Com novas variantes do coronavírus, tsunami no Brasil se aproxima
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Com novas variantes do coronavírus, tsunami no Brasil se aproxima
A questão não é quando vão chegar novas cepas, mas qual será a intensidade e o preparo
Fernando Reinach*, O Estado de S.Paulo
30 de janeiro de 2021 | 05h00
Tudo indica que um tsunami vai atingir o Brasil. A Europa e Manaus já estão sofrendo com novas cepas do Sars-CoV-2 que se espalham rapidamente. Elas são difíceis de controlar, aumentam o número de mortes por 100 mil habitantes, e conseguem ludibriar parcialmente o sistema imune dos já infectados e vacinados. A solução na Europa tem sido trancar a população em casa e vacinar em questão de semanas todo o grupo de risco com as vacinas da Pfizer e Moderna. E na falta destas, com a vacina da AstraZeneca. A questão não é se esse tsunami vai se espalhar pelo Brasil, é quando isso vai acontecer, qual a intensidade, e se vamos estar preparados. Para sentir o perigo basta entender um dos trabalhos publicados esta semana sobre as novas cepas. Escolhi o estudo feito pelo grupo de David Ho. Ele é um cientista que você pode descrever em uma frase: Ho transformou a AIDS de uma sentença de morte em uma doença crônica controlável por um coquetel de antirretrovirais. Foi dele a ideia de evitar o aparecimento de novas cepas de HIV usando combinações de drogas. São os coquetéis que usamos até hoje.
O trabalho possui uma quantidade enorme da dados coletados usando uma versão da metodologia que descrevi semana passada. Utilizando técnicas de engenharia genética o grupo de Ho é capaz de construir e testar as propriedades das mais diferentes cepas do SARS-CoV-2. Cada cepa contém uma ou mais das mutações da Inglaterra (B.1.1.7) e da África do Sul (B.1.351). Para a cepa inglesa, além da original que já circula, os cientistas construíram cepas contendo cada uma das 8 mutações mais importantes. Para a cepa da África do Sul, além da própria, foram construídas cepas com cada uma das 9 mutações. De posse dessa coleção, os cientistas mediram sua capacidade de invadir células humanas. Essa medida foi feita na presença e na ausência de anticorpos gerados contra o SARS-CoV-2 original. Esse experimento permite determinar a capacidade de cada anticorpo de bloquear a entrada de cada cepa em células humanas. Anticorpos que evitam a entrada (chamados de neutralizantes) devem proteger a pessoa. Os que não evitam a entrada não devem proteger.
Num primeiro estudo foi averiguada a capacidade de 18 anticorpos monoclonais (como os utilizados para tratar Donald Trump) de neutralizar cada uma das cepas. São 324 experimentos distintos. Em seguida os cientistas repetiram o experimento usando os anticorpos presentes no soro de 20 pacientes que se recuperaram de casos graves e leves de covid-19 causado pelo SARS-CoV-2 original. Isso gerou outra tabela com 360 resultados. Finalmente repetiram os experimentos usando os anticorpos presentes no soro de 22 pessoas que haviam sido imunizadas com a vacina da Pfizer (10 pessoas) e da Moderna (12 pessoas) para verificar se essas cepas conseguiam escapar dos anticorpos gerados por essas duas vacinas. São mais 396 resultados.
Os cientistas conseguiram determinar quais anticorpos neutralizam qual cepa. A primeira conclusão é que a inglesa, B.1.1.7, não é neutralizada por nenhum dos anticorpos dirigidos para a região N-terminal da proteína Spike do SARS-CoV-2 original. Entretanto ela é parcialmente bloqueada pelos anticorpos que se ligam na região que o vírus usa para entrar na célula. Mais importante, a cepa B.1.1.7 é três vezes mais resistente aos anticorpos presentes nas pessoas que tiveram covid-19 causada pelo SARS-CoV-2 original e duas vezes mais resistente aos anticorpos presentes nas pessoas vacinadas. Ou seja, não somente ela se espalha rapidamente, mas parece possuir características que a ajudam a despistar a resposta do sistema imune.
Já a cepa da África do Sul, B.1.351, é muito mais preocupante. Ela não é bloqueada pelos anticorpos monoclonais, é de 11 a 33 vezes mais resistente aos anticorpos presentes no soro de pessoas previamente infectadas e de 6,5 a 8,6 vezes mais resistente que o vírus original aos anticorpos gerados pelas vacinas da Pfizer e Moderna.
A conclusão é de que essas duas cepas, que estão se espalhando pelo mundo, podem tornar inúteis os anticorpos monoclonais que estão sendo desenvolvidos como tratamento e devem ameaçar de forma significativa a eficácia das vacinas. É por esse motivo que a Pfizer e a Moderna já anunciaram que estão desenvolvendo novas versões de suas vacinas.
Esse estudo não analisou a nova cepa de Manaus (semelhante à cepa sul-africana), e não analisou a capacidade das três cepas (Inglaterra, África do Sul e Manaus) de burlar as defesas criadas pelas vacinas Cononavac e AstraZeneca. Ou seja, não sabemos ainda as propriedades da cepa de Manaus nem como as vacinas que dispomos vão se comportar diante dessas novas cepas.
É uma questão de tempo a disseminação dessas cepas pelo Brasil, mas muito provavelmente elas vão chegar antes de vacinarmos uma fração significativa da população. Nos EUA se acredita que elas serão dominantes nas próximas semanas.
Desculpem o pessimismo, mas é melhor apertar os cintos e nos prepararmos para o pior. E lembrem: no início de 2020, quando o coronavírus demorou um pouco mais para chegar ao Brasil, muitos acreditavam que ele não chegaria por aqui. Fonte: https://saude.estadao.com.br
Whindersson Nunes, o humorista que não quer só fazer o brasileiro rir
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Comediante que acaba de anunciar que será pai foi um dos responsáveis pela campanha de doação de oxigênio para Manaus
Maria Fernanda Rodrigues, O Estado de S. Paulo
Aos 26 anos, Whindersson Nunes anuncia que vai ser pai pela primeira vez Foto: Reprodução/Instagram de Whindersson Nunes
Whindersson Nunes é notícia e isso não é de hoje. Quem namora, de quem se separa, se está deprimido ou envolvido em algum comentário polêmico. Tudo o que ele faz alimenta o noticiário de celebridades. Nos últimos dias, porém, o comediante de 26 anos e dono do segundo maior canal brasileiro no YouTube, com mais de 41 milhões de seguidores (KondZilla tem 63 milhões), virou notícia por outra coisa: ele liderou uma grande campanha de doação de oxigênio e respiradores para Manaus, que via seu sistema de saúde entrar novamente em colapso levando à morte de pacientes com coronavírus por falta de oxigênio nos hospitais. Nesta quinta, 28, ele voltou aos holofotes ao anunciar a gravidez de Maria, sua namorada.
Nascido em 1995 em Bom Jesus, cidade com 30 mil habitantes, e criado em Santa Luz, com cerca de 2 mil, o piauiense Whindersson Nunes é filho de representantes comerciais e tinha escolhido a profissão de analista de sistema porque, segundo lhe disseram, ele poderia ganhar R$ 10 mil por mês. Era um bom salário para o garoto sonhador que já tinha feito bicos de garçom. Ele até estudou para ser técnico em informática, mas começou a fazer alguns vídeos em seu quarto, para postar no YouTube, e foi pegando gosto.
