Olhar Jornalístico

Grito dos Excluídos levará 'Fora Bolsonaro' no dia 7 de setembro ao Centro do Rio

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Publicado em 30 agosto 2021
  • Fora Bolsonaro
  • 27º Grito dos Excluídos
  • Grito dos Excluídos e Excluídas
  • Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro
  • Grito dos Excluídos 2021
  • Grito dos Excluídos 2021 no Rio

 

Quinto grande ato de rua pelo fim do governo Bolsonaro está confirmado para 7 de setembro e também defenderá os serviços públicos e a rejeição da 'reforma' Administrativa

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Está confirmada a realização do ato pelo fim do governo de Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro no Centro do Rio de Janeiro. O tradicional Grito dos Excluídos e Excluídas levará às ruas da capital fluminense o grito "Fora Bolsonaro e Mourão". 

A concentração para a manifestação será na esquina da Rua Uruguaiana com a avenida Presidente Vargas, a partir das 9 horas. O uso de máscaras é obrigatório, de preferência as de melhor eficácia como a PFF2. Será o quinto grande protesto em pouco mais de três meses - o primeiro ocorreu em 29 de maio de 2021- que defenderá o fim do governo de extrema-direita e neoliberal.

A Associação dos Docentes da UFF (Aduff-SSind), Seção Sindical do Andes-SN, participará e convida a categoria e toda a comunidade da Universidade Federal Fluminense a ajudar na construção dos protestos - que também vão defender a educação pública e gratuita e as liberdades democráticas. Haverá manifestações em todas as regiões do país.

As campanhas contra a 'reforma' do governo para os serviços públicos vão levar aos atos a defesa do arquivamento ou rejeição da Proposta de Emenda Constitucional 32/2021, bandeira que foi incorporada à pauta dos protestos.

A mobilização ocorre num momento que pode ser decisivo para o desfecho da proposta do governo: o relator da PEC-32 na comissão especial da Câmara, Arthur Oliveira Maia (PP-BA), disse que entregará o seu parecer sobre a matéria na segunda-feira (30). A partir daí, o texto pode entrar na pauta de votação da comissão. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que pretende levar a proposta para apreciação em Plenário na primeira quinzena de setembro. Os movimentos contrários à 'reforma' querem intensificar as mobilizações para impedir que isso ocorra.

 

Defesa da vida, da vacina e de direitos

Também integram as reivindicações das manifestações programadas para o dia 7 de setembro a defesa da vida, com a exigência da aceleração da vacinação e aplicação de medidas sanitárias como testagem e distanciamento, políticas de geração de emprego e auxílio emergencial digno para quem está em situação de vulnerabilidade na pandemia. 

Outra exigência que ganhará destaque é a defesa da rejeição da nova 'reforma' Trabalhista, que já passou pela Câmara e agora se encontra no Senado Federal. O projeto elimina direitos e permite a contratação de trabalhadores sem que o empregador tenha que pagar a Previdência Social, o FGTS, férias e as horas extras nas condições previstas nas leis trabalhistas (CLT).

 

O Grito

O Grito dos Excluídos é um ato tradicional que ocorrerá pela 27ª vez, sempre no dia em que se comemora a Independência do Brasil. Com forte participação dos movimentos sociais, é de certa forma um contraponto aos desfiles oficiais que costumam celebrar os feitos dos governos e autoridades. 

Neste ano, além de ganhar uma articulação mais ampla em torno da bandeira "Fora Bolsonaro", ocorrerá no mesmo dia em que bolsonaristas programaram atos em defesa do governo. Os atos da extrema-direita carregam ainda bandeiras como a defesa da intervenção militar e de um golpe de Estado. 

Em São Paulo, o governador João Dória (PSDB) tenta proibir a realização da tradicional manifestação do Grito dos Excluídos por ser um protesto contrário ao governo Bolsonaro. O empresário que ocupa o Palácio dos Bandeirantes diz que só permitirá a realização dos atos a favor do presidente, que também defendem o golpe e a ditadura militar. Alega preocupação com a segurança para isso - embora os dois atos estejam programados ara locais distintos. Os movimentos que organizam o Grito dos Excluídos afirmaram que não vão admitir censura e cerceamento da liberdade de expressão e manifestação e que seguirão construindo o ato.

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Hélcio Lourenço Filho

Fonte: aduff.org.br

Família reconhece corpo achado na Marambaia como o de mulher que desapareceu em barco em Angra

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Publicado em 30 agosto 2021
  • Angra dos Reis,
  • Angra,
  • Leonardo Machado de Andrade,
  • Marambaia
  • quartel de Sepetiba,
  • mulher que desapareceu em barco em Angra

 

Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos, e o ex-marido, Leonardo Machado de Andrade, de 50, saíram para passeio em 22 de agosto

 

Paolla Serra e Diego Amorim

RIO — A família reconheceu na manhã desta segunda-feira que o corpo achado na Marambaia, no domingo, é o de Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos. Ela e o ex-marido, Leonardo Machado de Andrade, de 50, destavam desaparecidos desde 22 de agosto após passeio de barco em Angra dos Reis. As tatuagens ajudaram familiares a reconhecer por fotos o corpo de Cristiane. O cadáver será levado para o Instituto Médico-Legal no Centro do Rio. Leonardo segue desaparecido.

Nesta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros confirmou que um corpo do sexo feminino foi encontrado numa área pertencente ao Exército e levado para o quartel de Sepetiba, onde a família fez o reconhecimento pelas tatuagens de Cristiane. No domingo, o mar revolto e a intensa chuva que se estenderam ao longo da manhã e tarde na região impediram que os agentes chegassem até o local, acessível apenas por barco ou helicóptero. O professor titular de Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Nelson Massini, afirmou ao analisar as fotos do cadáver, que ele apresenta características de lesões provocadas pela fauna marinha.

— Animais como siri e caranguejo começam a atacar pelas partes mais moles do corpo, como lábios, pálpebras e mamilos e depois entrar nos orifícios que fazem. É preciso uma análise mais aprofundada para se chegar a causa da morte e o que motivou essas lesões, mas, à princípio, foram feitas dessa maneira — explicou o perito.

Desde o desaparecimento, o filho de Cristiane, Guilherme Brito, pede orações pela mãe e pelo ex-companheiro dela. Os dois estão desaparecidos desde que saíram em um barco para ver o pôr do sol. Num vídeo publicado nas redes sociais, Guilherme afirmou que tem recebido muitas mensagens de apoio. A viagem do casal, que estava separado, era uma tentativa de reconciliação.

— Peço que rezem para o Leonardo também, para ele estar bem, saudável, porque minha mãe, apesar de ser muito forte, não saberia sobreviver na mata, não saberia sobreviver no mar — disse.

O barco em que o casal estava era uma traineira que já havia pertecido a Leonardo. Ele pegou o barco emprestado para que ele e Cristiane fossem à Lagoa Verde assistir ao pôr do sol. Os dois saíram da Praia da Longa, em Ilha Grande. Fonte: https://oglobo.globo.com

Desaparecimento no mar de Angra: polícia faz levantamento da vida de casal para esclarecer sumiço

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Publicado em 27 agosto 2021
  • Angra dos Reis,
  • MISTÉRIO,
  • delegado Vilson de Almeida Silva, da 166ª DP
  • Leonardo Machado de Andrade,
  • Ilha Grande,
  • Mistério no Mar

 

Familiares estão sendo ouvidos para contribuir com elementos que possam ajudar a desvendar mistério

 

Geraldo Ribeiro

Leonardo e Cristiane estão desaparecidos desde domingo Foto: Reprodução

RIO — O delegado Vilson de Almeida Silva, da 166ª DP (Angra dos Reis), que está investigando o desaparecimento de Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos, e seu ex-companheiro Leonardo Machado de Andrade, de 50, disse que está analisando a vida dos dois para tentar entender o que aconteceu com eles. Para isso, está ouvindo familiares das duas partes,  para contribuir com elementos que possam ajudar a desvendar o caso. Uma das chaves do mistério, que nesta sexta-feira entra no seu quinto dia, é a embarcação em que estavam e não foi avistada durante as buscas feitas ao longo da semana. O casal está sumido desde a tarde de domingo, depois de ter saído em um passeio de barco na Ilha Grande, em Angra dos Reis.

— Estamos analisando a vida tanto dele (Leonardo) como dela (Cristiane) para tentar entender o que aconteceu. A linha de investigação é o desaparecimento. A gente quer encontrar o barco, mas eu não descarto nenhuma possibilidade. Estou ouvindo os familiares de um e de outro para ver se encontro algum elemento sobre o que aconteceu — disse o delegado, que já ouviu quatro pessoas dos dois lados.

O casal viveu junto por dois anos e estava separado por um período igual, mas ensaiava uma reconciliação. Na semana passada Cristiane aceitou o convite de Leonardo para passar o fim de semana na Ilha Grande, onde ele reside atualmente. O ex-companheiro pediu que um motorista viesse ao Rio buscá-la na sexta-feira e deveria trazê-la de volta na segunda-feira. Na tarde de domingo os dois saíram de barco para apreciar o pôr do sol de uma praia próxima, e desde então não deram mais notícias.

Segundo o filho, ela parecia feliz e comunicou que Leonardo havia comprado presentes para ela levar para os familiares e se despediu com um "até amanhã", dando a entender que retornaria ao Rio no dia seguinte

Segundo o delegado, o Corpo de Bombeiros e a Capitania dos Portos trabalharam nas buscas nesta quinta-feira, sem sucesso, mesmo feito uma varredura completa. As buscas devem continuar nesta sexta-feira.

