Crianças precisam aprender a lidar com as pequenas frustrações e a solucionar problemas que representem um desafio à sua altura

 

Por Daniel Becker

As borboletas têm seu tempo para sair do casulo

Um homem andava pelo campo quando viu uma borboleta lutando para sair de seu casulo. Ela se contorcia intensamente para passar através do pequeno buraco. Com pena, ele aumentou um pouco o buraco, facilitando a passagem da borboleta.

O que o homem não sabia era que o processo de esforço e compressão contra o casulo era o que permitia que a circulação do sangue fosse direcionada para as asas.

Quando a borboleta emergiu do casulo, era incapaz de voar.

É difícil demais ver nossos filhos sofrendo. É uma tendência mais que compreensível, quase instintiva, tentar ajudar, resolver o problema para ele.

Sofia vem do play chorando porque as amigas a excluíram da brincadeira. João não quer ir à escola porque não estudou para a prova. Malu está sofrendo porque as melhores amigas já têm celular e ela não. Pedro, 3 anos, chora desesperado porque não consegue completar o quebra cabeça e Lia se joga no chão porque quer comer biscoito quando faltam 15 minutos para o jantar. Situações cotidianas da infância.

É natural querermos ir tirar satisfação com as amigas de Sofia, ligar para a escola para dizer que João está com febre, comprar um celular para Malu, completar o jogo para Pedro e dar o biscoito para Lia.

Isso pode trazer alívio e alegria no curto prazo, mas é um atalho perigoso.

Crianças precisam aprender a lidar com as pequenas frustrações e a solucionar problemas que representem um desafio à sua altura, ou seja, que elas sejam capazes de resolver com algum esforço. Não estou falando de criar frustrações artificiais nem de abandoná-las à própria sorte. Claro que não.

Trata-se de acolher seus sentimentos, mostrar que estamos ao seu lado, mas que cabe a elas encontrar soluções. Podemos ajudar, acalmar, orientar, apoiar, dar pistas, guiar com perguntas. Mas elas precisam desenvolver a capacidade de encontrar caminhos próprios para resolver seus problemas.

Isso contribui para desenvolver habilidades como paciência, adiamento da gratificação, imaginação, resiliência, solução de problemas, perseverança. E importante: ajuda a quebrar o narcisismo. Afinal, o mundo não existe apenas em função delas, nem gira em torno dos umbiguinhos, por mais lindos que sejam. Fonte: https://oglobo.globo.com

A ligação entre bagunça e saúde mental é real. Estas dicas para manter uma casa limpa o suficiente vão ajudar

 

Dana G. Smith

THE NEW YORK TIMES

Uma câmera faz uma panorâmica do quarto de Abegael Milot. O chão está praticamente invisível, escondido por montes de roupas. Quatro grandes cestos de plástico estão empilhados uns sobre os outros, alguns cheios de roupas, outros de equipamentos eletrônicos. Há oito xícaras de café abandonadas sobre a escrivaninha e a mesa de cabeceira. No chão estão duas garrafas de água pela metade, uma garrafa de tequila com um cacto de vidro dentro e um comedor para animais de estimação.

"Hoje vamos limpar meu quarto da depressão", diz para a câmera a estrela do YouTube de 24 anos, que publica vídeos como Abbe Lucia. "Temo que a única maneira de conseguir limpar este quarto seja filmando."

O termo "quarto da depressão" é relativamente novo, popularizado por vídeos no TikTok e no YouTube que acumularam centenas de milhões de visualizações. Mas os especialistas há muito reconhecem a ligação entre bagunça e saúde mental. A desordem que pode surgir quando as pessoas estão passando por uma crise de saúde mental não é uma forma de acúmulo nem o resultado da preguiça. O culpado é a fadiga extrema, disse N. Brad Schmidt, um professor e pesquisador de psicologia na Universidade Estadual da Flórida.

As pessoas estão "muitas vezes tão exaustas física e mentalmente que se sentem sem energia para cuidar de si mesmas ou de seu entorno", disse o doutor Schmidt. "Elas simplesmente não têm a capacidade de encarar a limpeza e a manutenção da casa como provavelmente faziam antes."

Uma casa bagunçada também pode contribuir para sentimentos de esgotamento, estresse e vergonha, fazendo você se sentir pior do que antes. Embora a organização não cure a depressão, ela pode melhorar seu humor. Se você está com dificuldade e parece impossível manter seu lugar organizado, aqui estão algumas dicas sobre como fazer a limpeza estrategicamente para otimizar sua energia e seu espaço.

 

FOCO NA FUNÇÃO, NÃO NA ESTÉTICA

Para K.C. Davis, uma conselheira profissional licenciada e autora do livro "How to Keep House While Drowning" [Como manter a casa enquanto você se afoga], seu problema de desordem aumentou quando seu segundo filho nasceu, no início de 2020. "Sempre fui uma pessoa bagunceira", disse ela, "mas sempre funcionou." De repente, confrontada com um novo bebê, depressão pós-parto e a pandemia, Davis percebeu que se não adotasse um sistema ela estaria perdida.

Enquanto trabalhava para organizar sua casa, Davis começou a postar vídeos de seu progresso no TikTok, onde agora tem 1,5 milhão de seguidores. Desanimada por grande parte do conteúdo de autoajuda e limpeza que oferece o que chamou de "mensagens de acampamento militar", ela optou por uma abordagem mais suave e pragmática. Seus sistemas são realistas sobre suas capacidades e se concentram em ter um espaço habitável, não impecável.

Uma de suas estratégias mais populares é "arrumar cinco coisas" –a ideia de que há apenas cinco coisas em qualquer cômodo: lixo, pratos, roupas, coisas com lugar e coisas sem lugar. Concentrar-se em uma categoria por vez evita que ela fique sobrecarregada quando parece que há uma centena de itens diferentes que precisam ser guardados.

Davis também é uma grande defensora do que ela chama de "deveres de fechamento", inspirada por seu tempo de trabalho como garçonete. Muitas vezes ela não tem energia para limpar toda a cozinha todas as noites, então começou a fazer apenas algumas pequenas tarefas, "como uma gentileza para o futuro, para me preparar para o sucesso pela manhã".

"Afastei-me dessa ideia de que tinha que ser tudo ou nada e comecei a pensar em função" quando se trata de limpeza, disse ela. "Quando penso em 'Do que preciso de manhã?', de repente posso ser específica." Ela se certifica de ter pratos limpos e espaço suficiente no balcão para preparar o café da manhã, esvaziar o lixo e varrer as migalhas. "O que parece uma tarefa grande e interminável leva, na verdade, apenas 20 minutos do meu dia", disse ela.

Para as pessoas que estão realmente em dificuldade, Davis enfatizou que as coisas podem ser feias, mas não devem ser anti-higiênicas, porque todos "merecem estar limpos e confortáveis". Se você não tiver energia para lavar todos os pratos, limpe apenas um ou dois para a próxima refeição, ou use pratos de papel. Se a lavanderia envolver muitas etapas, não se preocupe em dobrar; rugas nunca fizeram mal a ninguém.

 

FAÇA SUA CASA FUNCIONAR MELHOR PARA VOCÊ

As pessoas que são neurodivergentes, com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autismo ou outros problemas de funcionamento executivo, também costumam lutar contra o excesso de desordem. Assim como "salas de depressão", o termo "pilhas de destruição" tornou-se popular nas redes sociais para descrever as coisas aleatórias que se acumulam e você não sabe o que fazer com elas. Quase todo mundo tem uma ou duas gavetas de lixo em casa, mas essas pilhas de desordem tendem a ser mais onipresentes para pessoas que lutam com o funcionamento executivo.

Lenore Brooks é uma designer de interiores especializada em trabalhar com pessoas neurodivergentes. Quando sua irmã, que tem TDAH, morou com ela por um curto período, Brooks descobriu que havia muitos recursos para ajudar crianças com TDAH ou autismo a se organizarem, mas praticamente nenhum direcionado a adultos.

Grande parte do trabalho de Brooks gira em torno de ajudar seus clientes a lidar com a desordem aparentemente interminável; eles sentem que estão constantemente limpando, mas a bagunça está sempre lá. As pessoas com TDAH lutam especialmente com isso porque, ela disse, "é quase como uma fadiga de decisão o tempo todo. 'Não consigo decidir o que fazer com isso, então simplesmente não vou fazer nada'".

O primeiro passo, segundo Brooks, é realmente prestar atenção aos itens que você costuma limpar. Em seguida, encontre lugares melhores para eles ficarem. "Falo muito com meus clientes sobre sistemas", disse ela. "Descobrir por que as coisas estão onde estão, por que a desordem se acumula em certos lugares e, em seguida, mudar o design ou a organização de como as pessoas realmente usam sua casa."

Essas mudanças podem ser simples. Por exemplo, se você estiver constantemente retirando canetas das almofadas do sofá da sala e da mesa de centro, pense em designar um local para manter as canetas na sala onde você realmente as usa. Para uma cliente cujo escritório em casa estava sempre cheio de pratos sujos, Brooks deu uma bandeja na qual ela podia juntar sua parafernália de chá e lanche e devolver para a cozinha no final do dia.

 

PARE O PROBLEMA ANTES DE COMEÇAR

Uma vez que seu espaço esteja limpo e relativamente organizado, tente dedicar alguns minutos todos os dias para mantê-lo assim. Davis recomendou marcar um cronômetro para cinco ou dez minutos e cuidar o máximo possível durante esse período. "Eu digo a mim mesma: não preciso terminar esta tarefa, mas vou me levantar durante oito minutos e fazê-la", disse ela. "Normalmente fico surpresa com o quanto consigo fazer."

E lembre-se, é normal ter alguma desordem em casa. O controle remoto da TV, seus óculos, a correspondência que você precisa separar, um projeto de arte no qual está trabalhando: "Eles são os sinais de vida em sua casa", disse Brooks.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Após as mortes, um grupo com cerca de 200 indígenas bloqueou a BR-101 para cobrar agilidade dos órgãos de segurança na elucidação dos crimes

 

 

Indígenas que foram mortos nesta terça-feira (17) na BR-101, em Itabela (BA) - Reprodução/NaMidia.News no Instagram

 

Dois indígenas da etnia pataxó foram mortos na noite desta terça-feira (17) no município de Itabela, sul da Bahia. A polícia local investiga se os assassinatos estão ligados a conflitos por terra na região.

As vítimas são o adolescente Nawir Brito de Jesus, 16, e Samuel Cristiano do Amor Divino, 25, segundo a Polícia Civil. Ambos viviam na Terra Indígena Barra Velha, que faz divisa com uma área de mais de 22 mil hectares do Parque Monte Pascoal.

Os dois foram mortos a tiros quando se deslocavam do povoado de Montinho para uma das fazendas ocupadas por um grupo indígena, diz a polícia. Testemunhas disseram que homens em uma moto atingiram as vítimas pelas costas.

Por causa das mortes, um grupo com cerca de 200 indígenas bloqueou a BR-101, na altura do km 787, para cobrar a resolução dos crimes, segundo o cacique Zeca Pataxó.

"A situação [os crimes], com certeza, tem a ver com nosso

 "Estamos, agora, reunidos aqui no território da aldeia Barra Velha, enquanto aguardamos a liberação dos corpos pelo IML [Instituto Médico Legal], para darmos prosseguimento aos rituais fúnebres", disse.

A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, lamentou as mortes dos jovens por meio de uma publicação numa rede social. "Acompanharei de perto o que vem acontecendo na região e irei requisitar ação imediata do Estado", disse.

Pouco depois dos assassinatos, ainda na noite desta terça, o Movimento Indígena da Bahia enviou documento ao governo federal no qual denuncia que as comunidades locais "estão sob forte ameaça de pistoleiros".

O documento exige a presença da Polícia Federal, para que seja a responsável pela investigação do caso. "Visando a proteção das vidas dos indígenas que ali residem", diz o texto, que também pede o envio de órgãos ligados à proteção aos direitos humanos.

A situação dos conflitos se arrasta desde meados do ano passado, o que resultou em outras mortes de indígenas na região. Conforme mostrou a Folha, em agosto, uma escola com 80 crianças foi alvo de tiros.

À época, os ataques dos pistoleiros levaram o governo baiano a montar uma força-tarefa para impedir novos conflitos.

A Polícia Civil informou que o caso mais recente está sendo investigado pela Delegacia Territorial de Itabela. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Emissora, que já teve vilão espelhado em Edir Macedo, nunca se empenhou tanto em falar àquele que será o maior grupo religioso do país

 

Sol (Sheron Menezzes) é uma cantora gospel em 'Vai na Fé', novela das sete - João Miguel Júnior/Globo

 

CRISTINA PADIGLIONE

SÃO PAULO

Ao lançar uma novela com temática positiva aos evangélicos, protagonizada por uma mulher negra, "Vai na Fé", que estreia nesta segunda-feira (16), contempla as três principais demandas anunciadas pela direção da Globo a roteiristas, criadores e diretores do mercado audiovisual há menos de um ano.

