Para o relator do processo, desembargador federal Ricardo Perlingeiro, o caso envolve 'sensível embate entre liberdade religiosa e liberdade de expressão'

Por ADRIANA CRUZ

Rio - Um debate e tanto. O Tribunal Regional Federal 2 negou o pedido de liminar do Ministério Público Federal para ter acesso a dados dos responsáveis pela publicação no Youtube, no Canal da Igreja Universal. Na ação civil pública, o MPF alega que a Igreja veicula conteúdo ofensivo aos praticantes de religiões de matriz africana. O órgão quer a retirada dos vídeos do ar. Mas o relator do processo, desembargador federal Ricardo Perlingeiro, o caso envolve 'sensível embate entre liberdade religiosa e liberdade de expressão'.

Já MPF sustenta que os vídeos 'ofendem, disseminam preconceito, intolerância, discriminação e difundem o ódio, a hostilidade, o desprezo e a violência'. Argumenta também que os responsáveis pelas postagens teriam violado o direito de proteção à consciência e às crenças dos praticantes das religiões afro-brasileiras e que a lei (marco civil que regula o uso da internet) garante o acesso aos registros e a retirada do conteúdo da rede. O mérito da questão ainda será julgado. A conferir. Fonte: https://justicaecidadania.odia.ig.com.br

Nunca em sua vida o cardeal Gianfranco Ravasi, 75 anos, um estudioso bíblico e presidente do Conselho do Vaticano para a Cultura, tinha se encontrado em mar aberto e no meio de uma tempestade de críticas, como aconteceu com ele ontem por causa de um tweet que mais bíblico não poderia ser: "Fui estrangeiro e vocês não me acolheram” (Mt 25,43) #Aquarius." A informação é de Luigi Accattoli, publicada por Corriere della Sera, 12-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Aquela palavra de Jesus trazida pelo Evangelho de Mateus provocou a aprovação de alguns, mas também a ira de muitos. "Quantos migrantes o Vaticano acolheu?" é uma das respostas polêmicas à frase escrita na web pelo cardeal. Outra: "Vocês poderiam acolhê-los em suas paróquias e coberturas e contar com a caridade e providência divina, o povo italiano já deu o que podia e precisa pensar nas suas vítimas do terremoto, desempregados e indigentes." Há quem arriscou versos: "Fui italiano e vocês me massacraram com os impostos obrigando-me a demitir os meus funcionários". Com a variante: “Fui italiano e vocês me arruinaram com as deslocalizações das empresas”.

No imenso redemoinho da web os poucos que defendem Ravasi polemizam com o católico Matteo Salvini postando a foto que o retrata diante do Duomo, acenando com o terço, ou convidando a ler o Evangelho do evangelista seu homônimo que reproduz a frase de Jesus twittada pelo cardeal. Ontem, também se manifestou outro cardeal italiano, Francesco Montenegro, que tem mais competência sobre o assunto: é arcebispo de Agrigento (a ilha de Lampedusa pertence à sua diocese) e presidente da Cáritas italiana. Montenegro definiu de "uma derrota da política" a decisão do ministro Salvini de fechar os portos italianos: "A Europa deve dar-se conta de que ninguém pode parar esses fluxos, que são epocais, e não será fechando portos e empurrando responsabilidades que vai ser encontrada uma solução. Devemos nos preparar para um mundo multiétnico e não fechar portas e janelas". Fonte: www.ihu.unisinos.br

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ - NA RODOVIA PRESIDENTE DUTRA- reza a Trezena de Santo Antônio baseada no livro, “Santo Antônio de Pádua, homem do Evangelho, confidente do povo, de Frei Luís S. Turra, capuchinho. Leia o roteiro da Trezena. Clique aqui: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/11117-trezena-de-santo-antonio  Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 12 de junho-208.

Frei Carlos Mesters, O. Carm  e Francisco Oronino                                

(Leituras: Gn 3,9-15 /Sl 129 (130) /2Cor 4,13-5,1 /Mc 3,20-35)

A primeira leitura da celebração de hoje traz o ensinamento central de toda a Bíblia. A questão é: entre a verdade que vem de Deus e a mentira que vem da serpente, por que o ser humano faz a opção pela mentira? E não assume suas responsabilidades diante do que fez. Quando Deus interroga “por acaso comeste do fruto da árvore que eu te proibi de comer?”, o homem não assume a verdade nem pede perdão por ter desobedecido a Deus. Simplesmente coloca a culpa na mulher. O texto conclui lembrando que, ao longo da história, haverá sempre uma luta entre os filhos da mulher contra os filhos da serpente. Sempre haverá conflito entre os que aceitam a verdade de Deus contra os que seguem e as mentiras das inúmeras serpentes que foram surgindo na caminhada da humanidade. Na celebração de hoje, as leituras pedem discernimento: de que lado eu me coloco? Vivo segundo o Espírito de Deus ou sigo os espíritos mundanos?

O Evangelho mostra que em Jesus se manifesta o Espírito de Deus. Agindo segundo este Espírito, Jesus traz a todos a mensagem da vida que vem de Deus. Muita gente se reúne em busca dos gestos e das palavras de Jesus. Ao mesmo tempo, aumentam as resistências. Os parentes de Jesus saem lá de Nazaré e querem trazê-lo de volta para casa amarrado. Pensavam que Jesus tinha ficado louco! Já os escribas e doutores da Lei, tentando desmoralizar Jesus frente ao povo. Acusam-no de estar possuído de um espírito impuro, chamado de Belzebu. São acusações graves que buscam deslegitimar a Boa Nova trazida por Jesus. Aqui está o pecado contra o Espírito Santo. Peca quem atribui ao demônio as palavras e os gestos libertadores que vem de Deus, através da ação de Jesus!

Então Jesus chama o povo e fala diretamente. Ele acusa os doutores da lei de estarem manipulando a Palavra de Deus. Eles deturpam a pregação de Jesus, transformando o bem em mal e o mal em bem. Invertem tudo! Quem ensina desta forma, não pode querem o bem do povo. E, diante da resistência de seus próprios parentes, Jesus acolhe o povo que estava sentado ao seu redor e ensina: “quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe!” A verdadeira família de Jesus são as pessoas  que se tornam filhos e filhas da Verdade através do Batismo. Nós somos hoje a família de Jesus.

ATUALIZAÇÃO. (EVANGELHO – Mc 3,20-35)

O tema principal do texto do Evangelho deste domingo – sobre a identidade de Jesus – mostra que desde o início do cristianismo os cristãos sentiram necessidade de responder à pergunta: “Quem é Jesus?”. Ainda hoje, na ação pastoral da Igreja, sobretudo nas catequeses, é importante que todos os cristãos conheçam a identidade de Jesus, até mesmo para poderem estabelecer com ele uma relação personalizada.

Fazer parte da família de Jesus é a vocação fundamental dos cristãos de todos os tempos. Por isso, são chamados a formar comunidade, que está centrada na pessoa de Jesus e que tem como única missão fazer a vontade de Deus em todas as circunstâncias da vida. É a isso que chama o Evangelho quando Jesus apresenta a sua verdadeira família: é quem faz a vontade de Deus e toma lugar ao redor de Jesus.

O método para estabelecer uma relação de familiaridade com Jesus passa necessariamente por seguir o seu exemplo: é Ele o primeiro a fazer a vontade de Deus, mesmo quando isso acarreta incompreensão e rejeição do seu ministério. O cristão continua no mundo a missão de Jesus e tem como único horizonte fazer a vontade de Deus; esta é uma das petições do Pai Nosso, a oração que Jesus ensina a rezar: «Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu».

Quando o cristão se decide a seguir Jesus, isso implica necessariamente que renuncie ao mal. Desde o primeiro momento da vida cristã, os cristãos são chamados a renunciar o mal.

LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO NO LINK- EVANGELHO DO DIA.

 

"Em Jesus, os adolescentes completaram sua Páscoa - passagem da Morte à Ressurreição - e celebramos sua presença no meio de nós. Foi uma verdadeira experiência de Fé na Vida. Foi “outra” Celebração do Corpo de Cristo, no corpo dos adolescentes mortos e ressuscitados. Éramos uma Comunidade de verdadeiros Irmãos e Irmãs, seguidores e seguidoras de Jesus de Nazaré", escreve Frei Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP), professor aposentado de Filosofia (UFG), 30-05-2018.

Eis o artigo. 

Jesus de Nazaré foi “morador de rua” antes de nascer. No seio de sua mãe Maria e com seu pai José, perambulou nas ruas de Belém até encontrar um estábulo que abriu as portas para que sua mãe pudesse dá-Lo à luz. Nasceu como “sem-teto” numa manjedoura: “não havia lugar para eles dentro de casa” (Lc 2,7). Anunciou a Boa Notícia do seu nascimento aos pastores, os “sem-terra” da época: “eu anuncio a vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo” (Lc 2,10). Foi migrante no Egito, fugindo de Herodes, um rei ganancioso e assassino. Foi operário (marceneiro) na oficina de seu pai José.

Em sua vida pública, Jesus de Nazaré “andou por toda parte fazendo o bem” (At 10,18). Esteve sempre ao lado dos pobres e “descartados” da sociedade: os leprosos, os mendigos e outros. Nunca morou em palácios ou mansões. Nunca sentou numa cátedra, a não ser a “cátedra” na qual recebeu a “coroa de espinhos”. Sua presença na casa de Zaqueu e seu encontro com o jovem rico provocaram neles uma tomada de posição: Zaqueu se converteu e mudou radicalmente de vida; o jovem rico - diante das exigências da proposta de Jesus - não teve a coragem de segui-lo e “foi embora triste” (Mt 19,22). Foi acusado de ser “subversivo”: “achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo” (Lc 23,2). Foi preso, torturado e morto na cruz: “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Venceu a morte e ressuscitou: “Ele não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24,6).

