico vem dele. Assim, “ocorreu a manifestação (ephanérosen) da glória de Jesus”, e os discípulos creram nele. O sinal de Caná é simbólico: bodas e aliança entre Jesus e a sua Igreja.

Aquela água tão abundante, mais de 600 litros, torna-se o vinho para as bodas! Quantidade e qualidades excepcionais dizem que esse vinho, e mais do que um simples vinho, é o vinho do amor dado por Jesus aos seus, é o amor que não pode mais faltar. Nós ainda hoje continuamos bebendo aquele vinho de Caná que nos foi dado por Jesus, e à sua mesa, quando celebramos o encontro com ele, a adesão a ele, a fé nele, celebramos as bodas entre ele e a comunidade cristã, a Igreja, seu corpo.

Assim como nas bodas os dois se tornam “uma só carne” (Gn 2, 24; Mc 10, 7.8; Mt 19, 5.6; Ef 5, 31), assim também na eucaristia os fiéis se tornam corpo de Cristo, Senhor e Noivo, Noivo que se dá totalmente à sua comunidade, à sua noiva.

Por que a metáfora das bodas é tão poderosa e intrigante? Porque, mais do que outras, expressa a verdade da encarnação: corpos que se tornam um só corpo, comunhão e comunicação no canto do amor, na sóbria embriaguez do vinho. A nossa linguagem humana é limitada, especialmente quando quer fazer alusão a realidades invisíveis, e então recorre às realidades mais humanas, humaníssimas: comer, beber vinho, o encontro dos corpos na celebração do amor recíproco e do pertencimento recíproco.

Somos sempre convidados ao banquete de Caná, não para procurar um noivo e uma noiva que não estão lá, mas para sermos coenvolvidos nesse encontro entre Cristo, Senhor e Noivo, e a sua comunidade. Trata-se de ir a Caná,

de tentar ver com olhos de fé, 
de escutar as palavras da fé,
de executar as palavras ditas por Jesus,
de degustar o vinho do Reino 
e de tocar, sim, de tocar o corpo de Jesus.

Então, sentiremos que ele está esperando beber logo conosco o vinho novo do Reino (cf. Mc 14, 25 e par.): ele o bebeu na terra, deixou-o a nós como dom eucarístico, mas vai bebê-lo de novo conosco na terra nova, no céu novo (cf. Is 65, 17; 66, 22; 2Pe 3, 13; Ap 21, 1). Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

 

No domingo passado iniciou-se o Tempo Comum do Ciclo C do Ano Litúrgico, com a leitura e meditação do Evangelho de Jesus no Jordão. Neste domingo a Liturgia oferece a narrativa que inicia o segundo Capítulo do Evangelho de João (2, 1-11). Nela relata-se o episódio conhecido como “As bodas de Caná”.

Olhando ao nosso redor podemos perguntar-nos quais são as necessidades que Maria está sinalizando? Quais são as “faltas de vinho” que ela percebe e nos comunica? Na realidade social do nosso país, do nosso mundo, quais são as insuficiências, as escassezes, as faltas que impedem que a festa continue!

Evoquemos algumas: Papa manda recado aos ricos: “parem de pisotear pobres, migrantes e refugiados: “Muitas pessoas pobres estão sendo arruinadas! Todos estes pobres são vítimas dessa ‘cultura do descartável’ que foi denunciada repetidas vezes”, incluindo os migrantes e refugiados que “continuam a bater à porta de nações que zombam de suas dificuldades”, ressaltou Francisco numa audiência no Vaticano. "Desde o início da tragédia dos refugiados que chegam às costas da Europa e que tornaram o Mediterrâneo 'um dos maiores cemitérios a céu aberto do mundo', segundo afirma Olivier Clochard, é um opróbio global. "Hoje migrar é uma sentença de morte assegurada". Texto completo: Crise dos refugiados. Uma tragédia que beneficia máfias e ultradireitas.

Apesar do acesso a uma alimentação adequada figurar como direito humano, uma sexta parte dos habitantes do planeta passa fome. (Texto completo: Os refugiados da fome)

Presidente do Cimi denuncia violações de direitos dos povos indígenas na Assembleia Geral da CNBB  e sublinha a dura realidade do Genocídio dos povos indígenas publicado em diário oficial.  

Olhando para a realidade na qual vivemos, cada um/a de nós pode se sensibilizar e solidarizar com Maria e, como ela, apresentá-la a Jesus. Que diríamos para Ele? Ela simboliza todos aqueles que, em Israel, esperam a realização das promessas messiânicas. Representa aqueles que, conscientes da realidade, aguardam algo novo. Eles não se conformam porque esperam algo mais! Aparece uma característica nova de Jesus. Ele se deixa tocar e comover pelo sofrimento dos outros.

