Olhar Jornalístico

Terça-feira, 16 de março-2021. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 16 março 2021
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  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • Lectio Divina do Evangelho do dia com Frei Carlo Mesters,
  • 4ª SEMANA DA QUARESMA

 

 

1) Oração

Ó Deus, que a fiel observância dos exercícios quaresmais prepare os corações dos vossos filhos para acolher com amor o mistério pascal e anunciar ao mundo a salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 5, 1-16)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos. 3Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. 4[Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.] 5Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado? 7O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim. 8Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. 9No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado. 10E os judeus diziam ao homem curado: E sábado, não te é permitido carregar o teu leito. 11Respondeu-lhes ele: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. 12Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? 13O que havia sido curado, porém, não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado da multidão que estava naquele lugar. 14Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse: Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior. 15Aquele homem foi então contar aos judeus que fora Jesus quem o havia curado. 16Por esse motivo, os judeus perseguiam Jesus, porque fazia esses milagres no dia de sábado. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão Jo 5,1-16

O Evangelho de hoje descreve como Jesus curou um paralítico que ficou esperando 38 anos por alguém que o ajudasse chegar à água da piscina para poder ser curado! Trinta e oito anos! Diante desta ausência total de solidariedade, Jesus, o que faz? Ele transgride a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, com a falência do atendimento às pessoas doentes nos países pobres, muita gente experimenta a mesma falta de solidariedade. Vivem num total abandono, sem ajuda nem solidariedade da parte de ninguém.

João 5,1-2: Jesus vai a Jerusalém . Por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai a Jerusalém. Havia ali, perto do Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredores. Naquele tempo, o culto no Templo exigia muita água por causa dos inúmeros animais que eram sacrificados, sobretudo nas grandes festas. Por isso, perto do templo havia várias cisternas, que recolhiam a água da chuva. Algumas delas tinham a capacidade de mais de um milhão de litros de água. Lá por perto, por causa da abundância de água, havia um balneário público, onde os doentes se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquela mesma redondeza do Templo, havia o lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. De um lado, o ensino da Lei de Deus. Do outro lado, o abandono dos pobres. A água purificava o Templo, mas não purificava o povo.

João 5,3-4: A situação dos doentes. Esses doentes eram atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo mexia nas águas e o primeiro que nelas descesse depois do mexido do anjo ficava curado. Com outras palavras, os doentes eram atraídos por falsas esperanças. Pois a cura era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje. Só uma única pessoa ganha um prêmio! A maioria só paga e não ganha nada. É nessa situação de total abandono, lá no balneário popular, que Jesus vai encontrar os doentes.

João 5,5-9: Jesus cura em dia de sábado. Bem perto do lugar, onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que o ajudasse a descer na água para obter a cura. Este fato revela a falta absoluta de solidariedade e de acolhida aos excluídos! O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chegou a experimentar solidariedade nem misericórdia. A religião da época já não era capaz de revelar a face acolhedora e misericordiosa de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus transgride a lei do sábado e atende o paralítico dizendo: "Toma teu leito e anda!" O homem pegou a sua cama nas costas e foi andando, e Jesus desapareceu no meio da multidão.

João 5,10-13: Discussão do homem curado com os judeus. Logo em seguida, alguns judeus chegam ao local e criticam o homem por ele estar carregando a cama em dia de sábado. O homem nem soube responder quem foi a pessoa que o tinha curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, passando por aquele lugar dos pobres e doentes, viu aquele fulano, percebeu a situação dramática em que se encontrava e, sem mais, o curou. Não fez a cura para que o homem se convertesse, nem para que acreditasse em Deus. Fez, porque queria ajudá-lo. Queria que ele pudesse experimentar um pouco do amor e de solidariedade através da sua ajuda e bem-querer.

João 5,14-16: O reencontro com Jesus. Andando no Templo no meio da multidão, Jesus encontra o mesmo fulano e lhe diz: "Você está curado! Não deve pecar mais, para que não te aconteça algo pior!" Naquele tempo, o povo dizia: "Doença é castigo de Deus! Se você é paralítico, é sinal de que Deus está de mal com você!" Jesus não concordava com este modo de pensar. Curando o homem, ele estava dizendo o contrário: "Tua doença não é castigo de Deus. Deus está de bem com você!" Uma vez curado, o homem deve manter-se de bem com Deus e não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior! Meio ingênuo, o homem foi dizer aos judeus que tinha sido Jesus quem o curou. Os judeus começam a perseguir Jesus por ele fazer tais coisas em dia de sábado. No Evangelho de amanhã vem a seqüência.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Você já passou alguma vez por uma experiência como a do paralítico: ficar tanto tempo sem ajuda? Como é a situação de atendimento aos doentes no lugar onde você mora? Você percebe sinais de solidariedade?
  2. O que tudo isto ensina para nós hoje?

 

5) Oração final

Deus é para nós refúgio e força, defensor poderoso no perigo. Por isso não temos medo se a terra treme, se os montes desmoronam no fundo do mar. (Sl 45, 2-3)

Segunda-feira, 15 de março-2021. 4ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 15 março 2021
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • Aniversário do Frei Carlos Mesters,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • 4ª SEMANA DA QUARESMA

 

1) Oração

Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vossa Igreja caminhar segundo a vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (João 4,43-54)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 43Passados os dois dias, Jesus partiu para a Galileia. 44(Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.) 45Chegando à Galileia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa. 46Ele voltou, pois, a Caná da Galileia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente. 47Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galileia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. 48Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, não credes... 49Pediu-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra! 50Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu. 51Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: Teu filho está passando bem. 52Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou. 53Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho está passando bem. E creu tanto ele como toda a sua casa. 54Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galileia. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão Jo 4, 43-54

Jesus tinha saído da Galileia, andou pela Judéia, foi até Jerusalém por ocasião da festa (Jo 4,45) e, passando pela Samaria, ia voltar para a Galileia (Jo 4,3-4). Para os judeus observantes era proibido passar pela Samaria, nem era costume conversar com os samaritanos (Jo 4,9). Jesus não se importa com estas normas que impedem a amizade e o diálogo. Ele ficou vários dias na Samaria e muita gente se converteu (Jo 4,40). Depois disso ele resolveu voltar para a Galileia.

João 4,43-46ª: O retorno para a Galileia. Mesmo sabendo que o povo da Galileia olhava para ele com uma certa reserva, Jesus quis voltar para a sua terra. Provavelmente, João se refere à má acolhida que Jesus recebera em Nazaré da Galileia. Jesus mesmo tinha dito: “Um profeta não é honrado em sua pátria” (Lc 4,24). Mas agora, diante da evidência dos sinais de Jesus em Jerusalém, os galileus mudaram de opinião e lhe fizeram uma boa acolhida. Jesus voltou para Caná, onde tinha feito o primeiro “sinal” (Jo 2,11). 

João 4,46b-47: O pedido de um funcionário do rei. Trata-se de um pagão. Pouco antes, na Samaria, Jesus tinha conversado com uma samaritana, pessoa herética para os judeus, à qual Jesus revelara sua condição de messias (Jo 4,26). E agora, na Galileia, ele recebe um pagão, funcionário do Rei, que buscava ajuda para o filho doente. Jesus não se fecha na sua raça nem na sua religião. Ele é ecumênico e acolhe a todos.

João 4,48: A resposta de Jesus ao funcionário. O funcionário queria que Jesus fosse com ele até à casa dele para curar o filho. Jesus responde: “Se vocês não vêem sinais e prodígios vocês não acreditam!”. Resposta dura e estranha. Por que será que Jesus respondeu assim? Qual era o defeito do pedido do funcionário? O que Jesus queria alcançar com esta resposta? Jesus quer ensinar como deve ser a fé. O funcionário do rei só acreditaria se Jesus fosse com ele até à casa dele. Ele queria ver Jesus fazendo a cura. No fundo, esta é e continua sendo a atitude normal de todos nós. Não nos damos conta da deficiência da nossa fé.

João 4,49-50: O funcionário repete o pedido e Jesus repete a resposta. Apesar da resposta dura de Jesus, o homem não se abalou e repetiu o mesmo pedido: “Desça comigo antes que meu filho morra!” Jesus continuou firme. Ele não atendeu ao pedido e não foi com o homem até à casa dele e repetiu a mesma resposta, mas formulada de outra maneira: “Vai! Teu filho vive!” Tanta na primeira resposta como agora na segunda resposta, Jesus pede fé, muita fé. Pede que o funcionário acredite que o filho já esteja curado. E o verdadeiro milagre aconteceu! Sem ver nenhum sinal nem prodígio, o homem acreditou na palavra de Jesus e voltou para casa. Não deve ter sido fácil. Este é o verdadeiro milagre da fé: acreditar sem nenhuma outra garantia a não ser a Palavra de Jesus. O ideal é crer na palavra de Jesus, mesmo sem ver (cf. Jo 20,29). 

João 4,51-53: O resultado da fé na palavra de Jesus. Enquanto o homem vai indo para casa, os empregados lhe vem ao encontro para dizer que o filho estava curado. Ele investigou a hora e descobriu que era exatamente a hora em que Jesus tinha dito: “Teu filho vive!” Ele teve a confirmação da sua fé.

João 4,54: Um resumo da parte de João, o evangelista. João termina dizendo: “Este foi o segundo sinal que Jesus fez”. João prefere falar sinal e não milagre. A palavra sinal evoca algo que eu vejo com os olhos, mas cujo sentido profundo só a fé me faz descobrir. A fé é como Raio-X: faz descobrir o que a olho nu não se vê.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você vive a sua fé? Confia na palavra de Jesus ou só crê na base de milagres e experiências sensíveis?

