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1) Oração
Ó Deus, que pela riqueza da vossa graça multiplicai os povos que creem em vós, contemplai solícitos aqueles que escolhestes e dai aos que renasceram pelo batismo a veste da imortalidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo..
2) Leitura do Evangelho (Marcos 16, 9-15)
9Ressuscitado na madrugada do primeiro dia depois do sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar o fato aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e choravam. 11Quando ouviram que ele estava vivo e tinha sido visto por ela, não acreditaram. 12Depois disso, Jesus apareceu a dois deles, sob outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles contaram aos outros. Também não acreditaram nesses dois. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!
3) Reflexão
O evangelho de hoje faz parte de uma unidade literária mais ampla (Mc 16,9-20) que traz uma lista ou um resumo de várias aparições de Jesus: (1) Jesus aparece a Maria Madalena, mas os discípulos não aceitam o testemunho dela (Mc 16,9-11); (2) Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram no testemunho deles (Mc 16,12-13); (3) Jesus aparece aos Onze, critica a falta de fé e dá ordem de anunciar a Boa Nova a todos (Mc 16,14-18); (4) Jesus sobe ao céu e continua cooperando com os discípulos (Mc 16,19-20).
Além desta lista de aparições do evangelho de Marcos, existem outras listas de aparições que nem sempre coincidem entre si. Por exemplo, a lista conservada por Paulo na carta aos Coríntios é bem diferente (1 Cor 15,3-8). Esta variedade mostra que, inicialmente, os cristãos não se preocupavam em provar a ressurreição por meio das aparições. Para eles a fé na ressurreição era tão evidente e tão vivida, que não havia necessidade de prova. Uma pessoa que toma banho de sol na praia não se preocupa em provar que o sol existe. Ela mesma, bronzeada, é a prova viva de que o sol existe. As comunidades, elas mesmas, existindo no meio daquele império imenso, eram uma prova viva da ressurreição. As listas das aparições começam a aparecer mais tarde, na segunda geração, para rebater as críticas dos adversários.
Marcos 16,9-11: Jesus aparece a Maria de Mágdala, mas os outros discípulos não creram nela. Jesus aparece primeiro a Maria Madalena. Ela foi anunciá-lo aos outros. Para vir ao mundo, Deus quis depender do sim de uma jovem de 15 ou 16 anos, chamada Maria, lá de Nazaré (Lc 1,38). Para ser reconhecido como vivo no meio de nós, quis depender do anúncio de uma moça que tinha sido libertada de sete demônios, também chamada Maria, lá de Mágdala! (Por isso, era chamada Maria Magdalena). Mas os outros não acreditaram nela. Marcos diz que Jesus apareceu primeiro a Madalena. Na lista das aparições, transmitida na carta aos Coríntios (1 Cor 15,3-8), já não constam as aparições de Jesus às mulheres. Os primeiros cristãos tiveram dificuldade de crer no testemunho das mulheres. É pena!
Marcos 16,12-13: Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram neles. Sem muitos detalhes, Marcos se refere a uma aparição de Jesus a dois discípulos, “enquanto estavam a caminho do campo”. Trata-se, provavelmente, de um resumo da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús, narrada por Lucas (Lc 24,13-35). Marcos insiste em dizer que “os outros não acreditaram nem mesmo nestes”.
Marcos 16,14-15: Jesus critica a incredulidade e manda anunciar a Boa Nova a todas as criaturas. Por fim, Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para ensinar três coisas. Primeiro, que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a dúvida e a descrença nascem no coração. Terceiro, para rebater as críticas dos que diziam que cristão é ingênuo e aceita sem crítica qualquer notícia, pois os onze discípulos tiveram muita dificuldade em aceitar a verdade da ressurreição!
O evangelho de hoje termina com o envio: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” Jesus lhes confere a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura.
4) Para um confronto pessoal
1) Maria Madalena, os dois discípulos de Emaús e os onze discípulos: quem é que teve maior dificuldade em crer na ressurreição? Por que? Eu me identifico com qual deles?
2) Quais são os sinais que mais convencem as pessoas da presença de Jesus no nosso meio?
5) Oração final
O SENHOR é justo em todos os seus caminhos, santo em todas as suas obras. O SENHOR está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam de coração sincero. (Sl 144, 17-18)
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galileia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
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1) Oração
Ó Deus, que reunistes povo tão diversos no louvor do vosso nome, concedei aos que renasceram nas águas do batismo ter no coração a mesma fé e na vida a mesma caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 35-48)
35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. 38Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sois as testemunhas destas coisas.
3) Reflexão
Nestes dias depois da Páscoa, os textos do evangelho relatam as aparições de Jesus. No início, nos primeiros anos depois da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos não se preocupavam em defender a ressurreição por meio das aparições. Eles mesmos, a comunidade viva, era a grande aparição de Jesus ressuscitado. Mas na medida em que cresciam as críticas dos inimigos contra a fé na ressurreição e que, internamente, surgiam críticas e dúvidas a respeito das várias funções nas comunidades (cf. 1Cor 1,12), eles começaram a lembrar as aparições de Jesus. Há dois tipos de aparições: (1) as que acentuam as dúvidas e resistências dos discípulos em crer na ressurreição, e (2) as que chamam a atenção para as ordens de Jesus aos discípulos e discípulas conferindo-lhes alguma missão. As primeiras respondem às críticas vindas de fora. Elas mostram que os cristãos não são pessoas ingênuas e crédulas que aceitam qualquer coisa. Pelo contrário. Eles mesmos tiveram muitas dúvidas em crer na ressurreição. As outras respondem às críticas de dentro e fundamentam as funções e tarefas comunitárias não nas qualidades humanas sempre discutíveis, mas sim na autoridade e nas ordens recebidas do próprio Jesus ressuscitado. A aparição de Jesus narrada no evangelho de hoje combina os dois aspectos: as dúvidas dos discípulos e a missão de anunciar e perdoar recebida de Jesus.
Lucas 24,35: O resumo de Emaús. De retorno a Jerusalém, os dois discípulos encontram a comunidade reunida e comunicam a experiência que tiveram. Narram o que aconteceu no caminho e como reconheceram Jesus na fração do pão. A comunidade reunida, por sua vez, comunica a eles como Jesus aparecera a Pedro. Foi uma partilha mútua da experiência de ressurreição, como até hoje acontece quando as comunidades se reúnem para partilhar e celebrar sua fé, sua esperança e seu amor.
Lucas 24,36-37: A aparição de Jesus causa espanto nos discípulos. Neste momento, Jesus se faz presente no meio deles e diz: “A Paz esteja com vocês!” É a saudação mais freqüente de Jesus: “A Paz esteja com vocês!” (Jo 14,27; 16,33; 20,19.21.26). Mas os discípulos, ao verem Jesus, ficam com medo. Eles se espantam e não reconhecem Jesus. Diante deles está o Jesus real, mas eles imaginam estar vendo um espírito, um fantasma. Há um desencontro entre Jesus de Nazaré e Jesus ressuscitado. Não conseguem crer.
Lucas 24,38- 40: Jesus os ajuda a superar o medo e a incredulidade. Jesus faz duas coisas para ajudar os discípulos a superar o espanto e a incredulidade. Ele mostra as mãos e os pés, dizendo: “Sou eu!”, e manda apalpar o corpo, dizendo: “Espírito não tem carne nem osso como vocês estão vendo que eu tenho!” Jesus mostra as mãos e os pés, porque é neles que estão as marcas dos pregos (cf. Jo 20,25-27). O Cristo ressuscitado é Jesus de Nazaré, o mesmo que foi morto na Cruz, e não um Cristo fantasma como imaginavam os discípulos ao vê-lo. Ele mandou apalpar o corpo, porque a ressurreição é ressurreição da pessoa toda, corpo e alma. A ressurreição não tem nada a ver com a teoria da imortalidade da alma, ensinada pelos gregos.
Lucas 24,41-43: Outro gesto para ajuda-los a superar a incredulidade. Mas não bastou. Lucas diz que por causa de tanta alegria eles não podiam crer. Jesus pede que lhe dêem algo para comer. Eles deram um pedaço de peixe e ele comeu diante deles, para ajuda-los a superar a dúvida.
Lucas 24,44-47: Uma chave de leitura para compreender o sentido novo da Escritura. Uma das maiores dificuldades dos primeiros cristãos era aceitar um crucificado como sendo o messias prometido, pois a própria lei de Deus ensinava que uma pessoa crucificada era “um maldito de Deus” (Dt 21,22-23). Por isso, era importante saber que a própria Escritura já tinha anunciado que “o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome fosse proclamado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações”. Jesus mostrou a eles como isto já estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Jesus ressuscitado, vivo no meio deles, se torna a chave para abrir o sentido total da Sagrada Escritura.
Lucas 24,48: Vocês são testemunhas disso. Nesta ordem final está toda a missão das comunidades cristãs: ser testemunha da ressurreição, para que se torne manifesto o amor de Deus que nos acolhe e nos perdoe, e quer que vivamos em comunidade como seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros.
4) Para um confronto pessoal
1) Às vezes, a incredulidade e a dúvida se aninham no coração e procuram enfraquecer a certeza que a fé nos dá a respeito da presença de Deus em nossa vida. Você já viveu isto alguma vez? Como o superou?
2) Ser testemunha do amor de Deus revelado em Jesus é a nossa missão, a minha missão. Será que eu sou?
5) Oração final
Ó SENHOR, nosso Deus, como é glorioso teu nome em toda a terra! Sobre os céus se eleva a tua majestade! Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares? (Sl 8, 2.5)
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O 11º volume das “Obras completas de Joseph Ratzinger”: “Teologia da Liturgia – O fundamento sacramental da existência cristã”, do prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Muller, será lançado no dia 25 de abril, às 15h, na sede da Arquidiocese do Rio. O livro também será lançado na PUC-RS, em Porto Alegre (RS), e na PUC-SP, em São Paulo (SP).
O lançamento ocorrerá durante o 2º Simpósio Internacional “O fundamento sacramental da existência cristã”: A teologia litúrgica e sacramental de Joseph Ratzinger. O evento, da Sociedade Ratzinger Brasil, em colaboração com a Cátedra Joseph Ratzinger e com o apoio da Arquidiocese do Rio, ocorrerá nos dias 25 e 26 de abril, respectivamente, na sede da arquidiocese, na Glória, e no auditório da Pastoral Universitária da PUC-Rio, na Gávea.
Simpósio
No primeiro dia do simpósio, 25 de abril, o evento acontecerá a partir das 14h, no 2° andar do Edifício São João Paulo II, com a presença do Cardeal Müller, editor da Coleção das Obras completas de Joseph Ratzinger em alemão. Já no dia 26, às 7h45, será celebrada uma missa, que dará início às atividades do segundo dia, na Pastoral Universitária da PUC-Rio, onde será sediado esse segundo dia do encontro. O evento terá conferências de importantes nomes da teologia e apresentações de pesquisas de alunos da área, além de debates.
A comissão organizadora tem como presidentes monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira e o bispo auxiliar Dom Joel Portella Amado. Ambos têm importantes trabalhos realizados na área da Doutrina da Fé.
Segundo monsenhor Catelan, o simpósio também está relacionado com o lançamento do livro. “A vinda do cardeal Müller ao Brasil tem como finalidade o lançamento desse volume das obras de Ratzinger. Ele passará por Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Aparecida (SP). Ele vem a convite da Sociedade Ratzinger Brasil”, explicou.
Segundo ele, o fato de a PUC-Rio ter uma cátedra – uma instituição interna – em homenagem a Joseph Ratzinger, criada em 2012, permite que ela ofereça, através da cátedra, o apoio logístico para a realização de alguns desses eventos, sobretudo a do simpósio. “A relação entre todos esses eventos, em várias cidades, são a figura de Ratzinger e a vinda de Müller ao Brasil. O cardeal foi escolhido pelo próprio Bento XVI para organizar a publicação de suas obras”, contou monsenhor Catelan.
