O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, direto da Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo de Salvador/BA, faz uma Prece diante da famosa imagem do Senhor Morto, do escultor baiano, Francisco Manoel das Chagas, codinome- O Cabra.  19 de abril-2019.

Mensagem do Frei Alejandro Rocha, O. Carm, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Vicente de Carvalho, Rio de Janeiro. 18 de abril-2019.

Convite das Monjas Carmelitas do Mosteiro "Flos Carmeli", de Jaboticabal, São Paulo, para um Encontro Vocacional a ser realizado no dia 5 de maio-2019. Informações pelo E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou através do Tel. (16) 3202-0626. Falar com irmã Maria do Carmo. Divulgação: www.olharjornalistico.com.br

Nicarágua.“Não pedi para sair, fui chamado pelo Santo Padre”. Papa Francisco transfere o o Bispo Silvio Báez para Roma

"Não abandono o povo de Deus, aonde for o levarei em meu coração de pastor. Não me esquecerei da Nicarágua", disse Báez, que viajará para Roma por tempo indefinido. A reportagem é publicada por La Prensa, 10-04-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.

O bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez, será transferido para Roma por um tempo indeterminado, conforme foi anunciado nesta quarta-feira, em uma coletiva de imprensa. A transferência foi um pedido do Papa Francisco. “Não pedi para sair, fui chamado pelo Santo Padre. A decisão de eu abandonar a Nicarágua é uma responsabilidade do Santo Padre”, disse Báez.

Báez, considerado um dos bispos mais críticos do regime orteguista, viajará depois das festas da Páscoa. Ainda não se sabe quanto tempo ficará fora, no entanto disse que espera logo estar de volta no país.

“Afirmo com toda a sinceridade: neste momento experimento uma grande dor em meu coração, a dor de não poder estar fisicamente com meu amado povo nicaraguense”, disse Baéz ao Papa Francisco, assim que este lhe pediu para deixar a Nicarágua.

“Não abandono o povo de Deus, aonde for o levarei em meu coração de pastor. Não me esquecerei da Nicarágua”, disse o bispo auxiliar de Manágua, que voltou na noite desta terça-feira ao país.

Plano para assassiná-lo

No último dia 3 de abril, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na Nicarágua, Laura Dogu, disse que havia um plano para assassinar o bispo auxiliar. Báez garantiu que sim, existia o tal plano. “Recebi uma ligação às 11 da noite, já estava na cama e me disseram que tinham plena certeza de que havia um plano para me assassinar. Me disseram onde podia ser, como andavam vestidos e que tomasse minhas precauções. É verdade que a embaixada dos Estados Unidos me comunicou. Com um nível de alta certeza, eu avisei o cardeal e a Conferência Episcopal”, disse Báez.

Báez se reuniu no último dia 4 de abril com o Papa Francisco no Palácio Apostólico, em Roma. Embora não se tenha divulgado os temas da audiência privada, fontes da Igreja católica disseram a La Prensa que a situação da crise sociopolítica que existe na Nicarágua foi o centro da conversa.

Campanha de desprestígio

Os simpatizantes orteguistas mantêm uma campanha de desprestígio e ódio contra o bispo católico, um dos mais críticos do regime. Essa campanha incluiu obrigar os funcionários públicos a assinar uma carta dirigida ao papa, pedindo-lhe para tirar Báezde suas funções na Arquidiocese de Manágua. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Imagens da Santa Missa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Bragança Paulista,  São Paulo neste domingo, 7 de abril-2019. Na celebração, presidida por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Delegado Provincial da Ordem Terceira do Carmo- houve o ritual de entrada para o Postulantado, Noviciado e Votos Provisórios.   

ESPIRITUALIDADE CARMELITANA: Da comunhão de bens e do não ter propriedade: Regra do Carmo, números 12 a 13

Os Cristãos tinham tudo em comum- A Providência Divina passa pela organização fraternal

Frei Carlos Mesters, O. Carm.

O Texto  da Regra

  1. Nenhum dos irmãos diga que algo é propriedade sua, mas tudo entre vocês seja comum, e seja distribuído a cada um pela mão do prior, quer dizer, pelo irmão por ele designado para este serviço, conforme cada qual estiver precisando, levando-se em consideração as idades e as necessidades de cada um.
  2. Contudo, na medida em que alguma necessidade de vocês o exigir, lhes é permitido possuir burros ou mulos, e algum tipo de animais ou de aves para criação.

1- Um pouco de história: sobre a comunhão de bens

Na época em que os primeiros carmelitas começavam a sua vida no Monte Carmelo, os grandes mosteiros da Europa tinham muitas propriedades de terra. Por isso, podiam levar uma vida autônoma, distante do povo, dedicados inteira e exclusivamente à oração e ao trabalho (Ora et Labora). Os monjes tinham pouco contato com o povo e viviam alheios às grandes mudanças econômicas, sociais e políticas que estavam ocorrendo nos séculos XII e XIII. Por causa da insegu­rança gerada pelas mudanças, surgiam grupos fanáticos (Cátaros, Albigenses e outros) que confundiam e desviavam o povo, sobretudo o povo pobre, os menores. Os monjes não se sentiam chamados para ajudá-los, e o clero secular não estava preparado nem tinha condições de dar uma resposta ao problema dos pobres que enchiam as cidades (burgos), e de anunciar-lhes a Boa Nova.