Jesus não age sozinho, ele precisa da comunidade para fazer acontecer o novo: "Jesus disse aos que serviam: «Encham de água esses potes». Os potes de pedra serviam para a purificação dos judeus, segundo a sua tradição. O evangelista disse que eram seis, representando neles o Antigo Testamento, a Antiga Aliança.

Mas eles já nos servem mais; ao transformar a água em vinho, Jesus inaugura um tempo novo, uma nova festa caracterizada pela generosidade e gratuidade de Deus que a faz possível. Doravante os ritos judaicos de purificação estão superados, pois a verdadeira purificação vem através de Jesus. As expectativas messiânicas realizam-se em Jesus.

O mestre-sala não sabia de onde vinha o vinho novo, mas "os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água".

A comunidade representada nos serventes é testemunha da ação de Jesus: "Porque a vida se manifestou, nós a vimos, dela damos testemunho..." (1Jo 1, 2). O primeiro sinal que Jesus realiza é através do vinho novo, que permite a festa de casamento acontecer.

O projeto de vida nova que Jesus traz é a vida em abundância na qual todos/as somos convidados/as a ser protagonistas e comunicadores. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Cristãos oprimidos e discriminados no mundo. Números dramáticos no relatório anual da organização internacional "Portas Abertas/Open doors" sobre as perseguições de cristãos

Cidade do Vaticano

No ano passado, mais de 245 milhões de cristãos foram vítimas de graves perseguições em seus países. Por motivos ligados à fé foram mortas 4.305 pessoas e 3.150 foram presas, condenadas e detidas sem processo. Também foram atacadas 1.847 igrejas e edifícios cristãos.

Coreia do Norte, o país que mais persegue

São números dramáticos, em constante aumento. A pesquisa da organização internacional Portas Abertas, todo ano apresenta a chamada lista “negra” dos 50 países – em 150 controlados – onde os fiéis cristãos são mais oprimidos, vexados, discriminados, alvo de abusos e violências até serem mortos, condicionados na vida privada e pública por causa de sua crença religiosa. Totalizando, são 35 países asiáticos, 15 africanos e 2 latino-americanos.

Perseguições “extremas” em 11 países

A nação mais intransigente no plano religioso é a Coreia do Norte onde se estima que ainda estejam presos nos campos de trabalho entre 50 a 70 mil cristãos. Seguem o Afeganistão e a Somália por serem sociedades islâmicas radicalizadas e com instabilidade política endêmica. Assim como a Líbia, o Paquistão, o Sudão, a Eritreia, o Iêmen, o Irã, a Índia e a Síria. São onze países, segundo a organização Portas Abertas, onde há extrema perseguição de cristãos e de outras minorias.

Autoritarismos, nacionalismos e radicalismo islâmico

Cinco anos atrás apenas a Coreia do Norte fazia parte dessa categoria, sinal de um crescente clima de perseguição em muitas regiões do mundo. Isso deve-se principalmente aos autoritarismos estatais, ao aumento da opressão islâmica e a ascensão de nacionalismos religiosos principalmente hinduístas na Índia e budista em Myanmar. Também devem ser consideradas as oposições comunistas e pós-comunistas na China e no Vietnã e à intolerância social contra expoentes das Igrejas que desafiam a corrupção e os cartéis de drogas, como no México e na Colômbia e também nas zonas rurais por causa de antagonismos tribais.

Nigéria, massacre de cristãos

A África é o continente que mais persegue os cristãos, onde só na Nigéria concentra-se a maior parte dos cristãos mortos, só no ano passado foram 3.731. E a situação está cada vez pior na Líbia, Argélia, Egito, Tunísia, Marrocos e no Chifre da África na Etiópia e Eritreia.

Índia, ataques e agressões diárias

Na Ásia, de cada três cristãos um é perseguido. A China sobe ao 27º lugar da lista e em primeiro lugar pelo número de detentos. A Índia encontra-se no 9º lugar por causa das leis anti-conversão aprovadas em oito Estados, por isso não passa um dia – denuncia Portas Abertas – sem que um cristão ou uma igreja não sofra alguma agressão no país.

No Oriente Médio a situação na Síria agrava continuamente assim como no Iêmen. Na Ásia central destacam-se o Uzebequistão e o Turcomenistão por ataques a igrejas e proibição de reuniões de cristãos. Também aparece em 41º lugar da lista a Federação Russa por causa de algumas leis restritivas sobre a liberdade religiosa e os ataques às igrejas em Daguestão e Tchethênia.

Não à “surdez emotiva”

Portas Abertas pede à comunidade internacional para que acolha o apelo de 245 milhões de cristãos que são perseguidos e também à opinião pública no mundo livre que tome consciência dessa tragédia: “digamos não è surdez emotiva”. Fonte: www.vaticannews.va

Frei Carlos Mesters, O.Carm

1) Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 2, 1-12)

1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados". 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7"Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus". 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: "Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!" 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: "Nunca vimos uma coisa assim".