Por fim, Jesus de Nazaré enviou o Espírito Santo, o Amor de Deus, aos discípulos: “assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês, recebam o Espírito Santo” (Jo 20,21-22). Eles perderam o medo, abriram as portas do lugar onde se encontravam e saíram anunciando a Boa Notícia de Jesus (o Reino de Deus) e denunciando tudo o que é contrário a essa Boa Notícia, até sofrerem o martírio.

É esse Jesus que continua presente hoje, que vive entre nós e caminha conosco: “eis que eu estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28, 20); “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20).

É esse Jesus que - no dia 25 de maio passado, no Jardim Europa, em Goiânia - na pessoa de 9 irmãos nossos adolescentes (todos pobres e a maioria negros) - morreu carbonizado e seu nome era: Daniel, Douglas Matheus, Elias, Elizeu, Gabriel, Johny, Lucas, Lucas Ranyel e Wallace. É esse Jesus que - no dia 30 do mesmo mês - vivo e ressuscitado, estava presente no Ato Público (em frente ao 7º Batalhão da Polícia Militar, onde se encontra o Centro de Internação Provisória), em memória dos adolescentes mortos, denunciando o Estado de Goiás como o responsável pela barbárie praticada e partilhando a dor das mães e familiares.

“Eles prenderam meu filho vivo e me devolveram um pedaço de carvão” (uma mãe). “Meu filho foi preso por 157 (roubo) e sabe qual foi a pena dele? A morte. Isso de internação é uma mentira” (outra mãe).

No Ato, éramos muitas pessoas presentes: crianças, adolescentes, jovens adultos e idosos. Estávamos lá não só em nome pessoal, mas também em nome das Entidades que representávamos: Associações e Conselhos de Profissionais, Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras, Movimentos Sociais Populares, Foruns de Defesa e Promoção de Direitos Humanos, Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-GO), Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e outras.

Em círculo, ao redor de ramalhetes de flores e mensagens escritas, “cheios e cheias de Ira e tristeza” - como Jesus quando, com seu olhar, fixava os fariseus e partidários de Herodes (cf. Mc 2,5) - expressamos, do mais profundo do coração, os nossos sinceros sentimentos de solidariedade às mães e familiares dos adolescentes mortos, partilhando sua dor e seu sofrimento, com falas, cantos e orações (muitas pessoas choravam). Gritávamos o nome dos adolescentes mortos e todos e todas em coro respondíamos: “presente”.

Em Jesus, os adolescentes completaram sua Páscoa - passagem da Morte à Ressurreição - e celebramos sua presença no meio de nós. Foi uma verdadeira experiência de Fé na Vida. Foi “outra” Celebração do Corpo de Cristo, no corpo dos adolescentes mortos e ressuscitados. Éramos uma Comunidade de verdadeiros Irmãos e Irmãs, seguidores e seguidoras de Jesus de Nazaré. Fizemos o que Jesus teria feito e o que nosso irmão, o Papa Francisco - estando em Goiânia - faria.

Pessoalmente - sem nunca perder a esperança - nessa trágica história, a exemplo de Jesus de Nazaré, dois fatos deixaram-me “cheio de ira e tristeza”. Primeiro fato: constatar que no Ato Público, eu era o único Padre presente (sei que alguns Padres - embora poucos - queriam participar, mas não puderam por motivo justo). Constatar também que não havia ninguém representando oficialmente a Paróquia local e ninguém (nem bispo, nem padre, nem outro agente de pastoral) representando oficialmente a Arquidiocese de Goiânia.

Segundo fato: constatar que a Arquidiocese - além de não ter feito nenhuma Nota Oficial de denúncia dos responsáveis por essa barbárie e de solidariedade às famílias dos adolescentes mortos - na Missa Solene da Festa do Corpo de Cristo (Praça Cívica - Setor Central), não fez nenhuma referência à tragédia acontecida e nenhuma oração no momento das preces. Deve ter sido para não “desagradar” ou “ofender” as autoridades presentes! Que hipocrisia! Que farisaísmo!

Não é esse um comportamento que trai Jesus na pessoa dos adolescentes queimados e dos pobres, como fez Judas? Não é esse um comportamento de conivência com os Herodes e Pilatos de hoje?

Um livro, publicado depois do Concílio Vaticano II, pergunta: “será que os católicos são ainda cristãos?”. Felizmente, baseado na minha longa experiência de convivência com o povo, posso afirmar que - entre os católicos e católicas pobres - existem muitos verdadeiros cristãos e cristãs, seguidores e seguidoras de Jesus de Nazaré, santos e santas de Deus. De qualquer forma, vale a pena refletirmos!

Termino com o testemunho da avó (70 anos) do adolescente D.P.C. (15 anos), único sobrevivente do incêndio, que teve o braço esquerdo amputado em consequência das queimaduras sofridas e que ainda se encontra em grave estado de saúde. O testemunho é mais uma prova de que os menores infratores precisam de políticas públicas e de programas socioeducativos que suscitem neles a autoestima, a responsabilidade e o desejo de buscar - cada vez mais - o verdadeiro sentido da vida. Eles não precisam de Centros de Internação, que são verdadeiras cadeias ou, pior, depósitos de “lixo humano”.

Diz a avó: “D.P.C. (que na escola tinha notas boas, gostava de tocar violino e, antes da internação, vinha praticando aulas) mandou uma cartinha para mim falando que estava rezando todos os dias para voltar para casa logo, para voltar para as aulas dele, para as coisinhas dele” (O Popular, 05/06/18, p. 13). Meditemos! Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

"A idolatria gera fechamento em si mesmo, logo fechamento à vontade de Deus e, também, opressão e exclusão do próximo mediante a formação de pequenos grupos de iniciados nos cultos idolátricos", escreve Matheus da Silva Bernardes, doutorando em Teologia Sistemática pela FAJE - MG, mestre em Teologia Sistemática pela antiga Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. Assunção e graduado em Teologia pela PUC-Chile. 

Eis o artigo. 

RESUMO

O presente texto apresenta uma breve reflexão sobre a atitude idolátrica de alguns setores ultraconservadores católicos; atitude que não corresponde às exigências que a história do começo do século XXI impõe aos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. A noção de idolatria é tomada de J. Sobrino, que apresenta o Deus do Reino e da vida em uma relação duélica com o anti-Reino e os ídolos da morte.

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Talvez seja muito cedo ainda para fazer especulações e tirar conclusões do que está acontecendo no Brasil nas últimas semanas com a greve dos caminhoneiros. De fato, não só nas últimas semanas, mas nos últimos anos. Não se pode restringir esses acontecimentos somente ao âmbito nacional: a Nicarágua também atravessa uma paralisação do transporte de carga com consequências trágicas; o povo venezuelano parece ter perdido fôlego para restabelecer o diálogo democrático depois das últimas eleições e a economia do país afunda a cada hora que passa; toda esperança de mudança do novo governo argentino ficou somente na promessa.

Isso por citar somente exemplo dos vizinhos latino-americanos. Nesta mesma semana, a Itália enfrenta mais uma das tantas crises políticas que vem passando desde o final da Segunda Guerra Mundial, cujas consequências podem afetar não só o país, mas toda a Zona do Euro e, portanto, todo o mundo. A catástrofe humanitária no Oriente Médio, especialmente na Síria não tem previsão para acabar. O diálogo entre Estados Unidose Coreia do Norte permanece pendente. Ainda está o flagelo dos imigrantes do norte da África e Oriente Médio e dos países centro-americanos que sonham com uma vida melhor nos países do Norte, mas o que encontram é exploração e, não poucas vezes, morte. Para finalizar, o extremismo de ideias e práticas vai se disseminando por todo o mundo e não há exemplo melhor que o caricaturesco presidente norte-americano.

Evidentemente, há muito mais para ser analisado e refletido, até mesmo o esdrúxulo retrocesso pedido de intervenção militar que invade algumas manifestações no Brasil. Mas esse não é o objetivo desta reflexão. A intenção é pensar sobre a atitude dos católicos e católicas diante de toda essa complexidade.

Em um texto iluminador, o arcebispo e os bispos auxiliares de Belo Horizonte afirmam que o país passa por um “Tempo de aprendizado e mudanças”. Trata-se de um texto iluminador, sobretudo pela esperança que traz ao afirmar que, mediante humildade e sabedoria, mas sobretudo mediante uma verdadeira conversão, um “rumo novo, no horizonte da justiça e da paz” surge. Entretanto, os senhores Bispos reforçam que a conditio sine qua non para o surgimento desse novo horizonte é a verdadeira conversão.
Não se tratam de palavras novas: o Papa Francisco (EG n.182, MV n.19) repete insistentemente na verdadeira conversão [1], inclusive o texto conclusivo da Conferência Geral de Medellín, que completa 50 anos em 2018, já mencionava essa verdadeira conversão enfaticamente (Justiça n.04, Pastoral das Elites n.13) [2]. Qual conversão? A resposta evidente seria a conversão a Deus. Mas dado o primado da realidade é mister se perguntar: conversão a qual Deus? Essa mesma pergunta se fez Jon Sobrino em seus livros Jesús en América Latina (1982) [3] e Jesus, o Libertador (1996) [4], pergunta que não perdeu sua vigência; até mais, a pergunta se impõe a todos os homens e mulheres de boa-vontade no começo do século XXI, especialmente aos discípulos e discípulos de Jesus Cristo.