Diante desta problemática foi surgindo, aos poucos, um novo tipo de Vida Religiosa que procurava ser uma resposta de Deus à nova situação em que vivia o povo. Era o movimento dos Mendicantes. Foi sobretudo São Francisco de Assis que soube dar forma a este novo tipo de Vida Religiosa. Os mendicantes eram pobres com os pobres, partilhavam tudo entre si e com o povo. Não tinham propriedade e viviam em pequenas fraternidades a serviço do povo, sobretudo dos menores, e anunciavam a eles a Boa Nova. Em troca, recebiam alguma esmola. Daí o nome Mendicante.

Ora, a insistência da Regra de Alberto na comunhão de bens e na proibição de os frades carmelitas terem alguma propriedade estava de acordo com este novo tipo de Vida Religiosa que estava surgindo na Igreja. A observância destas normas da Regra (Rc 12 e 13) fazia com que eles, aos poucos, fossem empurrados para dentro da igreja que se renovava, levados a ficar do lado dos "menores" com a missão de serem no meio deles testemunhas vivas do Evangelho.

A fraternidade assim vivida era semente e amostra da nova sociedade que eles sonhavam. Eles já não serviam ao senhor feudal, mas sim a Jesus e a Nossa Senhora, e eram irmãos entre si. Não eram como as dioceses e os mosteiros, mas viviam perto do povo e concretizavam para eles o evangelho. Esta vida fraterna no meio do povo era um ensaio do Reino, uma Boa Notícia para os pobres. O voto de pobreza não era só um meio de ascese para poder rezar melhor, mas também uma forma concreta de se contestar a injusta desigualdade social. Dentro do contexto daquela época, sua vida tinha um alcance político.

Era a necessidade das pessoas (não o lucro) que os orientava na posse comum dos bens e na sua distribuição. A distribuição era feita por um responsável indicado pelo prior (Rc 12). Os bens em comum eram coisas simples: aquilo que recebiam do povo; burros e galinhas (para o trabalho e a viagem); fruto do trabalho (roçado em torno das celas).

No entanto, não era fácil de observar aquela exigência da Regra de não ter propriedade. Como vimos na Introdução, durante os primeiros quarenta anos, de 1207 até à aprovação definitiva da Regra em 1247, os papas tiveram que intervir várias vezes, para impedir que este ponto fosse abandonado. Em 1247, na aprovação final, o papa Inocêncio IV, mesmo permitindo que possuissem alguns animais (Rc 13), reforçou a proibição acrescentando no número 4 a cláusula “com abdicação de propriedade”.

 

2- O ideal da fraternidade: fazer do uso comunitário dos bens um caminho espiritual

O primeiro passo neste caminho:

Não devo relacionar os bens comigo, com a minha pessoas, nem apropriar-me deles como sendo meus, mas sim fazer com que sejam relacionados com a comunidade a que pertenço. Não isolá-los do conjunto, mas possuí-los como parte do todo. Usar todos os bens materiais e espirituais, dons e qualidades, conquistas e diplomas, estudos e capacidades, tudo, como sendo uma parte dentro de um conjunto maior que é a comunidade.

O segundo passo neste caminho:

Devo ver as coisas e os bens como dons recebidos. Pois tudo me é distribuido pela mão do responsável pela comunidade. A distribuição não é anônima, mas é feita por um irmão ou uma irmã, e ele ou ela olha as necessidades e a idade de cada um. O voto de pobreza não consiste em privar-me de tudo, mas sim em aprender a receber tudo que tenho e sou como um dom bem pessoal vindo da comunidade para mim, nesta minha necessidade e nesta minha idade.

O terceiro passo neste caminho:

Devo olhar as coisas com um olhar que abre tudo para Deus. Se tudo me vem do irmão e da comunidade, se tudo faz parte de um conjunto maior, onde tudo tem o seu lugar, inclusive eu, a mi­nha pessoa, então tudo tem a sua organização a partir daquele que criou tudo para todos e que faz com que tudo seja revelação da sua presença. Tudo se torna relativo frente ao absoluto de Deus. Não se agarrando a nada, recebe-se tudo. O caminho para se chegar ao todo passa pelo nada. Esta atitude transformará minha vida numa oração permanente de louvor e de ação de graças, como diz o salmo: "Eu sou oração!" (Sl 109,4). Transforma a comunidade e faz com que ela seja comunidade orante e profética a serviço do povo, sobretudo dos "menores".

3- O fundamento da fraternidade: o modelo das comunidades dos primeiros cristãos

Os números 10 a 15 da Regra descrevem o miolo da vida carmelitana, o ideal da fraternidade orante e profética. A proibição de ter propriedade e a comunhão de bens (Rc 12 e 13) estão no centro desta descrição. São o miolo do miolo. A própria estrutura literária o revela:

A-  Tarefa de cada um: Oração e vigília individual (RC 10)

B-  Oração litúrgica em comum (RC 11)

C-  Comunhão de bens e proibição de ter coisa própria (RC 12 e 13)

B- Celebração Eucarística em comum (RC 14)

D- Tarefa da comunidade: Revisão e zelo pelo bem comum (RC 15)

Alberto tinha diante de si o modelo da comunidade dos primeiros cristãos de Jerusalém, da qual se diz nos Atos dos Apóstolos: "Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era posto em comum entre eles" (At 4,32). Assim também entre os carmelitas: tudo era de todos! Naquele tempo, este era também o ideal que animava a renovação da Igreja e da Vida Religiosa.

