Durante os primeiros séculos a propagação do cristianismo e a construção de uma organização eclesiástica foram repetidamente impedidas e ameaçadas pelo Estado romano. Em princípio, os cristãos estavam dispostos a inserir-se nas estruturas existentes do mundo e do Estado romano[1]. Eles rezavam para os poderes constituídos[2], pagavam os impostos[3] e respeitavam as leis do Estado. Mas havia limites: eles deviam obedecer mais a Deus que aos homens[4]. Uma lealdade com senso crítico determinava a sua relação com o Estado romano e uma distância que eles mesmos se impunham regulava a atitude deles para com o mundo que os circundava. Na verdade a vida pública no Império Romano era tão ligada ao culto oficial e práticas religiosas pagãs, que os cristãos eram forçados a manterem-se distantes de tudo isto. Como os judeus, também os cristãos gozavam de alguns privilégios concedidos a uma religião lícita (dispensa de participar do culto estatal romano, a isenção do serviço militar). Só depois do ano 70 d.C. começou a se distinguir claramente, em Roma, entre o cristianismo e o judaísmo.

Aquilo que o público pensava a respeito dos cristãos não se pode reconstruir com grande precisão. Como pequena minoria religiosa com costumes próprios (diversitas morum), consciente e cheia de estímulo missionário, eles deviam ser vistos com desconfiança por aqueles que os circundavam e eram percebidos como elemento de desordem, se não próprio de perigo. Tanto fontes pagãs como cristãs mencionam uma série de suspeitas, acusações e boatos[5]. Pelo fato de recusarem as comuns concepções e práticas religiosas pagãs, os cristãos eram considerados ateus. A religião deles parecia como uma superstição detestável e nociva[6]. A alegada impiedade despertava a suspeita de deslealdade política e de inafidabilidade para o império. Porque não participavam na vida pública, se alimentava que os cristãos nutriam "ódio à raça humana"[7]. Disto se originou ulteriores insinuações, que fazem parte dos habituais preconceitos contra as minorias malvistas: se dizia que eles eram criminosos, escória inútil, amantes das trevas[8], uma associação imoral e desonesta que praticava o infanticídio e incesto[9]. Os rumores que corriam contra os cristãos se prestavam para fazer que parecessem como adversários de um ordenamento humano e civil, e forçá-los a um papel de bode expiatório. O seu manifesto desprezo pelos Deuses (neglegentia Deorum) poderia ser considerado como a causa de todas as desgraças públicas e privadas: «Se o rio Tibre transborda, se o Nilo não irriga os campos, se o céu não manda chuva, se há um terremoto, se aparece carestia ou uma epidemia, imediatamente gritou: "Os cristãos aos leões!" Muitos cristãos destinados apenas a um leão?»[10].

Estas opiniões poderiam tornar-se uma convicção generalizada: o ser cristão não se adequa para o ser romano. Trata-se de um modo de vida que contrasta com o dos romanos, que perturba a ordem pública e ameaça o Estado. Nas discussões privadas[11] ou nas tensões públicas poderiam aparecer contrastes com a posição cristã dos interessados e se poderia criar desordens e tumultos. Por esta razão, as autoridades públicas eram solicitadas a restaurar a paz e a ordem procedendo contra os cristãos.

[1] Rm 15,1-7; Tt 3,1; 1 Pedro 2;13-15.

[2] 1Tm 2,1-2, 1ª Carta de Clemente 60,4-61,2; Apologistas.

[3] Justino, Apologia 17 e outros.

[4] Mt 22,21; cf Rm 13,7; At 4,27-29, 1 Pd 2,17.

[5] Tertuliano, Apol. 7,1; 8,14.

[6] Tácito fala de superstitio exitiabilis e maléfica, Ann. 15,44.

[7] odium humani generis. Tácito, Ann. 15,44.

[8] Tertuliano, Apol. 42, Minucio Felix, Oct. 8,4.

[9] Tertuliano, Apol. 7-9, Minucio Felix, Oct. 9 e em outros lugares.

[10] Tertulliano, Apol. 40,1-2; 42-43; Minucio Felice, Oct., 8,4; cf Cipriano, Ep. 75,10.

[11] cf. Justino, Apol. II 2, 8 [3].

Papa Francisco preside nesta quinta-feira o Consistório Ordinário Público para a criação de novos cardeais. O Vatican News conversou com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

Nesta quinta-feira, 28 de junho, às 16h locais, (11 da manhã – horário de Brasília) na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco preside o Consistório Ordinário Público para a criação de novos cardeais, imposição do barrete, entrega do anel e atribuição do título ou diaconato.

Já amanhã, sexta-feira, 29, às 9h30 locais (4h30, hora de Brasília), na Praça de São Pedro, o Papa abençoará os pálios sagrados, destinados aos novos arcebispos metropolitanos, e celebrará a Eucaristia da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O Vatican News transmite os dois eventos, com comentários em português.

A Redação de Vatican News recebeu nesta quarta-feira a visita do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta que conversou com Silvonei José sobre vários assuntos. Eis a íntegra da conversa transmitida também ao vivo pelas redes sociais.

O Papa Francisco anunciara este novo Consistório para a criação de 14 novos cardeais em 20 de maio de 2018, Domingo de Pentecostes. 11 deles são eleitores, com menos de 80 anos. Somam-se a estes outros três com mais de 80 anos.

Os novos cardeais são:

- Louis Raphael I Sako, patriarca de Babilônia dos Caldeus, Iraque; 

- Luis Ladaria Ferrer, jesuíta espanhol, desde 1º de julho de 2017  Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé;

- Angelo De Donatis, Vigário do Santo Padre para a Diocese de Roma, italiano;

- Giovanni Angelo Becciu, Substituto da Secretaria de Estado, italiano;

- Konrad Krajewsky, polonês, esmoleiro  pontifício;

- Joseph Coutts, arcebispo de Karachi, Paquistão;

- António dos Santos Marto, português, bispo de Leiria-Fátima;

- Pedro Ricardo Barreto Jimeno, jesuíta, arcebispo de Huancayo, Peru;

- Désiré Tsarahazana, arcebispo de Toamasina, Madagascar;

- Giuseppe Petrocchi, arcebispo de L’Aquila, Itália;

- Thomas Aquino Manyo Maeda, arcebispo de Osaka, Japão. 

Os três cardeais com mais de 80 anos, portanto não eleitores, que “se distinguiram por seu serviço à Igreja”, são:

- Sérgio Obeso Rivera, arcebispo emérito de Xalapa, México;

- Toribio Ticona Porco, prelado emérito de Corocoro, Bolívia;

- Padre Aquilino Bocos Merino, dos missionários claretianos, o único que não é bispo dentre as nomeações. Fonte: https://www.vaticannews.va

Análise: Por que a entrada de Datena na política é pedra no sapato de Bolsonaro?