Obras completas de Ratzinger
Monsenhor Catelan contou que ao longo de aproximadamente 50 anos, Joseph Ratzinger publicou artigos, pequenos volumes, alguns livros completos, juntou artigos, fazendo pequenas coletâneas e publicando livros em diversas partes do mundo, em diferentes revistas, jornais e outras publicações.
Por ele ser um dos maiores teólogos do século XX e do início do século XXI, muitas pessoas pediram que organizassem essas publicações, como é costume fazer para filósofos, teólogos ou cientistas: se reúnem todas as obras, organizadas por temas, para melhor acessibilidade. Assim, as pessoas conseguem encontrar todas as informações sobre um determinado assunto em um só volume.
Dessa forma, as obras de Ratzinger foram organizadas em 16 volumes, sendo alguns deles em dois tomos – divisões editoriais. “De um modo simples se tem, ao todo, 21 volumes, cada um com entre 700 e mil páginas”, afirmou o organizador. Fonte:
O volume 11 é o primeiro a ser publicado. Ratzinger não pediu que os volumes fossem publicados por ordem temática, mas, sim, quis que o núcleo fundamental do pensamento dele, a Liturgia, fosse lançado primeiro. Por isso, o 11º volume será lançado antes dos demais.
“Ele confiou esse trabalho científico de organização e publicação ao então bispo Dom Müller, que era o bispo de Ragensburg, na Alemanha. Futuramente, tornou-se cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – hoje é emérito – e continuou o trabalho. Para isso, criou uma fundação, chamada Instituto Papa Bento XVI. Ele possui uma equipe coletando e organizando esse material, mas o responsável final é ele mesmo. Por isso que, para o lançamento desse volume, ele virá apresentar a obra e esclarecer critérios editoriais”, pontuou monsenhor Catelan.
Evento
O Simpósio é destinado a professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação da área de ciências da religião e teologia e a todos os interessados em refletir e se aprofundar na teologia e na atuação eclesial de Joseph Ratzinger (Bento XVI). O evento tem abrangência internacional. Para mais informações consulte o site http://www.sociedaderatzingerbrasil.com.br/.
As inscrições ainda estão abertas, através do link https://www.sympla.com.br/ii-simposio-internacional-de-estudos-ratzingerianos__483756 ou do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..
Fonte: http://arqrio.org
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Se você teve a oportunidade de participar dos ritos da Semana Santa pessoalmente ou por meio da televisão – e eu espero que você tenha participado –, provavelmente você percebeu que, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. É uma Igreja de homens. O comentário é da teóloga estadunidense Phyllis Zagano, pesquisadora da Hofstra University, em Hempstead, Nova York, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 22-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os clérigos – todos paramentados – estão no presbitério ou, pelo menos, lá na frente. O resto de nós está longe. Manter os fiéis à distância era um marco do catolicismo medieval, tanto que São Francisco de Assis tentou fazer algo a respeito disso. Incapaz de aproximar as pessoas da celebração, ele lhes deu o Evangelho. Sua atitude, ainda florescendo no mundo, ajuda os fiéis a assimilarem a desconfortável verdade: eles não podem estar perto do sagrado. Especialmente as mulheres.
A liturgia demonstra a colisão entre o real e o irreal, entre a verdade e o modo como a Igreja trata as mulheres. Ah, você pode dizer, na minha paróquia nós temos meninas e meninos como coroinhas. Temos homens e mulheres como leitores e como ministros extraordinários da Eucaristia.
Tudo bem, isso é na sua paróquia. Mas olhe ao redor do país e ao redor do mundo, e você encontrará cada vez mais paróquias instalando gradis no altar, e cada vez menos, se é que elas existem, removendo-os. É a mesma coisa nas catedrais diocesanas.
Há muitos anos, eu ouvi uma professora de liturgia chamar o gradil do altar de “cerca”. Ela tem razão. Quando a “cerca” não é suficiente, geralmente em uma grande celebração como a Missa Crismal ou a Vigília Pascal, os seminaristas podem formar um muro com tochas entre o povo e o altar durante a oração eucarística. Eu até vi membros militares parados lá – na festa de São Patrício em Waterford, na Irlanda!
É um sentimento desconfortável, especialmente para as mulheres, ser “cercado” do lado de fora da celebração eucarística. Sim, as mulheres – e os homens – podem receber a comunhão em qualquer missa, mas a distância entre o povo de Deus e o altar aumenta exponencial e simbolicamente quando dezenas ou centenas de bispos, padres e diáconos formam uma guarda armada virtual, com ou sem tochas.
É assim mesmo, você pode dizer. Sim, é assim mesmo. Mas pense sobre o que isso parece. Imagine uma foto da missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro, ou mesmo na sua própria catedral diocesana. Você vê alguma mulher? Ah, sim, ali está a mulher que leu a leitura. E não foi uma mulher que ajudou a trazer as oferendas? Mas quem mais, onde mais? Onde estão as mulheres?
Elas estão no fundo da igreja. E é bem provável que muitas das que estavam lá no ano passado foram para a Igreja Episcopal este ano. Isso não é uma ameaça. É um fato. As mulheres estão caminhando, algumas até correndo, para longe do simbolismo litúrgico alimentado por testosterona do catolicismo. Agora, já é um clichê culpar a crise sexual. É isso, mas não é só isso.
As mulheres, com os seus maridos, filhos, outros parentes e amigos, foram embora. Suas explicações são as mesmas, não importa em que língua: elas estão cansadas de serem consideradas, tanto simbólica quanto realmente, como cidadãs de segunda classe da Igreja que um dia amaram. Sua dor insuportável é profunda e é real. Elas não podem e não vão permitir que sejam tratadas assim.
Na minha paróquia é diferente, você diz? Que bom. Que a sua luz brilhe na cidade. Que ela salte por cima dos portadores de tochas e cruze a divisão clerical até o bispo. Diga a ele com que tudo isso se parece. Diga-lhe que a imagem não corresponde à história.
Diga-lhe logo, porque a história é o Evangelho; a história é sobre Jesus; a história é que as mulheres são feitas à imagem e semelhança de Deus. Lembre-lhe, se quiser e puder, que foi uma mulher quem primeiro proclamou a ressurreição. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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1) Oração
Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
3) Reflexão Luca 24,13-35
O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade. Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...". Qual é hoje a conversa do povo que sofre?
O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.
Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.
O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
- Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
- Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!
4) Para um confronto pessoal
- Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
- Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)
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1) Oração
Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegra-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20, 11-18)
Naquele tempo, 11Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. 12Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras”. Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus, de pé, mas ela não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou- lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”. 16Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que ele lhe tinha dito.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus a Maria Madalena. A morte do seu grande amigo levou Maria a uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe tinha roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota.
O Capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus a Madalena, traz vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (1) do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10); (2) de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (3) da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (4) do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do Evangelho é levar as pessoas a crer em Jesus e, acreditando nele, ter a vida (Jo 20,30-3).
Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho.
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio! Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena buscava o Jesus, o mesmo Jesus, que ela tinha conhecido e com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo. Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus. Jesus pronuncia o nome: "Maria!" Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira impressão é que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que ela tinha conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14).
- João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos. De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou por uma experiência que lhe deu um sentimento de perda e de morte? Como foi? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
- Qual a mudança que se operou em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Nossa alma espera pelo SENHOR, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos. (Sl 32, 20.22)
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Arie G. Kallenberg
A Ordem do Carmo tem tradições litúrgicas muito antigas que no correr dos séculos ficaram quase completamente esquecidas.
Uma dessas tradições é a liturgia ressurreccional que surgiu quase no mesmo tempo em que os eremitas do Monte Carmelo receberam de Santo Alberto de Jerusalém a sua Regra. É uma tradição profundamente carmelitana que teve grande influência na espiritualidade dos antigos Carmelitas.
A liturgia surgiu na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém e foi daí levada para a Europa onde se manteve, em todo o seu esplendor, até ao Concílio de Trento após o que restaram apenas alguns elementos de menor importância que depois do Concílio Vaticano II foram completamente extintos quando a Ordem decidiu abandonar a liturgia própria.
No entanto, a semente foi lançada e a liturgia ressurreccional deixou uma marca profunda naquilo que era o mais característico e o mais privativo da Ordem: a Regra (ou foi a Regra que inspirou os Carmelitas a optarem pela liturgia ressurreccional?), as festas de Nossa Senhora, principalmente a Comemoração Solene da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou seja a atual festa de Nossa Senhora do Carmo, a espiritualidade da reforma de Touraine.
Talvez uma digressão pelos monumentos históricos da liturgia Carmelita nos ajude a descobrir outros aspectos do caminho espiritual carmelitano.
O princípio
Desde o princípio a liturgia dos Carmelitas estava ligada ao Rito (à Liturgia) da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Durante séculos a liturgia dos Carmelitas era chamada, nos documentos oficiais da Ordem, o Rito dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo de acordo com o rito da igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. O nome já indica que havia um vínculo forte com o Santo Sepulcro de onde Jesus ressuscitou.[1]
A Ressurreição no Rito do Santo Sepulcro
Existem em Jerusalém desde há muito tempo duas igrejas, edificadas em lugares santos, a Basílica dos Mártires perto do Gólgota e, em cima do túmulo de Jesus, a Igreja do Santo Sepulcro ou seja a Igreja da Ressurreição[2]. Os serviços litúrgicos nesta igreja eram conduzidos pelos Cônegos Regulares de Santo Agostinho que vieram de França juntamente com os cruzados[3]. O seu rito era originariamente romano misturado com elementos provenientes de alguns lugares da França (Tours, Nevers, Paris)[4]. É compreensível que a proximidade dos lugares santos, nomeadamente do Santo Sepulcro de onde Cristo ressuscitou, tenha exercido grande influência na sua liturgia. A influência das circunstâncias locais manifesta-se na celebração das festas de algumas figuras bíblicas como, por exemplo, Abraão, Isaac, Jacob, bem como Zaqueu[5] e, de modo especial, nas procissões que frequentemente se realizavam na Igreja do Santo Sepulcro e no mosteiro adjacente. Nas cerimônias prestava-se muita atenção ao túmulo da Ressurreição. "Surrexit Dominus de hoc sepulcro", (O Senhor ressuscitou deste sepulcro), lemos num manuscrito litúrgico[6], usado pelos Cónegos Regulares de Santo Agostinho na Igreja do Santo Sepulcro. Todos os sábados, desde a Páscoa até ao Advento havia uma procissão solene para a Capela da Ressurreição e aos Domingos a missa principal era celebrada solenemente em honra da Ressurreição [7].
Do já citado manuscrito da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém consta que a noite de Sábado para Domingo, desde a Páscoa até ao Advento, era dedicada à comemoração da Ressurreição. Nos Sábados, depois das primeiras vésperas, a procissão para o Santo Sepulcro dava inicio à comemoração da Ressurreição que terminava no Domingo, depois das matinas, com uma nova procissão para o Santo Sepulcro, seguida da missa solene da Ressurreição[8].
Esta liturgia inspirou os Carmelitas. Não é possível estabelecer com exatidão quando adoptaram o Rito do Santo Sepulcro de Jerusalém. No entanto, certo é que por volta do ano de 1312 Siberto de Beka, o grande liturgista da Ordem Carmelita, elaborou um Ordinário[9] em que constantemente se refere aos costumes da Igreja do Santo Sepulcro. Neste contexto fala explicitamente "do uso da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, aprovado pelos antigos Padres"[10]
[1] Para mais pormenores veja o meu artigo: ARIE G. KALLENBERG, The Ressurrection in the early Carmelite Liturgy and Carmelite Spirituality. Carmelus – Roma, 44(1997) fasc.1, 5-20.
[2] LOUIS VAN TONGEREN. Exaltatio crucis. Het feest van Kruisverheffing en de zingeving van het kruis in het Westen tijdens de vroege middeleeuwen. Een liturgisch-historische studie. Tilburg. University Press 1995. 27.