Comparando o ideal da Regra (Rc 10 a 15) com o que dizem os Atos dos Apóstolos a respeito da comunidade dos primeiros cristãos (At 2,42-47; 4,32-35), aparece o seguinte esquema:

 

1. Oração e vigilância (Rc 10)

2. Oração litúrgica (Rc 11)

3. Comunhão de bens (Rc 12 e 13)

4. Celebrar eucaristia (Rc 14)

5. Revisão semanal (Rc 15)

"Perseveravam na oração" (At 2,42; 4,24)

"Frequentavam o Templo" (At 2,46-47)

"Tinham tudo em comum" (At 2,42.44; 4,32.34-35)

"Fração do pão nas casas" (At 2,42.46)

"Eram um só coração e uma só alma" (At 4,32; 1,14)

Estes cinco pontos que marcaram a vida comunitária dps primeiros cristãos, formam também a base da fraternidade do jeito que está deve ser vivida pela famí­lia car­melitana. Vejamos:

1- A fraternidade deve alimentar-se da Palavra de Deus e da oração permanente: isto exige Lei­tura Orante e meditação constante (Rc 10).

2- A fraternidade deve ter a sua expressão comunitária: oração litúrgica ou celebra­ção comunitária da Palavra de Deus (Rc 11).

3-A fraternidade deve ter a sua expressão econômica bem concreta na partilha dos bens, na iguald­ade básica real, na pobreza que os leva a ficar do lado dos "menores" (pobres) (Rc 12 e 13).

4- A fraternidade deve alimentar-se da Eucaristia, que é a participação na Morte e Ressurreição: doação radical de si a Deus e aos irmãos (Rc 14).

5- A fraternidade se consolida e se aprofunda através da revisão semanal, que promove a co-rres­ponsabilidade de todos no andamento do conjunto e no bem-estar de cada um dos irmãos (Rc 15).

Este ideal de fraternidade orante e profética no meio do povo, próprio dos Carmelitas, está situado dentro do conjunto da Regra da seguinte maneira:

 

Rc 4 a 9

A infraestrutura da vida

Garante as condições necessárias

Rc 10 a 15

O ideal a ser realizado

Imita a comunidade de Jerusalém

Rc 16 a 21

Os meios para realizar o ideal

A riqueza da tradição Monacal

A 1ª parte (Rc 4 a 9) lhe assegura o espaço ou lhe fornece a infraestrutura necessária.

A 2ª parte (Rc 10 a 15) o descreve como sendo cópia da comunidade de Jerusalém.

A 3ª parte (Rc 16 a 21) lhe proporciona os meios necessários para poder realizá-lo

*Do livro; AO REDOR DA FONTE-COMENTÁRIO da Regra do Carmo

Imagens da Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora do Carmo de Jacareí, São Paulo neste domingo, 7 de abril-2019. Na celebração, presidida por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Delegado Provincial da Ordem Terceira do Carmo- houve o ritual de entrada para o Postulantado, Noviciado e Votos Provisórios.      

AO VIVO- BRAGANÇA PAULISTA/SP NESTE DOMINGO, 7. Santa Missa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Delegado Provincial para a Ordem Terceira.

AO VIVO- JACAREÍ/SP NESTE DOMINGO, 7. Santa Missa com a Venerável Ordem Terceira do Carmo de Jacareí, São Paulo, no Santuário Nossa Senhora do Carmo, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Delegado Provincial para a Ordem Terceira. 

*Terezinha Cotta, rc.

"Quando todos se retiram, Jesus assume a proposta de Deus: Ele veio para salvar e dar a vida e espera de nós pecadores o arrependimento e o compromisso com uma vida nova: 'Eu também não te condeno, vai e doravante não peques mais'.

"Este Evangelho questiona as famílias, as Igrejas cristãs e a sociedade: quando é que as pedras ficarão no chão e todos reconhecerão seus próprios pecados contra as mulheres, os empobrecidos, os indígenas, os negros, a população LGBT e todos os demais excluídos?"

O trecho do Evangelho de hoje (Jo 8,1-11), não pertence ao Evangelho de João. De fato, em alguns manuscritos ela apareceu após versículo 38 do cap. 21 do Evangelho de Lucas. Trata-se de uma tradição que foi reconhecida como inspirada por Deus, e para qual foi encontrado definitivamente um lugar, cujo ensinamento eloquente se tornou proverbial.

Estamos diante da insistente estratégia dos adversários de tentar colocar Jesus em contradição com a Lei de Deus para acusá-lo de blasfêmia. Para aqueles escribas e fariseus, na realidade, a mulher não era o foco principal, o que realmente queriam era encontrar motivos de condenação contra Jesus.

A acusação apresentada a Jesus causa indignação por ser parcial, porque o homem que cometeu adultério com ela está sendo poupado. De acordo com a Lei (Lv 20,10 e Dt 22,22-24), ele é tão culpado quanto ela, mas não foi levado a este julgamento.

