Igreja e a Covid: “a solidariedade cresceu no seio das nossas comunidades".
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Dom Jaime Spengler diz que este período da pandemia da Covid-19 é um momento onde a Igreja Católica deve continuar alimentando a esperança, promovendo a solidariedade, sem jamais perder a fé. Dom Mário Antônio fala de oração, conversão e solidariedade. Os dois vice-presidentes da CNBB visitaram a Rádio Vaticano – Vatican News.
Filipe Brogliatto, Silvonei José – Vatican News
“Creio que fizemos um caminho bastante bom, positivo”. É assim que o primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dom Jaime Spengler, resume o trabalho da Igreja Católica durante a pandemia. O arcebispo de Porto Alegre (RS) está em Roma, onde, junto com o segundo vice-presidente da Conferência dom Mário Antônio da Silva, participou de uma audiência com o Papa Francisco na última quinta-feira (13/01).
“O vírus tornou a nossa vida difícil”, disse dom Jaime em entrevista à Rádio Vaticano-Vatican News. Mesmo assim, dom Splengler reafirmou que desde o início da pandemia, não faltaram iniciativas nem da própria CNBB, nem das igrejas locais para apresentar propostas e orientações práticas para a comunidade brasileira. “Houve uma preocupação desde o início com o cuidado pela vida de todos”, completou o arcebispo.
Na mesma entrevista, o bispo de Roraima dom Mário da Silva, afirmou que os últimos dois anos foram muito difíceis, mas, lembrou que mesmo assim, a Conferência e a Igreja Católica no Brasil, não deixaram a missão de lado. “Ainda não conseguimos medir os frutos ou resultados da missão. Mas ela se desenvolveu de maneira muito importante, muito intensa”, acrescentou o bispo.
“Oração, conversão e solidariedade. São três elementos que nos ajudam numa transfiguração. Estamos num [Monte] Tabor. Hora desanimados, hora interpelados e hora animados com esperança de tantas coisas que tem também se avançado com ajuda da medicina, da tecnologia e até mesmo da comunicação”, disse dom Mário. O bispo acrescentou ainda que “é impossível querer voltar a uma normalidade de dois, três anos atrás. Não adianta querer. Mas é possível construir uma melhor normalidade” afirmou.
“A Solidariedade – completou dom Jaime – cresceu no seio das nossas comunidades neste tempo de pandemia”. O arcebispo da capital gaúcha também fez um apelo aos padres, bispos, religiosos e religiosas, além de todos os fiéis leigos atuantes na Igreja: “continuar alimentando a esperança, promovendo a solidariedade, sem jamais perder a fé”, disse dom Spengler. Por isso, completou dom Jaime, este é um momento de “cuidar-se e deixar-se cuidar e se empenhar para cuidar do outro que conosco vive e convive”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira 18. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e daí ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 23-28)
23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: "Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?"
25Jesus lhes disse: "Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães". 27E acrescentou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
A lei existe para o bem das pessoas. Num dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Em Mateus 12,1 se diz que eles estavam com fome. Invocando a Bíblia, os fariseus criticam a atitude dos discípulos. Seria uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus responde invocando a mesma Bíblia para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Ele lembra que o próprio Davi também fez coisa proibida, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). E Jesus termina com duas frases importantes: 1) O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado, 2) O Filho do Homem é dono até do sábado!
O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado. Durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até a época de Jesus, os judeus tinham observado a lei do sábado. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. O sábado era rigorosamente observado. Na época dos Macabeus, meados do século II antes de Cristo, esta observância rígida chegou a um ponto crítico. Atacados pelos gregos em dia de sábado, os rebeldes macabeus preferiram deixar-se matar a transgredir o sábado usando as armas para defender sua vida. Por isso, morreram mil pessoas (1Mac 2,32-38). Refletindo sobre este massacre, os líderes macabeus concluíram que deviam resistir e defender sua vida, mesmo em dia de sábado (1Mac 2,39-41). Jesus teve a mesma atitude de relativizar a lei do sábado em favor da vida, pois a lei existe para o bem da vida humana, e não vice-versa!
