“A Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisa sair do papel”.

Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba-MG.

As Festas Litúrgicas se repetem a cada ano. Não é diferente com a de Pentecostes, que acontece sempre no domingo imediato à Ascensão do Senhor, este ano no dia 09 de junho. Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba, explica que a Igreja Católica entende esse dia como a realização da promessa de Jesus que, ao voltar ao Pai, encaminha para a terra o Espírito Santo, para continuar a tarefa salvadora, guiando e santificando a caminhada das comunidades.

O bispo argumenta que no Antigo Testamento há o momento do sopro de Deus, dando ao homem, modelado do barro da terra, o hálito da vida, tornando-o ser vivente. Ele afirma ainda que a passagem de João diz que nas aparições aos apóstolos, após desejar-lhes a paz e de soprar sobre eles, Jesus pede para recebam o Espírito Santo. “Daí começa a missão da Igreja e os apóstolos se sentiram enviados para proclamar o sentido da vida”, conta o bispo.

Segundo o bispo, apesar de estarmos em outros tempos, o dinamismo do Espírito Santo continua sendo luz e caminho no sofrimento do povo, principalmente nos desafios da modernidade. “Nos chamados becos sem saída, no meio de confusões e desesperos, normalmente os limites humanos se esgotam e as pessoas ficam sem força. O importante é não perder o foco do Espírito, que abre caminhos quando menos se espera”, diz.

O Brasil do momento, conforme o bispo, está visualizando uma nação difícil que parece caminhar para tempos sombrios e de futuro ameaçador da esperança. “O descrédito na instituição está crescendo, e com possibilidade até de uma convulsão nacional”. Dom Paulo acrescenta que muitos fatos veem, infelizmente, acenando para isso. “Falta credibilidade em tudo, dando chance para o crescimento do fosso elástico entre ricos e pobres”, enfatiza.

Em seu artigo intitulado “Pentecostes”, o bispo aponta ainda que os primeiros meses do ano de 2019 estão com muitas marcas negativas, muitas ameaças à vida, fruto de práticas injustas e irresponsáveis. “Sem uma atenção mais votada para o Espírito de Deus, a tendência é continuar de mal a pior. Torna-se impossível conseguir vida feliz sem a recuperação de valores que foram deixados de lado, causando vazio e insegurança em meio a forças contrárias”, garante.

Dom Paulo afirma ainda que a Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisar sair do papel e fazer acontecer, na realidade atual, uma prática que consiga cessar a violência, o ódio, o abuso e a corrupção moral, social e política. “As ameaças sofridas pela população brasileira, que acontecem em todas as realidades da cultura, revelam distanciamento e não seguimento dos princípios divinos”, finaliza o bispo.

ARTIGO: Pentecostes

As Festas Litúrgicas se repetem a cada ano. Não é diferente com a de Pentecostes, sempre no domingo imediato à Ascensão do Senhor. Entendemos esse dia como a realização da promessa do Senhor Jesus que, ao voltar ao Pai, encaminha para a terra o Espírito Santo, Espírito Paráclito, Espírito da verdade, para continuar a tarefa salvadora, guiando e santificando a caminhada das comunidades.

No Antigo Testamento há o momento do sopro de Deus, dando ao homem, modelado do barro da terra, o hálito da vida, tornando-o “ser vivente” (Gn 2,7). Nas aparições aos apóstolos, após desejar-lhes a paz e de soprar sobre eles, Jesus diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Daí começa a missão da Igreja e os apóstolos se sentiram enviados para proclamar o sentido da vida.

Estamos em outros tempos, mas o dinamismo do Espírito Santo continua nos desafios da modernidade. Continua sendo luz e caminho no sofrimento do povo. Nos chamados “becos sem saída”, no meio de confusões e desesperos, normalmente os limites humanos se esgotam e as pessoas ficam sem força. O importante é não perder o foco do Espírito, que abre caminhos quando menos se espera.

O Brasil do momento está visualizando uma Nação difícil, que parece caminhar para tempos sombrios e de futuro ameaçador da esperança. O descrédito na instituição está crescendo, e com possibilidade até de uma “convulsão nacional”. Muitos fatos veem, infelizmente, acenando para isso. Falta credibilidade em tudo, dando chance para o crescimento do fosso elástico entre ricos e pobres.

Tivemos os primeiros meses do ano de 2019 com muitas marcas negativas, muitas ameaças à vida, fruto de práticas injustas e irresponsáveis. Sem uma atenção mais votada para o Espírito de Deus, a tendência é continuar de mal a pior. Torna-se impossível conseguir vida feliz sem a recuperação de valores que foram deixados de lado, causando vazio e insegurança em meio a forças contrárias.

A Palavra inspirada de Deus, e confirmada no dia de Pentecostes, precisa sair do papel e fazer acontecer, na realidade atual, uma prática que consiga cessar a violência, o ódio, o abuso e a corrupção moral, social e política. As ameaças sofridas pela população brasileira, que acontecem em todas as realidades da cultura, revelam distanciamento e não seguimento dos princípios divinos.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

Fonte: http://www.cnbb.org.br

 

No vídeo, Frei Bruno Secondin, O. Carm, fala sobre a Lectio Divina no Retiro da Província Carmelitana de Santo Elias. (Julho-2017)

1) Oração

Ó Deus, pela glorificação do Cristo e pela iluminação do Espírito Santo, abristes para nós as portas da vida eterna. Fazei que, participando de tão grandes bens,

nos tornemos mais dedicados a vosso serviço e cresçamos constantemente na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 21,15-19)

15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!

 

3) Reflexão  - Jo 21,15-19

Estamos nos últimos dias antes de Pentecostes. Durante a quaresma, a seleção dos evangelhos diários segue a tradição antiga da Igreja. Entre Páscoa e Pentecostes, a preferência é para o evangelho de João. Assim, nestes últimos dois dias antes de Pentecostes, os evangelhos diários trazem os últimos versículos do Evangelho de João. Na próxima segunda feira, quando retomamos o Tempo Comum, retomamos o evangelho de Marcos. Nas semanas do Tempo Comum, a liturgia diária faz leitura contínua do evangelho de Marcos (da 1ª até à 9ª semana comum), de Mateus (da 10º até 21ª semana comum) e de Lucas (da 22ª até 34ª semana comum).

Os evangelhos de hoje e de amanhã trazem o último encontro de Jesus com os discípulos. Foi um reencontro celebrativo, marcado pela ternura e pelo carinho. No fim, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Só depois de ter recebido, por três vezes, a mesma resposta afirmativa, é que Jesus dá a Pedro a missão de tomar conta das ovelhas. Para podermos trabalhar na comunidade Jesus não pergunta se sabemos muita coisa. O que ele pede é que tenhamos muito amor!

João 21,15-17: O amor no centro da missão

Depois de uma noite de pescaria no lago sem pegar nenhum peixe, chegando na praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. Todos juntos fizeram uma ceia de confraternização, em cujo centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia. Terminada a refeição, Jesus chama Pedro e pergunta três vezes: "Você me ama?" Três vezes, porque foi por três vezes que Pedro negou Jesus (Jo 18,17.25-27). Depois de três respostas afirmativas, também Pedro se torna "Discípulo Amado" e recebe a ordem de tomar conta das ovelhas. Jesus não perguntou se Pedro tinha estudado exegese, teologia, moral ou direito canônico. Só perguntou: "Você me ama?" O amor em primeiro lugar. Para as comunidades do Discípulo Amado a força que as sustenta e mantém unidas não é a doutrina, mas sim o amor.

João 21,18-19: A previsão da morte 

Jesus diz a Pedro: Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Ao longo da vida, Pedro e todos nós vamos amadurecendo. A prática do amor irá tomando conta da vida e a pessoa já não será mais dono da própria vida. O serviço de amor aos irmãos e às irmãs tomará conta de tudo e nos conduzirá. Um outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir. Este é o sentido do seguimento. E o evangelista comenta: “Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus”. E Jesus acrescentou: "Siga-me."