2) Jesus acolhe pessoas heréticas e estrangeiras. E eu, como me relaciono com as pessoas?

 

5) Oração final

Cantai hinos ao SENHOR, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória; porque sua ira dura um instante, a sua bondade, por toda a vida. Se de tarde sobrevém o pranto de manhã vem a alegria. (Sl 29, 5-6)

Ano de S. José: “no seu silêncio faz as vezes de Deus”

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Publicado em 15 março 2021
  • Festa de São José,
  • Ano de São José
  • José Carlos Carvalho

O biblista, José Carlos Carvalho, ajuda-nos a descobrir como é que a Bíblia fala de S. José.

 

Rui Saraiva

Neste Tempo de Quaresma estamos a viver um ano especial dedicado a S. José, nos 150 anos da sua declaração como padroeiro universal da Igreja feita pelo Papa Pio IX a 8 de dezembro de 1870.

A partir dessa data celebrada em 2020 e até 8 de dezembro deste ano de 2021 a Igreja vive um momento especial para celebrar S. José. Segundo o Papa Francisco “depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo”.

Nesta Quaresma vamos descobrir como é que a Bíblia fala de S. José na reflexão do biblista José Carlos Carvalho. O professor de Sagrada Escritura da Universidade Católica Portuguesa é um dos responsáveis pela nova tradução da Bíblia para a Conferência Episcopal Portuguesa e já, em diversas ocasiões, colaborou com a Rádio Vaticano e o Vatican News. Desta vez, o som é da Agência Ecclesia na reportagem do jornalista Octávio Carmo.

“José tem a missão de acompanhar Maria e o Menino” ligando Jesus às promessas da ‘casa de David’ – refere José Carlos Carvalho assinalando que essa ascendência é muito visível no Evangelho de S. Mateus.

José Carlos Carvalho sublinha a importância de Belém, cidade da ascendência de S. José, como berço do Messias dizendo que “Belém estava na memória de Israel, nas expectativas messiânicas, como a cidade da qual proviria o Messias”.

O biblista português refere que S. José através do seu trabalho sustenta a sua família e “no seu silêncio faz as vezes de Deus”. Nos dias de hoje S. José seria “uma espécie de cuidador” dando todas as condições para Jesus crescer – afirma.

O Papa Francisco convocou este Ano de S. José através da Carta Apostólica “Patris Corde”, “Coração de Pai”.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va

4º Domingo do tempo da Quaresma - Ano B.

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Publicado em 13 março 2021
  • Quaresma,
  • 4º Domingo da Quaresma,
  • Homilia do 4º Domingo da Quaresma,
  • 4º Domingo do tempo da Quaresma - Ano B

 

 

A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna.

A primeira leitura diz-nos que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova.
A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência.

No Evangelho, João recorda-nos que Deus nos amou de tal forma que enviou o seu Filho único ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna. Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição do amor total, a percorrer com Ele o caminho da entrega e do dom da vida. É esse o caminho da salvação, da vida plena e definitiva.

 

EVANGELHO: Jo 3, 14-21. Atualização

 

João é o evangelista abismado na contemplação do amor de um Deus que não hesitou em enviar ao mundo o seu Filho, o seu único Filho, para apresentar aos homens uma proposta de felicidade plena, de vida definitiva; e Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte na cruz, para mostrar aos homens o "caminho" da vida eterna...

O Evangelho deste domingo convida-nos a contemplar, com João, esta incrível história de amor e a espantar-nos com o peso que nós - seres limitados e finitos, pequenos grãos de pó na imensidão das galáxias - adquirimos nos esquemas, nos projetos e no coração de Deus.

O amor de Deus traduz-se na oferta ao homem de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para sempre e que não discrimina ninguém. Aos homens - dotados de liberdade e de capacidade de opção - compete decidir se aceitam ou se rejeitam o dom de Deus.

Às vezes, os homens acusam Deus pelas guerras, pelas injustiças, pelas arbitrariedades que trazem sofrimento e morte que pintam as paredes do mundo com a cor do desespero... O nosso texto, contudo, é claro: Deus ama o homem e oferece-lhe a vida. O sofrimento e a morte não vêm de Deus, mas são o resultado das escolhas erradas feitas pelo homem que se obstina na auto-suficiência e que prescinde dos dons de Deus.

Neste texto, João define claramente o caminho que todo o homem deve seguir para chegar à vida eterna: trata-se de "acreditar" em Jesus. "Acreditar" em Jesus não é uma mera adesão intelectual ou teórica a certas verdades da fé; mas é escutar Jesus, acolher a sua mensagem e os seus valores, segui-l'O nesse caminho do amor e da entrega ao Pai e aos irmãos. Passa pelo ser capaz de ultrapassar a indiferença, o comodismo, os projetos pessoais e pelo empenho em concretizar, no dia a dia da vida, os apelos e os desafios de Deus; passa por despir o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, os preconceitos, para realizar gestos concretos de dom, de entrega, de serviço que tragam alegria, vida e esperança aos irmãos que caminham lado a lado conosco.

Neste tempo de caminhada para a Páscoa, somos convidados a converter-nos a Jesus e a percorrer o mesmo caminho de amor total que Ele percorreu.

Alguns cristãos vivem obcecados e assustados com esse momento final em que Deus vai julgar o homem, depois de pesar na balança as suas ações boas e as suas ações más... João garante-nos que Deus não é um contabilista, a somar os débitos e os créditos do homem para lhes pagar em conformidade...

O cristão não vive no medo, pois ele sabe que Deus é esse Pai cheio de amor que oferece a todos os seus filhos a vida eterna. Não é Deus que nos condena; somos nós que escolhemos entre a vida eterna que Deus nos oferece ou a eterna infelicidade.

*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado- EVANELHO DO DIA

4° Domingo da Quaresma: Um Olhar

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Publicado em 13 março 2021
  • Frei Jorge Van Kampen,

   

Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)

 

Pode parecer estranho, mas é uma verdade: Deus não é bem acolhido pela humanidade. A Sua fama não é das melhores. Quantas vezes Deus serve como o culpado dos nossos erros. Passamos indiferentes por longo tempo da nossa vida sem pronunciar uma só palavra de gratidão a Deus, mas a mínima provação, que nos sobrevêm, já é suficiente para nos queixar e dizer, que Deus nos pregou uma peça.

Lembrando-nos de Deus, quando precisamos de coisas materiais, e ai, se Deus não corresponde ao nosso pedido, de acordo com a receita, que lhe damos, e ainda dentro do prazo, que lhe marcamos! Caso contrário será fácil dizer: “Perdi minha fé!” Pensamos assim ter castigado a Deus, enquanto, na verdade, estamos castigando a nós mesmos. Alias fica bem claro, que a nossa prática religiosa, as nossas orações não acrescentam nada a Deus. Ele é infinito! Na medida em que falta a religião em nossa vida, podemos sentir-nos como gente pela metade.

 

Liturgia da Palavra. (2 Cron. 36,14-23) (Ef. 2,4-10) (João 3,14-21).

Muitas vezes o povo foi infiel a Deus, mas Deus sempre se compadeceu com o povo. Deus é cheio de amor, mandou até o Seu Filho ao mundo para se sacrificar. Quem aceita o dom de Deus Filho, entra em comunhão com Deus.

Dialogar é preciso

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Publicado em 13 março 2021
  • Papa Francisco,
  • Fraternidade e Diálogo
  • Ur dos Caldeus
  • Mesopotâmia,
  • Saddam Hussein,
  • diálogo
  • Golfo Pérsico,
  • CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO

Dialogar é preciso

No Iraque o papa insistiu na necessidade de construir pontes, em vez de levantar muros

 

Dom Odilo P. Scherer, O Estado de S.Paulo

 

O papa Francisco acaba de fazer uma visita histórica ao Iraque, berço de antigas civilizações e tradições religiosas e culturais relacionadas com a origem das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Lugares como Mesopotâmia, Babilônia, Ur dos Caldeus e Nínive são mencionados nos relatos bíblicos e foram palco de momentos épicos da história do povo hebreu.

A região do atual Iraque foi banhada frequentemente com o sangue derramado por guerras, perseguições e repressões violentas. Também a nossa geração é testemunha de mais um longo período de conflitos absurdos, com imensos sofrimentos suportados por aquele povo. Não raro os conflitos envolveram motivações religiosas e de discriminação étnica e cultural, mas quase sempre estiveram em jogo a disputa de grupos rivais pelo poder e a supremacia. Também as razões geopolíticas e econômicas, como o interesse pelo petróleo e seus derivados, tiveram peso.

O cristianismo expandiu-se e floresceu bem cedo na Mesopotâmia, possivelmente ainda na era apostólica. Com o surgimento do islamismo, a presença cristã foi drasticamente reduzida ao longo dos séculos. Minorias cristãs, no entanto, mantiveram-se no meio de uma imensa maioria muçulmana. Desde a Guerra do Golfo Pérsico, nos anos 1980, e, sobretudo, com a guerra dos Estados Unidos contra Saddam Hussein, os cristãos pagaram um preço muito alto, por terem sido considerados filo-ocidentais, e ficaram reduzidos mais ainda.

O papa São João Paulo II se opôs energicamente à guerra contra o Iraque, chamando ao diálogo, sem ser ouvido. Recentemente, as minorias cristãs sofreram um novo duríssimo golpe, infligido pelo Isis, o grupo chamado Estado Islâmico, que pretendia islamizar à força os cristãos. Os mártires cristãos foram numerosos, igrejas destruídas, bens expropriados e uma insegurança social sufocante para os cristãos, reduzidos a cerca de 500 mil pessoas, que somente conseguem permanecer lá com a ajuda dos cristãos do mundo inteiro. Há poucas décadas eram dez vezes mais.

