Foto. Pormenor da estátua de São Pedro, na Praça de São Pedro, Vaticano, foto de Wesley Almeida, da Canção Nova

 

Padre Patriky Samuel Batista

Secretário executivo de Campanhas da CNBB

 

No Evangelho segundo São Mateus Jesus afirma que buscar o Reino de Deus e a sua justiça é a prioridade do coração que não serve a dois senhores (Mt 6,33). Um coração que confia no amor do Pai que cuida de cada pessoa: “lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, pois Ele cuida de vós” (1Pd 5,7). Um cuidado integral também assumido pelos fiéis que, no esforço em viver o mandamento do amor,  conduz ao zelo pela salvação por meio da prática da caridade cristã.

No que se refere à prática da caridade e da solidariedade cristã, a Igreja primitiva se organizou por diversas vezes motivando coletas em favor dos mais necessitados. A segunda carta de Paulo aos Coríntios nos dá um belo exemplo desta iniciativa. Recordando a generosidade de Cristo, o Apóstolo Paulo exorta à solicitude da comunidade em favor dos mais pobres como ocasião para provar a sinceridade do amor. (2 Cor 8,8)

Ao longo da história da Igreja não faltam testemunhos e iniciativas de mobilização das comunidades empenhadas em socorrer os mais pobres e fragilizados. Sem sombra de dúvidas uma grande obra de caridade é o Óbolo de São Pedro. Também conhecida como coleta da caridade do Papa é uma ajuda financeira que os fiéis de todo mundo oferecem ao Santo Padre como sinal de adesão à solicitude do Sucessor de Pedro relativamente às múltiplas carências da Igreja e às obras de caridade em favor dos mais necessitados.

Sua origem remonta ao século VIII depois da conversão dos anglo-saxões, os quais se sentiram tão ligados ao Bispo de Roma que decidiram enviar, de maneira estável, um contributo anual ao Santo Padre. Esta coleta foi chamada Denarius Sancti Petri (Esmola para São Pedro) e se difundiu pelos demais países europeus. Em 5 de agosto de 1871, o Papa Pio IX a regularizou através da encíclica Saepe Venerabilis. Assim, o Óbolo de São Pedro é a expressão do cuidado de Deus desenvolvido pelo Santo Padre com a colaboração dos fiéis.

Graças às doações do Óbolo, o Papa pode oferecer ajuda às dioceses mais pobres, aos institutos religiosos e aos fiéis em sérias dificuldades. Também pessoas necessitadas, crianças, doentes, marginalizados, vítimas de guerras e desastres naturais, refugiados e migrantes são ajudados por várias entidades que cuidam da caridade do Papa.

A Igreja, Povo de Deus, é uma comunidade de pessoas conscientes de que o que os aproxima em torno do Senhor é a comunhão entre eles. Essa comunhão se manifesta, entre outros aspectos, através da solidariedade para com os mais necessitados.

Como bem nos recorda o Papa Francisco: “A fé em Jesus nos permite realizar as obras de Deus. Se nos permitirmos envolver-nos nesta relação de amor e confiança com Jesus, poderemos realizar boas obras que perfumam o Evangelho, para o bem e as necessidades dos nossos irmãos e irmãs.”

A coleta do Óbolo de São Pedro acontece todos os anos no domingo da celebração da solenidade de São Pedro e São Paulo. Neste dia, por decisão da 7ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, em todas as Igrejas, oratórios, mesmo dos mosteiros, conventos e colégios, comemora-se o dia do Papa, com pregações e orações que traduzam amor, veneração, respeito e obediência ao vigário de Cristo e com ofertas para o óbolo de São Pedro. O resultado da coleta deve ser encaminhado integralmente à cúria de cada Diocese, que por sua vez enviará à Nunciatura Apostólica.

Em 2020, devido à emergência sanitária causada pelo coronavírus, o Papa Francisco transferiu a coleta para o dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. Este ano, ainda que continuemos em pandemia, a data para a coleta permanece na celebração dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, ou seja, no próximo dia 4 de julho de 2021.
Para maiores informações sobre o óbolo, bem como o acompanhamento da destinação dos recursos arrecadados, acesse o site https://www.obolodisanpietro.va/it.html.

. Participando de forma consciente e ativa contribuímos com a caridade do Papa ao mesmo tempo em que nos comprometemos a ver, compadecer e cuidar daqueles que estão ao nosso lado, sobretudo os mais afetados pela pandemia da covid 19. “Quem não pode doar um pouco de si, sempre doa muito pouco” (Bento XVI). Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

[*] Romero Venâncio

Fazem parte da tradição cristã o erro ou o reconhecimento dos limites de todo o ser humano. Daí vem a máxima “errar é humano”. Trabalhar com o erro e o perdão faz parte da história do cristianismo e das teologias cristãs.

Mas sabemos hoje que tudo tem limite na vida social, e com o perdão não é diferente. Porque, como lembrava o poeta Vinicius de Moraes, até o amor se cansa de perdoar. 

A propósito de que começo assim esse brevíssimo texto? Porque acredito que está na hora de o catolicismo no Brasil pensar e repensar a presença de religiosos hoje - padres e bispos, em particular - nas redes sociais.

Criou-se dentro do catolicismo no Brasil uma leitura precipitada do papel e do alcance das redes sociais. A divisa é: “Vamos evangelizar pelas redes sociais”.

Esqueceram de uma coisa importante nesse desespero de “bandeirante cristão virtual”: que as redes sociais não são apenas instrumento de evangelização e que precisamos conhecer mais a fundo essas redes e seus mecanismos e seus perigos.

É público e notório que padres e bispos brasileiros estão fascinados com redes sociais e delirando em seu uso. É triste ver um bispo divulgando notícias falsas e tolas, como se fosse um adolescente descobrindo uma técnica de comunicação.

Não percebeu o prelado que uma rede social não é a cozinha de seu palácio episcopal. Sendo mais preciso no que digo: um prelado católico deve ter feito um curso de teologia com algumas poucas cadeiras de filosofia e menos ainda em ciências humanas em geral.

E se for daqueles cursos fracos e fundamentalistas, o caso da formação se torna mais grave. Essa figura despreparada teoricamente e sem reconhecer seu limite, se mete a falar nas redes sociais como se estivesse em sua missa - onde só ele fala o que quer, na maioria das vezes.

Deve participar desses grupos de “zap do pão caseiro” que se fala de Deus e sua obra sem precisar de fundamento algum e saindo daqui se mete a falar de tudo nas redes. Aqui é onde mora o perigo de “o tiro sair pela culatra” - em alguns casos, literalmente. O que tem de padre falando e defendendo uso de armas impressiona! 