Em uma apresentação feita a esses profissionais do Rio2C, evento anual dedicado ao segmento, no Rio, em abril de 2022, o diretor da TV Globo e Afiliadas, Amauri Soares, exibiu gráficos e indicadores que mostravam o desenho comportamental do país naquele momento pós-pandêmico.

Soares sublinhou três pontos resultados de uma série de pesquisas demográficas feitas sob os moldes do interesse comercial da emissora, cuja vocação, como TV aberta, é alcançar o maior número de pessoas:

  1. O Brasil deixaria de ser um país de maioria católica ainda em 2022, para se tornar uma nação de maioria evangélicaem até dez anos, no máximo;
    2. De cada três famílias brasileiras, uma é comandada por uma mãe preta, na maioria das vezes, solteira;
  2. A crise econômica trazida pela pandemia havia reagrupado núcleos familiares que já estavam segmentados em residências separadas, trazendo de volta para o mesmo teto avô e neto, pai e filho, cunhados e afins, formando famílias multigeracionais.

Em "Vai na Fé", Sol, a mocinha vivida por Sheron Menezzes atende a quase todas essas características. Ela só não é mãe solteira, mas é cantora gospel em igreja evangélica, religião da mãe, vivida por Elisa Lucinda, e sustenta a família com a venda de quentinhas. É uma personagem batalhadora, como é toda mocinha e como era também Paloma, costureira, heroína criada pela mesma autora da vez, Rosane Svartman, então com Paulo Halm, em seu último folhetim, "Bom Sucesso".

A diferença é que Paloma era a loira Grazi Massafera. Agora temos uma negra nesse posto.

De três anos para cá, em especial, a Globo tem acelerado o processo de diversidade e inclusão racial em seus elencos, quebrando a hegemonia branca nos papéis de protagonistas e ampliando suas opções para personagens que fogem de estereótipos, ou seja, não são feitos pela medida da cor, abrindo o leque para situações que são de todos nós, mas que podem ser enriquecidas em cena pelo debate racial, de modo pontual.

Uma mulher como Vitória, por exemplo, em "Amor de Mãe", poderia ser uma atriz branca ou de qualquer origem étnica, mas a presença de Taís Araújo no papel abria a oportunidade de salpicar questões raciais aqui e ali, ao longo da trama de Manuela Dias, sem que esse fosse o ponto central daquela personagem.

A inclusão religiosa, no entanto, é algo mais recente na política estratégica da Globo, sempre mais afinada com o catolicismo, principalmente na dramaturgia. Os evangélicos, ou religiões pentecostais, de modo geral, há algum tempo já não são representados de modo pejorativo, mas nunca protagonizaram um enredo de novela na casa.

É natural que este segmento tenha buscado um espelho mais fiel de suas crenças na Record, rede que mais cresceu no universo da TV aberta dos anos 1990 para cá, regida por Edir Macedo, criador da Igreja Universal. Mas por pelo menos duas décadas, a Globo não só não se esforçou para parecer mais simpática aos evangélicos, como produziu histórias capazes de gerar uma guerra com os neopentecostais.

O ápice dos conflitos veio na esteira de "Decadência", minissérie de Dias Gomes, em 1995, cinco anos após Macedo ter comprado a Record, demonstrando, desde então, sede de alcançar o calcanhar da Globo em audiência. Foi a única produção com protagonismo evangélico na Globo, e deu-se da forma mais negativa possível, a ponto de a Igreja Universal ter processado a rede da família Marinho na época.

Mariel, personagem vivido por Edson Celulari, crescia adotado por uma família católica, mas criado pela empregada da casa. Adulto, tornava-se motorista da família, e se envolvia com Carla, a caçula da casa, sendo expulso da mansão sob acusação de estupro.

O tempo passa e, ao ser levado por uma namorada a um culto numa igreja neopentecostal, Mariel encontra na igreja a salvação para seus problemas. Cinco anos mais tarde, ele se torna milionário após fundar a própria igreja, o Templo da Divina Chama, enquanto seus antigos patrões empobrecem e lhe propiciam chances de vingança.

Havia frases inteiras de Macedo na boca do personagem.

Esse é um perfil que a Globo quer deixar para trás, assim como a predominância de imagens sacras, algo inaceitável entre evangélicos, em suas novelas e séries. Evidências da pluralidade religiosa do país, ao contrário do que pratica a Record em toda a sua programação, seguirão em cena, mas a tendência é que a predileção católica perca primazia, ao menos na ficção.

 

*zapping - cristina padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br). Fonte: https://f5.folha.uol.com.br

O caso foi denunciado à polícia de Corumbá (MS) após uma cuidadora presenciar os xingamentos e gritarias dentro da casa, em uma semana de trabalho. O suspeito foi preso em flagrante por maus-tratos.

 

Por Débora Ricalde, g1 MS

Um homem, de 61 anos, foi preso em flagrante por impedir que a mãe de 80 anos tivesse acesso a água, alimento e a própria aposentadoria. O crime de maus-tratos aconteceu em Corumbá, a 420 km de Campo Grande.

O caso foi descoberto pela polícia na quinta-feira (22), após a denúncia de uma mulher foi contratada pela filha da vítima para cuidar da idosa, que é cadeirante. Durante uma semana de trabalho, a profissional relatou ter visto diversas facas espalhadas pelos cômodos da casa e também ouvido gritaria e xingamentos contra a paciente.

Durante o depoimento à polícia, a cuidadora de idosos relatou que além da pressão psicológica, o suspeito também racionava água dentro da casa, impedindo que a mesma tomasse banho de forma adequada e fizesse as demais higienes.

Ainda de acordo com a ocorrência, a mãe do suspeito também não tinha permissão para ligar o ventilador ou o ar-condicionado. Além de muitas vezes ter sido alimentada com comida vencida.

Conforme a polícia, a cuidadora relatou ainda que o filho tirou a bateria do celular da idosa para que ela não falasse com os outros irmãos e também ficava com todo o dinheiro da aposentadoria no dia do pagamento.

O suspeito foi preso em flagrante e deve responder pelo caso de maus-tratos. Fonte: https://g1.globo.com

Reportagem revisita famílias em situação vulnerável; falta de dinheiro impõe racionar alimentos

 

Leonardo VieceliJosué Seixas Franco Adailton Daniela ArcanjoAna Paula Branco

RIO DE JANEIRO, MACEIÓ, SALVADOR e SÃO PAULO

 

Aida, 63, no Rio de Janeiro, prefere dormir a encarar a mesa vazia na noite do Natal. Elaine, 39, de Salvador, chega ao dia da ceia racionando comida para a família. Rosali, 47, de Maceió, mora em nova casa de madeira, mas a geladeira deverá seguir sem nada neste fim de ano.

A Folha revisitou neste mês pessoas em situação vulnerável em quatro capitais e regiões metropolitanas brasileiras e constatou que a insegurança alimentar ainda afeta a mesa dos lares mais pobrs.

Aida Herminio dos Santos, 63, tem um plano para a noite de Natal: dormir. A moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, afirma que está recebendo o Auxílio Brasil, mas anda com o orçamento apertado, o que impede o preparo de uma ceia para a família na data festiva.

A exemplo de outros tantos brasileiros, ela segue com o bolso pressionado pela inflação.

"O meu Natal vai ser assim: vou passar dormindo. Infelizmente, não tenho condições de montar uma mesa e receber minha família aqui. Esse tempo já se foi", diz Aida, que vive com o companheiro.

Em março deste ano, ela foi entrevistada pela Folha para uma reportagem sobre desemprego de longa duração. À época, estava sem trabalho havia dois anos, desde o início da pandemia.

Após a publicação da reportagem, Aida recebeu doações e conseguiu voltar a cozinhar com botijão de gás, um item que havia sido trocado pelo fogão a lenha em razão da alta de preços.

A moradora da Baixada Fluminense, contudo, continua sem um emprego fixo. O pagamento do Auxílio Brasil –ampliado pelo governo federal em agosto para R$ 600– ajudou nas despesas, mas ela diz que ainda busca doações para o sustento da casa.

Ao longo do ano, Aida também passou a cuidar de dois netos. "Ainda está apertado. Tem dias em que a gente tem o arroz e o feijão, e às vezes não tem a mistura", conta.

Seu desejo é retornar para o mercado de trabalho, mas a idade é considerada um obstáculo adicional para a conquista de uma vaga. "Até arrumaram serviço para mim, mas, com 63 anos, preferem pessoas mais novas."

Antes da pandemia, Aida trabalhava como cuidadora de idosos. Ela gostaria de regressar para uma função nessa área.

"Meu desejo é voltar a trabalhar. É o que me faz sentir bem. Gosto de tudo que for para ajudar", diz.

 

EM MACEIÓ, TER A GELADEIRA CHEIA PARA A FAMÍLIA É SONHO

Rosali Alexandre de Souza, 47, de Maceió, recebeu a Folha em sua nova casa, feita de madeira após a queda da anterior no período de chuva que atingiu o Nordeste. Livrar-se do aluguel foi a conquista de 2022, embora considere este o seu ano mais sofrido.

Apesar do imóvel próprio, a geladeira continua vazia.

"Não tenho vergonha de dizer que hoje vou comer um arroz, um pouco de feijão e vou fritar uma mortadela para todo mundo. No jantar, cuscuz com leite de caixa. É assim mesmo. Esse foi meu ano mais difícil, que chego e vejo a geladeira vazia praticamente todos os dias", diz ela.

Por causa da filha Yasmin, 18, e da neta Jasmin, 7, a casa foi decorada para o Natal. Na porta, uma mensagem de "Feliz Natal", luminárias e um chapéu, assim como alguns poucos detalhes espalhados nos cômodos, todos feitos de material reciclável.

"De vez em quando, já estamos conseguindo carne e frango, mas não vamos fazer uma ceia daquelas nesse fim de ano. Arroz e alguma coisa que conseguirmos com doação. Era meu costume juntar todo mundo, comer bem, mas é muito difícil. Você vê a geladeira vazia, como foi da outra vez que vieram, e não é uma surpresa. Nem na pandemia era desse jeito", afirma.

A Casa Tuca, que intermediou a visita, levou doações e fez ações sociais para dar mais qualidade ao fim de ano das famílias.

"O que eu quero mesmo é ter a minha casa própria e minha geladeira com condições para ajudar toda a minha família. É o sonho que não abro mão", falou ao fim da visita, já com os olhos marejados.

 

NATAL SERÁ MAIS UM DIA DE LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA

Em Salvador, no início de cada mês, a dispensa na casa da ambulante Elaine Costa Silva, 39, está, na medida do possível, abastecida para alimentar as cinco pessoas que moram no local: ela, as filhas Elaiza, 18, e Evelyn, 13, mais as duas sobrinhas, Mileide, 17, e Ilana, 4.

A partir da terceira semana, é preciso racionar até receber o Auxílio Brasil, única renda fixa da família. Neste mês de Natal, o arrocho promete ser maior, já que não tem sobrado dinheiro para Elaine produzir os materiais de limpeza que costuma vender nas ruas da capital baiana.

Os R$ 600 do benefício vão só para alimentação. Caso estivesse com as vendas em dia, ela diz, a família teria um adicional que oscila em até R$ 200 a mais na renda. "O dinheiro é, basicamente, para comprar comida. Depois de muita pesquisa, porque está tudo muito caro."

Apesar das dificuldades cotidianas, Elaine prefere continuar com as vendas incertas a ter um trabalho como empregada doméstica. "Como não tenho estudo, sempre trabalhava em casa de família, mas era muita humilhação."

Silva não precisa usar o auxílio em despesas com moradia, a exemplo do aluguel, pois vive com a família em um barraco de madeira no bairro de Vista Alegre, no subúrbio da capital baiana.

Por outro lado, o gás de cozinha, cujo botijão de 13 kg em Salvador custa a partir de R$ 120, consome quase 25% da renda da casa. "Quando acaba o gás, se a gente não tiver dinheiro, precisamos cozinhar com lenha", afirma.

O fornecimento de água vem de uma tubulação a partir de um imóvel de uma vizinha, que cobra R$ 50 mensais dos moradores da ocupação. Já a energia elétrica é clandestina.

A estrutura do barraco levantado à base de madeira compensada fica parcialmente comprometida a cada chuva, conta. Para que não apodreçam, forra as paredes com pedaços de lona plástica.

Silva nem cogita preparar algo especial para passar a noite de Natal com a família. "Para a gente, será como um dia comum como qualquer outro, de luta pela sobrevivência. Nada planejado."

Ela também diz não ter motivos para comemorar, desde que o filho Yan Barros foi assassinado aos 19 anos, em abril de 2021. O jovem foi encontrado morto após suspeita de furtar carne em um supermercado em Salvador.

"A última vez que celebramos o Natal, que decoramos a casa, foi em 2020, quando meu filho estava vivo", diz. "Depois que fizeram aquela barbaridade com ele, que era a alegria da casa, fim de ano aqui é só tristeza", afirma.

