Segundo Yago de la Cierva, leigo, membro espanhol do Opus Dei que ajudou a organizar várias edições da Jornada Mundial da Juventude – JMJ, a edição de 2016 ocorrida em Cracóvia, na Polônia, foi a menos cara de todos os tempos terminando com um saldo positivo. A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 10-01-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Quando o recém-nomeado cardeal americano Kevin Farrell assumiu o recém-criado Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, ele herdou alguns megaprojetos, entre eles o Encontro Mundial das Famílias e a Jornada Mundial da Juventude, eventos de grande escala realizados em diferentes cidades do mundo a cada dois ou três anos.

O mais recente Encontro Mundial das Famílias aconteceu na Filadélfia, e foi a força motriz da primeira visita do Papa Francisco aos EUA em setembro de 2015. O próximo será realizado em Dublin, em 2018, onde o pontífice também deverá participar.

A primeira viagem ao exterior do papa foi ao Brasil, para liderar mais de três milhões de jovens reunidos na Jornada Mundial da Juventude; a edição mais recente deste encontro aconteceu em Cracóvia em julho de 2016. A próxima edição acontecerá no Panamá em 2019, e com menos de três meses no novo cargo, Farrell já está supervisionando os planos iniciais.

Ambos os eventos são relativamente complicados de se organizar, visto que envolvem a abertura das portas da diocese local para centenas de milhares de peregrinos do mundo inteiro, a maioria dos quais com orçamentos reduzidos, e onde a comissão organizadora precisa arranjar alojamentos, refeições e transporte aos participantes.

Concebidos no pontificado de São João Paulo II, estes eventos contam com admiradores e detratores, com primeiros definindo-os como experiências inesquecíveis de fé e uma maneira única de vivenciar a universalidade da Igreja. E aqueles que se opõem veem estes encontros como um desperdício de tempo e dinheiro, bem como uma oportunidade disponível apenas aqueles que podem se dar ao luxo de pagá-los.

Poucos conhecem tão bem as especificidades destes encontros quanto Yago de la Cierva, membro espanhol do Opus Dei.

De la Cierva coordenou a Jornada Mundial da Juventude de Madri, em 2011, e ajudou a organizar todas as demais edições desde então. “Se não houver uma avaliação, não haverá como melhorar no futuro”, disse de la Cierva a jornalistas em Roma nesta terça-feira, 10 de janeiro. “Há três questões principais que precisam ser abordadas no futuro: dinheiro, frutos espirituais (não necessariamente nesta ordem) e os meios de comunicação. Se a JMJ fracassar junto aos meios de comunicação, não seremos capazes de comunicar a mensagem”.

Em Cracóvia, de la Cierva fez parte da equipe de comunicação e esteve em Roma antes de partir em viagem para o Panamá, onde foi chamado para prestar assessoria.

Os custos da JMJ Cracóvia 2016

Um dos maiores desafios destes eventos é a gestão do dinheiro e das despesas. No dia 22 de dezembro passado, a comissão organizadora da JMJ Cracóvia 2016 concedeu uma coletiva de imprensa onde foram apresentados os números finais do encontro. Estimou-se que o número de peregrinos ficou na casa dos dois milhões, tendo gerado um impacto local acima dos U$ 100 milhões.

O financiamento do evento veio de fontes primárias: taxas de registros e participação (os eventos papais eram gratuitos), contratos de patrocínio e doações monetárias, doações feitas por paroquianos e contribuições advindas do fundo geral da Jornada Mundial da Juventude.

A verba arrecadada, U$ 48.7 milhões, ficou ligeiramente acima dos U$ 48.5 milhões gastos em todo o processo preparatório de três anos. Isso inclui tudo, desde os salários aos que trabalhavam em tempo integral para a organização do evento – embora a maioria das pessoas fossem voluntárias – até a preparação dos locais das apresentações, oficinas e outras atividades.

De acordo com as informações fornecidas por de la Cierva na terça-feira, esta edição foi a mais barata, com a JMJ do Rio de Janeiro, ocorrida em 2013, tendo sido pelo menos duas vezes mais cara do que as quatro últimas edições. A arquidiocese do Rio de Janeiro teve aproximadamente U$ 46 milhões em déficit, enquanto a de Toronto, em 2002, finalizou com U$ 22 milhões no vermelho. Madri, por outro lado, teve um superávit de U$ 7 milhões.

