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1) Oração
Convertei para vós, ó Pai, nossos corações, a fim de que, buscando o único necessário e praticando as obras de caridade, nos dediquemos ao vosso culto. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 43-48)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 43 Disse Jesus tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. 44Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. 45Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. 46Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? 47Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? 48Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No evangelho de ontem vimos como Jesus interpretou o mandamento “Não Matarás” para que a sua observância leve à prática do amor. Além de “Não Matarás” (Mt 5,21), Jesus citou outros quatro mandamentos da antiga lei: não cometer adultério (Mt 5,27), não jurar falso (Mt 5,33), olho por olho, dente por dente (Mt 5,38) e, no evangelho de hoje: “Amarás o próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt 5,43). Assim, ao todo, por cinco vezes, ele criticou e completou a maneira antiga de observar estes mandamentos e apontou um caminho novo para atingir o objetivo da lei que é a prática do amor (Mt 5,22-26; 5, 28-32; 5,34-37; 5,39-42; 5,44-48).
* Amar os inimigos. No evangelho de hoje, Jesus cita a antiga lei que dizia: “Amarás o próximo e odiarás o teu inimigo”. Este texto não se encontra tal qual no Antigo Testamento. Trata-se mais da mentalidade reinante, segundo a qual o povo não via nenhum problema no fato de uma pessoa ter ódio ao seu inimigo. Jesus discorda e diz: “Mas eu digo Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!” E ele dá o motivo: “Pois, se amais somente aos que vos amam, que recompensa vocês tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente vossos irmãos, o que é que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como é perfeito vosso Pai que está no céu." E Jesus deu a prova. Na hora de ser crucificado observou o que ensinou.
* Pai, perdoa! Eles não sabem o que fazem! Um soldado prendeu o pulso de Jesus no braço da cruz, colocou um prego e começou a bater. Deu várias pancadas. O sangue espirrava. O corpo de Jesus se contorcia de dor. O soldado, mercenário, ignorante, alheio ao que estava fazendo e ao que estava acontecendo ao redor, continuava batendo como se fosse um prego na parede da casa dele para pendurar um quadro. Neste momento Jesus rezou pelo soldado que o torturava e dirigiu esta prece ao Pai: “Pai, perdoa! Eles não sabem o que estão fazendo!” Amou o soldado que o matava. Por mais que quisessem, a desumanidade não conseguiu apagar em Jesus a humanidade e o amor. Eles o prenderam, xingaram cuspiram no rosto dele, deram soco na cara, fizeram dele um rei palhaço com coroa de espinhos na cabeça, flagelaram, torturaram, o obrigaram andar pelas ruas como um criminoso, teve de ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário o deixaram totalmente nu à vista de todos e de todas. Mas o veneno da desumanidade não conseguiu alcançar a fonte do amor e da humanidade que brotava de dentro de Jesus. A água do amor que jorrava de dentro era mais forte que o veneno do ódio que vinha de fora. Olhando aquele soldado ignorante e bruto, Jesus teve dó dele e rezou por ele e por todos: “Pai perdoa!” E ainda arrumou uma desculpa: “Eles não sabem o que estão fazendo!” Jesus se fez solidário com aqueles que o torturavam e maltratavam. Era como o irmão que vem com seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vítima dos próprios irmãos, diz ao juiz: “São meus irmãos, sabe, são uns ignorantes. Perdoa. Eles vão melhorar!” Amou o inimigo!
* Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito. Jesus não quer simplesmente virar a mesa, pois aí nada mudaria. Ele quer mudar o sistema da convivência humana. O Novo que ele quer construir vem da nova experiência que ele tem de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para os pobres se vingarem. Jesus manda ter a atitude contrária: "Amai os vossos inimigos!" O amor verdadeiro não pode depender do que eu recebo do outro. O amor deve querer o bem do outro independentemente do que ele ou ela faz por mim. Pois assim é o amor de Deus por nós.
4) Para um confronto pessoal
1) Amar os inimigos. Será que sou capaz de amar os meus inimigos?
2) Contemplar em silêncio Jesus que, na hora de ser morto, amava o inimigo que o matava.
5) Oração final
Felizes os que procedem com retidão, os que caminham na lei do SENHOR. Felizes os que guardam seus testemunhos e o procuram de todo o coração (Sl 118, 1-2)
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Frei Jorge Van Kampen, O. Carm. In Memoriam (*17/04/1932 + 08/08/2013).
Geralmente temos um ouvido muito bom para escutar a nossa voz e a nossa opinião. Mas o que um outro diz, o nosso ouvido enfraquece. No Monte Tabor é Deus que tem a palavra.
Ele nos chama para ouvi-lo. É importante o que ele nos quer comunicar; não é fácil saber o que vem de Deus. É uma fraqueza nossa de querer ouvir a voz de Deus, quando coincide com a nossa opinião.
Como é bom, quando podemos dizer, que Deus nos deu a razão. Mas quem garante esta coincidência? Geralmente não são vozes misteriosas. Podem ser palavras e testemunhas de pessoas, que sabe distinguir o bem e o mal. Na campanha da fraternidade devemos estar atentas o que se diz sobre a vida.
Introdução às leituras.
Deus chama Abrão para realizar um projeto e mostra a grande benção, que este projeto tem para os seus descendentes. Timóteo ficou arrasado com a prisão de Paulo, mas este mostra o grande amor de Jesus que realizou grandes promessas, e insiste conosco: “Levantem-se, não tenhais medo!” A Campanha da Fraternidade nos mostra o grande dom da vida.
Reflexão.
Na vida prática sempre temos uma ideia vaga de Deus. A sua Revelação não é muito clara. Cremos em Deus e por isso sabemos que ele existe. Não precisamos ter vergonha por causa dessa afirmação. Na Bíblia Deus se apresenta por imagens. Jesus diz assim: “Meu Pai” ou “Vosso pai celeste”. O apóstolo João diz: “Deus é amor”. Em toda a Bíblia Deus se apresenta como um amigo fiel, que se promete conosco; como diz João 3,21: “Os que vivem de acordo com a verdade, procurem a luz”, como que quisesse dizer: “Valorize os ensinamentos de Jesus, e você encontra uma luz na caminhada da vida”.
No silêncio do monte Tabor Deus convida para escutá-lo. No silêncio da vida é necessário colocar a nossa antena em direção a Deus. Saibamos escutar a sua palavra?
Resposta à Palavra de Deus.
Terminada a visão, Jesus ficou só. Ele é a nossa palavra. A maneira de praticar a Palavra de Deus sugere, nesta quaresma, a Campanha da Fraternidade: Valorizar a Vida!
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
Dois assuntos ligados entre si: a Transfiguração de Jesus e a questão da volta do profeta Elias. Hoje, muita gente vive esperando pela volta de Jesus e escreve nos muros da cidade: Jesus voltará! Eles não se dão conta de que Jesus já está presente dentro da nossa vida. De vez em quando, como um relâmpago repentino, esta presença se ilumina e transfigura nossa vida.
A fé que você tem em Jesus já lhe proporcionou algum momento de transfiguração e de alegria intensa? Estes momentos de alegria dão força na hora das dificuldades.
Vamos olhar de perto nos seus mínimos detalhes o texto que nos descreve a transfiguração de Jesus (Lucas 9,28-36). Durante a leitura, vamos prestar atenção no seguinte: “Como acontece a transfiguração e qual a reação dos discípulos diante desta experiência?”
LEITURA DO TEXTO LUCAS 9, 28-36
Como acontece a transfiguração e qual a reação dos discípulos diante desta experiência?
Por que o texto apresenta Jesus com vestes resplandecentes conversando com Moisés e Elias? O que Moisés e Elias significam para Jesus? E o que significam para os discípulos?
Qual a mensagem da Voz do Pai para Jesus? E qual para os discípulos?
Como transfigurar, hoje, tanto a vida pessoal e familiar, como a vida comunitária aqui no bairro?
Vamos rezar o salmo que fala da luz de Deus: Salmo 27(26)
A Transfiguração acontece depois do primeiro anúncio da Morte de Jesus (Lc 9,21-22). Este anúncio tinha transtornado a cabeça dos discípulos, sobretudo de Pedro (Mc 8,31-33). (Lucas omite esta passagem sobre Pedro.) Eles tinham os pés no meio dos pobres, mas a cabeça perdida na propaganda do governo e da religião da época (Mc 8,15). Pois, conforme o Antigo Testamento, um condenado à morte na cruz devia ser considerado como um “maldito de Deus” (Dt 21,22-23) e jamais poderia ser o messias! Por isso Pedro reagiu com tanta força contra a cruz (Mc 8,32). A cruz era um impedimento para crer em Jesus. “A cruz é um escândalo!”, assim diziam (1Cor 1,23). A Transfiguração de Jesus ajuda os discípulos a superar o trauma da Cruz. No Evangelho de Lucas, Jesus conversa sobre a sua Paixão e Morte com Moisés e Elias (Lc 9,31).
