Quarta-feira, 2 de março-2024. 4ª- SEMANA DA QUARESMA- Ano Litúrgico - C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência, sede misericordioso para conosco: fazei que a confissão de nossas culpas alcance o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 5, 17-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 26No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. 28Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. 29Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33e o seu reino não terá fim. 34Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? 35Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37porque a Deus nenhuma coisa é impossível. 38Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O Evangelho de João è diferente dos outros três. Ele revela uma dimensão mais profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e gestos de Jesus. Os Padres da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo que o Espírito faz descobrir nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um exemplo bonito desta dimensão espiritual do evangelho de João é o trecho que meditamos hoje.
João 5,17-18: Jesus explicita o significado profundo da cura do paralítico. Criticado pelos judeus por ter feito uma cura em dia de sábado, Jesus responde: “Meu Pai trabalha até agora e por isso eu também trabalha!”. Os judeus ensinavam que em dia de sábado não se podia trabalhar, pois até o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele diz que o Pai não parou de trabalhar até agora. Por isso, ele, Jesus, também trabalha, mesmo em dia de sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus continua trabalhando, sem cessar, dia e noite, sustentando o universo e a todos nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade à obra da criação, para que um dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta. Querem matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado e por se dizer igual a Deus.
João 5,19-21: É o amor que deixa transparecer a ação criadora de Deus. Estes versículos revelam algo do mistério do relacionamento entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, ele também faz. Jesus é o reflexo do Pai. É a cara do Pai! Esta atenção total do Filho ao Pai, faz com que o amor do Pai possa entrar totalmente no Filho e, através do Filho, realizar a sua ação no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e fazer viver. A cura do paralítico foi uma forma de tirar as pessoas da morte e faze-las viver. É uma forma de dar continuidade à obra criadora do Pai.
João 5,22-23: O Pai não julga, mas confiou o julgamento ao filho. O decisivo na vida é a maneira como nós nos situamos frente ao Criador, pois dele dependemos radicalmente. Ora, o Criador se faz presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (cf. Col 1,19). Por isso, é na maneira como nos definimos diante de Jesus, que expressamos nossa posição frente ao Deus Criador. O que o Pai quer é que o conheçamos e honremos na revelação que Ele fez de si mesmo em Jesus.
João 5,24: A vida de Deus em nós através de Jesus. Deus é vida, é força criadora. Onde ele se faz presente, a vida renasce. Ele se faz presente através da Palavra de Jesus. Quem escuta a palavra de Jesus como sendo de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificante que o leva para além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é a prova disso.
João 5,25-29: A ressurreição já está acontecendo. Os mortos somos todos nós que ainda não nos abrimos para a voz de Jesus que vem do Pai. Mas “vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que o ouvirem viverão”. Com a palavra de Jesus, vinda do. Pai, iniciou-se a nova criação. Ela já está em andamento. A palavra criadora de Jesus vai atingir a todos, mesmo os que já morreram. Eles ouvirão e viverão.
João 5,30: Jesus é o reflexo do Pai. “Por mim mesmo nada posso fazer, eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas sim a vontade daquele que me enviou”. Esta frase final é o resumo de tudo que foi refletido anteriormente. Esta era a compreensão que as comunidades da época de João tinham e irradiavam a respeito de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Como você imagina o relacionamento entre Jesus e o Pai?
2) Como você vive a fé na ressurreição?
5) Oração final
O SENHOR é clemente e misericordioso, lento para a ira e rico de graça. O SENHOR é bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas. (Sl 144, 8-9)
Vídeo com evangelista e travesti cantando juntos viraliza nas redes e mostra que fronteiras são porosas
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Encontro que desafia estereótipo religioso já teve mais de 3 milhões de visualizações
João Igor, da igreja Tua Graça & Vida, em Arujá (SP) canta com a travesti Fernanda Ganzarolli, que parou para participar da evangelização - @joao_igoroficial no Instagram
Daniel Guanaes
PhD em teologia pela Universidade de Aberdeen, é pastor presbiteriano, psicólogo e líder do movimento Pastores pela Vida (Visão Mundial)
Um encontro inesperado entre um cantor evangélico e uma travesti ganhou destaque nas redes sociais na última semana. Durante uma de suas apresentações de evangelização, João Igor, da igreja Tua Graça & Vida, em Arujá, na grande São Paulo, foi surpreendido por Fernanda Ganzarolli, que passava pela calçada e resolveu participar daquele momento.
João evangeliza nas ruas de Arujá, com seu violão e uma câmera de vídeo para transmitir seu trabalho. Enquanto encorajava as pessoas a pedirem para que Deus falasse com elas, Fernanda se aproximou. Olhando para a câmera do celular, disse: "É isso aí, galerinha. Vamos dar uma força pra quem está começando". E pediu: "Toca uma moda aí!"
A cena rapidamente se espalhou pela internet. O vídeo, que já ultrapassou 3 milhões de visualizações no perfil do cantor, se transformou em um símbolo de empatia — algo cada vez mais difícil de encontrar em tempos de radicalização.
A dinâmica do encontro chamou a minha atenção pelo mútuo respeito e generosidade. Fernanda animou o momento com músicas populares, sem saber que era uma apresentação evangélica. João Igor acolheu o gesto e retribuiu com suas canções de fé.
Quando Fernanda entendeu o contexto, respondeu com o mesmo respeito, participando dos louvores. No final do vídeo, João Igor disse: "que Deus abençoe a nossa amiga", e completou, dizendo que Deus traz os anjos para nos abençoar.
A fala final de João Igor me lembrou de um trecho da Bíblia. Na carta aos Hebreus, há uma recomendação: "Seja constante o amor fraternal. Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos" (Hb 13.1-2).
O texto traz duas palavras cheias de significado: hospitalidade e anjos. Hospitalidade, no original grego, é "philoxenia" —amor ao que nos é estranho, ao que vem de fora. Já "aggelos", traduzida como anjo, significa mensageiro. Em outras palavras, quem acolhe com amor o diferente pode, sem saber, estar ouvindo algo que vem do próprio Deus. Teria sido isso que João e Fernanda experimentaram naquele gesto de hospitalidade?
A maneira como o encontro se deu mostra que as fronteiras entre universos aparentemente distintos podem ser mais tênues e porosas do que muitos imaginam. A mesma sociedade que abriga uma travesti também forma evangelistas de rua. E, muitas vezes, esses mundos não apenas coexistem, mas se entrelaçam dentro das próprias comunidades.
Talvez, aos que não conhecem de perto a realidade do universo evangélico, toda família evangélica se assemelha às representações estereotipadas de um pai, uma mãe e filhos, todos frequentando cultos juntos e seguindo os mesmos valores. Mas, como pastor, meu cotidiano é feito de visitas a casas onde a realidade é bem mais diversa.
É mais comum do que se imagina encontrar um pai pastor e um filho gay ou trans sob o mesmo teto. E nem sempre esses ambientes são espaços de conflito, violência e rejeição. Alguns desses pais reconsideram seus dogmas, como o pastor Bill White e seu filho relataram em fevereiro pelo New York Times. Outros, embora mantenham sua fé e visão doutrinária, continuam amando e protegendo esse filho com dignidade.
O cotidiano da fé nem sempre resolve as tensões, mas pode oferecer lugar para que elas coabitem sem se destruírem.
