4º Domingo do Advento: Zacarias não teve fé e ficou mudo, Maria teve fé e viajou 100 quilômetros para servir.

“Maria, de fato, é bem-aventurada porque acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé. Zacarias, ao invés, que não acreditou, ficou surdo e mudo, para crescer na fé durante o silêncio: sem fé, se fica inevitavelmente surdo à voz consoladora de Deus; e se é incapaz de pronunciar palavras de consolo e de esperança para os nossos irmãos”. Papa Francisco

“- Lucas acentua a prontidão de Maria em servir, em ser serva. De 100 quilômetros, quatro dias de viagem, no mínimo!

-Isabel representa o Antigo Testamento que estava terminando. Maria representa o Novo que está começando.

-"Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor vai acontecer". A Palavra de Deus, tem força para realizar tudo aquilo que ela nos diz.

-É Palavra criadora. Gera vida nova no seio da virgem, no seio do povo pobre que a acolhe com fé.

-Lucas quer comunicar às Comunidades: não fechar-se sobre si mesma, mas sair de si, sair de casa, e estar atenta às necessidades bem concretas das pessoas e procurar ajudar os outros na medida das necessidades”. Frei Carlos Mesters, O. Carm.

Imagem será exposta à meia noite do dia 24 e substituirá santa grávida

RIO- Com um dos seios à mostra, Maria — a mãe de Jesus — vai aparecer no presépio, em tamanho natural, montado no Largo da Glória, na Zona Sul do Rio, em frente à saída da estação do metrô. A peça, confeccionada pelo padre Wanderson José Guedes, só será exibida à meia-noite do dia 24, em substituição à imagem de Maria grávida sobre o burrinho, que integra a representação inaugurada no último dia 9 pelo arcebispo Dom Orani Tempesta.

A ousadia é um alerta sobre os constrangimentos sofridos por mães ao amamentar em locais públicos. A Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, responsável pela obra, sabe que pode enfrentar críticas. No ano passado, o presépio, que abordava a corrupção, foi depredado.

— O que me motivou foi a preocupação de parte das mães que não amamentam seus filhos por questões estéticas. E o crescente moralismo de alguns tradicionalistas que acham que amamentar em lugar público é uma indecência — explica o pároco Wanderson José Guedes.

Preocupam o religioso reportagens e posts que relatam confusões envolvendo mães durante a amamentação. Em julho, guardas municipais acusaram uma mulher de “atentado violento ao pudor” por amamentar seu filho em um terminal rodoviário, em Santo André, na Grande São Paulo.

— Algumas mães sentem, por parte dos outros, um certo tabu em amamentar publicamente seus filhos — lamenta.

A consultora em amamentação Clarissa Oliveira diz acreditar que o preconceito contra a amamentação na rua esteja se tornando mais corriqueiro, especialmente conforme a criança cresce:

— Apesar dos esforços de valorizar a amamentação, parece que cada vez mais as mulheres se sentem pressionadas, seja por ofensas diretas ou só por olhares indiscretos e comentários para não exporem os seios, cobrindo com paninhos ou se escondendo para amamentar. Os relatos de constrangimento são quase diários nos grupos de promoção do aleitamento materno.

A mensagem sobre a amamentação, porém, só ficará evidente na virada do Natal. Como reza a tradição, o menino Jesus deve ser colocado, ao lado da mãe, na manjedoura.

— O tema deste ano só será explícito na segunda-feira, dia 24, quando as pessoas virem a imagem de Maria amamentando — diz Wanderson.

‘Realidade temporal’ 

O pároco afirma temer que grupos mais radicais possam tentar destruir o presépio, como aconteceu no ano passado.

— Espero críticas por ser uma imagem polêmica e por uma certa onda conservadora que se abateu com força dentro da Igreja. Muitos padres e movimentos leigos querem uma Igreja segundo o Concílio de Trento. Uma Igreja principesca, com muito moralismo e preconceitos. Acredito que essa ala mais tradicional irá bradar e me chamar de herético e tantos outros adjetivos do gênero. Com certeza me condenarão ao inferno — observa o religioso, com bom humor.

A escultura de Maria com o seio esquerdo à mostra está guardada no ateliê do padre Wanderson, em um sobrado na área do Santuário. Na representação criada pelo religioso, Maria está sentada com o menino no colo.

— A função do presépio não só é um meio de evangelizar pela arte, mas também de contextualizar o nascimento de Jesus nos dias atuais. Jesus vem salvar o ser humano dentro de sua realidade cultural e temporal — observa. Fonte: https://oglobo.globo.com

As novidades do ambiente digital 

Uma realidade invasiva

  1. O ambiente digital caracteriza o mundo contemporâneo. Amplas camadas da humanidade estão mergulhadas nele de maneira normal e contínua. Não se trata apenas de «usar» instrumentos de comunicação, mas de viver numa cultura amplamente digitalizada, que tem impactos extremamente profundos sobre a noção de tempo e de espaço, sobre a percepção de si, do próximo e do mundo, sobre a maneira de comunicar, aprender, obter informações, entrar em relação com os outros. Uma abordagem da realidade que tende a privilegiar a imagem relativamente à escuta e à leitura influencia o modo de aprender e o desenvolvimento do sentido crítico. Já se tornou evidente que «o ambiente digital não é um mundo paralelo nem puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens» (Bento XVI, Mensagem para o XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais).

A rede de oportunidades

  1. webe as redes sociais constituem uma «praça» onde os jovens transcorrem muito tempo e se encontram facilmente, embora nem todos tenham igual acesso às mesmas, de modo particular em determinadas regiões do mundo. Contudo, elas constituem uma extraordinária oportunidade de diálogo, encontro e intercâmbio entre as pessoas, bem como de acesso à informação e ao conhecimento. Além disso, o mundo digital é um âmbito de participação sociopolítica e de cidadania ativa, e pode facilitar a circulação duma informação independente, capaz de tutelar eficazmente as pessoas mais vulneráveis, revelando as violações dos seus direitos. Em muitos países, a web e as redes sociais já constituem um lugar indispensável para alcançar e envolver os jovens nas próprias iniciativas e atividades pastorais.

