Olhar Jornalístico

Quinta-feira, 1º de dezembro-2022. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 01 dezembro 2022
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1) Oração

Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

2) Leitura do Evangelho  (Mateus 7, 21.24-27)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Montanha. O Sermão da Montanha é uma nova leitura da Lei de Deus. Começa com as bem-aventuranças (Mt 5,1-12) e termina aqui com a casa na rocha.

Trata-se de adquirir a verdadeira sabedoria. A fonte da sabedoria é a Palavra de Deus expressa na Lei de Deus. A verdadeira sabedoria consiste em ouvir e praticar a Palavra de Deus (Lc 11,28). Não basta dizer “Senhor, Senhor!” O importante não é falar bonito sobre Deus, mas sim fazer a vontade do Pai e, desse modo, ser uma revelação do seu amor e da sua presença no mundo.

Quem ouve e pratica a palavra constrói a casa sobre a rocha. A firmeza da casa não vem da casa em si, mas vem do terreno, da rocha. O que significa a rocha? É a experiência do amor de Deus que se revelou em Jesus (Rom 8,31-39). Tem gente que pratica a palavra para poder merecer o amor de Deus. Mas amor não se compra nem se merece (Cnt 8,7). O amor de Deus se recebe de graça. Praticamos a Palavra não para merecer, mas para agradecer o amor recebido. Este é o terreno bom, a rocha, que dá segurança à casa. A segurança verdadeira vem da certeza do amor de Deus! É a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.

O evangelista encerra o Sermão da Montanha (Mt 7,27-28) dizendo que a multidão ficou admirada com o ensinamento de Jesus, pois "ele ensinava com autoridade, e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência crítica do povo com relação às autoridades religiosas da época. Admirado e agradecido, o povo aprovava os ensinamentos tão bonitos e tão diferentes de Jesus.

 

4) Para um confronto pessoal

 

  1. Sou dos que dizem “Senhor, Senhor”, ou dos que praticam a palavra?
  2. Observo a lei para merecer o amor e a salvação ou para agradecer o amor e a salvação de Deus?

 

5) Oração final

Dá, Senhor, tua salvação! Dá, Senhor, tua vitória Bendito o que vem em nome do Senhor! (Sl 117, 25-26a)

Regional NE3 emite nota de pesar pela morte de missionário, em Aracaju

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Publicado em 30 novembro 2022
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Os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB acabam de divulgar uma nota de profundo pela morte do missionário Uílson de Sá da Silva, na tarde desta segunda-feira, 28. Uílson tinha 47 anos, era presidente da Associação de Catadores de Mangaba, e desenvolvia uma reconhecida ação social na região do bairro Santa Maria (Aracaju), onde morava. Ele foi encontrado morto, em sua residência, com as mãos amarradas. 

"Esperamos que os esforços das autoridades ajudem a esclarecer os fatos de sua morte repentina e violenta, para que a verdade e a justiça vençam a impunidade, e paz reine nos corações feridos por tão grande perda", afirmam os bispos na nota.

Durante vários anos, Uílson esteve ao lado da Cáritas Arquidiocesana em importantes causas sociais. Fonte: https://www.arquidiocesedearacaju.org

Terça-feira, 29 de novembro-2022. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 29 novembro 2022
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1) Oração

Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas, e auxiliai-nos em nossa tribulação. Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 10, 21-24)

Naquele tempo, 21Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto de hoje revela o fundo do coração de Jesus, o motivo da sua alegria. Os discípulos tinham ido em missão e, na volta, partilham com Jesus a alegria da sua experiência missionária (Lc 10,17-21).

O motivo da alegria de Jesus é a alegria dos amigos. Ao ouvir a experiência deles e ao perceber a sua alegria, Jesus também sente uma profunda alegria. A causa da alegria de Jesus é o bem-estar dos outros.

Não é uma alegria superficial. Ela vem do Espírito Santo. O motivo da alegria é que os discípulos e as discípulas experimentaram algo de Deus durante a sua experiência missionária.

Jesus os chama “pequenos”. Quem são os “pequenos”? São os setenta e dois discípulos (Lc 10,1) que voltaram da missão: pais e mães de família, rapazes e moças, casados e solteiros, velhos e jovens. Eles não são doutores. São pessoas simples, sem muito estudo, mas que entendem as coisas de Deus melhor do que os doutores .

“Sim, Pai, assim é do teu agrado!”  Frase muito séria. É do agrado do Pai que os doutores e os sábios não entendam as coisas do Reino e que os pequenos as entendam. Portanto, se os grandes quiserem entender as coisas do Reino, devem fazer-se discípulos dos pequenos!

Jesus olha para eles e diz: “Felizes vocês!” E por que são felizes? Porque estão vendo coisas que os profetas quiseram ver, mas não conseguiram. O que ele viram? Eles perceberam a ação do Reino nas coisas comuns da vida: curar doentes, alegrar os aflitos, expulsar os males da vida.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Coloco-me na posição do povo: eu me considero dos pequenos ou dos doutores? Por que?
  2. Coloco-me na posição de Jesus: qual a raiz da minha alegria? Superficial ou profunda?

 

5) Oração final

“Eu vos louvo, ó Pai, porque escondestes os mistérios do reino aos sábios e os revelou aos pequeninos”. (cf. Lc 10, 21)

Igreja evangélica foi a maior perdedora das eleições

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Publicado em 28 novembro 2022
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Apoio acrítico e indiscriminado prejudica a atuação de fiéis no debate político

 

Deborah Bizarria

Economista pela UFPE, estudou economia comportamental na Warwick University (Reino Unido); evangélica e coordenadora de Políticas Públicas do Livres

 

Ao frequentar uma reunião na minha igreja para recepção de novos membros, ouvi de muitos a mesma história: estavam ali porque era um ambiente livre de política partidária. Lembrei da minha própria experiência: eu também adotei esse critério quando, vinda de Recife, escolhi minha igreja em São Paulo.

A preferência majoritária dos evangélicos pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) não é novidade. Todas as pesquisas mostravam essa tendência, e a minha vivência a confirma. Eu não vejo problema de a maioria preferir um candidato, seja ele qual for. Mas me incomoda o uso político das igrejas e, principalmente, dos momentos de culto para coagir a comunidade a apoiar um postulante.

Para nós, evangélicos, o culto é o momento da semana reservado para adorar a Deus, ouvir o evangelho e ter comunhão com os irmãos na fé. Antes e durante a campanha, vimos o presidente e a primeira-dama utilizando o púlpito para buscar votos no meio do culto. Essa atitude, por si só, já deveria ser condenada e rechaçada pelos próprios evangélicos: o culto e a autoridade das igrejas não deveriam ser usados para fins eleitorais.

Esse princípio nem sequer é novidade no meio evangélico. "Na hora que a igreja evangélica faz uma opção, como igreja, por um candidato, ela deixa de ser igreja. O Senhor da igreja é Jesus, e ele não tem título de eleitor no Brasil. Nós, evangélicos, temos o direito de apoiar, mas dizer que a Assembleia de Deus apoia ‘A’ ou ‘B’ é reduzir a igreja a uma instituição qualquer", explicou Silas Malafaia, em vídeo de 2002, quando anunciou seu apoio ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vinte anos depois, Malafaia, assim como outros pastores, usou o púlpito da sua igreja e trechos da Bíblia para endossar Bolsonaro.

Gradativamente, líderes e membros de diversas comunidades evangélicas começaram a tratar o voto como uma validação da própria fé em Cristo. Essa associação, por sua vez, acaba levando as pessoas a patrulhar e fiscalizar o voto alheio, ridicularizando ou até excluindo quem "vota errado". Comunidades que deveriam receber e unir pessoas completamente diferentes sob a mesma fé se tornaram um ambiente tóxico.

As consequências desse processo vão além das questões espirituais. Esse apoio indiscriminado e acrítico por parte das instituições religiosas e seus líderes dificulta a participação dos evangélicos na discussão de ideias e políticas públicas. Afinal, ficam carimbados como parte de um projeto político (que não necessariamente os representa de fato). A qualidade do debate público sai prejudicada, e a sociedade fica mais polarizada.

É necessário que os líderes evangélicos se perguntem: quantos membros não pararam de frequentar os cultos ou mesmo desistiram de participar de suas comunidades por causa de discussões políticas? É esse o exemplo que queremos dar para o resto da sociedade?

