Jovem invade igreja e esfaqueia fiéis durante culto, em Aparecida de Goiânia

Segundo a PM, rapaz chutou a porta e disse que ia matar todos. Quatro homens ficaram feridos e foram socorridos.

Um jovem de 28 anos invadiu, na manhã deste domingo (2), uma igreja no Setor Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. A Polícia Militar informou ao G1que ele estava com duas facas e atingiu quatro fiéis durante o culto.

“As testemunhas relataram que ele meteu o pé na porta, entrou e falou: ‘Vai morrer todo mundo’. Em seguida, esfaqueou quem estava na frente”, contou o sargento Willian Moraes.

O crime aconteceu por volta das 10h30 na Igreja Jesus Cristo dos Últimos Dias, localizada na Rua Albatroz. De acordo com os policiais, dos quatro fiéis feridos, um deles foi atingido ao tentar conter o rapaz.

A situação causou pânico em quem estava na igreja. “Não se espera esse tipo de ação, ainda mais dentro de uma igreja. Algumas pessoas correram. Uma criança saiu correndo e foi parar longe, só depois a encontraram”, disse o sargento.

Feridos

Os feridos têm 31, 33, 40 e 42 anos, sendo que dois levaram várias facadas. Os socorristas encaminharam os demais feridos para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa).

A unidade de saúde informou, às 14h30, que o homem de 33 anos recebeu atendimento e foi liberado. Já o paciente de 31 anos foi transferido para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) para passar por uma cirurgia vascular no pulso direito, onde foi atingido. Os demais seguem internados no Huapa e têm quadro regular.

Prisão

Os policiais prenderam o suspeito e o levaram para o 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia para a registro da ocorrência. Conforme o sargento, o homem disse poucas palavras e contou que tomou a atitude após assistir a um vídeo na internet.

“Ele viu um vídeo que Deus amaldiçoava negros e carecas. Como ele é um pouco careca, resolveu entrar na igreja com duas facas e esfaquear todo mundo”, disse o sargento.

Segundo a PM, o homem pode ser autuado por lesão corporal grave ou tentativa de homicídio. Caberá aos policiais civis de plantão definirem o crime. Fonte: https://g1.globo.com

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, da série- E SE ELA CHEGAR- fala sobre a Espiritualidade da morte. LEIA UMA HOMILIA DO PAPA SOBRE O TEMA. CLIQUE AQUI: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/11978-terca-feira-27-homilia-do-papa-sabio-pensar-no-fim-sera-um-encontro-de-misericordia-com-deus

E-mail do Frei Petrônio para contato- críticas ou sugestões de temas: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.  FACE: https://www.facebook.com/olharjornalistico INSTAGRAM: www.instagram.com/freipetronio  TWITTER: www.twitter.com/freipetronio  Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 28 de novembro-2018.

 

O poema é um dos muitos escritos por Dom Helder Camara, bispo brasileiro que pode ser beatificado nos próximos anos. O processo de beatificação foi encaminhado ao Vaticano pela Arquidiocese de Olinda e Recife, que já está se preparando para o XVIII Congresso Eucarístico Nacional, que acontecerá em novembro de 2020. A reportagem é de Nayá Fernandes, publicada por O São Paulo, 26-11-2018.

A Congregação para as Causas dos Santos emitiu o parecer favorável, autorizando o início do processo de beatificação, e Dom Helder recebeu o título de “Servo de Deus”. Após o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão, ele será proclamado Bem-Aventurado (Beato) pela Igreja. Posteriormente, se houver a comprovação de outro milagre, poderá ser proclamado santo e canonizado.

A expectativa é que a beatificação aconteça durante o Congresso Eucarístico. Em entrevista à rádio 9 de Julho, Monsenhor José Alberico, Secretário Geral do Congresso Eucarístico, informou que a fase diocesana está prestes a ser concluída [dia 16 de dezembro], após três anos da abertura do processo.

Ele falou também sobre a preparação para o Congresso que terá como tema “Pão em todas as mesas” e sobre o testemunho do Bispo. “Dom Helder foi um homem eucarístico. Sabemos o quanto ele vivia em ação de graças e fazia com que a Eucaristia fosse o centro de sua vida”, afirmou o Monsenhor. 

Vigília

Antes da celebração eucarística que Dom Helder presidia pela manhã, ele acordava para rezar e se fortalecer diante do Santíssimo Sacramento. Ele mesmo chamava aqueles momentos de vigílias. “Minha única escravidão é o despertador, que me desperta para a vigília”, costumava dizer Dom Helder, que se levantava todos os dias em torno das 4h para rezar.

“É na vigília que se inicia a celebração da Eucaristia que se prolonga por todos os embates do dia. Pai, se possível continua a permitir que a Missa seja sempre a primeira. Seja preparada pela Vigília e se estenda ao dia inteiro”, afirmava Dom Helder.

Atualmente, o quarto onde dormia Dom Helder, anexo às dependências da Igreja das Fronteiras, em Recife (PE), pode ser visitado. O local é mantido pelo Instituto Dom Helder Camara, que reuniu além de objetos pessoais, escritos e manuscritos do Bispo, reportagens e livros sobre sua vida e obra. 

História

Dom Helder Camara nasceu em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, Ceará. Filho de João Eduardo Torres Câmara Filho, jornalista e crítico teatral, e de Adelaide Pessoa Câmara, professora primária. De família numerosa, Helder teve 12 irmãos.

Recebeu a primeira Eucaristia aos 8 anos de idade e aos 14 entrou no Seminário da Prainha de São José, em Fortaleza, onde fez o curso preparatório, e depois cursou Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote aos 22 anos, sendo necessária uma autorização especial de Roma para a sua ordenação.

Em 11 de abril de 1964, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, tendo assumido no dia seguinte. Na ocasião, escreveu: “Ninguém se escandalize quando me vir frequentando criaturas tidas como indignas e pecadoras. Quem não é pecador? Quem pode jogar a primeira pedra? Nosso Senhor, acusado de andar com publicanos e almoçar com pecadores, respondeu que justamente os doentes é que precisam de médico. Ninguém se espante me vendo com criaturas tidas como envolventes e perigosas, da esquerda ou da direita, da situação ou da oposição, antirreformistas ou reformistas, antirrevolucionárias ou revolucionárias, tidas como de boa ou de má fé. Ninguém pretenda prender-me a um grupo, ligar-me a um partido, tendo como amigos os seus amigos e querendo que eu adote as suas inimizades. Minha porta e meu coração estarão abertos a todos, absolutamente a todos. Cristo morreu por todos os homens: a ninguém devo excluir do diálogo fraterno”.

Dom Helder ficou à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife até 10 de abril de 1985, quando – por atingir a idade limite de 75 anos – foi substituído por Dom José Cardoso Sobrinho. Dom Helder morreu em sua casa, no Recife, em 27 de agosto de 1999, devido a uma insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Catedral Santíssimo Salvador do Mundo, em Olinda (PE).

O Bispo exerceu a função de Secretário Geral da CNBB, inclusive durante o Concílio Vaticano II (1962-1965). Padre José Oscar Beozzo, em entrevista publicada na Coleção Obras Completas de Dom Helder Camara, explicou que Dom Helder mantinha-se em silêncio durante as assembleias, mas participou ativamente do Concílio Vaticano II como articulador e atendendo jornalistas de veículos de comunicação de todo o mundo. “No Concílio Vaticano II, Dom Helder cumpriu um duplo papel, de animador e incentivador de propostas e iniciativas proféticas, e de articulador incansável da maioria conciliar”, afirmou padre Beozzo, historiador.

Pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos, Dom Helder recebeu vários prêmios internacionais, como o Martin Luther King, nos Estados Unidos, em 1970, e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega, em 1974. Ele é autor de 35 livros, incluindo os 13 volumes das Obras Completas, a maioria composta de ensaios e reflexões sobre o terceiro mundo e a Igreja. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Tema do 1º Domingo do Tempo do Advento

Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-lo, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.

ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO -Lc 21,25-28.34-36)

A reflexão acerca do Evangelho de hoje pode tocar, entre outros, os seguintes pontos:

A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pelo destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade…

A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.

No entanto, a salvação/libertação que há de transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.

É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será um a realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 1º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA

Ao longo dos dias da semana anterior ao 1º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

GESTO PARA O INÍCIO DO ADVENTO.

Com o 1º Domingo do Advento, começa o ano litúrgico. Para os cristãos, é esta a altura propícia para se desejar um bom ano.

O 1º Domingo do Advento é o momento oportuno para apresentar o desenrolar de um ciclo litúrgico no seu conjunto. Descobrir este caminho de oração, comum aos católicos do mundo inteiro, permite falar também da importância da prática regular. É tempo para tomar boas resoluções para o novo ano, o ano litúrgico. Pode-se marcar o início do Advento com uma procissão de entrada mais solenizada, escolhendo um cântico bem adaptado, ou com um ato penitencial mais desenvolvido. Isto para além dos símbolos tradicionais do Advento que podem ser valorizados…

COROA DO ADVENTO.

Entre os símbolos tradicionais, temos a “coroa do Advento”, com as quatro velas. Colocadas numa coroa ou de outra maneira, elas significam a progressão para o Natal. Muitas vezes, acende-se a vela ao longo da celebração. Este gesto ganha importância se for bem realizado. Pode ser durante o cântico inicial, no final da procissão, por uma criança ou um jovem, por um padre ou qualquer outro “ator” da liturgia. Pode também ser efetuado pelo próprio presidente da celebração, depois da saudação litúrgica. Tomar-se-á sempre o tempo de um belo gesto, que pode ser acompanhado por um breve refrão a apelar à vinda do Senhor… É importante cuidar da beleza dos objetos (velas, suporte, coroa), de tamanho adaptado ao edifício e dispostos de maneira coerente no espaço próprio.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link ao lado - EVANGELHO DO DIA.

Alguns dos sacramentos da Igreja nos permitem escolher padrinhos. Mas nem sempre levamos em consideração o ponto fundamental, segundo a Igreja, para fazer essa escolha. Além disso, às vezes não cumprimos bem nosso papel de afilhados.

Pra entenderemos melhor tudo isso, conversamos com Pe. Camilo Junior, membro da Comissão Jovens de Maria. Se liga na explicação:

Como escolher os padrinhos

Dentro da nossa vivência de fé, os padrinhos são aqueles que precisam nos ajudar a caminhar com Cristo e assimilar os valores de Jesus em nossa vida. São tão importantes porque esse não é apenas um título que nós damos a eles, mas uma missão que lhes é dada por Deus.

Por isso, entenda os pontos fundamentais para essa escolha:

Crisma – a escolha não pode ser feita somente porque a pessoa é amiga, porque é simpática e a gente se dá bem, mas precisa ser alguém que, para mim, é um referencial de fé. Alguém que, acima de tudo, vive a fé em comunidade e que vai me ajudar, como crismado, a dar testemunho e a perseverar na consagração da minha vida que, um dia, lá quando criança, meus pais e padrinhos de Batismo me deram.

Casamento – os padrinhos não são pessoas que vão apenas enfeitar o altar; são pessoas que vão ajudar os casais a viverem a aliança do amor. Por isso, é importante que sejam escolhidos casais que já vivam essa experiência há mais tempo. Assim, poderão ensinar aos recém-casados a como superar as crises, como vencer as dificuldades, como não dar importância àquilo que, às vezes, não significa nada e entender a importância de rezar o amor que, em Cristo, os uniu para a vida inteira.

O papel do afilhado

Ao mesmo tempo em que os padrinhos deveriam se dedicar e ser presença na vida dos afilhados, nós também devemos, como afilhados, procurar ser presença na vida dos nossos padrinhos.

É importante que, mesmo que não tenhamos sido nós que escolhemos os padrinhos de batismo, por exemplo, tenhamos essa relação de entender que, através dos nossos padrinhos, a graça de Deus chegou à nossa vida e, por eles, essa graça continua nos atingindo. Por isso, precisamos ter duas atitudes para com nossos padrinhos:

Pedir a bênção – todas as vezes em que pedimos bênção aos padrinhos, estamos renovando a graça de Deus presente em nós por meio do sacramento que recebemos, dos quais eles foram testemunhas.

Pedir e ouvir seus conselhos – Se nós escolhemos padrinhos para testemunhar um dom de Deus em nossa vida nos sacramentos, nós precisamos, com muita humildade, nos colocar debaixo de suas mãos, pois eles têm o poder e a missão sagrada de nos abençoar. Assim, eles podem nos conduzir diante de uma escolha, diante de uma renúncia na vida que a gente precisa fazer e até mesmo num momento em que precisamos de uma chamada de atenção. Fonte: https://pt.aleteia.org

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ- AO VIVO - comenta o Evangelho do dia da 34º Semana do Tempo Comum- Ano B. Para interagir ao vivo no FACEBOOK LIVE COM O FREI PETRÔNIO- TODOS OS DIAS- às 20h, adicione a página do Frei: www.facebook.com/freipetros ou, www.instagram.com/freipetronio

Contatos para críticas ou sugestões para o programa, A Palavra do Frei Petrônio. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.  Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro, 26 de novembro-2018.

TEMA Solenidade de Cristo, Rei do Universo. Ano B - XXXIV Domingo Comum

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. A Palavra de Deus que nos é proposta neste último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus.

A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueza, a ambição, a violência, a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de um "filho de homem" que vai aparecer "sobre as nuvens", Deus vai devolver à história a sua dimensão de "humanidade", possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos verão nesse "filho de homem" vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.

Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor
do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o "príncipe dos reis da terra", Aquele que há-de vir "por entre as nuvens" cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de "filho de homem" de que falava a primeira leitura.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, Jesus a assumir a sua condição de rei diante de Pontius Pilatus. A cena revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão "real" de Jesus é dar "testemunho da verdade"; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.

ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO - JO 18, 33b-37)

As declarações de Jesus diante de Pontius Pilatus não deixam lugar a dúvidas: Ele é "rei" e recebeu de Deus, como diz a primeira leitura, "o poder, a honra e a realeza" sobre todos os povos da terra. Ao celebrarmos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, somos convidados, antes de mais, a descobrir e interiorizar esta realidade: Jesus, o nosso rei, é princípio e fim da história humana, está presente em cada passo da caminhada dos homens e

conduz a humanidade ao encontro da verdadeira vida. Os inícios do séc. XXI estão marcados por uma profunda crise de liderança a nível mundial. Os grandes líderes das nações são, frequentemente, homens com uma visão muito limitada do mundo, que não se preocupam com o bem da humanidade e que conduzem as suas políticas de acordo com lógicas de ambição pessoal ou de interesses particulares. Sentimo-nos, por vezes, perdidos e impotentes, arrastados para um beco sem saída por líderes medíocres, prepotentes e incapazes… Esta constatação não deve, no entanto, lançar-nos no desânimo: nós sabemos que Cristo é o nosso rei, que Ele preside à história e que, apesar das falhas dos homens, continua a caminhar conosco e a apontar-nos os caminhos da salvação e da vida.