O lado obscuro da rede

  1. O ambiente digital é também um território de solidão, manipulação, exploração e violência, até ao caso extremo da dark web. Os meios de comunicação digitais podem expor ao risco de dependência, isolamento e perda progressiva de contato com a realidade concreta, impedindo o desenvolvimento de relações interpessoais autênticas. Novas formas de violência propagam-se através das redes sociais, por exemplo o cyberbullying; de igual modo, a webconstitui um canal de divulgação da pornografia e de exploração das pessoas para fins sexuais ou através do jogo de azar.
  2. Por fim, no mundo digital existem gigantescos interesses económicos, capazes de atuar formas de controle que são tão cavilosas quão invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo democrático. Frequentemente, o funcionamento de muitas plataformas acaba por favorecer o encontro entre pessoas que pensam do mesmo modo, obstruindo o confronto entre as diferenças. Estes circuitos fechados facilitam a divulgação de informações e notícias falsas, fomentando preconceitos e ódio. A proliferação de notícias falsas é expressão duma cultura que perdeu o sentido da verdade e adapta a realidade a interesses particulares. A reputação das pessoas é comprometida através de processos 

4º- DOMINGO DO ADVENTO: Canto de entrada

Alegra-te Jerusalém

(Canto de entrada do 4º Domingo do Advento. Ano Litúrgico-C)

Do CD- Campanha da Fraternidade-2019.

Música de Reginaldo Veloso e Eurivaldo S. Ferreira

Alegra-te, Jerusalém
E quem no mundo te quer bem
Se junte alegre para a festa
Quem só curtia a tristeza
Contentes com satisfação
Transbordem de consolação!


1-Que alegria quando ouvi que me disseram:
"Vamos à casa do Senhor!"
- E agora nossos pés já se detêm
Jerusalém, em tuas portas


2-Jerusalém, cidade bem edificada
Num conjunto harmonioso
- Para lá sobem as tribos de Israel
As tribos do Senhor


3-Para louvar, segundo a lei de Israel
O nome do Senhor
- A sede da justiça lá está
E o trono de Davi


4-Roguem que viva em paz Jerusalém
E em segurança os que te amam!
- Que a paz habite dentro de teus muros
Tranquilidade em teus palácios!


5-Por amor a meus irmãos e meus amigos
Peço: "A paz esteja em ti!"
- Pelo amor que tenho à casa do Senhor
Eu te desejo todo o bem!

Leitura do Evangelho de Lucas 1, 39-45 (Correspondente ao 4º Domingo de Advento, do ciclo C do Ano Litúrgico). O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

No quarto domingo de Advento, a comunidade cristã já está próxima de celebrar o Natal. A pessoa de Maria aparece hoje com todo seu esplendor, com toda sua beleza e ternura. Ser Mãe é um sinal da benção de Deus, e Maria recebe a Promessa do Messias no seu ventre, mas também escuta a boa notícia de sua prima que já faz seis meses que está grávida.

O texto de hoje fala da visita de Maria a sua prima Isabel. Duas pessoas conhecidas e queridas, mas as duas levam no seu interior um mistério que ainda não conheciam e que as enche de alegria! Receberam o presente do Deus da vida, que as abençoou favorecendo-as com o nascimento de um filho. Isabel, mãe de João Batista que é o anunciador do Messias, e Maria, Mãe de Jesus o Salvador! Deus as bendiz com sua ternura e misericórdia.

“Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judeia.” 

Maria parte para a região montanhosa e deve percorrer mais de cem quilômetros. Ela não duvida um instante: Isabel precisa dela e ela dirige-se ao seu encontro. Sua gravidez não é um impedimento!

Lembremos que, quando Lucas fala de Maria, pensa também nas comunidades, e através das atitudes de Maria oferece um ensino para as comunidades cristãs repartidas ao longo do vasto império Romano, nas suas cidades. Maria não fica olhando para si mesma, sozinha com a Vida Nova que cresce nela. Ela “partiu”.

“Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.”

Neste momento do encontro, Isabel representa o Antigo Testamento que termina e Maria, o novo Testamento que começa. Maria entra na casa de Zacarias e, nesse preciso momento, Isabel fica cheia do Espírito Santo. Para Maria não há limites!

“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”

O elogio de Isabel a Maria é um profundo reconhecimento de sua fé e confiança no Senhor: ela acreditou que ia acontecer o que foi prometido!! E por isso é bem-aventurada. Isabel louva sua fé porque ela que acreditou na Palavra criadora.

A Palavra de Deus chama-nos a perguntar-nos onde está nascendo a Vida ao nosso redor? Onde o Espírito Santo gera uma vida nova, quase inesperada, mas desejada profundamente!

Há muitas realidades que no seu interior levam uma esperança de vida, pessoas que saem de suas terras na busca de melhores condições de vida, que procuram condições dignas para sua família. Pessoas que não têm medo de passar por adversidades porque seu objetivo é acompanhar aquelas situações de necessidade, de injustiça, de dor. Há uma vida que se gera no segredo e é preciso estar capacitado e capacitada para escutá-la e percebê-la.

Peçamos ao Senhor que nos ensine a deixar-nos guiar pelo Espírito de uma Vida que continuamente está brotando como a nascente de um rio. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO, CARMELITA. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro. Quinta-feira, 20 de dezembro-2018. (Missa das 12h). 

AO VIVO- SANTA MISSA COM FREI PETRÔNIO DE MIRANDA, CARMELITA. Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, Rio de Janeiro. 19 de dezembro-2018. 

Padre é acusado de ofender idosos, funcionários e fazer cabaré na TV

Nas redes sociais, Alessandro Campos ostenta relógios caros, automóveis luxuosos e joias. Na TV, ele teria irritado muita gente

Conhecido pelo jeito simpático, o padre Alessandro Campos, destaque da TV Aparecida, recebeu várias acusações de fãs e do público em geral. As declarações foram encaminhadas ao colunista Ricardo Feltrin, do UOL, que as divulgou nesta segunda-feira (17/12).

De acordo com o jornalista, telespectadores ficaram indignados após Alessandro fechar contrato com a RedeTV! para comandar um programa musical. “Ele não é um padre, mas um cantor sertanejo que está promovendo suas canções que não têm cunho religioso”, disse uma mulher a Feltrin.

Outro telespectador, que já havia comparecido a um programa de Alessando na TV Aparecida, explicou como a atração é guiada. “Deveria ser programa com músicas religiosas, respeito e seriedade, mas o que vemos são ofensas e brincadeiras bestas, idiotas que denigrem os idosos – no caso dele, chamados de velhos e velhas”, apontou.

Entre injúrias, o padre teria, certo dia, anunciado que “na plateia, às vezes, tem uma ou duas [mulheres] bonitas, o resto é tudo bagulho pra despacho”. Além disso, Alessandro seria responsável por vários casos de maus-tratos contra seus próprios funcionários.

