Conta-se que um jovem advogado de uma pequena cidade dos Estados unidos, foi indicado pelo tribunal para trabalhar com outros dois famosos advogados da cidade grande.

Arrogantes, eles receberam muito mal o tímido colega do interior, que preparava anotações sobre o processo sem que nenhum dos dois se desse ao trabalho de olhar. Como se não bastassem o desprezo e o ar de superioridade, eles se negavam a se sentar à mesma mesa que o forasteiro do interior.

Alguns anos depois , o advogado magro, de rosto triste e tímido foi eleito presidente dos EUA. Quando chegou o momento de formar sua equipe, lembrou-se de um homem como a melhor opção para ocupar o cargo de ministro da Guerra: um dos dois advogados que o desprezaram.

PARA REFLETIR.

Uma das grandes qualidades de Abraham Lincoln era não ser revanchista.

Com uma pistola e muita munição, atirador esperou pacientemente até começar a matança. "Por que na igreja?", se perguntam na cidade. A polícia ainda não tem respostas

"O que faz uma pessoa começar a atirar dentro de uma igreja, um lugar para se estar em paz?", se perguntava Caroline Mott, de 28 anos, diante de uma das portas, ainda com vestígios de sangue, da Catedral Metropolitana de Campinas, palco do ataque de um atirador que deixou quatro mortos e quatro feridos na tarde desta terça-feira –um deles em estado grave. O rastro de morte e pavor havia sido deixado horas antes por Euler Grandolpho. O homem de 49 anos, um recluso morador do município vizinho de Valinhos, deixou sua casa por volta do meio dia. Percorreu os 11 km que separam a cidade de Campinas de ônibus, carregando uma mochila com duas armas e quatro cartuchos de munição. Estava decidido a destroçar a vida de vários fiéis e o fez. O que a polícia ainda não sabe é o porquê.

A missa das 12h15 já tinha terminado. Grandolpho estava pacientemente sentado em um dos largos bancos da catedral do século XIX. Então levantou-se e começou os disparos. Cerca de 20 pessoas ainda faziam suas orações no momento que o ataque começou. "Percebi que no meio da igreja um rapaz se posicionou de frente a um casal e começou a atirar à queima-roupa. A minha reação, assim como a de vários que estavam lá dentro foi sair correndo. Tudo foi muito rápido", diz o aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos.

Durante a ação, o atirador recarregou uma vez a pistola, cujo pente tinha capacidade para 11 balas. Em seguida, disparou mais dez vezes e se suicidou, com a última bala, numa tragédia em parte  capturada pela câmera do circuito interno da catedral, instalada num ângulo alto da nave central, a contraluz. Grandolpho só parou de atirar quando policiais, PMs e da Guarda Municipal que estavam nas redondezas, escutaram os disparos e entraram na catedral para confrontá-lo. O atirador acabou sendo ferido na lateral do corpo, na altura do abdômen, e depois resolveu atirar contra a própria cabeça, caindo próximo ao altar. “Sem a intervenção da polícia, a matança seria maior”, disse o delegado.

Um Brasil em choque tomou ciência de um inusual tipo de barbárie irracional até mesmo para um país que possui um catálogo longo de barbáries. Enquanto o ataque ganhava o noticiário e corria ainda mais rápido com fotos e primeiras impressões no WhatsApp, tomava forma também a inevitável discussão sobre a natureza do tiroteio e o papel das armas nele, o que deve seguir nos próximos dias. A tragédia ocorre em meio ao debate sobre a ampliação do porte da posse de armas no território brasileiro, uma forte bandeira do presidente eleito Jair Bolsonaro. Na igreja, a polícia encontrou duas armas – uma pistola 9 mm e um revólver 38 –, ambas como a numeração raspada, um indício de que podem ter sido adquiridas ilegalmente. Com mais armas na mão se aumenta a possibilidade de um rompante louco como esse?

Não escaparam da fúria armada de Grandolpho Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Gonzaga, de 68 anos, Cristofer Gonçalves dos Santos,38, e Elpídio Alves Coutinho. Morreram ainda na igreja. Outras quatro pessoas foram baleadas e encaminhadas ao hospital Mário Gatti e ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Duas delas receberam alta nesta terça.

O prefeito de Campinas, Jona Donizette, decretou luto oficial de três dias na cidade, que viu outra chacina, de uma família inteira, acontecer há dois anos. Dessa vez, a matança foi no coração de Campinas. A agitada Praça José Bonifácio, em frente à catedral, foi tomada pelo medo e o corre-corre. O som de uma série de tiros ecoou e fez quem passava por ali correr automaticamente para um lugar mais seguro, uma loja, um banco ou padaria. "Aqui estava muito cheio, era na hora do almoço. E, de repente, todo mundo saiu correndo, escutei uns 20 tiros. Vi um homem saindo totalmente ensanguentado da porta da igreja. Nunca tinha visto algo assim antes, o pânico tomou conta desse lugar", conta Daiane, funcionária de uma banca de revistas da praça.

Durante toda a tarde, o local se encheu de curiosos que se concentravam perto da escadaria da igreja, que precisou ser isolada pela perícia. A corretora de imóveis Vanda Cordeiro buscava mais notícias sobre o episódio. Frequentadora da igreja há mais de 30 anos, ela tinha planejado ir à missa das 12h15 para depois se confessar, mas não chegou a tempo. "A verdade é que tenho agora que agradecer a Deus por esse livramento e, também, por ter livrado a minha filha da morte. Ela estava na missa, mas conseguiu fugir sem ser ferida. Ela me ligou apavorada contando que um homem armado estava atirando, um horror", explicava Cordeiro, que fazia questão de mostrar os áudios de celular que recebeu de pessoas que estavam dentro da igreja. Um deles era o de Daniele Coutinho, que escutou do atirador uma ameaça macabra: ou se afastava, ou morreria ali mesmo, com um tiro na cabeça.