Não que tenha dado certo logo de cara. Não tinha graça, ninguém via. Fez a autocrítica, se preparou melhor. O sucesso veio com a paródia Alô vó, to reprovado. Hoje, oito anos depois, o vídeo soma 8 milhões de pageviews. É muito - mas não é nada comparado com o do show Proparoxítona, compartilhado no canal em dezembro de 2017 e que soma mais de 99 milhões de visualizações.
Seus números são todos superlativos. O segundo vídeo mais visto, o show Marminino, tem 87 milhões de visualizações. O terceiro é Qual é a senha do wi-fi, paródia de Adele, com 76 milhões de views. E por aí vai.
Whindersson Nunes alterna, em seu canal, essas paródias com outros tipos de vídeos. Também bastante populares são aqueles em que ele fala sobre as diferenças de classe, como a parádia de Ed Sheeran Eu cansei de ser pobre (65 milhões), Criança de rico e criança de pobre (62 milhões) e Escola de rico e de pobre (44 milhões). Ele imita artistas, dubla cenas e comenta filmes, dança, canta, faz caras e bocas.
Com o primeiro grande pagamento que recebeu, deu entrada em um carro. Com o segundo, contou em entrevista, “arrumou os dentes”. Tem mansão em Fortaleza, que custou R$ 1 milhão, um jatinho para seis pessoas e outros investimentos que não revela.
Teresina foi a primeira cidade grande em que viveu. Chegou sem nada. Hoje mora em São Paulo, cidade que escolheu para facilitar sua locomoção - antes da pandemia, ele fazia um show atrás do outro em cidades espalhadas pelo Brasil todo e também em outros países.
Ex-evangélico praticante, não por influência da família, mas por vontade própria, Whindersson Nunes já contou que não faz piada sobre política. Também não fala sobre religião. Mesmo evitando esse tipo de tema mais polêmico, às vezes desagrada - como quando, no programa Caldeirão do Huck, em 2018, resolveu fingir que era um intérprete de libras. Ele pediu desculpas.
Seu trabalho é fazer com que a maioria goste dele, ele disse em uma entrevista. Sua meta para 2021, revelou nas redes sociais, é ficar rico. Mais rico. O primeiro casamento, com a cantora Luísa Sonza, acabou. Seu novo relacionamento está exposto também nas redes sociais, onde acaba de anunciar que vai ser pai pela primeira vez - em apenas 11 horas, até a publicação deste texto, o post somava 8,9 milhões de likes e 335 mil comentários. Whindersson é uma pessoa pública. Muito pública. São 49 milhões de seguidores no Instagram; 20 milhões no Twitter e 5,8 milhões no Facebook. E a pressão vem.
Whindersson é muito jovem, trabalha demais e tem muita responsabilidade. Em julho de 2019, ele revelou que sofria de depressão e estava se tratando com remédio e adotando um estilo de vida menos acelerado. Tirou um período sabático para se cuidar. Com a pandemia - e shows cancelados - Whindersson desacelerou ainda mais.
Há um especial dele e sobre ele na Netflix: Whindersson Nunes - Adulto. Sua cinebiografia está sendo produzida. E ele já atuou em Os Parças e Os Parças 2, ao lado de Bruno De Luca, Tom Cavalcante e Tirulipa, e em Os Roni. Isso tudo sem descuidar de seu próprio canal.
A recente doação para Manaus para ajudar no tratamento de pacientes com coronavírus não foi a primeira manifestação de preocupação e de solidariedade de Whindersson Nunes, que já disse em entrevistas que gostaria de “fazer alguma coisa” pelo outro, e não dar apenas o que lhe resta. Naquela época, em 2019, ele disse que pensava em criar algum projeto ou instituto que ajudasse as crianças a se tornar adultos melhores e também considerava financiar pesquisas científicas. Fonte: https://cultura.estadao.com.br
A fila da vacina
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Quando o Programa Nacional estiver funcionando normalmente, aí vai aparecer o imunizante no sistema privado
Vamos falar francamente: ainda neste ano, mais para o segundo semestre, hospitais e clínicas particulares estarão oferecendo vacina contra a Covid-19, em caráter suplementar ao Programa Nacional de Imunizações — e tudo de acordo com a Constituição.
Um pouco de história: a Constituinte de 1988 tinha um viés claramente estatizante. Por isso, temos o Sistema Único de Saúde — e o “único” aí não era apenas um modo de falar. A ideia era essa mesma: um sistema estatal, universal e gratuito. E obrigatório, vetando a medicina privada.
Só não ficou assim por dois motivos. Primeiro, porque seria preciso estatizar hospitais, clínicas e mesmo consultórios privados. E não havia dinheiro para isso — já que não se poderia simplesmente confiscar tudo, como se fosse uma ditadura.
O segundo motivo vai na mesma linha: teria o Estado os recursos necessários para esse sistema gratuito? Está lá no artigo 196: que a “saúde é direito de todos e dever do Estado” e que será garantido “acesso universal e igualitário”.
Reconhecendo isso, os constituintes incluíram o artigo 199, dizendo que a assistência à saúde é “livre à iniciativa privada”. Como isso estava em contradição com o contexto, colocaram-se várias ressalvas: essa atuação seria “complementar” e controlada pelo SUS, seria vedada a empresas estrangeiras e se daria preferência às instituições filantrópicas em relação àquelas com fins lucrativos.
O entendimento dos estatizantes era simples: com o tempo, dada a qualidade e gratuidade do SUS, o sistema privado desapareceria ou ficaria apenas para os poucos milionários.
O mundo andou, e como estamos hoje? Mais de 40 milhões de contratos particulares com planos e operadoras de saúde, muitas de capital estrangeiro. E um sistema privado de qualidade internacional.
Isso já funciona no caso da Covid-19. Os hospitais e clínicas particulares atendem os doentes e aplicam os testes. Aliás, os altos dirigentes da República se tratam nesses hospitais.
Por que, portanto, não podem vacinar?
Por questões econômicas, éticas e políticas. Na economia: ainda há escassez de vacinas em relação à demanda mundial. As farmacêuticas que já têm o imunizante estão vendendo apenas para governos e instituições multilaterais, como a OMS. A entrada do setor privado no negócio, no mundo, aumentaria ainda mais a demanda e elevaria os preços. Assim, se cairia onde os líderes mundiais de respeito tentam evitar: que os ricos passem na frente.
Mas, para falar francamente, de novo, ricos, no cenário mundial, estão tentando passar à frente. A União Europeia encomendou 400 milhões de doses à AstraZeneca, para entrega neste primeiro trimestre. A farmacêutica avisou, nestes dias, que não conseguirá entregar nem metade disso. Qual a reação de parte dos líderes da União Europeia. Proibir a AstraZeneca, que tem sede na Europa, de exportar sua vacina antes de atender a toda a demanda da comunidade. Ainda bem que líderes como a alemã Angela Merkel se opõem ao que consideram falta de solidariedade global.
Mas veremos.
A questão ética vem na sequência. Não se podem vacinar os ricos, aqui e lá fora, antes dos grupos prioritários, pobres ou não.
A questão política decorre das anteriores. Claro que os hospitais e clínicas privadas, assim como as grandes empresas, poderiam estar no mercado comprando vacinas, se é que já não o fizeram. Mas não estão querendo vacinar neste momento justamente por temor da reação da sociedade, dos clientes e dos parceiros comerciais.
Tudo considerado, no momento, no Brasil e no mundo, cabe aos governos comprar e aplicar as vacinas, seguindo a fila dos mais para os menos vulneráveis.