A atitude de Jesus de silenciar e se inclinar e escrever no chão dá aos seus adversários tempo para reflexão... E ao se erguer ao invés de uma resposta a pergunta deles vem uma provocação: “Aquele dentre vós que nunca pecou atire-lhe a primeira pedra”. E inclina-se novamente e continua a escrever no chão.

O silêncio desconcertante, seguido por esta clara interpelação, leva aqueles homens e a nós também a uma maior profundidade nos julgamentos, ao reconhecimento de nossos próprios pecados e vulnerabilidades. Jesus, somente Ele, poderia condenar aquela mulher e não o fez. Ele foi para ela Boa Notícia, oportunidade de conversão e vida nova.

Quando todos se retiram, Jesus assume a proposta de Deus: Ele veio para salvar e dar a vida e espera de nós pecadores o arrependimento e o compromisso com uma vida nova: “Eu também não te condeno, vai e doravante não peques mais”.

O Pe. Adroaldo Palaoro, em um de seus comentários sobre o Evangelho dominical nos faz refletir sobre o movimento desumanizador que pode nos conduzir a “sociedade do desprezo”. Nesta sociedade o espírito da acusação e de humilhação do outro é um espírito de morte. Ele prossegue explicitando onde encontramos hoje as “pedras na mão”. São “as pedras do whatsapp, do twitter, das mensagens preconceituosas, das fake-news, que bloqueiam o futuro das pessoas através da crítica sem piedade, do desprezo que destrói, da indiferença que congela as relações”.

Neste ano de 2019 celebramos o dia 08 de março com um sentimento muito profundo de pesar e dor pelas numerosas notícias de feminicídio. Este Evangelho questiona as famílias, as Igrejas cristãs e a sociedade: quando é que as pedras ficarão no chão e todos reconhecerão seus próprios pecados contra as mulheres, os empobrecidos, os indígenas, os negros, a população LGBT e todos os demais excluídos?

Não se trata de eliminar os que erram ou de não aceitar diferenças, mas de superar as intolerâncias e as hipocrisias dos que se sentem perfeitos e apresentar o caminho da Misericórdia de Deus, uma possibilidade de vida nova. Esta misericórdia alcança os pecadores públicos, os marginalizados, os desclassificados para devolver a todos a dignidade.

*Religiosa da Congregação Nossa Senhora do Cenáculo. Ela possui graduação e mestrado em Teologia pelo Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus - CES. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

ENCONTROS DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO. Eleição e Votos dos irmãos (as): Sábado, dia 6 em Sapopemba- Grande São Paulo. Domingo pela manhã, em Bragança Paulista, e à tarde em Jacareí/SP.

Frei Carlos Mesters, O. Carm.

Meditar dia e noite na Lei do Senhor e vigiar em orações: A carteira de identidade do Carmelo

Texto da Regra

Permaneça cada um em sua cela ou na proximidade dela, meditando dia e noite na Lei do Senhor e vigiando em orações, a não ser que esteja ocupado em outros justificados afazeres.

Um pouco de história: sobre a permanência na cela e a oração contínua

O número 10 da Regra teve muito peso e influência na história da Ordem. Por causa dele o Carmelo tornou-se sinônimo de lugar de oração. Oração e meditação não são uma atividade ao lado das outras, mas são a própria vida do Carmelo. Não são um ladrilho ao lado dos outros, mas são a parede que sustenta todos os ladrilhos. Este número 10 tem quatro pontos que merecem nossa atenção: 1) permanecer na cela ou junto dela;  2) meditar na lei do Senhor e vigiar em orações;  3) dia e noite;  4) a não ser que estejam ocupados em outros justificados afazeres.

A permanência nas celas

            No início, tratava-se de grutas separadas, espalhadas pelas encostas do Monte Carmelo, como o atestam as antigas pinturas e os relatos dos peregrinos daquela época. Até hoje, lá no Monte Carmelo, ao redor das ruínas da primeira capela, perto da fonte de Elias, ainda existem algumas destas antigas grutas. Mais tarde, depois do retorno para a Europa em 1238, as celas eram os quartos dos conventos. A cela ou o quarto oferece o espaço físico da solidão. É o elemento eremítico, sempre retomado na tradição carmelitana. A Cela é símbolo também da "cela inte­rior", para a qual deve ser recolhida a mente dispersa. A solidão material sem esta solidão interior não vale e não tem sentido. A cela interior deve ser criada e alimentada através da permanência na cela material.

Meditar na Lei do Senhor e vigiar em orações

            Originalmente, na Bíblia, a Lei do Senhor era o Pentateuco, os primeiros cinco livros do AT, também chamados os cinco livros de Moisés. Aqui na Regra, o seu sentido é mais amplo e indica a Bíblia inteira, lida a partir do Evangelho. O Senhor é Jesus. A Lei de Jesus é o Evangelho. Vigiar em orações é estar atento, com a mente sempre voltada para Deus. Meditando na Lei do Senhor, escutamos a Palavra que Deus nos tem a dizer. Vigiando em orações, damos a Ele a nos­sa resposta. Assim imitamos os apóstolos, cuja vida se resumia numa "dedicação total à oração e ao serviço da palavra" (At 6,4). Assim, pouco a pouco, se começa a ver tudo à luz de Deus.