Com a marca da segurança, Datena pode ser decisivo para desconstruir discurso do deputado

RIO — A aparição do apresentador de televisão José Luiz Datena (DEM) no cenário político é má notícia para o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). E o motivo é o maior colégio eleitoral do país: São Paulo e seus 33 milhões de eleitores, 22% do total, onde está concentrada a audiência de Datena. Até agora, Bolsonaro é o principal obstáculo do PT e PSDB no estado-berço dos dois partidos, beirando 20% em pesquisas, empatado ou à frente do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições presidenciais.
Quando afirma, em entrevista ao GLOBO, que não há pré-candidatos capacitados "entre os que estão aí", Datena manda recado claro para Bolsonaro. Assim como fez, em entrevista de dois meses atrás, no seu programa na TV Bandeirantes "Agora é com Datena": "Eu só queria deixar bem claro que o Bolsonaro está respondendo mas eu não concordo, não sou obrigado a concordar com tudo o que você fala, mas eu respeito o entrevistado", disse o apresentador, aplaudido por sua plateia, ao pré-candidato do PSL, que criticava institutos de pesquisa e a imprensa "sem credibilidade".

Datena é uma das vozes mais populares do país quando o assunto é a violência urbana. Seja no Cidade Alerta, que apresentou na TV Record, ou no "Brasil Urgente", da Bandeirantes, ele é o espelho da revolta contra o crime e "os políticos que estão aí". Um concorrente e tanto para Bolsonaro, cuja principal pauta é a mistura de segurança e corrupção.

Na entrevista de 14 minutos veiculada na Bandeirantes em 22 de abril, no entanto, Datena também concordou com Bolsonaro. O deputado havia dito que o país está em guerra. A pauta é compartilhada pelos dois. Pré-candidato ao Senado, Datena dispõe de uma estrada livre para ser a maior dor de cabeça de Bolsonaro em São Paulo. Com DEM e PSDB mais próximos, ele tem tudo para ser um cabo eleitoral decisivo nas eleições presidenciais, com discurso forte no mesmo campo explorado por Bolsonaro, mas pedindo votos para outro candidato. Seja Alckmin ou quem aparecer na possível chapa encabeçada por PSDB e DEM. Fonte: https://oglobo.globo.com

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) assumiu, no Plano Trienal (2016-2019) entre as inúmeras atividades programadas, a realização do I Encontro Nacional dos Religiosos Consagrados Presbíteros. Com o tema “Religiosos Presbíteros: Identidade e Missão na Igreja do Brasil” e o lema “Não fostes vós que me escolhestes, eu vos escolhi” (Jo 15,16), uma das propostas é fortalecer a vivência de “relações humanizadas” para que os religiosos possam ser mais felizes e comprometidos com a missão.

A presidente da CRB, irmã Maria Inês afirma estar ciente de que os novos tempos continuam trazendo coisas novas à Vida Religiosa Consagrada. Ela também acredita que isso acaba trazendo desafios na busca de maior comunhão com Deus, com a criação e, sobretudo, na busca de melhores relações interpessoais, fora e principalmente dentro da vida comunitária.

“Sentimo-nos interpelados a incentivar, apoiar, propor e fortalecer iniciativas que nos ajudem na vivência de relações humanizadas, para que os religiosos possam ser mais felizes e comprometidos com a missão, deixando-se conduzir pelo novo que surge e aquece a Vida Religiosa Consagrada, por meio da cultura do encontro, da escuta e do diálogo com o diferente”, declara a irmã.

Impulsionada por tal motivação, a CRB convoca todos os religiosos consagrados presbíteros para participar do encontro, que se realizará de 10 a 13 de setembro, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG). As inscrições são pagas e podem ser feitas até o dia 10 de agosto no site da CRB Nacional.

“A importância desse evento para a Vida Religiosa Consagrada é justamente aprofundar a reflexão da Vocação do Religioso Presbítero que muito poderá enriquecer a Igreja com os seus carismas especialmente na dimensão profética e missionária.  A Vida Religiosa Consagrada surgiu exatamente onde a vida mais clama,  onde a carência de Missionários se torna mais aguda e as fronteiras existenciais e geográficas mais pedem a presença da Igreja”, finaliza irmã Maria Inês.

Cronograma –  Como parte da programação do encontro além de motivações, orações e debates acerca do tema, os participantes também terão contato com quatro conferências. As duas primeiras serão realizadas no dia 11/07. A primeira terá início às 08h45 com o tema “O protagonismo da Vida Religiosa Consagrada na História da Evangelização do Brasil” e contará com a assessoria do frei Sandro da Costa. A segunda conferência será sobre “Vida Religiosa Consagrada, realidade estruturante da Igreja” e contará com a assessoria da irmã Anette Havenne, prevista para ocorrer às 14h30.

As duas últimas serão realizadas no dia 12/07. A primeira do dia, às 08h45 tem como tema “A Eclesiologia da Lumen Gentium e a contribuição do papa Francisco” e será assessorada pelo padre Mário França Miranda. Já a segunda acontecerá às 14h30 e tem como tema “Identidade e missão do religioso presbítero”, e será assessorada pelo padre Sérgio Carrara. Nos outros dias do evento também estão programados trabalhos em grupo.

Confira a programação completa no site da CRB Nacional. Fonte: http://www.cnbb.org.br

Encontro surpresa de Francisco com os internos da Fundação para pessoas com graves deficiências.

No final da tarde do domingo (24/06) o Papa Francisco fez uma visita surpresa à Fundação “Durante e Dopo di Noi” e à Cooperativa Osa. Segundo informações da Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro foi realizado em um local chamado Casale 4.5, em Roma.

A Fundação e a Cooperativa mantêm um projeto de vida e de autonomia para as pessoas com graves deficiências. Estavam presentes mais de 200 internos. A visita durou cerca de duas horas. Fonte: https://www.vaticannews.va

O Tribunal do Vaticano condenou neste sábado (23) a cinco anos de prisão o sacerdote Carlos Alberto Capella, ex-conselheiro da Nunciatura de Washington, nos Estados Unidos, por posse e troca de material pornográfico infantil.

O julgamento começou ontem (22), mas a decisão foi tomada hoje. O promotor Gian Piero Milano tinha pedido uma pena de cinco anos e nove meses de prisão, enquanto a defesa solicitava a condenação mínima, sem especificar o período que o acusado ficaria detido.

A Promotoria do Vaticano argumentou que Capella deveria ser condenado porque possuía grande quantidade de fotos e vídeos com menores em atos sexuais explícitos. Ele era acusado da posse e transmissão das imagens, já que havia feito postagens do material em um blog criado na plataforma Tumblr.

A defesa afirmou que o comportamento de Capella não é sinal “periculosidade”, mas sim de um “problema psicológico”. Para comprovar a tese, os advogados do sacerdote apresentaram uma avaliação que mostrava que ele não revelava “tendências de pedofilia” e sofria de “problemas relativos à sua fragilidade”.