O encontro casual do João Igor com a Fernanda na rua pode parecer inusitado, mas, para quem vive o chão das igrejas e das casas, ele é a metáfora viva de muitos lares evangélicos: complexos, contraditórios e, ainda assim, profundamente humanos. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Confissão de pastor faz evangélicos debaterem abuso espiritual
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Parte das pessoas que acompanham o debate têm tratado Paulo Junior como vítima
O pastor Paulo Junior, da Igreja Aliança do Calvário - @pr.paulojunioroficial no Instagram
Abuso de poder, Abusos de Poder na Igreja, Abuso de poder
Antropólogo e historiador, autor de 'Crentes' (Record) e 'Povo de Deus' (Geração), pesquisa cristianismo, mundo popular, mídias digitais e esportes de combate
Um pastor confessou na semana passada ter cometido um pecado e anunciou que, por esse motivo, estava deixando a igreja que ele criou e tornou famosa. Desde então, evangélicos não falam de outro assunto. Por quê?
Ainda sabemos pouco sobre o que o ex-pastor Paulo Junior fez. Mas, aparentemente, seu pecado não tem a ver com sexo fora do casamento, com beber ou usar drogas nem com roubar a congregação. Seu "crime" foi tratar mal as pessoas de sua igreja.
Em vez de algoz, Paulo Junior vem sendo tratado como vítima por parte das pessoas que acompanham o debate —como se a cultura woke e o vitimismo da geração Z tivessem abatido um "guerreiro do Evangelho". No Instagram, o número de seguidores dele continua aumentando.
Mas Paulo Junior é polêmico, conhecido por apontar publicamente o pecado dos outros. Por causa dessa postura, o pastor Silas Malafaia —que tem fama de julgar e criticar— profetizou que ele perderia seu ministério.
Paulo Junior é uma estrela no nicho calvinista do país —uma turma teologicamente mais intelectualizada, puritana e tradicionalista. Também é descrito como um desequilibrado emocionalmente, que não foi treinado em seminário para atuar como pastor.
Relatos de vítimas do ex-pastor nas redes sociais mencionam situações de humilhação pública. Por exemplo, mandar alguém trocar de roupa por achar a vestimenta imoral ou obrigar quem erra a comunicar a falta e pedir perdão a outros líderes da igreja.
O nome dado a esse pecado é "abuso espiritual". É parecido ao assédio moral, agravado pela posição do pastor —alguém que fala e age em nome de Deus. A vítima se resigna diante da perspectiva de ser excluída do emaranhado de afetos constituído na igreja e pela culpa de contradizer a vontade de Deus.
Diferente da agressão física ou sexual, o abuso espiritual não deixa marcas visíveis. Os efeitos ficam dentro, não fora do corpo.
Livros populares entre evangélicos, como "Uma Igreja Chamada Tov" e "Jesus e John Wayne", expõem práticas de assédio espiritual. Algumas vezes aparecem associadas à aproximação entre política e religião, à promoção de valores masculinos no estilo "cowboy" e à defesa da submissão das mulheres aos maridos.
O caso atual deve energizar evangélicos que sofrem ou sofreram abusos. Em comentário ao artigo do pastor Kenner Terra sobre o episódio, um leitor desabafa: "Eu costumava frequentar a Assembleia de Deus Brás 20 anos atrás, e só eu sei os abusos eclesiásticos que vi ali... Hoje nutro completa ojeriza por líderes religiosos".
Essas práticas não acontecem em todas as igrejas nem são exclusividade do campo evangélico. Igrejas são frequentemente espaços de acolhimento para quem está no "lixão das almas", descartado pela sociedade. Em tempos de polarização irracional, generalizar este caso provavelmente fortalecerá a liderança radicalizada.
Comentaristas influentes no campo, como Victor Fontana e Yago Martins, afirmaram que Paulo Junior errou, que as vítimas devem ser ouvidas e acolhidas e que pastores e suas comunidades devem repensar suas posturas. Isso é positivo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Caminho da cruz
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
A cruz finaliza o processo da Paixão do Senhor, e tem um significado profundo e misterioso, fonte de esperança para a vida dos cristãos. Expressa e confirma a evidência da missão de Jesus Cristo, enquanto Deus e enquanto Homem. É na direção dela que o cristão faz o seu próprio caminho quaresmal, na expectativa feliz e alegre da Páscoa da Ressurreição, sabendo que a vida não termina ali.
A crucificação de Cristo, numa cruz, não tirou dos cristãos a alegria. Pelo contrário, porque nela a morte foi vencida pela vida, confirmando que Deus não é Deus da morte, mas da vida. A Páscoa é alegria pelo Cristo Ressuscitado, vivo e presente nas comunidades cristãs, como afirma o Evangelho: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).
Nos momentos de grande sofrimento do povo da antiga Aliança, Deus vinha sempre em seu socorro. Por isto, libertou-o das mãos dos Faraós do Egito. O sofrimento causa desespero e atitudes preocupantes para uma sociedade, porque desestrutura as pessoas e as deixa “sem chão”, sem esperança. Podemos imaginar o desespero do passado, que não é diferente do formato dos dias de hoje.
Entende-se a cruz numa perspectiva de total esvaziamento pessoal. Assim é possível afirmar os dizeres do apóstolo Paulo, ao citar a expressão: “Por causa dele, perdi tudo e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo” (Fl 3,8). Isto choca profundamente com o pensamento e com a prática da cultura atual do consumismo, sem domínio e envernizada pelas atraentes vaidades individuais.
O cenário de fundo de toda essa realidade, mencionada acima, é mostrar o nível infinito da misericórdia de Deus. A vida das pessoas tem seus altos e baixos, tem a graça e o pecado, mas tudo culmina com a forma graciosa e generosa do agir amoroso do Senhor, sintetizada no perdão incondicional para todos aqueles que fazem o processo da conversão sugerido pelo tempo da quaresma.
Portanto, a cruz não é local de julgamento e condenação. É sim oportunidade de vida nova. Queriam apedrejar a mulher adúltera, com atitudes truculentas de feminicídio, da mesma forma que hoje está acontecendo, mas a atitude de Jesus foi totalmente outra, foi de perdão (cf. Jo 8,10-11). O que exigiu dela, para se tornar livre, foi assumir as consequências da cruz, isto é, não pecar mais. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Papa Francisco fala sobre 'tempo de cura' em mensagem no Vaticano
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Pontífice falta pela 7ª vez a oração do Angelus, mas diz em texto que 'fragilidade e a doença são experiências que nos unem'
O papa Francisco aparece na janela do hospital Gemelli antes de receber alta após cinco semanas de internação por pneumonia, em Roma - 23.mar.25 - Filippo Monteforte/AFP
Cidade do Vaticano | AFP
O papa Francisco, em recuperação no Vaticano após mais de cinco semanas hospitalizado por uma grave pneumonia, instou os católicos neste domingo (30) a viver a quaresma como um "tempo de cura", no sétimo Angelus, a tradicional oração dominical, em que não esteve presente.
O pontífice argentino, de 88 anos de idade, deixou o hospital Agostino Gemelli de Roma no domingo passado após 38 dias de hospitalização por uma pneumonia bilateral que colocou sua vida em perigo em duas ocasiões.
Jorge Mario Bergoglio agora deve continuar sua recuperação de pelo menos dois meses, com terapias de reabilitação e sem atividades públicas, de acordo com os médicos.
Francisco voltou a se ausentar neste domingo para a oração do Angelus, que costuma ser pronunciada ao meio-dia no horário local de uma janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça São Pedro. Em substituição, um texto do papa foi divulgado.
"Queridíssimos, vivamos esta Quaresma, especialmente no Jubileu, como um tempo de cura", escreveu Francisco, referindo-se ao período que antecede a Páscoa, a mais sagrada celebração do calendário cristão que este ano será no dia 20 de abril.
"Também estou experimentando assim, na alma e no corpo", acrescentou. E continuou: "A fragilidade e a doença são experiências que nos unem a todos; mas com mais razão somos irmãos na salvação que Cristo nos deu".