É importante ressaltar que a crítica ao uso político do culto e à coerção ao voto não devem ser confundidas com uma posição sobre participação de evangélicos na política. Todo brasileiro tem uma trajetória, valores, emoções e formas de pensar que o levam a apoiar um candidato ou uma ideologia.

Ninguém deveria ser excluído do debate público só porque seus valores foram forjados no meio de uma comunidade religiosa. Foi precisamente essa lógica que inspirou vários protestantes a contribuírem com a consolidação do legado da laicidade do Estado para que pudessem exercer sua fé livremente.

Entretanto, quando forças políticas se apoderam do espaço dedicado ao exercício da fé, saem prejudicados os crentes, a prática das liberdades individuais e, consequentemente, a reputação da comunidade. Ou seja, ainda que o candidato preferido da maioria dos evangélicos tivesse vencido, a igreja continuaria sendo uma das grandes perdedoras da eleição. Para superar a derrota, as lideranças evangélicas terão que voltar a participar do debate público a partir dos valores cristãos e abandonar o projeto de poder de um messias fajuto.

TENDÊNCIAS / DEBATES

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

COROA DO ADVENTO

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Publicado em 26 novembro 2022
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Dom Carmo João Rhoden 

Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

 

Texto Bíblico. Acaz respondeu: “Não pedirei, não porei o Senhor à prova”. Ele disse então: ouvi, pois, casa de Davi! É pouco para vós cansardes os homens, quereis cansar também o meu Deus? Pois bem, o Senhor mesmo vós dará um sinal: Eis que a jovem está grávida e dá à luz um filho e lhe dará o nome de Emanuel. (Is  7, 12-14)                                                                   

O homem é um ser racional, afirmam filósofos, mas não há consenso, ao menos muitas vezes… Torna-se, por vezes até um animal muito violento (cf criminalidade, abortos, revoluções e guerras). Eu penso, ser o homem também um ser simbólico. Por isso, é importante o uso de símbolos. 

1º Jesus mandou que seus discípulos, fossem pelo mundo inteiro para evangelizar, ou seja levar a boa nova, de que Deus é amor, e que somos amados por Ele. Fomos, portanto, criados, não para angústia, mas para a salvação: a felicidade. 1.1 A Igreja obediente a esse mandato, anuncia de diversas maneiras a mensagem de Deus. 1.1.1 Pela leitura e meditação da palavra. 1.1.2 Pelas homilias. 1.1.3 Pelas celebrações e cultos. 1.1.4 Pelo Testemunho (vivência).  

2º Tem melhor pedagogia, quem souber apresentar o conteúdo do Evangelho pela audição, pela visão e principalmente pelo testemunho: vivência. De fato, a Igreja deve tornar-se mãe e mestra. Por isso, cabe-lhe, valer-se de pedagogia própria. 

3º Em assim sendo, precisa valorizar mais e mais a riqueza dos símbolos. Entre outros, o da coroa, (a do advento), bem como a do presépio, com seus personagens. Nos 4 domingos que precedem o Natal, é apresentada a coroa (de ramos verdes!) 3.1 Esta tem forma circular (redonda), representa a eternidade, quer ser o primeiro sinal (símbolo) do anúncio do Natal. 3.2 As velas (4): entre elas, a verde, no 1º domingo, roxa no 2º domingo, vermelha no 3º domingo e branca no 4º domingo. (onde possível!)  

4º Os grandes personagens do advento são: João Batista e principalmente Nossa Senhora. O Batista, sendo o percursor do Messias, acentua bastante, a necessidade da conversão e Maria Santíssima, que é de longe, a maior personalidade e o melhor exemplo, de preparação ao Natal. Ela acolheu, amorosamente, o Salvador em seu seio e foi, depois, sua melhor discípula. 

5º hoje em dia, muitos conseguem iluminar, festivamente, suas casas e armar presépios até bem artísticos, mas já, são, até incapazes, de chegar ao personagem central: o menino Jesus. Não olvidam os magos, nem mesmo o burro (…) contudo esquecem o essencial. O Natal tornou-se indiscutivelmente, um acontecimento comercial e de muita festividade: espumante, panetone, etc. Os alemães afirmam: o Natal celebre-o, em sua casa, com os seus, a Páscoa, porém, onde você quiser. Os gregos eram cosmocêntricos, os medievais teocêntricos e nós, hoje? Antropocêntricos?   Certamente muitíssimos. Outros, e não poucos, são agnósticos, ateus, quando não indefinidos… Não faltam nem mesmo, os que se dizem profetas e que um dia pertenceram a um santuário e hoje gerenciam grandes fazendas, ou coisas afins: comercialização da religião. Poderíamos, ainda, continuar, mas basta, pois, não podemos perder o centro, o ponto focal: Jesus Cristo, o Filho de Deus. 

6º. Conclusão. Falamos de símbolos: coroa, presépio, figuras e personagens do advento. Mas acentuo uma vez mais: o centro é- e será sempre-, Jesus Cristo, o Salvador. Feliz advento. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Sexta-feira, 25 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 25 novembro 2022
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1) Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 29-33)

Naquele tempo, 29Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores. 30Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão. 31Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus. 32Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra. 33Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz as recomendações finais do Discurso Apocalíptico. Jesus insiste em dois pontos: (1) na atenção a ser dada aos sinais dos tempos (Lc 21,29-31) e (2) na esperança, fundada na firmeza da palavra de Jesus,  que expulsa o medo e o desespero (Lc 21,32-33)..

Lucas 21,29-31: Olhem a figueira e todas as árvores

Jesus manda olhar a natureza: "Olhem a figueira e todas as árvores. Vendo que elas estão dando brotos, vocês logo sabem que o verão está perto. Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto”.  Jesus pede para a gente contemplar os fenômenos da natureza para aprender deles como ler e interpretar as coisas que estão acontecendo no mundo. O aparecimento de brotos na figueira é um sinal evidente de que o verão está chegando. Assim, o aparecimento daqueles sete sinais é uma prova de “que o Reino de Deus está perto!” Fazer este discernimento não é fácil. Uma pessoa sozinha não dá conta do recado. É refletindo juntos em comunidade que a luz aparece. E a luz é esta: experimentar em tudo que acontece um apelo para a gente nunca se fechar no momento presente, mas manter o horizonte aberto e perceber em tudo que acontece uma seta que aponta para além dela mesma em direção ao futuro. Mas a hora exata da chegada do Reino, porém, ninguém sabe. No evangelho de Marcos, Jesus chega a dizer: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32).

Lucas 21,32-33:

“Eu garanto a vocês: tudo isso vai acontecer, antes que passe esta geração. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão. Esta palavra de Jesus evoca a profecia de Isaías que dizia: "Todo ser humano é erva e toda a sua beleza é como a flor do campo: a erva seca, a flor murcha, quando sobre elas sopra o vento de Javé; a erva seca, a flor murcha, mas a palavra do nosso Deus se realiza sempre” (Is 40,7-8). A palavra de Jesus é fonte da nossa esperança. O que ele disse vai acontecer!

A vinda do Messias e o fim do mundo

Hoje, muita gente vive preocupado com o fim do mundo. Alguns, baseando-se numa leitura errada e fundamentalista do Apocalipse de João, chegam a calcular a data exata do fim do mundo. No passado, a partir dos “mil anos”, mencionados no Apocalipse (Ap 20,7), se costumava repetir: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta do mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas (2Tes 2,1-3; 3,11). Assim pensavam. Mas até hoje, a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes Jesus voltará!  Vem ou não vem? E como será a vinda? Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja!

No Novo Testamento a volta de Jesus sempre é motivo de alegria e de paz! Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia!  Quando vai acontecer esta vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a converter-se. Os fariseus diziam: “A chegada do Reino vai depender do nosso esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas”. Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” (2Tes 3,10). Provavelmente, eram uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim do mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Outros, baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).

Hoje acontece o mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja como na sociedade”. Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus pede para olhar a figueira, para contemplar os fenômenos da natureza. Na minha vida já aprendi alguma coisa contemplando a natureza?

2) Jesus disse: “O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão”. Como encarno estas palavras de Jesus em minha vida?

