COMENTÁRIO

Edith Stein nasceu em Breslau no dia 12 de Outubro de 1891, no seio duma família judaica. Tendo procurado apaixonadamente a verdade através de profundos estudos filosóficos, encontrou-a mediante a leitura da autobiografia de Santa Teresa de Jesus. Em 1922 recebeu o batismo na Igreja católica e em 1933 entrou no Carmelo de Colônia. Morreu mártir da fé cristã nos fornos crematórios dos campos de concentração de Auschwitz no dia 9 de Agosto de 1942, durante a perseguição nazi, oferecendo o seu holocausto pelo povo de Israel. Mulher de inteligência e cultura singulares, deixou numerosos escritos de elevada doutrina e de profunda espiritualidade. Foi canonizada por João Paulo II no dia 11 de Outubro de 1998.

 

ANTÍFONA DE ENTRADA (Gal 6, 14)

Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.

 

ORAÇÃO COLETA

Senhor, Deus dos nossos pais, que conduzistes a mártir Teresa Benedita ao conhecimento do vosso Filho crucificado e à sua imitação até à morte, concedei, pela sua intercessão, que todos os homens conheçam o Salvador, Jesus Cristo, e por Ele cheguem à perpétua visão do vosso rosto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

PRIMEIRA LEITURA (Os 2, 16b.17b.21-22 )

«Desposar-te-ei para sempre»

Leitura da Profecia de Oseias Eis o que diz o Senhor: «Hei-de conduzir Israel ao deserto e falar-lhe ao coração. Ali corresponderá como nos dias da sua juventude, quando saiu da terra do Egito. Naquele dia, diz o Senhor, farei de ti minha esposa para sempre, desposar-te-ei segundo a justiça e o direito, com amor e misericórdia. Desposar-te-ei com fidelidade e tu conhecerás o Senhor». Palavra do Senhor.

 

SALMO RESPONSORIAL (Salmo 44 (45), 11-12.14-15.16-17 (R. cf. 11a ou Mt 25, 6)

Refrão: Ide ao encontro de Cristo Senhor.    

 

1-Ouve, filha, vê e presta atenção, esquece o teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza se enamora o Rei, Ele é o teu Senhor, presta-Lhe homenagem.

2-A filha do Rei avança cheia de esplendor: de brocados de ouro são os seus vestidos. Com um manto multicor é apresentada ao Rei, seguem-na as donzelas, suas companheiras.

3-Cheias de alegria e entusiasmo, entram no palácio do Rei. Em lugar de teus pais, terás muitos filhos; estabelecê-los-ás príncipes sobre toda a terra.

 

EVANGELHO

Refrão: Aleluia, Aleluia, Aleluia (bis)

Vem, esposa de Cristo, recebe a coroa de glória, que o Senhor te preparou para sempre.

 

EVANGELHO (Mt 25, 1-13)

«Aí vem o Esposo: ide ao seu encontro»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas.

As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora». Palavra da salvação.

Comentário do Evangelho por Frei Carlos Mesters, O. Carm. (Mateus 25,1-13)

Hoje é a festa de Santa Edith Stein que no Carmelo assumiu o nome de Tereza Benedita da Cruz. Por isso, o evangelho de hoje traz a parábola das dez virgens que deviam dar as boas vindas ao noivo quando chegasse para a festa do casamento.

 

Mateus 25,1ª: O começo: “Naquele dia”

A parábola começa com estas duas palavras: “Naquele dia”. Trata-se do dia da vinda do Filho do Homem (cf Mt 24,37). Ninguém sabe quando virá esse dia, “nem os anjos do céu, nem mesmo o filho, mas somente o Pai” (Mt 24, 36). Não adianta os adivinhos quererem fazer cálculos. O Filho do Homem virá de surpresa, quando a gente menos espera (Mt 24,44). Pode ser hoje, pode ser amanhã. Por isso, o recado final da parábola das dez virgens é “Vigiai!’ As dez moças devem estar preparadas para qualquer eventualidade. Quando a polícia nazista bateu na porta do mosteiro das irmãs Carmelitas em Echt na província de Limbúrgia nos Países Baixos, Edith Stein, a irmã Tereza Benedita da Cruz, estava preparada. Assumiu a Cruz e foi eles para o martírio no campo de extermínio por amor a Deus e ao seu povo. Ela era uma das virgens prudentes da parábola.