Esse foi o contexto da visita histórica de Francisco, que desejou muito ir àquele país para dialogar, confortar e levar esperança. Não houve multidões oceânicas para o acolherem, até porque também lá a pandemia de covid-19 está espalhada. Além dos líderes católicos e de diversos outros grupos cristãos, Francisco encontrou-se com as mais altas autoridades islâmicas locais e do Estado. Havia preocupação quanto à segurança do papa, que também se dirigiu a Mossul, no norte do país, cidade duramente atingida pelos combates contra o Estado Islâmico. Francisco, porém, não hesitou nem por um instante em encontrar aquela população, para lhe levar sua palavra de conforto e esperança.

A visita foi orientada pela busca do diálogo e foi isso o que papa fez o tempo todo nos seus encontros com as autoridades públicas, os religiosos muçulmanos e com líderes das comunidades católicas e de outras Igrejas cristãs do País. Em seus discursos, ele insistiu em diversos momentos sobre a necessidade de ouvir o outro com atenção, estender a mão, colaborar, construir pontes, em vez de levantar muros. Nas lacerações vividas por aquele povo, o diálogo pressupõe desarmar os espíritos, superar medos e mágoas, restabelecer laços de confiança e acreditar na boa vontade do outro. Sem isso é praticamente impossível dialogar.

O diálogo corresponde à natureza do ser humano, que não é completo e fechado em si mesmo, mas aberto ao outro, em quem busca e encontra a sua complementaridade. Escreveu o papa São João Paulo II que o diálogo é etapa obrigatória no caminho da realização humana, tanto do indivíduo como de cada comunidade – encíclica Ut unum sint (Para que sejam um), 1995, n.º 28). Diálogo não é o mesmo que confrontação, na qual o objetivo é que haja um vencedor. O diálogo exige reciprocidade e renúncia à vontade de dominar o outro. É preciso passar do antagonismo e de conflito para um terreno comum, onde uma e outra parte se reconhecem como companheiros de caminho.

No diálogo, cada uma das partes deve pressupor a sinceridade da outra parte, para se estabelecer uma base de confiança recíproca. Dessa maneira, o diálogo respeitoso e franco torna-se partilha de dons e bens, que beneficia e enriquece ambas as partes que dialogam. Ao contrário, o fechamento ao diálogo é empobrecedor e reduz os horizontes da convivência humana, abrindo espaço para o cultivo de ressentimentos e indiferenças.

O diálogo verdadeiro tornou-se um bem escasso, mas precioso, em tempos de polarização ideológica, e não apenas no Iraque ou em países com conflitos armados. Nossa cultura brasileira, geralmente aberta ao diálogo e à convivência acolhedora e pacífica, parece ter sido contagiada por um vírus perigoso, que torna difícil o diálogo sereno e produtivo. O fechamento ao diálogo e o acirramento de preconceitos e discriminações podem predispor a conflitos e atos violentos. A onde isso pode nos levar? Dialogar é preciso!

CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO

Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

MORRE VÍTIMA DA COVID-19 O ARCEBISPO DE CASCAVEL (PR), DOM MAURO APARECIDO DOS SANTOS

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Publicado em 12 março 2021
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  • MORRE VÍTIMA DA COVID-19 O ARCEBISPO DE CASCAVEL
  • dom Mauro Aparecido dos Santos,
  • religião e coronaví
  • Bispos morrem de covid-19

 

Morreu nesta quinta-feira, 11 de março, o arcebispo de Cascavel (PR), dom Mauro Aparecido dos Santos, vítima da covid-19. Segundo a arquidiocese, o bispo estava internado desde o dia 16 de fevereiro após apresentar sintomas característicos da doença. Dom Mauro recebia oxigênio e seguia em observação.

Devido ao agravamento da doença, o arcebispo precisou ser entubado na madrugada do dia 19 de fevereiro. O prelado estava se recuperando bem, razão pela qual, no dia 27 de fevereiro, os médicos retiraram a sedação. No entanto, com seu estado de saúde agravado na última terça, 9 de março, ele foi novamente entubado, mas não resistiu.

 

Velório e sepultamento

O velório teve início às 23h desta quinta-feira com a celebração da missa que ocorrerá a cada 2h. A vigília, com a presença apenas de sacerdotes, seguirá até as 9h da manhã desta sexta-feira, 12 de março quando será iniciada a missa de corpo presente.

Não haverá a presença de fieis devido as regras sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19. Participarão apenas o clero diocesano. O sepultamento está marcado para às 10h, desta sexta-feira, no cemitério central de Cascavel, no monumento a ressureição dos padres.

As missas podem ser acompanhadas aqui pelo facebook da Catedral Nossa Senhora Aparecida – Cascavel (PR).

 

Biografia e trajetória eclesial

Dom Mauro nasceu em 9 de novembro de 1954, na cidade de Fartura (SP). Foi ordenado sacerdote em 13 de maio de 1984, em Jacarezinho (PR), onde exerceu sua missão como padre. Foi também reitor do seminário de Jacarezinho, chanceler da Cúria Diocesana, membro do colégio dos consultores da diocese e pároco da Catedral de Jacarezinho.

Em 14 de agosto de 1998, foi nomeado bispo Coadjutor de Campo Mourão (PR) pelo Papa João Paulo II tornando-se bispo titular em 21 de fevereiro de 1999, onde permaneceu até 31 de outubro de 2007, quando foi nomeado Arcebispo de Cascavel pelo papa Bento XVI.

Dom Mauro também foi bispo administrador da diocese de Umuarama (PR) entre 09 de maio de 2002 e 13 de dezembro de 2002. Foi vice-presidente do Regional Sul 2 da CNBB de março de 2012 a julho de 2014, quando foi eleito presidente do Regional onde permaneceu até maio de 2019.

 

Vítimas da Covid-19

Aos 66 anos, dom Mauro Aparecido dos Santos é o quarto bispo da Igreja no Brasil que perde a vida por causa da covid-19 desde o início da pandemia. O caso anterior foi o do arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eusébio Oscar Scheid, que faleceu no dia 13 de janeiro. Além dele, dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE), faleceu em 18 de julho, aos 57 anos de idade, e dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, que morreu em abril aos 70 anos de idade também vítima da covid-19.

 

Nota de pesar pelo falecimento

de dom Mauro Aparecido dos Santos

Brasília-DF, 11 de março de 2021

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe com pesar o comunicado do falecimento, nesta quinta-feira, 11 de março, do arcebispo de Cascavel (PR), dom Mauro Aparecido dos Santos vítima da covid-19.

Neste momento de luto, manifestamos nossos sentimentos à família de dom Mauro, à arquidiocese de Cascavel e aos  seus amigos, reafirmando nossa fé na ressurreição: “Descanso eterno dai-lhe, Senhor. E para ele brilhe a vossa luz!”.

Seu lema episcopal era “Veni Et Sequere Me” (vem e segue-me – Lc. 18,22). Em preces, suplicamos ao Pai Misericordioso que acolha este nosso irmão e faça brilhar para ele a luz eterna.

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

Fonte: https://www.cnbb.org.br

Sexta-feira, 12 de março-2021. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 12 março 2021
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1) Oração

Infundi, ó Deus, vossa graça em nossos corações, para que, fugindo aos excessos humanos, possamos, com vosso auxílio, abraçar os vossos preceitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 12, 28b-34)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 28Achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe. 32Disse-lhe o escriba: Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é um só e que não há outro além dele. 33E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. 34Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

No Evangelho de hoje (Mc 12,28b-34), os escribas ou doutores da Lei querem saber de Jesus qual o maior mandamento. Hoje também muita gente quer saber o que é o mais importante na religião. Uns dizem que é ser batizado. Outros, que é rezar. Outros dizem: ir à Missa ou participar do culto no domingo. Outros ainda: amar o próximo e lutar por um mundo mais justo! Outros estão preocupados só com as aparências ou com os cargos na igreja.

Marcos 12,28: A pergunta do doutor da Lei. Pouco antes da pergunta do escriba, a discussão tinha sido com os saduceus em torno da fé na ressurreição (Mc 12,23-27). O doutor, que tinha assistido ao debate, gostou da resposta de Jesus, percebeu a grande inteligência dele e quis aproveitar da ocasião para fazer uma pergunta de esclarecimento: “Qual é o maior de todos os mandamentos?” Naquele tempo, os judeus tinham uma grande quantidade de normas para regulamentar na prática a observância dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Alguns diziam: “Todas estas normas têm o mesmo valor, pois todas vêm de Deus. Não compete a nós introduzir distinções nas coisas de Deus”. Outros diziam: “Algumas leis são mais importantes que as outras e, por isso, obrigam mais!” O doutor quer saber qual a opinião de Jesus.

Marcos 12,29-31: A resposta de Jesus.  Jesus responde citando um trecho da Bíblia para dizer que o mandamento maior é “amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento e com toda a força!” (Dt 6,4-5). No tempo de Jesus, os judeus piedosos recitavam esta frase três vezes ao dia: de manhã, ao meio dia e à noite. Era tão conhecida entre eles como entre nós, hoje, o Pai-Nosso. E Jesus acrescenta, citando novamente a Bíblia: “O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Lv 19,18). Não existe outro mandamento maior do que estes dois”. Resposta breve e muito profunda! É o resumo de tudo que Jesus ensinou sobre Deus e sobre a vida (Mt 7,12).

