Na primeira missa de domingo depois do tiroteio que terminou com dois mortos na porta da Catedral da Sé, o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, pediu para que os católicos não tenham medo de entrar na igreja. Dizendo que há violência por toda a parte, afirmou que tanto a catedral como a praça da Sé são locais de paz e disse que visitantes continuam sendo bem-vindos.

Para d. Odilo, "na consciência pública" o tiroteio pode dar à igreja uma imagem de lugar violento, mas que na região não há mais incidentes do que no resto da cidade.

Folha - Por que era importante fazer referência ao acontecimento no fim da celebração da missa?

D. Odilo Scherer - Porque aconteceu na frente da catedral. Na consciência pública se cria certo medo em relação a vir à catedral, uma imagem de que seria um lugar inseguro. E eu gostaria de afirmar a todos que não é um lugar inseguro. O que aconteceu poderia ter acontecido em qualquer lugar...

*Leia na íntegra. Clique aqui:

http://www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2015/09/d-odilo-pede-investigacao-de-vinculo.html

O drama "War Room" ficou em 1º lugar nas bilheterias americanas, com arrecadação de US$ 9,3 milhões. O longa tirou da liderança o filme "gangsta rap", "Straight Outta Compton", que arrecadou US$ 8,9 milhões, em 3.094 salas. O filme estava em primeiro lugar havia três semanas. "War Room", que chegou aos cinemas americanos no dia 28 de agosto, arrecadou no primeiro fim de semana US$ 11,4 milhões.

Dirigido pelo pastor evangélico e ator Alex Kendrick (dos dramas religiosos "Prova de Fogo" e "Corajosos"), "War Room" conta a história de uma família aparentemente perfeita que tem seus problemas escancarados por uma mulher mais velha Miss Clara (Karen Abercrombie). O filme não tem previsão de estreia no Brasil.

Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

Papa Francisco aproveita a oração do Angelus deste domingo (6) para pedir que cada paróquia e comunidade católica da europa acolha uma família de imigrante. Nos últimos meses, a Europa vem enfrentando um agravamento da crise imigratória

Papa Francisco aproveita a oração do Angelus deste domingo (6) para pedir que cada paróquia e comunidade católica da europa acolha uma família de imigrante. Nos últimos meses, a Europa vem enfrentando um agravamento da crise imigratória

O papa Francisco pediu neste domingo que "paróquias, comunidades religiosas e mosteiros" da Europa acolham refugiados como um gesto prévio ao Jubileu da Misericórdia e anunciou que assim farão nos próximos dias "as duas paróquias do Vaticano".

"Diante da proximidade do Jubileu da Misericórdia, peço às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e aos santuários de toda Europa que acolham uma família de refugiados. Um gesto concreto em preparação ao Ano Santo da Misericórdia", afirmou o papa.

"Que cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário da Europa acolha uma família, começando pela minha diocese de Roma", discursou Francisco da janela do Palácio Apostólico do Vaticano após a reza do Ângelus dominical.

O papa lembrou que a misericórdia de Deus é reconhecida através das obras humanas "como a vida da beata madre Teresa de Calcutá", morta em 5 de setembro de 1997. Por isso, se dirigiu expressamente aos bispos e pastores do Velho Continente para pedir que cumpram este pedido, "lembrando que a misericórdia é o segundo nome do amor: 'Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a Mim que o fazeis'".

E para dar exemplo, o pontífice argentino anunciou que nos próximos dias "também as duas paróquias do Vaticano acolherão duas famílias de refugiados". O papa Francisco abordou o êxodo migratório que a Europa recebe para alertar que "não vale dizer só: 'Coragem, paciência'", que é preciso oferecer a estas pessoas uma esperança concreta.

"Diante da tragédia de dezenas de milhares de refugiados que fogem da morte por causa da guerra e da fome, e que empreenderam uma marcha movidos pela esperança, o Evangelho nos chama a ser 'próximos' aos mais fracos e abandonados. A dar a eles uma esperança concreta", concluiu. Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

No noningentésimo octogésimo quinto vídeo (985), “A Palavra do Frei Petrônio”, o Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, fala sobre o Evangelho do 23º Domingo do Tempo Comum. (Mc 7,31-37) Convento do Carmo, Lapa, Rio de Janeiro. 05 de setembro-2015. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista, faz uma reflexão sobre o famoso pensamento; “Domingo sem Missa, Domingo sem Deus”. Convento do Carmo, Bela Vista, São Paulo. 06 de setembro-2015. DIVULGAÇÃO: www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com

O Evangelho deste domingo garante-nos, uma vez mais, que o Deus em quem acreditamos é um Deus comprometido conosco, continuamente apostado em renovar o homem, em transformá-lo, em recriá-lo, em fazê-lo chegar à vida plena do Homem Novo.