Nos anos 80, quando Lucas escreve, a Cruz continuava sendo um grande impedimento para os judeus aceitarem Jesus como Messias. Como é que um crucificado, morto como marginal, podia ser o grande messias que o povo esperava há séculos? As comunidades não sabiam como responder às perguntas críticas dos judeus. Um dos maiores esforços dos primeiros cristãos consistia em ajudar as pessoas a perceber que a cruz não era escândalo nem loucura, mas sim expressão do poder e da sabedoria de Deus (1Cor 1,22-31). Lucas dá a sua contribuição neste esforço. Ele usa textos e figuras do Antigo Testamento para descrever a cena da Transfiguração. Assim ele ilumina os fatos da vida de Jesus e mostra que Jesus veio realizar as profecias e que a Cruz era o caminho para a Glória. Assim ajudava as comunidades para entender melhor quem era Jesus e qual a mensagem dele.
Jesus muda de aspecto.
Jesus sobe a uma montanha alta. Lucas acrescenta que ele subiu para rezar (Lc 9,28). Lá em cima, Jesus aparece na glória diante de Pedro, Tiago e João. Junto com ele aparecem Moisés e Elias. A Montanha alta evoca o Monte Sinai, onde Deus tinha manifestado sua vontade ao povo entregando a lei. As vestes brancas lembram Moisés que ficava fulgurante quando conversava com Deus na Montanha e dele recebia a lei (cf. Ex 34,29-35). Elias e Moisés, as duas maiores autoridades do Antigo Testamento, conversam com Jesus e aprovam o que ele diz e faz. Lucas informa que a conversa de Moisés e Elias é sobre a Morte de Jesus em Jerusalém (Lc 9,31).
Pedro gostou mas não entendeu.
Pedro gostou e quer segurar o momento agradável na Montanha. Ele se oferece para construir três tendas. Lucas diz que Pedro não sabia o que estava dizendo. Falou por falar. E Lucas acrescenta que os discípulos estavam com sono (Lc 9,32). Os discípulos são como nós: têm dificuldade para entender a Cruz!
A voz do céu esclarece os fatos.
A voz do Pai diz: “Este é o meu Filho amado! Ouvi-o!”. A expressão “Filho amado” lembra a figura do Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1). A expressão “Ouvi-o!” lembra a profecia que prometia a chegada de um novo Moisés (cf. Dt 18,15). Com outras palavras, em Jesus, as profecias do Antigo Testamento estão se realizando. Os discípulos já não podem duvidar. Devem entender que Jesus é realmente o Messias glorioso e que o caminho da glória passa pela cruz. Pois tudo isto já tinha sido anunciado na profecia do Servo sofredor (Is 53,3-9). Moisés e Elias o confirmam. A glória da Transfiguração o comprova. O Pai o garante. Jesus o aceita.
No fim, Lucas diz que, depois da visão, os discípulos vêem só Jesus e ninguém mais. Daqui para frente, Jesus é a única revelação de Deus para nós! Só ele! Jesus é a chave para a gente entender o Antigo Testamento.
Saber guardar o silêncio.
Jesus pedia para não dizerem nada a ninguém até que tivesse ressuscitado dos mortos, mas os discípulos não entenderam. De fato, não entende o significado da Cruz quem não liga o sofrimento com a ressurreição. A Cruz de Jesus é a prova de que a vida é mais forte que a morte.
A volta do profeta Elias.
No Evangelho de Marcos os discípulos querem saber sobre a volta do profeta Elias (Mc 9,11-13). O profeta Malaquias tinha anunciado que Elias devia voltar para preparar o caminho do Messias (Ml 3,23-24). O mesmo anúncio está no livro do Eclesiástico (Eclo 48,10). Então, como Jesus podia ser o Messias, se Elias ainda não tinha voltado? Por isso, os discípulos perguntam: “Por que motivo os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?” (Mc 9,11). A resposta de Jesus é clara: “Elias já veio e fizeram com ele tudo o que quiseram, conforme dele está escrito” (Mc 9, 13). Escrito aonde e o que? Jesus alude à morte violenta de João Batista (cf Mc 6,16.27-28). Nela se realizou a ameaça de morte que Jezabel fez contra Elias, conforme está escrito no livro dos Reis (1 Rs 19,2.10). Com outras palavras, as profecias de Isaías que falam da morte violenta do Messias Servo também se cumprirão.
Instrução sobre a necessidade da fé (Mc 9,14-29).
Ao descer do Monte, Jesus encontra os discípulos tentando inutilmente expulsar o demônio impuro de um menino doente. Anteriormente, eles tinham sido capazes de expulsar demônios (Mc 6,13). Mas, ao que parece, o desencontro crescente entre eles e Jesus tinha enfraquecido sua fé. Jesus teve um desabafo: “Ó geração sem fé! Até quando vou estar com vocês! Até quando vou suportá-los?” (Mc 9,19) De volta em casa, os discípulos perguntaram: “Por que não pudemos expulsá-lo?” Jesus responde: “Essa espécie não pode sair a não ser com oração” (Mc 9,28-29). Só mesmo a oração fortalece a fé do discípulo a ponto de ela ser capaz de expulsar o demônio e de corrigir as idéias erradas sobre Jesus, o Messias. Pois “tudo é possível àquele que crê!” (Mc 9,24)
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Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
A cultura contemporânea é permeada por situações e desafios que provocam uma difusa “emergência educativa”. A educação dos indivíduos e sua formação nos verdadeiros ideais que sustentam e regem a convivência pacífica numa sociedade democrática é desafio que toca quem acredita na construção de um mundo justo e fraterno.
Há o processo educacional acadêmico convencional. Há também um processo que marca a constituição do indivíduo, nem sempre suficientemente considerado pelo ambiente acadêmico. Trata-se da dimensão humana das emoções, hábitos e aspirações, difícil de ser caracterizada.
A educação formal que recolhe informações contribui para o aprimoramento cultural, desenvolvendo valores externos e aquisitivos para o consumo imediato. Já os desafios éticos e comportamentais que implicam as estruturas íntimas da pessoa necessitam de abordagem adequada. É neste âmbito que se encontra o urgente antídoto à violência e à vulgaridade, presente em variados setores da sociedade.
Constata-se o crescente número de órfãos filhos de pais vivos, de adolescentes e jovens que se automutilam, se drogam e se suicidam. Esses números expressam situações complexas diante das quais a sociedade não consegue responder adequadamente.
A tragédia de Suzano requer atenção. Somente com o engajamento de quem acredita nos valores da paz, do respeito e do cuidado de uns para com os outros, será capaz de superar a crescente cultura da violência, promovida por setores da sociedade.
De um lado, a instituição familiar é achincalhada por expressões ideológicas obscuras. De outro, se encontram as instituições de ensino fragilizadas de tal modo que falta o mínimo necessário para que professores e educadores possam levar a bom termo sua missão.
Não se responde à insanidade e à estupidez com bravatas. O momento requer bom senso e disposição para contribuir na promoção de políticas públicas capazes de responder adequadamente às necessidades da sociedade.
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Concedei, ó Deus, que vossos filhos se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação desta Quaresma frutifique em todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 20 Disse Jesus, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O texto do evangelho de hoje faz parte de uma unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repete a frase: "Antigamente foi dito, mas eu vos digo!" (Mt 5,21. 27.33.38.43). Um pouco antes, ele tinha dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). A atitude de Jesus frente à lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas, mas mantém firme o objetivo que a lei quer alcançar: a prática da justiça maior que é o Amor.
* Mateus 5,20: A justiça maior que a justiça dos fariseus. Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça aparece nenhuma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muita angústia para as pessoas, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (cf. Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa, apesar dos meus defeitos e pecados.
* Por meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus vai mostrar como fazer para alcançar esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o evangelho de hoje traz o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando entregou este mandamento a Moisés.
* Mateus 5,21-22: A lei diz "Não matarás!" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que de uma ou de outra maneira possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc.
* Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar e pagar suas promessas, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existem. Tinham sido destruídos pelos romanos. A própria comunidade e a celebração comunitária passam ser o Templo e o Altar de Deus.
* Mateus 5,25-26: Reconciliar. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!
4) Para um confronto pessoal
1- A reconciliação evangélica nasce a partir da misericórdia. Não é a lei pela lei, mas a vida pela vida.
2- A lei gera relação quando somos interpelados pelo novo mandamento de Jesus- O amor.