O Filho do Homem é dono até do sábado! A nova experiência de Deus como Pai/Mãe fez com que Jesus, o Filho do Homem, dava a Jesus uma chave para descobrir a intenção de Deus que está na origem das leis do Antigo Testamento. Por isso, o Filho do Homem é dono até do Sábado. Convivendo com o povo da Galileia durante trinta anos e sentindo na pele a opressão e a exclusão a que tantos irmãos e irmãs eram condenados em nome da Lei de Deus, Jesus percebeu que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmão e irmã uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei do Sábado deve estar a serviço da vida e da fraternidade. Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa.
Jesus e a Bíblia. Os fariseus criticavam Jesus em nome de Bíblia. Jesus responde e critica os fariseus usando a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia de memória. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante aqueles 30 anos da sua vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as Escrituras. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade!
4) Para um confronto pessoal
1) O Sábado é para o ser humano, e não vice versa. Quais os pontos em minha vida que devem mudar?
2) Mesmo sem ter Bíblia em casa, Jesus conhecia a Bíblia de memória. E eu?
5) Oração final
De todo coração darei graças ao SENHOR, na reunião dos justos e na assembleia. Grandes são as obras do SENHOR, merecem a reflexão dos que as amam. (Sal 110, 1-2)
17 DE JANEIRO- O SANTO DO DIA: SANTO ANTÃO, ABADE
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Ascese e oração
A vida de Antônio foi repleta de solidão, jejum e trabalho. Ao ficar órfão aos 20 anos de idade, distribuiu todos os seus bens aos pobres e retirou-se para o deserto; ali, lutou contra as tentações do demônio e dedicou a sua vida à ascese e à oração. A ele deve-se a criação de famílias monacais, que, sob a sua direção espiritual, se consagraram ao serviço de Deus.
Santo Antônio e a bênção dos animais
Santo Antônio Abade é representado, geralmente, ao lado de um porco com um sininho pendurado no pescoço. Esta representação iconográfica tem relação com o fato de que a antiga Ordem Hospitaleira dos “Antonianos” criava porcos nos centros habitados, porque a sua gordura era usada para ungir os doentes de ergotismo. A doença era denominada “fogo de Santo Antônio”.
No dia da sua festa litúrgica, são abençoados os animais domésticos e as estrebarias. Na iconografia Santo Antônio é representado também com um bordão dos eremitas em forma de T “tau”, a última letra do alfabeto hebraico.
Um dom de Deus
Na biografia “Vita Antonii”, escrita por Santo Atanásio, lê-se estas palavras sobre Santo Antônio: “O fato de ele ser conhecido em todos os lugares e admirado e querido por todos, até pelos que nunca o viram, é sinal das suas virtudes e da sua alma, amiga de Deus. De fato, Antônio não é conhecido pelos escritos, nem por uma sabedoria profana e tampouco por qualquer capacidade pessoal, mas apenas pela sua intimidade com Deus. Ninguém pode negar que este seja um dom de Deus. Como se ouve falar na Espanha e na Gália, em Roma e na África, este homem, que viveu retirado nos montes, se não tivesse levado o próprio Deus, em todos os lugares, como Ele faz com os seus escolhidos, como Antônio, como teria pregado desde o início? Embora estes procurem agir em segredo e permanecer ocultos, o Senhor os apresenta a todos como uma lucerna, para que os que ouvem falar deles saibam que é possível seguir os mandamentos e ter coragem de percorrer o caminho das virtudes”. Fonte: https://www.vaticannews.va
2º Domingo do Tempo Comum: O Milagre de Caná da Galiléia (Domingo, dia 16)
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O MESSIAS SE REVELA
Todo o clima do milagre realizado em Caná da Galiléia tem um caráter messiânico. O Antigo Testamento serviu-se da imagem do casamento e do banquete para falar do tempo em que Deus haveria de visitar e resgatar o seu povo.
