jornal Avvenire dos bispos italianos informou que o padre de 75 anos, Dom Vincenzo Rini, morreu neste sábado por causa do coronavírus ou COVID-19.

"Alguns dias atrás ele estava se recuperando no hospital principal de Cremona, mas suas condições pioraram irreversivelmente", relata Avvenire sobre o padre que era presidente da agência SIR (Serviço de Informações Religiosas), diretor do semanário diocesano La Vita Cattolica e presidente Federação Italiana dos semanários católicos (FISC).

O bispo Rini será enterrado na capela canônica no cemitério de Cremona.

O Bispo de Cremona, Dom Antonio Napolioni, que também está se recuperando da infecção por coronavírus, expressou suas condolências e proximidade com a família e os amigos do padre falecido.

Vincenzo Corrado, diretor do escritório de comunicações da Conferência Episcopal Italiana, e P. Iván Maffeis, subsecretário; eles também transmitiram suas condolências.

"Don Vincenzo tinha a capacidade de ler e compor o fragmento do todo", indicaram e enfatizaram que "cada encontro com ele sempre foi uma janela de esperança, essa virtude que se destacou em sua vida".

Dom Rini dirigiu o semanário Cremona por 30 anos até 2016. Embora se aposentasse da esfera de reportagem jornalística, continuou escrevendo outras coisas, incluindo romances, e atuou em outros cargos nos níveis local e nacional.

Por dois anos, trabalhou como assistente eclesiástico nacional dos congressos culturais "Maria Cristina di Savoia", posição que lhe foi conferida pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Com mais de 1.250 mortes neste sábado, a Itália é o país com mais mortes por coronavírus fora da China. Estima-se que no país europeu existam quase 18 mil casos confirmados. Fonte: https://www.aciprensa.com

Decisão é deste sábado (14) e leva em consideração avanço dos casos de coronavírus. Apesar disso, as visitas seguem liberadas aos fiéis.

 

Por G1 Vale do Paraíba e Região

A Justiça determinou neste sábado (14) a suspensão de missas e eventos no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A decisão leva em consideração a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no mundo e o avanço dos casos no Brasil. A visitação dos fiéis ao templo, contudo, está liberada.

A ação foi proposta pelo Ministério Público em razão da Covid-19. Na tarde deste sábado, a juíza Luciene Belan Ferreira Allemand acatou o pedido em caráter liminar para suspensão das missas no maior templo mariano do mundo.

"Pelo exposto, antecipo os efeitos da tutela, em razão da ameaça de contaminação e disseminação da doença, por se trata de medida de saúde pública, evitando-se, assim, a exposição de diversas pessoas ao vírus, bem como suas consequências , deferindo a liminar para impedir a realização de quaisquer eventos no Santuário Nacional de Aparecida (...)", diz trecho da decisão.

Segundo a decisão, a suspensão é por 30 dias e, caso seja necessário, pode ser prorrogada. O prazo estipulado afeta as celebrações da Sexta-feira Santa e Páscoa no Santuário.

A última missa no templo foi celebrada às 12h deste sábado. A Basílica de Aparecida comporta 35 mil fiéis em torno do Altar Central, onde são realizadas as principais celebrações do templo.

De acordo com o Santuário Nacional, as visitas aos fiéis estão liberadas. Além disso, a limpeza dos espaços comuns foram reforçadas e o posto médico do templo criou um fluxo de atendimento orientado pela Secretaria de Saúde.

Aparecida (SP) não tem nenhum caso suspeito de coronavírus.

 

Casos no Brasil

O Ministério da Saúde divulgou neste sábado (14) novo balanço dos casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil: são 121 casos. Além disso, o balanço tem os seguintes destaques:

-121 casos confirmados, eram 98 na sexta-feira

-1.496 suspeitos

-1.413 casos descartados

No estado de São Paulo subiu para 65 o número de casos confirmados. O estado representa 53,7% dos casos de todo o Brasil.

Segundo a Secretaria da Saúde, são 62 casos confirmados na capital, 1 em Santana do Parnaíba, 1 em Ferraz de Vasconcelos e 1 em Carapicuíba.

Além dos confirmados, São Paulo também tem 752 casos suspeitos e 545 descartados. Fonte: https://g1.globo.com

Objetivo é evitar propagação do novo coronavírus.

 

As celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem os fiéis na Praça de São Pedro, anunciou o Vaticano neste domingo (15). A decisão tem o objetivo de evitar a propagação do novo coronavírus.

“Devido à atual emergência sanitária, todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa serão realizadas sem a presença física dos fiéis”, afirmou o Vaticano em comunicado. “Da mesma forma, comunicamos que domingo, 12 de abril de 2020, a recitação do ‘Angelus’ pelo papa Francisco será transmitida apenas via ‘streaming’”, acrescentou o Vaticano.

As missas afetadas são as do Domingo de Ramos (5 de abril), quinta-feira santa (dia 9 de abril), Sexta-feira Santa e o Caminho da Cruz no Coliseu Romano (10 de abril), Sábado Sagrado da Vigília Pascal (11 de abril) e Domingo de Páscoa (12 de abril) com a tradicional benção "Urbi et Orbi".

Até 12 de abril as orações de Angelus só podem ser vistas ao vivo no site do Vaticano.

Desde a semana passada, o papa Francisco realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis para evitar a propagação. O pontífice também tem mantido a distância prudente recomendada de seus interlocutores. A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, seguindo as recomendações das autoridades italianas. Fonte: https://g1.globo.com

O Bispo da Diocese de Itaguaí/RJ, Dom Frei José Ubiratan Lopes, OFMCap, orienta o povo de Deus sobre a participação nos eventos religiosos na Diocese.  Convento do Carmo de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio

A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.

 

PRIMEIRA LEITURA - Ex 17,3-7

O texto que nos é proposto como primeira leitura pertence às "tradições sobre a libertação" (cf. Ex 1-18). Trata-se de um bloco de tradições que narram a libertação dos hebreus do Egipto (por acção de Jahwéh e do seu servo Moisés) e a caminhada pelo deserto até ao Sinai.

O texto leva-nos até ao deserto do Sinai. O vers. 1 do nosso texto situa o episódio de Massa/Meribá nos arredores de Refidim, provavelmente no sul da península do Sinai (cf. Nm 33,14-15); mas Nm 20,7-11 situa-o nos arredores de Kadesh, a norte (aliás, não é possível traçar com rigor o caminho percorrido pelos hebreus, desde o Egito até à Terra Prometida: estamos diante de textos que provêm de "fontes" diferentes, aqui combinados por um redactor final; e essas "fontes" referem-se, provavelmente, a viagens distintas e a grupos distintos, que em épocas distintas atravessaram o deserto do Sinai). De qualquer forma, também não interessa definir exatamente o enquadramento geográfico: mais do que escrever um diário de viagem, aos catequistas de Israel interessa fazer uma catequese sobre o Deus libertador, que conduziu o seu Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
A questão fundamental para este grupo de fugitivos que, chefiados por Moisés, fugiu do Egito, é a questão da sobrevivência num cenário desolado como é o deserto do Sinai. Os beduínos conheciam diversos "truques" que lhes asseguravam a sobrevivência no deserto. Um desses "truques" pode relacionar-se com o texto que nos é proposto... Alguns autores garantem a existência no deserto do Sinai de rochas porosas que, quando quebradas em certos lugares, permitem o aproveitamento da água aí armazenada. Terá sido qualquer coisa parecida que aconteceu na caminhada dos hebreus e que deixou um sinal na memória do Povo? É possível; mas o importante é que Israel viu no facto um sinal da presença e do amor do Deus libertador.