Não há problema onde os governos estão cumprindo isso. Não é o caso do Brasil. Como o governo Bolsonaro desdenhou a doença, está muito atrasado na busca dos imunizantes. Se não fosse o governo paulista, tudo o que teríamos seriam dois milhões de doses vindas da India.
Saída de momento? O setor privado financiar o público e, sobretudo, apoiar na organização. Quando o Programa Nacional estiver funcionando normalmente, aí vai aparecer a vacina no sistema privado. E se o governo nem assim conseguir vacinar? Aí os mais ricos vão se vacinar à sua maneira. Fonte: https://oglobo.globo.com
Família encontra bebê abandonado em calçada no Norte de MG: 'Estava quietinha e com os olhinhos abertos'
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Criança foi levada para o hospital pela PM e aparenta ter 10 dias de vida. Caso aconteceu em Salinas e a polícia tenta identificar quem abandonou a menina. 'Estamos chamando de Vitória porque foi uma vitória achá-la viva e bem', disse o morador.
Por Marina Pereira, G1 Grande Minas
Uma família encontrou um bebê abandonado em Salinas, no Norte de Minas, no início da manhã desta quarta-feira (27). A menina estava enrolada em uma manta e foi deixada na calçada de um comércio no Bairro Panorama
Em entrevista ao G1, o técnico em manutenção Darcy Pereira da Silva contou que passava de carro com a família quando a filha, de 12 anos, percebeu que tinha uma criança na calçada.
“Ela estava no banco de trás e começou a gritar que viu um bebê abandonado. Eu dei ré e percebi que realmente tinha uma criança na calçada. A menina estava bem agasalhada e quietinha. Os olhinhos estavam abertos como se estivesse observando o movimento da rua e aparentava estar com fome”.
A família acionou a Polícia Militar, que levou a criança para o hospital, onde ela foi avaliada por uma pediatra. O Conselho Tutelar também foi acionado e acompanha o caso.
“É uma sensação que nunca vivi na vida. Na mesma hora que é boa, é ruim. Bom por achar uma criança tão linda e preciosa, mas vem a tristeza de saber que um ser humano abandonou no relento da madrugada. Não consigo descrever a sensação e minha filha está chorando muito”.
A família de Darcy se apaixonou pela menina e resolveu chamá-la de Vitória. Eles acompanharam o atendimento no hospital e pretendem manter um vínculo com a criança.
“Estamos chamando de Vitória porque foi uma vitória achá-la viva e bem, ela poderia ter sido atacada por animais peçonhentos ou até por cachorros. Queremos acompanhá-la pelo resto da vida e ajudar no que ela precisar. É um vínculo que vamos levar pra sempre”.
Até a publicação dessa reportagem, a polícia fazia rastreamento para identificar a pessoa responsável por abandonar o bebê. Segundo a PM, a menina aparenta ter 10 dias de vida e passa bem.
Veja mais notícias da região no G1 Grande Minas. Fonte: https://g1.globo.com
Acidente com ônibus na BR-376 em Guaratuba deixa 19 mortos e 33 feridos, diz PM
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Ônibus, que viajava do Pará a Santa Catarina, saiu da pista e tombou na margem da rodovia na altura do km 668, no trecho conhecido como Curva da Santa, no Paraná, segundo a PRF.
Por Pedro Brodbeck e Adriana Justi, G1 PR
Acidente grave em Guaratuba, no Paraná, deixa 19 mortos e 33 feridos
Um acidente com um ônibus na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, deixou 19 mortos na manhã desta segunda-feira (25), de acordo com o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).
Segundo a polícia, 33 pessoas foram socorridas feridas, sendo sete delas em estado grave e seis com ferimentos moderados.
De acordo com a concessionária responsável, as vítimas que foram a óbito são 13 adultos, cinco adolescentes e uma criança.
A princípio, a informação repassada pelo Corpo de Bombeiros e pela concessionária era de que 21 pessoas tinham morrido no acidente. O número foi corrigido por volta das 14h.
O acidente aconteceu na altura do km 668, no trecho conhecido como Curva da Santa, por volta das 8h30, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
De acordo com a concessionária Arteris Litoral Sul, que administra o trecho, ficou totalmente bloqueada para atendimento do caso até as 12h45. Às 13h, o congestionamento era de 22 quilômetros.
A PRF informou que ônibus, com placa de Belém, no Pará, descia a Serra do Mar em direção ao litoral catarinense quando bateu na mureta de contenção, saiu da pista e tombou às margens da rodovia.
De acordo com a PRF, o ônibus saiu de Ananindeua (PA) e tinha como destino Balneário Camboriú (SC).
De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros Ícaro Grenert, que participou dos resgates, as informações preliminares dão conta que o ônibus saiu sozinho da pista, sem se chocar em outro veículo.
"A gente não tem como falar se foi uma falha mecânica ou o que aconteceu. Ele caiu na ribanceira. Felizmente ele não caiu rio abaixo, que dá pelo menos 50 metros, então esse número de óbitos seria bem mais significativos", disse o socorrista.
De acordo com a PRF, um dos motoristas do ônibus ficou ileso. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Guaratuba para prestar esclarecimentos e, na sequência, foi liberado. Até a última atualização desta reportagem, o segundo motorista ainda não foi identificado.
Resgate
Ambulâncias e helicópteros dos bombeiros do Paraná e de Santa Catarina socorreram os feridos moderados e graves e encaminharam as vítimas para Curitiba e Joinville.
As pessoas com ferimentos leves foram levadas para Garuva.
De acordo com o BPMOA, há crianças entre as vítimas.
Segundo a PM, 54 passageiros e dois motoristas estavam no ônibus no momento do acidente.
O que diz a empresa
A empresa de turismo dona do ônibus afirmou que o veículo foi fretado por uma terceira pessoa.
A TC Turismo disse que está a caminho do local do acidente para prestar auxílio às vítimas e que está providenciando um meio de comunicação para prestar informações aos familiares.
"A TC Pires da Cruz informa que prestará todo apoio necessário às vítimas e familiares e não medirá esforços para amenizar a dor de cada um dos paraenses envolvidos no acidente, assim como a dos seus entes queridos, neste momento tão difícil para todos", disse a empresa em nota.
Trajeto
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o ônibus de turismo saiu de Ananindeua (PA), às 19h, de sexta-feira (22), e tinha como destino final São José (SC).
O transporte parou em Goiânia (GO), na tarde de domingo (24), e teria como próxima parada a cidade de Balneário Camboriú (SC), segundo a agência.
A previsão era que os passageiros chegassem ao litoral catarinense na terça-feira (26) e em São José, que era o destino final, na madrugada de quarta-feira (27). Fonte: https://g1.globo.com
CORONAVÍRUS: Salve-se quem puder!.
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CORONAVÍRUS: Salve-se quem puder! Angra dos Reis/RJ. Um Olhar do Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista. Domingo, 24 de janeiro-2021. Olhar Jornalístico
Sete morrem por falta de oxigênio em Coari, diz prefeitura
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O Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados e sem oxigênio suficiente para todos os pacientes — o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo.
Por G1 AM
A prefeitura de Coari, distante 450 km de Manaus pela via fluvial, divulgou uma nota em que afirma que sete pacientes internados no Hospital Regional da cidade morreram por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19). Segundo o texto, Coari deveria ter recebido 40 cilindros na segunda-feira (18), mas a aeronave que levaria os cilindros acabou viajando para Tefé (AM) e ficou impossibilitada de retornar, pois o aeroporto não aceita voos noturnos.