Mateus 25,1b-4: As dez virgens escaladas para aguardar o noivo

A parábola começa assim: “O Reino do Céu é como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo”.Trata-se das moças que deviam acompanhar o noivo para a festa do casamento. Para isto, elas deviam levar consigo as lâmpadas, sejam para iluminar o caminho, seja para abrilhantar a festa. Cinco delas eram previdentes e cinco não tinham juízo. Esta diferença transparece na maneira de elas se prepararem para a função que receberam. Junto com as lâmpadas acesas, as previdentes levaram consigo também uma vasilha com óleo de reserva. Elas se preparavam para qualquer eventualidade. As sem juízo só levaram as lâmpadas e não pensaram em levar consigo um pouco de óleo de reserva.

 

Mateus 25,5-7: A demora não prevista da chegada do noivo

O noivo estava demorando. Não havia hora marcada para ele chegar. Enquanto esperam, as dez moças são vencidas pelo sono. Enquanto isso, as lâmpadas acesas continuam gastando o óleo e vão se apagando aos poucos. De repente, no meio da noite, se ouve o grito: “O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro”.  Todas elas despertam e começam a preparar as lâmpadas que já estavam quase no fim. Deviam colocar óleo de reserva para evitar que as lâmpadas se apagassem.

 

Mateus 25,8-9: As reações diferentes diante da chegada atrasada do noivo

É só agora que as sem juízo se deram conta de que esqueceram de levar consigo óleo de reserva. Foram pedir às prudentes: “Deem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando”.  As prudentes não puderam atender ao pedido delas, pois naquela hora o que importava não era as prudentes partilharem o seu óleo com as outras, mas sim elas estarem prontas para acompanhar o noivo até o lugar da festa. Por isso aconselharam: É melhor vocês irem aos vendedores e comprar.

 

Mateus 25,10-12: O destino das moças prudentes e das sem juízo

As sem juízo seguiram o conselho das prudentes e foram comprar óleo. Foi nesta breve ausência da compra que o noivo chegou e que as prudentes puderam acompanhá-lo e entrar com ele para a festa do casamento. E a porta se fechou atrás delas. Quando as outras chegaram, bateram na porta e pediram: “Senhor, Senhor, abre a porta para nós!” E receberam a resposta: “Eu garanto a vocês que não as conheço”

 

Mateus 25,13: A recomendação final de Jesus para todos nós

A história desta parábola é muito simples e a lição é evidente: “Fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora”. Moral da história: não seja superficial, olhe para além do momento presente, procure descobrir o apelo de Deus até nas mínimas coisas da vida, até mesmo no óleo que pode falta na lamparina.’

 

ORAÇÃO SOBRE AS OFERTAS

Recebei e santificai, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar, na festa de Santa Teresa Benedita, vossa mártir, Vós que levastes à perfeição todos os sacrifícios da antiga aliança no único sacrifício que Jesus Cristo, vosso Filho, vos ofereceu com o seu sangue. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Salmo 22, 4-5)

Ainda que tenha de passar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Concedei, Deus clementíssimo, que, celebrando a festa de Santa Teresa Benedita, recebamos em nossos corações os frutos celestes da árvore da cruz, de modo que, seguindo fielmente a Cristo na terra, mereçamos comer da árvore da vida no reino celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

BÊNÇÃO SOLENE

Deus, nosso Pai, que hoje nos reuniu para celebrar a festa de Santa Teresa Benedita da Cruz, vos abençoe e proteja e vos confirme na sua paz.