[3] "Postquam igitur (Godefridus Bullionis) regnum obtinuit (an.1099) paucis diebus interpositis, sicut vir religiosus erat, in his quae ad decorem domus Dei habebant respectum. solicitudinis suae coepit offerre primitias. Nam protinus in ecclesia Dominici Sepulcri et Templo Domini canonicos instituit... ordinem et institutionem servans, quas magnae et amplissimae, a piis principibus fundatae ultra montes servant ecclesiae". Cfr. Analecta Ordinis Carmelitarum. 1(1909-10) 64.
[4] P. KALLENBERG (ARIE G. KALLENBERG). Fontes liturgiae carmelitanae. Investigatio in decreta, codices et proprium sanctorum, Roma. Institutum Carmelitanum. 1962, 97-100.
[5] JAMES BOYCE. The Liturgy of the Carmelites, Carmelus 42(1995) 9.
[6] Roma, Biblioteca Vaticana, ms Barberini Lat. 659, fol. 80.
[7] EDMUND CARUANA, The ordinal of Sibert de Beka with special reference to Marian liturgical themes. An historical-liturgical-theological investigation. Roma, Anselmianum, 1976, 7-8.
[8] Roma, Biblioteca Vaticana, ms Barberini Lat. 659, fol. 76v e 78v.
[9] SIBERTO DE BEKA, Ordinaire de l'ordre de Notre Dame du Mont-Carmel/par Sibert de Beka (vers 1312): publié d'après Ie manuscrit original e collationné sur divers manuscrits e imprimés par Benedict Zimmerman O.C.D. Paris, 1910.
[10] SIBERTO DE BEKA, Ordinaire, 205: "juxta consuetudinem ecclesiae Sepulchri Jerosolymitani ab antiquis patribus approbatam".
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Qual o significado da Páscoa para os cristãos?
*Pe. Luiz Camilo Júnior, C.Ss.R.
Com a celebração da Ressurreição do Senhor, na Vigília do Sábado Santo, entramos no Tempo Pascal, formado por sete semanas até a Solenidade de Pentecostes. Este tempo é marcado pela alegria da vida nova que recebemos de Cristo. É o tempo litúrgico mais forte do ano, pois é a passagem da morte para a Vida.
Durante o Tempo Pascal, em todas as celebrações litúrgicas, o Círio Pascal permanece aceso, pois ele representa o Cristo Ressuscitado que ilumina nossa vida, que dissipa as trevas da morte e faz resplandecer em todos nós a luz de Deus. O Círio é como essa grande coluna luminosa que nos guia para a libertação plena da vida.
Dentro do Tempo Pascal temos a Oitava de Páscoa. Como a Festa da Páscoa é o coração da nossa fé, reservam-se oito dias para celebrar solenemente a Ressurreição de Cristo. A Oitava Pascal é, portanto, os primeiros oito dias do Tempo Pascal, iniciados no domingo após a Vigília da Ressurreição.
No Tempo Pascal, os Domingos tem uma mesma unidade solene, não se diz 2º Domingo depois da Páscoa, mas se diz: Segundo Domingo da Páscoa. Por isso, na Oitava Pascal, a Igreja, comunidade do Ressuscitado, proclama solenemente: “este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 118, 24). O dia que o Senhor fez para nós é o dia que a vida venceu. “Na verdade, Ele não poderia estar no sepulcro, pois não pode mais haver morte onde o viver se tornou missão”.
A Oitava Pascal traz para o centro da celebração litúrgica da Igreja o mistério da Ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa de Jesus continua na ação da Igreja, por isso na Oitava Pascal celebramos que todo dia se tornou Domingo. Razão pela qual na Oitava Pascal se entoa o Hino de Louvor nas missas, que geralmente é cantado apenas na missa dominical, com exceção do tempo da quaresma e advento. Por isso, durante oito dias celebramos a Solenidade da Ressurreição de Jesus como se fosse um único dia - “o dia que o Senhor fez para nós!”
No passado, a Oitava Pascal era um tempo especial de contato com a fé para os que tinham sido batizados na Vigília Pascal. No batismo eles recebiam a veste branca, e essa veste era tirada no final da Oitava Pascal. Era momento para aqueles que renasceram pelo batismo poder experimentar a vida nova em Cristo.
Por isso, a Oitava Pascal convida-nos a fazer da nossa vida uma contínua Páscoa, um tempo de renovar a confiança no Senhor, colocando em suas mãos a nossa vida e o nosso destino. É um tempo para que, Ressuscitados com Cristo, aprendamos a buscar as coisas que são do alto - (Col 3,1).
*É Missionário Redentorista. Escreve sobre liturgia e espiritualidade no A12. Autor da Novena da Imaculada Conceição.
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A menina abrigada na casa do pai; o filho da viúva fora de casa, mas ainda não no sepulcro; e Lázaro já sepultado
Santo Agostinho, em seu Sermão 98, nos oferece uma fascinante reflexão sobre os três mortos que Jesus ressuscitou de modo visível e os três tipos de pecadores que eles podem representar:
No Evangelho (São Lucas 7, 11-17) encontramos três mortos ressuscitados pelo Senhor de forma visível e milhares de forma invisível.
A filha do chefe da sinagoga, o filho da viúva de Naim e Lázaro são símbolo dos três tipos de pecadores ainda hoje ressuscitados pelo Senhor. A menina ainda estava em casa de seu pai; o filho da viúva não estava mais na casa da mãe, mas ainda não estava no túmulo; e Lázaro já estava sepultado.
Assim, há pessoas com o pecado dentro do coração, mas que ainda não o cometeram. Tendo consentido no pecado, ele habita na sua alma como um morto, mas que não saiu ainda porta afora. Ora, acontece com frequência aos homens esta experiência interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor lhes diz: “Levanta-te!“. E, condenando o consentimento que haviam antes dado ao mal, retomam fôlego para viver na salvação e na justiça.
Outros, após aquele consentimento, partem para os atos, transportando assim o morto que traziam escondido no fundo do coração para expô-lo diante de todos. Deveremos deixar de ter esperança a seu respeito? Acaso não disse o Salvador ao jovem de Naim: “Eu te ordeno: Levanta-te!“? Acaso não o devolveu à mãe? O mesmo acontece a quem agiu desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade, ressuscita pela voz de Cristo e volta à vida. É verdade que ele havia dado mais um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre.
Já os que se embrenham nos maus hábitos a ponto de perderem a noção do próprio mal que cometem, esses procuram defender os seus maus atos e se enraivecem quando alguém os censura. A esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, albergam as mortalhas e os túmulos e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro não é mais do que a força tirânica desse mau uso que lhes oprime a alma e não lhes permite nem levantar-se nem respirar.
Por isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que quem vive viva e quem está morto volte à vida e faça penitência. Os que vivem conservem a vida e os que estão mortos apressem-se a ressuscitar.
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Santo Agostinho, Sermão 98
Fonte: https://pt.aleteia.org
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1) Oração
Ó Deus, que fazeis crescer a vossa Igreja dando-lhe sempre novos filhos, concedei que por toda a sua vida estes vossos servos sejam fiéis ao sacramento do batismo que receberam professando a fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 28, 8-15)
Naquele tempo, 8as mulheres saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”. 11Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. 12Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; 13e instruíram-nos: “Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo’. 14E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranqüilizaremos, para que não vos castigue”. 15Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.
3) Reflexão
Páscoa! O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No início do seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus tinha dito que Jesus é Emanuel, Deus Conosco (Mt 1,23). Agora, no fim, ele comunica e amplia a mesma certeza da fé, pois proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que ele estará conosco sempre, até o fim dos tempos! (Mt 28,20). Nas contradições da vida, esta verdade muitas vezes é contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Notícia da ressurreição e mandaram dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. De um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição. De outro lado, tanta gente maldosa que combate a ressurreição e a vida.
No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é contada através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4). É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus! Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmam sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”
Mateus 28,8: A alegria da Ressurreição vence o medo. Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviando-as a reunir os discípulos de Jesus na Galileia. É na Galiléia que eles poderão vê-lo de novo. Lá, onde tudo começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anúncio da vida e da ressurreição.
Mateus 28,9-10,: A aparição de Jesus às mulheres. As mulheres saem correndo. Dentro delas, há um misto de medo e de alegria. Sentimentos próprios de quem faz uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai ao encontro delas e diz: “Alegrem-se!”. Elas se prostram e o adoram. É a postura de quem acredita e acolhe a presença de Deus, mesmo que ela surpreenda e ultrapasse a capacidade humana de compreensão. Agora é o próprio Jesus que dá a ordem de reunir os irmãos na Galileia: "Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão".
Mateus 28,11-15: A astúcia dos inimigos da Boa Nova. A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois da sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas. Eles devem espalhar o boato de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventaram essa conversa de ressurreição. Os chefes recusam e combatem a Boa Notícia da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo não passou de uma invenção dos discípulos e das discípulas de Jesus.
O significado do testemunho das mulheres. A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa. Elas testemunharam a morte de Jesus (Mt 27,54-56). No momento do enterro, elas ficaram sentadas diante do sepulcro e, portanto, podiam dar testemunho do lugar onde fora colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61). Agora, na madrugada do domingo, elas estão lá de novo. Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o de Jesus! A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou suas vidas. Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas da ressurreição nas Comunidades cristãs. Por isso, recebem a ordem de anunciar: "Jesus está vivo! Ele ressuscitou!"
4) Para um confronto pessoal
1) Qual é a experiência de ressurreição na minha vida? Existe em mim alguma força que procura combater a experiência de ressurreição? Como reajo?
2) Qual é hoje a missão da nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus? De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?
5) Oração final
Bendigo o SENHOR que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui. Sempre coloco à minha frente o SENHOR, ele está à minha direita, não vacilo. (Sl 15, 7-8)
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Muitas pessoas não conseguem enxergar sinais da ressurreição e de alegria em suas vidas
Por Sílvia Beatrice Genz, pastora presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
A Páscoa afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente.
No domingo após a crucificação e a morte de Jesus, algumas mulheres foram até o sepulcro onde o seu corpo foi guardado. Na entrada do túmulo, escavado na rocha, foi colocada uma enorme pedra. O lugar estava vigiado por soldados. Além da tristeza pela morte de Jesus, havia o medo do que poderia acontecer com as pessoas que o seguiam. Seriam elas também perseguidas?
As mulheres foram lá para levar ao Jesus morto um pouquinho do amor e da aceitação que receberam dele. O que parecia ser a despedida final, o que parecia ser a última oportunidade de estar com Jesus, foi, na verdade, um recomeço. A pedra estava removida e o corpo não estava lá. Jesus havia ressuscitado. Naquele momento, as mulheres testemunharam a derrota do poder da morte. A vida venceu!
Páscoa: festa da ressurreição, da vida, da alegria! Celebrações, reuniões em família, sorrisos, ovos de chocolate, presentes, abraços... tudo de bom! Esta poderia ser a experiência de todas as pessoas. Infelizmente, a realidade não é esta. Para muitas pessoas, o sofrimento, a pobreza, a doença, as perdas, os conflitos, causam grande tristeza. Muitas pessoas não conseguem enxergar sinais da ressurreição e de alegria em suas vidas. Não conseguem passar da quaresma para a Páscoa. Há sentimento de medo e desesperança no ar.
Seja na alegria ou na dificuldade, a Páscoa é o tempo de anunciar que a morte foi vencida. O sofrimento que Jesus Cristo experimentou e a angústia que suas discípulas e seus discípulos sentiram ficaram para trás. Inicialmente, as mulheres que testemunharam a ressurreição tiveram medo. Felizmente, elas não ficaram paralisadas pelo medo. Tiveram coragem para anunciar que Jesus vive. A fé, a alegria e a esperança daquelas mulheres estavam acima dos medos e das ameaças.
A Páscoa é festa da vida e da esperança. A Páscoa afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente. Páscoa é tempo de lembrar que Deus ressuscitou a Jesus Cristo e também vai nos ressuscitar. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br
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Fontes oficiais disseram que havia ao menos 27 estrangeiros entre os mortos e, por enquanto, nenhum grupo reivindicou autoria das ações
Uma série de oito explosões em hotéis de luxo e igrejas católicas durante a celebração da Páscoa no Sri Lanka deixou, até o momento, 207 mortos e mais de 450 feridos neste domingo (21). Fontes oficiais disseram que havia ao menos 27 estrangeiros entre os mortos.