De la Cierva analisou os rendimentos com os participantes pagando a maioria das despesas, tendo ficado próximos dos U$ 34 milhões. As paróquias, as doações e o apoio do poder público contribuíram com pouco mais de U$ 4 milhões cada, com a maior parte do financiamento público indo para os gastos com segurança. Em sua maior parte, o dinheiro foi gasto com os peregrinos e voluntários (cerca de U$ 25 milhões), sendo as refeições a despesa mais significativa (acima dos U$ 13 milhões).

O Campus Misericordiae, cenário para a vigília e missa de encerramento nos arredores de Cracóvia, teve um custo estimado de U$ 9 milhões. Alguns analistas, inclusive de la Cierva, consideram que esta tendo sido uma despesa desnecessária recorrente nas edições da JMJ e que pode ser evitada tendo-se apenas um palco, em vez de dois como é geralmente, para todos os “eventos principais”, como são chamados os encontros entre os peregrinos e o papa.

Atualização direta do Panamá

Farrell esteve no país caribenho no começo de dezembro. Durante uma coletiva de imprensa no dia 8 daquele mês, ele afirmou que o encontro de 2019 será um “momento histórico para a Igreja e o país”.

O cardeal elogiou os panamenhos dizendo que eles possuem um “coração muito grande” e que são “abertos a todo mundo”, e que possuem também “a capacidade” de acolher o encontro, o qual, segundo o governo nacional panamenho, irá atrair algo em torno de meio milhão de peregrinos de todo o mundo.

JMJ Panamá 2019, acrescentou o prelado, poderá trazer “um pouco de paz e estabilidade a toda a comunidade da América Central”.

“É importante levarmos em consideração o papel que esta grande nação pode ter na unificação histórica dos países do norte e do sul”, disse Farrell. “Neste momento da história, mais do que nunca precisamos de um intermediário para trazer paz e unidade a todos”.
Segundo de la Cierva, o evento acontecerá ou no final de janeiro ou no começo de fevereiro, o que tornará mais difícil a participação de quem vive na América do Norte e na Europa, pois estes estarão em época de aulas. A data foi escolhida a fim de evitar a época de chuvas.

O organizador espanhol também destacou o comprometimento do governo em fazer do evento um sucesso, como parte de uma campanha que visa transformar o Panamá em um reduto para conectar as Américas.

Um outro segredo que ele apresentou é que a semana anterior à Jornada Mundial da Juventude, conhecida por “Dias nas Dioceses”, vai ocorrer não só nas cidades panamenhas como também em outros países da América Central, tais como Costa Rica e El Salvador. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta aos jovens, nesta sexta-feira (13/01), de apresentação do documento preparatório do Sínodo dos Bispos de 2018.

Sair

“Vêm-me à mente as palavras que Deus dirigiu a Abraão: «Sai de sua terra, do meio de seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei».

“Quando Deus disse a Abraão «Sai», o que queria lhe dizer? Certamente, não para fugir de sua família, nem do mundo. O seu foi um convite forte, uma provocação, a fim de que deixasse tudo e partisse para uma nova terra.

Discernir
“Recordo-lhes também as palavras que certo dia Jesus proferiu aos discípulos, que lhe perguntavam: «Rabi, onde moras?». Ele respondeu: «Vinde e vede!». Jesus dirige o seu olhar também a vocês, convidando-os a caminhar com Ele.” 

“Queridos jovens, vocês encontraram este olhar? Ouviram esta voz? Sentiram este impulso a pôr-se a caminho?

Agir

Na abertura da última Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, perguntei-lhes várias vezes: «Podemos mudar as coisas?». E vocês gritaram juntos um «Sim!» retumbante. Aquele grito nasce do seu coração jovem, que não suporta a injustiça e não pode submeter-se à cultura do descarte, nem ceder à globalização da indiferença...

*Leia na íntegra. Clique aqui:

http://mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2017/01/papa-aos-jovens-oucam-voz-de-deus.html

Quais são os pecados que nos paralisam hoje?