 

5) Oração final

Feliz quem mora em tua casa: sempre canta teus louvores. Feliz quem encontra em ti sua força e decide no seu coração a santa viagem. (Sl 83)

Bolsonaristas usam vídeo com falso “bispo” católico para atacar o STF e a democracia

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Publicado em 23 novembro 2022
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Por @EquipeGN

A CNBB diz, em nota, que o cidadão com roupas que arremete ao expectador do vídeo a um religioso católico, não é da Igreja Católica Apostólica Romana e nem o “Santuário” pertence à Arquidiocese de Belo Horizonte (MG)

 

Bolsonaristas mentem ao divulgar em suas redes sociais que o cidadão “dom Wesley” seja um bispo da Igreja Católica, fato negado pela CNBB | Imagem: Reprodução de vídeo fake news nas redes sociais bolsonaristas

 

Os bolsonaristas insatisfeitos com a derrota do atual presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro (PL), intensificaram desde o fim das eleições a divulgação de fake news. Entre as mentiras difundidas está um falso “bispo” de um suposto “santuário” que seria sediado em Belo Horizonte (MG). O “bispo” fake usa o nome de “Dom Wesley” de um tal “Santuário de São Miguel”. Em um vídeo divulgado nas redes sociais bolsonaristas, ele se veste com uma roupa que lembra um padre católico e não utiliza palavras religiosas, mas destila o ódio bolsonaristas e instiga as Forças Armadas a provocar um golpe antidemocrático e acabar com a democracia brasileira.

O Grafitti News foi procurar por quem responde pela Igreja Católica no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para saber se esse bispo existe de fato ou se era um fake news. E também foi questionada a veracidade do “Santuário de São Miguel”, em Belo Horizonte (MG). A resposta da CNBB foi curta: “O referido bispo não faz parte da Igreja Católica Apostólica Romana. O Santuário também não faz parte da Arquidiocese de Belo Horizonte.”

Na verdade, o “bispo” se faz passar por um religioso católico, para poder estimular o ódio contra a democracia e o desrespeito ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde nesse vídeo ele faz críticas ferozes para quem se propõe ser um religioso de fato. Ao se procurar informações sobre quem é esse cidadão que faz um discurso político de extrema-direita e que não usa, em nenhum momento palavras religiosas, descobre-se de que ele é de uma seita que se autodenomina “Igreja Católica Apostólica Carismática.”

O “santuário” onde o suposto religioso gravou o vídeo ofendendo os ministros do STF e Lula fica na Rua dos Guaranis, no centro comercial antigo de Belo Horizonte, local não recomendado pelos próprios mineiros por ser perigoso | Imagem: Google View Street

 

Sede em BH fica em local não recomendado pelos próprios mineiros

O tal “santuário” não é aquele prédio antigo e imponente como a palavra arrete, mas uma lojinha comercial, pintada de azul escuro, localizada na Rua dos Guaranis, 155, no Centro antigo de Belo Horizonte. O local, de acordo com pessoas residentes em Belo Horizonte, que foram ouvidas, fica numa região perigosa e não recomenda da cidade. É dali que o “bispo” gravou o vídeo ofendendo os ministros do STF e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem o ofendeu ao chamar de “bode diabólico.”

Esse movimento político ultraconservador e supostamente “religioso” surgiu 29 anos atrás na cidade paulista de Araraquara e foi criado por um cidadão mineiro chamado Fernando Fraga. Nos registros consta sendo uma organização religiosa e tem no quadro societário como presidente o sócio José Ricardo Padavani. E tem como atividade principal, com o código 9491000, a exploração de “Atividades de organizações religiosas ou filosóficas.” A seita não esconde que é uma organização política e entre seus projetos está a formação de uma bancada de parlamentares nos Estados e no Congresso Nacional. Fonte: https://grafittinews.com.br

Quarta-feira, 25 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 23 novembro 2022
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1) Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 12-19)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. 13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. 14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, 15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. 16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. 17Sereis odiados por todos por causa do meu nome. 18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão  Lucas 21,12-19

No evangelho de hoje, que é a continuação do discurso iniciado ontem, Jesus enumera mais um sinal para ajudar as comunidades a se situar dentro dos fatos e não perder a fé em Deus nem a coragem de resistir contra as investidas do império romano. Repetimos os primeiros cinco sinais do evangelho de ontem:

1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);

2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);

3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);

4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);

5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11). 

Até aqui foi o evangelho de ontem. Agora, no evangelho de hoje, mais um sinal:

6º sinal: a perseguição dos cristãos (Lc 21,12-19)

Lucas 21,12. O sexto sinal da perseguição.

Várias vezes, durante os poucos anos que passou entre nós, Jesus tinha avisado aos discípulos que eles iam ser perseguidos. Aqui, no último discurso, ele repete o mesmo aviso e faz saber que a perseguição deve ser levado em conta no discernimento dos sinais dos tempos: "Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome”. E destes acontecimentos, aparentemente tão negativos Jesus tinha dito: “Não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." (Lc 21,9). E o evangelho de Marcos acrescenta que todos estes sinais são "apenas o começo das dores de parto!" (Mc 13,8) Ora, dores de parto, mesmo sendo muito dolorosas para a mãe, não são sinal de morte, mas sim de vida! Não são motivo de medo, mas sim de esperança! Esta maneira de ler os fatos trazia tranqüilidade para as comunidades perseguidas. Assim, lendo ou ouvindo estes sinais, profetizados por Jesus no ano 33, os leitores de Lucas dos anos oitenta podiam concluir: "Todas estas coisas já estão acontecendo conforme o plano previsto e anunciado por Jesus! Por tanto, a história não escapou da mão de Deus! Deus está conosco!"

Lucas 21,13-15: A missão dos cristãos em época de perseguição

A perseguição não é uma fatalidade, nem pode ser motivo de desânimo ou de desespero, mas deve ser vista como uma oportunidade, oferecida por Deus, para as comunidades realizarem a missão de testemunhar com coragem a Boa Nova de Deus. Jesus diz: “Isso acontecerá para que vocês dêem testemunho. Portanto, tirem da cabeça a ideia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. Por meio desta afirmação Jesus anima os cristãos perseguidos que viviam angustiados. Ele faz saber que, mesmo perseguidos, eles tinham uma missão a cumprir, a saber: testemunhar a Boa Nova de Deus e, assim, ser um sinal do Reino (At 1,8). O testemunho corajoso levaria o povo a repetir o que diziam os magos do Egito diante dos sinais e da coragem de Moisés e Aarão: “Aqui há o dedo de Deus!” (Ex 8,15). Conclusão: se as comunidades não devem preocupar-se, se tudo está nas mãos de Deus, se tudo já era previsto por Deus, se tudo não passa de dor de parto, então não há motivo para ficarmos preocupados.

Lucas 21,16-17: Perseguição até dentro da própria família

“E vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês. Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome”. A perseguição não vinha só de fora, da parte do império, mas também de dentro, da parte da própria família. Numa mesma família, uns aceitavam a Boa Nova, outros não. O anúncio da Boa Nova provocava divisões no interior das famílias. Havia até pessoas que, baseando-se na Lei de Deus, chegavam a denunciar e matar seus próprios familiares que se declaravam seguidores de Jesus (Dt 13,7-12).

*  Lucas 21,18-19: A fonte da esperança e da resistência

“Mas não perderão um só fio de cabelo.  É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!"  Esta observação final de Jesus lembra a outra palavra que Jesus tinha dito: “nenhum cabelo vai cair da cabeça de vocês!” (Lc 21,18). Esta comparação era um apelo forte a não perder a fé e a continuar firme na comunidade. E confirma o que Jesus já tinha dito em outra ocasião: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,24).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você costuma ler as etapas da história da sua vida e do seu país?

2) Olhando a história da humanidade dos últimos 50 anos, a esperança aumentou em você, ou diminuiu?

 

5) Oração final

O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos dos povos revelou sua justiça. Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade à casa de Israel. (Sl 97, 2-3)

Terça-feira, 22 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 22 novembro 2022
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1) Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 5-11)

Naquele tempo, 5Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: 6Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído. 7Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir? 8Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles. 9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim. 10Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. 11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão   Lucas 21, 5-11 

No evangelho de hoje começa o último discurso de Jesus, chamado Discurso Apocalíptico. É um longo discurso, que será o assunto dos evangelhos dos próximos dias até o fim desta última semana do ano eclesiástico. Para nós do Século XXI, a linguagem apocalíptica é estranha e confusa. Mas para o povo pobre e perseguido das comunidades cristãs daquele tempo era a fala que todos entendiam e cujo objetivo principal era animar a fé e a esperança dos pobres e oprimidos. A linguagem apocalíptica é fruto da teimosia da fé destes pobres que, apesar das perseguições e contra todas as aparências em contrário, continuavam a crer que Deus estava com eles e que Ele continuava sendo o Senhor da história.