 

CHESTER VAI VOLTAR À MESA EM CEIA DE HELIÓPOLIS

Neste ano, o chester vai voltar para a mesa de Natal de Priscilla Ribeiro, 42, moradora de Heliópolis, maior favela de São Paulo. A situação da dona de casa melhorou em relação ao último ano, quando a celebração passou como "um dia normal".

Desempregada desde o final de 2020, Priscilla viu a sua renda se reduzir ao valor do Auxílio Brasil ao longo desses dois anos. Eventuais aumentos se devem a vendas informais, na sua própria casa, de açaí e picolé.

Priscilla tem sete filhos, e o orçamento precisa sustentar cinco deles. Em alguns momentos, a conta não fechou.

Quando foi entrevistada pela Folha, em abril de 2021, havia trocado a carne que acompanhava o prato de arroz com feijão por ovo e salsicha. Hoje, o alimento voltou, mas só duas vezes por mês.

"Do meio do ano para cá, o preço das misturas deu uma caidinha", afirma. A queda nos preços também fez o frango voltar para o prato três vezes na semana e a compra do mês ser possível de novo. Cerca de R$ 400 mensais vão para o mercado.

"Na pandemia era de picado. Eu comprava só o que faltava", diz.

Apesar da leve recuperação financeira, a família ainda passa por dificuldades. A falta de dinheiro fez uma conta de água, por exemplo, ficar atrasada por mais de um ano. Só no final de 2022 a dívida foi regularizada.

Salsicha e congelados de frango ainda entram no cardápio quando as contas apertam, e o pernil de Natal, que Priscilla queria para a noite de festa, vai ficar para o ano que vem.

 

MORADORA DE OCUPAÇÃO DIZ QUE ESTÁ SEM REMÉDIO

Entrevistada pela Folha em 2021, Samantha Silva, 34, continua a morar em uma ocupação e afirma que as dificuldades econômicas persistem. A família, por exemplo, usa lenha para economizar no gás de cozinha.

"Ainda estamos passando aperto, principalmente com a chuva que teve esses dias. Tive que usar o fogão e gastar gás. Mas temos que dar graças a Deus por termos um teto. Tenho recebido o Auxílio Brasil, é o que está me ajudando."

Há seis anos fora do mercado de trabalho para cuidar da família, ela tem dificuldade para conseguir um emprego, mesmo se inscrevendo em cursos gratuitos de recolocação profissional. "Estou procurando qualquer emprego, para poder cuidar e alimentar as minhas filhas, de 16 anos e 10 anos. Quero dar educação e moradia digna para elas", afirma Samantha.

Neste ano, ela conta que enfrenta mais um problema: a dificuldade para retomar o tratamento de lúpus. "Quando meu marido perdeu o emprego, tivemos que entregar a casa e, desde então, estamos na ocupação e me tiraram do postinho. Tive que ir atrás de todos os documentos para levar para outro posto e terei que iniciar tudo do zero, passar com hematologista, dermato de novo. Estou sem remédio, o corticóide e a dose de cloroquina."

Embora relatando muito cansaço e desânimo por causa das manchas e dores do lúpus, Samantha tem fé em 2023. "Se Deus quiser, ano que vem vai ser um ano de vitórias." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

THE WASHINGTON POST - Apresse-se para chegar ao ponto de ônibus. Apresse-se ao subir as escadas. Brinque de pega-pega com seus filhos. Brinque com o cachorro. Aspire a sala de estar com um toque extra. Aumentar o vigor e o entusiasmo de nossas atividades diárias pode ter um impacto substancial em nossa longevidade, de acordo com um novo estudo sobre intensidade de movimento e mortalidade.

O estudo concluiu que apenas três minutos por dia de atividades diárias vigorosas estão associados a um risco 40% menor de morte prematura em adultos, mesmo quando eles não se exercitam regularmente. “É uma pesquisa fantástica”, disse Ulrik Wisloff, diretor do K.G. Jebsen Center for Exercise in Medicine na Norwegian University of Science and Technology, em Trondheim. Ele estuda extensivamente a atividade e a longevidade, mas não esteve envolvido no novo estudo.

Os resultados da pesquisa juntam-se às crescentes evidências científicas de que adicionar um pouco de intensidade às nossas vidas traz grandes benefícios para a nossa saúde, sem precisar de equipamentos extras, instrução, academia ou tempo.

A ideia de que a forma como nos movimentamos influencia no nosso tempo de vida não é nova. Muitas pesquisas vinculam o exercício regular a uma expectativa de vida mais longa, incluindo as diretrizes formais da saúde pública, que recomendam pelo menos 150 minutos por semana de exercícios moderados para saúde e longevidade.

Pesquisas mais focadas, no entanto, sugerem que intensificar alguns de nossos exercícios – certificando-se de que nossos batimentos cardíacos e respiração aumentem – amplia os benefícios para a saúde.

Em um estudo de grande escala de 2006 do laboratório de Wisloff, por exemplo, foi constatado que apenas 30 minutos por semana de exercícios intensos diminuíram o risco de morte por doenças cardíacas em cerca da metade dos homens e mulheres que participaram, em comparação a pessoas sedentárias.

Da mesma forma, um estudo publicado no ano passado no JAMA Internal Medicine concluiu que as pessoas que se esforçam mais durante o exercício têm cerca de 17% menos probabilidade de morrer prematuramente do que outras pessoas que fazem a mesma quantidade de exercício, mas em um ritmo mais suave e moderado.

Ambos os estudos, no entanto, e pesquisas anteriores semelhantes, foram baseadas na lembrança subjetiva das pessoas de quanto e com que intensidade elas se exercitaram. “Se formos honestos, a maioria das pessoas é alérgica à palavra ‘exercício’”, disse Emmanuel Stamatakis, professor de atividade física e estudos de saúde da Universidade de Sydney, na Austrália, que liderou o novo estudo.

Reconhecendo esse comportamento, ele e seus colegas começaram a se perguntar sobre os efeitos das atividades sem exercício – aquelas tarefas e movimentos frequentes que ocupam grande parte de nossos dias. Seria importante para a saúde das pessoas se essas atividades fossem concluídas mais rapidamente, com mais dificuldade, com um pouco mais de entusiasmo?

Para descobrir, os pesquisadores recorreram aos extensos dados armazenados no UK Biobank, que inclui registros de saúde de centenas de milhares de homens e mulheres britânicos. A maioria deles usou um acelerômetro por uma semana após ingressar no Biobank para rastrear seus movimentos diários. Os cientistas obtiveram registros de 25.241 desses adultos, com idades entre 40 e 69 anos, e todos disseram aos pesquisadores que nunca se exercitaram.

 

Surtos físicos

Os cientistas, então, começaram a analisar suas atividades diárias em detalhes minuciosos, determinando a intensidade de seus movimentos quase segundo a segundo, com base na rapidez dos passos e outros dados. A análise consumiu três meses de tempo constante no computador, disse Stamatakis. Mas, no final, os pesquisadores conseguiram mapear os breves movimentos dos participantes, como quando alguém correu para pegar um trem ou atrás de uma criança. Esses “surtos físicos” podem durar apenas um minuto. Mas eles têm impacto no risco de mortalidade.

Comparando os padrões de atividade com os registros de morte por um período de cerca de sete anos depois que as pessoas ingressaram no Biobank, os cientistas descobriram que homens e mulheres que praticavam em média 4,4 minutos por dia do que os cientistas chamam de atividade física de estilo de vida intermitente vigorosa tinham cerca de 30% menos probabilidade de terem morrido nesses sete anos do que aqueles que raramente se movimentavam rápido.

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Espalhar essas breves explosões de atividade aumenta os benefícios na longevidade. Quando as pessoas conseguiam pelo menos três surtos separados de movimento durante um dia, cada um durando apenas um minuto, seu risco de mortalidade caía 40%, em comparação com pessoas que nunca se apressaram. Eles não se exercitavam, apenas aumentavam o ritmo de algo que estavam fazendo, pelo menos três vezes ao dia.

Por fim, os pesquisadores realizaram uma análise semelhante dos dados de 62.344 homens e mulheres do Biobank que se exercitam, embora a maioria em ritmo moderado. Quando essas pessoas conseguiam alguns minutos de atividade mais intensa na maioria dos dias, seja durante seus treinos ou tarefas diárias, seus riscos de mortalidade eram menores do que se exercitassem regularmente de forma moderada. “Há algo sobre a intensidade”, disse Stamatakis.

Para fortalecer suas próprias atividades, continuou Stamatakis, mova-se com força e rapidez o suficiente para que a conversa pareça impossível. Tente atingir esse nível de falta de ar três a quatro vezes ao dia, por um minuto ou dois, de preferência enquanto estiver fazendo algo que precise fazer de qualquer maneira.

Este estudo é limitado, no entanto. É associativo, mostrando apenas uma relação entre golpes rápidos de esforço e nossa expectativa de vida, e não nos diz por que a intensidade conta, embora outras pesquisas indiquem que exercícios extenuantes melhoram a resistência e a saúde cardiovascular mais do que exercícios mais leves, disse Stamatakis.

O resultado do estudo, concluiu ele, é que a pressa em realizar tarefas diárias pode nos adicionar anos a mais de vida no futuro. Fonte: https://www.estadao.com.br

Com alguma frequência, ouve-se que já não seria necessário ler um jornal todos os dias porque a informação chega agora “por outros meios”. Também se escuta a seguinte reclamação: estou pensando em parar de ler os jornais porque, com suas críticas excessivas e outras tantas tolerâncias, perderam o equilíbrio. Chegam a irritar. Qual é o sentido de ler algo se depois fico irritado?

Sim, ler um bom jornal sempre envolve algum incômodo. Entra-se em contato com gente que pensa diferente, que nos contraria, que diz, de forma muito convicta, algo que nos parece uma insensatez. O jornal é uma forma de contato habitual, diário, com a pluralidade da sociedade. (Desconfie de jornais com os quais se concorda do início ao fim. Eles não retratam o mundo em sua complexidade. Abdicaram do jornalismo para se tornarem pirulitos agradáveis ao paladar do leitor.)

No entanto, eis a ironia da vida, todas as pessoas que conheço que pararam de ler jornais para não ficarem irritadas, depois que abandonaram a leitura diária da imprensa, ficaram ainda mais irritadas com o mundo, com os outros e com os próprios jornais. Se alguém deseja estar num genuíno estado de exasperação com a vida e com o que acontece ao seu redor no âmbito político, social e cultural, pare de ler jornal – e dedique-se ao WhatsApp e às redes sociais.

A leitura diária de jornais funciona como um exercício privilegiado de pluralidade. Quem a abandonou está menos preparado para lidar com as diferenças existentes na sociedade. O mundo torna-se uma fonte mais intensa de perplexidade e irritação. Sem a leitura de jornais, ficamos menos capazes da compreensão e mais propensos ao atrito.

Conhecer – ler, estudar e dialogar – a partir de outras perspectivas produz desassossego. Tira da zona de conforto. Mas desassossego sério, que impregna o corpo e a alma, é gerado pela ignorância: a incompreensão do que está acontecendo ao seu redor, a sensação de que se deveria viver num tempo diferente. Há um fenômeno cada vez mais frequente. Tem gente que, de tão incomodada com o que vê ao seu redor, quer voltar no tempo, vivendo, por exemplo, no século 19. E alguns ainda tratam essa utopia como “conservadorismo”.

Aqui, entramos no outro ponto: os jornais são necessários para conhecer a realidade contemporânea? Sim, definitivamente sim. Em relação a tudo aquilo com que não temos contato imediato – ou seja, a imensa maioria dos assuntos –, o jornalismo é a fonte mais confiável sobre o tempo presente.

Na definição clássica, o direito é a arte do justo. Pode-se dizer que o jornalismo é a arte do presente: a arte de narrar o tempo presente. Ele tem método, mas não é a rigor uma ciência. O jornalismo é um modo de apreender, a partir de critérios objetivos e verificáveis, a realidade. Não é o mundo da pura subjetividade. Há um grande respeito pelo factual. Por isso, além de estar sob contínua revisão, o jornalismo é sempre feito coletivamente. Tem necessariamente uma dimensão institucional. Nunca é mero afazer solitário, encerrado numa única individualidade, numa única subjetividade.

Uma observação: jornalismo não é o título da matéria, o tuíte sobre a reportagem ou o resumo dos jornais que nos chega por meio de newsletters. Se estamos lendo apenas isso, já abandonamos o jornalismo. De um jeito diferente, estamos vendo apenas a primeira página do jornal exposta na banca de jornal. Jornalismo é o conteúdo inteiro das reportagens, com o contexto dos fatos, suas relações, suas consequências e a continuação no dia seguinte.

Os jornais são importantes no acesso à realidade porque não representam apenas uma foto dela. A leitura diária dos jornais oferece um filme do tempo presente. E é essa continuidade, um dia após o outro, que produz a mágica: somos enxertados na compreensão do fluxo do tempo presente, com seus movimentos e também com seus imobilismos. A leitura diária dos jornais proporciona uma experiência radicalmente diferente da leitura esporádica.