Vejamos:

-Desempregados: Fome, violência e mortes no Brasil.

-Sérgio Cabral, ex-governador do Rio preso.

-Febre Amarela em Minas

-Mais de 100 mortes nas Penitenciárias do Brasil

-Doença “misteriosa” na Bahia causa mortes

-Mãe mata o filho gay no interior de São Paulo

-Violência nas grandes metrópoles

-Refugiados buscam uma nova vida

-Terror e medo no mundo

-Seca no Nordeste

-Fanáticos religiosos que roubam o povo

-Políticos eleitos na última eleição presos...

        Enfim, são vários os fatos e os acontecimentos que nos paralisa e necessitamos urgente de uma fé e uma religião que nos liberta das paralisias políticas, sociais e religiosas. Concorda comigo?

Um bom dia, uma boa tarde e uma boa noite! www.olharjornalistico.com.br

(Frei Petrônio de Miranda, Carmelita. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro).

Jesus tinha autoridade porque servia as pessoas, estava próximo das pessoas e era coerente, ao contrário dos doutores da lei que se sentiam príncipes. Estas três características da autoridade de Jesus foram destacadas pelo Papa na reflexão matutina da terça-feira (10/01), na Casa Santa Marta.

O Pontífice sublinhou que os doutores da lei ensinavam com autoridade “clericalística”, afastados das pessoas, não viviam aquilo que pregavam.

A autoridade de Jesus e aquela dos fariseus são os dois eixos em torno dos quais orbita a homilia do Papa. Um é uma autoridade real, o outro formal. No Evangelho do dia se fala do estupor das pessoas porque Jesus ensinava “como alguém que tem autoridade” e não como os escribas: eram as autoridades do povo, destaca Francisco, mas aquilo que ensinavam não entrava no coração, enquanto em Jesus havia uma autoridade real: não era “um sedutor”, ensinava a Lei “até o último detalhe”, ensinava a Verdade com autoridade.

O Papa desce aos pormenores e reflecte sobre as três características que diferenciam a autoridade de Jesus daquela dos doutores da Lei. Enquanto Jesus “ensinava com humildade”, e diz aos seus discípulos que “o maior seja como aquele que serve: faça-se menor”, os fariseus se sentiam príncipes:

“Jesus servia as pessoas, explicava as coisas para que as pessoas entendessem bem: estava ao serviço das pessoas. Havia um comportamento de servidor, e isto Lhe dava autoridade. Ao invés, os doutores da lei que as pessoas ... sim, escutavam, respeitavam mas não reconheciam que tivessem autoridade sobre eles, estes tinham uma psicologia de príncipes: ‘Somos os mestres, os príncipes, e nós ensinamos vocês. Não serviço: nós mandamos, vocês obedecem”. E Jesus nunca se fez passar por um príncipe: era sempre servidor de todos e isto é o que Lhe dava autoridade”.

É o estar próximo das pessoas, na verdade, que confere autoridade. A proximidade é a segunda característica que diferencia a autoridade de Jesus daquela dos fariseus. “Jesus não era alérgico às pessoas: tocava os leprosos, os doentes, não lhe dava repugnância”, explica Francisco, enquanto os fariseus desprezavam “as pobres pessoas, ignorantes”, eles gostavam de passear pelas praças, bem vestidos:

“Eram distantes das pessoas, não eram próximos; Jesus era muito próximo das pessoas, e isso dava autoridade. Os distantes, aqueles doutores, tinham uma psicologia clericalística: ensinavam com uma autoridade clericalística, isto é, o clericalismo. Eu gosto tanto quando leio a proximidade às pessoas que tinha o Beato Paulo VI; no número 48 da “Evangelii Nuntiandi” se vê o coração do pastor próximo: ali está a autoridade daquele Papa, a proximidade”.