Dia e Noite

            Isto é, sempre, mesmo quando não se está na cela. Aqui não há nenhuma ressalva. Ninguém nos pode dispensar desta atividade básica. Quando as outras atividades cessam, é ela, a meditação da Palavra e a oração, que permanece e reaparece como que naturalmente. É a vida na solidão, enchida pela presença da Palavra do Senhor. Dia e Noite indica também o ritmo do tempo e da natureza, reflexo da Palavra criadora de Deus. O carmelita, a carmelita, é chamada a abrir-se para a ação da Palavra criadora e recriadora de Deus e deixar-se marcar pelo seu ritmo, como sístole e diástole do ritmo do coração.

A não ser que deva ocupar-se em outros justi­ficados afazeres

            Esta ressalva refere-se, não à meditação e à oração, mas sim à permanência nas celas. Naquele tempo, os justificados afazeres eram, por exemplo, as romarias, o trabalho na roça, tratar dos animais, as saídas para a evangelização. Hoje, os justificados afazeres que permitem ou obrigam sair da cela são outros. No dia 15 de fevereiro de 1432, o papa Eugênio IV ajudou a entender a expressão justificados afazeres. Ele abrandou o sentido e disse: “Vocês podem, em horas convenientes, licita e livremente permanecer nas suas igrejas, nos seus claustros e âmbitos, e por aí locomover-se”.

Tudo isto que Alberto pede no número 10 da Regra vem da grande tradi­ção monacal que aqui se prolonga. Quando na família carmelitana há ameaça de se esquecer este elemento eremítico, então, de dentro da Ordem, de onde menos se espera, surge sempre a reação, exigindo uma volta para esta solidão.

Meditação e Vigilância

Dentro de nós existe uma fonte que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). É o dom do Espírito Santo que reza e atua em nós (Jo 7,37-39), querendo colocar-nos a serviço de Deus e dos irmãos. Esta fonte ficou encoberta por muitas camadas de sujeira: distrações, apegos, acomodação, alienação, auto-satisfação, etc. São João da Cruz descreve estes enganos e desenganos com perfeição na "Subida do Monte Carmelo" e na "Noite Escura". O esforço constante deve ser: "recolher-se na cela", reco­lher-se da distração e da alienação em que costumamos viver, desapegar do apego, incomodar o acomodado ou, como diz Jesus, perder a vida para poder possuí-la. Assim, aos poucos, o acesso à fonte vai ser desobstruído e a água poderá inundar livremente a vida. É a graça da oração que nos ajuda a fazer a Subida do Monte Carmelo,

Elias se escondeu na torrente Karit. O carmelita, a carmelita, se esconde na cela, não para fugir do mundo ou porque tem medo, mas para estar no mundo sem ser do mundo (Jo 17,14-16). Vivendo junto dos córregos da Palavra de Deus, esta Palavra se torna a nossa morada, a nossa cela, na qual devemos permanecer dia e noite. Ruminando e meditando a Lei do Senhor, a Palavra entra em nós, como a água entra na árvore plantada junto dos córregos (Sl 1,3; Jr 17,8). Aos poucos, nasce em nós uma nova maneira de ver e de julgar. O próprio Jesus vai abrindo nossos olhos e nos revela a sua presença no pequeno, no marginalizado, lá onde ninguém o procura

Maria meditava e ruminava todas as coisas no seu coração e, assim, ia descobrindo a presença da Palavra de Deus em tudo que acontecia. Melhor do que qualquer outro, ela compreendeu que a Lei do Senhor, a Lei suprema, é o amor. Deixando-se invadir pelo amor, pôde reconhecer, acolher e encarnar a Palavra em sua vida e tornar-se a sua servidora. Ela vigiava em oração para guardar e fazer irradiar o que tinha descoberto na ruminação.

Na história do Brasil, os grileiros foram ocupando as terras dos posseiros, formando o latifúndio, impedindo que grande parte da população tenha acesso aos bens necessários para poder levar uma vida digna de gente. O mesmo acontece na história pessoal. Dentro de cada um de nós existe um falso eu, o ego, o eu grileiro, que tenta tomar conta de tudo e procura manter o domínio, oprimindo e marginalizando o posseiro, o eu verdadeiro. A meditação da palavra, dia e noite, contribui para expulsar o grileiro que ocupou todo o espaço dentro de mim, e libertar o posseiro que vive escondido e marginalizado dentro de mim. O eu verdadeiro é onde Deus se revela à consciência das pessoas.

O objetivo da Meditação da Lei do Senhor é para, aos poucos, ir mudando a visão que nós temos das coisas, das pessoas, da vida, e receber a visão de Deus que faz enxergar diferente, agir diferente, e ajuda a criar alternativas concretas. Meditação e vigília fazem com que dentro de nós morra o "velho homem"; fazem com que o pensamento dominante da sociedade seja criticado e anulado, e renasça em nós uma nova visão da vida. Condição para isto é que se esteja do lado dos "menores", ou como hoje ensina a Igreja: que se faça seriamente a opção pelos pobres.