O amor em João – Pedro, você me ama? - O Discípulo Amado

A palavra amor é umas das palavras mais usadas por nós, hoje em dia. Por isso mesmo, é uma palavra muito desgastada. Mas era com esta palavra que as comunidades do Discípulo Amado manifestavam a sua identidade e o seu projeto. Amar é antes de tudo uma experiência profunda de relacionamento entre pessoas onde existe uma mistura de sentimentos e valores como alegria, tristeza, sofrimento, crescimento, renúncia, entrega, realização, doação, compromisso, vida, morte etc. Este conjunto todo na Bíblia é resumido por uma única palavra na língua hebraica. Esta palavra é hesed.  É uma palavra de difícil tradução para a nossa língua. Nas nossas Bíblias geralmente é traduzida por caridade, misericórdia, fidelidade ou amor. As comunidades do Discípulo Amado procuravam viver esta prática do amor em toda a sua radicalidade. Jesus a revelou em seus encontros com as pessoas com sentimentos de amizade e de ternura, como, por exemplo, no seu relacionamento com a família de Marta em Betânia: “Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro”. Ele chora diante do túmulo de Lázaro (Jo 11,5.33-36). Jesus encarou sempre sua missão como uma manifestação de amor: “tendo amado os seus, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Neste amor Jesus manifesta sua profunda identidade com o Pai (Jo 15,9). Para as comunidades não havia outro mandamento a não ser este: “agir como Jesus agia” (1Jo 2,6). Isto implica em “amar os irmãos”(1Jo 2,7-11; 3,11-24; 2Jo 4-6). Sendo um mandamento tão central na vida da comunidade, os escritos joaninos definem assim o amor: “Nisto conhecemos o Amor: que ele deu a sua vida por nós. Nos também devemos dar as nossas vidas por nossos irmãos e irmãs”. Por isso não devemos “amar só por palavras, mas por ações e verdade”.(1Jo 3,16-17). Quem vive o amor e o manifesta em suas palavras e atitudes torna-se também Discípula Amada, Discípulo Amado.

4) Para confronto pessoal

1-Olhe para dentro de você e diga qual o motivo mais profundo que leva você a trabalhar na comunidade? É o amor ou é a preocupação com as idéias?

2-A partir das relações que temos entre nós, com Deus e com a natureza, que tipo de comunidade estamos construído?

5) Oração final

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios (Sl 102, 1-2).

1) Oração

Nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso Espírito nos transforme com a força dos seus dons, dando-nos um coração capaz de agradar-vos e de aceitar a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 17,20-26)

20Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. 21Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. 22Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim. 24Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste. 26Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles.

 

3) Reflexão - Jo 17,20-26

O Evangelho de hoje traz a terceira e última parte da Oração Sacerdotal, na qual Jesus olha para o futuro e manifesta o seu grande desejo pela unidade entre nós, seus discípulos, e pela permanência de todos no amor que unifica, pois sem amor e sem unidade não merecemos credibilidade.

João 17,20-23: Para que o mundo creia que tu me enviaste

Jesus alarga o horizonte e reza ao Pai: Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. Aqui transparece a grande preocupação de Jesus pela união que deve existir nas comunidades. Unidade não significa uniformidade, mas sim permanecer no amor, apesar de todas as tensões e conflitos. Amor que unifica a ponto de criar entre todos uma profunda unidade, como aquela que existe entre Jesus e o Pai. A unidade no amor revelada na Trindade é o modelo para as comunidades. Por isso, é através do amor entre as pessoas que as comunidades revelam ao mundo a mensagem mais profunda de Jesus. Como o povo dizia dos primeiros cristãos: “Veja como eles se amam!” É trágica a atual divisão entre as três religiões nascidas a partir de Abraão: judeus, cristãos e muçulmanos. Mais trágica ainda é a divisão entre nós cristãos que dizemos crer em Jesus. Divididos não merecemos credibilidade. O ecumenismo está no centro da última prece de Jesus ao Pai. É o seu Testamento. Ser cristão e não ser ecumênico é um contra-senso. Contradiz a última vontade de Jesus.

João 17,24-26: Que o amor com que me amaste esteja neles

Jesus não quer ficar só. Ele diz: Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo. A felicidade de Jesus é que todos nós estejamos com ele. Ele quer que os discípulos e as discípulas tenham a mesma experiência que ele mesmo teve do Pai. Quer que conheçam o Pai como ele o conheceu. Na Bíblia, a palavra conhecer não se reduz a um conhecimento teórico racional, mas implica experimentar a presença de Deus na convivência amorosa com as pessoas na comunidade.

Que sejam um como nós! (Unidade e Trindade no evangelho de João)

O evangelho de João nos ajuda muito na compreensão do mistério da Trindade, a comunhão entre as três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito. Dos quatro evangelhos, João é o que mais acentua a profunda unidade entre o Pai e o Filho. Vemos pelo texto do evangelho (Jo 17,6-8) que a missão do Filho é a suprema manifestação do amor do Pai. É esta unidade entre Pai e Filho que faz Jesus proclamar: Eu e o Pai somos um (Jo 10,30). Entre ele e o Pai existe uma unidade tão intensa que quem vê o rosto de um vê também o do outro. É cumprindo esta missão de unidade recebida do Pai, que Jesus revela o Espírito. O Espírito da Verdade vem de junto do Pai (Jo 15,26). A pedido do Filho (Jo 14,16), o Pai o envia a cada um de nós para que permaneça conosco, nos animando e nos fortalecendo. O Espírito também nos vem do Filho (Jo 16,7-8). Assim, o Espírito da Verdade, que caminha conosco, é a comunicação da profunda unidade que existe entre o Pai e o Filho (Jo 15,26-27). O Espírito não pode comunicar outra verdade que não seja a Verdade do Filho. Tudo o que se relaciona com o mistério do Filho, o Espírito nos faz conhecer (Jo 16,13-14). Esta experiência da unidade em Deus foi muito forte nas comunidades do Discípulo Amado. O amor que une as pessoas divinas Pai e Filho e Espírito nos permite experimentar Deus através da união com as pessoas numa comunidade de amor. Assim também era a proposta da comunidade, onde o amor deveria ser o sinal da presença de Deus no meio da comunidade (Jo 13,34-35). E este amor constrói a unidade dentro da comunidade (Jo 17,21). Eles olhavam para a unidade em Deus para poder entender a unidade entre eles.

4) Para confronto pessoal

1) Dizia o bispo Dom Pedro Casaldáliga: “A Trindade ainda é a melhor comunidade”. Na comunidade da qual você faz parte, você percebe algum reflexo humano da Trindade Divina?

2) Ecumenismo. Sou ecumênico?

5) Oração final

Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita (Sl 15, 11).

1) Oração

Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 17, 11b-19)

11Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós. 12Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. 14Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 15Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. 16Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 17Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade.

 

3) Reflexão                                                                                                                                                                                                                                                                          

- Jo 17,11b-19 Estamos na novena de Pentecostes, aguardando a vinda do Espírito Santo. Jesus diz que o dom do Espírito Santo só é dado a quem o pede na oração (Lc 11,13). No cenáculo, durante nove dias, desde a ascensão até pentecostes, os apóstolos perseveraram na oração junto com Maria a mãe de Jesus (At 1,14). Por isso conseguiram em abundância o dom do Espírito Santo (At 2,4). O evangelho de hoje continua colocando diante de nós a Oração Sacerdotal de Jesus. É um texto bem bem apropriado para nos preparar nestes dias para a vinda do Espírito Santo em nossas vidas.

João 17, 11b-12: Guarda-os em teu nome!

Jesus transforma a sua preocupação em prece: "Guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós!"  Tudo que Jesus fez em toda a sua vida, ele o fez em Nome de Deus. Jesus é a manifestação do Nome de Deus. O Nome de Deus é Javé, JHWH. No tempo de Jesus, este Nome era pronunciado como Adonai, Kyrios, Senhor. No sermão de Pentecostes, Pedro disse que Jesus, pela sua ressurreição, foi constituído Senhor : “Portanto, que todo o povo de Israel fique bem ciente que a esse mesmo Jesus, que vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Messias”.(At 2,36). E Paulo diz que isto foi feito “para que todos proclamem, para glória de Deus Pai: Jesus Cristo é o Senhor!” (Fl 2,11). É o “Nome que está acima de todo nome” (Fl 2,9), JHWH ou Javé, o Nome de Deus, recebeu um rosto concreto em Jesus de Nazaré! É em torno a este Nome que deve ser construída a unidade: Guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que sejam um como nós. Jesus quer a unidade das comunidades, para que possam resistir frente ao mundo que as odeia e persegue. Povo unido ao redor do Nome de Jesus jamais será vencido!

João 17,13-16: Que tenham a plenitude da minha alegria

Jesus está se despedindo. Vai partir em breve. Os discípulos e as discípulas continuam no mundo, vão ser perseguidos, terão aflições. Por isso estão tristes. Jesus quer que tenham alegria plena. Eles vão ter que continuar no mundo sem fazer parte do mundo. Isto significa, bem concretamente, viver no sistema do império, seja ele romano ou neo-liberal, sem se deixar contaminar por ele. Como Jesus e com Jesus devem viver na contra-mão do mundo.

João 17,17-19: Como tu me enviaste, eu os envio ao mundo

Jesus pede que sejam consagrados na verdade. Isto é, que sejam capazes de dedicar toda a sua vida para testemunhar suas convicções a respeito de Jesus e de Deus como Pai. Jesus se santificou na medida em que, durante a sua vida, revelava o Pai. Ele pede que os discípulos e as discípulas entrem no mesmo processo de santificação. A missão deles é a mesma de Jesus. Eles se santificam na mesma medida em que, vivendo o amor, revelam Jesus e o Pai. Santificar-se significa tornar-se humano como Jesus foi humano. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas tão humano, como só Deus pode ser humano”. Por isso devem viver na contra-mão do mundo, pois o sistema do mundo desumaniza a vida humana e a torna contrária às intenções do Criador.