Por enquanto, nenhum grupo reivindicou autoria das ações. Sete pessoas foram presas durante uma operação de captura de suspeitos em Colombo, capital comercial do país asiático, que se localiza na extremidade sul do subcontinente indiano. Dois policiais morreram na ação.
Foram atingidos quatro hotéis, três igrejas católicas e um complexo de casas. Dos oito ataques, seis aconteceram em Colombo. Os outros dois foram registrados em Katana e Batticaloa. Fonte: www.revistaforum.com.br
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Um incêndio atingiu a igreja matriz da cidade de Monte Santo, a cerca de 360 quilômetros de Salvador, na madrugada deste sábado (20). De acordo com informações do secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ordem Pública, Zeliomar Almeida, o fogo começou por volta das 3h. Segundo ele, inicialmente os moradores tentaram apagar as chamas e usaram carros-pipas.
Os voluntários também atuaram no início do incêndio com a retirada de bancos de madeira e imagens sacras. Ainda de acordo com Zeliomar, o fogo atingiu a sacristia, cortinas e o teto da igreja. Parte do material litúrgico foi destruído. Não tinha ninguém no templo religioso quando o incêndio começou.
Segundo o secretário, quando o fogo foi controlado, parte da igreja já havia sido destruída. Os bombeiros chegaram ao local em seguida e fazem o rescaldo do incêndio na manhã deste sábado para que o fogo não recomece.
A casa paroquial, onde mora o padre, fica ao lado da igreja, mas não foi atingida. O pároco, de prenome Mauro, acompanhou todo o trabalho de combate ao fogo. Na noite de sexta-feira (19), houve atividade religiosa no templo por causa das celebrações da Semana Santa. O secretário informou ainda que os párocos da igreja vão registrar o incidente na delegacia e solicitar uma perícia para saber onde começou o fogo. Fonte: http://www.geraldojose.com.br
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As chamas atingiram a sacristia, cortinas e o teto da igreja. Grande parte do material litúrgico foi destruído pelo fogo
Um incêndio atingiu a igreja matriz da cidade de Monte Santo, cidade a cerca de 360 quilômetros da capital baiana, na madrugada deste sábado (20). As informações são do G1 Bahia.
De acordo com informações do secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ordem Pública, Zeliomar Almeida, o fogo começou por volta das 3h, não havia ninguém no local no momento do acidente.
Zeliomar afirma ainda que inicialmente os moradores tentaram apagar as chamas com a ajuda de carros-pipas. As chamas atingiram a sacristia, cortinas e o teto da igreja. Grande parte do material litúrgico foi destruído pelo fogo.
O secretário relata que quando o fogo conseguiu ser controlado, parte da igreja já havia sido destruída. Os bombeiros chegaram ao local por volta das 7h30, 4 horas após o início das chamas, e fizeram o rescaldo para evitar que o fogo recomeçasse.
A demora no socorro dos bombeiros se deve a distância da sede da cidade, a mais próxima fica a 125 quilômetros do município, em Senhor do Bonfim. Fonte: http://bahia.ba
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A - INTRODUÇÃO
Antes da reforma litúrgica de 1955, a primeira parte da liturgia era reservada quase ao clero e aos ministros. Essa cerimônia tinha participação de apenas um grupo restrito de fiéis. Após a reforma de Pio XII e do Vaticano II, essas celebrações foram reformuladas.
A celebração da noite do Sábado Santo abrange diversas partes: 1. A celebração da luz; 2. A Celebração Do Círio; 3. A Celebração da palavra; 4. A liturgia Batismal; 5. A liturgia eucarística.
1- A celebração da luz
É o início da comemoração da Ressurreição do Senhor.
Esse fato é a Nossa Vitória, garantia de nossa fé. As cerimônias são um convite á Alegria, à Esperança.
A bênção do fogo novo, tirado da pedra, é símbolo da luz, da fé que procede de Cristo, pedra Fundamental da Igreja. Dele sai o fogo que ilumina e abrasa os corações. É um costume que se originou na Gália (França) e pretende ser um sacramental substitutivo das fogueiras pagãs, que se acendiam no início da primavera, em louvor da divindade Votan, com a finalidade de se obter uma colheita dos frutos da terra.
O costume de se extrair fogo, golpeando uma pedra, provém da Antiguidade germânica pagã. A pedra passa a ser símbolo do Cristo que ilumina e abrasa os corações. Ele é a pedra angular que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.
2- O Círio Pascal
O círio pascal provém do costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Esses lâmpadas passam a ser símbolos do Senhor Ressuscitado dentro da noite da morte.
Originalmente o círio tinha a altura de um homem, simbolizando Cristo-luz que brilha nas trevas.
Os teólogos francos e galicanos enriquecem-no com elementos simbólicos. Aparecem assim as inscrições de Cristo, ontem e hoje, Princípio e Fim, e a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ômega). Coloca-se ainda o ano litúrgico corrente, pois Cristo é o centro da História e a ele compete o tempo, a eternidade, a glória e o poder pelos séculos.
Colocam-se, ainda, cinco grãos de incenso, nunca espécie de cravo de cera vermelha, rezando: Por suas santas chagas, suas chagas gloriosas, Cristo Senhor nos proteja e nos guarde.
Amém. O sacerdote acende depois o círio, que é a Luz de Cristo. Entoa-se o refrão: Eis a luz de Cristo. E todos respondem: Demos graças a Deus!
À porta de igreja ergue-se o círio e canta-se pela Segunda vez: Eis a luz de Cristo! E todos respondem: Demos graças a Deus!
Todos acendem suas velas no fogo do círio pascal e a procissão entra pela nave da igreja, que está nas trevas. Chegando ao altar, entoa-se pela terceira vez o canto: Eis a luz de Cristo! E o povo responde: Demos graças a Deus!
Acendem-se então todas as luzes da Igreja. O cortejo, que se forma atrás do círio pascal, é repleto de símbolos. É alusão às palavras de João: Eu sou a Luz do mundo; o que me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12). O círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual Javé precedia na escuridão da noite o povo de Israel, ao sair da escravidão do Egito, e lhe mostrava o caminho (Êx 13,21).
Chegado ao altar, depois da solene entronização e incensação do círio, o sacerdote entoa a Proclamação solene da Páscoa, cantando o Exultet, tirado da palavra latina inicial desse canto solene. As idéias centrais desse canto, de autor desconhecido, são tiradas dos pensamentos de Santo Agostinho e de Santo Ambrósio. Canta as maravilhas da libertação do Senhor, vindo em socorro da humanidade e protegendo seu povo eleito. É um canto de louvor, ação de graças a Deus pelas maravilhas operadas na libertação do Egito. Esses fatos maravilhosos atingem sua plenitude pela vida, morte e ressurreição de Jesus, única Luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo. É o cântico da Vitória de Cristo que realizou a Passagem, a Páscoa, para a vida do amor e da fraternidade.
3- A liturgia da palavra
A liturgia da palavra abrange as leituras bíblicas, sendo duas do Novo Testamento, a Epístola e o Evangelho. É uma alusão ao mistério de nossa Libertação. Por razões de ordem pastoral, é aconselhável a omissão de algumas leituras. Pode-se diminuir o número de leitores do Antigo Testamento, mas nunca se deve omitir a narração da passagem do Mar Vermelho, pelo seu caráter de figura tipológica do mistério Pascal. Para cada leitura há um Salmo Responsorial e uma oração. Após a sétima leitura, que é a última do Antigo Testamento, acendem-se as velas do altar e o sacerdote entoa o canto Gloria in excelsis, juntando ao canto o som festivo dos sinos da igreja.
Após a primeira leitura do Novo Testamento (Epístola), o sacerdote (ou outra pessoa indicada, ou o coral) entoa o cântico solene do Aleluia, quebrando o clima de tristeza que acompanha o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes, em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e a entrada solene no mundo da glória e da luz dos céus. Por fim, proclama-se o evangelho, contando o relato da ressurreição, fato central da fé cristã.
4- A liturgia batismal
Após a liturgia da palavra segue-se o batismo de alguns fiéis perante a comunidade. É o momento justo para a celebração do sacramento do batismo, como entrada solene na comunidade daqueles que acreditam no Cristo ressuscitado.
A apresentação dos candidatos à comunidade e o cântico da ladainha de Todos os Santos mostram a universalidade da Igreja. A bênção da água batismal é feita com o simbolismo do mergulho do círio pascal na água, dando-lhe a força do Espírito Santo.
A renúncia do mal e a profissão solene de fé dão um caráter participativo à comunidade. Caso haja batizado de adultos, eles recebem também o sacramento da confirmação pela imposição das mãos do ministro do batismo, caso o bispo esteja presidindo a celebração. Quando não há batismo-confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal. É feita ainda a aspersão da água benta, recordando o batismo que deve ser renovado pela contínua inserção na fé e renúncia ao mal.
5- Liturgia eucarística
A liturgia eucarística, com a apresentação das oferendas e a prece, atinge o clímax da celebração pascal. O prefácio exalta o verdadeiro Cordeiro, que morrendo, destruiu a Morte e, ressuscitando, deu-nos uma vida Nova. Toda a prece eucarística é plena de alegria, louvor e ação de graças, pois Cristo se faz presente pessoalmente e não apenas nos sinais-símbolos.
A presença do Ressuscitado se faz atuante no ósculo da Paz, recordando Jesus que dirigi a saudação aos discípulos na tarde do dia da Ressurreição.
O DOMINGO DE PÁSCOA
No início do cristianismo, o Domingo de Páscoa não tinha uma liturgia própria, porque, a celebração pascal se desenvolvia até a madrugada. Após a reforma litúrgica de 1955 e 1970, o Domingo passa a ser considerado como uma festividade verdadeira e própria.
A celebração desse dia é plena de alegria e esperança. As leituras são sempre as mesmas em todos os ciclos anuais. A seqüência pascal marca a emoção e a espera da comunidade. Jesus Cristo é vencedor da Morte. Ele rompeu as barreiras do tempo e do espaço. Ele é um convite à nossa ressurreição.
Em muitas comunidades, muitos fiéis não tomaram parte no Tríduo Sacro. Por isso os sacerdotes e a comunidade precisam tomar consciência da unidade da morte e ressurreição de Cristo como sendo um todo do Mistério Pascal.
B - CELEBRAÇÃO DA VIGÍLIA PASCAL: Ressurreição do senhor
INTRODUÇÃO
Noite mais clara que o dia! Assim canta a Igreja na Vigília Pascal, mãe de todas as celebrações da Igreja. Com o acender do círio pascal, na noite escura, dá-se início á celebração. Assim a Ressurreição de Jesus dentre os mortos ilumina o mundo com a serenidade de sua luz.
A Vigília Pascal foi restaurada, mas ainda não se tem consciência de sua riqueza e necessidade. A “Semana Santa” não termina com a sepultura de Jesus, nem a Páscoa consiste seu sentido a partir da Ressurreição da Jesus. Nela também nasce e toma sentido toda a vida cristã. Celebrar esta noite santíssima é ressuscitar com Cristo. A vitória de Cristo é a vitória de todo o cristão.
A Páscoa cristã tem sua história no Antigo Testamento. A ordem de Deus era que fosse celebrada sempre. Recordando as maravilhas operadas por Deus na História da salvação Olhamos também para o futuro: a realização de todas as promessas garantidas pela Ressurreição e a realização da vida nova e vida de cada um que nasceu de novo.
A celebração da Vigília Pascal tem quatro momentos:
Liturgia da Luz
Liturgia da Palavra
Liturgia Batismal
Liturgia Eucarística
I - LITURGIA DA LUZ
1- BÊNÇÃO DO FOGO E PREPARAÇÃO DA CÍRIO
Segundo antiga tradição, o fogo aceso com pederneira (tirando da pedra), simboliza o Cristo, a luz que sai do túmulo de pedra. Com ele se acende o Círio Pascal. Ele é a imagem e símbolo de Cristo ressuscitado, luz do mundo, que entra pela Igreja escura e vai iluminando lentamente, até atingir o clarão total. A luz é Cristo.