O surdo-mudo representa aqueles que não se preocupam em comunicar, em partilhar a vida, em dialogar, em deixar-se interpelar pelos outros… Define a atitude de quem não precisa dos irmãos para nada, de quem vive instalado nas suas certezas e nos seus preconceitos, convencido de que é dono absoluto da verdade. Define a atitude daquele que não tem tempo nem disponibilidade para o irmão; define a atitude de quem não é tolerante, de quem não consegue compreender os erros e as falhas dos outros e não sabe perdoar. Uma vida de “surdez” é uma vida vazia, estéril, triste, egoísta, fechada, sem amor. Não é nesse caminho que encontramos a nossa realização e a nossa felicidade…

O surdo-mudo representa ainda aqueles que se fecham no egoísmo e no comodismo, indiferentes aos apelos do mundo e dos irmãos. Somos surdos quando escutamos os gritos dos injustiçados e lavamos as nossas mãos; somos surdos quando toleramos estruturas que geram injustiça, miséria, sofrimento e morte; somos surdos quando pactuamos com valores que tornam o homem mais escravo e mais dependente; somos surdos quando encolhemos os ombros, indiferentes, face à guerra, à fome, à injustiça, à doença, ao analfabetismo; somos surdos quando temos vergonha de testemunhar os valores em que acreditamos; somos surdos quando nos demitimos das nossas responsabilidades e deixamos que sejam os outros a comprometer-se e a arriscar; somos surdos quando calamos a nossa revolta por medo, cobardia ou calculismo; somos surdos quando nos resignamos a vegetar no nosso sofá cómodo, sem nos empenharmos na construção de um mundo novo… Uma vida comodamente instalada nesta “surdez” descomprometida é uma vida que vale a pena ser vivida?

O surdo-mudo da nossa história foi trazido e apresentado a Jesus por outras pessoas. O pormenor lembra-nos o nosso papel no sentido de fazer a ponte entre os irmãos que vivem prisioneiros da “surdez” e a proposta libertadora de Jesus Cristo. Não podemos ficar de braços cruzados quando algum dos nossos irmãos se instala em esquemas de fechamento, de egoísmo, de autosuficiência; mas, com o nosso testemunho de vida, temos de lhe apresentar essa proposta libertadora que Cristo quer oferecer a todos os homens.

Antes de curar o surdo-mudo, Jesus “ergueu os olhos ao céu”. O gesto de Jesus recorda-nos que é preciso manter sempre, no meio da ação, a referência a Deus. É necessário dialogarmos continuamente com Deus para descobrir os seus projetos, para perceber as suas propostas, para ser fiel aos seus planos; é preciso tomar continuamente consciência de que é Deus que age no mundo através dos nossos gestos; é preciso que toda a nossa ação encontre em Deus a sua razão última: se isso não acontecer, rapidamente a nossa ação perde todo o sentido. Fonte: http://www.dehonianos.org

Arquidiocesede Viena promete acolher, nas próximas semanas, mil refugiados do Oriente Médio em suas instalações, no centro da capital austríaca, conforme anunciou o cardeal Christoph Schönborn. A reportagem é publicada por Efe, 02-09-2015. A tradução é do Cepat.

“Em nome da diocese de Viena posso dizer que poderemos receber, com segurança, mil refugiados nas instalações da Igreja, nas próximas semanas”, disse Schönborn, ontem à noite, em declarações à emissora pública ORF.

Por outra parte, o Arcebispo afirmou que outras dioceses e também monastérios no restante do país deveriam oferecer alojamento para os refugiados, que são centenas que chegam todos os dias. Nas últimas semanas, a Igreja católica austríaca tinha sido objeto de críticas pelas posturas passiva, por parte de seus membros, diante da chegada massiva de refugiados a Áustria.

“Não podemos caminhar pela vida dando lições sobre como tratar os refugiados e não dar a nossa contribuição”, reconheceu a máxima autoridade da Igreja católica austríaca. O Cardeal também pediu às autoridades para agilizarem os procedimentos de asilo político para refugiados sírios, que significam – segundo disse – 99% dos casos.