5) Oração final
Do fundo do abismo, clamo a vós, Senhor; Senhor, ouvi minha oração. Que vossos ouvidos estejam atentos à voz de minha súplica. (Sl 129, 1-2)
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A diocese de Mogi das Cruzes (SP) divulgou na manhã desta quarta-feira, 13 de março, uma nota de pesar aos familiares e vítimas do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, município que faz parte do território diocesano. Leia na íntegra a nota:
Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano de Mogi das Cruzes (SP), consternado ao receber as notícias a respeito do atentado aos alunos da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, transmite seu pesar, com expressões de proximidade e conforto, aos familiares dos alunos do colégio, e principalmente, daqueles que choram a perda de seus entes queridos pedindo a Deus para que derrame sobre cada um deles os dons da serenidade espiritual e da esperança cristã, pois, nossa fé se fundamenta nas promessas e na vitória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Enquanto Diocese, todo o clero e fiéis leigos, unimo-nos em oração pelos atingidos neste brutal ataque à Escola Raul Brasil, nas preces pelos falecidos, inclusive pelos autores deste triste ocorrido, pedindo a Deus que os acolha na Sua misericórdia e pela recuperação dos que foram atingidos.
Como filhos do príncipe da Paz, repudiamos qualquer ato de violência, e pedimos a Deus a graça de sermos promotores da paz em nosso país e no mundo.
Com uma saudação fraterna e dolorosa, nós nos unimos a todos.
Mogi das Cruzes, 13 de março de 2019
Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo Diocesano de Mogi das Cruzes
Pe. Antônio Robson Gonçalves
Vigário Geral da Diocese de Mogi das Cruzes
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor
É inegável a coragem do Papa Francisco ao enfrentar abertamente a questão da pedofilia dentro da Igreja. Fez entregar à justiça civil os pedófilos desde padres, religiosos até Cardeais para serem julgados e punidos. No Encontro em Roma em fins de fevereiro de 2019 para a Proteção dos Menores, o Papa impôs 8 determinações entre as quais a “pedofilia zero” e “a proteção das crianças abusadas”. O comentário é de Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor.
O Papa aponta a chaga principal: “o flagelo do clericalismo que é o terreno fértil para todas estas abominações”. Clericalismo aqui significa a centralização de todo o poder sagrado no clero, com a exclusão de outros, que se julga acima de qualquer suspeita e crítica. Ocorre que gente do clero usa esse poder que, de si, deveria irradiar confiança e reverência, para abusar sexualmente de menores.
Entretanto, a meu ver, o atual Papa e os anteriores, não levaram a questão até ao fundo, por razões que abaixo tento esclarecer: a sexualidade e a lei do celibato.
Quanto à sexualidade importa reconhecer que a Igreja-grande-instituição-piramidal alimentou historicamente uma atitude de desconfiança e até negativa face à sexualidade. É refém de uma visão errônea, advinda da tradição platônica e agostiniana. Santo Agostinho via a atividade sexual como o caminho pelo qual entra o pecado original. Por ele, de nascença, cada ser humano se faz portador de uma mancha, de um pecado, sem culpa pessoal, em solidariedade com o pecado dos primeiros pais.
Quanto menos sexo pró-criativo, menos “massa damnata” (massa condenada). A mulher, por ser geradora, introduz no mundo o mal originário. Negava-se a ela a plena humanidade. Era chamada “mas” que em latim significa “homem não completo”. Todo anti-feminismo e machismo na Igreja romano-católica, encontram aqui seu pressuposto teórico.
Daí o alto valor atribuído ao celibato, poque, não havendo relação sexual-genital com uma mulher, não nascerão filhos e filhas. Assim não se transmite o pecado original.
Em todas as análises e condenações feitas sobre a pedofilia não se discutiu ainda o problema subjacente: a sexualidade. O ser humano não tem sexo. Ele é todo inteiro sexuado no corpo e na alma. Ele é tão essencial que por ele passa a continuidade da vida. Mas temos a ver com uma realidade misteriosa e extremamente complexa.
O pensador francês Paul Ricoeur que muito refletiu filosoficamente sobre a teoria psicanalítica de Freud escreveu: “A sexualidade, em seu fundo, permanece, talvez, impermeável à reflexão e inacessível ao domínio humano; talvez essa opacidade faz com que ela não possa ser reabsorvida numa ética nem numa técnica” (Revista Paz e Terran. 5 de 1979 p. 36). Ela vive entre a lei do dia onde vigoram os comportamentos estatuídos e a lei da noite onde funcionam as pulsões livres. Só uma ética do respeito face ao outro sexo e o auto-controle permanente sobre essa energia vulcânica, podem transformá-la em expressão de afeto e de amor e não numa obsessão.
Sabemos como é insuficiente a educação para a integração da sexualidade na formação dos padres nos seminários. Ela é feita longe do contacto normal com as mulheres, o que produz certa atrofia na construção da identidade. Por que Deus criou a humanidade, enquanto homem e mulher (Gn1,27)? Não primeiramente para gerarem filhos. Mas para não ficarem sós e serem companheiros (Gn 2,18).
As ciências da psiqué nos deixaram claro que o homem só amadurece sob o olhar da mulher e a mulher sob o olhar do homem. Homem e mulher são completos mas recíprocos e se enriquecem mutuamente na diferença.
O sexo genético-celular mostra que a diferença entre homem e mulher em termos de cromossomos, se reduz a apenas um cromossomo. A mulher possui dois cromossomos XX e o homem um cromossomo X e outro Y. Donde se depreende que o sexo-base é o feminino (XX), sendo o masculino (XY) uma diferenciação dele. Não há pois um sexo absoluto, mas apenas um dominante. Em cada ser humano, homem e mulher, existe "um segundo sexo". Na integração do "animus" e da "anima", explico, das dimensões do feminino e do masculino presentes em cada pessoa, se gesta a maturidade humana e sexual.
Neste processo, o celibato não é excluído. Pode ser uma opção legítima. Mas na Igreja ele é imposto como pré-condição para ser padre ou religioso. Por outro lado, o celibato não pode nascer de uma carência de amor, mas de uma superabundância de amor a Deus, transbordando aos outros, em especial, aos mais carentes de afeto.
Por que a Igreja romano-católica não abole a lei do celibato? Porque é contraditório à sua estrutura. Ela é, socialmente, uma instituição total, autoritária, patriarcal, machista e hierarquizada. Uma Igreja que se estrutura ao redor do poder sagrado realiza o que C. G. Jung denunciava:”onde predomina o poder aí não há amor nem ternura”. É o que ocorre com o machismo e a rigidez, em parte, na Igreja. Para corrigir esse desvio, o Papa Francisco não se cansa de pregar “a ternura e o encontro afetuoso”. O celibato é funcional à Igreja clerical, só e solitária.
Ao perdurar este tipo de Igreja, não esperemos a abolição da lei do celibato. Ele é útil para ela mas não para os fiéis.
E como fica o sonho de Jesus de uma comunidade fraternal e igualitária? Se vivido, mudaria tudo na Igreja. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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1) Oração
Dai-nos, ó Deus, pensar sempre o que é reto e realizá-lo com solicitude. E como só podemos existir em vós, fazei-nos viver segundo a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 7-12)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 7Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. 8Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á. 9Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? 10E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? 11Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem. 12Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O evangelho de hoje traz um trecho do Sermão da Montanha, a Nova Lei de Deus que nos foi revelada por Jesus. O Sermão da Montanha tem a seguinte estrutura:
1) Mateus 5,1-16: O portão da entrada: as bem-aventuranças (Mt 5,1-10) e a missão dos discípulos: ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,12-16).
2) Mateus 5,17 a 6,18: O novo relacionamento com Deus: A nova justiça (Mt 5,17-48) que não visa mérito na prática da esmola, da oração e do jejum (Mt 6,1-18).
3) Mateus 6,19-34: O novo relacionamento com os bens da terra: não acumular (Mt 6,19-21), não olhar o mundo com olhar doente (Mt 6,22-23), não servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6,24), não se preocupar com comida e bebida (Mt 6,23-34).
4) Mateus 7,1-23: O novo relacionamento com as pessoas: não reparar no cisco no olho do irmão (Mt 7,1-5); não jogar pérolas aos porcos (Mt 7,6); o evangelho de hoje: não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11); e a Regra de Ouro (Mt 7,12); escolher o caminho difícil e estreito (Mt 7,13-14), tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7,15-20).
5) Mateus 7,21-29: Conclusão; não só falar mas também praticar (Mt 7,21-23); comunidade construída em cima deste fundamento ficará em pé na tempestade (Mt 7,24-27). O resultado destas palavras é uma nova consciência frente aos escribas e doutores (Mt 7,28-29)
* Mateus 7,7-8: As três recomendações de Jesus
Três recomendações: pedir, procurar e bater na porta: "Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!” Pedir se faz a uma pessoa. A resposta depende tanto da pessoa como da insistência do pedido. Procurar se faz orientando-se por algum critério. Quanto melhor o critério, maior será a certeza de encontrar o que se procura. Bater na porta se faz na esperança de que haja alguém do outro lado dentro da casa. Jesus completa a recomendação oferecendo a certeza da resposta: “Todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. Isto significa que quando pedimos a Deus, Ele atende ao nosso pedido. Quando buscamos a Deus, ele se deixa encontrar (Is 55,6). Quando batemos na porta da casa de Deus, ele vai atender.