Marcos 12,32-33: A resposta do doutor da lei. O doutor concordou com Jesus e concluiu: “Sim, amar a Deus e amar ao próximo é muito mais importante do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios”. Ou seja, o mandamento do amor é mais importante que os mandamentos relacionados com o culto e os sacrifícios do Templo. Esta afirmação já vinha desde os profetas do Antigo Testamento (Os 6,6; Sl 40,6-8; Sl 51,16-17). Hoje diríamos que a prática do amor é mais importante que novenas, promessas, missas, rezas e procissões.

*  Marcos 12,34: O resumo do Reino. Jesus confirma a conclusão do doutor e diz: “Você não está longe do Reino!” De fato, o Reino de Deus consiste em unir os dois amores: amor a Deus e amor ao próximo. Pois se Deus é Pai/Mãe, nós todos somos irmãos e irmãs, e temos que mostrar isto na prática, vivendo em comunidade. "Destes dois mandamento dependem toda a lei e os profetas!" (Mt 22,40) Os discípulos e as discípulas, que coloquem na memória, na inteligência, no coração, nas mãos e nos pés esta lei maior, pois não se chega a Deus a não ser através da doação total ao próximo!

*  Jesus tinha dito ao doutor da Lei: "Você não está longe do Reino!" (Mc 12,34). O doutor já estava perto, mas para poder entrar no Reino teria que dar mais um passo. No AT o critério do amor ao próximo era ““Amar o próximo como a sim mesmo”. No NT, Jesus alargou o sentido do amor: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado! (Jo 15,12-13). Agora o critério será “Amar o próximo como Jesus nos amou!”. É o caminho certo para se chegar a uma convivência mais justa e mais fraterna.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Para você, o que é o mais importante na religião?
  2. Nós, hoje, estamos mais perto ou mais longe do Reino de Deus do que o doutor que foi elogiado por Jesus? O que você acha?

 

5) Oração final

Entre os deuses nenhum é como tu, Senhor, e nada há que se iguale a tuas obras. Pois tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus. (Sl 85, 8.10)

Quinta-feira, 11 de março-2021. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 11 março 2021
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1) Oração

À medida que se aproxima a festa da salvação, nós vos pedimos, ó Deus, que nos preparemos com maior empenho para celebrar o mistério da Páscoa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 14-23)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Alguns, porém, disseram: “É pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, ele disse-lhes: “Todo reino dividido internamente será destruído; cairá uma casa sobre a outra. 18Ora, se até Satanás está dividido internamente, como poderá manter-se o seu reino? Pois dizeis que é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios. 19Se é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios, pelo poder de quem então vossos discípulos os expulsam? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, é porque o Reino de Deus já chegou até vós. 21Quando um homem forte e bem armado guarda o próprio terreno, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura em que confiava e distribui os despojos. 23Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje é de Lucas (Lc 11,14-23). O texto paralelo de Marcos (Mc 3,22-27) já foi meditado no dia 28 de janeiro deste ano.

Lucas 11,14-16: As diferentes reações diante da expulsão de um demônio. Jesus tinha expulsado um demônio que era mudo. A expulsão provocou duas reações diferentes. De um lado, a multidão do povo que ficou admirado e maravilhado. O povo aceita Jesus e acredita nele. Do outro lado, os que não aceitam Jesus e não acreditam nele. Destes últimos, alguns diziam que Jesus expulsava os demônios em nome de Beelzebu, o príncipe dos demônios, e outros queriam dele um sinal do céu. Marcos informa que se tratava de escribas vindos de Jerusalém (Mc 3,22), que não concordavam com a liberdade de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades de Jesus.

Lucas 11,17-22: A resposta de Jesus tem três partes:

1ª parte: comparação do reino dividido (vv. 17-18ª)  Jesus denuncia o absurdo da calúnia escribas. Dizer que ele expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água é seca, e que o sol é escuridão. Os doutores de Jerusalém o caluniavam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para o povo. Estavam com medo de perder a liderança. Sentiam-se ameaçados na sua autoridade junto ao povo.

2ª parte: por quem expulsam vossos filhos? (vv.18b-20)  Jesus provoca os acusadores e pergunta: “Se eu expulso em nome de Belzebu, em nome de quem os discípulos de vocês expulsam os demônios? Que eles respondam e se expliquem! Se eu expulso o demônio pelo dedo de Deus, é porque chegou o Reino de Deus!”.

3ª parte: chegando o mais forte ele vence o forte (vv.21-22) Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Jesus é este mais forte que chegou. Por isso, ele consegue entrar na casa e amarrar o homem forte. Consegue expulsar os demônios. Jesus amarrou o homem forte e agora rouba a casa dele, isto é, liberta as pessoas que estavam no poder do mal. O profeta Isaías já tinha usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Por isso Lucas diz que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que chegou o Reino de Deus.

*  Lucas 11,23: Quem não está comigo é contra mim.  Jesus termina sua resposta com esta frase: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Em outra ocasião, também a propósito de uma expulsão de demônio, os discípulos impediram um homem de usar o nome de Jesus para expulsar um demônio, pois ele não era do grupo dele. Jesus respondeu: “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” (Lc 9,50). Parecem duas frases contraditórias, mas não são. A frase do evangelho de hoje é dita contra os inimigos que tem preconceito contra Jesus: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Preconceito e não aceitação tornam o diálogo impossível e rompe a união. A outra frase é dita para os discípulos que pensavam ter o monopólio de Jesus: “Quem não é contra vocês é a vosso favor!” Muita gente que não é cristão pratica o amor, a bondade, a justiça, muitas vezes até melhor do que os cristãos. Não podemos excluí-los. São irmãos e parceiros na construção do Reino. Nós cristãos não ´somos donos de Jesus. É o contrário: Jesus é o nosso dono!

 

4) Para um confronto pessoal

1) “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” Como isto acontece na minha vida?

2) “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” Como isto acontece na minha vida?

 

5) Oração final

Vinde, exultemos no SENHOR, aclamemos o Rochedo que nos salva, vamos a ele com ações de graças, vamos aclamá-lo com hinos de alegria. (Sl 94, 1-2)

Quarta-feira, 10 de março-2021. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 10 março 2021
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1) Oração

Ó Deus de bondade, concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 17-19)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 17Disse Jesus aos seus discípulos não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. 19Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O Evangelho de hoje (Mt 5,17-19) ensina como observar a lei de Deus de tal maneira que a sua prática mostre em que consiste o pleno cumprimento da lei (Mt 5,17-19). Mateus escreve para ajudar as comunidades de judeus convertidos a superar as críticas dos irmãos de raça que as acusavam dizendo: “Vocês são infiéis à Lei de Moisés”. O próprio Jesus tinha sido acusado de infidelidade à lei de Deus. Mateus traz a resposta esclarecedora de Jesus aos que o acusavam. Assim ele traz uma luz para ajudar as comunidades a resolver seu problema.

Usando imagens do quotidiano, com palavras simples e diretas, Jesus tinha dito que a missão da comunidade, a sua razão de ser, é ser sal e ser luz! A respeito de cada uma das duas imagens ele tinha dado alguns conselhos. Em seguida, vem os três breves versículos do Evangelho de hoje:

Mateus 5,17-18: Nenhuma vírgula da lei vai cair. Havia várias tendências nas comunidades dos primeiros cristãos. Uns achavam que já não era necessário observar as leis do Antigo Testamento, pois é pela fé em Jesus que somos salvos e não pela observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros aceitavam Jesus como Messias, mas não aceitavam a liberdade de Espírito com que algumas comunidades viviam a presença de Jesus ressuscitado. Achavam que eles, sendo judeus, deviam continuar observando as leis do AT (At 15,1.5). Havia ainda cristãos que viviam tão plenamente na liberdade do Espírito, que já não olhavam mais nem para a vida de Jesus de Nazaré nem para o AT e chegavam a dizer: “Anátema Jesus!” (1Cor 12,3). Diante destas tensões, Mateus procura um equilíbrio para além dos extremos. A comunidade deve ser o espaço, onde este equilíbrio possa ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continuava bem atual para as comunidades: “Não vim abolir a lei, mas dar-lhe pleno cumprimento!”. As comunidades não podiam ser contra a Lei, nem podiam fechar-se dentro da observância da lei. Como Jesus, deviam dar um passo e mostrar, na prática, qual o objetivo que a lei quer alcançar na vida das pessoas, a saber, a prática perfeita do amor.

Mateus 5,17-18: Nenhuma vírgula da lei vai cair. E aos que queriam desfazer-se de toda a lei, Mateus lembra a outra palavra de Jesus: “Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu”. A grande preocupação do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito não podem ser separados. Os três fazem parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza central da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré que nos manda o seu Espírito.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Como vejo e vivo a lei de Deus: como horizonte de liberdade crescente ou como imposição que delimita minha liberdade?
  2. E o que podemos fazer hoje para os irmãos e irmãs que consideram toda esta discussão como ultrapassada e sem atualidade? O que podemos aprender deles?

 

5) Oração final

Glorifica o SENHOR, Jerusalém, louva teu Deus, ó Sião! Porque reforçou as trancas das tuas portas, no teu meio abençoou teus filhos. (Sl 147, 12-14)

Terça-feira, 09 de março-2021. 3ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 09 março 2021
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1) Oração

Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nos os vossos dons. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 18, 21-35)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 21Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. 24Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. 26Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! 27Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. 28Mas este servo, tendo saído, encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando-lhe a mão, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves. 29O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei! 30Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. 31Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. 32Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda sua dívida, porque me suplicaste; 33Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti? 34E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. 35Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O Evangelho de hoje fala da necessidade do perdão. Não é fácil perdoar. Pois certas mágoas continuam machucando o coração. Há pessoas que dizem: "Eu perdôo, mas não esqueço!" Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação. Vamos meditar as palavras de Jesus que falam da reconciliação (Mt 18,21-22) e que trazem a parábola do perdão sem limites (Mt 18,23-35).