A complexidade da vida e da ação humana, com suas múltiplas camadas, inviabiliza a pretensão da autossuficiência na compreensão da realidade, na organização e síntese dessas informações. Queremos conhecer o Congresso sem repórteres no plenário, nos corredores e nos bastidores? Queremos julgar o Judiciário lendo apenas lacrações? Queremos entender as reivindicações políticas de grupos minoritários ouvindo apenas o nosso entorno social?

Não há conhecimento qualificado do mundo contemporâneo sem jornalismo. A frase “não preciso dos jornais, já estou informado por outros meios” significa, no melhor dos casos, que se abdicou do acesso direto ao jornalismo e, agora, se informa pela leitura que outras pessoas fazem do jornal que se deixou de ler.

Podemos e devemos exigir jornais melhores. O jornalismo é sempre imperfeito. Mas abandonar sua leitura não produz autonomia. É uma opção por alhear-se do tempo presente. É começar a desligar os aparelhos. Pode-se admirar outras épocas, o contemporâneo tem também suas deficiências, mas a vida sempre transcorre no presente.

* ADVOGADO. Fonte: https://www.estadao.com.br

Em carta ao governo da Capitania do Piauí, ela denunciou os maus-tratos contra mulheres e crianças no século 18

 

Estátua em homenagem a Esperança Garcia, em Teresina, capital do Piauí. Foto: Moacir Ximenes/Central de Artesanato Mestre Dezinho

 

Defensora dos direitos das mulheres e das crianças, Esperança Garcia escreveu o primeiro “habeas corpus” que se tem registro no Brasil. Pela sua atitude, a autora recebeu um reconhecimento póstumo do Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como primeira advogada do País. Ela já havia sido reconhecida pela seccional da OAB no Piauí em 2017 como a primeira advogada do Estado.

Escravizada no século 18, em Oeiras, no interior do Piauí, Esperança tinha apenas 19 anos quando enviou uma carta ao então governador da Capitania, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro. Ela denunciava os maus-tratos que mulheres e crianças sofriam na fazenda em que vivia e pedia que providências fossem tomadas.

A carta de Esperança foi documentada pelo historiador e antropólogo Luiz Mott em 1979 e, desde 1999, o dia 6 de setembro, data de escrita do texto, é considerado Dia Estadual da Consciência Negra no Piauí.

“Reconhecer a Esperança Garcia como primeira advogada negra e dar essa visibilidade à carta é colocar essa população como protagonista da sua história”, afirma a historiadora Raquel Costa, que compôs a Comissão Estadual da Verdade e da Escravidão Negra da OAB-PI e fez parte da construção do dossiê que traz a história de Esperança.

“Tirar essa ideia de uma escravidão amenizada, de que esses escravos só sofriam violência e eram passivos diante do sistema. A carta mostra essa subjetividade de uma mulher negra escravizada e protagonista de toda a sua história”, acrescenta.

A aprovação do Conselho Federal ao reconhecimento de Esperança foi anunciada pelo presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, no último dia 25.

 

Reparação

Para Élida Fabricia, conselheira federal da OAB pelo Estado do Piauí, o reconhecimento de Esperança Garcia é uma reparação histórica. “Isso significa que nós lamentamos todo o sofrimento que foi imposto a essa população historicamente e que nós estamos dispostos a buscar instrumentos que viabilizem a promoção da igualdade no âmbito da OAB, da advocacia e em toda a sociedade”, explica.

Além do reconhecimento, o órgão também decidiu pela construção de um busto da personalidade no salão principal da sede do Conselho Federal. “Para que nós tenhamos uma presença concreta da Esperança Garcia e de toda a Esperança que move a advocacia”, afirma Élida.

A pauta foi levada ao conselho pela então presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA) e hoje presidente da OAB-BA, Daniela Borges, e a então presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade (CNPI) da OAB, hoje conselheira federal Silvia Cerqueira (BA).

Ainda na gestão 2018-2022, as duas fizeram o requerimento em nome da história de Esperança Garcia e o pedido foi apoiado pelas atuais presidentes dos órgãos, Cristiane Damasceno, na CNMA, e Alessandra Benedito, na CNPI.

 

A história de Esperança

De acordo com dossiê Esperança Garcia: Símbolo de Resistência na Luta pelo Direito, organizado pela advogada Maria Sueli Rodrigues de Souza e pelo historiador Mairton Celestino da Silva, Esperança Garcia tinha 19 anos quando as terras em que vivia no interior do Piauí foram doadas aos Jesuítas e sua família, separada.

Casada desde muito nova, Esperança dividia a vida com o marido também escravizado Ignácio Angola. No entanto, após a fazenda de algodões passar a ter outro dono, ela foi enviada junto com dois de seus filhos para ser cozinheira em outra casa.

Em sua carta, Esperança relata abusos que sofria junto com suas crianças, além do impedimento de se confessar na igreja junto com outras mulheres com quem vivia.

“Peço a Vossa Senhoria pelo amor de Deus ponha aos olhos em mim ordinando digo mandar ao procurador que mande para a fazenda aonde me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha”, escreveu.

O fim da história nunca foi conhecido e confirmado, mas, em alguns documentos que vieram à tona anos depois, uma mulher escravizada de nome Esperança, de 27 anos, casada com o também escravo africano Ignácio, de 57, aparece na listagem de uma fazenda de algodões na década de 1770.

Também estavam listadas cinco crianças escravizadas entre 1 e 9 anos, mas não se sabe ao certo se eram os filhos do casal.

 

A natureza jurídica da carta

O dossiê explica que a carta de Esperança continha uma natureza jurídica tanto pelo autorreconhecimento da autora como membro da comunidade política, como no caráter de peticionamento no documento.

A advogada Andreia Marreiro, que também contribuiu no dossiê, acredita que a história mostra como o Direito está em constante disputa. “Ele tanto serve para manutenção das relações de poder e opressão, como também é acionado pelos grupos historicamente silenciados e invisibilizados que tiveram os direitos negados”, afirma.

“Os direitos que a população negra hoje tem foram conquistados, e não dados. Aprendemos que a abolição da escravidão foi dado por uma pessoa branca, quando na verdade você tem essa liberdade e dignidade reivindicada e conquistada pelo movimento negro, pelo protagonismo dessas pessoas que se insurgiram diante daquilo e lutaram”, acrescenta Andreia.

Élida destaca que se trata de um reconhecimento simbólico, sem implicações jurídicas, mas um resgate histórico. “O que a conecta com a advocacia é a ousadia de buscar defender os direitos humanos e reivindicar. Fonte: https://www.estadao.com.br

Se os sintomas forem leves e o treino de baixa intensidade, ok. Com tosse seca, desconforto no peito, febre e dor muscular, não

 

 

Por Rachel Rabkin Peachman, The New York Times

Nariz escorrendo, dor de cabeça, sinusite, tosse, dor no corpo, dificuldade de respirar. Quais desses sintomas são a deixa para interromper a prática dos exercícios? Pesquisadores investigaram essa pergunta e chegaram à conclusão de que, nem sempre um resfriado impacta a rotina de quem vai à academia ou pratica algum esporte, e que, muitas vezes, as atividades físicas podem ajudar a melhorar a resposta imunológica do nosso corpo em períodos de resfriado ou gripe fraca.

Contudo, há algumas ressalvas que merecem atenção, segundo eles. A seguir, serão listadas as principais observações feitas pelos especialistas.

 

Faça o teste do pescoço

Antes de você ir se exercitar, preste bastante atenção nos seus sintomas. Thomas Weidner, professor de Educação Física da Ball State University, em Indiana, Estados Unidos, explica que “o guia mais popular é o teste do pescoço”.

— Caso os sintomas estejam acima dele, fazer o exercício é seguro.

O especialista se refere à congestão nasal e dor de cabeça fraca, por exemplo, afirmando que, nesses casos, atividades físicas leves não afetarão o resfriado.

Weidner comprovou a eficácia desse teste em um estudo feito na década de 1990. Nele, 50 jovens adultos foram infectados com um vírus comum de resfriado e, aleatoriamente, dividiu-os em dois grupos: um fez 40 minutos de exercício moderado por 10 dias ininterruptos, o outro não fez nenhuma atividade física. Os pesquisadores descobriram que a doença não se intensificou entre os grupos, ou seja, a prática do exercício não prolongou ou piorou o resfriado. Weidner, posteriormente, repetiu os testes e os resultados foram similares.

Contudo, se os sintomas estiverem abaixo do pescoço, como tosse seca, desconforto no peito, náusea, diarreia, febre, dor muscular e fadiga, “não é boa ideia fazer exercícios”, reforçou Jeffrey Woods, professor da University of Illinois at Urbana-Champaign, também nos Estados Unidos.

 

Monitore seus sintomas

Também mantenha emmente que os sintomas podem evoluir, e, o que antes era só um nariz escorrendo, pode se transformar em algo mais sério, como bronquite ou gripe. Proceda com cautela, atento a como você está se sentindo e não faça exercícios se você começar a se sentir pior.

— Existe esse mito de que você pode se livrar do vírus suando, mas isso é uma péssima coisa a se fazer — reforçou David Nieman, professor de Biologia na Appalachian State University e diretor do Laboratório de Performance Humana do Centro de Pesquisa da Carolina do Norte.

Se você não está se sentindo bem, exercícios pesados podem agravar os sintomas e aumentar o risco de complicações.

— Isso pode realmente fazer você ficar de cama. Se sua condição se deteriorar, é melhor descansar até os sintomas irem embora — diz Nieman. —Depois, gradualmente volte à rotina. É comum maior dificuldade no início, caso você retorne rápido e com força.

Em casos raros, exercitar-se em intensidade enquanto se está doente ou logo após se recuperar, pode manter ou gerar novos sintomas ligados ao cansaço, à exaustão ou a dores inexplicadas. Pesquisadores acreditam que esse fenômeno é similar ao de algumas pessoas que desenvolveram Covid longa ou síndrome da fadiga crônica, doenças que surgem após uma infecção aguda.

—Pode ter consequências sérias para uma pequena porcentagem de pessoas se elas fizeram, doentes, exercícios muito pesados — alerta Nieman.

Outra consequência é a possibilidade de surgimento da miocardite, inflamação no músculo cardíaco, que causa arritmia cardíaca, dor no peito ou dificuldade ao respirar.

Os pesquisadores não têm certeza do quão comum são esses sintomas mais graves ou o porquê do corpo reagir desse jeito em alguns casos, mas Nieman especula que o sistema imunológico vai para um “nível de perigo” que aumenta as chances de inflamação no coração.

 

Mantenha-se nas atividades moderadas

Se você está certo de que seus sintomas estão melhorando e que você está bem para a prática de atividades, Woods recomenda exercícios cardiovasculares de intensidade moderadas por 30 a 40 minutos por série.

Uma caminhada rápida de 30 minutos ao ar livre, malhar levemente em um aparelho elíptico ou, ainda, andar de bicicleta podem ser boas opções. Woods também avisa que perder peso, nesse período, é normal, e que é importante evitar ir à academia, pois assim você não corre o risco de contaminar outras pessoas. Ele também enfatiza que essa não é a hora para se esforçar e tentar conseguir seus melhores resultados.

Se em algum momento você sentir tontura, aperto no peito ou qualquer dor durante o exercício, considere parar por ali. Se tudo correr bem, no entanto, você pode sentir um “impulso psicológico” após o exercício, e, de acordo com Weidner, “isso é uma vantagem, já que os sintomas podem deixar a pessoa desmotivada”.

Quando estiver totalmente recuperado do resfriado, volte lentamente à sua rotina de exercícios, aumentando gradualmente a duração e a intensidade do treino. A pesquisa mostra que, quando você está saudável, o exercício moderado regular pode realmente diminuir a inflamação, melhorar sua resposta imunológica e diminui o risco de contrair infecções respiratórias superiores em primeiro lugar. Fonte: https://oglobo.globo.com

 

Jornalista relata que precisou apagar vídeo de abordagem para ter celular devolvido, mas outras pessoas filmaram ação, que mostra homem com farda policial analisando bandeira

 

Por Redação do ge — Recife

O jornalista Victor Pereira postou em rede social nesta terça-feira um desabafo após ter sido abordado por pessoas que se identificaram como policiais, no Catar. O motivo foi que confundiram a bandeira do estado de Pernambuco com a da causa LGBTQIAP+, símbolo proibido no país do Oriente Médio.

Segundo Victor, seu celular foi tomado após começar a filmar a abordagem feita a voluntárias que estavam com ele, por conta da bandeira. O jornalista precisou apagar o vídeo para receber o aparelho de volta, mas outras pessoas ao redor também fizeram filmagens (veja no vídeo acima).