Mas há um terceiro ponto que diferencia a autoridade dos escribas daquela de Jesus, e é a coerência, Jesus “vivia o que pregava”: “havia como uma unidade, uma harmonia entre aquilo que pensava, sentia e fazia”.” Enquanto quem se sente príncipe tem “uma atitude clericalística”, isto é hipócrita, diz uma coisa e faz outra:

“Ao invés, essas pessoas não eram coerentes e sua personalidade era dividida a ponto que Jesus aconselhava seus discípulos: “Fazei o que eles dizem, mas não o que fazem”: diziam uma coisa e faziam outra. Incoerência. Eram incoerentes. E o adjectivo que Jesus usa muitas vezes é hipócrita. E dá para entender que quem se sente príncipe, que tem uma atitude clericalística, que é uma hipócrita, não tem autoridade! Dirá verdades, mas sem autoridade. Jesus, ao invés, que é humilde, que está ao serviço, que está próximo, que não despreza as pessoas e que é coerente, tem autoridade. E esta é a autoridade que o povo de Deus sente”.

Concluindo, para explicar plenamente isto, o Papa recorda a parábola do Bom Samaritano. Diante do homem abandonado meio morto na estrada pelos brigantes, passa o sacerdote e vai embora porque tem sangue e pensa que se o tivesse tocado se tornaria impuro; passa o levita, diz o Papa, e “creio pensasse” que se tivesse se envolvido, depois deveria testemunhar no tribunal” e tinha tantas coisas para fazer. E também ele vai embora. No final, vem o samaritano, um pecador que, ao invés, sente piedade. Mas tem outro personagem, o hospedeiro, nota o Papa, que fica impressionado não com o ataque dos brigantes, porque era uma coisa que acontecia naquela estrada, não pelo comportamento do sacerdote e do levita, porque os conhecia, mas pelo comportamento do samaritano. O estupor do hospedeiro diante do samaritano: “Mas ele é louco”, “não é hebreu, é um pecador”, podia pensar. Francisco então liga este episódio com o estupor das pessoas do Evangelho de hoje diante da autoridade de Jesus: “uma autoridade humilde, de serviço”, “uma autoridade próxima das pessoas” e “coerente”. Fonte: http://pt.radiovaticana.va

Papa Francisco confiou importantes aspectos de seu programa de reforma aos cardeais Pietro Parolin e Beniamino Stella, assim como ao Monsenhor Dario Edoardo Viganò. A reportagem é de Marie Malzac, publicada por La Croix, 03-01-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa. 

Cardeal Pietro Parolin, confidente do papa

Com 61 anos, o Cardeal Pietro Parolin é um diplomata de alto escalão, tendo sido embaixador na Venezuela antes de ser nomeado secretário de Estado da Santa Sé em 2013. Parolin encarna o espírito renovador do Papa Francisco nos níveis mais altos do Vaticano. O seu temperamento moderado e a sua maneira afável complementam um profissionalismo e uma simplicidade que são altamente apreciadas por aqueles que convivem com ele.

No começo de sua vida de padre, Parolin foi enviado à escola diplomática vaticana pouco depois de ser ordenado. Postos na Nigéria e no México foram ocupados por ele. Na volta a Roma, logo ficou responsável por um conjunto de dossiês espinhosos, que tratavam das relações entre a Santa Sé e o Vietnã, Israel e a China.

Livre de panelinhas e pouco interessado na política italiana, Parolin conquistou a plena confiança do Papa Francisco e se tornou um dos seus colaboradores mais próximos.

Cardeal Beniamino Stella, formando padres ao estilo Papa Francisco

Escolhido entre os melhores diplomatas da Santa Sé, o Cardeal Beniamino Stella, prefeito da poderosa Congregação para o Clero, tem a responsabilidade vital de supervisionar os padres do mundo no atual pontificado. De uma família de doze irmãos e irmãs, cresceu sob a alçada da Igreja local tendo se envolvido com a Ação Católica.

Após completar os estudos na Pontifícia Academia, ficou encarregado de vários postos importantes. Durante a assembleia de Aparecida, do CELAM em 2007, Stella, então núncio apostólico (embaixador papal) na Colômbia, primeiro fez amizade com o papa, na ocasião ainda Dom Jorge Mario Bergoglio, de Buenos Aires.

No documento Ratio Fundamentalis, sobre o “Dom da vocação presbiteral”, publicado em 2016, o cardeal, hoje com 75 anos, apresenta um retrato do padre do futuro como sendo “capaz de unificar as dimensões humanas, espirituais, intelectuais e pastorais” da pessoa humana de uma maneira equilibrada.