O profeta Isaías chama Javé de "esposo de Israel". Por isso, Deus se pergunta: "Como pode ser repudiada a mulher amada deste a juventude?" E afirma: "Tua serás chamada Minha favorita, e a Terra terá o nome de Desposada". Por outro lado, o povo é convidado para a "comer coisas gostosas e a saborear, gratuitamente, iguarias suculentas".
Por isso, o relato evangélico põe em relevo a abundância do vinho e sua excelente qualidade, bem como a transformação da água em vinho. Teologicamente, isto significa que a presença do Messias Jesus introduziu algo novo na história de Israel. A humanidade poderia alegrar-se, pois lhe fora oferecido o vinho prometido para os tempos messiânicos. A oferta divina era de qualidade superior. Tudo quanto existira, até então, não se podia comparar com o que estava acontecendo. O fim da festa acabou se transformando em seu começo, pois só, no fim, fora oferecido o vinho melhor. Com a presença de Jesus, a História recomeça.
Entretanto, para experimentar a novidade divina na História é preciso acreditar em Jesus. Quem nele crer, participará da festa que Deus preparou, desde sempre, para a humanidade. Fonte: https://domtotal.com
Sexta-feira, 14 de janeiro-2022. 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM. ANO-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 1-12)
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: "Filho, os teus pecados estão perdoados". 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7"Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus". 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: "Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!" 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: "Nunca vimos uma coisa assim".
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Em Mc 1,1-15, Marcos mostrou como a Boa Nova de Deus deve ser preparada e divulgada. Em Mc 1,16-45, mostrou qual o objetivo da Boa Nova e qual a missão da comunidade. Agora, em Mc 2,1 a 3,6, aparece o efeito do anúncio da Boa Nova. Uma comunidade fiel ao evangelho vive valores que contrastam com os interesses da sociedade envolvente. Por isso, um dos efeitos do anúncio da Boa Nova é o conflito com aqueles que defendem os interesses da sociedade. Marcos recolhe cinco conflitos que o anúncio da Boa Nova de Deus trouxe para Jesus.
Nos anos 70, época em que ele escreve o seu evangelho, havia muitos conflitos na vida das comunidades, mas elas nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham da parte das autoridades romanas e dos líderes judeus. Este conjunto de cinco conflitos de Mc 2,1 a 3,6 servia como uma espécie de cartilha para orientar as comunidades, tanto as de ontem como de hoje. Pois o conflito não é um acidente de percurso, mas sim parte integrante da caminhada.
Eis os esquema dos cincos conflitos que Marcos conservou no seu evangelho:
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TEXTOS |
ADVERSÁRIOS DE JESUS |
CAUSA DO CONFLITO |
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1º conflito: Mc 2,1-12 2º conflito: Mc 2,13-17 3º conflito: Mc 2,18-22 4º conflito: Mc 2,23-28 5º conflito: Mc 3,1-6 |
Escribas escribas dos fariseus discípulos de João e fariseus fariseus fariseus e herodianos |
perdão dos pecados comer com pecadores prática do jejum observância do sábado cura em dia de sábado |
A solidariedade dos amigos consegue o perdão dos pecados para o paralítico. Jesus está de volta em Cafarnaum. Juntou muita gente na porta da casa. Ele acolhe a todos e começa a ensinar. Ensinar, falar de Deus, era o que Jesus mais fazia. Chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Eles não hesitam em subir no telhado e tirar as telhas. Deve ter sido uma casa pobre, barraco coberto de folhas. Eles descem o homem em frente a Jesus. Jesus, vendo a fé deles, diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralítico) fossem castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que tal pessoa ficava impura e tornava-se incapaz de aproximar-se de Deus. Por isso, os doentes, os pobres, os paralíticos, sentiam-se rejeitados por Deus! Mas Jesus não pensava assim. Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, ele declarou: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!” Com esta afirmação Jesus negou que a paralisia fosse um castigo pelo pecado do homem.
Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo da época. Não combinava com a ideia que eles tinham de Deus. Por isso, reagem e acusam Jesus: Ele blasfema! Para eles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar alguém perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudo, leigo, simples carpinteiro, podia declarar as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados? E havia ainda um outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles devem ter pensado: “Se for verdade o que esse Jesus está falando, nós vamos perder nosso poder! Vamos perder também nossa fonte de renda”.