"Pessoal, estou nervoso aqui. Estou tremendo, de fato, porque a gente estava com a bandeira de Pernambuco. Estou aqui com alguns voluntários. Fui atacado por alguns integrantes aqui do Catar e policiais. Eles vieram pra cima das meninas achando que era uma bandeira LGBT, mas na verdade é apenas a bandeira de Pernambuco."

- Fui filmar e eles pegaram meu telefone e só devolveram me obrigando a deletar o vídeo que eu fiz. Só consegui meu celular de volta porque deletei o vídeo que eu fiz. Isso é um absurdo porque a gente tem a autorização da Fifa para filmar tudo no estádio - acrescentou Victor, que mostrou credencial para cobertura da Copa.

Ainda de acordo com o jornalista, a bandeira de Pernambuco foi jogada no chão e pisoteada. Victor afirmou que a situação foi amenizada após a chegada de outras pessoas ao local.

“Chegaram a pegar a bandeira de Pernambuco, jogaram no chão e pisaram. Quando algumas pessoas intervieram e amenizaram a situação.”

O também jornalista Kelvin Maciel, que estava com o mesmo grupo de pessoas, disse que a bandeira acabou devolvida após a confusão:

- Não permitimos que tomassem nossa bandeira. Está aqui com a gente, conseguimos recuperar. Mas foi uma situação de muito constrangimento. Fonte: https://ge.globo.com

Quase 500 crianças e adolescentes tiraram a vida no arquipélago em 2020, um recorde nacional e o dobro de quatro anos antes, segundo o Ministério da Saúde

 

Por O Globo Com AFP

Várias universidades no Japão lançaram uma iniciativa original para prevenir o suicídio entre jovens: imprimir mensagens tranquilizadoras em papel higiênico. "Querido, você passa dias difíceis e finge que está tudo bem", pode ser lido em letras azuis nesses pergaminhos brancos. "Você não precisa explicar tudo para nós... mas por que não um pouco?"

As autoridades de Yamanashi, a oeste de Tóquio, distribuíram 6 mil desses pergaminhos para 12 universidades locais no mês passado. Além desse tipo de mensagem, escrita por um especialista em saúde mental e que aparece ao lado de telefones de prevenção ao suicídio, imagens relaxantes com gatos também foram impressas no papel higiênico.

- Você está sozinho nos banheiros. Sentimos que é nesses momentos que as ideias angustiantes podem surgir - disse à AFP Kenichi Miyazawa, funcionário do departamento estatal.

Como em muitos outros países, o Japão registrou aumento no número de suicídios com a pandemia de covid-19. Em 2020, quase 500 crianças e adolescentes tiraram a vida no arquipélago, um recorde nacional e o dobro de 2016, segundo o Ministério da Saúde. Fonte: https://oglobo.globo.com

Os direitos autorais na era digital

Com o crescimento exponencial do TikTok, é primordial que seus usuários se atentem para não infringir direitos autorais de terceiros.

 

Annelise Rocha e Thamíres Carvalho, O Estado de S. Paulo

Com a expansão do mundo digital, é notório o aumento substancial da popularidade do TikTok nos últimos anos, atingindo a marca de 1 bilhão de usuários ativos por mês em 2021. O contínuo desenvolvimento tecnológico vem permitindo novas possibilidades de comunicação e ação, e é cada vez mais necessário questionar a visão do Direito sobre as relações virtuais, sobretudo no que diz respeito à propriedade intelectual.

A plataforma oferece e permite a criação de vídeos de diversas temáticas e se tornou muito utilizada por empresas e influenciadores visando a alcançar o público mais ativo, a geração Z (os nascidos em meados da década de 1990).

Do ponto de vista jurídico, é impossível falar em TikTok e não fazer referência à propriedade intelectual, que se subdivide em dois sub-ramos no Direito brasileiro: a propriedade industrial e os direitos autorais.

A propriedade industrial pode ser definida como os direitos que protegem interesses comerciais relativos aos inventores, por meio da concessão de patentes, registros de desenho industrial, marcas, repressão às falsas indicações geográficas e à concorrência desleal. A fim de contextualizar o uso da propriedade industrial no aplicativo do TikTok, destacamos as marcas, valiosos ativos empresariais, responsáveis por identificar e conceder prestígio às empresas relacionadas.

Por outro lado, os direitos autorais protegem as obras intelectuais, “as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”. Por exemplo, as obras literárias, artísticas ou científicas, coreográficas, fotográficas, musicais, entre outras.

Nesse sentido, é importante ressaltar que o direito autoral protege as manifestações criativas expressas em algum meio (seja ele físico ou digital), não sendo as meras ideias objeto de proteção. No entanto, não é necessário o registro de determinada obra para que o autor faça jus ao respaldo jurídico aplicável, apesar de ser sempre benéfico para fins de comprovação de autoria, principalmente em eventuais disputas e negociações.

No que diz respeito ao uso de música no TikTok, a plataforma realizou contratos e parcerias de licença com empresas de catálogos musicais, como a Universal Music. Recentemente, o TikTok firmou parceria com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), para pagamento de direitos autorais, garantindo, inclusive, a remuneração retroativa pelo uso de músicas na plataforma.

Interessante, também, destacar a proteção das coreografias presentes no TikTok. No Brasil, as obras coreográficas originais são alvo de proteção pela Lei de Direitos Autorais, desde que cumpridos os requisitos legais, como a necessidade de fixação da execução cênica por escrito ou qualquer outra forma de suporte, tangível ou intangível, bem como devem ser obedecidas determinadas exigências porventura aplicáveis a casos concretos específicos.

No Brasil, autores são somente pessoas físicas, e adotou-se a teoria dualista no que concerne à natureza jurídica dos direitos autorais. Assim, as prerrogativas do autor se dividem em: direitos morais (prerrogativas de direito de personalidade do autor), que são inalienáveis e irrenunciáveis, e os direitos patrimoniais, que garantem a exploração econômica da obra e são válidos por 70 anos, contados a partir de 1.º de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor. Após sua morte, os direitos serão exercidos por seus herdeiros, na forma do art. 1.784 do Código Civil brasileiro.

Com o crescimento exponencial do TikTok, consolidando-se como uma das redes sociais mais significativas desta época, é primordial que seus usuários se atentem para não infringir direitos autorais de terceiros, pois, como anteriormente explanado, as obras intelectuais, sejam elas coreográficas, musicais ou qualquer outra obra original que cumpra os requisitos da legislação de direitos autorais, são protegidas no Brasil.

Hoje, com a evolução da era digital, nos vemos diante de uma grande facilidade de criação, acesso e modificação de conteúdo colocado a disposição na internet. Por consequência dessa exposição, quanto maior a possibilidade de compartilhamento de informações, maiores são os riscos de utilização de obras protegidas sem autorização de seu criador. Com o advento e a expansão dessas plataformas digitais mais imersivas, qualquer indivíduo tem potencial para se tornar um criador de conteúdo na internet e, por isso, as violações de direitos autorais se intensificaram.

Diante da contemporaneidade e do impacto social do tema, os direitos autorais passaram a ser mais relevantes e discussões sobre a temática, mais constantes, desafiando os juristas a refletirem sobre a repercussão das obras intelectuais na era digital. Portanto, o ideal é que cada caso seja analisado individualmente, provendo maior segurança jurídica aos envolvidos, bem como para garantir que não ocorram eventuais violações de direitos autorais por terceiros.

* ADVOGADAS

Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

País africano também registrou a morte de 2,5 milhões de cabeças de gado

Por El País — Nairóbi

Mais de mil elefantes, zebras, gnus, búfalos e outros animais morreram nos últimos nove meses no Quênia em consequência da pior seca que este país e o Chifre da África conheceram nos últimos 40 anos. Isso foi revelado pelo Ministério do Turismo e Vida Selvagem do país em um relatório publicado na sexta-feira, que enfatiza não apenas a escassez de pontos de água, mas também a perda de vegetação, que afeta especialmente os herbívoros. O governo tenta combater o problema cavando poços e transportando água para barragens e reservatórios secos.

"Os guardas florestais do Serviço de Vida Selvagem do Quênia, exploradores comunitários e equipes de pesquisa registraram a morte de 205 elefantes, 512 gnus, 381 zebras comuns, 51 búfalos, 49 zebras e 12 girafas nos últimos nove meses", disse o relatório. Acrescenta que os ecossistemas mais afetados são precisamente os parques nacionais, reservas e áreas de conservação mais visitadas pelos turistas, como Amboseli, Tsavo e Laikipia-Samburu.

A Ministra do Turismo, Vida Selvagem e Patrimônio do Quênia, Peninah Malonza, disse que, além de tentar levar água para a área, “está sendo realizada uma vigilância aprimorada da vida selvagem fora das áreas protegidas para reduzir o conflito entre humanos e animais selvagens”.

A situação dos elefantes é particularmente grave e as perdas são sentidas especialmente entre os mais jovens. O relatório indica que em Amboseli, onde estão registrados cerca de 1.900 exemplares, morreram 76. Destes, 45 eram jovens que morreram de desnutrição porque suas mães, incapazes de se alimentar durante a reprodução, não conseguiam produzir leite suficiente.

Menção especial merece o caso das zebras-de-grevy, uma espécie ameaçada de extinção da qual restam cerca de 3.000 animais no Quênia e dos quais 49 morreram devido à seca. Segundo a organização Grevy's Zebra Trust, cerca de 600 exemplares se concentraram nas reservas de Samburu, Buffalo Springs e Shaba, no norte do país, em busca das últimas pastagens da região. Muitas delas são mães com seus filhotes nascidos em 2019 e 2020, para quem é vital encontrar comida e água.

O próprio relatório reconhece que a situação pode ser ainda mais catastrófica e o número de animais mortos pior, já que os guardas florestais e as equipes de pesquisa não podem percorrer todo o território em busca de carcaças e que muitos dos corpos podem ter sido comidos por outros animais.

A seca que está por trás da alta mortalidade de espécimes é a mais grave em quatro décadas após quatro estações chuvosas fracassadas, principalmente nos últimos dois anos, em que houve pouca ou irregular precipitação. Afeta principalmente quatro países do Chifre da África: Quênia, Somália, Etiópia e Djibuti.

A morte de animais selvagens é apenas uma das consequências da seca, como alerta o próprio Grevy's Zebra Trust.

“Esta situação é devastadora para as comunidades de pastoreio com as quais trabalhamos, das quais vem mais de 90% de nossa equipe. Para quem não é pastor, é impossível compreender quão profundas são as raízes da identidade cultural quando se trata de possuir gado. Não é simplesmente uma forma de economia; é um apego que vai muito além, toca a identidade espiritual e cultural de indivíduos e comunidades inteiras”, diz a organização em seu site.

— Dois anos consecutivos sem chuva trouxeram miséria a milhões de pessoas. 2,5 milhões de cabeças de gado morreram no Quênia só este ano, causando perdas econômicas de mais de US$ 1,5 bilhão — destacou esta semana na COP27 o presidente do Quênia, William Ruto, que também é coordenador do Comitê de Chefes de Estado e de Governo Africanos sobre Mudanças Climáticas (Cahoscc).

— As perdas e danos [causados ​​pela crise climática] não são um assunto abstrato de diálogo sem fim: é nossa experiência diária e o pesadelo vivo de milhões de quenianos e centenas de milhões de africanos — acrescentou.

A Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) assegura que cerca de 18 milhões de pessoas se encontram em situação de insegurança alimentar aguda, à beira da fome, no Quênia, Somália e Etiópia devido à seca. Soma-se à escassez de água o aumento dos preços dos alimentos e fertilizantes devido primeiro à covid-19 e depois à guerra na Ucrânia e, no caso da Somália e da Etiópia, aos conflitos que sofrem. Fonte: https://oglobo.globo.com

Por Erick Souza e Letícia Araújo

Bilionário assumiu a rede social com uma ‘agenda’ cheia de mudanças debaixo do braço

Desde que oficializou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões, em 27 de outubro, Elon Musk não mediu esforços para deixar a rede com a sua cara. O acordo que quase levou o bilionário para a Justiça americana foi uma das transações mais caras entre as empresas de tecnologia e deve ser, também, uma das guinadas mais rápidas em relação ao objetivo da plataforma.

Desde mudanças estruturais, como uma nova homepage e planos de assinatura, até transformações mais profundas como a demissão em massa de funcionários e de executivos de alto escalão, Musk tem corrido contra o tempo para, mostrar o que deve ser o futuro do Twitter sob o seu comando. Confira abaixo os principais acontecimentos dos últimos dias na rede social:

 

Twitter Blue turbinado (e mais caro)

Na terça-feira, 1, o magnata anunciou que vai aumentar o preço do Twitter Blue para US$ 8 por mês (aproximadamente R$40). Atualmente, este serviço custa US$ 5 e traz diversos recursos exclusivos, como a opção de desfazer tuítes e um leitor de notícias. Com a nova versão, Musk vai turbinar a ferramenta e incluir: menos anúncios, capacidade de postar vídeos mais longos e prioridade de ranqueamento em respostas, menções e buscas. Ainda não há data para a estreia dos recursos e, inicialmente, ele estarão disponíveis apenas para os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

 

Venda do selo de verificação

Por enquanto, a principal novidade da nova assinatura do Blue é a possibilidade de qualquer assinante de ter o selo azul de verificação. A nova atualização da versão de iPhone do app já indica que a estreia do esquema “pagou, levou” é iminente. Em sua conta, Musk afirmou que “O sistema de lordes e camponeses do Twitter de quem tem ou não tem o selo azul de verificação é besteira”. Agora, o usuário vai pagar para obter a marca.