* Mateus 7,9-11: A pergunta de Jesus ao povo
“Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe?” Aqui transparece o jeito simples e direto de Jesus ensinar as coisas de Deus ao povo. Falando para pais e mães de família, ele apela para a experiência diária. Nas entrelinhas das perguntas se adivinha a resposta gritada do povo: “Não!” Pois, ninguém dá uma pedra ao filho quando este pede um pão. Não existe mãe nem pai que dá uma cobra quando o filho ou a filha pede um peixe. E Jesus tira a conclusão: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem." Jesus nos chama de maus para acentuar a certeza de sermos atendidos por Deus quando pedimos algo a Ele. Pois se nós, que não somos santos nem santas, sabemos dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu. Esta comparação tem como objetivo tirar de dentro de nós qualquer dúvida a respeito do resultado da oração feita a Deus com confiança. Deus vai atender! Lucas acrescenta que Deus nos dará o Espírito Santo (Lc 11,13)
* Mateus 7,12: A Regra de Ouro
"Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas." Este é o resumo de todo o Antigo Testamento, da Lei e dos profetas. É o resumo de tudo que Deus nos tem a dizer, o resumo de todo o ensinamento de Jesus. Esta Regra de Ouro encontra-se não só no ensinamento de Jesus, mas também, de uma ou de outra maneira, em todas as religiões. Ela responde ao sentimento mais profundo e mais universal do ser humano.
4) Para um confronto pessoal
1) Pedir, buscar, bater na porta: Como você reza e conversa com Deus?
2) Como você vive a Regra de Ouro?
5) Oração final
A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. (Sl 18, 8)
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O cardeal australiano George Pell foi condenado a 6 anos de prisão por abusos sexuais. Ele poderá pedir a liberdade condicional depois de 3 anos e 8 meses.
Roberto Piermarini – Cidade do Vaticano
Em dezembro do ano passado, o Cardeal Pell foi considerado culpado de ter abusado sexualmente de dois coristas menores quando era Arcebispo de Melbourne nos anos 90. Prosseguindo com a leitura da sentença, o Juiz da Country Court, Peter Kidd, observou que os abusos cometidos pelo Card. George Pell tiveram "um impacto significativo e duradouro" sobre uma das vítimas, que sofreu uma série de emoções negativas com as quais lutou durante muitos anos, agravadas por problemas de confiança e ansiedade.
Pell sempre confessou a sua inocência e os seus advogados recorrerão nos próximos dias 5 e 6 de junho. Em nome da transparência, o juiz Kidd ordenou a transmissão ao vivo em vários canais da leitura da sentença, que durou mais de meia hora, em nome da "justiça aberta", mas, de acordo com os apoiadores de Pell, trata-se de uma confirmação da campanha midiática contra o cardeal.
A idade avançada do purpurado, de 77 anos, certamente influenciou o veredito, já que Pell arriscou pegar até cinquenta anos, dez para cada acusação, de acordo com a lei australiana. Depois de ler a sentença, o cardeal regressou à prisão de segurança máxima em Melbourne, onde é mantido em regime de isolamento, conforme estabelecido para os culpados de abusos.
Sobre a condenação do Card. Pell, nos últimos dias a Santa Sé havia anunciado a abertura de sua própria investigação canônica pela Congregação para a Doutrina da Fé. Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 29Afluia o povo e ele continuou: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão. 32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Estamos no tempo de quaresma. A liturgia privilegia os textos que possam ajudar-nos na conversão e na mudança de vida. Aquilo que melhor ajuda na conversão são os fatos da história do povo de Deus. No evangelho de hoje, Jesus traz dois episódios do passado: de Jonas e da rainha de Sabá, e os transforma em espelho para o povo olhar nele e descobrir o apelo de Deus à conversão.
* Lucas 11,29: A geração má que pede um sinal. Jesus chama a geração de má, porque ela não quer acreditar em Jesus e vive pedindo sinais que possam legitimar Jesus como enviado de Deus. Mas Jesus recusa dar um sinal, pois, no fundo, se eles pedem um sinal é porque não querem crer. O único sinal que vai ser dado é o sinal de Jonas.
* Lucas 11,30: O Sinal de Jonas. O sinal de Jonas tem dois aspectos. O primeiro é o que afirma o texto de Lucas no evangelho de hoje. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive através da sua pregação. Ouvindo Jonas, o povo se converteu. Assim, a pregação de Jesus estava sendo um sinal para o seu próprio povo, mas o povo não dava sinais de conversão. O outro aspecto é o que afirma o evangelho de Mateus por ocasião do mesmo episódio: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). Quando Jonas foi cuspido na praia, ele foi anunciar a palavra de Deus ao povo de Nínive. Da mesma maneira, depois da morte e ressurreição no terceiro dia, A Boa Nova será anunciada ao povo da Judéia.
* Lucas 11,31: A Rainha de Sabá. Em seguida, Jesus evoca a história da Rainha de Sabá que veio de longe para ver Salomão e aprender da sabedoria dele (cf. 1Rs 10,1-10). E por duas vezes Jesus afirma: “E aqui está quem é maior do que Salomão”. “E aqui está quem é maior do que Jonas”.
* Um aspecto muito importante que está por detrás desta discussão entre Jesus os líderes do seu povo é a maneira diferente como ele, Jesus, e os seus adversários se colocavam frente a Deus. O livro de Jonas é uma parábola, que critica a mentalidade daqueles que queriam Deus só para os Judeus. Na história de Jonas, os pagãos se converteram diante da pregação de Jonas e Deus os acolheu na sua bondade e não destruiu a cidade. Quando viu que Deus acolheu o povo de Nínive e não destruiu a cidade, “Jonas ficou muito desgostoso e irado. E rezou a Javé: "Ah! Javé! Não era justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas. Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo" (Jonas 4,1-3). Por isso, Jonas era um sinal para os judeus do tempo de Jesus e continua sendo um sinal também para nós cristãos. Pois, imperceptivelmente, como em Jonas aparece também em nós uma mentalidade de que nós cristãos temos uma espécie de monopólio de Deus e que todos os outros devem tornar-se cristãos. Isto seria proselitismo. Jesus não pede que todos sejam cristãos. Ele pede que todos se tornem discípulos (Mt 28,19), isto é, sejam pessoas que como ele, irradiem e anunciem a Boa Nova do amor de Deus para todos os povos ao redor (Mc 16,15).
4) Para um confronto pessoal
1) Quaresma, tempo de conversão. O que deve mudar na imagem que tenho de Deus? Sou como Jonas ou como Jesus?
2) Minha fé está baseada em que? Em sinais ou na palavra do próprio Jesus?
5) Oração final
Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sl 50, 12-13)
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1) Oração
Olhai, ó Deus, a vossa família e fazei crescer no vosso amor aqueles que agora se mortificam pela penitência corporal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 7-15)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. 9Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; 10venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. 11O pão nosso de cada dia nos dai hoje; 12perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; 13e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 15Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Há duas redações do Pai Nosso: Lucas (Lc 11,1-4) e Mateus (Mt 6,7-13). Em Lucas, o Pai Nosso é mais curto. Lucas escreve para comunidades que vieram do paganismo. Ele busca ajudar pessoas que estão se iniciando no caminho da oração. Em Mateus, o Pai Nosso está situado no Sermão da Montanha, naquela parte onde Jesus orienta os discípulos na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles já estavam habituados a rezar, mas tinham certos vícios que Mateus tenta corrigir.
* Mateus 6,7-8: Os vícios a serem corrigidos. Jesus critica as pessoas para as quais a oração era uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a atender às nossas necessidades. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição de palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhece as nossas necessidades antes mesmo das nossas preces.
* Mateus 6,9a: As primeiras palavras: “Pai Nosso” Abbá, Pai, é o nome que Jesus usa para dirigir-se a Deus. Revela a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das comunidades (Gl 4,6; Rm 8,15). Dizemos “Pai nosso” e não “Pai meu”. O adjetivo “nosso” acentua a consciência de pertencermos todos à grande família humana de todas as raças e credos. Rezar ao Pai e entrar na intimidade com ele, é também colocar-se em sintonia com os gritos de todos os irmãos e irmãs pelo pão de cada dia. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. A experiência de Deus como nosso Pai é o fundamento da fraternidade universal.