Um fã de Alessandro revelou, ainda, ter pagado R$ 65 para ir ao programa, que foi cancelado. Outros reclamam dos produtos anunciados pelo religioso na atração. Os fãs que vão mais além se revoltam com as vestimentas da figura pública, acusando-o de trajar roupas apertadíssimas. “Ele é padre, mas apresenta na TV um cabaré”, queixou-se um fiel, segundo Feltrin.

À coluna do jornalista, Alessandro negou todas as acusações, afirmando nunca ter ofendido idosas e que suas declarações não passam de brincadeiras. Sobre os funcionários humilhados, o padre nega, e se surpreende com as queixas acerca de suas roupas.

Acusado também de ostentar nas redes sociais – exibindo relógios caros, automóveis luxuosos e joias -, o religioso afirma nunca ter feito “voto de pobreza”. Fonte: www.metropoles.com

O Papa está prestes a tomar novas medidas sobre um movimento leigo controverso? Qual será o futuro do cardeal PellA reportagem é de Robert Mickens, publicada por La Croix International, 14-12-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.

Nem tudo é sempre como aparenta ser no misterioso mundo do Vaticano.

Na semana passada, o Papa Francisco comemorou 49 anos como presbítero ordenado. Enquanto muitos padres fazem do seu aniversário de ordenação um dia de grande celebração, o seu aniversário, que aconteceu no dia 13 de dezembro, passou praticamente despercebido, sem muitas comemorações.

Francisco começou o dia em uma oração particular antes de celebrar a missa matinal. Tomou seu café da manhã na sala de jantar de sua residência, na Santa Marta, se preparando para uma série de reuniões privadas e audiências em grupo, incluindo com dez novos embaixadores para a Santa Sé.

Antes do almoço, Francisco também havia conversado com três bispos de língua espanhola numa importante reunião. Uma sessão para indicar que o Vaticano está prestes a entrar em ação contra o Sodalitium Christianae Vitae, um movimento leigo de homens e mulheres conservadores e cultuados, fundado nos anos 70 no Peru.

Como observado aqui há algumas semanas, o fundador da Sodalitium, Luis Figari, junto à vários outros líderes masculinos foram acusados ​​de manipular psicologicamente e abusar sexualmente de várias mulheres no movimento. A ex-chefe da filial feminina, Rocio Figueroa, recentemente reafirmou as alegações de que as autoridades do Vaticano demoraram a agir quando ela denunciou os abusos, enquanto trabalhava como funcionária do então Pontifício Conselho para os Leigos.

O Papa não ficou indiferente. No dia 13 de dezembro, se reuniu com os dois homens que ele havia indicado no mês de janeiro para assumir o Sodalitium como comissários papais - o bispo Noel Antonio Londoño Buitrago, redentorista que dirige a diocese de Jericó, na Colômbia, e o padre franciscano Guillermo Rodríguez. Também participaram da reunião o funcionário número 2 da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Dom José Rodríguez Carballo, ex-superior geral da Ordem dos Frades Menores.

Nada foi divulgado sobre tais conversas. Mas é interessante notar que, na mesma manhã, Francisco também teve um encontro particular com o cardeal Luis Ladaria, SJ, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. No dia seguinte, teve um cara a cara com o cardeal Stanislaw Rylko, ex-presidente do antigo Conselho Pontifício para os Leigos.

Neste ponto, você provavelmente está começando a conectar os fatos. O escritório do cardeal Ladaria lida com penalidades canônicas para o abuso sexual de padres. Enquanto o fundador suspenso de Sodalitium, Luis Figari, não é um padre, ele atua como um ex-oficial ou líder.

Quanto ao cardeal Rylko, Rocio Figueroa declarou publicamente que ele - seu ex-chefe -, se recusou a apoiá-la quando ela emitiu suas denúncias sem resposta para outros escritórios do Vaticano. Provavelmente descobriremos em breve a natureza plena desses vários encontros que o Papa teve na semana passada e o que eles significam para o futuro do Sodalitium Christianae Vitae, sua liderança e seus membros.

A maior notícia sobre a agenda do Papa Francisco na semana passada, é claro, foi a mais recente reunião do Conselho de Cardeais (C9), seleto grupo de conselheiros seniores que ele criou em 2013, apenas um mês após sua eleição para a cátedra de Pedro.

Esse foi o 27º encontro do gabinete do Papa, que tem a tarefa específica de ajudar o bispo de Roma em seu papel de governança universal da Igreja. Mais precisamente, ajudar nos negócios imediatos de reformar a Cúria Romana.

O grupo tem sido chamado de C9, já que é formado por nove cardeais de várias partes do mundo e do Vaticano. Como Nicolas Senèze relatou esta semana, Francisco liberou três dos cardeais de seu mandato no conselho.

Dois deles estão ligados à escândalos de abuso sexual. O cardeal Francisco Errazuriz, de 85 anos, foi acusado de encobrir abusos no Chile, enquanto o cardeal George Pell, de 77 anos, está na Austrália há mais de um ano para enfrentar acusações de "ofensas históricas de agressão sexual", lutando por sua inocência.

O terceiro cardeal é Laurent Monsengwo, de 79 anos, que recentemente se aposentou como arcebispo de Kinshasa na República Democrática do Congo.

Todos os três estão além da idade da aposentadoria e já completaram o mandato inicial de cinco anos no Conselho dos Cardeais. Francisco, que faz 82 anos na semana que vem, informou a eles no mês de outubro que seus termos não serão renovados. Os termos dos seis membros originais restantes do C9 foram estendidos, pelo menos por enquanto, embora nenhum substituto foi nomeado para os outros três cardeais.

Esse conselho privado foi formado por representantes de diferentes áreas continentais. Tudo indica que, na hora certa, o Papa possa escolher novos membros da Oceania(para substituir Pell), América do Sul (para substituir Errazuriz) e África (para substituir Monsengwo). Tenha em mente que este é um Conselho de Cardeais, então - a menos que o Papa esteja prestes a surpreender a Igreja com planos de colocar mulheres na faculdade de elite - você pode esquecer a ideia dele nomear conselheiras como membros de pleno direito no C9.

Dos três membros que saíram, apenas um ainda não está aposentado, que é o cardeal George Pell. Ele está tecnicamente em uma licença de seu trabalho no Vaticano para que possa enfrentar acusações de abuso na Austrália, incluindo um segundo julgamento em março.

Por enquanto, ele continua a ser o prefeito da Secretaria da Economia. Esse prazo termina em 24 de fevereiro, o último dia da cúpula de três dias do Papa Francisco com os chefes das conferências episcopais do mundo a respeito de abuso de menores.