Os filhos de Cristiane, Guilherme e Pamella Brito montaram um verdadeiro diário virtual, onde desde o começo da semana vão postando todo tipo de informação que possa ser útil na localização da mãe e de seu ex-companheiro. As postagens rarearam, mas a campanha ganhou um novo aliado. O Disque Denúncia divulgou e publicou nas suas redes sociais, um cartaz com fotos dos dois, dando início a uma campanha para ajudar na busca por pistas sobre o que aconteceu com o casal.

Numa das poucas postagens que fez, Guilherme lançou um apelo emocionado por informações que ajudem os bombeiros e a polícia a encontrar sua mãe e o ex-companheiro dela. Em uma rede social, o rapaz disse que recebeu mensagem falando sobre um pedido de ajuda que alguém teria feito no domingo, mas em horário diferente ao que o casal foi visto pela última vez.

— Recebi uma imagem de alguém em Mangaratiba que teria pedido ajuda, no domingo. A questão do horário não bater muito, mas é uma das opções. Não estamos descartando nada. Peço que ajudem da forma que puderem. Compartilhando a foto dela (da mãe e de Leonardo), a imagem dele, de perguntar se conhece alguém de Angra, de Paraty. Qualquer ajuda é muito bem-vinda. Qualquer notícia relevante pode mandar para mim. Estamos olhando tudo — disse Guilherme, visivelmente emocionado.

Nesta quinta-feira, bombeiros de Sepetiba, Paraty, Angra dos Reis, Sepetiba e Mambucaba fizeram buscas por ilhas da Baía de Angra dos Reis e pelo mar, para tentar localizar o casal desaparecido ou a embarcação que era usada por eles. A ação conta com o uso de motos aquáticas e barcos.

— Nossa prioridade é encontrar a embarcação para entender o que está acontecendo nesse desaparecimento — disse o delegado Vilson de Almeida Silva.

As buscas tiveram início ainda no domingo, quando um funcionário de Leonardo começou a perguntar a conhecidos se tinham alguma informação sobre o casal. O delegado disse que diferentes órgãos participam de uma varredura na região à procura da embarcação. Ele acredita que, ao conseguir localizar o barco, possivelmente encontrará o casal ou terá pistas sobre o paradeiro.

Campanha é nova aliada por buscas 

O Disque Denúncia pede para quem tiver alguma informação para entrar em contato pelos seus canais oficiais, que são os números 2253-1177 e (21) 98849-6254 (WhatsApp) ou pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. Fonte: https://oglobo.globo.com

Família faz apelo para encontrar casal que saiu para ver pôr do sol no mar em Angra e desapareceu

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Publicado em 24 agosto 2021
  • Angra dos Reis,
  • Leonardoi Machado de Andrade
  • Cristiane Nogueira da Silva

 

Embarcação em que os dois estavam ainda não foi encontrada

 

RIO - Guilherme Brito lançou nas redes sociais um apelo para ajudarem a localizar sua mãe, Cristiane Nogueira da Silva e o ex-padrato Leonardoi Machado de Andrade. Num vídeo postado numa rede social, o rapaz conta que o casal saiu na tarde de sábado para apreciar o pôr do sol de  uma das praias de Angra dos Reis e desde então então nao foi mais vistos.

O rapaz conta no vídeo que a mãe viajou para Ilha Grande, onde o ex-padrato está morando atualmente, na sexta-feira e deveria ter retornado na segunda-feira, ao meio dia. Mas, desde o domingo, por volta das 10h, que a família perdeu o contato com ela.

Inicialmente achavam que era por conta de problemas com sinal de telefonia celular, mas um motorista da família enviado ao local para levá-la de volta para o Rio  também não a encontrou. Por meio de pessoas que trabalham para Leonardo, descobriu que o casal estava desaparecido desde as 16h30 de domingo.

-Minha mãe não é de ficar sem contato com a gente - disse o rapaz que foi para Angra acelerar as buscas.

Ele contou que acionou as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos, que ainda não conseguiram localizar o casal nem tiveram informações sobre a lancha. Fonte: https://oglobo.globo.com

Haiti, o bispo de uma das dioceses mais duramente atingidas: "Está faltando tudo"

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Publicado em 19 agosto 2021
  • Haiti,
  • terremoto no Haiti
  • dom Pierre André Dumas,
  • Anse-à-Veau-Miragoâne,

 

O número de vítimas do terremoto que atingiu o país aumentou: 2.189 mortos e 12.000 feridos. O testemunho de dom Pierre André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne: habitações, paróquias e casas canônicas foram destruídas. Religiosos e missionários prontos para ajudar: "Eles são o testemunho de que Deus nunca abandona ninguém". A Conferência Episcopal Italiana aloca um milhão de euros.

Federico Piana – Vatican News

Quanto mais o tempo passa, mais dramático se torna o balanço das vítimas do terremoto que devastou o Haiti em 14 de agosto. Os últimos dados divulgados pela Agência de Proteção Civil do país, colocam o número de mortos em cerca de 2.189, enquanto o número de feridos subiu para quase 12.000. As operações de resgate das últimas horas foram complicadas pela passagem da tempestade tropical Grace, mas apesar das dificuldades encontradas por voluntários e forças policiais, 16 pessoas foram encontradas vivas sob os escombros de um antigo prédio da ONU na aldeia de Brefet. E enquanto a Cáritas faz soar o alarme sobre a falta de alimentos e água, a Conferência Episcopal Italiana decidiu destinar um milhão de euros em ajuda, financiada através da taxa 8X1000, e convocou um dia de oração em todas as paróquias italianas para o próximo domingo.

 

Momento difícil para se viver com fé

"É um momento difícil, um momento de provação que temos que viver com muita fé", disse dom Pierre André Dumas, bispo de Anse-à-Veau-Miragoâne, uma das dioceses mais duramente atingidas no Haiti. "É também um momento", acrescentou o prelado, "em que temos que intervir, ficar perto e escutar as necessidades do povo".

 

Destruídas sete em cada dez casas

Toda a área da diocese de Anse-à-Veau-Miragoâne foi literalmente arrasada: sete em cada dez casas foram destruídas pelo forte terremoto de magnitude 7,2. "Ainda não temos contato com as pessoas que vivem nas montanhas e em áreas isoladas", disse o bispo. As pessoas agora precisam de tudo, até mesmo de água. É por isso que estamos pedindo a ajuda de outros países.

 

Igreja local em ajuda aos mais fracos

Dom Dumas disse que os padres de sua diocese, junto com as religiosas e missionários, estão fazendo o melhor possível para ajudar os sobreviventes: "O acompanhamento de meus padres, irmãs e irmãos religiosos é constante", afirmou. "Momentos de solidariedade se alternam com momentos de oração. Além disso, as poucas necessidades básicas que nossa Igreja local recebeu foram imediatamente compartilhadas".

 

Metade das igrejas arrasadas

A situação das estruturas diocesanas também é dramática: muitas casas canônicas e paróquias foram literalmente arrasadas. Fizemos algumas verificações", explicou dom Dumas, "e percebemos que mais da metade das igrejas não estão mais lá". Mas, apesar de tudo, os padres estão presentes: eles acompanham os fiéis e tentam atender às suas necessidades. Eles estão entre o povo para mostrar que Deus não abandonou seu povo". Fonte: https://www.vaticannews.va

Duas pessoas 'caem de avião' ao tentar fugir de Cabul com a chegada do Talibã

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Publicado em 16 agosto 2021
  • Internacional,
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  • Talibã
  • aeroporto de Cabul

Por: Fernando Moreira 

Duas pessoas caem após tentarem se agarrar a avião que decolara de Cabul Foto: Reprodução

Ao menos duas pessoas "caíram de um avião militar americano" que decolara nesta segunda-feira (16/8) do aeroporto de Cabul (Afeganistão) em tentativa desesperada de fugir do país após a chegada do Talibã à capital, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais. Não há confirmação oficial sobre o caso ou sobre a identidade dos envolvidos. Segundo o jornal britânico "Guardian", ao menos três pessoas teriam caído da aeronave dos EUA. Um vídeo mostra os corpos de três pessoas — dois homens e uma mulher — caídos no chão no complexo do aeroporto Hamid Karzai, acrescentou o diário.

Um tumulto no terminal superlotado de pessoas ávidas para fugir de Cabul causou a morte de ao menos cinco pessoas. Em cenas caóticas que ecoam a queda de Saigon no fim da guerra do Vietnã, homens, mulheres e crianças foram filmados tentando entrar em aviões depois que o Talibã invadiu a capital e tomou o palácio presidencial. Aeronaves dos EUA foram enviadas a Cabul para retirar americanos da cidade.

Segundo o "Sun", duas pessoas caíram de um avião de transporte C-17, da Força Aérea dos EUA, de uma altura de centenas de metros. Eles teriam se agarrado ao trem de pouso ou à fuselagem na lateral da aeronave, de acordo com imagens divulgadas amplamente nas redes sociais. Fonte: https://extra.globo.com

Pai de Lucas Santos desabafa após morte do jovem: "Nunca é tarde para procurar ajuda"

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Publicado em 05 agosto 2021
  • Suicídios,
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  • Adolescente de 16 anos tira a vida
  • César Soanata,

Adolescente, de 16 anos, tirou a própria vida depois de receber comentários homofóbicos por um vídeo que publicou no aplicativo de mídia TikTok

 

César Soanata lamenta perda do filho, Lucas Santos (Foto: Reprodução/Instagram)

O empresário e cantor César Soanata, pai de Lucas Santos, de 16 anos de idade - de sua relação com a ex, a cantora Walkyria Santos - desabafou sobre a perda do adolescente no Instagram nesta quarta-feira (4). O jovem, que foi encontrado morto em casa, em Natal (RN) nesta terça-feira (3), tirou a própria vida após receber comentários homofóbicos por um vídeo que publicou no TikTok. Walkyria ainda é mãe de Bruno, de 20 anos, também com César, e de Maria Flor, de 10, de outra relacionamento. Em um vídeo postado na rede social depois do sepultamento de Lucas, César agradeceu pelas milhares de mensagens que tem recebido desde a notícia da morte do filho.