A conversão é ao Deus do Reino, ao Deus da vida que está não só em uma relação dialética com o anti-Reino e os ídolos da morte, mas em uma real relação duélica (SOBRINO, 1996, p. 189). O primeiro ídolo da morte que duela com o Deus da vida é a riqueza, a concentração absurda da riqueza em um mundo que segue, à risca, a cartilha neoliberal (SOBRINO, 1996, p. 271-272). Tanto o texto dos bispos da capital mineira, como o Papa Francisco coincidem que é fundamental vencer práticas que visam somente o lucro e o enriquecimento de poucos em detrimento de muitos (EG n.56). O ídolo da concentração da riqueza já fez e continua a fazer inúmeras vítimas pelo mundo afora. As catástrofes humanitárias que muitos assistem consternados não são outra coisa que o culto sacrifical ao ídolo da concentração da riqueza, unido também ao ídolo do poder político, que mereceria uma análise própria, mas como não é o objetivo deste não será feita.

Por outro lado, pensando especialmente na atitude dos católicos e católicas diante das crises mencionadas, não seria possível identificar outros ídolos que impedem a conversão ao Deus do Reino, ao Deus da vida anunciado por Jesus de Nazaré?

O Cristianismo, como diversos autores já o demonstraram, somente pode ser vivido com o olhar no Reino de Deus e os pés no chão da história. Toda e qualquer prática cristã que remete somente a um eschaton ideologizado (SOBRINO, 1996, p.164-166) e retira os pés da história, corre o risco de ser tornar em ídolo alienante. Infelizmente, isso é o que se constata no discurso ultra conversador de alguns padres e, para uma tristeza ainda maior, de jovens que invadem a internet e, a partir dela, as comunidades católicas.

O ídolo não é outra coisa senão a absolutização de uma realidade criada (SOBRINO, 1996, p. 272-273), inclusive a absolutização da interpretação de trechos da Escrituracomo se tem feito com 1Cor 11,2-6, no qual São Paulo acaba se enrolando em uma argumentação tomadas de mestres fariseus e acaba caindo em uma nova forma de subjugar a mulher ao homem. O uso piedoso e modesto do véu, como tem se difundido acaba se convertendo em um ídolo impedindo a verdadeira conversão ao Deus do Reino, o Deus da vida. Sem querer entrar em toda discussão sobre o machismo explícito na prática do uso do véu, identifica-se aqui uma absolutização de uma realidade criada, logo a criação de um ídolo.

O mesmo acontece com o uso de correntes que enfatiza uma forma de devoção, criada pelo ser humano dentro de um contexto histórico concreto muito distante do atual; as coleções de relíquias que mais remetem à Idade Média que à atualidade, a leitura de coletâneas de orações, inclusive em latim, e até práticas litúrgicas, que estão longe de expressar a eclesialidade intrínseca e necessária à Liturgia, são criações do ser humano, portanto também possuem o potencial de se converterem em ídolos. O que dizer das inúmeras práticas piedosas, como a reza do terço da misericórdia sempre às 15h, que possui mais características de rituais mágicos que expressão de uma prática espiritual cristã.

O rito que sacia a voracidade de todos esses ídolos sacrifica a própria pessoa do idólatra. Trata-se de um auto sacrifício, porém estéril. A entrega da própria vida, como a entrega de Jesus Cristo na cruz, se realiza para que outros tenham vida; Jesus dá sua vida para dar vida. No entanto, o culto a esses ídolos não gera nenhuma vida. Entretanto, esse culto estéril não é o único; há um culto de exclusão muito semelhante ao que os contemporâneos de Jesus, mais especificamente os fariseus e os escribas (mestres da lei) realização (SOBRINO, 1996, p. 259-262). Eles prestavam um culto impecável à lei de Deus, contudo não ao Deus da lei que é o mesmo Deus do Reino e da vida que faz com que sua justiça supere toda lei positiva, especialmente para defender a liberdade do ser humano. A separação idolátrica entre puro e impuro persistiu por séculos a fio no seio da Igreja, por exemplo com os cátaros, mas parece persistir culto que hoje se presta a normas da liturgias e ao Direito Canônico e se esquece que ambos estão a serviço da vida do ser humano e não ao contrário, assim como “o sábado foi feito para o ser humano e não o ser humano para o sábado” (Mc 2,27).

Essa tendência idolátrica não deixa nem a sexualidade impune; não a idolatra a partir do hedonismo, mas a partir do puritanismo. O rito sacrificial realizado a este ídolo imola a própria pessoa já que a torna incapaz de captar toda profundidade de significado da sexualidade humana, que não só fonte de um prazer considerado ilícito, mas caminho para a própria pessoal, uma vez exige abertura ao outro, exige alteridade. O puritanismo praticado por alguns setores católicos está mais ocupado em se preservar do que se doar e, portanto, doar vida (SOBRINO, 1982, p. 195-202).

Enfim, há um sem-número de práticas que católicos e católicas têm realizado e são criações – para não dizer invenções – humanas e, portanto, podem se tornar ídolos. A idolatria impede a verdadeira conversão para o Deus do Reino, o Deus da vida. A conversão, em primeiro lugar, é obra do Espírito no coração dos homens e mulheres que lhe são dóceis; a verdadeira conversão gera disponibilidade para cumprir a vontade de Deus e misericórdia para com o próximo. A idolatria gera fechamento em si mesmo, logo fechamento à vontade de Deus e, também, opressão e exclusão do próximo mediante a formação de pequenos grupos de iniciados nos cultos idolátricos.

Diante da grave situação social e política pela qual o Brasil e o mundo passam, os católicos e católicas não podem se dar o direito de cair na idolatria. O Deus do Reino, o Deus da vida anunciado por Jesus de Nazaré não quer pequenos grupos de iniciados em ritos ocultos e idolátricos aguardando o final dos tempos; o compromisso social e político pertence ao Evangelho e à sua vivência (SOBRINO, 1996, p. 131-136). Uma verdadeira espiritualidade católica exige comprometimento com o acontecer social e político, sobretudo porque um novo horizonte de justiça e paz somente irá surgir com os pés postos na história.

É urgente que os católicos e católicas se reúnam para que, inspirados pela práxis de Jesus de Nazaré em favor dos mais pobres, as vítimas que morrem por causa da idolatria do acúmulo da riqueza, aprendam mais sobre a vida em sociedade, a vida política, a importância da participação democrática de todos e as responsabilidades inerentes a essa participação e, sobretudo, à liberdade do ser humano. Não é hora de se reunirem só para idolatrarem seus véus, suas correntes, suas relíquias, suas práticas medievais e seu puritanismo. É hora de partilhar solidariamente “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (GS n.01).

Notas:

[1] CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO, Conclusões de Medellín, São Paulo: Paulinas, 1987.

[2] PAPA FRANCISCO, A Alegria do Evangelho, São Paulo: Edições Loyola, 2013; O rosto da misericórdia, São Paulo: Edições Loyola, 2015.

[3] SOBRINO, J., Jesús en América Latina, Santander: Editorial Sal Terrae, 1ª edición, 1982.

[4] SOBRINO, J., Jesus, o Libertador: a história de Jesus de Nazaré, 2ª edição, Petrópolis: Vozes, 1996. Ainda que o texto original espanhol tenha sido publicado em 1991 pela UCA, no presente texto, seguir-se-á a edição citada. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)

Que Cristo foi transpassado por uma lança verifica-se ao pé da terra nas palavras de Zacarias (I2,10). De Jesus não se quebrou nenhum osso; para se cumprir o que ordenava a Lei de Moisés a respeito a respeito do cordeiro, que se sacrificava na Páscoa (Ex. 12,46)! Ao mesmo instante, saiu sangue e água. O sangue era sinal do próprio sacrifício pelos pecados, como recorda a carta aos Hebreus 9,21: “Sem derramar o sangue não se apagam os pecados”.

A água, no Evangelho, é sinal de graça, ou seja, do dom do Espírito Santo. João primeiro, e a Igreja depois dele, vão ver sair do coração aberto de Cristo os sacramentos do batismo e da eucaristia: água e sangue.

Da cruz brota para nós o perdão e a vida nova. (JO. 5,6): “Tanto a água como o sangue são sinais de Jesus Cristo. Não só água, mas a água com o sangue. São também os sinais do Espírito Santo por ser Ele o Espírito da Verdade”.

O coração aberto nos convida a descobrir o amor poderoso e o segredo, que inspirava toda a vida de Jesus. Os que rodearam e conviveram com ele, verão diluir e a estender com o tempo estas recordações e emoções, mas descobrirão também, que não houve palavras, gestos, incluído o silêncio, que em Jesus manifesta o Amor de Deus.

O coração aberto deu origem à devoção ao Coração de Jesus. Convida para não se perder em emoções, mas aprofundar as considerações e palavras, que explicam a fé, e assim nos levam a olhar melhor para Jesus, e contemplar o Seu amor, e a deixar-nos transformar na Sua imagem.

 

*Dom Frei Wilmar Santin, O. Carm.