Mateus 18,21-22: Perdoar setenta vezes sete!. Jesus tinha falado sobre a importância do perdão e sobre a necessidade de saber acolher os irmãos e as irmãs para ajudá-los a se reconciliar com a comunidade (Mt 18,15-20). Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “Quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete indica uma perfeição. No caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe do que a proposta de Pedro. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o perdão: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” Ou seja, setenta vezes sempre!  Pois não há proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que nós devemos oferecer ao irmão, como ensinará a parábola do perdão sem limites.

A expressão setenta vezes sete era uma alusão clara às palavras de Lamec que dizia: “Por uma ferida, eu matei um homem, e por uma cicatriz matei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por setenta vezes sete" (Gn 4,23-24). Jesus quer reverter a espiral da violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, pelo assassinato de Abel por Caim e pela vingança de Lamec. Quando a violência desenfreada toma conta da vida, tudo desanda e a vida se desintegra. Surge o Dilúvio e aparece a Torre de Babel da dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).

Mateus 18,23-35: A parábola do perdão sem limite.  A dívida de dez mil talentos valia em torno de 164 toneladas de ouro. A dívida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre os dois! Mesmo que o devedor junto com mulher e filhos fossem trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164 toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida de 164 toneladas de ouro, é nada mais do que justo que também nós perdoemos ao irmão a insignificante dívida de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O único limite para a gratuidade do perdão de Deus é a nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34; 6,15).

A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs, o rigor de alguns na observância da Lei levava para dentro da convivência os mesmos critérios da sinagoga. Além disso, lá para o fim do primeiro século, nas comunidades cristãs começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e pobre (Tg 2,1-9). Em vez da comunidade ser um espaço de acolhimento, ela corria o risco de tornar-se um lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer iluminar as comunidades, para que sejam um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Por que será que é tão difícil perdoar?
  2. Na nossa comunidade existe espaço para a reconciliação? De que maneira?

 

5) Oração final

Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas. Faz-me caminhar na tua verdade e instrui-me, porque és o Deus que me salva, e em ti sempre esperei. (Sl 24, 4-5)

A alegria dos bispos da Hungria pelo anúncio da visita do Papa

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Publicado em 09 março 2021
  • Papa Francisco,
  • Hungria
  • próximo compromisso internacional o Papa Francisco
  • Budapeste
  • Santo Padre
  • 52º Congresso Eucarístico Internacional

 

Comunicado dos Bispos húngaros depois do anúncio do Papa sobre sua próxima viagem à Budapeste para o Congresso Eucarístico Internacional.

 

Vatican News

Na sua coletiva durante o voo de regresso do Iraque ao explicar aos jornalistas o seu próximo compromisso internacional o Papa Francisco anunciou que participará da missa final do 52º Congresso Eucarístico Internacional.  Na ocasião disse: “Agora devo ir à Hungria para a missa final do Congresso Eucarístico Internacional, não para uma visita ao país, mas somente para a missa. Mas Budapeste fica a duas horas de carro de Bratislava, por que não fazer uma visita à Eslováquia?”.

A Conferência Episcopal da Hungria manifestou em um comunicado a alegria pela notícia. “Com grande alegria recebemos a notícia de que o Santo Padre anunciou sua decisão de vir a Budapeste para a Santa Missa na conclusão do 52º Congresso Eucarístico Internacional”.

O Congresso Eucarístico Internacional está programado para o mês de setembro entre os dias 5 a 12, e seu objetivo é confirmar a fé dos crentes, reconstruir a identidade da comunidade cristã através de uma nova evangelização, aprofundar a comunhão com Cristo e com nossos irmãos e irmãs, trabalhar pela reconciliação entre os povos e ser uma ocasião para fortalecer o diálogo entre os cristãos. "Estamos certos - concluem os bispos - que a presença do Santo Padre será um grande encorajamento e reforço espiritual para todos nós e para os participantes do Congresso Eucarístico".

O comunicado foi assinado pelo Primaz da Hungria cardeal Péter Erdò Arcebispo de Esztergom-Budapeste. Fonte: https://www.vaticannews.va

Jesus mete o pé na barraca

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Publicado em 07 março 2021
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  • Carmo de Angra
  • Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis,
  • Order of the Brothers of the Blessed Virgin Mary of Mount Carmel,
  • Igreja da Imaculada Conceição de Angra dos Reis

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista- direto da Igreja da Imaculada Conceição de Angra dos Reis/RJ- comenta o Evangelho do terceiro Domingo da Quaresma. (Jo 2, 13-25). Convento do Carmo de Angra. 7 de março-2021. DIVULGAÇÃO: www.instagram.com/freipetronio

Papa Francisco tem encontro histórico com aiatolá Ali al-Sistani no Iraque

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Publicado em 06 março 2021
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Papa Francisco tem encontro histórico com aiatolá Ali al-Sistani no Iraque

Esta é a primeira vez que um líder católico se reúne com um clérigo xiita; Sistani concordou em se encontrar com o papa com a condição de que nenhuma autoridade iraquiana estivesse presente

 

Redação, O Estado de S. Paulo

NAJAF - O Papa Francisco se reuniu neste sábado, 6, com o aiatolá Ali al-Sistani, em um encontro histórico no Iraque. A reunião de Francisco na cidade sagrada de Najaf, no sul do país, durante uma viagem turbulenta e arriscada, marcou a primeira vez que um papa se encontrou com um clérigo xiita.

No encontro, os dois religiosos transmitiram uma mensagem de coexistência pacífica e exortaram islâmicos iraquianos a abraçarem a minoria cristã, alvo de perseguição no país. 

 

Sob forte segurança, papa se torna o 1º chefe da Igreja Católica a visitar o Iraque

O Aiatolá Ali al-Sistani disse que as autoridades religiosas têm um papel na proteção dos cristãos do Iraque, que devem viver em paz e desfrutar dos mesmos direitos que os outros iraquianos.    

O Vaticano informou que Francisco agradeceu a al-Sistani por ter "levantado sua voz em defesa dos mais fracos e perseguidos" durante alguns dos momentos mais violentos da história recente da nação árabe.    

A televisão estatal Ehbariya mostrou o grande comboio do papa passando pela cidade, onde crianças se enfileiraram em uma rua e agitaram bandeiras do Iraque e do Vaticano para o líder dos católicos do mundo.

 

Papa reza por paz e unidade no Oriente Médio

Mais tarde, o pontífice foi à antiga cidade de Ur, no sul do Iraque, para um encontro ecumênico no tradicional local de nascimento de Abraão, o patriarca bíblico reverenciado por cristãos, muçulmanos e judeus.

Durante uma oração ecumênica, Francisco novamente defendeu que a liberdade de consciência e a liberdade religiosa sejam respeitadas em todos os lugares.  "São direitos fundamentais, porque tornam o homem livre para contemplar o céu para o qual foi criado", acrescentou o pontífice argentino neste país muçulmano, onde sua minoria cristã (1% da população) é considerada vítima de discriminação.

O papa condenou o "terrorismo" que "abusa da religião" durante a oração. Ele afirmou que os fiéis "não podem calar-se quando o terrorismo abusa da religião".  "Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um espírito religioso. São traições religiosas. E nós, os crentes, não podemos ficar calados quando o terrorismo abusa da religião. Além disso, cabe a nós resolver claramente os mal-entendidos", disse ele, antes de Muslim, Líderes Yazidi e Sabaean.

Nesta cidade bíblica e em frente à chamada casa de Abraão e ao monumental Zigurate, imponente santuário piramidal sumério, Francisco assegurou que "a ofensa mais blasfema é profanar o nome de Deus odiando o irmão".

Cercado por representantes das religiões que compõem este mosaico de civilizações que são o Iraque, sunitas, xiitas, zoroastrianos e yazidis, embora não judeus, o papa lembrou a perseguição étnica e religiosa que muitas comunidades sofreram durante a invasão dos terroristas em 2014. 

Ele pediu para orar por "todos aqueles que sofreram tanto sofrimento e por aqueles que ainda estão desaparecidos e sequestrados, para que logo voltem para suas casas". 

Ele ressaltou que diante do terrorismo que entrou no norte do país, em referência aos jihadistas do Estado Islâmico, e que destruiu brutalmente parte da maravilhosa herança do Iraque, "há jovens voluntários muçulmanos de Mosul que ajudaram a reconstruir igrejas e mosteiros, construindo amizades fraternas sobre os escombros do ódio, e cristãos e muçulmanos que hoje restauram mesquitas e igrejas juntos". 

Diante das "tormentas que estamos passando, o isolamento não nos salvará, não nos salvará a corrida para reforçar armamentos e construir muros, pelo contrário, nos tornará cada vez mais distantes e irritados", afirma o papa. O jeito é orar "juntos na mesma direção". 

 

As religiões devem trabalhar mais para eliminar a injustiça 

Para Francisco, são as religiões que devem exortar mais fortemente "os responsáveis pelas nações para que a crescente proliferação de armas dê lugar à distribuição de alimentos para todos" dar voz ao grito dos oprimidos e desprezados do planeta. Muitos carecem de pão, remédios, educação, direitos e dignidade ”

“Cabe a nós que as obscuras manobras que giram em torno do dinheiro venham à tona e exijam fortemente que nem sempre sirva e apenas para alimentar as ambições desenfreadas de alguns”, disse ele. 