Lucas 21,5-7: Introdução ao Discurso Apocalíptico.

Nos dias anteriores ao Discurso Apocalíptico, Jesus tinha rompido com o Templo (Lc 19,45-48), com os sacerdotes e os anciãos (Lc 20,1-26), com os saduceus (Lc 20,27-40), com os escribas que exploravam as viúvas (Lc 20,41-47) e no fim, como vimos no evangelho de ontem, terminou elogiando a viúva que deu em esmola tudo que possuía (Lc 21,1-4). Agora, no evangelho de hoje, ouvindo como “algumas pessoas comentavam sobre o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”, Jesus responde anunciando a destruição total do Templo: "Vocês estão admirando essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído."  Ouvindo este comentário de Jesus, os discípulos perguntam: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?"  Eles querem mais informação. O Discurso Apocalíptico que segue é a resposta de Jesus a esta pergunta dos discípulos sobre o quando  e o como da destruição do Templo. O evangelho de Marcos informa o seguinte sobre o contexto em que Jesus pronunciou este discurso. Ele diz que Jesus tinha saído da cidade e estava sentado no Monte das Oliveiras (Mc 13,2-4). Lá do alto do Monte ele tinha uma visão majestosa sobre o Templo. Marcos informa ainda que havia só quatro discípulos para escutar o último discurso. No início da sua pregação, três anos antes, lá na Galiléia, as multidões iam atrás de Jesus para escutar suas palavras. Agora, no último discurso, há apenas quatro ouvintes: Pedro, Tiago, João e André (Mc 13,3). Eficiência e bom resultado nem sempre se medem pela quantidade!

Lucas 21,8: Objetivo do discurso: "Não se deixem enganar!"

Os discípulos tinham perguntado: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?” Jesus começa a sua resposta com uma advertência: "Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu!' E ainda: 'O tempo já chegou'. Não sigam essa gente”. Em época de mudanças e de confusão sempre aparecem pessoas que querem tirar proveito da situação enganando os outros. Isto acontece hoje e estava acontecendo nos anos 80, época em que Lucas escreve o seu evangelho. Diante dos desastres e guerras daqueles anos, diante da destruição de Jerusalém do ano 70 e diante da perseguição dos cristãos pelo império romano, muitos pensavam que o fim dos tempos estivesse chegando. Havia até gente que dizia: “Deus já não controla mais os fatos! Estamos perdidos!” Por isso, a preocupação principal dos discursos apocalípticos é sempre a mesma: ajudar as comunidades a discernir melhor os sinais dos tempos para não serem enganadas pelas conversas do povo sobre o fim do mundo: "Cuidado para que vocês não sejam enganados!". Em seguida, vem o discurso que oferece sinais para ajudá-los no discernimento e, assim, aumentar neles a esperança.

Lucas 21,9-11: Sinais para ajudar a ler os fatos.

Depois desta breve introdução, começa o discurso propriamente dito: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro, essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." E Jesus continuou: "Uma nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais vindos do céu.". Para entender bem estas palavras, é bom lembrar o seguinte. Jesus vivia e falava no ano 33. Os leitores de Lucas viviam e escutavam no ano 85. Ora, nos cinquenta anos entre o ano 33 e o ano 85, a maioria das coisas mencionadas por Jesus já tinham acontecido e eram do conhecimento de todos. Por exemplo, em várias partes do mundo havia guerras, apareciam falsos messias, surgiam doenças e pestes e, na Ásia Menor, os terremotos eram frequentes. Num estilo bem apocalíptico, o discurso enumera todos estes acontecimentos, um depois do outro, como sinais ou como etapas do projeto de Deus em andamento na história do Povo de Deus, desde a época de Jesus até o fim dos tempos:

1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);

2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);

3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);

4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);

5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11);

Até aqui vai o evangelho de hoje. O evangelho de amanhã traz mais um sinal: a perseguição das comunidades cristãs (Lc 21,12). O evangelho de depois de amanhã traz mais dois sinais: a destruição de Jerusalém e o início da desintegração da criação. Assim, por meio destes sinais do Discurso Apocalíptico, as comunidades dos anos oitenta, época em que Lucas escreve o seu evangelho, podiam calcular a que altura se encontrava a execução do plano de Deus, e descobrir que a história não tinha escapado da mão de Deus. Tudo estava conforme tinha sido previsto e anunciado por Jesus no Discurso Apocalíptico.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Qual o sentimento que você teve durante a leitura deste evangelho de hoje? De medo ou de paz?
  2. Você acha que o fim do mundo está próximo? O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo? O que, hoje, anima o povo a resistir e ter esperança?

 

5) Oração final

Alegrem-se diante do SENHOR, pois ele vem, ele vem julgar a terra. Julgará o mundo com justiça e com sua fidelidade todas as nações. (Sl 95, 13-14)

Padre de Guaira é encontrado morto com corte profundo no pescoço

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Publicado em 21 novembro 2022
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  • cidade de Guaira,
  • padre é José Aparecido Bilha,
  • Assis Chateubriand,

Ainda não foi apurado se foi suicídio ou homicídio

 

Um padre foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (21) no pátio da casa paroquial da cidade de Guaira/PR, apresentando um corte profundo no pescoço.

As autoridades policiais foram acionadas (Policias Civil e Militar) e a Policia Científica (IML) também desloca uma equipe de Toledo à Guaira para fazer a remoção do corpo.

O padre é José Aparecido Bilha, cerca de 63 anos, e que foi encontrado já sem vida.

Um corte profundo foi identificado no pescoço do pároco e a investigação vai apurar se o padre cometeu suicídio ou se foi assassinado.

A Diocese de Toledo também deverá montar uma equipe para acompanhar a investigação.

O padre Jose Aparecido Bilha era de Assis Chateubriand, e há anos estava à frente da Paroquia Nossa Senhora Aparecida, de Guaira.

 

ATUALIZAÇÃO

Uma informação extraoficial revelou que, membros da paroquia tiveram acessos as imagens das câmeras de segurança, sendo possível identificar que o pároco cometeu suicídio. Fonte: https://radiodifusora.net

Falecimento do Pe. José Aparecido Bilha

 

A Diocese de Toledo, por meio de seu bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, e seu clero, manifestam o profundo pesar pelo falecimento do Pe. José Aparecido Bilha, 63 anos.

Ele estava no exercício de seu ministério como pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Guaíra, e foi encontrado morto por funcionários na abertura do expediente desta segunda-feira, 21 de novembro.

Externamos condolências à família Bilha e à comunidade católica de Guaíra, especialmente desta paróquia, que foram surpreendidos pela triste notícia.

Informamos ainda que o caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança pública e acompanhado pela Diocese.

O velório acontecerá primeiramente em Guaíra, junto da comunidade. Posteriormente, o corpo será trasladado para Assis Chateaubriand, onde haverá as exéquias e, em seguida, o sepultamento.

Pe. José Aparecido Bilha era natural de Astorga e tinha 28 anos de sacerdócio. Cursou Filosofia, em Toledo, e Teologia no Studium Theologicum, de Curitiba, e no Instituto de Teologia Pio XII, de Londrina.

Exerceu seu ministério presbiteral em Assis Chateaubriand, Quatro Pontes, Vila Nova (Toledo), Formosa do Oeste e, desde 2020, em Guaíra. Atuou ainda nos seminários diocesanos como promotor vocacional, diretor espiritual e reitor.

Rogamos a Deus que, na sua misericórdia, acolha este irmão no sacerdócio que dedicou sua vida pelo bem dos fiéis.

 

A Diocese de Toledo informa a respeito do funeral do Pe. José Aparecido Bilha.

 

Confirmando o previsto em comunicado anteriormente, o primeiro momento de despedidas ao Pe. José Aparecido acontece em Guaíra. O velório deve iniciar às 19h desta segunda-feira (21/11), na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Neste local, por volta das 21h, se rezará uma missa pelo descanso eterno do sacerdote.

Em seguida, às 23h, o corpo será trasladado para a Igreja Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Assis Chateaubriand, onde o velório prosseguirá até às 15h desta terça-feira (22/11). Nesta data, será celebrada a missa com Rito de Exéquias, sob presidência do bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, e concelebração de todo o clero. Pe. Cido será sepultado no cemitério municipal de Assis Chateaubriand.