Seja qual for o resultado das batalhas do tribunal de Cardeal Pell, é provavelmente seguro dizer que seus esforços para vencer os problemas financeiros que o Vaticanoenfrenta acabaram. Ele não vai voltar. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Nossos parabéns! Bergoglio é o primeiro Papa filho do Continente Americano, o primeiro não europeu em mais de doze séculos, o primeiro Papa originário da "Companhia de Jesus" e o primeiro a chamar-se Francisco. Eleito Sucessor de Pedro em 13 de março de 2013, governa a Igreja há mais de cinco anos.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco completa nesta segunda-feira, 17 de dezembro, 82 anos de vida.

Jorge Mario Bergoglio nasceu em uma família católica, em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires. Seus pais, Mário José Bergoglio e Regina Maria Sívori, eram imigrantes italianos.

Jorge foi batizado no dia de Natal de 1936, na Basílica Maria Auxiliadora e São Carlos, da capital argentina. Estudou no Colégio salesiano e na Escola de Educação Técnica, onde se formou como técnico em química.

Durante a sua juventude, Bergoglio foi acometido por uma enfermidade pulmonar e submetido a uma operação cirúrgica, na qual foi extirpada parte de seu pulmão.

Ingresso na Companhia de Jesus e ordenação sacerdotal

Em 11 de março de 1958, ingressou para a Companhia de Jesus e concluiu seus estudos no Seminário Jesuíta de Santiago do Chile. Durante o Curso de Teologia foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969, com quase 33 anos de idade. Partiu para a Espanha, em 1970, onde terminou seus estudos e fez sua profissão perpétua como Jesuíta.

Ao voltar à Argentina, foi mestre de noviços, professor na Faculdade de Teologia de San Miguel, consultor provincial da Companhia de Jesus e reitor do Colégio Máximo da Faculdade San José.

Arcebispo de Buenos Aires e cardinalato

Jorge Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires, pelo Papa João Paulo II, em 1992; depois coadjutor e, em 1998, sucessor do cardeal Antônio Quarracino, tornando-se Arcebispo de Buenos Aires. Foi criado cardeal por João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001, ocupando muitos cargos importantes na Igreja.

O cardeal Bergoglio foi presidente da Conferência Episcopal Argentina, por dois períodos consecutivos (2005-2011) e membro do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).

Estilo de vida simples e austero

Contudo, o cardeal Bergoglio sempre manteve um estilo de vida simples e austero: vivia em um pequeno apartamento, em vez do palácio arquiepiscopal; utilizava os transportes públicos para se locomover e fazia a sua comida; gostava de óperas, tango e futebol, sendo sócio e torcedor do time São Lourenço de Almagro.

Ao completar 75 anos, o cardeal Bergoglio apresentou sua renúncia, por limite de idade, ao Papa Bento XVI, e queria retirar-se em uma Casa para Sacerdotes idosos ou enfermos, levando uma vida de oração e de direção espiritual.

Eleição à Cátedra de Pedro

Porém, no dia 11 de fevereiro de 2013 o Papa Bento XVI renunciou ao governo da Igreja, sendo convocado um novo Conclave, durante o qual o cardeal Jorge Mário Bergoglio foi eleito, em 13 de março de 2013, seu Sucessor, escolhendo para si o nome de Papa Francisco, em honra a São Francisco de Assis.

Bergoglio é o primeiro Papa do Continente Americano, o primeiro não europeu em mais de doze séculos, o primeiro da Companhia de Jesus e o primeiro a chamar-se Francisco. Hoje, com 82 anos de idade, o Papa Francisco, proveniente “quase do fim do mundo”, como ele mesmo afirmou, governa a Igreja há mais de cinco anos. Feliz Aniversário, Papa Francisco!

Fonte: www.vaticannews.va

O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.

O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.

 

ATUALIZAÇÃO (EVANGELHO - Lc 3,10-18)

“E nós, que devemos fazer?” A expressão revela a atitude correta de quem está aberto à interpelação do Evangelho. Sugere-se aqui a disponibilidade para questionar a própria vida, primeiro passo para uma efetiva tomada de consciência do que é necessário transformar.

Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos: ninguém tem o direito de se apropriar deles em seu benefício exclusivo. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem, são obstáculos intransponíveis que impedem o Senhor de nascer no meio de nós. As nossas comunidades e nós próprios damos testemunho desta partilha que é sinal do Reino proposto por Jesus?

Os publicanos eram aqueles que extorquiam dinheiro de modo duvidoso, despojando os mais pobres e enriquecendo de forma ilícita. Que dizer dos modernos esquemas imorais (às vezes lícitos, mas imorais) de enriquecimento rápido? Que dizer da corrupção, do branqueamento de dinheiro sujo, da fuga aos impostos, das taxas exageradas cobradas por certos serviços, das falcatruas? Será possível prejudicar conscientemente um irmão ou a comunidade inteira e acolher “o Senhor que vem”?

“Não exerçais violência sobre ninguém”… E os atos de violência, que tantas vezes atingem inocentes e derramam sangue ou, ao menos, provocam sofrimento e injustiça? E os actos gratuitos de terrorismo, ainda que sejam mascarados de luta pela libertação? E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo, ou a exploração de imigrantes estrangeiros? E as prepotências que se cometem nos tribunais, nas repartições públicas, na própria casa e, tantas vezes, nas recepções das nossas igrejas? Neste quadro, é possível acolher Jesus?

Ser cristão é ser batizado no Espírito, quer dizer, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e a sua proposta. O que é que conduz a nossa caminhada e motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso egoísmo e comodismo?

*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.

Escultura de Maria será trocada no dia 24 e promete surpreender o público

RIO — Uma das imagens mais simbólicas do Natal é a do presépio, que remete à noite do nascimento de Jesus. Nada mais divino e, ao mesmo tempo, tão humano, na opinião do padre Wanderson Guedes, da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Glória. Ele, que é o responsável pelo presépio que já virou tradição no bairro, diz que este ano quer abordar o que considera um “retrocesso humano existencial”.

— Temos que entrar na luta contra a onda de conservadorismo e puritanismo de uma parte da população que se escandaliza com questões tão normais como mães amamentando seus filhos em locais públicos — afirma ele, que é pároco da igreja há 14 anos.

Este ano, a imagem da Virgem Maria aparece grávida em cima de um burrinho, na companhia de José. O religioso adianta que no dia 24 o público terá uma grande surpresa, que ele não revela de jeito nenhum.

— Vamos trocar a imagem de Maria por uma outra que vai mostrar exatamente a mensagem que queremos passar — diz o padre, que também é artista plástico e restaurador e que esculpe cada uma das imagens em tamanho natural.

Ele lamenta o episódio de vandalismo que aconteceu ano passado e que danificou parte das imagens. Este ano, o presépio vem com metade das peças habituais.