1 – Eras, períodos cronológicos e suas entradas em vigor

Hoje é tranquilo datar acontecimentos históricos usando a.C. ou d.C., ou seja, usar a Era Cristã. Mas nem sempre foi assim. Como os romanos ou gregos faziam para datar um documento ou dizer cronologicamente quando aconteceu algo?

2– Anos do Consulado

Foi usado pelos romanos para datar leis, atos públicos .... Tem sua origem na implantação da República Romana e começa no ano 509 a.C.

O 1º dia do ano é o dia 1º de janeiro, ou seja, o dia em que os cônsules iniciavam suas atividades. Foi usado até o ano 541 d.C., quando Basílio, o Jovem, foi investido como cônsul. Depois passa a se dizer “P.C. (post consulatum) Basilii anno I, II, etc.”[2].

O último documento conhecido em que se usou a datação “post consulatum” é uma carta do Papa Sérgio III do ano 904.

3– Olimpíadas

O historiador siciliano Timeo (+ 256 a.C.) foi o primeiro a utilizá-la em sua história universal. Começava no ano 776 a.C. e servia para calcular o tempo na lista dos vencedores dos jogos olímpicos. Como os jogos aconteciam a cada 4 anos, se datava assim: 1ª Olimpíada ano I (776 a.C.), ano II (775 a.C.), ano III (774 a.C.) e ano IV (773 a.C.), depois 2ª Olimpíada ano I (772 a.C.), ano II (771 a.C.)..... O 1º dia do ano é o dia 1º de julho.

Foi usado tanto no Oriente como no Ocidente mas somente por historiadores e cronistas. Nunca se tornou popular. Foi abolido por Teodósio o Grande no ano 395 d.C.

4- Era da Fundação de Roma (“ab Roma condita”)

Sobre a fundação de Roma, há divergências sobre o ano. Há diferentes opiniões sobre o ano da fundação de Roma. A mais usada pelos grandes historiadores, como exemplo: Tácito, Plínio e Dione, é a de Marco Terêncio Varrão, que aponta o ano 753 a.C[3]. Em relação ao dia e mês, há consenso que seja o dia 21 de abril.

Passou a ser usada no século I d.C., mas somente por historiadores e nas listas dos cônsules. Nunca foi usada pelos romanos nas leis, documentos públicos e nos monumentos. O 1º dia do ano é também o dia 1º de janeiro, e não o dia 21 de abril, como seria mais lógico.

5– Era de Diocleciano ou dos Mártires

A Era de Diocleciano tem início no dia 29 de agosto de 284 d.C. A partir do século VII passa a ser chamada de Era dos Mártires com o objetivo de recordar a grande perseguição que Diocleciano fez contra a Igreja.

Foi usada inicialmente no Egito e depois em alguns países ou regiões do Ocidente, como em Milão no tempo de Santo Ambrósio. São Cirilo de Alexandria a usou em sua tabela pascal. Ainda é usada hoje pelos coptas no Alto Egito[4]O 1º dia do ano é o dia 29 de agosto. A partir de 1853, por causa da reforma gregoriana o início equivale ao dia 11 de setembro do nosso calendário.

6– Era da Espanha

A Era da Espanha foi introduzida no século V, recordando a conquista da Espanha feita por  Augusto no ano 38 a.C. Foi muito usada época medieval na Península Ibérica. Foi abolida na Catalunha em 1180, na Castela e Leão em 1383[5] e em Portugal em 1422. Mesmo abolida, foi usada na Espanha até a metade do século XV. O 1º dia do ano é também o dia 1º de janeiro.

7– Era Cristã

A Era Cristã é a que nós utilizamos. Passou a ser usada a partir do século VI por Dionísio, o Pequeno, que tinha sido encarregado pelo Papa para fazer uma nova tabela da Páscoa em continuação à de São Cirilo. Dionísio passa a usar como ponto inicial a data do nascimento de Jesus. Pelas suas contas Jesus nasceu no dia 25 de dezembro do ano 753 da Fundação de Roma, ou seja, 25 de dezembro do 1 a.C. O primeiro ano a Era Cristã (d.C.) seria o ano 754 da Fundação de Roma (“ab Roma condita”). Esse cálculo mostrou-se errado entre 4 e 7 anos, porque o censo foi promulgado no ano 746 da Fundação de Roma e Herodes morreu no ano 750 da Fundação de Roma. Portanto Jesus nasceu entre estes dois anos. No entanto, o uso continua de acordo com os cálculos de Dionísio.

Inicialmente passou a ser usada na Itália já no séc. VI, depois na Inglaterra (séc. VII), Espanha e França, mas nos primeiros tempos somente por cronistas e historiadores.

Nos documentos, os primeiros a usarem esta Era foram os anglo-saxões no início do séc. VIII. Depois o seu uso entrou na França (metade do séc. VIII), Alemanha (séc. IX), Espanha (séc. XIV), Grécia e Portugal  (séc. XV). A Igreja passou a usá-la oficialmente através da cancelaria pontifícia sob o pontificado de João XIII (965-72) – no período anterior há o uso isolado em algumas cartas papais. No Ocidente uso da Era Cristã começa a se generalizar a partir do século X.

Há 3 datas para o início do ano:

1º de janeiro, como se usa atualmente;

25 de dezembro, com o nome “do Nascimento”;

25 de março, com o nome “da Encarnação”.

8- Era Bizantina

A Era Bizantina, também conhecida como Constantinopolitana ou Grega, começou a ser usada no séc. VII d.C. pelos gregos e ortodoxos. O primeiro ano seria o início do mundo e Jesus teria nascido no ano 5508, que corresponde ao ano 1 a.C. O primeiro ano da Era Cristã (d.C.) corresponde ao ano 5509 da Era Bizantina. Foi usado até 1º de janeiro de 1700, quando czar Pedro, o Grande, o aboliu na Rússia.

9– Egira de Maomé

A contagem começa no dia da fuga (egira) de Maomé de Meca, ou seja, no dia 16 de julho do ano 622 d.C. O 1º dia do ano é o dia 16 de julho.

*Dom Frei Wilmar Santin, O, Carm é Bispo da Prelazia de Itaituba- PA.

[1] Anotações para ajudar os alunos do 1º ano de Teologia do ITEPES (Manaus, AM) na disciplina História da Igreja I.

[2]Após o consulado de Basílio ano I, II, etc.

[3] Outra opinião bastante conhecida é a de Catão o Velho, que aponta ano 752 a.C.

[4] Os coptas usam o calendário juliano.

[5] Por ordem do rei João I, que estabeleceu o uso da Era Cristã com o início do ano dia 25 de dezembro.

Um crocodilo matou um pastor protestante que realizava o batismo de fiéis no lago Abaya, em Arba Minch (Etiópia).

Doche Eshete estava conduzindo a cerimônia coletiva na tarde do último domingo (3/6) quando foi surpreendido pelas costas por um grande réptil.

O religioso foi ferido nas pernas, nas costas e nas mãos, morrendo no local. Segundo o site etíope "Borkena", o ataque foi testemunhado por 80 fiéis. "Ele batizou uma pessoa e, quando ia batizar a segunda, o crocodilo surgiu e atacou o pastor", contou uma testemunha à BBC.

Fiéis conseguiram evitar que o animal arrastasse o corpo de Doche até o meio do lago. O crocodilo escapou. O lago abriga uma numerosa população de crocodilos. Fonte: https://extra.globo.com

1º DIA – SANTO ANTÔNIO, MESTRE DO EVANGELHO

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.

PALAVRA DO SANTO: “São os pobres, os simples, os humildes, que têm fome e sede da palavra da Vida”.

ORAÇÃO: Senhor, a vossa palavra é o alimento de nosso espírito e a luz em nosso caminho. Abri nosso coração para acolhê-la, nossa mente para entendê-la e motivai nossa vontade para praticá-la. Por intercessão de Santo Antônio, Mestre do Evangelho, fazei que consigamos orientar nossa vida pessoal, familiar e comunitária com a verdade libertadora de vossa palavra. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

2º DIA – SANTO ANTÔNIO, MESTRE DA ORAÇÃO

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós alcançareis” (Mt. 21,22).

PALAVRA DO SANTO: “A pessoa reza quando adere a Deus no amor e, em certo sentido, fala com Deus de maneira familiar e devota”.

ORAÇÃO: Senhor, nós somos necessitados de mais vida e reconhecemos que vós sois a fonte de todos os bens. A vós recorremos na oração para nos manter em sintonia convosco. De coração arrependido, pedimos perdão de nossos pecados. De coração agradecido, vos louvamos pelas vossas maravilhas em favor da vida. Com Santo Antônio, mestre da oração, estamos em vossa presença como filhos. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

3º DIA – SANTO ANTÔNIO, MESTRE DA VERDADE

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus” (Jo 3,21).

PALAVRA DO SANTO: A verdade convence e “nossa linguagem é penetrante quando é nosso agir que fala”.

ORAÇÃO: Ó Santo Antônio, homem cheio de sabedoria, que através de teus ensinamentos, foste uma luz para a Igreja, ilumina o nosso caminho com a verdade do Evangelho e ensina a nossa sociedade a distinguir o bem do mal, para que jamais nos deixemos envolver pelas trevas do erro e da mentira. Por Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

4º DIA – SANTO ANTÔNIO MODELO DE FÉ

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta-nos a fé!” Disse o Senhor: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá”. (Lc 17,5-6)

PALAVRA DO SANTO: “Para o cristão, crer em Deus não significa tanto acreditar que Ele é verdadeiro e fiel; significa sim acreditar amando”.