"Agradeço pelas condolências e pêsames que venho recebendo desde ontem. Eu não tenho como falar, não tenho como expressar a minha gratidão a vocês porque, graças ao meu bom Deus, à minha família e aos amigos, estou aqui de pé. Eu já falei ontem no velório do meu filho, eu já falei hoje de novo e vou falar milhões de vezes se for necessário: 'a morte do meu filho não vai passar em branco. Eu tenho certeza que Deus me deu uma missão e que irei cumprir essa missão, que é tentar abrir os olhos dos pais e das mães que a vida é muito mais do que uma curtida na rede social, é muito mais do que uma postagem com visualizações'", disse.

César continuou seu desabafo criticando os haters, pessoas que postam comentários de ódio ou crítica na web sem nenhum critério. "A humanidade está doente, totalmente doente. A depressão, infelizmente... Agora estou sentindo na pele... Porque a gente acha que só acontece na casa do vizinho e, infelizmente, aconteceu na minha casa e, infelizmente, eu não estava perto para tentar fazer algo. Estou fazendo esse vídeo para você pai, para você mãe, para você jovem, para você adulto: 'nunca é tarde para procurar apoio, nunca é tarde para procurar ajuda'", encorajou.

O pai do adolescente direcionou seu discurso aos responsáveis. "Você pai, você mãe, faça questão de estar perto dos seus filhos o máximo que puder, faça questão de deixar claro para eles que vocês não são só pai e mãe e sim que vocês são os melhores amigos, o amigo que dá a vida por eles. Para que o jovem possa entender que conversar com o pai ou com a mãe não é ter a certeza de que será castigado ou punido e sim ouvido. A gente precisa cuidar da nossa juventude. As pessoas precisam de mais amor, mais empatia, mais respeito, amor ao próximo e, principalmente, Deus no coração", opinou. Fonte: https://revistaquem.globo.com

Declarada guerra no vídeo social

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Publicado em 30 julho 2021
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Por Pedro Doria

Ao longo de julho, YouTube, Instagram e a chinesa TikTok anunciaram mudanças grandes em suas plataformas. Num dos casos — o Instagram —, mudanças que incomodaram muito os usuários. Em todos, houve mostra de que um entrante com os bolsos recheados de dinheiro conseguiu abrir uma fissura em dois dos principais monopólios do Vale do Silício. Esta é uma história que ilumina a transformação por que o vídeo está passando no digital e, ao mesmo tempo, revela que a briga entre China e EUA na tecnologia está se acirrando para além dos aparelhos e algoritmos, chegando ao campo do conteúdo.

Alguns números revelam o cenário. Nesta quarta-feira, a holding do Google, Alphabet, anunciou que o YouTube faturou US$ 7 bilhões no segundo trimestre em publicidade, um crescimento de 83% em relação ao mesmo período no ano passado. Talvez não tenhamos o hábito de pensar no YouTube como uma empresa de streaming de vídeo — mas compare com a maior delas, a Netflix. Faturou ao todo US$ 7,34 bilhões no mesmo período. E cresceu menos de 20% em relação a 2020.

Ainda assim, a principal novidade do YouTube em julho foi o Shorts — vídeo vertical, com no máximo um minuto. A plataforma está incentivando ao máximo quem produz para ela a aproveitar esse formato. Afinal, é o formato-padrão de outra plataforma. O TikTok.

Outro número revelador: usuários de smartphones Android, nos EUA e no Reino Unido, passaram em média 24,5 horas de maio ligados no app chinês. Eles passaram 22 horas ligados no YouTube, segundo a App Annie, uma empresa que faz essas medições. Não é à toa que os californianos estão correndo atrás.

Pois a briga tem caminho de ida, mas também de volta. O YouTube lançou seu projeto de vídeos curtos, e o TikTok estendeu o limite de seus vídeos para três minutos. Não é difícil explicar — os vídeos de dancinhas e dublagens, das muitas moças de biquíni, até divertem, mas certos tipos de conteúdo exigem mais espaço. Para poder enfrentar o YouTube e atrair conteúdo mais profundo, o TikTok abriu o flanco da minutagem.

Quem ficou correndo atrás foi o Instagram, a rede social de fotografias do Facebook. Por um lado, já atingira um ponto de maturidade, com inúmeras celebridades próprias que criaram audiências para lá do milhão e fazem dinheiro na plataforma. Por outro, vinha perdendo espaço na briga do vídeo, crescendo em ritmo aquém dos concorrentes.

Neste mês, bateu o bumbo para novidades em dois momentos. No primeiro, falou de novas possibilidades para que os influenciadores façam mais dinheiro na plataforma. Tem de participação em publicidade a possibilidade de vender produtos. Umas semanas depois, anunciou que o Insta não é mais uma plataforma de fotos, puxou sua imitação de TikTok, o Reels, de 30 segundos para um minuto e revelou que o algoritmo apresentará cada vez mais vídeos e menos fotos. Além disso, muitos daqueles que criam no Insta perceberam que estão perdendo visibilidade de forma acelerada.

Ou seja: primeiro o Insta deu um prêmio — mais possibilidades de fazer dinheiro. Depois veio com o porrete, desestabilizou todo mundo.

O YouTube tomou o cuidado de não fazer isso. E não é à toa. Primeiro, está numa posição defensiva, mas tem gordura. Segundo e mais importante, este é um jogo em que, após anos sugando quem produz o que as pessoas veem, as plataformas começam a ter de disputar quem dominou a arte de produzir em sua linguagem. Quem de fato atrai o público. O Insta pode ter cometido um erro sério.

Por isso monopólios são ruins. Por isso concorrência funciona. E já está entrando com força outro chinês neste jogo. É a Kwai. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com

Popularidade em queda? Instagram remove ícone do IGTV do feed principal

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Publicado em 22 julho 2021
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  • TikTok
  • Instagram remove ícone do IGTV do feed principal
  • aplicativo Instagram
  • Instagram TV
  • ícone IGTV é retirado
  • mudanças no instagram

Popularidade em queda? Instagram remove ícone do IGTV do feed principal

 

Você costuma acessar o Instagram TV (IGTV), seção do da rede social dedicada somente aos streaming de lives e outros conteúdos em vídeo? Pois é, embora mais de 7 milhões dos mais de 1 bilhão de usuários mensais do Instagram já tenham baixado o app independente dessa plataforma, ao que parece, ninguém dá muita bola para seu botão dedicado na página inicial. E justamente por isso é que ele deve sumir

Lançado em junho de 2018, o IGTV veio para oferecer mais “tempo de tela” para os criadores e marcas. Mas, a surpreendente ascensão do TikTok ofuscou essa iniciativa. Só para ter uma ideia, o aplicativo chinês de vídeos musicais curtos foi baixado mais de 1,15 bilhão de vezes nesse mesmo período — somente nos Estados Unidos, o TikTok teve 80,5 milhões de downloads, em comparação com 1,1 milhão do IGTV, nos últimos 18 meses.

Tudo bem que o TikTok vem recebendo investimento massivo de marketing em todas as partes do mundo, mas esses números podem ser considerados um fracasso para o IGTV.

“Enquanto continuamos a trabalhar para facilitar a criação e descoberta de conteúdo IGTV, aprendemos que a maioria das pessoas encontra conteúdo IGTV por meio de visualizações no Feed, o canal IGTV no Explore, os perfis dos criadores e o aplicativo autônomo. Muito poucos estão clicando no ícone IGTV no canto superior direito da tela inicial no aplicativo Instagram”, disse um porta-voz da empresa do Facebook ao TechCrunch.

"Sempre pretendemos manter o Instagram o mais simples possível, removendo esse ícone com base nesses aprendizados e nos comentários de nossa comunidade", acrescentou.

 

Usuários continuarão vendo o IGTV no Instagram

O IGTV vai deixar de estar na página principal, mas continuará na rede social. Para acessar, você só precisa ira até a aba de Descobertas e entrar no botão, que fica na parte superior esquerda da página. Fora isso, nada muda.

E, talvez, aí esteja o erro do Facebook no momento. Segundo especialistas os principais fatores para a baixa do IGTV no momento são a falta de ferramentas e oportunidades de monetização, conteúdos exclusivos pouco atrativos e limitações. As celebridades contratadas, por exemplo, não podem fazer quaisquer menções políticas, sociais ou sobre eleições e somente têm reembolso de custos de produção, sem lucro algum.

Ainda não dá para saber ao certo qual será o futuro do IGTV, mas certo mesmo é que ele precisa de mais investimentos e nova regras de monetização, além, claro, de conteúdo — o próprio Instagram sabe disso e vem tentando solucionar essa última questão ao permitir que vídeos sejam postados a partir da interface principal. Se não mudar, o app corre o sério risco de ser ofuscado de vez por concorrente como o TikTok e o Quibi. Fonte: TechCrunch; https://canaltech.com.br

 

INFLUENCER GUI PAGNONCELLI É RÉU POR CRIME DE ESTELIONATO, EM ALAGOAS

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Publicado em 02 julho 2021
  • CIMI,
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  • GUI PAGNONCELLI
  • influencer Digital Gui Pagnoncelli,
  • influencer Digital
  • Polícia Civil de Alagoas,

 

Foto: Reprodução/Istagram @guipagnoncelli_

 

O influencer Digital Gui Pagnoncelli, 30 anos, é alvo de um inquérito por crime de estelionato, movido pelo Ministério Publico de Alagoas e aceito pela Justiça Alagoana. O caso está sob a responsabilidade da 3º Vara Criminal da Capital, em Maceió, desde o mês passado.