 

MENSAGEM

Este episódio é um episódio paradigmático, que reproduz as vicissitudes e as dificuldades da caminhada histórica do Povo de Deus.

Desde que o Povo fugiu do Egito, até chegar a este lugar (Massa/Meribá, segundo os autores do relato), Jahwéh manifestou, de mil formas, o seu amor por Israel... No episódio da passagem do mar (cf. Ex 14,15-31), no episódio da água amarga transformada em água doce (cf. Ex 15,22-27), no episódio do maná e das codornizes (cf. Ex 16,1-20), Deus mostrou o seu empenho em conduzir o seu Povo para a liberdade e em transformar a experiência de morte numa experiência de vida... Jahwéh mostrou, sem margem para dúvidas, estar empenhado na salvação do seu Povo. Depois dessas experiências, Israel já não devia ter qualquer dúvida sobre a vontade salvadora de Deus e sobre o seu projeto de libertação.
No entanto, não é isso que acontece. Diante das dificuldades da caminhada, o Povo esquece tudo o que Jahwéh já fez e manifesta as suas dúvidas sobre os objetivos de Deus. A falta de confiança em Deus ("o Senhor está ou não no meio de nós?" - vers. 7) conduz ao desespero e à revolta. O Povo entra em contenda com Moisés (o nome "meribá" vem da raíz "rib" - "entrar em contencioso") e desafia Deus a clarificar, através de um gesto espetacular, de que lado está (o nome "massa" vem da raíz "nsh" - "tentar", no sentido de "provocar"). Acusam Deus de ter um projeto de morte, apesar de Ele, tantas vezes, ter demonstrado que o seu projeto é de vida e de liberdade. Afinal, depois de tantas provas, Israel ainda não fez uma verdadeira experiência de fé: não aprendeu a confiar em Deus e a entregar-se nas suas mãos.

Como é que Deus reage à ingratidão e à falta de confiança do seu Povo? Com "paciência divina", Deus responde mais uma vez às necessidades do seu Povo e oferece-lhe a água que dá vida. À pergunta do Povo ("o Senhor está ou não no meio de nós?"), Deus responde provando que está, efectivamente, no meio do seu Povo.

Desta forma os israelitas - e os crentes de todas as épocas - são convidados a reter esta verdade definitiva: o Senhor é o Deus que está sempre presente na caminhada histórica do seu Povo oferecendo-lhe, em cada passo da caminhada, a vida e a salvação.

 

ATUALIZAÇÃO

A caminhada dos hebreus pelo deserto é, um pouco, o espelho da nossa caminhada pela vida. Todos nós fazemos, todos os dias, a experiência de um Deus libertador e salvador, que está presente ao nosso lado, que nos estende a mão e nos faz passar da escravidão para a liberdade. No entanto, ao longo da travessia do deserto que é a vida, experimentamos, em certas circunstâncias, a nossa pequenez, a nossa dependência, as nossas limitações e a nossa finitude; as dificuldades, o sofrimento e o desencanto fazem-nos duvidar da bondade de Deus, do seu amor, do seu projeto para nos salvar e para nos conduzir em direção à verdadeira felicidade. No entanto, a Palavra de Deus deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona o seu Povo em caminhada pela história... Ele está ao nosso lado, em cada passo da caminhada, para nos oferecer gratuitamente e com amor a água que mata a nossa sede de vida e de felicidade.

Ao longo da caminhada do Povo de Deus pelo deserto vêm ao de cima as limitações e as deficiências de um grupo humano ainda com mentalidade de escravo, agarrado à mesquinhez, ao egoísmo e ao comodismo, que prefere a escravidão ao risco da liberdade. No entanto, Deus lá está, ajudando o Povo a superar mentalidades estreitas e egoístas, fazendo-o ir mais além e obrigando-o a amadurecer. À medida que avança, de mãos dadas com Deus, o Povo vai-se renovando e transformando, vai alargando os horizontes, vai-se tornando um Povo mais responsável, mais consciente, mais adulto e mais santo.

É esta, também, a experiência que fazemos. Muitas vezes somos egoístas, orgulhosos, comodistas, "meninos mimados" que passam a vida a lamentar-se e a acusar Deus e os outros pelos "dói-dóis" que a vida nos faz. No entanto, as dificuldades da caminhada não são um castigo ou uma derrota; são, tantas vezes, parte dessa pedagogia de Deus para nos forçar a ir mais além, para nos renovar, para nos amadurecer, para nos tornar menos orgulhosos e autosuficientes. Devíamos, talvez, aprender a agradecer a Deus alguns momentos de sofrimento e de fracasso que marcam a nossa vida, pois através deles Deus faz-nos crescer.

 

EVANGELHO - Jo 4,5-42

 

AMBIENTE

O Evangelho deste domingo situa-nos junto de um poço, na cidade samaritana de Sicar. A Samaria era a região central da Palestina - uma região heterodoxa, habitada por uma raça de sangue misturado (de judeus e pagãos) e de religião sincretista.
Na época do Novo Testamento, existia uma animosidade muito viva entre samaritanos e judeus. Historicamente, a divisão começou quando, em 721 a.C., a Samaria foi tomada pelos assírios e foi deportada cerca de 4% da população samaritana. Na Samaria instalaram-se, então, colonos assírios que se misturaram com a população local. Para os judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se (cf. 2 Re 17,29). A relação entre as duas comunidades deteriorou-se ainda mais quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos (cf. Esd 4,1-5) para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.) e denunciaram os casamentos mistos. Tiveram, então, de enfrentar a oposição dos samaritanos na reconstrução da cidade (cf. Ne 3,33-4,17). No ano 333 a.C., novo elemento de separação: os samaritanos construíram um Templo no monte Garizim; no entanto, esse Templo foi destruído em 128 a.C. por João Hircano. Mais tarde, as picardias continuaram: a mais famosa aconteceu por volta do ano 6 d.C., quando os samaritanos profanaram o Templo de Jerusalém durante a festa da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios.

Os judeus desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé jahwista; e os samaritanos pagavam aos judeus com um desprezo semelhante.
A cena passa-se à volta do "poço de Jacob", situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizim, não longe da cidade samaritana de Siquém (em aramaico, Sicara - a atual Askar). Trata-se de um poço estreito, aberto na rocha calcária, e cuja profundidade ultrapassa os 30 metros. Segundo a tradição, teria sido aberto pelo patriarca Jacob... Os dados arqueológicos revelam que o "poço de Jacob" serviu os samaritanos entre o ano 1000 a.C. e o ano 500 d.C. (embora ainda hoje se possa extrair dele água).
O "poço" acaba por transformar-se, na tradição judaica, num elemento mítico. Sintetiza os poços abertos pelos patriarcas e a água que Moisés fez brotar do rochedo no deserto (primeira leitura de hoje); mas, sobretudo, torna-se figura da Lei (do poço da Lei brota a água viva que mata a sede de vida do Povo de Deus), que a tradição judaica considerava observada já pelos patriarcas, antes de ser dada ao Povo por Moisés.
O Evangelho segundo São João apresenta Jesus como o Messias, Filho de Deus, enviado pelo Pai para criar um Homem Novo. No chamado "Livro dos Sinais" (cf. Jo 4,1-11,56), o autor apresenta - recorrendo aos "sinais" da água (cf. Jo 4,1-5,47), do pão (cf. Jo 6,1-7,53), da luz (cf. Jo 8,12-9,41), do pastor (cf. Jo 10,1-42) e da vida (cf. Jo 11,1-56) - um conjunto de catequeses sobre a acção criadora do Messias.