4) Para confronto pessoal

1) Jesus viveu no mundo, mas não era do mundo. Viveu na contra-mão do sistema e, por isso, foi perseguido e morto. E eu? Será que vivo na contra-mão do sistema de hoje, ou adapto minha fé ao sistema?

2) Preparação para Pentecostes. Invocar o dom do Espírito Santo, o Espírito que animou a Jesus. Nesta novena de preparação a Pentecostes convém tirar um tempo para pedir o dom do Espírito de Jesus.

5) Oração final

Bendigo o Senhor porque me deu conselho, porque mesmo de noite o coração me exorta. Ponho sempre o Senhor diante dos olhos, pois ele está à minha direita; não vacilarei (Sl 15,7-8).

No próximo dia 8 de junho, aniversário de Pe. Zezinho e de festa comemorativa aos 100 anos dos Dehonianos em Taubaté/SP, será realizado um grande show no Conventinho. O comunicador católico, ao festejar seus 78 anos de vida também com um memorial dedicado à sua obra, se considera hoje “fruto de um milagre, fruto da oração do povo”.

 

Silvonei José, Andressa Collet – Cidade do Vaticano

 

“Eu estou cuidando do câncer que não está me atrapalhando mais, o tratamento está indo bem. O diabetes está bem controlado e o AVC não apareceu mais. Estou bem. Eu fui fruto de um milagre, porque rezaram muito por mim e estou vendo que funcionou. Eu sou fruto da oração do povo. Graças a Deus. ”

A saúde sob controle de Pe. Zezinho, que no próximo dia 8 de junho comemora 78 anos de idade, é motivo de gratidão e comemoração neste ano de 2019, como o próprio memorial feito em homenagem ao comunicador católico, inaugurado no final do mês de março.

 

Memorial Pe. Zezinho em Taubaté

O Pe. Joãozinho conta que o espaço multifuncional de arquivo, de cultivo e visita ao acervo é aberto ao público “e, dando sorte, ainda é possível encontrar o Pe. Zezinho” no local. Em mais de 50 anos de sacerdócio, foram produzidas cerca de 120 obras musicais e de pregação distribuídas pelo mundo inteiro. Só no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas conhecem o Pe. Zezinho:

“O Pe. Zezinho foi coroinha do Pe. Pascoal Lacroix e herdou esse espírito de vanguarda. Aquilo que Pe. Lacroix foi na déc. 30 a 50, Pe. Zezinho foi na déc. De 60, 70 e 80 e continua até hoje produzindo muito.”

"Eles me enganaram", brinca Pe. Zezinho, "era pra ser Memorial do Pe. Lacroix, escritor da Congregação e fundador de uma editora: ele evangelizava escrevendo, também recolhia dinheiro pra fazer seminários. É o que eu faço, mas vim depois dele. E queriam fazer isso pra lembrar dos 100 anos da casa de Taubaté, de 1924. Mas realmente é um trabalho que tentaram coletar tudo que escrevi e fiz, e é muita coisa. A sala não é suficiente, são mais de 300 obras de um jeito ou de outro. Mas não dá pra ficar vaidoso, porque eu paguei meu preço por tudo isso”.

O Pe. Zezinho conta que foi de igreja em igreja em São Paulo, por exemplo, além de percorrer o Brasil e o mundo com a sua obra, naquela que, segundo ele, “já era uma Igreja em saída”. Uma história missionária que começou cedo na Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus em Taubaté/SP:

“Eu estou lá desde os meus 7 anos como coroinha: estou há 71 anos naquela casa; e a casa tem 100 anos. Então, o Pe. Joãozinho achou que devia juntar os meus 78 anos de idade, os 71 de coroinha nos Dehonianos e os 100 anos.”

 

A escola de formação de Pe. Zezinho

A comemoração conjunta no Conventinho, em Taubaté/SP, está marcada para o dia 8 de junho, data de aniversário de Pe. Zezinho, que irá receber amigos no palco para também celebrar os 100 anos da casa. Os ingressos para o grande show já estão esgotados.

O Pe. Zezinho disse que já parou de tocar violão e cantar e vai deixar os amigos, “ótimos evangelizadores”, para fazer a experiência. Ele quer, mais uma vez, dar espaço aos jovens “que fazem melhor, são a Igreja do futuro, como já incentivava João Paulo II e agora o Papa Francisco. A juventude vem em primeiro lugar! Eu sou o pregador-líder, vou e prego e os meninos cantam”, acrescentou ele, formando assim, “novos padres Zezinho” para que repercutam Jesus Cristo na Igreja de agora. Fonte: www.vaticannews.va

1) Oração

Ó Deus de poder e misericórdia, fazei que o Espírito Santo, vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 17,1-11a)

1Jesus afirmou essas coisas e depois, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti; 2e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. 3Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste. 4Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer. 5Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado. 6Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. 7Agora eles reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti. 8Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. 11Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti.

 

3) Reflexão  - Jo 17,1-11a

Nos evangelhos de hoje, de amanhã e de depois de amanhã, vamos meditar as palavras que Jesus dirigiu ao Pai no momento da despedida. João conservou estas palavras e as colocou como pronunciadas por Jesus durante o último encontro de Jesus com seus discípulos. É o Testamento de Jesus em forma de prece, também chamada Oração Sacerdotal (Jo 17,1-26).

O capítulo 17 do evangelho de João é o final de uma longa reflexão de Jesus, iniciada no capítulo 15, sobre a sua missão no mundo. As comunidades conservaram estas reflexões para poderem entender melhor o momento difícil que elas mesmas estavam atravessando: tribulação, abandono, dúvidas, perseguição. A longa reflexão termina com a oração de Jesus pelas comunidades. Nela transparecem os sentimentos e as preocupações que, conforme o evangelista, estavam em Jesus no momento de ele sair deste mundo para o Pai. É com estes sentimentos e com esta preocupação que Jesus está agora diante do Pai, intercedendo por nós. Por isso, a Oração Sacerdotal  é também o Testamento de Jesus. Muita gente, no momento de se despedir para sempre, deixa alguma mensagem. Todo mundo guarda palavras importantes do pai e da mãe, sobretudo quando são dos últimos momentos da vida. Preservar estas palavras é como preservar as pessoas. É uma forma de saudade.

*  O capítulo 17 é um texto diferente. É mais de amizade do que de raciocínio. Para captar bem todo o seu sentido, não basta a reflexão da cabeça, da razão. Este texto deve ser meditado e acolhido também no coração. É um texto não tanto para ser discutido mas sim para ser meditado e ruminado. Por isso, você não se preocupe se não entender logo tudo. O texto exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente deve ler, meditar, pensar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com um doce gostoso na boca. Vai virando e virando, até se gastar todo. Por isso, feche os olhos, faça silêncio dentro de você e escute Jesus falando para você, transmitindo no Testamento  sua maior preocupação, sua última vontade. Procure descobrir qual o ponto em que Jesus insiste mais e que ele considera o mais importante.

João 17,1-3:  Chegou a hora!

“Pai, chegou a hora!" É a hora longamente esperada (Jo 2,4; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,32). É o momento da glorificação que se fará através da paixão, morte e ressurreição. Chegando ao fim da sua missão, Jesus olha para trás e faz uma revisão. Nesta prece, ele vai expressar o sentimento mais íntimo do seu coração e a descoberta mais profunda da sua alma: a presença do Pai em sua vida. 

João 17,4-8: Pai, reconheceram que vim de Ti!

Revendo sua vida, Jesus se vê a si mesmo como a manifestação do Pai para os amigos e as amigas que o Pai lhe deu. Jesus não viveu para si. Viveu, para que todos pudessem ter um lampejo da bondade e do amor que estão encerrados no Nome de Deus que é Abba, Pai.

João 17,9-11a: Tudo que é meu é teu, tudo que é teu é meu!

No momento de deixar o mundo, Jesus expõe ao Pai a sua preocupação e reza pelos amigos e amigas que ele deixa para trás. Eles continuam no mundo, mas não são do mundo. São de Jesus, são de Deus, são sinais de Deus e de Jesus neste mundo. Jesus está preocupado com as pessoas que ficam, e reza por elas.

 

4) Para confronto pessoal

1) Quais as palavras de pessoas queridas que você guarda com carinho e que orientam a sua vida? Caso você fosse embora, qual a mensagem que você deixaria para sua família e para a comunidade?

2) Qual a frase do Testamento de Jesus que mais me tocou? Por que?

 

5) Oração final

Bendito seja o Senhor todos os dias; Deus, nossa salvação, leva nossos fardos: nosso Deus é um Deus que salva, da morte nos livra o Senhor Deus (Sl 67, 20-21).

No olhar do dia nesta segunda 3 de junho de 2019- Direto da Rodovia Presidente Dutra/SP- vamos tentar ver Deus nos fatos e acontecimentos que nos cercam.