* Mateus 6,9b-10: Três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade. Na primeira parte do Pai-nosso, pedimos para que seja restaurado o nosso relacionamento com Deus. Santificar o Nome: O nome JAVÉ significa Estou com você! Deus conosco. Neste NOME Deus se deu a conhecer (Ex 3,11-15). O Nome de Deus é santificado quando é usado com fé e não com magia; quando é usado conforme o seu verdadeiro objetivo, i.é, não para a opressão, mas sim para a libertação do povo e para a construção do Reino. A Vinda do Reino: O único Dono e Rei da vida humana é Deus (Is 45,21; 46,9). A vinda do Reino é a realização de todas as esperanças e promessas. É a vida plena, a superação das frustrações sofridas com os reis e os governos humanos. Este Reino acontecerá, quando a vontade de Deus for plenamente realizada. Fazer a Vontade: A vontade de Deus se expressa na sua Lei. Que a sua vontade se faça assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem às leis de suas órbitas e criam a ordem do universo (Is 48,12-13). A observância da lei Deus será fonte de ordem e de bem-estar para a vida humana.
* Mateus 6,11-13: Quatro pedidos pela causa dos irmãos: Pão, Perdão, Vitória, Liberdade. Na segunda parte do Pai-nosso pedimos para que seja restaurado o relacionamento entre as pessoas. Os quatro pedidos mostram como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade para que todos os filhos e filhas de Deus vivam com igual dignidade. Pão de cada dia: No êxodo, cada dia, o povo recebia o maná no deserto (Ex 16,35). A Providência Divina passava pela organização fraterna, pela partilha. Jesus nos convida para realizar um novo êxodo, uma nova maneira de convivência fraterna que garante o pão para todos (Mt 6,34-44; Jo 6,48-51). Perdão das dívidas: Cada 50 anos, o Ano Jubilar obrigava todos a perdoar as dívidas. Era um novo começo (Lv 25,8-55). Jesus anuncia um novo Ano Jubilar, "um ano da graça da parte do Senhor" (Lc 4,19). O Evangelho quer recomeçar tudo de novo! Não cair na Tentação: No êxodo, o povo foi tentado e caiu (Dt 9,6-12). Murmurou e quis voltar atrás (Ex 16,3; 17,3). No novo êxodo, a tentação será superada pela força que o povo recebe de Deus (1Cor 10,12-13). Libertação do Maligno: O Maligno é o Satanás, que afasta de Deus e é motivo de escândalo. Ele chegou a entrar em Pedro (Mt 16,23) e tentou Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11). Ele nos diz: "Coragem! Eu venci o mundo!" (Jo 16,33).
* Mateus 6,14-15: Quem não perdoa não será perdoado. Rezando o Pai-nosso, pronunciamos a sentença que nos condena ou absolve. Rezamos: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6,12). Oferecemos a Deus a medida do perdão que queremos. Se perdoamos muito, Ele perdoará muito. Se perdoamos pouco, ele perdoará pouco. Se não perdoamos, ele também não poderá perdoar.
4) Para um confronto pessoal
- Jesus falou "perdoai as nossas dívidas". Em alguns países se traduz "perdoai as nossas ofensas". O que é mais fácil: perdoar ofensas ou perdoar dívidas?
- As nações cristãs do hemisfério norte (Europa e USA) rezam todos os dias: “Perdoai as nossas dívidas assim como também nós perdoamos aos nossos devedores”. Mas elas não perdoam a dívida externa dos países pobres do Terceiro Mundo. Como explicar esta terrível contradição, fonte de empobrecimento de milhões de pessoas?
5) Oração final
Glorificai comigo ao Senhor, juntos exaltemos o seu nome. Procurei o Senhor e ele me atendeu, livrou-me de todos os temores. (Sl 33, 4-5)
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1) Oração
Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 25, 31-46)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 31Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. 32Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, 35porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; 36nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. 37Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? 39Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar? 40Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes. 41Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. 42Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; 43era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes. 44Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos? 45E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. 46E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O Evangelho de Mateus apresenta Jesus como o novo Moisés. Como Moisés, Jesus promulgou a Lei Deus. Como a antiga Lei, assim a nova lei dada por Jesus tem cinco livros ou discursos. O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,27), o primeiro discurso, abriu com as oito bem-aventuranças. O Sermão da Vigilância (Mt 24,1 a 25,46), o quinto e último discurso, encerra com a descrição do Juízo Final. As bem-aventuranças descreveram a porta de entrada para o Reino de Deus, enumerando oito categorias de pessoas: os pobres em espírito, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os de coração limpo, os promotores da paz e os perseguidos por causa da justiça (Mt 5,3-10). A parábola do Juízo Final conta o que devemos fazer para poder tomar posse do Reino: acolher os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os sem roupa, os doentes e os prisioneiros (Mt 25,35-36). Tanto no começo como no fim da Nova Lei, estão os excluídos e marginalizados.
* Mateus 25,31-33: Abertura do Juízo final. O Filho do Homem reúne ao seu redor todas as nações do mundo. Separa as pessoas como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. O pastor sabe discernir. Ele não erra: ovelhas à direita, cabritos à esquerda. Jesus não erra. Ele sabe discernir bons e maus. Jesus não julga nem condena (cf. Jo 3,17; 12,47). Ele apenas separa. É a própria pessoa que se julga ou se condena pela maneira como se comportou com relação aos pequenos e excluídos.
* Mateus 25,34-36: A sentença para os que estiverem à direita do Juiz. Os que estão à sua direita são chamados de “Benditos de meu Pai!”, isto é, recebem a bênção que Deus prometeu à Abraão e à sua descendência (Gn 12,3). Eles são convidados a tomar posse do Reino, preparado para eles desde a fundação do mundo. O motivo da sentença é este: "Tive fome e sede, era estrangeiro, nu, doente e preso, e vocês me acolheram e ajudaram!” Esta sentença nos faz saber quem são as ovelhas. São as pessoas que acolheram o próprio Juiz quando este estava faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. E pelo jeito de falar "meu Pai" e "Filho do Homem", ficamos sabendo que o Juiz é o próprio Jesus. Ele se identifica com os pequenos!
* Mateus 25,37-40: Um pedido de esclarecimento e a resposta do Juiz: Os que acolheram os excluídos são chamados “justos”. Isto significa que a justiça do Reino não se alcança observando normas e prescrições, mas sim acolhendo os necessitados. Mas o curioso é que os próprios justos não sabem quando foi que acolheram Jesus necessitado. Jesus responde: "Toda vez que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes!" Quem são estes "meus irmãos mais pequeninos"? Em outras passagens do Evangelho de Mateus, as expressões "meus irmãos" e "pequeninos" indicam os discípulos (Mt 10,42; 12,48-50; 18,6.10.14; 28,10). Indicam também os membros mais abandonados da comunidade, os desprezados que não recebem lugar e não são bem recebidos (Mt 10,40). Jesus se identifica com eles. Mas não é só isto. No contexto tão amplo desta parábola final, a expressão "meus irmãos mais pequeninos" se alarga e inclui todos aqueles que na sociedade não têm lugar. Indica todos os pobres. E os "justos" e os "benditos de meu Pai" são todas as pessoas de todas as nações que acolhem o outro na total gratuidade, independente do fato de ser cristão ou não.
* Mateus 25,41-43: A sentença para os que estiverem à sua esquerda. Os que estão do outro lado do Juiz são chamados de “malditos” e são destinados ao fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Jesus usa a linguagem simbólica comum daquele tempo para dizer que estas pessoas não vão entrar no Reino. E aqui também o motivo é um só: não acolheram Jesus faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. Não é Jesus que nos impede de entrar no Reino, mas sim a nossa prática de não acolher o outro, a cegueira que nos impede de ver Jesus nos pequeninos.
* Mateus 25,44-46: Um pedido de esclarecimento e a resposta do Juiz. O pedido de esclarecimento mostra que se trata de gente bem comportada, pessoas que têm a consciência em paz. Estão certas de terem praticado sempre o que Deus pedia delas. Por isso estranham quando o Juiz diz que não o acolheram. O Juiz responde: “Todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram!” A omissão! Não fizeram coisas más! Apenas deixaram de praticar o bem aos pequeninos e de acolher os excluídos. E segue a sentença final: estes vão para o fogo eterno, e os justos para a vida eterna. Assim termina o quinto livro da Nova Lei!
4) Para um confronto pessoal
1) O que mais chamou a sua atenção nesta parábola do Juízo Final?
2) Pare e pense: se o Juízo final fosse hoje, você estaria do lado das ovelhas ou dos cabritos?
5) Oração final
Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos. (Sl 18, 9)
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Às 16h locais, o Papa Francisco, junto com os cardeais e bispos da Cúria Romana, partiu para Ariccia em direção da Casa do Divino Mestre. Ali serão realizados os Exercícios Espirituais pregados pelo monge beneditino Bernardo Francesco Maria Gianni.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
“Peço a todos que se recordem na oração de mim e dos colaboradores da Cúria Romana, que nesta noite iniciaremos a semana de Exercícios Espirituais”: é o tweet publicado no perfil do Papa Francisco @Pontifex para recordar o compromisso desta semana na Casa Divino Mestre de Ariccia, nas proximidades de Roma.
