Olhar Jornalístico

Quinta-feira, 21 de agosto-2025. 21ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 21 agosto 2025
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1) Oração

Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 22,1-14)

1Jesus tornou a falar-lhes por meio de parábolas: 2O Reino dos céus é comparado a um rei que celebrava as bodas do seu filho. 3Enviou seus servos para chamar os convidados, mas eles não quiseram vir. 4Enviou outros ainda, dizendo-lhes: Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete; meus bois e meus animais cevados estão mortos, tudo está preparado. Vinde às bodas! 5Mas, sem se importarem com aquele convite, foram-se, um a seu campo e outro para seu negócio. 6Outros lançaram mãos de seus servos, insultaram-nos e os mataram. 7O rei soube e indignou-se em extremo. Enviou suas tropas, matou aqueles assassinos e incendiou-lhes a cidade. 8Disse depois a seus servos: O festim está pronto, mas os convidados não foram dignos. 9Ide às encruzilhadas e convidai para as bodas todos quantos achardes. 10Espalharam-se eles pelos caminhos e reuniram todos quantos acharam, maus e bons, de modo que a sala do banquete ficou repleta de convidados. 11O rei entrou para vê-los e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. 12Perguntou-lhe: Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial? O homem não proferiu palavra alguma. 13Disse então o rei aos servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes. 14Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos.

 

3) Reflexão Mateus 22,1-14

O evangelho de hoje traz a parábola do banquete que se encontra em Mateus e em Lucas, mas com diferenças significativas, provenientes da perspectiva de cada evangelista. O pano de fundo, porém, que levou os dois evangelistas a conservar esta parábola é o mesmo. Na comunidades dos primeiros cristãos, tanto de Mateus como de Lucas, continuava bem vivo o problema da convivência entre judeus convertidos e pagãos convertidos. Os judeus tinham normas antigas que os impediam de comer com os pagãos. Mesmo depois de terem entrado na comunidade cristã, muitos judeus mantinham o costume antigo de não sentar à mesma mesa com um pagão. Assim, Pedro teve conflitos na comunidade de Jerusalém, por ter entrado na casa de Cornélio, um pagão, e ter comido com ele (At 11,3). Este mesmo problema, porém, era vivido de maneira diferente nas comunidades de Lucas e nas de Mateus. Nas comunidades de Lucas, apesar das diferenças de raça, classe e gênero, eles tinham um grande ideal de partilha e de comunhão (At 2,42; 4,32; 5,12). Por isso, no evangelho de Lucas (Lc 14,15-24), a parábola insiste no convite feito a todos. O dono da festa, indignado com a desistência dos primeiros convidados, mandou chamar os pobres, os aleijados, os cegos, os mancos para virem participar do banquete. Mesmo assim sobrava lugar. Então, o dono da festa mandou convidar todo mundo, até que a casa ficasse cheia. No evangelho de Mateus, a primeira parte da parábola (Mt 22,1-10) tem o mesmo objetivo de Lucas. Ele chega a dizer que o dono da festa mandou entrar “bons e maus” (Mt 22,10). Mas no fim ele acrescenta uma outra parábola (Mt 22,11-14) sobre o traje de festa, que insiste no que é específico dos judeus, a saber, a necessidade da pureza para poder comparecer diante de Deus.

 

Mateus 22,1-2: O convite para todos

Alguns manuscritos dizem que a parábola foi contada para os chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo.  Esta afirmação pode até servir como chave de leitura, pois ajuda a compreender alguns pontos estranhos que aparecem na história que Jesus conta. A parábola começa assim: "O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho”. Esta afirmação inicial evoca a esperança mais profunda: o desejo do povo de estar com Deus para sempre. Várias vezes nos evangelhos se alude a esta esperança, sugerindo que Jesus, o filho do Rei, é o noivo que veio preparar o casamento (Mc 2,19; Apc 21,2; 19,9).

 

Mateus 22,3-6:  Os convidados não quiseram vir

O rei fez dois convites muita insistentes, mas os convidados não quiseram vir. “Um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram”.  Em Lucas são os deveres da vida cotidiana que impedem os convidados de aceitar o convite. O primeiro diz: “Comprei um terreno. Preciso vê-lo!” O segundo: “Comprei cinco juntas de bois! Vou experimentá-las!” O terceiro: “Casei. Não posso ir!” (cf. Lc 14,18-20). Dentro das normas e costumes da época, aquelas pessoas tinham o direito e até o dever de recusar o convite que lhes foi feito (cf Dt 20,5-7).

 

Mateus 22,7:  Uma guerra incompreensível

A reação do rei diante da recusa surpreende. “Indignado, o rei mandou suas tropas, que mataram aqueles assassinos, e puseram fogo na cidade deles. Como entender esta reação tão violenta? A parábola foi contada para os chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo (Mt 22,1), os responsáveis pelos da nação. Muitas vezes, Jesus tinha falado a eles sobre a necessidade da conversão. Ele chegou a chorar sobre a cidade de Jerusalém e dizer: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos! Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la." (Lc 14,41-44). A reação violoenta do rei na parábola refere-se provavelmente ao que aconteceu de fato de acordo com a previsão de Jesus. Quarenta anos depois, Jerusalém foi destruída (Lc 19,41-44; 21,6;).

 

Mateus 22,8-10:  O convite permanece de pé

Pela terceira vez, o rei convida o povo. Ele disse aos empregados: “A festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereceram. Portanto, vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem. Então os empregados saíram pelos caminhos, e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados“. Os maus que eram excluídos como impuros da participação no culto dos judeus, agora são convidados, especificamente, pelo rei para participar da festa. No contexto da época, os maus eram os pagãos. Eles também são convidados para participar da festa de casamento. 

 

Mateus 22,11-14: O traje de festa

Estes versos contam como o rei entrou na sala da festa e viu alguém sem o traje da festa. O rei perguntou: 'Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?' Mas o homem nada respondeu.  A história conta que o homem foi amarrado e jogado fora na escuridão. E conclui: “Muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.  Alguns estudiosos acham que aqui se trata de uma segunda parábola que foi acrescentada para abrandar a impressão que ficou da primeira parábola onde se disse que “maus e bons” entraram para a festa (Mt 22,10). Mesmo admitindo que já não é a observância da lei que nos traz a salvação, mas sim a fé no amor gratuito de Deus, isto em nada diminui a necessidade da pureza do coração como condição para poder comparecer diante de Deus.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Quais as pessoas que normalmente são convidadas para as nossas festas? Por quê? Quais as pessoas que não são convidadas para as nossas festas? Por quê?
  2. Quais os motivos que hoje limitam a participação de muitas pessoas na sociedade e na igreja? Quais os motivos que certas pessoas alegam para se excluir do dever de participar na comunidade? Será que são motivos justos?

 

5) Oração final

Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sl 50, 12-13)

Terça-feira, 19 de agosto-2024. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 19 agosto 2025
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  • 20ª Semana do Tempo Comum

 

1) Oração

Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,23-30)

Naquele tempo, 23Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!24Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.25A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?26Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível.27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros.

 

3) Reflexão  Mateus 19,23-30

O evangelho de hoje é a continuação imediata do evangelho de ontem. Traz o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.

 

Mateus 19,23-24: O camelo e o fundo da agulha.

Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele e disse: "Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". Duas observações a respeito desta afirmação de Jesus: 1) O provérbio do camelo e do buraco da agulha se usava para dizer que uma coisa era impossível e inviável, humanamente falando. 2) A expressão “um rico entrar no Reino” trata, não em primeiro lugar da entrada no céu depois da morte, mas sim da entrada na comunidade ao redor de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que tentam viver o evangelho de acordo com as exigências de Jesus e que procuram abrir-se para os pobres, os migrantes e os excluídos da sociedade.

 

Mateus 19,25-26: O espanto dos discípulos

O jovem tinha observado os mandamentos, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus tinha pedido ao jovem: largaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Mesmo assim, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade de um rico entrar no Reino de Deus. Sinal de que não tinham entendido bem a resposta de Jesus ao moço rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Pois, se o tivessem entendido, não teriam ficado tão chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível."

 

Mateus 19,27: A pergunta de Pedro.

O pano de fundo da incompreensão dos discípulos transparece na pergunta de Pedro: “Olhe, nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, eles mantinham a mentalidade anterior. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Ainda não entendiam bem o sentido do serviço e da gratuidade.

 

Mateus 19,28-30: A resposta de Jesus

"Eu garanto a vocês: no mundo novo, quando o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, vocês, que me seguiram, também se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros".  Nesta resposta, Jesus descreve o mundo novo, cujos fundamentos estavam sendo lançados pelo trabalho dele e dos discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (1) Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as doze tribos de Israel (cf. Apc 4,4). (2) Vão receber em troca muitas vezes aquilo que tinham abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, e terão a herança da vida eterna garantida. (3) O mundo futuro será a inversão do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é semente e amostra deste mundo novo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e amostra do Reino.

 

Cada vez que, na história do povo da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, ele começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Ele denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge a raiz e inaugura a Nova Aliança.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do nome de Jesus.  Como isto acontece na sua vida? O que já recebeu de volta?

2) Hoje, a maioria dos países pobres não é da religião cristã, enquanto a maioria dos países ricos é da religião cristã. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo fundo de uma agulha?

 

5) Oração final

Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso cajado são o meu amparo. (Sl 22, 4)

O recado de 1 milhão de jovens

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Publicado em 18 agosto 2025
  • A Esperança,
  • Novo Papa Leão XIV

A luz ainda brilha. A esperança ainda pulsa. Deus ainda é procurado – e encontrado – pelos corações jovens

 

Por Carlos Alberto Di Franco

Roma viveu uma noite histórica. Um milhão de jovens, oriundos dos cinco continentes, reuniram-se em Tor Vergata, nos arredores da Cidade Eterna, para a grande Vigília com o Santo Padre, o papa Leão XIV. O mundo, acostumado aos ruídos de um cotidiano fragmentado, presenciou um fenômeno de unidade, beleza e transcendência. Um mar humano de cores, bandeiras, línguas e canções tomou conta do imenso campo aberto, transformando-o num coração palpitante da Igreja. Em tempos de indiferença e relativismo, ali proclamou-se – com cantos, lágrimas e silêncios – que a Igreja está viva. E que ela vive onde está Pedro.

Mas o dado mais eloquente daquela noite não foi o entusiasmo das canções ou a multiplicidade das culturas. Não foram os gritos de festa, os flashes das câmeras ou o colorido das bandeiras. Foi o silêncio. Um silêncio que falava mais alto do que qualquer palavra. Quando o papa se ajoelhou diante do Santíssimo Sacramento, aquele milhão de jovens – que minutos antes cantava, aplaudia e celebrava – caiu de joelhos. O campo se tornou um templo. A alegria deu lugar à adoração. O burburinho das línguas foi substituído por um silêncio denso, carregado de reverência e fé.

Esse foi o momento culminante de um encontro que ultrapassou as categorias convencionais. Tor Vergata não foi apenas um evento religioso, uma espécie de Woodstock cristão, como alguns quiseram rotular. Foi algo infinitamente mais profundo: uma epifania. A manifestação clara e inequívoca de que uma nova geração se levanta. Uma geração que se recusa a ceder ao cinismo, à descrença, à ironia barata. Uma juventude que não quer ser escrava do vazio. Que não aceita a anestesia da alma. Que clama – ainda que silenciosamente – por algo maior. Por sentido. Por verdade. Por fé.

Essa juventude, tantas vezes rotulada como líquida, apática ou relativista, mostrou ali o oposto: sede de valores sólidos, fome de beleza autêntica, desejo de santidade. Em meio a um mundo marcado pela corrupção, violência, hiperconectividade e hedonismo, Tor Vergata foi um grito silencioso: o mal não terá a última palavra. A luz ainda brilha. A esperança ainda pulsa. Deus ainda é procurado – e encontrado – pelos corações jovens.

Há uma inquietação saudável nas novas gerações. Uma rebeldia sadia. Uma sede que não se sacia com promessas vazias, com entretenimento raso ou com ideologias enganosas. Muitos desses jovens chegaram a Roma depois de longas peregrinações, enfrentando o calor, o cansaço, a distância. Mas chegaram com os olhos cheios de expectativa. Queriam ver o papa, sim. Mas, mais do que isso, queriam ver a si mesmos à luz de Deus. Queriam descobrir quem são, de onde vêm e para onde vão. E ali, na presença real de Cristo, encontraram mais do que respostas: encontraram um olhar. O olhar do Pai.

