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1) Oração
Ó Deus, vossa graça nos santificou quando éramos pecadores e nos deu a felicidade, quando infelizes. Vinde em socorro das vossas criaturas e sustentai-nos com vossos dons, para que não falte a força da perseverança àqueles a quem destes a graça da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,9-11)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.
3) Reflexão - Jo 15,9-11
A reflexão em torno da parábola da videira compreende os versículos 1 a 17. Ontem meditamos os versículos 1 a 8. Hoje meditamos os versículos 9 a 11. Depois de amanhã, o evangelho do dia salta os versículos 12 a 17 e retoma no versículo 18, que já traz outro assunto. Por isso, incluímos hoje um breve comentário dos versículos 12 a 17, pois é nestes versículos que desabrocha a flor e que a parábola da videira mostra toda a sua beleza.,
O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e trazendo mais luz para aplicar a comparação da videira à vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Ela passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que produza mais frutos.
João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria.
Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”. É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.
João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.
O mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns aos outros como ele nos amou!" (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!"
João 15,14-15 Amigos e não empregados
"Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando", a saber, a prática do amor até a doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz: "Não chamo vocês de empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!" Jesus não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos à total transparência, ao ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles "eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu
Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: "Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!"
O Símbolo da Videira na Bíblia.
O povo da Bíblia cultivava videiras e produzia bom vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e danças. Foi daí que se originou o cântico da vinha, usado pelo profeta Isaías. Ele compara o povo de Israel com uma videira (Is 5,1-7; 27,2-5; Sl 80,9-19). Antes dele, o profeta Oséias já tinha comparado Israel a uma vinha exuberante que quanto mais produzia frutos, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1). Este tema foi também utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha bastarda (Jr 2,21), da qual seriam arrancados os ramos (Jr 5,10; 6,9). Jeremias usa estes símbolos porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada pelos invasores (Jr 12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o símbolo da videira para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Ele contou três parábolas sobre a videira: 1) A videira queimada que já não serve mais para coisa alguma (Ez 15,1-8); 2) A videira falsa plantada e protegida por duas águias, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez 17,1-10). 3) A videira destruída pelo vento oriental, imagem do cativeiro da Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por Jesus em várias parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois filhos que devem trabalhar na vinha (Mt 21,33-32); os que arrendaram uma vinha, não pagaram ao dono, espancaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45); a figueira estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os ramos (Jo 15,1-17).
4) Para confronto pessoa
1-Somos amigos e não empregados. Como vivo isto no meu relacionamento com as pessoas?
2-Amar como Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal do amor?
5) Oração final
Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! (Sl 95, 3)
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A noite escura do sacerdócio
A noite escura escreve São João da Cruz, nos leva a períodos de aridez e vazio em que até mesmo a oração torna-se árdua, e a alma é destituída de consolo. Mas a escuridão da noite do sacerdote possibilita um aprofundamento e uma purificação de sua alma. Pois a provação da noite escura revela, em última instância, uma benção, e uma graça. Atualmente percebe-se que muitos sacerdotes passam por sua noite escura. Os sacerdotes nestas últimas décadas, caminharam como homens num nevoeiro, inseguros de sua identidade e de sua missão. Conservadores e reacionários atribuíram a origem da escuridão à pseudoliberdade liberalizante e intoxicante que viram surgir depois do concílio.
Muitos sacerdotes, fazem uma leitura da noite escura como sendo obra do Espírito, que os conduz por vales escuros para levá-los até um ponto de onde possam enxergar novos horizontes. A escuridão é necessária para produzir uma conversão de mente e coração, para gerar uma nova maneira de ver e ouvir. Em meio à noite escura, os sacerdotes se encontram num fogo de transformação e conversão.
Ao passar pelo fogo da purificação, os sacerdotes descobrem uma visão renovada da importância única do sacerdócio e, ao mesmo tempo, da santidade e dignidade de todo o povo de Deus. Eles são líderes do povo de Deus, mas também parceiros na construção do reino de Deus na história. Como membros da comunidade da Igreja, eles colaboram com os ministros pastorais não-ordenados e com os paroquianos que desfrutam os dons do ministério e do serviço. Os sacerdotes precisam saber de duas verdades em particular: a presença constante de Deus guiando o movimento da Igreja na direção de um novo horizonte e uma convicção igualmente inspirada de que jamais podem esconder a verdade do povo de Deus. Relendo João Crisóstomos encontramos muito claro nos seus escritos o quanto Ele chama a atenção dos sacerdotes para serem homens verdadeiros consigo mesmo e com o seu ministério.
Ultimamente acompanhamos uma grande crise que vem assolando o clero de todo o mundo. Os sacerdotes e suas fraquezas foram um rico filão para as páginas de artigos assinados dos jornais e um material propício para cartunistas, satiristas e comediantes. Talvez as piadas com padres pedófilos, mas ainda do que a dolorosa cobertura da mídia, tenham assinalado a extensão em que os sacerdotes caíram em desgraça. Outra queda, porém, estava acontecendo durante a crise dos abusos sexuais de menores pelo clero. E, embora ameaçasse igualmente o bem-estar e a missão da Igreja, não tem nenhuma das características necessárias para garantir a mesma ampla atenção da mídia secular.
A Igreja enfrenta o estresse e a tensão da administração da crise provocada por um número pequeno, porém significativo, de seus sacerdotes, o ofício de ensino da Igreja viu seu poder de iluminar e reconciliar, desafiar e encorajar, diminuído por causa dessas crises.
Se os sacerdotes perderam boa parte do status e do respeito herdados dos presbíteros que vieram antes deles, os bispos perderam boa parte de sua credibilidade. Muitos leigos instruídos perderam a confiança em ensinamentos morais ouvidos como asserções e apoiados basicamente na afirmação da Igreja de que seus ensinamentos eram suficientemente fundamentados pelas fontes bíblicas e teológicas.
Em meio a essas crises voltamos a raiz da vocação do sacerdote para mostrar a sua verdadeira missão, a de anunciar ao mundo o verdadeiro amor que liberta a humanidade de seu egoísmo. E de denunciar as injustiças, que oprimem e exclui, deixando os menores à margem da sociedade.
Ser sacerdote hoje implica em contribuir para a sanidade e a santidade das pessoas e da sociedade; trata-se do exercício de um conhecimento de vida ética, organização social, mobilização libertadora, oferenda dos sacrifícios agradáveis a Deus que são os serviços de amor ao mundo; as práticas de justiça,misericórdia, amor, verdade, paz.
Sacerdotes são mestres, médicos, santos, mártires, referenciais que norteiam o caminho para a liberdade, transmissores de centelha que anima a vida. Não são seres com dons especiais ou classe privilegiada dentre os demais. João Crisóstomo chama atenção para o sacerdócio não se tornar uma classe, uma profissão, ação separada e privilegiada entre as muitas outras. Ele destaca o cuidado que o Sacerdote deve ter com o seu ministério, para não cair num certo profissionalismo, colocando-se como superior, numa vivência cristã. O mesmo sempre chama atenção do Sacerdócio para o exercício de CARISMAS que é graça, dádiva de Deus/vida) em benefício da comunidade, conforme a GRAÇA que é dada a todos, capacitando-os para contribuírem na unidade.
A compreensão que o sacerdote tem de si, se defini com clareza, sempre mais crescente como um serviço ao povo de Deus em nome de Cristo, Pastor. O Sacerdote não limita sua identidade a executar um rito ou uma prática sacramental, ou servir, do ponto de vista religioso, a uma pequena comunidade de fiéis que o procuram, mas redefine seu serviço e seu ministério a partir dos pobres; participando com eles na criação de novas práticas de fraternidade, de justiça, de amor libertador. Vivendo em meio ao processo dos pobres, pode celebrar sua fé e alimentar sua esperança; dar sentido, com o mistério da morte e ressurreição do Salvador, a todos os sofrimentos e perseguições suportadas por causa da justiça.
Continuação da Obra de Cristo
O serviço essencial que o Presbítero é chamado a oferecer a Cristo é continuar a sua obra no mundo. “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). Cada Presbítero é, por definição, portador de uma referência essencial à comunidade eclesial. Ele é um discípulo muito especial de Jesus, que o chamou e, pelo sacramento da Ordem, o configurou a Si como Cabeça e Pastor da Igreja. Cristo é o único Pastor, mas quis fazer participar a Seu ministério os Doze e seus Sucessores, mediante os quais também os Presbíteros, ainda que em grau inferior, são feitos participantes deste sacramento, de tal forma que também eles participem, a seu modo próprio, do ministério de Cristo, Cabeça e Pastor. Isso comporta um laço essencial do Presbítero com a comunidade eclesial. Ele não pode omitir-se no que diz respeito a essa responsabilidade, dado que a comunidade sem pastor se desfaz.[1]
O sacerdote deve ser sinal e o modelo para a vida da comunidade, colocando-se inteiramente a serviço dos irmãos e irmãs sobretudo dos mais sofridos. O sacerdote pode até possuir tarefas específicas no seu serviço, mas estas não o colocam acima dos fiéis para mantê-los em sujeição. O sacerdote, não pode monopolizar todos os ministérios sacerdotais. O Concílio nos recorda que os leigos, em virtude do sacerdócio comum dos fiéis, radicado no batismo, estão capacitados a oferecer a Deus uma vida que lhe agrada e sirva de testemunho para os homens.
O sacerdote deve ser aquele pastor que orienta os fiéis assumirem a própria vocação, sendo estes capazes de assumirem os compromissos dentro da sua comunidade, dentro da perspectiva de serviço e doação.
O sacerdote deve levar os fiéis a uma certa prioridade no seu serviço como: cuidar da evangelização dos pobres, a preocupação pelos jovens, o apostolado da familiar, a ajuda aos religiosos e religiosas, a visita aos doentes e moribundos.
O sacerdote é depositário de uma Palavra, de um Pão e de um Espírito que não têm origem nele, mas têm nele um responsável pessoal perante o povo de Deus. Assim, neste sentido o sacerdote é uma pessoa reservada para o serviço do Evangelho. Esta missão especial não justifica absolutamente um poder autoritário e arbitrário; trata-se de uma missão de que deverá o sacerdote prestar contas perante seus superiores e o povo cristão, que lhe é confiado.