— Não tivemos recursos financeiros para restaurar tudo e fazer um novo cenário. Reaproveitamos tudo o que pudemos. Queríamos ter feito um presépio à altura do que os cariocas merecem — diz o padre, que não recebe patrocínio para montar a maquete. — Se não fosse pela força e o apoio dos paroquianos, que abraçaram a causa junto comigo, não teríamos conseguido.

Para esta data do ano, padre Wanderson deseja que as pessoas entendam que o Natal é a própria graça de Deus encarnada no mundo:

— Ela se deu pela divinização do humano que veio através do menino Jesus. que nasceu, viveu e morreu como qualquer outro ser humano. É na ternura dessa criança que veio fazer morada conosco que está o caminho que nos leva até Deus. Se conseguir trazer isso para o nosso coração de fato teremos um Natal diferente. Fonte: https://oglobo.globo.com

Pe. Crispim Guimarães

Pároco da Catedral de Dourados/ MS

Foi o único título que encontrei para definir o que venho observando nos últimos tempos na Igreja. Reclama-se dos padres, diáconos e religiosos/as que supostamente não atendem bem o povo, que não se sente acolhido. Não se pode negar que algumas acusações devem ter suas razões, contudo, existem outras questões mais profundas.

Desejo tecer algumas reflexões, fruto da convivência diária com o povo que nos procura na igreja, com os mais variados problemas. Muita gente vem desabafar seus problemas psicológicos, e o padre tem que ser um pouco profissional nesta área, outros relatam as dificuldades de relações familiares e o padre precisa compreender o momento existencial da família para acolher e aconselhar, outros ainda têm necessidades de transporte, remédios, comida, moradia, e o sacerdote, no mínimo deve acompanhar com carinho suas queixas e depois, se não pode solucioná-las, encaminhar para os que são qualificados para este fim, mas poucos são os que voltam de mãos vazias dos nossos ambientes e a prova é: se somos tão procurados é porque a notícia que corre é que a igreja sempre ajuda.

Todavia, ouço frequentemente as pessoas falando dos seus esforços para perder peso, malhar e conquistar um belo corpo, saúde, falam dos colégios caros e exigentes que podem qualificar profissionalmente, sobretudo, seus filhos, gastam pequenas fortunas para enviar a prole a países desenvolvidos para dominar línguas, mesmo que fique em casa de desconhecidos. Admiro esses esforços, realmente são louváveis tais atitudes.

Repito, ouço muitas reclamações de pessoas que foram atendidas por sacerdotes e pessoas da Igreja e que não se sentiram acolhidas e muitas deles dizem: “por isso as igrejas protestantes estão cheias”, já ouvi reclamações a meu próprio respeito, ouço isso com frequência quando tento explicar o que é a Igreja Católica e sua doutrina.

Estes dias comecei a pensar: muitos padres deixaram o ministério, não porque se apaixonaram e quiseram casar simplesmente, muitos, na realidade tiveram a mesma sensação de impotência diante de certas pessoas que chegam às secretarias e desejam ter todos os direitos e nenhum dever, e por isso, são grossas com as secretárias, com os padres, com qualquer pessoa que represente a Igreja.

Experiência própria: é raro um dia em que não me sinto apreensivo com as propostas que algumas pessoas, que se dizem católicas, me fazem. Exemplos: chegam para batizar e não querem fazer o curso, “por não terem tempo”, querem padrinhos de outras religiões, querem casar-se, porém sem a preparação necessária e denominam as exigências de burocracia, querem usar as dependências da Igreja como se fosse um salão de festas. Para resumir, tudo que a gente fala – como forma de manifestar o amor da Igreja, que pretende preparar bem, fazer conhecer aquilo que será celebrado, é visto como falta de acolhida ou empecilho.

Mas, por que será que para a Igreja nunca se tem tempo, mas para a academia, para o inglês, para as festas, para manter os filhos nos melhores colégios, não se cria tantas dificuldades? De fato, se por um lado alguns deixam e outros têm vontade de deixar a Igreja, muitos padres também têm a tentação de deixá-la por causa de certos católicos que em tudo acham dificuldades, querem todos os direitos e não vêem que as preparações são necessárias para o bom exercício da catolicidade, não é barreiras, mas expressão de amor. Não ama o pai que prepara bem o filho para a vida?

Por mais pecados que cada padre possa ter, assim como os leigos, nenhum padre vai negar os “serviços” da igreja, sobretudo, os sacramentos, mas seria pecado de sua parte não fazer com que a pessoa seja preparada para recebê-lo. Quero ver quem leva seu filho ao médico que fez o curso de medicina em um ano, em um dentista que estudou no seu próprio quintal, quem colocaria livremente seu filho no pior colégio? Muitas pessoas chegam à igreja querendo obrigar o sacerdote a fazer o que lhe convém e não o que está certo. Pergunto-me em que nos diferenciamos dos corruptos?

O processo de conversão da Igreja passa por todos, Papa, bispos, padres, religiosos (as) e leigos, precisamos sair do marasmo e do maldito “jeitinho”, que no fundo é uma tentação para tornar a Igreja de Cristo uma Instituição falida. Por isso, o padre é ministro por Cristo, o fiel deve ser católico por amor a Cristo, quem é padre por “causa do povo”, não persiste quem é católico por causa de pessoas abandonará sua fé, católica ou qualquer outra. Fonte: http://www.radiocoracao.org

Sem casa para morar e só com uma mochila nas costas e a sensação de que foi “abandonado”. Desse jeito, um homem procurou a reportagem para relatar que largou tudo para morar com um padre de uma paróquia pertencente à arquidiocese de Maringá. Mas, segundo ele, depois de meses residindo juntos na casa paroquial, o padre teria desaparecido “sem dar satisfação nenhuma”.

O padre que reza missa em uma paróquia de uma cidade da região faz mestrado em Curitiba e, de acordo com relato do rapaz, foi em uma dessas idas do padre à capital, em maio, que eles se conheceram. “A gente começou um relacionamento e no começo de agosto ele propôs que eu morasse com ele na casa paroquial. Larguei, tudo, meu apartamento, um bico que fazia lá, e vim”, diz.

De acordo com o rapaz, ele residiu na casa paroquial até recentemente, mas, na semana passada, o padre teria desaparecido sem dar explicações. Fonte: www.cantuemfoco.com.br

Artigo de Matteo Ferrari

“Contemplar o mistério da vinda do Filho do homem, ampliando o olhar para todo o Evangelho e não nos detendo unicamente nos relatos da infância, que ouviremos proclamados na liturgia do Advento e do Natal, pode dar à expectativa um rosto mais ligado à nossa existência concreta e às exigências do seguimento do Senhor.”