A Santa Sé informou na sexta-feira (28) que o papa apresentava "leves melhorias" e progressos em sua capacidade de falar. Antes de deixar o centro médico, o papa apareceu publicamente com aparência fraca, inchada e com a voz frágil, respirando com dificuldade. Foi a hospitalização mais longa de seus 12 anos à frente da Igreja Católica.
O papa Francisco acena a fiéis em sua primeira aparição pública após quase 40 dias internado e antes de receber alta do hospital Filippo Monteforte/AFPMais
O jesuíta argentino também ofereceu neste domingo suas orações pelas vítimas dos conflitos na Ucrânia, nos territórios palestinos e em Israel, no Líbano, na República Democrática do Congo e em Mianmar, país atingido por um terremoto. Também disse que acompanha "com preocupação" a situação no Sudão do Sul, onde nas últimas semanas os confrontos entre facções rivais que lutaram na guerra civil de 2013-2018 se intensificaram. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Aquela praça vazia e o pastor em sintonia com o mundo
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Há cinco anos da Statio Orbis para a oração em tempos de pandemia.
Andrea Tornielli
Cinco anos se passaram desde que o Papa Francisco, sozinho, caminhava até o sagrado da Basílica de São Pedro. Chovia naquela noite. A praça estava dramaticamente vazia, embora milhões de pessoas em todo o mundo estivessem sintonizadas com ele, grudadas em suas telas de TV, ainda presas na longa quarentena de lockdown, com medo do vírus invisível que estava colhendo tantas vítimas e levando-as para as unidades de terapia intensiva dos hospitais, sem que seus parentes pudessem vê-las, saudá-las ou até mesmo celebrar as exéquias.
Com aquele gesto, com aquela oração e, depois, com a missa diária na capela de Santa Marta, o Sucessor de Pedro se fez próximo de todos. Havia incluído todos no abraço da praça vazia, na bênção com o Santíssimo, no simples gesto de beijar os pés do crucifixo que parecia lacrimejar por estar exposto às intempéries do clima inclemente de uma noite de início de primavera. “Estava em contato com as pessoas. Não estive sozinho em nenhum momento...”, contaria o Papa algum tempo depois. Só, mas não sozinho. Em oração por um mundo perdido. Uma imagem poderosa, inesquecível que marcou o pontificado.
Naquela ocasião, Francisco disse, dirigindo-se a Deus: “chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros”. Nos meses seguintes, teria repetido que “de uma crise nunca se sai como antes, nunca. Saímos melhores ou piores”.
Cinco anos depois, olhando ao redor, é impossível afirmar que saímos melhores, com um mundo dilacerado pela violência dos senhores da guerra, que pensa em rearmamento em vez de combater a fome.
Não estamos mais em quarentena, e agora a situação se inverteu: a praça está cheia de pessoas que celebram o Jubileu, e quem não está lá agora é o bispo de Roma, que reza por nós e pela paz do seu quarto na Santa Marta, recuperando-se de uma grave pneumonia. Mas aquela harmonia não foi quebrada. E as suas palavras da época são mais atuais do que nunca: ainda hoje, especialmente hoje, é “tempo de escolher o que conta e o que passa”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 26 de março-2025. 3ª- SEMANA DA QUARESMA- Ano Litúrgico - C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos
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1) Oração
Ó Deus de bondade, concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 17-19)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 17Disse Jesus aos seus discípulos não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. 19Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O Evangelho de hoje (Mt 5,17-19) ensina como observar a lei de Deus de tal maneira que a sua prática mostre em que consiste o pleno cumprimento da lei (Mt 5,17-19). Mateus escreve para ajudar as comunidades de judeus convertidos a superar as críticas dos irmãos de raça que as acusavam dizendo: “Vocês são infiéis à Lei de Moisés”. O próprio Jesus tinha sido acusado de infidelidade à lei de Deus. Mateus traz a resposta esclarecedora de Jesus aos que o acusavam. Assim ele traz uma luz para ajudar as comunidades a resolver seu problema.
Usando imagens do quotidiano, com palavras simples e diretas, Jesus tinha dito que a missão da comunidade, a sua razão de ser, é ser sal e ser luz! A respeito de cada uma das duas imagens ele tinha dado alguns conselhos. Em seguida, vem os três breves versículos do Evangelho de hoje:
Mateus 5,17-18: Nenhuma vírgula da lei vai cair. Havia várias tendências nas comunidades dos primeiros cristãos. Uns achavam que já não era necessário observar as leis do Antigo Testamento, pois é pela fé em Jesus que somos salvos e não pela observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros aceitavam Jesus como Messias, mas não aceitavam a liberdade de Espírito com que algumas comunidades viviam a presença de Jesus ressuscitado. Achavam que eles, sendo judeus, deviam continuar observando as leis do AT (At 15,1.5). Havia ainda cristãos que viviam tão plenamente na liberdade do Espírito, que já não olhavam mais nem para a vida de Jesus de Nazaré nem para o AT e chegavam a dizer: “Anátema Jesus!” (1Cor 12,3). Diante destas tensões, Mateus procura um equilíbrio para além dos extremos. A comunidade deve ser o espaço, onde este equilíbrio possa ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continuava bem atual para as comunidades: “Não vim abolir a lei, mas dar-lhe pleno cumprimento!”. As comunidades não podiam ser contra a Lei, nem podiam fechar-se dentro da observância da lei. Como Jesus, deviam dar um passo e mostrar, na prática, qual o objetivo que a lei quer alcançar na vida das pessoas, a saber, a prática perfeita do amor.
Mateus 5,17-18: Nenhuma vírgula da lei vai cair. E aos que queriam desfazer-se de toda a lei, Mateus lembra a outra palavra de Jesus: “Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu”. A grande preocupação do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito não podem ser separados. Os três fazem parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza central da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré que nos manda o seu Espírito.
4) Para um confronto pessoal
- Como vejo e vivo a lei de Deus: como horizonte de liberdade crescente ou como imposição que delimita minha liberdade?
- E o que podemos fazer hoje para os irmãos e irmãs que consideram toda esta discussão como ultrapassada e sem atualidade? O que podemos aprender deles?
5) Oração final
Glorifica o SENHOR, Jerusalém, louva teu Deus, ó Sião! Porque reforçou as trancas das tuas portas, no teu meio abençoou teus filhos. (Sl 147, 12-14)
Quem é o bispo Bruno Leonardo, líder evangélico mais pop do YouTube
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Com 50 milhões de seguidores, religioso está prestes a se tornar o segundo maior youtuber do Brasil
O bispo Bruno Leonardo durante um de seus vídeos publicados nas redes sociais, nos quais ele fala diretamente com os fieis - Reprodução/Redes Sociais
São Paulo
Você já ouviu falar do bispo Bruno Leonardo?
Caso não, saiba que não está sozinho. Mesmo pares da cúpula evangélica não conseguem dizer muito sobre o líder da baiana Igreja Batista Avivamento Mundial. O que faz dele um paradoxo curioso: desconhecido por tantos, exceto dezenas de milhões de brasileiros, Bruno Leonardo está a caminho de virar o segundo canal brasileiro mais popular no YouTube.
Os números são hiperbólicos. Hoje, o bispo tem 50 milhões de seguidores e ocupa o terceiro lugar no ranking. Essa posição não deverá durar muito: ele cresce tão rapidamente que em breve deverá subir um degrau nesse pódio, superando o youtuber Luccas Neto, irmão de Felipe Neto e pop no público infantojuvenil.
Segundo o Social Blade, site que analisa métricas digitais, a liderança isolada é do KondZilla, a maior produtora de funk do país. São 67,6 milhões de inscritos por ali.
Vejamos mais evidências da ascensão meteórica desse bispo de fala mansa e topete domado à base de gel. Análise da Folha mostra que, entre outubro de 2022 e junho de 2024, o perfil do bispo manteve uma média mensal de 471,4 mil novos assinantes.