Vamos a mais um fato. Observemos como esses religiosos gostam de falar sobre sexualidade, a vida humano-afetiva das pessoas, opinar sobre homossexualidade ou transexualidade sem ter a mínima formação nesse mundo.

As ciências humanas e da saúde no campo da sexualidade humana avançou em termos de pesquisas e publicações no século XX, o que não ocorreu em vários séculos atrás.

O que esses religiosos sabem disto? Quase nada, mas adoram falar em “ideologia de gênero”, por exemplo, termo que é pura cortina de fumaça. Não existe em nenhuma ciência humana. 

Ao desconhecerem, por ignorância ou má-fé, esses estudos e publicações, o que resta a esses religiosos nas redes sociais é partir para uma posição condenatória em nome de uma “suspeita teologia” que estão longe de conhecer mesmo se dizendo formados nela.

A coisa se torna grave. Não só não evangelizam, como prejudicam a imagem de sua própria igreja. Caem numa posição irresponsável de julgar o que não conhecem. Numa sociedade minimamente democrática, a ninguém deve ser proibido participar de uma rede social ou mais de uma. Ter uma “conta privada” na web, etc. 

O problema de um religioso participar é em nome de que ou a que atividade pastoral vai fortalecer nas redes, postando falas ou textos. Os processos contra padres e bispos começam a surgir, um monte de contestação pública às suas afirmações inconsequentes e protestos contra posições preconceituosas deles. O que sobra para a igreja deles? Má fama. 

Com essas observações, não quero passar a imagem de que não existam canais e atividades sérios e importantes de religiosos em redes sociais. Conheço o trabalho de pessoas ou grupos católicos que têm feito uma bonita e necessária ação nessas redes sociais.

São fontes de apoio, solidariedade, denúncia de injustiças e projetos formativos em teologia dos bons. Só pra não dizer que não falei de flores. Não pode ser pregando ódio e disseminando preconceito numa espécie diabólica de “pedagogia bolsonarista” que um religioso fará seu digno papel numa rede social. Atentemos.

[*] É doutor em Filosofia e professor do Departamento de Filosofia na Universidade Federal de Sergipe.

Fonte: https://jlpolitica.com.br

Pecado e pecadores... Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Quinta-feira, 2 de julho-2021. Evangelho (Mt 9,9-13). www.instagram.com/freipetronio

 

 

EVANGELHO DO DIA: Quero misericórdia e não sacrifício

13ª Semana Do Tempo Comum:

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9,9-13

Naquele tempo:

9Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus,

sentado na coletoria de impostos,

e disse-lhe: 'Segue-me!'

Ele se levantou e seguiu a Jesus.

10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus,

vieram muitos cobradores de impostos e pecadores

e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.

11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos

discípulos: 'Por que vosso mestre come

com os cobradores de impostos e pecadores?'

12Jesus ouviu a pergunta e respondeu:

'Aqueles que têm saúde não precisam de médico,

mas sim os doentes.

13Aprendei, pois, o que significa:

`Quero misericórdia e não sacrifício'.

De fato, eu não vim para chamar os justos,

mas os pecadores'.

Palavra da Salvação.

Divulgação: www.instagram.com/freipetronio

Pega a tua cama... Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Quinta-feira, 1º de julho-2021. Primeira leitura: Primeira Leitura (Gn 22,1-19). Evangelho (Mt 9,1-8). www.instagram.com/freipetronio

 

Evangelho (Mt 9,1-8)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”

3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?

6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, — disse, então, ao paralítico — “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 9-13)

9Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: "Siga-me!" Ele se levantou, e seguiu a Jesus.
10Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?"
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes.
13Aprendam, pois, o que significa: 'Eu quero a misericórdia e não o sacrifício'. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores."

 

3) Reflexão

O Sermão da Montanha ocupou os capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. A parte narrativa dos capítulos 8 e 9, tem como finalidade mostrar como Jesus praticava o que acabava de ensinar. No Sermão da Montanha, ele ensinou o acolhimento (Mt 5,23-25.38-42.43). Agora, ele mesmo o pratica acolhendo leprosos (Mt 8,1-4), estrangeiros (Mt 8,5-13), mulheres (Mt 8,14-15), doentes (Mt 8,16-17), endemoninhados (Mt 8,28-34), paralíticos (Mt 9,1-8), publicanos (Mt 9,9-13), pessoas impuras (Mt 9,20-22), etc. Jesus rompe com as normas e costumes que excluíam e dividiam as pessoas, isto é, o medo e a falta de fé (Mt 8,23-27) e as leis da pureza (9,14-17), e não faz segredo das exigências para os que querem segui-lo. Eles terão que ter a coragem de largar muita coisa (Mt 8,18-22). Assim, nas atitudes e na prática de Jesus, aparece em que consistem o Reino e a observância perfeita da Lei de Deus.

Mateus 9,9O chamado para seguir Jesus.

As primeiras pessoas chamadas para seguir Jesus eram quatro pescadores, todos judeus (Mt 4,18-22). Agora, Jesus chama um publicano, considerado pecador e tratado como impuro pelas comunidades mais observantes dos fariseus. Nos outros evangelhos, este publicano se chama Levi. Aqui, o nome dele é Mateus que significa dom de Deus ou dado por Deus. As comunidades, em vez de excluir o publicano como impuro, devem considerá-lo como um Dom de Deus para a comunidade, pois a presença dele faz com que a comunidade se torne sinal de salvação para todos! Como os primeiros quatro chamados, assim o publicano Mateus larga tudo que tem e segue Jesus. O seguimento de Jesus exige ruptura. Mateus largou a coletoria, sua fonte de renda, e foi atrás de Jesus!

Mateus 9,10: Jesus senta à mesa junto com pecadores e publicanos

Naquele tempo, os judeus viviam separados dos pagãos e dos pecadores e não comiam com eles na mesma mesa. Os judeus cristãos deviam romper este isolamento e criar comunhão de mesa com os pagãos e os impuros. Foi isto que Jesus ensinou no Sermão da Montanha como sendo uma expressão do amor universal de Deus Pai. (Mt 5,44-48). A missão das comunidades era oferecer um lugar aos que não tinham lugar. Mas esta nova lei não era aceita por todos. Em algumas comunidades, as pessoas vindas do paganismo, mesmo sendo cristãs, não eram aceitas na mesma mesa (cf. At 10,28; 11,3; Gal 2,12). O texto do evangelho de hoje mostra como Jesus comia com publicanos e pecadores na mesma casa e na mesma mesa.  