O nosso texto é, exactamente, a primeira catequese do "Livro dos Sinais": através do "sinal" da água, o autor vai descrever a acção criadora e vivificadora de Jesus.

 

MENSAGEM

No centro da cena, está o "poço de Jacob". À volta do "poço" movimentam-se as personagens principais: Jesus e a samaritana.

A mulher (aqui apresentada sem nome próprio) representa a Samaria, que procura desesperadamente a água que é capaz de matar a sua sede de vida plena. Jesus vai ao encontro da "mulher". Haverá neste episódio uma referência ao Deus/esposo que vai ao encontro do povo/esposa infiel para lhe fazer descobrir o amor verdadeiro? Tudo indica que sim (aliás, o profeta Oseias, o grande inventor desta imagem matrimonial para representar a relação Deus/Povo, pregou aqui, na Samaria).

O "poço" representa a Lei, o sistema religioso à volta do qual se consubstanciava a experiência religiosa dos samaritanos. Era nesse "poço" que os samaritanos procuravam a água da vida plena. No entanto: o "poço" da Lei correspondia à sede de vida daqueles que o procuravam? Não. Os próprios samaritanos tinham reconhecido a insuficiência do "poço" da Lei e haviam buscado a vida plena noutras propostas religiosas (por isso, Jesus faz referência aos "cinco maridos" que a mulher já teve: há aqui, provavelmente, uma alusão aos cinco deuses dos samaritanos de que se fala em 2 Re 17,29-41).
Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca da vida plena. Onde encontrar essa vida? Na Lei? Noutros deuses? A mulher/Samaria dá conta da falência dessas "ofertas" de vida: elas podem "matar a sede" por curtos instantes; mas quem procura a resposta para a sua realização plena nessas propostas voltará a ter sede.
É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele senta-se "junto do poço", como se pretendesse ocupar o seu lugar; e propõe à mulher/Samaria uma "água viva", que matará definitivamente a sua sede de vida eterna (vers. 10-14). Jesus passa a ser o "novo poço", onde todos os que têm sede de vida plena encontrarão resposta para a sua sede.
Qual é a água que Jesus tem para oferecer? É a "água do Espírito" que, no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus. Na conversa com Nicodemos, Jesus já havia avisado que "quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus" - Jo 3,5; e quando Jesus se apresenta como a "água viva" que matará a sede do homem, João tem o cuidado de explicar que Ele se referia ao Espírito, que iam receber aqueles que acreditassem n'Ele (cf. Jo 7,37-39). Esse Espírito, uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova-o e torna-o capaz de amar Deus e os outros.
Como é que a mulher/Samaria responde ao dom de Jesus? Inicialmente, ela fica confusa. Parece disposta a remediar a situação de falência de felicidade que caracteriza a sua vida, mas ainda não sabe bem como: essa vida plena que Jesus está a propor-lhe significa que a Samaria deve abandonar a sua especificidade religiosa e ceder às pretensões religiosas dos judeus, para quem o verdadeiro encontro com Deus só pode acontecer no Templo de Jerusalém e na instituição religiosa judaica ("nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar")?

No entanto, Jesus nega que se trate de escolher entre o caminho dos judeus e o caminho dos samaritanos. Não é no Templo de pedra de Jerusalém ou no Templo de pedra do monte Garizim que Deus está... O que se trata é de acolher a novidade do próprio Jesus, aderir a Ele e aceitar a sua proposta de vida (isto é, aceitar o Espírito que Ele quer comunicar a todos os homens).

Dessa forma - e só dessa forma - desaparecerá a barreira de inimizade que separa os povos - judeus e samaritanos. A única coisa que passa a contar é a vida do Espírito que encherá o coração de todos, que a todos ensinará o amor a Deus e aos outros e que fará de todos - sem distinção de raças ou de perspectivas religiosas - uma família de irmãos.
A mulher/Samaria responde à proposta de Jesus abandonando o cântaro (agora inútil), e correndo a anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus lhe faz. O texto refere, ainda, a adesão entusiástica de todos os que tomam conhecimento da proposta de Jesus e a "confissão da fé": Jesus é reconhecido como "o salvador do mundo" - isto é, como Aquele que dá ao homem a vida plena e definitiva (vers. 28-41).

O nosso texto define, portanto, a missão de Jesus: comunicar ao homem o Espírito que dá vida. O Espírito que Jesus tem para oferecer desenvolve e fecunda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de amar sem medida. Eleva, assim, esses homens que buscam a vida plena e definitiva à categoria de Homens Novos, filhos de Deus que fazem as obras de Deus. Do dom de Jesus nasce a nova comunidade.

 

ATUALIZAÇÃO

A modernidade criou-nos grandes expectativas. Disse-nos que tinha a resposta para todas as nossas procuras e que podia responder a todas as nossas necessidades. Garantiu-nos que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa vida vivida sem dependência de Deus; disse-nos que a vida plena estava nos avanços tecnológicos, que iriam tornar a nossa existência cómoda, eliminar a doença e protelar a morte; afirmou que a vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social, no êxito profissional, nos aplausos das multidões, nos "cinco minutos" de fama que a televisão oferece... No entanto, todas as conquistas do nosso tempo não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de plenitude, dessa "mais qualquer coisa" que nos falta para sermos, realmente, felizes. A afirmação essencial que o Evangelho de hoje faz é: só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem. Eu já descobri isto, ou a minha procura de realização e de vida plena faz-se noutros caminhos? O que é preciso para conseguirmos que os homens do nosso tempo aprendam a olhar para Jesus e a tomar consciência dessa proposta de vida plena que Ele oferece a todos?

Essa "água viva" de que Jesus fala faz-nos pensar no batismo. Para cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus... Nessa altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós "filhos de Deus" e que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva. A minha vida de cristão tem sido, verdadeiramente, coerente com essa vida nova que então recebi? O compromisso que então assumi é algo esquecido e sem significado, ou é uma realidade que marca a minha vida, os meus gestos, os meus valores e as minhas opções?

Atentemos no pormenor do "cântaro" abandonado pela samaritana, depois de se encontrar com Jesus... O "cântaro" significa e representa tudo aquilo que nos dá acesso a essas propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade. O abandono do "cântaro" significa o romper com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena. Eu estou disposto a abandonar o caminho da felicidade egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o meu coração ao Espírito que Jesus me oferece e que me exige uma vida nova?

A samaritana, depois de encontrar o "salvador do mundo" que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a sua descoberta; mas partiu para a cidade, a propor aos seus concidadãos a verdade que tinha encontrado. Eu sou, como ela, uma testemunha viva, coerente, entusiasmada dessa vida nova que encontrei em Jesus?

*Leia o Evangelho na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto de Angra dos Reis/RJ. Sábado, 14 de março-2020. www.instagram.com/freipetronio

 

Gabriel Díaz Azarola é pastor da Parroquia de São Vicente de Paúl em Valdemoro (Madri), uma das principais fontes de infecção por coronavírus na Espanha. Como ele próprio explicou em um vídeo gravado na tarde de sexta-feira e enviado para o canal paroquial do YouTube, na terça-feira sentiu febre e sintomas e, depois de fazer o teste, o resultado foi positivo.

Fonte: https://templariodemaria.com.br

AO – VIVO - ANGRA DOS REIS. Veja imagens da Santa Missa celebrada por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, nesta sexta-feira 13 na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, na Praia do Anil. www.instagram.com/freipetronio

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- A Caminho de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 13 de março-2020.   www.instagram.com/freipetronio

No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, da obediência total e radical aos planos do Pai.

O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.
Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspectiva, ele é o modelo do crente que percebe o projeto de Deus e o segue de todo o coração.
Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projeto de Deus no mundo. Nada - muito menos o medo, o comodismo e a instalação - pode distrair o discípulo dessa responsabilidade.