ORAÇÃO: Senhor, nós vos agradecemos pelo dom da fé que nos faz ver além das aparências as pessoas e os fatos. Fazei que nos dediquemos continuamente no crescimento da fé, pelo conhecimento da vossa palavra, pela oração e pela busca sincera da verdade. Que o exemplo de Santo António nos ajude a viver uma fé sincera e corajosa, forte e segura. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

5º DIA – SANTO ANTÔNIO MODELO DE ESPERANÇA

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “A tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade comprovada produz a esperança. E a esperança não decepciona” (Rm 5, 4-5).

PALAVRA DO SANTO: “A esperança é a expectativa dos bens futuros… Ao desesperado falta a coragem para progredir”.

ORAÇÃO: Senhor, como faz bem ter esperança e cultivar a esperança. Em vós nossas esperanças sempre encontram resposta. E a cada resposta que vem de vós, nasce uma nova esperança. Nós vos pedimos, Senhor, que nosso coração seja fortalecido pela virtude da esperança e que nosso olhar se fixe lá onde se encontram as verdadeiras e eternas alegrias. Com Santo Antônio, renovai nossas esperanças em Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

6º DIA – SANTO ANTÔNIO MODELO DE AMOR

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “O meu mandamento é este: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Não existe maior amor do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).

PALAVRA DO SANTO: “Existe um só amor para com Deus e para com o próximo. Este é o Espírito Santo, porque Deus é Amor”.

ORAÇÃO: Senhor, vós sois amor revelado na Trindade. Por amor nos criastes e por amor nos sustentais. No amor nos salvastes e no amor nos destes o primeiro e o maior de todos os mandamentos. Com Santo António, modelo de amor, possamos nos dedicar ao vosso serviço, no serviço dos irmãos. Senhor, que vosso amor se torne sempre mais a grande força transformadora do mundo. Por Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

7º DIA – SANTO ANTÔNIO E JESUS CRISTO

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Jesus Cristo é sempre e o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis desviar por doutrinas estranhas” (Hb 13, 8-9)

PALAVRA DO SANTO: “Ele veio para ti para poderes ir a Ele”.

ORAÇÃO: Senhor, vós revelastes o vosso amor, vossa bondade, vosso perdão e vossa imagem em Cristo Jesus. Fazei que possamos reconhecê-lo e amá-lo, segui-lo e indicá-lo sempre aos nossos irmãos, pelo exemplo de vida, por nossas boas obras e pela nossa palavra. Por intercessão de Santo António, fazei que nossa fé seja sempre mais viva e nossa missão sempre mais corajosa e fiel. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

8º DIA – SANTO ANTÔNIO E O ESPÍRITO SANTO

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “O Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos lembrará tudo o que eu vos disse”. (Jo 14,26)

PALAVRA DO SANTO: “Em contato com o Espírito Santo, a alma vai, pouco a pouco, perdendo suas manchas, sua frieza, sua dureza e transformando-se totalmente naquele fogo aceso nela”.

ORAÇÃO: Ó Deus, vosso Espírito criou do nada todas as coisas; tornou-se a força dos profetas e a coragem dos mártires. Pelo Espírito Santo, vosso Filho foi concebido no seio de Maria e por ele nasceu a Igreja no mundo. Vosso Espírito fez de António o santo de todos os povos e o pregador de vossa Palavra. Que sua luz nos ilumine sempre e nos transforme, de pecadores que somos, em santos para vossa glória. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

9º DIA- SANTO ANTÔNIO E MARIA

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Maria, Tu és feliz porque acreditastes, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”(Lc 1,45).

PALAVRA DO SANTO: “O Senhor criou o paraíso terrestre e colocou nele o homem, para que o cultivasse e o guardasse: infelizmente, Adão o cultivou mal. Foi então necessário que Deus plantasse outro paraíso, muitíssimo mais belo: Nossa Senhora”.

ORAÇÃO (De Santo Antônio): Rainha nossa, insigne Mãe de Deus, nós te pedimos: faze com que nossos corações fiquem repletos da graça divina e resplandeçam de alegria celeste. Fortalece-os com a tua fortaleza e enriquece-os de virtudes. Derrama sobre nós o dom da misericórdia, para que obtenhamos o perdão de nossos pecados. Ajuda-nos a viver de modo a merecer a glória e a felicidade do céu. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

10º DIA – SANTO ANTÔNIO E A EUCARISTIA

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6,35).

PALAVRA DO SANTO: “No altar, sob as aparências de pão e de vinho, está presente o próprio Jesus, vivo e glorioso, revestido daquela carne humana com que outrora ele se ofereceu e ainda hoje continua se oferecendo todos os dias como vítima ao divino Pai”.

ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, que na Eucaristia nos deixastes o memorial da vossa Páscoa, concedei-nos a graça de que este mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue realize a redenção e transforme a nossa vida numa comunhão sempre mais plena convosco e com os irmãos. Vós que viveis e reinais na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO…AVE-MARIA…GLÓRIA AO PAI

11º DIA – SANTO ANTÔNIO E A CRUZ

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim (Mt 10,38)

PALAVRA DO SANTO: “O Cristão deve apoiar-se na Cruz de Cristo, como o peregrino se apoia no bastão quando empreende uma longa viagem… Dirijamos nossos olhares a Jesus, nosso Senhor, pregado na Cruz da Salvação”.

ORAÇÃO: Senhor, o vosso amor se manifesta de infinitos modos, mas o maior gesto de amor ficou selado na Cruz redentora de vosso Pilho. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus”. Senhor, a Cruz também foi assumida por Santo Antônio e anunciada como o grande sinal da Ressurreição. Dai-nos fé e coragem para tomá-la a cada dia e seguir-vos na doação pelos irmãos. Amém!

PAI-NOSSO…AVE-MARIA…GLÓRIA AO PAI

12º DIA – SANTO ANTÔNIO E A MISSÃO

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Vos sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo… Que a vossa luz brilhe diante dos homens para que eles vejam as boas obras e louvem o Pai que está no céu” (Mt 5, 13-16).

PALAVRA DO SANTO: “O fiel Cristão, iluminado pelo resplendor de Cristo, deve emitir centelhas de palavras e exemplos para, com eles, inflamar o próximo”.

ORAÇÃO: Senhor, vós nos criastes sem nós, mas sem nós não nos salvareis. Como aconteceu com Santo António, fazei que entendamos a nossa missão neste mundo, junto a nossa família e a nossa comunidade. Que ninguém de nós passe por este mundo na indiferença e na omissão. Com vossa ajuda e a proteção de Santo António possamos produzir frutos de justiça e de paz, de fraternidade e amor, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO…AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI

13º DIA – SANTO ANTÓNIO E À ETERNIDADE

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito; pois eu vou preparar-vos um lugar” (Jo 14, 1-2).

PALAVRA DO SANTO: “Então teus olhos serão realmente saciados, porque verás aquele que tudo vê… Então tua alma será realmente uma rainha, ela que agora é uma escrava aqui no exílio; teu corpo ficará repleto de felicidade e tua alma será glorificada. Teu coração dilatar-se-á numa alegria indescritível”.

ORAÇÃO: Senhor, Deus da vida, vós nos criastes para vós, e o nosso coração estará inquieto até que em vós não repouse. Concedei-nos a graça de caminhar decididos rumo à Pátria celeste para a qual nos dirigimos, sem esquecer o bem que nos cabe realizar nesta vida para obtermos a vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

PAI-NOSSO…AVE-MARIA…GLÓRIA AO PAI

Autor: Frei Luís S. Turra, capuchinho (extraído do livro “Santo Antônio de Pádua, homem do Evangelho, confidente do povo). Fonte: http://franciscanos.org.br

Essa especulação, pelo menos por enquanto, é apenas boato. O comentário é de Robert Mickens, publicado por La Croix International, 01-06-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.

Todo mundo adora boatos sobre compromissos papais. E este é um boato particularmente sedutor que circulou pelo Vaticano nos últimos dias: Em breve, o Papa Francisco deve anunciar os nomes que foram recentemente acrescentados à lista de novos cardeais neste domingo, dia 2 de junho.

Que fique claro desde o início que se trata de um mero boato. Entraremos em detalhes em seguida. Mas lembre-se de que tal medida não aconteceria sem precedentes. No dia 21 de janeiro de 2001 – logo após a conclusão do Grande Jubileu de 2000 –, o Papa João Paulo II fez o seguinte anúncio à multidão reunida na Praça de São Pedropara a missa dominical de Angelus:

"Tenho a honra de anunciar que no dia 21 de fevereiro, véspera da comemoração da Cátedra de São Pedro, convocarei um consistório no qual, novamente desconsiderando o limite estabelecido pelo Papa Paulo VI (...), serão nomeados 37 novos cardeais".

Como sempre, algumas pessoas ficaram muito felizes com os nomes que constavam na lista e outras ficaram tristes pelos que não constavam. Muitos no Vaticano não gostaram de fato de que um dos cotados a receber o chapéu vermelho era o então arcebispo Crecenzio Sepe, o napolitano que supervisionou as atividades do Jubileu, mas foi criticado (também pelo cardeal Joseph Ratzinger) por transformar esse grande evento espiritual num carnaval lucrativo. Sepe tinha apenas 57 anos na época, demasiado jovem para ser cardeal sediado no Vaticano.

Além disso, com o fim do Jubileu, ainda não tinha um cargo oficial. Apenas três meses depois – já sendo cardeal – seria nomeado líder da poderosa Congregação para a Evangelização dos Povos ("Propaganda Fide").

