MISSA COM FREI PETRÔNIO EM ANGRA: Amanhã, dia 28 às 10h, Missa na  Ilha da Gipóia, Angra dos Reis/RJ. Aguarde os vídeos e fotos aqui no olhar. 

Dois novos livros do poeta, padre e intelectual português dedicados ao tempo e à delicada tarefa de admoestar os que erram.

Conheço há anos José Tolentino Mendonça, um dos maiores poetas e intelectuais portugueses. Seu texto é extraordinariamente suave e profundo, claro e denso, simples e refinado ao mesmo tempo. O comentário é de Gianfranco Ravasi, cardeal italiano, publicado por Il Sole 24 Ore, 21-08-2016. A tradução é de Ramiro Mincato.

O olhar que ele posa sobre a realidade humana - mesmo quando essa parece um Kleine Narrenwelt, um microcosmo da loucura, como satirizou o Mefistófeles de Goethe - sempre revela duas reverberações. Por um lado, ele opta pelo tom menor, pela escala descendente ao nível mais sutil e oculto, quase um apelo do outro poeta, Paul Valéry, de Tel quel, que convidava, entre duas palavras, a escolher a moindre, a menor, exatamente. Por outro lado, seu olhar prefere a ternura, seus lábios se abrem mais para sorrir, que para atacar, mesmo quando em cena estão os males do mundo ou as culpas do indivíduo.

É levando em conta esta dupla abordagem que sugerimos a leitura de um díptico de livretos recentemente traduzidos ao italiano. Embora tematicamente diferentes um do outro, juntam-se em harmonia exatamente através da inocência, do candor e da doçura do olhar com que lida com a realidade tratada. No primeiro caso, está em cena, nada menos que o tempo da própria vida, isto é, do existir humano, cientes da definição bíblica de Hölderlin: Ein Bild der Gottheit, a vida humana é “imagem da divindade".

Sob o véu da cotidianidade se escondem as teofanias, como ensinou Chagall, colocando os grandes eventos salvífico nas ruelas e nas choupanas do shtetl hebreu da Europa Central. Existem vários estágios pelos quais somos convidados a "libertar o tempo" do peso e da insensatez, adquirindo outras tantas "artes", isto é, aquela sensibilidade "poética", ou seja, criativa, que transfigura em virtude até mesmo a lentidão, o inacabado, a perda, a decepção, o não saber, e, finalmente, a morte.

Um desses capítulos - sempre bem embutidos de referências ou aproximações culturais, muitas vezes surpreendentes (o fotógrafo Orimoto e o seu projeto "Mama", o movimento artístico Fluxus de Beuys, Tonino Guerra que narra Fellini, a psicanalista Melanie Klein...) - é intitulado precisamente "A arte de olhar a vida". E o último aviso ressalta, de modo resplandecente, a atitude com a qual Mendonça intui e percorre a trama da existência: "Não se trata apenas de viver o instante, empresa inútil já que a vida é persistência, duração ... Não é a flor do instante que nos perfuma, mas o presente eterno do que dura e passa, e do que dura e não passa". Mas o arco-íris do nosso tempo tem mil cores, e é sugestivo persegui-las com o autor, para transcorrer do vermelho-fogo da alegria, da felicidade, do desejo até o roxo frio da perda, da incompletude, do não conhecimento, para chegar também ao ultravioleta da morte.

Porque, "em toda a avalanche de conhecimentos úteis e inúteis que conseguimos acumular ao longo de toda uma vida está faltando um fundamental: aprender a morrer".

Além do mais, era já Platão, em Fédon ensinando que os verdadeiros pensadores, amantes da sabedoria, estudam de contínuo sobre o morrer.

Naquele espectro cromático simbólico há também "a arte do perdão", que é não só perdoar, mas também perdoar-se. Um ato, este último, naturalmente necessário, para não cair em depressão, mas também muito confortavelmente praticado, e aqui é citada Alice Munro, que numa autocrítica observava: "Nos repetimos, muitas vezes, que há coisas imperdoáveis, ou das quais nunca nos perdoaremos. Não é verdade: nos perdoamos, e como. Na verdade, não fazemos outra coisa".

E na linha temática do perdão passamos ao outro volume de Mendonça, dedicado à ''admoestação dos pecadores", que é a terceira das sete obras de misericórdia espirituais.