O uso da Bíblia na descrição do ideal do Carmelo

A expressão "meditar dia e noite na Lei do Senhor" vem do Salmo (Sl 1,2). Vem ainda do livro de Josué (Js 1,8). A expressão "vigiar em ora­ções" vem de Luc 21,36. A mesma recomendação ocorre várias vezes nas cartas de Paulo (Ef 6,18; Col 4,2) e de Pedro (1 Pd 4,7). Para quem conhece a Bíblia de memória, cada texto traz consigo o seu contexto. Quem evoca um texto, evoca também o contexto, em que este texto está situado. Vejamos de perto o contexto:

Meditar dia e noite na lei do Senhor

            Salmo 1,2 menciona a meditação na lei do Senhor para descrever o modelo da pessoa justa. É meditando dia e noite na lei do Senhor, que tal pessoa se torna como uma árvore, plantada junto dos córregos, que dá fruto no tempo devido; suas folhas nunca murcham e tudo que faz será bem sucedido.

            Josué recebe a ordem de Moisés para meditar dia e noite na lei do Senhor (Js 1,8). É para ele poder ser "forte e corajoso" (Js 1,9) e ser bem sucedido na sua missão de introduzir o povo na terra prometida e garantir, assim, a liberdade conquistada na saída do Egito.

Vigiar em orações

            No seu último discurso, Jesus recomendou aos discípulos que vigiassem sempre em oração (Lc 21,36). Um pouco mais tarde, ele mesmo, o próprio Jesus, lá no Horto das Oliveiras, mostrou o que significa "vigiar em oração". Rezou e vigiou até o seu suor transformar-se em sangue (Lc 22,39-44). A carta aos Hebreus comenta e explica: "Nos dias da sua vida terrestre, Jesus apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido por causa da sua obediência!" (Hb 5,7).

            Paulo pede que as comunidades vigiem em oração e orem também por ele, Paulo, para que possa anunciar bem a Boa Nova (Ef 6,18-20; Col 4,2-4). E Pedro pede para a comunidade levar uma vida de autodomínio e de sobriedade, dedicada à oração, pois o fim está próximo (1Pd 4,7).

Assim, quanto mais uma pessoa conhecer a Bíblia, tanto mais perceberá o contexto que é evocado pelas citações e evocações da Bíblia na Regra. A leitura orante diária da Bíblia, ajudará a perceber melhor todo o sentido e alcance da Regra para a vida, e fará perceber que a própria Regra é fruto de uma leitura assídua e constante da Bíblia. Com efeito, a Regra usa a Bíblia livremente. Por exemplo, neste número 10, formou uma única frase com um texto do AT e outro do NT para expressar o pensamento não da Bíblia, mas sim de Alberto e dos primeiros carmelitas. A Palavra de Deus estava na boca e no coração, e tudo que diziam e escreviam era feito na palavra do Senhor (Rc 19).

O Autor da Regra conhecia a Bíblia de memória e a assimilou em sua vida a ponto de já não distinguir entre as suas próprias palavras e as da Bíblia. Ele exprime o seu próprio pensamento com frases ti­radas da Bíblia. Quando dizemos Autor da Regra, pensamos tanto em Santo Alberto como nos pri­mei­ros carmelitas. Foi Alberto que assinou a Regra e assumiu a sua autoria. Mas ele mesmo diz que o seu texto é fruto da proposta que lhe foi apresentada pelos carmelitas (Rc 3). Assim, no uso que a Regra faz da Bíblia transparece como os nossos primeiros irmãos carmelitas usavam a Bíblia.

O ensinamento que a Regra nos dá não está só naquilo que ela ensina sobre a leitura da Bíblia, mas também na maneira como ela mesma usa a Bíblia. A Regra do Carmo não só recomenda a leitura da Bíblia, mas também a pratica e dela é o resultado. Ela soube encarnar a Palavra de Deus a ponto de assumí-la como sua. Parafraseando a expressão do apóstolo Paulo (Gál 2,20) os primeiros carme­litas poderiam dizer a todos nós: "Nós falamos pela Regra a vocês, mas já não somos nós, é a própria Palavra de Deus que fala por nós!" Sobre o uso da Bíblia na Regra falaremos longamente no subsídio do círculo 14.

Nascido aos 12-08-1917 em Musselkanaal (Holanda).

Fez o ginásio em Zenderen de setembro de 1931 a julho de 1934. Chegou ao Brasil aos 5 de fevereiro de 1935, indo para Itu, onde terminou o seminário em 1936. Entrou no noviciado em Mogi das Cruzes onde fez a profissão simples no dia 20 de janeiro de 1938.  Fez a filosofia em São Paulo nos anos de 1938 e 1939 e também a teologia de 1940 - 1943 (inclusive).

Foi ordenado sacerdote aos 8 de dezembro de 1942. A sua primeira missão sacerdotal foi em Itú, sendo professor do Seminário. No Capítulo de 1950 foi transferido para Belo Horizonte, sendo Vig. Cooperador.

No Capítulo de 1954 foi transferido para Santos, sendo professor no Colégio. Em 1959 o Colégio mudou para a Ponta da Praia. No Capítulo de 1960 foi nomeado Vice-Diretor e no Capítulo de 1963 Diretor.

Jubileu da Prata de profissão religiosa, 20 de janeiro de 1963.