Toda a programação foi definida em acordo entre a Diocese de Toledo e a família enlutada do sacerdote. Fonte: https://www.revistacristorei.com.br

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO: Um Olhar.

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Publicado em 19 novembro 2022
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  • Festa de Cristo Rei do Universo

 

A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.

A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.

O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o "Reino"; no entanto, o "Reino" que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.

A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.

 

EVANGELHO - Lc 23,35-43: Atualização.

Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte, dominador que Se impõe aos homens do alto da sua omnipotência e que os assusta com gestos espectaculares; mas é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor. A cruz - ponto de chegada de uma vida gasta a construir o "Reino de Deus" - é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.

À Igreja de Jesus ainda falta alguma coisa para interiorizar a lógica da realeza de Jesus. Depois dos exércitos para impor a cruz, das conversões forçadas e das fogueiras para combater as heresias, continuamos a manter estruturas que nos equiparam aos reinos deste mundo... A Igreja, corpo de Cristo e seu sinal no mundo, necessita que o seu Estado com território (ainda que simbólico) seja equiparado a outros Estados políticos? A Igreja, esposa de Cristo, necessita de servidores que se comportam como se fossem funcionários superiores do império? A Igreja, serva de Cristo e dos homens, necessita de estruturas que funcionam, muitas vezes, apenas segundo a lógica do mercado e da política? Que sentido é que tudo isto faz?

Em termos pessoais, a Festa de Cristo Rei convida-nos, também, a repensar a nossa existência e os nossos valores. Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimentos? Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos? Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?

*Leia na íntegra clicando no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO

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Publicado em 19 novembro 2022
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Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo (RS)

 

A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo coroa o ano litúrgico da Igreja Católica. As leituras bíblicas oferecem três grandes cenários que conduzem os fiéis para a compreensão de Cristo Rei. No centro está a crucificação narrada por São Lucas 23, 35-43; num lado está a unção real de Davi por parte dos anciãos de Israel 2 Samuel 5,1-3; no outro lado está o hino cristológico com qual São Paulo introduz a Carta aos Colossenses 1,12-20. O conjunto é dominado pela figura de Cristo, o único Senhor, diante do qual todos somos irmãos. 

A compreensão de rei é bem ampla. A morte da rainha Elisabeth II do Reino Unido, ocorrido em 08 de setembro de 2022, ocupou amplo espaço nas conversas familiares e nas amplas reportagens. Foi possível conhecer melhor a família real e a sua função na sociedade. Para falar de Cristo Rei requer-se um esforço investigativo para compreender a realeza de Cristo que se difere do senso comum. Os textos bíblicos oferecem os elementos fundamentais. 

O acontecimento central é a cruz. Nela Cristo manifesta a sua realeza. É o último ato do seu reino terrestre e como que o primeiro gesto de seu Reino glorioso ao oferecer o perdão e o paraíso ao malfeitor crucificado ao seu lado. Diante da cruz confrontam-se duas atitudes opostas. Alguns personagens aos pés da cruz e um dos malfeitores crucificados, dirigem-se com desprezo a Jesus. “A outros salvou. Salve-se a si mesmo, se de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!” Ao contrário, Jesus revela a própria glória permanecendo ali, na cruz como cordeiro imolado. O outro malfeitor, confessa-se pecador e pede; “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. O cenário da crucificação constitui o momento da verdade. Em Jesus crucificado acontece a revelação de Deus Amor. A morte de Jesus na cruz é ato de amor por toda a humanidade. 

A segunda cena é o encontro das tribos de Israel em Hebron para encontrar-se com Davi. As tribos reconhecem que Davi já os dirigia e agora querem que ele os conduza como rei. Davi faz a “aliança com o povo, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel”. Uma aliança humana, portanto, frágil, mas que é imagem do reinado de Cristo. 

O terceiro texto bíblico é um hino cristológico. São Paulo começa manifestando alegria e gratidão pelo fato de tornar os homens capazes de participar da luz, participarem do Reino de Deus. A seguir São Paulo descreve a realeza de Cristo. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas coisas e todas têm nele a sua consistência. Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.   

Este texto oferece uma síntese de verdade e de fé do mistério de Cristo. Ele se encarnou, assumindo a vida humana, foi morto, ressuscitou e foi constituído Rei do Universo. O hino ressalta a grande notícia de pacificar a terra: “realizando a paz pelo sangue da sua cruz”. Cristo Rei deseja construir com a humanidade “um reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz” (Prefácio da missa de Cristo Rei). Fonte: https://www.cnbb.org.br

REI POBRE

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Publicado em 19 novembro 2022
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Dom Lindomar Rocha Mota

Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

 

Nas proximidades em que Cristo é celebrado Rei do universo, o Papa Francisco avizinhou-lhe o dia do pobre. Parece contraditório, mas em Deus não há contradição. Como no infinito tudo se conecta, o início é igual ao fim. A estética da realeza, que já vinha mudando desde o Antigo Testamento, assumiu forma definitiva em Jesus Cristo. Da beleza e esplendor dos palácios marfíneos à própria beleza de Davi foi superada nos contornos descaracterizados do Servo que nos apresenta Isaias 53. 

Rei sem beleza, que muitos vieram ver, é a novidade gritante da escatologia profética. A condição estética da antiga realeza não vale mais, pois como continua nos informando Isaias 53,2 “Ele não tinha aparência (eídos) nem beleza (kállos) para atrair o nosso olhar, nem simpatia (dóxa) para que pudéssemos apreciá-lo.  

A entrada neste novo feitio produz violência ao conceito e ao sentido, mas não nega o desejo e a busca, pois, mesmo sem eídos, dóxa e kállos, todos desejam alcançar sua incalculável riqueza (Ef 3,8). 

A realeza de Jesus é outro tipo de advento. É outro modo pelo qual o belo contamina o mundo e ultrapassa o domínio das formas e da atração visual. 

O mundo do Novo Testamento é totalmente desprovido do “belo” ostensivo, como ressalta Gehard Nebel, em seu Das Ereignis des Schönen: “Davi e Salomão eram grandes reis, mas a arte busca sempre sua identificação com o poder da história terrena. Os galileus, entre os quais o Verbo de Deus se fez carne, são provincianos, sem grande cultura […], onde é impossível que o belo pudesse significar um grande advento”.  

A compreensão do belo sem o poder é alargada e se encontra com o desejo iminente dos Gregos que pediram: «Senhor queremos ver Jesus». Assim, é supriminda a contradição entre o Antigo e o Novo Testamento. É clara a expressão: «queremos ver!». Ela é um imperativo e serve para interpretar o que significaria beleza neste novo sentido. O kállon em seu autônomo modo de existir funda um novo estilo na apresentação de Jesus, capaz de atrair os olhares humanos e dos anjos, pois, como continua São Paulo aos Efésios: “os principados e autoridades no céu doravante, conhecem, graças a Igreja, a multiforme sabedoria de Deus”. O Rei pobre é novidade extraordinária que a Igreja revela até mesmo aos anjos. 

A transcendência do belo, produtor de interesse para os sentidos, evolui no pensamento cristão até aos nossos dias. Essa transcendência encontra uma ordem simétrica na evolução que vai das coisas belas à alma bela e avança na tradição latina, onde o belo é o constitutivo do ser, e não a forma. A atração é pela existência – razão pela qual o ser perfeitamente humano de Jesus atrai todos os olhares. 

Se continuarmos, entretanto, a buscar na evolução e o alargamento de kallòn, veremos o seu encostamento a ayatón, isto é, o belo e o bem; refletindo sobre a imagem bela nos colocamos em relação com a capacidade de fazer o bem, e deduzimos que o bem se torna visível, como beleza, naquele que está disposto ao amor. Em circunstancias precisas, de fato, o belo é o bem, e sendo assim a procura por Jesus evoca uma realeza para além da disposição formal de uma pessoa. É a procura dAquele que é coligado com a prática do bem e o próprio bem. Portanto, a identificação da Realeza de Jesus sobre todo o universo, com o pobre que se encontra entre os últimos de seus semelhantes, é adorável e real. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Quinta-feira, 17 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 17 novembro 2022
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  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,

 

1) Oração

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 19, 41-44)

Naquele tempo, 41Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: 42Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos. 43Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; 44destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje informa como Jesus, chegando perto de Jerusalém, ao ver a cidade, começou a chorar e pronunciou palavras que faziam ver um futuro muito sombrio para a cidade, capital do seu povo.