É preciso não esquecer que José Tolentino também é "padre", isto é, sacerdote, capaz de entretecer cultura e fé, homem e Deus, e de encontrar quem não crê, mas se interroga (na verdade, não hesitou em dialogar com um grandioso agnóstico como seu famoso compatriota José Saramago, autor do provocativo Evangelho segundo Jesus, e também da Segunda vida de Francisco de Assis). O ato de "admoestar os pecadores" é muito delicado, porque está sempre à espreita a altiva hipocrisia do fariseu na parábola de Jesus (Luca 18,9-14), pronto a levantar a sobrancelha indignado contra o miserável publicano.

Através de três caminhos de corte espiritual e moral, sempre se referindo à experiência ampla e diversificada de suas leituras literárias, Mendonça nos leva ao horizonte religioso deste ato que pertence sempre na esfera do amor misericordioso, quando praticado com pureza de coração.

Entra, então, em cena Jesus, que para corrigir adota um “método desconcertante", aquele da mesa. Lá, de fato, envolve cobradores de impostos, prostitutas e pecadores e infringe as fronteiras da sacralidade tímida e desdenhosa, enquanto suas mãos se voltam para os mesmos pratos que servem, as palavras se desmancham na espontaneidade e sinceridade. Exatamente por isto, os Evangelhos registram as refeições de Jesus, a ponto tal de atrair o sarcasmo dos bem-pensantes que o chamam de "comilão e beberrão", e aquele que "acolhe os pecadores e come com eles". No entanto, ele sabe distinguir entre bem e mal, entre justo e injusto, e, por isso, toma o difícil caminho da correção e da verdade, que é um gesto de amor, como já ensinava Platão no Euthydemus: "Eu te amo, mas te corrijo com a amizade".

Emblemático, porém, é o seu convite: "Se o teu irmão cometer um pecado, repreende-o; mas se ele se arrepender, perdoa-lhe. E se cometer um pecado sete vezes por dia contra ti, e sete vezes voltar dizendo: 'Estou arrependido', tu lhe perdoarás" (Luca 17,3-4).

Em torno desta "extravagância" de Cristo, padre José Tolentino tece sua palestra sobre a "arte de perdoar", não hesitando em introduzir o tempero do humor e da delicadeza da relação interpessoal, apoiando-se, por exemplo, num conto pouco conhecido de Ray Bradbury, L’estate della Pietà. Mas, também não ignora o verso da medalha, que é aceitar a correção que nos vem infligida por outro. Na base, no entanto, deve haver sempre a nobreza da sinceridade, da humildade e do amor, porque "advertir aqueles que cometem erros significa amar o próximo sem um porquê".

Publicações brasileiras de Tolentino:

MENDONÇA, José Tolentino. Liberiamo il tempo. Bolonha: EMI, 63 p.

MENDONÇA, José Tolentino. Ammonire i peccatori. Bolonha: EMI, 58 p.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

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Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

Dois santos admiráveis celebramos nessa semana: Santa Mônica (dia 27) e Santo Agostinho (dia 28), do século IV.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio, Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, como acontece muitas vezes, a influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que ele acabou não recebendo na infância nem na juventude. Estudou literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Cometeu maldades, viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou na tradução de livros. 

Sua mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”, disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus desse filho querido transviado.

Agostinho dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando na Igreja Católica: “ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te amei!”; “fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não descansa em Vós!”: são frases comoventes escritas por ele nas suas célebres “Confissões”, onde relata a sua vida de pecador arrependido. Transferiu-se com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência admirável, a retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo Ambrósio, Bispo de Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a ouvir os célebres sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada Escritura e da vida dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o Batismo aos 33 anos e dedicou-se a uma vida de estudos e oração. Ordenado sacerdote e bispo, além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos da História da Igreja. Escreveu numerosas obras de filosofia, teologia e espiritualidade, que ainda exercem enorme influência. Foi, por isso, proclamado Doutor da Igreja. De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII: “É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo”. Sua vida demonstra o poder da graça de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai, espera a volta do filho pródigo. 