Além do crime de estelionato, o influenciador digital está sendo investigado pelo crime de falsificação de laudos médicos.

Gui Pagnoncelli é o nome de Gilson Wagner da Silva natural de Diadema (SP) que atualmente mora em Maceió, capital de Alagoas. Gui foi diagnosticado, em 2012, com um tipo de câncer agressivo, conhecido como adenocarcinoma, período em que ele teria feito um procedimento cirúrgico de grande complexidade, para retirar seu estômago, duodeno e parte do intestino.

Na época diversas celebridades como Ivete Sangalo, Celso Portiolli, Pablo Vittar entre outros abraçaram a causa do Gui, o levando a se tornar destaque nacional, por sua luta contra o câncer. 

Porém a bonita história de Gui se tornou alvo de várias denúncias, de que ele já estaria curado e ganhando fama e dinheiro devido a doença. Nas redes sociais, Gui postava constantemente que estava em hospitais, fazendo tratamento contra o câncer. Uma de suas idas ao hospital, em 2020, se tornou alvo de investigação, por parte da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas, após denúncia de fraude.

Gui ainda chegou a afirmar que estava sendo vítima de calúnia e difamação e apresentou documentos médicos para a DEIC e para a justiça. Porém há suspeita que os documentos sejam falsos.

O médico Glauco Moreira Leitão alegou em declaração “que não omitiu ou subscreveu relatório médico apresentado pelo agravado no processo de origem". Além dele, a médica Patrícia Cerqueira Wanderley também alegou que prescreveu a Gui uma “dieta aberta”, mas que foi surpreendida com um documento que ela não havia entregue ao paciente após questionamentos do plano de saúde do influenciador.

A investigação culminou no processo que está nas mãos do juiz Carlos Henrique Pita Duarte desde o dia 03 de maio. Esta semana, as redes sociais do influencer foram desativadas.

Em contato com o Tribunal de Justiça e com o Ministério Público de Alagoas, o Portal Já É Notícia foi informado que o processo contra o influencer corre em segredo de justiça.

 

A farsa para conseguir dinheiro

Em 2017, o influencer afirmou que teria no máximo 8 meses de vida. e que sua chance de viver seria através de um transplante a ser feito nos Estados Unidos. Ele inicialmente pediu doação de R$ 50 mil. O valor foi arrecadada em menos de 24h, através de uma vaquinha online criada por ele. Em seguida ele alterou o valor da meta para R$ 100 mil. Posteriormente, o valor subiu para R$ 350 mil e em uma quarta vez, o valor da meta subiu para R$ 3 milhões, que seria o valor do suposto transplante.

Em 2018, já após ter ultrapassado "seu tempo de vida", Gui arrecadou R$ 380 mil e informou que não havia viajado pois estava com a imunidade baixa. Apesar de não ter viajado, ele continuou pedindo dinheiro para fazer o suposto transplante.

No fim de 2018 ele postou uma nota fiscal de compra no valor de R$ 41 mil, para um tratamento de imunoterapia e que já teria gasto todo dinheiro arrecadado no tratamento. Segundo ele, ainda precisava de R$ 250 mil para continuar seu tratamento.

O caso começou a ser questionado em 2019, quando ele criou outra vaquinha online com meta de R$ 50 mil. Na época, ele disse estar perdendo a luta contra o câncer e chegou a reutilizar fotos antigas de procedimentos e internações.

Em julho de 2020 ele criou outra vaquinha online, mas foi fechada em seguida, sem conseguir doações. Na mesma época, ele fez postagens afirmando que estava entre a vida e a morte, e solicitando ajuda financeira. Fonte: https://www.jaenoticia.com.br

Isenção jornalística em tempos de autoritários digitais

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Publicado em 02 julho 2021
  • Jornalismo,
  • Mídias sociais,
  • autoritários digitais
  • não há democracia sem jornalismo

Isenção jornalística em tempos de autoritários digitais

Não há jornalismo real fora da democracia assim como não há democracia sem jornalismo

 

Por Pedro Doria - O Estado de S. Paulo

Uma das perguntas mais comuns que nós jornalistas recebemos é a respeito da isenção. Às vezes vêm em tom provocador, noutras como curiosidade — mas é uma pergunta perfeitamente natural. Uma pergunta que, feita hoje em dia, necessariamente toca em questões bastante profundas. Tanto a ascensão de movimentos populistas autoritários pelo mundo quanto mudanças de linguagem criadas pela comunicação digital nos forçam a voltarmos aos fundamentos essenciais do jornalismo.

O jornalismo existe para servir à democracia. Uma coisa está amarrada à outra. Não há jornalismo real fora da democracia assim como não há democracia sem jornalismo. Muito cedo se compreendeu que, para democracias funcionarem, era preciso uma estrutura de informação a respeito do que se passa nas estruturas de poder e na sociedade que não fizesse, porém, parte do Estado. Tinha necessariamente de ser independente. Não poderia estar veiculado a um grupo político.

O motivo, e já havia compreensão a este respeito no século 18, é que para votar precisamos todos estar informados. Democracias funcionam bem quando há informação de qualidade e em quantidade à disposição de todos os eleitores. Informação sobre os fatos, mas também informação sobre os argumentos em curso no debate público. Quem é contra, quem é a favor, defende como suas posições?

Por isso é sempre importante voltar aos fundamentos. O jornalismo é uma instituição essencial da democracia. No jogo político habitual, o dos partidos que disputam poder, ele deve sempre estar de fora como observador crítico. Não quer dizer sempre contra em suas análises, mas quer dizer sempre desconfiado.

Não há mistério por trás da ideia de isenção jornalística. Outras profissões também exigem que as pessoas exerçam desprendimento a respeito de suas convicções pessoais. O psicanalista precisa deixar seu ego de lado ao ouvir quem está no divã. O advogado precisa deixar seus sentimentos sobre um crime de lado ao defender seu cliente. O médico, o padre, tantos trabalham separando crenças pessoais da atuação profissional. Porque esta é a natureza da função.

A isenção, porém, vale para o jogo político habitual. Porque, um degrau acima, o jornalismo tem lado — é o lado da democracia. No momento que se implanta, um governo autoritário tentará controlar o que pode ser publicado. É por isso que autoritários prendem jornalistas, matam jornalistas ou tentam controlar o jornalismo por ameaças. Aliás, sintoma de autoritarismo é como o governante lida com a imprensa crítica.

Benjamin Netanyahu, em Israel, quase partiu as três principais redes de TV do país argumentando que representavam monopólios. Um grupo grande de jornais, lá, cedeu perante ampla verba de publicidade. Na Rússia, jornalistas independentes são assassinados, mesmo. A toda hora. No Brasil, Jair Bolsonaro atua na base da intimidação direta a repórteres que lhe fazem perguntas. É particularmente agressivo quando são mulheres a perguntar.

Não é tão simples censurar a imprensa no tempo da internet, mas a desinformação cumpre o mesmo objetivo. E o digital, principalmente após a entrada das redes sociais que selecionam o que vemos com base em algoritmos, é uma máquina que facilita à desinformação que se espalhe.

Então, se democracias dependem de uma população informada, quem atua para produzir e distribuir desinformação está conscientemente atentando contra o regime. Desafios trazidos pela tecnologia sempre fizeram parte da história do jornalismo. Para nossa geração, o desafio é um só. Restabelecer, na sociedade, o predomínio da informação sobre os falsários. Fonte: https://link.estadao.com.br

Transexual é morta a tiros após ser chamada por motorista em rua de Londrina

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Publicado em 01 julho 2021
  • Transexual é morta em Londrina
  • Londrina

Câmera de segurança registrou vítima sendo baleada. Segundo testemunhas, atirador realizou os disparos logo após chamar a vítima, sem nenhuma conversa prévia. O suspeito fugiu do local do crime, foi localizado pela polícia e morreu após entrar em confronto com os militares.

 

Por G1 PR e RPC Londrina

Uma transexual de 26 anos foi morta a tiros em Londrina na noite de quarta-feira (30). O crime, que aconteceu na Rua Cabo Verde, esquina com a Avenida Leste Oeste, foi registrado por imagens de segurança em uma câmera. 

O suspeito fugiu do local, foi perseguido pela polícia e morreu após uma troca de disparos.

 

Imagens registraram crime

Conforme o registro divulgado pela Polícia Militar, uma caminhonete para na via e chama a vítima que está do outro lado da rua. Ela é atingida por disparos quando chega perto do veículo. Depois disso, o motorista foge.

Mesmo ferida, a transexual corre para pedir ajuda.

Segundo o relato de testemunhas a Polícia Militar, o atirador realizou os disparos logo após chamar a vítima, sem nenhuma conversa prévia.

Durante a fuga, a caminhonete foi localizada por uma equipe do Batalhão de Choque da PM. A polícia afirma que tentou parar o veículo, mas o motorista acelerou e seguiu sentido Ibiporã, na BR-369, e houve perseguição.

O condutor perdeu o controle da direção próximo ao Ceasa e bateu a caminhonete. A PM afirmou ainda que, depois disso, o motorista sacou a arma de fogo e começou a atirar contra os policiais, que revidaram. O suspeito foi atingido e morreu no local.

Os dois corpos foram levados ao Instituto Médico-Legal de Londrina. Fonte: https://g1.globo.com

Após 3 meses do desaparecimento de menino de 11 anos na Bahia, família segue sem respostas; 'Nunca mais dormi', diz mãe

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Publicado em 29 junho 2021
  • povoado de Varzinha,
  • Davi Lima Silva,
  • Secretaria de Segurança Pública da Bahia
  • Itiúba
  • crianças desaparecidas

 

 

Três meses se passaram desde o desaparecimento de Davi Lima Silva, de 11 anos, e a mãe do garoto, Lilia Lima, de 39 anos, continua sem respostas. Filho único, o menino desapareceu após ter saído da casa de uma tia em direção à residência da avó, no povoado de Varzinha, na zona rural de Itiúba, norte da Bahia.