A partir daí ele explode. O ápice foi em outubro do ano passado, quando ganhou 4,1 milhões de inscritos. Em apenas um mês, ele mais do que dobrou a base que o pastor Silas Malafaia mantém na plataforma (1,9 milhão).
Fora a numeralha extraordinária, o que, afinal, Bruno Leonardo tem que outros não?
Ele é um fenômeno alavancado pela pandemia, assim como o católico frei Gilson. O frade, é verdade, furou a bolha religiosa ao ganhar projeção midiática e espaço cativo nas guerras culturais, após ser apoiado por totens da direita como Jair Bolsonaro (PL) e Nikolas Ferreira (PL). Mas o evangélico, no mercado dos cliques, tem uma audiência sete vezes maior.
A fórmula de popularidade é parecida. Embora estejam atrelados a uma instituição, Gilson à Igreja Católica e Bruno à sua igreja batista independente, ambos viraram o que viraram graças à catapulta digital.
O bispo se apresenta também como profeta, dirige-se aos fiéis como "ovelhas queridas" e tem uma voz empostada de locutor. Costuma passar longe de conteúdos polêmicos.
Um raro comentário político, de 2022, serviu para endossar a tentativa de reeleição de Bolsonaro (PL). Afirmou à época que discordava da forma com que o então presidente se comunicava, mas que a pauta que ele defendia, contra aborto e drogas, o cativava.
Enfatizou, contudo, que "as pessoas do bem se entristecem" com o ódio direcionado a quem tem uma opinião divergente. Jesus não aprovaria.
Mas o engajamento eleitoral é exceção. Sua pegada é mais a autoajuda com invólucro bíblico, em mensagens de apelo universal: "Você sabe o que é inveja?", "existe uma bênção financeira chegando de onde você menos espera", "Deus está bloqueando todos os ataques espirituais contra você". E por aí vai.
Posta ao menos três vídeos por dia, às 0h, 5h e 18h, sob títulos como "oração fortíssima" e "oração dos três livramentos". Às vezes, cita nomes específicos e diz que Deus tem uma mensagem para essa pessoa —como Telma, que deveria se atentar à saúde da sua "região uterina".
Dias atrás, numa pregação dedicada a alertar sobre pessoas falsas, Bruno Leonardo falou sobre a "vida sentimental debaixo de muita maldição" e personalizou o recado. "O senhor me mostra o nome Manuela, e o Senhor me mostra uma obra de maldição que foi erguida para trazer um fim ao teu relacionamento."
O antropólogo Raphael Khalil, coautor de "Crentes - Pequeno Manual sobre um Grande Fenômeno", vê no bispo "um cara que parece um oráculo, que fica falando, ‘olha, eu tô vendo uma chave que vai abrir a porta de alguém'".
Khalil lembra de se assustar com o alcance de Bruno Leonardo. "Ele deu superisolado [como o mais popular] e surpreendeu, porque ele não é essa figura que todo mundo conhece, né? Não é um Malafaia, não é um cantor gospel, não é um Deive Leonardo. É esse cara que tá aí meio solto e que conversa com o brasileiro popular."
Vendedora numa distribuidora de alimentos, Laíze de Souza, 38, é essa tal brasileira popular. "Ele usa a palavra de Deus de uma forma simples, que ninguém possa sair ofendido, e nos faz abrir os olhos para o mundo em que vivemos cheio de maldades."
Laíze se diz contemplada pela oratória do bispo. Aconteceu quando ele previu que "ia acontecer algo maravilhoso", e ela e o marido confiaram até que "as coisas fluíram, e hoje temos o nosso próprio apartamento", em Salvador. Também tomou para si um chamado para casais orarem juntos "que aí o relacionamento ficaria mais forte". Deu no que deu: "A nossa relação já era boa e ficou melhor".
Testemunhos afins se multiplicam, e também o carnê "Mais Que Vencedores". Bruno Leonardo os envia para a casa das "ovelhas queridas". São 12 folhas, uma por mês, no valor de R$ 50 cada. Laíze nunca deixa de pagar sua parte e acredita que, com o dinheiro, o bispo consegue ajudar outras pessoas.
"Nada faltando, nada quebrado, nada fora do lugar" é a frase de efeito na capa do carnê. O Reclame Aqui, site que reúne reclamações contra empresas e serviços, tem algumas dezenas delas contra a igreja de Bruno Leonardo. A maioria se queixa que a cobrança nunca chegou no destinatário.
Ele tem um brasão com BL, suas iniciais, uma coroa no topo e dois leões nas laterais. Lidera o Ministério Bispo Bruno Leonardo e lota arenas com dezenas de milhares de pessoas. Batizou esses encontros de "Visita do Profeta". No começo do ano, precisou desmentir a fake news de que havia morrido.
A recepcionista Daniela Silva, 37, conta que conheceu o bispo por meio de uma amiga que sempre compartilha suas orações. "Tem dias que parece que ele fala diretamente para nós. E o principal: não fala em católico, evangélico etc. Fala em Deus, e todos nós que acreditamos em Deus somos crentes. Não precisa frequentar uma igreja específica ou religião específica."
Uma chave para entender o fenômeno Bruno Leonardo pode estar justamente aí: ele oferece pílulas cristãs que saciam seus seguidores, à moda do best-seller "Café com Deus Pai", numa relação cada vez menos dependente de uma instituição religiosa. O papo é reto entre o fiel e Deus, aqui mediado pelo autointitulado profeta.
Para o historiador Rodrigo Coppe Caldeira, chefe do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, essa dinâmica "tem a ver com o foco no sujeito" e "essa ideia de que nós escolhemos tudo", típica do individualismo. Aqui se manifesta o desejo de uma fé sem intermediários institucionais, ao sabor da contemporaneidade.
Não à toa o bispo estampa suas redes sociais com o lema "não é sobre religião, é sobre Deus!". Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
25 de março- Anunciação do Senhor.
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O anjo anuncia e Maria confia
Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
No dia 25 de março, celebramos um momento que mudou a história: a Anunciação do Senhor. Foi nesse dia que o anjo Gabriel visitou Maria para anunciar que ela seria a mãe de Jesus, o Filho de Deus. E, embora a cena pareça simples, envolta de delicadeza e silêncio, ela carrega uma grandiosidade que ressoa profundamente em nossos corações até hoje.
Contemplar essa história é como admirar uma obra de arte repleta de detalhes. A Anunciação não aconteceu num palácio, nem no meio do templo, foi na casa de Maria, em meio à simplicidade da vida cotidiana. O Evangelho diz: “O anjo entrou onde ela estava” (Lc 1,28). Esse detalhe revela um convite divino: Deus também deseja entrar na nossa vida, na nossa casa, no meio da correria, das preocupações e até do silêncio dos dias difíceis.
Nas representações artísticas da Anunciação, muitas vezes vemos Maria e o anjo separados por um véu vermelho, remetendo à cortina que existia no Templo de Jerusalém, separando o povo do lugar mais sagrado. Mas, com o “sim” de Maria, esse véu começa a se abrir. O que antes era distante agora se faz próximo: Deus entra no mundo, pequeno e humilde, no ventre de uma jovem.
Maria geralmente é retratada com o rosto inclinado, em um gesto de escuta atenta e referente. Em algumas imagens orientais, ela aparece tecendo fios de púrpura, como se, com suas próprias mãos, preparasse o corpo de Jesus dentro de si. É belo imaginar que, com sua vida e seu “faça-se”, Maria teceu a redenção da humanidade.
O anjo Gabriel, por sua vez, surge em movimento, com um olhar cheio de respeito e admiração. Ele estende a mão para Maria, não apenas transmite o anúncio, mas também abençoa, confirmando que aquela mensagem vem de Deus. Do céu, um raio de luz desce sobre Maria: é a presença do Espírito Santo, que age no silêncio e na sombra, trazendo vida nova ao mundo. Nesse momento, toda a Trindade se faz presente: o Espírito Santo que desce, o Pai que protege com sua sombra e o Filho que se faz pequeno dentro dela.