O sacerdote é ordenado para exercer os ofícios através dos quais Jesus Cristo constrói seu Corpo; executando a missão que lhe foi confiada é que o presbítero realiza a sua consagração. Pode-se-ia dizer que a ordenação apresenta duas faces: de um lado, reata o sacerdote à missão apostólica, configurando-o ao Cristo-sacerdote; de outro, impõe-lhe de exercer santamente o dom que recebe. A ordenação sacerdotal é participação do sacerdócio de Cristo que habilita o sacerdote a fazer seu e exercer um ministério de santidade.[2]
O sacerdote é chamado a desenvolver o seu ministério como o bom pastor. Bom pastor é quem guia e tem coragem de determinar uma direção clara e confiável a partir da fé. Isso é necessário principalmente hoje, quando muitos estão como ovelhas sem orientação. Cabe ao pastor não reagir com dureza de coração, mas demonstrar compreensão, compaixão e paciência para com aqueles que não o acompanham na caminhada, que ficaram para trás e são francos. Pastor é quem é capaz de dizer a verdade no amor.
O bom pastor é amigo da vida, que deixa jorrarem para os outros as fontes da vida, que os acompanha com seu conselho, consolo e encorajamento no caminho da vida e os ajuda a encontrar a vida verdadeira e a ter vida em plenitude em Jesus Cristo.
Bom pastor é quem não permanece sempre no círculo mais estreito dos que já são fiéis, mas também vai atrás dos que se extraviaram, se perderam, se sentem estranhos ou estão à margem. Eles os tirará dos espinheiros em que se enredaram, ainda que ele próprio se ria ou se arranhe. E, ao tirá-los, vendo que ainda não podem ou não podem mais andar, os tomará em seus ombros fortes e os carregará de volta.
Bom pastor é quem, sem acusar em bloco os abastados, tem um coração para os pobres e pequenos, os fracos, para as crianças, os doentes e incapacitados; em suma, para todos os que, de alguma maneira, são desfavorecidos e ficaram à margem. Ele defenderá seus direitos e sua dignidade, defenderá a justiça e o espaço de vida para todos.
Bom pastor é quem é vigilante, quem alerta seu rebanho para os perigos e os defendem perante a ameaça de perigos internos e externos. Ele não foge de situações difíceis, como, por exemplo, a perseguição; não tenta pôr-se em segurança a si e a seus queridinhos, mas se mantém firme no perigo com o rebanho que lhe foi confiado.
O bom pastor não se apascentará a si mesmo. Ele não busca vantagem própria, não se poupa, mas arrisca sua vida e a sacrifica pelos outros. Por esse motivo, o serviço do pastor não se pode restringir ao tempo do expediente burocrático; ele exige o homem por inteiro, a pessoa toda; em situações extremas, ele também pode exigir que se ponha a vida em risco.[3]
[1] HUMMES, Claúdio.
[2] DANNELS, G. O sacerdote: fé e constatação. São Paulo: Paulinas, 1976. p. 103.
[3] KASPER, Walter. Servidores da alegria. São Paulo: Loyola, 2008. p. 76.
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1) Oração
Ó Deus, que amais e restituís a inocência, orientai para vós os nossos corações, para que jamais se afastem da luz da verdade os que tirastes das trevas da descrença. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 15,1-8)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
3) Reflexão - Jo 15,1-8
Os Capítulos 15 até 17 do Evangelho de João trazem vários ensinamentos de Jesus que o evangelista juntou e colocou aqui no contexto amigo e fraterno do último encontro de Jesus com seus discípulos:
Jo 15,1-17: Reflexões em torno da parábola da videira
Jo 15,18 a 16,4a: Conselhos sobre a maneira de como comportar-se quando forem perseguidos
Jo 16,4b-15: Promessa sobre a vinda do Espírito Santo
Jo 16,16-33: Reflexões sobre a despedida e o retorno de Jesus
Jo 17,1-26: O Testamento de Jesus em forma de oração
Os Evangelhos de hoje e de amanhã trazem uma parte da reflexão de Jesus em torno da parábola da videira. Para entender bem todo o alcance desta parábola, é importante estudar bem as palavras que Jesus usou. Igualmente importante é você observar de perto uma videira ou uma planta qualquer para ver como ela cresce e como acontece a ligação entre o tronco e os ramos, e como o fruto nasce do tronco e dos ramos.
João 15,1-2: Jesus apresenta a comparação da videira
No Antigo Testamento, a imagem da videira indicava o povo de Israel (Is 5,1-2). O povo era como uma videira que Deus plantou com muito carinho nas encostas das montanhas da Palestina (Sl 80,9-12). Mas a videira não correspondeu ao que Deus esperava. Em vez de uvas boas deu um fruto azedo que não prestava para nada (Is 5,3-4). Jesus é a nova videira, a verdadeira. Numa única frase ele nos entrega toda a comparação. Ele diz: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto, ele o corta. E todo ramo que produz fruto, ele o poda!". A poda é dolorosa, mas é necessária. Ela purifica a videira, para que cresça e produza mais frutos.
João 15,3-6: Jesus explica e aplica a parábola
Os discípulos já são puros. Já foram podados pela palavra que ouviram de Jesus. Até hoje, Deus faz a poda em nós através da sua Palavra que nos chega pela Bíblia e por tantos outros meios. Jesus alarga a parábola e diz: "Eu sou a videira e vocês são os ramos!" Não se trata de duas coisas distintas: de um lado a videira, do outro, os ramos. Não! Videira sem ramos não existe. Nós somos parte de Jesus. Jesus é o todo. Para que um ramo possa produzir fruto, deve estar unido à videira. Só assim consegue receber a seiva. "Sem mim vocês não podem fazer nada!" Ramo que não produz fruto é cortado. Ele seca e é recolhido para ser queimado. Não serve para mais nada, nem para lenha!
João 15,7-8: Permanecer no amor.
Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. Ele diz: "Assim como o Pai me amou, também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!" Ele insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: "Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês o terão!" Pois o que o Pai mais quer é que nos tornemos discípulos e discípulas de Jesus e, assim, produzamos muito fruto.
4) Para confronto pessoal
1-Quais as podas ou momentos difíceis, que já passei na minha vida e que me ajudaram a crescer? Quais as podas ou momentos difíceis, que passamos na nossa comunidade e nos ajudaram a crescer?
2-O que mantém a planta unida e viva, capaz de dar frutos, é a seiva que a percorre. Qual é a seiva que percorre nossa comunidade a mantém viva, capaz de produzir frutos?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um canto novo, Cantai ao Senhor em toda a terra. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. (Sl 95, 1)
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Padre Ticão cria curso sobre uso medicinal da maconha e causa polêmica
Reportagem publicada na Revista Carta Capital
“Não vou dizer que Deus é maconheiro, eu realmente não sei. Mas com certeza ele é cannabista”, fala sorrindo o padre Ticão, fazendo ecoar as gargalhadas no salão. Na noite de 12 de março, uma terça-feira útil, o salão da paróquia São Francisco de Assis, em Ermelino Matarazzo, ficou abarrotado. Não era dia de missa. As pessoas ali reunidas foram discutir e aprender mais sobre o uso medicinal da cannabis, substância derivada da maconha e fonte de variadas propriedades terapêuticas.
O grande incentivador do encontro é o próprio padre Ticão, pároco da comunidade, que buscou a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para montar o curso. “A cannabis é fantástica. Serve para tratar várias doenças, e isso está provado no mundo todo. No Brasil só é crime porque os grandes grupos querem ter o monopólio disso. Quando legalizar a maconha, eles já terão todo o know-how”, diz.
Ticão é um adepto da medicina natural, fitoterápica, e promove discussões diversas sobre o tema na periferia de São Paulo. É um defensor incansável do direito à saúde da comunidade. Foi um dos responsáveis pela construção do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, pelo funcionamento de postos de saúde e de outras associações.
“O pedido para o curso veio da própria comunidade. Temos uma associação que cuida de crianças especiais, e eles queriam se informar mais. Aqui na periferia eu falo o tempo todo para as pessoas pesquisarem de tudo, e a internet ajuda muito. Pesquisar é básico”, explica.
Antes de apresentar os palestrantes e após uma chuva de palmas entusiasmadas, o padre passa alguns informes, pré-fixados no grandioso quadro negro do salão paroquial: os horários das reuniões sobre saúde preventiva, das próximas sobre cannabis medicinal e a concentração para a Marcha da Maconha, no dia 1 de junho. “Vamos nos reunir às 14h. É isso mesmo? Isso, às 14h, para sairmos do Masp… que horas mesmo?”, pergunta a um aglomerado de pessoas a sua frente, que em coro responde: “Às 4h20”. “Eles ensaiaram isso o dia todo”, brinca o padre. E avisa que está sendo servido caldo verde na entrada.
Articulado em pouco mais de um mês, o curso começou com 520 inscritos. No primeiro dia de aula, feita pelo neurocientista e pesquisador do Centro Brasileiros de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos (Cebrid) Renato Filev, eram centenas. Os ventiladores não davam conta do suadouro provocado pelo caldo verde.
Homens, senhoras, negros, brancos, mulheres de cabelos brancos, outras com dreads nos cabelos. Uma boa parte era da própria zona leste, outra do centro, zona sul, norte, vários de outras cidades, e duas pessoas vindas do Rio de Janeiro especialmente para o seminário.
Margarete*, 39 anos, é coordenadora pedagógica na Prefeitura de São Paulo, fuma maconha e deseja, com as aulas, entender mais sobre as propriedades medicinais da planta. “Estou aqui de curiosa. Sei que muitas famílias lutam para tratar crianças com autismo, epilepsia, e quero entender melhor como isso está rolando no Brasil”, afirma.
Ticão é do tipo que perambula nos piores pesadelos dos conservadores. Muito influente na quebrada, tem em seu altar – ao menos no salão paroquial – uma foto do Papa Francisco, de Paulo Freire, com quem trabalhou diretamente, e um grande pôster de Dom Evaristo Arns, sua principal referência. “Sigo seu legado, que é o do bem comum, público. Em toda minha vida, uma única pessoa me criticou por falar da cannabis, mas eu disse a ela que caso precise para tratar alguma doença, que nos procure. O povo da periferia é fantástico.”