Monsenhor Dario Edoardo Viganò, o comunicador

Como prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, Viganò, italiano nascido no Rio de Janeiro em 1962, anulou os usos e costumes vaticanos com o seu desejo de racionalizar e modernizar os meios de comunicação (a Rádio Vaticano, o Osservatore Romano e a Sala de Imprensa da Santa Sé). Por outro lado, a sua abordagem de “supergerente” não conseguiu ganhar muita simpatia.

Na sequência de sua ordenação pelo Cardeal Carlo Maria Martini, de Milão em 1987, este imediatamente o designou para estudar as ligações entre fé e cinema. Assim, em 2004 tornou-se o presidente da comissão para avaliação de filmes da Conferência Episcopal Italiana, eventualmente sendo reconhecido por seu conhecimento de cinema, “a sétima arte”.

Em 2013, o Papa Bento o nomeou como chefe do Centro Televisivo Vaticano. Um mês depois, o papa alemão aposentou-se e o mundo pôde assistir ao vivo a sua partida de helicóptero para Castel Gandolfo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger

Arcebispo de Salvador

As férias anuais são um direito dos trabalhadores. Atualmente, a preocupação de muitos deles não é nem com as férias, mas com o próprio trabalho, já que o desemprego tem sido uma ameaça constante, em toda a parte. Para quem, contudo, tem a possibilidade de usufruir de férias, só a ideia de viajar já é suficiente para alegrar o seu coração. É inato no ser humano o desejo de ir além dos horizontes diários. Em uma época em que os meios de comunicação trazem para dentro de nossas casas as maravilhas do mundo inteiro, torna-se irresistível o desejo de viajar, para conhecer outras pessoas, para admirar outras paisagens, ou para aventurar-se no desconhecido.

Cada final e começo de ano, o litoral baiano acolhe milhares e milhares de turistas. Quem para cá se dirige sonha com umas férias inesquecíveis. Contempla o mar, desejoso de ver o infinito; sobe montes, para ver amplos horizontes; busca a solidão, para ter companhia... Todos estão em busca da felicidade, do paraíso perdido e, mesmo sem saber, do próprio Deus. 

As férias são uma excelente ocasião para um encontro com a natureza.  As estrelas do céu, o sol que nasce, a planta com seu colorido, a areia da praia, o mar que é sempre diferente... Tudo isso nos identifica com o coração do Salmista, que cantava: “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19).

Encontrar Deus, contudo, não é fácil. O mundo em que vivemos não oferece muito um lugar para ele. Construímos uma sociedade que acaba vivendo como se Deus não existisse. Cresce, por outro lado, uma insatisfação generalizada, uma expectativa não bem definida. Espera-se alguma coisa, mas não se sabe bem o quê, nem de que maneira ela virá. Nessa situação, sem perspectivas maiores, assume-se como filosofia de vida aquela vivida por alguns habitantes de Corinto, na época do apóstolo Paulo: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1Cor 15,32).

Para que as férias sejam restauradoras, é preciso haver uma “alma”. Evite-se nelas, pois, tudo o que for desonesto e nocivo, e procure-se uma harmonia entre o descanso físico e as exigências espirituais.

Elas são uma excelente ocasião para o cultivo do silêncio. Não penso, aqui, na simples ausência de barulho, mas na capacidade de cada um escutar a si mesmo, aos outros e a Deus. Então, faremos nossa a descoberta feita por Santo Agostinho (séc. IV): “Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro de mim e eu estava fora, e aí te procurava... Estavas comigo e eu não estava contigo... Mas Tu me chamaste, clamaste e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste e curaste a minha cegueira.” 

É tempo de férias. É tempo de um encontro especial conosco, com os outros, com a natureza e com Deus.

Fonte: http://www.cnbb.org.br

LINKS DOS VÍDEOS SOBRE O BATISMO:

https://youtu.be/GiTpAECyJ0Q

Curso de batismo-01.

https://youtu.be/n_zUL09XyuA

Curso de batismo-02.