Amém

Cristo Nosso Senhor, que manifestou de modo admirável em Santa Teresa Benedita a força e a imagem do mistério pascal, faça de vós testemunhas fiéis do seu Evangelho.

 Amém

O Espírito Santo, que em Santa Teresa Benedita nos deu um sinal da caridade divina, vos torne capazes de formar uma verdadeira comunidade de fé e amor.

 Amém

Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.

Amém

Congresso da Ordem Terceira do Carmo em Aparecida/SP- de 3-4 de agosto. No vídeo, testemunhos dos novos Sodalícios de Saquarema/RJ e Campo Limpo/SP. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 8 de agosto-2019.

 

Frei Carlos Mesters, O. Carm. 

(Meditação pessoal ou comunitária, por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm) 

 

Como irmãos e irmãs da mesma família somos todos iguais, e formamos juntos a Família Carmelitana: homens e mulheres, casados e solteiros, jovens e idosos, frades e freiras, religiosos e religiosas, monges e monjas, sacerdotes e leigos.

A própria Regra de Santo Alberto nos inclui todos e todas, quando diz no prólogo “Muitas vezes e de muitas maneiras os Santos Padres estabeleceram como cada um, qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou qualquer que seja o modo de vida religiosa que tenha escolhido, deve viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e consciência serena”  Todos temos em comum a mesma vontade de viver a fraternidade em obséquio de Jesus Cristo e “servi-lo fielmente com coração puro e consciência serena”.

 

O Símbolo do Escudo que nos define

O Escudo do Carmo simboliza nossa pertença à Família Carmelitana. É a nossa carteira de identidade espiritual, o distintivo visível que carregamos na roupa. O Escudo traz as três estrelas-guia do Carmelo: Elias, Maria e Eliseu.

As palavras ao redor expressam nossa maneira carmelitana de viver “a fraternidade em obséquio de Jesus Cristo”: oração, fraternidade, missão profética. Quando oração e fraternidade se unem, nasce a ternura. Quando fraternidade e missão profética se unem, elas geram a solidariedade. Quando missão profética e oração se unem, a pessoa lutará pela justiça. Na origem de tudo: a contemplação, a mística.

 

A estrela do Profeta Elias:

“Vivo é o Senhor, em cuja presença estou!” (1Rs 17,1). A frase de Elias: “O zelo por Javé dos Exércitos me consome”, indica o ardor com que ele se engajava pela causa de Deus.

A estrela de Maria, a Mãe de Jesus:

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). As doze estrelas que envolvem a mulher do Apocalipse (Apoc 12,1), trazem à memória tudo que Maria fez para encarnar a Palavra de Deus em sua vida.

 

A estrela do profeta Eliseu:

“Eliseu levantou-se, seguiu Elias, e se colocou a seu serviço” (2Reis 19,21). O seu pedido para ter uma dupla porção do espírito de Elias revela a consciência que tinha de ser o sucessor do profeta (2Rs 2,9). As três estrelas indicam como devemos viver a fraternidade em obséquio de Jesus Cristo. Que é o tema deste nosso Congresso da Ordem Terceira do Carmo.

 

Para Meditação pessoal ou comunitária.

1-Na Ordem Terceira do Carmo- E na Espiritualidade Carmelitana- a Fraternidade não é apenas uma oração, um rito ou uma leitura espiritual, mas o nosso objetivo de vida. O que fazemos para colocar em prática este ideal?

2-O Escudo da Ordem do Carmo- Nossa Senhora, Elias e Eliseu- simbolizam a riqueza espiritual fraterna da nossa caminhada. O que podemos destacar destas três personagens bíblicas?

3-Fraternidade é diálogo, respeito, ajuda mútua, correção fraterna, amor, perdão e festa. O nosso sodalício preza por estes valores?    

Congresso da OTC em Aparecida/SP. 3-4 de agosto-2019.