Cannabis (medicinal) para todos
Desde 2014, quando foi lançado o documentário “Ilegal” sobre famílias brasileiras em busca de maconha medicinal, cinco projetos de lei sobre a regulamentação da planta, incluindo seu uso terapêutico, foram propostos – três na Câmara e dois no Senado. Os projetos nunca foram levados a votação.
Movido por uma agenda moral, o Congresso Nacional se omite em alterar as regras, fazendo com que ações judiciais sejam um dos caminhos para o acesso de pacientes aos medicamentos com THC e CBD.
Só em 2015, o Ministério da Saúde foi obrigado a importar canabidiol para cumprir 11 mandados de segurança que beneficiaram 13 pessoas – gastando R$ 462 mil. Além disso, nos últimos três anos foram autorizados pela Anvisa 2.053 pedidos de importação de produtos à base de canabidiol e THC.
O caminho da Justiça, no entanto, só serve para aqueles que podem arcar com os custos de um processo. A importação dos remédios não é mais proibida no país, mas pode custar às famílias cerca de R$ 7 mil, a depender do produto.
Essa é a verdadeira preocupação do padre Ticão: que as famílias de baixa renda também possam tratar seus enfermos, oferecendo a eles maior qualidade de vida. “Eu acredito que precisamos nos organizar em cooperativas, a produzir em comunhão. Os direitos têm de ser para todos, e não podemos esperar que alguém nos sirva. Temos que nos apropriar deles”, afirma.
A ideia do religioso está contemplada no curso. No dia 18 de junho, o advogado Fernando Silva, conhecido como Profeta Verde, um dos organizadores da Marcha da Maconha, falará sobre associativismo canábico.
Para ativistas e pacientes destes medicamentos, a extração caseira de CBD e THC é, de fato, um caminho a se seguir no tratamento de doenças como epilepsia e esclerose múltipla. Já existem famílias e ONGS que obtiveram habeas corpus preventivos para plantar maconha sem que corram o risco de serem presas. O cultivo é ou para um paciente da família ou para fornecer a doentes de baixa renda. A associação Abrace, que cultiva maconha e distribui entre associados, já entrou com uma ação pedindo que a Justiça obrigue a União a reconhecer a legalidade de sua atividade.
Criminalização inibe a pesquisa científica
Estudos sobre o uso medicinal de derivados da cannabis sativa, em especial do canabidiol, comprovam sua efetividade no tratamento de quadros de epilepsia. Elisaldo Carlini, do Cebrid e professor da Unifesp, foi um dos primeiros pesquisadores do mundo a estudar os efeitos da maconha e seus componentes. Ele é um dos parceiros do padre Ticão no curso em Ermelino Matarazzo.
Aos 88 anos, Carlini também é do tipo que deixa os conservadores de cabelo em pé. Em 2018, o cientista organizou em parceria com outros pesquisadores o Simpósio de Maconha e Outros Saberes. Por isso, a promotora de Justiça Rosemary Azevedo Porcello da Silva intimou o cientista a depor, alegando que havia “fortes indícios de apologia ao crime” no evento. O caso teve repercussão, especialmente na comunidade cientifica internacional, onde Carlini goza de respeito.
A ação do canabidiol como anticonvulsivante em casos de epilepsia refratários a outros tratamentos tem sido comprovada por estudos recentes em todo o mundo. No entanto, ainda faltam pesquisas no Brasil que permitam avaliar, a longo prazo, sua eficácia e segurança. Esse déficit se dá não por outro motivo senão a criminalização do cultivo da maconha. O encerramento do curso, no dia 25 de junho, será com ele. Até lá, Ticão, especialistas em cannabis, curiosos e famílias de doentes se encontrarão religiosamente às terças-feiras no salão paroquial.
*O nome foi modificado para preservar a identidade da entrevistada.
Fonte: http://emjornal.com.br
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1) Oração
Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,27-31a)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.
3) Reflexão - Jo 14,27-31a
Aqui, em Jo 14,27, começa a despedida de Jesus e no fim do capítulo 14, ele encerra a conversa dizendo: "Levantem! Vamos embora daqui!" (Jo 14,31). Mas, em vez de sair da sala, Jesus continua falando por mais três capítulos: 15, 16 e 17. Se você pular estes três capítulos, você vai encontrar no começo do capítulo 18 a seguinte frase: "Tendo dito isto, Jesus foi com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia ali um jardim onde entrou com seus discípulos" (Jo 18,1). Em Jo 18,1, está a continuação de Jo 14,31. O Evangelho de João é como um prédio bonito que foi sendo construído lentamente, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Aqui e acolá, ficaram sinais destes remanejamentos. De qualquer maneira, todos os textos, todos os tijolos, fazem parte do edifício e são Palavra de Deus para nós.
João 14,27: O dom da Paz.
Jesus comunica a sua paz aos discípulos. A mesma paz será dada depois da ressurreição (Jo 20,19). Esta paz é mais uma expressão da manifestação do Pai, de que Jesus tinha falado antes (Jo 14,21). A paz de Jesus é a fonte da alegria que ele nos comunica (Jo 15,11; 16,20.22.24; 17,13). É uma paz diferente da paz que o mundo dá, diferente da Pax Romana. Naquele fim do primeiro século a Pax Romana era mantida pela força das armas e pela repressão violenta contra os movimentos rebeldes. A Pax Romana garantia a desigualdade institucionalizada entre cidadãos romanos e escravos. Esta não é a paz do Reino de Deus. A Paz que Jesus comunica é o que no AT se chama Shalôm. É a organização completa de toda a vida em torno dos valores da justiça, fraternidade e igualdade.
João 14,28-29: O motivo por que Jesus volta ao Pai.
Jesus volta ao Pai para poder retornar em seguida. Ele dirá a Madalena: “Não me segure, porque ainda não subi para o Pai “ (Jo 20,17). Subindo para o Pai, ele voltará através do Espírito que nos enviará (cf Jo 20,22). Sem o retorno ao Pai ele não poderá estar conosco através do seu Espírito.
João 14,30-31a: Para que o mundo saiba que amo o Pai.
Jesus está encerrando a última conversa com os discípulos. O príncipe deste mundo vai tomar conta do destino de Jesus. Jesus vai ser morto. Na realidade, o Príncipe, o tentador, o diabo, nada pode contra Jesus. Jesus faz em tudo o que lhe ordena o Pai. O mundo vai saber que Jesus ama o Pai. Este é o grande e único testemunho de Jesus que pode levar o mundo a crer nele. No anúncio da Boa Nova não se trata de divulgar uma doutrina, nem de impor um direito canônico, nem de unir todos numa organização. Trata-se, antes de tudo, de viver e de irradiar aquilo que o ser humano mais deseja e tem de mais profundo dentro de si: o amor. Sem isto, a doutrina, o direito, a celebração não passa de peruca em cabeça calva.
* João 14,31b: Levantem e vamos embora daqui.
São as últimas palavras de Jesus, expressão da sua decisão de ser obediente ao Pai e de revelar o seu amor. Na eucaristia, na hora da consagração, em alguns países se diz: “Na véspera da sua paixão, voluntariamente aceita”. Jesus diz em outro lugar: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: “Dou-vos a minha paz”. Como contribuo para a construção da paz na minha família e na minha comunidade?
2) Olhando no espelho da obediência de Jesus ao Pai, em que ponto eu poderia melhorar a minha obediência ao Pai?
5) Oração final
Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! (Sl 144, 10-11)
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1) Oração
Ó Pai, que unis os corações dos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 14,21-26)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas — não o Iscariotes — disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
3) Reflexão - Jo 14,21-26
Como dissemos anteriormente, o capítulo 14 do Evangelho de João é um exemplo bonito de como se praticava a catequese nas comunidades da Ásia Menor no fim do primeiro século. Através das perguntas dos discípulos e das respostas de Jesus, os cristãos formavam sua consciência e encontravam uma orientação para os seus problemas. Assim, neste capítulo 14, temos a pergunta de Tomé com a resposta de Jesus (Jo 14,5-7), a pergunta de Filipe com a resposta de Jesus (Jo 14,8-21), e a pergunta de Judas com a resposta de Jesus (Jo 14,22-26). A última frase da resposta de Jesus a Filipe (Jo 14,21) forma o primeiro versículo do evangelho de hoje.
João 14,21: Eu o amarei e me manifestarei a ele.
Este versículo traz o resumo da resposta de Jesus a Filipe. Filipe tinha dito: “Mostra-nos o Pai e isso nos basta!” (Jo 14,8). Moisés tinha perguntado a Deus: “Mostra-me a tua glória!” (Ex 33,18). Deus respondeu: “Não poderás ver minha face, porque ninguém pode ver-me e continuar vivendo” (Ex 33,20). O Pai não pode ser mostrado. Deus habita uma luz inacessível (1Tim 6,16). “Ninguém jamais viu a Deus” (1Jo 4,12). Mas a presença do Pai pode ser experimentada através da experiência do amor. Diz a primeira carta de São João: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Jesus diz a Filipe: “Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele”. Observando o mandamento de Jesus, que é o mandamento do amor ao próximo (Jo 15,17), a pessoa mostra o seu amor por Jesus. E quem ama a Jesus, será amado pelo Pai e pode ter a certeza de que o Pai se manifestará a ele. Na resposta a Judas, Jesus dirá como acontece esta manifestação do Pai na nossa vida.
João 14,22: A pergunta de Judas, pergunta de todos.
A pergunta de Judas: “Por que o senhor se manifesta só a nós e não ao mundo?” Esta pergunta de Judas reflete um problema que é real até hoje. Às vezes, sobe em nós cristãos o pensamento de que somos melhores que os outros e que Deus nos ama mais do que os outros. Será que Deus faz distinção de pessoas?
João 14,23-24: Resposta de Jesus.