Sua mãe, Santa Mônica, é o exemplo da mulher forte, de oração poderosa, que rezou a vida toda pela conversão do seu filho, o que conseguiu de maneira admirável. Exemplo para todas as mães que, mesmo tendo ensinado o bom caminho aos seus filhos, os vêm desviados nas sendas do mal. A oração e as lágrimas de uma mãe são eficazes diante de Deus. E a vida de Santo Agostinho é uma lição para nunca desesperarmos da conversão de ninguém, por mais pecador que seja, e para sempre estarmos sinceramente à procura da verdade e do bem. Fonte: http://www.cnbb.org.br

BUENOS AIRES, 24 AGO (ANSA) - Após se assustar com o tempo que os jovens passam caçando monstros imaginários no jogo "Pokémon Go", que é sucesso mundial, o coordenador da escola salesiana Maria Auxiliadora de Bernal, em Buenos Aires, teve a ideia de criar uma versão religiosa - e analógica - do app chamada "Dom Bosco Go".  

O objetivo do religioso foi, além de homenagear de Dom Bosco, fundador da congregação católica salesiana, incentivar os jovens a se voltar a religião usando recursos modernos e que os interessem, além de conscientizá-los sobre o uso excessivo do jogo. Para isso, o religioso David Brahán criou um jogo onde os alunos podem "caçar santos", ou seja, substituindo os monstrinhos originais do "Pokémon Go" por figuras católicas. Até mesmo um "pokestop" foi colocado dentro da capela da escola. O projeto foi um sucesso, com a participação de mais de 200 alunos, e deve se estender à versão digital, se tornando um app.  

Diante da distração, entre outros efeitos negativos causados pelo aplicativo da Nintendo, algumas instituições argentinas tomaram outras medidas alternativas, como cortar o Wi-fi na área escolar e pedir aos responsáveis pelo jogo para retirar as "Pokestops" de dentro das instituições. (ANSA) Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

A Justiça de São Paulo determinou que o Google desvincule as expressões "anticristo" e "sinagoga de Satanás" do nome, da imagem e do endereço do Templo de Salomão, que pertence à Igreja Universal do Reino de Deus.

Quando as duas expressões são digitadas no serviço de buscas do Google Maps, o usuário é direcionado para o endereço do templo da igreja (avenida Celso Garcia, 605), que fica no Brás, na região central de São Paulo. A determinação da Justiça é de que a ordem seja cumprida em até 48 horas e, caso o Google não a cumpra, terá que pagar uma multa diária de R$ 5.000. A decisão do juiz Fernando José Cúnico, da 12ª Vara Cível, foi publicada nesta terça-feira (23) no Diário da Justiça.

Ainda segundo o texto, o Google também terá que providenciar os dados do líder regional, que é um usuário certificado pelo Google e que modera, revisa e aprova as inserções dos termos na plataforma do Google Maps.

A associação dos termos ao nome do Templo de Salomão foi amplamente comentada nas redes sociais e divulgada pela imprensa no fim de julho. Naquela época, em nota o Google justificou que não era uma ação da empresa.

"O que ocorre é que nossos mapas têm muitas, muitas fontes, inclusive os próprios usuários", disse o Google, em nota enviada em julho. A empresa também informou que os usuários que encontrarem erros ou imprecisões nos mapas podem informá-los à empresa pela ferramenta "reportar problema". Procurado nesta quarta-feira (24), o Google ainda não comentou a decisão judicial.

Ao digitar o termo "anticristo" no Google e clicar na busca dos mapas, o internauta é direcionado ao endereço da Igreja Universal. O mesmo já não ocorre mais com o termo "sinagoga de Satanás". Em nota, a Igreja Universal disse que foram "esgotadas todas as possibilidades de uma solução junto à empresa Google do Brasil para que fosse interrompida essa abominável agressão contra a fé de milhões de adeptos da Igreja Universal do Reino de Deus que têm o Templo de Salomão como local sagrado".

Segundo a Universal, "o Poder Judiciário finalmente pôs fim a um grave atentado à liberdade de crença assegurada a todos os brasileiros por nossa Constituição Federal". "A Universal não aceita e jamais aceitará calada ataques de preconceito religioso e o discurso de ódio. Continuaremos buscando na Justiça a devida reparação e a punição dos culpados."

Com 100 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 35 mil metros quadrados, o Templo de Salomão é considerado o maior do país e tem capacidade para 10 mil fiéis, além de dispor de 1.200 vagas de estacionamento.

Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

 

O "Fala que Eu te Escuto", religioso da Record apresentado por líderes evangélicos da Igreja Universal, aproveitou a estreia do "Programa do Porchat", na noite desta quarta-feira (24), para debater os limites do humor. Comediantes entrevistados pelo bispo Edgard Brum, porém, aproveitaram para brincar com tabus como homossexualidade e satanismo.

"Meu amigo bispo, uma coisa que não tô ligado. Me diz por que dar o bumbum é pecado?", perguntou a banda Pagode da Ofensa, que canta piadas no ritmo do samba. Constrangido, o bispo Edgard Brum respondeu com uma leve risada.

Os humoristas chamaram o pastor de "padre" e continuaram a questioná-lo. "Meu amigo bispo, me diz como é que faz. Será que pelo Skype dá para tirar o Satanás?", brincou. "Vou tirar, hein? Vou tirar agora", respondeu o bispo, mais à vontade.

Nas redes sociais, o público riu da ousadia dos humoristas e do constrangimento do bispo. "Fala que Eu te Escuto" chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter. Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br

Ironia do destino. Pastor que declarou que desastres naturais são sinais da ira de Deus contra gays acaba de ser vítima de um desastre natural: sua casa foi destruída por uma inundação

Em 2015, o pastor americano Tony Perkins declarou que desastres naturais são sinais da ira divina contra gays.

Agora, por ironia do destino, o próprio religioso é vítima de um desastre natural. A casa dele foi destruída por uma inundação em Baton Rouge, na Louisiana. As informações são do The Guardian.

Perkins anunciou em sua página no Facebook que sua casa havia sido afetada pela inundação em Baton Rouge. Ele e a família tiveram que deixar o imóvel.

A uma rádio local, ele afirmou que os alagamentos têm “proporções quase bíblicas”.

“Isso é diferente de tudo que já vimos”, disse Perkins. “Na verdade, nós tivemos que sair de nossa casa no sábado em uma canoa”.

Internautas, é claro, aproveitaram a situação para mandar uma mensagem para o pastor, que disse no ano passado que um furacão nas Bahamas enviado por Deus em resposta ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo aprovados no país.

“Que coisa ‘gay’ horrível você fez para Deus ficar tão bravo com você?”, questionou um internauta.

“‘Você não fala em meu nome!’ – Deus”, brincou outro.

Tony Perkins, líder da Family Research Council, é conhecido nos Estados Unidos por suas declarações polêmicas e homofóbicas.

O religioso já afirmou que a comunidade LGBT pode trazer a extinção humana. A igreja dele tem sido rotulada como um grupo especialista em disseminar ódio.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br

Dia 25 de Setembro em Aparecida do Norte: A V.O.T.C passará pela Porta Santa e participará do fim do ano Eliano juntamente com todas as Ordens Terceiras do Brasil.
O Ônibus sairá da Ordem Terceira às 5 horas da manhã.
Inscrições até dia 30 de agosto com Dr. Reginado no tel: 3242-8361.
Não percam!!
Todos os irmãos revestidos de suas vestes oficiais!

(Ordem Terceira do Carmo da Esplanada, São Paulo) 

“O tráfico de seres humanos, de órgãos, o trabalho forçado e a prostituição são escravidões modernas e crimes contra a humanidade”. Papa Francisco.

Madre Teresa será formalmente canonizada em 4 de setembro pelo papa Francisco, em Roma. Amplamente conhecida como a "santa de Calcutá", ela fundou ordens religiosas de mulheres e homens que servem aos pobres em mais de 130 países. Mesmo para uma mulher que é ícone da santidade moderna, a Igreja Católica Romana exige que alguém reúna evidência de milagres e apresente um caso de que ela é digna de ser admitida no panteão dos santos. A entrevista é de Laurie Goodstein, publicada por The New York Times e reproduzida por portal Uol, 21-08-2016.