 

Ali al-Sistani

Sistani, de 90 anos, é uma das figuras mais importantes do islamismo xiita, dentro e fora do Iraque.

Ele exerce enorme influência sobre a política. Seus decretos enviaram iraquianos às urnas pela primeira vez em 2005, reuniram centenas de milhares de homens para lutar contra o Estado Islâmico em 2014 e derrubaram um governo iraquiano sob pressão de manifestações em massa em 2019.

Sistani raramente faz reuniões e recusou negociações com os atuais e ex-primeiros-ministros do Iraque, segundo autoridades próximas a ele. O clérigo concordou em se encontrar com o papa com a condição de que nenhuma autoridade iraquiana estivesse presente, disse uma fonte do gabinete do presidente à Reuters.

Na manhã de sábado, o pontífice, viajando em um Mercedes-Benz à prova de balas, parou ao em uma rua estreita de Najaf, que culmina na cúpula dourada do Santuário Imam Ali, um dos locais mais reverenciados no Islã xiita. 

Ele então caminhou alguns metros até a casa de al-Sistani.    

O papa tirou os sapatos antes de entrar no quarto de al-Sistani e foi servido chá e uma garrafa plástica de água. 

Al-Sistani falou durante a maior parte da reunião. Francisco fez uma pausa antes de sair do quarto de al-Sistani para dar uma última olhada, disse um oficial que testemunhou o evento.

 

Visita do papa

O papa visitou países predominantemente muçulmanos, incluindo Turquia, Jordânia, Egito, Bangladesh, Azerbaijão, Emirados Árabes Unidos e territórios palestinos, usando essas viagens para pedir um diálogo inter-religioso.

Ele iniciou sua viagem ao exterior mais arriscada na sexta-feira, 5, voando para o Iraque - em meio à segurança mais rígida já vista para uma visita papal -, para apelar aos líderes do país e ao povo para que acabem com a violência e os conflitos religiosos.

Francisco, de 84 anos, fez um apelo para que os iraquianos dessem uma chance aos pacificadores durante uma reunião de oficiais e diplomatas iraquianos no palácio presidencial.

Mais tarde, ele prestou homenagem às pessoas mortas em ataques motivados pela religião, visitando uma igreja de Bagdá onde homens armados islâmicos mataram cerca de 50 fiéis em 2010. Após seu encontro com Sistani, Francisco visitou as ruínas da antiga Ur, venerada como o local de nascimento de Abraão, pai do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.

Depois de voar de volta a Bagdá, ele deve fazer uma missa na Catedral Caldéia de São José./ REUTERS, AP, EFE e AFP. Fonte: https://internacional.estadao.com.br

3°- Domingo da Quaresma: Um Olhar

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Publicado em 06 março 2021
  • Templo
  • Jesus e o templo

Liturgia da Palavra de Deus. (Ex. 20,1-17) (1 Cor. 1,22-25) (Jô. 2,13-25).

 

Cristo veio ao mundo para dar um novo sentido às práticas religiosas, e ao culto no templo. Neste templo Cristo disse: “Pode destruir este o templo e em três dias o reconstruirei”. Esta afirmação nos estranharia, se João não tivesse dito: “Jesus falava do templo do seu coração”. Cristo veio ao mundo e assim Deus Pai se fez presente por meio de Seu Filho.

O templo de Jerusalém pode ser destruído, mas ninguém conseguiria destruir Jesus, que ressuscitou no terceiro dia. Aqui também Jesus falava no pátio em torno do templo, de onde Jesus expulsava os vendedores. Era o lugar que os judeus tinham reservado para os estrangeiros, que vinham adorar Deus em Jerusalém.

 

Reflexão.

Não adianta esperar, que Deus nos vá trazer a felicidade de mão beijada. Não deu nem da carona à humanidade, que os espera ao longo da estrada da vida, junto ao carro estragado. Mas Ele ensinou, e ainda ensina como consertar o motor.

Em primeiro lugar Deus nos ensinou a observar os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Mas recentemente Deus se comunicou através do Seu Filho Jesus Cristo, feito homem.

Na Sua palavra, por Suas obras e por Seu corpo ressuscitado nós encontramos Deus Filho. No Evangelho de hoje isto está bem claro e bem explicado. Ouvimos como Jesus acaba com o comércio no templo. Assim Cristo acaba com uma religião puramente social. Quando as autoridades lhe chamam atenção. Ele diz: “Destruam este templo e em três dias Eu o levanto de novo”. As autoridades pensavam, que Jesus pensavam, que Jesus estava falando daquele templo de pedras, construído em quarenta e seis anos. Mas Jesus falava do templo do Seu Corpo morto pelos homens, mas depois de três dias ressuscitado pelo Pai.

Escutem bem! O templo do Novo Testamento é o Corpo Ressuscitado de Jesus. Não um edifício, uma Igreja de pedras, em que nós nos reunimos. O corpo de Jesus Ressuscitado é o Templo de Deus. Também o nosso corpo deve ser um templo e um santuário de Deus.

 

Resposta à Palavra de Deus.

Deus é a única suprema autoridade. Se o homem não crê na autoridade que o criou, fatalmente fará deuses falsos, e vai submeter-se a eles. O único, que pode impor-se à nossa liberdade, é aquele que nos criou com a nossa liberdade.    

 

Sexta-feira, 5 de março-2021. 2ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 05 março 2021
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  • REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA,
  • Evangelho do dia com o Papa Francisco
  • 2ª SEMANA DA QUARESMA

 

1) Oração

Concedei-nos, ó Deus todo-poderoso, que, purificados pelo esforço da penitência, cheguemos de coração sincero às festas da Páscoa que se aproximam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 21, 33-43.45-46)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 33Ouvi outra parábola: havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país. 34Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha. 35Mas os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. 36Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo. 37Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: Hão de respeitar meu filho. 38Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: Eis o herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança! 39Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram. 40Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores? 41Responderam-lhe: Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo. 42Jesus acrescentou: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que fôra rejeitada pelos que edificavam, tornou-se cabeça do ângulo? Pelo Senhor foi feito isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos. 43Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele. 45Ouvindo isto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava. 46E procuravam prendê-lo; mas temeram o povo, que o tinha por um profeta. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto do evangelho de hoje faz parte de um conjunto mais amplo que engloba Mateus 21,23-46. Os chefes dos sacerdotes e os anciãos tinham perguntado a Jesus com que autoridade ele fazia as coisas (Mt 21,23). Eles se consideravam os donos de tudo e achavam que ninguém podia fazer nada sem a licença deles. A resposta de Jesus consta de três partes: 1) Ele faz uma contra-pergunta e quer saber deles se João Batista era do céu  ou da terra (Mt 21,24-27). 2) Conta a parábola dos dois filhos (Mt 21,28-32). 3) Conta a parábola da vinha (Mt 21,33-46) que é o evangelho de hoje.

Mateus 21,33-40: A parábola da vinha.

Jesus começa assim: "Escutem essa outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva, e construiu uma torre de guarda”. A parábola é um resumo bonito da história de Israel, tirado do profeta Isaías (Is 5,1-7). Jesus se dirige aos chefes dos sacerdotes, aos anciãos (Mt 21,23) e aos fariseus (Mt 21,45) e dá uma resposta à pergunta que eles tinham feito sobre a origem da sua autoridade (Mt 21,23). Por meio desta parábola, Jesus esclarece várias coisas:  (1) Revela qual a origem da sua autoridade: ele é o filho, o herdeiro.  (2) Denuncia o abuso da autoridade dos vinhateiros, isto é, dos sacerdotes e anciãos que não cuidavam do povo de Deus. (3) Defende a autoridade dos profetas, enviados por Deus, mas massacrados pelos sacerdotes e anciãos. (4) Desmascara as autoridades que manipulam a religião e matam o filho, porque não querem perder a fonte de renda que conseguiram acumular para si, ao longo dos séculos.

Mateus 21,41: A sentença dada por eles mesmos

No fim da parábola, Jesus pergunta: “Pois bem: quando o dono da vinha voltar, o que irá fazer com esses agricultores?” Eles não se deram conta de que a parábola estava falando deles mesmos. Por isso, pela resposta dada eles decretaram sua própria condenação: “Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: É claro que mandará matar de modo violento esses perversos, e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo". Várias vezes Jesus usa esse mesmo método. Ele leva a pessoa a dizer a verdade sem ela se dar conta de que está se condenando-se a si mesma. Por exemplo, no caso do fariseu que condenou a moça como pecadora (Lucas 7,42-43) e no caso da parábola dos dois filhos Mt 21,28-32).

Mateus 21,42-46: A sentença dada por eles mesmos é confirmada pelo comportamento deles.

Pelo esclarecimento de Jesus, os sacerdotes, os anciãos e os fariseus entenderam que a parábola falava deles mesmos, mas eles não se converteram. Pelo contrário! Mantiveram o seu projeto de matar Jesus. Rejeitaram “a pedra fundamental”. Mas não tiveram a coragem de fazê-lo abertamente porque tinham medo do povo.