O bilionário afirma que essa medida vai desmotivar o uso de bots e robôs. “Se uma conta Blue paga evolver-se com spam/scam, a conta será suspensa. Essencialmente, isso aumenta o custo do crime no Twitter”. Atualmente, o selo azul de verificação serve para identificar e autenticar contas de interesse público. O usuário pode solicitar a verificação, mas o Twitter realiza uma análise antes de concedê-la. Normalmente, apenas contas oficiais, pessoas famosas ou influentes conseguem o selo.

 

Textão e busca

Neste sábado, 5, o bilionário afirmou que vai desenvolver um recurso que permite incluir textos longos, o que, segundo ele, “encerra o absurdo de screenshots de blocos de notas”. Ele também afirmou que vai melhorar a ferramenta de buscas do site. Por enquanto, não há detalhes de como isso vai funcionar.

A volta do Vine

Grande parte das decisões e anúncios feitos pelo novo dono do Twitter acontecem na própria rede social. A decisão de ressuscitar o Vine, por exemplo, foi uma delas. Em uma enquete publicada quatro dias depois da conclusão da compra, Musk sugeriu voltar com a plataforma de vídeos curtos (máximo de seis segundos de duração), considerada antecessora do TikTok. Quase 70% das cinco milhões de pessoas que responderam, aprovaram a ideia. O Vine foi aposentado pelo próprio Twitter em 2016.

 

Mudanças na página inicial

Antes mesmo de completar um dia da aquisição bilionária do Twitter, Musk decidiu mudar a página inicial da rede. Agora, usuários não logados são redirecionados para a página Explorar, que mostra os tuítes mais populares do momento, além da lista de Trending Topics. A versão anterior da página mostrava aos usuários deslogados uma tela para criação de conta e a opção de logar em um perfil existente.

 

Monetização para criadores de conteúdo

Em sua conta no Twitter, Musk afirmou que a nova política de cobrança pelo selo de verificação vai permitir que a rede social possa “recompensar” os criadores de conteúdo, mas também não deu mais detalhes. Atualmente, o Twitter possui a função de Super Follows, em que um usuário pode oferecer tuítes exclusivos por uma taxa.

 

Demissões

Uma das primeiras mudanças de Elon Musk no comando da rede social foi a dissolução do conselho administrativo. Com isso, o bilionário se tornou o único diretor da empresa. Entre os executivos demitidos, estão Parag Agrawal, presidente executivo; Vijaya Gadde, chefe do departamento jurídico, políticas e confiabilidade; Ned Segal, chefe financeiro; e Sean Edgett, conselheiro geral. Sarah Personette, chefe da divisão de clientes, anunciou seu pedido de demissão em sua conta do Twitter na última terça-feira, 1º.

Na sexta, 4, foi a vez dos funcionários serem mandados embora. Elon Musk deu início a uma série de demissões em massa, com cerca de 3.700 pessoas perdendo o emprego. O escritório brasileiro do Twitter ainda espera mais informações. Segundo apurou o Estadão, os funcionários do Brasil estão sem acesso aos sistemas internos da empresa, mas ainda não sabem se foram demitidos ou não. Segundo comunicado enviado pelo Twitter aos funcionários, a suspensão dos acessos foi apenas para proteger informações confidenciais, mas “não significa que sua empregabilidade foi encerrada.”

 

Fuga de publicidade

Logo após a saída de executivos do mais alto escalão do Twitter, grandes anunciantes se mostraram receosos com a nova direção. A empresa americana IPG (Interpublic Group of Companies), uma das maiores publicitárias do mundo, publicou uma recomendação para seus clientes sugerindo uma pausa temporária dos investimentos no site. Hoje, 90% da receita do Twitter é proveniente de anúncios.

Pelo Twitter, Musk declarou que iria afrouxar as regras de conteúdo da rede social, o que pode abrir espaço para a proliferação de informações falsas e demais conteúdos tóxicos. A Aliança Global por Responsabilidade Midiática (tradução livre para The Global Alliance for Responsible Media), uma associação de plataformas, anunciantes e indústria de mídia nos EUA, também publicou que passará a monitorar como o Twitter planeja lidar com a moderação de conteúdo no futuro.

Após a repercussão negativa, Musk publicou na sua conta pessoal uma nota direcionada aos anunciantes em que explicava seu interesse na compra da rede social. “O Twitter almeja ser a plataforma de anúncios mais respeitada do mundo, que fortalece sua marca e amadurece seu empreendimento”, afirmou. Mais tarde, em outra publicação, ele voltou a explicar que o novo Twitter teria um conselho de moderação de conteúdo com “ampla gama de opiniões” e que nenhuma decisão importante seria feita antes da criação desse conselho. Fonte: https://www.estadao.com.br

Caminhoneiros bolsonaristas fazem cerca de 140 bloqueios em estradas de 18 estados

Manifestação de motoristas e apoiadores de Bolsonaro teve início após vitória de Lula

BELO HORIZONTE, GOIÂNIA, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, SALVADOR, RIO DE JANEIRO, MANAUS,

 

Grupo de caminhoneiros bolsonaristas fecha a rodovia Presidente Dutra, que ligar Rio a São Paulo, após vitória de Lula na eleição presidencial; bloqueio ocorre na altura da cidade de Barra Mansa nos dois sentidos - Reprodução/TV Globo

 

 

FLORIANÓPOLIS e BRASÍLIA

Caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciaram na noite deste domingo (30) bloqueios em estradas em protesto ao resultado das eleições, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor para o cargo de presidente. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou nesta segunda (31) até o momento 140 pontos de bloqueios ou aglomerações em vias de 18 estados e do Distrito Federal.

A corporação não informou quantas ocorrências em cada um dos estados. Houve ou estão em andamento protestos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em Minas GeraisSão Paulo, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, na Bahia, no Maranhão, em Mato GrossoMato Grosso do SulGoiásRondônia, no Pará, no Acre, no Amazonas, Tocantins, em Roraima e no Distrito Federal.

Os caminhoneiros foram importante base de Bolsonaro em 2018, mas o apoio da categoria refluiu nos últimos anos, principalmente com o aumento no preço dos combustíveis. Recentemente, o presidente anunciou a antecipação do auxílio pago aos profissionais autônomos, o que foi visto como uma tentativa de impulsionar a campanha pela reeleição entre o grupo.

Vídeos que circulam na internet mostram pneus pegando fogo na via. Em um deles, é possível ouvir o hino nacional ao fundo.

No Telegram, um grupo chamado "Caminhoneiros e Agro pelo Brasil" reúne cerca de 890 pessoas. Em algumas mensagens, usuários mencionam o artigo 142 da Constituição Federal, comumente citado por apoiadores do atual presidente para defender a hipótese da legalidade de um golpe. "Dia de Finados já queremos que tenham tido a intervenção militar", escreveu um dos integrantes na noite deste domingo.

A descrição do grupo diz que a ideia é "fazer o maior protesto da história desses planeta". "Não aceitamos a covardia que foi feita com o povo trabalhador brasileiro, nós que contribuímos muito para o funcionamento do país, não podemos mais ser tratados como lixo", diz o texto.

O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, disse em nota oficial que os caminhoneiros não irão parar para protestar contra o resultado das eleições.

A categoria "não participa e nem participará de nenhum movimento de paralisação ou bloqueio de rodovias para protestar e questionar o resultado das eleições que elegeu o candidato Luiz Inácio Lula da Silva como novo Presidente do Brasil", afirmou.

 

VEJA BLOQUEIOS EM SÃO PAULO E NO RIO

No estado de São Paulo são pelo menos nove focos de manifestação em rodovias registradas no período da tarde, segundo a PRF e a empresa CCR.

Em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), a rodovia Anhanguera está com uma faixa da pista e o acostamento interditados no km 312 no início da tarde, causando congestionamento de pelo menos três quilômetros devido à manifestação dos caminhoneiros.

Já no Rio de Janeiro, o bloqueio da rodovia Presidente Dutra em Barra Mansa, no sul do estado, teve início antes da 1h, de acordo com a concessionária CCR RioSP. As barreiras se espalharam pelas rodovias federais que cortam o estado no início da tarde. Boletim da PRF aponta agora oito pontos, contra cinco da contagem anterior.

No boletim divulgado às 16h15, a PRF diz ainda que, além das interdições, há dois pontos de concentração de manifestantes, um na BR-040, na altura de Petrópolis, e outro na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Seropédica.

Dos locais onde há interdição, cinco estão totalmente bloqueados: quatro na Dutra (nas alturas de Barra Mansa, Volta Redonda, Queimados e Nova Iguaçu), e um na BR-101, em Itaguaí.

Interdições parciais ocorrem na BR-101, em Angra dos Reis e Itaperuna, e na BR-116, em Teresópolis. A PRF contabilizou 270 manifestantes, além de veículos de carga, em todos os pontos de interdição.

Um deles, em Barra Mansa, foi liberado por volta das 15h. Em Nova Iguaçu e Teresópolis, há objetos incendiados na pista.

Os bloqueios em Angra dos Reis e Teresópolis também são feitos por populares e têm interdição parcial da pista. Em Queimados, na região metropolitana, há uma concentração de pessoas, mas ainda sem bloqueio, segundo a PRF.

A manifestação na Presidente Dutra provoca reflexos até para quem ainda está distante do ponto da manifestação. É o caso da servidora pública Maria Luiza Cruz, 34.

Ela passou o fim de semana no Rio, onde trabalhou como mesária nas eleições, e tentava retornar para São Paulo de ônibus, onde mora. A passagem já estava comprada para uma viagem às 7h30, mas acabou cancelada em razão da manifestação dos caminhoneiros.

"Acabei de cancelar minha passagem e estou vendo quanto está custando o bilhete de avião", relatou.

Os reflexos já são vistos também na indústria. O polo automotivo da Stellantis em Porto Real (RJ) suspendeu a produção na manhã desta segunda, em decorrência das manifestações que interromperam o tráfego na rodovia que dá acesso ao complexo industrial, impedindo a chegada de funcionários e peças.

A fábrica, que fica perto da via Dutra, na região de Resende (RJ), produz motores e automóveis das marcas Citroën e Peugeot e emprega cerca de 1.800 pessoas.

A empresa diz estar pronta para retomar as atividades quando as condições logísticas permitirem.

Já o abastecimento de alimentos, segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), não foi afetado por ora. O entreposto na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste, afirma que está normal a chegada de frutas, legumes e outros alimentos.

"Na manhã desta segunda-feira, não houve impactos ou reflexos dos bloqueios nas rodovias. A movimentação e o abastecimento continuam normais", disse a companhia, em nota.

 

ESTRADAS COM MANIFESTAÇÕES EM MINAS NO ESPÍRITO SANTO

Em Minas Gerais, há interdição no entroncamento das BRs 262 e 116 em Manhuaçu, na zona da mata.

A 262 faz a ligação do Mato Grosso do Sul ao Espírito Santo. A 116 percorre a região leste do país do nordeste ao sul.

Os caminhoneiros no local, porém, permitem a passagem de veículos de passeio, ambulâncias, ônibus e cargas perecíveis. Há congestionamento no local, conforme a Polícia Rodoviária Federal.

Ao menos até o momento, conforme informações da corporação, esse é o único ponto de protesto dos caminhoneiros em Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária do país.

A 262 faz a ligação de Mato Grosso do Sul ao Espírito Santo. A 116 percorre a região leste do país do Nordeste ao Sul.

Os caminhoneiros no local, porém, permitem a passagem de veículos de passeio, ambulâncias, ônibus e cargas perecíveis. Há congestionamento no local, conforme a Polícia Rodoviária Federal.

A primeira interdição total de estrada no Espírito Santo ocorreu no início da tarde. Conforme a PRF, caminhoneiros fecharam a BR-101 no quilômetro 247, município de Serra. A interdição começou por volta das 14h30.

 

MANIFESTAÇÕES EM MATO GROSSO E MATO GROSSO DO SUL

Em Mato Grosso, manifestantes apoiadores de Bolsonaro interditavam a BR-163 em seis pontos.

A concessionária Rota do Oeste, que administra a rodovia, confirmou em balanço às 5h27 o fechamento nos seguintes pontos: Nova Mutum, na altura do km 594, sentido sul; Lucas do Rio Verde, no km 691; Sorriso, km 746; Sinop, no km 835; Cuiabá, no km 395 e Várzea Grande, no km 524.

Segundo a concessionária, também houve bloqueio em Rondonópolis na altura do km 119, mas a via foi liberada.