Frei Carlos Mesters, O. Carm.  

(Meditação pessoal ou comunitária por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm)  

 

A Regra do Carmo surgiu como proposta de vida naquele grupo de peregrinos que viviam no Monte Carmelo. Eles pediram ao Alberto para que, em nome da Igreja, confirmasse a proposta deles. A forma de vida que eles adotaram, desde o começo, era o novo tipo de Vida Religiosa que estava surgindo na Europa e que se chamava Movimento Mendicante.

A novidade da vida mendicante era a insistência na fraternidade como revelação da Boa Nova do amor de Deus para os pobres, os “menores”. A fraternidade mendicante era a fraternidade dos “menores”, do povo pobre que necessitava criar entre si laços de solidariedade para poder sobreviver nas cidades. Ser mendicante significava optar para viver numa fraternidade pobre, de “menores”. Eles eram chamados frades menores.

Esta raiz mendicante da nossa fraternidade carmelitana não pode ser esquecida, pois ela é a característica básica que afeta a nossa vida desde a sua origem e é uma dimensão muito atual para nós na América Latina, onde os “menores”, os pobres, são a grande maioria. Enumeramos aqui cinco características da fraternidade mendicante na Regra do Carmo, com quatro perguntas para nós da Ordem Terceira do Carmo,

 

A função do prior e o exercício da autoridade (Rc 4).

A primeira coisa que a Regra estabelece é ter um prior e não um abade. Os grandes mosteiros tinham como superior um abade, eleito ou nomeado para a vida inteira. Os mendicantes não tinham abade, mas sim um prior, eleito para três anos pelos próprios confrades. Depois dos três anos, o prior voltava a ser frade. Conforme a Regra, o prior deve exercer a sua autoridade em conjunto com os outros frades, na escolha do lugar (Rc 5), na indicação da cela (Rc 6). Devia envolver a todos e criar neles um senso de corresponsabilidade e de participação. Prevalecia a fraternidade sobre a hierarquia.

 

Meditação pessoal ou comunitária

1-Temos a liberdade de conversar com o prior sobre os diferentes desafios e problemas da nossa fraternidade ou temos medo?   

2-Ser prior é missão passageira. Somos chamados a ser carmelitas ou ser prior? Qual a diferença?

3-Faço os votos perpétuos para servir ou para mandar no sodalício?  

 

A dimensão comunitária e o contato entre os sodalícios (Rc 8).

Na Regra, os Carmelitas aparecem como eremitas que vivem em comunidade. Naquela época havia muitos eremitas itinerantes. Eles não viviam em comunidade. Tinham um compromisso com um monge “diretor espiritual”. Depois de um tempo de convivência com um monge, procuravam outro monge diretor em outro lugar. Os carmelitas mendicantes tinham compromisso não com um monge, mas com a comunidade e com o ideal expresso na Regra. Para impedir o retorno ao modo de viver dos eremitas itinerantes sem vida comunitária, onde cada um buscava seu próprio diretor lugar ou diretor espiritual, a Regra estabelece: Não é permitido a nenhum irmão, a não ser com licença do prior em exercício, mudar-se de lugar de moradia que lhe foi indicado ou trocá-lo com outro. Os primeiros carmelitas renunciavam à itinerância dos eremitas que viviam em busca de um guia espiritual. Eles eram eremitas que viviam em comunidade e submetiam sua vida às normas da comunidade. O mesmo vale para a cela do prior na entrada. Tanto os novos candidatos como os visitantes e peregrinos que vêm ao lugar, todos são acolhidos e orientados pelo prior que representa a comunidade.

 

Meditação pessoal ou comunitária

1-Somos da Ordem Terceira do Carmo que preza e vive a espiritualidade carmelitana FRATERNA. Somos um grupo de amigos, um clube ou Carmelitas?