Outros ficaram indignados que o bispo Karl Lehmann, na época aos 64 anos e já em seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Conferência Episcopal alemã, não estivesse na lista dos novos cardeais.

Era seu 17º ano como líder da antiga diocese de Mainz, que foi fundada no século IV e incluía a crescente capital financeira da Alemanha de Frankfurt. No anúncio dos novos cardeais de 21 de janeiro, João Paulo declarou: "em breve, também gostaria de anunciar os nomes dos cardeais in pectore".

São cardeais que o papa gostaria de ter indicado antes, mas não indicou por receio de que os colocasse em perigo, como o caso dos que vivem sob regimes opressivos. Portanto, ele guarda seu nome em segredo ("no peito" ou "perto do peito") até algum momento futuro.

Naquele mesmo domingo, o Papa polonês também acrescentou que não podia dar chapéus vermelhos para (ou seja, não havia espaço suficiente para) outros "muito caros para mim, que por seu serviço ao povo de Deus merecem muito ser elevados à dignidade do cardinalato". Ele disse que esperava ter a oportunidade "de fazê-lo no futuro".

Ninguém sabia exatamente quando João Paulo revelaria os nomes dos cardeais in pectore, mas entendeu-se quase universalmente que os demais merecedores teriam de esperar até o próximo consistório, ou seja, provavelmente por mais um ano.

Em vez disso, apenas sete dias depois, na missa de Angelus de 28 de janeiro de 2001, o papa falecido não apenas anunciou dois bispos de países do antigo bloco soviético que tinha indicado como cardeais in pectore, como também acrescentou outros quatro eleitores à lista original.

Karl Lehmann foi um deles.

Apesar de constantes negativas da Sala de Imprensa da Santa Sé e de outras autoridades da Cúria Romana, fontes privilegiadas disseram que João Paulo II só decidiu indicar Lehmann para ser cardeal após pessoas influentes na Alemanha, cuja igreja era a principal contribuinte financeira da Santa Sé, e outros projetos missionários do mundo todo exigiram que o bispo de Mainz vestisse o chapéu vermelho.

Como mais uma condição, o Papa também acrescentou o arcebispo ultraconservador da Alemanha, Johannes Degenhardt, de Paderborn, à lista expandida, provavelmente após consultar o líder doutrinário do Vaticano, o cardeal Ratzinger.

Os outros dois nomes que foram acrescentados ao consistório de fevereiro de 2001 foram Wilfrid Napier, da África do Sul, e Julio Terrazas Sandoval, da Bolívia. Degenhardt foi o primeiro a aparecer na nova lista. E para destacar que era um compromisso, o Papa colocou o nome de Lehmann por último na lista dos novos eleitores.

Curiosamente, vários dos que se tornaram cardeais nesse consistório expandido acabaram sendo os principais assessores do Papa Francisco. Entre seus nomes, estão Walter Kasper (um de seus principais conselheiros teológicos), Francisco Errazuriz e Oscar Rodriguez Maradiaga (membros do C9, o Conselho de Cardeais), Claudio Hummes (o brasileiro a que segundo o papa foi a inspiração para o nome Francisco) e o falecido Cormac Murphy-O’Connor (um dos que mais incentivou os cardeais a elegê-lo papa).

Quem também teve direito ao chapéu vermelho em 21 de fevereiro de 2001 foi ninguém menos que Jorge Mario Bergoglio, hoje Bispo de Roma.

Mas voltando aos boatos...

Há apenas duas semanas, no dia 20 de maio para ser mais preciso, o Papa Franciscorevelou publicamente os nomes dos 14 novos cardeais (11 com menos de 80 anos de idade, podendo votar em um futuro conclave). Esses cardeais serão indicados num consistório no dia 29 de junho.

Como já tinha feito nos quatro consistório anteriores, o Papa novamente surpreendeu ao escolher líderes de dioceses ou escritórios do Vaticano que nunca foram liderados por um cardeal. Desta vez, quem fugiu à regra foi o arcebispo Konrad Krajewski, um polaco de 54 anos que foi indicado à esmolaria papal poucos meses depois do início do atual pontificado.

Mas no anúncio de duas semanas atrás Francisco errou a data do consistório (e até o nome de um dos cardeais designados). A cerimônia dos cardeais na verdade vai acontecer no dia 28 de junho.

A pergunta agora é se – de acordo com este último boato – ele também esqueceu de incluir determinadas pessoas à lista original de novos cardeais ou, o mais provável, se foi fortemente aconselhado depois (leia-se, pressionado) a acrescentar alguém que tivesse esquecido?

O boato sugere que o Papa argentino, de 81 anos, vai acrescentar outros dois nomes – um deles da Cúria Romana – à elite do Colégio dos CardeaisSendo muito claros, o Papa tem total liberdade e autoridade para escolher quem ele quiser para ser cardeal ou até mesmo não escolher ninguém.

Mas autoridade e poder de governo são duas coisas diferentes. O poder do papa de liderar, persuadir, comandar a lealdade, promover a unidade e governar de forma eficaz pode diminuir muito se ele não usar sua autoridade com sabedoria.

Foi considerado estranho e até mesmo injusto por alguns que Francisco tenha decidido dar um chapéu vermelho ao arcebispo da Esmolaria Apostólica e não a alguns bispos responsáveis por dioceses muito importantes e até mesmo complexas, ou ainda por escritórios da Cúria Romana.

Mas quem mais se destaca é o arcebispo de Los Angeles, José Gómez. O mexicano de 66 anos lidera a maior igreja dos Estados Unidos e sétima maior do mundo, com 4,4 milhões de fiéis.

O arcebispo Gómez é membro do Opus Dei (o que não é problema algum no atual pontificado) e é considerado um conservador doutrinário, mas também foi um dos defensores mais fortes dos direitos e da dignidade dos imigrantes e refugiados nos Estados Unidos.

Ele atua em Los Angeles desde 2010, liderando uma arquidiocese multiétnica com uma sequência ininterrupta de cardeais desde 1953, sendo o mais recente o cardeal Roger Mahony, agora com 82 anos. Ele também vem de uma igreja estadunidense que tem sido extremamente generosa em seu apoio financeiro à Santa Sé.

Se Francisco acrescentar Gómez (ou qualquer outra pessoa), ele também deve entrar para tentar despistar qualquer desconfiança de que tenha sofrido pressão para acrescentar mais nomes à lista. E podem ser de outras dioceses ou da Cúria Romana.

Atualmente, dois italianos lideram grandes escritórios do Vaticano que normalmente seriam liderados por cardeais que ainda não têm o chapéu vermelho. O mais notável é o arcebispo Rino Fisichella, 66 anos, um grande teólogo que é presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização desde sua criação, em 2010.

O outro é o arcebispo Filippo Iannone, 60 anos, advogado canonista e Carmelita que só recentemente foi nomeado presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos.

Iannone parece um tiro no escuro, mas isso não significa que Fisichella seja um tiro certeiro. Há outros religiosos em Roma que o Papa admira por terem lidado com processos delicados ao longo dos anos e, mais recentemente, têm feito importantes contribuições ao pontificado, embora estejam em grande parte distantes dos holofotes.

Um deles é o arcebispo Silvano Tomasi, 77 anos, especialista reconhecido em questões de migração. Ele foi o hábil arquiteto do novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que exigiu cuidado para realizar a fusão de três escritórios do Vaticano.

Ele é membro dos Missionários Escalabrinianos, tem cidadania dupla italiana e estadunidense e foi núncio apostólico da Etiópia e da Eritreia, bem como representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra.

Outro é o arcebispo Claudio Celli, 76 anos, que foi diplomata papal por toda a vida e mais recentemente tornou-se presidente do extinto Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Ele conhece o Papa desde a nunciatura papal, na Argentina, no final dos anos 70. Também é um dos experiente mais experientes e reconhecidos do Vaticano em relações com a China.

Também há o arcebispo Piero Marini, 76 anos, presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais desde 2007, escritório liderado por cardeais desde 1969. Portanto, Marini, autoridade da Cúria Romana de longa data, é o chefe de escritório que ainda não ganhou um chapéu vermelho.

E há razões significativas por que Francisco pode querer mudar esse cenário. Foi sugerido e corroborado por evidências muito convincentes que o Papa queria que Marini fosse prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos no final de 2014.

Mas neotradicionalistas litúrgicos de Roma próximos de Bento XVI – segundo alguns, com a bênção do antigo papa – protestaram, dizendo que Francisco "causaria uma guerra" com essa indicação. Para eles, a figura de Marini, que tem doutorado em liturgia e foi assessor das comissões do Vaticano que supervisionaram as reformas litúrgicas pós-Vaticano II, bem como sua implementação, traria divisão.

Em vez disso, sugeriram que o Papa optasse pelo cardeal Robert Sarah, um africano conhecido na Cúria por sua piedade tranquila. Embora seja conhecido por suas inclinações litúrgicas tradicionalistas, só mais tarde ficou evidente que ele era um revisionista do Concílio Vaticano II e defensor ferrenho dos neotridentistas mais hostis ao Papa atual.

Na verdade, o cardeal Sarah contradisse o Papa Francisco de forma consistente e agora é membro de pleno direito do pequeno grupo de bispos que não esconde que discorda dele.