No fim da tarde, quando os primeiros corpos começaram a ser removidos da catedral, dezenas de passantes começaram a se aglomerar novamente. Conversavam e tentavam se aproximar da cena do crime e também reviviam a ação, uma e outra vez, nas telas dos celulares. Muitas faziam especulações sobre o motivo de crime e mostravam as fotos de vítimas feridas e do atirador morto caído próximo ao altar. "A gente recebe toda hora essas fotos por Whatsapp. Parece que ele entrou na igreja para matar a mulher e o amante. Esse foi o primeiro casal que ele matou", especulava uma comerciante.

A polícia, no entanto, ainda não tem pistas sobre a motivação do crime. O delegado José Henrique Ventura afirmou apenas que já foi apurado pela Polícia Civil que o atirador chegou a fazer tratamento de depressão. Em um primeiro momento, a polícia afirmou que Grandolpho era analista de sistema. Depois emergiu a informação de que ele teria se formado em publicidade. Consta que ele foi aprovado no concurso de auxiliar de promotoria do Ministério Público de São Paulo e estava lotado na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo, até pedir exoneração, em 2014. Morava com o pai, Eder, um senhor afeito a postagens católicas no Facebook. O atirador não trabalhava desde 2015, ficava quase todo o tempo recluso no quarto e tinha, segundo o delegado, um "comportamento estranho". Não tinha passagens pela polícia. Nos dois únicos boletins de ocorrência registrados com seu nome ele aparece como vítima, informou Ventura passada às 17h diante da catedral.

Às 18h, o último último corpo foi retirado da igreja em um caixão azul, o que fez a multidão começar a se dispersar. Alguns transeuntes afirmaram nunca ter visto a igreja com portas fechadas naquela hora, em uma terça-feira. Outros depositavam rosas vermelhas em homenagem às vítimas. A Catedral de Campinas em luto deve permanecer assim até a manhã desta quarta, mas informa que, às 12h15, estará aberta mais uma vez, para celebrar uma missa em sufrágio dos falecidos. Fonte: https://brasil.elpais.com

CNBB manifesta solidariedade com a arquidiocese de Campinas e familiares das vítimas

A Presidência da CNBB enviou, na quarta-feira, 11 de dezembro, uma mensagem de solidariedade ao Mons. José Eduardo Meschiatt, administrador da arquidiocese de Campinas (SP). O atentado deixou pelo menos cinco pessoas mortas, inclusive o atirador, e outras quatro feridas.

Regionais

Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente do regional Sul 1 da CNBB, emitiu nota de solidariedade: “Em nome dos senhores arcebispos e bispos do Regional Sul 1 da CNBB, apresentamos ao sr. Administrador Diocesano de Campinas, Revdo. Mons. José Eduardo Meschiatti, ao Revdo. Pároco da Catedral, ao Clero e fiéis da Arquidiocese de Campinas, sentimentos de solidariedade e orações, por ocasião do ataque, ocorrido na Catedral, e que vitimou diversas pessoas. Nesse tempo santo do Advento, preparando o Natal de Jesus Cristo, Príncipe da Paz, é necessário que os cristãos intensifiquem a oração pela Paz, com gestos concretos de Fraternidade, reconciliação e amor ao próximo, depondo as armas da violência seja das mãos, seja dos corações. Como discípulos de Cristo e membros do Seu Corpo, a Igreja, sofremos com os que sofrem, sempre movidos pela esperança que não decepciona (Rm 5,5). Rezemos pelas vítimas e pelo consolo de suas famílias. Rezemos pelo agressor, pela Arquidiocese de Campinas e pela Paz“.

Dom Jaime Spengler, presidente do regional Sul 3, acompanhado por dom José Gislon e dom Zeno Hastenteufel, vice-presidente e secretário, respectivamente, assinam a nota de solidariedade à arquidiocese de Campinas: “O Regional Sul 3 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se solidariza com a Arquidiocese de Campinas/SP, diante do ataque sofrido na tarde desta terça-feira, dia 11 de dezembro, no interior de sua Catedral Metropolitana, deixando vítimas. Rezamos pelos familiares das vítimas e pelos feridos. Rezamos também pela Arquidiocese de Campinas, pedindo ao Príncipe da Paz, em favor da superação da violência, que marca a vida do nosso povo, que juntos possamos cooperar para construir dias melhores para as futuras gerações“.

Cardeal João Orani Tempesta, presidente do regional Leste 1, também assina nota: “O regional Leste 1 da CNBB e Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro se solidarizam diante do ocorrido aos fiéis na catedral metropolitana da arquidiocese de Campinas (SP), na tarde desta terça-feira, 11 de dezembro de 2018. Em unidade e comunhão com toda a Igreja, nos unimos com a dor e em oração dos familiares das vítimas, e pedimos pela recuperação dos feridos. Rezamos também pela arquidiocese de Campinas, suplicando a Deus, que apesar deste tempo de violência que marca nossa história, não deixemos de ser instrumentos de paz. Que as vítimas descansem em paz e que seus familiares encontrem em Deus a paz tão necessária para este momento!”.

Confira a Nota da Presidência.

Mensagem da CNBB ao Administrador da Arquidiocese de Campinas

Ao Revmo. Sr.