Capella teve a oportunidade de falar no julgamento antes da sentença e disse estar arrependido. Ele também afirmou que esperava que a situação fosse considerada com um incidente no caminho de sua vida sacerdotal. Fonte: https://paraibaonline.com.br

No dia 24 de junho festeja-se o nascimento de São João Batista, o precursor de Jesus Cristo. Muitas festas populares existem inspiradas nesta data, as mais famosas são as de São João. Criadas pelos camponeses europeus para celebrar o início do verão, o evento chegou ao Brasil durante a colonização com a chegada dos portugueses. “É uma festa de mudança de estação e, portanto, início de um período de mais sol, a festa do sol vencedor”, explica o presidente da Comissão para a Liturgia, dom Armando Bucciol.

Fogueiras, bandeirinhas, música, quadrilha são características típicas das festas juninas, como são conhecidas. “Atualmente é celebrada por tantos motivos de tipo cultural com elementos que sem dúvida tem um fundo religioso, mas antes de tudo tem elementos antropológicos”, afirma dom Armando. Do ponto de vista litúrgico, a festa de São João possui uma grande riqueza teológica. A figura de João Batista, profeta que se encontra na Bíblia entre o primeiro e o segundo testamento é marcante na história religiosa do povo de Israel.

Filho de Zacarias e de Isabel (prima de Maria, a Mãe de Jesus), João pregava um batismo de penitência e batizou muitos judeus, inclusive Jesus, no Rio Jordão. Daí a origem de ser chamado Batista, porque batizava com água. A mando do Rei Herodes, João foi aprisionado e levado para a fortaleza de Macaeros, onde foi mantido por dez meses. O motivo deste aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução. Herodíades, por intermédio da filha Salomé, conseguiu que Herodes matasse João Batista e entregasse a sua cabeça numa bandeja.

João Batista, nome que significa “Deus é propício”, é o precursor de Jesus, aquele que preparou os caminhos do Senhor. No tempo litúrgico, dom Armando Bucciol explica que João Batista nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto a Festa de São João foi fixada no dia 24 de junho, seis meses antes da véspera do Natal. É o único santo cujo nascimento e martírio, este último no dia 29 de agosto, são evocados em duas solenidades pelos cristãos.

Desse modo, a noite de 23 de junho, véspera do Dia de São João, marca o início da celebração da festa de São João Batista. Além da comemoração religiosa, os costumes regionais se mostram presentes. No Brasil, os famosos arraiais com música e comidas tradicionais acontecem em vários cantos do país. “Infelizmente constato aquilo que aconteceu na Europa, onde todas as festas populares estão sendo manipuladas. Eu vejo que essa festa está sendo dominada por trios sonoros, cantores famosos, perdendo aquilo que era a originária festa popular feita na comunidade, com as famílias interagindo entre elas, partilhando”, chama atenção dom Armando.

“Eu desejo também que nós como Igreja possamos ajudar o povo a recuperar os valores humanos intrínsecos a essas festas populares e que a festa litúrgica não seja pretexto para festas que não tenham nada de espiritualidade autêntica como João Batista apontava”, conclui o bispo. Fonte: http://www.cnbb.org.br

“Depois que você o vê e o escuta, você realmente tem vontade de viver e de acreditar, acreditar, acreditar.” A reportagem é de Gelsomino Del Guercio, publicada em Aleteia, 21-06-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Sofia Loren está dando um novo vigor à sua fé, graças a uma pessoa verdadeiramente especial. E essa pessoa é o Papa Francisco.

Em uma entrevista à revista Famiglia Cristiana (21 de junho), Loren confessa que é “religiosa e praticante um pouco do meu jeito. Todos os domingos eu vejo o papa na televisão”.
De Bergoglio, ela gosta, acima de tudo, “da serenidade e daquele seu modo de falar que lhe transmite segurança. Depois que você o vê e o escuta, você realmente tem vontade de viver e de acreditar, acreditar, acreditar. Esse papa ajuda muito a fé das pessoas”.

A atriz, ícone da beleza mediterrânea, em uma entrevista à revista Oggi (maio de 2014), havia expressado pela primeira vez o desejo de se encontrar com Bergoglio: “O presente mais bonito para o meu próximo aniversário? Um telefonema do Papa Francisco. Digo a vocês, se eu o ouço ao telefone, desmaio!”.

A audiência privada

Foram necessários três anos para realizar esse encontro. Loren havia revelado em uma entrevista ao Corriere della Sera (24 de setembro de 2017), indicando o terço que usava no pescoço: “Este rosário que eu estou usando foi ele quem me deu há um mês. Estávamos em audiência privada no Vaticano, com a minha irmã Maria, com Alessandra, uma de suas filhas. Foi muito, muito emocionante.”

Na mesma entrevista, a atriz também revelou um detalhe muito íntimo, ligado a seu marido. O jornalista perguntou: “Seu marido repousa em Magenta: Vai visitá-lo?”. Ela respondeu:
“Sempre. Milão não é de passagem para mim, mas tenho muitos amigos lá e, depois, estão os sobrinhos, as irmãs de Carlo. Vou com a esperança de estar um pouco tranquila com ele mais uma vez e de rezar e agradecê-lo sempre.” Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

"Apesar disso, existem aqueles que ainda suspeitam da ortodoxia da teologia da libertação, Gustavo não foi autorizado a dar palestras em sua cidade natal Lima, outros dizem que felizmente a teologia da libertação já morreu, embora Gustavo responda com humor que aquele que é seu pai, eles não o convidaram para o enterro...". O comentário é de Víctor Codina, SJ, teólogo, em carta publicada por Centro Cristianisme i Justícia, 11-06-2018. 

Eis a carta. 

Em 9 de Março de 1984, o teólogo alemão Karl Rahner de 80 anos, foi hospitalizado em Innsbruck por uma grave deficiência circulatória. Ali, do hospital, escreveu uma carta à Conferência Episcopal Peruana em favor de Gustavo Gutiérrez e da teologia da libertação. No dia 30 de março, Rahner faleceu. Este último escrito é como o seu testamento teológico.

Meses depois, em 6 de agosto de 1984, o cardeal Josef Ratzinger, Prefeito da Doutrina da Fé, publicou um documento muito crítico sobre a teologia da libertação, no qual, embora não cite nenhum nome, a figura de Gustavo Gutiérrez , seu iniciador, foi seriamente questionado.

Passaram-se 34 anos e Papa Francisco em 29 maio de 2018 escreveu uma carta para Gustavo Gutierrez para felicitá-lo por ocasião do seu 90º aniversário no dia 8 de junho deste ano. Nesta carta, Francisco agradece a Deus e a Gustavo "pelo tanto que contribuiu com a Igreja e a humanidade, por meio de seu serviço teológico e de seu amor preferencial pelos pobres e descartados da sociedade”.

O que aconteceu neste período de tempo? Gustavo - agora dominicano - durante estes anos respondeu aos questionamentos e acusações que ele fez sobre o uso das ciências sociais, e especialmente o marxismo, em sua teologia, explicou suas reivindicações, mas não reverteu suas intuições e ele aprofundou seu pensamento sobre o Deus da vida, a opção pelos insignificantes, a desumana e anti-evangélica pobreza atual, perguntou onde dormirão os pobres, apresentou a figura exemplar de Bartolomé de Las Casas que foi em busca de os pobres de Jesus Cristo, procurou beber do próprio poço da realidade de lágrimas e do sangue dos pobres e orientou a sua teologia para a evangelização e para a Igreja.