Ao G1, Lilia Lima, que trabalha como fotógrafa, conta que mora em Salvador com o esposo e com o filho. Quando o menino desapareceu, ele estavam em Itiúba para visitar a família.

“A gente mora em Salvador, sempre morou em Salvador, e só ia para lá para passar Natal, Ano Novo, Páscoa... com a família”, contou Lilia Lima.

Desde que o filho sumiu, os olhos de Lilia não fecham durante a noite, e se alimentar se tornou cada vez mais difícil.

“Até agora eu me pergunto todos os dias, todas as noites... Eu nunca mais dormi, nunca mais me alimentei, meu filho dormia abraçado comigo. Ele só dormia comigo”, disse Lilia Lima.

“É tudo muito estranho, é tudo muito estranho... Até agora eu não consigo explicar. É muito triste."

 

Visitas à Secretaria de Segurança

Desde que Davi Lima Silva desapareceu, a mãe dele tem ido até a sede da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) uma vez por semana em busca de respostas. No entanto, ela sempre escuta que o caso está em sigilo, sendo investigado.

“Falam que é sigilo e não podem falar até o momento, porque pode atrapalhar o andamento da investigação", relatou a mãe do garoto.

"É só isso que eles passam para a gente. Toda semana eu vou na Secretaria Pública de Segurança, e a delegada passa essa informação para mim. A entidade daqui [Salvador] cobra a de lá [Itiúba], e eles falam a mesma coisa: que não pode falar, que estão trabalhando, buscando uma forma, e pediram mais um prazo de 30 dias para continuar as investigações."

De acordo com a fotógrafa, a falta de resposta faz com que a angústia aumente mais.

“Eu não consigo entender esse sigilo, esse prazo que eles vão dando, porque era 30, depois 60, já foi 90 e mês que vem completa 120 dias. É uma angústia que não termina, muito difícil”, desabafou.

 

'Eu nunca deixei meu filho'

"Eu nunca deixei meu filho nem no condomínio onde a gente mora. Meu filho não brincava, só porque eu não deixava. Nem eu, nem o pai. Nem com todas as câmeras do condomínio que a gente mora, o único lugar que eu deixava ele era com minha irmã e com minha mãe”, disse Lilia, explicando como era a rotina de Davi, sempre debaixo dos olhos dos pais.

No dia em que o garoto desapareceu, ele estava sob os cuidados da tia, pois Lilia fotografava uma gestante.

“Nunca deixei ele sozinho. No dia que ele desapareceu, ele estava com minha irmã. Eu deixei ele com ela, para fotografar, e em menos de duas horas ela simplesmente me disse que ele tinha desaparecido, que correu e desapareceu”, contou.

A mãe do garoto ressalta que, por não morar no povoado, Davi não conhecia muitas pessoas no local.

“Davi só brincava com um amiguinho e dois primos, porque a gente não morava no interior, a gente foi para lá para passear, então ele não tinha amizade lá”, afirmou.

“Ele não tinha amiguinhos, não tinha costume de ir para casa de ninguém, porque ele não tinha amizades em Itiúba."

 

Relembre o caso

Davi foi visto pela última vez no dia 28 de março, após sair da casa de uma tia, em direção à residência da avó. Os imóveis são próximos um do outro e, segundo os familiares, o menino fazia o percurso com frequência.

De acordo com a tia do garoto, no dia do desaparecimento ele estava muito agitado. Davi estava usando uma camisa de cor cinza e um short estampado no dia em que desapareceu.

“O trajeto da casa de minha irmã para a casa de minha mãe ele sabia. Tantas vezes eu já mandei ele ir, ficava olhando e via ele chegar. Ainda falava que Davi estava indo”, disse a mãe do menino.

Ainda segundo a família, um vizinho informou que ele seguiu em direção a uma serra próxima ao povoado, mas desde então não há informações sobre o garoto.

Familiares disseram que uma pessoa teria ouvido gritos de socorro em uma região de mata, na localidade de Laje da Cruz, também em Itiúba. Mas como essa pessoa não sabia que alguém na área estava desaparecido, não foi averiguar.

 

Mistério e investigações

A família do garoto recebeu um relatório da polícia, ao qual o G1 teve acesso, que relata que inicialmente foi realizada uma busca com apoio de drones, helicóptero do Graer e cães farejadores da PM, bombeiros, COE da Polícia Civil da Bahia, e que o resultado de todos os cães farejadores foram idênticos e apontaram que a criança foi levada por um automóvel.

De acordo com o relatório, também foi realizada uma busca com um cão farejador de cadáver dos bombeiros, e o resultado foi negativo para cadáver em toda a região onde possivelmente o menino poderia ser encontrado, inclusive no local onde sandálias do menino foram achadas.

Ainda segundo o documento, no inquérito policial já foram ouvidas todas as possíveis testemunhas e suspeitos, e diligências estão em andamento, em sigilo.

O G1 entrou em contato com a Polícia Civil, para saber como estão os andamentos do caso e entender o motivo do sigilo, mas não recebeu respostas até a publicação desta reportagem. Fonte: https://g1.globo.com

A verdade nos libertará

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Publicado em 27 junho 2021
  • COVID-19
  • imprensa
  • infodemia
  • jornalismo no Brasil
  • Digital News Report
  • ataques verbais e físicos a jornalistas,
  • the winner takes most

A população brasileira é a mais preocupada com a desinformação e fake news sobre a covid-19

 

Quando um inimigo invisível invade os corpos de milhões de pessoas no mundo inteiro, a informação confiável se mostra literalmente uma questão de vida ou morte. Na década de 2010, a confiança na imprensa caiu consistentemente, mas no último ano essa tendência sofreu uma reversão brusca. O porcentual de pessoas que dizem acreditar na maioria das notícias na maior parte do tempo subiu de 38% para 44%. Esta é uma das constatações do Digital News Report anual do Instituto Reuters, ligado à Universidade de Oxford, que contempla 46 países responsáveis por metade da população mundial.

Com a “infodemia” de notícias falsas e teorias da conspiração sobre a covid em geral, e a invasão do Capitólio nos EUA em particular, o anseio por informações verdadeiras beneficiou marcas reputadas, tanto em termos de maior alcance e mais confiança como de assinaturas. “A distância entre ‘the best and the rest’ cresceu, assim como a distância entre as mídias de notícias e as mídias sociais.” Boa parte das assinaturas se concentrou em poucos grandes veículos, “reforçando a dinâmica ‘the winner takes most’”.

Mas, se a pandemia reverteu algumas tendências, ela acelerou outras, como a migração para um ambiente digital dominado pelas plataformas e acessado por dispositivos móveis. O desempenho do noticiário televisivo segue forte, mas a pressão sobre jornais e revistas, em plena e penosa metamorfose do papel para as telas, aumentou. Tanto mais que as novas assinaturas digitais não chegaram perto de compensar as perdas das assinaturas impressas. E, embora o modelo de assinaturas esteja se tornando sustentável para um número crescente de publicações de alta qualidade ou de nicho, a maior parte do público ainda não está disposta a pagar pelas notícias online.

É preocupante que, apesar do “surto” de confiança, o interesse pelas notícias em geral siga um declínio histórico. Especialmente desafiador para os veículos de imprensa é que tanto os partidários políticos como os jovens tendem a se sentir injustamente representados. Entre os jovens até 25 anos (a Geração Z) há uma diferença de percepção radical, mesmo em relação aos seus antecessores millennials. Esses “nativos digitais” têm muito mais propensão a utilizar as redes sociais (sempre mescladas pelo entretenimento e distração) para exprimir sua indignação política e colher informações, e menos propensão a visitar sites de notícias ou buscar notícias imparciais.

“Numa era em que o consumo de notícias se tornou mais abundante, fragmentário e turbulento, os veículos de imprensa enfrentam uma escolha.” Uma opção é aprofundar o relacionamento com um público específico, por meio de posicionamentos assertivos que representem e repercutam suas visões e aspirações. Por outro lado, os veículos podem tentar erguer pontes entre essas divisões para atingir o maior público possível – uma postura favorecida por 3 em 4 entrevistados. Neste caso, o desafio é abranger diferentes pontos de vista sem ser solapado pelas guerras partidárias e culturais.

A propósito, no Brasil a Federação Nacional dos Jornalistas registrou em 2020 428 ataques verbais e físicos a jornalistas, incluindo dois homicídios – o maior número desde o início dos anos 90. A entidade vê na retórica truculenta do presidente Jair Bolsonaro – só ele  autor de 175 agressões verbais – a maior responsável pelo aumento de ocorrências. Segundo o Repórteres sem Fronteiras, Bolsonaro e seus correligionários fomentaram uma atmosfera de “ódio e desconfiança contra o jornalismo no Brasil”.

Apesar disso – ou talvez por isso – o Brasil é um dos sete países que mais confiam na imprensa. A população brasileira também é a mais preocupada com a desinformação (82%) e com a disseminação de fake news sobre a covid via WhatsApp (35%), assim como a que mais associa os políticos à desinformação sobre a doença. É uma reação tão instintiva quanto racional: quando o vírus do autoritarismo invade o coração da República, a informação confiável se mostra uma questão de vida ou morte para a democracia. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

Crime sem castigo: Bolsonaro e os 500 mil mortos.

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Publicado em 21 junho 2021
  • Bolsonaro,
  • Jair Bolsonaro,
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  • 500 mil mortos no Brasil
  • 500 mil mortos
  • Bolsonaro e os 500 mil mortos
  • imunidade de rebanho
  • CPI da Covid

 

Por Bernardo Mello Franco

 

500 mil mortos: Manifestantes protestam contra Bolsonaro no Rio | Guito Moreto

O Brasil atingiu as 500 mil mortes pelo coronavírus. A pandemia devastou o país com a cumplicidade de Jair Bolsonaro. O presidente sabotou as medidas de distanciamento, boicotou a compra de vacinas e segue em cruzada contra o uso de máscaras.