A resposta de Jesus é simples e profunda. Ele repete o que acabou de dizer a Filipe. O problema não é se nós cristãos somos mais amados por Deus do que os outros, ou que os outros são desprezados por Deus. Este não é o critério da preferência do Pai. O critério da preferência do Pai é sempre o mesmo: o amor. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras”. Independentemente do fato de a pessoa ser ou não ser cristã, o Pai se manifesta a todos aqueles que observam o mandamento de Jesus que é o amor ao próximo (Jo 15,17). Em que consiste a manifestação do Pai? A resposta a esta pergunta está estampada no coração da humanidade, na experiência humana universal. Observe a vida das pessoas que praticam o amor e que fazem da sua vida uma doação aos outros. Examine a sua própria experiência. Independentemente de religião, classe, raça ou cor, a prática do amor traz uma paz profunda e uma alegria que conseguem conviver com dor e sofrimento. Esta experiência é o reflexo da manifestação do Pai na vida das pessoas. É a realização da promessa: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada
João 14,25-26: A promessa do Espírito Santo.
Jesus termina sua resposta a Judas dizendo: Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Jesus comunicou tudo que ouviu do Pai (Jo 15,15). As palavras dele são fonte de vida e devem ser meditadas, aprofundadas e atualizadas constantemente à luz da realidade sempre nova que nos envolve. Para esta meditação constante das suas palavras Jesus nos promete a ajuda do Espírito Santo: “O Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.
4) Para confronto pessoal
1) Jesus disse: Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Como eu experimento esta promessa?
2) Temos a promessa do dom do Espírito para nos ajudar a entender as palavra de Jesus. Eu invoco a luz do Espírito quando vou ler e meditar a Escritura?
5) Oração final
Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo,desde agora, para sempre e pelos séculos. (Sl 144, 21)
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POR LAURO JARDIM
Edir Macedo já possui direta ou indiretamente uma igreja, uma rede de televisão, um banco e um partido. Agora, avança também sobre o esporte.
Fundado em agosto passado em Irecê (BA), o Canaã Esporte Clube é um time vinculado à Igreja Universal. Está na segunda divisão do campeonato baiano e vai disputar a final do Estadual sub-20. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, fazei-nos viver sempre mais o mistério pascal para que, renovados pelo santo batismo, possamos, por vossa graça, produzir muitos frutos e chegar às alegrias da vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 14, 7-14)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, 7Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto”. 8Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta”. 9Jesus respondeu: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. 12“Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. 13E o que pedirdes em meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei.
3) Reflexão
João 14,7: Conhecer Jesus é conhecer o Pai O texto do evangelho de hoje é a continuação do de ontem. Tomé tinha perguntado: "Senhor, não sabemos para onde vai. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Ninguém vai ao Pai senão por mim”. E acrescentou: “Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram". Esta é a primeira frase do evangelho de hoje. Jesus sempre fala do Pai, pois era a vida dele que transparecia em tudo que falava e fazia. Esta referência constante ao Pai provoca a pergunta de Filipe.
João 14,8-11: Filipe pergunta: "Mostra-nos o Pai, e basta!" Era o desejo dos discípulos e das discípulas, o desejo de muita gente nas comunidades do Discípulo Amado e é o desejo de muita de nós hoje: como é que a gente faz para ver o Pai de que Jesus fala tanto? A resposta de Jesus é muito bonita e vale até hoje: "Filipe, tanto tempo estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece! Quem me vê, vê o Pai!" A gente não deve pensar que Deus está longe de nós, como alguém distante e desconhecido. Quem quiser saber como é e quem é Deus Pai, basta olhar para Jesus. Ele o revelou nas palavras e gestos da sua vida! "O Pai está em mim e eu estou no Pai!" Através da sua obediência, Jesus está totalmente identificado com o Pai. Ele a cada momento fazia o que o Pai mostrava que era para fazer (Jo 5,30; 8,28-29.38). Por isso, em Jesus tudo é revelação do Pai! E os sinais ou as obras de Jesus são as obras do Pai! Como diz o povo: "O filho é a cara do pai!" Por isso, em Jesus e por Jesus, Deus está no meio de nós.
João 14,12-14: Promessa de Jesus. Jesus faz uma promessa para dizer que a intimidade dele com o Pai não é privilégio só dele, mas é possível para todos que creem nele. Nós também, através de Jesus, podemos chegar a fazer coisas bonitas para os outros do jeito que Jesus fazia para o povo do seu tempo. Ele vai interceder por nós. Tudo que a gente pedir a ele, ele vai pedir ao Pai e vai conseguir, contanto que seja para servir. Jesus é o nosso defensor. Ele vai embora, mas não nos deixa sem defesa. Ele promete que vai pedir ao Pai para Ele mandar um outro defensor ou consolador, o Espírito Santo. Jesus chegou a dizer que ele precisa ir embora, pois, do contrário, o Espírito Santo não poderá vira (Jo 16,7). É o Espírito Santo que realizará as coisas de Jesus em nós, desde que peçamos em nome de Jesus e observemos o grande mandamento da prática do amor.
4) Para um confronto pessoal
1) Conhecer Jesus é conhecer o Pai. Na Bíblia a palavra “conhecer uma pessoa” não é apenas uma compreensão intelectual, mas implica também uma profunda experiência da presença dessa pessoa na vida. Será que eu conheço Jesus?
2) Conheço o Pai?
5) Oração final
Aclamai ao SENHOR, terra inteira gritai e exultai cantando hinos. Cantai ao SENHOR com a harpa, com a harpa e com o som dos instrumentos; com a trombeta e ao som da corneta exultai diante do rei, o SENHOR. (Sl 97, 4-6)
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Bispo está sob investigação por suspeita de acobertar casos de abuso sexual e extorsão; Vaticano anunciou que Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, será o administrador apostólico 'sede vacante' da diocese
CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco aceitou o pedido de demissão do bispo de Limeira Dom Vilson Dias de Oliveira, informou o Vaticano nesta sexta-feira, 17, em um comunicado. O bispo está sob investigação por suspeita de acobertar casos de abuso sexual e extorsão.
Em carta de despedida, o bispo reconheceu suas "limitações", apontando que "nesses últimos meses enfrentamos todo tipo de cruzes, por meio de ataques à nossa Igreja Particular de Limeira, a mim e a vários presbíteros". "Hoje me despeço de vocês como Bispo Diocesano e peço minha renúncia por amor à Igreja de Cristo e pelo bem desta Diocese."
O Vaticano anunciou que Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, será o administrador apostólico "sede vacante" da diocese.
Em fevereiro, o Vaticano interveio em uma diocese brasileira em razão das denúncias de suposto abuso de coroinhas por um padre e desvio de dinheiro de fiéis por um bispo no interior paulista. Os crimes teriam sido registrados em Americana, Araras e Limeira.
Um dos investigados era Vilson Oliveira, suspeito de fraude e de ser omisso em relação às denúncias de abuso. / AFP. Fonte: https://brasil.estadao.com.br
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1) Oração
Deus, a quem devemos a liberdade e a salvação, fazei que possamos viver por vossa graça e encontrar em vós a felicidade eterna, pois nos remistes com o sangue do vosso Filho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 14, 1-6)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos,“1Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fosse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. 3E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. 4E para onde eu vou, conheceis o caminho”. 5Tomé disse: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.
3) Reflexão
Estes cinco capítulos (Jo 13 a 17) são um exemplo bonito de como as comunidades do Discípulo Amado do fim do primeiro século lá na Ásia Menor, atual Turquia, faziam catequese. Por exemplo, neste capítulo 14, as perguntas dos três discípulos, Tomé (Jo 14,5), Filipe (Jo 14,8) e Judas Tadeu (Jo 14,22), eram também as perguntas e os problemas das Comunidades. Assim, as respostas de Jesus para os três eram um espelho em que as comunidades encontravam uma resposta para as suas próprias dúvidas e dificuldades. Para sentir melhor o ambiente em que se fazia a catequese, você pode fazer o seguinte. Durante ou depois da leitura do texto, feche os olhos e faça de conta que você está lá na sala no meio dos discípulos e discípulas, participando do encontro com Jesus. Enquanto vai escutando, procure prestar atenção na maneira como Jesus prepara seus amigos para a separação e lhes revela sua amizade, transmitindo segurança e apoio.
João 14,1-2: Nada te perturbe. O texto começa com uma exortação: "Não se perturbe o coração de vocês!" Em seguida, diz: "Na casa do meu Pai há muitas moradas!" A insistência em conservar palavras de ânimo que ajudam a superar a perturbação e as divergências, é um sinal de que havia muita polêmica e divergências entre as comunidades. Uma dizia para a outra: "Nossa maneira de viver a fé é melhor do que a de vocês. Nós estamos salvos! Vocês estão erradas! Se quiserem ir para o céu, têm que se converter e viver como nós vivemos!" Jesus diz: "Na casa do meu Pai há muitas moradas!" Não é necessário que todos pensem do mesmo jeito. O importante é que todos aceitem Jesus como revelação do Pai e que, por amor a ele, tenham atitudes de compreensão, de serviço e de amor. Amor e serviço são o cimento que liga entre si os tijolos e faz as várias comunidades serem uma igreja de irmãos e de irmãs.
João 14,3-4: Jesus se despede. Jesus diz que vai preparar um lugar e depois retornará para levar-nos com ele para a casa do Pai. Ele quer que estejamos todos com ele para sempre. O retorno de que Jesus fala é a vinda do Espírito que ele manda e que trabalha em nós, para que possamos viver como ele viveu (Jo 14,16-17.26; 16,13-14). Jesus termina dizendo: "Para onde eu vou, vocês conhecem o caminho!" Quem conhece Jesus conhece o caminho, pois o caminho é a vida que ele viveu e que o levou através da morte para junto do Pai.
João 14,5-6: Tomé pergunta pelo caminho. Tomé diz: "Senhor, não sabemos para onde vai. Como podemos conhecer o caminho?" Jesus responde: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Três palavras importantes. Sem caminho, não se anda. Sem verdade, não se acerta. Sem vida, só há morte! Jesus explica o sentido. Ele é o caminho, porque "ninguém vem ao Pai senão por mim!" Pois, ele é a porteira, por onde as ovelhas entram e saem (Jo 10,9). Jesus é a verdade, porque olhando para ele, estamos vendo a imagem do Pai. "Se vocês me conhecem, conhecerão também o Pai!" Jesus é a vida, porque caminhando como Jesus caminhou, estaremos unidos ao Pai e teremos a vida em nós!