Mons. José Eduardo Meschiatt

Administrador Diocesano

Caro irmão,

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB oferece a sua solidariedade e oração à Arquidiocese de Campinas, especialmente às famílias atingidas pelo trágico acontecimento da morte violenta de seus entes queridos, durante a celebração da Eucaristia na Catedral Metropolitana. Solidariedade e preces extensivas aos irmãos que foram internadas devido aos ferimentos.

A violência não faz parte da vida de quem segue Jesus Cristo. Vemos, mais uma vez, como as armas podem ser usadas para tirar a vida de outras pessoas e de quem as usa. A Campanha da Fraternidade deste ano foi uma longa e profunda meditação a partir da necessidade de superar a violência. Temos diante de nós mais uma demonstração de que há necessidade de buscarmos incessantemente a superação da violência para vivermos na fraternidade, com direito e a justiça.

O senhor, por favor, transmita a proximidade da Presidência da CNBB a todas as pessoas que estão sofrendo, inclusive aos familiares do irmão que provocou essa dor. Deus, na sua misericórdia, o perdoe e conceda aos falecidos o descanso eterno. Continuamos unidos pela oração e pelo desejo de servir.

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Fonte: http://www.cnbb.org.br

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo Diocesano de Campos (RJ)

Celebramos junto a memória de Santa Luzia, Virgem e mártir, o dia de nossos irmãos cegos e dos que padecem doenças ou deficiências visuais.    A eles nossa oração e solidariedade, unindo-nos a suas lutas pelo reconhecimento dos seus direitos.

Lembramos a vida de José Alvares de Azevedo, jovem cego que introduziu o sistema braille no Brasil em 1850, sendo sinal de um testemunho generoso e altruísta em favor de aqueles que como ele precisavam de ser integrados no aprendizado e na participação da cultura, superando as deficiências visuais.   Mas Santa Luzia nos ajuda a viver e preparar o Natal, purificando nosso olhar,  desembaçando-o de tantas luzes falsas ou traves que nos impedem ver a realidade com amor e esperança.

Ficamos como que aturdidos por uma propaganda mercantil que apela para o consumismo natalino.   As pressões sociais de eventos de encerramento do ano, distraem nossa visão do verdadeiro foco.   Com um coração puro e virginal é importante concentrar nosso olhar fixo em Cristo que vem para nos salvar.

Ele que é o verdadeiro e único presente como dom do Pai que é capaz de dar-nos a felicidade. Renunciemos como Santa Luzia as idolatrias que nos consomem e escravizam, para com Jesus tornar a nossa vida e história num presépio acolhedor, onde brilhe a luz da fé que transforma e liberta.

Que tenhamos a coragem de Santa Luzia de libertar-nos daquelas programações ou roteiros que outros querem impor para nossas vidas, aceitando com alegria o custo da opção radical por Cristo. Inspirados com o olhar límpido dos pastores ou a visão dos santos reis que desejavam encontrar o Messias e a sabedoria, possamos ver Jesus para adorá-lo e glorificá-lo, construindo com os pobres e os oprimidos um Novo Reino de justiça, paz e fraternidade, pois, como afirma Santo Irineu a Gloria de Deus é a vida plena da pessoa humana. Deus seja louvado! Fonte: http://www.cnbb.org.br

Imagens do Concerto de Natal na Igreja do Carmo em Belo Horizonte- MG no dia 11 de dezembro-2018.

Tragédia na Catedral de Campinas: Notas da CNBB e da Arquidiocese

O Regional Sul I da CNBB divulgou uma Nota de Solidariedade a todos os fiéis e à Cúria fazendo um apelo para depor “as armas da violência seja das mãos, seja dos corações” . A Arquidiocese de Campinas apresentou uma Nota oficial sobre a agressão ocorrida ontem (11/12) dentro da Catedral.

Cidade do Vaticano

“Por volta das 13h15 de hoje, 11 de dezembro de 2018, após a missa das 12h15, um homem, em porte de duas armas de fogo, entrou na Catedral de Campinas e efetuou disparos contra os fiéis que faziam suas orações. A ação foi rápida e resultou no óbito de quatro pessoas. Após os disparos, o homem atirou contra si mesmo. Ainda não sabemos as motivações destes disparos”. Assim inicia a Nota Oficial da Arquidiocese de Campinas, que informa sobre o trágico ataque ocorrido nesta terça-feira na Catedral da cidade.

 “A Catedral de Campinas forneceu às autoridades todas as informações possíveis, bem como as gravações do circuito interno de segurança. O Poder Público está investigando o caso", prossegue o texto. Lamentamos profundamente o ocorrido. Sofremos com as pessoas que neste momento choram a morte de seus amigos, irmãos e parentes. Pedimos a oração de todos para que estas famílias encontrem em Deus o conforto e a paz”.

Solidariedade da CNBB

Ao mesmo tempo o Regional Sul I da CNBB enviou uma nota de Solidariedade a todo o Clero e fiéis da Arquidiocese de Campinas, com “sentimentos de solidariedade e orações, por ocasião do ataque, ocorrido na Catedral, e que vitimou diversas pessoas”. A Nota evidencia também que neste santo Tempo do Advento “é necessário que os cristãos intensifiquem a oração pela Paz, com gestos concretos de Fraternidade, reconciliação e amor ao próximo, depondo as armas da violência seja das mãos, seja dos corações”.

A CNBB conclui com o apelo “rezemos pelas vítimas e pelo consolo das famílias. Rezemos pelo agressor, pela Arquidiocese de Campinas e pela Paz.