A opinião é do monge beneditino e teólogo italiano Matteo Ferrari, da Comunidade de Camaldoli, professor do Instituto de Liturgia Pastoral Santa Justina, de Pádua, e da Faculdade Teológica da Itália Central, de Florença. O artigo foi publicado por Settimana News, 01-12-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 Eis o texto.

Todos os anos, a liturgia da Igreja nos propõe um tempo em que a palavra-chave é “vinda”: o Advento. Nesse tempo do ano litúrgico, ouvimos ressoar muitas vezes a invocação “Vem, Senhor!”, falamos de uma vinda passada, presente e futura do Senhor, celebramos depois, no tempo de Natal, a sua vinda na carne e na história da humanidade.

Mas que significado tem a vinda do Senhor? Poderia haver muitas perspectivas para responder a essa pergunta. No entanto, há uma na qual talvez pensemos mais raramente. A de deixar que o próprio Jesus nos diga o sentido da sua vinda.

Na Carta a Tito, no trecho que lemos na noite de Natal (Tt 2, 11-13), o autor afirma que “a graça de Deus” se manifestou para nos ensinar “a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade”, resumindo, de modo muito eficaz, o sentido da vinda na história e na carne humana do Filho de Deus.

Jesus veio para nos ensinar a viver uma vida humana plena, para fazer resplandecer aos nossos olhos o sonho de Deus sobre a nossa existência e sobre a da humanidade inteira.

No entanto, nos Evangelhos, muitas vezes, é o próprio Jesus que nos diz por que ele veio, qual é o sentido da sua missão de “narrador” do rosto de Deus (cf. Jo 1, 18).

Tentemos, então, repassar o Evangelho de Mateus para deixar que Jesus mesmo diga o porquê do seu Advento e da sua encarnação. Todos os Evangelhos apresentam afirmações em que Jesus fala da sua vinda. No entanto, o primeiro Evangelho nos permite elencar três traços principais da vinda de Jesus, que podem ser particularmente significativos.

No Evangelho de Mateus, de fato, podemos identificar três âmbitos em relação aos quais Jesus afirma o significado da sua vinda: a relação com a palavra de Deus; a relação com os pecadores e com a humanidade inteira; a relação com as lógicas do mundo e com a contraposição que o anúncio da proximidade do reino de Deus pode despertar.

 

Eu vim para confirmar

Acima de tudo – e é uma característica fundamental do primeiro Evangelho – Jesus afirma que não veio para abolir/destruir a Torá/Lei e os Profetas, mas para levá-los a cumprimento e para confirmá-los (Mt 5, 17).

Por Torá/Lei e Profetas, podemos entender a palavra de Deus, através da qual ele comunica a sua vontade. Trata-se, sem dúvida, da Escritura nas duas primeiras partes do cânone judaico, a Lei e os Profetas. Acima de tudo, Jesus veio, então, em relação a Deus e à sua vontade, que se comunica aos homens e às mulheres através das Escrituras.

Existe um vínculo profundo entre essa afirmação e o conceito de justiça presente no Evangelho de Mateus. A justiça, de fato, não é principalmente de caráter jurídico ou social, mas consiste em fazer a vontade de Deus. Jesus mesmo interpreta o seu ministério como “cumprimento da justiça”, no seu diálogo com João Batista no momento do batismo no Jordão (Mt 3, 15). Não por acaso, encontramos aqui o mesmo verbo pleroo (cumprir) que se encontra em Mt 5, 17 sobre a Torá e os Profetas.

Trata-se de um primeiro dado fundamental. Jesus veio dentro de uma história de salvação, na história de um povo, na qual Deus busca comunicar a si mesmo a Israel e à humanidade inteira. O Deus da Bíblia, das Escrituras judaicas, é aquele que é “o Deus conosco”, desde o início, e que em Jesus leva às últimas consequências essa sua vontade de comunicação e de doação.

Jesus, portanto, acima de tudo, veio para manifestar, para revelar esse rosto de Deus. O Evangelho de Mateus se abre e se fecha precisamente com a expressão “conosco/com vocês” (Mt 1, 23; 28, 20). Todo o primeiro Evangelho quer anunciar que, em Jesus, se manifesta, em continuidade e conformidade com as Escrituras, o rosto de Deus “como Deus conosco”. Ele é o Emanuel (Mt 1, 23).

Essa afirmação central, que ressoa várias vezes na liturgia do Advento e do Natal, não é um dado que diz respeito unicamente aos relatos da infância, como às vezes se poderia pensar. Em vez disso, é um traço que caracteriza todo o ministério de Jesus, do qual ele se torna como que uma chave interpretativa irrenunciável. É outro modo de afirmar aquilo que João anuncia no prólogo do seu Evangelho através da expressão “o Verbo se fez carne” (Jo 1, 14).

 

Eu vim para dar a vida

Uma segunda motivação que Jesus dá à sua vinda e à sua missão diz respeito aos pecadores e, em geral, à humanidade inteira. Acima de tudo, em referência aos pecadores, ele afirma: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9, 13). Estamos no contexto do chamado de Mateus, o publicano, e da comunhão da mesa com os pecadores, que os fariseus contestam como comportamento inadequado para um fiel observante da Torá.

O tema, portanto, não parece se afastar da observância/cumprimento da Lei, de que falamos acima. Poderíamos quase dizer que, aqui, nos deparamos com uma consequência da afirmação geral que vimos a respeito da observância da Torá e dos profetas, e não da sua anulação.

É um exemplo concreto para explicar o que significa que Jesus não veio para abolir a Leie os Profetas. De fato, Jesus introduz as suas palavras de resposta às críticas dos fariseus – os homens religiosos da época, mas se dirigindo aos fiéis de todos os tempos – com uma citação do profeta Oseias (Os 6, 6): “Vão aprender o que significa: quero misericórdia e não sacrifícios”.

Se, por justiça, entendemos – como afirmamos anteriormente – adesão à vontade de Deus e à sua Palavra, Jesus veio para aqueles que não aderem a Deus, isto é, os pecadores, os distantes. Através dele, os pecadores, todos os distantes podem encontrar uma estrada para retornar a Deus e à comunhão com ele.

Em Jesus, revela-se o rosto de um Deus de misericórdia que quer estar não apenas “com os justos”, mas também “com os pecadores”; que não pode suportar nenhuma distância dele. O Deus de Jesus não é apenas “o Deus conosco”, mas ele é o Deus que “quer estar com todos”.