 

EVANGELHO ( Mt 17,1-9): ATUALIZAÇÃO

A questão fundamental expressa no episódio da transfiguração está na revelação de Jesus como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o projeto salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de si próprio por amor. Pela transfiguração de Jesus, Deus demonstra aos crentes de todas as épocas e lugares que uma existência feita dom não é fracassada - mesmo se termina na cruz. A vida plena e definitiva espera, no final do caminho, todos aqueles que, como Jesus, forem capazes de pôr a sua vida ao serviço dos irmãos.

Na verdade, os homens do nosso tempo têm alguma dificuldade em perceber esta lógica... Para muitos dos nossos irmãos, a vida plena não está no amor levado até às últimas consequências (até ao dom total da vida), mas sim na preocupação egoísta com os seus interesses pessoais, com o seu orgulho, com o seu pequeno mundo privado; não está no serviço simples e humilde em favor dos irmãos (sobretudo dos mais débeis, dos mais marginalizados e dos mais infelizes), mas no assegurar para si próprio uma dose generosa de poder, de influência, de autoridade e de domínio, que dê a sensação de pertencer à categoria dos vencedores; não está numa vida vivida como dom, com humildade e simplicidade, mas numa vida feita um jogo complicado de conquista de honras, de glórias e de êxitos. Na verdade, onde é que está a realização plena do homem? Quem tem razão: Deus, ou os esquemas humanos que hoje dominam o mundo e que nos impõem uma lógica diferente da lógica do Evangelho?

Por vezes somos tentados pelo desânimo, porque não percebemos o alcance dos esquemas de Deus; ou então, parece que, seguindo a lógica de Deus, seremos sempre perdedores e fracassados, que nunca integraremos a elite dos senhores do mundo e que nunca chegaremos a conquistar o reconhecimento daqueles que caminham ao nosso lado... A transfiguração de Jesus grita-nos, do alto daquele monte: não desanimeis, pois a lógica de Deus não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim.

Os três discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem não ter muita vontade de "descer à terra" e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, ser seguidor de Jesus obriga a "regressar ao mundo" para testemunhar aos homens - mesmo contra a corrente - que a realização autêntica está no dom da vida; obriga a atolarmo-nos no mundo, nos seus problemas e dramas, a fim de dar o nosso contributo para o aparecimento de um mundo mais justo e mais feliz. A religião não é um ópio que nos adormece, mas um compromisso com Deus, que se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique no link- EVANGELHO DO DIA.

Primeiro caso de positividade ao COVID-19 foi verificado na quinta-feira no Vaticano.

 

Vatican News

"Esta manhã, foram temporariamente suspensos todos os serviços ambulatoriais da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano”, é o que afirma o diretor da Sala de Imprensa, Matteo Bruni, ao informar o primeiro caso de positividade ao COVID-19 verificado na quinta-feira num paciente. O Pronto-Socorro permanece em funcionamento

Bruni comunicou que a Direção de Saúde e Higiene está em contato com as autoridades italianas competentes e, enquanto isso, foram aplicados os protocolos de saúde previstos.

Já ontem, o diretor da Sala de Imprensa confirmou que o decurso do resfriado do Papa Francisco “procede positivamente” e que o Papa “continua a celebrar diariamente a Santa Missa e a seguir os exercícios espirituais, de acordo com os comunicados precedentes”.

 

Suspensas as atividades da Diocese de Roma

Do mesmo modo a Diocese de Roma está tomando as devidas providências, afirma Dom Pierangelo Pedretti, prelado secretário do Vicariato de Roma. Dom Pedretti comunicou a decisão de suspender até 15 de março todas as “atividades não sacramentais” ou seja “catecismos dos sacramentos para a primeira comunhão, cursos de preparação para o casamento, retiros e exercícios espirituais, peregrinações e atividades paroquiais em geral”.

 

Celebrações com medidas cautelares

As medidas predispostas referem-se ao Decreto do Governo italiano para enfrentar a emergência Coronavírus. São consentidas as “celebrações litúrgicas semanais e festivas, desde que respeitem as medidas de precaução consideradas fundamentais pelas Autoridades competentes, em particular manter um metro de distância entre as pessoas”. “Sugere-se também" que sejam “predispostas as celebrações ao ar livre” e convida-se os fiéis, na medida do possível, a participarem às celebrações nas igrejas maiores. Permanecem em vigor as indicações de dias atrás, ou seja: “receber a Eucaristia nas mãos, evitar o aperto de mão como gesto de paz e a retirada da água benta”.

 

A caridade continua

Além disso determina-se que as visitas aos doentes continuem respeitando rigorosamente as condições de distâncias mínima e de higiene, utilizando máscaras e “limitando as ocasiões de interação com os doentes à administração dos Sacramentos”. Não devem ser interrompidas as atividades nos refeitórios solidários, acolhida aos sem teto e os requerentes de asilo, mas sempre com muita atenção às indicações de segurança. Fonte: https://www.vaticannews.va

1) Oração

Concedei, ó Deus, que vossos filhos se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação desta Quaresma frutifique em todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 20 Disse Jesus , se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto do evangelho de hoje faz parte de uma unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repete a frase: "Antigamente foi dito, mas eu vos digo!" (Mt 5,21. 27.33.38.43). Um pouco antes, ele tinha dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). A atitude de Jesus frente à lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas, mas mantém firme o objetivo que a lei quer alcançar: a prática da justiça maior que é o Amor.

Mateus 5,20: A justiça maior que a justiça dos fariseus. Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça  aparece nenhuma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muita angústia para as pessoas, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (cf. Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa, apesar dos meus defeitos e pecados.

Por meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus vai mostrar como fazer para alcançar esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o evangelho de hoje traz o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando entregou este mandamento a Moisés.

Mateus 5,21-22: A lei diz "Não matarás!" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que de uma ou de outra maneira possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc.

Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar e pagar suas promessas, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existem. Tinham sido destruídos pelos romanos. A própria comunidade e a celebração comunitária passam ser o Templo e o Altar de Deus.

Mateus 5,25-26: Reconciliar. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!

 

4) Para um confronto pessoal

1) A reconciliação é uma palavra ou um estilo de vida em nossa convivência?

2) Qual a importância da mensagem de Jesus neste dia para a nossa relação com o próximo?

 

5) Oração final

Do fundo do abismo, clamo a vós, Senhor; Senhor, ouvi minha oração. Que vossos ouvidos estejam atentos à voz de minha súplica. (Sl 129, 1-2)

O Brasil, especialmente na região amazônica, tem se tornado um lugar onde defender os direitos é se colocar em risco. Os ataques se sucedem, também contra aqueles que fazem parte das pastorais sociais da Igreja católica. Num desses episódios, a semana passada foram atacados os padres Dennis Koltz e Sisto Magro, da Comissão Pastoral da Terra – CPT, no Amapá. Eles foram vítimas do ataque de um fazendeiro de soja, Mário Junior Rocha, na área de Campina do São Benedito, Pacuí. Ele é mais um dos muitos fazendeiros que tem invadido o estado, provocando desmatamento e grilagem de terras públicas.

Dentro das atividades da CPT está a defesa dos direitos humanos e o registro de conflitos agrários. O ataque aconteceu no momento em que fotografavam uma placa de licenciamento para desmatamento de uma fazenda para averiguar a legalidade e validade, que foi descoberta estar vencida desde agosto de 2019. Alem dos socos, foram ameaçados de morte e bateram propositalmente no seu carro, que se encontrava parado.