A Catedral será reaberta hoje

Segundo a Nota da Arquidiocese, a Catedral de Campinas permanecerá fechada até às 12h deste dia 12 de dezembro. Às 12h15 de hoje celebra-se uma missa em sufrágio pelas almas dos fiéis falecidos. Segundo informações da própria Arquidiocese, o agressor chamava-se Euler Fernando Gandolfo, de 49 anos, sem antecedentes criminais. Dentro da igreja havia cerca de 20 pessoas e tinha terminado a missa quando começou a atirar. Quando a polícia chegou o homem já tinha se suicidado. Embora logo tenham chegado as ambulâncias, as pessoas já estavam mortas enquanto os feridos foram levados ao hospital. Fonte: https://www.vaticannews.va

Imagem milagrosa

A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe apareceu de maneira milagrosa no poncho de um índio, em 1531, no México. Até hoje não se sabe como esta imagem "está" no poncho, pois não é pintura, nem bordado, nem qualquer tipo de impressão conhecido. Além disso, o poncho onde está a imagem é feito das fibras de um cacto que, em condições ideais, dura, no máximo, 20 anos. Mas este poncho já tem quase 500 anos e continua intacto, tendo ficado mais de 200 anos exposto no tempo, sem qualquer tipo de proteção. Além disso, os símbolos contidos na imagem são extraordinários e dialogam com toda a humanidade, partindo da cultura Asteca. Vejamos estes símbolos.

A túnica de Nossa Senhora de Guadalupe

A imagem milagrosa de Nossa Senhora de Guadalupe revela que a Virgem Maria vestiu-se com uma túnica semelhante às usadas pelas mulheres astecas. Significa que Maria é Mãe também dos astecas e de todos os indígenas. Com este gesto, ela se aproxima e se faz como um deles. Mas a túnica de Nossa Senhora de Guadalupe tem outros símbolos maravilhosos. Vejamos:

As flores na túnica de Nossa Senhora de Guadalupe

A túnica de Nossa Senhora de Guadalupe tem vários outros tipos de flores. Cada flor nasce numa determinada região. Isto significa que Maria é mãe de todos os povos, de todas as regiões e que a mensagem de oração e fé que ela deixou no México é para o mundo inteiro.

O laço de Nossa Senhora de Guadalupe

O laço que Nossa Senhora de Guadalupe tem acima da cintura e abaixo de suas mãos postas era o sinal que as mulheres indígenas usavam para mostrarem que estavam grávidas. Portanto, usando este laço, a Virgem Maria mostra que está grávida.

A flor de quatro pétalas

Logo abaixo do laço e sobre o ventre da Virgem de Guadalupe há uma flor de quatro pétalas. Existem vários tipos de flores representados na túnica. Porém, flor de quatro pétalas é somente esta. Este era um símbolo muito conhecido dos astecas e significa: "O lugar onde Deus habita". Portanto, a Virgem de Guadalupe está grávida e seu ventre é o lugar onde Deus habita. Ela está grávida de um ser divino.

O sol atrás de Nossa Senhora de Guadalupe

Em volta de toda a imagem da Virgem de Guadalupe aparecem raios do sol, dando a entender que o sol, embora não apareça, está atrás dela. O sol, para os astecas, era o símbolo maior da divindade. Portanto, estando grávida de um ser divino, tendo o sol nascente atrás de si, Nossa Senhora diz que seu filho que vai nascer é Deus e que ele é quem, na verdade, iluminará os povos americanos. E Nossa Senhora mostrou este sol divino no dia do solstício de inverno, ou seja, no dia mais curto do ano. A partir deste dia, os dias começam a ser mais longos. Com isso, Nossa Senhora nos diz que a luz do sol, que é seu filho, irá crescer cada vez mais para aquecer e iluminar todos os povos.

A cruz no colarinho de Nossa Senhora de Guadalupe

Com este símbolo, Nossa Senhora define para os americanos que o ser divino que está em seu ventre, que vai nascer e que iluminará os povos, é Jesus Cristo, morto numa cruz e ressuscitado para a salvação de todos.

Os cabelos da Virgem de Guadalupe

Os cabelos soltos sob o véu de Nossa Senhora de Guadalupe tem um simbolismo claríssimo para os astecas: quer dizer que ela é virgem. Este era o adorno característico que todas as virgens astecas usavam. Portanto, Nossa Senhora de Guadalupe é "mãe e virgem", em consonância com toda a Doutrina Católica.

- A lua negra debaixo dos pés de Nossa Senhora de Guadalupe

Esta lua negra simbolizava para os astecas todas as forças do mal. Com esta imagem, Nossa Senhora mostra que pisa sobre o mal, graças ao poder que recebe de seu Filho Divino, Jesus Cristo. Os astecas passaram a ser muito mais confiantes depois de verem esta imagem e se converteram aos milhões.

- O anjo debaixo da Virgem de Guadalupe

Este anjo é um sinal para os europeus que iniciavam suas conquistas no México. Mostra para eles que se trata da mesma Virgem Maria, Mãe de Deus, que está no céu e que eles veneravam na Europa.

O manto de Nossa Senhora de Guadalupe

O manto de Nossa Senhora de Guadalupe é um capítulo à parte nesta maravilhosa imagem. A cor azul do manto representa o céu e as estrelas nele representadas correspondem exatamente, precisamente, à posição das estrelas e constelações visíveis no céu daquela região no dia da aparição e marcam também o solstício de inverno. Os astecas eram bons conhecedores das estrelas e marcavam suas datas festivas e colheitas pela posição das estrelas. Por isso, quando viram as estrelas no manto da Virgem de Guadalupe, compreenderam imediatamente que aquela mulher vinha do céu, do divino, de Deus.