Diante de tudo isso, como Maria reage? Ela confia. Não hesita, não exige explicações, não foge. Apenas se entrega. Talvez seja essa a grande lição da Anunciação para nós: reconhecer que nossa vida não está apenas em nossas mãos, mas nas mãos de Deus. E, se estamos nas mãos d’Ele, estamos em boas mãos.
Em tempos difíceis, como foi durante a pandemia e como ainda vivemos em tantas situações, nos perguntamos: “E agora? O que será do amanhã?” nos ensina que o segredo não está em ter todas as respostas, mas em confiar. Santo Agostinho dizia que, antes de receber Jesus no ventre, Maria o recebeu no coração. Primeiro acreditou. Primeiro disse “sim”. Primeiro abriu espaço para Deus agir.
Hoje, como Maria, também somos chamados a dizer o nosso “faça-se”. A confiar, mesmo quando tudo parece escuro. A permitir que Deus aja, mesmo quando não compreendemos os caminhos. A tecer, com nossas escolhas e nossa fé, o futuro que Deus sonha para nós.
Que Maria nos ajude a acolher Deus no silêncio do nosso coração e a viver com esperança e coragem. Porque quando dizemos “sim” ao amor, algo novo sempre nasce. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Papa Francisco receberá alta no domingo, 23 de março
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Francisco receberá alta neste domingo (23/03) e seguirá para a Casa Santa Marta, no Vaticano, onde continuará sua recuperação com fisioterapia e acompanhamento médico. Durante a internação, enfrentou uma pneumonia severa, mas permaneceu consciente e apresentou um quadro estável nas últimas duas semanas. Antes de retornar ao Vaticano, fará uma breve saudação e concederá sua bênção da sacada do Hospital Gemelli.
Vatican News
Os médicos Sergio Alfieri e Luigi Carbone responderam às perguntas dos jornalistas numa coletiva conduzida pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, no saguão do Hospital Gemelli, neste sábado (22 de março).
Segundo foi informado durante a coletiva, o Papa Francisco deixará o hospital neste domingo, 23 de março, e seguirá para a Casa Santa Marta, no Vaticano, onde continuará sua recuperação.
De acordo com o doutor Alfieri, o Papa foi internado com um quadro de insuficiência pulmonar aguda causada por uma infecção, evoluindo para uma pneumonia bilateral severa, o que exigiu um tratamento específico. Durante a internação, os médicos recordaram os dois episódios considerados “muito críticos”, nos quais o Santo Padre esteve em perigo de morte, mas nunca foi entubado.
Nas últimas duas semanas, a condição clínica do Santo Padre tem se mantido estável. Os médicos recomendam a continuidade do tratamento farmacológico, e será necessário um período de convalescença de pelo menos dois meses.
Segundo a equipe médica, trata-se de uma alta "protegida", o que significa que a recuperação exigirá fisioterapia respiratória e motora, além de suporte diário com oxigênio e acompanhamento médico. A voz do Pontífice deverá retornar gradualmente, conforme esperado nesses casos.
"O Papa demonstrou colaboração durante todo o tratamento e, se mantiver a evolução positiva, poderá retomar suas atividades em breve", afirmou o professor Alfieri.
Antes de retornar ao Vaticano, Francisco aparecerá na sacada do Hospital Gemelli, também neste domingo (23/03), para uma breve saudação e bênção aos fiéis. Fonte: https://www.vaticannews.va
Reflexão para o III Domingo da Quaresma
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Jesus não concorda que cultivemos sentimentos de violência contra as pessoas que nos fizeram mal. Ele convida todos a uma mudança, a uma conversão.
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
A cena de Moisés e da sarça ardente, que temos na primeira leitura, apresenta-nos o coração do grande líder judeu. Moisés possuía grande sensibilidade e senso de justiça. Ele se revoltou com a injustiça praticada em relação a um homem judeu e deixou vir à tona um grande arroubo em favor do oprimido. Ele demonstrou ser possuído por grandes paixões.
É de homens assim que Deus quer precisar para agir no mundo. Deus deu missão a Moisés, a Sansão, a Davi, a João Batista, a todos aqueles que se deixaram tomar por uma grande paixão em favor do ser humano. Vejamos nossos santos: Madre Paulina, Santo Antônio Galvão, Anchieta, e tantos outros!
Mas voltemos a Moisés. Em suas orações, percebeu que Deus precisava dele. Deixou-se tocar pelo Senhor no momento em que se revoltou quando viu injustiças. Mais tarde, refletindo sobre esses fatos, percebeu que deveria deixar sua vidinha acomodada de pastorar rebanho, de estar com a família e com os amigos para se colocar a serviço de Deus, a serviço do povo.
Sabia que Deus estaria sempre com ele e jamais o abandonaria, nem a ele e nem aos seus.
Essa vocação para ser libertador, nasceu junto a uma imperfeição grave. Moisés agiu com violência matando o egípcio que oprimia um seu conterrâneo. Mesmo assim, Deus viu nele qualidades de libertador.
Agora, no Evangelho, Jesus vai corrigir essa ação de Moisés, ao não concordar com a indignação do povo em relação a Pilatos.
Jesus não concorda nem com a retribuição sanguinária à atitude de Pilatos e nem em atribuir aos galileus mortos alguma culpa.
Jesus não concorda que cultivemos sentimentos de violência contra as pessoas que nos fizeram mal. Ele convida todos a uma mudança, a uma conversão.
A parábola da figueira estéril nos convoca a uma paciência e esperança divinas, tolerantes com as fraquezas humanas. Tolerante, mas não conivente ou negligente.
Deus nos quer pessoas apaixonadas, vibrantes, dedicadas à missão até a raiz de nossa existência, contudo ele nos quer cidadãos absolutamente convertidos ao bem. Fonte: https://www.vaticannews.va
Por que papa Francisco vai precisar de reabilitação para reaprender a falar, segundo cardeal
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Papa Francisco completou cinco semanas de internação no Hospital Gemelli, em Roma. Foto: Vatican Press Hall, Via AP
Saúde do Papa,
Vaticano informou nesta sexta-feira Francisco permanece com uma condição geral estável com leves melhoras. Segundo a Santa Sé, pontífice de 88 anos continua realizando fisioterapia respiratória e física
Internado há cinco semanas no Hospital Gemelli, em Roma, o papa Francisco está se recuperando bem de uma pneumonia e uma “nova etapa” em seu pontificado está se iniciando, disse o cardeal e teólogo argentino Victor Manuel Fernández. Amigo próximo do líder da Igreja Católica, Fernández revelou nesta sexta-feira, 21, que o papa vai precisar de terapia de reabilitação para ajudá-lo a recuperar a força para falar após tantas semanas em ventilação mecânica não invasiva e oxigênio suplementar.
Fernández é um teólogo que Francisco trouxe como chefe da doutrina do Vaticano. Ele disse que havia estado em contato com Francisco desde sua hospitalização em 14 de fevereiro e estava animado por ele ter se estabilizado. O religioso não informou um prazo de quando Francisco pode ser liberado, mas descartou qualquer chance de que o amigo possa renunciar.
A sala de imprensa do Vaticano informou nesta sexta que a condição geral de Francisco permaneceu estável, com leves melhorias, enquanto ele continua a fisioterapia respiratória e física. Ele continuava a reduzir sua dependência de oxigênio suplementar de alto fluxo que precisou para respirar durante o dia e não tem a necessidade mais da máscara de ventilação mecânica à noite.