Mateus 9,11: A pergunta dos fariseus

Para os judeus era proibida a comunhão de mesa com publicanos e pagãos, mas Jesus nem liga. Ele até faz uma confraternização com eles. Os fariseus, vendo a atitude de Jesus, perguntam aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?" Esta pergunta pode ser interpretada como expressão do desejo deles de quererem saber por que Jesus agia assim. Outros interpretam a pergunta como crítica deles ao comportamento de Jesus, pois durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até à época de Jesus, os judeus tinham observado as leis da pureza. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. Ao mesmo tempo, era fator de sua separação no meio dos outros povos. Assim, por causa das leis da pureza, não podiam nem conseguiam sentar na mesma mesa para comer com pagãos. Comer com pagãos significava contaminar-se, tornar-se impuro. Os preceitos da pureza legal eram rigorosamente observados, tanto na Palestina como nas comunidades judaicas da Diáspora. Na época de Jesus, havia mais de quinhentos preceitos para preservar a pureza. Nos anos setenta, época em que Mateus escreve, este conflito era muito atual.

Mateus 9,12-13: Eu quero misericórdia e não sacrifício

Jesus ouviu a pergunta dos fariseus aos discípulos e responde com dois esclarecimentos. O primeiro é tirado do bom senso: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes”. O outro é tirado da Bíblia: “Aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”. Por meio destes dois esclarecimentos Jesus explicita e esclarece a sua missão junto ao povo: “Eu não vim para chamar os justos, e sim os pecadores".  Jesus nega a crítica dos fariseus, nem aceita os argumentos deles, pois nasciam de uma idéia falsa da Lei de Deus. Ele mesmo invoca a Bíblia: "Eu quero misericórdia e não sacrifício!" Para Jesus a misericórdia é mais importante que a pureza legal. Ele apela para a tradição profética para dizer que a misericórdia vale mais para Deus do que os todos sacrifícios (Os 6,6; Is 1,10-17). Deus tem entranhas de misericórdia, que se comovem diante das faltas do seu povo (Os 11,8-9).

 

4) Para um confronto pessoal

1-Hoje, na nossa sociedade, quem é o marginalizado e o excluído? Por que? Na nossa comunidade temos preconceitos? Quais? Qual o desafio que as palavras de Jesus colocam para a nossa comunidade hoje?

2-Jesus manda o povo ler e entender o Antigo Testamento que diz: "Quero misericórdia e não sacrifício". O que Jesus quer com isto para nós hoje?

 

5) Oração final

Feliz o homem que observa os seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus! De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei! (Sl 118, 2.10)

 

1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mt 8, 23-27)

23Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam.
24E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo.
25Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" 26Jesus respondeu: "Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?" E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo.
27Os homens ficaram admirados e disseram: "Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?"

 

3) Reflexão

Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos dos anos setenta que se sentiam como um barquinho perdido no mar revolto da vida, sem muita esperança de poder alcançar o porto desejado. Jesus parecia estar dormindo no barco, pois não aparecia para elas nenhum poder divino para salvá-las da perseguição. Em vista desta situação de angústia e desespero, Mateus recolheu vários episódios da vida de Jesus para ajudar as comunidades a descobrir, no meio da aparente ausência, a acolhedora e poderoso presença de Jesus vencedor que domina o mar (Mt 8,23-27), que vence e expulsa o poder do mal (Mt 9,28-34) e que tem poder de perdoar os pecados (Mt 9,1-8). Com outras palavras, Mateus quer comunicar esperança e sugerir que não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada do evangelho de hoje.

Mateus 8,23: O ponto de partida: entrar no barco.

Mateus segue o evangelho de Marcos, mas o abrevia e o ajeita dentro do novo esquema que ele adotou. Em Marcos, o dia foi pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,3-34), os discípulos levaram Jesus no barco e, de tão cansado que estava, Jesus dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). O texto de Mateus é bem mais breve. Ele apenas diz que Jesus entrou no barco e os discípulos o acompanhavam. Jesus é o Mestre, os discípulos seguem o mestre.

Mateus 8,24-25: A situação desesperadora: “Estamos afundando!”

O lago da Galileia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles achavam que iam afundar, então a situação era perigosa mesmo! Mas Jesus nem sequer acorda, e continua dormindo. Eles gritam: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" Em Mateus, o sono profundo de Jesus não é só sinal de cansaço. É também expressão da confiança tranqüila de Jesus em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e dos discípulos é grande! 

Mateus 8,26: A reação de Jesus: “Por que vocês têm medo?”

Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Ele se dirige a eles e diz: “Por que vocês têm medo? Homens de pouca fé!” Em seguida, ele se levanta, ameaça os ventos e o mar, e tudo fica calmo. A impressão que se tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega na casa de um amigo e o cachorro, preso na corrente, ao lado do dono, late muito contra você. Mas você não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio da tempestade acalmada evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Jesus refaz o êxodo. Evoca ainda o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Por fim, o episódio da tempestade acalmada evoca e realiza a profecia anunciada no Salmo 107:

23 Desciam de navio pelo mar, comerciando na imensidão das águas.

24 Eles viram as obras de Javé, suas maravilhas em alto-mar.

25 Ele falou, levantando um vento impetuoso, que elevou as ondas do mar.

26 Eles subiam até o céu e baixavam até o abismo, a vida deles se agitava na desgraça.

27 Rodavam, balançando como bêbados, e de nada adiantou a perícia deles.

28 Na sua aflição, clamaram para Javé, e ele os libertou de suas angústias.

29 Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram.

30 Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado. (Sl 107,23-30)

Mateus 8,27: O espanto dos discípulos: “Quem é este homem?”

Jesus perguntou: “Por que vocês têm medo?” Os discípulos não sabem o que responder. Admirados, se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Apesar da longa convivência com Jesus, ainda não sabem direito quem ele é. Jesus parece um estranho para eles! Quem é este homem?

Quem é este homem? Quem é Jesus para nós, para mim? Esta deve ser a pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho, todos os dias, com o desejo de conhecer sempre melhor o significado e o alcance da pessoa de Jesus para a nossa vida. É desta pergunta que nasceu a cristologia. Ela nasceu, não de altas considerações teológicas, mas sim do desejo dos primeiros cristãos de encontrar sempre novos nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. São dezenas os nomes, títulos e atributos, desde carpinteiro até filho de Deus, que Jesus recebe: Messias, Cristo, Senhor, Filho amado, Santo de Deus, Nazareno, Filho do Homem, Noivo, Filho de Deus, Filho do Deus altíssimo, Carpinteiro, Filho de Maria, Profeta, Mestre, Filho de Davi, Rabboni, Bendito o que vem em nome do Senhor, Filho, Pastor, Pão da vida, Ressurreição, Luz do mundo, Caminho, Verdade, Vida, Videira, Rei dos judeus, Rei de Israel, etc., etc. Cada nome, cada imagem, é uma tentativa para expressar o que Jesus significava para eles. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior, ultrapassa tudo! Ele não pode ser enquadrado. O amor capta, a cabeça, não! É a partir da experiência viva do amor que os nomes, os títulos e as imagens recebem o seu pleno sentido. Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?