A CPI da Covid já reuniu provas de que a irresponsabilidade foi calculada. O capitão apostou na estratégia da “imunidade de rebanho”. Atuou para acelerar a disseminação da doença, como se isso fosse abreviar o baque na economia e facilitar sua reeleição.

Indiferente à tragédia, ele torra dinheiro público para fazer campanha antecipada. Na sexta, transformou uma visita ao Pará em comício, com transmissão ao vivo na TV estatal.

O presidente tem razões para confiar na impunidade. As instituições se acoelharam diante de suas afrontas. A Câmara já recebeu mais de uma centena de pedidos de impeachment, mas nenhum chegou a sair da gaveta.

“No momento, parece muito provável que Bolsonaro dispute o segundo turno em 2022, e nada provável que ele seja defenestrado do Planalto por seus crimes de responsabilidade”, resume o professor Rafael Mafei, da Faculdade de Direito da USP.

No epílogo de “Como remover um presidente” (Zahar, 378 págs.), ele discute por que o capitão não enfrenta o mesmo processo que derrubou Fernando Collor e Dilma Rosuseff.

Não é por falta de base jurídica. O autor compara a contagem dos crimes de Bolsonaro a um bingo: “a cada tantos dias, pode-se marcar um novo crime na cartela da Lei do Impeachment”. Antes da pandemia, ele já atentava contra o decoro do cargo e a autonomia dos outros Poderes.

Os constantes ataques ao Supremo fazem parte de uma tática de intimidação. “Não são arroubos de temperamento, mas uso estratégico do poder presidencial para atentar contra o Judiciário”, escreve o professor.

“Até aqui, os presidentes preocupavam-se ao menos em dissimular a intenção de agredir a Constituição. Ele, ao contrário, comete crimes de responsabilidade em série, abertamente e de modo ostensivo”, sustenta. “Cada comportamento ultrajante e indecente tira o foco da infração anterior. Ele e seus apoiadores são mestres na arte de usar o crime de hoje como diversionismo para o delito de ontem”.

O professor da USP contesta a tese de que o Congresso não pune Bolsonaro por falta de pressão popular. Ele lembra que Rodrigo Maia segurou dezenas de denúncias em 2020. “É pedir demais que multidões desafiem um vírus perigoso e tomem as ruas para exigir um impeachment que a própria autoridade competente passou o ano jurando que não tiraria da gaveta”, afirma.

Apesar dos riscos, as ruas voltaram a encher ontem em todo o país. Mas agora o impeachment enfrenta outras barreiras. A Câmara está nas mãos de Arthur Lira, que tem recebido milhões de incentivos para blindar o presidente. E a oposição acredita ter mais chances se ele estiver no páreo em 2022.

Pode ser um erro fatal, avisa o autor de “Como Remover um Presidente”. “O plano de vencer Bolsonaro nas urnas subestima a quantidade de incentivos e possibilidades que ele tem de jogar sujo no pleito”, adverte Mafei. É o que sugerem os ataques ao voto eletrônico e aos ministros do TSE. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com

Em Caruaru, jovem com suástica nazista é expulso de shopping

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Publicado em 19 junho 2021
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  • jovem com suástica nazista é expulso de shopping

Vídeo divulgado nas redes sociais mostra rapaz com símbolo nazista em um dos braços sendo segurado por segurança

 

Um jovem foi expulso de um shopping em Caruaru, Pernambuco, por ostentar faixa vermelha com suástica nazista em um dos braços nesta quinta-feira (17).

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o rapaz aparece sendo segurado por um segurança do estabelecimento. Ele usava moletom em homenagem à série "O Mundo Sombrio de Sabrina", da Netflix.

O Caruaru Shopping publicou nota informando que o jovem foi "flagrado pelo sistema de segurança, abordado por um de nossos seguranças e expulso do nosso shopping".

O texto ainda descreveu o rapaz como "nitidamente conturbado". A Polícia não foi acionada e não foi registrado boletim de ocorrência.

No Brasil, o uso de símbolos nazistas é crime com pena de reclusão de um a três anos e multa. Fonte: https://cultura.uol.com.br

Sem se chocar diante da tragédia, Brasil corre o risco de banalizar a morte

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Publicado em 19 junho 2021
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Freud propôs que a experiência de perda trazida pela morte nem sempre é tangível e pode coincidir com uma recusa inconsciente de que a morte signifique o aniquilamento da vida

 

Amanda Mont’Alvão Veloso*, Especial para o Estadão

Há uma cena na série The Looming Tower (2018), baseada em fatos reais, em que um homem adentra o quadro na medida em que os escombros do que foram as Torres Gêmeas abatidas no 11 de Setembro permitem ver algo diferente da destruição. Ele caminha por uma rua que se funde ao céu pela cor das ruínas, enquanto a câmera identifica em seus passos a vida e o movimento que não esperávamos de um acontecimento como aquele. Ele anda até chegar à casa de uma mulher conhecida, que com cuidados lhe devolve a feição que o identificava como humano e, agora, como sobrevivente. Na sequência, eles escutam na secretária eletrônica a fala exasperada de um homem a quem ambos amam e admiram. O bipe que encerra a mensagem trazia também as últimas palavras daquele que falava; marcava-se, ali, o fim de uma existência e o começo de um luto. A finitude que nos persegue como destino enquanto seres viventes é prontamente aceita apenas de modo racional; inconscientemente, cada um de nós está convencido de que é imortal. Freud propõe o exercício de imaginarmos a própria morte: o ato de imaginá-la em si já denota que ainda existimos, na condição de observadores daquele encerramento imaginário. 

Em 1915 ele havia escrito no pungente ensaio Considerações Atuais sobre a Guerra e a Morte que a experiência de perda trazida pela morte nem sempre é tangível. Há uma certa disposição psíquica primordial em cada um nós para admitir que pode ocorrer a morte de pessoas amadas, mas que coloca como contrapartida uma recusa inconsciente de que esta morte signifique o aniquilamento da vida. 

Sem espanto, há tempos que o término da vida puxa narrativas fundamentais para sua tolerância, seja via religião, arte ou outros caminhos. Presume-se um “depois” ou uma continuidade aqui e acolá, com diferentes matizes para o que se entende por morte. Mas universalmente somos atingidos por seus acontecimentos. 

Desde que 2020 se pronunciou como o ano que suspendeu o tempo e o colocou sob os caprichos do imponderável do horror, milhares de famílias brasileiras depositam lágrimas e desconsolos em suas tentativas de nomear o insuportável das mortes advindas da pandemia de coronavírus. Em paralelo, transcorrem as mortes provocadas por outras causas, não menos desesperadoras. Em comum, biografias particulares se perdem quando são submetidas à massividade dos números. Por algumas sensíveis iniciativas que rompem com a dimensão estatística das mortes, como a do projeto Inumeráveis, podemos pelo menos honrar alguns nomes: Wilma, Orlando, Ricardo, Irani, Erika. 

Mortes coletivas e tornadas “invisíveis” não são uma ocorrência atípica no Brasil que brutalmente asfixia vidas periféricas, reaviva os pesadelos da tortura e negligencia os avisos de catástrofes ecológicas e urbanas. Poupar é verbo direcionado não às vidas, mas à economia, ciência de Humanas que tem seu berço científico humano abertamente ignorado. Dia após dia, somos invadidos pela frequência das perdas, sistematizadas em gráficos e regionalizadas nos sotaques que, por sorte, pudermos conhecer nas despedidas. Essa mórbida constante, porém, ainda deixa ver uma anomalia: há quem não se envergonhe de confiscar o respeito e a dignidade das experiências de perda sofridas por tantas famílias. O pesar não recebe pronunciamentos oficiais, a morte é desdenhada com sadismo.

Sem se chocar com suas perdas, é como se parte do Brasil estivesse se acostumando a trivializar seus mortos mediante política pública. Incitados à frieza por algumas “lideranças”, alguns de nós esculpimos, via obediência, uma suposta normalidade, sem assombro diante dos absurdos. Obedece-se a um circuito de desumanidade, como advertiu Primo Levi sobre os numerosos homens ordinários que renunciam ao questionamento ético e, com isso, encarnam o perigo antes atribuído aos monstros. 

Faz-se necessário desobedecer à crueldade para manter a vida e o afeto, como propõem os filósofos Etienne de La Boétie e Frédéric Gros. Todos perdemos com mortes não reconhecidas e lutos violentamente subtraídos. Desagregamos cada vez que esgarçamos o laço comunitário do sofrimento, pois é preciso viver a experiência de assentamento da dor como forma de permitir que ela vá embora um dia. Existências findadas sem memória são como desaparições abruptas. Legam àqueles que ficam um rastro doloroso e angustiante que não remete a uma origem, em um padecimento assim descrito por Manuel Bandeira: “Morrer tão completamente / que um dia ao lerem o teu nome num papel / perguntem: “Quem foi?...” / Morrer mais completamente ainda, sem deixar sequer esse nome”. 

Que a “indesejada das gentes” seja, então, recebida sem silêncio covarde e com pudor, reconhecida em vez de amargurada, evitada por este mortífero Brasil em vez de acumulada. No país que enterra Paulo, Ismael, Alfredo, José Aparecido, Moraes, Zulmira, Vanessa, Naomi, Flávio e Aldir, entre quase 500 mil inesquecíveis, nunca esqueçamos que o apreço não tem preço. 