Diversos organismos, pastorais, bispos e padres tem manifestado seu apoio nos últimos dias. Dentre eles, um grupo de padres de todas as regiões do Brasil, que acompanham diversas pastorais sociais e as CEBs, denominados Padres da Caminhada, tem enviado uma nota de apoio, assinada também por alguns bispos. A nota, na linha de outras enviadas para os padres agredidos, destaca que “os que buscam seguir de perto Jesus e assumem tal missão evangelizadora junto aos empobrecidos, na luta pelos direitos à terra, ao trabalho, ao pão e à moradia também sofrem ameaças, perseguições e violência em seus corpos”.

Como padres que participam de processos de evangelização similares aos realizados pelos padres Dennis Koltz e Sisto Magro, a nota afirma que “nós não devemos nos conformar aos projetos dos poderosos deste mundo, nem mesmo ficar indiferentes à situação vivida por grande parte de nosso povo”. Diante da realidade que o Brasil vive atualmente, que a nota denomina como “tempos sombrios”, que tem como consequência que “a violência aumenta cada vez mais para com os mais frágeis e contra os povos tradicionais”, eles destacam que existem “irmãos corajosos e com forte espírito evangélico que se comprometem com os mais pobres”.

A nota, que narra os fatos acontecidos, enfatiza a solidariedade fraterna e as preces para com quem vive desde o “compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo e no serviço aos irmãos e irmãs nestas terras do Amapá, e em toda a nossa “Querida Amazônia””.

A nota foi enviada por Luis Miguel Modino.

Eis a nota.

Nota de Apoio aos padres Dennis Koltz e Sisto Magro

“Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar o Evangelho aos pobres: enviou-me para proclamar a liberdade aos presos e, aos cegos, a visão; para pôr em liberdade os oprimidos e proclamar um ano do agrado do Senhor’. Então, começou a dizer-lhes: ‘Hoje cumpriu-se esta palavra da Escritura que acabais de ouvir’.” (Lc 4,17-19.21)

Nesta narrativa presente no Evangelho de Lucas encontramos o programa da ação de Jesus e que é fundamento para nossa missão como presbíteros da Igreja, continuadores da missão de Jesus. Lembra-nos ainda esta narrativa que a Boa Notícia é dirigida aos pobres. Alguns presentes aprovam enquanto outros ficam em dúvida. Porém, há os que rejeitam o programa de Jesus. A Boa Notícia para os pobres significa uma má notícia aos ricos e poderosos. A violência contra Jesus surge pelo fechamento à partilha do poder, dos bens da criação e da vida. Aqueles que vivem às custas dos pobres se enfureceram com Jesus, chegando ao ponto de querer jogá-lo no abismo.

Os que buscam seguir de perto Jesus e assumem tal missão evangelizadora junto aos empobrecidos, na luta pelos direitos à terra, ao trabalho, ao pão e à moradia também sofrem ameaças, perseguições e violência em seus corpos. Os continuadores da missão de Jesus, nós não devemos nos conformar aos projetos dos poderosos deste mundo, nem mesmo ficar indiferentes à situação vivida por grande parte de nosso povo. É nosso dever e missão estar juntos ao povo santo de Deus e “buscar o Reino de Deus e a sua justiça” (cf. Mt 6,33). Nosso desafio se torna ainda maior nestes tempos sombrios pelo quais estamos passando. A violência aumenta cada vez mais para com os mais frágeis e contra os povos tradicionais. Mas ainda encontramos irmãos corajosos e com forte espírito evangélico que se comprometem com os mais pobres.

Por isso, queremos aqui manifestar a nossa solidariedade e apoio aos dois irmãos que foram impedidos de cumprir sua missão profética junto à CPT (Comissão Pastoral da Terra) de Amapá. Os padres Dennis Koltz e Sisto Magro foram agredidos na terça-feira, dia 25 de fevereiro, por um fazendeiro de soja na área de Campina do São Benedito, Pacuí. Os dois padres têm uma missão importante na defesa de direitos humanos e atuam no registro de conflitos agrários para a publicação anual do Caderno da CPT, como todos conhecemos. Eles estavam fotografando uma placa de licenciamento para desmatamento de uma fazenda para averiguar a legalidade e validade, que por sinal está vencida desde agosto de 2019! Neste momento o padre Dennis foi violentamente atacado pelo suposto dono da fazenda, Mario Junior Rocha com socos e com outras ameaças contra sua vida, além de uma batida proposital no carro, que quase o fez tombar.

Aos nossos irmãos, padres Dennis Koltz e Sisto Magro, manifestamos nossa solidariedade fraterna e asseguramos nossas preces. Sintam-se acompanhados por cada um de nós e contem conosco nesta caminhada de compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo e no serviço aos irmãos e irmãs nestas terras do Amapá, e em toda a nossa “Querida Amazônia”, que também sonhamos livre de toda ganância e de todo colonialismo! Que Nossa Senhora da Amazônia, Mãe do coração trespassado que sofreis nos vossos filhos ultrajados e na natureza ferida, seja a presença materna e força na caminhada!