 

4) Para um confronto pessoal

1-Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Mateus escreveu o seu evangelho? Qual é hoje o mar agitado para nós? Alguma vez, as águas agitadas do mar da vida já ameaçaram afogar você? O que te salvou?

2-Quem é Jesus para mim? Qual o nome de Jesus que melhor expressa minha fé e meu amor?

 

5) Oração final

Uma geração conta à outra as tuas obras, anuncia tuas maravilhas. Proclama o esplendor glorioso da tua majestade e narram teus prodígios. (Sl 144, 4-5)

O comunicado não dá detalhes sobre quais são os pontos de investigação e apenas se limita a dizer que Bagnasco 'examinou a documentação e realizou uma série de encontros'

 

Por Ansa Brasil

O cardeal polonês Stanislaw Dziwisz, ex-secretário histórico do papa João Paulo II, estava no centro de uma investigação do Vaticano no país, confirmou a própria Nunciatura Apostólica em Varsóvia através de nota publicada no portal católico "Vatican News".

Segundo o site, que faz parte das fontes oficiais de notícias da Santa Sé, o arcebispo emérito de Gênova, cardeal Angelo Bagnasco, encerrou neste sábado (26) a visita ao país, iniciada em 17 de junho, para verificar alguns casos relacionados "ao desempenho de suas funções como arcebispo metropolitano de Cracóvia (2005-2016)".

O comunicado não dá detalhes sobre quais são os pontos de investigação e apenas se limita a dizer que Bagnasco "examinou a documentação e realizou uma série de encontros". A Nunciatura ainda afirma que o cardeal foi investigar também "casos que vieram a público". Agora, o cardeal italiano fará um relatório que será entregue nas mãos do papa Francisco.

Em outubro do ano passado, um documentário polonês causou uma enorme polêmica no país ao acusar Dziwisz de acobertar abusos sexuais de religiosos contra menores e ignorar denúncias feitas pelas vítimas.

Em entrevista à ANSA no fim de 2020, o ex-secretário afirmou que o que o documentário mostrava eram "calúnias" e que provaria sua inocência. A Igreja Católica na Polônia, uma das mais conservadoras do mundo, vem sendo abalada com constantes revelações de escândalos de pedofilia e abusos sexuais nos últimos anos. Fonte: https://www.itatiaia.com.br

 

Deus ama a vida! Ele quer apenas a vida! "Deus criou o homem para ser incorruptível" (primeira leitura). Pelo seu Filho, salva-nos da morte: eis porque lhe damos graças em cada Eucaristia. Na sua vida terrena, Jesus sempre defendeu a vida. O Evangelho de hoje relata-nos dois episódios que assinalam a defesa da vida: Ele cura, Ele levanta. Ele torna livres todas as pessoas, dá-lhes toda a dignidade e capacidade para viver plenamente. Sabemos dizer-Lhe que Ele é a nossa alegria de viver?

 

LEITURA I - Sab 1, 13-15; 2,23-24

Leitura do Livro da Sabedoria

 

Não foi Deus quem fez a morte,
nem Ele Se alegra com a perdição dos vivos.
Pela criação deu o ser a todas as coisas,
e o que nasce no mundo destina-se ao bem.
Em nada existe o veneno que mata,
nem o poder da morte reina sobre a terra,
porque a justiça é imortal.
Deus criou o homem para ser incorruptível
e fê-lo à imagem da sua própria natureza.
Foi pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo,
e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.

 

Breve comentário

O Livro da Sabedoria foi composto um pouco antes da vinda de Jesus. A sua doutrina é mais serena que a dos livros mais antigos, em particular quando apresenta o rosto de Deus.

Este anúncio deve ser proclamado com força, porque vem contradizer ideias ainda muito espalhadas, segundo as quais agradaria a Deus fazer morrer o homem. A morte vem de outro, pois "não foi Deus quem fez a morte". Pelo contrário, Ele cria a vida e dá-la à humanidade, modelada à sua imagem. Ele restaura a vida, quando esta está em perigo de se apagar. Dá a vida quando está perdida, como testemunha o Evangelho deste domingo.

 

EVANGELHO - Mc 5, 21-43

Breves comentários

O Reino de Deus é a vida. Jesus percorre o país para o anunciar e o estabelecer. Ele fala e age. A sua fama espalha-se, porque uma força brota d'Ele, é a força da ressurreição, o Espírito de vida.
"Sê curada". O imperativo de Jesus tem algo de afetuoso para com esta mulher, restaurada na sua dignidade, restabelecida na sociedade que excluía o seu mal. Este "sê curada" aparece também como uma constatação: é a sua fé que a salvou, e Jesus alegra-Se por isso. A cura é consequência da fé, que é sempre fonte de vida e de felicidade.

"Levanta-te". Este segundo imperativo do Evangelho deste dia é dinâmico e traduz perfeitamente este louco desejo de Deus em ver o homem vivo, o seu amor incondicional pela vida. "Adormecida", no "sono da morte"... um estado do qual Deus nos quer fazer sair, um estado do qual Jesus nos salva. "Eu te ordeno: levanta-te". A palavra evoca a ressurreição, o novo surgir da vida, o amor divino que nos coloca de pé. Jesus pede ao pai da jovem apenas uma coisa: "basta que tenhas fé". E quanto a nós, cremos verdadeiramente?

As duas beneficiárias das acções de Jesus neste Evangelho têm isto em comum: a primeira estava doente desde os 12 anos e a jovem filha morreu aos 12 anos, a idade em que se devia tornar mulher. No povo de Israel, o percurso destas duas mulheres era sinal de um fracasso. Uma estava atingida, como Sara, a mulher de Abraão, na sua fecundidade: ela perdia o seu sangue, princípio de vida na mentalidade semítica. A outra perdia a vida, precisamente na idade em que se preparava para a transmitir (era tradição casar-se muito cedo). Cristo cura as duas mulheres e permite-lhes assim assumir a sua vocação maternal.

Estas duas mulheres representam a Igreja, na sua vocação maternal de dar e de alimentar a vida em Cristo. As alusões aos santos mistérios da Igreja orientam a compreensão do relato: Jairo pede a Jesus para impor as mãos, para salvar e dar a vida à sua filha. Ora, toda a preparação para o Baptismo está sinalizada pela imposição das mãos. Jesus levanta a jovem, tomando-a pela mão, como o diácono fazia sair da água o batizado, tomando-o pela mão, para que fosse desperto para a vida em Deus. Jesus pede, de seguida, que se dê de comer a esta jovem ressuscitada da morte: é uma alusão à Eucaristia que se segue ao Batismo.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique no Link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

 

1) Oração

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 8, 1-4)

1Tendo Jesus descido da montanha, uma grande multidão o seguiu. 2Eis que um leproso aproximou-se e prostrou-se diante dele, dizendo: Senhor, se queres, podes curar-me. 3Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero, sê curado. No mesmo instante, a lepra desapareceu. 4Jesus então lhe disse: Vê que não o digas a ninguém. Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em testemunho de tua cura.