O texto culpa falhas de planejamento da Secretaria de Saúde do Amazonas pela falta do insumo, o que prejudicaria as medidas de combate à doença no município. Segundo a nota, 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pela Secretaria da Saúde, parte deles estaria aguardando o abastecimento. A prefeitura acusa a o governo de distribuir a outra parte a UBSs de Manaus.
O G1 questionou a Secretaria da Saúde do Amazonas sobre as acusações e aguarda posicionamento.
Crise do oxigênio
Com mais de 232 mil casos e 6,3 mil mortes decorrentes da Covid-19, o Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados. As unidades de saúde não têm oxigênio suficiente para todos os pacientes, o que fez o governo adotar medidas emergenciais para receber o insumo. O governo da Venezuela é um dos que enviou ajuda ao Amazonas.
A situação é tão dramática que, desde a semana passada, o estado está enviando pacientes para receber atendimento em outros estados. No total, 115 pacientes foram transferidos. O transporte dos passageiros é feito em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), que foram adaptadas para essa finalidade. Fonte: https://g1.globo.com
A pior gestão da crise sanitária
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A pior gestão da crise sanitária
Por Míriam Leitão
O comportamento do presidente Bolsonaro durante esta pandemia não foi apenas execrável, foi criminoso. Ele deveria estar hoje respondendo a um processo de impeachment. Brasileiros morreram por causa da sua atitude e de suas decisões. Ele é o chefe do governo e dá o comando. Uma sucessão de erros tem origem em ordem direta do presidente. O Ministério da Saúde demorou a negociar a compra de vacinas e perdeu várias oportunidades de negócio, o Itamaraty deixou de fazer acordos e criou crises bizarras com países como a China.
O ministro Pazuello em mais uma de suas desastrosas entrevistas, mostrou ontem que não sabe qual é o inimigo. “Essa é a nossa guerra”, disse, e não se referia ao vírus, mas sim à imprensa. “A guerra contra as pessoas que estão manipulando o nosso país há muitos anos”. Depois, declarou guerra aos fatos. Negou ter feito o que fez, e falado o que falou, numa tempestade de mentiras desconcertante. Disse que nunca indicou cloroquina, nunca falou em tratamento precoce. Há documentos divulgados por sua gestão, há declarações públicas que desmentem o ministro. Com o governador ao lado, garantiu que atendeu sim ao Amazonas, mas as mortes por asfixia de amazonenses falam por si. Por que mente o ministro Pazuello? Porque o presidente mente.
Ontem Bolsonaro disse “apesar da vacina…” Era “apesar” mesmo que ele queria dizer. Ele torceu contra. Ele comemorou quando um voluntário dos testes clínicos morreu, em novembro. “Morte, invalidez, anomalia. É a vacina que o Dória queria obrigar os paulistanos. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. A morte foi por suicídio. O presidente usava a tragédia para mentir mais uma vez sobre a vacina que ele sempre viu como uma queda de braço com João Dória.
Se o governador de São Paulo não tivesse dado a ordem firme ao Butantan de que importasse a vacina mesmo antes da aprovação da Anvisa e mesmo diante de todos os ataques do presidente, o Brasil não teria vivido o dia de ontem. Nem teria vivido o domingo, o dia de Mônica Calazans, a enfermeira paulista. O governo federal perdeu várias chances de se abastecer de vacina. Em negociações internacionais, o Brasil pediu menos que precisava ou se atrasou nas conversas. Com erros assim, estamos atrás até de países vizinhos.
A Fiocruz acertou por não se deixar contaminar pelas mensagens truncadas do governo. Terá a capacidade de produzir aqui a vacina, mas neste momento aguarda o lote de dois milhões de doses prontas que está retido na índia. Depois, dependerá do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que virá da China e que, neste momento, está pendente da burocracia do Escritório de Vacinas da China, um órgão chinês que coordena todas as ações para exportação de imunizantes.
Os canais diplomáticos poderiam fazer tudo isso andar mais rápido, mas eles estão obstruídos. O presidente, o filho do presidente e o Itamaraty fizeram, em várias ocasiões, críticas gratuitas à China. Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a vacina da China “porque ela não transmite segurança para a população pela sua origem”. Em novembro, depois de mais um ataque de Eduardo Bolsonaro à China, o ministro Ernesto Araújo, em vez de apaziguar, criticou o embaixador por ele ter reagido à agressão. Agora é da China que necessitamos para receber o IFA da vacina da AstraZeneca.
Ao longo desta pandemia, houve por parte de Bolsonaro palavras sórdidas e omissões. Essas omissões mataram. O ministro da Saúde errou e os erros custam vidas. Quantas? O Brasil tem 10% das mortes por Covid-19 e 2,7% da população global. Estamos desperdiçando vidas aos milhares.
Ontem, Bolsonaro mais uma vez ameaçou o país com ditadura —“se as Forças Armadas quiserem”. Quer provocar uma nova polêmica e desviar a atenção do ponto central: ele deveria estar respondendo a um processo de impeachment. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que “no futuro” esse tema deve entrar em pauta, mas agora a questão é a pandemia. “Com tantas vidas perdidas, como o caso dramático de Manaus, acho que esse tem que ser o nosso foco”. O erro de Maia é não fazer a correta relação de causa e efeito. O colapso de Manaus não é uma fatalidade. Poderia não ter acontecido se o governo fosse outro. Deixar o presidente no comando está provocando mais mortes. Esse é o foco. Com Alvaro Gribel (de São Paulo). Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Apesar de tudo, a vacina
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Apesar de tudo, a vacina
O Brasil deve ser o único país onde o início da vacinação representou uma derrota política para o presidente.
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
19 de janeiro de 2021 | 03h00
O Brasil deve ser o único país do mundo onde o início da vacinação da população contra a covid-19 representou uma derrota política para o presidente da República. Foi assim porque Jair Bolsonaro em nenhum momento trabalhou com seriedade para conseguir um imunizante para os brasileiros. Ao contrário. Do alto do cargo que ocupa, fez o que podia e o que não podia para sabotar os esforços dos que lutaram incansavelmente para viabilizar a única solução para uma tragédia que já matou mais de 210 mil pessoas no País e levou milhões ao desemprego e à extrema pobreza.
Apesar das forças contrárias, da negação da realidade e de uma sórdida campanha de desinformação, prevaleceram a ciência, a boa governança e o espírito público dos agentes de Estado. E a Nação assistiu, enfim, ao início da tão ansiada campanha de vacinação.
Dois fatores foram decisivos para que na tarde de domingo passado a enfermeira Mônica Calazans, que trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, se tornasse a primeira brasileira a ser vacinada contra o novo coronavírus, evento que permitiu a seus concidadãos dar um suspiro de alívio e a esperança de que, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, ao menos agora se vislumbra o fim deste pesadelo.
O primeiro fator foi o empenho do governo do Estado de São Paulo em firmar parceria com o Instituto Butantan e uma empresa farmacêutica internacional, a Sinovac Life Science, da China. Em meados de junho do ano passado, o governador João Doria anunciou o acordo com o laboratório chinês. A partir de então, organizou-se um minucioso processo para que a Coronavac fosse testada no Brasil e, uma vez aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pudesse ser produzida aqui pelo Butantan. Ato contínuo, teve início a campanha de Bolsonaro contra o que chamou de “vacina chinesa do Doria”. Em outubro de 2020, convém lembrar, o presidente chegou a afirmar que o Ministério da Saúde “não compraria a vacina”.