“Para que são obrigados a passar por um trâmite tão pesado”, perguntou-se Schönborn, fazendo referência ao procedimento de asilo que, na Áustria, pode facilmente durar um ano, enquanto que na vizinha Alemanha acontece em alguns meses. As autoridades austríacas estimam que, neste ano, a república alpina receberá 80.000 refugiados do Oriente Médio, sobretudo sírios, iraquianos e afegãos.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Pedro Pomar - 1974

A Confederação do Equador, de 2 de julho de 1824, teve em Frei Caneca seu principal cérebro, seu autêntico fundador. A República sonhada englobaria as províncias do Norte, as quais ficariam unidas por uma Constituição, cujas bases ele publicara em seu jornal, na véspera da Revolução. Nesse projeto de Lei Magna, propôs enfaticamente a liberdade política, a igualdade civil, todos os direitos inalienáveis do homem. Estabeleceu itens relativos à liberdade de imprensa e de opinião.

Pouco antes de ser fuzilado, ainda compôs outro poema que diz:

"Tem fim a vida daquele
Que a pátria não soube amar;
A vida do patriota
Não pode o tempo acabar"

O episódio final do seu suplício mostra até que ponto ia à sanha da repressão. A agonia arrastou-se praticamente por três dias, nos quais sua figura se agigantou pela coragem, ao passo que a dos seus verdugos se amesquinhou pela crueldade. Desde o dia 10 de janeiro se haviam iniciado os preparativos para o enforcamento. Mas, nesse instante, a Igreja resolveu interceder junto a Pedro I em favor da vida do condenado, solicitando que a pena capital fosse comutada em prisão.

Há 150 anos do holocausto do grande herói popular, cumpre às forças revolucionárias não apenas homenageá-lo como compreender o sentido de suas idéias e de sua luta, assim como continuá-la nas novas condições históricas. Nesse período, ocorreram enormes transformações no mundo e em nosso país...

*Leia na íntegra. Clique aqui:

http://www.mensagensdofreipetroniodemiranda.blogspot.com.br/2015/09/olhar-carmelitano-em-memoria-de-frei.html

Letra e Música: Frei Petrônio de Miranda, Carmelita.

Não sei, não quero, não posso explicar. /Só sei que sou carmelita e com Jesus vou caminhar. (bis).

1-Não me venha criticando, querendo interrogar. Quem encontra o Carmelo não precisa explicar. Eu uso o Escapulário, gosto muito de rezar./ Eu leio a Palavra de Deus, dia e noite vou meditar. (bis)

2- Eu gosto de correr, na academia vou malhar. Afastar o pessimismo, que venha me devorar. Detesto a inveja, e só quem sabe criticar./ Vamos viver o Carmelo seja em qualquer lugar. (bis)  

3- Não me pergunte se sou santo, eu não estou no altar. Só sei que sou carmelita, não venha me perturbar. No mundo digital, eu quero navegar./ Falar do amor de Deus e com Maria vou caminhar. (bis)

4- Pedalando, de busú, de metrô ou a caminhar, com os santos carmelitas, no Carmelo eu vou chegar. Não sou santo não sou profeta, mas também eu vou gritar. /Subir o Monte Carmelo, pra Jesus Cristo encontrar. (bis)

5- Com Teresa e Teresinha, eu aprendi a rezar. Com a força de Elias, nos quatro cantos  vou gritar. Chega de tanta conversa, e também de blá, blá. / Eu termino o meu canto e no Carmelo vou morar. (bis)

Durante 45 minutos o bispo francês Jacques Gaillot foi recebido, na tarde de terça-feira, dia 1º de setembro, pelo Papa Francisco, na Casa Santa Marta, no Vaticano. A informação é de Jean-Marie Guénois, publicada pelo portal do jornal Le Figaro, 01-09-2015. "Na minha carreira de jornalismo político eu nunca vi uma tal proximidade, autenticidade, simplicidade", testemuha Daniel Duigou, hoje padre e pároco de Saint-Merri, em Paris, que acompanhou o bispo na audiência na Casa Santa Marta, onde reside o Papa Francisco.

"Nós somos irmãos", disse o papa, iniciando a conversa, segundo Daniel Duigou, acrescentando: "O senhor é bispo de Partenia?". "Sim, respondeu Jacques Gaillot. Já fazem 20 anos que sou excluído, e isto é o meu passaporte para que eu esteja com os excluídos e os excluídos se reconhecem em mim. O senhor ao me receber, eles se sentem reconhecidos pelo senhor. Não é por mim que eu estou aqui, é por eles. Eles estão muito felizes. Obrigado!" "Muito bem", respondeu o Papa que acrescentou, segundo D. Gaillot: "O Cristo bate à porte da Igreja mas não do exterior... do interior para que abramos a porta para o mundo, para a humanidade. Ele quer sair!".