Nos dias que antecedem a festa de Pentecostes, é celebrada no hemisfério Sul a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC). De 2 a 9 de junho, é proposto para reflexão o tema inspirado no livro de Deuteronômio: “Procurarás a justiça, nada além da justiça” (Dt 16.11-20).

Promovida mundialmente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) convida à celebração da Justiça fundamentada na graça de Deus, de acordo com carta divulgada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).

“Esta justiça nos desafia a olharmos para a complexidade dos problemas da humanidade, a revermos as relações de poder e a compreendermos que os interesses individuais ou de grupos econômicos não podem ser colocados acima dos seres humanos, da integridade da Criação e do bem-estar da humanidade”, lê-se no texto assinado pelos representantes das Igrejas-membro.

Neste ano, o SOUC foi preparada por cristãos da Indonésia. O país de 265 milhões de pessoas tem 10% de cristãos. No Brasil, a preparação ficou por conta do Conic de Minas Gerais. Na carta divulgada pelo Conic, são lembrados os rompimentos das barragens de rejeitos de mineração provocados “pelos interesses econômicos de grupos financeiros que têm na mineração a sua geração de riquezas”. Os representantes das Igrejas afirmam ser impossível não pensar nas pessoas de diferentes tradições de fé e também nas pessoas que não se vinculam a tradições religiosas que perderam amigos, amigas e familiares no rompimento da Barragem do Córrego do Feijão.

“Queremos orar para que a Justiça da graça de Deus subverta a justiça humana que nem sempre assegura a reparação às pessoas afetadas pela ação de grandes corporações. Que das vidas interrompidas, pela destruição ambiental provocada pelo rompimento desta barragem sejam colocados acima das perdas financeiras das empresas mineradoras”, afirmam.

Nas intenções desta semana, as famílias afetadas pela mineração, as pessoas que dependem do rio Doce, do rio Paraopeba e do Rio São Francisco para sobreviverem. “Estes rios sofrem os impactos da exploração mineradora. Que possamos atuar para a recuperação dos rios. Em nossas orações, lembremos dos povos indígenas que também sofrem com esta a destruição e pelas inúmeras famílias camponesas que perderam suas roças”.

Assinaram a carta do Conic: dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF) e ex-secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); pastora Sílvia Beatrice Genz,Pastor Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; bispo Naudal Gomes, bispo Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; presbítera Anita Sue Wright Torres, moderadora da igreja Presbiteriana Unida do Brasil; dom Paulo Titus, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antoquia; e pastor Paulo César Pereira, presidente da Aliança de Batistas do Brasil. Fonte: http://www.cnbb.org.br

1) Oração

Nós vos pedimos, ó Deus, que venha a nós a força do Espírito Santo, para que realizemos fielmente a vossa vontade e a manifestemos por uma vida santa.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 16, 29-33)

29Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura. 30Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saíste de Deus. 31Jesus replicou-lhes: Credes agora!... 32Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo. 33Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.

 

3) Reflexão  - Jo 16,29-33

O contexto do evangelho de hoje continua sendo o ambiente da Última Ceia, ambiente de confraternização e de despedida, de tristeza e de expectativa, no qual se reflete a situação das comunidades da Ásia Menor do fim do primeiro século. Para poder entender bem os evangelhos, não podemos nunca esquecer que eles não relatam as palavras de Jesus como se fossem gravadas num CD para transmiti-las literalmente. Os Evangelhos são escritos pastorais que procuram encarnar e atualizar as palavras de Jesus nas novas situações em que se encontravam as comunidades na segunda metade do primeiro século na Galiléia (Mateus), na Grécia (Lucas), na Itália (Marcos) e na Ásia Menor (João). No evangelho de João, as palavras e as perguntas dos discípulos não são só dos discípulos, mas nelas transparecem também as perguntas e os problemas das comunidades. São espelhos, nos quais as comunidades, tanto as daquele tempo como as de hoje, se reconhecem com suas tristezas e angústias, com suas alegrias e esperanças. Elas encontram luz e força nas respostas de Jesus.

João 16,29-30: Agora estás falando claramente

Jesus tinha dito aos discípulos: O próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai (Jo 16,27-28). Ouvindo esta afirmação de Jesus, os discípulos respondem: Agora estás falando claramente e sem comparações. Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus". Os discípulos acham que entenderam tudo. Sim, realmente, eles captaram uma luz verdadeira para clarear seus problemas. Mas era uma luz ainda muito pequena. Captaram a semente, mas por ora não conhecem a árvore. A luz ou a semente era a intuição básica da fé de que Jesus é para nós a revelação de Deus como Pai: Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus. Mas isto era apenas o começo, a semente. Jesus, ele mesmo, era e continua sendo a grande parábola ou revelação de Deus para nós. Nele Deus chega até nós e se revela. Mas Deus não cabe em nossos esquemas. Ultrapassa tudo, desarruma nossos esquemas e traz surpresas inesperadas que, por vezes, são muito dolorosas.

João 16,31-32: Vocês me deixam só, mas não estou só. O Pai está comigo

Jesus pergunta: "Agora vocês acreditam?  Ele conhece seus discípulos. Sabe que falta muito para a compreensão total do mistério de Deus e da Boa Nova de Deus. Sabe que, apesar da boa vontade e apesar da luz que acabaram de receber naquele momento, eles ainda deviam enfrentar a surpresa inesperada e dolorosa da Paixão e Morte de Jesus. A pequena luz que captaram não bastava para vencer a escuridão da crise: Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. Esta é a fonte da certeza de Jesus e, através de Jesus, esta é e será a fonte da certeza de todos nós: O Pai está comigo!  Quando Moisés foi enviado para a missão de libertar o povo da opressão do Egito, ele recebeu esta certeza: “Vai! Estou com você!” (Ex 3,12). A certeza da presença libertadora de Deus está expressa no nome que Deus assumiu na hora de iniciar o Êxodo e de libertar o seu povo: JHWH, Deus conosco: Este é o meu nome para sempre (Ex 3,15). Nome que ocorre mais de seis mil vezes só no Antigo Testamento.

João 16,33: Coragem! Venci o mundo!

E vem agora a última frase de Jesus que antecipa a vitória e que será fonte de paz e de resistência tanto para os discípulos e discípulas daquele tempo como para todos nós, até hoje: Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.  “Com seu sacrifício por amor, Jesus vence o mundo e o Satanás. Seus discípulos são chamados a participar da luta e da vitória. Sentir o ânimo que ele infunde já é ganhar uma batalha” (L.A.Schokel).

 

4) Para confronto pessoal

1) Uma pequena luz ajudou os discípulos a dar um passo, mas não iluminou o caminho todo. Você já teve uma experiência assim na sua vida?

2) Coragem! Eu venci o mundo! Esta frase de Jesus já te ajudou alguma vez em sua vida?

 

5) Oração final

 Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor,

fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice: Nas tuas mãos está a minha vida (Sl 15).

A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projeto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

ATUALIZAÇÃO

A ressurreição/ascensão de Jesus convida-nos a ver a vida com outros olhos – os olhos da esperança. Diz-nos que o sofrimento, a perseguição, o ódio, a morte, não são a última palavra para definir o quadro do nosso caminho; diz-nos que no final de um caminho percorrido na doação, na entrega, no amor vivido até às últimas consequências, está a vida definitiva, a vida de comunhão com Deus. Esta esperança permite-nos enfrentar o medo, os nossos limites humanos, o fanatismo, o egoísmo dos fazedores de pecado e permite-nos olhar com serenidade para esse qualquer coisa de novo que nos espera, para esse futuro de vida plena que é o nosso destino final.

A ascensão de Jesus e, sobretudo, as palavras finais de Jesus, que convocam os discípulos para a missão, sugerem a nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz; sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora nas nossas mãos e que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com o esforço de todos os dias, o novo céu e a nova terra. Sentimos, de fato, esta responsabilidade? Preocupamo-nos em tornar realidade no mundo os gestos libertadores de Cristo? Procuramos construir, no dia a dia, esse mundo novo de justiça, de fraternidade, de liberdade e de paz?

A alegria que brilha nos olhos e nos corações desses discípulos que testemunham a entrada definitiva de Jesus na vida de Deus tem de ser uma realidade que transparece na nossa vida. Os seguidores de Jesus, iluminados pela fé, têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que os espera, no final do caminho, a vida em plenitude; e têm de testemunhar, com a sua alegria, a certeza de que o projeto salvador e libertador de Deus está a atuar no mundo, está a transformar os corações e as mentes, está a fazer nascer, dia a dia, o Homem Novo.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link: EVANGELHO DO DIA. Siga-nos também aqui: www.instagram.com/freipetronio

Dom Walmor comentou que o primeiro encontro com Bolsonaro foi uma visita de aproximação e diálogo

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Ao sair da primeira reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (29/5), o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, comentou que o primeiro encontro com o chefe do Executivo foi uma visita de aproximação e diálogo.