Os vários grupos no poder no tempo de Jesus. No evangelho de hoje apareceram alguns dos grupos que, naquele tempo, exerciam o poder junto ao povo: sacerdotes, anciãos e fariseus. Segue aqui uma breve informação sobre o poder de cada um destes e de alguns outros grupos:

  1. Sacerdotes: Eram os encarregados do culto no Templo. Era para o Templo que o povo levava o dízimo e as outras taxas e ofertas para pagar suas promessas. O sumo sacerdote ocupava um lugar muito importante na vida da nação, sobretudo depois do exílio. Era escolhido ou nomeado entre as três ou quatro famílias aristocratas, que detinham mais poder e maior riqueza.
  2. Anciãos ou Chefes do povo: Eram os líderes locais nas várias aldeias e cidades. Sua origem vinha das chefias das tribos de antigamente.
  3. Saduceus: Eram a elite leiga aristocrata da sociedade. Muitos deles eram ricos comerciantes ou latifundiários. Do ponto de vista religioso eram conservadores. Não aceitavam as mudanças defendidas pelos fariseus, como por exemplo, a fé na ressurreição e a existência de anjos.
  4. Fariseus: Fariseu significa: separado. Eles lutavam para que, através da observância perfeita da lei da pureza, o povo chegasse a ser puro, separado e santo como o exigiam a Lei e a Tradição! Por causa do testemunho exemplar da sua vida dentro das normas da época, eles tinham uma liderança moral muito grande nas aldeias da Galileia.
  5. Escribas ou doutores da lei: Eram os encarregados do ensino. Dedicavam sua vida ao estudo da Lei de Deus e ensinavam ao povo como fazer para observar em tudo a Lei de Deus. Nem todos os escribas eram da mesma linha. Uns estavam ligados aos fariseus, outros, aos saduceus.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Alguma vez, você já se sentiu controlada, indevidamente, em casa, no trabalho, na igreja? Qual foi a sua reação? Como Jesus?
  2. Se Jesus voltasse hoje e contasse a mesma parábola, como eu iria reagir?

 

5) Oração final

Quanto é alto o céu sobre a terra tanto prevalece sua bondade para com os que o temem. Quando é distante o oriente do ocidente, tanto ele afasta de nós nossas culpas. (Sl 102, 11-12)

CARMO DE ANGRA/RJ-AO VIVO: Dia da Adoração, Confissão e Caridade.

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Publicado em 04 março 2021
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Quinta-feira, 04 de março-2021. 2ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 04 março 2021
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1) Oração

 

Ó Deus, que amais e restaurais a inocência, orientai para vós os corações dos vossos filhos, para que, renovados pelo vosso Espírito, sejamos firmes na fé e eficientes nas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 16, 19-31)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 19Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava. 20Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. 21Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas. 22Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. 23E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. 24Gritou, então: - Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas. 25Abraão, porém, replicou: - Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. 26Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá. 27O rico disse: - Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, 28para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos. 29Abraão respondeu: - Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos! 30O rico replicou: - Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão. 31Abraão respondeu-lhe: - Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

Toda vez que Jesus tem uma coisa importante para comunicar, ele cria uma história e conta uma parábola. Assim, através da reflexão sobre a realidade visível, ele leva os ouvintes a descobrirem os apelos invisíveis de Deus, presentes na vida. Uma parábola é feita para fazer pensar e refletir. Por isso, é importante prestar atenção até nos seus mínimos detalhes. Na parábola do evangelho de hoje aparecem três pessoas: o pobre Lázaro, o rico sem nome e o pai Abraão. Dentro da parábola, Abraão representa o pensamento de Deus. O rico sem nome representa a ideologia dominante da época. Lázaro representa o grito calado dos pobres do tempo de Jesus e de todos os tempos.

Lucas 16,19-21: A situação do rico e do pobre.  Os dois extremos da sociedade. De um lado, a riqueza agressiva. Do outro, o pobre sem recurso, sem direitos, coberto de úlceras, impuro, sem ninguém que o acolhe, a não ser os cachorros que lambem suas feridas. O que separa os dois é a porta fechada da casa do rico. Da parte do rico não há acolhimento nem piedade pelo problema do pobre à sua porta. Mas o pobre tem nome e o rico não tem. Ou seja, o pobre tem o seu nome inscrito no livro da vida, o rico não. O pobre se chama Lázaro. Significa Deus ajuda. É através do pobre que Deus ajuda o rico e que o rico poderá ter o seu nome no livro da vida. Mas o rico não aceita ser ajudado pelo pobre, pois mantém a porta fechada. Este início da parábola que descreve a situação, é um espelho fiel do que estava acontecendo no tempo de Jesus e no tempo de Lucas. É espelho do que acontece até hoje no mundo!

Lucas 16,22: A mudança que revela a verdade escondida.  O pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na parábola, o pobre morre antes do rico. Isto é um aviso aos ricos. Enquanto o pobre está vivo à porta, ainda tem salvação para o rico. Mas depois que o pobre morre, morre também o único instrumento de salvação para o rico. Agora, o pobre está no seio de Abraão. O seio de Abraão é a fonte de vida, de onde nasceu o povo de Deus. Lázaro, o pobre, faz parte do povo de Abraão, do qual era excluído enquanto estava à porta do rico. O rico que pensa ser filho de Abraão não vai para o seio de Abraão! Aqui termina a introdução da parábola. Agora começa a revelação do seu sentido, através de três conversas entre o rico e o pai Abraão.

Lucas 16,23-26: A primeira conversa.  Na parábola, Jesus abre uma janela sobre o outro lado da vida, o lado de Deus. Não se trata do céu. Trata-se do lado verdadeiro da vida que só a fé enxerga e que o rico sem fé não percebia. É só à luz da morte que a ideologia do império se desintegra na cabeça do rico e que aparece para ele o que é valor real na vida. No lado de Deus, sem a propaganda enganadora a ideologia, os papéis são trocados. O rico vê Lázaro no seio de Abraão e pede para ele vir aliviá-lo no sofrimento. O rico descobre que Lázaro é o seu único benfeitor possível. Mas agora é tarde demais! O rico sem nome é piedoso, pois reconhece Abraão e o chama de Pai.  Abraão responde e o chama de filho. Esta palavra de Abraão, na realidade, está sendo dirigida a todos os ricos vivos. Enquanto vivos, eles ainda têm chance de se tornarem filhos e filhas de Abraão, se souberem abrir a porta para Lázaro, o pobre, o único que em nome de Deus pode ajudá-los. A salvação para o rico não é Lázaro trazer uma gota de água para refrescar-lhe a língua, mas é ele, o próprio rico, abrir a porta fechada para o pobre e, assim, transpor o grande abismo.

Lucas 16,27-29: A segunda conversa.  O rico insiste: "Pai, eu te suplico: manda Lázaro para a casa do meu pai. Tenho cinco irmãos!" O rico não quer que seus irmãos venham no mesmo lugar de tormento. Lázaro, o pobre, é o único verdadeiro intermediário entre Deus e os ricos. É o único, porque é só aos pobres que os ricos podem e devem devolver o que roubaram e, assim, restabelecer a justiça prejudicada! O rico está preocupado com os irmãos. Nunca esteve preocupado com os pobres! A resposta de Abraão é clara: "Eles têm Moisés e os Profetas: que os ouçam!" Têm a Bíblia! O rico tinha a Bíblia. Conhecia-a até de memória. Mas nunca se deu conta de que a Bíblia tivesse algo a ver com os pobres. A chave para o rico poder entender a Bíblia é o pobre sentado à sua porta!

Lucas 16,30-31: A terceira conversa.  "Não, pai, se alguém entre os mortos der um aviso, eles vão se arrepender!" O próprio rico reconhece que ele está errado, pois fala em arrependimento, coisa que durante a vida nunca sentiu. Ele quer um milagre, uma ressurreição! Mas este tipo de ressurreição não existe. A única ressurreição é a de Jesus. Jesus ressuscitado vem até nós na pessoa do pobre, dos sem-direito, dos sem-terra, dos sem-comida, do sem-casa, dos sem-saúde. Na sua resposta final, Abraão é curto e grosso: "Se não escutarem Moisés e os profetas, mesmo que alguém ressuscitar dos mortos, eles não se convencerão!" Está encerrada a conversa! Fim da parábola!

A chave para entender o sentido da Bíblia é o pobre Lázaro, sentado à porta! Deus vem até nós na pessoa do pobre, sentado à nossa porta, para nos ajudar a transpor o abismo intransponível que os ricos criaram. Lázaro é também Jesus, o Messias pobre e servidor, que não foi aceito, mas cuja morte mudou radicalmente todas as coisas. É à luz da morte do pobre que tudo se modifica. O lugar de tormento é a situação da pessoa sem Deus. Por mais que o rico pense ter religião e fé, não há jeito de ele estar com Deus, enquanto não abrir a porta para o pobre, como fez Zaqueu (Lc 19,1-10).

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Qual o tratamento que nós damos aos pobres? Eles têm nome para nós? Nas atitudes que tomo na vida, sou parecido com Lázaro ou com o rico?
  2. Entrando em contato conosco, os pobres percebem algo diferente? Percebem uma Boa Notícia? E eu, para que lado tende o meu coração: para o milagre ou para a Palavra de Deus?

 

5) Oração final

Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem toma parte nas reuniões dos zombadores, mas na lei do SENHOR encontra sua alegria e nela medita dia e noite. (Sl 1, 1-2)

Querido pela comunidade e com conduta que não levantava suspeita: quem é o padre preso por três assaltos em Passo Fundo

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Publicado em 03 março 2021
  • Arcebispo de Passo Fundo,
  • COVID-19
  • padre preso por três assaltos em Passo Fundo
  • Padre de Tapejara Elizeu Lisboa Moreira,
  • Passo Fundo
  • arcebispo dom Rodolfo Luís Weber
  • Padre assaltante

 

Padre de Tapejara Elizeu Lisboa Moreira, 27 anos, será temporariamente afastado da Igreja

 

JENIFFER GULARTE

 

Poucos dias antes de completar seu 18º mês de ordenação, o padre de Tapejara Elizeu Lisboa Moreira, 27 anos, surpreendeu a comunidade do norte do Estado ao cometer três assaltos em sequência em Passo Fundo na tarde desta terça-feira (2). O arrastão aconteceu no intervalo de uma hora, entre 17h e 18h. 