Interrogando diretamente Daniel Duigou sobre a acolhida dos "divorciados casados novamente", em Saint Merri, o papa o encorajou a continuar a acolher os migrantes. Em francês, língua usada na audiência. Francisco disse: "Os migrantes, são a carne da Igreja". A conversação, que não abordou as querelas passadas do 'affaire Gaillot', evocou uma possível do papa à França, mas Francisco disse que preferia ir para os países pequenos que necessitam de ajuda". Na ausência do fotógrafo oficial, a audiência privada foi concluída com um sessão de selfie.

Segundo o sítio Romandie, na audîência, D. Gaillot narrou como, recentemene, abençoou um casal de divorciados e como igualmente abençou um casal de homossexuais. "Eu estava em trajes civis e eu abençõei. Não foi um casamento. Foi uma bênção. Temos o direito de dar a bênção de Deus, a gente abençoa as casas! O papa me escutou. Ele é aberto a tudo isto. Num certo momento ele lembrou que abençoar é dizer o bem de Deus sobre as pessoas" precisou o bispo francês.

Quando o bispo lhe disse que não é mais convidado a participar da conferência episcopal, o Papa não fez nenhum comentário. Ele simplesmente disse: vá em frente continuando a fazer o que o senhor faz (pelos excluídos). Isto está bem.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/

ORAÇÃO CRISTÃ COM A CRIAÇÃO. 

Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão poderosa. São vossas e estão repletas da vossa presença e da vossa ternura. Louvado sejais! Filho de Deus, Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas. Fostes formado no seio materno de Maria, fizestes-Vos parte desta terra, e contemplastes este mundo com olhos humanos. Hoje estais vivo em cada criatura com a vossa glória de ressuscitado.

Louvado sejais! Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai e acompanhais o gemido da criação, Vós viveis também nos nossos corações a fim de nos impelir para o bem. Louvado sejais! Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito, ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo, onde tudo nos fala de Vós.

Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão por cada ser que criastes. Dai-nos a graça de nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe. Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra, porque nem um deles sequer é esquecido por Vós.

Iluminai os donos do poder e do dinheiro para que não caiam no pecado da indiferença, amem o bem comum, promovam os fracos, e cuidem deste mundo que habitamos. Os pobres e a terra estão bradando: Senhor, tomai-nos sob o vosso poder e a vossa luz, para proteger cada vida, para preparar um futuro melhor, para que venha o vosso Reino de justiça, paz, amor e beleza. Louvado sejais! Amém.

Abertos à missão além-fronteiras, 19 missionárias e três missionários que encerraram neste dia 27, curso ad gentes no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília, seguem viagem para servir em cinco países da África, além da Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti e Israel.  Para alguns destes religiosos, a missão no exterior começa logo, como no caso das missionárias enviadas ao Haiti. Outros estão preparados para ir além-fronteiras a partir do próximo ano. Algumas características são comuns neste grupo, que passou por formação durante o mês de agosto, no CCM - alegria, despojamento e a convicção do sentido missionário que marca esta etapa de suas vidas.

Na convivência de 25 dias, um testemunho missionário ficou bem evidente para os demais: dom Paulo Cardoso, 80 anos, bispo emérito de Petrolina (Pernambuco), de “malas prontas” para a partir de janeiro, assumir o Zimbabué e Moçambique, na África, como sua nova casa.

Da ordem carmelita, com uma boa bagagem como presbítero e bispo, dom Paulo encarou com naturalidade quase um mês de formação. O agreste, onde nasceu, no sertão de Caruaru, talvez seja o responsável pelo modo generoso e acolhedor, próprio do povo nordestino. As palavras profundas e a convicção, são da espiritualidade carmelita. 

Servir e aprender foram às palavras mais pronunciadas pelo bispo emérito durante entrevista para as Pontifícias Obras Missionárias (POM).  

Dom Paulo, interessante essa sua disposição em seguir para a África. O senhor  permaneceu aqui em Brasília, no CCM, por um mês, fazendo essa formação além-fronteiras. O que lhe motivou?

 Primeiro a própria missão ad gentes como tal, porque na minha diocese, há missão, mas na característica de missões populares e pastoral dos santuários. Desde que ingressei na Ordem Carmelita tive essa preferência pela missão além-fronteiras. Fiquei 27 anos na diocese de Petrolina e alimentava esse sonho no coração. Já fui em outras duas ocasiões para Moçambique e agora é claro, como terminei meu pastoreio de 30 anos, em termos de administração, estou voltando para servir. Porque a Igreja é Missão e estou indo agora indefinidamente, até quando Deus quiser e permitir. 