Apesar disso, existem aqueles que ainda suspeitam da ortodoxia da teologia da libertação, Gustavo não foi autorizado a dar palestras em sua cidade natal Lima, outros dizem que felizmente a teologia da libertação já morreu, embora Gustavo responda com humor que aquele que é seu pai, eles não o convidaram para o enterro...

O que esses críticos pensarão depois deste testemunho positivo e fraterno de Francisco sobre Gustavo Gutiérrez e seu trabalho teológico à serviço da Igreja e da humanidade? Será que o velho Bento XVI, alojado em um mosteiro contemplativo da Cidade do Vaticano, ouviu falar sobre esta carta de reabilitação de Gustavo?

Em qualquer caso, deve-se afirmar que o velho Rahner era muito lúcido e nobre, embora a teologia de Gustavo fosse muito diferente da dele e no fundo ele a questionou. E que a Igreja, no meio de suas noites escuras e der seus invernos eclesiais e embora pareça que Jesus está dormindo no barco, é conduzida pelo Espírito do Senhor a uma verdade cada vez mais plena. E que ouvir o clamor dos pobres é sinal de garantia evangélica para a teologia. Obrigado, Francisco e parabéns, Gustavo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Irmã Maria Elizabeth da Trindade (Elizabeth Fátima Daniel) Carmelo São José, Passos (MG), BRASIL.

(Este trabalho contou com a preciosa colaboração  de Irmã Maria Madalena da Cruz, do Carmelo de Brasília, e Irmã Maristella do Espírito Santo, do Carmelo de Montes Claros, ambos Carmelos da Associação São José, no Brasil)

SOLIDARIEDADE: REFAZER O RELACIONAMENTO HUMANO   

A solidariedade é algo muito próprio de nosso carisma. Esta palavra que vem do latim “Solidare” e significa solidificar, é para nós um impulso a um ideal necessário e urgente na humanidade atual e onde exista uma comunidade. Somos relação, nascemos de uma relação e somos chamados a uma gama de relacionamentos, por isso devemos aprender a nos relacionar, pois é na relação que vão se solidificando os valores essenciais da vida.

Se isto acontece inevitavelmente com cada pessoa, parece que a nós, onde tocou a graça de um chamado a uma comunidade como monjas carmelitas contemplativas, estes relacionamentos se revestem de uma essência que ilumina todo o sentido de nossa vida. É o mandamento do amor, amai-vos uns aos outros, vendo em nossas Irmãs o rosto concreto diante do qual devemos manifestar esse amor, elas são o nosso “próximo mais próximo”. Os nossos relacionamentos se fazem e se refazem neste Amor com que Deus nos amou e “nos juntou aqui”! Pois, peculiarmente, por vivermos sempre num mesmo mosteiro com as mesmas Irmãs, temos um vasto terreno para, na solidariedade, refazermos continuamente esses relacionamentos. “Todas hão de se amar, todas hão de se querer, todas hão de se ajudar”, é este o ideal no qual se constrói e se reconstrói a comunidade.

            Aqui as margens de erros, de fragilidades, de pecados, de diferenças existem e têm que nos levar a esta solidariedade umas com as outras. Isto requer duas atitudes importantes:

- acreditar na importância do relacionamento;

- ser solidárias e misericordiosas como Cristo foi conosco descendo às nossas fraquezas.

Como construir e refazer os relacionamentos dentro da comunidade?

  • Trabalhando na formação para o diálogo;
  • Criando ambiente de amor que gere confiança e liberdade para sermos quem somos, conhecer a nós mesmas e às outras, valorizando seus dons e fazendo-os frutificar, sem nunca desistir diante das dificuldades dos relacionamentos, nem deixar interromper nem romper o diálogo;
  • Exercitando a paciência e o sentido do rezar juntas diante do que não está em nossas mãos resolver;
  • Protegendo e defendendo o andamento de todo o grupo diante dos problemas.

Sentimos nascer em nossa comunidade, como algo que quase não nos damos conta, a maturidade de acolher o outro como ele é e uma preocupação recíproca de sermos família, de ver que a outra é verdadeiramente minha irmã. Isto torna sólida a Comunidade. Se não damos importância aos nossos relacionamentos e deixamos, mesmo dentro de uma vida claustral, que nossas Irmãs se isolem, que nossas Irmãs não frutifiquem seus dons a serviço da comunidade, que nossas Irmãs não tenham direito de errar e fazer a experiência do perdão e do recomeçar, podemos perder a sensibilidade diante da enfermidade, da crise, do trauma que certamente encontramos dentro de nossas comunidades. Assim por falta de solidariedade nos relacionamentos podemos matar o espírito em nome da lei.

            Nisto abrimos caminho para seguirmos o Mestre no amor: sentindo-nos amadas e amando como somos amadas! “É necessário aos que servem a Deus, apoiarem-se mutuamente para irem em frente.”[1]  Este apoio mútuo tem seu alicerce no conhecimento mútuo. É a partir daí que se constrói o edifício do verdadeiro amor, pois se não nos deixamos conhecer - quem somos e como somos - como damos ao outro a chance de amar-nos? Como amarmos o que não conhecemos?  Isto fez Jesus quando se encarnou, quis descer até nós para ter um encontro conosco no profundo de nossa miséria, não veio encontrar-nos somente nos nossos dons e talentos, mas nos nossos pecados; veio para aqueles que precisam de médico;  e aí refaz toda a pessoa, refazendo a saúde do corpo e da alma, sem deixar de acrescentar como dom maior a “restauração do relacionamento com Deus”. Nisto temos luz e caminho a imitar o Mestre, descer às fraquezas de nossas Irmãs para que, refazendo nossos relacionamentos, possamos experimentar a essência do verdadeiro amor.

Como construir e refazer os relacionamentos fora da comunidade?

            Toda a mística e profecia de nossa vida contemplativa, ou seja, a oração de amizade e intimidade e o anúncio desta união com Deus, refulgirão de nossos claustros quando se puder dizer de nós: “vede como se amam!” A partir de nosso testemunho estaremos dando uma boa contribuição à solidariedade, mas também podemos criar meios de refazer relacionamentos extra-muros através do aconselhamento que efetuamos em nossos atendimentos, cartas e outros meios que o Senhor pode nos proporcionar, sem ferir o que é específico de nossa vocação.

*II-Congresso ALACAR. Tema:  Mística e Profecia no Carmelo. BOGOTÁ, COLOMBIA. OUTUBRO 2009- Na experiência e na vivência das monjas, por Irmã Maria Elizabeth da Trindade (Elizabeth Fátima Daniel) Carmelo São José, Passos (MG), BRASIL

[1] V 7,22

Cresce entre seminaristas e padre novatos uma resistência ao discurso de tolerância do pontífice, que defende aceitação a divorciados e homossexuais. A reportagem é de Paulo Germano, publicada por GaúchaZH, 15-06-2018.