  1. Pe. Celso Carlos Puttkammer dos Santos – Soure – PA – Diocese de Caçador/Prelazia de Marajó
    2. Pe. Francisco Gecivam Garcia - Dioc. Maringá/PR
    3. Pe. Geraldino Rodrigues de Proença – Diocese de Apucarana-PR
    4. Pe. Rui Fernando - Diocese Apucarana/ PR
    5. Pe. Aquino Júnior - Diocese de Limoeiro do Norte - CE
    6. Pe. Edegard Silva Júnior- Diocese de Pemba- Moçambique
    7. Pe. Vilson Groh, Arquidiocese de Florianópolis
    8. Pe. Edson André Cunha Thomassim - São Leopoldo -Coordenador Estadual da Past. Carcerária RS
    9. Pe. Luis Miguel Modino - Arquidiocese de Manaus
    10. Pe. Marcelo de Oliveira - Arquidiocese de Campinas SP
    11. Pe. Antonio Manzatto, Arquidiocese de São Paulo
    12. Pe. Alex José Kloppenburg, Diocese de Bage, RS
    13. Pe. José Roberto Moreira, Bocaina do Sul, SC
    14. Pe. Vitor Galdino Feller, Arquidiocese de Florianópolis, SC.
    15. Pe. Rodrigo Schüler de Souza Diocese de Osório, RS
    16. Pe. João Pedro de Liz, Urubici - Diocese de Lages, SC
    17. Pe. Flávio Corrêa de Lima - Diocese de Novo Hamburgo / RS
    18. Pe. Leandro de Mello - Arquidiocese de Passo Fundo RS
    19. Pe. Mauro Batista Pedrinelli - Arquidiocese de Londrina, PR
    20. Pe. Júlio Renato Lancellotti arquidiocese de São Paulo pastoral de rua
    21. Pe. Medoro de Oliveira Souza Neto - Diocese de Valença, RJ.
    22. Pe. Ezael Juliatto, Arquidiocese de São Paulo
    23. Pe. Pascal A. Bekububo, SX. Pastoral Indigenista, Conceição do Araguaia, PA.
    24. Frei Wilmar Villalba, OFM Conv - Ubatuba – SP
    25. Pe. Domingos Rodrigues - Diocese de Bagé/RS
    26. Pe. Antonio Lopes, Limoeiro do Norte - CE
    27. Pe. Dirceu Luiz Fumagalli, Arquidiocese de Londrina
    28. Pe. Diego Giuseppe Pelizzari - CIMI – SUL
    29. Pe. Jefferson Nogueira da Mata – Diocese de Apucarana – PR
    30. Pe. Lino Batista de Oliveira – Diocese de Apucarana – PUC Londrina - PR
    31. Pe. José Geraldo Vidal. Pastorais Sociais da diocese de Xingu
    32. Pe. Domingos Ormonde, Diocese de Duque de Caxias - RJ
    33. Pe. Antonio Fontinele de Melo, Porto Velho- RO.
    34. Pe. José Amaro Lopes de Sousa. Diocese de Xingu, Altamira, PA
    35. Pe. José Domingos Bragheto-Pastoral Operária Arquidiocese de São Paulo- SP
    36. Pe. Leomar Antonio Montagna - Arquidiocese de Maringá - PR.
    37.: Pe. Marcos Roberto Almeida dos Santos - Arquidiocese de Maringá - PR.
    38. Pe. Luiz Ceppi,Rio Branco-Ac - Ass. Extrativismo
    39. Pe. Luiz Carlos Palhares. Santo Inácio-Pr. Diocese de Apucarana.
    40. Frei Atílio Battistuz, OFM - Prelazia do Marajó
    41.Pe. Ivanil Pereira da Silva, diocese de Umuarama, PR
    42. Pe. Antônio José de Almeida, Diocese de Apucarana, PR
    43. Pe. Hermes Antonio Tonini, diocese de Lages-SC
    43. Pe. Paulo Joanil da Silva - Belém /PA
    44. Pe. Danilo Pena, Arquidiocese de Curitiba - PR
    45. Pe. Luiz Ceppi .Rio Branco-AC
    46. Pe. Marcos Just Arquidiocese de Curitiba – PR
    47. Pe. Jorge Pereira de Melo Arquidiocese de Londrina – PR
    48. Pe. Adamor Lima -Diocese de Abaetetuba/PA
    49. Pe. Sebastião Rodrigues da Silva - Diocese de Cornélio Procópio-PR
    50. Pe. Nadir Luiz Zanchet - Diocese de Balsas/MA.
    51. Dom Manoel João Francisco, bispo de diocese de Cornélio Procópio – PR
    52. Pe. Severino Leite Diniz - Diocese de Lins – SP
    53. Pe. Altair Manieri, Arquidiocese de Londrina- PR
    54. Pe. Vileci Basílio Vidal - Diocese de Crato – CE
    55. Diác. Jorge Luiz - Arquidiocese de São Paulo – SP
    56. Pe. Jorge Corsini, Diocese de Registro – SP
    57. Pe. Benedito Ferraro, Arquidiocese de Campinas-SP.
    58. Pe. Raimundo Vanthuy Neto - Diocese de Roraima -RR
    59. Pe. Sérgio Eduardo Mariucci – SJ
    60. Dom Erwin Kräutler – Bispo Emérito do Xingu – PA
    61. Dom Cláudio Hummes – Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM
    62. Dom Pedro Brito Guimarães – Arquidiocese de Palmas – TO
    63. Dom Vital Corbellini – Bispo de Marabá – PA

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

A Santa Missa e o Coronavirus: Orientações da CNBB. A Palavra do Frei Petrônio, com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 5 de março-2020.

Coronavírus: Arquidiocese de BH orienta católicos a evitarem contato físico em missa

Cuidados se devem à confirmação de um caso da doença no país, em São Paulo. O anúncio oficial será feito por dom Walmor Oliveira de Azevedo, em missa nesta quarta-feira de cinzas

Gustavo Werneck

No lugar do abraço, um ato de ajuda ao próximo. Em vez de dar as mãos, no momento do Pai Nosso, a solidariedade humana. E não receber a hóstia diretamente na boca, mas na palma da mão para depois comungar. Diante da comprovação de um caso de coronavírus em São Paulo, o primeiro no país, a Arquidiocese de Belo Horizonte, que reúne fiéis de 28 municípios, orienta a comunidade católica a evitar o contato físico durante as missas.

O anúncio oficial será lido pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, na missa que ele preside, na tarde desta quarta-feira de cinzas (26), na Basílica de Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de de BH.

Embora presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ( CNBB), dom Walmor divulga as informações de forma restrita à Arquidiocese de BH.

A nota diz o seguinte: "A Arquidiocese de Belo Horizonte, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem estar de cada pessoa. A vida é dom de Deus, precioso, e por isso mesmo deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural. Por isso mesmo, a Igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos".

E mais: " Nossa orientação ao povo de Deus é que, durante as missas, em vez do abraço da paz, busquem fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão. Aos nossos irmãos sacerdotes, pedimos que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo".

A nota diz que "as ações simples, no contexto de nossas celebrações, são muito significativas neste momento em que precisamos nos unir para combater a proliferação do coronavírus. Deus muito nos abençoe nesta missão, com a intercessão materna de Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais". Fonte: https://www.em.com.br

 

1) Oração

Dai-nos, ó Deus, pensar sempre o que é reto e realizá-lo com solicitude. E como só podemos existir em vós, fazei-nos viver segundo a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 7-12)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 7Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. 8Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á. 9Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? 10E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? 11Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem. 12Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz um trecho do Sermão da Montanha, a Nova Lei de Deus que nos foi revelada  por Jesus. O Sermão da Montanha tem a seguinte estrutura:

1) Mateus 5,1-16: O portão da entrada: as bem-aventuranças (Mt 5,1-10) e a missão dos discípulos: ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,12-16).

2) Mateus 5,17 a 6,18: O novo relacionamento com Deus: A nova justiça (Mt 5,17-48) que não visa mérito na prática da esmola, da oração e do jejum (Mt 6,1-18).

3) Mateus 6,19-34: O novo relacionamento com os bens da terra: não acumular (Mt 6,19-21), não olhar o mundo com olhar doente (Mt 6,22-23), não servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6,24), não se preocupar com comida e bebida (Mt 6,23-34).

4) Mateus 7,1-23: O novo relacionamento com as pessoas: não reparar no cisco no olho do irmão (Mt 7,1-5); não jogar pérolas aos porcos (Mt 7,6); o evangelho de hoje: não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11); e a Regra de Ouro (Mt 7,12); escolher o caminho difícil e estreito (Mt 7,13-14), tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7,15-20).

5) Mateus 7,21-29: Conclusão; não só falar mas também praticar (Mt 7,21-23); comunidade construída em cima deste fundamento ficará em pé na tempestade (Mt 7,24-27). O resultado destas palavras é uma nova  consciência frente aos escribas e doutores (Mt 7,28-29)

Mateus 7,7-8As três recomendações de Jesus

Três recomendações: pedir, procurar e bater na porta: "Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!” Pedir se faz a uma pessoa. A resposta depende tanto da pessoa como da insistência do pedido. Procurar se faz orientando-se por algum critério. Quanto melhor o critério, maior será a certeza de encontrar o que se procura. Bater na porta se faz na esperança de que haja alguém do outro lado dentro da casa. Jesus completa a recomendação oferecendo a certeza da resposta: “Todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. Isto significa que quando pedimos a Deus, Ele atende ao nosso pedido. Quando buscamos a Deus, ele se deixa encontrar (Is 55,6). Quando batemos na porta da casa de Deus, ele vai atender.