Frei Osvaldo iniciou suas atividades sacerdotais como professor de Seminário de Itu. Foi, em seguida, nomeado vigário-cooperador da paróquia do Carmo, em Belo Horizonte e, mais tarde, vice-diretor do nosso colégio em Santos, do qual é, atualmente, diretor. Com a construção do novo prédio na Ponta da Praia, tornou-se este colégio um dos mais importantes educandários santistas, com curso de química industrial, ginásio, escola técnica de comércio e curso primário, com perto de l.000 alunos. Sempre dedicado, de corpo e alma, à formação da juventude e da mocidade, Frei Osvaldo tem dirigido o instituto com eficiência e segurança.

(Mensageiro do Carmelo, Ano 51, Janeiro/ Fevereiro 1963).

Declaração do P. Provincial datada de 14-11-1968

O abaixo assinado, Superior Provincial dos Padres Carmelitas no Brasil, declara que: o Pe. Osvaldo (Eudard Jozeph) Hedeman, foi durante muitos anos Diretor do nosso Colégio em Santos-SP, compreendendo este Colégio e a Escola Primária, Ginásio e Escola de Comercio.

Antes disto foi um excelente professor no nosso Seminário na cidade de Itú-SP. Com muita dedicação e eficiência trabalhou para o desenvolvimento e melhoramento técnico do nosso Colégio em Santos, tornando-se o Colégio sob a sua direção, um dos melhores da cidade.

Que apesar disto, solicitou-se ao mesmo que renunciasse ao cargo de Diretor do Colégio, tem por único motivo, que nas atuais circunstâncias é mais conveniente que o cargo de Diretor seja exercido por brasileiros natos.

São Paulo, 14 de novembro de 1968.

Ass.: Pe. Angelino Wissink, O.Carm. Provincial.

Em 1969, foi Frei Osvaldo para Holanda, em férias, e não voltou mais. Pediu   transferência para a Província Holandesa.

De 1971 a 1974 foi Vigário da cidade de Zuidlaren e Diretor do Conselho Missionário Diocesano. A sua saúde estava piorando, foi obrigado a renunciar aos cargos que exercia. Desde 1976 a arteriosclerose estava atacando de tal modo que não tinha mais muita noção das coisas.

Visita a Frei Osvaldo Hedeman.

"No Convento muito hospitaleiro de Almelo dos padres Carmelitas, disseram‑me que seria bom fazer uma visita a Frei Osvaldo que, durante muitos anos, foi diretor do Colégio do Carmo de Santos.

Há anos ele está psiquicamente doente: dificilmente reconhece as pessoas, à primeira vista parece desmemoriado. Fisicamente está de bom aspecto: até melhor do que na época em que vivi com ele. A irmã dele lamentou as poucas visitas a ele feitas também de nossa parte, membros da Província brasileira. Passei mais ou menos uma hora e meia com ele. Ao lembrar o passado, época de estudante, os freis daquele tempo ou estudantes‑seminaristas, a quem ele dava aula, o escoteirismo etc.,a memória parecia voltar, começava a falar português. Lamento por não ter tido mais tempo de visitá‑lo de novo. Seria bom que os confrades conhecidos dele fizessem uma visitinha. Quem sabe o estado dele ate melhore. Endereço: Verzorgingstehuis Veltman Stichting ‑ Ir. Biewengaweg 42 ‑ 7765 BG‑Weiteveen (embaixo de Emmen, provincie Drente, mais ou menos 25 km). PS. Frei Osvaldo gosta de fumar um charutinho bom". (Geraldo A. Veekens).

(Boletim 93, Outubro de 1982, pág. 3).

Falecimento de Frei Osvaldo aos 25 de setembro de 1985.

Pe. Eduardo Hedeman

Faleceu aos 25 de setembro de 1985 na clínica São José em Deventer. Nasceu na cidade de Musselkanaal em 12 de Agosto de 1917 e sentia vocação de servir a Cristo e à sua Igreja como missionário.

Dirigiu‑se por isso aos Padres. Carmelitas, sabendo que estes mandavam os candidatos a missionário para o Brasil, ainda jovens. Depois de ter estudado alguns anos em Zenderen, já em 1935 partiu para o Brasil, onde aos 20 de janeiro de 1938 ligou‑se à Ordem do Carmo pelos votos religiosos.

Em 8 de Dezembro de 1942 recebeu a Ordenação Sacerdotal. Todos os seus esforços e trabalhos tinham por objetivo principal, a formação de sacerdotes brasileiros. Procurava este ideal por meio de escolas de ensino médio. Trabalhou muito e até fundou uma escola cuja direção ficou nas suas mãos.

Em julho de 1968 voltou para a Holanda. Os 35 anos de trabalhos árduos para a Igreja no Brasil, tinham abalado a sua saúde. Mesmo assim ainda exerceu várias funções na Holanda. De 1971 a 1974 foi vigário da cidade de Zuidlaren e Diretor do Conselho Missionário Diocesano. Piorando, porém, muito o seu estado de saúde, foi obrigado a renunciar aos cargos que exercia. Uma doença crônica, grave, foi a sua cruz, carregada com paciência até o fim, ajudado pela amizade de seus confrades e parentes.