– Não conheço um único seminarista que goste dele. A frase escapou baixinho, em tom deprimido, da boca de um influente bispo católico. Conversávamos sobre a aceitação do papa Francisco entre os padres mais jovens. Esse bispo, que é profundo conhecedor da realidade clerical da Igreja, disse que a aceitação é ridícula. Nula, praticamente.

Eu, na minha ignorância, achava justamente o contrário: que os jovens seriam mais abertos ao discurso de tolerância e renovação de Francisco. Telefonei, então, para outras duas autoridades da Igreja no Estado. Por receio de provocar mal-estar, não toparam se identificar, mas confirmaram essa resistência ao Papa e foram além.

Disseram que a rejeição não se limita a seminaristas e padres novatos: ela cresce também nos movimentos jovens, com leigos indignados com a recepção de Francisco aos divorciados e homossexuais.

– Ele é muito respeitado em setores mais laicos da sociedade. Dentro da Igreja, a popularidade é maior entre os mais velhos – disse um dos sacerdotes, e eu quase tive um ataque cardíaco.

Os jovens, incrivelmente, não lideram mais vanguarda alguma. Pelo contrário, lideram a retaguarda, o atraso, o anacronismo. O frei Luiz Carlos Susin, teólogo de 68 anos e admirador do papa Francisco, costuma dizer que a geração dele transgrediu tanto que, para muitos jovens de hoje, a forma mais genuína de transgredir é retrocedendo. Faz sentido.

Na cultura, a geração do frei Susin é a de Maio de 68. Na Igreja, é a do Concílio Vaticano II. Ao contrário dos concílios anteriores – preocupados mais em elencar pecados e definir dogmas sobre moral e fé –, a assembleia que se estendeu de 1962 a 1965 foi resumida assim pelo papa João XXIII:

"A Igreja sempre se opôs a erros, muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Agora, porém, a esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor as necessidades de hoje mostrando a validez da sua doutrina do que renovando condenações".

Não é genial? E não é justamente o que o papa Francisco aplica? A clemência em vez do castigo, o acolhimento em vez da repulsa. Francisco, aliás, irrita seus detratores ao criticar publicamente o clericalismo – corrente que insiste em botar o clero, os padres, o sacerdócio (que representa menos de 0,00000000001% dos católicos) à frente dos leigos, dos fiéis, do rebanho inteiro (que representa mais de 99,99999999999% dos católicos).

– O Papa entende, como o Concílio Vaticano II entendeu, que as pessoas precisam discernir e decidir muita coisa por conta própria. Não pode o padre decidir tudo por elas, ter sempre a última palavra. Isso é clericalismo. O oposto disso é acreditar na autonomia das consciências – disse o frei Susin quando liguei para ele na quinta-feira (14).

As instituições existem para ajudar o homem, não para subjugá-lo. Se a instituição não ajuda, não é o homem que deve mudar; é ela.

Isso me fez lembrar a história – real, acredite – de um neonazista americano que tatuou no braço um versículo do Antigo Testamento que condena a homossexualidade: "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é" (Levítico 18:22). Esqueceu-se, claro, que, no capítulo seguinte, o mesmo livro condena a tatuagem: "Não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós" (Levítico 19:28).

Quer dizer, se você leva ao pé da letra o que foi escrito há milhares de anos, daqui a pouco vai estar defendendo a escravidão, a execução de mulheres adúlteras e o açoite como pena ideal para bandido. Jesus Cristo, aliás, vem para quebrar essa lógica do Deus violento: sua tendência é incluir todos, perdoar todos, acreditar em todos.

No Evangelho de Mateus, uma passagem espetacular é quando Jesus cura um doente num sábado. Os fariseus, sempre tentando sabotá-lo, perguntam se ele acha mesmo correto fazer aquilo – já que o sábado, em nome de Deus, deve servir somente ao descanso. Jesus responde com uma pergunta: o homem foi criado para o sábado, ou o sábado foi criado para o homem?

Ou seja: a lei deve existir para servir ao homem, não para subjugá-lo. As instituições existem para nos fazerem crescer, para nos fazerem felizes, livres, autônomos. Se a instituição não ajuda, bem, não é o homem que deve mudar; é ela. Por isso, o papa Francisco vem mudando a Igreja, porque é um profundo conhecedor do que Jesus pregava.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

'Os políticos podem mudar a lei, mas não podemos mudar a natureza da confissão'. A reportagem é de Rose Gamble, publicada por The Tablet, 15-06-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen. O arcebispo de Adelaide afirmou que a Igreja não irá aderir às novas leis que obrigam padres informados sobre abuso infantil dentro do confessionário a relatarem aquilo que ouviram à polícia.

Sob as novas leis definidas para entrar em vigor em outubro no Sul da Austrália, padres que falharem em denunciar abuso de criança à polícia serão multados em até US $10.000 (cerca de R$28 mil, nde).

"Os políticos podem mudar a lei, mas não podemos mudar a natureza da confissão, que é um encontro sagrado entre um penitente, alguém buscando perdão e um padre que representa Cristo”, disse o bispo Greg O'Kelly, arcebispo interino de Adelaide, a rádio ABC Adelaide em 15 de junho.

"Não nos afeta. Temos um entendimento em relação ao sigilo da confissão que é do domínio do sagrado”, continuou.

"O direito canônico estabelece que ‘é absolutamente proibido um confessor trair de alguma forma um penitente em palavras ou em qualquer forma e por qualquer motivo’", acrescentou.

Bispo O'Kelly disse que a Igreja não tinha sido notificada da mudança até a quinta-feira (14 de junho). A legislação foi sancionada no ano passado. A lei faz parte da resposta do governo australiano do sul à Comissão Real para Respostas Institucionais a Casos de Abuso Sexual Infantil, lançado pelo procurador-geral Vickie Chapman na terça-feira.

"Onde há provas claras para indiciar um ministro da religião... não se conseguiu cumprir os requisitos de informação obrigatórios. Assim, o assunto precisa ser investigado pelas autoridades, com medidas efetivas - incluindo acusação - tomada conforme a necessidade do caso”, diz um comunicado divulgado pelo porta-voz do departamento do procurador-geral.

A cidade de Camberra deve seguir a decisão da Austrália do Sul após o governo da capital da nação votar para abolir o sigilo do confessionário para casos de abuso infantil a partir de março.

Mark Coleridge, o arcebispo de Brisbane e presidente da conferência de bispos católicos australiano, descreveu a mudança como "prematuro e imprudente, aparentemente motivado por um desejo de penalizar a Igreja Católica, sem considerar devidamente a ramificações da decisão". Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Culto evangélico é realizado em espaço boêmio e fiéis podem beber depois de sermões


RIO - “Na nova terra, o negro não vai ter corrente e o nosso índio vai ser visto como gente; na nova terra, o negro, o índio e o mulato, o branco e todos vão comer no mesmo prato”. Ao som de violão e batucadas no atabaque, esse cântico, entoado no bairro da Saúde, na Zona Portuária, embala o louvor de 20 fiéis dentro de um bar. Sim, o culto dominical da Nossa Igreja Brasileira, uma denominação evangélica Batista que nasceu há dois meses, acontece dentro da Casa Porto, um point boêmio do Largo São Francisco da Prainha. O pastor Marco Davi, de 52 anos, é pragmático ao explicar por que escolheu um lugar tão inusitado para seus sermões: o aluguel do espaço é quase simbólico, ele paga apenas R$ 100 para ajudar na faxina pós-orações.