É um exemplo esse seu ardor missionário, disposto a ir além. Lá na África, o senhor já tem uma missão específica?

Costumo repetir em tom de brincadeira, mas é sério. Vale para todos nós.  A Missão não admite aposentadoria, nem por idade, nem por tempo de serviço. Nós temos no Zimbabué um chamado noviciado de língua inglesa, então, vou lá para ajudar na formação. Durante um período mais prolongado vou estar em Moçambique, em nossa missão na periferia de Matola. Temos lá um povo acolhedor e alegre, temos muito a aprender com eles.      

Neste curso do CCM, passaram 22 corações missionários, abertos ao chamado fora do Brasil. O que o senhor diz aqueles que estão em suas realidades, em termos de fazer algo pelo Reino de Deus?

Eu convido especialmente os religiosos, a experimentar a alegria de poder doar um pouco da própria vida na missão ad gentes. E aos jovens convido a se doarem a um projeto na África, onde há muitas carências, mas é um dar onde se recebe muito mais. Portanto, a minha intenção também, quem sabe, é motivar essa juventude para que descubram o sentido de serem missionários. Eu insisto com os seminaristas que ajudei a formar, para que despertem essa convicção profunda de que ser Igreja é ser missionária. A Missão é de Deus. Ele nos confiou e tornou-se missão de todos nós. Fonte: http://www.pom.org.br

“Os adversários de Francisco não depõem as armas” e suas expectativas são que “seu pontificado termine logo”, assinala o jornalista italiano Marco Politi, em um ensaio dedicado ao atual Papa argentino. A reportagem é publicada por Religión Digital, 30-08-2015. A tradução é de André Langer.

Politi, em Francisco entre os lobos, defende que o atual pontífice, “já no terceiro ano de seu pontificado, continua percorrendo com determinação o caminho de uma reforma que aponta para uma profunda remodelação das estruturas do catolicismo romano, do estilo de vida de suas instituições e da aproximação da Igreja com o mundo contemporâneo”.

Francisco entre os lobos. O segredo de uma revolução, do jornalista e escritor Marco Politi, acaba de ser publicado em castelhano pela Fondo de Cultura Económica e será divulgado na América Latina. “O pontífice argentino está consciente de ter posto em marcha uma empresa que supera o término do seu pontificado, uma questão que – segundo Politi – não o inquieta”. “Um cardeal, membro de um conselho da coroa, afirma que Francisco escuta muito, mas dá a nítida impressão de ter bem claro o seu projeto na cabeça”, assevera Politi em seu ensaio.

O jornalista e escritor italiano acredita que “reformar a Igreja católica é difícil, mais ainda os seculares mecanismos de poder da cúria romana”, onde encontrou “muitos obstáculos”. Obstáculos que se originam “por inércia, porque se negam a abandonar os hábitos do passado, ou por apego a esquemas doutrinários rígidos”, enumera. “Os opositores são tenazes e nos bastidores sua agressividade se traduz em uma crescente campanha de desautorização do Papa. Sua esperança é que seu pontificado termine logo”, diz Politi.

As intervenções do Papa Francisco “inserem-se na robusta linha da Doutrina Social da Igreja, que ao longo de um século tornou-se cada vez mais incisiva”, reforça Politi em sua análise. Outros pontífices, como Leão XIII e João XXIII, bradaram contra a “injustiça”, e também Bento XVI em sua encíclica Caritas in Veritate “insistia nos deveres éticos do mundo da economia e das finanças” e até denunciou “a crescente erosão dos direitos humanos dos trabalhadores”.

Mas, dentre todos os papas, seus documentos e discursos, “percebe-se em Francisco algo particular: o selo da experiência pessoal” adquirida “ali onde as favelas se encontram com os arranha-céus”, em referência ao seu passado como cardeal de Buenos Aires. Politi também afirma que Francisco não vem do “fim do mundo” como, “com uma pitada de auto-ironia disse aos fiéis na noite de sua eleição”, congregados na Praça de São Pedro.

Francisco é o primeiro papa que “nasceu, cresceu e viveu em uma metrópole contemporânea” e – mesmo procedendo de uma região afastada da Europa – “é o único que se alimentou da experiência tumultuosa, dramática e multifacetada de uma cidade gigantesca, em torno da qual gravitam 13 milhões de habitantes”, compara Politi.

O autor de Francisco entre os lobos é considerado um dos mais destacados especialistas sobre as questões vaticanas e, atualmente, é colunista do Il Fatto Quotidiano, além de colaborador habitual da RAI, BBC e France 2. Fonte:http://www.ihu.unisinos.br