Muitos se perguntam por que o Papa permite que Sarah continue no cargo atual. Mas como ele parece determinado a deixar o cardeal terminar seu mandato de cinco anos, há outra coisa que ele podia fazer.

Certamente o número de pessoas contentes seria muito maior do que as descontentes se Francisco aproveitasse o precedente aberto por São João Paulo II em 2001 e retificasse essa indicação forçada (e desastrosa) concedendo um chapéu vermelho a Piero Marini. Mas essa especulação, pelo menos por enquanto, é apenas boato. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

O padre José Alberto Idiáquez, reitor da Universidade Centro-americana (UCA) da Nicarágua, foi ameaçado de morte, denunciou ontem o Provincial da América Central, Rolando Alvarado. A reportagem é publicada por El Mundo, 02-06-2018. A tradução é de André Langer.

Em uma declaração escrita, Alvarado informou que uma fonte fidedigna revelou que a integridade física e a própria vida de Idiáquez estão correndo grave perigo.

“O padre Idiáquez foi ameaçado por sua participação na mesa de diálogo na Nicarágua, convocado pela Conferência Episcopal por estar do lado dos estudantes, por defender os direitos humanos daqueles que estão pacífica e legitimamente exigindo seus direitos constitucionais, por fazer contínuos apelos ao Governo da Nicarágua a dar sinais concretos de que a paz que dizem buscar seja fruto da justiça e do compromisso democrático e por envolver a universidade enquanto tal nesse esforço dos nicaraguenses”, afirmou. Ele responsabilizou o governo de Daniel Ortega por qualquer agressão ou ataque que o padre jesuíta possa sofrer.

“Faço um apelo às organizações nacionais e internacionais de direitos humanos, à OEA, à ONU, ao Parlamento Europeu, a todas as universidades jesuítas do mundo, às diferentes Igrejas e a todas as pessoas comprometidas com a dignidade do ser humano, a apoiar resolutamente a saída pacífica e negociada para a trágica situação que a Nicarágua está vivendo”, escreveu.

O governo de Ortega respondeu aos protestos na Nicarágua com sangrentos ataques contra os manifestantes. De acordo com a imprensa local desse país, 99 pessoas foram mortas em questão de 45 dias. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Nas redes, internautas acreditavam ser pedido por combustível

RIO — A foto de um grupo de pessoas de mãos dadas e cabeças abaixadas, na pista de um posto de gasolina, viralizou nas redes sociais em meio à crise de abastecimento motivada pela greve dos caminhoneiros. A imagem foi feita no último domingo, num posto na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro Tamarineira, em Recife.
Nas redes, começou a circular a mensagem de que o grupo se reuniu para pedir por gasolina e que pertencia a uma igreja da região. Porém, segundo uma das proprietárias do posto, que pediu para não ser identificada, as pessoas se reuniram no domingo para rezar pelo país.

— Não era nada ligado à igreja, culto ou sobre a gasolina. Falaram que era uma oração para a gasolina chegar, que era contra os caminhoneiros e não tem nada a ver. Estávamos apenas pedindo por um Brasil mais calmo, tranquilo e um futuro maravilhoso. Nos reunimos na pista do posto e mais pessoas foram chegando — disse a proprietária.

Ainda segundo a proprietária, o posto estava sem gasolina no domingo, mas a corrente não foi motivada pela falta de abastecimento. Nesta terça-feira, o EXTRA entrou em contato com o posto às 15h45m e ainda não há previsão para o abastecimento de combustível. Fonte: https://oglobo.globo.com

“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.  (Papa Francisco)

A Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, através do seu Ministro Provincial e do seu Definitório, que esteve reunido no Santuário de São Francisco das Chagas, em Canindé – Ceará, em comunhão com o Carisma Franciscano e em solidariedade para com os pobres e trabalhadores do Brasil, decidiu manifestar ao povo de Deus e a sociedade civil onde estamos inseridos, o nosso olhar sobre o momento em que o Brasil e seus brasileiros vivem.

O Brasil, assim como o mundo, passa por um momento de grande confusão social: guerra, intolerância política e religiosa, empobrecimento mundial, fragilização das instituições democráticas, perda de direitos, crise migratória e tráfico humano, desrespeito à dignidade da vida humana nos seus mais variados aspectos,
destruição ambiental, corrupção política e enriquecimento ilícito de uma minoria em detrimento da miséria de milhões de irmãos e irmãs.

Em nosso país estamos assistindo a um dos cenários mais obscuros da nossa jovem democracia: a perda dos diretos dos trabalhadores e trabalhadoras, o aumento da pobreza e da desigualdade social, a violência generalizada atingindo sobre tudo os mais pobres, as mulheres os negros e os jovens, o descrédito da população na instituição política brasileira, a péssima influência da grande mídia como fonte de verdade e manipulação a serviço dos interesses do mercado e do capital.

Há uma desconfiança quase generalizada no modo como o Estado brasileiro manobra a justiça, dos artifícios que se utiliza na busca de soluções para que se promova a paz social no país. Há um contexto de divisão explícita de classe social, de polarização de interesses, de agressão ao espaço democrático, junto à ausência da profecia religiosa, da apatia e do comodismo social.

Diante deste quadro podemos nos perguntar: “quem está pagando o pato?”, sem dúvida são os mais pobres deste país: sem casa, sem trabalho, sem educação, sem saúde e segurança. São os estudantes: sem acesso a escola pública e aos financiamentos que os inseriam nas universidades. Há perda do direito à mobilidade dos brasileiros, sem transporte público de qualidade e a mercê do aumento abusivo dos combustíveis, gerando elevado preço da cesta básica, onerando assim o bolso dos cidadãos.

Apesar de tudo isso, nós brasileiros, pela força das nossas lutas e resistências, não podemos perder a Esperança. Enquanto irmãos menores, queremos ser portadores da Esperança Evangélica que à luz do nosso Carisma nos convoca a ser uma presença profética entre os pobres e a defender os direitos humanos e a justiça social.

Por isso, convocamos em primeiro lugar os nossos frades para que, junto com o
Povo de Deus, possa mais uma vez fazer uma clara opção pelos pobres, sendo uma presença junto aos movimentos sociais, pastorais, grupos paroquiais e família franciscana que lutam pelo direito à Justiça e a Paz.

Convidamos a todos a fazerem uma releitura da situação atual, a partir da ótica de nossa fé e do nosso carisma franciscano, tomando iniciativas concretas que ajudem
na construção de uma sociedade mais justa e fraterna como sinal do Reino de Deus.

Canindé, 25 de Maio de 2018.

Fr. João Amilton dos Santos

Ministro Provincial

Fonte: https://noscaminhosdefrancisco.wordpress.com

 

II Conferência do Celam, que aconteceu na Colômbia em agosto de 1968, foi essencial para a recepção do Concílio Vaticano II na América Latina.

A II Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) foi solenemente inaugurada em um sábado, 24 de agosto de 1968, na Catedral Metropolitana de Bogotá, na Colômbia, com discurso do Papa Paulo VI. A notícia foi publicada no jornal O SÃO PAULO à época, com repercussão dos bispos brasileiros que participaram da Conferência.

Entre eles, Dom Avelar Brandão, então Arcebispo de Teresina (PI) e Presidente do Celam, que, ainda no início da Conferência, pediu aos bispos para não adotarem posições radicais. “Somos todos irmãos”, disse o Bispo brasileiro “e a Igreja não pode ter linhas que corram em forma paralela, sem jamais se encontrarem”, afirmou o Bispo. 

O fato é que Medellín, Conferência da qual participaram cerca de 4 mil pessoas, foi um marco para a Igreja na América Latina e, com ela, afirma-se que, efetivamente, o Concílio Vaticano II (1962-1965) encontrou espaço nas igrejas particulares latino-americanas.

Em outro texto publicado no O SÃO PAULO , em agosto de 1968, o Cardeal Juan Landazuri Ricketts, então Arcebispo de Lima, no Peru, e um dos três presidentes da reunião do Celam, afirmou: “Por que não o dizer? Nossa mentalidade e formação, nossa maneira de pensar e agir são diversas, inclusive alguns pareçam discordantes, mas, talvez, não é esta a hora da claridade? Estamos reunidos para aplicar o espírito do Vaticano II que continua despertando esperanças por toda parte”.

A continuidade do Concílio Vaticano II e as conclusões da Conferência – que terminou no dia 6 de setembro de 1968 – marcaram uma posição inteiramente inovadora para a Igreja na América Latina. 

O Cardeal Rossi, então Arcebispo de São Paulo, também salientou esse sentimento de novidade, quando afirmou em texto publicado no Semanário da Arquidiocese: “Iniciou-se uma nova era na Igreja da América Latina em que o espírito eclesial e de colegialidade episcopal saiu fortalecido em nosso continente. Contribuiu o Brasil com especial quinhão para esse êxito, graças à sua delegação, em que se quis levar em conta também a representatividade das diversas regiões do nosso País”.

UM ANO DE TRANSFORMAÇÕES

Padre José Oscar Beozzo, Doutor em História Social e coordenador-geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, recordou também que a Conferência de Medellín aconteceu em um ano de transformações em todo o mundo. 

“Já em janeiro de 1968, o mundo surpreendeu-se quando a ofensiva do Tet, no Vietnã, ficou conhecida pela ofensiva às tropas norte-americanas. No Brasil, o regime militar ganhou força nas ruas do País e as prisões e torturas aconteceram de forma violenta, precedendo o Ato AI-5. Já em Praga, na Europa, ficou conhecida a Primavera de Praga, com a liberalização política na Tchecoslováquia. Enfim, Medellín aconteceu no meio desses movimentos em todo o mundo e isso não pode ser ignorado”, salientou Beozzo.