É PSICANALISTA, JORNALISTA E MESTRE EM LINGUÍSTICA APLICADA PELA PUC-SP. Fonte: https://alias.estadao.com.br

Jornalistas da TV Globo são alvo de comentários homofóbicos de empresário e de padre

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Publicado em 18 junho 2021
  • TV Globo,
  • LGBTfobia,
  • homofóbicos
  • repórter Erick Rianelli
  • padre Paulo Antônio Müller,
  • LGBTI
  • Pedro Figueiredo,
  • Jornalistas da TV Globo

 

Um deles criticou declaração de Erick Rianelli feita ao vivo, em 2020, para o marido; Sindicato dos Jornalistas e TV Globo emitiram nota se solidarizando com o casal

 

Erick Rianelli se declarou ao vivo para o marido, Pedro Figueiredo, e foi alvo de comentários homofóbicos Foto: Reprodução / Instagram

 

RIO — Os repórteres Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, da TV Globo, foram alvo de ataques homofóbicos no último fim de semana por parte de um padre e de um empresário do ramo de hamburgueria de Brasília.

No último dia 12,  voltou a ganhar repercussão um vídeo feito no Dia dos Namorados do ano passado, em que Rianelli se declara para Figueiredo, seu marido, ao vivo no telejornal "Bom Dia Rio". Num grupo de WhtasApp, o empresário Alexandre Geleia fez a seguinte crítica por meio de aúdios:

"O grupo é público, eu falo o que penso, o que acho. Se ficou incomodado, me desculpa, garoto. Só acho que não precisa, não é necessário passar em TV aberta, em jornal, esse tipo de coisa. É minha opinião e não vou mudar minha opinião porque sou figura pública."

Em seguida, em mensagem para o mesmo grupo, ele negou que fosse homofóbico, afirmando ter  homossexuais em seu quadro de funcionários:

"Tenho gerentes, encarregados, funcionários, o chef de cozinha de dentro da minha casa tem a opção dele, o dono do lava a jato onde lavo o carro, um dos meus melhores amigos de infância, estudou comigo e é meu amigo até hoje, e frequenta minha casa".

Em seu perfil no Twitter, Rianelli repostou o vídeo e rebateu as críticas feitas pelo empresário:

"Recebi alguns relatos sobre um empresário de Brasília que reagiu com homofobia a um vídeo em que eu declarei amor ao meu marido. Agradeço por todas as mensagens de apoio! Sobre o empresário... acho que nenhum LGBT do DF vai comer mais nas lojas dele".

O tuíte recebeu dezenas de comentários em apoio ao jornalista.

No último domingo, foi a vez do padre Paulo Antônio Müller, da Paróquia de Tapurá, no Mato Grosso, atacar os jornalistas. Durante a missa, ele declarou: "A gente faz um namoro, não como a Globo apresentou essa semana. Dois viados. Desculpa, dois viados. Um repórter com um veadinho, chamado Pedrinho. ‘Prepara meu almoço, tô chegando, tô com saudade’. Ridículo! Que chamem a união de dois viados, duas lésbicas, como querem, mas não de casamento".

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso abriu uma investigação para apurar o caso.

Diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis classifica como discriminação "generosa" a atitude do empresário.

— Quem diz: "você é, mas não deve se expor" está sendo extremamente preconceituoso e tolhendo o direto da pessoa expressar seu afeto, seu amor — explica.

Reis ressaltou que comportamentos como o do empresário podem estimular atitudes violentas direcionadas à população LGBTI:

— Ele não matou ninguém, mas afia a faca para que alguém mate. Não se deve intervir na vida de uma pessoa. Se ela está falando de amor, tenho mais é que parabenizar. Amor não tem genitália.

Em nota, a TV Globo disse que "se solidariza com Erick Rianelli e Pedro Figueiredo, reafirma seu compromisso com a diversidade e repudia de forma veemente toda forma de preconceito".

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro também se solidarizou com o casal de jornalistas.

"A entidade manifesta o repúdio a manifestações de intolerância. Toda forma de amor deve ser respeitada. LGBTfobia é crime", diz a postagem.

À TV Globo, a lanchonete Geleia, que pertence ao empresário Alexandre Geleia, disse que está apurando o real contexto das falas que circulam na internet e que eventuais comportamentos ilegais e antiéticos de envolvidos não correspondem aos valores das empresas do grupo. Disse ainda que acredita no amor de todas as formas. A TV Globo tentou contato com o padre sobre a investigação do ministério público, mas não obteve retorno. Fonte: https://oglobo.globo.com

A ditadura das redes sociais e nossa autoestima

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Publicado em 16 junho 2021
  • Redes sociais,
  • O Poder das Redes Sociais,
  • internet e as redes sociais,
  • discrição no uso das redes sociais
  • máscaras sociais
  • Adam Kramer
  • realidade digital,
  • à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta

Paulo Silvestre

Tem sempre alguém querendo dizer o que devemos ser ou o que temos que fazer: pode ser a família, a chefia, os amigos. As redes sociais pioraram ainda mais esse problema, pois estamos continuamente sob escrutínio de todos. Isso acontece de maneira tão invasiva e tão contínua, que alguns perdem a referência de quem verdadeiramente são, passando a viver um personagem.

Haja autoestima para resistir a essa virtual “autópsia de pessoa viva”, com uma plateia planetária!

Sempre usamos “máscaras sociais”: isso não é novidade. Adaptamos naturalmente nossa conduta, nossa linguagem e até filtramos nossas ideias de acordo com a situação. Mas, como em muitos outros casos, as redes sociais aqui não inventam algo novo, mas fazem isso acontecer de maneira mais intensa e mais rápida.

Dá para sermos nós mesmos nas redes sociais?

Estou online desde 1987 e convivo com redes sociais há duas décadas. No começo, elas eram apenas um espaço para encontrar amigos (especialmente aqueles há muito tempo não vistos) e trocar ideias inofensivas. Isso era muito legal, e lhes garantiu enorme sucesso instantâneo.

De uns 15 anos para cá, os gestores dessas plataformas descobriram que haviam criado uma mina de ouro, com seus algoritmos que lhes permitiam conhecer profundamente cada um de seus incontáveis usuários, agrupando-os em “bolhas”, zonas de conforto de pensamento único, excelentes para se vender qualquer tipo de coisa. E esse recurso essencial das redes vem se tornando cada vez mais eficiente.

As empresas rapidamente perceberam a enorme oportunidade que isso abriu, mas também muitos indivíduos viram isso. Ouvimos o tempo todo: “você é a sua marca”. E isso se tornou a mais pura verdade.

Mas quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza. Assim como aconteceu com empresas, algumas pessoas tiraram grandes benefícios dessa exposição. Mas, para cada celebridade digital bem sucedida, há um exército de pessoas que fazem de tudo para aparecer, mas colhem muito pouco ou apenas frustração. E isso acontece porque elas não têm a menor ideia do que fazem, mas continuam “se jogando” no digital assim mesmo. Fale-se muito bem do sucesso, mas ninguém gosta de mostrar o fracasso!

 

Depressão digital

Em junho de 2014, o cientista de dados do Facebook Adam Kramer e outros dois colegas publicaram um controverso estudo na prestigiada revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Batizado de “Contágio emocional em grande escala por meio de redes sociais”, o experimento comprovou que usuários dessas plataformas ficam mais alegres se expostos apenas a publicações positivas nelas, mas também podem ficar deprimidos se veem muitas coisas tristes lá.

Assim, as pessoas naturalmente preferem se associar nas redes àqueles que lhes fazem bem, que as inspiram de alguma maneira. Isso reforçou a preocupação de muita gente de mostrar apenas o seu lado bom nas redes e, assim, atrair seguidores e potenciais clientes. Ou, quem sabe, alguns amigos?

A princípio, não haveria nada de errado com isso, desde que a coisa não fugisse de controle, como fugiu. A história de “mentir no currículo” ganhou uma nova dimensão no meio digital: qualquer acontecimento precisa ser maquiado e maximizado, para depois ser anunciado.

Em outras palavras, não basta mais “ser”, é preciso “mostrar” (literalmente) ao mundo!

O problema é que ninguém é assim tão brilhante o tempo todo. Mesmo celebridades e grandes profissionais têm seu lado sombrio, feio, que não precisa ser visto. Mas, como as pessoas estão com suas entranhas à mostra nas redes sociais, isso lhes exige cada vez mais energia.

Muito antes do surgimento do meio digital, no dia 1 de setembro de 1994, em uma conversa que antecedeu uma entrevista com o  jornalista Carlos Monforte, o embaixador Rubens Ricupero, então ministro da Fazenda, disse “eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. A fala vazou, causando a renúncia do ministro.

De volta a nossa realidade digital, vivemos continuamente o risco de sermos expostos. Aliás, “exposed” se tornou uma palavra comum nas redes sociais no ano passado, referindo-se a pessoas que são pesadamente expostas nessas plataformas por supostos crimes ou comportamentos reprováveis, antes de qualquer julgamento.

As pessoas vivem então no fio da navalha, entre exporem seu lado mais brilhante e serem expostas pelo seu lado sombrio. O primeiro lhes causa grande euforia; o segundo pode causar depressão.

 

O valor da autenticidade

Existe um ditado que diz que “à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Isso talvez servisse na Roma Antiga, mas agora as redes sociais podem fazer parecer que não é preciso ser honesto: basta parecer honesto. Não caia nessa armadilha! A verdade é sempre o melhor caminho no fim da história.

Como consultor, já me perguntaram se o melhor seria não se posicionar nas redes sociais sobre qualquer assunto polêmico. Em tempos de intolerância, isso pode ser mesmo um problema.

Só que não dá para demonstrar apatia completa. O mundo pulsa diante de nós e o público espera que nos posicionemos sobre pelo menos alguns fatos. Empresas e profissionais mais bem qualificados são aqueles que demonstram opiniões embasadas sobre o que realmente importa.