Mateus 7,9-11: A pergunta de Jesus ao povo

“Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe?”  Aqui transparece o jeito simples e direto de Jesus ensinar as coisas de Deus ao povo. Falando para pais e mães de família, ele apela para a experiência diária. Nas entrelinhas das perguntas se adivinha a resposta gritada do povo: “Não!” Pois, ninguém dá uma pedra ao filho quando este pede um pão. Não existe mãe nem pai que dá uma cobra quando o filho ou a filha pede um peixe. E Jesus tira a conclusão: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem."  Jesus nos chama de maus para acentuar a certeza de sermos atendidos por Deus quando pedimos algo a Ele. Pois se nós, que não somos santos nem santas, sabemos dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu. Esta comparação tem como objetivo tirar de dentro de nós qualquer dúvida a respeito do resultado da oração feita a Deus com confiança. Deus vai atender! Lucas acrescenta que Deus nos dará o Espírito Santo (Lc 11,13)

Mateus 7,12: A Regra de Ouro

"Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas."  Este é o resumo de todo o Antigo Testamento, da Lei e dos profetas. É o resumo de tudo que Deus nos tem a dizer, o resumo de todo o ensinamento de Jesus. Esta Regra de Ouro encontra-se não só no ensinamento de Jesus, mas também, de uma ou de outra maneira, em todas as religiões. Ela responde ao sentimento mais profundo e mais universal do ser humano.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Pedir, buscar, bater na porta: Como você reza e conversa com Deus?

2) Como você vive a Regra de Ouro?

 

5) Oração final

A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. (Sl 18, 8)

“O resfriado diagnosticado no Santo Padre nos dias passados está seguindo o seu decurso, sem sintomas relacionados a outras patologias. Enquanto isso, o Papa Francisco celebra diariamente a Santa Missa e acompanha os exercícios espirituais que estão se realizando na Casa Divino Mestre em Ariccia".

 

Vatican News

Respondendo a jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, falou sobre as condições de saúde do Papa Francisco:

“O resfriado diagnosticado no Santo Padre nos dias passados está fazendo o seu decurso, sem sintomas relacionados a outras patologias. Enquanto isso, o Papa Francisco celebra diariamente a Santa Missa e acompanha os exercícios espirituais que estão se realizando na Casa Divino Mestre em Ariccia".

Nesta quarta-feira, não se realiza a tradicional Audiência Geral, mas não devido à saúde do Pontífice e sim porque o evento semanal já havia sido cancelado em decorrência do retiro quaresmal.

O primeiro compromisso cancelado pelo Papa foi quinta-feira passada, quando não foi à Basílica de São João de Latrão para participar da liturgia penitencial de início de Quaresma com o clero da diocese de Roma.

Desde então, todas as audiências a grupos foram canceladas e Francisco manteve somente os encontros marcados na Casa Santa Marta.

No domingo, rezou a oração do Angelus com os fiéis e na ocasião comunicou sua decisão de não partir para Ariccia com seus colaboradores da Cúria Romana para os Exercícios Espirituais.

"Uno-me espiritualmente à Cúria e a todas as pessoas que estão vivendo momentos de oração, fazendo os exercícios espirituais em casa". Fonte: https://www.vaticannews.va

1) Oração

Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 29Afluía o povo e ele continuou: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão. 32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

Estamos no tempo de quaresma. A liturgia privilegia os textos que possam ajudar-nos na conversão e na mudança de vida. Aquilo que melhor ajuda na conversão são os fatos da história do povo de Deus. No evangelho de hoje, Jesus traz dois episódios do passado: de Jonas e da rainha de Sabá, e os transforma em espelho para o povo olhar nele e descobrir o apelo de Deus à conversão.

Lucas 11,29: A geração má que pede um sinal. Jesus chama a geração de má, porque ela não quer acreditar em Jesus e vive pedindo sinais que possam legitimar Jesus como enviado de Deus. Mas Jesus recusa dar um sinal, pois, no fundo, se eles pedem um sinal é porque não querem crer. O único sinal que vai ser dado é o sinal de Jonas.

Lucas 11,30: O Sinal de Jonas. O sinal de Jonas tem dois aspectos. O primeiro é o que afirma o texto de Lucas no evangelho de hoje. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive através da sua pregação. Ouvindo Jonas, o povo se converteu. Assim, a pregação de Jesus estava sendo um sinal para o seu próprio povo, mas o povo não dava sinais de conversão. O outro aspecto é o que afirma o evangelho de Mateus por ocasião do mesmo episódio: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). Quando Jonas foi cuspido na praia, ele foi anunciar a palavra de Deus ao povo de Nínive. Da mesma maneira, depois da morte e ressurreição no terceiro dia, A Boa Nova será anunciada ao povo da Judéia.

Lucas 11,31A Rainha de Sabá. Em seguida, Jesus evoca a história da Rainha de Sabá que veio de longe para ver Salomão e aprender da sabedoria dele (cf. 1Rs 10,1-10). E por duas vezes Jesus afirma: “E aqui está quem é maior do que Salomão”.  “E aqui está quem é maior do que Jonas”.

Um aspecto muito importante que está por detrás desta discussão entre Jesus os líderes do seu povo é a maneira diferente como ele, Jesus, e os seus adversários se colocavam frente a Deus. O livro de Jonas é uma parábola, que critica a mentalidade daqueles que queriam Deus só para os Judeus. Na história de Jonas, os pagãos se converteram diante da pregação de Jonas e Deus os acolheu na sua bondade e não destruiu a cidade. Quando viu que Deus acolheu o povo de Nínive e não destruiu a cidade, “Jonas ficou muito desgostoso e irado. E rezou a Javé: "Ah! Javé! Não era justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas. Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo" (Jonas 4,1-3). Por isso, Jonas era um sinal para os judeus do tempo de Jesus e continua sendo um sinal também para nós cristãos. Pois, imperceptivelmente, como em Jonas aparece também em nós uma mentalidade de que nós cristãos temos uma espécie de monopólio de Deus e que todos os outros devem tornar-se cristãos. Isto seria proselitismo. Jesus não pede que todos sejam cristãos. Ele pede que todos se tornem discípulos (Mt 28,19), isto é, sejam pessoas que como ele, irradiem e anunciem a Boa Nova do amor de Deus para todos os povos ao redor (Mc 16,15).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Quaresma, tempo de conversão. O que deve mudar na imagem que tenho de Deus? Sou como Jonas ou como Jesus?

2) Minha fé está baseada em que? Em sinais ou na palavra do próprio Jesus?

 

5) Oração final

Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sl 50, 12-13)

Voz moral da Revolução Sandinista e crítico do Governo de Daniel Ortega, sacerdote tinha 95 anos.

 

poeta e sacerdote nicaraguense Ernesto Cardenal morreu neste domingo em Manágua, aos 95 anos, vítima de insuficiência renal e cardíaca, informaram fontes próximas ao literato, um dos principais expoentes da poesia latino-americana. Cardenal foi também um dos mais destacados representantes da chamada Teologia da Libertação. Seu compromisso político o fez apoiar a luta armada contra a ditadura dos Somoza, uma dinastia que governou a Nicarágua por mais de 40 anos, e mais recentemente a enfrentar o Governo do presidente Daniel Ortega, seu ex-aliado, cujos desmandos e arbitrariedades denunciava em todos os lugares aonde viajava para apresentar sua poesia. Seu compromisso com os mais pobres e contra as injustiças o transformaram na voz moral da Revolução Sandinista, um projeto com o qual se comprometeu a fundo e lhe valeu a reprimenda do papa João Paulo II, para quem um sacerdote não podia se envolver com assuntos políticos. “Nicarágua sem Guarda Nacional, vejo o novo dia! Uma terra sem terror. Sem tirania dinástica”, havia escrito em um de seus poemas mais célebres, Canto Nacional.

Nasceu em Granada (Nicarágua), em 20 de janeiro de 1925. Herdeiro de uma sólida tradição poética —seu país foi o berço de poetas proeminentes, como Rubén Darío—, Cardenal estudou Literatura em Manágua e no México e cursou outros estudos nos Estados Unidos e Europa. Em 1965 foi ordenado sacerdote, e mais tarde se estabeleceria no arquipélago de Solentiname, localizado no lago Nicarágua, onde fundou uma comunidade de pescadores e artistas primitivistas que se tornou mundialmente famosa. Foi lá onde escreveu seu célebre O Evangelho de Solentiname. O arquipélago é um local de peregrinação dos fiéis leitores e seguidores do poeta. Cardenal passava suas férias nessas ilhas, onde lia as obras completas de Darío, escrevia e celebrava a missa da Semana Santa na pequena igreja da localidade. Ali será enterrado.