Os olhos da Virgem de Guadalupe

Ampliações gigantescas dos olhos de Nossa Senhora de Guadalupe feitas no microscópio eletrônico revelaram o momento em que São Juan Diego, o índio que a vira, abre seu manto diante do bispo local. Os olhos da Virgem mostram imagens como se fossem de olhos humanos que estão vendo a cena naquele momento. Assim, é possível ver que quando Juan Diego abriu seu manto, doze pessoas estavam presentes, inclusive o bispo.

As mãos de Nossa Senhora de Guadalupe

As mãos de Nossa Senhora de Guadalupe trazem uma mensagem clara para as Américas. A mão direita é mais escura e representa os indígenas, nativos das Américas. A mão direita é mais clara e representa os brancos vindos da Europa. As duas mãos juntas em sinal de oração simbolizam que brancos e índios devem se unir e rezar, para a paz e o crescimento de todos.Esta é a maravilhosa imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Uma imagem que "fala". Sua mensagem é uma mensagem divina, de vida, de amor, de Deus. Que Deus nos dê a graça de guardarmos esta mensagem em nossas vidas.

Oração a Nossa Senhora de Guadalupe

"Perfeita, sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus, por quem se vive. Mãe das Américas! Tu que na verdade és nossa mãe compassiva, te buscamos e te clamamos. Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas. Cura nossas penas, nossas misérias e dores. Tu que és nossa doce e amorosa Mãe, acolhe-nos no aconchego de teu manto, no carinho de teus braços. Que nada nos aflige nem perturbe nosso coração. Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado filho, para que Nele e com Ele encontremos nossa salvação e a salvação do mundo. Santíssima Virgem Maria de Guadalupe, faz-nos mensageiros teus, mensageiros da vontade e da palavra de Deus. Amem."

Ela não é a Virgem dos conquistadores, não é uma deusa indígena. Essa linda senhora mestiça apresentou-se com todos os símbolos da cosmogonia indígena, mulher grávida que doou seu filho, o Redentor, aos povos”, disse Carriquiry.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco celebrará a missa, nesta quarta-feira (12/12), na Basílica de São Pedro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe. A Rádio Vaticano/Vatican News transmitirá a cerimônia ao vivo, com comentários em português, a partir das 14h55h no horário de Brasília. Antes da missa, haverá a oração do Terço que terminará com o canto do hino da Jornada Mundial da Juventude que se realizará no Panamá, em janeiro próximo.

Olhando nos olhos da imagem da Virgem Morena em sua viagem apostólica ao México, em 2016, o Papa Francisco não escondeu a intensidade de sua devoção: “Primeiramente, ela nos ensina que a única força capaz de conquistar o coração dos homens é a ternura de Deus.”

Aparições

Nossa Senhora de Guadalupe apareceu ao índio Juan Diego Cuauhtlatoazin, um dos primeiros astecas a se converter ao cristianismo, entre 9 e 12 de dezembro de 1531, na colina de Tepeyac, a noroeste de Cidade do México. No manto que o índio usou para recolher as flores, que a Virgem fez surgir fora de época, apareceu milagrosamente a imagem de Maria.

Papa celebrará missa no Vaticano na festa de Guadalupe

Não se erra ao dizer que as aparições desempenharam um papel “pedagógico”. “Pois bem. Foram a primeira evangelização dos povos latino-americanos. Podemos dizer mais: a Virgem de Guadalupe é a pedagoga de uma evangelização que se enxertou perfeitamente na cultura local”, disse o vice-presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), Guzmán Carriquiry Lecour. Na década sucessiva às aparições mais de 8 milhões de índios pediram para serem batizados. Um milagre no milagre.  

Virgem dos povos indígenas

A natureza extraordinária do evento também reside no fato de que a Virgem Morena quis caracterizar-se como a virgem dos povos indígenas. “Ela não é a Virgem dos conquistadores, não é uma deusa indígena. Essa linda senhora mestiça apresentou-se com todos os símbolos da cosmogonia indígena, mulher grávida que doou seu filho, o Redentor, aos povos”, disse ainda Guzmán Carriquiry. “Abraçou os nossos povos, escolhendo como mensageiro um pobre índio”.

Difusão mundial da devoção

A devoção à Virgem de Guadalupe iniciou em Cidade do México, espalhou-se rapidamente por toda a América Latina e depois de quase 500 anos incendiou o mundo. Em todos os cantos da terra as pessoas se dirigem com confiança à Virgem Morena. João Paulo II proclamou Juan Diego santo em 2002.

“No mundo, as dioceses, paróquias, igrejas e capelas dedicadas à Virgem de Guadalupe não podem ser contadas, pois são numerosas. Ela é certamente a padroeira da América Latina e imperatriz de todo o continente americano, mas estende seu manto sobre o mundo inteiro”, concluiu Guzmán Carriquiry. Fonte: www.vaticannews.va

Ele não é dos santos mais populares, mas quem nunca ouviu falar de Juan Diego, o indiozinho ao qual Nossa Senhora apareceu em Guadalupe, no México e pediu a ele que, em seu nome, solicitasse ao Bispo, o franciscano Juan de Zumárraga, a construção de uma igreja no local.