Não estou dizendo para ir às redes sociais e não deixar pedra sobre pedra. Temos que ser autênticos e expor pontos de vista construtivos nos debates que movem nossa sociedade.

Não devemos deixar de ser quem somos, filtrar nossa verdade. Mas podemos aprender a sempre ser pessoas melhores para nós e para quem estiver a nossa volta. Fazer isso contribui muito para nossa autoestima e nossa saúde mental, e ainda nos trará benefícios pessoais e profissionais.

Nossa energia deve ser canalizada para isso, ao invés de criar personagens nas redes sociais que muito se afastam do que realmente somos. Em um cenário de tanta exposição, relacionamentos pessoais ou comerciais duradouros nascem e amadurecem com a verdade. Fonte: https://brasil.estadao.com.br

Empresas demitem casal de jovens acusados de racismo no Leblon

Detalhes
Publicado em 15 junho 2021
  • Violência no Leblon,
  • caso de racismo
  • racismo
  • Leblon
  • bicicleta no Leblon,
  • Zona Sul do Rio de Janeiro,
  • Empresas demitem casal de jovens acusados de racismo
  • Matheus Ribeiro

Designer e professora de dança foram desligados após rapaz negro ter sido acusado de ter furtado bicicleta elétrica

 

Matheus Nunes com sua bicicleta elétrica Foto: Reprodução

Rodrigo Castro

RIO - Um casal de jovens acusados de racismo após sugerir que um rapaz negro teria furtado uma bicicleta no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi demitido das empresas para as quais trabalhavam. A dupla envolvida no episódio já foi identificada. A vítima é esperada para depor ainda nesta terça-feira (15).

Após cobrança de usuários nas redes sociais, a Papel Craft comunicou que desligou o funcionário, designer da marca, de seus quadros. A informação foi confirmada ao GLOBO nesta terça-feira (15) pela gerente da loja da marca na Gávea. Até o momento, no entanto, a empresa não se posicionou oficialmente.

Já a Espaço Vibre comunicou nesta terça em suas redes sociais que a professora implicada no caso foi demitida. A empresa afirmou em nota que está "consternada"  e "tratando o assunto com toda gravidade que ele merece".

"Nos solidarizamos com o Matheus pela dor sofrida e mesmo que o gesto condenável não tenha ocorrido dentro de nosso espaço, esta é uma violência que todos temos que combater juntos", afirmou a Espaço Vibre no comunicado.

A ocorrência foi registrada pelo sistema virtual e remetida à 14ª DP, no Leblon. A vítima é esperada para depor ainda hoje. Por enquanto, apenas a menina envolvida no caso foi intimada a prestar esclarecimentos nesta quarta-feira, já que ela foi a única identificada pela vítima no registro. O jovem demitido poderá ser chamado a depender dos depoimentos.

Segundo a delegada Natacha Alves de Oliveira, o relato registrado pela vítima foi sucinto e não apresentou critério racial em seu teor, motivo pelo qual apenas após os depoimentos será possível determinar que crime será investigado ou não.

O instrutor de surfe Matheus Ribeiro esperava a namorada em frente ao shopping Leblon no último sábado (12), quando foi abordado por um casal, que questionou se a bicicleta elétrica na qual estava era mesmo dele. A menina chegou a afirmar que era idêntica à sua bicicleta que havia sido furtada. O final da discussão foi gravado pelo instrutor e compartilhado em suas redes.

O instrutor diz que precisou provar ser o verdadeiro dono da bicicleta, com fotos antigas e até a chave do cadeado. Em um post nas redes sociais, ele relatou que o casal só desistiu quando o rapaz tirou a tranca de sua mão e tentou abrir com a chave que ele possuía. Ao ver que não abria e, portanto, a tranca e a bicicleta eram outras, ele pediu desculpas.

Na sequência, o jovem branco pede desculpas seguidamente, e afirma: "Eu não te acusei, só estou te perguntando". Até que Ribeiro, já irritado, grita para os dois irem embora.

 

"A gente que é negro convive com esse tipo de situação desde sempre"

Nascido e criado na Vila do João, no Complexo da Maré, Matheus Ribeiro tinha contatos esporádicos com a Zona Sul, na adolescência. E quase sempre através da praia. Há quatro anos e meio, ele recebeu a oportunidade de aprender a surfar, ao receber uma bolsa de Marcelo Bispo em sua escolinha no Arpoador. Um mês depois, já começou a trabalhar como assistente do professor, principalmente com atividades braçais, como guardar as pranchas. Hoje ocupa posto mais alto e é instrutor técnico dos alunos.

Apesar de ainda morar na Maré, Ribeiro passa muitos dias na casa da namorada, em Copacabana, até porque o trabalho na escolinha ocupa seis dos sete dias da semana. Ainda assim, conseguiu iniciar, no início do ano, a faculdade de Educação Física, na Estácio. Seu sonho é seguir carreira na área do surfe.

Ser vítima de racismo não é uma situação inédita, explica. Mas o jovem diz que nunca havia passado por uma situação tão "constrangedora".

— A gente que é negro convive com esse tipo de situação desde sempre. Mas nunca tinha sido tão constrangedor, apesar de não ser inédito —  afirma o jovem, que gosta de se dedicar aos estudos de temas raciais. — Eu assisto e leio muito sobre o assunto. Além de estar em pauta, a gente passa por isso né, cara. Uma pessoa branca pode se interessar, mas eu vivo o assunto, preciso saber sempre como lidar com isso.

Dono da escolinha de surfe, Marcelo Bispo diz que Matheus é motivo de orgulho para ele. Sua rápida ascensão, de aluno a instrutor, ocorreu principalmente em razão de sua dedicação, educação e inteligência, explica Bispo, que destaca a frieza que seu pupilo teve ao conseguir filmar a discussão.

— Falei para ele trabalhar comigo, porque são pessoas assim que quero, educado, e com o astral lá em cima. Até brincava que eu estava dando sorte porque ele poderia ser modelo, de tão bonito. Não deu outra, ele é um excelente profissional, tenho muito orgulho dele — diz Bispo, que lembra de outros episódios de racismo com Matheus. — Em duas ou três ocasiões, agentes do Ipanema Presente o pararam para pedir documentos, e depois ele foi liberado. Quando eu vi o que aconteceu sábado, fiquei chocado. Foi grave, pesado. Como as pessoas fazem um troço desse? Eu não sou preto retinto, mas sofro para caramba como negro. Tenho trauma com banco, por exemplo. Será que a gente não tem direito de ter bicicleta elétrica? Só porque que ela é cara?

 

Se tivesse polícia no momento, poderia ser pior, lamenta o jovem

Originalmente, Ribeiro diz que não pretendia registrar ocorrência, por não acreditar que o caso vá para frente, pelas vias legais. Mas, após ouvir conselhos, decidiu levar o registro à delegacia.

—  O que eu espero é que no mínimo as pessoas que fizeram isso tenham consciência do que estão fazendo. Minha intenção na delegacia não é ganhar cesta básica. Eles aparentavam ser jovens formados nos estudos, e com informações que temos, precisamos estar ligados com isso — afirma o jovem.

Ele deu mais detalhes sobre como se deu a abordagem:

—  Estamos no Rio, claro que todo mundo tem medo de ser assaltado. Mas ali não havia nenhuma situação diferente. Estava todo mundo parado na rua. Por que eles pensariam que fui eu? Essas coisas que a gente fica se perguntando.

Desde o ocorrido, Ribeiro ainda não voltou para casa e continuou na casa da namorada. Mas seus familiares —   ele mora com a mãe, além das três irmãs morarem nas casas ao lado —  entraram em contato no fim de semana para perguntar como ele estava.

— Ficaram preocupadas, mas falei que eu estava tranquilo, que não ia deixar me abalar. Quando alguém próximo passa por isso, a gente fica com raiva né? Tentando entender. Mas é raiva momentânea — conclui o jovem, que ainda diz ter tido sorte da acusação não ter ganhado maiores dimensões naquele momento. — Conversei com amigos do trabalho hoje, e eu falei que dei sorte de não ter passado polícia. Para a polícia, até explicar que a bicicleta era do preto no Leblon poderia ser pior.

 

Confira o post original

"Agora já sem clima de amor
Na tarde de ontem, dia dos namorados, eu estava esperando minha namorada em frente ao shopping Leblon
Quando do nada me aparecem esses dois jovens com as seguintes frases:
“Você pegou essa bicicleta ali agora, não foi?”
“É sim, essa bicicleta é minha!” - replicou a jovem moça
E daí, eu sem entender nada, fui tentar mostrar pros dois que a bicicleta é minha, com fotos antigas com ela, chave, o que foi possível naquele momento de segundo.

Porém eu só consegui provar que a bicicleta é minha, quando sem minha autorização, o lindo rapaz pega o cadeado da minha bicicleta e tenta abrir
Frustrado com sua tentativa, ele diz que não me acusou, afinal, o rapaz só estava perguntando...
Moral da história, esses fi(...) não aguentam nos ver com nada, no mesmo lugar que eles?! Piorou.

Eu não era alguém pedindo esmola ou vendendo jujuba...
Um preto numa bike elétrica?! No Leblon???!
Aaah só podia ser, eu acabei de perder a minha, foi ele...



São coisas que encabulam o racista.

Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto você prove

Então eu quero que todos vão se f(..), quem pensa igual, quem acha que é mimimi, mas principalmente quem não vê maldade em situações como essa. Isso não foi um desespero de quem foi furtado, isso o é o desespero do racista quando vê a gente perto.
Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem a sua cabeça é que algum neguinho levou

E pra você, que é pretin igual eu, seja cuidadoso ao andar em lugares assim. Eles vão te culpar, pra depois verem o que aconteceu." Fonte: https://oglobo.globo.com 

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