O Retiro Espiritual, que se realizará até sexta-feira próxima, dia 15, terá como tema “A cidade dos desejos ardentes: olhares e gestos pascais na vida do mundo”. Este ano, as meditações dos Exercícios Espirituais foram confiadas ao abade Bernardo Francisco Maria Gianni, da Abadia de São Miniato no Monte, Florença.
O abade Padre Bernardo proporá ao Papa e à Cúria Romana 10 meditações, com base no tema central. Serão duas meditações ao dia.
Suspensas as audiências
Durante os cinco dias de Exercícios espirituais serão suspensas todas as audiências pontifícias, inclusive a Audiência geral da quarta-feira, 13 de março, dia em que Francisco completará seis anos da sua eleição à Cátedra de Pedro.
Meditações da Quaresma
Entretanto, no dia 15, o Padre Raniero Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia, iniciará, no Vaticano, suas pregações de Quaresma nas sextas-feiras que precedem a Páscoa do Senhor.
A temática das suas meditações, nas cinco sextas-feiras em preparação à Páscoa, será “Volte para dentro de ti”. As pregações terão lugar, segundo a tradição, na Capela “Redemptoris Mater”, no palácio Apostólico do Vaticano.
Com suas meditações, o Frei capuchinho retomará o pensamento de Santo Agostinho, iniciado nas suas pregações de Advento, sobre o versículo do Salmo 42: “Minha alma tem sede do Deus vivo”. Fonte: https://www.vaticannews.va
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É o martírio "in odium fidei", o fio vermelho-sangue que une Angel Cuartas Cristóbal e seus 5 companheiros de seminário ao segundo grupo de mártires espanhóis assassinados entre 1936 e 1937 e beatificados neste sábado em Oviedo. Na celebração, representando o Papa, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o cardeal Angelo Becciu.
Oviedo
O Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu, na manhã deste sábado (09/3), à cerimônia de Beatificação de Ángel Cuartas Cristóbal e seus Companheiros Seminaristas mártires, na Catedral de Oviedo, na Espanha.
Ángel Cristóbal Cuartas e seus Companheiros, - o mais velho tinha 25 anos e o mais novo 18 – foram assassinados por ódio à fé no período da famosa Revolução espanhola, entre 1934 e 1939.
Ángel nasceu em 1° de junho de 1910, em Lastres. Seu pai era pescador e sua mãe dona-de-casa. Foi o oitavo de nove filhos. Entrou para o Seminário de Valdediós em 1923 e, seis anos mais tarde, foi transferido para Oviedo, onde estudou Filosofia e Teologia. Era um jovem leal, tímido, respeitoso com seus Superiores, mas também alegre e divertido.
Durante o último ano de Teologia, já diácono e perto da sua ordenação sacerdotal, foi vítima da "Revolução de Outubro de 1934", que causou uma destruição violenta, perseguições, mortes e ferimentos da alma e do corpo.
Muitos padres, freiras, sacerdotes e seminaristas foram assassinados sem julgamento ou sentença, por ignorância católica, ódio, vingança.
Entre estes mártires, que deram a vida por sua fé em Jesus Cristo, em 7 de outubro de 1934, encontrava-se Angel Cristóbal Cuartas e outros Seminaristas, o mais novo tinha 18 anos e o mais velho 25.
Hoje, seus restos mortais, junto com os dos Seminaristas mártires, descansam na Catedral de Oviedo.
Não há maior prova do que dar a vida por aquilo que ama: este é o ensinamento dos mártires, entre os quais contamos os nove novos beatos de hoje, todos muito jovens, que preferiram morrer em vez de se esconder quando eram perseguidos por causa de sua fé. Seminaristas, todos eles, apaixonados pelo Senhor e que já haviam feito uma escolha precisa: oferecer suas vidas a Ele. E eles fizeram isso, até o último sacrifício. Uma escolha de fidelidade a Cristo "que deve ser de ensinamento a todos os sacerdotes a levar a séria o seu chamado", sublinha o cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Fonte: www.vaticannews.va
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"Os três sermões do bispo von Galen também para nós propiciam, na via da dor que percorremos juntos com os católicos alemães, um conforto e uma satisfação, que não sentíamos há muito tempo. O bispo escolheu muito bem o momento para se manifestar com tanta coragem". Assim escrevia Pio XII em 30 de setembro de 1941 ao bispo de Berlim, Konrad von Preysing, para louvar os furiosos sermões do bispo de Münster contra a dizimação nazista de pessoas com deficiência que entraria para a história como o ''Aktion T4". A reportagem é de Gian Antonio Stella, publicada por Corriere della Sera, 06-03-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
A decisão do Papa Francisco de abrir aos historiadores os arquivos secretos de Eugenio Pacelli conseguirá lançar luz sobre as escolhas controversas daquele pontífice, que, antes de ser eleito ao trono de São Pedro, havia sido núncio apostólico na Alemanha e como secretário de Estado havia também assinado o Reichskonkordat com o regime de Adolf Hitler em 1933? Teremos que ver. Pelo menos a carta a von Preysing, no entanto, é conhecida há anos. E foi reproduzida integralmente, por exemplo, no livro "Un vescovo contro Hitler” (Um bispo contra Hitler, em trad. livre), da correspondente no Vaticano e escritora Stefania Falasca, amiga do Papa Francisco, texto que ele deve ter apreciado bastante, ele que tanto insiste contra a "cultura do descarte”, especialmente algumas passagens do sermão mais duras e incisivas daquele que passaria à história como “O Leão de Münster”.
"Você tem, eu tenho direito à vida somente enquanto somos produtivos, enquanto somos considerados produtivos por outros?" trovejava então o grande Clemens von Galen, que depois de ter sido forçado pela Concordata a jurar lealdade ao regime, havia começado a remar contra quase tudo, "Quando se admite o princípio aplicado agora, que o ‘homem improdutivo’ possa ser morto, ai de todos nós, quando seremos velhos e decrépitos! Se é possível matar pessoas improdutivas, ai dos inválidos, que no processo produtivo empenharam suas forças, seus ossos saudáveis, os sacrificaram e os perderam!". Foi uma bomba, aquela homilia, entre os católicos alemães. A ponto de obrigar Hitler a interromper (formalmente) as dizimações da Aktion T4. "Foi o ataque frontal mais forte desferido contra o nazismo", chiou Martin Bormann, exigindo furioso que o bispo rebelde fosse enforcado. Mas, von Galen, era muito amado. Demasiado popular. Ninguém se atreveu a tocá-lo. Muitos anos depois, há quem ainda se pergunte, angustiado: por que o Papa não falou? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa
Com o rito das Cinzas, iniciamos hoje o tempo sagrado da QUARESMA. A Bíblia usa com frequência o período de 40 dias (ou 40 anos) para indicar períodos especiais, que criam um clima adequado para algo que vai acontecer.
- O Povo caminha 40 anos no deserto, antes de entrar na Terra Prometida. Foi uma experiência de Purificação dos falsos deuses, de Adesão aos mandamentos (Aliança) e de solidariedade no deserto...
- Elias caminha 40 dias e 40 noites até o Monte sagrado de Oreb;
- O Dilúvio: 40 dias para purificar a humanidade corrompida;
- Moisés: 40 dias no Sinai antes de receber a Lei...
- Jesus: 40 dias no deserto antes de iniciar a vida pública...
Portanto, a quaresma é para nós um tempo forte de conversão e renovação em preparação à PASCOA. A Liturgia nos aponta o espírito que deve animar esse tempo:
Na 1º Leitura, o profeta Joel convoca o povo de Israel em assembleia e o exorta à conversão:
"Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes". (Jl 2,12-18) Ele estava convencido que a causa da situação difícil que o povo estava vivendo era o esquecimento de Deus e o descuido da Aliança.
Por vez, o Salmo 50 é um forte apelo penitencial: Pequei, Senhor, misericórdia". Já na 2ª Leitura, São Paulo fala aos Coríntios e hoje a nós: "Reconciliai-vos com Deus... Eis agora o tempo favorável." 2Cor 5,20-6,2)
Por sua vez, no Evangelho Jesus apresenta três práticas religiosas dos judeus (a esmola, a oração e o Jejum), que devem ser realizadas com autenticidade, sem exibicionismo... São os três caminhos quaresmais apontados pela Igreja:
- A Oração nos leva a uma EXPERIÊNCIA pessoal com Deus..
- O Jejum nos leva a um gesto concreto de conversão: privar-se de algo para uma liberdade interior maior.