Nem sempre aquilo que a Igreja oficial pensa coincide com o sentimento popular. Um exemplo claro dessa forma diferente de sentir é o Padre Cícero Romão Batista, o santo do povo nordestino brasileiro. A entrevista é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 07 -01-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.

Quando o romeiro chega à Juazeiro do Norte, buscando o Padre Cícero, depara-se com uma figura profundamente unida ao Santuário de Nossa Senhora das Dores. Trata-se de Annette Dumoulin, nascida na Bélgica, que deixou sua terra natal para chegar à Juazeiro e acolher com amor e carinho os romeiros, que sempre serviram com dedicação e entrega total, seguindo um conselho recebido de seu pai, que lhe ensinou que a felicidade está em ajudar os outros, o que ao longo do tempo tornou-se sua filosofia de vida.

Sendo professora da Universidade Católica de Lovaina, a religiosa da Congregação de Nossa Senhora chegou ao Brasil em 1970 para estudar as Comunidades Eclesiais de Base na periferia de Recife, na diocese do Monsenhor Helder Câmara. Ali ela ouviu falar de Padre Cícero e buscou saber tudo o que estava envolvido com este personagem surpreendente.

Depois de um tempo de idas e vindas em Juazeiro, em 1976, ela deixa a docência em Lovaina e assumiu definitivamente a defesa do Padre Cícero e a acolhida aos romeiros, criando o Centro de Recepção para estes. Ao longo de quarenta anos, provida de um chapéu de palha, sua voz forte ressoou nas celebrações dos romeiros, não deixando de se assemelhar com a figura de um dos personagens mais populares do país, além de realizar um grande trabalho pastoral e vocacional, o que fez com que vários jovens na região buscassem fazer parte de sua congregação.

Nesta entrevista, a irmã Annette Dumoulin ajuda-nos a conhecer um pouco mais sobre a figura de quem se tornou uma das maiores referências da religiosidade popular brasileira, alguém que com o passar do tempo, e graças aos esforços do Papa Francisco, está prestes a ser reconhecido pela Igreja oficial, como aquilo que já é pelo povo mais pobre: um santo.

Eis a entrevista.

A senhora é uma das grandes conhecedoras da figura de Padre Cícero. O que aprendeu com a vida deste notável homem?

Aprendi muito, mas posso resumir apresentando algumas qualidades extraordinárias deste padre: sua escolha incondicional pela causa dos pobres, a fidelidade e a sua consciência e espírito de profunda misericórdia, de preocupação com o sofrimento alheio.

Outra virtude extraordinária é a sua grande confiança na possibilidade de conversão de qualquer pecador arrependido, sempre dando-lhe uma nova oportunidade e fazendo de Juazeiro um espaço de humanização e de esperança através do trabalho e da oração.

Sua capacidade como conselheiro também foi fantástica, pois ele não era teórico, mas procurou antes de tudo avaliar diversas propostas para soluções, deixando para as pessoas, entretanto, a liberdade de seguir ou não o conselho que ele dava.

De que forma o Padre Cícero contribui para a história do Brasil e da Igreja Católica?

Na história do Brasil, o Padre Cícero deu valor para a região Nordeste, reconhecendo a dignidade dos habitantes do "sertão" (região semi-árida do nordeste brasileiro com secas prolongadas e grandes bolsões de pobreza). Ele ensinou as pessoas a viver no semi-árido, possibilitou que o Nordestino vivesse em sua terra e não tivesse que migrar para o sul. Ele foi um ecologista e defensor da Mãe Terra um século antes de que essa problemática, que hoje é tão presente, fosse pensada.

Ele deu valor a uma "reforma agrária", contra os latifúndios daquela época, aconselhando os beatos, como José Lourenço, a experimentar outras formas de organização dos agricultores, vivendo com dignidade. Ele defendeu a hegemonia e a independência da Nação brasileira em relação às outras nações mais poderosas. Ele não tinha tendências racistas. Respeitava e valorizava as mulheres e defendia os seus direitos.