Curando, Jesus prova que ele tem poder de perdoar os pecados. Jesus percebeu a crítica. Por isso, pergunta: O que é mais fácil dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou: ‘Levanta-te e anda!’? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se de fato o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos podem verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus disse ao paralítico: Levanta-te, toma teu leito e vá para casa! Curou o homem! Assim através de um milagre provou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.
A mensagem do milagre e a reação do povo. O paralítico se levanta, pega seu leito, começa a andar, e todos dizem: Nunca vimos coisa igual! Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1) As doenças das pessoas não são castigo pelos pecados. 2) Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava de impureza já não era empecilho para as pessoas se aproximarem de Deus. 3) O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus era diferente do rosto severo do Deus revelado pela atitude dos doutores.
Isto lembra a fala de um drogado que se recuperou e agora participa de uma comunidade em Curitiba, Brasil. Ele disse: “Fui criado na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que nós, os filhos, fôssemos como eles. A gente era obrigada a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, eles diziam: "Deus castiga!” Eu ia a contragosto, e quando fiquei adulto, fui deixando aos poucos. Eu não gostava do Deus dos meus pais. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, ficasse em cima de mim, menino da roça, ameaçando com castigo e inferno. Eu gostava mais do Deus do meu tio que não pisava na igreja mas que, todos os dias, sem falta, comprava o dobro de pão, de que ele mesmo precisava, para dar para os pobres!"
4) Para um confronto pessoal
1) Você gostou do Deus do tio ou do Deus dos pais daquele ex-drogado?
2) Qual o rosto de Deus que transparece para os outros através do meu comportamento?
5) Oração final
O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais nos contaram não ocultaremos a seus filhos; mas vamos contar à geração seguinte as glórias do SENHOR, o seu poder e os prodígios que operou. (Sl 77, 3-4)
Quinta-feira, 13 de janeiro-2022. 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM. ANO-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 40-45)
Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: "Se queres tens o poder de curar-me". 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: "Eu quero: fica curado!" 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!" 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Acolhendo e curando o leproso Jesus revela um novo rosto de Deus. Um leproso chegou perto de Jesus. Era um excluído, impuro. Devia viver afastado. Quem tocasse nele ficava impuro também! Mas aquele leproso teve muita coragem. Transgrediu as normas da religião para poder chegar perto de Jesus. Ele grita: Se queres, podes curar-me! Ou seja: “Não precisa tocar-me! Basta você querer para eu ficar curado!” A frase revela duas doenças: 1) a doença da lepra que o tornava impuro; 2) a doença da solidão a que era condenado pela sociedade e pela religião. Revela também a grande fé do homem no poder de Jesus. Profundamente compadecido, Jesus cura as duas doenças. Primeiro, para curar a solidão, toca no leproso. É como se dissesse: “Para mim, você não é um excluído. Eu te acolho como irmão!” Em seguida, cura a lepra dizendo: Quero! Seja curado! O leproso, para poder entrar em contato com Jesus, tinha transgredido as normas da lei. Da mesma forma, Jesus, para poder ajudar aquele excluído e, assim, revelar um rosto novo de Deus, transgride as normas da sua religião e toca no leproso. Naquele tempo, quem tocasse num leproso tornava-se um impuro perante as autoridades religiosas e perante a lei da época.
Reintegrar os excluídos na convivência fraterna. Jesus não só cura, mas também quer que a pessoa curada possa conviver novamente. Reintegra a pessoa na convivência. Naquele tempo, para um leproso ser novamente acolhido na comunidade, ele precisava ter um atestado de cura assinado por um sacerdote. É como hoje. O doente só sai do hospital com o documento assinado pelo médico. Jesus obrigou o leproso a buscar o documento, para que ele pudesse conviver normalmente. Obrigou as autoridades a reconhecer que o homem tinha sido curado.