- A Esmola nos leva a nos doar aos irmãos, no serviço fraterno, em gesto de solidariedade e de partilha.
Nesse espírito, a Igreja no Brasil nos propõe todos os anos na Quaresma a CAMPANHA DA FRATERNIDADE, apontando um ponto de fraternidade que merece uma atenção especial.
Diante das ameaças de todo tipo contra a vida, a Igreja retomou nesse ano o tema da VIDA.
Que as cinzas, que hoje recebemos com devoção na fronte, sejam um sinal externo de nossa adesão sincera e ardorosa em defesa da Vida que recebemos de Deus.
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Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa.
Estamos no primeiro domingo da Quaresma, tempo sagrado para a vida da Igreja e de todo cristão. A Palavra de Deus nos convida a repensar as nossas opções de vida e a tomar consciência das "TENTAÇÕES", que nos impedem de renascer para a vida nova, para a vida de Deus.
PRIMEIRA LEITURA
A 1ª Leitura fala da Tentação do Povo de Israel: A IDOLATRIA. (Dt 26,4-10)
O Povo de Deus sempre sofreu a tentação da idolatria existente nas religiões fáceis dos povos vizinhos. Por isso, antes de entrar a Terra Prometida, Moisés convida o Povo a renovar os compromissos da Aliança e oferecer ao Senhor os primeiros frutos da terra. Era uma "profissão de fé" ao Senhor, que o livrou do Egito e o introduziu na Terra Prometida.
Reconhecia assim quem era o seu "Senhor".
Uma das tentações frequentes na vida do homem é colocar a sua vida e a sua segurança nas mãos dos falsos deuses: o dinheiro, o poder, o êxito social... Outros "deuses" ocupam com freqüência em nós o lugar de Deus.
PARA REFLETIR:
O que impede que Deus ocupe, em nossa vida, o primeiro lugar?
SEGUNDA LEITURA
A 2ª Leitura nos fala da tentação dos que pensam que a Salvação é conquista nossa, não um dom gratuito de Deus. (Rm 10,8-13). Precisa "converter-se" a Jesus, isto é, reconhecê-lo como o "Senhor" e acolher no coração a salvação que, em Jesus, Deus nos propõe.
EVANGELHO
O Evangelho nos apresenta as Tentações de Jesus. (Lc 4,1-13)
Jesus passa 40 dias no deserto, em oração e jejum, preparando-se para a vida pública. E no final, é tentado...
Jesus recusa um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passa pelo egoísmo, mas pela partilha; não passa pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passa por manifestações espetaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor.
São TRÊS TENTAÇÕES, que Jesus enfrentou durante toda a vida:
1- O PÃO: "Manda que esta pedra se mude em pão..." - Jesus: "Não só de pão vive o homem..."
Quantos são tentados a buscar apenas o pão material... É o materialismo, que leva a perder a sensibilidade humana e espiritual.
Quantos pais se limitam a oferecer apenas o pão material, esquecendo de alimentar os filhos na sua fome de Deus...
2- O PODER: "Eu te darei todo esse poder e riqueza...Se te ajoelhares diante de mim..."
- Jesus: "Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás..."
REFLEXÃO
TODOS NÓS temos sede de domínio sobre os outros e frequentemente somos tentados a ser "DONOS":
- Na família: como pai, mãe... donos dos filhos... da esposa ou esposo...
- Na comunidade: ser dono de um movimento... de uma pastoral...
- Na sociedade, como chefes de alguma coisa: com atitudes arrogantes...
- Nas entidades: com atitudes centralizadoras....
3- O MILAGRE: "Joga-te daqui para baixo... Deus dará ordem aos anjos para que te guardem..." - Jesus: "Não tentes o Senhor teu Deus..."
REFLEXÃO
Ainda hoje somos levados a tentar Deus
- Com uma religião mais fácil... sem compromisso, que promete milagres, salvação, dinheiro, emprego, saúde...
- Com "orações milagrosas"... "Orações de poder"... "correntes"... exigindo que Deus faça a nossa vontade e nos mande um santo milagreiro para nos atender. Queremos milagres!...
Detalhe final: "Depois de tê-lo tentado de todos os modos... O Diabo afastou-se dele até outra ocasião..."
As tentações não acabaram... E elas continuam ainda hoje e bem sedutoras... Geralmente costumamos pintar o diabo com cara de mau, rabo, chifres... mas eu acho que não está certo, pois se assim fosse, ele espantaria as pessoas... Na tentação, ele vem bem "bonitinho" e com propostas bem atraentes... É por isso, que as tentações sempre vem disfarçadas de nomes simpáticos:
- A Ambição à é responsabilidade, competência...
- Fome de poder à é exercício de liderança para ao bem de todos...
- Desonestidade à é esperteza...
- Libertinagem à é liberdade... Somos donos de nós mesmos...
As tentações são uma realidade, que o próprio Cristo enfrentou e venceu...
ATUALIZAÇÃO:
Quais são as nossas tentações mais freqüentes?
- Do Ter? Do Poder? Do Prazer? Uma religião sem compromisso?
- A Ganância do lucro fácil em proveito próprio, não preservando a NATUREZA, que o Criador nos deu para guardar e cultivar?
- Deus tem um Plano sobre cada um de nós... As tentações procuram nos desviar dele... Qual a nossa atitude diante delas?
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1) Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 10,28-31)
Naquele tempo, 28Começou Pedro a dizer a Jesus: "Eis que deixamos tudo e te seguimos." 29Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho 30que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna. 31Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."
3) Reflexão Mc 10,28-31
* No evangelho de ontem, Jesus falava da conversão que deve ocorrer no relacionamento dos discípulos com os bens materiais: desapegar-se das coisas, vender tudo, dar para os pobres e seguir Jesus. Ou seja, como Jesus, devem viver na total gratuidade, entregando sua vida na mão de Deus e servindo aos irmãos e irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho de hoje Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço dos que abandonam tudo por causa dele, Jesus, e do Evangelho (Mc 10,28-31).
* Marcos 10,28-31: Cem vezes mais desde agora, mas com perseguições
Pedro observa: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos". É como se dissesse: “Fizemos o que o senhor pediu ao jovem rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica para nós como deve ser esta nossa vida?” Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver no serviço e na gratuidade. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica: "Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna”. O tipo de vida que resulta da entrega de tudo é a amostra do Reino que Jesus quer realizar: (1) Alarga a família e cria comunidade, pois aumenta cem vezes o número de irmãos e irmãs. (2) Provoca a partilha dos bens, pois todos terão cem vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela organização fraterna, onde tudo é de todos e já não haverá mais necessitados. Eles realizam a lei de Deus que pede “entre vocês não pode haver pobres” (Dt 15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a vivência perfeita do serviço e da gratuidade. (3) Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto, mas com perseguições. Pois os que, neste nosso mundo organizado a partir do egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (4) Serão perseguidos neste mundo, mas, no mundo futuro terão a vida eterna de que falava o jovem rico.
Jesus e a opção pelos pobres
Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época. Por causa disso, o clã, a família, a comunidade, estava sendo desintegrada e uma grande parte do povo vivia excluída, marginalizada, sem lugar, nem na religião, nem na sociedade. Por isso, havia vários movimentos que, como Jesus, procuravam uma nova maneira de viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, porém, havia algo novo que a diferenciava dos outros grupos. Era a atitude frente aos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam separadas. A palavra “fariseu” quer dizer “separado”. Viviam separadas do povo impuro. Muitos dos fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), cheio de pecado (Jo 9,34). Jesus e a sua comunidade, ao contrário, viviam misturados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16; 1,41; Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Proclama-os felizes, porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer segui-lo para conviver com ele, manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer opção pelos pobres! (Mc 10,21) A pobreza, que caracterizava a vida de Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sacola, nem sandálias (Mt 10,9-10). Deviam confiar é na hospitalidade (Lc 9,4; 10,5-6). E caso fossem acolhidos pelo povo, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que receberiam em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam tratar dos doentes e necessitados (Lc 10,9; Mt 10,8). Então podiam dizer ao povo: “O Reino chegou!” (Lc 10,9).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você, na sua vida, realiza a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos”?
2) Partilha, gratuidade, serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como as vivo hoje?
5) Oração final
Todos os confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai ao Senhor, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. (Sl 97, 3-4)
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Se Francisco realmente conseguir lançar luz sem esconder documentos em tudo o que ainda está oculto sobre o Holocausto e a Igreja passará à história
No momento em que o papado de Francisco se vê envolvido em um dos maiores escândalos da Igreja pela dimensão imponente dos escândalos de pedofilia, ele acaba de anunciar a abertura total dos arquivos secretos vaticanos sobre o pontificado de Pio XII, o papa tantas vezes acusado de ter-se omitido na condenação do Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
Parte desses arquivos já foi publicada, mas agora Francisco quer, para que não restem mais dúvidas, que se publique tudo o que se referir ao polêmico pontificado do papa Pacelli. E coloca data: em 2020. Ao dar a notícia o Papa afirmou que “a Igreja não teme a história, e sim a ama” e entregou aos historiadores “esse patrimônio documental”.