Igualmente determinante para o início da vacinação sem mais delongas foi a postura técnica e republicana dos servidores da Anvisa, que não se dobraram a pressões de natureza política, como se temia, e pautaram sua decisão por critérios rigorosamente científicos. Foi o que se viu durante a minuciosa apresentação da análise da Coronavac e da vacina da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca, que será produzida pela Fiocruz.
A Anvisa foi além e negou veementemente a existência de um “tratamento precoce” contra a covid-19, ao contrário do que o presidente e o Ministério da Saúde preconizam aos quatro ventos. Só as vacinas hão de pôr fim às aflições dos brasileiros, afirmou a agência.
Se pressão houve, foi a do tempo. Em apenas nove dias, os técnicos da Anvisa se debruçaram sobre centenas de documentos sobre ambos os imunizantes, concluindo que, em que pesem algumas pendências de dados a serem sanadas pelos laboratórios nas próximas semanas, os benefícios da aplicação imediata das vacinas superam muito os riscos. A transparência da reunião deu ao País a segurança de que nada parece ter escapado ao olhar rigoroso dos técnicos da Anvisa. Melhor assim.
Um importantíssimo passo foi dado com o início da vacinação dos grupos prioritários em São Paulo, primeiramente, e em outros Estados. Mas não se pode perder de vista que o País ainda não tem a quantidade de doses suficiente para vacinar toda a população-alvo, qual seja, os maiores de 18 anos. Cabe ao Ministério da Saúde fazer o que lhe compete e organizar um plano nacional de vacinação digno do nome. Urge garantir os estoques de vacinas e insumos acessórios para que todos os brasileiros que devem ser imunizados o sejam o quanto antes. Apenas com a Coronavac não se atingirá a cobertura vacinal apta a garantir a imunidade necessária para frear o espalhamento do vírus. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br
Acidente entre lanchas deixa quatro mortos em Angra dos Reis, incluindo uma criança
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Embarcação colidiu com outra perto das ilhas de Paquetá e Calaca e houve quatro mortes Foto: Reprodução
Após colisão, Marinha e Bombeiros foram acionados e houve resgate de tripulantes
Lucas Altino e Ludmilla de Lima
RIO - Um grave acidente entre lanchas em Angra dos Reis, no início da tarde deste sábado, resultou em quatro mortos, incluindo uma criança de 11 anos. Os Bombeiros afirmaram que, às 12h41, foram acionados por causa da colisão, e a Capitania dos Portos, da Marinha, resgatou 12 pessoas e está colhendo os depoimentos.
Todas as vítimas eram mulheres. Além da criança, faleceram sua mãe e sua avó, e mais uma amiga da família. Os Bombeiros ainda confirmaram quatro feridos, sendo que três com escoriações leves, liberados na hora, e um senhor de 67 anos encaminhado para o Hospital do Frade, em Angra. Já a Marinha respondeu que resgatou 10 pessoas que passam bem e duas que precisaram de atendimento médico, mas sem gravidade.
O Capitão Ricardo Jaques Ferreira, chefe da Capitania dos Portos, afirmou ao GLOBO que foram feitos os contatos às famílias das vítimas.
- Infelizmente foram quatro vítimas fatais. Muito importante entenderem que a segurança no mar é responsabilidade de todos, se todos respeitarem as regras e conhecerem as peculiaridades do mar, haverá sempre espaço para uma diversão segura. Ir para o mar exige conhecer a área que vai se navegar, a previsão do tempo e respeitar o meio ambiente.
O acidente ocorreu nas proximidades da Ilha de Paquetá, na Baía da Ribeira, em Angra dos Reis, após a colisão entre duas lanchas. Em vídeos publicados nas redes sociais, pessoas filmaram as embarcações e citaram que houve uma explosão e muito vazamento de óleo. Uma equipe de resgate da Marinha já teria iniciado os resgates.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas se chamavam Maria Cândida Ayres Gondim Pinheiro, Tatiana Ayres Gondim Pinheiro, Vania Maria Edde, e a identidade da criança não foi revelada. Já José Carlos G. Pinheiro foi encaminhado ao Hospital do Frade e três pessoas foram atendidas na hora, mas liberadas: Carlos A. Meireles, Tomas P. Machado e Luiz A. Lobão.
Procurada, a Marinha do Brasil informou que foram acionadas quatro equipes de Busca e Salvamento e que 10 pessoas foram resgatadas e passam bem, além de duas que precisaram de atendimento médico, mas sem gravidade. Um "inquérito administrativo foi instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. Após a conclusão, será encaminhado ao Tribunal Marítimo.
Na estrada de acesso à Angra, na Costa Verde fluminense, há intensa circulação de viaturas da Polícia Civil e veículos dos Bombeiros, relatam testemunhas. Fonte: https://oglobo.globo.com
Quanto vale uma vida...
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QUANTO VALE UMA VIDA?... Caos na Pandemia: Sem oxigênio, pacientes morrem asfixiados em Manaus. Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Sexta-feira, 15 de janeiro- 2021.
Caos na Pandemia: Sem oxigênio, pacientes morrem asfixiados em Manaus
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(Foto: Sandro Pereira/FotoArena/Estadão Contéudo/14/01/2021)
Governador Wilson Lima manda polícia proteger hospitais em Manaus e decreta toque de recolher das 19 às 6 horas. Famílias compram cilindros de oxigênio por conta própria para salvar vidas dentro de casa, gastando até R$ 10 mil pelo produto
Manaus (AM) – Era madrugada de quinta-feira (14 de janeiro de 2021), quando a tragédia se iniciou em Manaus. Pacientes começaram a morrer asfixiados por falta de oxigênio dentro dos hospitais públicos 28 de Agosto, Platão Araújo e Getúlio Vargas. Primeiro um, depois outro e, pela estimativa do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), talvez entre 20 a 40 amazonenses podem ter vindo a óbito por falta dessa assistência. O número não é preciso por falta de informações do governo do Amazonas, que não respondeu aos pedidos de informação enviados pela reportagem sobre os dados.
O drama humanitário se estendeu para muito além do caos das UTIs Covid. Pela capital, familiares desesperados pelo desabastecimento de oxigênio decidiram ajudar seus parentes internados e os que estão em tratamento dentro de suas casas, comprando cilindros de empresas particulares por até R$ 10 mil. De 1º a 13 de janeiro, 518 pessoas morreram no Amazonas devido ao novo coronavírus. Na terça-feira (13), a Prefeitura Manaus informou um número inédito de sepultamentos em cemitérios públicos: 94. A média normal de enterros, para mortes por várias causas, é de 34.
A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus começou na noite de quarta-feira (13) e avançou pela madrugada, segundo o presidente do Simeam, Mário Vianna.
“Falam em 20 a 40 pessoas que morreram na madrugada, mas não temos como precisar. Temos a impressão que as pessoas estão ocultando. Não temos serviço de verificação de óbitos. Não tem acesso a informação. Se eu ligar para a Fundação de Vigilância em Saúde e pedir, não vão me dar”, desabafou o médico.
“O Brasil todo tem que pensar que se não houve uma intervenção [na saúde] e se não houver uma canalização de recursos para o Amazonas, o Brasil pode vivenciar a situação de Manaus. Até porque nós temos mutações virais que podem se disseminar Brasil afora e tornar a situação mais grave”, completou.
No último domingo (10), o Japão detectou uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que estavam no Amazonas. Ela é da mesma cepa responsável pelo primeiro caso de reinfecção no estado e, ao que se sabe até agora, essa mutação é original da região. Mutações identificadas na África do Sul e na Inglaterra estão sendo associadas a um aumento de transmissão.