A rodovia é uma importante rota de transporte para produtos do agronegócio de Mato Grosso em direção aos portos do Arco Norte, como o de Miritituba, em Itaituba, no Pará.

"A concessionária segue acompanhando, sem interferência, as manifestações com foco na segurança viária. As equipes operacionais da Rota do Oeste estão sinalizando o final da fila, como forma de evitar acidente", afirmou a Rota do Oeste, em nota, destacando que o seu papel é apenas de monitoramento.

A reportagem procurou a Secretaria de Segurança de Mato Grosso, mas não conseguiu contato. A Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso também foi procurada, mas não respondeu imediatamente.

No vizinho Mato Grosso do Sul a BR-163 apresenta maior número de manifestações de caminhoneiros bolsonaristas, diz a PRF. São cinco pontos: km 614, em São Miguel do Oeste, km 679, em Rio Verde de Mato Grosso, km 767, em Coxim, km 490, em Campo Grande e km 550 em Bandeirantes.

Foram registrados protestos também no km 11 da BR-060, em Chapadão do Sul, e 383 da BR-262, em Terenos. A PRF não informou se alguns dos trechos já foram liberados pelos motoristas.

 

PARALISAÇÃO EM ESTRADAS NO SUL DO PAÍS

Santa Catarina registrou 18 pontos de bloqueios em rodovias estaduais. Os atos iniciaram ainda na noite de domingo, após o resultado nacional da eleição, e se ampliaram em diversas regiões do estado. A cúpula da Segurança Pública do Estado agendou reunião para início da tarde para avaliar ações de liberação dos trechos interditados.

Pelo menos nove pontos de bloqueios foram na BR-101, principal rodovia que corta o litoral do estado de norte a sul. Em Palhoça, na Grande Florianópolis, manifestantes queimaram pneus e bloquearam a rodovia nos dois sentidos. Os manifestantes se aglomeram em frente à loja da Havan e se recusam a deixar o local.

Em vídeo que circula pela internet, os manifestantes dizem não reconhecer o resultado das urnas e pedem intervenção militar. A PRF informou que tenta negociar saída dos manifestantes de forma pacífica.

No Rio Grande do Sul, a PRF local contabilizou 15 bloqueios em curso em rodovias federais às 12h30.

As rodovias afetadas são BR-290 (em Pantano Grande), BR-386 (em Nova Santa Rita, Sarandi e Iraí), BR-116 (dois bloqueios em Vacaria), BR-470 (Garibaldi, Nova Prata e Bento Gonçalves), BR-392 (Pelotas), BR-285 (Lagoa Vermelha, Ijuí, Entre Ijuís e São Luiz Gonzaga) e BR-158 (Panambi).

Dois bloqueios na BR-386 - em Nova Santa Rita e Sarandi —são do tipo "pare e siga", mantendo o fluxo lento de veículos. Na BR-158, em Panambi, e na BR-392, em Pelotas, os caminhões foram parados e direcionados a postos de gasolina.

A situação do Paraná, em relação às rodovias federais, é similar. Foram divulgados 19 pontos de bloqueio total.

 

PROTESTOS DE CAMINHONEIROS NO NORTE DO PAÍS

No estado do Pará são cinco pontos com manifestação monitorados pela PRF. No km 575 da BR-163, em Trairão, os manifestantes interditaram a pista nos dois sentidos impedindo a passagem de veículos. Interdição total também no km 14 da BR-010, em Dom Eliseu.
Em Santarém, no km 986 da BR-163, os manifestantes autorizam apenas a passagem de veículos de emergência e viaturas policiais. Também há manifestação em Novo Progresso, com trânsito lento.

No Amazonas, há dois pontos da Transamazônica (BR-230) bloqueados na altura do km 430 e do km 642. A informação é da PRF no estado, que não deu detalhes sobre a extensão do bloqueio, sobre os impactos para a região e sobre o que vem sendo feito para liberação da via.

No início da tarde, um novo protesto foi realizado na BR-174 em Manaus. Apoiadores do presidente Bolsonaro ocuparam o local com bandeiras, e caminhoneiros passaram a interditar a rodovia.

Já no Acre, a PRF tratou como "pacífica" uma interdição de rodovia e disse apenas "observar" e "aguardar" a movimentação.

A interdição ocorre no km 298 da BR-317, em Brasileia, a 230 km da capital Rio Branco. Segundo a PRF, o "movimento pacífico" interditou parcialmente a rodovia. A polícia não diz quantos são os veículos e manifestantes.

A entrada do anel viário em Boa Vista, capital de Roraima, foi interditada por manifestantes, que impedem o tráfego de veículos de carga no km 493 da BR-174, segundo a PRF em Roraima.

Apenas carros de passeio e de emergência estão passando, de acordo com a corporação. A polícia diz que existem tratativas com manifestantes para liberação da via.

No Tocantins, um bloqueio parcial na BR-153, na região do município de Paraíso do Tocantins, permite apenas carros de passeio atravessarem.

 

MOVIMENTO SE DIVIDE E LIDERANÇAS PEDEM FIM DE BLOQUEIOS

Caminhoneiro autônomo e diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer diz que a manifestação dos motoristas é antidemocrática e não defende os interesses da categoria.

"A pauta que está sendo discutida agora não é uma pauta dos trabalhadores do transporte, não é uma pauta econômica. A pauta econômica que deve ser mantida e levada, independente do governo".

Presidente da ANTB (Associação Nacional de Transportes do Brasil), José Roberto Stringasci afirma que as ações que culminaram nos bloqueios das rodovias não foram organizadas por entidades que representam os caminhoneiros.

Segundo ele, a ação é organizada por pessoas que não participam da categoria e que estão obrigando os caminhões e pararem na pista.

"Não necessariamente é o caminheiro que está parando. Eles estão parados por causa dos bloqueios. Existem alguns caminhoneiros que estão apoiando. Mas não é a categoria no geral que está fazendo. É um ou outro motorista que está participando", diz Stringasci.

 

LISTA DE RODOVIAS PELO PAÍS COM BLOQUEIOS

Segundo relatório atualizado pela CCR às 14h05

Rodovia Presidente Dutra (liga RJ e SP): bloqueio na altura de Barra Mansa, no km 281, em ambos os sentidos; reflexos: pista sentido Rio de Janeiro: 18 km de retenção; pista sentido São Paulo: 10 km de retenção na Via Dutra

Anhanguera (SP-330): Situação: pista bloqueada nos dois sentidos na cidade de Limeira (SP). Há 4 km de retenção nos dois sentidos

SP 340 (km 156): Em Mogi Mirim, trecho bloqueado nos dois sentidos

SP 344 (km 223): Em São João da Boa Vista, bloqueado nos dois sentidos, com 100 metros de retenção

BR-163 (Mato Grosso do Sul): Pontos totalmente bloqueados. Há retenção nos seguintes pontos: Campo Grande (kms 466, 487 e 490); Bandeirantes (km 550, com1 km de congestionamento nos dois sentidos), São Gabriel do Oeste (km 614), Rio Verde de Mato Grosso (km 679, com

1 km de congestionamento nos dois sentidos), Pedro Gomes (km 767), Caarapó (km 206), Dourados (km 256), Mundo Novo (km 0). Em Campo Grande, no km 466, 3 km de congestionamento no sentido no norte, 1 km no sentido sul. No km 490, 6 km de congestionamento no sentido norte, e 2 km no sentido sul

BR-101 (Santa Catarina): Pontos totalmente bloqueados nos seguintes trechos: Imbituba (km 282), Tubarão (km 341), Içara (km 379), Maracajá (km 401), Santa Rosa do Sul (km 445). Em média há 3 km de retenção

 

Rodovias estaduais do Paraná com bloqueios totais

Segundo o Batalhão de Polícia Rodoviária, no início da tarde:

PR-182, km 484, trevo de acesso a Realeza, com pneus incendiados

PR-412, km 10, em Guaratuba, com caminhão e pneus

PR-170, em Bituruna, caminhão e pneus

PR-466, km 100, em Jardim Alegre, veículos fluindo pelas laterais

PR-092, km 304, em Joaquim Távora, veículos fluindo pelas laterais

PR-281, Chopinzinho, cerca de 50 pessoas bloquearam a rodovia e colocaram fogo em pneus

 

Outras sete rodovias estaduais têm bloqueios parciais

Rodovias do Rio Grande do Sul

BR 290 (km 77) Gravataí, bloqueio total; (km 213) Pantano Grande, bloqueio total; (km 26) Santo Antônio da Patrulha; (km 78) em Gravataí, sentido crescente, com bloqueio; km 22, Santo Antônio da Patrulha bloqueio total

BR 386 (km 435) em Nova Santa Rita, bloqueado novamente (para e siga); km 412 em Triunfo bloqueio parcial (sentido norte)

BR 116 (km 41 e 44) em Vacaria bloqueio total

BR 470, (km 225), em Garibaldi; (km 159 e 162), em Nova Prata; km 209, em Bento Gonçalves, todas com bloqueio total

BR 392 (km 66), em Pelotas bloqueio parcial (caminhões são direcionados para dentro do pátio do posto); km 117, em Canguçu bloqueio total

BR 386 (km 136) em Sarandi bloqueio total (pare e siga); km 6, em Iraí bloqueio total; (km 112), em Constantina bloqueio total

BR 285 (km 199), em Lagoa Vermelha bloqueio total

BR 470 (km 10) em Barracão bloqueio total

BR 153 (km 53), Erechim - bloqueio total com liberação alternada cada 30 min

BR 285 (km 181), Carazinho (Trevo da Bandeira) bloqueio total

BR 287 (km 282), em São Pedro do Sul bloqueio total

BR 285 (km 460), em Ijuí, acesso a Cruz Alta – bloqueio total - trânsito fluindo pelas alças

BR 285 (km 496) em Entre-Ijuís - bloqueio total (veículos desviando pelo pátio do posto de combustível, filas) e (km 564) em São Luiz Gonzaga bloqueio total em trevo de acesso secundário à cidade

BR 158 (km 158) em Panambi bloqueio parcial

BR 290 (km 575), em Alegrete bloqueio parcial (só passam carros) e km 720, em Uruguaiana bloqueio total

 

Outras rodovias

BR-060 (Goiás): em dois trechos em Anápolis, no km 101, com pistas totalmente interditadas;

BR-153 (Goiás): Itumbiara, km 703, com pistas totalmente interditadas;

BR-153 (São Paulo): Em São José do Rio Preto, no km 51, interdição nos dois sentidos da pista por volta das 6h. Pista foi totalmente liberada por volta de 8h.

BR-040 (Distrito Federal): Em Cristalina, no entorno do DF, no km 94, com trânsito fluindo lentamente.

BR-040 (Goiás): Em Luziânia, no km 19.

BR-020 (Bahia): Luiz Eduardo Magalhães, houve bloqueio durante a noite de domingo. Segundo a PRF bloqueio foi encerrado às 2h da manhã.

Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello

Com Reuters. Fonte: www1.folha.uol.com.br 

Autoridades afirmam que ao menos 150 pessoas ficaram feridas

 

Por O Globo — Seul

Autoridades afirmam que 59 pessoas morreram e cerca de 150 pessoas ficaram feridas após multidão ser esmagada em Halloween na Coreia do Sul Reprodução

Ao menos 146 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas neste sábado esmagadas por uma multidão durante celebrações por ocasião do Halloween em um distrito de Seul, capital da Coreia do Sul. O desastre aconteceu por volta de 22h20 (hora local) durante uma das comemorações mais populares do ano na capital sul-coreana.

O desastre é o mais grave incidente em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014, matando mais de 300 pessoas.

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol ordenou que seu governo enviasse ajuda urgente e assistência médica ao local – o popular bairro Itaewon, próximo ao Centro da cidade e conhecido por sua vida noturna, disse o seu Gabinete. "“A prioridade máxima é retirar e salvar as vítimas. Devemos levá-las a tratamento médico urgente o mais rápido possível”, disse Yoon em comunicado.

Já o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, que visitava a Holanda, anunciou sua volta para a Coreia do Sul, comunicaram autoridades.

O incidente começou em um beco estreito, logo na saída 2 da estação de metrô Itaewon, perto de uma rua cheia de bares incluindo, entre outros, o Oasis Bar & Cafe, o Gathering e o Ravo. Cerca de 10 mil pessoas estavam no local, no primeiro Halloween sem máscaras desde o início da pandemia.

Veículos de emergência tiveram dificuldade para chegar e sair do local, com ruas congestionadas e pedestres se espalhando pelo tráfego. Por volta das 22h45 locais, um veículo de emergência lotado de equipes de resgate estava em um engarrafamento enquanto tentava alcançar a via principal onde estavam as vítimas.

— Tinha tanta gente que a gente não conseguia se mexer — disse Song Su-yeon, uma testemunha de 46 anos. — Parecia que eu teria morrido se tivesse caído.

Entre as vítimas, há muitas mulheres na casa dos 20 anos. Várias delas usavam máscaras e fantasias de Halloween.