Na mesma perspectiva, encontramos em Mt 20, 28 (com o paralelo de Mc 10, 45) uma afirmação mais ampla que diz respeito, em geral, à relação de Jesus para com a humanidade inteira, à qual ele é enviado: “O Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.

O contexto dessas palavras é um ensinamento de Jesus aos seus discípulos sobre o seguimento. Jesus veio para servir e para resgatar, através da sua vida, a vida de todo homem e de toda mulher. Ele veio para “resgatar a vida” de toda desumanização; para fazer resplandecer a vida humana na sua integridade, assim como Deus a sonhou.

Jesus realiza esse “resgate” da vida através do dom de si. É na vida vivida como dom que a vida humana é resgatada. Jesus já afirmou isso em outra passagem do Evangelho de Mateus, que, de algum modo, constitui o centro do seu anúncio: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 16, 25). A vida humana é “resgatada” pelo dom, mas é destruída quando é vivida para si mesmos.

O contexto desse ditado acrescenta mais uma nuance. Essa não é apenas a missão de Jesus, mas também a de seus discípulos e das suas discípulas. Jesus afirma que existe um vínculo indissolúvel entre a sua missão e a vida daqueles que se puseram a segui-lo. A missão da comunidade dos discípulos de Jesus é o prolongamento da do seu mestre.

O advento/vinda de Jesus toca a vida daqueles que acolheram a sua palavra, de modo que, nele e no seu rosto, eles deveriam reconhecer a verdade deles mesmos e da sua missão no mundo. Eles também são chamados a “resgatar” a vida, vivendo como o seu mestre, na lógica do dom e do serviço.

 

Eu vim trazer a espada

Por fim, no Evangelho de Mateus, encontramos outra afirmação de Jesus a respeito da sua vinda. Talvez seja a que nos deixa mais desalentados e na qual estamos menos acostumados a pensar.

Jesus afirma que não veio para trazer a paz, mas sim a espada: “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada. De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” (Mt 10, 34-36).

No Natal, cantamos Jesus como príncipe da paz. No entanto, aqui, ele afirma que traz espada e divisão, até mesmo no âmbito que nós mais sonhamos como marcado pela harmonia e pela concórdia, como o das relações familiares. Talvez aqui Mateus tenha debaixo dos olhos a situação concreta da sua comunidade, na qual a adesão ao Evangelho por parte de alguns havia provocado profundas dilacerações até mesmo dentro das próprias famílias.

Se podemos pensar em uma situação concreta da comunidade do tempo de Mateus, no entanto, esse é um dado que diz respeito à missão de Jesus em geral: ele veio para provocar um discernimento, uma divisão entre aqueles que acolhem a sua mensagem e aqueles que a rejeitam.

Acolher a lógica do Evangelho significa ir ao encontro de rejeição e contraposição. Nesse sentido, Jesus veio para trazer divisão. Diante dele, não se pode permanecer no compromisso entre lógicas de vida e lógicas de morte; entre viver para si mesmos e viver para os outros.

A divisão de que se fala não tem tanto a ver com uma adesão institucional e formal a um grupo humano, mas sim com a necessidade de tomar posição diante do mal e da injustiça, de todas aquelas lógicas que pertencem à dureza do coração humano e que se contrapõem a Deus e à sua vontade de vida.

 

“És tu aquele que há de vir?”

No fim deste breve percurso, que nos levou a deixar que o próprio Jesus nos diga o sentido da sua missão e da sua vinda, nós também poderíamos assumir a pergunta de João Batista: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (Mt 11, 2-16).

Os traços do sentido da sua vinda, que Jesus delineia com as suas palavras no Evangelho de Mateus, podem nos levar, no tempo de Advento e de Natal que está à nossa frente, a dar uma resposta a essa pergunta para nossa vida de pessoas de fé.

Contemplar o mistério da vinda do Filho do homem, ampliando o olhar para todo o Evangelho e não nos detendo unicamente nos relatos da infância, que ouviremos proclamados na liturgia do Advento e do Natal, pode dar à expectativa um rosto mais ligado à nossa existência concreta e às exigências do seguimento do Senhor.

Ou, melhor, reler os próprios relatos da infância à luz das declarações de Jesus sobre o sentido da sua vinda pode lançar uma nova luz sobre esses textos tão ricos e profundos, já iluminados pelo mistério pascal da paixão, morte e ressurreição. http://www.ihu.unisinos.br

 

"Nos encontros com as pessoas, a presença de Jesus não deixou ninguém indiferente. Todos e todas sentiram-se obrigados e obrigadas a tomar uma posição: a favor ou contra. Jesus sempre anunciou a Boa Notícia do Reino de Deus em sua radicalidade. Nunca se preocupou em torna-la 'agradável' aos interesses dos poderosos, como fazem muitos cristãos e cristãs hoje, inclusive padres e bispos", escreve Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) e professor aposentado de Filosofia da UFG.

Eis o artigo. 

Nós cristãos e cristãs chamamos “Boa Notícia do Reino de Deus” a Utopia de Jesus acerca do ser humano e do mundo.

Fazer a memória, tornar presente o Natal de Jesus, significa fazer a experiência hoje de sua vinda como “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6). É nessa experiência que Jesus nos chama a seguir seus passos em nossa caminhada neste mundo.

Antes de nascer - ainda no seio de sua mãe Maria - Jesus foi “morador de rua”. “José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém (perambulando nas ruas à procura de um abrigo), completaram-se os dias para o parto” (Lc 2, 4-6).

Jesus nasceu como “sem-teto”, na manjedoura de um estábulo (não no palácio do Imperador ou em outros palácios). “Maria deu à luz o seu filho primogênito, o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro de casa”. Anunciou - pela voz do anjo - a Boa Notícia do seu nascimento aos pastores, os “sem-terra” da época. “Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor” (Lc 2, 6). Os pastores “foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura”. “Voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido” (Lc 2, 16.20).

Jesus foi carpinteiro junto com seu pai José. A respeito dele, as pessoas diziam: “De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? Esse homem não é o filho do carpinteiro?” (Mt 13, 54-55). “Esse homem não é o carpinteiro?” (Mc 6, 3).

Em sua vida pública, Jesus foi sempre próximo e entranhadamente solidário com os “sem voz e sem vez”. Entre os muitos exemplos que poderíamos lembrar, cito o do homem com a mão direita seca. “Jesus disse ao homem: ‘Levante-se e fique no meio’. ‘Estenda a mão’. O homem assim o fez e sua mão ficou boa” (Lc 6, 8.10).

Jesus denunciou - cheio de indignação - a hipocrisia dos fariseus e doutores da Lei. “Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça” (Mt 23, 27-28).