De família muito humilde e recém convertido ao catolicismo obedeceu a Nossa Senhora e insistiu com o bispo que pediu provas concretas da aparição. Foi então que no dia 12 de dezembro de 1531, em um lugar chamado Tepeyac, o milagre aconteceu. A Virgem pediu que Juan Diego subisse ao topo da colina de Tepeyac para colher flores e leva-las para ela. Os registros oficiais narram que a primeira aparição da Virgem Maria ocorreu em 9 de dezembro de 1531.

Segundo a agência católica ACI Digital, era temporada de inverno e mesmo assim, Juan Diego encontrou e colheu muitas flores bonitas, colocou na sua “tilma”, um tipo de manta típico da região e foi até o local de aparição da Virgem que ordenou-lhe que apresentasse as flores ao Bispo.

Os relatos históricos apontam que Juan Diego diante do Bispo abriu sua “tilma” e deixou cair as flores. No tecido, apareceu a imagem da Virgem de Guadalupe, que desde então se tornou o coração espiritual da Igreja no México e uma das maiores devoções marianas que permanece com força até hoje.

O pároco da paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Brasília (DF), Marcelo Cecato, explica que entre o povo mexicano, Juan Diego não tem uma forte devoção à sua pessoa. “Como ele serviu devotamente a Nossa Senhora durante a sua vida, a sua veneração é humilde e simples, dando muito mais destaque à Maria Santíssima. Portanto, um fiel retrato da sua personalidade humilde, que mesmo sendo santo, apresenta e destaca ainda mais o amor e devoção mariana”, destaca.

Juan Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural. Em 2002, durante sua canonização, o papa João Paulo II designou o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição, como a festa litúrgica de São Juan Diego. Na ocasião, o papa louvou a São Juan Diego, pela sua simples fé nutrida pelo catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.

São Juan Diego está entre  os santos Patronos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) junto os escolhidos São João Bosco e a Bem-aventurada María Romero Meneses, Filha de Maria Auxiliadora (FMA). Além de são João Paulo II, são Martinho de Porres, Santa Rosa de Lima, São Romero, mártir Arcebispo Oscar Arnulfo Romero e são José Sánchez del Río. Fonte: http://www.cnbb.org.br

Suspeito atirou contra fiéis dentro de igreja na região central, na tarde desta terça-feira (11), segundo Samu e Corpo de Bombeiros. Três ficaram feridos após crime.

Por G1 Campinas e Região

Um homem matou cinco pessoas e deixou três feridas após invadir uma missa na Catedral Metropolitana, no Centro de Campinas (SP), na tarde desta terça-feira (11), segundo o Samu, Bombeiros e Polícia Militar. O suspeito pelos disparos na igreja, de acordo com as corporações, cometeu suicídio em seguida.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o suspeito teria entrado na Catedral com uma pistola e um revólver calibre 38, e se matado em frente ao altar após os crimes. Os feridos foram levados ao Mário Gatti e Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp - o estado de saúde de cada um deles não foi divulgado; "A maioria idosos, pessoas inocentes, e ele [suspeito] acabou disparando contra todas essas pessoas. A cena é desesperadora, uma tragédia muito grande", diz o guarda Alexande Moraes.

Guarda diz que a maior parte das vítimas em Catedral eram idosos que estavam rezando

Os mortos não foram identificados e a polícia investiga a motivação do crime. A princípio, a informação recebida pela EPTV é de que houve um assalto antes, mas autoridades negaram.

"As vítimas não foram identificadas ainda. Socorremos quem poderia ser socorrido e investimos em quem nós achamos que poderia retornar do quadro grave [...] Não temos informação sobre motivação e sobre quem são as vítimas", explica o bombeiro Alexandre Monteiro.

Equipes do Samu e dos Bombeiros foram enviadas ao local, por volta das 13h20. A informação inicial é de que uma mulher de 65 anos, com ferimentos na região da cervical, foi levada ao Hospital Mário Gatti; enquanto que outra, de 40 anos, foi levada ao Hospital de Clínicas da Unicamp.

A terceira vítima também estaria em estado estável, segundo o Samu, mas não há informações sobre para qual unidade ela deve ser encaminhada. O entorno da Catedral está isolado e câmeras de monitoramento da CinCamp registraram a movimentação na área. Veja vídeo acima.

Arquidiocese se manifesta

Em rede social, a Arquidiocese de Campinas lamentou a tragédia nesta terça-feira.

“Um tiroteio deixou pelo menos cinco pessoas mortas e outras quatro feridas no começo da tarde desta terça-feira (11), dentro da Catedral Metropolitana de Campinas, no Centro da cidade, segundo informações do Corpo de Bombeiros.Ainda não se sabe a motivação.

A Catedral segue fechada para atendimento das vítimas e a investigação da Polícia. Assim que dispusermos de mais informações, as disponibilizaremos. Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor”.

Fonte: https://g1.globo.com

AO VIVO- Santa Missa nesta terça-feira 11, com  Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita da Ordem do Carmo, direto da Igreja de Nossa Senhora do Carmo do Desterro da Lapa/ RJ.

EL PAÍS reconstrói a história de 18 religiosos enviados à América Latina e à África. Alguns foram descobertos na Espanha; outros, presos em seus novos destinos

IÑIGO DOMÍNGUEZ

DANIEL VERDÚ

Igreja espanhola não só utilizou o sistema de mudar sacerdotes de paróquia e destino dentro de uma ordem, após serem acusados de abusos de menores. Outro padrão de conduta das últimas décadas foi enviá-los ao estrangeiro. Isso foi confirmado por fontes dos órgãos de Tutela de Menores do Vaticano, que reconhecem que pode ter sido uma tática relativamente comum na Espanha e outros países. O EL PAÍS documentou até 18 casos de padres denunciados e condenados por abusos que foram para outros países e acusados e presos no estrangeiro. No Chile, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, Honduras, Estados Unidos, Benin e Quênia.