No entanto, a realeza de Jesus não tem nada a ver com a lógica de realeza a que o mundo está habituado. Jesus, o nosso rei, apresenta-Se aos homens sem qualquer ambição de poder ou de riqueza, sem o apoio dos grupos de pressão que fazem os valores e a moda, sem qualquer compromisso com as multinacionais da exploração e do lucro. Diante dos homens, Ele apresenta-se só, indefeso, prisioneiro, armado apenas com a força do amor e da verdade. Não impõe nada; só propõe aos homens que acolham no seu coração uma lógica de amor, de serviço, de obediência a Deus e aos seus projetos, de dom da vida, de solidariedade com os pobres e marginalizados, de perdão e tolerância. É com estas "armas" que Ele vai combater o egoísmo, a autossuficiência, a injustiça, a exploração, tudo o que gera sofrimento e morte. É uma lógica desconcertante e incompreensível, à luz dos critérios que o mundo avaliza e enaltece. A lógica de Jesus fará sentido? O mundo novo, de vida e de felicidade plena para todos os homens nascerá de uma lógica de força e de imposição, ou de uma lógica de amor, de serviço e de dom da vida?

Nós, os que aderimos a Jesus e optámos por integrar a comunidade do Reino de Deus, temos de dar testemunho da lógica de Jesus. Mesmo contra a corrente, a nossa vida, as nossas opções, a forma de nos relacionarmos com aqueles com quem todos os dias nos cruzamos, devem ser marcados por uma contínua atitude de serviço humilde, de dom gratuito, de respeito, de partilha, de amor. Como Jesus, também nós temos a missão de lutar - não com a força do ódio e das armas, mas com a força do amor - contra todas as formas de exploração, de injustiça, de alienação e de morte… O reconhecimento da realeza de Cristo convida-nos a colaborar na construção de um mundo novo, do Reino de Deus.

A forma simples e despretensiosa como Jesus, o nosso Rei, Se apresenta, convida-nos a repensar certas atitudes, certas formas de organização e certas estruturas que criamos… A comunidade de Jesus (a Igreja) não pode estruturar-se e organizar-se com os mesmos critérios dos reinos da terra… Deve interessar-se mais por dar um testemunho de amor e de solidariedade para com os pobres e marginalizados do que em controlar as autoridades políticas e os chefes das nações; deve preocupar-se mais com o serviço simples e humilde aos homens do que com os títulos, as honras, os privilégios; deve apostar mais na partilha e no dom da vida do que na posse de bens materiais ou na eficiência das estruturas. Se a Igreja não testemunhar, no meio dos homens, essa lógica de realeza que Jesus apresentou diante de Pontius Pilatus, está a ser gravemente infiel à sua missão.

Leia o Evangelho na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

No calendário litúrgico, no último domingo de novembro, este ano dia 25, é celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei. O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol explica que a origem da Festa coloca-se no tempo de Pio XI, no ano de 1925. À época, dom Armando afirma que a Europa estava passando por um período “difícil”, em meio ao crescimento do Nazismo e do Fascismo em boa parte dos países.

Neste contexto, onde cada vez mais os ditadores queriam mandar no povo, dom Armando salienta que o papa Pio XI institui a Festa de Cristo Rei, por meio da Encíclica Quas Primas. “O papa com o intuito profundo afirmou que não são os grandes da Terra que dominam, não são eles que dirigem os povos, é Jesus Cristo”, afirmou o bispo. Originalmente, a Festa foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo caiu para o dia 31 de outubro.

No entanto, foi o papa Paulo VI que deu à festa seu atual título completo, o de Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, transferindo a data para o último domingo do ano litúrgico. Segundo dom Armando, do ponto de vista litúrgico, espiritual e eclesial foi uma boa intuição ter colocado a festa como conclusão do ano litúrgico e síntese de uma caminhada.

As origens do reconhecimento do reinado de Cristo podem ser encontradas no próprio evangelho. Em um importante diálogo com Pilatos, durante seu juízo, dom Armando salienta que Cristo afirma o seu reinado. “Pilatos o pergunta se ele é rei, e então Cristo responde que é, e por isso tinha vindo ao mundo, para dar testemunho da verdade”, diz dom Armando.

Dom Armando salienta também o fato de que nos três anos do ciclo de leituras que a liturgia hoje tem, destaca-se um cristo que é rei, morrendo na cruz. “Portanto, o Cristo Rei é um rei que doou a sua vida por amor, é um Deus que se faz humano e que, sim, nós o honramos como rei, mas não à maneira dos dominadores, dos grandes da Terra”, completou o bispo.

Ainda de acordo com dom Armando, a Festa em si não é para exaltar um Deus poderoso, mas um Cristo cujo poder é o de um Cristo que lava os pés de seus discípulos e que diz: “Como eu fiz, faça vocês!”. “Podemos acrescentar que a maneira de Cristo reinar é uma contestação não só na sociedade, mas na Igreja. O poder é serviço, você é grande quanto mais se abaixa para servir por amor, e com amor”, finaliza dom Armando. Fonte: http://www.cnbb.org.br

Ouça a entrevista com a Irmã Maria Juliana Cruz da Eucaristia, do Carmelo da Santa Face e Pio XII em Tremembé – SP, por ocasião da Jornada Pro Orantibus.

Padre Arnaldo Rodrigues - Cidade do Vaticano

Quando reza, a monja não vai sozinha, mas leva no coração e na mente uma multidão. Com estas palavras, Irmã Maria Juliana Cruz da Eucaristia, do Carmelo da Santa Face e Pio XII em Tremembé – SP, falou da riqueza da vida contemplativa.

Destacamos também algumas mensagens dos três últimos Papas sobre a vida contemplativa.

Papa Francisco

A oração missionária é uma oração que consegue unir-se aos irmãos nas mais variadas circunstâncias em que se encontrem, pedindo que não lhes falte o amor e a esperança. Assim o dizia Santa Teresinha do Menino Jesus: «Compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno (…): no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor»... Assim, a vossa vida na clausura consegue ter um alcance missionário e universal e «um papel fundamental na vida da Igreja. Rezai e intercedei por tantos irmãos e irmãs presos, migrantes, refugiados e perseguidos, por tantas famílias feridas, pelas pessoas sem trabalho, pelos pobres, os doentes, as vítimas das várias dependências.

A oração de súplica que se faz nos vossos mosteiros, sintoniza-vos com o Coração de Jesus que pede ao Pai que todos sejamos um só; assim o mundo acreditará (cf. Jo 17, 21). Quanto precisamos da unidade na Igreja! Que todos sejamos um só. Precisamos tanto que os batizados sejam um só, que os consagrados sejam um só, que os sacerdotes sejam um só, que os bispos sejam um só! Hoje e sempre. Unidos na fé. Unidos pela esperança. Unidos pela caridade. Nesta unidade que deriva da comunhão com Cristo, que nos une ao Pai no Espírito e, na Eucaristia, nos une uns com os outros neste grande mistério que é a Igreja. Peço-vos, por favor, que rezeis muito pela unidade desta amada Igreja peruana, que é tentada de desunião. A vós confio a unidade, a unidade da Igreja, a unidade dos agentes pastorais, dos consagrados, do clero e dos bispos.

Papa Bento XVI

Se as palavras de Pedro «Senhor, é bom estarmos aqui!» (Mt 17, 4) são muito significativas para todos os consagrados, todavia adquirem uma ressonância especial nas pessoas contemplativas que, em profunda comunhão com todas as outras vocações da vida cristã, são «raios da única luz de Cristo que resplandece no rosto da Igreja» e, «pelo seu carisma específico, dedicam boa parte das suas jornadas a imitar a Mãe de Deus, que meditava assiduamente as palavras e os factos do seu Filho (cf. Lc 2, 19.51), e Maria de Betânia que, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra (cf. Lc 10, 38)». Desta maneira a sua vida «escondida com Cristo em Deus» (Col 3, 3) torna-se figura do amor incondicional do Senhor, o primeiro contemplativo, indica a tensão cristocêntrica de toda a sua vida até poderem dizer, com o Apóstolo, «para mim viver é Cristo» (Flp 1, 21), e exprime o caráter totalizante que constitui o dinamismo profundo da vocação à vida contemplativa.