O papa Leão XIV, com sua serenidade, olhar firme e palavras doces, pareceu compreender a alma daquela multidão. “Vocês são a esperança viva da Igreja”, disse. Não como um slogan. Mas como uma constatação carregada de verdade e responsabilidade. O aplauso que se seguiu foi mais do que entusiasmo: foi uma profissão de fé. Uma confirmação de que, sim, a Igreja continua jovem. Não por causa da idade de seus membros, mas pela vitalidade de sua fé.

Há algo profundamente comovente em ver 1 milhão de jovens ajoelhados. Ajoelhar-se, no mundo de hoje, é quase um escândalo. É sinal de fraqueza para alguns, de submissão para outros. Mas, para quem crê, ajoelhar-se diante de Deus é o maior ato de liberdade. Porque é só diante d’Ele que o homem encontra sua verdadeira dignidade. Tor Vergata nos lembrou que ajoelhar-se não é humilhação: é elevação. Não é fuga: é encontro. Não é alienação: é reencontro com a realidade mais profunda da existência.

O que aconteceu em Roma foi um sinal. Um sopro do Espírito. Uma primavera espiritual que começa a despontar nos corações, especialmente nos corações jovens. E esse fenômeno precisa ser compreendido com seriedade. Não se trata de um surto religioso passageiro, mas de uma resposta clara à crise de sentido que assola o mundo contemporâneo. Numa época marcada pela superficialidade, pela cultura do descarte e pelo narcisismo digital, jovens reunidos em torno do papa, da Eucaristia e da oração são um testemunho profético.

A experiência de Tor Vergata deve, portanto, ser lida como um sinal dos tempos. E não um sinal qualquer, mas um sinal luminoso. Uma centelha de esperança num cenário muitas vezes sombrio. Uma lembrança de que, por trás das estatísticas e dos diagnósticos pessimistas, existe uma juventude que busca. Que luta. Que sonha. Que tem fé.

E o mais belo é que essa juventude não busca um Deus genérico, diluído, adaptado às modas do tempo. Busca a beleza da fé. Busca um sentido que não se esgota nos likes ou nas notificações. Busca um amor que seja eterno.

Tor Vergata não é passado. É profecia. E como toda profecia verdadeira, não grita – sussurra. Não impõe – propõe. Não acusa – convida. Aquele milhão de jovens, ajoelhados diante do Santíssimo, não estava fugindo do mundo. Estava sendo preparado para transformá-lo. Fonte: https://www.estadao.com.br

Oração em evento católico compara homossexualidade e lesbianidade a doenças

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Publicado em 15 agosto 2025
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  • Grupo compara homossexualidade e lesbianidade a doenças durante evento católico no CE
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  • Pe. Sebastião Monteiro,

Por meio de nota, o grupo responsável pelo evento pediu desculpas pelo episódio e se comprometeu a não usar a oração novamente. Associação de diversidade pediu que MPCE investigue o caso.

 

Por Redação g1 CE

 

Grupo compara homossexualidade e lesbianidade a doenças durante evento católico no CE

A Associação Cearense de Diversidade e Inclusão (Acedi) denunciou um evento católico no qual a homossexualidade e a lesbianidade foram comparados com doenças como câncer e depressão durante uma oração. O grupo responsável pelo evento pediu desculpas pelo episódio e se comprometeu a não usar a oração novamente. (Confira o posicionamento abaixo)

O caso aconteceu no dia 5 de agosto no encerramento do Cerco de Jericó, um encontro religioso organizado pela Comunidade Católica Filhos Amados do Céu (FAC) no município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri cearense.

Durante uma prece conhecida como "oração de quebra muralhas", uma das assistentes do sacerdote, que intercalava a oração com ele, diz: "Jesus, quebre todas as muralhas de doenças, sejam elas quais forem, principalmente o câncer, depressão, dependência do álcool, drogas, prostituição, homossexualismo, lesbianismo...". (Veja no vídeo acima)

O evento contava com transmissão ao vivo para as redes sociais e a fala repercutiu na região. A Acedi enviou uma notícia de fato (uma espécie de denúncia) para o Ministério Público do Ceará (MPCE) e repudiou o texto como discriminatório.

O denunciado proferiu declarações abertamente discriminatórias contra pessoas LGBTQIA+, comparando a homossexualidade a uma "doença". Tais falas, travestidas de discurso religioso, extrapolam a liberdade de crença e configuram incitação ao ódio, reforçando estigmas históricos contra pessoas LGBTQIA+, podendo incitar práticas de exclusão, preconceito e violência", escreveu o grupo na notícia de fato enviada ao MPCE.

Desde a década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera mais orientações sexuais diversas da heterossexualidade como transtornos, por isso os termos homossexualismo e lesbianismo caíram em desuso, uma vez que levam o sufixo -ismo, associado no mundo da saúde a doenças. Desde então, os termos utilizados têm sido homossexualidade e lesbianidade.

No documento, a associação pediu que o MPCE apure os fatos e identifique os envolvidos, bem como instaure um inquérito policial para a "devida responsabilização criminal".

Por meio de nota, o MPCE confirmou que recebeu a notícia de fato enviada pela associação e que ela será distribuída para uma promotoria, que vai analisar os fatos e tomar as medidas cabíveis.

 

O que diz o grupo católico

Por meio de nota, a Comunidade Católica Filhos Amados do Céu se desculpou pelo trecho da oração e disse que oração ministrada no dia foi uma versão antiga e recortada de outras fontes "aparentemente confiáveis".

O grupo também se desculpou pelo episódio e disse que iria providenciar para que o trecho em questão não fosse utilizado novamente.

A Comunidade Católica Filhos Amados do Céu - FAC, por meio dos seus fundadores, Pe. Sebastião Monteiro, Carlos Eduardo Pereira Nicolau e Maria Dalvani Silva Vieira, vem a público oficialmente, em razão da propagação midiática de trecho da missa ocorrida no último dia 05 do corrente mês e ano, por ocasião do encerramento do Cerco de Jericó, prática de oração antiquíssima e tradicional, da Igreja Católica Apostólica Romana, ESCLARECER e - ao tempo se SOLIDARIZAR com a comunidade LGBTQIAPN+ -, que se sentiu ofendida com parte da oração pronunciada no ato, em que trazia a homossexualidade como uma doença. De fato, entendemos e concordamos que as diversas orientações sexuais e de identidade de gênero não constituem uma patologia, tanto pela sua exclusão da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) - em 1990, quanto pelos valores cristãos de amor, respeito e misericórdia que movem o nosso carisma, há mais de 15 (quinze) anos, nos levando diariamente e indiscriminadamente a acolher todas as pessoas nas suas individualidades, inclusive sexual. Tanto é verdade que inúmeros são os relatos/testemunhos de pessoas, inclusive da comunidade LGBTQIAPN+, que ao conhecerem a nossa comunidade e experienciarem do nosso carisma e ministério, sentiram-se acolhidos, pertencentes e amados por nós e por Deus, numa expressão máxima de respeito à dignidade da pessoa humana, obra-prima e única do Senhor, e princípio constitucional fundamental do Estado Democrático de Direito Brasileiro. Desta maneira, reste inequívoco que não tivemos - a qualquer tempo ou propósito - o intuito de ofender, diminuir, excluir, discriminar, patologizar, curar ou promover qualquer dano às pessoas com identidade de gênero vinculadas à comunidade LGBTQIAPN:+, neste ato do Cerco de Jericó, bem como em qualquer outra celebração organizada pela nossa instituição católica. Ao contrário, as diversas manifestações e promoções de atos de fé, oração e obras sociais que a Comunidade Católica Filhos Amados do Céu realiza é com o desejo ímpar e sagrado de legitimar e concretizar o Evangelho de Jesus Cristo, na vida de cada um daqueles que Deus traz ao nosso encontro e nos dá a graça de tocar com seu infinito amor. Acontece, que como humanos que também somos, falhamos e erramos em nossas práticas, e no caso em específico, reconhecemos que a oração de quebra de muralhas ministrada neste dia no Cerco de Jericó, foi uma versão antiga e recortada de outras fontes - aparentemente confiáveis -, passando despercebida a afetação do trecho em questão, até o presente momento. Desta forma, em sinal de solidariedade e respeito a todos que se inserem na comunidade LGBTQIAPN+, e ofenderam-se com a proclamação do trecho aludido, a Comunidade Filhos Amados do Céu, lamenta o ocorrido e pede PERDÃO - num ato cristão de humildade e de contrição de coração - pela tristeza que, involuntariamente, possa ter ocasionado. E, se compromete aqui, em PROVIDENCIAR que não mais seja ministrada ou propagada. No mais reafirmamos o nosso chamado em "ser no mundo reflexo do amor eterno e misericordioso de Deus", para todos. Paz e bem!  Fonte: https://g1.globo.com

'Não estou nem aí', afirma Edir Macedo sobre suicídio de pastor da Universal

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Publicado em 15 agosto 2025
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É preciso reconhecer que os pastores adoecem mentalmente e o ambiente laboral religioso está entre os fatores responsáveis pelo adoecimento

 

Valdinei Ferreira

É doutor em sociologia pela USP e fundador do Mapa Centrante

 

Generais costumam ser empáticos com a morte de seus soldados em combate. Embora o bispo Edir Macedo defina a vida cristã como uma guerra, não demonstrou compaixão ao comentar a morte de Lucas Di Castro, 35 anos, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus na Bolívia.

Os pastores estão sempre de plantão para atender chamadas emergenciais da comunidade, escutam desabafos, visitam doentes, realizam cerimônias fúnebres, coordenam campanhas assistenciais e fazem tarefas operacionais e burocráticas do dia a dia das igrejas. Burnout, depressão e suicídio de pastores são mais frequentes que se imagina.

A expansão das igrejas evangélicas tem sido objeto de debate nas últimas décadas no Brasil. Porém, pouco se sabe do custo emocional e mental pago por essa mão de obra religiosa que é responsável pelo sucesso de megaempreendimentos como a IURD ou de igrejas de garagem.

O tratamento dado ao caso pelo bispo Macedo contribui para que pastores que lutam com transtornos de saúde mental tenham receio de falar sobre o assunto e de buscar ajuda - Divulgação

Parte da população vê os pastores como pessoas que não trabalham e enriquecem com o dinheiro dos fiéis. Isso não é verdade. A maioria dos pastores trabalha duro e vive modestamente.

Em 2024, o Ministério do Trabalho atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), passando a exigir a avaliação de fatores de riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Essa avaliação inclui elementos como carga de trabalho excessiva, metas inatingíveis, jornadas prolongadas, ausência de suporte da liderança, assédio moral e sexual, conflitos interpessoais e insegurança no emprego.

Como pastor desde 1993, sei que riscos psicossociais estão presentes nos ambientes de trabalho religiosos. Embora algumas igrejas já reconheçam que seus pastores adoecem mentalmente e precisam de ajuda profissional, ainda é tabu a discussão sobre como as dinâmicas do trabalho religioso contribuem para os processos de adoecimento mental dos pastores.

Lucas morreu no dia 5 de agosto e Macedo comentou sua morte no dia 8 no Instagram. O tom do fundador da Universal sobre o suicídio do pastor é marcado pela irritação e por comentários críticos às pessoas que, segundo ele, "possuem uma fé emotiva e ficam de mimimi".

De modo exasperado, o bispo Macedo afirma que Lucas Di Castro "nunca foi pastor, ele tinha o título de pastor; mas ele nunca foi um homem de Deus, porque, se fosse, passaria pelos problemas como eu passei, aliás, eu passei por problemas piores que ele...".

O tratamento estigmatizante dado ao caso pelo bispo Macedo contribui para que pastores que lutam com transtornos de saúde mental tenham receio de falar sobre o assunto e de buscar ajuda profissional para tratamento. Afinal, se não conseguem superar os problemas somente pela fé, se afastam do padrão estabelecido pelo líder máximo da IURD.

Segundo Macedo, os pastores da Universal "recebem do bom e do melhor e são acompanhados com todo cuidado". Na sua fala há uma confusão entre controle gerencial episcopal e cuidados em saúde mental. O bispo afirma que se reúne pessoalmente com os pastores uma vez por semana. Isso é parte do problema, pois são reuniões para cobrar os pastores por metas que serão alcançadas à custa da negação dos sofrimentos psíquicos.

As condições de trabalho na IURD, igreja altamente hierarquizada, são diferentes de pequenas igrejas lideradas por pastores que se dividem entre o trabalho religioso e outras atividades profissionais para sustento financeiro. Todavia, sem deixar de lado essas diferenças, é preciso reconhecer que os pastores adoecem mentalmente e o ambiente laboral religioso está entre os fatores responsáveis pelo adoecimento.