O leproso anuncia o bem que Jesus fez a ele, e Jesus se torna um excluído. Jesus tinha proibido o leproso de falar sobre a cura. Mas não adiantou. O leproso, assim que partiu, começou a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade. Permanecia fora, em lugares desertos. Por que? É que Jesus tinha tocado no leproso. Por isso, na opinião pública daquele tempo, Jesus, ele mesmo, era agora um impuro e devia viver afastado de todos. Já não podia entrar nas cidades. Mas Marcos mostra que o povo pouco se importava com estas normas oficiais, pois de toda a parte vinham a ele! Subversão total!
Resumindo. Tanto nos anos 70, época em que Marcos escreve, como hoje, época em que nós vivemos, era e continua sendo importante ter diante de nós modelos de como viver e anunciar a Boa Nova de Deus e de como avaliar a nossa missão. Nos versículos 16 a 45 do primeiro capítulo do seu evangelho, Marcos descreve a missão da comunidade e apresenta oito critérios para as comunidades do seu tempo poderem avaliar a sua missão. Eis o esquema:
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TEXTO |
ATIVIDADE DE JESUS |
OBJETIVO DA MISSÃO |
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1. Marcos 1,16-20 |
Jesus chama os primeiros discípulos |
formar comunidade |
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2. Marcos 1,21-22 |
o povo fica admirado com o ensino |
criar consciência crítica |
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3. Marcos 1,23-28 |
Jesus expulsa um demônio |
combater o poder do mal |
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4. Marcos 1,29-31 |
a cura da sogra de Pedro |
restaurar a vida para o serviço |
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5. Marcos 1,32-34 |
a cura de doentes e endemoninhados |
acolher os marginalizados |
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6. Marcos 1,35 |
Jesus levanta cedo para rezar |
ficar unido ao Pai |
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7. Marcos 1,36-39 |
Jesus segue em frente no anúncio |
não se fechar nos resultados |
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8. Marcos 1,40-45 |
a cura um leproso |
reintegrar os excluídos |
4) Para um confronto pessoal
1) Anunciar a Boa Nova é dar testemunho da experiência concreta que se tem de Jesus. O leproso, o que ele anuncia? Ele conta aos outros o bem que Jesus lhe fez. Só isso! Tudo isso! E é este testemunho que leva os outros a aceitar a Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe. Qual o testemunho que você dá?
2) Para levar a Boa Nova de Deus ao povo, não se deve ter medo de transgredir normas religiosas que são contrárias ao projeto de Deus e que dificultam a comunicação, o diálogo e a vivência do amor. Mesmo que isto traga dificuldades para a gente, como trouxe para Jesus. Já tive esta coragem?
5) Oração final
Vinde, prostrados adoremos, de joelhos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós o povo sob seu governo, o rebanho que ele conduz. (Sl 94, 6-7)
Vaticano vai impor restrições a não vacinados e uso de máscaras PFF2
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O Vaticano determinou o uso obrigatório de máscaras PFF2 em todos os ambientes fechados e vai impor restrições para funcionários e visitantes que não estejam vacinados contra a Covid-19 ou recém-curados.
As novas regras estão em uma normativa assinada em 5 de janeiro pelo presidente do Governo da Cidade-Estado, arcebispo Fernando Vérgez Alzaga, e por sua secretária-geral, irmã Raffaella Petrini.
Uma das mudanças é a obrigatoriedade de uso de máscaras PFF2, as mais seguras contra o novo coronavírus, em “todos os lugares fechados”.
Além disso, o país suspendeu viagens de trabalho e estendeu a exigência do “passe verde reforçado” para todos os visitantes dos Museus e dos Jardins Vaticanos e participantes de congressos.
Esse certificado sanitário é obtido apenas por pessoas que tenham se curado da Covid há menos de seis meses ou que já estejam vacinadas. A partir de 31 de janeiro, todos os funcionários do Vaticano também terão de apresentar o “passe verde reforçado”.
Segundo a normativa, colaboradores sem esse certificado “não poderão acessar o local de trabalho e serão considerados faltosos sem justificativa”, com a consequente suspensão do salário durante o período de ausência. Caso essa situação se prolongue, o funcionário ficará sujeito a sanções disciplinares.