Como homens e mulheres que habitam na história humana, os contemplativos, atraídos pelo esplendor de Cristo, «o mais belo dos filhos dos homens» (Sal 45, 3), situam-se no coração da Igreja e do mundo e encontram, na busca sempre inacabada de Deus, o principal sinal e critério da autenticidade da sua vida consagrada. São Bento, o Pai do monaquismo ocidental, sublinha que o monge é aquele que procura a Deus durante toda a vida, e pede para verificar, no aspirante à vida monástica, «si revera Deum quaerit – se verdadeiramente busca Deus».

João Paulo II

Seguindo os contemplativos e os místicos de todos os tempos, continuai a atestar com força e humildade a dimensão transcendente da pessoa humana, criada à semelhança de Deus e chamada a uma vida de intimidade com Ele. Santo Agostinho, no fim de meditações feitas igualmente com o coração e a inteligência penetrante, certifica-nos que a bem-aventurança do homem está nisto: na contemplação amorosa de Deus. Por isso o grau, em que pertençais amorosamente ao Senhor, tanto no plano pessoal como no comunitária, é de extrema importância. A densidade e a irradiação da vossa vida "oculta em Deus" devem criar problema para os homens e as mulheres de hoje, devem criar problema para os jovens que procuram tantas vezes o sentido da vida. Encontrando-vos ou vendo-vos, seria necessário que todo o visitante, hóspede ou vindo a fazer retiro, chegasse a dizer ou pelo menos sentisse ter encontrado a Deus, ter experimentado uma epifania do Mistério de Deus que é Luz e Amor. Os tempos que vivemos necessitam de testemunhas tanto como de apologistas. Sede, pela vossa parte, essas testemunhas muito humildes e sempre transparentes.

Deixai-me ainda certificar-vos — em nome da tradição constante da Igreja — que não só a vossa, vida pode anunciar o Absoluto de Deus, mas que possui maravilhoso e misterioso poder de fecundidade espiritual (cfr. Perfectae caritatis, 7). Porquê? Porque a vossa oblação de amor é completada pelo próprio Cristo na Sua obra de Redenção universal, um pouco como se fundem as vagas no fundo do oceano. Vendo-vos, penso na Mãe de Cristo, penso nas santas mulheres do Evangelho, de pé ao lado da cruz do Senhor e comungando na sua morte salvadora, mas também mensageiras da Sua ressurreição. Escolhestes viver, ou antes Cristo escolheu-vos para viver com Ele, o Seu Mistério pascal, através do tempo e do espaço. Tudo o que vós sois, tudo o que fazeis cada dia, quer se trate do ofício salmodiado ou cantado, da celebração da Eucaristia, dos trabalhos na cela ou em grupos fraternais, do respeito da clausura e do silêncio, das mortificações escolhidas ou impostas pela regra, tudo é assumido, santificado e utilizado por Cristo para a Redenção do mundo.

Para não terdes nenhuma dúvida a este propósito, a Igreja — em nome mesmo de Cristo — tomou um dia posse de todas as vossas potências de viver e de amar. Foi a vossa profissão monástica. Renovai-a muitas vezes. E, a exemplo dos Santos, consagrai-vos, imolai-vos cada vez mais, sem procurar mesmo saber como utilizará Deus a vossa colaboração. Enquanto na base de toda a ação, há finalidade e portanto limitação, termo, a gratuitidade do vosso amor está na origem da fecundidade contemplativa. Vem-me ao espírito uma comparação muito moderna: abrasais o mundo com o fogo da verdade e do amor revelados, assim como os técnicos do átomo acendem os foguetões espaciais: à distância. Fonte: www.vaticannews.va

Com uma autorização especial do Papa, freiras de clausura participarão de Congresso em Roma por ocasião do Dia Pro Orantibus, que se celebra na festa da Apresentação de Maria Santíssima ao Templo.

Cidade do Vaticano

Em 21 de novembro, festa da Apresentação de Maria Santíssima ao Templo, celebra-se o Dia Pro Orantibus, no qual se faz memória do dom da vida contemplativa.

O dia, celebrado em todo o mundo, este ano assume um significado especial depois da publicação de dois documentos para a vida contemplativa: a Constituição apostólica do Papa Francisco Vultum Dei Quaerere e a Instrução Cor Orans, da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Os documentos introduzem novidades importantes para este estado de vida e reafirmam sua importância para a Igreja e para o mundo.

Congresso com autorização do Papa

Para celebrar a data, se realizará em Roma, na Pontifícia Universidade Lateranense, um Congresso de aprofundamento, organizado pelo Secretariado de Assistência às Monjas, para identificar os desafios que esses dois documentos apresentam.

Devido à importância do Congresso, o Papa Francisco concedeu uma permissão especial para que freiras de clausura possam participar do Congresso. São esperadas cerca de 300 religiosas da Itália, mas também do exterior.

O evento será marcado por conferências, testemunhos, círculos de estudo, mas também momentos de festa e de agradecimento pelo dom da vida contemplativa, que enriquece o rosto da Igreja. Entre os participantes, estão o prefeito da Vida Consagrada, Card. João Braz De Aviz, o secretário, Dom José Rodríguez Carballo, a reitora da Universidade Lateranense Professora Vincenza Buonomo. A missa presidida pelo cardeal brasileiro na Basílica de São João de Latrão vai encerrar o evento. Fonte: www.vaticannews.va

No dia 20 de novembro, em milhares de cidades brasileiras e em seis estados (Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Os dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a realidade brasileira, da qual 53% da população, é formada por negros e negras, mostram que 70% da população que vive em situação de extrema pobreza são negras.

A chance de um negro ser analfabeto é 5 vezes maior que um branco. Eles representam 68% dos analfabetos do país segundo o IBGE. Somente 1 pessoa a cada 4 com ensino superior é negra. A cada 12 minutos, 1 pessoa negra é assassinada no Brasil. 75% da população carcerária no Brasil é de pessoas negras.

A data, incluída em 2003 no calendário escolar nacional, se refere à morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares. Comemorado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi oficializada pela Lei 12.519 de 2011.

Para o arcebispo de Feira de Santana (BA), referencial da Pastoral Afro-Brasileira, dom Zanoni Demettino Castro, os(as) negros(as) sofrem as consequências desta realidade porque os 300 anos de escravidão, que marcaram profundamente a história brasileira, ainda não foram suficientemente reparados.

“Por que a maioria absoluta dos pobres são negros? Por que os que superlotam os presídio são afrodescendentes?”, questiona o referencial da Pastoral Afro da Igreja no Brasil. O religioso aponta que aumenta assustadoramente o extermínio de jovens e adolescentes negros no Brasil.

Superação das desigualdades – Para superar estas desigualdades que atingem os negros e negras no país, dom Zanoni afirma ser necessário o país trilhar o caminho da superação da fome, oferecer educação de qualidade e também oportunidades à esta população. “As ações afirmativas, como cotas raciais para ingresso na universidade, são essenciais nesta empreitada”, afirma dom Zanoni.

Para dom Zanoni, o reconhecimento e a valorização das comunidades remanescentes de quilombos também é um passo importante neste caminho de superação das desigualdades entre brancos e negros. “O povo brasileiro precisa ser assumido. O negro deve ser visto como protagonista da gestação de nova sociedade”, disse.

Por ocasião do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, Dom Zanoni retoma os ensinamentos da V- Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), de 13 a 31 de maio de 2007: “Como nos ensina a Conferência de Aparecida, os afrodescendentes hoje, como protagonistas, têm uma responsabilidade muito grande na gestação da sociedade de partilha e solidariedade e na construção da civilização do amor e da implantação da cultura de paz”. Fonte: http://www.cnbb.org.br

“Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!” (Sl 15)

Assim, ontem cantávamos em nossa liturgia dominical essa certeza e agora ela se torna um consolo em nossa vida. Pois, inesperadamente fomos noticiados pelo passamento de nosso irmão no sacerdócio, o Revmo. Sr. Pe. Edvar Rodrigues Rangel, DD. Pároco da Paróquia de Sant’Ana em Varginha – MG.