Lucas 19,41-42 Jesus chora sobre Jerusalém

“Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua pátria, o seu povo, a capital da sua terra, o Templo. Chora, porque sabe que tudo vai ser destruído por culpa do próprio povo que não soube perceber nem avaliar o apelo de Deus dentro dos fatos. O povo não percebeu o caminho que pudesse levar à Paz, Shalôm. Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!  Esta afirmação evoca a crítica de Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?" (Is 44,20). A mentira estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça. Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).

Lucas 19,43-44 Anúncio da destruição de Jerusalém.

“Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. ". Jesus descreve o futuro que vai acontecer com a Jerusalém. Usa as imagens de guerra que eram comuns naquele tempo quando um exército atacava uma cidade: trincheiras, cerco fechado ao redor, matança do povo e destruição total das muralhas e das casas. Assim, no passado, Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor. Assim, as legiões romanas costumavam fazer com as cidades rebeldes e assim seria feito novamente, quarenta anos depois, com a própria cidade de Jerusalém. De fato, no ano 70, Jerusalém foi cercada e invadida pelos exércitos romanos. Tudo foi destruído. Diante deste pano de fundo histórico, o gesto de Jesus se torna uma advertência muito séria a todos que pervertem o sentido da Boa Nova de Deus. Eles devem ouvir a advertência final: “Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la”. Nesta advertência, todo o trabalho de Jesus é definido como uma “visita de Deus”

 

4) Para um confronto pessoal

 

1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.

2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus. Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?

 

5) Oração final

Cantai ao Senhor um cântico novo; ressoe seu louvor na assembléia dos fiéis. Alegre-se Israel no seu Criador, exultem no seu rei os filhos de Sião. (Sl 149, 1-2)

Dom Hélder Câmara: processo de beatificação do bispo avança no Vaticano

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Publicado em 16 novembro 2022
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  • Dom Helder Câmara patrono brasileiro dos direitos humanos,
  • Beatificação de Dom Helder Camara,
  • Fundador da CNBB
  • Dicastério para a Causa dos Santos

Dom Hélder Câmara: processo de beatificação do bispo avança no Vaticano

 

Por Rayane Rocha — Rio de Janeiro

Fundador da CNBB e de obras sociais, arcebispo ganhou notoriedade por sua luta pela democracia Reprodução/Acervo O Globo

O processo de beatificação do arcebispo de Olinda e Recife Dom Hélder Câmara, morto em agosto de 1999, avançou no Vaticano nesta terça-feira. A informação foi comunicada aos fiéis pelo Arcebispo Dom Antônio Fernando Saburido e divulgada, por meio de um vídeo, pelos canais oficiais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nas redes sociais.

— O vice-postulador da causa de Dom Hélder Câmara, frei Jociel Gomes, comunica que foi emitido hoje, em Roma, o decreto de validade jurídica do processo, reconhecendo que todos os atos e toda a documentação feita à arquidiocese foram aprovados pelo Dicastério para a Causa dos Santos — explicou o atual arcebispo de Olinda e Recife

Um dos fundadores da CNBB, Dom Hélder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 12 de março de 1964, cerca de três semanas antes do início do golpe militar que deu início à ditadura no país. Desde então, o religioso estabeleceu forte resistência ao regime, denunciando violações de direitos humanos cometidas pelas autoridades policiais.

Dom Hélder morreu no Recife, aos 90 anos de idade. Em 2015, o processo de beatificação e canonização do arcebispo foi aberto e, com a autorização da Santa Sé, o religioso recebeu o título de Servo de Deus — o primeiro na escala que vai até os santos.

O frei Jociel Gomes foi designado o postulador do caso, responsável pela investigação da vida do candidato para provar sua santidade. Em dezembro de 2018, a etapa local da canonização foi concluída e um dossiê de 197 páginas foi enviado ao Vaticano, incluindo laudos, pareceres, relatos de pessoas que conheceram Dom Hélder e a descrição de um possível milagre, mantido em sigilo. Fonte: https://oglobo.globo.com

Quarta-feira, 16 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 16 novembro 2022
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1) Oração

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 19, 11-28)

Naquele tempo, 11Ouviam-no falar. E como estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola: 12Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar. 13Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar. 14Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: Não queremos que ele reine sobre nós. 15Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado. 16Veio o primeiro: Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas. 17Ele lhe disse: Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades. 18Veio o segundo: Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas. 19Disse a este: Sê também tu governador de cinco cidades. 20Veio também o outro: Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; 21pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. 22Replicou-lhe ele: Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei... 23Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros. 24E disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. 25Replicaram-lhe: Senhor, este já tem dez minas!... 26Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem. 27Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença. 28Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão   Luca 19,11-28

O evangelho de hoje traz a Parábola dos Talentos, na qual Jesus fala dos dons que as pessoas recebem de Deus. Toda pessoa tem alguma qualidade, recebe algum dom ou sabe alguma coisa que ela pode ensinar aos outros. Ninguém é só aluno, ninguém é só professor. Aprendemos uns dos outros.

Lucas 19,11: A chave para entender a história da parábola

Para introduzir a parábola Lucas diz o seguinte:“Tendo eles ouvido isso, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém, e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo”. Nesta informação inicial, Lucas destaca três motivações que levaram Jesus a contar a parábola: (1) A acolhida a ser dada aos excluídos, pois, dizendo “tendo eles ouvido isso”, ele se refere ao episódio de Zaqueu, o excluído, que foi acolhido por Jesus. (2) A proximidade da paixão, morte e ressurreição, pois dizia que Jesus estava perto de Jerusalém  onde seria preso e morto em breve. (3) A chegada iminente do Reino de Deus, pois as pessoas que acompanhavam Jesus pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.

Lucas 19,12-14: O início da Parábola

“Um homem nobre partiu para um país distante a fim de ser coroado rei, e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata para cada um, e disse: 'Negociem até que eu volte”. Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Não queremos que esse homem reine sobre nós'. Alguns estudiosos acham que, nesta parábola, Jesus se refere a Herodes que, setenta anos antes (40 aC), tinha ido para Roma a fim de receber o título e o poder de Rei da Palestina. O povo não gostava de Herodes e não queria que ele se tornasse rei, pois a experiência que tiveram com ele como comandante para reprimir as rebeliões na Galiléia contra Roma foi trágica e dolorosa. Por isso diziam: “Não queremos que esse homem reine sobre nós” Ao este mesmo Herodes se aplicaria a frase final da parábola: “E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam aqui, e matem na minha frente”.  De fato, Herodes matou muita gente.

Lucas 19,15-19: Prestação de conta dos primeiros empregados que receberam cem moedas de prata

A história informa ainda que Herodes recebeu a realeza e voltou para a Palestina para assumir o poder. Na parábola, o rei chamou os empregados aos quais tinha dado cem moedas de prata, a fim de saber quanto haviam lucrado. O primeiro chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais'.  O homem disse: 'Muito bem, empregado bom. Como você foi fiel em coisas pequenas, receba o governo de dez cidades'. O segundo chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'. O homem disse também a este: 'Receba também você o governo de cinco cidades”. De acordo com a história, tanto Herodes Magno como seu filho Herodes Antipas, ambos sabiam lidar com dinheiro e promover as pessoas que os ajudavam. Na parábola, o rei deu dez cidades ao empregado que multiplicou por dez as cem moedas que tinha recebido, e cinco cidades a quem as multiplicou por cinco.

Lucas 19,20-23: Prestação de conta do empregado que não lucrou nada

O terceiro empregado chegou e disse: 'Senhor, aqui estão as cem moedas que guardei num lenço. Pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Tomas o que não deste, e colhes o que não semeaste'. Nesta frase transparece uma idéia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e se esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, agindo assim, não será castigado pela severidade do legislador. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma, na sua própria observância da lei. Ela se fecha em si, desliga de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida. O rei responde: 'Empregado mau, eu julgo você pela sua própria boca. Você sabia que eu sou um homem severo, que tomo o que não dei, e colho o que não semeei. Então, por que você não depositou meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros'. O empregado não foi coerente com a imagem que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus tão severo, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ele é condenado não por Deus, mas pela idéia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a idéia que nos fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo com o mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava.