"Não estou nem aí para a morte desse pastor", pontificou o bispo Edir Macedo, do pináculo da arrogância de quem construiu o Templo de Salomão, mas prefere ignorar o ensinamento bíblico: "chorem com os que choram".  Fonte: https://www1.folha.uol.com.br 

Padre entrega o cargo após vídeos íntimos vazarem no interior do Piauí

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Publicado em 15 agosto 2025
  • Diocese de Floriano
  • padre Vinícius José
  • Dom Júlio César

A diocese da cidade de Floriano informou, na quinta-feira (14), que o sacerdote foi afastado por tempo indeterminado. Ao g1, o padre Vinicius José confirmou que entregou o cargo na igreja.

 

 

Por Eduarda Barradas*, Lívia Ferreira, g1 PI, TV Clube

O padre Vinícius José afirmou ao g1, na noite desta quinta-feira (14), que entregou o cargo na Igreja Católica. A informação foi confirmada horas após a Diocese de Floriano anunciar o afastamento do sacerdote por tempo indeterminado. O padre teve vídeos íntimos vazados na cidade.

"O que aconteceu foi a entrega do meu ministério, eu mesmo entreguei, de comum acordo foi conversado, foi pensado, foi bem trabalhado, foi bem assistido pelo meu bispo Dom Júlio César e o vigário geral Padre Eulálio Miranda. Nós tivemos uma reunião e lá na reunião nós conversamos e achamos por bem chegar a essa conclusão", afirmou o padre ao g1.

Em imagens que circulam nas redes sociais, o padre aparece tendo relações sexuais com uma mulher.

Com o afastamento e o pedido de renúncia, o padre Vinícius não pode mais exercer celebrações sacramentais publicamente, assim como concelebrar Eucaristia com presença de fiéis, com exceção de casos específicos, a exemplo de atendimento de fiéis em perigo de morte.

 

Confira a nota oficial da Diocese de Floriano

A Diocese de Floriano comunica que, por decisão da autoridade eclesiástica competente, o Revmo. Padre Vinicius José de Madeira Messias foi afastado, por tempo indeterminado, de todo e qualquer exercício público do ministério sacerdotal, ficando-lhe vedada a celebração pública dos sacramentos e sacramentais, bem como a presidência ou concelebração da Eucaristia com a participação de fiéis, exceto nos casos em que o próprio direito concede faculdade, como no atendimento sacramental de fiéis em perigo de morte.

Trata-se de uma medida de caráter pastoral e administrativa, adotada com espírito de prudência, visando o bem da Igreja, o cuidado com o Povo de Deus confiado a esta diocese e a devida atenção à pessoa do sacerdote.

*Eduarda Barradas, estagiária sob supervisão de Roberto Araujo. Fonte: https://g1.globo.com 

Quarta-feira, 13 de agosto-2025. 19ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 13 agosto 2025
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  • 19ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C

 

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,15-20)

Naquele tempo, disse Jesus: 15Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. 16Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. 17Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. 18Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu. 19Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. 20Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

 

3) Reflexão   Mateus 18,15-20

No evangelho de hoje e de amanhã vamos ler e meditar a segunda parte do Sermão da Comunidade. O evangelho de hoje fala da correção fraterna (Mt 18,15-18) e da oração em comum (Mt 18,19-20). O de amanhã fala do perdão (Mt 18,21-22) e traz a parábola do perdão sem limites (Mt 18,23-35). A palavra chave desta segunda parte é “perdoar”. O acento cai na reconciliação. Para que possa haver reconciliação que permita o retorno dos pequenos, é importante saber dialogar e perdoar. pois o fundamento da fraternidade é o amor gratuito de Deus. Só assim a comunidade será um sinal do Reino. Não é fácil perdoar. Certas mágoas continuam machucando o coração. Há pessoas que dizem: "Eu perdôo, mas não esqueço!" Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação.

 

A organização das palavras de Jesus nos cinco grandes Sermões do evangelho de Mateus mostra que, já no fim do primeiro século, as comunidades tinham formas bem concretas de catequese. O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35), por exemplo, traz instruções atualizadas de como proceder em caso de algum conflito entre os membros da comunidade e como encontrar critérios para solucionar os conflitos. Mateus reuniu aquelas frases de Jesus que pudessem ajudar as comunidades do fim do primeiro século a superar os dois problemas agudos que elas enfrentavam naquele momento, a saber, a saída dos pequenos por causa do escândalo de alguns e a necessidade de diálogo para superar o rigorismo de outros e acolher os pequenos, os pobres, na comunidade. 

 

Mateus 18,15-18: A correção fraterna e o poder de perdoar.

Estes versículos trazem normas simples de como proceder no caso de algum conflito na comunidade. Se um irmão ou uma irmã pecar, isto é, se tiver um comportamento não de acordo com a vida da comunidade, não se deve logo denunciá-los. Primeiro, procure conversar a sós. Procure saber os motivos do outro. Se não der resultado, leve mais duas ou três pessoas da comunidade para ver se consegue algum resultado. Só em caso extremo, deve levar o problema para a comunidade toda. E se a pessoa não quiser escutar a comunidade, que ela seja para você “como um publicano ou pagão”, isto é, como alguém que já não faz parte da comunidade. Não é você que está excluindo, mas é a pessoa, ela mesma, que se exclui a si mesma. A comunidade reunida apenas constata e ratifica a exclusão. A graça de poder perdoar e reconciliar em nome de Deus foi dada a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e, aqui no Sermão da Comunidade, à própria comunidade (Mt 18,18). Isto revela a importância das decisões que a comunidade toma com relação a seus membros.

 

Mateus 18,19: A oração em comum 

A exclusão não significa que a pessoa seja abandonada à sua própria sorte. Não! Ela pode estar separada da comunidade, mas nunca estará separada de Deus. Caso a conversa na comunidade não der resultado e a pessoa não quiser integrar-se na vida da comunidade, resta o último recurso de rezar juntos ao Pai para conseguir a reconciliação. E Jesus garante que o Pai vai atender: “Se dois de vocês na terra estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está no céu”.

 

Mateus 18,20: A presença de Jesus na comunidade.

O motivo da certeza de ser ouvido pelo Pai é a promessa de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles!” Jesus é o centro, o eixo, da comunidade e, como tal, junto com a Comunidade ele estará rezando conosco ao Pai, para que conceda o dom do retorno ao irmão ou à irmã que se excluiu.

 

4) Para um confronto pessoal

 

  1. Por que será que é tão difícil perdoar? Na nossa comunidade existe espaço para a reconciliação? De que maneira?
  2. Jesus disse: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estarei no meio deles". O que significa isto para nós hoje?

 

5) Oração final

Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)

COMUNICADO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO

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Publicado em 08 agosto 2025
  • Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro,
  • Cardeal Orani João Tempesta,
  • Papa Leão XIV,
  • Arquidiocese de São Sebastião
  • Papa Aceita renuncia de Dom Orani,
  • Renuncia de Dom Orani,

 

A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro informa que, no dia 7 de agosto de 2025, o Santo Padre, Papa Leão XIV, acolheu a renúncia apresentada por seu Arcebispo Metropolitano, Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., ao governo pastoral desta Igreja Particular, conforme as normas do Direito Canônico, utilizando a fórmula “nunc pro tunc”.

Ao mesmo tempo, o Santo Padre determinou que o Cardeal permaneça à frente da Arquidiocese por mais dois anos, até a nomeação de seu sucessor.

O Papa manifestou reconhecimento e gratidão pelo serviço prestado por Dom Orani ao longo destes anos e pediu que continue conduzindo o Povo de Deus com serenidade, generosidade e zelo pastoral.

O Cardeal acolheu a decisão com espírito de comunhão e renovado compromisso, convidando todo o clero, religiosos, religiosas e fiéis leigos a se unirem em oração e renovado ardor missionário, especialmente neste tempo de júbilo em que a Arquidiocese celebra seu jubileu de 450 anos. Fonte: https://arqrio.org.br

*19º Domingo do Tempo Comum – Ano Litúrgico C: Um Olhar.

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Publicado em 08 agosto 2025
  • Homilia do 19º Domingo do Tempo Comum,
  • Ano Litúrgico C
  • liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum
  • Evangelho Dominical do 19º Domingo do Tempo Comum,
  • Homilia Dominical

Tema do 19.º Domingo do Tempo Comum

Necessitamos continuamente de redescobrir o nosso lugar e o nosso papel no projeto que Deus tem para nós e para o mundo. A Palavra de Deus que a liturgia deste domingo nos propõe lembra-nos isso mesmo. Diz-nos que viver de braços cruzados, numa existência de comodismo e resignação, é malbaratar a vida. Deus precisa de nós, Deus conta conosco; quer-nos despertos, atentos, comprometidos com a construção de um mundo mais justo, mais humano e mais feliz.

 

Na primeira leitura um “sábio” de Israel recorda a noite em que Deus libertou os hebreus da escravidão do Egito. Para os egípcios, foi uma noite de desolação e de morte; para os hebreus, foi uma noite de libertação e de glória. Os hebreus perceberam nessa noite, que caminhar com Deus e seguir as indicações que Ele deixa é fonte permanente de vida e de liberdade. É nessa direção que o “sábio” nos convida a construir a nossa vida.

 

No Evangelho Jesus lembra aos discípulos que foram escolhidos para levar o projeto do Reino de Deus ao encontro do mundo. Devem, portanto, viver para o serviço do Reino. Nesse sentido, têm de estar sempre atentos e vigilantes, cumprindo a cada instante as tarefas que Deus lhes pede, servindo o Reino com humildade e simplicidade.

 

Na segunda leitura um “catequista” cristão anônimo propõe-nos Abraão e Sara como modelos de fé. Eles confiaram incondicionalmente em Deus e não hesitaram em caminhar ao encontro dos bens prometidos. Essa “aposta” trouxe-lhes frutos: ultrapassando as limitações e a caducidade da vida presente, puderam alcançar os bens eternos.

 

EVANGELHO – Lucas 12,32-48

  

MENSAGEM

O pequeno grupo de discípulos que acompanham Jesus no caminho para Jerusalém (Jesus chama-lhe “pequenino rebanho”), é um grupo débil, insignificante, sem gente notável, aparentemente incapaz de agarrar o mundo e de transformar a história; mas aqueles discípulos foram escolhidos por Deus para acolher o Reino e para o levar ao encontro do mundo. São como o fermento que levanta toda a massa. É necessário que assumam sem medo e sem reticências o projeto de Deus (vers. 32). Deus confia-lhes o tesouro do Reino; eles têm de deixar em segundo outras propostas, outros interesses, outros bens, outros desafios. Devem ver o Reino de Deus como o valor mais precioso, pelo qual vale a pena renunciar a tudo o resto (vers. 33-34). Abraçando o projeto do Reino, adquirem um tesouro eterno, um tesouro inesgotável, que nunca passará de moda e que ninguém lhes poderá subtrair.

 

INTERPELAÇÕES

Vivemos numa época da história particularmente exigente. Sombras escuras pairam no horizonte e ameaçam o futuro do nosso mundo: as guerras, as injustiças, a crise climática, o atropelo dos mais elementares direitos humanos, as políticas que ignoram as necessidades dos mais desfavorecidos, a indiferença face ao sofrimento das pessoas abandonadas nas bermas da sociedade, a desumanização dos homens transformados em simples máquinas de produção ao serviço dos interesses materialistas dos senhores do mundo, o desencanto de tantos homens e mulheres que não encontram sentido para as suas vidas… Poderemos cruzar os braços, assumir uma atitude de resignação e de passividade e deixar que o mundo continue a ser construído sobre injustiças e sofrimentos? Jesus convida os seus discípulos a estar preparados, a cada instante, para fazer aquilo que Deus lhes pede para fazer. É hora de viver com responsabilidade e lucidez, sentindo-nos construtores de uma nova história e imprimindo ao nosso mundo um dinamismo de amor, de vida nova, de misericórdia, de compaixão. Como vivemos? Adormecidos e despreocupados, comodamente instalados no nosso conforto e segurança, ou como servidores humildes, atentos e comprometidos do Reino de Deus e da sua justiça?