 

3) Reflexão  -  Mt 8,1-4

Nos capítulos 5 a 7 ouvimos as palavras da nova Lei proclamada por Jesus no alto da Montanha. Agora, nos capítulos 8 e 9, Mateus mostra como Jesus praticava aquilo que acabava de ensinar. Nos evangelhos de hoje (Mt 8,1-4) e de amanhã (Mt 8,5-17), vamos ver de perto os seguintes episódios que revelam como Jesus praticava a lei: a cura de um leproso (Mt 8,1-4), a cura do servo do centurião romano (Mt 8,5-13), a cura da sogra de Pedro (Mt 8,14-15) e a cura de inúmeros doentes (Mt 8,14-17). 

Mateus 8,1-2: O leproso pede: “Senhor, basta querer para eu ser curado!”

Um leproso chega perto de Jesus. Era um excluído. Quem tocasse nele também ficava impuro! Por isso, os leprosos deviam viver afastados (Lv 13,45-46). Mas aquele leproso teve muita coragem. Ele transgrediu as normas da religião para poder entrar em contato com Jesus. Chegando perto, ele diz: Se queres, podes curar-me! Ou seja: “Não precisa tocar-me! Basta o senhor querer para eu ficar curado!” Esta frase revela duas doenças: 1) a doença da lepra que o tornava impuro; 2) a doença da solidão a que era condenado pela sociedade e pela religião. Revela também a grande fé do homem no poder de Jesus.

Mateus 8,3: Jesus tocou nele e disse: Quero! Seja purificado

Profundamente compadecido, Jesus cura as duas doenças. Primeiro, para curar a solidão, antes de dizer qualquer palavra, ele toca no leproso. É como se dissesse: “Para mim, você não é um excluído. Não tenho medo de ficar impuro tocando em você. Eu te acolho como irmão!” Em seguida, cura a lepra dizendo: Quero! Seja curado!  O leproso, para poder entrar em contato com Jesus, tinha transgredido as normas da lei. Da mesma forma, Jesus, para poder ajudar aquele excluído e, assim, revelar um novo rosto de Deus, transgride as normas da sua religião e toca no leproso.

Mateus 8,4: Jesus manda o homem conversar com os sacerdotes

Naquele tempo, para um leproso poder ser readmitido na comunidade, ele precisava ter um atestado de cura confirmado por um sacerdote. É como hoje. O doente só sai do hospital com o documento assinado pelo médico de plantão. Jesus obrigou o fulano a buscar o documento, para que ele pudesse conviver normalmente. Obrigou as autoridades a reconhecer que o homem tinha sido curado. Jesus não só cura, mas também quer que a pessoa curada possa conviver. Reintegra a pessoa na convivência fraterna. O evangelho de Marcos acrescenta que o homem não se apresentou aos sacerdotes. Pelo contrário, “assim que partiu, (o leproso) começou a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade. Permanecia fora, em lugares desertos (Mc 1,45). Por que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade? É que ele tinha tocado no leproso e tornou-se impuro perante as autoridades religiosas e perante a lei da época. Por isso, agora, o próprio Jesus era um impuro e devia viver afastado de todos. Já não podia entrar nas cidades. Mas Marcos mostra que o povo pouco se importava com estas normas oficiais, pois de toda a parte vinham a Jesus! Subversão total! O recado que Marcos nos dá é este: para levar a Boa Nova de Deus ao povo, não se deve ter medo de transgredir normas religiosas que são contrárias ao projeto de Deus e que impedem a fraternidade e a vivência do amor. Mesmo que isto traga dificuldades para a gente, como trouxe para Jesus.

Em Jesus, tudo é revelação daquilo que o anima por dentro! Ele não só anuncia a Boa Nova do Reino. Ele mesmo é uma amostra, um testemunho vivo do Reino, uma revelação de Deus. Nele aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Em nome da Lei de Deus, os leprosos eram excluídos e não podiam conviver. Na nossa igreja existem costumes e normas não escritas que, até hoje, marginalizam pessoas e as excluem da convivência e da comunhão. Você conhece pessoas assim? Qual a sua opinião a respeito disso?

2) Jesus teve coragem de tocar no leproso. Você teria essa coragem?

 

5) Oração final

Bendirei o Senhor em todo tempo, seu louvor estará sempre na minha boca. Eu me glorio no Senhor, ouçam os humildes e se alegrem. (Sl 33, 2-3)

 

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

Celebramos hoje dia 24 de junho, a Solenidade de João Batista, mais do que a figura de João celebramos a mensagem Cristocêntrica que ele profetiza desde o ventre de sua mãe Izabel e depois ele anuncia a Nova Mensagem. Por isso saudar João Batista é saudar o anuncio dele que é Cristo! Neste pequeno artigo conheceremos um pouco mais deste “precursor”, desde seu nascimento até seu martírio.

         Com exceção da Virgem Maria, João Batista é o único santo a quem a liturgia celebra o nascimento, e assim faz porque ele está intimamente ligado ao mistério da Encarnação do Filho de Deus.

         Desde o ventre materno, de fato, João é o precursor de Jesus: sua prodigiosa concepção foi anunciada pelo Anjo a Maria, como sinal que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37), seis meses antes do grande milagre que nos dá salvação, a união de Deus com o homem por obra do Espírito Santo.

         Os quatro Evangelhos dão grande destaque à figura de João Batista, aquele profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré o Messias, o Consagrado do Senhor.

         Na verdade, será o próprio Jesus a falar de João nestes termos: “É dele que está escrito: ‘Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho’. Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior que ele” (Mt 11,10-11).

         O pai de João, Zacarias – marido de Isabel, parente de Maria –, era sacerdote do culto judaico. Ele não acreditou logo no anuncio de uma paternidade então inesperada e, por isso, permanece mudo até o dia da circuncisão do menino, no qual ele e a mulher deram o nome indicado por Deus, isto é, João, que significa “Deus é cheio de graça”.

         Animado pelo Espírito Santo, Zacarias assim falou sobre a missão do filho: “E tu, menino, serás profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor e lhe prepararás o caminho, para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados”. (Lc 1,76-77).