O seu corpo será velado junto aos seus paroquianos e às 15h do dia de hoje (19 de novembro), seguirá o féretro para a sua cidade de origem São Sebastião do Rio Verde – MG, onde continuará o velório e amanhã (20 de novembro) às 9h será presidida pelo senhor bispo Diocesano Dom Pedro Cunha Cruz a Santa Eucaristia Exequial, em seguida o sepultamento às 10h. 

Sentimo-nos profundamente solidários aos seus familiares.

Nossas orações e preces acompanhadas pela esperança da Ressurreição.

Querido amigo e irmão, Pe. Edvar, obrigado pelo dom de sua vida e do seu sacerdócio; e agora se plenifica entoando o cântico novo na liturgia do Banquete do Cordeiro.  RIP.   

Campanha - MG, Sede do Bispado, 19 de Novembro de 2018.

 

† Dom Pedro Cunha Cruz 

Bispo Diocesano Da Campanha – MG 

Fonte: http://www.diocesedacampanha.org.br

Carro onde estava Edvar Rodrigues Rangel, de 45 anos, bateu em um caminhão em Cambuquira (MG).

Um padre de 45 anos morreu após bater o carro em um caminhão na BR-267, em Cambuquira (MG), na noite deste domingo (18). Edvar Rodrigues Rangel era conhecido por seu trabalho em paróquias de cidades do Sul de Minas. Atualmente, ele era padre na Paróquia de Santana em Varginha (MG).

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o acidente foi por volta das 22h40. A versão dada pelo motorista do caminhão e por testemunhas é de que o Fusca dirigido pelo padre rodou na pista e bateu na lateral do caminhão. O caminhoneiro não conseguiu evitar o acidente.

Após a batida, o carro caiu em um barranco. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas a vítima morreu no local do acidente. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal de Três Corações (MG).

Padre Edvar começou a trabalhar em Varginha há dois anos e meio; esteve em paróquias de São Lourenço e Carmo de Minas. Estudou nos seminários de Três Corações e Campanha. Foi ordenado padre pela Diocese de Campanha em 1998.

Ele será velado em missa de corpo presente na Paróquia de Santana, em Varginha, às 15h. Depois da missa, o corpo será levado para São Sebastião do Rio Verde, cidade da família. O enterro será na manhã desta terça-feira (20). Fonte: https://g1.globo.com

ESSE BISPO É MESMO DO BALACOBACO!... Dom Frei João Costa, Carmelita, Arcebispo metropolitano de Aracaju-SE. (Samba de Coco da Paróquia Nossa Senhora- Taiçoca. Uma tradicional dança do Estado de Sergipe). 

Fonte: https://www.facebook.com/PNSDC.TaicocadeFora
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A frase foi dita por Dom Mauro Morelli ao Papa Francisco durante a Audiência Geral da última quarta-feira (14), no Vaticano.

Elisa Ventura – Cidade do Vaticano

O bispo emérito da diocese de Duque de Caxias, Dom Mauro Morelli encontrou-se na quarta-feira com o Papa Francisco durante a Audiência Geral na Praça São Pedro, no Vaticano. “Ele é muito atencioso e tudo é simbólico”, disse ele ao Vatican News - Rádio Vaticano.

“Eu mencionei rapidamente que eu tenho 83 anos. Falei: sou missionário, trabalho em uma questão ambiental séria e lhe trouxe um exemplar da edição brasileira [do livro] "Sabedoria das Idades", e ele o recebeu, a pedido da Loyola que é dos Jesuítas. E volto a repetir que hoje o livro já está traduzido em italiano, inglês, francês, espanhol e português. Ele deve chegar a dez línguas”, conta.

O livro a que Dom Mauro Morelli se refere é o "Sabedoria das Idades", que nasceu depois de uma inspiração do Papa Francisco durante sua oração pessoal em que foi tocado a esclarecer o papel vital dos avós e de outros idosos e a sabedoria transformadora que eles têm a compartilhar.

Segundo encontro

Esta é a segunda vez que o bispo se encontra com o Santo Padre. A primeira foi em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Dom Mauro contou durante a entrevista, que naquela ocasião segurou o braço do Sumo Pontífice e disse-lhe que ele era uma surpresa de Deus. O Papa sorriu, segundo Dom Mauro Morelli, que continuou dizendo a Francisco como julgava triste os bispos eméritos não serem membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Eu não sei qual a dificuldade da Cúria Romana. A CNBB já encaminhou a Bento XVI e a esse Papa [um pedido de resolução da questão] e não conseguimos quebrar essa barreira que pra mim é uma barreira canônica. Tudo pode ser diferente. Isso eu aprendi na vida. Tudo pode ser diferente e melhor. E eu espero que um dia, sim”, afirma.    

Missionário

Aos 83 anos de idade, Dom Mauro Morelli é incansável e tem uma vida dinâmica e ativa. No dia 12 de dezembro, dia de Nossa Senhora de Guadalupe, vai completar 44 anos de ordenação episcopal e em abril do ano que vem, 55 anos de sacerdócio. Atualmente vive na Serra da Canastra, no sudoeste mineiro, onde atua em questões ambientais. Dom Mauro é também presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais.

Ao falar sobre o trabalho que desempenha, ele finaliza: “O batismo deve ser a fonte da vida na Igreja, de tudo na Igreja e da missão. Todos os batizados somos ministros do Evangelho, da oração, da Palavra e do bem comum. Então, eu estou dando uma contribuição com a experiência que tenho, com o apoio do padre Denis e do bispo local, estou ajudando o povo da Canastra a perceber a beleza da sua cultura. Aquilo que o Papa diz, é preciso preservar. Até defendo que deveria se ter uma diocese canastreira porque lá é fim de linha de três dioceses. E a gente ajuda o povo a ter vida com dignidade e esperança. Então, isso é uma graça de Deus”. Fonte: www.vaticannews.va

“Este pobre homem grita e o Senhor escuta” é o tema do II Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo papa Francisco no final do Jubileu da Misericórdia em 2016. Segundo explicou o papa durante o Ângelus no domingo, 11 de novembro, é “uma iniciativa de evangelização, oração e partilha” que busca incentivar “uma crescente atenção às necessidades dos últimos, dos marginalizados e dos famintos”.

Celebrado neste domingo, 18, com uma missa presidida pelo pontífice na Basílica de São Pedro, o II Dia Mundial dos Pobres é uma organização do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que incentiva este evento nas dioceses de todo o mundo e impulsiona algumas iniciativas eclesiais em favor dos marginalizados.

Mas, quem é o pobre na Bíblia?! – Segundo o bispo de Marabá, no Pará, dom Vital Corbellini, a Sagrada Escritura dá uma consideração especial ao pobre, visto também como o “empobrecido”, o “indigente”, o “mendigo”, o “necessitado”. “Ele ganha a predileção de Deus porque é excluído dos bens e a sua confiança é dada em Deus e Ele vem ao seu encontro. Desde o início da Bíblia fala-se do pobre”, afirma o bispo.

No livro do Êxodo, por exemplo, dom Vital salienta que tem se presente a lei em que o povo viveria na terra prometida desde que afirmasse no ato de qualquer julgamento que não distorceria o direito do pobre em seu processo. Ainda no mesmo livro, em uma das passagens, dom Vital comenta que ao pobre é recomendado dar o alimento necessário, sobretudo tudo aquilo que avance na vinha ou na colheita do trigo.

Em Deuteronômio, o bispo explica que é encontrada a realidade do ano sabático em que a terra retornava aos seus proprietários havendo uma espécie de anistia e generosidade aos devedores, a fim de que não houvesse pobre no meio do povo de Deus. “O livro fala que uma roupa que é dada ao pobre não poderia passar com a pessoa à noite, mas deveria ser devolvida logo a ele, para que ele possa deitar-se com o manto da pessoa, pelo fato de que ele não tem nada e poderia passar frio à noite”, diz.