“Essa visita foi uma visita de aproximação e diálogo e não para dar recados”, afirmou Dom Walmor na saída do Palácio do Planalto. O presidente da entidade se recusou a fazer uma avaliação dos primeiros meses do governo Bolsonaro ao ser questionado sobre o tema. “Não é tarefa da CNBB fazer avaliação de desempenho de governos”, se limitou a dizer. 

Recentemente, Dom Walmor, eleito presidente da entidade no início deste mês, comentou em entrevista ao Estadão que teme o que pode acontecer caso a flexibilização da posse e porte de armas aconteça “em uma sociedade cheia de polarizações” como o Brasil. 

No entanto na saída do encontro com o presidente, Dom Walmor não deixou claro se o decreto nº 9785, que trata da posse e porte de armas de fogo no país, foi abordado na conversa. “Nós tratamos apenas no sentido de nos aproximarmos de colaborarmos e de contribuirmos como igreja”, disse ao ser questionado. Fonte: www.correiobraziliense.com.br

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, visitou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, na tarde desta quarta-feira, 29 de maio. Na saída do encontro, falando com a equipe da TV Canção Nova, o presidente da CNBB disse: “A conversa com o presidente Bolsonaro foi amigável. Viemos como presidência da CNBB fazer uma visita cordial e de cortesia. Dizer a importância do diálogo e da nossa proximidade, porque como Igreja Católica, a partir dos valores do Evangelho e do tesouro maior que nós temos, a nossa fé, olhamos o Brasil nos seus muitos desafios. Estamos aqui para dialogar, colaborar, com todos os poderes, com todos os segmentos da sociedade, porque a Igreja, quando anuncia o Reino de Deus, ilumina o coração e a mente de todas as pessoas buscando sempre promover a vida em todas as suas etapas”.

O encontro

Segundo a Canção Nova, a reunião foi a portas fechadas, sem autorização para imagens nem áudio da imprensa. O encontro entre as autoridades começou por volta das 14h e durou menos de uma hora, no Palácio do Planalto. Também estavam presentes os dois vice-presidentes, dom Jaime Spengler e dom Mário Antônio e o secretário-geral, dom Joel Portella.

Ao ser abordado pela reportagem, dom Walmor disse também que a visita não foi para ‘dar recados’, mas para caminhar juntos pelo bem da sociedade brasileira. Fonte: http://www.cnbb.org.br

No olhar do dia desta quinta-feira 30 de maio-2019, veja uma exposição dos 10 anos da presença do Cardeal Orani João Tempesta a frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Veículos bateram e pegaram fogo em estrada entre Veracruz e Puebla. Ônibus regressava após viagem à Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.

 

Ao menos 21 pessoas morreram nesta quarta-feira (29) no estado mexicano de Veracruz quando um caminhão colidiu com um ônibus, provocando o incêndio dos dois veículos, informou a Defesa Civil.

Foram retirados 17 corpos do ônibus e duas pessoas da cabine do caminhão. Outras duas pessoas levadas a um hospital não resistiram aos ferimentos, disse a secretária da Defesa Civil de Veracruz, Guadalupe Osorno.

A funcionária informou que a maioria das vítimas no ônibus era formada por fiéis católicos que regressavam ao estado de Chiapas (sul) após uma peregrinação à Basílica de Guadalupe, na Cidade do México.

A arquidiocese de Tuxtla Gutiérrez, capital de Chiapas, manifestou suas condolências e lamentou "profundamente o falecimento de várias pessoas neste acidente". A colisão ocorreu no trecho entre Veracruz e Puebla, na região montanhosa conhecida como Cumbres de Maltrata, onde a presença de neblina é frequente.

A TV mexicana mostrou o ônibus caído e totalmente calcinado pelas chamas. Segundo as equipes de emergência, um dos veículos perdeu os freios e colidiu contra o outro. Fonte: https://g1.globo.com

Nos últimos cinquenta anos, a população das cidades cresceu exponencialmente, de modo que hoje a maioria dos homens e mulheres do mundo mora na cidade, nas megalópoles, a tal ponto que se pode afirmar que agora estamos na presença de uma grande cidade global. As populações abandonam inexoravelmente o campo e os espaços rurais para convergirem para essas imensas cidades que são lugares de transformação de identidade, de vida, de visões e de estilos: um verdadeiro laboratório da nova humanização. Este nosso século começou como época das cidades e é difícil prever seus resultados e direções. O comentário é do monge italiano Enzo Bianchi, fundador da Comunidade de Bose, em artigo publicado por Vita Pastorale, 05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini. 

A cidade é uma realidade que surgiu para proteger a humanidade e promover processos de humanização na sociabilidade. Isso se opõe ao perigo de um nomadismo que dessitua o homem e não lhe permite cuidar, trabalhar e "reinar" sobre a terra; opõe-se à absolutez do clã que fornece uma identidade aprisionada no espaço da similaridade e do parentesco; se opõe ao isolamento resultante de uma troca rara e do difícil encontro com os outros. A cidade foi e é o lugar por excelência para a construção e manifestação da humanidade, o lugar mais fecundo para a exaltação do ethos, precisamente porque construir uma cidade significa fazer uma obra arquitetônica ética, que molda a relação das pessoas entre si.

Mas, diante do fenômeno "cidade", os cristãos que a habitam e participam como cidadãos de sua construção, que relação conseguem tecer e que postura devem ter? A cidade é uma realidade que há pelo menos três milênios registra o confronto dos crentes no Deus de Abraão com ela e com o que ela representa no mundo. Não é fácil delinear essa relação vivida de forma diferente nas diversas épocas e áreas culturais. Seria possível afirmar que a cidade sempre carrega o sinal de ambiguidade e que o juízo sobre ela oscila entre a condenação da cidade violenta e homicida e a invocação da cidade da paz, uma cidade futura que parece poder resultar apenas como dom do outro.

Os crentes, portanto, são sempre habitantes da cidade, mas vivem dentro dela a condição de peregrinos e viajantes, e mesmo não tendo dívidas com ela, nunca se identificam com a cidade em que habitam. Nesse breve contributo, só poderei fazer alusões a algumas cidades que na Bíblia adquirem um valor emblemático e, consequentemente, podem oferecer uma mensagem eloquente para a nossa atualidade. Deve-se imediatamente constatar que nas primeiras páginas da Bíblia a cidade aparece sob um signo negativo. É Caim, o assassino fratricida, o primeiro construtor de uma cidade, que chama Enoque, como o filho que ele havia gerado (cf. Gen 4:17). Nessa afirmação há uma marca sombria, originada de uma cultura que julgava negativamente o fenômeno da urbanização e o abandono da vida nômade.

A cidade permite uma epifania do mal, da violência, muito mais do que a vida nômade ou rural, por isso é imediatamente assimilada às realidades dos submundos, as periferias infernais, da organização da criminalidade e do vício. Nas cidades nascem as artes, desenvolve-se as atividades artesanais, mas a prostituição também se estabelece mais facilmente (cf. Gen 4, 21-22). Por essa razão, foi possível repetir com tristeza: "Deus fez o primeiro jardim, Caim fez a primeira cidade". Precisamente nessa visão pessimista da cidade, sempre dentro dos primeiros capítulos do Gênesis, para denunciar o pecado social é descrita a construção por parte dos homens da cidade de Babel, "portão de Deus" (cf. Gen 11,1-9). Babel é a cidade que se volta contra Deus, a cidade idólatra que quer ocupar o céu, negar o Deus vivo e celebrar o homem; é a cidade totalitária e autossuficiente, a megalópole que, em vez de subjugar a terra, sobe ao céu; é a cidade da alienação, que cria escravos, oprimidos e nega toda alteridade e diversidade. Essa cidade, que sabemos ter sua mais alta encarnação no império totalitário da Babilônia, assume um valor simbólico na Bíblia: os profetas a condenam, pressagiam "problemas" e advertências, pregam sua destruição.

Os crentes deverão, portanto, sempre se opor a Babel, encarnada no poder totalitário e violento dos babilônios, dos assírios, dos soberanos helenistas e do imperialismo romano ... Para Isaías, Jeremias e os outros profetas, até o Apocalipse de João, a cidade de Babel/Babilônia reúne em si todas as perversões da história e as alienações da humanidade oprimida. Mas diante da Babilônia, eis o anúncio da cidade de justiça e da paz, Jerusalém, a cidade de Deus porque desejada por ele, dotada de uma vocação centrípeta para todos os povos e populações, vocação para a comunhão, para a unidade e fraternidade: é "a cidade de Deus com os homens" (cf. Ap 21, 3). Por quatrocentos anos, Jerusalém foi a cidade do Messias, aquela em que Deus havia colocado sua presença no templo construído por Salomão. Foi depois destruída pelos babilônios em 587 a.C. e depois reconstruída de acordo com a profecia e a vontade do seu Senhor, para ser sinal de uma cidade que desce do alto, cujo arquiteto e construtor é apenas Deus (cf. Hb 11:10). A última parte do livro de Isaías (cf. Is 56-66) contém um hino profético para a nova Jerusalém, a cidade umbigo de toda a terra, lugar de encontro para todos os povos e todas as culturas, na qual reconhecerão a presença do único Senhor, o Vivo, o Deus de Israel.