Com isso, o Vaticano não permitirá mais a entrada de colaboradores não vacinados que apresentem teste negativo para Covid. Até 31 de janeiro, pessoas ainda não imunizadas que tiverem contato com caso positivo só poderão voltar ao trabalho após 10 dias de isolamento, mediante exame negativo.
Caso esteja vacinado com duas doses há mais de quatro meses, o indivíduo terá de cumprir quarentena de cinco dias, da qual também só sairá com teste negativo. Já os imunizados com duas doses há menos de 120 dias ou com o reforço poderão voltar ao trabalho mediante uso de máscara PFF2 em ambientes fechados e abertos. Fonte: https://terrabrasilnoticias.com
Quarta-feira, 12 de janeiro-2022. 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM. ANO-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 29-39)
Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. 30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
32À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37Quando o encontraram, disseram: "Todos estão te procurando". 38Jesus respondeu: "Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim". 39E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.
- Palavra da Salvação.
3) Reflexão
Jesus restaura a vida para o serviço. Depois de participar da celebração do sábado na sinagoga, Jesus entrou na casa de Pedro e curou a sogra dele. A cura fez com ela se colocasse de pé e, com a saúde e a dignidade recuperadas, começasse a servir as pessoas. Jesus não só cura a pessoa, mas cura para que a pessoa se coloque a serviço da vida.
Jesus acolhe os marginalizados. Ao cair da tarde, terminado o sábado na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Os doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos, e reintegrá-los na convivência da comunidade.
Permanecer unido ao Pai pela oração. Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Mt 14,22-23; Mc 1,35; Lc 5,15-16; 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.
Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado já obtido. Jesus se tornou conhecido. Todos iam atrás dele. Esta publicidade agradou aos discípulos. Eles vão em busca de Jesus para levá-lo de volta junto do povo que o procurava, e lhe dizem: Todos te procuram. Pensavam que Jesus fosse atender ao convite. Engano deles! Jesus não atendeu e disse: Vamos para outros lugares. Foi para isto que eu vim! Eles devem ter estranhado! Jesus não era como eles o imaginavam. Jesus tem uma consciência muito clara da sua missão e quer transmiti-la aos discípulos. Não quer que eles se fechem no resultado já obtido. Não devem olhar para trás. Como Jesus, devem manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que deve orientá-los na tomada das decisões.
Foi para isto que eu vim! Este foi o primeiro mal-entendido entre Jesus e os discípulos. Por ora, é apenas uma pequena divergência. Mais adiante no evangelho de Marcos, este mal-entendido, apesar das muitas advertências de Jesus, vai crescer e chegar a uma quase ruptura entre Jesus e os discípulos (cf. Mc 8,14-21.32-33; 9,32;14,27). Hoje também existem mal-entendidos sobre o rumo do anúncio da Boa Nova. Marcos ajuda a prestar atenção nas divergências, para não permitir que elas cresçam até à ruptura.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus não veio para ser servido mas para servir. A sogra de Pedro começou a servir. E eu, faço da minha vida um serviço a Deus e aos irmãos e às irmãs?
2) Jesus mantinha a consciência da sua missão através da oração. E a minha oração?
5) Oração final
Povos todos, louvai o SENHOR, nações todas, dai-lhe glória; porque forte é seu amor para conosco e a fidelidade do SENHOR dura para sempre. (Sl 116)
O BATISMO DO SENHOR ILUMINA O NOSSO BATISMO
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Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)
A Igreja festeja o batismo do Senhor Jesus, marcando o início de sua missão de Salvador da humanidade e anúncio do Reino de Deus. Este batismo ilumina também o nosso batismo, pois ele nos torna filhos e filhas de Deus Uno e Trino. Jesus disse para os seus discípulos para irem ao mundo, fazerem discípulos seus com o compromisso de realizarem o batismo em nome de Deus Uno e Trino (Mt 28,20). Nós somos chamados a viver o nosso batismo que é a porta de entrada na vida eclesial e de todos os sacramentos.