O sacerdote usou uma arma de brinquedo para levar mercadorias e dinheiro de um supermercado do bairro Lucas Araújo, em uma farmácia do bairro São Cristóvão e em outro supermercado no bairro Petrópolis — o último fica em frente à Delegacia de Pronto Atendimento de Passo Fundo (DPPA).

Foi capturado por volta das 20h em uma abordagem da Brigada Militar no centro da cidade quando estava a bordo de um Hyundai ix35 que pertence a Arquidiocese de Passo Fundo. Em seguida, foi reconhecido pelas vítimas dos três estabelecimentos.

De boné vermelho, máscara branca, camiseta azul, jeans e tênis chegava aos locais, comprava itens, ia até o caixa, pagava em dinheiro e quando a operadora se preparava para dar o troco, tirava a arma da cintura e pedia o que estava no caixa. Os assaltos foram registrados por câmeras de segurança. Agiu da mesma forma nos dois supermercados e na farmácia. Roubou R$ 1,4 mil e foi preso com R$ 655. O destino do restante do valor ainda é um mistério, segundo o delegado Diogo Ferreira:

— Não sabemos se ele tinha alguma dívida ou comprou algo. A BM localizou o veículo pelas câmeras da cidade. Ao revistarem, viram que tinha carteira de identificação de padre e que o veículo estava em nome da arquidiocese.

A Polícia Civil pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante em preventiva. O padre, que não tem antecedentes, foi encaminhado ao presídio de Passo Fundo. Também foi solicitada a quebra de sigilo do telefone, para que os investigadores possam averiguar seu envolvimento em outros delitos. O veículo da arquidiocese está apreendido no depósito do Detran. Em depoimento, o padre disse apenas que os crimes foram cometidos em um momento de loucura.

— Foi a única frase que ele disse. Estava totalmente calmo, parecia que não tinha caído a ficha do que ele fez e que estava no mundo da lua. A arma de brinquedo que ele usou não deve pesar 10 gramas, é de plástico e oca. Um fato sem explicação — diz o delegado.

Responsável pela defesa do sacerdote, a advogada criminalista Maura da Silva Leitzke conversou com o padre no final da manhã desta quarta-feira. Segundo ela, Elizeu está em tratamento psiquiátrico e, há três semanas, deixou de tomar, por conta própria, remédios de uso contínuo. Maura fará o pedido de relaxamento da prisão. 

— As pessoas que convivem com ele relataram que nos últimos dias estava mais quieto e arredio — diz a defensora.

Nesta terça-feira, o padre foi a Passo Fundo celebrar a missa de falecimento da irmã de um amigo. Ao final do culto, segundo a defensora, ele teria comprado a arma de brinquedo em uma loja e praticado os assaltos.

— Ele disse que efetivamente só se deu conta do que fez hoje pela manhã, tanto que ele me pediu para pedir desculpa as vitimas. Ele não tinha noção do que estava fazendo tanto que usou o carro da mitra. Está muito fragilizado. Ele não representa qualquer perigo à ordem pública. Vai ficar muito melhor em um local onde possa ter tratamento médico. 

"O mais chocado de todos sou eu", afirma arcebispo

Natural da pequeno município de Ciríaco, o padre Elizeu é o caçula de cinco filhos. Vindo de uma família evangélica, optou por seguir carreira na Igreja Católica quando, no final do Ensino Fundamental, conheceu o Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Passo Fundo. Ao concluir o Ensino Médio, deixou a cidade natal e passou a estudar para ser padre. Foi ordenado em 9 agosto de 2019 pelo arcebispo dom Rodolfo Luís Weber.

A celebração, transmitida à época em vídeo pelas redes sociais, lotou a paróquia Santa Terezinha, em Ciríaco, com padres, seminaristas, amigos e familiares. Já como padre, assumiu a paróquia São Judas Tadeu, em Passo Fundo, e atualmente atuava nas igrejas de Tapejara e Vila Lângaro. 

 

“Quero saber como chegou a isso, qual a justificativa. Se é que tem justificativa. O fato é grave mas todo ser humano tem direito a defesa. Tenho 30 anos como padre e 12 como bispo, não lembro de outro fato nessas condições”. DOM RODOLFO LUÍS WEBER

Arcebispo de Passo Fundo.

 

A partir de agora, a curta carreira religiosa do padre Elizeu ficará prejudicada. A arquidiocese de Passo Fundo irá afastá-lo provisoriamente de suas funções. Internamente, o trâmite é denominado ato de cautela, usado para esclarecer os fatos e dar oportunidade para que o sacerdote apresente sua defesa e manifeste seus argumentos.

— O mais chocado de todos sou eu, que acompanho a formação desses jovens. Ele era recém-ordenado, uma pessoa que estava indo bem nos seus trabalhos. E de uma hora para outra acontece um fato desses. É chocante. É triste. É muito sofrido — afirma o arcebispo.

O líder religioso afirma que, assim que tiver oportunidade, quer conversar pessoalmente com o padre para ouvir dele a versão do que aconteceu:

 

“Estava totalmente calmo, parecia que não tinha caído a ficha do que ele fez e que estava no mundo da lua. A arma de brinquedo que ele usou não deve pesar 10 gramas, é de plástico e oca. Um fato sem explicação” DIOGO FERREIRA-Delegado de Passo Fundo.

 

— Quero saber como chegou a isso, qual a justificativa. Se é que tem justificativa. O fato é grave mas todo ser humano tem direito a defesa. Tenho 30 anos como padre e 12 como bispo, não lembro de outro fato nessas condições.

Conforme o relato do arcebispo, nada no comportamento do padre Elizeu até esta terça-feira indicava que ele pudesse ter uma atitude criminosa. Tinha uma rotina discreta, morava na paróquia junto com outro padre e era bem aceito pela comunidade.

— Ele atendia dois municípios que estão tão chocados como eu. Chama atenção não ter motivo nenhum pra fazer isso, nunca deu sinais. Era muito bem quisto. É injusto nesse momento levantar hipóteses ou especulações sobre o que levou ele a fazer isso — afirma. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br

CORONAVÍRUS: NÚMERO DE PADRES DIOCESANOS POSITIVADOS CHEGA A 1,3 MIL NO BRASIL; DOENÇA JÁ VITIMOU 65

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Publicado em 03 março 2021
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A Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou nesta terça-feira, 2 de março, o número de padres diocesanos do Brasil acometidos pela Covid-19. O levantamento, realizado em fevereiro, traz a confirmação de 1390 positivados e 65 mortes, totalizando 1455 casos da doença. Os dados, apresentados pela CNP, foram consolidados com base em consultas aos regionais da CNBB.

Conforme o balanço, o regional Sul 1 da CNBB que compreende o Estado de São Paulo, é o que mais contabiliza infecções de padres por Covid-19 (168). Com relação ao número de mortes, o regional Leste 1, que corresponde ao Estado do Rio de Janeiro, e o regional Norte 2, que compreende os Estados do Pará e Amapá, são os que mais contabilizam óbitos, ambos com 12 cada.

Em segundo lugar, por número de infecções, o regional Centro-Oeste que abrange o Goiás e o Distrito Federal registra 136 casos positivados. Já com relação ao número de mortes, o Sul 1 também fica em segundo lugar com o número de 7 óbitos.

Ocupando o terceiro lugar, por número de infecções, está o Nordeste 2, que abrange os Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Pernambuco (130). Levando em consideração o número de óbitos, em terceiro lugar, estão os regionais Norte 1 (Amazonas e Roraima), Nordeste 2, e Leste 2, ambos com 5 óbitos cada.

Confira (aqui) o balanço da CNP na íntegra.

 

Episcopado Brasileiro

No episcopado brasileiro, a Covid-19 também tem feito vítimas. Desde o início da pandemia no país, três bispos já tiveram o óbito confirmado pela doença. O caso mais recente foi o do arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eusébio Oscar Scheid, que faleceu no dia 13 de janeiro (relembre o caso).

Além dele, dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE) faleceu em 18 de julho, aos 57 anos de idade (relembre o caso). Dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, também teve o óbito confirmado pela doença. O bispo faleceu em abril, aos 70 anos de idade (relembre o caso).

 

Pan-Amazônia

Como acontece toda semana, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, tem lançado o informe semanal que recolhe os números da Covid-19 na Pan-Amazônia. Até 1º de março de 2021, segundo os números oficiais, os casos já chegaram em 2.174.226 e os falecidos são 53.983 desde o início da pandemia.

Na última semana, na Região Pan-amazônica, o aumento dos casos foi de 60.003 e os óbitos foram 1.535. Comparando os números com a semana anterior, vemos que tanto os contágios como os falecidos têm se reduzido mais de 25 %.

No Regional Norte 1 da CNBB, o número de casos é de 366.400 e os óbitos 11.598. Nos últimos 7 dias, nas dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte 1, os casos foram 11.269 e os falecidos chegaram em 427. Mesmo sendo uma situação grave, com uma média de 61 falecidos por dia e 1.609 casos a cada 24 horas, os números vão descendo nos últimos dias. Fonte: https://www.cnbb.org.br

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