Essa pessoa é o sacerdote Brian Kolodiejchuk, um padre canadense e membro da Padres Missionários da Caridade, uma ordem religiosa fundada por madre Teresa. Logo após a morte dela em 1997, aos 87 anos, ele foi nomeado postulador, o principal advogado do processo de canonização. Kolodiejchuk, que divide seu tempo entre Roma e uma casa da Missionários da Caridade em Tijuana, México, também é editor de um novo livro, "A Call to Mercy: Hearts of Love, Hands to Serve" (Um chamado à misericórdia: corações de amor, mãos para servir, em tradução livre, não lançado no Brasil), extraído dos ensinamentos de madre Teresa e do testemunho sobre sua vida. Ele foi entrevistado em agosto, antes de partir para Roma para preparação para a cerimônia de canonização. Esta entrevista foi editada e condensada.

Como você conheceu madre Teresa?

Minha irmã, éramos apenas dois, se juntou à Missionárias da Caridade em 1976, e um ano depois meus pais e eu viemos de Winnipeg para vê-la em Roma. Durante uma missa com o primeiro grupo de irmãos contemplativos, madre Teresa prendeu cruzes em um padre e seis leigos. Os homens dos Missionários da Caridade usam uma cruz sobre o coração, e as irmãs usam uma cruz no ombro, que serve para prender o sari. Após a missa, enquanto nos despedíamos, madre Teresa me disse: "Gostaria de prender uma cruz em você também". Na manhã seguinte após a missa, no convento de São Gregório, criei coragem para ir até a madre e lhe perguntar, o que ela queria dizer com aquilo. Ela me convidou a me juntar aos irmãos. E foi o que fiz.

Geralmente são necessários dois milagres para estabelecimento da santidade, um para beatificação e outro para canonização. Como você saiu à procura dos dois milagres?

Trata-se mais de esperar e torcer para que as pessoas relatem algo. O primeiro, o milagre para a beatificação, ocorreu com Monica Besra em Bengala, na Índia. Monica tinha uma tumefação, como um tumor, em seu abdome, que tinha 16 ou 17 centímetros, que se aproxima em tamanho ao de uma mulher grávida de seis meses. A família dela tentou coisas diferentes e nada funcionava. Eles a levaram até as irmãs, que a levaram a um médico, que a enviou para casa em 31 de agosto de 1998. Ela basicamente estava morrendo. Em 5 de setembro, no primeiro aniversário da morte de madre Teresa, a madre superiora pegou uma medalha de Maria que tinha tocado diretamente o corpo de madre Teresa no momento do funeral e a colocou sobre o estômago de Monica, e fez uma oração bem simples: "Madre, hoje é seu dia. Você ama os pobres. Faça algo por Monica". Isso ocorreu por volta das 17h de sábado. À 1h da manhã, quando Monica acordou no meio da noite para ir ao banheiro, ela descobriu que seu estômago estava normal. Na manhã de domingo, quando a viram desperta e varrendo com uma vassoura, começaram a se perguntar o que tinha acontecido com Monica.

 Mas que prova há de que foi realmente um milagre e que não há explicação médica ou científica?

Eles são bastante rígidos com essas coisas. No Brasil, um postulador que eu conhecia em outro caso de canonização recebeu a notícia de que o milagre que apresentou tinha sido rejeitado, de modo que não é automático. No caso na Índia a favor de madre Teresa, 11 médicos foram consultados e apenas um era católico. Os demais eram hindus. Você não pergunta aos médicos se acham que foi um milagre. Você apenas lhes pergunta: "Você pode explicar isso medicamente?"

 Por que se passaram 10 anos entre o primeiro milagre e o segundo milagre?

Há outros casos, mas quando tínhamos a documentação, eu perguntava aos médicos que conhecia na Scripps (Scripps Clinic Torrey Pines, em La Jolla, Califórnia) ou em Tijuana, e geralmente o médico dizia, "Isso poderia ocorrer naturalmente". Eu tinha outro caso, tudo parecia estar de acordo, exceto pelo fato de a sogra ter me escrito uma carta dizendo que passou o ano todo rezando para o padre Pio. E foi o fim daquilo. De quem foi o milagre, de madre Teresa ou do padre Pio?