Também na forma de viver a fé pode haver passividade, resignação, superficialidade. Podemos instalar-nos numa fé rotineira, que nos leva a repetir sempre os mesmos gestos, as mesmas orações, os mesmos ritos, as mesmas tradições, mas que não tem qualquer impacto na nossa vida e no nosso compromisso com a construção do Reino de Deus; podemos andar tão ocupados com os nossos trabalhos que não consigamos encontrar tempo para escutar Deus, para dialogar com Ele, para tentar perceber os projetos que Ele tem para nós e para o mundo; podemos instalar-nos comodamente numa prática religiosa “morna” e de “meias tintas”, que nos tranquiliza a consciência e nos faz sentir “em regra” com Deus, mas não nos leva a “sujar as mãos” com os nossos irmãos que necessitam do nosso cuidado, da nossa compaixão, do nosso amor. A nossa forma de viver a fé é marcada pela passividade e pelo conformismo, ou pelo compromisso com Deus e com os irmãos? Vivemos a nossa adesão a Cristo e à Igreja de forma ativa, lúcida e responsável? Somos meros “consumidores” de atos de culto, ou discípulos comprometidos com a construção de uma Igreja viva, missionária, fraterna, acolhedora, sinal e anúncio do amor de Deus no mundo?

Aos discípulos que vão com Ele no caminho para Jerusalém, Jesus diz: “Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino”. Aquele grupo de galileus que ia atrás de Jesus era, de fato, um grupo pequeno, aparentemente incapaz de interferir nos mecanismos de poder e de “causar mossa” nos interesses instalados; aqueles discípulos que Jesus tinha chamado não tinham perfil de influenciadores da opinião pública ou de figuras capazes de impor modas ou tendências. No entanto, Deus confiou-lhes o testemunho e a construção do Reino de Deus. Hoje, depois de séculos de “regime cristão”, nós, discípulos de Jesus, sentimo-nos uma minoria sem privilégios nem poder, um pouco perdidos num mundo que nem sempre entende a proposta que abraçamos. Por vezes, sentimos nostalgia dos tempos passados, quando a Igreja era uma força social reverenciada pelos grandes do mundo. Estamos piores agora? Não. Estamos melhor: livres de compromissos com o poder, podemos testemunhar o Evangelho de Jesus sem amarras nem cedências. O Evangelho não se impõe pela força. A nossa missão é viver ao estilo de Jesus, com simplicidade, contagiando o mundo; a nossa missão é sermos fermento que ninguém vê, mas que transforma e melhora o pão. Mesmo em minoria, mesmo lidando com a hostilidade e a incompreensão, dispomo-nos a testemunhar, com simplicidade e sem medo, o Evangelho de Jesus?

Jesus tinha uma ideia muito clara sobre o mal que o dinheiro pode fazer ao homem. Por isso dizia aos seus discípulos: “vendei o que possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. O dinheiro, uma vez que pode oferecer-nos segurança, bem-estar, importância social, prende o nosso coração e torna-se um “deus”; passamos a correr atrás dele, sentindo a necessidade de ter sempre mais e mais. Escravos do dinheiro, acabamos por subalternizar todos os outros valores. Tornamo-nos insensíveis à sorte dos homens e mulheres que caminham conosco, até mesmo da nossa família e amigos. Ignoramos o convite de Deus para sermos solidários, fraternos, misericordiosos, humanos; e fechamo-nos num egoísmo que seca e destrói toda a nossa vida. Como lidamos com os bens materiais? A cobiça, a ambição, a avareza, alguma vez nos impediram de acolher os valores do Reino de Deus? Vivendo no meio de uma sociedade que tem o coração posto nos bens materiais, somos capazes de dar testemunho de uma vida mais austera, mais simples, mais desprendida, mais fraterna, mais solidária?

As palavras de Jesus que o Evangelho deste domingo nos trouxe contêm uma interpelação especial a todos aqueles que desempenham funções de responsabilidade, quer na Igreja, quer no governo central do país, quer nas autarquias, quer nas empresas, quer nas repartições… Convida cada um a assumir as suas responsabilidades e a desempenhar, com atenção e empenho as funções que lhe foram confiadas. A todos aqueles a quem foi confiado o serviço da autoridade, a Palavra de Deus pergunta sobre o modo como se comportam: como servos que, com humildade e simplicidade cumprem as tarefas que lhes foram confiadas, ou como ditadores que manipulam os outros e que tratam com prepotência os pequenos e os humildes? Sempre que nos são confiadas tarefas de responsabilidade e de coordenação, entendemos a missão que nos foi confiada como serviço e acolhemos as pessoas com delicadeza, com doçura, com compaixão?

*Leia na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

17º- Domingo do Tempo Comum: Um Olhar Orante.

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Publicado em 27 julho 2025
  • Dom Rodolfo Luís Weber,
  • Homilia do 17º Domingo do Tempo Comum,
  • arcebispo dom Rodolfo Luís Weber
  • Jesus estava rezando
  • ensina-nos a reza
  • Homilia do 17º Domingo do Tempo Comum- Ano C

 

Jesus estava rezando 

 

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo (RS)

 

“Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: Pai…” (Gênesis 18,20-32, Salmo 37, Colossenses 2,12-14 e Lucas 11,1-13). “Jesus orava: isso basta como argumento em favor da oração. O comportamento de Jesus é, para o discípulo, uma norma absoluta de vida. Jesus é, de fato, o Mestre! Ora, ninguém pode negar que a oração não tenha sido literalmente o centro da vida de Jesus: a oração era seu respirar, seu horizonte de referência, a fonte de suas ações e palavras” (A. Comastri, Rezar hoje, p.25). 

Toda Sagrada Escritura afirma claramente a necessidade da oração. A leitura do livro do Gênesis revela Abraão na presença de Deus. O clima é de mistério, mas também denso de luz. Deus compartilha com Abraão que o pecado pesa sobre as cidades de Sodoma e Gomorra a ponto que estão prestes a serem destruídas. A intimidade existente entre Abraão e Deus faz com que ele entre profundamente na vontade divina. Deste encontro nasce uma audaciosa e insistente oração. Abraão insiste que os justos não podem morrer pelos injustos, mesmo tendo poucos na cidade.  

Desta audaciosa e insistente atitude de Abraão, se confirma que “a oração é diálogo; a oração é iniciativa de amor; a oração é ousadia; a oração é a porta que nos introduz no Coração de Deus e no próprio mistério de suas decisões” (Comastri, p.28). Depois de ensinar o Pai Nosso Jesus oferece várias orientações como se deve rezar. Dá o exemplo do amigo que importuna o amigo, fora de hora, porque está preocupado, não consigo mesmo, mas com o visitante. Acrescenta “pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto”.  

Esta atitude persistente revela que o homem é pequeno. O reconhecimento da pequenez da condição da humana é que permite iniciar um verdadeiro caminho de oração. Quem se apoia em si mesmo, na sua autossuficiência direciona a sua confiança em “outros senhores” e não em Deus. A Bíblia denomina esta pessoa de ímpia. Sem humildade não se chega a Deus. Somente o homem que aceita serenamente a sua pequenez como ponto de verdade e ponto de partida do caminho, se apoia em Deus como rochedo e salvador. 

Ao reconhecer e assumir a pequenez torna-se necessária a consciência de que o pecado feriu o coração de cada homem e devastou a história com tantos fatos que envergonham. Para rezar na verdade devemos nos apresentar diante de Deus com as feridas expostas de nossa pequenez e do nosso pecado. Só assim o encontro com Deus será de libertação e salvação. Partindo desta condição humana, Jesus ensinou a rezar: “perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores”. 

Jesus ensinou-nos a suplicar: “Não nos deixes cair em tentação”. A tentação ocorre quando valores importantes, por exemplo a caridade, a fraternidade, o perdão, são submetidos a uma espécie de pressão, seja individual ou coletiva, momentânea ou prolongada. A tentação pode fortalecer os valores que estão sendo provados. Ou podem ter um resultado negativo desviando para escolhas erradas. O mistério do mal sempre ronda as pessoas e a sociedade. Ao pedir a intervenção de Deus há o reconhecimento de que somente as forças humanas não são suficientes. Mesmo sendo cristãos esforçados sempre há o risco de fracassar. O cristão pede que o Pai o proteja em seu caminho, permaneça junto dele, que o liberte do mal nas áreas mais vulneráveis da sua vida. 

O discípulo aprende do Mestre e recebe a missão de ensinar. Por isso, aprender a rezar e ensinar a rezar faz do cristão um discípulo-missionário. Na medida que reza e ensina a orar vai entrando no mistério divino descobrindo a vontade de Deus e construindo o seu Reino. Fonte: https://www.cnbb.org.br 

Quinta-feira, 24 de julho-2025. 16ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 24 julho 2025
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  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • 16ª SEMANA DO TEMPO COMUM

 

1) Oração

Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 13, 10-17)

10Os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: Por que lhes falas em parábolas? 11Respondeu Jesus: Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. 12Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. 13Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam. 14Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, 15porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is 6,9s). 16Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem! 17Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.

 

3) Reflexão  Mateus 13,10-17

O Capítulo 13 traz o Sermão das Parábolas. Seguindo o texto de Marcos (Mc 4,1-34), Mateus omitiu a parábola da semente que germina sozinha (Mc 4,26-29), ampliou a discussão sobre o porque das parábolas (Mt 13,10-17) e acrescentou as parábolas do joio e do trigo (Mt 13,24-30), do fermento (Mt 13,33), do tesouro (Mt 13,44), da pérola (Mt 13,45-46) e da rede (Mt 13,47-50). Junto com as do semeador (Mt 13,4-11) e do grão de mostarda (Mt 13,31-32), são ao todo sete parábolas no Sermão das Parábolas (Mt 13,1-50).

 

Mateus 13,10: A pergunta

No evangelho de Marcos, os discípulos pedem uma explicação das parábolas (Mc 4,10). Aqui em Mateus, a perspectiva é outra. Eles querem saber por que Jesus, quando fala ao povo, só fala em parábolas: "Por que usas parábolas para falar com eles?" Qual o motivo desta diferença?

 

Mateus 13,11-13: A vocês é dado conhecer o mistério do Reino

Jesus responde: "Porque a vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. Pois, a quem tem, será dado ainda mais, será dado em abundância; mas daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem”. Por que será que aos apóstolos era dado conhecer, e aos outros não? Uma comparação para ajudar na compreensão. Duas pessoas escutam a mãe ensinar: "quem ama não corta casaco". Uma das duas é filha e outra não. A filha entendeu e a outra não entendeu nada. Por que? É que na casa da mãe a expressão "cortar casaco" significava caluniar. Assim, o ensinamento da mãe ajudou a filha a entender melhor como praticar o amor. Cresceu nela aquilo que ela já sabia. A quem tem, será dado ainda mais. A outra pessoa não entendeu nada e perdeu até o pouco que pensava entender a respeito de amor e de casaco. Ficou confusa e não conseguiu entender o que o amor tem a ver com casaco. Daquele que não tem, será tirado até o pouco que tem. Uma parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como Messias Servo. Esconde para os que insistem em dizer que o Messias será e deve ser um Rei Glorioso. Estes entendem as imagens da parábola, mas não chegam a entender o seu significado. Enquanto os discípulos crescem naquilo que já sabem a respeito do Messias. Os outros não entendem nada e perdem até o pouco que pensavam saber sobre o Reino e o Messias.

 

Mateus 13,14-15: A realização da profecia de Isaías

Como da outra vez (Mt 12,18-21), nesta reação diferente do povo e dos fariseus frente ao ensinamento das parábolas, Mateus vê novamente uma realização da profecia de Isaías. Ele até cita por extenso o texto de Isaías que fala por si: “É certo que vocês ouvirão, porém nada compreenderão. É certo que vocês enxergarão, porém nada verão. Porque o coração desse povo se tornou insensível. Eles são duros de ouvido e fecharam os olhos, para não ver com os olhos, e não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter. Assim eles não podem ser curados”.

 

Mateus 13,16-17: Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo

Tudo isso explica a frase final: “Vocês, porém, são felizes, porque seus olhos vêem e seus ouvidos ouvem.  Eu garanto a vocês: muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; desejaram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir”.

 

As parábolas: um novo jeito de falar ao povo sobre Deus

O povo ficava impressionado com o jeito que Jesus tinha de ensinar. “Um novo ensinamento! Dado com autoridade! Diferente dos escribas!” (Mc 7,28). Jesus tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar por dentro das coisas da vida do povo, e estar por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus. Em algumas parábolas acontecem coisas que não costumam acontecer na vida. Por exemplo, onde se viu um pastor de cem ovelhas abandonar noventa e nove para encontrar aquela única que se perdeu? (Lc 15,4) Onde se viu um pai acolher com festa o filho devasso, sem dar nenhuma palavra de censura? (Lc 15,20-24). Onde se viu um samaritano ser melhor que o levita e o sacerdote? (Lc 10,29-37). A parábola provoca para pensar. Ela leva a pessoa a se envolver na história a partir da sua própria experiência de vida. Faz com que nossa própria experiência nos leve a descobrir que Deus está presente no cotidiano da nossa vida. A parábola é uma forma participativa de ensinar, de educar. Não dá tudo trocado em miúdo. Não faz saber, mas faz descobrir. A parábola muda os olhos, faz a pessoa ser contemplativa, observadora da realidade. Aqui está a novidade do ensino das parábolas de Jesus, diferente dos doutores que ensinavam que Deus só se manifestava na observância da lei. Para Jesus, “o Reino não é fruto de observância. O Reino está presente no meio de vocês!” (Lc 17,21). Mas os ouvintes nem sempre o percebiam.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus disse: “A vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino”. Quando leio os evangelhos, sou como os que não entendem nada ou como aqueles a quem é dado conhecer o Reino?