Numa tentativa desesperada para conter o caos em Manaus, única das 62 cidades a contar com UTIs, o governador Wilson Lima (PSC) determinou que a Polícia Militar (PM) protegesse as portas das unidades de saúde. Teme-se a invasão de pacientes com o novo coronavírus. Nem a chuva forte que caía desde as primeiras horas desta quinta-feira impediu que centenas de pessoas fossem às portas dos hospitais buscar por atendimento ou notícias de seus parentes mortos. Muitos foram hostilizados por policiais.
O clínico-geral José Francisco dos Santos, diretor do Simeam, condenou o uso da força policial. “Você passa a promover que a família passe a agredir o médico. Passa o entendimento de que as pessoas não entrem nos hospitais e nas unidades básicas de saúde, porque o médico ‘não quer’ que ele entre”, criticou. “Elas não entram, porque não tem leitos. Falta oxigênio, falta tudo. Temos que defender a classe médica, pois estamos trocando as nossas vidas em função de outras vidas.”
Duas outras medidas oficiais foram tomadas nesta quinta-feira. Foi decretado o toque de recolher das 19 às 6 horas durante 10 dias (até 23 de janeiro). Como os estoques de oxigênio estão acabando, o governo estadual informou ainda que serão transferidos 235 pacientes de Covid-19 de Manaus para hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). As unidades estão localizadas nos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal (Leia aqui).
Wilson Lima disse que, para atender a demanda dos hospitais públicos e privados, as fornecedoras White Martins, Carbox e Nitron precisavam entregar 76.500 metros cúbicos (m³) diariamente. No entanto, as empresas só conseguem fornecer 28.200 m³/dia. “Para sanar o déficit de 48.300 m³ diários, a operação está buscando em Fortaleza e São Paulo o insumo para trazer em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB)”, disse. O governador não informou quantas pacientes morreram asfixiados nos hospitais de Manaus.
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), nesta quinta-feira (14), foram diagnosticados 3.816 novos casos de Covid-19, totalizando 223.360 pessoas contaminadas pelo vírus no estado e 5.930 mortes.
“Minha avó perguntou por que não trouxe o ar dela”, desabafou Francisco Netto
Manaus se transformou em um surreal mercado de venda e aluguel de cilindros e recarga de oxigênio para pessoas que estão em tratamento de Covid-19 dentro de casa ou nos hospitais públicos. O paciente precisa de oxigênio quando apresenta insuficiência respiratória e falta de ar. No tratamento do coronavírus é introduzida a ventilação mecânica no paciente – suporte que ajuda a suprir a carência de oxigênio. Daí a necessidade urgente do abastecimento de cilindros do oxigênio em Manaus.
Com a falta de oxigênio, pelas redes sociais, é possível encontrar propaganda para aluguel e venda dos equipamentos. Em um dos anúncios, era possível até hoje (14), pela tarde, alugar um cilindro de oxigênio entre R$ 4.750,00 a R$ 10.000,00 com carga 50 litros, para 15 dias. Um 1 cilindro pequeno estava custando até 800,00 por dia. A venda estava sendo feita em parcelas de até três vezes no cartão de crédito. “Agora a noite em Manaus acabou o oxigênio, não tem mais nem nas fábricas”, disse um fornecedor à reportagem.
O empresário Francisco da Chagas Netto, 41, disse à Amazônia Real que corre contra o tempo para salvar a avó, Maria de Nazareth Araújo, de 85 anos, e tia, Jacqueline Araújo Cruz, de 48, ambas acometidas pela Covid-19. Em desespero, ele cruza Manaus em busca de um lugar onde possa reabastecer os cilindros de oxigênio que mantêm as duas vivas.
“É complicado. É uma sensação de impotência. Dinheiro não vale bosta nenhuma numa hora dessas. Ninguém te vende”, desabafou Francisco. A avó dele manifestou a doença após o Natal, no domingo 27 de dezembro. “Na segunda-feira, ela sentia os sintomas. Entramos com ivermectina, azitromicina, vitamina D e antigripal. Na sexta-feira (dia 1º de janeiro) a levamos na Upa do Campos Sales. Disseram que ela não tinha critérios de internação e mandaram voltar para casa. Chamamos um médico particular. Ele pediu uma tomografia e exames de sangue. Fizemos a tomo à noite e os exames de sangue pela manhã.”
O resultado do exame foi um baque para toda a família de Chagas Netto. Maria de Nazareth já estava com 80% do pulmão comprometido. A tia de Francisco, Jacqueline, é surda/muda, tem transtorno do espectro autista, além de outras complicações neurológicas. Ela também contraiu o novo coronavírus e já tem 60% de seu comprometimento pulmonar.
“Estamos na luta com as duas. O médico pediu oxigênio urgente. Compramos”, relatou Francisco, que trocou um cilindro de sua oficina de pintura de veículos automotores, por um cilindro medicinal, capaz de suportar 24 horas. Além disso, conseguiu comprar um cilindro menor.
“Contratamos uma fisioterapeuta, compramos o BiPAP. Elas estavam melhorando, mas agora não consigo mais recarregar o cilindro com oxigênio. Com a saturação baixa, não sei o que poderá acontecer”, desesperou-se.
Francisco estava recarregando o cilindro maior por R$ 350 e o menor por R$ 150. “São R$ 500 todos os dias só com oxigênio. A fisioterapia custa R$ 200 para cada uma por dia, já são R$ 400. Os exames custaram R$ 445 para cada um, e a visita diária do médico custa R$ 800 também por dia”, enumerou.
Depois de rodar o dia atrás de oxigênio e voltar de mãos vazias, o empresário Francisco desabou. “É o sentimento de tragédia. Ver quem você ama deitada numa cama, precisando de oxigênio para sobreviver e você não consegue resolver. Aí você vê a sua avó perguntando por que que você não trouxe o ar dela… É muito triste. Triste demais”.
Manaus “Por um respiro”
Ao perceber a situação caótica que as unidades de saúde Manaus se encontram, onde pacientes estão morrendo por asfixia pela falta de oxigênio, pessoas na internet iniciaram uma mobilização social para a compra de cilindros e equipamentos respiratórios por meio de doações e vaquinhas online. A artista manauara Karine Magalhães e outras seis pessoas iniciaram a campanha “Manaus Por Um Respiro”, na tarde desta quinta-feira (14).
“A gente decidiu juntar esse dinheiro para a compra dos cilindros com oxigênio e levá-los até os hospitais, UBS e pessoas que estão se tratando em casa, em internação domiciliar”, disse. As doações servirão também para a compra de reanimador adulto, fluxômetro e umidificador de oxigênio, máscara de alta concentração, máscara VNI e conexões tipo Y.
Segundo Karine, os integrantes da campanha ainda não haviam encontrado um fornecedor que oferecesse o cilindro com oxigênio. A compra estaria sendo feita separadamente. Até as 19h31, a campanha já havia arrecadado R$ 805,00 mas de acordo com levantamento feito pelos integrantes, um cilindro pequeno de oxigênio, está custando R$ 4.000 e um grande, R$ 10.000. “Recebemos ligações de parentes de pacientes que estão internados em hospitais e em casa e estão precisando do oxigênio”, concluiu.
Por que Manaus chegou ao caos?
Para o epidemiologista da Fiocruz da Amazônia, Jesem Orellana, o Amazonas precisa quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus, pois a atual situação só agrava a demanda de leitos. “A epidemia jamais foi controlada. Na verdade, ela foi largamente negligenciada. Você viu a prefeitura de Manaus ou o governo do Estado fazendo uma campanha de rastreamento de infectados pela covid-19? Nunca fez. Aí que está a omissão na atenção básica, na prevenção. Não adianta abrir leito de hospital para as pessoas morrerem ou estarem ali sequeladas”, criticou.