Apocalipse de João, fechamento e selo de toda a revelação bíblica, dedica significativamente seus últimos capítulos ao juízo sobre a Babilônia (cf. Ap 17-20) e à vinda gloriosa da Jerusalém celestial (cf. Ap 21-22): uma cidade gloriosa, onde o sol não se põe; onde não há mais morte nem choro ou violência; onde Deus enxuga as lágrimas dos olhos dos seres humanos e vive para sempre com eles, junto com o Cordeiro, vítima na história, mas vivente e reinante nessa cidade santa que acolhe toda a humanidade. Enquanto isso, os crentes vivem predispondo tudo para o advento dessa Jerusalém que desce do céu, ou seja, do reino de Deus, Vivem nas cidades que lhes couberam pela sorte; vivem como estrangeiros e peregrinos (cf. Hb 11,13; 1Pd 2,11), sem serem poupados da solidariedade e da companhia dos homens; vivem dando o testemunho da sua participação na vida da cidade terrena, a pólis, mas sabendo que a sua cidadania está no céu (cf. Fp 3.20).

Todos elementos trazidos à luz pelo esplêndido texto das origens cristãs que é o A Carta a Diogneto. Sim, os cristãos vivem em Babel, mas se opõem à idolatria que a inspira; vivem em Sodoma, mas resistem à tentação de não hospedar, aliás, de devorar e explorar os estrangeiros que chegam às cidades; vivem na Babilônia e em Roma, mas indicam caminhos para uma convivência agradável, boa e pacífica. E fazem isso até pagar um preço alto: aceitam, se necessário, serem expulsos das cidades, serem perseguidos dentro delas. Sua vocação como cristãos, de fato, os impede de desertar, de se isolarem da cidade terrena que é sempre Babilônia e, ao mesmo tempo, Jerusalém. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

 

Muito mais que comunhão aos divorciados! O desafio dos inovadores é intervir "onde Cristo permaneceu em silêncio". O caso do prof. Grillo. O comentário é de Matteo Matzuzzi, jornalista, publicado por Il Foglio, 18-05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini. 

"Se nos casos em que Jesus falou podemos encontrar a liberdade de novo, por que não deveríamos fazê-lo onde ele ficou em silêncio?", questionou-se o professor Andrea Grillo, teólogo de vanguarda convencido de que a igreja não esteja atrasada de duzentos anos como dizia o cardeal Carlo Maria Martini, mas pelo menos de quatrocentos a quinhentos anos.

Grillo não aceitou o fechamento de Francisco a respeito das diaconisas, tema que foi avaliado por uma comissão ad hoc e permaneceu suspenso, entre opiniões opostas dos especialistas envolvidos. Ainda é necessário estudar mais, disse o Papa com pouco entusiasmo, conversando numa viagem de avião com os jornalistas. Mas Grillo toca o ponto-chave, que é “estabelecer qual seja o limite do livro do Apocalipse. O silêncio não é um limite intransponível, exceto para aqueles que não têm coragem".

O Papa, pela forma como se move, corre o risco de cair da corda suspensa sobre um rio de águas muito turbulentas. Ele prega a saída da igreja, mas constata que os ritmos da cúria romana não são os que ele esperava. E que as resistências estão em toda parte, à direita e à esquerda.

Com os EUA que parecem cada vez mais um corpo separado, dilacerados entre os saudosistas da guerra cultural e os puristas bergoglianos que querem a revanche, sem esquecer os levantes chineses após o Acordo secreto com os lideres comunistas. Mas é sobre a moral, mais que sobre a política propriamente dita, que se joga a partida. Não é mais suficiente explicar um "não" às "aberturas" protegendo-se por detrás do Verbum domini, isto é, o que Cristo disse. Porque quando Francisco faz isso, acalmando involuntariamente aquelas multidões hiperconservadoras até os limites do sedevacantismo – ou seja, aquelas que viam Bento XVI como um Papa do concílio e isso era suficiente para listá-lo no catálogo dos progressistas – eis que, de outro quadrante, começa a soprar o vento: sim, o que Jesus disse está bem. Mas por que não intervir onde Jesus nada disse? Em suma, preencher o "vazio". Se isso não for feito, demonstra-se pouca coragem.

É um pouco como o destino que coube há meio século atrás a Paulo VI, que se viu pressionado entre aqueles que o criticavam pela pouca coragem para se deixar levar pelo vento do Espírito e aqueles que o acusavam de ter mudado tudo, a missa, a moral, a doutrina, até de ter vendido a tiara. Francisco não tem um concílio para conduzir ao porto, mas os propósitos revolucionários alardeados no início do pontificado (não por ele, mas pela corte que se forma em torno de cada soberano) haviam atraído aqueles que não esperavam por outra coisa.

E a esperada revolução - termo que a Bergoglio não agrada, como ele disse muitas vezes - se transformou em uma maquilagem da cúria já rotulada como um desastre, até mesmo por um liberal de peso como o ex-diretor da revista America, o jesuíta Thomas Reese. A comunhão para os divorciados recasados foi concedida, mas não nas formas que os inovadores mais aguerridos esperavam. Tanto que há quatro anos tenta-se desatar o nó sobre a interpretação de uma nota de rodapé contida na Amoris laetitia, com uma batalha que não mostra sinais de arrefecer de intensidade.

Papa fechou as portas para a possibilidade de ordenar as mulheres, inclusive reportando-se a Karol Wojtyla - "Sobre a ordenação de mulheres na Igreja católica, a última palavra clara foi dada por São João Paulo II e ela permanece", disse Francisco. Contudo se retornará à carga por ocasião do próximo Sínodo sobre a Amazônia, com os bispos alemães já prontos para apresentar a lista de pedidos e o cardeal Cláudio Hummes, que defende a necessidade de rever a forma do ministério ordenado.

Dizer que, observou o professor Grillo, "o Senhor não quis isso, só porque nada falou a respeito, é uma conclusão totalmente discutível" e certamente "não é pecado interpretar o silêncio não como um não, mas como um sim". E a velha prudência da igreja? "Ser prudente nem sempre significa a mesma coisa", observou o teólogo novamente: "Ao dirigir, a prudência exige que às vezes o freio seja usado, outras vezes o acelerador. Uma prudência identificada apenas como a ‘primazia do freio’ é um clichê da igreja em defesa, que não sai, que se fecha dentro de suas tranquilizadoras paredes." Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Joseph Chalmers

            Somos os irmãos da Virgem Maria do Monte Carmelo. Nossa Ordem começou porque os eremitas latinos no Monte Carmelo quiseram reunir-se como uma comunidade de irmãos. Eles já haviam vivido juntos bastante tempo para experimentar a proposta do estilo de vida que eles levaram a Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, para que ele pudesse dar-lhes a aprovação eclesiástica. Quando a “ formula vitae” de Alberto foi formalmente aceita como uma Regra pelo Papa Inocêncio IV em 1247, os eremitas foram inseridos no novo movimento dos mendicantes que era muito forte na Europa daquele tempo. Os eremitas Carmelitas se tornaram frades chamados ao serviço do povo. Uma das características dos mendicantes era que eles viviam no meio do povo e não em grandes mosteiros como os monges.

             Apesar do fato de que a Ordem é claramente chamada ao apostolado ativo, a contemplação continua sendo um elemento fundamental de nossa vocação. Nós nos entendemos como comunidades contemplativas a serviço do povo de Deus no meio do qual vivemos. Graças a Deus já passamos dos tempos em que nós buscávamos nossa identidade. Nossa identidade está clara! Agora temos que viver as implicações de nosso carisma na vida de cada dia.

             Temos que viver uma vida de obediência a Jesus Cristo e servir-lhe fielmente com um coração puro e reta consciência e fazemos isto através do compromisso de buscar o rosto do Deus vivo (a dimensão contemplativa da vida), em fraternidade, e no serviço (diakonia) no meio do povo (Const, 14). Estes três elementos estão estreitamente ligados entre si pela experiência do deserto que é a experiência da ação purificadora de Deus em nossas vidas. A contemplação determina a qualidade da nossa vida fraterna e do nosso serviço no meio do povo de Deus (Const, 18). A meta da contemplação é a de ser transformados em Deus e assim veremos a realidade com os olhos de Deus e amaremos com o seu coração (Cf. Const, 15).

             Uma atitude contemplativa nos permite descobrir a presença de Deus nos outros e apreciar o mistério daqueles com quem partilhamos nossas vidas (Const, 19). Somos chamados a viver em comunidade, para partilhar nossas vidas com os outros, mas sobretudo com nossos irmãos e é isto em si mesmo um testemunho para outros, que Deus está presente em nosso meio e através deste testemunho Deus tocará os corações de muitas pessoas.