4) Para um confronto pessoal
1) Que encontros bons do passado você guarda na memória e que são força na sua caminhada?
2) Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas". O que significa esta afirmação para nós hoje?
5) Oração final
Cantai ao SENHOR um cântico novo, pois ele fez maravilhas. Deu-lhe vitória sua mão direita e seu braço santo. (Sl 97, 1)
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Motivo de tensão entre a ala social da Igreja Católica, a ensaiada guinada reacionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) naufragou. Ao menos pelos próximos quatro anos, o setor do episcopado que torce o nariz para as ideias do papa Francisco continuará a atuar nas franjas da estrutura eclesiástica. A reportagem é de Thais Reis Oliveira, publicada por Carta Capital, 14-05-2019.
É o que mostram os resultados da 57ª Assembleia-Geral da entidade, que elegeu o novo presidente, dois vice-presidentes, um secretário-geral e representantes de vários organismos e pastorais. A parelha principal não poderia ser mais simpática aos ideais do papa argentino, e deve abraçar seus planos para o futuro da Igreja Católica em um mundo no qual a pobreza, a desigualdade e a violência crescem sob a batuta de falsos profetas do populismo.
A presidência e a primeira vice-presidência ficaram com os moderados dom Walmor Azevedo, arcebispo regional de Belo Horizonte, e dom Jaime Spengler, de Porto Alegre. Um dos postulantes ao comando da CNBB, o antirreformista dom Odilo Scherer, de São Paulo, acabou preterido.
Azevedo é reconhecido entre os pares como um bispo dedicado à Igreja, sensível aos problemas do País e com trânsito entre diferentes tendências políticas. Nas questões cotidianas e burocráticas, é descrito como um chefe sereno, mas exigente. No grupo de assessores mais próximos figura dom Joaquim Giovanni Mol, reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, cuja atuação notadamente se alinha ao pensamento do papa. O novo presidente da CNBB também cultiva amizade com o monsenhor Ilson Montanari, chefe diplomático da Santa Sé.
A ala menos simpática às ideias de Francisco não ficou, porém, de mãos vazias. Em um jogo de equilíbrio, os bispos escolheram para a secretaria-geral dom Joel Portella Amado, auxiliar de dom Orani Tempesta, religioso que topou posar para fotos ao lado de Jair Bolsonaro durante as eleições e foi citado como beneficiário de propinas na delação do ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Por tradição, o secretário-geral administra o dia a dia da CNBB e não é incomum que assuma os holofotes no lugar do presidente. Aliados de Azevedo projetam, no entanto, um outro comportamento do líder máximo da Conferência, mais aberto do que antecessores ao debate público. Espera-se ainda que Amado não atue como caixa de ressonância de seu aliado. “Ele deu muita assistência à CNBB e aos bispos regionais. Tem escrito sobre o mundo, é professor e um teólogo de boa formação”, avalia um observador da Conferência que pede anonimato.
Os bispos também decidiram mandar um recado àqueles que atacaram a Igreja no debate sobre o meio ambiente. O segundo vice-presidente será dom Mário Antônio da Silva, bispo em Roraima. O grupo pan-amazônico, que reúne cerca de 90 bispos latino-americanos, teme pelo futuro dos povos indígenas e pela biodiversidade enquanto Bolsonaro ocupar o Palácio do Planalto. Os riscos advêm, na avaliação do grupo, da postura permissiva em relação ao avanço do agronegócio, ao uso indiscriminado de pesticidas, ao aumento da violência rural e à autorização para exploração farmacêutica e megaempreendimentos de turismo na floresta.
A escolha de Silva favorece ainda os preparativos para o Sínodo da Amazônia, marcado para ocorrer em Roma, e alvo de críticas e da arapongagem do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e responsável pela Agência Brasileira de Inteligência. Além das questões sociais e ambientais, o evento discutirá questões eclesiais importantes, entre elas a ordenação de padres casados para atuar em regiões de difícil acesso como a floresta.
A CNBB foi fundada por dom Hélder Câmara em 1952 e vicejou durante um período de intensa renovação na Cúria Romana que resultou no “catolicismo de face humana”, após os horrores do nazifascismo. Grande parte do clero defendia uma “igreja dos pobres”, atuante contra a desigualdade social e a favor dos direitos das minorias. A esta ala contrapunha-se, como se contrapõe até os dias atuais, os defensores de um trabalho religioso fincado nos ritos, sacramentos e dogmas que mantiveram por séculos a Santa Sé como o mais influente agente político do planeta.
Com a segunda derrota consecutiva em eleições, Scherer e seus aliados perdem força na CNBB. O arcebispo paulistano, dado a censurar colegas de pensamento diferente – certa vez ele desancou um bispo de Santa Catarina que participou de uma missa ecumênica pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia – assumira certo protagonismo no campo mais à direita após Tempesta ter sido engolido pela delação de Cabral. Segundo o ex-governador, o religioso habilitou-se a participar de um esquema de desvios de fundações católicas que administram hospitais no estado do Rio de Janeiro. O caso continua sob investigação.
O balanço final do evento, encerrado na sexta-feira 10, indica uma escolha pela independência com moderação. A Igreja tende a manter a crítica ao governo Bolsonaro, como fez em relação ao projeto de reforma da Previdência e ao pacote “Anticrime” do ministro Sérgio Moro, sem subir o tom em demasia. “Será uma presidência que não buscará confronto. Mas, se houver ataques, certamente defenderá a Igreja”, avalia Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC de Minas Gerais.
Embora mantenha relações com políticos de diferentes legendas, Azevedo não costuma escapar da discussão dos problemas sociais. Quando a lama cobriu a zona rural da cidade de Brumadinho, a arquidiocese de Belo Horizonte marcou posição firme contra o poder econômico da mineradora Vale. O arcebispo também fez cobranças públicas ao governador Romeu Zema e deu apoio a grupos de especialistas dedicados a analisar as causas da tragédia.
Quanto a Bolsonaro, que não esconde seu desconforto com a oposição que encontra na Igreja Católica, a relação vai depender das reações de Brasília ao novo comando da CNBB.
Se houver o devido respeito e deferência, a Conferência evitará abrir novos flancos de atrito. O comedimento não significa, porém, um recuo no trabalho das pastorais que tanto incomodam o presidente e seus aliados. A CNBB mantém um contínuo trabalho de base em comunidades indígenas, áreas rurais, presídios e em meio a desvalidos de toda a sorte.
A presidência e as duas vices da entidade ficaram com bispos comprometidos com as causas sociais.
Não se sabe ainda se a moderação será aceita. Núcleos de católicos bolsonaristas não fizeram questão de esconder seu desapontamento tão logo o resultado das eleições veio a público. “Tiraram Lula e colocaram o Luiz Inácio da Silva”, provocou o londrinense Bernardo Küster, famoso nas redes sociais por postar vídeos críticos à entidade. As teorias conspiratórias ganharam novo fôlego. O mesmo Küster “denunciou” que o novo presidente da CNBB comandou a construção de uma igreja moderna, erguida sob o projeto de um comunista chamado Oscar Niemeyer.
Os acontecimentos eclesiais no Brasil têm influência no futuro do papado de Francisco. A CNBB é a maior Conferência Episcopal do mundo – são 480 bispos em todo o País, dos quais 307 formam o corpo ativo da CNBB. O Brasil é também o maior rebanho entre todas as nações de maioria católica, com 123 milhões de fiéis.
Francisco tem movido as peças para manter acesa as chamas de seu “Catolicismo do Século XXI” na América Latina. Desde que assumiu o Vaticano, em 2013, o argentino Bergoglio atua para mudar o perfil dos cardeais dessa porção do continente. No Peru, o arcebispo José Luiz Cipriani, ligado ao Opus Dei, foi substituído às pressas quando se aposentou por um nome alinhado à visão eclesiástica do papa. Francisco também reatou os laços da Cúria com Gustavo Gutiérrez, idealizador da Teologia da Libertação perseguido durante os papados de João Paulo II e Bento XVI.
A eleição da CNBB, que ocupou por dez dias o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, foi marcado por novidades. Uma mulher, a economista e professora universitária Tânia Bacelar, estrelou o painel de abertura do evento. De verniz desenvolvimentista, Bacelar expôs aos bispos as conquistas sociais entre 2003 e 2014 e os problemas da economia brasileira que se intensificaram após o impeachment de Dilma Rousseff.
Na carta de encerramento da assembleia, sobraram críticas à reforma da Previdência, aos cortes na Educação e à liberação das armas
Na carta de encerramento do evento, houve críticas contundentes às políticas do governo Bolsonaro. O texto condena a opção “por um liberalismo exacerbado e perverso, que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo”, ignora as políticas sociais e amplia as desigualdades e a concentração de renda. Cita ainda os cortes na Educação anunciados pelo ministro Abraham Weintraub, da corrupção, da escalada do desemprego e das graves ameaças aos direitos dos povos indígenas.
Deu tempo até de criticar o mais recente decreto de Bolsonaro que amplia o porte de armas no País. “O verdadeiro discípulo de Jesus terá sempre no amor, no diálogo e na reconciliação a via eficaz para responder à violência e à falta de segurança, inspirado no mandamento ‘Não matarás’ e não em projetos que flexibilizem a posse e o porte de armas”, anota o documento.