Na hora do encontro, porém, nada de álcool — os engradados de cerveja e demais bebidas ficam numa sala ao lado. Durante a acolhida, feita em um espaço onde costumam ocorrer os shows durante a tarde e a noite, o pastor oferece apenas café, biscoitos e bolo de fubá. Depois dos sermões, o destino dos fiéis é livre: quem quiser pode cair à vontade na gandaia, nas festas promovidas pela Casa Porto. Inclusive provando os drinques da casa.

A igreja mais progressista de Marco tem atraído fiéis como a professora Evelyn da Luz, de 37 anos, que deixou de frequentar um templo em Vila Isabel em busca de maior liberdade e reconhecimento. O motivo foi um ataque que sofreu nas redes sociais, feito por uma pastora da igreja, por causa de uma foto em que Evelyn aparecia pulando carnaval. Agora, a professora, e sua filha de 8 anos, se encontraram na nova denominação.

— Passei por situações desagradáveis e postei essa foto porque queria celebrar a vida. Fiquei super mal com o ataque. Uma amiga entrou em contato comigo, tomamos um café, e ela falou do início dessa igreja. Eu quero poder adorar Deus sem doutrina de isso ou aquilo. Agora me sinto muito bem com os irmãos que compartilham da mesma opinião que eu — diz Evelyn.

SERMÕES SOBRE JESUS E NEGRITUDE

Dono da Casa Porto, Raphael Vidal já esteve presente em dois cultos e contou ter gostado muito do que viu:

— Conheci o pastor quando ele estava numa mesa, bebendo, comendo, e curtindo um samba. Já estive presente duas vezes como ouvinte e gostei muito da perspectiva dele da leitura da Bíblia. Vi uma oficina de abayomi (bonecas africanas) e fiquei surpreso.

Antes de parar no bar, a igreja, que nasceu em um culto da Igreja Batista Memorial da Tijuca, em 20 de novembro do ano passado, Dia da Consciência Negra, realizou cultos no Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN) e também em outro bar, na Lapa. Na Zona Portuária, o púlpito é aberto para pedidos de oração e agradecimentos. Já os sermões, bem específicos e na contramão das linhas evangélicas conservadoras, costumam falar de liberdade de escolha, de respeito ao diferente, de negritude e, claro, de Jesus Cristo.

— Não é exatamente uma proposta de uma igreja negra, não queremos polarizar, mas, como 80% dos nossos ritmos são de origem africana, isso acaba atraindo muitos negros. E o nosso discurso é progressista também, fala dos ancestrais e da questão da mulher, o que não é comum nas igrejas evangélicas. Nosso desejo é que a cultura brasileira seja a nossa identidade — diz o pastor Marco.

Nascido em Teresópolis, Marco foi criado na Igreja Batista e, aos 18 anos, veio para o Rio fazer seminário. Formado em Teologia em 1991, ele foi morar em São Paulo. Durante um congresso de evangelização em Minas Gerais, em 2003, passou a questionar por que os negros não apareciam nas igrejas evangélicas. Ele pediu que os negros presentes ao evento levantassem, provocando, segundo Marco, comoção.

— Onde eu cresci o pecado era preto, e os ritmos africanos eram demonizados. Ao mesmo tempo, a teologia negra estava crescendo no Brasil, mas eu nunca tinha entrado nela de cabeça — conta o pastor.

O viés de valorização dos negros tem agradado em cheio o técnico em eletrotécnica Anderson Luiz, morador de Caxias.

— Fui criado em uma Igreja Batista em Jardim Gramacho, mas só há quatro anos comecei a me reconhecer como uma pessoa negra. É uma coisa que o Marco chama de "batismo negro". Eu sempre falava que era pardo, às vezes, branco… Fonte: https://oglobo.globo.com

José Antonio Pagolat teólogo espanhol  

Eis o texto

Ao cristianismo causou muito dano, ao longo dos séculos, o triunfalismo, a sede de poder e o afã de impor-se aos seus adversários. Todavia há cristãos que anseiam por uma Igreja poderosa que encha os templos, conquiste as ruas e imponha a sua religião a toda a sociedade.

Temos de voltar a ler duas pequenas parábolas em que Jesus deixa claro que a tarefa dos seus seguidores não é construir uma religião poderosa, mas pôr-se a serviço do projeto humanizador do Pai (o reino de Deus), semeando pequenas “sementes” de Evangelho e introduzindo-se na sociedade como pequeno “fermento” de vida humana.

A primeira parábola fala de um grão de mostarda que se semeia num terreno. Que tem de especial esta semente? Que é a menor de todas, mas, quando cresce, converte-se num arbusto maior que as restantes. O projeto do Pai tem um início muito humilde, mas a sua força transformadora não a podemos agora nem imaginar.

 A atividade de Jesus na Galileia semeando gestos de bondade e de justiça não é nada grandiosa ou espetacular: nem em Roma nem no Templo de Jerusalém são conscientes do que está acontecendo. O trabalho que realizam hoje os seus seguidores é insignificante: os centros de poder o ignoram.

Inclusive, os mesmos cristãos podem pensar que é inútil trabalhar por um mundo melhor: o ser humano volta uma e outra vez a cometer os mesmos horrores de sempre. Não somos capazes de captar o lento crescimento do reino de Deus.

A segunda parábola fala de uma mulher que introduz um pouco de levedura numa massa grande de farinha. Sem que ninguém saiba como, a levedura vai trabalhando silenciosamente a massa até fermentá-la inteiramente.

Assim sucede com o projeto humanizador de Deus. Uma vez que é introduzido no mundo, vai transformando profundamente a história humana. Deus não atua impondo-se de fora. Humaniza o mundo atraindo as consciências dos seus filhos para uma vida mais digna, justa e fraterna.

Temos de confiar em Jesus. O reino de Deus sempre é algo humilde e pequeno nos seus começos, mas Deus está já trabalhando entre nós promovendo a solidariedade, o desejo de verdade e de justiça, o desejo de um mundo mais feliz. Temos de colaborar com Ele seguindo Jesus.

Uma Igreja menos poderosa, mais desprovida de privilégios, mais pobre e mais próxima dos pobres, sempre será uma Igreja mais livre para semear sementes de evangelho, e mais humilde para viver no meio das pessoas como fermento de uma vida mais digna e fraterna. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

No domingo anterior, vimos como Jesus formava uma nova família, com sua mãe, seus discípulos e discípulas e todos os que desejam viver na busca da justiça, da igualdade, na escuta da Palavra de Deus.

Neste domingo, a Liturgia oferece alguns dos ensinamentos de Jesus através das parábolas. Jesus fala com frequência por parábolas. É preciso lembrar que no tempo de Jesus a parábola era uma forma muito comum de explicar as escrituras, como o faziam os rabinos que contavam parábolas.