Na preparação ao Messias que deveria vir, João batizava com água o povo, mas ele mesmo disse que viria aquele que é mais forte do que ele, do qual ele não era digno de desamarrar a correia de suas sandálias (Jo 1,27). Quando Jesus foi batizado por João o Espírito Santo desceu nele em forma de pomba e a voz do céu que lhe disse que Jesus é o seu Filho amado, na qual o Pai põe o seu bem-querer (Lc 3,15-16; 21-22). O batismo de Jesus ajuda-nos a viver a nosso batismo.
O significado de batismo.
O batismo vem da palavra grega Baptismós e do latim eclesiástico Baptismus cujo significado é imersão. É o primeiro dos setes sacramentos na Igreja católica e é reconhecido como tal nas outras confissões cristãs1. Ele estava presente nos diversos grupos religioso no tempo de Jesus para a aceitação dos prosélitos, de seus iniciantes. O batismo era visto como a possibilidade de uma vida nova com Deus e com a comunidade. Na Igreja antiga era a prática sacramental na qual o catecúmeno rompia com o pecado e com as seduções do mal, do demônio e entrava numa nova relação, através da fé, com Deus Uno e Trino, e ficando agregado ao povo da nova aliança2.
Vejamos a seguir como ele foi percebido nos padres da Igreja.
A instituição do catecumenato
A partir dos séculos II e III o catecumenato com São Justino de Roma, Tertuliano em Cartago e Orígenes em Alexandria tornou-se um caminho essencial, obrigatório para a recepção das pessoas ao batismo, e também à crisma e à eucaristia, colocando a seriedade com que se levavam em conta os fieis que queriam tornar-se cristãs. A pessoa era preparada para ter uma vida de compromisso com Deus, com a comunidade e com o mundo, no seguimento de Jesus Cristo e à sua Igreja. Tudo isso comportava uma conversão radical dentro de uma comunidade que tinha o seu olhar e para além, os céus3.
O batismo na Igreja antiga.
Pseudo Dionísio o aeropagita, autor cristão dos séculos IV e V, falou do batismo na Igreja antiga. As pessoas buscavam a participação na comunidade de modo a unir-se aos iniciados, aqueles que seriam batizados para serem apresentados ao bispo prometendo de seguir todas as disposições na vida com o Senhor, com a comunidade e também de serem acompanhados pelo padrinho, madrinha. Aquele cristão desejava santamente à salvação, sabendo também de suas limitações e pecados, mas o batismo lhes dava a purificação. Todos se reuniam ao redor da água para receberem o sacramento do batismo. O bispo advertia a todos a conversão de vida para seguir o caminho do bem e do amor. O fiel renunciava a Satanás e a todas as suas obras, a desunião por três vezes e depois ele fazia a sua profissão de fé no mistério de Deus Uno e Trino. Em seguida o sacerdote o emergia por três vezes na fonte batismal invocando as três pessoas da Santíssima Trindade. Em seguida ele era vestido com um hábito apropriado, e era conduzido ao bispo que o assinava com o óleo do crisma e o declarava digno de participar da santíssima eucaristia4.
A santa fonte do divino batismo.
São Cirilo de Jerusalém, bispo, século IV, afirmou que os catecúmenos eram conduzidos à santa fonte do divino batismo como foi para Cristo, descido da cruz, colocado diante do sepulcro. Os catecúmenos eram interrogados se eles criam no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo? Eles professavam a fé salutar e eram mergulhados por três vezes na água, e três vezes saiam de modo que eles significaram pela imagem e pelo símbolo a sepultura de Cristo por três dias. O bispo também ressaltou que na imersão qual noite, nada viam, mas pela emersão eles se encontravam como em pleno dia de modo que no mesmo momento eles morreram e nasceram, porque a mesma água abençoada foi para eles sepulcro e mãe. Assim o batismo apaga os pecados, confere o dom do Espírito Santo e é a expressão da paixão de Cristo e ressurreição com o Senhor5.
Batizados em Cristo.