Em Salmos, dom Vital cita referências bonitas de favorecimento do Senhor em relação aos pobres, onde de acordo com ele, o salmista clama que Deus erga a sua mão e não se esqueça dos pobres. “O Senhor se levanta por causa da miséria dos pobres, do gemido dos necessitados, é o refúgio daqueles que querem confundir as esperanças do mísero, cuida do pobre porque a pessoa é pobre e é infeliz, mas o Senhor está com o pobre”, reitera.

Já no Novo Testamento, o bispo de Marabá alega que é possível encontrar referências da vida dos pobres sendo os prediletos de Deus. “Jesus é o pobre por excelência e o primeiro a fazer a opção pelos pobres, pecadores, prostitutas, pessoas que eram excluídas da sociedade. A todas elas aproximou-se, dando-lhes a Boa Nova do Reino de Deus e expulsando demônios, curando os doentes, ressuscitando os mortos”, afirma.

Em suma, dom Vital reconhece que a Sagrada Escritura coloca a preferência de Deus para com os pobres. “Todos somos chamados à salvação; ninguém é excluído, no entanto Deus olha com carinho para o pobre, o necessitado, a viúva, o órfão, o estrangeiro, o desempregado, o excluído dos bens da sociedade”, considera.

Responsabilidades com os desamparados – Unido ao papa Francisco, especialmente na II Jornada Mundial dos Pobres, dom Vital assegura que a responsabilidade da Igreja no Brasil é com a evangelização para com todas as pessoas. Neste sentido, ele convoca a todos para a partilha (de acolhida aos pobres). “Que haja saúde, moradia, educação para todos (os da cidade e os do campo)! Que olhemos os povos da Amazônia, os migrantes, os povos indígenas, os ribeirinhos!”, exorta. 

E completa: “Que possamos marcar uma maior presença junto às periferias de nossas cidades, não somente nos centros, de modo que a opção pelos pobres seja uma opção no seguimento a Cristo Jesus e à sua Igreja. Olhemos com carinho a natureza para que haja uma ecologia integral e que haja novos caminhos para a Igreja na Amazônia. Façamos ações em favor da superação da violência; valorizemos as comunidades, as pastorais, os movimentos, os serviços, os jovens, a família, a comunidade, a sociedade, para que em tudo amemos a Deus, ao próximo como a si mesmo, mandamento da Lei do Senhor Jesus Cristo e de sua Igreja”, finaliza o bispo. Fonte: http://www.cnbb.org.br

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

Estamos no penúltimo Domingo do Ano Litúrgico. Nesse 33º Domingo do Tempo Comum, a pedido do Papa Francisco, que criou esse dia, comemoramos o Dia Mundial das Pobres. O tema de sua mensagem para este dia é “este pobre clama e o Senhor o escuta”. É a chegada de uma semana de intensas atividades no campo da solidariedade.

No Domingo próximo, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo iniciará a semana que encerrará este ano da Igreja, ou seja, o ano litúrgico. Nestas últimas semanas do atual ano litúrgico e nas primeiras do próximo, a liturgia via nos questionar sobre as últimas verdades e a questão da escatologia e Parusia.

Pois bem, neste 33º domingo a Palavra de Deus, nos recorda que, como o ano, também a nossa vida passa, e passa veloz. Assim, o Senhor nos convida à vigilância e nos exorta a que não percamos de vista o nosso caminho neste mundo e o destino que nos espera. Nossa vida tem um rumo, o mundo e a história humana têm uma direção!

Hoje, a Palavra de Deus adverte: tudo estará debaixo do senhorio de Cristo! Por isso, numa linguagem de cores fortes e figuras impressionantes, Jesus diz que a criação será abalada pela sua Vinda: “O sol vai escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas” (cf. Mc 13,24-25). Que significa isso? Que toda a criação será palco dessa Revelação da glória do Senhor, toda a criação será transfigurada e alcançará a plenitude no parto de um novo céu e uma nova terra onde a glória de Deus brilhará para sempre! O Senhor afirma ainda que também a história chegará ao fim e será passada a limpo. Cristo fala disso usando a imagem da grande tribulação, isto é, as dores e contradições do tempo presente, que vão, em certo sentido se intensificando neste mundo. Por isso mesmo, a primeira leitura  (cf. Dn 12,1-3), do Profeta Daniel, fala em combate e em tempo de angústia. É o nosso tempo, este tempo presente, que se chama “hoje”.

Essas leituras são atuais e consoladoras, sobretudo nos dias atuais, quando vemos o Cristo enxovalhado, o cristianismo perseguido e desprezado, a santa Igreja Católica caluniada. Não é de hoje que a Igreja sofre e que os cristãos são perseguidos, ora aberta, ora veladamente. Já no longínquo século V, Santo Agostinho afirmava que a Igreja peregrina neste tempo, avançando entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus! O perigo é a gente perder de vista o caminho, perder o sentido do nosso destino, esfriar na vigilância, perder a esperança, abandonar a fé.

Caminhamos para o Senhor como celebramos no início deste mês de novembro com a festa de todos os santos e a comemoração dos fiéis defuntos. O mudo vai terminar no Cristo, como um rio termina no mar; a história vai encontrar o Cristo, tão certo quanto a noite encontra o dia; nossa vida estará diante do Senhor, tão garantido quanto o vigia cada manhã está diante da aurora! Por isso mesmo, é indispensável vigiar e trazer sempre no coração a bendita memória do Salvador, a firme esperança nas suas promessas, a segura certeza da sua salvação! Vede bem: na Manifestação do nosso Senhor, ele nos julgará! Na sua luz, tudo será posto às claras: se é verdade que sua Vinda é para a salvação, também é verdade que todos quantos se fecharam para ele, perderão essa salvação. Nosso destino é o céu, mas estejamos atentos: o inferno, a condenação eterna, a danação sem fim, o fogo que devora para sempre, são uma real possibilidade! Haverá um Juízo de Deus em Jesus Cristo: “Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem escritos no Livro”.

Não brinquemos de viver, não vivamos em vão, não sejamos fúteis e levianos, não corramos à toa a corrida da vida! É o nosso modo de viver agora que decidirá nosso destino para sempre! Por isso mesmo, Jesus nos previne: “Em verdade vos digo: esta geração não passará até que tudo isto aconteça!”(cf. Mc 13,30)Em outras palavras: não importa quando ele virá – ele mesmo diz: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”(cf. Mc 13,32); importa, sim, que estejamos atentos, importa que vivamos de tal modo que, quando ele vier no momento de nossa morte, estejamos prontos para comparecer diante dele e diante dele estar no último Dia, quando tudo for julgado! O juízo que nos espera é um processo: começa logo após a nossa morte, quando, em nossa alma, estaremos diante do Cristo e receberemos nossa recompensa: o céu ou o inferno! E no final dos tempos, quando Cristo se manifestar em sua glória, nosso destino também será manifestado com toda a criação e o nosso corpo, ressuscitado no fim de tudo, receberá também a mesma recompensa de nossa alma: o céu ou o inferno, de acordo com o nosso procedimento nesta vida.

A segunda leitura ensina que: “Todo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar os pecados. Cristo, ao contrário, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus”(cf. Hb 10,11-12). O livro da vida (cf. Ap 20,12), no qual fomos inscritos pelo Batismo, após Jesus “ter oferecido um sacrifício único pelos pecados” (Cf. Hb 10,12) de todos nós, nos lembra que tudo nesta vida passa, menos Cristo Ressuscitado.