2-No Monte Carmelo os primeiros monges viviam em COMUNIDADE. O Carmelo é COMUNIDADE! Sinto esta harmonia no Sodalício ou estamos longes desse sonho carmelitano?

3- Como é possível expressar a fraternidade real em nosso Sodalício?

 

Ter tudo em comum para que ninguém passe necessidade (Rc 12)

A comunhão de bens era um ponto característico das fraternidades mendicantes. A preocupação, para que tudo seja distribuída de acordo com as necessidades de cada um, é uma expressão desta fraternidade.

 

Meditação pessoal ou comunitária

1- Temos a preocupação com as necessidades dos nossos irmãos e irmãs do Sodalício?

2- Os bens da Ordem Terceira ou doações- moveis e imóveis- nos une ou nos separa da fraternidade e espiritualidade carmelitana?

3- Somos IRMÃOS! Em outras palavras, TEMOS TUDO EM COMUM. Sabemos dos reais gastos e ganhos do Sodalício ou isso é apenas coisa do Prior e seu conselho?

 

Todos são responsáveis pelo todo e pelo bem-estar de cada um (Rc 15)

A reunião semanal ou Capítulo era uma expressão típica, própria das fraternidades mendicantes. Nela se tratava de três coisas fundamentais para a vida comunitária: do bem comum do conjunto, do bem-estar de cada um e da correção fraterna, feita com caridade. O capítulo local semanal era o lugar da partilha e da direção espiritual.

 

Meditação pessoal ou comunitária

1-Enfrentamos os problemas do Sodalício ou “empurramos para baixo do tapete?

2-O nosso encontro mensal é motivo de alegria- encontro de família -ou de acusações?

3- Nos sentimos bem no Sodalício ou somos obrigados a fazer parte dos momentos de formação e confraternização?

Mensagem do Padre Geral da Ordem do Carmo, Frei Fernando Millán Romeral, O. Carm, para o Congresso da Ordem Terceira do Carmo em Aparecida, São Paulo. 3-4 de agosto-2019. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 31 de julho-2019.

Imagens da Ordenação Presbiteral do Frei João Paulo, O. Carm na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Carmo Sion, em Belo Horizonte- MG. 26 de julho-2019. Câmera: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

 

 

Imagens da Ordenação Presbiteral do Frei João Paulo, O. Carm na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Carmo Sion, em Belo Horizonte- MG. 26 de julho-2019. Câmera: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.

CONGRESSO DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO. 03 E 04 DE AGOSTO DE 2019. Aparecida do Norte –SP

Frei Carlos Mesters, O. Carm

 

INTRODUÇÃO

A fraternidade em obséquio de Jesus Cristo

O Escudo que nos define

 

1ª PARTE:  O tema do nosso encontro

Viver em obséquio de Jesus Cristo

 

2ª PARTE:  Quem é Jesus para nós?

Os Títulos de Jesus

 

3ª PARTE:  A raiz dos títulos de Jesus

Deus é Abba, Pai, Papai

 

4ª PARTE:  A fraternidade em obséquio de Jesus Cristo

A fraternidade dos primeiros cristãos

 

5ª PARTE:  A fraternidade no Carmelo

A fraternidade dos primeiros Carmelitas

 

6ª PARTE:  A leitura da Bíblia na Regra do Carmo

Como ler a Bíblia hoje no Brasil

 

7ª PARTE:  O silêncio na Regra do Carmo

Como guardar o silêncio no meio do barulho

 

8ª PARTE:  Elias chamou Eliseu, Maria criou Jesus

Nós somos Eliseu, Maria forma Jesus em nós

 

9ª PARTE:  Sete perguntas para nós Carmelitas do Brasil

1º Apêndice:  Os nomes e títulos de Jesus

2º Apêndice:  Flashes da história do Carmelo no Brasil de 1950 a 2010

3º Apêndice:  O Texto da Regra do Carmo

4º Apêndice:  Nove símbolos do Carmelo e da sua espiritualidade


O ESCUDO DO CARMO

que nos define como família.