Hoje nos encontramos com duas parábolas, a primeira que é própria de Marcos e o grão de mostarda que aparece também nos outros evangelhos. São narrativas simples para escutar e se relacionam diretamente com a vida do povo, aquilo que vivem no dia a dia. Em geral são camponeses, conhecem o que significa trabalhar a terra, suas dificuldades e surpresas. Desde crianças, possivelmente sabem pela experiência o que é semear. Da mesma forma cada um dos ouvintes teve na sua mão um punhado de grãos de mostarda e sabe do que está falando Jesus pela sua experiência.

Jesus não se cansa de falar do Reino e procura para isso diferentes imagens, fáceis de entender, mas que abrem um mistério ilimitado. Passam os séculos da história da humanidade, e o Reino de Deus segue sendo um grande mistério indecifrável e que se desvela na originalidade e diferença de cada um e cada uma dos cristãos e cristãs do mundo inteiro.

Hoje diríamos que Jesus é um contemplativo da natureza, da vida, do agir das pessoas, assim como das injustiças, da marginalização, do desprezo do menor e aparentemente insignificante.

Deixando que a Palavra ecoe em nosso interior, o Reino de Deus é comparado a diferentes sementes semeadas num campo. O reino não é estático nem definido. A semente tem uma grande potência de vida, mas para isso deve estar semeada. Um punhado de sementes reservado, seja por medo, por insegurança, por desconfiança, não serve para nada.

No entanto, o desenvolvimento e a fecundidade dessa semente não dependem do semeador. Mas como isso acontece? Jesus deixa a pergunta aberta e, nela, o mistério que esconde algo tão simples e tão comum na vida dos camponeses.

Eles vivem a experiência, mas possivelmente nunca se perguntaram como é possível que de uma “semente vai brotando e crescendo”. Fica a pergunta aberta, sem resposta imediata: “como isso acontece?”.

Através das parábolas Jesus apresenta a vitalidade do reino. A primeira ressalta sua força vital. A semente cresce no silêncio quase despercebido sem estar preocupado pelos êxitos, pelas conquistas ou pelos fracassos. Isto é próprio do ser humano que procura frutos de consolo, autossatisfação, triunfo! Mas Jesus está demonstrando que no Reino não é assim. Crescerá de outra forma, não seguindo nossos cálculos ou desejos escondidos, mas além do semeador.

Ele deve semear e o Reino crescerá, mas sua tarefa é semear sempre e, no momento apropriado, “a semente vai brotando e crescendo”, porque “a terra produz fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, por fim, os grãos enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem corta com a foice, porque o tempo da colheita chegou". O semeador fará a colheita quando seja necessário e antes observará com assomo o misterioso e atrativo crescimento.

Na segunda parábola, descreve uma realidade paradoxal. A mostarda é algo aparentemente insignificante, mas quando começa a vida não tem limites. Para ela não há fronteiras, procura sempre a vida. Fica disponível e aberto a todos os que passem pelo caminho. “É a menor de todas as sementes da terra” e “cresce e torna-se maior que todas as plantas”.

Através destas parábolas Jesus oferece uma mensagem de esperança e de ânimo para os discípulos e discípulas e posteriormente na comunidade primitiva. E qual é a mensagem que dirige a nossas comunidades, a cada um e cada uma de nós neste momento?

No meio da crise, ele nos chama a continuar sua caminhada, a não parar, não ficar sufocados pelos problemas, mesmo sem ver os resultados, a continuar trabalhando no projeto de Deus.

As parábolas que lemos hoje buscam ajudar a superar e iluminar as crises da caminhada. É uma exortação à fé e à esperança. O Reino cresce silenciosamente e nos começos é tão pequeno como um grão de mostarda semeado na terra, mas apesar de ser a menor de todas as sementes, é a maior de todas as plantas!

Assim acontece com o mistério do Reino do qual participamos semeando, sem fronteiras e sem desprezar nenhuma pessoa pela sua condição ou situação social, religiosa ou ainda cultural.

Estas parábolas são um convite que nos chama a descobrir o que já está crescendo lentamente, florescendo silenciosamente, e até dando fruto do reino ao nosso redor.

Neste momento podemos perguntar-nos: que sinais há de vida, de solidariedade e audácia ao nosso redor que nos convidam a arriscar nossos passos em favor da paz, da justiça e da vida sem desprezar nenhuma condição humana?

Oração

Semente do reino

Como se arriscará
o camponês a semear
sem ver já todo o trigal
no punho apertado
cheio de sementes?

Como olhar a terra
com olhos de esperança
sem ver já o bosque
nas sementes aladas
de carvalho levadas
pelo vento?

Como sonhará
o jovem casal
sem sentir
já no embrião
todos os risos
e as brincadeiras 
dos filhos?

Como entregar-se
pelo pequeno,
sem ver com olhos novos
a utopia do Reino
no brotar germinal
que apenas rompe
a casca do medo?

Benjamin González Buelta.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Hoje, 13 de junho, a Igreja celebra a memória de um dos grandes santos. Santo Antônio é muito venerado não somente na Europa como também nas Américas e demais continentes.

Padre Arnaldo Rodrigues - Cidade do Vaticano

Santo Antônio de Pádua no Brasil tornou-se muito famoso por ser considerado o “santo casamenteiro”, sendo acorrido especialmente neste período pelas pessoas que desejam se casar. É uma devoção, porém Santo Antônio vai muito mais além do que permanecer no inconsciente coletivo como aquele que resolve dificuldades amorosas, mas a sua vida é um testemunho latente de discípulado de Cristo por meio da pregação para os dias de hoje.  

Bibliografia

Santo António nasceu em Portugal, em Lisboa, em 1195. Uma tradição indica a data de 15 de agosto. Ele era filho do nobre Martino de 'Buglioni e Donna Maria Taveira. Sua casa ficava a poucos metros da catedral. Ele foi batizado com o nome de Fernando. Acima de tudo, pela mediocridade moral, a superficialidade e a corrupção da sociedade se sentiu animado a entrar no mosteiro agostiniano de São Vicente, fora dos muros de Lisboa, para viver o ideal evangélico sem concessões, entre os agostinianos.

Fernando morou em São Vicente por cerca de dois anos. Então, incomodado com as contínuas visitas de amigos, pediu para mudar para outro lugar, sempre dentro da ordem agostiniana. Assim, Antônio fez sua primeira grande jornada, cerca de 230 quilômetros, o que separava Lisboa separada Coimbra, então a capital de Portugal. Tinha 17 anos, e chegou em um ambiente onde viveu com uma grande comunidade de cerca de 70 membros para o curso de 8 anos, de 1212 a 1220. Estes foram anos importantes para a formação humana e intelectual do Santo, que podia contar com professores talentosos e com uma biblioteca rica e atualizada.