Alguns foram notícia em sua época, mas seus passos posteriores não foram acompanhados. Outros passaram desapercebidos na Espanha. Também existem casos inéditos, pelas acusações de vítimas localizadas pelo EL PAÍS, como dois salesianos do colégio de Deusto, em Bilbao. O jornal relatará os principais casos nos próximos dias.

Um dos exemplos mais flagrantes é o de Jordi Ignasi Senabre, denunciado por um coroinha de 13 anos de Barcelona em 1988 e que fugiu. O EL PAÍS o localizou no Equador, onde exerceu até hoje a função de sacerdote, e o bispado de Barcelona sabia o tempo todo de seu paradeiro, de acordo com a diocese equatoriana de Santo Domingo.

A situação de muitos dos casos mais importantes desse período foi conhecida em Roma depois do ocorrido. Algumas vezes não puderam ser investigados por falta de colaboração dos padres e porque as vítimas preferiam não testemunhar. Fontes de órgãos à Tutela de Menores do Vaticano dizem que o exílio de sacerdotes foi uma prática relativamente comum durante um período, mas que o papa Francisco, com sua prática de tolerância zero, pede uma mudança radical e muitos casos foram reabertos e revisados.

Nos 18 casos analisados se distinguem dois tipos de situações: religiosos que são descobertos na Espanha e são enviados ao estrangeiro, e aqueles que são presos em outro país por esses crimes. Surge então a dúvida de se tiveram acusações anteriores em seu local de origem, como algumas vezes acaba sendo demonstrado.

O último episódio conhecido é o agostiniano Iván Merino, preso na Venezuela há duas semanas, acusado de abusar de uma menor. Nesse caso, tanto sua ordem como a diocese de Granada, onde era professor em um colégio até 2015, afirmam que sua mudança de país não teve nada a ver com denúncias anteriores e que não consta nenhuma. Acontece a mesma coisa com o caso de Joan Alonso Bonals, de 53 anos, pároco de Alcanar e Les Cases de Alcanar entre 2011 e 2016 (Tarragona), que se mudou para Honduras. Foi preso nesse país em agosto de 2017 por uma ordem de prisão emitida pela Espanha e extraditado. É acusado de abuso e de prostituir um menor de 16 anos. A diocese de Tortosa diz que não existem denúncias anteriores contra ele. Está em liberdade provisória.

Por outro lado, a prisão no Chile em 2009 de José Ángel Arregui, da ordem San Viator, trouxe à tona crimes cometidos pelo sacerdote anteriormente na Espanha. Ocorreram denúncias em sete colégios pelos quais passou no País Basco, Aragão e Madri. Foi condenado em 2011, mas parte dos casos prescreveram. Atualmente, está em liberdade, confirma sua antiga congregação.

Muitos desses sacerdotes pertencem a ordens religiosas, que possuem estruturas no estrangeiro. O caso dos maristas no Chile se destaca: quatro religiosos espanhóis estão sendo investigados dentro de um grande processo aberto contra a ordem. As dioceses, por sua vez, podem enviar padres a outros países como missionários fidei donum, emprestados temporariamente a outros bispados, ainda que continuem pertencendo à sua atribuição de origem. É frequente que as dioceses espanholas tenham relações históricas com outros países.

O sacerdote de Toledo Santiago Martínez Valentín-Gamazo, de 42 anos, foi preso no ano passado no Peru, acusado de abusar de quatro menores em Moyobamba. Chegou ao país em 2007. De acordo com o bispado de Toledo, “foi voluntário, como outros sacerdotes da diocese”. Afirmam que ele não tem denúncias na Espanha.

Gil José Sáez, vigário judicial da diocese de Cartagena e especialista em abusos sexuais na Igreja, admite que ainda que essa prática não tenha sido a mais comum, “era outro dos modos utilizados pelos padres e superiores das ordens para esconder os casos de pedofilia”. Esse procedimento significa “uma mudança radical na vida do abusador”, de modo que é difícil “forçá-lo” a deixar seu país. A mudança também depende dos contatos do padre no estrangeiro. Por isso, diz o vigário, é mais comum nas ordens religiosas.

O maior caso das últimas décadas na Catalunha

Em Barcelona há um velho caso muito singular: acusados de pedofilia nos anos oitenta que montaram sua própria ordem e continuaram cometendo abusos na África e América Latina, de acordo com fontes eclesiásticas. É a Comunidade Missionária de São Paulo Apostolo e de Maria Mãe da Igreja (MCSPA na sigla em inglês), de Albert Salvans, Pere Cané e Francisco Andreo, o maior caso de abusos na Igreja catalã das últimas décadas.

As mudanças de região ocorreram outras vezes após uma condenação firme, mas sem maiores sanções disciplinares. Ocorreu com o agostiniano recoleto José Luis Untoria, condenado em 1997 por abusos a 10 menores em um colégio de Salamanca. Recebeu uma multa e foi proibido de ensinar por 10 anos. Poucos meses depois foi enviado ao Peru, até 2009. O mesmo aconteceu com o jesuíta Luis Tó González, professor do colégio San Ignacio de Barcelona, condenado em 1992 a dois anos de prisão por abusar de uma menor. Sua ordem o enviou nesse ano à Bolívia, onde viveu até sua morte em 2017. As duas ordens foram consultadas e não veem nenhum problema na decisão de retirá-los do país e afirma que depois não tiveram denúncias. Os jesuítas, entretanto, admitem erros: “Não foi aberto um processo canônico contra ele e entendemos claramente que isso foi muito errado (...), a ação diante de casos de abusos não esteve à altura, especialmente, pensando na atenção às vítimas e na falta de respostas mais contundentes, e por isso pedimos perdão”.