*  Lucas 19,24-27: Conclusão para todos

“Depois disse aos que estavam aí presentes: Tirem dele as cem moedas, e dêem para aquele que tem mil. Os presentes disseram: Senhor, esse já tem mil moedas! Ele respondeu: Eu digo a vocês: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem”. O senhor mandou tirar dele as cem moedas e dar àquele que já tinha mil, pois “a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. Nesta frase final está a chave que esclarece a parábola. No simbolismo da parábola, as moedas de prata do rei são os bens do Reino de Deus, isto é, tudo aquilo que faz a pessoa crescer e revela a presença de Deus: amor, serviço, partilha. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. A pessoa, porém, que não pensa em si mas se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais: “cem vezes mais, com perseguições” (Mc 10,30). “Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la” (Lc 9,24; 17,33; Mt 10,39;16,25;Mc 8,35). O terceiro empregado teve medo e não fez nada. Não quis perder nada e, por isso, não ganhou nada. Perdeu até o pouco que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino! 

Lucas 19,28: Voltando à tríplice chave inicial

No fim, Lucas encerra o assunto com esta informação: Depois de dizer essas coisas, Jesus partiu na frente deles, subindo para Jerusalém. Esta informação final evoca a tríplice chave dada no início: acolhida a ser dada aos excluídos, proximidade da paixão, morte e ressurreição de Jesus em Jerusalém e a idéia da chegada iminente do Reino. Aos que pensavam que o Reino de Deus estivesse para chegar, a parábola manda mudar os olhos. O Reino de Deus chega sim, mas através da morte e ressurreição de Jesus que vai acontecer em breve em Jerusalém. E o motivo da morte foi a acolhida que ele, Jesus, dava aos excluídos como Zaqueu e tantos outros. Incomodou os grandes e eles o eliminaram condenando-o à morte de cruz,

 

 4)  Para um confronto pessoal

  1. Na nossa comunidade, procuramos conhecer e valorizar os dons de cada pessoa? Às vezes, os dons de uns geram inveja e competição nos outros. Como reagimos?
  2. Nossa comunidade é um espaço, onde as pessoas podem desenvolver seus dons?

 

5) Oração final

Louvai a Deus no seu santuário, louvai-o no firmamento do seu poder. Louvai-o por suas grandes obras, louvai-o pela sua imensa grandeza. (Sl 150, 1-2)

Bispo auxiliar de Belo Horizonte é ameaçado por homem armado após missa

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Publicado em 14 novembro 2022
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  • Bispo auxiliar de Belo Horizonte é ameaçado
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  • dom Vicente de Paula Ferreira,
  • arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo,

Arquidiocese disse que providências judiciais estão sendo adotadas

 

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Vicente de Paula Ferreira, foi ameaçado por um homem armado em uma rua de Moeda, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O caso aconteceu após a realização de uma missa, no último sábado (12). As informações são do jornal O Tempo.

Segundo a arquidiocese da capital, o suspeito foi visto do lado de fora da igreja, aguardando o término da celebração. Ao fim do evento, ele teria abordado o religioso e o ameaçado. O homem não foi identificado.

A igreja não informou o teor da ameaça. Em nota, o chefe da Arquidiocese de BH, arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, lamentou o caso e disse que providências judiciais já estão sendo adotadas para que o caso não fique impune.

 

BOLETIM DE OCORRÊNCIA É REGISTRADO

Walmor também afirmou que "em uma sociedade livre, democrática, a divergência de opiniões não pode justificar atitudes beligerantes", ou seja, violentas. A entidade ainda afirmou que o suspeito não é conhecido pelos moradores e que o caso foi registrado em um boletim de ocorrência. 

 

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:

É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida' (Lc 21,19)

O arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo se solidariza e permanece unido a dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, vítima da intolerância, da falta de um senso mínimo para a convivialidade, do desrespeito covarde, colocando vidas – dom sagrado – em risco, sintomas graves de uma sociedade adoecida.

Providências judiciais já estão sendo adotadas para que as hostilidades destinadas a um servidor do Evangelho, no exercício de sua missão, não permaneçam impunes.

Em uma sociedade livre, democrática, a divergência de opiniões não pode justificar atitudes beligerantes, descompromissadas com a fraternidade. O Evangelho ensina que todos, independentemente de suas convicções, somos irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus. Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br

Segunda-feira, 14 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 14 novembro 2022
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1) Oração

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho   (Lucas 18, 35-43)

35Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia. 37Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré, que passa. 38Ele então exclamou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim! 39Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: Filho de Davi, tem piedade de mim! 40Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe: 41Que queres que te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu veja. 42Jesus lhe disse: Vê! Tua fé te salvou. 43E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus. Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje descreve a chegada de Jesus em Jericó. É a última parada antes da subida para Jerusalém, onde será realizado o “êxodo” de Jesus conforme tinha sido anunciado na sua Transfiguração (Lc 9,31) e nos avisos ao longo da caminhada até Jerusalém (Lc 9,44; 18,31-33).

Lucas 18,35-37: O cego à beira da estrada

“Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno passava por ali”. No evangelho de Marcos, o cego se chama Bartimeu (Mc 10,46). Por ser cego, ele não podia participar da procissão que acompanhava Jesus. Naquele tempo, havia muitos cegos na Palestina, pois o sol forte que bate na terra pedregosa embranquecida fazia mal aos olhos sem proteção.

Lucas 18,38-39: O grito do cego e a reação do povo

“Então o cego gritou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!" Ele invoca Jesus sob o título de “Filho de Davi”. O catecismo daquela época ensinava que o messias seria da descendência de Davi, “filho de Davi”, messias glorioso. Jesus não gostava deste título. Citando o salmo messiânico, ele chegou a perguntar: “Como é que o messias pode ser filho de Davi se até o próprio Davi o chama de “meu Senhor” (Lc 20,41-44) ? O grito do cego incomodava o povo que acompanhava Jesus. Por isso, “as pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse quieto. Elas tentavam abafar o grito. Mas ele gritava mais ainda: "Filho de Davi, tem piedade de mim!" Até hoje, o grito dos pobres incomoda a sociedade estabelecida: migrantes, aidéticos, mendigos, refugiados, tantos!

Lucas 18,40-41: A reação de Jesus diante do grito do cego

E Jesus, o que faz? “Parou, e mandou que levassem o cego até ele. Os que queriam abafar o grito incômodo do pobre, agora, a pedido de Jesus, são obrigados a ajudar o pobre a chegar até Jesus. O evangelho de Marcos acrescenta que o cego largou tudo e foi até Jesus. Não tinha muito. Apenas um manto. Mas era o que tinha para cobrir o seu corpo (cf. Ex 22,25-26). Era a sua segurança, o seu chão! Também hoje Jesus escuta o grito calado dos pobres que nós, às vezes, não queremos escutar. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: "O que quer que eu faça por você?" Não basta gritar. Tem que saber por que grita!  O cego respondeu: "Senhor, eu quero ver de novo."

Lucas 18,42-43: “Veja! Sua fé curou você!”

”Jesus disse: "Veja. A sua fé curou você." No mesmo instante, o cego começou a ver e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo louvou a Deus”. O cego tinha invocado Jesus com idéias não inteiramente corretas, pois o título “Filho de Davi” não era muito bom. Mas ele teve mais fé em Jesus, do que nas suas próprias idéias sobre Jesus. Assinou em branco. Não fez exigências como Pedro (Mc 8,32-33). Soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. A cura é fruto da sua fé em Jesus. Curado, ele segue Jesus e sobe com ele para Jerusalém. Deste modo, tornou-se discípulo modelo para todos nós que queremos “seguir Jesus no caminho” em direção a Jerusalém: acreditar mais em Jesus do que nas nossas idéias sobre Jesus! Nesta decisão de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a conseqüência do compromisso de Jesus, em obediência ao Pai, de servir aos irmãos e de recusar o privilégio.

A fé é uma força que transforma as pessoas

A Boa Nova do Reino anunciada por Jesus era como um fertilizante. Fazia crescer a semente da vida que estava escondida no povo, escondida como fogo debaixo das cinzas das observâncias sem vida. Jesus soprou nas cinzas e o fogo acendeu, o Reino desabrochou e o povo se alegrou. A condição era sempre a mesma: crer em Jesus. A cura do cego esclarece um aspecto muito importante da nossa fé. Mesmo invocando Jesus com idéias não inteiramente corretas, o cego teve fé e foi curado! Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário! A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém. Quem insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Quem souber crer em Jesus e fazer a entrega de si (Lc 9,23-24), aceitar ser o último (Lc 22,26), beber o cálice e carregar sua cruz (Mt 20,22; Mc 10,38), este, como o cego, mesmo tendo idéias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e “seguirá Jesus no caminho” (Lc 18,43). Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz.