O Círio é preparado: faz-se nele uma cruz explicando que Cristo salvou pela Cruz. São colocadas as letras A e Z, dizendo que Cristo nos salva pelas suas chagas. Acende-se o Círio e se inicia a procissão em direção ao altar. É a coluna de fogo que guia o novo povo resgatado de uma escravidão e salvo pelas águas do batismo. Entrando no Reino de Deus, presente na Eucaristia.
2- PROCLAMAÇÃO DA PÁSCOA
Canto da proclamação da Páscoa (Perônio): na alegria de Cristo Ressuscitado são proclamadas as festas pascais. Celebram-se as maravilhas de Deus nesta noite. Celebra-se a alegria da luz. Não se esquece da abelhinha que produziu a cera com a qual foi feito o Círio, imagem e símbolo de Cristo que conduz o seu povo.
II - LITURGIA DA PALAVRA
1- INTRODUÇÃO
A celebração da Vigília Pascal tem um elemento forte: a liturgia da Palavra. Nela celebra-se o Cristo que é Palavra do Pai, luz do mundo. Ele está presente na Palavra lida na comunidade. É a proclamação da História da Salvação e das maravilhas realizadas por Deus, até chegar a Cristo, maravilha que permanece não como uma história passada, mas como vida da qual participamos. São 7 (sete) leituras do Antigo Testamento, sendo uma da Carta de São Paulo aos Romanos e outra dos Evangelhos. Do Antigo Testamento não é obrigatório ler todas. Recomenda-se, porém , que sejam escolhidas pelo menos três. E a leitura do Êxodo (14,15-15,1) não pode ser omitida. A Igreja recomenda que o critério de escolha das leituras seja o pastoral e não a comunidade. Elas são uma excelente catequese do Ministério Pascal de Cristo.
2- PRIMEIRA LEITURA (Gn 1,1-2,2 ou 1,1.26-31a)
A Criação do mundo e do homem, primeiro gesto de salvação de Deus: Criação e Ressurreição vêm juntas, pois em Cristo ressuscita se faz presente a nova criação. A criação em Cristo encontra seu 7o dia, dia do repouso, e o homem, o ingresso no Paraíso. Em Cristo todas as coisas se fazem novas. Todo o mundo criado, juntamente com o povo fiel, canta a glória do Cristo. O homem é o centro da criação. Em Cristo, novo homem, novo Adão da história, a criação e toda a humanidade tomam novo sentido e têm nele sua garantia. O mundo é o lugar da salvação.
3- SEGUNDA LEITURA (Gn 22,1-18 ou 22,1-2.9a.10-13.15-18)
O Sacrifício de Abraão, nosso Pai na Fé.
Abraão é chamado por Deus a constituir o povo de Deus. Tantas são as promessas. Mas Abraão é colocado à prova. Responde com fé e generosidade!
O povo de Deus é nascido não do sangue, mas da fé no Deus que chama a compartilhar de seu plano de vida. Cristo é o novo cordeiro que está em nosso lugar, na resposta total e fiel a Deus. Sua descendência será grande como as areis da praia.
4- TERCEIRA LEITURA (Êx 14,15-15,1)
Passagem do Mar Vermelho.
O povo de Deus tem uma forte experiência de libertação através das águas do mar. São as maravilhas de Deus que acompanham a criação e formação do povo de Deus.
O novo povo passa pelas águas do batismo, que lhe dão não uma liberdade humana, mas a passagem da morte de cada cristão através de sua passagem com Cristo nos sacramentos.
5-QUARTA LEITURA ( Is 54,5-14)
A Nova Jerusalém caminha para o esplendor da luz do Senhor.
A Nova Jerusalém é figura da Igreja, novo povo de Deus, reunido em Cristo numa só família pelo seu sacrifício pascal. Novo povo, na unidade do Pai, do Filho e do Espírito, é instruído pela Palavra de Deus. Será povo Santo.
6- QUINTA LEITURA ( Is 55,1-11)
A salvação é oferecida gratuitamente a todos os povos.
O povo de Deus não isolado e fechado. A salvação é como um banquete oferecido a todos os povos. É uma aliança prometida a todos. Deus é generoso em sua promessa, sua Palavra não cai em vão, mas produz sempre o fruto.
7- SEXTA LEITURA ( Br 3,9-15.32-4,4)
Fonte de vida e sabedoria.
Fazemos parte de um povo novo pelo Batismo. Somos constantemente chamados a procurar a sabedoria e a caminhar na luz de sua lei, que é um jugo suave e de leve peso. A lei dos ressuscitados é o amor de Cristo.
8- SÉTIMA LEITURA ( Ez 36,16-17a.18-28)
Um coração novo e um Espírito novo.
Pela Ressurreição de Cristo todos serão transformados e reunidos em um único povo purificado pela água do Batismo. O coração transformado receberá um Espírito novo, estabelecendo-se uma aliança de amor e de mútua pertença, fruto da Páscoa. A oração que segue a leitura evoca a ação de Jesus restaurador de todas as coisas. A Igreja reunida é o ponto de chegada de todo o caminho de salvação iniciando no gesto criador de Deus.
9- HINO DE LOUVOR
Canto do Glória:
Depois de uma longa Quaresma, tempo de reflexão e penitência, chegamos ao momento de celebrar a alegria da Ressurreição. É o hino de louvor e adoração ao Cristo vivo, na unidade do Pai e do Espírito.
1- ORAÇÃO
Rezemos a alegria desta noite santíssima iluminada pela Ressurreição. Pedimos a Deus o espírito filial e o reavivamento da comunidade cristã.
11- OITAVA LEITURA (Epístola) (Rm 6,3-11)
Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais.
Pelo Batismo estamos unidos à morte de Cristo, com ele caminhamos na Vida nova. Somos semelhantes a ele. A morte não tem mais domínio sobre ele. Consideremo-nos mortos ao pecado e vivos para Deus.
12- ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
(Canto do Aleluia)
Aleluia! Louvado seja Deus!
O sacerdote entoa solenemente a Aleluia que significa: Louvores a Deus. É o momento da explosão de alegria. Santo Agostinho dizia ao seu povo: com o canto do Aleluia nós exprimimos o tempo da alegria, do repouso e do triunfo representados pelos dias pascais. Não temos ainda o objetivo de nosso louvor, ma caminhamos para ele, o Cristo, no seu reino definitivo.
13- EVANGELHO
Ano A: (Mt 28,1-10)
Ao raiar do dia, surge a nova luz. O anúncio feito às mulheres é simples: “Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito”. Tornam-se elas as primeiras anunciadoras: “Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos”.
Ano B: (Mc 16, 1-7)
As mulheres entram no túmulo e viram um jovem vestido de branco. Tiveram medo. Disse ele: “Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei aos discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, para Galiléia. Lá o vereis”.
Ano C: (Lc 24, 1-12)
“Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!” Voltaram as mulheres do túmulo e foram contar aos discípulos. Pedro correu ao túmulo e foram contar aos discípulos. Pedro correu ao túmulo, debruçou-se, mas só viu as ligaduras. Voltou para casa admirado com o sucedido.
III - LITURGIA BATISMAL
1- EXORTAÇÃO
A Igreja, desde os primeiros séculos, ligou a noite pascal com a celebração do Batismo. Toda a celebração é estruturada sobre o tema do Batismo e nossa vida em Cristo Ressuscitado. Baseia-se no pensamento de Paulo que o Batismo é uma imersão em Cristo, na sua morte e o ressurgimento com Cristo na sua ressurreição.
Nas comunidades de muitos catecúmenos, neste momento da celebração recebem o Batismo aqueles que devem se batizados.
Se houver Batismo de adultos, estes recebem também a Crisma e Eucaristia. Batismo, Crisma e Eucaristia formam um só sacramento da iniciação cristã.
Com palavras próprias ou seguindo a fórmula do Missal Romano, o Celebrante faz breve exportação ao povo sobre o significado e a importância do Batismo.
2- LADAINHA DE TODOS OS SANTOS
O rito da Liturgia Batismal inicia-se com a ladainha de todos os santos. Invocamos a presença de toda Igreja celeste e terrestre para que esteja orando junto, implorando o Dom do Batismo não é algo pessoal, mas pertence a todo o povo de Deus no qual é inserido o batizado. Todos enxertados em Cristo
3-BÊNÇÃO DA ÁGUA BATISMAL
A solene bênção relembra e faz memória de todas as maravilhas operadas por Deus mediante a água do Jordão.
Coloca-se o Círio dentro da água, pedindo ao Cristo que infunda nesta água a força do Espírito Santo, para que quem nela for batizado seja sepultado na morte com Cristo e ressuscite com ele para a vida.
Segue-se o rito do Batismo, se houver pessoas para serem batizadas.
4- RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO
Terminado o rito do Batismo, a comunidade faz a renovação de suas promessas batismais e de seu aprofundamento na fé. É o momento em que nos inserimos mais profundamente no mistério da Cristo Ressuscitado, através dos ritos da Igreja.
Ficam todos de pé com as velas acesas.
IV - LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO EUCARÍSTICA
É o momento culminante da celebração. A comunidade, reunida em torno da Páscoa, renova o mistério da imolação e glorificação de Cristo. Batizados em Cristo, ungidos por seu Espírito, entramos em comunhão total com ele, fazendo sua a nossa vida, participando do seu mistério.
Transformados em homens e mulheres novos, nesta noite santíssima fazemos uma ação de Graças a Deus, pelo que Deus realizou em Cristo: ele é o cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo; morrendo, destruiu a morte e, ressuscitando, restaurou-nos a vida.
Vivos em Cristo, com ele viveremos no amor. O abraço da paz será o símbolo da paz instaurada por Cristo. Paz que dá testemunho ao mundo da vitória do Ressuscitado. As promessas se cumpriram: surgiu um novo céu e uma nova terra no gesto de amor e de fraternidade universal.
C - PREPARAÇÃO
1- Introdução
Esta é uma noite sacramental. A proclamação da Ressurreição do Senhor, mais do que um ato de fé, deve ser celebrada como uma atualização da Graça Pascal para a Comunidade. A História da Salvação, resumida nas diversas Leituras, converge para a alegria e a certeza de uma participação atual no Projeto Pascal de Deus.
Celebrar é integrar-se nessa mesma História, é tornar-se hoje personagem vivo de uma Salvação que continua acontecendo através da presença viva de Jesus Ressuscitado. Daí, a centralidade e a importância da Liturgia Batismal, que significa este mergulho do homem no mistério da Morte e Ressurreição do Senhor.
A Eucaristia une-se fortemente ao Batismo, como parte de uma só realidade sacramental: tornar-se um só Corpo com o Senhor Ressuscitado. A própria Liturgia do Sábado Santo, quando bem celebrada e participada, evidencia por si mesma a melhor Mensagem de Páscoa, que dispensa uma Homilia especial.
2- Sugestões
1-Fazer uma verdadeira fogueira, suficientemente distante da igreja, para que possibilite uma procissão de todos os fiéis. Cada família pode ser convidada a trazer algum pedaço de madeira ou um graveto, que juntará à fogueira, com o sentido de participar na realização deste fogo novo.
2-Ao proclamar as palavras que acompanham a incisão do Círio, o Celebrante deve fazê-lo recitando ou cantando, convidando a Comunidade a repeti-las.
3-Círio Pascal: cantar o Precônio às luz das velas, fazendo com que a Comunidade participe do canto através de aclamações. (P. Ex.: Vem, amigo, vem, irmão,/ hoje é Páscoa do Senhor./ Vem, Senhor Jesus. Amém.)
3-Liturgia da Palavra: preparar de tal forma que não seja cansativa, seja participada e comunicativa.
- fazer uma entrada solene da Bíblia, que será colocada perto do Círio Pascal e incensada antes de começar as Leituras. Se possível, fazer entrar 2 Bíblias, ama aberta no Antigo Testamento, e outra no Novo Testamento.