             Pode-se falar coisas bonitas sobre a comunidade e seu significado teológico, mas todos sabemos que a realidade de uma comunidade religiosa é algo muito diferente. Nossas comunidades refletem a realidade da Igreja e do mundo em que vivemos. Somos pecadores redimidos e tentamos fazer a vontade de Deus. Não somos perfeitos como individuos e por conseguinte ainda não podemos ter comunidades perfeitas.

             Há uma sede de se viver em comunidade em nosso mundo e todavia ao mesmo tempo o individualismo está desenfreado. Esta tensão está presente em nossas próprias vidas, porque claramente somos afetados pelo mundo em que vivemos. Somos atraídos pela comunidade, mas ao mesmo tempo somos tentados a colocar nossas próprias necessidades e desejos sobre todas as coisas, a julgar tudo pelo modo como nos afeta. Viver em comunidade não é fácil e ainda que estamos comprometidos a viver em comunidade, é crucial reconhecer a tendência que existe em todos nós de iludir suas demandas e encerrar-nos em nossos próprios egoísmos. Esta é a realidade de pecado em nossas vidas, mas somos redimidos. Claramente a redenção alcançada por Cristo para nós não nos fez santos ainda; estamos a caminho. Cristo nos oferece uma maneira de crescer além de nossas limitações, devemos, porém, aceitar a salvação que ele oferece. A primeira fase é reconhecer que não está tudo bem.

             Como está a experiência de vida em nossas comunidades carmelitas? “A multidão dos que creram tinha um só coração e um só alma e nenhum tinha por própria coisa alguma, mas tinham tudo em comum.” (Atos 4,32). Se esta é experiência de vida na comunidade de vocês, vocês são verdadeiramente felizes, mas suponho que esta não é experiência de vocês. Eu diria que o melhor que se pode dizer é que a comunidade é bastante agradável e que vocês chegaram entre si a uma aceitação mútua de uns aos outros. Na pior das hipóteses.. pode ser muito difícil e uma realidade muito diferente da que buscamos e que escapa em cada oportunidade. Por que nossa comunidade não é perfeita? Podemos jogar a culpa no Provincial e seu Conselho ou colocar-nos nesta situação terrível, ou culpar ao irmão X de nossa comunidade, culpamos os nossos irmãos com quem é impossível formar uma verdadeira comunidade apesar de nosso desejo. Poderíamos também tentar culpar a Deus, mas se nos encontramos culpando a todos com a exceção de nós mesmos, temos que pensar que pode existir um outro problema. Pode ser possível também que outros nos achem difíceis e em seus corações estão culpando-nos pela falta de comunidade real.

             Nós vivemos juntos, mas temos experiências muito diversas. Entramos na comunidade com nossa própria experiência particular de vida que nos marcou para bem ou para mal. Chegamos na comunidade com nossa própria carga e comumente com expectativas muito diferentes. Podemos usar a mesma palavra, “comunidade”, mas podemos querer dizer coisas muito diferentes. Eu creio que o primeiro passo para melhorar nossa vida de comunidade é aceitar que nós somos diferentes e que buscamos coisas diferentes. Necessitamos aceitar-nos em toda nossa diversidade e tentar ver nesta realidade humana algo da riqueza de Deus. Cada individuo é na verdade um mistério. Precisamos aceitar o fato de que alguns indivíduos estão tão profundamente marcados pelos vaivéns da vida que não podem viver uma vida normal. Quando sua conduta causa danos à vida da comunidade, alguém tem que falar honestamente e os responsáveis devem oferecer a estes indivíduos a possibilidade de encontrar uma ajuda para viver uma vida mais equilibrada. Sei que isto não é fácil, mas o resultado de não desafiar a conduta imprópria é que o indivíduo “difícil” acabará por infernizar a vida da comunidade. Pessoas como estas são uma minoria, mas todos nós precisamos, de vez em quando ser desafiados para ser fiéis à vocação a que fomos chamados. Este desafio pode vir constantemente a nós através da vida diária com os outros. Pregamos o Evangelho, mas a comprovação de nossas palavras estão em nossos feitos. É muito fácil amar a um vizinho se não temos vizinhos. A forma como realmente vivemos em comunidade, nos dirá se realmente somos homens de oração e manifestará a verdade aos demais. A autenticidade de nossa oração será óbvia através de nosso contato diário com nossos irmãos.

             Ainda que viver a realidade da comunidade não é tarefa fácil, é a maneira que Deus escolheu para nós. Se a vocação não é algo imposto em nós desde o exterior e sim parte de nossa realidade interior, que descobrimos pouco a pouco, então o desejo ardente da comunidade e a habilidade de vivê-lo está escrito no profundo de nosso ser. Por causa da nossa natureza decaída, temos coisas fora de equilíbrio mas os elementos da vida de comunidade podem ajudar-nos a crescer, se desejamos seguir a Cristo no deserto.

             Não há ganho sem dor. Crescer é doloroso, mas a dor nos torna homens maduros. Há um sério perigo na vida religiosa de se permanecer imaturo por toda a vida. Recebemos o que necessitamos da comunidade e tanto faz se trabalhamos ou não. Se somos pessoas difíceis, receberemos tudo para assegurar que permanecemos felizes e para que os outros possam ter alguma paz. Então podemos ser como crianças mimadas. Seguir Cristo leva inevitavelmente à cruz de uma forma ou de outra. Isto não é um castigo, mas é a maneira pela qual Deus nos ajuda a tornar-nos o que Ele sabe que podemos ser. Através de nossa experiência de vida, Deus nos purificará e aparará nossas arestas. Não vamos gostar no momento, mas o resultado final vale a pena. Uma parte desta purificação terá lugar através de nossa vida em comunidade. Queremos permitir a ação de Deus em nossas vidas ou queremos rechaçá-la e seguir a nossa vontade. Esta é a diferença entre trabalhar para Deus e fazer o trabalho de Deus. Trabalhar por Deus significa fazer o que queremos e assumimos que isto também deve ser o que Deus quer. Fazer o trabalho de Deus pode ser muito diferente - ou fazer o que Deus realmente está buscando de nós, requer um discernimento cuidadoso e um escutar silencioso da voz sutil e doce de Deus que nos fala através das pessoas mais inesperadas.

             As Constituições assinalam os principais elementos de nossa vida que podem ajudar-nos a crescer como indivíduos e como irmãos (31). O primeiro está “na participação comum na Eucaristia, através da qual nos tornamos um só corpo, e que é fonte e cume da nossa vida e, dessa forma, sacramento da fraternidade.” Celebramos a Eucaristia em comum em nossas comunidades? Isto está prescrito em nossa Regra e era um exigência muito rara para os eremitas. Estou propondo uma Eucaristia comum não porque é parte de nossa Regra e sim porque é a maior ajuda que nós temos para construir a nossas comunidades. Eu estou bem consciente de que se pode alegar todas os tipos de razões pelas quais a Eucaristia comum não é conveniente, mas onde há a vontade, encontra-se uma forma. Às vezes pode-se usar as necessidades do apostolado como uma desculpa para não se participar de atividades comunitárias. Neste caso necessitamos olhar nossas vidas com grande honestidade e perguntar-se: Que estou buscando? Que quero fazer com minha vida e que Deus quer de mim? Como se adapta meu estilo de vida com minha vocação Carmelita?

             O segundo elemento mencionado nas Constituições é similar ao primeiro, é a celebração comum da Liturgia das Horas. Pode ser que alguns de nós todavia estamos padecendo da experiência do passado onde em alguns casos, a comunidade reunida dizia muitas orações mas os membros individuais não se entendiam uns com os outros. Podemos utilizar a oração para “massagear” nosso próprio ego em lugar de ser uma abertura para a purificação e para a ação curativa de Deus, mas esse perigo não é uma razão para deixar a oração como indivíduos ou como comunidades. Santa Teresa de Ávila disse que com respeito à oração necessitamos ter uma determinação muito grande para seguir fazendo-a e nunca render-se. Se queremos louvar a Deus juntos como irmãos, a Igreja nos tem dado uma oportunidade preciosa por meio da Liturgia das Horas com a qual nos unimos com a Igreja inteira para oferecer a Deus o sacrifício de louvor. É por conseguinte possível reavivar nossas celebrações litúrgicas para que não se tornem rotineiras.

             O elemento seguinte mencionado nas Constituições para a edificação da comunidade é a escuta orante da Palavra. Esta é portanto parte da celebração da Eucaristia e da Liturgia das Horas, mas também se recomenda por meio da Lectio Divina, onde juntos lemos e refletimos a Palavra de Deus, damos nossa resposta a esta Palavra em nossas próprias palavras e em silêncio, onde permitimos à Palavra formar nossos corações e unificarmos. Não podemos ter comunidades orantes se nós não somos indivíduos orantes. Cada um de nós é responsável pela saúde da comunidade. Ser piedoso não significa necessariamente dizer muitas orações, mas permitir que nossa oração nos transforme a nós e ao modo como nós nos relacionamos com os outros.