Ele disse que entendia que Francisco estava respondendo bem ao tratamento, mas que os médicos o mantém no hospital “para estar 100%.”
O teólogo revelou também que Francisco resistiu a ir para o hospital quando sua bronquite piorou, e só concordou em fazer a consulta no centro médico depois que pessoas próximas a ele ameaçaram sair caso ele não buscasse ajuda profissional. “Não sei que palavrões eles usaram” disse.
Como resultado, Fernández diz que sabia que a hospitalização havia sido difícil para Francisco e que certamente o fez refletir. “Uma nova etapa está se abrindo para ele. Ele é um homem de surpresas, que certamente terá aprendido muitas coisas neste mês, e vai tirar sei lá o quê da cartola,” disse ele. “Mesmo sabendo que isso tem sido um esforço muito grande para ele, um momento difícil, sei que será frutífero para a igreja e para o mundo.”
‘Com bom humor e sereno’, diz arcebispo que se encontrou com papa
Francisco atingiu a marca de cinco semanas de hospitalização nesta sexta. Ele foi internado em 14 de fevereiro para tratar de pneumonia dupla. Ele tem lutado contra doenças respiratórias há muito tempo - parte de um de seus pulmões foi removida quando era jovem.
O papa admite ser um paciente difícil e tem a fama de workaholic. “Ele quer gastar o pouco tempo que lhe resta e diz: ‘Quero aproveitar (esse tempo) e não cuidar de mim mesmo,’” disse Fernández. “E então o que acontece? Ele volta aqui e não é fácil para ele seguir o conselho” dos médicos. Isso pode mudar após essa experiência, disse.
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Em declaração para a agência de notícias Associated Press, o arcebispo venezuelano Edgar Peña Parra disse que encontrou Francisco de bom humor e sereno durante as três vezes que o visitou no Gemelli nos dias 24 de fevereiro e em 2 e 9 de março. Peña Parra, chefe de gabinete do Vaticano, visitou Francisco ao lado do secretário de Estado do Vaticano, cardeal italiano Pietro Parolin.
“O papa vai se recuperar,” disse Peña Parra. “Está se recuperando bem. Os médicos dizem que ele precisa de um tempo, mas está indo bem progressivamente”, acrescentou. “Eu o encontrei bem, sereno, de bom humor, e — justamente como ele é — forte com o desejo de seguir em frente”. /COM AP
*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA. Fonte: https://www.estadao.com.br
Sexta-feira 21- Boletim Médico. Papa no Gemelli: estável, apresenta pequeno progresso respiratório e motor
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A Sala de Imprensa da Santa Sé atualiza sobre as condições de saúde do Santo Padre: a situação permanece estável, o uso da máscara foi suspenso à noite e o oxigênio foi reduzido durante o dia. O Pontífice prosseguiu com o tratamento e se dedicou à oração e ao trabalho.
Vatican News
Segundo informações da Sala de Imprensa da Santa Sé, divulgadas na noite desta sexta-feira, 21 de março, a condição do Papa permanece estável. Continuam sendo registrados pequenos progressos do ponto de vista respiratório e motor.
À noite, o Papa não usa mais ventilação mecânica com máscara, mas oxigenação de alto fluxo com cânulas nasais e, durante o dia, usa cada vez menos os altos fluxos.
Os médicos ainda não deram uma indicação de quando ele receberá alta do hospital.
O Papa passa os dias entre tratamentos, orações e um pouco de atividade de trabalho. E não recebeu visitas.
Por enquanto, o Angelus dominical está previsto como nos domingos anteriores. Em caso de novidades, a Sala de Imprensa fornecerá uma atualização amanhã.
O próximo boletim médico poderá ser publicado na segunda-feira. Fonte: https://www.vaticannews.va
Padre é atacado e impedido de celebrar missa por católicos extremistas
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No último domingo (16), o padre André Luiz Teixeira de Lima, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Monteiro, no bairro de Guaratiba, Rio de Janeiro, foi impedido de celebrar a missa após ser alvo de um grupo de católicos extremistas. Os manifestantes exibiram uma faixa ofensiva na entrada da igreja e têm perseguido o religioso pela cidade, gravando os locais que frequenta e exigindo sua remoção da paróquia.
O grupo criou uma petição pedindo ao arcebispo da cidade que o afaste, alegando que ele não segue as diretrizes da Igreja Católica. O padre André é amplamente reconhecido por seu trabalho em prol do ecumenismo e do diálogo inter-religioso. Ele defende a convivência pacífica entre diferentes crenças.
A liberdade religiosa é um direito garantido pela Constituição, e ataques dessa natureza representam um risco para a convivência pacífica entre as religiões. O episódio gerou indignação entre fiéis e líderes religiosos, que cobraram das autoridades medidas para proteger o direito ao livre exercício da fé.
A Arquidiocese do Rio de Janeiro e grupos inter-religiosos repudiaram a ação contra o padre. O Movimento Inter-religioso da Zona Oeste (MIR-ZO) classificou a perseguição como um atentado à liberdade religiosa e reforçou a necessidade de combater discursos de ódio que ameaçam a diversidade de crenças.
Políticos também manifestaram apoio ao religioso. A deputada estadual Marina do MST (PT-RJ) declarou que o padre é um “exemplo de fé e compromisso com as comunidades” e defendeu que o respeito às religiões deve ser assegurado em um Estado democrático. Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br
Nota da CNBB sobre os ataques à Lei da Ficha Limpa
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“Quem segue a justiça e a misericórdia encontrará vida, justiça e glória” (Pr 21,21). Conselho Permanente, reunido em Brasília-DF, expressa a sua perplexidade e indignação diante das propostas de mudanças da Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional.

Vatican News
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do seu Conselho Permanente, que encontra-se em reunião em Brasília, divulgou nesta terça-feira, 18/3, uma nota na qual demonstra perplexidade e indignação diante das propostas de mudanças da Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional.
O Senado pode votar, nesta terça-feira, o projeto de lei que altera a Lei Complementar nº 135 de 2010, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa. A proposta, que muda regras da lei de iniciativa popular, já foi aprovada por deputados federais.
A proposta a ser votada determina, entre outras alterações na Lei, que políticos cassados e condenados não poderão se eleger por oito anos contados da condenação, prazo menor do que o previsto atualmente, que é contado a partir do final da pena ou da pena ou mandato.
O que diz a CNBB
A nota da CNBB reafirma que a Lei da Ficha Limpa é “uma das mais importantes conquistas democráticas da sociedade brasileira, um patrimônio do povo e importante conquista da ética na política”
A lei, segundo os membros do Conselho Permanente da CNBB, é fruto da mobilização de milhões de brasileiros e brasileiras convidados à participação por dezenas de organizações sociais e Igrejas, foi aprovada por unanimidade pelas duas Casas Legislativas em 2010. Conhecida em todo o país, representa um marco na luta contra a corrupção. O texto reforça um trecho da Fratelli Tutti, sobre a política: “É necessário uma política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, n. 154).
Segundo o documento, as mudanças contidas nesses PLPs desfiguram os principais mecanismos de proteção da Lei da Ficha Limpa ao beneficiar especialmente aqueles condenados por crimes graves, cuja inelegibilidade poderá ser reduzida ou mesmo anulada antes do cumprimento total das penas.
“Além disso, as mudanças pretendidas isentam quem praticou os abusos de poder político e econômico, e enfraquecem o combate às práticas corruptas que comprometem a democracia brasileira”, afirma um trecho do documento.
Acesse a nota na íntegra:
Nota da CNBB sobre os ataques à Ficha Limpa
O papel da CNBB na aprovação da Lei
A Igreja Católica no Brasil, liderada pela CNBB e pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), desempenhou um papel fundamental na mobilização popular que coletou 90% das 1,6 milhão de assinaturas necessárias para propor a lei de iniciativa popular que resultou na Lei da Ficha Limpa. A lei foi aprovada em maio de 2010 por unanimidade no Senado Federal.