- fazer as leituras em forma dialogada.
- alternar entre ler, contar espontaneamente ou até cantar o conteúdo das Leituras.
- usar slides, cartazes com os temas, representação visual, corporal.
- cantar os Salmos de meditação ou substituir por cantos conhecidos, que expressem o tema da
Leitura proclamada.
1-Antes do Glória, montar e enfeitar o altar principal, fazendo uma procissão.
2- Mais uma vez, enquanto possível, levar as crianças para um outro local onde tenham uma Celebração da Palavra adaptada a elas. Fazê-las irromper na Comunidade no momento do Glória, com cantos e gritos de alegria.
3-Liturgia Batismal: deve ser feita de tal modo que realmente seja percebida como parte integrante da Celebração Pascal. É a Ressurreição de Jesus que se comunica sacramentalmente ao ser humano. O melhor é realizar um verdadeiro Batizado, principalmente se for de adulto. O sentido da Vigília pascal se expressa melhor no Batismo de imersão, que poderia ser feito principalmente com crianças, à semelhança da imersão do Círio Pascal. Na Ladainha de todos os Santos, acrescentar também os Santos de devoção da Comunidade. Se não for cantada, fazer com que pessoas ou grupos de pessoas façam as invocações de alguns Santos. Na renovação das promessas do Batismo, ao invés de aspergir com água benta, providenciar algumas vasilhas nas quais a água batismal seja distribuída e apresentada à Comunidade, para que possa fazer o Sinal da Cruz.
4-O abraço da Paz pode ser dado no fim da Celebração, de modo que permita uma troca alegre e demorada de Feliz Páscoa entre todos os participantes da Celebração.
3- Preparar
1-Para a bênção do fogo:
- uma fogueira (num lugar fora da igreja, onde o povo se reúne);
- o Círio Pascal;
- cinco grãos de incenso; um estilete;
- utensílio adequado para acender a vela com o fogo novo;
- lanterna para iluminar os textos a serem lidos;
- velas para os que participam da vigília;
- incenso; talha de barro ou turíbulo;
- utensílio para se tirar as brasas acesas do fogo novo e deitá-las na talha de barro ou turíbulo;
- tochas ( acompanharão o Círio Pascal).
Para a proclamação da Páscoa ( Exultet) e para a liturgia da palavra:
- candelabro para o Círio Pascal, posto junto à mesa da Palavra;
- uma estante para o (a) cantor(a) proclamar o Exulte e para os leitores da liturgia da palavra;
- Lecionários;
- foguetes e sino.
Para a liturgia batismal:
- potes, jarros ou recipientes adequados, com água;
- aspérgio ou um ramo apropriado para se lançar a água benta;
- quando se administram os sacramentos da Iniciação cristã: óleo dos catecúmenos, santo crisma,
vela batismal, Ritual do Batismo.
4- Pessoal e Serviços
- Montadores da fogueira;
- Acendedora do fogo novo;
- Carregador(a) do Círio Pascal;
- Carregadores das tochas ( acompanharão o Círio Pascal );
- Carregadores(as) das talhas de barro ou dos turíbulos;
- Apagadores e acendedores das luzes da igreja;
- Cantor(a) da proclamação da Páscoa (Exulte);
- Leitores; são propostas nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento (Epístola e Evangelho). Por razões pastorais pode-se diminuir o número de leituras do Antigo Testamento, sendo que a terceira (Êx 14,15-15,1) não pode ser omitida;
- Salmista(s) ou cantor(es) para os Salmos Responsoriais das Leituras;
- Arrumadeiras do altar (enfeites e adornos apropriados, no momento em que se entoa o Hino de Louvor);
- Batedores de Sinos;
- Soltadores de foguetes; ( ao entoar o hino Glória a Deus nas alturas, tocam-se os sinos e soltam-se os foguetes);
- Carregadoras dos jarros ou potes, com água;
- Benzedeiras, (ministras ou ministros) para aspergirem a assembléia com a água benta;
- Apresentadores(as) dos catecúmenos;
- Organizadores(as) da procissão até a pia batismal ou ao batistério;
- Servidoras(es) da mesa do pão.
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O nosso serviço é voltado em particular, àquelas que deixam a rua para iniciar um caminho de reintegração social e familiar.
Por Anna Pozzi
A missionária da Consolata, irmã Eugênia Bonetti, dedica-se ao combate do tráfico de jovens destinadas à exploração sexual. Foi convidada a participar do I Congresso Latino-Americano de Pastoral de Rua, realizado na Colômbia de 19 a 24 de outubro de 2008.
O grito da jovem Maria
Um dia, do escritório da Cáritas italiana, irmã Eugênia dirigia-se para a missa. O grito de socorro de uma jovem nigeriana lhe interrompeu o caminho e daquele momento em diante, mudou seus projetos de vida e de missão. Irmã Eugênia, 69 anos, dos quais 24 vividos no Quênia, ainda tem bem presente aquele episódio aterrador. O rosto de Maria - era este o nome da jovem agredida - demonstrava horror e desespero. O seu grito encontrou eco no coração de irmã Eugênia. Um pedido de socorro, de misericórdia, mas também um grito de denúncia e de condenação. A luta da missionária, das estradas da África transferiu-se, às estradas e ruas da Itália, de dia e de noite, em favor e ao lado das mulheres condenadas à escravidão sexual. Meras prostitutas para quem as usa; vítimas e escravas para quem conhece as suas histórias de desonra e submissão.
Irmã Eugênia encontrou milhares delas na Nigéria, em Turim, Tirana, Milão, Bucareste e em outros lugares de origem, trânsito e destinação de jovens traficadas. Desde que em 1993 começou a enfrentar o problema, jamais deixou de atender pessoalmente os inúmeros casos que encontrou, além de ter criado uma rede de pessoas, que com ela agem, na prevenção, denúncia, e combate a este crime.
Coração africano
“Quando parti para a Missão do Quênia - narra a missionária - no longínquo ano de 1967, pensava que a minha vida fosse dedicada à África. Lutávamos para promover a educação, especialmente das jovens e para a emancipação das mulheres, num contexto fortemente machista. Quanta alegria, determinação e coragem! Eu sentia que a mensagem do Evangelho, de esperança e libertação, trazida por Cristo, se realizava nos ideais que me haviam fascinado na juventude e que me acompanharam na busca vocacional e no desejo de me tornar missionária na África”.
Hoje, às vésperas dos 70 anos de idade e dos 50 de Profissão Religiosa, irmã Eugênia continua cheia de energia e de projetos, determinada, batalhadora, sempre próxima das pessoas, especialmente das mulheres. Atrás do rosto desta grande empreendedora, decidida e eficiente, bate um coração que muito se dedicou a África; um coração vital, hospitaleiro, misericordioso, que sabe acolher as riquezas e as fraquezas das pessoas, a alegria e o cansaço, as esperanças e as decepções. Com seu caráter forte e batalhador, não podia aceitar, impassível, a dolorosa decisão de ter que voltar para a Itália em 1991. E a outra vocação surgiu no encontro fortuito com Maria. “Suas roupas, suas atitudes, mostravam abertamente de onde vinha e o que fazia. As pessoas que cruzavam nosso caminho admiravam-se de ver uma religiosa ao lado de uma prostituta. Eu mesma não sabia como explicar isto às pessoas. Estava apressada para chegar em tempo à missa. Diante do pedido de socorro, parei para escutá-la. E graças a Maria, descobri mais uma vocação dentro da minha vocação missionária”.
As muitas Marias da vida
Na época, Maria tinha 30 anos e três filhos, deixados na Nigéria. Comprada e vendida por diversos traficantes, meses de viagem em condições desumanas, Maria não imaginava que o trabalho que lhe foi oferecido significaria vender o corpo para pagar uma dívida absurda, ajudar sua família e obter os documentos. Sua história é semelhante a de muitas outras jovens nigerianas, e que tende a atingir meninas sempre mais jovens e com menor grau de instrução, enganadas por uma rede de traficantes que negocia a exploração das escravas: 30 mil apenas na Itália.
O desafio
“Esta nova situação - diz irmã Eugênia - me desafiava, como pessoa e como religiosa, eu que questionava a minha vida, a minha vocação e as minhas motivações missionárias. Eu sonhava com a África e queria levar estas mulheres para a minha casa! Seu grito, porém, dizia-me algo mais. Talvez que eu pudesse ser o instrumento para uma nova missão, nova fronteira, ligada à dignidade da pessoa; em especial a pessoa humilhada, esmagada, explorada. Cristo colocou o ser humano e a sua dignidade como centro da sua obra redentora e deve ser este fundamento do nosso agir e do nosso serviço. A missão está lá onde vivem as pessoas, muitas vezes em condições desumanas. É ali que devemos mostrar que somos discípulos missionários de Jesus Cristo”.
Uma resposta corajosa
Nos Estados Unidos, o trabalho da irmã Eugênia foi duplamente reconhecido pelo Departamento de Estado, em 2004 e em 2007 por sua luta contra as escravidões modernas. Em 2007, George W. Bush e sua esposa Laura, em viagem pela Itália, quiseram encontrar-se pessoalmente com ela. “O que podemos fazer para apoiar o seu trabalho?” perguntaram. E irmã Eugênia respondeu: “combater muito mais do que já se faz, todas as formas de pobreza e corrupção. Promover a educação, trabalho e formação humana para que cada pessoa possa criar em si a consciência do valor da própria vida e dignidade”.
“A Igreja e todos os cristãos, são chamados a fazer alguma coisa” – sustenta a missionária – “O silêncio e a indiferença podem ser uma forma de conivência”. Irmã Eugênia procurou e encontrou aliados: em primeiro lugar as 250 religiosas pertencentes a 70 congregações diferentes, que, em mais de uma centena de centros e casas de acolhida, lutam diariamente para tirar estas jovens das ruas e oferecer-lhes uma chance de futuro. “Nossa força é o trabalho em rede”, explica. “Uma rede que abrange uns 30 países, de origem, trânsito e destinação das jovens traficadas. Em toda parte, outras Irmãs locais fazem um trabalho precioso de prevenção e sensibilização, de proteção às moças e suas famílias, e de acolhida e inserção na sociedade das que voltam para casa.
O reconhecimento
As jovens surpreendem. Como Joy, que retornou à Nigéria. Quando se encontra com irmã Eugênia abraça-a longamente. Joy é uma jovem bela e sorridente. Diplomou-se recentemente em psicologia com o objetivo de ajudar outras jovens, traumatizadas como ela, a cicatrizar as feridas da alma, e a recomeçar a viver. “Obrigada, irmã Eugênia, muito obrigada!” Não se cansa de repetir-lhe e de abraçá-la, com um largo sorriso e olhos brilhantes de reconhecimento. É assim esta “rocha” chamada Eugênia, que não resiste e se emociona a cada reencontro.
No Congresso de Bogotá, pediram a ela para que apresentasse o trabalho que está sendo feito na Itália para recuperar e reintegrar quem é vítima de exploração sexual. “A nossa experiência de religiosas que procuram há vários anos dar respostas adequadas a este tipo de problema, através de uma centena de comunidades de acolhida para mulheres exploradas e os seus filhos, suscita sempre grande admiração. Para nós consagradas, esta resposta, nada mais é do que uma maneira de viver a nossa fidelidade e atualidade dos nossos carismas de fundação, que tem especial preocupação com a promoção da mulher e a proteção às crianças. O nosso serviço é voltado, em particular, àquelas que deixam “a rua” para iniciar um caminho de reintegração social e familiar. É este um trabalho que fazemos em conjunto com a Cáritas e com todas as forças que operam neste sentido. Graças a esta colaboração, milhares de mulheres puderam mudar de vida e reintegrar-se na sociedade. Só trabalhando em comunhão e não por competição, conseguimos tais resultados”, concluiu. Fonte: http://mc.consolata.org.br
- Detalhes

A reforma litúrgica de Pio XII, em 1955, introduz a comunhão aos fiéis. No mais, conservou a maior parte dos costumes anteriores. O Vaticano II fez profundas modificações nessa liturgia. A celebração já tinha sido fixada na parte da tarde pelo ORDO precedente. Havia também a possibilidade de se fazer a liturgia da Palavra na parte da manhã e deixando para tarde a veneração da cruz e a comunhão. Os motivos pastorais, no entanto, exigiram que se fizesse uma só cerimônia, para não obrigar as pessoas a se reunirem duas vezes no mesmo dia.