Em relação à Igreja Católica, que tanto o fez sofrer, ele não deixou de lado sua fidelidade, mas, seguindo o exemplo do Padre Ibiapina, ele nunca separou a "salvação da alma, do corpo e da dignidade humana". Apesar do movimento de "romanização", valorizou a religiosidade popular. Foi um exemplo de sacerdote, mesmo quando não pôde exercer o seu sacerdócio.

A Igreja o expulsou por muitos anos de sua sacristia, do altar e do confessionário. Por isso podemos dizer que ele foi obrigado a ser um sacerdote em saída. O Padre Cícero soube falar para as pessoas e ser ouvido, porque ele encarnava o Evangelho em palavras simples e informais. E acima de tudo, o seu exemplo de vida marcou profundamente a sua missão evangelizadora, especialmente a sua profunda caridade, a sua capacidade de acolher, compreender, e doar a si mesmo.

Qual é a importância do Padre Cícero para Juazeiro do Norte?

Meu Deus! Juazeiro do Norte deve tudo ao Padre Cícero, ainda que esteja esquecendo disso. O Padre Cícero além de acolher os romeiros e convidá-los a sempre visitar o "Santo Juazeiro da Mãe das Dores", foi um visionário em relação ao desenvolvimento deste lugar que era insignificante quando chamado de Tabuleiro Grande.

O Padre Cícero, buscando dar aos romeiros trabalho e meios de sobrevivência, tinha uma visão moderna do desenvolvimento do comércio, pois alguns iam buscar ouro e diversos materiais na Amazônia, outros trabalhavam como artesãos em Juazeiro e outros iam até o Sul, e inclusive para fora das fronteiras, vender artesanatos de Juazeiro.

O Padre Cícero foi um conselheiro a quem vinham pedir conselhos profissionais. Primeiro ele buscava descobrir as habilidades e gostos da pessoa interessada para em seguida, orientá-la em tal profissão. Ele amou e cuidou de Juazeiro como um pai cuida de seu filho.

Os romeiros são figuras importantes na vida de Juazeiro do Norte, o que eles representam para a cidade?

Os romeiros são a principal fonte de renda do comércio de Juazeiro. Infelizmente, muitos habitantes de Juazeiro estão apenas olhando pelo lado do interesse financeiro. Mas o romeiro significa muito mais para a cidade, pois é ele quem consagra esta terra conhecida como a "Jerusalém dos pobres". A dimensão mística e religiosa é o ar que se respira nesta cidade da Mãe das Dores.

Somente aqueles que têm olhos para enxergar o mistério e o sagrado podem descobrir essa dimensão que faz de Juazeiro uma cidade única no mundo. Desgraçadamente, quem não percebe essa dimensão mais profunda quer transformar Juazeiro em um centro turístico com atrações que querem distrair o romeiro de sua verdadeira vocação. Ele quer viver e se aprofundar em uma experiência mística e religiosa, enquanto o turista quer, antes de mais nada, ver e se distrair. Não tenho nada contra o turismo em si, mas é fundamental não misturar experiências. Como o turismo dá mais dinheiro, vejo que ele invade o espaço místico como um trator.

Como pode-se explicar que, ao longo de tantos anos, os romeiros vieram em busca de alguém que morreu em confronto com a Igreja Católica?

Mas o padre Cícero não morreu para o romeiro. E ele não confrontou a Igreja Católica, mas foi uma vítima dela. Como afirmou o Monsenhor Delgado quando era arcebispo de Fortaleza, o Padre Cícero foi um "mártir da disciplina", mas manteve-se fiel ao seu povo. Assim como os pobres, especialmente o romeiro nordestino também é vítima de uma sociedade injusta, pois ele ficou ao lado de seu "Padim" e padeceu com ele, identificando-se com ele.

Muda alguma coisa na vida dos romeiros o fato de que o Padre Cícero tenha se reconciliado com a Igreja Católica?

Me perdoe, mas a pergunta está mal feita. Não foi o Padre Cícero quem se reconciliou com a Igreja. Foi a Igreja quem se reconciliou com ele. O Padre Cícero havia dito, em vida: "Não se preocupem em defender-me, meus amigos, porque um dia será a própria Igreja que me defenderá". Para o romeiro, a reconciliação é uma prova a mais de que o Padrinho Cícero tinha razão. É claro que o romeiro está feliz, especialmente vindo do Papa Francisco, um latino-americano.