Estudos e mudança

Fernando dedicou-se completamente ao estudo das ciências humanas e teológicas. Os anos passados em Santa Cruz de Coimbra deixaram um traço profundo na fisionomia psicológica e no processo existencial do futuro apóstolo. Foi ordenado sacerdote provavelmente no ano de 1220. Em setembro de 1220, Fernando deixou os agostinianos para vestir a túnica grossa e marrom dos franciscanos. Neste momento abandonou o antigo nome do batismo para se chamar “Antônio”. Depois de estudar a regra franciscana, partiu para o Marrocos. Porém após ser acometido de uma enfermidade, teve que retornar a sua terra natal. No caminho de retorno devido a uma tempestade e ventos contrários, o navio foi arrastado para a distante Sicília, e permaneceu ali por dois anos.

No dia 8 de maio de 1221 foi para Assis para participar de um dos capítulos da ordem, era um entre muitos naquele momento. Quando quase todos os conventuais partiram, Antônio foi notado por Frei Graziano, ministro provincial da Romagna. Sabendo que o jovem frade também era padre, pediu que ele o acompanhasse. Seus dias transcorreram em oração, meditação e humilde serviço aos confrades. Durante este período o Santo pode amadurecer sua vocação franciscana, aprofundar a experiência missionária abruptamente interrompida, revigorar o compromisso ascético, refinar-se na contemplação.

Descoberta do dom

Em setembro de 1222, as ordenações sacerdotais dos religiosos dominicanos e franciscanos foram realizadas em Forlì. Antes de o grupo de ordenandos ir à catedral da cidade receber as ordens sagradas do bispo Alberto, era habitual dirigir um sermão aos candidatos. Mas ninguém havia sido escolhido antecipadamente e, portanto, nenhum dos padres presentes havia se preparado. Quando chegou a hora de falar em público, todos se recusaram a improvisar o sermão. Só o superior de Montepaolo conhecia bem as habilidades de Antônio. Diante da insistência do superior, ele tomou a palavra.

À medida que o discurso se desdobrou em um latim retumbante, as expressões tornaram-se mais quentes e mais atraentes, originais e excitantes. Ele revelou, mesmo contra o desejo, a profunda cultura bíblica, a espiritualidade envolvente. Assim, Santo Antônio começou sua missão de pregador na Romagna. Ele falava com o povo, compartilhando sua existência humilde e atormentada, alternando o compromisso de catequização com o trabalho pacificador, atendia confissões, confrontado-se pessoalmente ou publicamente com os defensores das heresias.

Após o período de Forlì, depois de ser convidado pelos superiores para pregar nas cidades e vilarejos da Romagna, no final de 1223, Antonio também foi convidado a ensinar teologia em Bolonha. Por dois anos, ele ensinou as verdades básicas da fé ao clero e aos leigos. Começava com a leitura do texto sagrado para chegar a uma interpretação que desafiava e falava à fé e à vida do público. Santo Antônio é, portanto, o primeiro professor de teologia da ordem franciscana recém nascida.

Foi por ocasião do capítulo geral de 1230, que ocorreu durante a transladação dos restos mortais de Francisco para a nova basílica erguida em sua honra, que Frei Antônio de Lisboa foi liberado das posições de governo da ordem. Por causa da grande estima que gozava entre os superiores da Ordem Menor, ele recebeu o novo papel de "pregador geral", com a faculdade de ir livremente onde ele considerasse apropriado, e escolhido, com outros seis confrades, para representar a Ordem no Papa Gregório IX.

Pádua

Em Pádua, Antônio fez algumas viagens relativamente curtas: a primeira, entre 1229 e 1230; a segunda, entre 1230 e 1231, durante o qual ele morreu precocemente. Somado os dois períodos chegamos a uns 12 meses máximo. Os Sermões Antonianos foram considerados como as mais notáveis obras literárias de natureza religiosa compilada em Pádua durante a Idade Média. 

De sermão em sermão espalhou-se a fama do que estava acontecendo em Pádua, causando um aumento contínuo de peregrinos. Uma multidão incessante se reunia em torno de seu confessionário. Era impossível enfrentá-los, embora alguns dos irmãos sacerdotes e uma série de sacerdotes da cidade tentassem aliviar tal fadiga. Ele so poderia esperar que diminuísse o fluxo dos penitentes ao anoitecer. Alguns voltaram ao sacramento da confissão, declarando que uma aparição os levara à confissão e a mudar suas vidas.

Morte do santo

No final da primavera de 1231, Antônio foi acometido de uma doença. Colocado em uma carroça puxada por bois, ele foi transportado para Pádua, onde pediu permissão para morrer. No entanto, na Arcella, uma aldeia na periferia da cidade, veio a falecer. Ele respirou, murmurando: "Eu vejo o meu Senhor". Era sexta-feira, 13 de junho. Ele tinha 36 anos de idade.
O Santo foi sepultado em Pádua, na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini, o refúgio espiritual do Santo nos períodos de intensa atividade apostólica.

No final do funeral festivo, o corpo do santo foi enterrado na pequena igreja do convento franciscano da cidade. Provavelmente não enterrado, mas sim um pouco "levantado", para que os devotos, cada vez mais frequentes e numerosos, pudessem ver e tocar o túmulo-arca. Um ano depois de sua morte, a fama dos muitos prodígios realizados convenceu Gregório IX a queimar as etapas do processo canônico e proclama-lo Santo em 30 de maio de 1232, apenas 11 meses depois de sua morte. A igreja fez justiça à sua doutrina, proclamando-o em 1946 "doutor da igreja universal", com o título de Doctor Evangelicus.

Sermão sobre a caridade

Bento XVI citando Um pequeno trecho de um dos sermões de Santo Antônio disse: "A caridade é a alma da fé, torna-a viva; sem amor, a fé morre "( Sermones Dominicales et Festivi II, Messaggero, Padova 1979, p.37). “ Somente uma alma que ora pode progredir na vida espiritual: este é o objeto privilegiado da pregação de Santo Antônio. ”

Ele conhece bem os defeitos da natureza humana, nossa tendência a cair em pecado, por isso ele continuamente nos incita a lutar contra a inclinação à ganância, orgulho, impureza e praticar as virtudes da pobreza e da generosidade, humildade e obediência, de castidade e pureza. No início do século XIII, no contexto do renascimento das cidades e do florescimento do comércio, cresceu o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres. Por esta razão, Antônio convida repetidamente os fiéis a pensar na verdadeira riqueza, a do coração, que fazendo bom e misericordioso, acumula tesouros para o céu. "Ó povo rico - então ele exorta - faz amigos ... os pobres, os acolhe em seus lares: eles serão os pobres, para recebê-lo nos tabernáculos eternos, onde há a beleza da paz, a confiança da segurança e o opulento quietude da saciedade eterna.

“ Antônio, na escola de Francisco, sempre coloca Cristo no centro da vida e do pensamento, da ação e da pregação ”

 Esta é outra característica típica da teologia franciscana: o cristocentrismo. Ele contempla de bom grado, e convida a contemplar, os mistérios da humanidade do Senhor, o homem Jesus, de um modo particular, o mistério da Natividade, Deus que se fez Criança, entregou-se em nossas mãos: um mistério que desperta sentimentos de amor e gratidão para com a bondade divina.” Fonte: www.vaticannews.va