2) Qual a parábola de Jesus com mais me identifica? Por que°

 

5) Oração final

6Senhor, vossa bondade chega até os céus, vossa fidelidade se eleva até as nuvens. Vossa justiça é semelhante às montanhas de Deus, vossos juízos são profundos como o mar. (Sl 35)

O que é mística?

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Publicado em 22 julho 2025
  • Espiritualidade,
  • Monte Carmelo,
  • Mística e Profecia no Carmelo
  • O que é mística
  • mística

 

Desde os tempos mais remotos da história da humanidade chegam até nós os ecos e os sinais desta experiência humana quase universal de que a realidade que nos envolve é mais ampla e mais profunda do que as coisas que conseguimos analisar com a razão, perceber com os olhos, apalpar com as mãos, ouvir com os ouvidos, cheirar com o olfato. É sobretudo o contato com a natureza que mais contribui para esta leitura diferente da realidade; por exemplo, o trovão (Sl 29), os fenômenos da tempestade, do fogo e do terremoto (1Rs 19,11-13), a beleza da natureza (Sl 19,1-7; Sl 104), a lua e as estrelas (Sl 8,4).

Todos os povos, culturas e religiões registram expressões desta percepção, desde Platão até os monges budistas, desde os primeiros cristãos de Jerusalém até os frades Carmelitas que viviam no Monte Carmelo, desde os ritos dos mitos indígenas até a intuição das crianças quando olham o céu estrelado.

A tecnologia, ou melhor, a mentalidade utilitarista, que olha a realidade e a natureza apenas do ponto de vista do proveito que dela podemos tirar para nós, fez com que começássemos a perder a sensibilidade para esta dimensão mais ampla e mais profunda da vida, a dimensão mística. Apesar da grande riqueza material e das enormes facilidades que foram geradas pela mentalidade técnica, a vida ficou mais pobre, menos transparente. Graças a Deus, hoje em dia, em todo canto está renascendo a busca de espiritualidade, de mística.

A palavra mística vem do grego. Significa “escondido”; indica algo que é real, mas não se vê. A palavra mistério sugere a mesma coisa: a realidade escondida da presença de Deus atrás ou na raiz da realidade que observamos com os olhos, apalpamos com as mãos ou pisamos com os pés.

Na mística não se trata de experiências extraordinárias, mas sim de perceber, de intuir e de viver a vida com a atitude não de dono e de aproveitador, mas sim de admiração e de serviço. Ser capaz de ficar maravilhado ou de sentir-se interpelado diante de um por do sol, diante de uma criança, uma obra de arte, um texto bíblico, um pobre que pede esmola, um doente, uma experiência de amor, uma situação de injustiça, um desastre da natureza, um gesto de doação, uma música, um canto, uma flor, um problema sem solução, um panorama, uma árvore frondosa, uma cruz pendurada na parede.

Algumas pessoas têm uma sensibilidade maior diante da natureza, outras diante de situações humanas, outras diante de intuições filosóficas, outras diante de suas reações interiores, outras quando se encontram em meio ao borbulho da vida agitada na cidade. É a partilha destas experiências que enriquece a vida de todos.

A Bíblia nos ajuda a perceber esta dimensão mais profunda da nossa vida. Santo Agostinho dizia que a Escritura nos devolve o olhar da contemplação, nos ajuda a decifrar o mundo e contribui para que a vida se torne novamente transparente.

Experiência mística, dizia o beato Tito Brandsma, não é algo só de alguns místicos privilegiados, mas é uma experiência profundamente humana e comum. Ele dizia isto baseado na sua própria experiência pessoal e pastoral e também no estudo que fez da história da mística no seu país. No Norte da Europa, na Idade Média, surgiu um movimento leigo que se chamava “Irmãos e Irmãs da Vida Comum”. Quando eles diziam “Vida Comum” não se referiam somente à vida fraterna em comum, mas expressavam a sua convicção de que a experiência mística, que se alcança na vida fraterna em comum, é a coisa mais comum que se possa imaginar. É um olhar diferente que faz parte do dia-a-dia da vida.

Na experiência mística, não se trata de você sentir algo diferente, algo fora de comum, mas sim de uma convicção que vai nascendo aos poucos e que não depende de um sentimento passageiro. Uma convicção como aquela de Jeremias. Quando na tragédia do cativeiro, causada por Nabucodonosor, rei da Babilônia, todos os apoios tradicionais falharam e o povo se desesperava, Jeremias redescobriu a fonte da sua esperança nesta certeza tão simples: o sol vai nascer amanhã (cf. Jer 31,35-36; 33,20-21.25-26). Ele soube ler a natureza com outros olhos. Os problemas e as forças contrárias podiam ser grandes, insuperáveis; Nabucodonosor podia ter muita força; jamais ele seria capaz de impedir o nascer do sol no dia seguinte, pois maior era o poder do amor de Deus, experimentada e revelada no sol que renasce todos os dias. E assim, em Jeremias renasceu a esperança como resposta a este amor maior, redescoberto na raiz dos fenômenos da natureza, que envolve todas as coisas do universo. “Deus nos amou primeiro”, dirá São João, séculos depois (1Jo 4,19).

Assim, através de altos e baixos, através de noites escuras e dias ensolarados, vamos penetrando no mistério escondido da vida e da realidade, percebendo os limites das nossas idéias e práticas, descobrindo a força deste amor maior que nos envolve de todos os lados. Vamos subindo a Montanha, desfazendo-nos de tudo que pode atrapalhar ou impedir a subida e a experiência do amor.

Na mesma medida em que vamos chegando ao topo da Montanha, aproximamo-nos das outras pessoas que, como nós, cada uma dentro da sua religião, tradição e cultura, hindus, judeus, cristãos, muçulmanos, tantos e tantas, também vão subindo a mesma montanha, entrando para dentro do mesmo mistério da vida. Juntos, eles e nós, descobriremos então, como diz São João da Cruz, que no topo da Montanha reinam o silêncio e o amor. Lá em cima, seremos todos um, “como tu, Pai, em mim e eu em ti” (Jo 17,21).

Para nós cristãos, a revelação maior deste amor universal, presente na raiz de todas as coisas e objeto dos anseios mais profundos do coração humano, aconteceu e acontece em Jesus. Foi em Jesus que o apóstolo Paulo, no caminho de Damasco, fez a grande descoberta que o sustentou ao longo da sua vida até o martírio: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor”  (Rm 8,38-39).

Peço que pare imediatamente a barbárie da guerra- Leão XIV.

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Publicado em 20 julho 2025
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  • Padre Gabriel Romanelli
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  • Fórum Internacional da Ação Católica

O Papa voltou a falar sobre a triste realidade vivida pelos povos que sofrem insistentemente com as guerras. Primeiro, ao final da missa celebrada na manhã deste domingo (20/07), em Albano, quando interpelado por jornalistas italianos, afirmou que "o mundo já não aguenta mais com tantas guerras". Depois, durante os apelos após a oração mariana do Angelus em Castel Gandolfo, o Pontífice pediu novamente pelo fim dos conflitos, que se "pare imediatamente a barbárie da guerra".

 

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Leão XIV voltou a se posicionar sobre a tragédia que atingiu a única igreja católica na Faixa de Gaza na última quinta-feira (17/07), que matou três pessoas e feriu outras 10, inclusive o pároco da Santa Família, Padre Gabriel Romanelli. Primeiramente, ao final da missa presidida na Catedral de Pancrácio Mártir, em Albano, na manhã deste domingo (20/07), o Pontífice, ao saudar a comunidade pelas principais ruas da cidade, foi interpelado por alguns jornalistas sobre a situação em Gaza e disse:

 

“É preciso rezar pela paz e tentar convencer todas as partes a se sentarem à mesa para negociar, dialogar e depor as armas, porque o mundo não aguenta mais, há tantos conflitos, tantas guerras, é preciso trabalhar verdadeiramente pela paz, rezar com confiança em Deus, mas também trabalhar...”

 

Questionado sobre a conversa que teve com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após o ataque militar israelense contra a Igreja da Sagrada Família em Gaza, o Papa Leão XIV comentou:

 

"Sim, conversamos, foi publicado, insistimos sobre a necessidade de proteger os locais sagrados de todas as religiões, trabalhar juntos também nesse sentido, mas com verdadeiro respeito pelas pessoas e pelos locais sagrados, e tentar deixar para trás tanta violência e tanto ódio, tantas guerras."

 

Na oportunidade do telefonema, Leão XIV fez um forte apelo para que se chegasse a um cessar-fogo e ao fim da guerra. O Papa também demonstrou grande preocupação “pela dramática situação humanitária da população de Gaza, cujo preço devastador é pago especialmente pelas crianças, idosos e pessoas doentes”.

 

O apelo do Papa no Angelus pelo fim da "barbárie da guerra"

Ao final da oração mariana do Angelus deste domingo (20/07), aos presentes na Praça da Liberdade em Castel Gandolfo, Leão XIV voltou a reforçar sobre a busca pela paz com "mais notícias dramáticas chegando do Oriente Médio", recordando o triste ataque sofrido pelos cristãos em Gaza durante a semana: "expresso minha profunda dor pelo ataque do exército israelense contra a Paróquia Católica da Sagrada Família, na cidade de Gaza. Como sabem, na última quinta-feira, ele causou a morte de três cristãos e ferimentos graves em outros". O Papa então disse rezar por todos os envolvidos, paroquianos e familiares das vítimas, citando o nome das três pessoas que morreram: Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud:

 

“Peço novamente que pare imediatamente a barbárie da guerra e que se alcance a uma resolução pacífica do conflito.”

"Dirijo à comunidade internacional o apelo para que observe o direito humanitário e se respeite a obrigação de proteger os civis, bem como a proibição de punição coletiva, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado da população. Aos nossos amados cristãos do Oriente Médio, digo: estou próximo à sensação de vocês de poder fazer pouco diante desta situação tão dramática. Vocês estão no coração do Papa e de toda a Igreja. Obrigado pelo testemunho de fé de vocês. Que a Virgem Maria, mulher do Oriente, aurora do Sol novo que surgiu na história, os proteja sempre e acompanhe o mundo rumo ao amanhecer da paz."

 

O Papa, então, dirigiu várias saudações aos grupos presentes, em especial àqueles do Fórum Internacional da Ação Católica que idealizaram a “Maratona de Oração pelos Governantes”, que convida a parar por 1 minuto a rezar pela paz neste domingo (20/07), entre às 10h e 22h: "o convite, dirigido a cada um de nós, é de pararmos apenas por um minuto para rezar, pedindo ao Senhor que ilumine os nossos governantes e inspire neles projetos de paz".

O Pontífice também fez um agradecimento especial pelo acolhimento recebido durante seu primeiro período de férias em Castel Gandolfo que, ao invés de terminar neste mesmo domingo (20/07) como era previsto, deve acontecer na terça-feira (22/07), segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. E o retorno de Leão XIV às Vilas Pontifícias para mais um tempo de repouso será em agosto, entre os dias 15 e 17. Fonte: https://www.vaticannews.va

Padre da Paróquia de São Francisco morre aos 55 anos por infeção pulmonar

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Publicado em 19 julho 2025
  • Padre Morre
  • Padre da Paróquia de São Francisco morre
  • Orlando Gonçalves Barbosa
  • Padre Orlando Gonçalves Barbosa
  • Pastoral do Povo de Rua,
  • Paróquia de São Francisco de Assis,
  • Arquidiocese de Manaus

Pároco estava em tratamento e faleceu na manhã de hoje; CNBB emitiu nota de solidariedade

 

Morreu na manhã deste sábado (19) o padre Orlando Gonçalves Barbosa, aos 55 anos. O religioso era pároco da Paróquia de São Francisco de Assis, situada no bairro de mesmo nome na zona Sul de Manaus. Em nota, a Arquidiocese comunicou a páscoa (passagem) do padre.