Francisco é, sem dúvida, o pontífice da Igreja que mais dialogou com o mundo judeu já que considera o judaísmo como o berço do cristianismo. Quando ainda era cardeal arcebispo de Buenos Aires, surpreendeu ao publicar o livro de conversas “Sobre o céu e a terra”, com o rabino Abraham Skorka, com quem sempre manteve relações de amizade.
Já Papa, seu amigo Skorka foi uma das primeiras pessoas recebidas no Vaticano com quem conversou longamente. E um dos assuntos daquela conversa em 2013 foi a possibilidade de abrir os arquivos secretos do Vaticano sobre o Holocausto.
Francisco é consciente de que em um momento em que a Igreja se vê encurralada pelos escândalos com seus padres, bispos e até cardeais, e assediado pela parte mais conservadora, sua decisão de entregar agora os segredos sobre o pontificado de Pio XII, o papa mais criticado pela Igreja progressista, pode significar uma nova provocação. Por isso, se preveniu em seu anúncio com uma espécie de jogo diplomático dando a entender que não tem medo porque está tranquilo que a lenda obscura sobre Pio XII poderia até ser esclarecida positivamente à Igreja.
De acordo com Francisco, falando já sobre o que poderiam conter os arquivos, ele afirma que as gestões de Pio XII sobre o nazismo poderiam ser vistas como tentativas, à época, “de manter acesa, nos períodos mais sombrios e mais cruéis, a chama das iniciativas humanas, da diplomacia oculta, mas ativa”. Uma absolvição antecipada do que podem revelar os arquivos? Certamente não. Francisco diz ao mesmo tempo aos historiadores que a pesquisa examinará o legado de Pio XII “com a crítica apropriada”.
A verdade é que um dos pedidos mais repetidos do mundo judeu ao papa Francisco foi, desde que chegou ao Pontificado, a abertura desses arquivos que seus antecessores foram concedendo a conta-gotas sem que se soubesse até agora se estavam ou não documentos ainda desconhecidos como a suposta carta de Hitler a Pio XII. É conhecido apenas um papel com a confirmação de recebimento da tal carta que nunca apareceu.
Uma vez, em Roma, o à época Chefe da espionagem militar do Governo italiano me disse, em uma entrevista, que o Vaticano possui os melhores serviços secretos do mundo, já que conta com uma rede de informação capilar em todos os continentes nos quais opera a Igreja Católica. E é verdade que o Vaticano também é possuidor de segredos únicos que não estão em nenhum outro arquivo do mundo.
Se Francisco realmente conseguir lançar luz sem esconder documentos em tudo o que ainda está oculto nos arquivos vaticanos sobre o Holocausto e a Igreja passará à história. Ele às vezes é acusado de ser político e de esquerda. É na verdade um seguidor do primeiro cristianismo que certamente não foi retrógrado.
Nesse momento histórico de recrudescimento das tentações nazistas com a profanação gratuita dos túmulos de judeus na França e a multiplicação de Governos e partidos com nostalgias de novos Holocaustos, o gesto, que eu chamaria de profético, de tirar a poeira dos segredos vaticanos sobre o Holocausto é o melhor ato de resistência do papa Francisco à nova barbárie que começa a ameaçar o mundo. Fonte: https://brasil.elpais.com
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1) Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e a vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mc 10,17-27)
Naquele tempo, 17Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?"18Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom.19Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."20Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade."21Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.22Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.23E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"24Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas!25É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus."26Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?"27Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
3) Reflexão Marcos 10,17-27
* O evangelho de hoje traz dois assuntos: (1) conta a história do homem rico que perguntou pelo caminho da vida eterna (Mc 10,17-22), e (2) Jesus chama a atenção para o perigo das riquezas (Mc 10,23-27). O homem rico não aceitou a proposta de Jesus, pois era muito rico. Uma pessoa rica é protegida pela segurança que a riqueza lhe dá. Ela tem dificuldade em abrir mão desta segurança. Agarrada às vantagens dos seus bens, vive preocupada em defender seus próprios interesses. Uma pessoa pobre não costuma ter esta preocupação. Mas pode haver pobres com cabeça de rico. Então, o desejo de riqueza cria neles uma dependência e faz com que eles também se tornem escravos do consumismo. Ficam devendo prestações em todo canto e já não têm mais tempo para dedicar-se ao serviço do próximo. Com esta problemática na cabeça, tanto das pessoas como dos países, vamos ler e meditar o texto do homem rico.
* Marcos 10,17-19: A observância dos mandamentos e a vida eterna.
Alguém chega perto de Jesus e pergunta: “Bom mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” O evangelho de Mateus informa que se tratava de um jovem (Mt 19,20.22). Jesus responde bruscamente: “Por que me chamas bom. Ninguém é bom senão só Deus!” Jesus desvia a atenção de si mesmo e aponta para Deus, pois o que importa é fazer a vontade de Deus, revelar o Projeto do Pai. Em seguida, Jesus afirma: “Você conhece os mandamentos: não matar, não cometer adultério, não roubar, não levantar falso testemunho, não defraudar ninguém, honrar pai e mãe”. É importante olhar bem a resposta de Jesus. O jovem tinha perguntado pela vida eterna. Queria a vida junto de Deus! Mas Jesus não mencionou os três primeiros mandamentos que definem nosso relacionamento com Deus! Ele só lembrou aqueles que dizem respeito à vida junto do próximo! Para Jesus, só conseguimos estar bem com Deus, se soubermos estar bem com o próximo. Não adianta se enganar. A porta para chegar até Deus é o próximo.
* Marcos 10,20: Observar os mandamentos, para que serve?
O homem responde dizendo que já observava os mandamentos desde a sua juventude. O curioso é o seguinte. Ele tinha perguntado pelo caminho da vida. Ora, o caminho da vida era e continua sendo: fazer a vontade de Deus expressa nos mandamentos. Quer dizer que ele observava os mandamentos sem saber para que serviam. Do contrário, não teria feito a pergunta. É como muitos católicos de hoje: não sabem dizer para que serve ser católico. ”Nasci num país católico, por isso sou católico!” Coisa de costume!
* Marcos 10,21-22: Partilhar os bens com os pobres e seguir Jesus.
Ouvindo a resposta do jovem, “Jesus olhou para ele, o amou e lhe disse: Só uma coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu, e em seguida vem e segue-me!” A observância dos mandamentos é apenas o primeiro degrau de uma escada que vai mais longe e mais alto. Jesus pede mais! A observância dos mandamentos prepara a pessoa para ela poder chegar à doação total de si a favor do próximo. Jesus pede muito, mas ele o pede com muito amor. O moço não aceitou a proposta de Jesus e foi embora, “pois era muito rico”.
* Marcos 10,23-27: O camelo e o fundo da agulha.
Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele: Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus! Os discípulos ficaram admirados. Jesus repete a mesma frase e acrescenta: É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino! A expressão “entrar no Reino” diz respeito, não só e nem em primeiro lugar à entrada no céu depois da morte, mas também e sobretudo à entrada na comunidade ao redor de Jesus. A comunidade é e deve ser uma amostra do Reino. A alusão à impossibilidade de um camelo passar pelo buraco de uma agulha vem de um provérbio popular da época usado pelo povo para dizer que uma coisa era humanamente impossível e inviável. Os discípulos ficaram chocados com a afirmação de Jesus e perguntavam uns aos outros: "Então, quem pode ser salvo?" Sinal de que não tinham entendido a resposta de Jesus ao homem rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” O jovem tinha observado os mandamentos desde a sua juventude, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Eles já tinham abandonado todos os bens conforme o pedido de Jesus ao jovem rico, mas sem entender o porquê do abandono! Se o tivessem entendido, não teriam ficado chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! Jesus olhou para os discípulos e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível."
4) Para um confronto pessoal
- Uma pessoa que vive preocupada com a sua riqueza ou que vive querendo adquirir aquelas coisas da propaganda na televisão, pode ela libertar-se de tudo para seguir Jesus e viver em paz numa comunidade cristã? É possível? O que você acha? Como é que você faz?
- Conhece alguém que conseguiu largar tudo por causa do Reino? O que significa para nós hoje: “Vai vende tudo, dá aos pobres”? Como entender e praticar hoje os conselhos que Jesus deu ao jovem rico?
5) Oração final
Louvarei o Senhor de todo o coração, na assembléia dos justos e em seu conselho. Grandes são as obras do Senhor, dignas de admiração de todos os que as amam. (Sl 110, 1-2)
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