Para Gema Varona, especialista em abusos de menores e presidenta da Sociedade Basca de Vitimologia, foi uma conduta totalmente anômala e “vergonhosa”. Varona há anos pesquisa os abusos na Igreja católica e está elaborando o primeiro estudo na Espanha sobre o assunto. “É uma prática da Igreja católica documentada em muitos países, como a Alemanha e a Bélgica. O perverso é que é uma forma de que os abusadores contundem abusando, porque nessas pessoas sempre há uma continuidade, costumam continuar, e ainda mais se não existiu um tratamento e medidas adequadas. Está entre os erros mais graves pelos quais a Igreja algum dia deverá pedir perdão”.

Davi contra Golias

A especialista, que entrevistou dezenas de vítimas, diz que elas sofrem muito ao saber que seus agressores foram enviados a outra parte, “porque a única coisa que preocupa a quem foi abusado é que isso não volte a se repetir, mas são mandados a lugares com condições mais propícias aos seus crimes”. Frisa que, nos países de destino, a Igreja costuma ter um poder ainda maior, os pedófilos têm acesso a famílias com maior vulnerabilidade e a Justiça local é menos eficiente.

Para José Ramón Juárez, psicólogo e perito em alguns dos casos de abusos julgados no Chile, é preciso não só considerar a dificuldade da vítima para denunciar como também a inferioridade do abusado frente à Igreja. “Para a vítima não é somente Davi contra Golias, é quase Davi contra o representante de Deus”, diz. Juárez, especialista em abusos na América Latina e membro da associação catalã Mans Petites, frisa que as hierarquias eclesiásticas costumam ter mais influências nesses países, “pela diferença entre classes sociais e pela forte presença social que possuem por suas numerosas atividades de caridade, o que se traduz em uma maior impunidade”.

Em 2002, quando começou o escândalo dos abusos na Igreja, um dos primeiros livros publicados na Espanha sobre o fenômeno já dizia tudo. Pepe Rodríguez, coordenador da faculdade de Ciências de Comunicação da Universidade Autônoma de Barcelona, escreveu em Pederastia en la Iglesia Católica (Pedofilia na Igreja Católica): “Um padre que abusa sexualmente de menores costuma ser enviado a paróquias cada vez mais humildes - com a crença de que pessoas com escasso poder econômico e cultural suportam melhor os abusos e não têm recursos e credibilidade para enfrentar a Igreja -, ainda que, quando o escândalo começa a explodir, ou ameaça explodir, é muito comum enviar o clérigo a outro país. O destino mais comum do clero pedófilo espanhol é a América Latina”. Fonte: https://brasil.elpais.com

Francisco deixa o Vaticano e vai até a Praça de Espanha. Em 1953, Pio XII foi o primeiro Pontífice a prestar a homenagem a Nossa Senhora, dando início a esta tradição.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

Por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição, o Santo Padre deixará a Casa Santa Marta, no Vaticano, na tarde deste sábado, e se dirigirá à Praça de Espanha, no centro de Roma, para fazer a tradicional homenagem floreal a Nossa Senhora, aos pés do monumento a ela dedicado.

Durante a sua ida à Praça da Espanha, o Papa se deterá em oração diante da imagem de Nossa Senhora chamada “Salvação do Povo romano”, na Basílica papal de Santa Maria Maior.

A seguir, se dirigirá à Praça de Espanha, para venerar a estátua de Nossa Senhora, obra do escultor Giuseppe Obici, que se encontra no alto de um obelisco, projetado pelo arquiteto Luigi Poletti, e inaugurado em 8 de dezembro de 1857. Em 1953, Pio XII foi o primeiro Pontífice a prestar a homenagem a Nossa Senhora, dando início a esta tradição.

Significado da Imaculada Conceição

A expressão Imaculada Conceição passou a ser um título de Nossa Senhora, que significa “concebida sem mancha”. Desde o momento da sua concepção, Maria foi preservada da mancha do pecado original.

A Imaculada Concepção da Virgem Maria é um Dogma de Fé proclamado, no dia 8 de dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX. Na iconografia cristã, aos pés de Nossa Senhora encontra-se uma meia-lua, que tem um simbolismo particular: a lua não tem luz própria, mas reflete a luz do Sol. Para o cristão, o sol representa Jesus Cristo. Logo, a luz, que vem de Jesus Cristo, brilha na escuridão, que simboliza a humanidade pecadora, enquanto a lua representa a pureza e a luz.

Maria Imaculada, concebida sem pecado original, brilha como a lua, mas reflete a luz do Sol, que é seu Filho, verdadeira fonte de vida, luz e calor. A serpente, calcada pelos pés de Maria, representa que, com Maria, começou a vitória sobre o demônio, uma derrota concluída com a morte e ressurreição de Jesus.

Por fim, aos pés da imagem da Imaculada Conceição estão os anjos e uma nuvem, que revelam a glória da Virgem Maria no céu, junto com os anjos, dos quais é Rainha. Por isso, a sua imagem traz uma coroa, sobre a qual se encontra uma cruz. De fato, a Virgem Maria é Rainha por causa da morte e ressurreição de Cristo. Fonte: www.vaticannews.va