Entre o capitão e o papa, a Igreja brasileira escolheu o segundo. Amém.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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1) Oração
Ó Deus, que restaurais a natureza humana dando-lhe uma dignidade ainda maior, considerai o mistério do vosso amor, conservando para sempre os dons da vossa graça naqueles que renovastes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 13, 16-20)
Naquele tempo, depois de haver lavado os pés dos discípulos, Jesus disse-lhes: 16Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é maior do que aquele que o enviou. 17Já que sabeis disso, sereis felizes se o puserdes em prática. 18Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. 20Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
3) Reflexão
Nos próximos dias, com exceção das festas, o evangelho diário é tirado da longa conversa de Jesus com os discípulos durante a Última Ceia (Jo 13 a 17). Nestes cinco capítulos que descrevem a despedida de Jesus, percebe-se a presença daqueles três fios de que falamos anteriormente e que tecem e compõem o evangelho de João: a palavra de Jesus, a palavra das comunidades e a palavra do evangelista que fez a última redação do Quarto Evangelho. Nestes cinco capítulos, os três fios estão de tal maneira entrelaçados que o todo se apresenta como uma peça única de rara beleza e inspiração, onde é difícil distinguir o que é de um e o que é do outro, mas onde tudo é Palavra de Deus para nós.
Estes cinco capítulos trazem a conversa que Jesus teve com os seus amigos, na véspera de ser preso e morto. Era uma conversa amiga, que ficou na memória do Discípulo Amado. Jesus, assim parece, queria prolongar ao máximo esse último encontro, momento de muita intimidade. O mesmo acontece hoje. Há conversa e conversa. Há conversa superficial que gasta palavras à toa e revela o vazio das pessoas. E há conversa que vai fundo no coração e fica na memória. Todos nós, de vez em quando, temos esses momentos de convivência amiga, que dilatam o coração e vão ser força na hora das dificuldades. Ajudam a ter confiança e a vencer o medo.
Os cinco versículos do Evangelho de hoje tiram duas conclusões do lava-pés (Jo 13,1-15). Falam (1) do serviço como característica principal dos seguidores e seguidoras de Jesus, e (2) da identidade de Jesus como revelação do Pai.
João 13,16-17: O servo não é maior que o seu senhor. Jesus acabou de lavar os pés dos discípulos. Pedro levou susto e não quis que Jesus lhe lavasse os pés. “Se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo” (Jo 13,8). E basta lavar os pés; o resto não precisa (Jo 13,10). O valor simbólico do gesto do lava-pés consistia em aceitar Jesus como o Messias Servidor que se entrega a si mesmo pelos outros, e recusar um messias rei glorioso. Esta entrega de si mesmo como servo de todos é a chave para entender o gesto do lava-pés. Entender isto é a raiz da felicidade de uma pessoa: “Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática". Mas havia pessoas, mesmo entre os discípulos, que não aceitavam Jesus como Messias Servo. Não queriam ser servidores dos outros. Provavelmente, queriam um messias glorioso como Rei e Juiz, de acordo com a ideologia oficial. Jesus diz: "Eu não falo de todos vocês. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: Aquele que come pão comigo, é o primeiro a me trair!” João se refere a Judas, cuja traição vai ser anunciada logo em seguida (Jo 13,21-30).
João 13,18-20: Digo isto agora, para que creiais que EU SOU. Foi por ocasião da libertação do Egito ao pé do Monte Sinai, que Deus revelou o seu nome a Moisés: “Estou com você!” (Ex 3,12), “Estou que Estou” (Ex 3,14), “Estou” ou “Eu sou” me mandou até vocês!” (Ex 3,14), O nome Javé (Ex 3,15) expressa a certeza absoluta da presença libertadora de Deus junto do seu povo. De muitas maneiras e em muitas ocasiões esta mesma expressão Eu Sou ou Sou Eu é usada por Jesus (Jo 8,24; 8,28; 8,58; Jo 6,20; 18,5.8; Mc 14,62; Lc 22,70). Jesus é a presença do rosto libertador de Deus no meio de nós.
4) Para um confronto pessoal
1) O servo não é maior que o seu senhor. Como faço da minha vida um serviço permanente aos outros?
2) Jesus soube conviver com pessoas que não o aceitavam. E eu consigo?
5) Oração final
Vou cantar para sempre a bondade do SENHOR; anunciarei com minha boca sua
fidelidade de geração em geração. Pois disseste: “Minha bondade está de pé para sempre”. Estabeleceste tua fidelidade nos céus. (Sl 88, 2-3)
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André Bernardo
Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil
No último dia 16 de novembro, o padre Rosalino Santos, de 34 anos, publicou no Facebook uma foto de quando era garoto.
O pároco da igreja de São Bartolomeu, em Corumbá (MS), parecia triste. Escreveu frases soltas na legenda, como "Dei o meu melhor" e "Me ilumine, Senhor". O que parecia ser um desabafo se tornou um bilhete de despedida. Dois dias depois, o corpo do sacerdote foi encontrado, enforcado, dentro de casa.
O suicídio do padre Rosalino não foi um caso isolado. Oito dias antes, o padre Ligivaldo dos Santos, da paróquia Senhor da Paz, em Salvador (BA), já tinha colocado ponto final em sua história. Aos 37 anos, atirou-se de um viaduto.
Doze dias depois, outro caso. Pela terceira vez em menos de 15 dias, um sacerdote encerrava a própria vida. Renildo Andrade Maia, de 31 anos, era pároco da igreja de Jesus Operário, em Contagem (MG).
"A vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário. Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós", diz o psicólogo Ênio Pinto, autor do livro Os Padres em Psicoterapia (editora Ideias e Letras). "Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos difíceis", afirma Pinto, que atua há 17 anos no Instituto Terapêutico Acolher, em São Paulo (SP), voltado ao atendimento psicoterápico de padres, freiras e leigos em serviço à Igreja. Desde a fundação, em 2000, o instituto estima ter atendido cerca de 3,7 mil pacientes, com média de permanência de seis meses a um ano.
Estresse ocupacional
O eventual comportamento suicida de sacerdotes intriga clérigos e terapeutas. Para especialistas consultados pela reportagem, há vários possíveis fatores: excesso de trabalho, falta de lazer, perda da motivação.
"O grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade", afirma o psicólogo William Pereira, autor do livro Sofrimento Psíquico dos Presbíteros (editora Vozes).
'Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade', diz psicólogo autor de livro sobre sofrimento de sacerdotes "Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda", diz.
Pesquisa de 2008 da Isma Brasil, organização de pesquisa e tratamento do estresse, apontou que a vida sacerdotal é uma das profissões mais estressantes. Naquele ano, 448 entre 1,6 mil padres e freiras entrevistados (28%) se sentiam "emocionalmente exaustos". O percentual de clérigos nessa situação era superior ao de policiais (26%), executivos (20%) e motoristas de ônibus (15%).
A psicóloga Ana Maria Rossi, que coordenou o estudo, afirma que padres diocesanos, que trabalham em paróquias, estão mais propensos a sofrer de estresse do que monges e frades que vivem reclusos.
"Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes, padres têm que estar à disposição dos fieis 24 horas por dia, sete dias por semana."
Problemas terrenos
Em 8 de janeiro de 2008, o padre José Chitumba ingressou na fazenda Santa Rosa, em Garanhuns (PE), uma das unidades do projeto Fazenda da Esperança, de recuperação de dependentes químicos em mais de 15 países.
"Quando caí em depressão virei alcoólatra, pensei em suicídio, perdi o ânimo para rezar. Passei oito meses sem celebrar missa. Achei que aquela noite não teria fim", recorda Chitumba, de 62 anos, hoje pároco da Igreja de Santo Antônio, em Chiador (MG).
A vida sacerdotal é mais atribulada do que se costuma imaginar. Inclui celebração de batizados e casamentos, visita a doentes, sessões de confissão, aulas em universidades, presença em pastorais.
Dados de 2010 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ajudam a entender essa demanda: havia no Brasil naquele ano 22 mil padres para 123 milhões de católicos, uma média de um padre para cada 5,6 mil fiéis.
No Brasil há, em média, um padre para cada 5,5 mil fieis católicos; 'Sobra trabalho e falta tempo', diz diretor de casa de repouso para religiosos
"Sobra trabalho e falta tempo. Se não tomar cuidado, o sacerdote negligencia sua espiritualidade e trabalha no piloto automático", adverte o padre Adalto Chitolina, um dos diretores do centro Âncora, casa de repouso em Pinhais (PR) que atende padres e freiras com diagnóstico de estresse, ansiedade ou depressão. "Ao longo de 2016, nossa taxa de ocupação foi de 100%. Em alguns meses, tivemos lista de espera", afirma.
O padre Edson Barbosa, da paróquia Nossa Senhora das Graças, em Andradina (SP), foi um dos religiosos atendidos no centro paranaense.
Há dois anos, dormia pouco, comia mal, andava irritado. Mas o alarme soou quando começou a beber além da conta. Em julho de 2015, pediu dispensa de suas atividades paroquiais e passou três meses no centro Âncora, entre consultas médicas, palestras de nutrição e exercícios físicos.
"Não sei o que teria acontecido comigo se não tivesse dado essa parada. Demorei a perceber que não era super-herói", afirma. Sóbrio há um ano e nove meses, o padre, de 36 anos, trocou o álcool por caminhadas e trajetos diários de bicicleta.
Preocupação na cúpula
Reitor do seminário São José de Niterói, o padre Douglas Fontes diz estar atento à saúde mental dos colegas. Em pregações, costuma alertar os futuros sacerdotes para a necessidade de cuidarem mais de si mesmos.
"Jamais amaremos ao próximo se antes não amarmos a nós mesmos. E amar a si mesmo significa levar uma vida mais saudável. Tristes, cansados ou doentes não cumpriremos a missão que Deus nos confiou."
Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da comissão da CNBB que se ocupa da vida dos padres, diz que sacerdotes devem pedir ajuda ao bispo de sua diocese em caso de tensão psicológica ou esgotamento físicos.
"Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família. E nesta família cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e, como tal, zelar pelas necessidades dos filhos", afirma.
Outros locais do mundo também registram casos de padres com problemas psicológicos.
Uma pesquisa da Universidade de Salamanca, na Espanha, ouviu 881 sacerdotes de três países (México, Costa Rica e Porto Rico) e identificou incidência alta de transtornos relacionados à atividade.
"Três em cada cinco experimentavam graus médios ou avançados de burnout, a síndrome do esgotamento profissional", registrou a autora da pesquisa, Helena de Mézerville, no livro O Desgaste na Vida Sacerdotal (editora Paulus).