Além da paróquia, o padre também exercia a função de assessor arquidiocesano da Pastoral do Povo de Rua, que presta assistência social a pessoas em situação de rua na cidade. Nascido no Mato Grosso do Sul, Orlando Gonçalves Barbosa foi ordenado padre em 1999 e se destacou pelos trabalhos sociais na Igreja Católica.

“Padre Orlando estava internado no hospital da Samel com um quadro de infecção pulmonar, mas houve piora de seu quadro nesta madrugada, levando ao seu falecimento por volta de 6h20 da manhã. Informações sobre velório e sepultamento serão divulgadas assim que forem definidas. Na esperança da Ressurreição, pedimos a Deus misericordioso que lhe conceda o descanso eterno e lhe faça brilhar a Sua luz”, diz a nota.

Nas redes sociais, fiéis e paróquias emitiram comunicados de pesar pelo falecimento do padre Orlando Gonçalves. Sua igreja, a Paróquia de São Francisco de Assis, afirmou que o coração dos fiéis “se veste de luto pela partida de Padre Orlando”.

“Hoje, o céu acolhe um pastor fiel e generoso, enquanto nós guardamos suas palavras, seu sorriso e sua fé como herança viva. Descanse em paz, Padre Orlando, e continue iluminando nossos caminhos lá do alto”, disse.

Abertamente católico, o vereador Zé Ricardo (PT) prestou pesar pelo falecimento do padre, chamado por ele de “um defensor da vida, firme na fé e incansável nas lutas por justiça, dignidade e direitos para os mais pobres e excluídos”.

“Neste momento de dor e tristeza, nos solidarizamos com os familiares, amigos, paroquianos e toda a comunidade católica, especialmente aqueles e aquelas com quem ele partilhou o Evangelho da esperança e da libertação. Que seu testemunho de vida continue a inspirar nossos passos na construção de um mundo mais justo e fraterno”, escreveu.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Norte 1 também se manifestou em solidariedade pela morte do padre Orlando, agradecendo a Deus por “seu testemunho e compromisso com a missão nas paróquias e comunidades que ele acompanhou, na Cáritas Arquidiocesana de Manaus, na Pastoral do Povo de Rua, na formação filosófica e teológica, dentre outros serviços” prestados ao longo de 25 anos. Fonte: https://www.acritica.com

A VIRGEM MARIA NA ESPIRITUALIDADE CARMELITANA

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Publicado em 16 julho 2025
  • História dos Carmelitas,
  • ESPIRITUALIDADE CARMELITANA,
  • Nossa Senhora do Carmo,
  • JULHO E NOSSA SENHORA DO CARMO,
  • Senhora do Lugar
  • Carmelitas e Nossa Senhora do Carmo,
  • Carmelo e Nossa Senhora do Carmo
  • Homilia da Missa de Nossa Senhora do Carmo,

(Leituras do dia: 1Rs 18,42-45; Jo 19,25-30).

Frei Martinho Cortez, O.Carm., In Memoriam

1- Nas origens: capela de Santa Maria.

     É uma presença constante, “que tem exercido um vital e profundo influxo” no Carmelo. No monte havia uma capela dedicada a Maria. O carmelita, falando do “seguimento de Jesus” (Regra), cultivou naturalmente aquela que disse “sim” ao plano de Deus. Ele é sua padroeira original, que em seguida é venerada com outras formas de devoção e títulos. A veneração de Maria se prende ao fato de ela ser Mãe do Verbo de Deus, na pessoa de Jesus. Para isto ela tinha de ser imaculada (Imaculada Conceição) e, no fim, da vida, recebeu a graça de voltar para Deus de corpo e alma (Assunção). Maria, Mãe de Deus, é a Nova Eva (salvação) e a Mulher Coroada de Estrelas (Apocalipse). Tudo em sua vida, sobre a qual pouca coisa temos nos Evangelhos, é motivo de alegria, de esperança, de adoração ao Senhor. O Carmelo habituou-se a relacionar-se com ela como mediadora, protetora, santíssima, intercessora, e a lhe prestar honras, endereçar-lhe orações e imitar suas virtudes. Tornou-se um modelo de espiritualidade por sua pureza virginal, humildade consciente, sentido da presença de Deus e de serviço generoso ao próximo. Por Cristo primeiro, os carmelitas chegaram a Maria; depois, por Maria chegaram cada vez mais a Jesus! Chamavam-na de “Mãe de Deus” e “Toda Santa”, e a Ordem do Carmo passou a ser eminentemente mariana, porque, além de terem surgido na terra de Maria – a Terra Santa – foram para lá na qualidade de “peregrinos” e por causa de Jesus. Por isso ela, como verdadeira Rainha, é chamada de “a Senhora do Lugar”: sua beleza é como a beleza do monte Carmelo em tempo de floração; o tema da “nuvenzinha” de Elias é visto em Maria como seu poder de intercessão, que faz cair sobre da parte de Deus uma chuva de graças (“medianeira” – 1Rs 18, 42-45). — Ou seja: nas origens da Ordem do Carmo, Maria aparece nas citações bíblicas, nas tradições da região do monte Carmelo e na consciência que possuíam os carmelitas do papel dela na história da Salvação. Daí a história da espiritualidade carmelita revelar que a Ordem do Carmo sempre se relacionou com Maria em acentuações de afeto, ternura, cordialidade e familiaridade íntima.

 

2-Na Idade Média: a Senhora do Lugar.

      Desde o início Maria foi para os carmelitas protetora e sua padroeira. Aprofundamentos são feitos, desenvolve-se o modo de exprimir a devoção, fica mais rico o conteúdo da fé. Chega-se a um ponto em que, entre os carmelitas, Maria é claramente venerada como a “Mãe do Senhor”, a “Senhora do Lugar” (patrona), a “Virgem”, a “Imaculada”, a “Toda Bela”, a “Mulher Coroada de Estrelas”, a “Mãe do Redentor” (Virgem puríssima), a “Libertadora” (livra das penas do purgatório) e a “Preservadora” (força para evitar no fim da vida a pena capital do inferno). — O significado de “patrona” faz pensar em dedicação, proteção, senhorio. Disso foi que nasceu a consciência de a Ordem do Carmo ter sido fundada para a hora e o serviço de Maria. Por conseqüência, tudo na Ordem era feito através de Maria: a espiritualidade, a profissão de vida consagrada, o uso do hábito e a dedicação das igrejas. Daí, também, o alcance do nome oficial da Ordem: Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Em geral, as igrejas carmelitas recebem o nome de Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja do Carmo. A profissão de consagração à vida carmelita é feita também em nome da Virgem do Carmo. O hábito oficial da Ordem, que inclui a capa branca, sinal da pureza virginal de Maria, incorporou o Escapulário, inicialmente um avental de serviço dentro de casa, nas horas ou nos jardins. O Escapulário ficou sendo um sinal de serviço a Deus pelo serviço a Maria. No conjunto de hinos e celebrações do Carmelo, mesmo as celebrações eucarísticas, incluiu-se o nome de Maria, a própria ave-maria e a salve-rainha. As orações e antífonas proclamavam as virtudes e excelências da Mãe de Deus e sua mediação. Os escritores, pregadores e teólogos carmelitas se referiam cada vez mais freqüente e profundamente das glórias da Mãe e Esplendor do Carmelo. — Do meio para o fim da Idade Média, a Ordem do Carmo dedicava a Maria grandes temas de sua espiritualidade: a “conformidade de vida” (“Tudo em Maria”, “O Carmelo é todo de Maria”); a “maternidade de Maria em relação à Ordem” (“Mãe e Esplendor do Carmelo”; tudo, até a origem da Ordem, é mariano!). O objetivo de vida segue sendo a intimidade com Deus pelo seguimento de Jesus, mas, por isso mesmo, é que o Carmelo funciona com base no ser/agir da Mãe de Deus (cf. também presença de Maria junto à Cruz: Jo 19, 25-30)

 

3- Na passagem para os tempos modernos: a intimidade com Maria vira fraternidade.

      Ao final da Idade Média emergiu no Carmelo uma reflexão profunda sobre a “virgindade” de Nossa Senhora em sua condição de Mãe do Puro Amor (Deus). Era uma exigência decorrente da espiritualidade carmelita: para estar sempre na presença do Senhor, fundamentar-se numa vida de “coração puro e reta consciência”. Maria Puríssima e Santíssima tinha de ser modelo de inspiração e imitação. Maria então passou a ser sentida ainda mais como “companheira de caminhada e consagração”. Sua pureza e santidade deviam ser como “atitudes vitais de entrega e abandono a Deus, e de conformidade à sua vontade”. Traduziu-se tudo isso na palavra “Irmã”, com o sentido de “fraternidade na virgindade” (santidade de vida), “fraternidade na vida em comum” (comunidade de vida) e “fraternidade na pertença por consagração” (membro da Ordem). A pureza de Maria na vida dos carmelitas passou a ser vivida como “beleza”, como “ausência de mancha”, como sinônimo de “vida totalmente disponível à união com Deus”. Esta “união com Deus” se faria como de fato se deve fazer: pela aceitação plena da vontade do Senhor, pela criatividade a partir dela, pelo testemunho diante do mundo e pela profecia em favor da justiça e da paz. Santa Maria Madalena de Pazzi escreveu: “a leveza no corpo, a alegria no coração, a liberdade na vontade, a transparência na inteligência, a lembrança dos benefícios na memória, a verdade nas intenções, a simplicidade nas ações, a veracidade nas palavras, a  mortificação nos sentimentos: assim (alguém) poderá elevar-se com Maria”. Elisabete da Trindade, por sua vez, chamado-a de “Porta do céu” ensinava: “Existe uma criatura que conheceu este dom de Deus, uma criatura que não perdeu nenhuma parcela deste dom, uma criatura que foi pura, tão luminosa que parece ser a própria Luz: “Speculum justitiae” (espelho de justiça); uma criatura cuja vida foi tão simples. Tão perdida em Deus, que quase nada se pode dizer a respeito: “Virgo fidelis” — é a virgem fiel, aquela “que guardava todas as coisas em seu coração” (Lc 2,51).

 

Conclusão

      Os carmelitas, em sua espiritualidade, sempre se relacionaram intimamente com Maria Santíssima, de tal modo que ela se tornou entre eles uma presença mística (na qual se pode fazer a experiência de Deus); uma companheira de caminho à luz do Evangelho (experiência da vida cristiforme), uma mulher digna de imitação (união mística com Maria, vida marieforme) e uma possibilidade de reproduzir o amor de Jesus pela Mãe (atualização e volta a Cristo). Por meio da devoção ao Escapulário do Carmo, os carmelitas pretendem não somente vender o produto de uma espiritualidade sempre atual (“O cristão do século 21 ou será um santo ou nada será” – Karl Rahner), como também continuar afirmando, apesar os pesares (relaxamento, decadência, defasagem espiritual) o que afirmamos a oito séculos: que Maria é a grande protetora humana dos irmãos de Cristo; que ela nos ajuda a alimentar a fidelidade a Deus, a viver uma vida de serviço ao Reino de Deus e a confiar plenamente em que, por sua intercessão, não fica difícil obtermos a salvação!

Fonte bibliográfica única: Boaga, E. – “A Senhora do Lugar”, Edição Carmelita, 1994, Paranavaí – PR.

Vítimas foram ouvidas e caso de padre suspeito de abuso sexual será encaminhado ao Vaticano

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Publicado em 15 julho 2025
  • Dicastério para a Doutrina da Fé
  • padre suspeito de abuso sexual
  • Timon,
  • bispo Dom Sebastião Lima Duarte
  • Comissão Diocesana de Tutela de Menores e Pessoas Vulneráveis
  • padre Raimundo Luzia Gonzaga de Sousa
  • Padre é afastado pela Diocese de Caxias por suspeita de abuso sexual
  • Dom Sebastião Lima Duarte
  • Bispo de Caxias do Maranhão
  • Dicastério da Doutrina da Fé,
  • processo canônico

Segundo a Diocese, a investigação interna teve início em 13 de junho, após o recebimento das denúncias.

Caso do Padre Raimundo Luzia vai ao Vaticano (Foto: Arquivo)

Duas jovens que afirmam ter sido vítimas de abuso sexual por parte do padre Raimundo Luzia Gonzaga de Sousa prestaram depoimento à Comissão de Investigação Prévia da Diocese de Caxias (MA).

O caso ocorreu em Timon, cidade vizinha a Teresina (PI), onde o religioso atuava como pároco da Igreja Menino Jesus de Praga. O processo será encaminhado ao Vaticano, que dará a palavra final sobre a conduta do padre.

As oitivas foram entregues ao bispo Dom Sebastião Lima Duarte no dia 9 de julho. Uma das jovens relatou ter sofrido assédio aos 16 anos e hoje está com 19. A outra diz ter sido estuprada aos 17 anos e atualmente tem 18.