 

“Vocês que temem o Senhor!

Confiem nele sempre!

Ele é o seu auxílio,

o seu Escudo

Sl 115,11

 

O Escudo do Carmo simboliza nossa pertença à Família Carmelitana. É a nossa carteira de identidade espiritual, o distintivo visível que carregamos na roupa. O Escudo traz as três estrelas-guia do Carmelo: Elias, Maria e Eliseu. As palavras ao redor expressam nossa maneira carmelitana de viver “a fraternidade em obséquio de Jesus Cristo”: oração, fraternidade, missão profética. Quando oração e fraternidade se unem, nasce a ternura. Quando fraternidade e missão profética se unem, elas geram a solidariedade. Quando missão profética e oração se unem, a pessoa lutará pela justiça. Na origem de tudo: a contemplação, a mística.

A estrela do Profeta Elias: “Vivo é o Senhor, em cuja presença estou!” (1Rs 17,1). A frase de Elias: “O zelo por Javé dos Exércitos me consome”, indica o ardor com que ele se engajava pela causa de Deus.

A estrela de Maria, a Mãe de Jesus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). As doze estrelas que envolvem a mulher do Apocalipse (Apoc 12,1), trazem à memória tudo que Maria fez para encarnar a Palavra de Deus em sua vida.

A estrela do profeta Eliseu: “Eliseu levantou-se, seguiu Elias, e se colocou a seu serviço” (2Reis 19,21). O seu pedido para ter uma dupla porção do espírito de Elias revela a consciência que tinha de ser o sucessor do profeta (2Rs 2,9).

As três estrelas indicam como devemos viver a fraternidade em obséquio de Jesus Cristo. Que é o tema deste nosso Congresso da Ordem Terceira do Carmo.

Missa em memória do Beato Carmelita, Frei Tito Brandsma, Jornalista, Reitor de Universidade, Professor e Mártir da 2ª Guerra Mundial. Igreja do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro.

Comentário

Nasceu em Bolsward (Holanda) em 1881. Entrou ainda muito novo para o Carmelo onde se ordenou sacerdote em 1905. Doutorou-se em filosofia em Roma e foi professor na Universidade Católica de Nimega, da qual foi nomeado Reitor Magnífico. Antes e durante a ocupação nazista da Holanda, lutou, com fidelidade ao Evangelho, contra a difusão da ideologia nacional-socialista e pela liberdade da escola e da imprensa católicas. Após uma dolorosa via-sacra de prisões, foi parar ao campo de concentração de Dachau, onde morreu assassinado no dia 26 de Julho de 1942, infundindo serenidade e conforto aos outros prisioneiros e sendo amável com os próprios perseguidores. Foi beatificado por João Paulo II no dia 3 de Novembro de 1985.

 

ANTÍFONA DE ENTRADA

Este é o glorioso mártir, que derramou o seu sangue por Cristo, não temeu as ameaças dos juízes e assim alcançou o reino dos Céus.

 

ORAÇÃO DA COLETA

Senhor Deus, fonte e origem da vida, que fortalecestes o bem-aventurado Tito com a força do vosso Espírito, para que na crueldade da perseguição e do martírio proclamasse a liberdade da Igreja e a dignidade do homem, concedei-nos, por sua intercessão, que não nos envergonhemos do Evangelho, ao construirmos o vosso reino de justiça e de paz, mas saibamos descobrir em cada acontecimento da vida a vossa presença misericordiosa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém

 

ORAÇÃO SOBRE DAS OFERTAS

Aceitai, Senhor, os dons que Vos apresentamos, ao celebrar a memória do mártir bem-aventurado Tito e fazei que Vos sejam agradáveis como foi precioso a vossos olhos o sangue do seu martírio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Mt 16, 24)

Quem quiser seguir-Me, diz o Senhor, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