- Palavra da Salvação.

3) Reflexão

* Em Mc 1,1-15, Marcos mostrou como a Boa Nova de Deus deve ser preparada e divulgada. Em Mc 1,16-45, mostrou qual o objetivo da Boa Nova e qual a missão da comunidade. Agora, em Mc 2,1 a 3,6, aparece o efeito do anúncio da Boa Nova. Uma comunidade fiel ao evangelho vive valores que contrastam com os interesses da sociedade envolvente. Por isso, um dos efeitos do anúncio da Boa Nova é o conflito com aqueles que defendem os interesses da sociedade. Marcos recolhe cinco conflitos que o anúncio da Boa Nova de Deus trouxe para Jesus.

*Nos anos 70, época em que ele escreve o seu evangelho, havia muitos conflitos na vida das comunidades, mas elas nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham da parte das autoridades romanas e dos líderes judeus. Este conjunto de cinco conflitos de Mc 2,1 a 3,6 servia como uma espécie de cartilha para orientar as comunidades, tanto as de ontem como de hoje. Pois o conflito não é um acidente de percurso, mas sim parte integrante da caminhada.

*Eis os esquema dos cincos conflitos que Marcos conservou no seu evangelho:

 

TEXTOS

ADVERSÁRIOS DE JESUS

CAUSA DO CONFLITO

1º conflito: Mc 2,1-12

2º conflito: Mc 2,13-17

3º conflito: Mc 2,18-22

4º conflito: Mc 2,23-28

5º conflito: Mc 3,1-6

Escribas

escribas dos fariseus

discípulos de João e fariseus

fariseus

fariseus e herodianos

perdão dos pecados

comer com pecadores

prática do jejum

observância do sábado

cura em dia de sábado

*A solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico. Jesus está de volta em Cafarnaum. Juntou muita gente na porta da casa. Ele acolhe a todos e começa a ensinar. Ensinar, falar de Deus, era o que Jesus mais fazia. Chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Eles não hesitam em subir no telhado e tirar as telhas. Deve ter sido uma casa pobre, barraco coberto de folhas. Eles descem o homem em frente a Jesus. Jesus, vendo a fé deles, diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralítico) fossem castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que tal pessoa ficava impura e tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus. Por isso, os doentes, os pobres, os paralíticos, sentiam-se rejeitados por Deus! Mas Jesus não pensava assim. Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, ele declarou: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!” Com esta afirmação Jesus negou que a paralisia fosse um castigo pelo pecado do homem.

*Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo da época. Não combinava com a idéia que eles tinham de Deus. Por isso, reagem e acusam Jesus: Ele blasfema! Para eles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar alguém perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudo, leigo, simples carpinteiro, podia declarar as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados? E havia ainda um outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles devem ter pensado: “Se for verdade o que esse Jesus está falando, nós vamos perder nosso poder! Vamos perder também nossa fonte de renda”.

*Curando, Jesus prova que ele tem poder de perdoar os pecados.  Jesus percebeu a crítica. Por isso, pergunta: O que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou: ‘Levanta-te e anda!’? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se de fato o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos podem verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: Levanta-te, toma teu leito e vá para casa! Curou o homem! Assim através de um milagre provou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor. 

*A mensagem do milagre e a reação do povo.  O paralítico se levanta, pega seu leito, começa a andar, e todos dizem: Nunca vimos coisa igual!  Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1) As doenças das pessoas não são castigo pelos pecados. 2) Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava de impureza já não era empecilho para as pessoas se aproximarem de Deus. 3) O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus era diferente do rosto severo do Deus revelado pela atitude dos doutores.

*Isto lembra a fala de um drogado que se recuperou e agora participa de uma comunidade em Curitiba, Brasil. Ele disse: “Fui criado na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que nós, os filhos, fôssemos como eles. A gente era obrigada a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, eles diziam: "Deus castiga!” Eu ia a contragosto, e quando fiquei adulto, fui deixando aos poucos. Eu não gostava do Deus dos meus pais. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, ficasse em cima de mim, menino da roça, ameaçando com castigo e inferno. Eu gostava mais do Deus do meu tio que não pisava na igreja mas que, todos os dias, sem falta, comprava o dobro de pão, de que ele mesmo precisava, para dar para os pobres!"

4) Para um confronto pessoal

1) Você gostou do Deus do tio ou do Deus dos pais daquele ex-drogado?

2) Qual o rosto de Deus que transparece para os outros através do meu comportamento?

5) Oração final

O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais nos contaram não ocultaremos a seus filhos; mas vamos contar à geração seguinte as glórias do SENHOR, o seu poder e os prodígios que operou. (Sl 77, 3-4)