Além delas, foram ouvidos o próprio padre Raimundo Luzia, a pessoa que fez a denúncia anônima e uma testemunha.

Segundo a Diocese, a investigação interna iniciou em 13 de junho, após o recebimento das denúncias. Foi formada uma comissão, realizadas as escutas e agora o material será reunido com a Comissão Diocesana de Tutela de Menores e Pessoas Vulneráveis.

As peças finais serão encaminhadas ao Dicastério para a Doutrina da Fé, no Vaticano, responsável por julgar casos do tipo.

Paralelamente, a Polícia Civil do Maranhão também investiga o caso. A apuração corre sob sigilo e o padre segue afastado de suas funções religiosas desde o dia 6 julho, por decisão da Diocese, que nomeou outro sacerdote para assumir os trabalhos na paróquia.

Dom Sebastião, em nota oficial, afirmou lamentar profundamente os fatos, pediu perdão às supostas vítimas e familiares, e declarou: “rogamos a Deus que conduza a todos na justiça e na paz”. Fonte: https://portalclubenews.com

 

Padre é afastado pela Diocese de Caxias por suspeita de abuso sexual

Raimundo Luzia Gonzaga de Sousa era pároco na Igreja Menino Jesus de Praga.

 

Por g1 MA — São Luís

A Diocese de Caxias decidiu afastar o padre Raimundo Luzia Gonzaga de Sousa, suspeito de envolvimento em casos de abuso sexual contra meninas da igreja na cidade de Timon, na Região Leste do Maranhão. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

A decisão foi assinada no domingo (6), pelo bispo Dom Sebastião Lima Duarte. Em nota, a Diocese afirmou que o afastamento busca “evitar escândalos, defender a liberdade das testemunhas e garantir o curso da justiça”.

O padre atuava como pároco da Igreja Menino Jesus de Praga e, por ora, está impedido de realizar celebrações. Um novo sacerdote já foi nomeado para conduzir os trabalhos da paróquia enquanto durarem as investigações.

A Polícia Civil está a procura de Raimundo Luzia para apurar os fatos. Fonte: https://g1.globo.com

 

Novo comunicado sobre situação pastoral da Paróquia Menino Jesus de Praga depois do afastamento do Padre Raimundo Luzia

 

Prot.: 0086/2025

NOVO COMUNICADO DO BISPO DE CAXIAS-MA


Saudações cordiais paroquianos da paróquia Menino Jesus de Praga e a todos!

No recente comunicado (06/07) foi dito que estamos procedendo com nosso dever ao recebermos denúncias anônimas sobre o Pe. Raimundo Luzia e que por isso foi afastado cautelarmente do ministério sagrado e também de outro oficio ou encargo eclesiástico, como requer os documentos da Igreja Católica; foi proibido de celebrar publicamente a Santíssima Eucaristia e de exercer publicamente atos que requerem o poder de ordem sagrada. Para quem é padre, habituado com estas coisas, isto já é um castigo mesmo sem sê-lo formalmente.

O processo canônico corre em segredo e até próxima semana será enviado tudo para o Dicastério da Doutrina da Fé, no Vaticano em Roma e caberá a esse serviço da Igreja proceder com restante da investigada e dar o veredicto final. Outro sim, nos atemos ao que rege as leis canônicas.

Considerando que a comunidade paroquial Menino Jesus de Praga no Parque Alvorada não pode ser penalizada e muito menos privada das graças e bênçãos de Deus dos sacramentos e sacramentais, levando em conta as outras atividades pastorais, RESOLVEMOS que nestes próximos dias o Pe. Francielio assumirá a paróquia, ele que deixou ontem a paróquia em São João dos Patos e o Diácono transitório Julian que está em Parnarama irá junto nesta missão.

Que o Senhor dos senhores e bom pastor das ovelhas nos conduza em seus caminhos de vida e missão, testemunhando nossa fé em Jesus, o Cristo, que soube cuidar de todos e todas.

 

Dado e passado em Caxias aos 09 de julho de 2025.

Com minha bênção episcopal,

Dom Sebastião Lima Duarte
Bispo de Caxias do Maranhão

Fonte: https://diocesedecaxiasdomaranhao.org

O sentido da vida e a busca espiritual

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Publicado em 11 julho 2025
  • Espiritualidade,
  • Dom João Santos Cardoso
  • a busca espiritual
  • Espiritualidade humana
  • Buscar Jesus Cristo
  • Espiritualidade Divina
  • espírito de geometria
  • Blaise Pascal
  • dizia Santo Agostinho

 

Dom João Santos Cardoso

Arcebispo de Natal (RN)

 

No coração humano sempre desponta uma pergunta central que o inquieta: qual o sentido da vida? O filósofo e cientista francês Blaise Pascal nos oferece uma chave: “O coração tem razões que a própria razão desconhece” (Pensées, 277).  Essa expressão sintetiza o desafio de buscar o sentido da vida numa sociedade dominada pela técnica, pelo cálculo e pela produtividade. Embora esse modelo racionalista tenha proporcionado avanços, ele é insuficiente para responder às grandes questões existenciais: Por que existo? Que devo fazer para ser feliz? Há algo depois da morte?  

Diante dessas perguntas, percebemos que a razão por si só não basta. Há dentro de cada pessoa uma sede de plenitude que o conforto material, o êxito profissional ou o reconhecimento social não são capazes de saciar. Como dizia Santo Agostinho: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousa em ti” (Confissões). Essa inquietação aponta para um desejo que transcende o imediato, uma espécie de saudade do infinito inscrita no íntimo do coração humano. 

Muitos tentam silenciar essa sede por meio de distrações, consumismo ou ativismo. Mas, cedo ou tarde, a inquietação ressurge: em noites solitárias, em perdas repentinas, ou mesmo na contemplação silenciosa de um pôr do sol. Trata-se de um chamado profundo, que nos convida a olhar para além do visível e a considerar o mistério que nos habita. 

Pascal descrevia o ser humano como um “paradoxo misterioso”, capaz de grandezas sublimes, mas também inclinado à miséria. Temos sede de eternidade, verdade, justiça e amor, mas somos limitados e contraditórios. Essa tensão revela que não somos autossuficientes, e que nossa origem e destino remetem a algo, ou melhor, a Alguém maior que nós. Por isso, buscar o sentido da vida é, em última instância, buscar por Deus. 

Pascal identificou dois modos fundamentais de conhecer: o “esprit de géométrie” (espírito de geometria) e o “esprit de finesse” (espírito de fineza). O primeiro refere-se à razão lógica e analítica, que mede, deduz e organiza o conhecimento do mundo externo. Já o segundo é a inteligência do coração, capaz de perceber, amar e intuir. É nesse espírito de fineza que se insere a vida espiritual. A fé, nesse contexto, não é irracional, mas uma forma de conhecimento mais profunda, que reconhece os limites da lógica e se abre à totalidade do real. Trata-se de uma confiança lúcida, não de uma crença cega, é a certeza de que existe um Amor Maior, que nos sustenta e nos espera. 

Redescobrir a dimensão espiritual é, hoje, um caminho necessário para reconectar com o centro da vida. Não se trata apenas de seguir tradições ou praticar rituais, mas de cultivar o silêncio, a escuta interior, a abertura a Deus. A espiritualidade verdadeira é encontro com um Deus vivo, que nos conhece por dentro e nos chama pelo nome. 

A busca pelo sentido da vida não é tarefa exclusiva dos filósofos, mas de todo ser humano. Ela dá unidade à nossa existência, ilumina nossas decisões, fortalece-nos nas dores e oferece esperança diante da morte. É o que nos transforma de meros sobreviventes em “peregrinos da esperança”, que caminham com direção, guiados por uma luz interior que vem de Deus. 

No mais profundo, todos queremos amar e ser amados, viver com verdade, deixar uma marca de bem. É na vida espiritual, vivida com autenticidade, que esses anseios se encontram e se realizam. Como escreveu Pascal: “O ser humano ultrapassa infinitamente o ser humano.” Somos feitos para mais: para o amor que vem de Deus, para a vida plena que só Ele pode dar. Em tempos saturados de informações, mas famintos de sentido, o convite é claro: abrir o coração, escutar o mistério e reencontrar a fonte que realmente sacia. Fonte: https://www.cnbb.org.br

OLHAR DA SEMANA... JOVEM SACERDOTE TIRA A VIDA NA ITALIA.

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Publicado em 07 julho 2025
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Mais um Padre...

 

No sábado, 5 de julho de 2025, Padre Matteo Balzano, um padre de 35 anos da Diocese de Novara, Itália, foi encontrado morto na reitoria paroquial de Cannobio. Ele matou-se.

A morte de um padre por suicídio é profundamente trágica e nos obriga a parar e refletir. Por trás do colar e de um sorriso gentil há uma pessoa real - um homem - alguém que deixou a família, uma carreira e muitas alegrias pessoais para servir os outros. Mas os padres não são super-heróis nem máquinas de venda automática para sacramentos. Eles são seres humanos com lutas, necessidades e limites.

Muitas vezes, as comunidades que servem esperam tudo deles (comportamento perfeito, disponibilidade constante, paciência infinita) sem oferecer compreensão, descanso ou apoio emocional em troca. Espera-se que os sacerdotes sejam imunes à solidão, à dor e à exaustão só porque são "homens de Deus". Mas não são. Eles sentem profundamente. E quando são descuidados, criticados constantemente, ou se fazem sentir invisíveis, o peso torna-se demais. Às vezes, tristemente, eles quebram.

Podemos nunca saber completamente o que o Padre Matteo estava passando. Mas podemos perguntar: como tratamos nossos padres? Apoiamo-los tanto quanto os julgamos? Alguma vez agradecemos a eles ou deixamos que eles saibam que são amados?

Uma simples palavra de gentileza, um sorriso ou um momento de conexão real pode significar tudo. Porque o pior tipo de solidão não é estar sozinho, é se sentir invisível, mesmo rodeado de pessoas.

A Igreja está destinada a ser um lar. E isso inclui ser um lar para os nossos padres também. Se eles não se sentirem cuidados, então algo falta.

Padre Matteo morreu sozinho. Mas talvez parte do que levou a isso foi o silêncio daqueles que o rodeavam. Fonte: Facebook

Se amamos a Igreja, também devemos amar e cuidar dos seus pastores, não esperando que eles sejam perfeitos, mas apoiando-os como compatriotas. Às vezes, eles também precisam ser salvos.

 

 O Suicídio de mais um Padre

 

Foi encontrado sem vida esta manhã, Padre Matteo Balzano. em sua casa junto ao oratório Cannobio (Piemonte, Itália), onde durante meses realizava seu ministério entre jovens.

A Diocese de Novara deu a notícia de que o sacerdote se tirou a própria vida de 35 anos, confiando à oração para acompanhar esta dolorosa e difícil história.

O Padre Matteo, foi ordenado em 2017, após a ordenação, havia servido como vigário paroquial na comunidade de Castelletto até 2023, antes de passar por um período de transição no Santuário do Rei. Nos últimos meses instalou-se em Cannobio, onde assumiu a responsabilidade do Oratório Paroquial e onde foi recebido por muitos. especialmente dos jovens.

A tragédia foi descoberta depois que o Padre Matteo não apareceu para celebrar a Santa Missa da manhã e não atendeu o celular. Preocupados os irmãos e paroquianos do seu súbito silêncio, incomum para um padre descrito como sempre presente e atento. A descoberta do corpo deixou a comunidade

Aqueles que trabalharam com ele, descreveram que o jovem sacerdote tinha trazido "entusiasmo e dedicação". Na nota oficial, Padre Franco Giudice, vigário episcopal do clero, escreve: “Só o Senhor, que escreve e conhece cada um de nós, pode compreender os mistérios mais impenetráveis do coração”.

A morte do Padre Mateo lembra, com força e discrição, uma pergunta que começa a surgir também dentro da Igreja: a fragilidade psicológica de quem vive no sacerdócio ministerial.

Muitas vezes percebidos como pontos focais, espiritualmente sólidos e disponíveis para qualquer necessidade, os sacerdotes às vezes vivem em condições de solidão emocional e pressão pastoral que dificilmente se vê no exterior.

No caso do Padre Matteo, não houve sinal explícito. E, no entanto, por trás do rosto daqueles que dirigem, anunciam, educam, uma dor profunda, incomunicável e não reconhecida pode ninhar.

Rezemos pelos padres.

Rezemos por Mateus e confiemos-o à Misericórdia de Deus, que tudo sabe e tudo. Fonte: Facebook

 

 

“Quando um altar se cala”

Por Nei Theotokos

 

Morreu um padre.