Durante 8 anos esteve internado na clínica de Weiteveen e no último ano na cidade de Deventer, onde chegou a falecer na idade de 68 anos, com 47 de profissão e 43 anos de sacerdote. Foi enterrado como confrade no cemitério do Convento de Zenderen. (Necrologium Holandês, 25 de setembro).

Do Necrologium da Província Holandesa:

Faleceu no (25-09) ano de 1985 na clínica São José em Deventer. Nasceu na cidade de Musselkanaal em 12 de agosto de 1917 e sentia vocação de servir a Cristo e a sua Igreja como missionário.

* Dos apontamentos históricos da Província Carmelitana Fluminense, de Frei Carmelo Cox, O. Carm

Frei Jorge Van Kampen, O. Carm.  In Memoriam (*17/04/1932 + 08/08/2013). 

Às vezes encontramos pessoas, que não querem reconciliar-se. Esta atitude torna a vida fria e gelada. Ninguém se sente bem com este comportamento. É sempre um grande acontecimento, quando duas pessoas se reconciliam. Isto traz calor humano. Parece, que a vida torna-se mais leve. Calor, luz, paz, amizade são grandes valores na nossa vida.

Praticamente não podemos viver sem estes valores. Jesus, na sua vida de pregação, toma a reconciliação como base na vida. Jesus sempre se interessou pelos homens, pela convivência entre as pessoas. Jesus sabia valorizar cada pessoa em particular. Ele sofria por causa da frieza das pessoas.

O calor humano contagiou tanto Paulo na sua vida, que fez, que ele renovasse totalmente a sua vida. O seu grande desejo era que o contato com esta nova visão da vida tocasse profundamente as pessoas.

A reconciliação tornou-se difícil em nossos dias. Somos obcecados pelo orgulho, a nossa posição social, pelo dinheiro ou competição. Paulo descobriu a força da reconciliação na vida de Jesus.

Reflexão.

Duas tendências dão vida e vigor à pessoa humana: a busca da comunicação com os outros e do recolhimento em si mesmo. Cada pessoa se torna mais homem ou menos homem dependendo do que cada um tem a comunicar e receber. Lamentamos a fuga apavorada de si mesmo, quando deveria procurar estar com alguém.

A paz menor, tão aspirada, só acontece, quando soubermos construir o equilíbrio entre as duas tendências: a comunicação com os outros e o recolhimento em si mesmo.

Quem seria eu ao comunicar-me com os outros, se dentro de mim tivesse uma vida extravagante? Que poderia eu receber dos outros, se não houvesse em mim um espaço para acolher-me? Jesus cultivou o recolhimento como um meio para sentir a presença íntima do Pai... Só aqueles que amam o recolhimento podem entender, o que significa se comunicar com Deus.

Resposta à Palavra de Deus.

Estamos diante de um dilema: transformar as estruturas pela violência, ou transformar a sociedade pela FÉ. É evidente, que não podemos continuar assim: aumentar a fome e a marginalização da grande parte do nosso povo. Violência gera violência, portanto não vai resolver definitivamente o caso.

O outro caminho é guiar a sociedade, criando melhores condições para ser gente. É um caminho difícil, mas tem a vantagem, que quando surgirem novas estruturas, existem pessoas capazes de viver nelas. Porque elas mesmas as construíram. Para isto devemos saber comunicar: adorar a Deus e não ao dinheiro.

Da Série; Província 300, em comemoração aos 300 Anos da Província Carmelitana de Santo Elias (Província Carmelitana Fluminense)- Carmelitas no Brasil. Reveja imagens da presença do Carmo na Diocese de Jaboticabal- Paróquia Nossa Senhora Aparecida- com Frei Aparecida, O. Carm. 29 de março-2019.

Ir. María Ana Nef Ulloa é natural do Chile, mas que morou 38 anos no Brasil. Em entrevista ao Vatican News/Rádio Vaticana, ela fala dos frutos esperados com a visita do Papa Francisco e traça o perfil da Igreja Católica em Marrocos.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Falta pouco: a pequena comunidade católica de Marrocos aguarda com expectativa a chegada do Papa Francisco a Rabat neste final de semana.

Uma carmelita de alma brasileira estará entre os consagrados no encontro na Catedral e entre os fiéis na missa de domingo: é a Ir. María Ana Nef Ulloa, natural do Chile, mas que morou 38 anos no Brasil.

Antes de se mudar para o Carmelo de Tânger, Ir. María Ana estava no mosteiro de Campinas. Agora, a carmelita descalça reside em Marrocos desde 2015. Trata-se de uma comunidade internacional que acolhe integrantes de Chile-Brasil, Espanha, Itália, Libéria, Bolívia, Colômbia, Equador, Polônia, Filipinas e Portugal.

Igreja servidora

Em entrevista ao Vatican News/Rádio Vaticana, ela fala dos frutos esperados com a visita do Pontífice e traça ainda o perfil da Igreja Católica em Marrocos: uma pequena comunidade de 25 mil fiéis, “como uma paróquia de periferia de uma grande cidade brasileira”.

“Uma Igreja pequena, pobre, precária e multicultural”, que engloba 100 nações diferentes, mas com uma particularidade: sem católicos autóctones, isto é, marroquinos. “É uma Igreja servidora dos pobres, seja do povo, seja dos migrantes”. Fonte: www.vaticannews.va