Portanto, palavras deste mundo não podem descrever o que pertence ao mundo que há de vir. O que a Escritura deseja é nos alertar a que vivamos na verdade, vivamos na fé, vivamos na fidelidade ao Senhor... vivamos de tal modo esta nossa vida, que possamos, de fé em fé, de esperança em esperança, alcançar a vida eterna que o Senhor nos prepara, vida que já experimentamos hoje, agora, nesta santíssima Eucaristia, sacrifício único e santo do nosso Salvador que, à Direita do Pai nos espera como Juiz e Santificador. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém!

Fonte: http://arqrio.org

 

 

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ- direto do México- fala sobre a fé, a devoção e a religiosidade popular dos mexicanos e devotos do mundo a Nossa Senhora de Guadalupe.

 

“Este artigo não é anticlerical. Ele é contra o clericalismo, que necessita dos padres e dos leigos, duas categorias que não existem uma sem a outra.” A opinião é do teólogo francês Bernard Paillot, professor do Centro de Teologia Universitária de Rouen, na França, em artigo publicado por Baptises.fr, 28-10-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

“Nem todos morriam, mas todos eram atingidos” (“Os animais doentes de peste”, La Fontaine)

Não se trata de voltar à invectiva de Gambetta (“Le cléricalisme, voilà l’ennemi”, discurso de 4 de maio de 1877), mas de avançar com o nosso papa quando ele escreve: “O clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes quanto pelos leigos, gera uma divisão no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos males que hoje denunciamos”. Três cartas recentes do nosso papa, uma das quais destinada “ao povo de Deus”, levaram-me a redigir este texto [1].

Tento propor aqui uma reflexão teológica evocando alguns desvios nos quais se baseia o clericalismo.

Duas considerações preliminares:

- Este artigo não é anticlerical. Ele é contra o clericalismo, que necessita dos padres e dos leigos, duas categorias que não existem uma sem a outra. O denominador comum de todas as facetas do clericalismo é uma relação desigual entre padres e leigos, sendo os padres e os leigos corresponsáveis quando aceitam livremente essas relações insalubres (evidentemente, não se trata de condenar as vítimas, que, ao contrário, sofrem a relação!);

- também não se trata, aqui, de focar nos abusos sexuais, embora a revelação desse escândalo mundial tenha sido a ocasião das recentes cartas de Francisco. Muitos já se ocupam disso. Reconhecemos, com o nosso papa, que o clericalismo foi uma das condições da sua existência, da sua difusão e da sua impunidade até tempos recentes. Mas o clericalismo tem outros efeitos bem diferentes sobre as inteligências e as consciências. “Ele não só anula a personalidade dos cristãos, mas também tem uma tendência a diminuir e desvalorizar a graça batismal que o Espírito Santo pôs no coração do nosso povo”, escreve Francisco.

Eu escreverei sucessivamente sobre:

- o desvio de sentido de certas expressões;

- certos erros relativos ao sacramento da ordem;

- certas deformações do ministério presbiteral.

 1-O clericalismo se aproveita de certas expressões mal compreendidas ou utilizadas erroneamente

Uma dessas expressões é “alter Christus” e “in persona Christi” ou a sua variante “in persona Christi capitis” que, não traduzidas, são facilmente percebidas por alguns com uma aura de mistério, como uma espécie de “transfiguração” que contribui, erroneamente, para sacralizar o padre.

De acordo com a origem etimológica, em referência ao teatro grego antigo, devemos compreender “persona” como “papel”. Trata-se do papel desempenhado pelo padre nos sacramentos.

Assim, nas assembleias eucarísticas, o padre faz, “in persona Christi”, o relato da Última Ceia e pronuncia as palavras de Jesus, mas é Cristo que age através do padre, e não o padre que faz Cristo “aparecer”. Essa representação não se aplica aos atos e palavras não sacramentais do padre. Na vida religiosa atual e para as atividades profanas, o pároco não encarna Cristo na sua paróquia, nem o bispo na sua diocese.

2-Dois erros concernentes ao sacramento da ordem

A associação entre a ordenação e um grau superior de santidade

A associação entre a ordenação e um grau superior de santidade está em muitas mentes há muito tempo. Não era incomum ouvir: “Ele se tornou padre para salvar a sua alma”!

No decreto do Vaticano II sobre o ministério e a vida dos padres, lemos um enunciado (Presbyterorum ordinis §12) que pode parecer ambíguo, porque, mesmo que o artigo comece recordando que certos padres “já pela consagração do Batismo receberam com os restantes fiéis o sinal e o dom de tão insigne vocação e graça para que, mesmo na fraqueza humana, possam e devam alcançar a perfeição”, acrescenta: “Fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de Cristo, de igual forma é enriquecido de graça especial para que, servindo todo o Povo de Deus e a porção que lhe foi confiada, possa alcançar de maneira conveniente a perfeição d’Aquele de quem faz as vezes”. Mas a graça do sacramento da ordem é uma graça para os outros.

A ordenação não é um super batismo, que constitui uma classe de super cristãos. Os Padres do Concílio Vaticano II expressam firmemente: “Comum é a dignidade dos membros (do povo de Deus), pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa. Nenhuma desigualdade, portanto, em Cristo e na Igreja” (Constituição sobre a Igreja, Lumen gentium, LG § 32).

Afirmamos muito claramente que a santidade não depende do estado de cada um – celibatário, casado, viúva, padre –, mas da sua resposta pessoal à graça que é concedida a todos, porque Deus quer que todas as pessoas sejam salvas.

3-A ordenação e seus limites

O batismo é a única fonte de toda a vida cristã. Os sacramentos posteriores à iniciação cristã conferem uma “qualificação” própria. A ordem, assim como o matrimônio, consagra caminhos diferentes da vida batismal comum e confere àqueles que recebem o sacramento uma atitude nova e um lugar determinado na comunidade. Trata-se de uma modificação do modo de ser-para-os-outros, mas não de uma modificação da essência. Novamente, não existem super-humanos!

Francisco recorda isso em sua carta ao cardeal Ouellet: “Nossa primeira e fundamental consagração afunda suas raízes em nosso batismo. Ninguém foi batizado padre nem bispo”.

No entanto, Pio X, na sua encíclica Vehementer nos (1906), descreveu a Igreja como uma “sociedade de essência desigual que compreende duas categorias de pessoas”. E continuava: “Essas categorias são tão claramente distintas entre si que só no corpo pastoral residem o direito e autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros rumo às finalidades sociais; e que a multidão não tem outro dever senão o de se deixar guiar e de seguir, como um dócil rebanho, os seus Pastores”, imagem ainda impressa em muitas mentes.

Se os Padres do Concílio Vaticano II escreveram: “O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico se diferenciam essencialmente” (LG § 10), eles também enunciaram firmemente a igual dignidade de todos os batizados (§ 12). São os sacerdócios que diferem essencialmente, não os filhos de Deus!

Francisco insiste: “Mas [...] essa afirmação da igual dignidade no seio da Igreja pode provocar e justificar [...] sentimentos de indignação quando essa dignidade, afirmada em linha de princípio, não parece honrada pela instituição, pelo seu discurso, pelas suas regras, pelas suas tradições, pela sua casuística etc., em relação às aspirações que emergem legitimamente nas consciências e nas comunidades”.

É desde o seminário que os desvios ocorrem. Os seminários têm o efeito de integrar no espírito dos seminaristas um ordo, uma ordem constituída, que segue o espírito de Pio Xe que não pode deixar de recordar o Ancien Régime e as suas três ordens. E esse estado de espírito se desdobra facilmente em uma monarquia clerical que ignora que muitas questões devem ser tratadas segundo a subsidiariedade e a colegialidade (incluindo os leigos).

Por que alguns bispos mandam seus postulantes para uma instituição fora da sua diocese, embora uma parte dos estudos seja dispensada em sua própria diocese e permita que os leigos obtenham diplomas canônicos?

São inúmeros os pontos da vida das paróquias e das dioceses que deveriam envolver todos os batizados, os quais deveriam poder exercer responsabilidades de acordo com suas competências, mas são impedidos pelo espírito de poder que predomina sobre o do serviço junto a certos padres e leigos “clericalizados”!