         Tudo isso se manifestou trinta anos depois, quando João começou a batizar no rio Jordão, chamando as pessoas para se preparar, com aquele gesto de penitência, à eminente vinda do Messias, que Deus lhe havia revelado durante sua permanência no deserto da Judéia.

         Por isso, ele vem a ser chamado “Batista”, isto é “Batizador” (cf. Mt 3,1-6). Quando um dia, de Nazaré, vem o próprio Jesus a se deixar batizar, João primeiramente se negou, mas depois concorda, e vê o Espírito Santo posar sobre Jesus e ouve a voz do Pai celeste que o proclama Seu Filho (cf. Mt 3,13-17).

         Mas a sua missão não estava ainda cumprida: pouco tempo depois, ele foi convidado a preceder Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes e, assim deu pleno testemunho do Cordeiro de Deus, que primeiro reconheceu e anunciou publicamente.

         A Virgem Maria ajudou a parente idosa Isabel a levar até o fim a gravidez de João. Ela ajuda todos a seguir Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e ardor profético e certamente com a mensagem de João Batista, que é apresentar a Salvação a todos, é que nesse momento suplicamos pelo Fim da Pandemia da COVID-19, pedindo a intercessão deste anunciador, certamente ele nos anunciará o fim deste período de tristezas e incertezas que com Fé estamos superando. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Falsos Profetas... Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. ( Mt 7, 15-20). Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Quarta-feira, 23 de junho-2021.  www.instagram.com/freipetronio

 

Foto: Facebook do Pe. Marcos Aurélio

Nota de falecimento – Pe. Marco Aurélio Moraes de Aguiar

Com muito pesar, comunicamos o falecimento, aos 40 anos, do Revmo. Pe. Marco Aurélio Moraes de Aguiar, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Poá, na noite de ontem, dia 22 de junho, em decorrência de complicações da Covid-19. O Pe. Marco Aurélio Moraes de Aguiar estava internado desde o dia 25 de maio no Hospital Ipiranga, em Mogi das Cruzes (SP).

Pe. Marco Aurélio Moraes de Aguiar nasceu em Ferraz de Vasconcelos (SP), no dia 30 de dezembro de 1980, foi ordenado presbítero em 05 de janeiro de 2013 por Dom Pedro Luiz Stringhini, na Catedral Sant’Ana.

Ingressou no Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus em 2004. Realizou estágio pastoral nas Paróquias Nossa Senhora D'Ajuda (Itaquaquecetuba), Santa Isabel (Santa Isabel), São Francisco e Divino Espirito Santo (Suzano) e Serviço de Animação Vocacional - Pastoral Vocacional. Em 07 de janeiro de 2012, aconteceu a ordenação diaconal pelo então bispo diocesano, Dom Airton José dos Santos.

Depois de presbítero passou pelas paróquias Bom Pastor, em Suzano; Santa Rita de Cássia, em Itaquaquecetuba e Nossa Senhora de Fátima, no distrito de Calmon Viana, em Poá.

Nos unimos em oração pelo descanso eterno do Pe. Marco Aurélio Moraes de Aguiar, pelo conforto dos familiares, do nosso bispo e clero diocesano.

As informações sobre o sepultamento serão divulgadas a posteriori.

Assessoria de Comunicação

Diocese de Mogi das Cruzes

23 de junho de 2021

Fonte: https://web.facebook.com/DiocesedeMogidasCruzes

 

(Foto: Pascom SMMilagres)

Nota de Pesar: Padre Ronaldo Silva dos Santos

O sacerdote, acometido pela Covid-19, estava hospitalizado, em estado grave, desde o dia 30 de maio.

 

*Por Setor de Comunicação

 

A Arquidiocese de Maceió comunica, com enorme pesar, mas confiante na ressurreição, o falecimento do padre Ronaldo Silva dos Santos, na tarde desta terça-feira, 22 de junho, após sofrer uma parada cardíaca por volta das 15h15, a equipe médica tentou reanimação e não obteve sucesso, vindo a óbito; e se solidariza aos familiares e aos fiéis da Paróquia de Nossa Senhora Mãe do Povo, na cidade de São Miguel dos Milagres.

Padre Ronaldo Silva dos Santos, 36 anos, acometido pela Covid-19, estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, em Maceió, desde o dia 05 de maio, com um gravíssimo quadro clínico de infecção pulmonar e submetido a terapia por ECMO –  Oxigenação por membrana extracorpórea. Ele passou mal em 28 de maio, e foi hospitalizado no Hospital Regional Norte, na cidade de Porto Calvo, testou positivo e no dia 30, devido a complicações da Covid-19, foi para a UTI e intubado. Na madrugada de 05 de junho foi transferido para a Unidade hospitalar em Maceió.

A família comunicou ao Arcebispo o falecimento.

O metropolita solidarizou-se aos familiares, enviou uma mensagem de condolências aos paroquianos da Paróquia Nossa Senhora Mãe do Povo e lamentou a partida do sacerdote dizendo que ele fará muita falta a Arquidiocese, familiares e amigos. Mas já contempla face a face às maravilhas do Céu.

A Arquidiocese de Maceió roga ao Bom Deus o fim da pandemia e o descanso eterno para o querido Pe. Ronaldo Silva dos Santos, que Nossa Senhora dos Prazeres o acolhe na morada eterna e conforte familiares, amigos e paroquianos(as).

Em um ano a Arquidiocese sente a partida de dois padres queridos e diante de uma pandemia tão dolorosa e agora padre Ronaldinho. Suplica-se ao povo de Deus que se cuidem e cuidem de todos(as) ao obedecer e respeitar às orientações e normas médicos-sanitárias.

 

Sepultamento

As informações sobre o sepultamento serão divulgadas posteriormente nas redes sociais da Arquidiocese @arqdemaceio e da Paróquia @paroquiadamaedopovo

Salientamos, que devido à pandemia do novo coronavírus, as orientações e restrições médicas-sanitárias devem ser seguidas rigorosamente.

Biografia

Ronaldo Silva dos Santos nasceu no dia 31 de agosto de 1984 na cidade de Arapiraca, filho de José Antônio dos Santos e Maria Estela da Silva (ambos já falecidos)  e irmão de Rosinaldo, Roseane e Rosivaldo. Ordenado pelas mãos e oração consecratória de Dom Antônio Muniz Fernandes, no dia 29 de dezembro de 2015, juntamente com o padre Luiz Antônio Guimarães, a quem sempre  chamou de irmão na vida e na fé.

Enviado à Paróquia Nossa Senhora Mãe do Povo, na cidade de São Miguel dos Milagres, em novembro de 2016, onde exerceu seu ministério sacerdotal  e pondo em pratica seu lema sacerdotal: “Por causa da Tua Palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5).