Na Itália, o burnout é conhecido por alguns sacerdotes como a "síndrome do bom samaritano desiludido". Naturalmente, sacerdotes católicos não são os únicos sob risco.
"A natureza do trabalho é a mesma. Logo, estamos sujeitos aos mesmos riscos", avalia o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista (CIP). O sheik Ahmad Mazloum, do Centro Islâmico de Foz do Iguaçu (PR), faz coro.
"É preciso satisfazer, de maneira lícita e correta, as necessidades básicas do espírito, mente e corpo. Caso contrário, estaremos sempre em perigoso desequilíbrio", alerta. Fonte: https://www.bbc.com
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Com o Decreto autorizado pelo Santo Padre reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a Beata será proximamente proclamada Santa em solene celebração de canonizações. Entre outros decretos, destaque também para o que reconhece as virtudes heróicas do Servo de Deus Salvador Pinzetta, Frade Menor Capuchinho nascido em Casca, no Rio Grande do Sul, em 1911, e falecido em Flores da Cunha (RS) em 1972
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência esta segunda-feira, 13 de maio, o prefeito do Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, na qual autorizou o Dicastério vaticano a promulgar os Decretos relacionados:
- Ao milagre, atribuído à intercessão da Beata Dulce Lopes Pontes (nome de batismo: Maria Rita Lopes de Sousa Brito), conhecida como Irmã Dulce – “O Anjo bom da Bahia”, recordada por sua obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a Beata Irmã Dulce nasceu em Salvador em 26 de maio de 1914 e ali faleceu em 22 de maio de 1992. Irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011 e com este decreto será proclamada Santa proximamente em solene celebração de canonizações;
- O Putro Decreto diz respeito ao milagre, atribuído à intercessão da Beata Giuseppina Vannini (nome de batismo: Giulia Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo, nascida em Roma em 7 de julho de 1859 e falecida na capital italiana em 23 de fevereiro de 1911;
- Às virtudes heroicas do Servo de Deus Salvador Pinzetta (nome de batismo: Hermínio Pinzetta), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em Casca, no Rio Grande do Sul (Brasil) em 27 de julho de 1911 e falecido em Flores da Cunha (RS) em 31 de maio de 1972;
-Ao milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Lucia dell’Immacolada (nome de batismo: Maria Ripamonti), Irmã professa do Instituto das Servas da Caridade; nascida em Acquate (Itália) em 26 de maio de 1909 e falecida em Brescia (Itália) em 4 de julho de 1954;
- Às virtudes heroicas do Sevo de Deus Giovanni Battista Pinardi, Bispo auxiliar de Turim, nascido em Castagnole Piemonte (Itália) em 15 de agosto de 1880 e falecido em Turim em 2 de agosto de 1962;
- Às virtudes heroicas do Servo de Deus Carlo Salerio, Sacerdote do Instituto das Missões Exteriores de Paris, Fundador do Instituto das Irmãs da Reparação; nascido em Milão (Itália) em 22 de março de 1827 e falecido em 29 de setembro de 1870;
às virtudes heroicas do Servo de Deus Domenico Lázaro Castro, Sacerdote professo da Sociedade Maria; nascido em San Adrian de Juarros (Espanha) em 10 de maio de 1877 e falecido em Madri em 22 de fevereiro de 1935;
- Às virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Eufrasia Iaconis (nome de batismo: Maria Giuseppina Amalia Sofia), Fundadora da Congregação das Filhas da Imaculada Conceição; nascida em Casino de Calabria, hoje Castelsilano (Itália) em 18 de novembro de 1867 e falecida em Buenos Aires (Argentina) em 2 de agosto de 1916. Fonte: www.vaticannews.va
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Uma nova ordenação, uma sucessão e uma transferência: essas são as novidades para as dioceses de Ipameri (GO), Nova Iguaçu (RJ) e Campinas (SP).
Cidade do Vaticano
As dioceses de Ipameri (GO), Nova Iguaçu (RJ) e Campinas (SP) têm novos bispos.
Ipameri
Para Ipameri, o Papa Francisco nomeou bispo o Rev. José Francisco Rodrigues do Rêgo, do clero da diocese de Uruaçu (GO), até então vigário-geral e pároco da Catedral.
O sacerdote nasceu em 24 de dezembro de 1966 em Barras, no Estado do Piauí. Estudou Filosofia na “Faculdade João Paulo II” na arquidiocese do Rio de Janeiro e Teologia no Seminário Maior “Nossa Senhora de Fátima” em Brasília. Foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1992, incardinando-se na diocese de Uruaçu, onde desempenhou inúmeros cargos, como reitor do seminário, pároco, presidente da Associação do Clero. Atualmente, é vigário-geral e pároco da Catedral de Uruaçu.
Nova Iguaçu
Em Nova Iguaçu, o Papa Francisco aceitou a renúncia ao governo pastoral da diocese apresentada por Dom Luciano Bergamin, C.R.L. Ele será sucedido por Dom Gilson Andrade da Silva, até então bispo coadjutor da mesma diocese.
Campinas
Já o novo arcebispo metropolita de Campinas (SP) é Dom João Inácio Muller, transferindo-o da sede episcopal de Lorena. Fonte: www.vaticannews.va
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
1) Oração
Ó Deus, que associastes são Matias ao colégio apostólico, concedei, por sua intercessão, que, fruindo da alegria do vosso amor, mereçamos ser cotados entre os eleitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 15, 9-17)
Naquele tempo disse Jesus: 9Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.17O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.
3) Reflexão Jo 15,9-17
Hoje é a festa do apóstolo Matias. O Evangelho João 15,9-17 já foi meditado no dia 24 de abril. Vamos retomar alguns pontos que já foram vistos naquele dia.
João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria.
Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”. É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.
João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.
O mandamento de Jesus é um só: "amar-nos uns aos outros como ele nos amou!" (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 18,19). O novo critério é: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: "Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!"
João 15,14-15 Amigos e não empregados
"Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando", a saber, a prática do amor até à doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz: "Não chamo vocês de empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!" Jesus já não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos a uma total transparência, a ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles "eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu
Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: "Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!"
4) Para um confronto pessoal
1) Amar o próximo como Jesus nos amou. Este é o ideal de cada cristão. Como isto está sendo vivido por mim?
2) Tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês. Este é o ideal da comunidade: chegar a uma total transparência. Como isto está sendo vivido na minha comunidade?
5) Oração final
Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.
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Cerca de vinte católicos, clérigos e leigos escreveram aos bispos para que acusem o Papa Francisco por heresia. O artigo é de Giuseppe Ruggieri, teólogo, membro da Fundação para as ciências religiosas de Bologna, publicado por La Repubblica, 10-05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
Eu li, com um incômodo sentimento de mal-estar espiritual, a carta inicialmente assinada por cerca de vinte católicos, clérigos e leigos, e dirigida aos bispos, para que advirtam, por heresia, o papa Francisco. O incômodo tem várias razões. Vou tentar explicá-las.
A primeira é de natureza estética, como se um vândalo tivesse jogado um punhado de lama em uma bela pintura. No rosto doce de um velho papa, cansado, mas luminoso e tornado belo pela "alegria do evangelho", foram lançados cuspes mesquinhos por figuras parecidos com os sombrios inquisidores de um famoso filme de Dreyer. Quem alguma vez viu a Paixão de Joana d'Arc daquele diretor, nunca conseguirá esquecer o contraste entre o rosto limpo e sofredor de Renée Falconetti e aquele grosseiro e duro de seus juízes. É verdade que os inquisidores do Papa Francisco não pedem a fogueira, mas querem a sua renúncia pública.
A segunda razão é dada pela grosseria das acusações formuladas, em termos que não mencionam o que foi realmente dito pelo papa, mas o que deveria ser pressuposto pelo que o papa disse, escreveu ou fez. Esta é uma velha prática inquisitorial, infelizmente ainda não completamente abandonada pela igreja católica. Tudo gira em torno de três tópicos de acusação: a rejeição da condenação dos homossexuais, a admissão à Eucaristia dos cristãos divorciados, a justificação do pluralismo religioso.
Não faltam entre os signatários alguns teólogos profissionais. Para eles, mesmo que não a todos os signatários, é legítimo perguntar como conseguem passar por cima do cânon 8 do Concílio de Niceia sobre a comunhão aos digamoi, como ignoram o significado exato dos decretos tridentinos sobre a indissolubilidade do matrimônio e a consequente disciplina, que não implica a condenação da praxe nas igrejas ortodoxas, as quais preveem para os divorciados, de acordo com o princípio de "economia" (isto é, em termos orientais, da "misericórdia"), uma bênção especial (até o terceiro casamento "civil" e, para algumas igrejas, até mesmo para o quarto). E ainda cabe perguntar por que ignoram todo o alcance da doutrina de Trento sobre a Eucaristia que estabelece como, quando se participa com sentimentos retos à celebração do sacrifício eucarístico, Deus "apaziguado pela oferenda concede o dom e a graça da penitência e crimina et peccata etiam ingentia dimittit”.
A terceira razão é dada pela forma extremamente tosca da hermenêutica teológicaimplementada pelos signatários autodenominados de ortodoxos. Que as doutrinas da igreja tenham mudado, em continuidade substancial, não é um fato que possa ser questionado. E sabemos que, como em muitos outros casos análogos. os "vencedores" no Concílio de Calcedônia (451) foram "vencidos" no segundo concílio de Constantinopla(553). Que exista algo que mudou na disciplina da igreja, introduzida sob o papado do papa Francisco, é um dado igualmente incontroverso. E, dado importante, as pedras angulares de tal mudança foram aprovadas com a maioria qualificada de dois terços e mais de um sínodo episcopal. Mas pelo menos os teólogos deveriam saber que a continuidade ou a descontinuidade não se medem na relação direta entre doutrina e doutrina, entre disciplina e disciplina, mas a cada oportunidade na relação de cada formulação doutrinária ou medida disciplinar com o evangelho. Isto é, cada doutrina e cada disciplina devem, nas condições históricas sempre mutáveis, ser fiéis ao evangelho que permanece soberano na igreja. E, portanto, é grave ignorar a envergadura do Evangelho, que não está fechado na formulação doutrinal ou na lei disciplinar, mas "é poder de Deus para a salvação daquele que crê, do Judeu, primeiro, como do Grego. Nele se revela a justiça de Deus”.