Nesse dia não há assim celebração da eucaristia - missa, mas apenas a Comemoração da paixão e morte do Senhor. Essa atitude de respeito pelo jejum, abstinência, tristeza e silêncio é feita na Esperança. Pela morte veio a Vida; pelo fracasso aparente, salvação dos homens. Esse Mistério da salvação dos homens pela morte do Filho de Deus é loucura para quem vive numa sociedade de consumo, de produção, de sucesso e de glórias efêmeras. Mas aquilo que é loucura de Deus é mais sábio que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais que os homens (1Cor 1,25).
A celebração da Morte do Senhor consta de leituras bíblicas (Is 52,13 até 53,12; Hb 4,14-16; 5,7-9) e da narração da Paixão do Senhor (Jo 18,1-19,42). Logo após a liturgia da palavra, fazem-se as Preces da Igreja Universal. Essa oração universal mostra a dimensão da catolicidade da Igreja como a grande Comunidade. Seguem-se a Adoração da Cruz e a Liturgia da Comunhão. A Sexta-feira Santa é um convite ao respeito e à simplicidade, recordando a Morte de Senhor. Só entende a Vida quem compreende o Mistério da Dor e do Sofrimento. Comemorar a morte do Senhor é comprometer-se com Cristo Verdade e Vida, que nos dá o sentido do Transcendente e do Eterno.
O Mistério da Redenção ganha sentido maior na ressurreição, ou seja, na passagem do mundo da tristeza para a Alegria, da escravidão para a Liberdade, das trevas para a Luz, do egoísmo do pecado para Vida de Amor.
A - Celebração da Paixão do Senhor
1-Introdução
Hoje não celebramos a Eucaristia, porque a Igreja tem esta longa tradição de não celebrar missa na Sexta-feira Santa.
Nós nos reunimos para comemorar e reviver a paixão do Senhor. A Igreja contempla Cristo que, morrendo, se oferece como vítima ao Pai, para libertar toda a humanidade do pecado e da morte. Nós adoramos nesta celebração o mistério de nossa salvação e dispomos nosso coração na fé e no arrependimento, para que possamos ser curados e santificados pelo sacrifício de Cristo.
Aos pés da Cruz, a Igreja em oração quer trazer as dores de toda a humanidade, para que o sangue precioso de Cristo possa curar todos os males e fazer crescer a semente do reino plantada pela sua Palavra, regada com seu sangue e cuidada com a força da sua Ressurreição.
A celebração de hoje tem 4 partes:
Paixão proclamada: Liturgia da palavra
Paixão invocada: Solene Oração Universal
Paixão venerada: Adoração da Cruz
Paixão comungada: Comunhão eucarística.
Proclamando o acontecimento da Paixão, nós nos tornamos participantes e recebemos a força de sua Cruz. Assim, diante do mistério da morte de Cristo, nós nos sentimos impelidos a não deixar ninguém fora deste sangue que nos liberta e lava. Cheios de amor, veneramos a cruz, num gesto de adoração àquela que se entregou até à última expressão do Amor. Nada faltou da parte de Deus, para nos amar e demonstrar a verdade de sua proposta de vida nova.
Comungando, fazemos um só corpo com ele e com todo o povo de Deus. Como diz a oração final da celebração: “Ó Deus, que nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso Cristo, conservai em nós obra de vossa misericórdia, para que, pela participação deste mistério, vos consagramos sempre a nossa vida”.
B - LITURGIA
1- INÍCIO DA CELEBRAÇÃO
Os celebrantes e ministros aproximam-se em silêncio do altar.
Todo o povo se ajoelha.
Os celebrantes podem prostrar-se ou ajoelhar-se, em sinal de profunda reflexão e compenetração no mistério que vão celebrar. Após alguns instantes, levantam-se e dirigem-se aos seus lugares.
O povo fica de pé.
Voltando para o povo, o celebrante que preside reza a oração.
2- ORAÇÃO
Pedimos a Deus que, pelo sangue de Cristo derramado na cruz, se lembre de suas misericórdias e nos santifique pela sua constante proteção.
PAIXÃO PROCLAMADA
Liturgia da Palavra
3- PRIMEIRA LEITURA ( Is 52,13-53,12)
A Palavra de Deus apresenta o cântico do Servo de Javé, uma profecia sobre o Cristo sofredor que assumiu nossas dores, curando-nos por suas chagas. Ele ofereceu sua vida como expiação. Sua morte é vida para todos nós, pecadores. O salmo reza com Jesus na Cruz sua entrega a Deus: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito”. A morte de Jesus culmina num grande grito de certeza de vida que está nas mãos de Deus: “ Senhor, eu ponho em vós minha esperança”. No servo sofredor estamos todos nós, também para viver. (Pág. 141, no 4)
4- SEGUNDA LEITURA
A Palavra de Deus desta leitura explica quem é servo de Javé, sofredor: Ele é o sumo sacerdote, aquele que nos dá plena segurança de nos aproximarmos do trono da graça, “para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno”. Ele é o mediador e sabe entender nossas enfermidades, pois passou por elas, menos no pecado. Pela sua obediência, teve seus clamores ouvidos. Deus o ressuscita. Dá-nos assim garantia que nossa luta contra todo mal será ouvida e temos uma ressurreição semelhante à sua. “Por isso Deus o elevou acima de tudo”, nos diz São Paulo (F12,9). Por meio de seu sofrimento e morte temos na casa do Pai um medidor, da nossa parte, a nos garantir.
5- EVANGELHO (Paixão do Senhor) (Jo 18,1 - 19,42)
João narra a Paixão não somente um fim trágico de Cristo, mas como o caminho de sua glorificação. Jesus dizia: Quando for exaltado da terra atrairei todos a mim. Jesus não morre empurrado por um sistema. Tem plena consciência de sua missão de unir todos os dispersos. Tem plena consciência de sua missão de unir todos os dispersos. Tem força suficiente para crer que sua paixão e morte são Revelação do amor do Pai: O Pai amou tanto o mundo que deu seu Filho.
Esta morte está direcionado exercendo total influxo na Igreja, figurada por Maria ao pé da Cruz recebendo o discípulo.
Ali nascem os sacramentos do sangue, Eucaristia e água, batismo. Ele culmina com o Dom do Espírito: Inclinando a cabeça, entregou o Espírito. Bem dizem os santos padres: Do lado de Cristo adormecido na Cruz nasceu a nova Eva, a Igreja, fecundada pelo Espírito, gerando filhos para Deus.
PAIXÃO INVOCADA
6- SOLENE ORAÇÃO UNIVERSAL
No dia da celebração da paixão de Cristo para a salvação de todos, a Igreja abre os braços e o coração para realizar uma oração de intercessão pela salvação do mundo, A Igreja, que tem por cabeça o Cristo Sacerdote, em nome e por meio dela apresenta ao Pai suas grandes intenções. Toda a humanidade é trazida nesta oração aos pés da Cruz, na qual Cristo morre. É o primeiro resultado da morte de Cristo: abrir-se e preocupar-se com o mundo inteiro.
PAIXÃO VENERADA
7-ADORAÇÃO DA CRUZ
A liturgia está centrada no sacrifício de Cristo. Por isso se apresenta a Cruz para a adoração. Não adoramos a madeira da Cruz, mas a pessoa de Cristo crucificado e o mistério significado por esta morte por nós. Mesmo sendo um momento de morte, liturgia não deixa de estabelecer que Cristo está vivo e ressuscitado.
Adoramos vossa Cruz, Senhor, louvamos e glorificamos vossa santa Ressurreição, pois pelo lenho da Cruz veio a alegria ao mundo inteiro.
A Cruz é sinal da vitória de Cristo que arrebenta as portas do mal. É a expressão máxima do amor do Pai: “Deus tanto amou o mundo, que lhe deu o seu único Filho” (Jo 3,16).
A Cruz é a árvore da vida, cujo fruto bendito nos faz viver eternamente. Não podemos esquecer que na Cruz está o projeto de morte de todos os males do mundo. Ela é libertação.
PAIXÃO COMUNGADA
8- COMUNHÃO EUCARÍSTICA
O momento da comunhão é a profissão de fé no Cristo que está vivo e que, pela comunhão, nos torna um só corpo com ele. O sangue que nos remiu nos livrou da morte e do mal, afastou o tentador, que queria dominar sobre nós e estabelecer em nós o mal, e introduziu-nos no Reino de justiça, de amor e de paz.
Assim nós estamos em comunhão com Cristo e com toda Igreja, e fazemos de nossa vida a vida de Cristo. Comungando Cristo, comungamos seus sentimentos, ao se entregar ao Pai, e comungarmos a vida que ressurge.
ENCERRAMENTO
9- ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pedimos a Deus que, pela nossa participação no mistério da paixão e morte de Cristo, conserve em nós a obra de sua misericórdia.
10- ORAÇÃO SOBRE O POVO
O sacerdote pede para o povo a bênção de Deus, perdão, consolo e crescimento na fé, e que a redenção se confirme em nós.
Assim termina esta celebração, mas a vivência do Tríduo Pascal continua. Mesmo a celebração das tradições populares da Procissão do Enterro e das Dores de Maria não devem nos desviar daquele pensamento central da Igreja para os dias de hoje e de amanhã: meditação, silêncio e reflexão diante do túmulo de Jesus, que morreu e “desceu à mansão dos mortos” como rezamos no Creio. É a solidariedade de Cristo com todos os mortos, como foi solidário com todos os vivos. Significa que Cristo é Salvação de todos, em todos os tempos. Sua morte é uma vez por todas. Sejamos solidários com Cristo que é solidário conosco.
C - PREPARAÇÃO
1- Preparar
Paramentos de cor vermelha
A cruz (coberta com o véu; para prender o véu, usa-se alfinete ou fita crepe);
dois castiçais;
Tapete, almofadas ou genuflexórios desguarnecidos (para a prostração);
Missal;
Lecionários;
Toalhas;
Corporais.
2- Pessoal e Serviços
Arrumadoras da cruz para a procissão;
Preparadoras do lugar para a celebração da Paixão do Senhor;
Leitores(as): uma leitura do Antigo testamento (profeta Isaías) e as leituras do Novo Testamento: Epístola aos Hebreus e a história da Paixão do Senhor;
Salmista ou cantor;
Transportadores (acólitos) dos castiçais;
Carregadores(as) da cruz para adoração;
Apresentadores(as) da cruz para a assembléia;
Arrumadeiras do altar (serviço de mesa);
Transportadores(as) do pão consagrado para a distribuição aos fiéis.
3-Sugestões para Preparar a Celebração
1-Por mais austera que pareça a Celebração da Sexta-feira Santa, é preciso cuidar bem para que seja comunicativa e participada.
2-Um cuidado especial com as Leituras, principalmente a da Paixão: é importante ilustrá-las, visualizá-las, fazer participar através de intervenções de cantos, aclamações, cartazes, slides, símbolos, ou até representação semiteatral. Mais uma vez, é pedagógico que as crianças tenham uma Celebração da Palavra em outro local, adaptada a elas.
3-Sendo a Cruz o símbolo central deste dia, as várias comunidades ou segmentos da Paróquia podem ser convidadas a trazer uma pequena cruz de madeira, com inscrições que apontam os seus sofrimentos e pecados atuais. No momento da Oração universal, cada um apresenta a sua cruz com uma súplica correspondente. Mesmo as pessoas podem ser convidadas a trazer seu pequeno crucifixo para serem bentos no final da Celebração.
4-Na Oração universal : distinguir entre quem convida e o Presidente que recita a oração. Pessoas diversas encarregar-se-ão do convite e, durante a pequena pausa, podem colocar um pouco de incenso sobre o turíbulo ou recipiente fixo, significando a súplica que sobe até Deus. Se não houver incenso (serve também resina de manqueira), cada pessoa traz uma vela acesa e permanece segurando-a até o fim da Oração universal.