Fez estágio diaconal e foi vigário paroquial, por alguns meses, na Paróquia Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Viçosa, na época tendo como pároco padre Geison Araújo. Passou pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Chã Preta; em Maceió, nas Paróquias Santo Antônio, em Bebedouro, e São Vicente de Paulo, no Graciliano Ramos, cujo pároco, cônego Aloizio Roberto, era seu padrinho. Fonte: https://www.centenarioarqmaceio.com.br

 

Padre Ronaldo Silva dos Santos, conhecido como padre Ronaldinho, morreu de Covid-19 em Maceió — Foto: Divulgação/Pascom

 

Padre Ronaldinho morre de Covid aos 36 anos em Maceió

Pároco da igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na cidade de São Miguel dos Milagres, estava internado em estado grave na capital.

 

Por Carolina Sanches, G1 AL

O padre Ronaldo Silva dos Santos, de 36 anos, conhecido como Padre Ronaldinho, morreu na tarde desta terça-feira (22) por complicações da Covid-19. Ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia, em Maceió.

Pároco da igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na cidade de São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte do estado, ele teve uma parada cardíaca por volta das 15h15. A informação foi confirmada pela Arquidiocese de Maceió.

O religioso passou mal no dia 28 de maio após celebrar uma missa. Ele foi levado para o Hospital Regional Norte, na cidade de Porto Calvo, onde foi diagnosticado com Covid. No dia 30, foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e intubado. Na madrugada do último dia 5, o padre foi transferido para Maceió, onde foi submetido a mesma terapia utilizada no ator Paulo Gustavo, a Oxigenação por Membra Extracorpórea (ECMO). Ele teve uma piora no quadro clínico e precisou de doação de sangue, mas não resistiu.

O Arcebispo dom Antônio Muniz Fernandes lamentou a morte do sacerdote e disse que ele fará muita falta na Arquidiocese e para os familiares e amigos.

O padre nasceu em Arapiraca no dia 31 de agosto de 1984. Segundo a Arquidiocese, ele foi ordenado em dezembro de 2015. Ele fez estágio diaconal e foi vigário paroquial, por alguns meses, na Paróquia Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Viçosa; passou pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Chã Preta; em Maceió, nas Paróquias Santo Antônio, em Bebedouro, e São Vicente de Paulo, no Graciliano Ramos.

Padre Ronaldinho foi enviado à Paróquia Nossa Senhora Mãe do Povo em novembro de 2016, onde exerceu seu ministério. Fonte: https://g1.globo.com

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo de Santo André (SP)

 

Por estes dias caiu-me às mãos esta frase de Victor Hugo, romancista francês muito conhecido: “Há pensamentos que são verdadeiras orações. Em dados momentos, seja qual for a postura do corpo, a alma está de joelhos”. É bem assim, principalmente neste mar de angústia no qual nos movemos hoje, numa sociedade vitimada pela pandemia.

Na Sagrada Escritura tem o Livro dos Salmos. É um compêndio ancestral de orações em forma de hinos e cânticos, composto através dos séculos. Ali estão contidas as aspirações mais profundas do ser humano diante de si mesmo, da vida e do desconhecido. Já que a oração é levar o finito da terra até o infinito do céu. Por trás de cada salmo está uma alma de poeta, em sua maioria anônimos.

Entre os muitos salmos, um em especial é apropriado para este tempo que vivemos, o Salmo 91 (90) que assim começa: “Você que habita no abrigo do Altíssimo e te abriga na sombra do Onipotente, dize ao Senhor: Meu Refúgio, minha rocha protetora, meu Deus, eu confio em ti”. É a súplica de alguém que busca refúgio no templo, à sombra do altar de Deus, buscando proteção e forças para superar as  dificuldade.

Deus é o refúgio do ser humano, que pressente no seu íntimo que é amado por Ele. É sabedoria buscar refúgio junto a quem pode nos proteger. Em Deus, podemos confiar totalmente, ele nos promete; “Eu o defenderei, pois você conhece o meu nome (v. 14). Apesar do filósofo E. Kant ter afirmado que o valor da oração é apenas subjetivo e o desejo de falar com Deus é absurdo, o ser humano reza, e principalmente nos momentos mais difíceis. Estes momentos conduzem as pessoas para uma humildade desconhecida dos filósofos e entendidos deste mundo que rejeitam Deus, mas fazem tudo para ficarem no seu lugar.

Este salmo é uma meditação sobre o tempo que passa e o que vai acontecendo ao ser humano. Fala da condição humana através de imagens. Fala da duração da planta comparada à vida humana que também é breve, da história humana cheia de contradições, o tempo cósmico e a perpetuidade divina. Tudo vai passando, nós passamos. Deus não passa! O salmista reconhece que todo o poder e sabedoria pertencem a Deus, nós não damos conta de entender.

Fala-se ainda de um quarteto sinistro (v.4 e 6): a “flecha” que voa de dia sem que saibamos seu percurso, o “terror noturno” que traz insegurança, a “peste” que desliza nas trevas, a “epidemia” que que faz estragos à luz do dia. O Senhor, no entanto, promete proteção e vitória ao que reza: “Caminharás sobre leões e víboras e pisotearás os dragões. A desgraça não se aproximará de ti nem a praga chegará à tua casa” (v.10).

Deus enfim promete ao fiel; “Porque me ama eu te salvarei” (14). Para defender dos caçadores dos perversos, das pragas e desgraças, o Senhor enviará seus anjos que oferecerão refúgio e mostrarão o caminho. O Senhor promete que aqueles que nele confiam desfrutarão da sua salvação.

Rezemos portanto, peçamos ao Senhor para que passe logo esta pandemia. Ponhamos nosso coração nas nossas orações porque “não chegarão aos ouvidos do Eternas palavras sem sentimento” (W. Shakespeare). Fonte: https://www.cnbb.org.br

EVANGELHO DO DIA- O MAIOR TESOURO... Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. ( Mt 7, 1-5). Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Segunda-feira, 21 de junho-2021.  www.instagram.com/freipetronio

1) Oração

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 7,1-5)

1Não julgueis, e não sereis julgados. 2Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. 3Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? 4Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? 5Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.

 

3) Reflexão  -  Mt 7,1-5

No evangelho de hoje, 23 de junho, continuamos a meditação sobre o Sermão da Montanha que se encontra nos capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. Nos dias 9 a 21 de junho, vimos os capítulos 5 e 6. De hoje até 26 de junho, veremos o capítulo 7. Estes três capítulos 5, 6 e 7 oferecem uma idéia de como era a catequese nas comunidades dos judeus convertidos na segunda metade do primeiro século lá na Galiléia e Síria. Mateus juntou e organizou as palavras de Jesus para ensinar como devia ser a nova maneira de viver a Lei de Deus.