Em vários vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver várias pessoas sendo socorridas pelos serviços de emergência.

Fotos publicadas pela mídia nacional mostraram muitos cidadãos, policiais e profissionais de emergência realizando ressuscitação cardiopulmonar em pessoas esparramadas na calçada.

Imagens ao vivo da MBC-TV, uma emissora local, mostraram bombeiros carregando o que pareciam ser corpos cobertos com lençóis brancos em macas para ambulâncias. Autoridades afirmam que cerca de 150 pessoas sofreram parada cardíaca após o tumulto e "várias morreram".

No Twitter, um brasileiro que está no local descreveu o momento: "Eu estava lá, vi os corpos sendo arrastados. No início não parecia algo grave porque pareciam estar só tirando pessoas bêbadas nas ruas, mas quando os corpos começaram a entrar na casa das dezenas que reparei que tinha algo errado", escreveu Thiago Mattos Moreira na rede social.

O presidente Yoon também ordenou que os funcionários enviassem funcionários médicos de emergência para Itaewon e assegurassem leitos de emergência.

As autoridades criaram um pequeno centro improvisado de gerenciamento de desastres e uma clínica de primeiros socorros sob várias tendas em frente ao Hamilton Hotel, perto do local onde houve a maioria dos esmagamentos.

No centro foram instalados quadros brancos com informações sobre o incidente sendo continuamente atualizadas pelas autoridades, incluindo o número de mortos, uma lista de vítimas e os hospitais para onde foram enviadas. Uma mesa com uma prancheta e uma caneta foi dedicada a registrar pessoas desaparecidas.

Entre os mortos, os corpos de 46 vítimas estavam no hospital, comunicou o corpo de bombeiros, com o restante levado para um ginásio próximo.

O episódio, incluindo os seus problemas de trânsito, despertou perguntas sobre o gerenciamento de multidões no evento há muito divulgado. As autoridades disseram que estão investigando como o desastre se desenrolou. Fonte: https://oglobo.globo.com

Ante projeção de que faltarão 235 mil professores na educação básica em 2040, é urgente melhorar atratividade da carreira, hoje opção só de poucos jovens que se sentem vocacionados

 

O Brasil corre o risco de não ter professores em número suficiente para lecionar na educação básica. O alerta, muito oportuno neste Dia do Professor, foi dado pelo Instituto Semesp (ligado ao sindicato das mantenedoras de ensino superior), que prevê um déficit de 235 mil educadores no País em 2040, se for mantido o atual ritmo de formação docente. A projeção, grave e preocupante, joga luz sobre uma questão central para o presente e o futuro da educação brasileira: a pouca atratividade da carreira do magistério, reflexo dos salários mais baixos do que em outras áreas e das precárias condições de trabalho em muitas escolas.

O estudo foi apresentado na última semana de setembro e analisou uma série de variáveis ao longo da década passada. Primeiro, a evolução do número de ingressantes nas faculdades de licenciatura, como são chamados os cursos de formação de professores, assim como o total de concluintes. O cruzamento dos dados chamou a atenção para outro problema: as elevadas taxas de evasão, já que muitos universitários abandonam o curso antes da formatura. 

A desproporção é impressionante. De 2010 a 2020, o número de ingressantes nas licenciaturas cresceu 61%, puxado pelas matrículas em cursos de educação a distância (EAD), enquanto o total de concluintes aumentou apenas 4%. Isso, no entanto, é só a ponta do iceberg: o estudo informa que mais da metade dos concluintes nesse período já era de professores com atuação na sala de aula. Esse dado remete à alarmante constatação de que a quantidade de novos docentes, na verdade, é provavelmente muito mais baixa.

Prova disso é a mudança no perfil etário dos professores em atividade no Brasil. De acordo com o estudo, o contingente de docentes com menos de 29 anos diminuiu 27%, ao passo que o de profissionais acima dos 55 anos aumentou 44% entre 2016 e 2021. 

O professor, como se sabe, é o principal fator de aprendizagem dos alunos. Por isso, melhorar a formação docente é um passo indispensável para elevar a qualidade do ensino. O Brasil está longe de superar esse desafio − e um dos obstáculos é justamente a pouca atratividade da carreira do magistério, o que acaba afugentando os melhores candidatos. Tirando quem escolhe lecionar por genuína vocação, e felizmente ainda há gente assim, a verdade é que um vasto contingente de universitários só procura os cursos de licenciatura por suposta incapacidade de ingressar em carreiras em geral mais concorridas e, portanto, com melhor remuneração.

Até aqui, o debate mais amplo em torno da carreira do magistério tinha como foco a qualidade da educação. É consenso que maiores salários, melhores condições de trabalho e a perspectiva de progressão funcional ao longo dos anos são passos necessários para atrair profissionais mais qualificados − estudantes com nota alta o suficiente para ingressar em qualquer outra faculdade, mas que optam por uma licenciatura para serem professores. Pois bem, isso continua válido. A novidade duplamente lamentável agora é que a baixa atratividade da carreira do magistério desponta como empecilho até mesmo para suprir o número mínimo de profissionais nas salas de aula do País.

Sinais disso já aparecem aqui e ali. Neste ano, por exemplo, a rede estadual de São Paulo não conseguiu preencher todas as vagas de professores temporários para o Novo Ensino Médio. Em sua nova organização, o ensino médio passou a ter maior carga horária, o que demanda mais docentes. O mesmo ocorre nas escolas de tempo integral, outro avanço fundamental em andamento em São Paulo e nas redes de ensino de vários Estados. Desse modo, há demanda por mais profissionais, mesmo diante da projetada redução do número de alunos em decorrência da constante queda nas taxas de natalidade.

O alerta, portanto, está dado: ninguém poderá alegar que foi pego de surpresa. Desde já, evitar o anunciado “apagão” de docentes deve ser uma das prioridades dos governantes que tomarão posse em janeiro. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

1) Oração

Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos Anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Jo 1,47-51)

47Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade.48Natanael pergunta-lhe: Donde me conheces? Respondeu Jesus: Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira.49Falou-lhe Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel.50Jesus replicou-lhe: Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta.51E ajuntou: Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

  

3) Reflexão   João 1, 47-51

O evangelho de hoje na festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael traz o diálogo entre Jesus e Natanael, no qual aparece a frase: "Eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem". Esta frase ajuda a esclarecer algo a respeito dos arcanjos, cuja festa hoje celebramos.

João 1,47-49: A conversa entre Jesus e Natanael

Foi Filipe que levou Natanael até Jesus (Jo 1,45-46). Natanael tinha exclamado: "De Nazaré pode vir coisa boa?" Natanael era de Caná, que ficava perto de Nazaré. Ao ver Natanael, Jesus diz: "Eis um israelita autêntico, sem falsidade!"  E afirma que já o conhecia quando estava debaixo da figueira. Como é que Natanael podia ser um "israelita autêntico" se ele não aceitava Jesus como messias? Natanael "estava debaixo da figueira". A figueira era o símbolo de Israel (cf. Mq 4,4; Zc 3,10; 1Rs 5,5). "Estar debaixo da figueira" era o mesmo que ser fiel ao projeto do Deus de Israel. Israelita autêntico é aquele que sabe desfazer-se das suas próprias idéias quando percebe que estas estão em desacordo com o projeto de Deus. O israelita que não está disposto a fazer esta conversão não é autêntico nem honesto. Natanael é autêntico. Ele esperava o messias de acordo com o ensinamento oficial da época, conforme o qual o Messias viria de Belém na Judéia. O Messias não podia vir de Nazaré na Galiléia (Jo 7,41-42.52). Por isso, Natanael resistia em aceitar Jesus como messias. Mas o encontro com Jesus ajudou-o a perceber que o projeto de Deus nem sempre é do jeito que a pessoa imagina ou deseja. Natanael reconhece o seu engano, muda de idéia, aceita Jesus como messias e confessa: "Mestre, tu és o filho de Deus, tu és o rei de Israel!"

A diversidade do chamado.

Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas apresentam o chamado dos primeiros discípulos de maneira muito mais resumida: Jesus passa na praia, chama Pedro e André. Logo depois, chama Tiago e João (Mc 1,16-20). O evangelho de João tem um outro jeito de descrever o início da primeira comunidade que se formou ao redor de Jesus. Ele traz histórias bem mais concretas. O que chama a atenção é a variedade dos chamados e dos encontros das pessoas entre si e com Jesus. Deste modo, João ensina como se deve fazer para iniciar uma comunidade. É através de contatos e convites pessoais, até hoje! A uns, Jesus chamou diretamente (Jo 1,43). A outros, indiretamente (Jo 1,41-42). Num dia, chamou dois discípulos de João Batista (Jo 1,39). No dia seguinte, chamou Filipe que, por sua vez, chamou Natanael (Jo 1,45). Nenhum chamado se repete, porque cada pessoa é diferente. A gente nunca esquece os chamados e encontros importantes que marcam a vida da gente. Lembra até a hora e o dia (Jo 1,39).

João 1,50-51: Os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem

A confissão de Natanael é apenas o começo. Quem for fiel, verá o céu aberto e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Experimentará que Jesus é a nova ligação entre Deus e nós, seres humanos. É a realização do sonho de Jacó (Gn 28,10-22).

Os anjos subindo e descendo a escada

Hoje é a festa dos três arcanjos: Gabriel, Rafael e Miguel. Gabriel explicava ao profeta Daniel o significado das visões (Dn 8,16; 9,21). Foi o mesmo anjo Gabriel que levou a mensagem de Deus a Isabel (Lc 1,19) e a Maria, a mãe de Jesus (Lc 1,26). Seu nome significa “Deus é forte”. Rafael aparece no livro de Tobias. Ele acompanhou a Tobias, filho de Tobit e Ana, na viagem e o protegeu de todos os perigos. Ajudou Tobias a livrar Sara de um mau espírito e a curar Tobit, o pai, da cegueira. Seu nome significa “Deus cura”. Miguel ajudou o profeta Daniel nas suas lutas e dificuldades (Dn 10,13.21; 12,1). A carta de Judas diz que Miguel disputou com o diabo o corpo de Moisés (Jd 1,9). Foi Miguel que venceu o satanás, derrubando-o do céu e jogando-o no inferno (Ap 12,7). Seu nome significa “Quem é como Deus!” A palavra anjo significa mensageiro. Ele traz uma mensagem de Deus. Na Bíblia, a natureza inteira pode ser mensageira de Deus, revelando o amor de Deus por nós (Sl 104,4). O anjo pode ser o próprio Deus, enquanto volta a sua face para nós e nos revela a sua presença amorosa.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Você já teve um encontro marcante na sua vida? Como foi que descobriu a chamada de Deus aí dentro?
  2. Você já se interessou alguma vez, como Filipe, em chamar uma outra pessoa para participar da comunidade?

 

5) Oração final

Eu vos louvarei de todo o coração, Senhor, porque ouvistes as minhas palavras. Na presença dos anjos eu vos cantarei. Ante vosso santo templo prostrar-me-ei, e louvarei o vosso nome, pela vossa bondade e fidelidade. (Sl 137, 1-2)

Polícia Civil informou que local estava tomado por fezes dos cachorros, em Bela Vista de Goiás. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, animais foram encaminhados para um abrigo da cidade.

 

Por Júlia Alves, g1 Goiás

Advogados são presos suspeitos de maus-tratos contra seis cães, em Bela Vista de Goiás

Dois irmãos que são advogados foram presos suspeitos de maus-tratos contra seis cães que estavam no escritório de advocacia deles, em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. A Polícia Civil informou que recebeu uma denúncia anônima e, ao chegar ao imóvel, encontrou os animais extremamente magros e muitas fezes espalhadas no fundo do local (veja o vídeo).

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o g1 não conseguiu contato com a defesa deles.

A Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) informou que foi notificada e designou um representante para acompanhar todos os procedimentos relacionados à prisão. A comissão ressaltou a importância da observância e respeito às prerrogativas da advocacia, da fiscalização da conduta profissional e das políticas públicas de proteção aos animais.

O caso aconteceu na tarde de terça-feira (27), em um escritório localizado no Setor Central. Conforme a políca, os advogados têm 30 e 39 anos. Eles estavam no imóvel no momento que a polícia chegou e alegaram que uma doença era o motivo de os animais estarem tão magros.

A PC explicou que os policiais que atenderam a ocorrência pediram para que um dos homens colocasse ração para os cachorros e, de imediato, todos comeram com muita rapidez. Para a equipe policial, foi a prova de que os animais estavam famintos e não doentes.

Com isso, os advogados foram presos em flagrante e encaminhados para a delegacia da cidade. A PC informou que eles ficarão presos até a realização da audiência de custódia pelo juiz responsável, a qual não tinha sido atualizada até a última atualização desta reportagem.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi acionada para o resgate dos animais. Os cães foram examinados por um médico veterinário, que constatou o crime de maus-tratos. A secretaria informou que os seis cachorros foram encaminhados para um abrigo da cidade. Fonte: https://g1.globo.com