Jesus dialogou com o jovem rico, que - pelo seu apego aos bens - não teve a coragem de segui-lo e foi embora triste. “Jesus disse: ‘Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me’. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Mt 19, 21-22).

Encontrou com Zaqueu - também homem rico - em sua casa, que se converteu e mudou totalmente de vida, praticando a partilha dos bens. “Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: ‘A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais’” (Lc 19, 8).

Jesus foi acusado de “subverter” o povo. “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo” (Lc 23, 2).

Depois de celebrar a última Ceia com os discípulos e lavar seus pés, Jesus foi preso e morto na cruz como criminoso. “Jesus (na cruz) deu um forte grito: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’. Dizendo isso, espirou” (Lc 23, 46).

Jesus - o Libertador, o Salvador, o Filho de Deus - ressuscitou dos mortos. “Os dois homens (mensageiros de Deus) disseram: ‘Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou!’” (Lc 24, 5-6).

Jesus Ressuscitado enviou o Espírito Santo aos discípulos. “Ele disse: ‘A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês’. Tendo falado isso, soprou sobre eles, dizendo: ‘Recebam o Espírito Santo’” (Jo 20, 21-22).

Jesus Ressuscitado continua vivo na Comunidade dos seus seguidores e seguidoras. Ele caminha conosco até o fim dos tempos. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18, 20). “Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20). A Comunidade é no mundo testemunha de Jesus Ressuscitado.

Nos encontros com as pessoas, a presença de Jesus não deixou ninguém indiferente. Todos e todas sentiram-se obrigados e obrigadas a tomar uma posição: a favor ou contra. Jesus sempre anunciou a Boa Notícia do Reino de Deus em sua radicalidade. Nunca se preocupou em torna-la “agradável” aos interesses dos poderosos, como fazem muitos cristãos e cristãs hoje, inclusive padres e bispos.

Enfim, o Natal de Jesus é a prova existencial concreta que Ele “nasceu pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres”; e que a Igreja - Comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus - para ser fiel à sua missão, deve também ser “pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres”.

O Natal de Jesus é revolucionário, porque subverte todas as relações do ser humano no mundo e com o mundo, inaugurando uma maneira radicalmente nova de as pessoas se relacionarem. Jesus quer - é a sua Utopia - que todos e todas sejamos e vivamos como irmãos e irmãs, amando-nos mutuamente. “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 15, 12).

Ora - respeitando e valorizando a enorme diversidade dos dons (carismas) e dos serviços (ministérios) dos cristãos e cristãs e de todas as pessoas, podemos afirmar que - sem igualdade, sem justiça e sem partilha - a irmandade (fraternidade e sororidade) é hipocrisia, é mentira. Quanta hipocrisia e quanta mentira existem hoje na sociedade e na própria Igreja!

A “opção pelos pobres” - oprimidos e oprimidas, excluídos e excluídas, descartados e descartadas - não é uma alternativa entre duas ou mais alternativas, mas é um caminho de vida, que revoluciona todos os critérios da convivência humana no mundo. É o caminho “desde a manjedoura” de Jesus, que não exclui ninguém, mas está aberto a todos e a todas - inclusive aos ricos - que se convertem, praticam a partilha e o seguem.

Na “opção pelos pobres”, a palavra “preferencial” é supérflua. Ela foi colocada para aqueles e aquelas que não entenderam ou não entendem o que é a “opção pelos pobres”.

Os cristãos e cristãs vivamos o tempo litúrgico do Advento como um tempo de espera alegre da vinda de Jesus - tempo forte de graça de Deus - dispostos e dispostas a mudar de vida e a retomar - com muita fé, esperança e amor - a nossa caminhada no seguimento de Jesus. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

 

"João Batista propõe, então, atitudes concretas, adequadas para cada um dos grupos: ao povo em geral, ele recomenda a compaixão com os necessitados através da partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se corrompam, que não cobrem dos mais pobres valores indevidos; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do seu poder contra fracos e indefesos… "Todas as recomendações de João Batista são para reparar danos aos irmãos, porque tudo aquilo que prejudica um irmão é contrário a Vontade de Deus."

A reflexão é de Terezinha Cota, religiosa da Congregação Nossa Senhora do Cenáculo. Ela possui graduação e mestrado em Teologia pelo Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus - CES.

EVANGELHO – Lc 3,10-18: Um Olhar

O Evangelho de hoje (Lucas 3, 10-18) tem duas partes: os vers. 10-14 e os vers. 15-18.

Na primeira parte do Evangelho, João Batista apresenta para grupos específicos as pistas concretas para preparar os caminhos do Senhor, para colocar em prática a conversão; na segunda parte compara o batismo na água ao batismo no Espírito.

Encontramos primeiro uma seção própria do evangelista Lucas, marcada pela questão: “... o que devemos fazer?” Ele coloca esta mesma questão em At 2,37; 16,30; 22,10. “O que devemos fazer?” já expressa abertura à salvação que vem de Deus.

João Batista propõe, então, atitudes concretas, adequadas para cada um dos grupos: ao povo em geral, ele recomenda a compaixão com os necessitados através da partilha dos bens; aos publicanos, pede que não explorem, que não se corrompam, que não cobrem dos mais pobres valores indevidos; aos soldados, pede que não usem de violência, que não abusem do seu poder contra fracos e indefesos…

Todas as recomendações de João Batista são para reparar danos aos irmãos, porque tudo aquilo que prejudica um irmão é contrário a Vontade de Deus. Na segunda parte do Evangelho, (vers. 15-18), João Batista anuncia o batismo no Espírito Santo. Seu batismo “na água” é uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber a vida de Deus que atua no coração humano e transforma-o por dentro. Para o evangelista Lucas tudo isso se concretizará plenamente no dia de Pentecostes (Atos 2, 1-12).

Diante de uma sociedade onde a desigualdade é escandalosa, os clamores dos excluídos colocam em nossos corações o imperativo da partilha?

A corrupção, a exploração dos trabalhadores, a apropriação ilícita do que pertence aos marginalizados e outras atitudes imorais, não são impedimentos existenciais para acolher o Senhor que vem?

Os atos de violência, que tantas vezes derramam sangue dos inocentes, o descaso e a rejeição aos imigrantes, as traições ao Evangelho por parte de igrejas que se denominam cristãs, não suscitam em nós o desejo ardente de suplicar a conversão?

Ser cristão é ser batizado no Espírito, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e o seu Evangelho. Que em nossa caminhada, opções, decisões e compromissos pessoais, comunitários e solidários, sejam decididos sob a inspiração do Espírito. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br