“O alerta é o seguinte: ‘se não prolongaram esse decreto ou decretarem um lockdown rigoroso na cidade de Manaus, esse esforço que está sendo feito vai ser jogado no lixo, porque ele vai adiantar muito pouco para diminuir a curva do contágio e menos ainda para reduzir a demanda hospitalar’”, disse Orellana.
Manaus chegou aos caos e em crise humanitária por fatores pré-epidemia, explicou o epidemiologista. A capital do Amazonas padece de uma histórica precariedade da infraestrutura médica hospitalar, desde a atenção básica, quando se poderia atuar na prevenção. “A maioria das pessoas que não aderem às medidas vive em condições precárias de habitação. São pessoas que dependem da informalidade”, disse.
Orellana citou o último levantamento do IBGE, que apontou que 53% da população de Manaus vive em condições precárias de moradia. “Esses são fatores pré-pandemia. Os outros fatores da epidemia são o fato de o governo do Amazonas e as prefeituras jamais terem, especialmente Manaus, aderido a campanhas de testagem em massa. (Colaboraram Kátia Brasil e Iris Brasil). Fonte: https://amazoniareal.com.br
SUCESSO DO MOMENTO: Quem é Rita?
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Michelle Obama: 'Teria sido diferente se os invasores do Capitólio fossem negros? Todos sabemos a resposta'
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'As pessoas estão confusas, com raiva ou simplesmente sobrecarregadas. Eu também estou', desabafou Michelle Obama Foto: NYT
Em post no Instagram, a ex- primeira-dama dos EUA chama Trump de 'infantil' e diz que reação à invasão ao Congresso americano foi diferente da recebida pelo movimento Black Lives Matter, que foi 'tratado com força bruta'
A ex- primeira-dama americana Michelle Obama usou sua conta no Instagram para se manifestar sobre a invasão ao Capitólio, ocorrida na quarta-feira (6), mesmo dia em que o estado da Geórgia elegeu dois democratas para o Senado.
Michelle começa falando justamente sobre a eleição na Geórgia:
"Eu acordei ontem feliz com a notícia da vitória do reverendo Raphael Warnock na eleição. Ele será o primeiro senador negro da Geórgia", escreveu Obama para, em seguida, mudar o tom da postagem:
"Em poucas horas, no entanto, o meu coração se entristeceu mais rápido do que posso me lembrar. Como muitos de vocês, eu vi uma gangue — organizada, violenta e louca por ter perdido uma eleição — fazer um cerco ao Capitólio. Eles orgulhosamente portavam a bandeira dos estados confederados" (na Guerra Civil Americana, os estados confederados queriam manter a escravidão de negros. Por isso, sua bandeira é considerada um símbolo racista e incentivador do ódio).
Michelle Obama observa que os invasores saíram livres e que o ataque ao Capitólio foi fruto dos desejos do presidente Donald Trump, a quem chamou de "infantil e "não patriota":
"Quando as autoridades finalmente ganharam o controle da situação, esses desordeiros e membros de gangues foram retirados do prédio sem algemas e livres para seguir. O dia foi o ápice dos desejos de um presidente infantil e não patriota, que não consegue lidar com a verdade de seus fracassos."
Obama segue seu texto questionando o que teria acontecido caso os invasores fossem negros, "como as pessoas que vão todos os domingos à igreja batista Ebenezer". "Teria sido diferente?", questiona.
"Todos sabemos a resposta", afirma ela, que continua:
"As manifestações do movimento Black Lives Matter foram majoritariamente pacíficas — as maiores manifestações já vistas no nosso país, unindo pessoas de todas as classes e raças e encorajando milhões a reexaminarem suas presunções e comportamentos. Apesar disso, cidade após cidade, dia após dia, vimos manifestantes pacíficos serem tratados com força bruta", escreveu a ex primeira-dama.
Para Obama, ver essa diferença de tratamento "machuca". Ela afirma que só será possível virar a página depois de avaliar o que foi visto no Capitólio e depois de lidar com o fato de que milhões de americanos votaram "em quem tão obviamente quer acabar com a nossa democracia."
Michelle Obama defende que chegou o momento de os eleitores de Donald Trump verem a realidade sobre o homem que apoiaram e "publicamente rechaçá-lo e também às ações da turba."
Ela também afirma que as empresas de tecnologia do Vale do Silício, que anunciaram o bloqueio das redes sociais de Trump por tempo indeterminado, o façam permanentemente. "E coloquem em prática políticas para prevenir que sua tecnologia seja usada por líderes de nações como combustível para insurreições."
Michelle Obama encerra seu post afirmando que o trabalho de unificar os Estados Unidos não é de uma pessoa, de um político, de um partido: "Todos temos que fazer a nossa parte." Fonte: https://oglobo.globo.com
A nossa dor multiplicada
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A nossa dor multiplicada
Por Míriam Leitão
O Brasil chegou ontem ao número impensável e inaceitável. Duzentos mil brasileiros perderam a vida na pandemia do Covid-19. O coronavírus mata no mundo inteiro, mata mais nos países cujos governantes desprezam a vida humana, a prudência e a ciência. É o caso aqui. Ontem, o presidente Bolsonaro, em defesa do assunto que ele acha importante, o voto impresso, referiu-se “a tal da pandemia”. A “tal”, que ele ainda subestima, enlutou lares, levou aflição a milhões de brasileiros, lotou os hospitais, os cemitérios e nos colocou no segundo lugar em mortes do mundo.
Ontem foi dia de uma boa notícia, pelo menos. Isso não é pouco no tempo de tanto luto. O Instituto Butantan anunciou que a vacina que desenvolve junto com a Sinovac chinesa completou a fase 3 dos testes clínicos. Segundo o governo de São Paulo, evita 100% dos casos graves e 78% dos casos leves. Ficaram faltando dados, na interpretação de alguns analistas. O mais importante deles é sobre o percentual dos que tomaram a vacina que não contraíram a doença. Não ficou claro para quem acompanhou a coletiva do governo paulista qual é, afinal, a taxa de eficácia na imunização, que é afinal o objetivo de qualquer vacina. Os testes no Brasil foram feitos com o grupo que está mais exposto: o pessoal da saúde. Isso foi realmente um teste bem mais robusto do que o feito na população em geral. O pedido de registro emergencial vai ser feito à Anvisa nesta sexta-feira e já estão no solo brasileiro mais de 10 milhões de doses. Foi o momento de alívio, num dia tenso e triste.
No Ministério da Saúde, o general Pazuello apareceu na entrevista, coisa que não tem feito faz tempo. Chegou agradecendo o trabalho dos jornalistas. Era falso. Ao longo de 62 minutos ele deu um espetáculo de autoritarismo castrense. No tom que os militares de alta patente costumam falar aos recrutas, o ministro repreendeu e deu ordens aos repórteres. “A gente repete, repete, repete e a notícia sai distorcida”, disse. Em seguida, proibiu a imprensa de analisar os fatos. “Me mostrem quando foi que um brasileiro ou a população brasileira delegou aos redatores ou a qualquer um dos senhores a interpretação dos fatos. Nós não queremos a interpretação dos fatos dos senhores.”