O segundo milagre finalmente ocorreu no Brasil e desta vez ocorreu com um homem, Marcílio. Ele tinha uma infecção bacteriana no cérebro que causava muitos abscessos (...) e desenvolveu em hidrocefalia. Sua mulher começou a rezar uma novena, nove dias de oração, para madre Teresa, e ela pediu que seus familiares fizessem o mesmo. Em 9 de dezembro, às 2h da manhã, Marcílio começou a sofrer dores excruciantes de cabeça e entrou em coma. Ele estava próximo da morte. O médico finalmente o levou à sala de cirurgia, na esperança de drenar a água, mas não conseguiu fazer da forma como planejava, de modo que saiu da sala de cirurgia por volta das 18h10 para procurar por um médico que pudesse fazê-lo de outra forma. Quando ele voltou para a sala de cirurgia, sem sucesso em sua tentativa, ele encontrou Marcílio desperto, sem dor e perguntando: "O que estou fazendo aqui?" Foram realizados dois exames do cérebro, um em 9 de dezembro e outro em 13 de dezembro, e todos os cirurgiões diferentes olharam os dois exames e disseram que era impossível ir daqui para ali. O médico até mesmo disse ao irmão de Marcílio que teve 30 pacientes com hidrocefalia como ele e que 29 morreram. Apenas Marcílio sobreviveu.

 Madre Teresa tem seus críticos. Eles a acusam de administrar instalações que ofereciam atendimento de baixa qualidade e de se aconchegar com ditadores como Enver Hoxha, na Albânia, e Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, no Haiti. O processo de canonização examina essas alegações?

Sim. De fato, Christopher Hitchens foi chamado como testemunha, em Washington. Quando estávamos preparando o caso, eu e as pessoas que ajudavam assistimos ao filme dele "Hell's Angel" (anjo do inferno, em tradução livre) e lemos seu livro, "Missionary Position" (A posição missionária, em tradução livre). Precisamos levá-las a sério. Mas parte trata-se apenas de informação equivocada. A madre nunca recebeu dinheiro de Duvalier. E no filme, Hitchens apresentou a madre visitando o túmulo de Enver Hoxha, o ditador. O que ela foi fazer lá? O fato é que ela pediu para ver o túmulo de sua mãe e o de sua irmã, e a escolta do governo a levou ao túmulo de Hoxha sem lhe dizer. Então ela disse, posso agora ir ao túmulo da minha mãe e ao da minha irmã? A tradutora albanesa, que também testemunhou, disse: "Nós na Albânia sabemos que qualquer visitante estrangeiro era levado ao túmulo de Enver Hoxha". Aquilo fazia parte do protocolo.

 Na Índia, há algum ressentimento pela madre Teresa ter transformado Calcutá em sinônimo de pobreza.

Não se trata da madre ter se concentrado na pobreza de Calcutá. Foi apenas onde ela começou. O interessante é que depois da Índia, o país que conta com o maior número de casas administradas pelos Missionários da Caridade são os Estados Unidos. Ela sempre dizia que a maior pobreza no mundo atual é não ser amado, ser indesejado ou ficar sem cuidados, e que essa é a pobreza mais difícil de tratar.

Os escritos e cartas privadas da madre Teresa, que foram publicados em um livro editado por você em 2007, no 10º aniversário de sua morte, revelam que ela sofreu por décadas de uma ansiedade excruciante de que Deus a tinha abandonado. Esse tipo de sofrimento espiritual é um pré-requisito para a santidade, ou um obstáculo?

No "Position" (palavra em latim para o caso por escrito que examina como madre Teresa viveu sua vida cristã), tínhamos um capítulo especial sobre as trevas, por ser uma característica muito distinta. Tivemos que examiná-la sob a luz da tradição mística. Não foi surpreendente ela ter passado por isso, porque outros santos também passaram. O que foi mais surpreendente foi por ter durado tanto tempo, quase 50 anos. Viver assim é heroico. Uma pessoa imatura teria sido esmagada por essa experiência. Ela sofria essa solidão, essa sensação de não ser amada, indesejada em seu relacionamento com Jesus, mas mantendo a solidariedade e identificação com outros que, de certa forma, viviam com esse senso de solidão e de serem indesejadas.

 Deve ser satisfatório para você vê-la ser canonizada.

Foram 17 anos, desde 1999. Será bom estar presente na manhã de domingo. O rito de canonização em si ocorre antes do início da missa. O encarregado pela Congregação dos Santos faz o pedido oficial e estarei ao lado dele. Felizmente, não tenho que abrir minha boca. Fonte: http://ihu.unisinos.br