Depois de ter explicado como restabelecer a justiça (Mt 5,17 a 6,18) e como restaurar a ordem da criação (Mt 6,19-34), Jesus ensina como deve ser a vida em comunidade (Mt 7,1-12). No fim, ele traz algumas recomendações e conselhos finais (Mt 7,13-27). Aqui segue um esquema de todo o sermão da Montanha:

Mateus 5,1-12:     As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei

Mateus 5,13-16:   A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo

Mateus 5,17-19:   A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei

Mateus 5,20-48: A nova prática da justiça: observando a nova Lei.

Mateus 6,1-4:      A nova prática das obras de piedade: a esmola

Mateus 6,5-15:    A nova prática das obras de piedade: a oração

Mateus 6,16-18:  A nova prática das obras de piedade: o jejum

Mateus 6,19-21:   Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular

Mateus 6,22-23: Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta

Mateus 6,24:       Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro

Mateus 6,25-34: Novo relacionamento com os bens materiais: confiar na providência

Mateus 7,1-5:      Nova convivência comunitária: não julgar

Mateus 7,6:         Nova convivência comunitária: não desprezar a comunidade

Mateus 7,7-11:    Nova convivência comunitária: confiança em Deus gera partilha

Mateus 7,12:       Nova convivência comunitária: a Regra de Ouro

Mateus 7,13-14:  Recomendações finais: escolher o caminho certo

Mateus 7,15-20:  Recomendações finais: o profeta se conhece pelos frutos

Mateus 7,21-23:  Recomendações finais: não só falar, também praticar

Mateus 7,24-27: Recomendações finais: construir a casa na rocha

A vivência comunitária do evangelho (Mt 7,1-12) é a pedra de toque. É onde se define a seriedade do compromisso. A nova proposta da vida em comunidade aborda vários aspectos: não reparar no cisco que está no olho do irmão (Mt 7,1-5), não jogar as pérolas aos porcos (Mt 7,6), não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11). Estes conselhos vão culminar na Regra de Ouro: fazer ao outro aquilo que você gostaria que o outro fizesse a você (Mt 7,12). O evangelho de hoje traz a primeira parte: Mateus 7,1-5.

Mateus 7,1-2: Não julguem, e vocês não serão julgados

A primeira condição para uma boa convivência comunitária é não julgar o irmão ou a irmã, ou seja, eliminar os preconceitos que impedem a convivência transparente. O que significa isto no concreto? O evangelho de João dá um exemplo de como Jesus vivia em comunidade com os discípulos. Jesus diz: “Eu não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Jesus é um livro aberto os para os seus companheiros. Esta transparência nasce da sua total confiança nos irmãos e irmãs e tem a raiz na sua intimidade com o Pai que lhe dá a força para abrir-se totalmente aos outros. Quem assim convive com os irmãos e as irmãs, aceita o outro do jeito que o outro é, sem preconceitos, sem impor-lhe condições prévias, sem julga-lo. Aceitação mútua sem fingimento e total transparência! Este é o ideal da nova vida comunitária, nascida da Boa Nova que Jesus nos trouxe de que Deus é Pai/Mãe e que, portanto, todos somos irmãos e irmãs uns dos outros. É um ideal tão difícil e tão bonito e atraente como aquele outro: ”Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).

Mateus 7.3-5: Vê o cisco e não percebe a trave

Em seguida, Jesus dá um exemplo: Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: 'deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você mesmo tem uma trave no seu? Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão". Ao ouvir esta frase, costumamos pensar logo nos fariseus que desprezavam o povo como ignorante e se consideravam a si mesmos melhores que os outros (cf. Jo 7,49; 9,34). Na realidade, a frase de Jesus serve para todos nós. Por exemplo, hoje, muitos de nós católicos pensamos que somos melhores que os outros cristãos. Achamos até que os outros são menos fiéis ao evangelho do que nós católicos. Olhamos o cisco no olho dos nossos irmãos e não enxergamos a enorme trave de orgulho prepotente coletivo nos nossos olhos. Esta trave é a causa por que, hoje, muita gente tem dificuldade de crer na Boa Nova de Jesus.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Não julgar o outro e eliminar os preconceitos: qual a experiência pessoal que eu tenho neste ponto?

2) Cisco e trave: qual a trave em mim que dificulta minha participação na vida em família e em comunidade?

 

5) Oração final

Dirige-me na senda dos teus mandamentos, porque nela está minha alegria. Inclina meu coração para teus testemunhos e não para a avareza. (Sl 118, 35-36)

500 MIL MORTOS (Angra dos Reis- 467 mortos) #todavidaimporta. Oração pelas vítimas da covid-19. Paróquia Nossa Senhora da Conceição- Diocese de Itaguaí/RJ. Domingo, 20 de junho-2021. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio

 

Com o mote de que “Toda vida importa“, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza no próximo sábado, 19 de junho, um dia de sensibilização e orações em memória dos mortos pelo novo coronavírus. Com a previsão de o país atingir 500 mil mortes no próximo sábado, a Conferência escolheu a data para manifestar solidariedade, esperança e consolo.

 

Redes sociais

Durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB, realizada nesta quarta e quinta-feira, 16 e 17 de junho, a iniciativa foi apresentada aos bispos. A proposta é que os prelados utilizem a identidade visual da ação como foto de perfil nas redes sociais, bem como a hastag #todavidaimporta nas publicações. Outra sugestão é que os sinos das Igrejas toquem às 15h de sábado.

 

Missa

No mesmo horário, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside a Santa Missa na intenção das 500 mil vítimas da Covid-19 no Brasil. A celebração será no Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG), com transmissão pelas redes sociais da CNBB e por emissoras de TV de inspiração católica, como TV Horizonte, TV Pai Eterno, Rádio e Rede Imaculada e TV Nazaré.

 

Oração

A CNBB também vai oferecer um vídeo de oração pelos 500 mil mortos na pandemia. Composta pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a oração será narrada pelo jornalista Silvonei José, que atua em Vatican News. A sugestão é que as emissoras de TV utilizem o material ao final dos telejornais, como uma homenagem aos que se foram ou em outros programas. O vídeo também será distribuído nas redes sociais da CNBB e rádios católicas.

A oração lembra dos irmãos e irmãs que morreram em decorrência da pandemia do novo coronavírus, “muitas sem o mínimo necessário para o tratamento digno como ser humano”. O pedido é que Deus Pai acolha esses filhos e filhas e conceda-lhes a paz eterna. A prece também é que o povo brasileiro possa trabalhar por solidariedade, acolhimento, partilha, compreensão e resiliência. “Que a saudade seja estímulo à fraternidade!
E que a fé seja o sustento de nossa esperança!”. Fonte: https://www.cnbb.org.br