Mas o Padre Cícero já foi canonizado nas mentes e nos corações dos romeiros. Com paciência, ele espera que um dia a "Igreja de Roma" descubra o que ele já sabe há muitos anos.

Para muitas pessoas o Padre Cícero já é um santo. Algum dia ele será canonizado pela Igreja Católica? O que está faltando para que isso aconteça?

Quando o Bispo, Dom Fernando Panico, agradeceu ao Papa Francisco pela carta de reconciliação, escrita por seu Secretário de Estado, o Cardeal Parolin, ele escutou do Papa a seguinte promessa: "Padre Cícero? Sim, quero fazer mais a seu favor".

O que está faltando é a entrada do processo em nome do padre Cícero, feita pelo bispo de Crato, para que seja reconhecido como servo de Deus. Depois, o dinheiro para que seja realizada a beatificação e canonização. E os milagres e provas? Não vão faltar, tenho certeza e sou testemunha disso.

Falta também a conversão de uma parte do clero da diocese de Crato, que continua se opondo a qualquer reconhecimento das virtudes do "Padim Ciço". O tempo e a morte podem ajudar.

Padre Cícero sempre teve inimigos. Ele ainda tem? Quem são esses inimigos?

Sim, ele ainda tem, dentro da diocese de Crato, como disse o Cardeal João Braz de Aviz, quando veio, em nome do Papa Francisco, para participar das comemorações do Centenário da Diocese de Crato.

Quando perguntei por que o Padre Cícero ainda não havia sido reabilitado pela Igreja, ele olhou para o Monsenhor Fernando e perguntou: posso dizer a verdade? Com a resposta afirmativa do bispo, o cardeal, frente a mais de duzentos religiosos da Diocese, disse claramente: "o problema não está mais em Roma, mas na Diocese de Crato, onde nem todos os padres aceitam essa reabilitação", e acrescentou, "há também alguns bispos do Ceará que não são favoráveis. Agora, bem, não me peçam para dizer nomes... busquem e encontrarão". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Líder da Igreja Mundial do poder de Deus foi levado para hospital e passa bem.

SÃO PAULO - Valdemiro Santiago, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, foi esfaqueado no pescoço durante um culto na manhã deste domingo, em um templo no bairro do Brás, região central de São Paulo. O rapaz que cometeu o atentado foi levado para o 8º Distrito Policial, no mesmo bairro, e Santiago encaminhado para um hospital na região, onde levou 25 pontos e não corre risco de morrer.

Segundo informações da igreja, o ataque foi cometido logo no início do culto das 8h. Mesmo ferido, o pastor queria continuar a pregação, mas foi encaminhado para o hospital. Não ficou claro se o agressor, que foi preso com um facão, era um fiel que frequentava o templo habitualmente. A única informação dada é que ele estava desempregado e, há algumas semanas, teria tido uma discussão com o religioso.

Após receber os primeiros cuidados, Santiago postou um vídeo na página da igreja no Facebook em que, com a voz ainda rouca, explicou o que aconteceu, pediu orações para si e perdoou o rapaz que cometeu o atentado.

“Eu estava impondo as mãos, acabando de ouvir um milagre, um testemunho, e entrou alguém por trás. Não sei, não vi quem era, e deu uma facada no pescoço, ou com uma navalha, não sei. Mas eu não fui. A gente só vai quando Deus quer. Voltei pra vocês, em nome de Jesus", disse ele no vídeo, em que estava acompanhado de sua mulher, a bispa Franciele Santiago.

O pastor disse ainda que perdoa quem quer que o tenha atacado. “Eu perdoo a pessoa que fez isso. Em nome de Jesus. E a pessoa que mandou também”, completou.

Santiago é egresso da Igreja Universal do Reino de Deus, onde era bispo. Em 1997, ele rompeu com o pastor Edir Macedo e abriu a Igreja Mundial do Poder de Deus, que hoje conta com uma rede de cerca de 4 mil templos no Brasil e no exterior.

No 8º DP, um plantonista confirmou que o rapaz está passando por triagem e será interrogado. Fonte: http://oglobo.globo.com