Eu interpreto que Pazuello nada sabe de comunicação e entrou em contradição com os fatos várias vezes. Para citar uma. Ele disse que o governo federal comprará 100 milhões de doses da Coronavac, do Butantan, e essa é de fato uma excelente notícia. Mas em seguida afirmou que isso havia sido dito várias vezes, que inclusive foi assinado um memorando de entendimento em outubro.
O ministro deve ter esquecido do episódio constrangedor que envolveu esse memorando. Pazuello assinou no dia 21 de outubro, o protocolo para a compra de 46 milhões de doses. No mesmo dia o presidente Bolsonaro afirmou que não compraria a vacina. “Já mandei cancelar”, disse Bolsonaro sobre o texto assinado pelo ministro. E, como se não fosse humilhação suficiente, o ministro dias depois teve que gravar um vídeo ao lado do presidente dizendo “ele manda, eu obedeço, simples assim”.
O Brasil não chegou à terrível marca de ontem por acaso. Foi construção diária do governo de Jair Bolsonaro. É fruto do negacionismo, da insensibilidade, da incapacidade de gestão. É resultado dos incentivos diários do presidente para que a população não use qualquer medida protetiva e que faça o oposto do que os médicos orientam. Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde. Henrique Mandetta trabalhou para defender a saúde dos brasileiros, fez todos os alertas ao governo, montou uma articulação com estados e municípios e insistiu nas medidas de proteção. Nelson Teich ficou poucos dias no cargo e saiu defendendo o presidente que não o deixou trabalhar. Aí veio Pazuello, que confunde país com batalhão, convencimento com ordem unida, logística com requisições autoritárias. E pensa que pode, numa democracia, determinar como os jornalistas devem exercer seu ofício. Deveria saber que nem na ditadura seus antigos superiores conseguiram calar a imprensa brasileira.
A pandemia é uma tragédia que se abateu sobre a humanidade. Enfrentá-la com um governo inepto multiplicou nossa dor. Como curar feridas de 200 mil mortes? Essa é a pergunta que ronda o Brasil. (Com Alvaro Gribel, de São Paulo). Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Cantor Genival Lacerda morre aos 89 anos vítima de Covid-19
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Artista estava internado desde o dia 30 de novembro em um hospital do Recife, cidade em que morava
Morreu nesta quinta-feira (7), aos 89 anos, o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda, autor de grandes hits do forró, como "Severina xique xique", "Radinho de pilha" e "De quem é esse jegue?". Com Covid-19, ele estava internado desde o dia 30 de novembro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Recife, cidade onde morava.
A informação sobre a morte do cantor foi confirmada pelos filhos do artista, Genival Lacerda Filho e João Lacerda, que fizeram postagens nas redes sociais.
"Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos, amigo que na hora de brigar, sempre brigava e minutos depois nem lembrava que brigava, porque não guardava mágua de ninguém. Meu Anjo da guarda, minha Luz, minha vida, hoje ele fez sua última viagem para ficar ao lado do Senhor Deus. Ainda ontem lembro-me de seu sorriso, de apertar sua mão! Agora terei de aprender a viver com sua imagem, e lembranças de um bom pai. Vai na paz meu pai, sempre te amarei, teu João Lacerda Neto", disse o filho do cantor ao publicar uma foto segurando a mão do pai.
Nascido em 1931, na cidade de Campina Grande, Genival já se autodeclarava, em entrevista ao GLOBO em 1998, um medalhão do forró:
— Essa onda de forró pegou bem, pois já está chegando ao Sul. Sou o mais velho representante deste ritmo, mas não encosto o carro, não.
Jackson do Pandeiro
Naquele ano, Genival havia lançado o álbum "Tributo a Jackson do Pandeiro". A homenagem não demonstrava apenas admiração artística, mas tinha ligação familiar: o Rei do Ritmo havia sido seu concunhado.
Foi Jackson do Pandeiro que sugeriu a Genival, aliás, que deixasse Pernambuco na década de 1960 e rumasse ao Rio, onde obteria maior sucesso comercial.
— Conheci muito cedo Jackson. Sua irmã, Severina Gomes, era casada com meu irmão, José Lacerda, e formava com ele a dupla Café com Leite. Quando vim para o Rio, em 1964, foi um grande amigo que me acolheu — contou Genival.
Na Cidade Maravilhosa, o cantor e acordeonista tocou em diversas casas de forró na noite. A previsão de Jackson do Pandeiro se provaria correta em 1975, quando o verso "Ele tá de olho é na butique dela", de "Severina xique xique", conquistou o Brasil. A canção, feita em parceria com João Gonçalves, abria o LP "Aqui tem catimberê", que vendeu mais de 800 mil cópias.
O hit também marcou Genival como o cantor de forró com versos bem humorados e escrachados, rótulo que o acompanhou no restante de sua carreira. Longa, por sinal. Recentemente, já flertando com os 90 anos, ele ainda se apresentava no Recife, onde morava.
A vida e a obra de Genival, através de sua relação com o Nordeste, são contadas no documentário "O rei da munganga", dirigido pela carioca Carolina Paiva e lançado em 2008. No filme, a documentarista acompanha o músico durante uma turnê por grandes cidades da região, e conta ainda com depoimentos de outros astros da música nordestina, como Elba Ramalho e Dominguinhos. Fonte: https://oglobo.globo.com
Após festa interrompida pela polícia, empresário deixa casa de Elba Ramalho em Trancoso
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Elba Ramalho resolveu rescindir o contrato de aluguel de sua casa em Trancoso após ser ver "no olho do furacão" por causa de uma festa para 500 pessoas, que foi interrompida pela polícia. O empresário Guilherme Souza, que estava na residência da artista desde o dia 25 de dezembro e ficaria até o dia 4 de janeiro, acatou o pedido da cantora e deixará o local. Ele ainda pediu desculpas à Elba:
"Era um encontro apenas para os hóspedes da casa, mas infelizmente – com o boca a boca – tomou proporções inaceitáveis. Peço desculpas não só a Elba, mas a toda comunidade de Trancoso e não voltará a acontecer", disse o empresário ao jornal "Correio", em trecho publicado no Instagram da cantora: "Inclusive, diante do ocorrido, estou acatando o pedido da Elba para a rescisão do contrato de locação".
Na manhã de quarta-feira, a cantora foi às redes sociais esclarecer que não tinha nada a ver com o evento. Ela afirmou que está hospedada no Club Med, a quilômetros do local, e sua residência estava alugada.
"É de praxe, todos os anos a gente aluga. Eu não sabia que na casa estava tendo uma festa nessa proporção como aconteceu. No momento, eu estava na missa, fazendo a minha leitura, rezando meu terço, depois fiquei com algumas amigas conversando. Fui comer um sanduíche vegano porque estava com fome e comecei a receber um montão de mensagens e ler as notícias e fui tentando digerir tudo isso", desabafou a artista.
A paraibana, de 69 anos, disse que é a situação é muito chata, já que ela, como artista, tem que dar um bom exemplo aos fãs e é uma pessoa responsável. Elba afirmou que ainda não sabe quem vai responder pela festa.
"A polícia parou a festa que estava acontecendo na minha casa, mas não foi feita por mim, eu não estava presente e nem sabia", declarou a cantora, que completou: "Eu estava até preocupada com o que pudesse acontecer na casa. Ontem, eu passei lá e as pessoas que alugaram não estavam. Falei com os meus funcionários, levei máscaras para eles. Perguntei se estava tudo calmo, tranquilo. Saí e nem conheço direito as pessoas. Sei quem são, mas foi um contrato feito através de uma empresa". Fonte: https://extra.globo.com
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