Ele também recordou que o Beato Paulo VI criou a Pontifícia Comissão Justiça e Paz e escreveu a encíclica Populorum Progressio . “Tais ações foram, de alguma maneira, uma resposta aos bispos latino-americanos que pediram ao Papa uma atenção especial da Igreja acerca da realidade latino-americana, sobretudo no que se refere à pobreza e às injustiças sociais”, continuou. 

Em 2018, comemora-se os 50 anos da Conferência de Medellín, que significou um ponto de partida para a construção de uma identidade eclesial no continente. Com Medellín, o Concílio Vaticano II teve uma recepção criativa, com raízes espirituais profundas. 

‘O episcopado em Medellín assumiu como imperativo de ação a consolidação da justiça, a promoção da paz, a educação libertadora e uma Igreja pobre em defesa dos empobrecidos’

MEMÓRIA, PROFETISMO E ESPERANÇA

Em entrevista à reportagem, Padre Ney de Souza, Professor da PUC-SP e autor do livro “Medellín - memória, profetismo e esperança na América Latina”, publicado pela editora Vozes , afirmou que na América Latina a recepção do Vaticano II aconteceu a partir dos diversos níveis eclesiais. “Em certos momentos com dinamismo maior e em outros com passos lentos. Desde a liturgia até o ecumenismo, perpassando pela eclesiologia, pelo laicato, pelo episcopado e pela formação do clero, não faltaram esforços para consumar o Concílio convocado de maneira imprevista e surpreendente pelo Papa João XXIII.”

Padre Ney recordou que Medellín foi fruto da gestão realizada pelo então Presidente do Celam, Dom Manuel Larrain, Bispo de Talca, no Chile. “A sua intenção era propiciar um aggiornamento (atualização) da Igreja latino-americana, mediante a aplicação do espírito e orientação do Vaticano II. Como se sabe, Dom Larrain faleceu em 1966 e foi Dom Avelar Brandão Vilela, à época Arcebispo de Teresina (PI), que o sucedeu na Presidência do Celam e tocou adiante o projeto”, explicou. 

PAULO VI

Padre Ney lembrou que o próprio Papa Paulo VI veio à América Latina para inaugurar a Conferência de Medellín: “Nos três dias previstos para sua estada em Bogotá, realizou 21 alocuções a diferentes públicos. No discurso de abertura da Conferência, o Bispo de Roma frisou que, com sua presença, inaugurava-se ‘um novo período da vida eclesiástica’ na América Latina. Em vias de iniciar as atividades de Medellín, dirigiu-se aos bispos com um claro intuito de orientá-los. Escolheu em sua admoestação três pontos a serem refletidos com o episcopado: espiritual, pastoral e social.” 

Padre Ney recordou ainda os principais temas tratados pelo Papa em seu discurso. “No que se refere ao espiritual, Paulo VI instigou os bispos a viverem com intensidade os mistérios divinos antes de dispensá-los aos outros. Na mesma linha, chamou a atenção para certa desconfiança vigente em relação à fé, bem como a adesão a ‘filosofias da moda, muitas vezes tão simplistas quanto confusas’, inclusive de teólogos. Disse, ainda, que cabe ao episcopado, para o bem espiritual dos fiéis, promover a reforma litúrgica e a formação espiritual do povo de Deus”, comentou.

“Na ótica pastoral, o Papa afirmou em sua alocução que ‘encontramo-nos no campo da caridade’. Exortou o episcopado a continuar a reflexão e assegurou que ‘a caridade com o próximo depende da caridade com Deus e os alertou contra as tendências que denomina de secularizantes e pragmáticas do Cristianismo, bem como uma visão dualista da Igreja, em que a carismática prescinde da institucional que já é expressão superada do Cristianismo. Nesse sentido, para aplainar visões distorcidas do Cristianismo, prosseguiu o discurso, duas categorias merecem especial caridade e atenção: os sacerdotes e a juventude. Sem prescindir das outras categorias: ‘trabalhadores do campo, da indústria e similares’”, destacou  Padre Ney. 

O Padre concluiu sua reflexão falando sobre a situação social extrema que vivia a população na América Latina. “O extremo empobrecimento da população, as injustas condições de vida e a violência institucionalizada que grassavam entre a população era marca que definia a realidade deste território. É nesse sentido que o episcopado em Medellín assumiu como imperativo de ação a consolidação da justiça, a promoção da paz, a educação libertadora e uma Igreja pobre em defesa dos empobrecidos.”  Fonte: http://www.osaopaulo.org.br

Mostrando cada vez mais seu lado “engraçadinho” nas redes sociais, o padre Fabio de Melo aproveitou a crise que o país atravessa para fazer uma piada sobre a greve dos caminhoneiros que parou o Brasil na última semana.

Por meio do seu Twitter pessoal, que conta com mais de 5 milhões de seguidores, o sacerdote da Igreja Católica fez uma indagação sobre como conseguir seu shampoo de maçã verde que está preso no protesto. Aproveitando o ensejo, Melo ainda fez um merchanvelado da marca Jequiti, de Silvio Santos.

“Vontade de chegar perto dos caminhoneiros na Dutra e perguntar quem tá responsável pela carga da Jequiti. Aí eu faço amizade e peço pra ele deixar eu procurar o meu shampoo de maçã verde que tá preso lá”, escreveu Melo. Fonte: https://rd1.com.br

 

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

Terminado o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a liturgia celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, O ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a solenidade de agora é um modo que a Igreja encontra para louvar, engrandecer e adorar, na proclamação exultante, o amor sem fim da Trindade Santa.

Depois de ter celebrado os mistérios da Salvação, desde o nascimento de Cristo (Natal) até a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), a liturgia propõe-nos o mistério central de nossa fé: a Santíssima Trindade. Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no incompreensível, mas na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso ser e do nosso agir.

Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério trinitário e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11, 27). Ele revelou-nos também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de vida entre as pessoas divinas (Jo 16, 12-15).

O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de toda a verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a qual nos encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho, santificados continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez mais a Cristo.

Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. No Evangelho deste domingo (cf. Mt 28,16-20), a liturgia ensina que fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos, repetimos: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo”.

Contemplando Jesus Ressuscitado, todo glorificado, todo divinizado na sua natureza humana por obra do Espírito de Deus, nós proclamamos com o Novo Testamento e todas as gerações cristãs, que o nosso Salvador, o nosso Jesus amado, é Deus bendito pelos séculos, enviado pelo Pai, que é Deus, para nossa salvação; enviado na potência do Espírito que é também divino e divinizante, Paráclito que não é algo de Deus, mas alguém de Deus, uma pessoa, na qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus e, habitando em nós, dá testemunho da divindade do Pai e do Filho, enche-nos de vida divina, guia-nos, sustenta-nos, ilumina-nos.

Ouçamos as palavras de São Paulo (cf. Rm 8,14-17) na segunda leitura. Davam testemunho das três divinas pessoas: do Pai, que enviando em nós o Espírito do Filho nos faz filhos no bendito e único filho Jesus. Eis o que dizia o apóstolo: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”... Então, eis a nossa fé, que transborda a humana lógica, transcende o balbuciar de nossa pobre linguagem, ultrapassa nossos limitados e tateantes paradigmas: Deus é um só, absolutamente. Enquanto a natureza humana, apesar de genericamente uma só, se multiplica nos indivíduos humanos, a natureza divina é absolutamente una, indivisível e imultiplicável, una não só genérica, mas também numericamente; e, no entanto, essa natureza é, ao mesmo tempo e perfeitamente, Pai, Filho e Santo Espírito.

A natureza divina está todinha no Pai e, também, todinha no Filho e, ainda, todinha no Espírito Santo. A unidade em Deus é incompreensível, absolutamente perfeita e eterna. Assim sendo, em Deus não há três vontades iguais, mas uma só vontade; não há três poderes iguais, mas um só poder, não três consciências iguais, mas uma só consciência. Mais uma vez: Deus é absolutamente UM! E, no entanto, as três pessoas divinas são diversas como costumamos comparar: só o Pai gera, só o Filho é gerado, só o Espírito é a própria geração; só o Pai é o amante, só o filho é o amado, só o Espírito é o amor.

Neste amor que circula de modo eterno, perfeito e feliz, o Pai, eterno amante, tudo criou através do Filho, eterno amado, na potência do Espírito Santo, eterno amor. E, por isso, o mundo existe, as estrelas brilham, a vida brota e, sobretudo, nós existimos. Vimos do Pai, pelo Filho, no Espírito; vivemos no Pai pelo Filho no Espírito; vamos para o Pai, através do Filho no Espírito, Trindade Santa, nossa vida e plenitude eterna. É assim que os cristãos confessam o seu Deus como eterno amor, amor vivo e circulante que, gratuita e livremente, se derrama sobre o mundo e sobre a nossa vida.

Por isso, podemos dizer que Deus é amor e, quem não ama, não conhece a Deus! E toda esta vida divina, amados, nos é dada desde o Batismo, quando fomos mergulhados no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; e cresce em nós a cada dia, nos sacramentos e na vida cristã, preparando-nos para nosso destino eterno: plenos do Espírito, sermos totalmente inseridos no Cristo e n’Ele configurados para contemplar eternamente o Pai! Fonte: http://arqrio.org