A lei proíbe que políticos condenados em decisões colegiadas de segunda instância possam se candidatar, mesmo que ainda exista possibilidade de recursos. Também torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado ou renunciar para evitar a cassação.
Aprovada em 2010, a Lei da Ficha Limpa alterou a legislação de inelegibilidade, criada em 1990, estabelecendo regras mais rígidas para impedir que políticos condenados por crimes, como corrupção e abuso de poder, disputem as eleições. Atualmente, a lei prevê que políticos condenados fiquem inelegíveis por oito anos.
Fonte: CNBB- https://www.vaticannews.va
Papa: o físico está fraco, mas nada impede de amar e rezar
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Mesmo internado, Francisco enviou uma mensagem aos fiéis para agradecer pelas orações e pedir que continuem rezando pelos países afligidos por guerras. O Papa mencionou uma carta divulgada no sábado, em que estabelece um caminho de acompanhamento para a implementação nas Igrejas locais das diretrizes do Sínodo sobre a sinodalidade.
Vatican News
Como nos domingos precedentes, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma mensagem do Papa Francisco para o Angelus dominical. Internado há um mês no Hospital Gemelli de Roma para tratar uma pneumonia, o Pontífice se inspirou no Evangelho deste segundo domingo da Quaresma para falar de sua própria condição de enfermo.
O trecho de Lucas (Lc 9, 28-36) narra a Transfiguração de Jesus. Ao subir no alto de uma montanha com Pedro, Tiago e João, Jesus se recolhe em oração e se torna radiante de luz. Dessa forma, Ele mostra aos discípulos o que está por trás dos gestos que realiza no meio deles: a luz do seu amor infinito.
"Compartilho com vocês esses pensamentos, pois estou passando por um período de provação e me uno a tantos irmãos e irmãs doentes: frágeis, neste momento, como eu. O nosso físico está fraco, mas, mesmo assim, nada nos impede de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns para os outros, na fé, sinais luminosos de esperança. Quanta luz brilha, nesse sentido, nos hospitais e locais de cura! Quanto cuidado amoroso ilumina os quartos, os corredores, as clínicas, os locais onde se realizam os serviços mais humildes! É por isso que gostaria de convidá-los, hoje, a se unirem a mim para louvar o Senhor, que nunca nos abandona e que, nos momentos de dor, coloca ao nosso lado pessoas que refletem um raio do seu amor."
O amor do Papa pelas crianças
Francisco agradeceu a todos pelas orações e a quem o assiste com tanta dedicação. De modo especial, se dirigiu às crianças, entre as quais as que foram ao Hospital Gemelli como sinal de proximidade: "Obrigado, queridas crianças! O Papa ama vocês e espera sempre encontrá-las".
O Pontífice não deixou de pedir aos fiéis que continuem a rezar pela paz, especialmente nos países feridos pela guerra: a martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e República Democrática do Congo.
E fez uma referência à carta publicada ontem pelo secretário-geral do Sínodo dos Bispos, card. Mario Grech, com a qual estabelece um caminho de acompanhamento para a implementação, nas Igrejas locais, do Documento final do Sínodo sobre a sinodalidade. Esse caminho se concluirá com uma Assembleia Eclesial marcada para 2028 no Vaticano.
"Rezemos pela Igreja, chamada a traduzir em escolhas concretas o discernimento feito na recente Assembleia Sinodal. Agradeço à Secretaria Geral do Sínodo, que nos próximos três anos acompanhará as Igrejas locais nessa tarefa", escreve o Papa no Angelus dominical, que se conclui com as seguintes palavras:
"Que a Virgem Maria nos proteja e nos ajude a ser, como Ela, portadores da luz e da paz de Cristo". Fonte: https://www.vaticannews.va
2º- Domingo da Quaresma- Deixar-se transfigurar
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Este é o meu filho amado, escutai-o!!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
As leituras deste 2º. Domingo da Quaresma têm como tema principal a fé. Em tempo de Quaresma somos convidados a revitalizar a nossa fé, a confiar de olhos fechados em Deus e nas suas propostas. Pode ser que, à luz da lógica humana, os caminhos que Deus nos aponta pareçam estranhos e ilógicos; mas eles conduzem, indubitavelmente, à vida verdadeira e eterna.
A primeira leitura – Gn 15,5-12.17-18 – apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Ele confiou plenamente em Deus, mesmo quando as promessas de Deus pareciam inverosímeis; e não saiu defraudado. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a viver numa atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às suas promessas. Deus faz aliança com um casal de anciãos estéril e nômade e lhe promete descendência e terra. A promessa desafia a lógica humana, mas mesmo assim Abraão crê no Senhor. O rito realizado indica que os contraentes aceitam ser cortados ao meio se não cumprirem a palavra. Ao contrário do ser humano, Deus sempre é fiel às suas alianças.
No Evangelho – Lc 9,28b-36 – Jesus pede aos discípulos que confiem n’Ele e que ousem segui-l’O no caminho de Jerusalém. Esse caminho, embora passe pela cruz, conduz à ressurreição, à vida nova e eterna. Aos discípulos, relutantes e assustados, Deus confirma a verdade da proposta de Jesus: “Este é o meu Filho, o meu Eleito. Escutai-O”. É uma proposta que também nós somos convidados a abraçar.
Neste domingo, estamos no alto da montanha da Transfiguração. A visão da transfiguração do Senhor que os discípulos têm – “seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante” (Lc 9,29) – é, na verdade, a antecipação da glória da Ressurreição de Cristo. Observa-se que o Evangelista acentua, em primeiro lugar, o rosto brilhante de Jesus. Ora, Jesus Ressuscitado é “o rosto de Deus” que brilhou no mundo. O itinerário do discípulo de Cristo é o da Cruz, da renúncia e do sacrifício. Contudo, a esperança de uma vida ressuscitada, livre de todo pecado e maldade, se torna caminho de salvação. Por isso, Pedro exclama: “Mestre, é bom estarmos aqui” (Lc 9, 33b). A voz do Pai, que se ouviu na nuvem, é a proclamação do messianismo de Jesus: Ele é o Cristo, a realização das promessas de Deus. Essas promessas perpassam todo o Antigo Testamento e, inclusive, estão expressas no trecho do Livro do Gênesis, lido hoje. A busca pela terra, pela garantia da descendência e pela vida em abundância se torna chave de leitura de toda a história antiga. A Aliança de Deus com Abraão é sinal provisório da Aliança de Deus com os seres humanos na pessoa de Jesus de Nazaré, que é a garantia da vida plena e eterna para todos os que seguirem seus ensinamentos e aderirem, pela fé, à sua Pessoa e à sua Cruz redentora!
Na segunda leitura – Fl 3,17-4,1 – São Paulo pede aos cristãos da cidade de Filipos que não se limitem a uma vivência religiosa feita de práticas externas e de gestos vazios. Os crentes verdadeiros são aqueles que vivem de olhos postos no Senhor Jesus, aquele que “transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso”. Certo conflito na comunidade de Filipos está deixando o autor em “lágrimas”: trata-se dos que se comportam como “inimigos da cruz de Cristo”. O próprio Paulo se propõe como exemplo a ser imitado e anima os “amigos de Cristo” a continuarem firmes nessa amizade. Os filipenses e os cristãos de todas as épocas e lugares, devem caminhar para Ele sem hesitação, firmes na fé e guiados pela Boa Nova da salvação.
O tempo da Quaresma é propício para nos acordar da sonolência que tantas vezes nos atinge. A oração vigilante é excelente expediente para nos mantermos em sintonia com o Espírito de Deus. Demos ao Senhor uma oportunidade de nos surpreender e despertar o coração.