O escritor Sergio Ramírez, ganhador do prêmio Cervantes e amigo próximo do poeta, disse sobre ele que foi um dos grandes inovadores da língua espanhola, ao criar uma nova forma de poesia lírica, a da narração na poesia, que fez de Cardenal um cronista do seu tempo. “Meço Ernesto primeiro por seu dom da inovação. Há ótimos poetas que não conseguem fazer escola, e isso não tira peso da sua voz, mas Cardenal desde o começo fez escola, teve seguidores, abriu um espaço na poesia da língua,” afirmou Ramírez.

O próprio Cardenal se definia como o fundador de um novo estilo, que ele chamou em entrevista ao EL PAÍS de “poesia científica”. “Acredito que sou o único poeta, ou pelo menos o único que eu conheço, que está fazendo poesia sobre a ciência, poesia científica. Para mim é quase como uma oração ler livros científicos. Vejo neles o que alguns disseram ser rastros da criação de Deus”.

A poesia de Cardenal está fortemente ligada à Revolução Sandinista, que em 1979, sob a liderança de Ortega, derrubou a ditadura de Somoza. Em poemas como Hora Zero e Canto Nacional, o poeta destacou as proezas do herói nacional Augusto Sandino e dos guerrilheiros sandinistas. Essa íntima vinculação à política fez que a cúpula da Igreja católica o rejeitasse, a tal ponto que o papa João Paulo II o admoestou publicamente quando visitou a Nicarágua em 1983, em plena era sandinista.

Cardenal, entretanto, mantinha um profundo amor cristão, expresso através de obras como Los Salmos, versos que demonstram seu compromisso com a fé, mas também sua crítica às injustiças, a opressão e o sofrimento dos mais desprotegidos. O poeta era um criador incansável, um homem comprometido politicamente até o final de seus dias, e uma voz profética, combativa e incômoda para o poder.

O poeta viveu seu próprio martírio desde 2007, quando Daniel Ortega retornou ao poder na Nicarágua. Desde então, foi perseguido pela Justiça, controlada pelo líder sandinista. “Eles [Ortega e sua esposa e vice-presidenta, Rosario Murillo] são donos de todos os poderes da Nicarágua. Têm um poder absoluto, infinito, que não tem limites, e esse poder agora está contra mim”, afirmou Cardenal ao EL PAÍS numa entrevista concedida em sua casa de Manágua em 2017. Apesar dessa perseguição, Cardenal manteve uma atividade incansável. Fez recitais na Europa e América Latina, denunciando, além disso, os desmandos de Ortega. Ele, que em seu Cântico Cósmico escreveu que a poesia é “o canto e o encanto por tudo que existe”, continuava trabalhando aos 95 anos. Em 4 de fevereiro, foi internado em um hospital de Manágua devido a uma infecção renal e, embora se pensasse que não resistiria, o poeta se recuperou e semanas mais tarde recebeu o EL PAÍS em sua casa da capital nicaraguense comendo um nacatamal, prato tradicional preparado à base de milho.

Após décadas de expurgo por parte do Vaticano, o poeta foi reabilitado pelo papa Francisco. Jorge Mario Bergoglio lhe informou em fevereiro sobre a revogação da suspensão ad divinis (proibição de administrar os sacramentos) imposta em 1984 por Karol Wojtyla. Em uma entrevista, o mesmo Cardenal tinha reconhecido: “Sinto-me identificado com este novo Papa. É melhor do que poderíamos ter sonhado”.

O Governo de Ortega decretou três dias de luto nacional pela morte de Cardenal, em uma nota com o inconfundível estilo de Murillo, com tons de discurso místico e religioso. No decreto, agradece a Deus pela vida de Cardenal, contra quem ela mantinha um ódio inflamado. Chama-o de “irmão” e de “glória e orgulho”, e afirma “admirá-lo profundamente”. O documento oficial comete um erro ao afirmar que o poeta era ganhador do prêmio Cervantes. Na verdade, Ernesto Cardenal recebeu o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2012.

A Nicarágua perde assim um de seus escritores mais queridos, o homem que conseguiu ser um profeta em sua terra e que deixa uma longa produção literária que, neste país de catástrofes e desmandos de seus políticos, é repetida como prece, como o canto de uma nação acometida por seus próprios erros, mas ansiosa por romper com sua história de opressão. Fonte: https://brasil.elpais.com

Na região da Lombardia, na Itália, os bispos convidam a seguir as missas pela TV ou em transmissões via streaming nos sites das dioceses. Na Índia, quem vive quarentena pelo coronavírus ganhou um aliado na fé, com o lançamento de um portal católico, disponível em mais de 5 línguas, como em inglês e espanhol.

 

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

Uma mensagem divulgada pela Conferência Episcopal da Lombardia, uma das principais regiões da Itália afetadas pelo contágio do coronavírus, convida os fiéis a seguirem as celebrações eucarísticas das próprias casas, através da TV ou via streaming. No comunicado da última sexta-feira (28) intitulado “Vou pedir o bem para ti”, os bispos fizeram referência à missa deste domingo (1), o primeiro da Quaresma.

“Não podemos viver sem celebrar o dia do Senhor”, diz a mensagem, ao acrescentar que “viver o dia do Senhor sem a celebração eucarística é um vazio e uma privação que nós todos sentimos com sofrimento”. Porém, pensando à saúde dos habitantes da região, os bispos exortam os fiéis a se abster das assembleias eucarísticas.

O convite é, então, “à oração pessoal” e a seguir as celebrações através das transmissões na TV ou na rádio ou mesmo pelo site das dioceses via streaming. A mensagem é assinada pelos bispos de Milão, Bergamo, Mântova, Como, Vigevano, Crema, Lodi, Cremona, Pavía e Brescia.

 

Portal católico multilíngue na Índia

Já as pessoas que vivem um período de quarentena na Índia, por causa do Covid-19, podem usufruir de uma plataforma online que encoraja a não viver em solidão o isolamento domiciliar. A Associação Sanitária Católica (Chai), com sede em Hyderabad, é quem colocou no ar a iniciativa.

Desde 26 de fevereiro as pessoas podem participar de chats de debates, enviar áudios e vídeos, além de escrever e-mails para o site www.coronacare.life, que está sendo administrado por cerca de 40 voluntários – metade deles são agentes sanitários, mas na sua maioria são religiosos.

Pe. Mathew Abraham, diretor da Associação, explica à agência Ucan que “o medo e a solidão são os piores inimigos dos seres humanos num momento de crise que este. A ideia da plataforma é justamente ajudar a superar esse medo e solidão”. O isolamento “cria frustrações e sofrimentos inimagináveis, sobretudo quando as pessoas em quarentena sabem que já tiveram mortes”, sublinha o vice-secretário, Pe. George Kannanthanam.

Por isso, eles explicam, que a equipe conta com psicólogos e agentes sociais. Além das línguas locais, da Índia, os voluntários falam também outros idiomas como o chinês, o espanhol, o francês, o italiano e o inglês. Somente em dois dias, o site recebeu 237 chamadas e mais de 60 mensagens no chat. “Esse é um sinal que as pessoas em quarentena sentem realmente a necessidade de falar com os outros”, finalizou Pe. George. Fonte: https://www.vaticannews.va