Mas ninguém parou.

Não tocaram os sinos por muito tempo. Não houve velório na praça. Só o silêncio. Um silêncio tão grande que parecia engolir tudo ao redor.

Morreu um padre e com ele morreu um pouco da nossa coragem de encarar a verdade.

Porque, veja, ele não morreu de velhice, nem de acidente, nem de doença terminal. Morreu de cansaço.

De alma.

De solidão.

De críticas travestidas de santidade.

De exigências sem afeto.

De um povo que pede milagres, mas não oferece companhia.

De uma Igreja que clama por vocações, mas esquece de cuidar das que já existem.

Ele morreu e com ele morreu também um altar, uma homilia que nunca mais será pregada, uma confissão que não será acolhida, uma bênção que agora ficou suspensa no ar.

Chamavam-no de rígido.

Mas não enxergavam suas rugas de preocupação.

Apontavam sua falta de sorrisos.

Mas ignoravam suas noites sem dormir.

Queriam dele perfeição, mas não ofereceram sequer amizade.

E agora, olhe: o confessionário está vazio.

A batina ainda pendurada atrás da porta.

O missal aberto na página que jamais será lida.

E o sacrário… o sacrário tão limpo…

Mas com o vazio ecoando forte entre as paredes.

Essa crônica não é sobre morte.

É sobre vida.

Sobre a nossa forma de cuidar dos que cuidam.

Sobre o jeito como a gente ama ou esquece de amar.

Que a morte desse padre nos tire do piloto automático.

Que nos obrigue a olhar nos olhos de quem serve o altar.

E a perguntar: Você está bem?

Porque talvez, da próxima vez que um altar se calar…

Seja tarde demais para perguntar qualquer coisa. Fonte: facebook

Em ‘Apocalipse nos Trópicos’, Petra Costa investiga ligação entre a política e evangélicos no Brasil

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Publicado em 03 julho 2025
  • Petra Costa
  • Apocalipse nos Trópicos

Em ‘Apocalipse nos Trópicos’, Petra Costa investiga ligação entre a política e evangélicos no Brasil

Depois de ‘Democracia em Vertigem’, indicado ao Oscar, a cineasta transita entre Brasília e cultos para tentar entender o significado do crescimento da bancada evangélica e das ‘orações políticas’ proferidas Brasil afora

 

'Apocalipse dos Trópicos', de Petra Costa, explora o crescimento da fé evangélica no Brasil. Foto: Divulgação/Netflix

 

Por Beatriz Amendola

Enquanto filmava os vaivéns do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff para seu Democracia em Vertigem (2019), documentário que lhe renderia uma indicação ao Oscar, Petra Costa recebeu uma dica de uma assessora parlamentar: filmar um ato profético convocado pelo pastor Silas Malafaia. A cineasta seguiu o conselho e escutou uma mulher proferir uma declaração inflamada que chamou sua atenção: “Deus deve tomar o executivo, o legislativo e o judiciário, e expulsar a escória desse País”.

O momento está registrado em Apocalipse nos Trópicos, novo filme da diretora, que agora se propõe a examinar a intersecção entre a política e as lideranças evangélicas no Brasil. “Essa declaração me marcou muito – eu acho que ela até me incluía na escória que deveria ser expulsa do País”, relembra Petra, em conversa com o Estadão. “E que país seria esse em que Deus toma o executivo, o legislativo e o judiciário? Eu nunca tinha ouvido uma uma uma oração tão política”.

A cineasta transita entre Brasília e cultos para tentar entender o significado do crescimento da bancada evangélica e das ‘orações políticas’ proferidas Brasil. Crédito: Netflix via Youtube

Apocalipse nos Trópicos, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 3, e à Netflix no próximo dia 14, retrata outros discursos similares. Logo no começo, Petra aparece em cena recebendo uma Bíblia das mãos de Cabo Daciolo (Republicanos), que diz que “Deus decretou o fim do governo do ímpio” e fala em uma “guerra espiritual”.

A retórica belicosa, Petra viria a descobrir, está diretamente ligada ao livro bíblico do Apocalipse, que empresta seu nome ao filme. Mais especificamente, a uma de suas interpretações, propagada pelo pastor John Nelson Darby no século 19. Nesta versão, que serviu de base para o fundamentalismo cristão, a segunda vinda de Cristo é iminente, e será precedida por eventos cataclísmicos – e quanto pior forem estes eventos, mais rápido virá o arrebatamento.

Foi um discurso com o qual a cineasta se deparou com frequência enquanto filmava em igrejas evangélicas durante o período da pandemia de covid-19. “As músicas eram sobre Apocalipse, os cultos falavam do Apocalipse e associavam a pandemia ao Apocalipse, como um sinal dos cinco tempos”, recorda. “E um dos pastores que aparece no filme também fala muito disso, sobre como ele estava feliz de o governo Bolsonaro estar criando uma situação de caos que aceleraria o fim do mundo e, portanto, a volta de Jesus.”

Ela acrescenta: “Isso era uma uma teologia muito presente entre os evangélicos fundamentalistas no Brasil e muito presente entre evangélicos fundamentalistas nos Estados Unidos. Os aliados dominionistas do [presidente norte-americano Donald] Trump acreditam piamente nisso de que acelerar o fim do mundo vai acelerar a volta de Jesus.”

 

A influência de Malafaia

O dominionismo à que Petra se refere, também conhecido como teologia do domínio, prega que os cristãos devem buscar o controle sobre vários aspectos da sociedade, como a política e a cultura. É um conceito que, em Apocalipse nos Trópicos, é explicado por Silas Malafaia, que acaba por se tornar um dos personagens centrais da narrativa.

O pastor não só é entrevistado, como é acompanhado pelas câmeras de Petra em momentos diversos, do púlpito a uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão de incluí-lo veio após a produtora do longa, Alessandra Orofino, constatar que ele estava presente, indiretamente, em grande parte do material que Petra havia gravado em igrejas durante a pandemia.

“Olhando esse material, o Silas estava em tudo”, lembra Alessandra. “Vários pastores o referenciavam quando falavam das suas estratégias de como manter as igrejas abertas e o porquê. Os vídeos que ele fazia viralizavam, e as pessoas que a gente estava entrevistando referenciavam esses vídeos. Então, o Silas estava presente sem a gente o tivesse entrevistado.”

O timing também ajudou, já que Malafaia se tornou uma figura ainda mais proeminente na vida pública nos quatro anos em que o documentário foi filmado. “A influência dele sobre Bolsonaro aumentou tremendamente”, diz Petra. “Os outros aliados caíram, alguns morreram, como o Olavo de Carvalho, e o Silas virou um conselheiro do presidente. E até hoje está organizando manifestações.”

 

E a esquerda?

O conflito entre os líderes evangélicos, historicamente alinhados à direita, e a esquerda também se faz presente em Apocalipse nos Trópicos. Há, no filme, menções virulentas de Malafaia aos “esquerdopatas”, e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL) atribui, também no documentário, justamente à oposição o crescimento da bancada evangélica no Congresso Nacional. Mas o momento mais notável é quando o presidente Lula (PT) diz ter a tese de que o socialismo falhou ao negar a religião.

“É claro que existe uma necessidade de se reconhecer que, no Brasil, a fé é parte da vida das pessoas e ela não vai deixar de ser – e nem necessariamente é desejável que ela deixe de ser”, diz Alessandra. “A fé cumpre muitas funções importantes na vida de muita gente, inclusive na minha, diga-se passagem. Mas o filme não pretende dar lição de moral nem apontar os erros,”

As realizadoras esperam que o longa possa suscitar reflexões na esquerda. “Em alguma medida”, prossegue Alessandra, “alguns segmentos da esquerda se acomodam a um papel de gestores desse capitalismo tardio, de tentar minimizar as dores e os problemas, mas sem buscar soluções mais inventivas, mais criativas e que questionem mais as bases dos problemas que a gente vive, em vez de só gerenciar as consequências mais negativas.”

Remetendo a outro momento do filme, que pontua o “fervor revolucionário” presente na direita e, especialmente, nas lideranças evangélicas, Petra complementa: “Quem é que está falando ‘vamos organizar todo mundo, vamos sair na manifestação, vamos pressionar o Congresso, vamos eleger tantos deputados, vamos encher a Suprema Corte’? Quem está convocando suas bases hoje em dia? A esquerda, como diz o Gilberto Carvalho em Democracia em Vertigem, deixou de convocar suas bases”. Fonte: https://www.estadao.com.br

Depois do fenômeno dos devocionais evangélicos, a ficção cristã surge com enorme potencial comercial

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Publicado em 01 julho 2025
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  • Feira de Ficção Cristã e Cultura

Depois do fenômeno dos devocionais evangélicos, a ficção cristã surge com enorme potencial comercial

Em um país onde os jovens leem cada vez menos, o aumento das vendas da ficção cristã juvenil é uma ótima notícia

 

Livro 'Corajosas', que depois virou série, publicado em 2023 pela editora Mundo Cristão - Divulgação/Editora Mundo Cristão

 

Marcos Simas

É doutor em ciências da religião, possui especialização na área editorial pela Yale University

 

Apesar de ser um gênero literário de enorme sucesso nos Estados Unidos, com a venda de milhões de exemplares anualmente, a literatura de ficção sempre teve enormes dificuldades de se estabelecer entre as editoras evangélicas brasileiras. Foram inúmeras tentativas frustradas ao longo de décadas. Mas boas notícias vêm, finalmente, surgindo nos últimos anos, graças ao público juvenil.

Uma delas é o sucesso do livro "Corajosas", que depois virou série, publicado em 2023 pela editora Mundo Cristão e escrito pelas brasileiras e evangélicas Arlene Diniz, Queren Ane, Maria S. Araújo e Thaís Oliveira.

A obra traz versões modernas de contos de fadas tradicionais como "Branca de Neve", "O Príncipe e o Sapo", "Cinderela" e "A Bela e a Fera", e aborda temas como amizade, superação, identidade e propósito.

A série, que já conta com outros três produtos, incluindo uma Bíblia, já teria alcançado cerca de 200 mil exemplares vendidos, segundo Renato Fleischner, COO da Mundo Cristão e diretor-tesoureiro do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).

Outra boa notícia é que a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, sediará, entre os dias 16 e 19 de julho, a Feira de Ficção Cristã e Cultura (FEFICC), que espera receber mais de 11 mil visitantes.

O evento, que já tem a participação confirmada de cerca de 80 autores, incluindo Robin Gunn Jones, autora best seller norte-americana com mais de 6 milhões de livros vendidos, contará também com cerca de 25 editoras, entre elas Thomas Nelson Brasil, Mundo Cristão e Editora Vida.

A programação inclui rodas de conversa sobre romances e fantasia cristã, concurso de cosplay, encontros com escritores e profissionais do ramo, além de palestras sobre diversos temas da literatura como "O Cristianismo nas Obras de Tolkien". Maiores informações podem ser encontradas no site do evento.

Esse fenômeno pode fazer parte de uma tendência de inserção de produtos evangélicos na cultura nacional, já que a ficção cristã pode ser compreendida como um gênero literário que incorpora valores e princípios cristãos em suas narrativas, e isso não precisa necessariamente se referir a histórias bíblicas ou evangelísticas, nem ser ambientados em uma igreja ou ter personagens caricaturados.

Abordagem e conteúdo semelhante ao que já acontece com variados títulos de não ficção, seja de autoajuda ou de crescimento e desenvolvimento pessoal, que também incorpora valores e princípios cristãos-evangélicos em seu conteúdo e fazem enorme sucesso de vendas, em um país com elevado percentual de cristãos.

Assim como os devocionais diários como "Café com Deus Pai", lidos por brasileiros de diferentes matizes religiosas, ou a música gospel, que também é cantada e apreciada por não evangélicos, a ficção cristã pode estar abrindo caminho para alcançar novos leitores juvenis fora dos arraiais.

Pode ainda abrir portas para que editoras não religiosas publiquem este gênero literário, em meio a seu catálogo de ficção. Aliás, essa talvez seja uma das formas mais sutis e inteligentes de se aproximar desse público, que muitas vezes olha "atravessado" quando elementos de sua fé são vistos apenas como produtos de consumo.

Considerando que a pesquisa "Retratos da Leitura", divulgada no fim de 2024, mostrou que a internet tira tempo de leitura de 78% dos entrevistados —impactando principalmente os mais jovens— essa pode ser uma boa notícia para todo o mercado editorial, que vê a venda de seus livros de ficção em queda, enquanto a de livros religiosos só aumenta. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

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