A comunhão nos santos mistérios nos dê, Senhor, a fortaleza de alma que tornou o mártir bem-aventurado Tito fiel no vosso serviço e vitorioso no martírio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém

AO VIVO- BELO HORIZONTE-MG/ 01: Sexta-feira, 26 de julho-2019. Ordenação Presbiteral do Frei João Paulo, O. Carm na Igreja do Carmo, no Sion, Belo Horizonte-MG. wwww.instagram.com/freipetronio

Imagens do aniversariante do dia, Frei Bruno Castro Schröder, O. Carm, Retiro dos Carmelitas- Província Carmelitana de Santo Elias- na Casa de eventos Recanto Coqueiro D`Água – Das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo- em Santa Luzia, grande Belo Horizonte. Santa Luzia-MG. 25 de julho-2019.  

Imagens do Retiro dos Carmelitas- Província Carmelitana de Santo Elias-  na Casa de eventos Recanto Coqueiro D`Água – Das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo- em Santa Luzia, grande Belo Horizonte. Santa Luzia-MG. De 22-26 de julho-2019.

Imagens da Procissão de Santo Elias na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro/RJ.

Contava-se antigamente que, para ouvir de certo homem suspeito se ele tinha ou não praticado um furto, levaram-no diante de uma imagem do Profeta Elias. Desejava-se verificar se continuaria negando o crime. O suspeito disse que não acreditava em Deus e aceitou o desafio. Posto diante da imagem, ficou tão amedrontado que confessou ser ele o ladrão. Alegou depois que não conseguia mentir diante daquela fisionomia increpadora do Profeta.

Desse Santo Profeta do Altíssimo, os livros registram numerosas alegorias ou alcunhas. Eis algumas: Espada do Senhor Deus dos Exércitos; raio exterminador dos ímpios; trovão e ímpeto de fogo; força avassaladora; vingador dos crimes; justiceiro da honra de Deus; pavor dos maus; glória dos bons; martelo dos tiranos; precursor e prefigura de Cristo; defensor das Leis divinas; extirpador dos idólatras; primeiro devoto da Santíssima Virgem; pai e chefe dos carmelitas (pater et dux carmelitarum).

Segundo muitos de seus fiéis, o Profeta era invocado como “Elias-o-trovão”, porque comandava os trovões, os raios e a chuva. Na cidade russa de Novgorod havia duas igrejas: uma consagrada a “Elias-o-úmido”, outra a “Elias-o-seco”. Os devotos rezavam a uma ou outra invocação conforme as necessidades da agricultura — quando se precisava de chuva ou de estiagem para as plantações. Narra-se que em uma das Cruzadas Santo Elias apareceu no céu com um gládio em chamas, pondo em fuga os maometanos.

Por tudo isso, podemos sustentar que Elias não foi um homem incerto, morno, indefinido, indeciso, genérico, e muito menos um centrista… Mas algum acomodado a quem coubessem qualificativos como esses objetaria que Elias era puro ódio. Por um lado isso é verdade, pois odiava o mal. Mas por outro lado se consumia de amor a Deus, abrasava-se de zelo pela sua honra. Conforme registra a Sagrada Escritura, é dele a afirmação: Zelo zelatus sum pro Domino Deo exercituum (“Eu me consumo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos” – 1 Reis, 19,10).

Muito de acordo com um antigo adágio espanhol, “quem ama, odeia; e quem odeia, combate”, podemos dizer que o ódio de Elias contra os inimigos de Deus crescia em decorrência de seu amor a Deus. Também podemos afirmar que Elias foi o escolhido por Deus para seu vingador contra os ímpios prevaricadores, que em seu tempo (quase 1.000 anos antes de Cristo) afrontavam as Leis divinas.

Podemos então indagar: Se o Profeta Elias vivesse em nossos dias de tanta prevaricação moral e afronta à verdadeira Religião, qual seria a atitude “eliática”? Como ele se comportaria? Fonte: https://ipco.org.br