Vamos, nesta Quaresma, subir ao monte com Jesus por meio da oração. Com os olhos fixos no Crucificado, vislumbraremos a luz que nos iluminará os caminhos, tantas vezes percorridos sobre cruzes pesadas. Sejamos peregrinos de esperança para bem vivenciar a nossa vocação cristã e façamos a experiência da transfiguração, que nos exige vigilância para fazer sempre a vontade de Deus e viver a santidade, corrigindo nossos erros, vícios e pedindo perdão de nossos pecados. Este é o Meu Filho Amado, Escutai-O!
Contemplemos o rosto luminoso de Cristo, em meio às tribulações do presente, e busquemos sempre a face do Senhor Ressuscitado!
Papa no Gemelli: situação estável e recuperação lenta
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Considerando o quadro de estabilidade do Pontífice, os médicos decidiram não divulgar um boletim nesta noite. “Um elemento positivo”, afirma a Sala de Imprensa da Santa Sé, destacando que as informações médicas serão menos frequentes. Francisco seguiu com as terapias.
Vatican News
Não há novidades a relatar sobre o quadro clínico do Papa Francisco. A situação permanece estável e, por essa razão, os médicos optaram por não emitir o boletim médico que estava previsto para esta noite. A informação foi divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, que ressaltou que essa decisão deve ser interpretada como um sinal positivo.
Ao que tudo indica, uma atualização médica será feita amanhã à noite, mas é provável que os boletins se tornem menos frequentes com o tempo, considerando a estabilidade do estado de saúde do Papa. Além disso, pela manhã, não haverá mais a comunicação sobre como o Santo Padre passou a noite.
A recuperação do Papa é lenta e é necessário tempo para que as melhorias se consolidem, informa ainda a Sala de Imprensa. No que diz respeito ao seu dia, foi dedicado à oração, além das terapias e fisioterapias respiratória e motora. Fonte: https://www.vaticannews.va
Exercícios Espirituais no Vaticano, 8ª Meditação: "Viver m
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O pregador da Casa Pontifícia, Pe. Roberto Pasolini, fez na manhã desta quinta-feira, 13 de março, a oitava meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana sobre o tema "A esperança da vida eterna: Viver mais". Publicamos a síntese da reflexão.
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Jesus propõe a eternidade como um dom a ser acolhido, não como um bem a ser conquistado. O episódio do jovem rico nos Evangelhos Sinóticos mostra o contraste entre quem busca a vida eterna como um prêmio e o convite de Cristo para abrir mão de toda segurança para segui-lo. O jovem, incapaz de se desapegar das suas riquezas, se afastou entristecido. Pedro, então, pergunta o que aqueles que deixaram tudo para trás receberão, e Jesus promete vida eterna a quem se entrega completamente a Ele.
A dificuldade do desapego diz respeito a todos: temos medo de deixar o que nos é caro, mesmo que a própria vida nos obrigue a isso. Jesus convida a antecipar essa passagem, tornando a eternidade uma realidade já presente. O exemplo de Chiara Corbella Petrillo, que enfrentou a doença com confiança, mostra que é possível viver plenamente com Deus já nesta terra. Não se trata de renúncias, mas de viver intensamente, livres de falsas seguranças.
No Evangelho de João, Jesus se descreve como o pastor que conduz as suas ovelhas a pastos abundantes. A sua voz incita a sair das cercas do medo para encontrar a verdadeira vida. Essa abundância se manifesta no sinal da multiplicação dos pães: o que parece insuficiente, nas mãos de Jesus se torna superabundante. No entanto, a multidão interpreta mal o milagre, buscando apenas o pão material sem perceber o sinal de um alimento mais profundo.
Jesus revela que o verdadeiro pão da vida é ele mesmo. Comer a sua carne e beber o seu sangue significa participar da sua vida e acolher a sua existência como nossa. A Eucaristia não é apenas um ritual, mas uma união transformadora com Cristo. João, em vez de narrar a instituição, enfatiza o lava-pés, destacando que o verdadeiro culto se manifesta no serviço mútuo.
A eternidade não é uma ilusão distante, mas uma realidade que se concretiza na nossa vida quando aprendemos a oferecer com confiança até mesmo o pouco que temos. Aos olhos de Deus, cada gesto de amor nosso tem um valor infinito: tudo pode se tornar eterno. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 12 de março-2025. 1ª SEMANA DA QUARESMA-B. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 29Afluía o povo e ele continuou: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão. 32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Estamos no tempo de quaresma. A liturgia privilegia os textos que possam ajudar-nos na conversão e na mudança de vida. Aquilo que melhor ajuda na conversão são os fatos da história do povo de Deus. No evangelho de hoje, Jesus traz dois episódios do passado: de Jonas e da rainha de Sabá, e os transforma em espelho para o povo olhar nele e descobrir o apelo de Deus à conversão.
Lucas 11,29: A geração má que pede um sinal. Jesus chama a geração de má, porque ela não quer acreditar em Jesus e vive pedindo sinais que possam legitimar Jesus como enviado de Deus. Mas Jesus recusa dar um sinal, pois, no fundo, se eles pedem um sinal é porque não querem crer. O único sinal que vai ser dado é o sinal de Jonas.
Lucas 11,30: O Sinal de Jonas. O sinal de Jonas tem dois aspectos. O primeiro é o que afirma o texto de Lucas no evangelho de hoje. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive através da sua pregação. Ouvindo Jonas, o povo se converteu. Assim, a pregação de Jesus estava sendo um sinal para o seu próprio povo, mas o povo não dava sinais de conversão. O outro aspecto é o que afirma o evangelho de Mateus por ocasião do mesmo episódio: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). Quando Jonas foi cuspido na praia, ele foi anunciar a palavra de Deus ao povo de Nínive. Da mesma maneira, depois da morte e ressurreição no terceiro dia, A Boa Nova será anunciada ao povo da Judéia.
Lucas 11,31: A Rainha de Sabá. Em seguida, Jesus evoca a história da Rainha de Sabá que veio de longe para ver Salomão e aprender da sabedoria dele (cf. 1Rs 10,1-10). E por duas vezes Jesus afirma: “E aqui está quem é maior do que Salomão”. “E aqui está quem é maior do que Jonas”.
Um aspecto muito importante que está por detrás desta discussão entre Jesus os líderes do seu povo é a maneira diferente como ele, Jesus, e os seus adversários se colocavam frente a Deus. O livro de Jonas é uma parábola, que critica a mentalidade daqueles que queriam Deus só para os Judeus. Na história de Jonas, os pagãos se converteram diante da pregação de Jonas e Deus os acolheu na sua bondade e não destruiu a cidade. Quando viu que Deus acolheu o povo de Nínive e não destruiu a cidade, “Jonas ficou muito desgostoso e irado. E rezou a Javé: "Ah! Javé! Não era justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas. Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo" (Jonas 4,1-3). Por isso, Jonas era um sinal para os judeus do tempo de Jesus e continua sendo um sinal também para nós cristãos. Pois, imperceptivelmente, como em Jonas aparece também em nós uma mentalidade de que nós cristãos temos uma espécie de monopólio de Deus e que todos os outros devem tornar-se cristãos. Isto seria proselitismo. Jesus não pede que todos sejam cristãos. Ele pede que todos se tornem discípulos (Mt 28,19), isto é, sejam pessoas que como ele, irradiem e anunciem a Boa Nova do amor de Deus para todos os povos ao redor (Mc 16,15).
4) Para um confronto pessoal
1) Quaresma, tempo de conversão. O que deve mudar na imagem que tenho de Deus? Sou como Jonas ou como Jesus?
2) Minha fé está baseada em que? Em sinais ou na palavra do próprio Jesus?
5) Oração final
Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sl 50, 12-13)
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