             As Constituições reconhecem que necessitamos discutir preocupações comuns e por isto a reunião comunitária é um elemento importante na vida da comunidade. Se não discutimos coisas que nos envolvem, elas se tornarão problemas que podem destruir a harmonia de qualquer comunidade. Na reunião comunitária tem que se tratar das coisas de cada dia, mas também os aspectos espirituais da vida da comunidade. Certas habilidades básicas são importantes para uma reunião da comunidade. Se vocês sabem que não as têm, ou desconfiam disto, por que um dos outros irmãos não pode organizar a reunião?

             Também as Constituições nos animam a partilhar a mesa e recreação em comum. Se nunca estamos juntos, nunca cresceremos em unidade. Se estamos juntos, por certo há um risco de conflito, mas se existe boa vontade para dialogar, estes problemas podem ser superados e podem ser de fato um elo de unidade entre nós. Cada um de nós deve examinar nossa própria consciência. Eu estou pronto a dialogar de verdade com meus irmãos? Tenho sempre razão e os outros nunca? É possível que algumas de suas críticas tenham algo de verdade? Neste caso que faço?

             Finalmente as Constituições nos animam a trabalhar juntos e partilhar nossas alegrias, nossas ansiedades e amizades. É importante celebrar as datas ordinárias juntos, como por exemplo: aniversários de nascimento, votos, ordenação, etc. Também é importante estarem ali quando temos problemas. Sempre salvaguardando o direito da comunidade a sua vida privada, é muito bom partilhar os nossos próprios amigos pessoais com a comunidade.

             A comunidade religiosa é uma realidade humana e por conseguinte não é perfeita, mas é o ambiente em que somos chamados para responder ao amor gratuito de Deus para conosco. É o lugar privilegiado onde podemos crescer como seres humanos, como cristãos e como religiosos. Aceitemo-nos com todas nossas faltas, esforcemo-nos para amar-nos como Cristo nos amou e a valorizar os demais como irmãos e co-herdeiros do Reino de Deus. De vez em quando, por certo, não manteremos nossos ideais altos, mas essa não é uma razão para deixar estes ideais e conformar-nos com a mediocridade. Cristo prometeu estar conosco e podemos confiar nessa promessa. Se o permitimos, ele amará a nossos irmãos através de nós. Se nossa experiência de comunidade não tem sido boa, por que não tentamos seguir o princípio de nosso irmão, São João da Cruz que disse, “Onde não há amor, coloque amor e encontrará amor?” Se há amor dentro de uma comunidade, todos os obstáculos podem ser superados. A vida comunitária não será perfeita, mas saberemos que somos aceitos pelo que somos, o qual nos dará a confiança para ir ao encontro dos outros e partilhar esse amor com eles. Nossa vida comunitária levará o testemunho da verdade do Evangelho que Cristo rompeu as barreiras que separavam as pessoas entre si e que seu amor pode curar.

             Se desejamos correr o risco de amar a nossos irmãos, cumprimos o artigo de nossas Constituições que diz “A fraternidade, segundo o exemplo da comunidade de Jerusalém, é uma encarnação do amor gratuito de Deus e interiorizado através de um processo permanente de esvaziamento do ego centrismo – também possível em comum – para uma centralização autêntica em Deus. Assim, podemos manifestar a natureza carismática e profética da vida consagrada do Carmelo e podemos inserir harmonicamente nela o uso dos carismas pessoais de cada um a serviço da Igreja e do mundo.” (30).

“O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e Reconciliação” (Catecismo da Igreja Católica 1440)

Portanto, este sacramento é para pedir desculpas a Deus, receber seu perdão e se reconciliar com a Igreja. No AT a forma de pedir perdão e exprimir arrependimento era através dos sacrifícios pelos pecados

Lv 4 ==> Bezerro => impor as mãos sobre a cabeça do bezerro e depois imolar a bezerro, em seguida queimá-lo e jogar as cinzas em local puro   ==> Conforme o caso em vez de bezerro devia ser um bode ou uma cabra.

No NT ==> Jo 20,23 ==> “Aqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados; aqueles aos quais não perdoardes não serão perdoados”

==> 1Jo 1,8-9  ==> “Se confessarmos os nossos pedados, Deus é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e purificar-nos de toda iniquidade”

Portanto Jesus deu o poder de perdoar para os apóstolos.

Instituiu um sacramento para o perdão. Não disse: “ensinai ao povo que devem confessar diretamente com Deus”.

- se os padres pudessem, acabariam com a confissão.

DIFICULDADES QUE APARECEM

O padre pecador como eu

O que o padre pensará de mim?

Segredo da confissão

COMO SE CONFESSAR

 1 – Exame de consciência ==> parte objetiva e subjetiva do pecado

  • passar um pente fino
  • pegar os mandamentos
  • ou pecados contra Deus, próximo e si mesmo
  • confronto com a Palavra de Deus
  • usar o esquema de um livro

 2 – Arrependimento

3 – Propósito

  • piada do roubo do porco
  • graça sacramental

4 – Confissão (Piada: “o senhor ataca e eu me defendo”)

  • ir sem medo
  • dizer os pecados abertamente (piada do camponês que roubou a corda e não a vaca)

 5 - Satisfação

 Quando se confessar?

  • velho que não se confessava a 60 anos
  • 4 vezes por ano: Natal, Páscoa, aniversário e outra vez

Reclamação no Twitter contra o Bradesco gerou debate acalorado e despertou atenção de outras marcas financeiras. Teve até #VemProNubankPadre

Por Helder Marinho, da Bloomberg

Uma reclamação feita pelo padre e cantor Fábio de Melo pelo Twitter contra o Bradesco gerou um debate com mais de 900 comentários. Os concorrentes aproveitaram para divulgar seus serviços.

O padre fez um post na terça-feira dizendo que seu cartão de crédito estava bloqueado há um mês pelo Bradesco e que recebeu a recomendação de ter paciência. O Bradesco respondeu à reclamação pelo próprio Twitter, pedindo ao padre que entrasse em contato para resolver a situação.

As instituições financeiras concorrentes, entre elas o Santander, Banco do Brasil, Banco Inter, Nubank e Digio, também foram rápidas para entrar na conversa, chegando a usar memes para responder aos comentários e reclamações.

Usuários aproveitaram para fazer piadas, recomendar serviços de alguns bancos e reclamar de outros. Fonte: https://exame.abril.com.br

 

1) Oração

Ó Deus, vossa graça nos santificou quando éramos pecadores e nos deu a felicidade, quando infelizes. Vinde em socorro das vossas criaturas e sustentai-nos com vossos dons, para que não falte a força da perseverança àqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,9-11)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.

3) Reflexão - Jo 15,9-11

A reflexão em torno da parábola da videira compreende os versículos 1 a 17. Ontem meditamos os versículos 1 a 8. Hoje meditamos os versículos 9 a 11. Depois de amanhã, o evangelho do dia salta os versículos 12 a 17 e retoma no versículo 18, que já traz outro assunto. Por isso, incluímos hoje um breve comentário dos versículos 12 a 17, pois é nestes versículos que desabrocha a flor e que a parábola da videira mostra toda a sua beleza.,

O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e trazendo mais luz para aplicar a comparação da videira à vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Ela passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que produza mais frutos.

João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria. 

Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”.  É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.

João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.

O mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns aos outros como ele nos amou!" (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!"

João 15,14-15 Amigos e não empregados

"Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando", a saber, a prática do amor até a doação total de si!  Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz: "Não chamo vocês de empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!" Jesus não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos à total transparência, ao ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles "eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14; 2,42.46).  

João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu  

Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: "Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!"

O Símbolo da Videira na Bíblia.

O povo da Bíblia cultivava videiras e produzia bom vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e danças. Foi daí que se originou o cântico da vinha, usado pelo profeta Isaías. Ele compara o povo de Israel com uma videira (Is 5,1-7; 27,2-5; Sl 80,9-19). Antes dele, o profeta Oséias já tinha comparado Israel a uma vinha exuberante que quanto mais produzia frutos, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1). Este tema foi também utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha bastarda (Jr 2,21), da qual seriam arrancados os ramos (Jr 5,10; 6,9). Jeremias usa estes símbolos porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada pelos invasores (Jr 12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o símbolo da videira para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Ele contou três parábolas sobre a videira: 1) A videira queimada que já não serve mais para coisa alguma (Ez 15,1-8); 2) A videira falsa plantada e protegida por duas águias, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez 17,1-10). 3) A videira destruída pelo vento oriental, imagem do cativeiro da Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por Jesus em várias parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois filhos que devem trabalhar na vinha (Mt 21,33-32); os que arrendaram uma vinha, não pagaram ao dono, espancaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45); a figueira estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os ramos (Jo 15,1-17).

4) Para confronto pessoa

1-Somos amigos e não empregados. Como vivo isto no meu relacionamento com as pessoas?

2-Amar como Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal do amor?

5) Oração final

Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! (Sl 95, 3)