Pelo contrário, vale a pena se debruçar sobre a iniciativa significativa e exemplar do Papa Francisco na preparação dos sínodos dos bispos sobre a família e depois no sínodo sobre os jovens e a fé cristã: ao contrário do costume relativo ao clericalismo, ele pediu a participação de todos os batizados na preparação do documento de trabalho dos Padres sinodais! Uma preparação de baixo para cima! Algo jamais visto antes!

A mediação do padre não é absolutamente necessária. Ela é subordinada (à de Cristo), útil (se procede da misericórdia do Pai), mas não indispensável ao Espírito (que sopra onde quer).

3-O padre está a serviço dos batizados... mas, de fato, o poder suplanta o serviço muito frequentemente

Nos Evangelhos, os apelos de Jesus (palavras e atos) ao serviço e à caridade são numerosos demais para serem lembrados aqui. Mas talvez possamos meditar sobre a interrogação que surge depois de lavar os pés dos discípulos: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer?” (Jo 13, 12b). Podemos ler tanto um convite à reflexão quanto uma consternação diante das resistências humanas.

Francisco escreve: “Somos chamados a servir os leigos, não a nos servirmos deles”.

A propósito de desvios do serviço em poder, vejamos a realidade dos direitos dos fiéis na Igreja. Evocarei apenas dois aspectos, a título de exemplo.

 a) O direito de expressão

É um direito explicitado no Direito Canônico (formulado com o estilo que convém): “Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas” (c. 212 § 3). E o cânone 221 § 1 afirma que “aos fiéis compete o direito de reivindicar legitimamente os direitos de que gozam na Igreja, e de os defender no foro eclesiástico competente segundo as normas do direito”.

Ad intra, a expressão do cristão leva a evocar o sensus fidei. Este pode ser considerado, em nível pessoal, como uma capacidade de perceber a verdade da fé, recebida do Espírito Santo que “nos introduz a toda a verdade”. Em nível comunitário, embora o sensus fideie a opinião pública não sejam da mesma natureza, eles estão intimamente ligados, mas não entraremos nessa distinção aqui. Deixaremos a questão em aberto: vox populi vox Dei?

Se o direito de expressão dos fiéis na Igreja é reconhecido, individualmente ou em associação, onde ele pode ser exercido? Existem lugares de expressão e de debate na Igreja? Infelizmente, na prática, muito frequentemente, constatamos que se escutam aqueles que se optou por escutar, e se ouvem aqueles que se tem a vontade de ouvir! É o que pode acontecer nos sínodos diocesanos, que muitas vezes parecem ser lugares de reflexão e de diálogo para os fiéis. Mas eles são convocados, como conselhos, pelo bispo sobre um assunto que ele define e é ele, no fim, quem redige e promulga os decretos do sínodo e os transmite a Roma.

Assim, não é raro que os participantes nas assembleias sinodais fiquem, ao mesmo tempo, entusiasmados com a iniciativa e frustrados com a impossibilidade de discutir certas questões ou a sua omissão no documento final.

Ad extra, e apesar de padres e bispos não serem os porta-vozes dos fiéis, que absolutamente não participaram da sua nomeação, a mídia busca principalmente a palavra da hierarquia clerical do que a dos fiéis que, em sua grande parte, estão acostumados e resignados com esse fato. Assim, as declarações públicas dos leigos que tentam expressar suas diferenças são facilmente marginalizadas. Restam as redes sociais, em que, como em outros âmbitos, há de tudo, para o bem e para o mal.

Direitos trabalhistas

A Igreja expressou-se amplamente sobre o assunto com uma rica e abundante “doutrina social”, concernente ao mundo do trabalho, aos seus papéis, às suas regras... E na prática, dentro das instituições, organizações e comunidades eclesiais? Cada vez mais, os leigos exercem – na maioria dos casos voluntariamente, mas às vezes também sob formas de emprego assalariadas – funções diversas nas instituições eclesiais. Aí frequentemente também reina o clericalismo, porque as responsabilidades importantes raramente são confiadas aos leigos, e estes, muito frequentemente, ainda permanecem em uma situação de subordinação ao clero, seja qual for o nível das suas competências e/ou da natureza religiosa ou profana da tarefa.

Inversamente, também é verdade que alguns leigos se apropriam de certas funções e não aceitam que estas sejam questionadas ou possam ter um fim.

Mais gravemente, em nome do “serviço à Igreja”, muitos abusos se perpetuam às custas dos fiéis leigos e/ou de religiosos: superação dos horários de trabalho combinados, salários muitas vezes baixos ou até inexistentes. Aliás, foi somente a partir de 1997 que os bispos franceses adotaram um “estatuto do pessoal leigo da Igreja da França”, que foi seguido, há nove anos, pela implementação das primeiras convenções coletivas em 2016 que levaram à constituição de um acordo setorial entre os representantes dos empregadores e dos sindicatos.

E, nesse mesmo ano, um artigo publicado no dia 1º de março no L’Osservatore Romano lançava um alerta sobre o trabalho “(quase) gratuito” das freiras a serviço de bispos e de cardeais. Esses fatos certamente não são uma exclusividade romana. Eles também fazem parte do clericalismo em favor de seus autores e/ou beneficiários, já que o abuso de autoridade gera uma exploração que pode se tornar sórdida.

Em conclusão

Não podemos senão aderir em pensamento, palavras e ações às injunções do nosso papa que escreve: “Tudo o que for feito para erradicar a cultura de abuso das nossas comunidades, sem uma participação ativa de todos os membros da Igreja, não conseguirá gerar as dinâmicas necessárias para uma saudável e realista transformação”; “É impossível imaginar uma conversão do agir eclesial sem a participação ativa de todos os integrantes do povo de Deus”, e ainda: “É a hora dos leigos, mas parece que o relógio parou!”.

A Igreja “é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (LG 1). A Igreja não é somente o meio, mas também a própria mensagem.

E, como escreveu Francisco: “A visibilidade e a sacramentalidade da Igreja pertencem a todo o povo de Deus (cf. LG 9-14), e não apenas a uns poucos eleitos e iluminados”.

Francisco nos chama a uma conversão radical e a uma “revolução” das práticas para todos os católicos, porque nós somos todos, mais ou menos, atingidos pela peste do clericalismo. Cinco séculos depois da Reforma Protestante, uma nova Reforma é necessária para pessoas e instituições. Ela só será possível através de Igrejas e comunidades locais das quais se deve reconhecer a diversidade sem desconhecer a universalidade na comunhão. Francisco expressa isso de uma maneira lapidar: “Não se podem dar diretrizes gerais para uma organização do povo de Deus dentro de sua vida pública”.

Essa nova Reforma, não só espiritual, mas também funcional e institucional, sine qua non, deverá se basear na promoção da dignidade dos batizados, na sua formação, na sua colaboração responsável. O sacerdócio ministerial, em todos os níveis da hierarquia clerical, cumprirá então a sua missão junto aos fiéis leigos pelo serviço essencial da comunhão e da unidade na diversidade.

Se a Igreja de Cristo realmente “subsiste” na Igreja Católica (cf. LG 8), ela deverá mostrá-la nos fatos e na reforma de suas instituições. Caso contrário, essa Igreja Católica Romana, cada vez mais desacreditada, será cada vez mais desertada pelos fiéis de Cristo; seu anúncio e sua participação no advento do Reino não serão mais audíveis e correrão fortemente o risco de passar ainda mais por outros canais.

Nota:

[1] As recentes cartas a que o autor se refere são a “Carta do Papa Francisco ao Cardeal Marc Ouellet”, 19-03-2016, a “Carta del Santo Padre Francisco al Pueblo de Dios que peregrina en Chile” , 31-05-2018, e a “Carta do Papa Francisco ao Povo de Deus”, 20-08-2018.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br