 

4) Para um confronto pessoal- Para um confronto pessoal

1) Como vejo e sinto o grito dos pobres: migrantes, negros, aidéticos, mendigos, refugiados, tantos?

2) Como é a minha fé: fixo-me mais nas minhas idéias sobre Jesus ou em Jesus?

 

5) Oração final

Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem toma parte nas reuniões dos zombadores, mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite. (Sl 1, 1-2)

Quinta-feira, 10 de novembro-2022. 32º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 10 novembro 2022
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1) Oração

Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 17, 20-25)

Naquele tempo, 20Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. 21Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós. 22Mais tarde ele explicou aos discípulos: Virão dias em que desejareis ver um só dia o Filho do Homem, e não o vereis. 23Então vos dirão: Ei-lo aqui; e: Ei-lo ali. Não deveis sair nem os seguir. 24Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia. 25É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz uma discussão entre Jesus e os fariseus sobre o momento da vinda do Reino. Os evangelhos de hoje e dos próximos dias tratam da chegada do fim dos tempos.

Lucas 17,20-21: O Reino no meio de nós

“Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui ou: está ali, porque o Reino de Deus está no meio de vocês". Os fariseus achavam que o Reino só poderia vir depois que povo tivesse chegado à perfeita observância da Lei de Deus. Para eles, a vinda do Reino seria a recompensa de Deus pelo bom comportamento do povo, e o messias viria de maneira bem solene como um rei, recebido pelo seu povo. Jesus diz o contrário. A chegada do Reino não pode ser observada como se observa a chegada dos reis da terra. Para Jesus, o Reino de Deus já chegou! Já está no meio de nós, independente do nosso esforço ou mérito. Jesus tem outro modo de ver as coisas. Tem outro olhar para ler a vida. Ele prefere o samaritano que vive na gratidão aos nove que acham que merecem o bem que recebem de Deus (Lc 17,17-19).

Lucas 17,22-24: Sinais para reconhecer a vinda do Filho do Homem

"Chegarão dias em que vocês desejarão ver um só dia do Filho do Homem, e não poderão ver. Dirão a vocês: 'Ele está ali' ou: 'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem”. Nesta afirmação de Jesus existem elementos que vem da visão apocalíptica da história, muito comum nos séculos antes e depois de Jesus. A visão apocalíptica da história tem a seguinte característica. Em épocas de grande perseguição e de opressão, os pobres têm a impressão de que Deus perdeu o controle da história. Eles se sentem perdidos, sem horizonte e sem esperança de libertação. Nestes momentos de aparente ausência de Deus, a profecia assume a forma de apocalipse. Os apocalípticos, procuram iluminar a situação desesperadora com a luz da fé para ajudar o povo a não perder a esperança e para continuar com coragem na caminhada. Para mostrar que Deus não perdeu o controle da história, eles descrevem as várias etapas da realização do projeto de Deus através da história. Iniciado num determinado momento significativo no passado, este projeto de Deus avança, etapa após etapa, através da situação presente vivida pelos pobres, até à vitória final no fim da história. Deste modo, os apocalípticos situam o momento presente como uma etapa já prevista dentro do conjunto mais amplo do projeto de Deus. Geralmente, a última etapa antes da chegada do fim costuma ser apresentada como um momento de sofrimento e de crise, do qual muitos tentam se aproveitar para iludir o povo dizendo: “Ele está ali' ou: 'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem” Tendo olhar de fé que Jesus comunica, os pobres vão poder perceber que o reino já está no meio deles (Lc 17,21), como relâmpago, sem sombra de dúvida. A vinda do Reino traz consigo sua própria evidência e não depende dos palpites e prognósticos dos outros.

Lucas 17,25: Pela Cruz até à Glória

“Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. Sempre a mesma advertência: a Cruz, escândalo para judeus e loucura para os gregos, mas para nós expressão da sabedoria e do poder de Deus (1Cor 1,18.23). O caminho para a Glória passa pela cruz. A vida de Jesus é o nosso cânon, é a norma canônica para todos nós.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus diz: “O reino está no meio de vós!” Você já encontrou algum sinal da presença do Reino em sua vida, na vida do seu povo ou na vida da sua comunidade?

2) A cruz na vida. O sofrimento. Como você vê o sofrimento, o que faz com ele?

 

5) Oração final

O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos oprimidos, dá alimento a quem tem fome. O Senhor livra os prisioneiros. (Sl 145, 6b-7)

Terça-feira, 8 de novembro-2022. 32º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 08 novembro 2022
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  • 31º DOMINGO DO TEMPO COMUM
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1) Oração

Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 17, 7-10)

Naquele tempo, disse Jesus: 7Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá: Vem depressa sentar-te à mesa? 8E não lhe dirá ao contrário: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu? 9E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação? 10Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz uma parábola que só se encontra no evangelho de Lucas, sem paralelo nos outros evangelhos. A parábola quer ensinar que nossa vida deve caracterizar-se pela atitude de serviço. Ela começa com três perguntas e, no fim, Jesus mesmo dá a resposta.

Lucas 17,7-9: As três perguntas de Jesus

Trata-se de três perguntas tiradas da vida de cada dia, para as quais os ouvintes já adivinhavam a resposta. As perguntas são formuladas de tal maneira que elas reenviam cada ouvinte a consultar sua própria experiência e, a partir dela, dar a sua resposta. A primeira pergunta: “Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: Venha depressa para a mesa?” Todo mundo responderá: “Não!” Segunda pergunta: “Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber?” Todo mundo responderá: “Sim! Claro!” Terceira pergunta: “Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado?” Todo mundo responderá: “Não!”  Pela maneira de Jesus fazer as perguntas, a gente já percebe em que direção ele quer orientar nosso pensamento. Ele quer que sejamos servidores uns dos outros.

Lucas 17,10: A resposta de Jesus

No fim, Jesus mesmo tira a conclusão que já estava implícita nas perguntas: “Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer". Jesus, ele mesmo, deu o exemplo quando disse: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). O serviço é um tema do agrado de Lucas. O serviço representa a forma como os pobres do tempo de Jesus, os anawim, esperavam o Messias: não como Messias glorioso rei, sumo sacerdote ou juiz, mas como o Servo de Javé, anunciado por Isaías (Is 42,1-9). Maria, a mãe de Jesus, se apresentou ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). Em Nazaré, Jesus se apresenta como o Servo, descrito por Isaías (Lc 4,18-19 e Is 61,1-2). No batismo e no transfiguração, ele foi confirmado pelo Pai que cita as palavras dirigidas por Deus ao mesmo Servo (Lc 3,22; 9,35 e Is 42,1). Aos seus seguidores Jesus pede: “Quem quer ser o primeiro seja o servo de todos” (Mt 20,27). Servos inúteis! É a definição do cristão. Paulo fala disso aos membros da comunidade de Corinto quando escreve: “Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. Assim, aquele que planta não é nada, e aquele que rega também não é nada: só Deus é que conta, pois é ele quem faz crescer” (1Cor 1,6-7). Paulo e Apolo nada são; são apenas instrumentos, “servidores”. O que vale é o próprio Deus, só Ele! (1Cor 3,7).

Servir e ser servido. Aqui, neste texto, o servo serve ao senhor, e não, o senhor ao servo. Mas em outro texto de Jesus se diz o contrário: “Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá” (Lc 12,37). Neste texto, é o senhor que serve ao servo, e não o servo ao senhor. No primeiro texto, Jesus falava do presente. No segundo texto, Jesus estava falando do futuro. Este contraste é uma outra maneira para dizer: ganha a vida que está disposto a perdê-la por amor a Jesus e ao Evangelho (Mt 10,39; 16,25. Quem serve a Deus nesta vida presente, Deus servirá a ele na vida futura!

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como defino minha vida?

2) Faça para você as mesmas três perguntas de Jesus? Será que vivo como um servo inútil?

 

5) Oração final

O Senhor conhece os dias dos inocentes, eterna será sua herança. O Senhor firma os passos do homem, sustenta aquele cujo caminho lhe agrada. (Sl 36, 18.23)

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