Há também outras razões para o incômodo. Relendo os nomes dos signatários e procurando notícias a seu respeito na rede, descobri que a maioria deles fazem explicitamente referência a uma espécie de Internacional dos tradicionalistas, tanto no plano político como religioso, que sabemos bem fomentada economicamente por um certo sr. Bannon. Aqui o incômodo não é apenas aquele gerado por alguma específica sensibilidade teológica, mas toca outras fibras talvez mais delicadas, aquelas cristãs como tais e culturais de quem, nascidas nos anos 1940, até o fim da década de 1960, respirava o ar de uma humanidade, sujeita contra a sua vontade à vaidade, mas que não deixa de esperar que "a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Polícia prende suspeita de aplicar golpe e acusar Padre Marcelo Rossi de plágio
Presa por estelionato, Izaura Mendes disse que 'Ágape' foi plagiado e pediu R$ 51,6 milhões de indenização. Investigação aponta que ela falsificou documentos da Biblioteca Nacional.
Por Leslie Leitão, Marco Antônio Martins e Mônica Teixeira, Fantástico e G1 Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã de quinta-feira (9), Izaura Garcia de Carvalho Mendes, de 65 anos, suspeita de praticar estelionato ao aplicar um golpe milionário no padre Marcelo Rossi.
Uma investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim), da Polícia Civil, mostra que Izaura fraudou o registro de um texto e, em processo na Justiça, alegou que o padre o copiou e o usou sem dar crédito no livro "Ágape".
O livro vendeu 10 milhões de exemplares entre 2010, quando foi lançado, até abril deste ano, quando foi retirado de circulação por uma decisão judicial movida por ela. Em 2013, Izaura fez um acordo com a Editora Globo e recebeu R$ 25 mil numa primeira ação.
Em uma nova ação contra a editora do livro, que manteve na obra o trecho que Izaura diz ser seu, a Justiça determinou, em 11 de abril passado, a proibição de venda do "Ágape" e o recolhimento de todos os livros que estão no mercado. Agora, o pedido de Izaura é por uma indenização de R$ 51,6 milhões.
Questionada sobre a suspeita de que o registro do texto foi forjado, Izaura respondeu ao delegado Maurício Demétrio: "Eu não tenho a dizer nada, porque foi o (documento de autoria do texto) que eu recebi lá na época".
A polícia suspeita que duas advogadas, também presas, auxiliaram a mulher na possível fraude. O processo tramita na Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de Rio.
Procurado pela equipe de reportagem, o Padre Marcelo não quis gravar entrevista mas informou que perdoa Izaura.
Caso iniciado há sete anos
Em 2012, Izaura entrou com uma ação na Justiça em que relatava que uma de suas obras, o poema "Perguntas e respostas – Felicidade! Qual é?" foi utilizado indevidamente no livro "Ágape", publicado em 2010, pela Globo Livros, sem sua autorização.
A citação no livro é atribuída à madre Teresa de Calcutá. Izaura diz que foi feito por ela.
Dentre os documentos anexados por ela no processo está um Certificado de Registro ou Averbação da Fundação Biblioteca Nacional – Ministério da Cultura. Sob o número 100.928, livro 145, folhas 3, 4, 5, indicando que o texto é seu.
Em agosto de 2018, Izaura entrou com uma queixa-crime contra Marcelo Rossi e a editora na Delegacia Antipirataria, da Polícia Civil. O delegado Maurício Demétrio oficiou a Fundação Biblioteca Nacional requisitando os documentos originais.
A polícia, então, descobriu que não consta na Biblioteca Nacional qualquer texto registrado sob o título ‘Felicidade! Qual é? Crônicas e Poesias’, que Izaura diz ser seu. O número apresentado por ela refere-se à obra "Por todo o amor que houver nesta vida", de 18 de agosto de 1995, de autoria de Tatiana Cristina Medeiros dos Santos.
"Ou seja, a ação indenizatória na Justiça está baseada numa fraude e este documento falsificado fez com que o juiz desse a liminar mandando recolher os livros", afirmou o delegado Maurício Demétrio.
Igor Calaça Martins, coordenador do escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional, encaminhou à polícia um laudo mostrando várias fraudes no documento apresentado por Izaura. Nesta quinta, Izaura foi chamada a depor na delegacia. Diante do delegado respondeu que não sabe falsificar documentos e que mostrou toda a documentação às advogadas.
"Só sei datilografar", disse. Após a afirmação, o delegado Maurício Demétrio prendeu Izaura e as duas advogadas.
Depois, a polícia fez buscas na casa de Izaura, no bairro do Rio Comprido, na região Central do Rio, onde apreendeu documentos que podem auxiliar nas investigações. Fonte: https://g1.globo.com
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Passeio foi encerramento de um retiro anual e reuniu 95 devotas, inclusive estrangeiros
Maíra Rubim
RIO — Na última quarta-feira, chamava a atenção, próximo à Praia do Pepê, um grupo numeroso de freiras que curtia a praia apesar do dia nublado. Sem tirar o hábito, algumas mergulhavam no mar enquanto outras faziam piquenique na areia, perto da grama. O passeio foi o encerramento do retiro anual das religiosas do grupo católico Semente do Verbo e reuniu 95 devotas de Rio, Belém, Manaus, Palmas, Portugal, Bélgica e República dos Camarões.
— Foi um momento muito fraterno, em que nos divertimos enquanto evangelizávamos quem passava. Surgiram muitos curiosos perguntando sobre nós. Foi bem divertido. A maioria das freiras nunca tinha mergulhado aqui, e outras estavam indo à praia pela primeira vez — conta a irmã Catarina Carvalho.
Antes do passeio, o grupo assistiu a uma missa no Jardim Botânico.
— O ambiente da Praia da Barra é mais familiar e as ondas são mais bonitas, por isso viemos para cá. Também é mais vazio e tem até grama, o que era ideal para o nosso piquenique — destaca a irmã. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Pe. Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta.
Esta parábola é muito instigante. O mistério da voz é sugestivo: desde o ventre de nossa mãe aprendemos a reconhecer sua voz e, quando nascemos, vamos reconhecendo outras vozes. Pelo tom de uma voz percebemos o amor ou o desprezo, o afeto ou a frieza, a acolhida ou a rejeição.
A voz de Jesus é única! Se aprendemos a distingui-la de outras vozes, Ele nos guiará pelo caminho da vida, um caminho que supera também o abismo da morte.
Em um mundo onde há tanto ruído, discursos ocos e palavreado intolerante, não é fácil prestar atenção a alguma voz em especial. O fato é que às vezes vivemos em bolhas onde raramente entram vozes que nos comovam de verdade. E, no entanto, debaixo de gritos, ruídos, músicas estridentes, anúncios, peças publicitárias e frases que apelam ao conservadorismo, continua brotando palavras cheias de verdade. Palavras que valem a pena escutá-las. Talvez, detrás de muitos gestos petrificados, palavras sem sentido, falsas seguranças, estarão vozes que clamam por ajuda, ou simplesmente expressam dor, desejo de paz, de consolo.
O verdadeiro desafio é aprender a escutar, por debaixo desses discursos, a palavra profunda, o canto tranquilo ou a voz que põe em movimento.
Saber escutar o outro é uma simples, mas profunda acolhida humana; trata-se de um ato de hospitalidade, pois consiste em abrir espaço para a presença do outro, sem preconceito. Porque quem escuta de verdade recebe toda palavra como nova e ativa a sensibilidade para deixar-se “tocar” pela voz que alarga a vida.
Vivemos mergulhados num mundo de vozes; um “vozerio” nos cerca: vozes que nos levam à morte, vozes que nos chamam à vida; vozes contaminadas pelo egoísmo, adulteradas pelo medo, deturpadas pela impureza, e vozes que são o eco do paraíso convidando para a festa, comunicando paz, convocando à comunhão... É possível que as vozes do egoísmo, do orgulho e da ambição tentem se disfarçar em voz de Cristo, a fim de arrastar-nos para o vazio e a ruína. Mas o Pastor verdadeiro não fala por ruídos, e sim pelo silêncio; não fala pela força dos pulmões, e sim pelo vento suave de seu Espírito...
Para escutá-la requer-se interioridade e atenção aos sinais de sua presença: pode ser a voz de um irmão pedindo socorro; pode ser a linguagem de um acontecimento alegre ou triste; pode ser uma palavra lida ou proclamada; pode ser uma inspiração misteriosa captada no silêncio...
Na arte do discernimento das vozes, o importante é, através da escuta interior, perceber de onde vem e para onde nos conduz cada voz que ressoa em nós. Se ela nos conduz para o outro, para o Reino...é clara manifestação da voz do Pastor.
Depois de mais vinte séculos, nós seguidores(as) precisamos recordar de novo que o essencial para ser a Igreja de Jesus é escutar sua voz e seguir seus passos.
Primeiramente, é preciso despertar a capacidade de escutar Jesus; ativar muito mais em nossas comunidades essa sensibilidade, que está viva em muitos cristãos simples que sabem captar a Palavra que vem de Jesus em todo seu dinamismo e sintonizar com sua Boa Notícia de Deus.
Mas não basta escutar sua voz. É necessário seguir a Jesus. Chegou o momento de decidir-nos entre contentar-nos com uma “religião burguesa” que tranquiliza as consciências mas afoga nossa alegria, ou aprender a viver a fé cristã como uma aventura apaixonante de seguir a Jesus.
Texto bíblico: Jo 10, 27-30
Na oração: minha voz, está a serviço de quem? Da vida ou da morte? Como ela se expressa: com intolerância, julgamento, preconceito? Sou canal através do qual a Voz de Vida chega até os últimos..., ou coloco minha voz à disposição daqueles que estão a serviço da violência e da morte? Sei distinguir as diferentes vozes que se fazem ouvir ao meu redor? Purifico minha voz no fogo do silêncio ou ela é expressão do ruído da superficialidade? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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