5-É importante valorizar a Adoração da Cruz, dando tempo para que o para que o povo possa tocar a Cruz e fazer de fato a sua homenagem pessoal durante a própria Celebração. Se de fato parecer cansativo demais para a Comunidade, fazer com que venham por famílias ou então em grupos, conforme as associações, movimentos, setores, ministérios etc. para um instante de adoração.
- Detalhes
Foto: A SEMANA SANTA NA PROVÍNCIA CARMELITANA DE SANTO ELIAS- CARMELITAS: Dia da Paixão de Cristo na Escola Maria Montessori. (Quarta-feira, 17 de abril-2019)
(A Escola Maria Montessori, mantida pela Associação Educacional Carmelitana Maria Montessori, é uma das instituições de ensino mais tradicionais e respeitadas do Distrito Federal. Foi construída em julho de 1970, apenas 10 anos após a fundação de Brasília. Fonte: http://www.escolamontessori.com.br )
Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
O Tríduo Pascal é aberto com a Missa da Ceia do Senhor. Nossa atenção neste dia sagrado de Quinta-Feira Santa está voltada para o altar do Senhor. O altar está no centro da casa sagrada, a nossa Catedral Metropolitana, casa de Deus, casa de irmãos e irmãs que se unem para a mais perfeita comunhão.
Somos o Povo de Deus, Igreja Santa, um povo que celebra a vida em comunhão, com Deus e com os seus irmãos, mediados por sua Igreja, que a todos congrega em um único espírito, o Espírito de Deus.
Nesta noite somos chamados a colocar no centro de nossa reflexão o testamento de Cristo com quem o Senhor não deixa aos seus discípulos uma herança material ou espiritual, mas a Si mesmo; Ele deixa Seu Corpo em sacrifício e Seu Sangue derramado para a salvação do mundo.
A Última Ceia de Jesus, da qual fazemos memória nesta liturgia sagrada, isto é a sua morte na cruz, que meditaremos na Sexta-Feira Santa à tarde, e a sua ressurreição (iniciando com a grande e solene Vigília Pascal), constituem os momentos de um mesmo mistério, o da Páscoa de Cristo, isto é, a sua passagem deste mundo para o mundo do Pai. Uma passagem dolorosa e alegre.
Quantas luzes, quantas vozes, quanta criatividade ao redor deste altar. Porém, também somos advertidos por Jesus: se, portanto, trouxerdes a sua oferta ao altar e aí se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe seu presente lá diante do altar e vá primeiro se reconciliar, (cf. Mt 5, 23 -24). Seria místico, farisaico, vaidoso e enganoso, distrair-se desta responsabilidade. O altar é o lugar do nosso encontro fraterno. Na mesa sagrada Jesus invariavelmente nos dá um compromisso: Vem, e verás (cf. Jo 1, 39). Quem tem sede venha a mim e beba (cf. Jo 7, 37).
Em muitas ocasiões Jesus quis significar este convívio, como o sinal do Reino de Deus, que está próximo. Convivência a partir da qual não exclui os pecadores para celebrar seu retorno ou para favorecê-lo.
Ao instituir o sacramento da Eucaristia, Jesus diz: “Este é o meu corpo que é dado por vós”. “É como se ele estivesse dizendo: eu me coloco a seu serviço. O apóstolo Pedro se recusa a lavar os pés e essa atitude de Cristo lhe dá a oportunidade de explicar o verdadeiro significado de seu gesto incomum. Um gesto que vai muito além de uma razão de natureza humana ou um desejo de oferecer um exemplo, mas lembra a necessidade de ser "salvo"”.
Jesus, em outras palavras, diz a São Pedro que ele não pode salvar a si mesmo por si mesmo, que ele não pode pensar em vencer o egoísmo e o pecado com sua própria força, mas ele deve aceitar a salvação que o Senhor lhe deu por meio do sacrifício.
Ao privilegiar este gesto, humilde e solene ao mesmo tempo realizado por Jesus, o evangelista nos revela o sentido profundo da Eucaristia e da cruz. Nós não celebramos a Eucaristia porque é um belo ritual, mas para entrar na própria lógica do dom do amor de Cristo ao homem e para que o sacrifício de Cristo invada toda a nossa vida.
Este é o caso de Levi, que passou em um instante do banco de seus ofícios para a mesa com Jesus, (cf Mc 2,13-15). Assim foi com Zaqueu e muitos outros: Jesus sentou-se à mesa com os seus amigos.
Há proximidade neste gesto, há intimidade, há amizade. Há declarações inéditas de amor; tome e coma; tome e beba. Ao redor da mesa, naquela noite, houve um começo, olhares atônitos, depois cheios de amor, como os nossos.
Se lá estivéssemos naquela noite, certamente estaríamos inebriados de tanto amor ao lado do amado, o nome está oculto; mas poderia ser cada um de nós reunidos para celebrar esta santa ceia.
Do altar de mármore ao altar incandescente de amor, um altar de carne, vivo e palpitante. Ao redor do altar com audácia. O altar é, portanto, o lugar onde Jesus se entrega, faz uma refeição, Ele é o cordeiro imolado.
Hoje também recordamos os cristãos primitivos, especialmente os mártires eles nos antecederam neste relacionamento de amor. As relíquias dos mártires estão preservadas no mármore do altar; são cristãos que corresponderam a este amor, com amor e por isso deram suas vidas por Jesus.
Quem se senta à mesa de Jesus aprende a fazer de sua vida um presente, uma oblação. Aprende a dar a vida no cotidiano. O altar é uma mesa onde celebramos a imolação do Cordeiro: há aqueles que têm flores e luzes, aqueles que espalham toalhas de mesa, aqueles que espalham fragrâncias e incenso. Sobre tudo, há aqueles que doam suas vidas, neste altar, todo os dias.
Há ministros e há o sacerdote que age “in persona Christi”. Também há altares sem toalhas de mesa, sem flores, sem adornos e cobertos de pó. Há altares em torno dos quais não há mais coroas, nem canções, nem luzes, altares sobre os quais o sacerdote não se levanta há anos. Sem a Eucaristia não há Igreja.
Estamos no ano sacerdotal arquidiocesano e somos chamados a agradecer a Deus pela beleza de ser sacerdote, de ter um chamado do sacerdócio na família, na comunidade, na Igreja. De ser testemunho credível do Cristo Ressuscitado e se exercer o seu ministério na mansidão, na caridade, na misericórdia, gastando o seu ministério em favor de santificar o povo de Deus, sendo construtores de pontes e caminhando ao encontro dos que estão afastados: sacerdotes que ajudam o povo santo de Deus a crescer na caridade, no amor e na misericórdia. Lembro, os padres de nosso presbitério, da sadia amizade presbiteral: sejamos homens que possamos louvar as virtudes daqueles que chegam ao nosso encontro e dos nossos próprios colegas. A boa fama das pessoas é uma obrigação que cada padre deve zelar no seu ministério, porque como bom pai da comunidade, o presbítero é aquele que primeiro acolhe. O padre é aquele que cura as feridas do outro. A lealdade de uma ação apostólica fortalece a caminhada sacerdotal. O padre é aquele que vive a amizade samaritana para com todos.
Em volta da mesa está o futuro; a nossa aproximação é uma prefiguração da unidade dos filhos de Deus. Em uma forma estilizada, nosso destino é antecipado; tornar-se a família dos filhos de Deus. O altar, um vislumbre do futuro.
Ao redor do altar estamos como pecadores, mas no processo de conversão. Com o fardo de nossos trabalhos e nossos relacionamentos nem sempre é fácil, mas buscamos estar reconciliados.
Na Quinta-feira Santa aparece um sinal mais visível e fascinante em um grau elevado de significação e demonstração radical do amor de Deus: o gesto do lava pés. O Senhor quer que subamos ao altar purificados. Não nos sintamos humilhados pelo convite para a confissão de nossas falhas. Seria mais humilhante nos declararmos irresponsáveis pelo pecado.
Altar, lugar do relacionamento amoroso e sincero com o Senhor; Ele quer que sejamos fiéis nesta comunhão de irmãos que todos os dias, todos os domingos conforme nos pede a santa Mãe Igreja.
Estamos em sua casa, ao redor do altar para celebrar a mais perfeita comunhão sagrada, a memória do Senhor. Não por preceito, mas por amor. É indispensável, então, reconstruir a verdadeira relação com Jesus. “Todos os olhos estavam fixos nele”. (cf Lc 4, 20), Também os sacerdotes, são chamados a manter o olhar fixo em Jesus; de modo especial, são sacerdotes porque, como bem sabemos, a vitalidade e fecundidade como pastores nascem e se fortalecem justamente na íntima união com Jesus Cristo.
Os sacerdotes, pastores do rebanho, são os trabalhadores da vinha, e devem primeiro deixar-se converter; para de fato fazerem a experiência de Jesus Cristo e com Jesus Cristo, sempre com o olhar fixo Nele.
O testemunho sacerdotal faz com que o povo, também viva esta mesma experiência de intimidade e encontro pessoal com o Senhor, (cf. Hb 12, 1-13). O profeta Isaías descreve algumas características do ungido do Senhor indicando o estilo de vida.
Jesus atrai sobre si a figura do Messias, do ungido do Senhor e, diante de todos, declara, quase com um manifesto programático, sua vocação e missão no mundo. O Sacerdote é chamado a dar a sua vida por Jesus através do seu ministério, um ministério da caridade.
Esta é a liberdade, não um “sim” formal, mas o sim generoso e sincero, um Sim à vida, iluminado por aquele magnifico Sim de Maria, que hoje encoraja e revigora o Sim ministerial a serviço do altar, para dar a vida em favor do Povo, por amor, como fez Jesus Cristo o eterno e grande sacerdote do Pai.
A Santa Missa “in Coena Domini”, isto é, no banquete sagrado da ceia, recorda aquela Última Ceia do Senhor com os seus discípulos, na qual lhes deu o mandamento do amor, depois de terem lavado os pés e instituído os sacramentos da Eucaristia, e das Ordens Sagradas.
“Aos seus discípulos, Jesus deixa uma ordem, um convite:" Faça isso em memória de mim”. A palavra “memória” na Sagrada Escritura tem um significado muito particular. Não significa apenas comemorar, mas fazer-se presente, atualizar.
A Eucaristia, portanto, não é uma comemoração pura da Paixão e da Morte de Jesus, mas é uma atualização para nós hoje, do sacrifício de Cristo na Cruz - a Eucaristia alimenta a vida da Igreja na certeza inabalável de que ela não está sozinha nas tribulações e provações.
Estamos conscientes de que apesar dos acontecimentos dramáticos da história, a Igreja é incessantemente apoiada e guiada pelo amor onipotente do seu Senhor.
Verdadeiramente na Eucaristia, Cristo fez a promessa que fez aos seus discípulos de uma maneira incrível e extraordinária, antes de retornar ao Pai: “Eis que estou contigo todos os dias até o fim do mundo”.
A Eucaristia é a presença de Deus em nosso meio. O texto do Evangelho termina com estas palavras: “Eu vos dei este exemplo, para que, como eu fiz, também vós deveis fazer”.
E assim, toda vez que celebramos a sagrada Eucaristia, a humanidade se reconcilia com Deus, a lei do amor é escrita novamente no coração do homem, a nova criatura é regenerada.
Vivemos em comunhão com Deus e com nossos irmãos, encontramos força na jornada, muitas vezes difícil, porém, devemos sempre lembrar que nos tornamos participantes da vida eterna, a alegria que dissolve a tristeza e floresce no coração da Igreja.
Agradecemos ao Senhor por este imenso presente, aprendemos a desfrutar da sua presença entre nós e a deixar-nos transformar pelo seu amor. Nossa Gratidão aos irmãos e amados sacerdotes pelo SIM dado no cotidiano da vida e do ministério sagrado. Fonte: Fonte: http://arqrio.org
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