Ainda em São Cirilo de Jerusalém, o bispo afirmou que os fieis batizados em Cristo e revestidos dele, tornaram-se conforme ao Filho de Deus. O Senhor Deus que nos predestinou à adoção, tornou-nos semelhantes ao corpo glorioso do Cristo. Ele dizia aos batizados que eles se tornaram cristos, ungidos porque receberam o símbolo que é o penhor do Espírito Santo, e, pois sendo dado neles, tornavam-se imagens de Cristo. Jesus, quando recebeu o batismo, foi ungido pelo Espírito Santo de modo que o semelhante pousou sobre o semelhante. De uma forma semelhante, afirmou São Cirilo, às pessoas que receberam o banho das sagradas fontes, foi dado o crisma, símbolo e penhor da qual foi ungido Cristo6.
A morte ao pecado.
Santo Agostinho disse que o batismo faz o fiel morto ao pecado. Cristo Jesus venceu o pecado, assumindo a realidade humana. Não tendo pecado, ele quis selar com a sua ressurreição a nossa vida nova, ressuscitando da morte antiga pela qual estávamos mortos ao pecado. É esta a grande virtude do sacramento do batismo que se celebra entre nós porque a todos quantos participam a tal graça morrem ao pecado, porque Cristo vencendo ao pecado deu caminho novo aos que recebem o batismo7.
O domingo do batismo do Senhor nos ajude a refletir e praticar no sacramento que nós recebemos como graça, responsabilidade e ele nos fortaleça na prática das boas obras em favor do dom de Deus derramado em nossas vidas. Nós somos chamados a renunciar ao demônio, as suas obras, seduções e a todas as formas de desunião na vida da família, na comunidade e na sociedade e também a professar a nossa fé no Deus Uno e Trino e as verdades últimas para um dia participar da vida eterna com Deus. O batismo nos impulsione à vida comunitária e com o Senhor. Fonte: https://www.cnbb.org.br
FESTA DO BATISMO DO SENHOR
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Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Tu és meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. (Lc 3,22)
Celebramos neste domingo, dia 9 de janeiro, a festa do Batismo do Senhor, que marca o encerramento do tempo do Natal. Na segunda-feira, após o domingo do Batismo, inicia-se a primeira semana do Tempo Comum na parte que vai do Natal à quaresma.
A partir do batismo, manifestação de sua missão e no auge dos seus 30 anos, Jesus inicia a sua vida pública, por isso na segunda-feira, sabiamente, a Igreja inicia o Tempo Comum, que retrata a vida pública de Jesus. O Tempo Comum terá uma segunda parte (maior) no tempo depois de Pentecostes.
Jesus é batizado por João Batista. O próprio autor do batismo se deixa batizar. João pregava um batismo de conversão, preparando o coração das pessoas para a chegada do tempo messiânico, que viria com a chegada do Messias. Algumas pessoas achavam que João fosse o Messias, mas ele mesmo dizia que não era, mas estava preparando o caminho para a chegada do Messias.
Ao ser batizado, desce sobre Jesus o poder do Espírito Santo e movido por esse mesmo Espírito, Ele inicia a sua vida pública. João pregava um batismo de conversão, batizava somente com a água. O batismo de Jesus é um batismo diferente, pois não é somente com a água, mas com a água e o Espírito Santo. Após a celebração deste domingo é costume desmontar os enfeites natalinos em nossos lares e em nossas Igrejas, guardá-los e usá-los novamente no ano seguinte.
A celebração deste domingo serve, ainda, para recordarmos da data do nosso batismo. É uma data que deve ser recordada, assim como a do nosso aniversário natalício, pois a partir do batismo, nascemos novamente para Deus e somos chamados a viver uma vida nova, longe do pecado. Por isso, é importante guardarmos o certificado de batismo e cuidar dele para que não estrague e sempre guardar com carinho essa data.
Em geral o ato penitencial da missa do Batismo do Senhor é o rito de aspersão da água, pois através das águas do batismo morremos para o pecado e ressurgimos para uma vida nova. A liturgia da Palavra gira em torno do significado do batismo e da revelação do Espírito Santo, que ilumina a vida de todo batizado.
Na primeira leitura da missa (Is 42, 1-4 6.7) o profeta fala sobre o eleito de Deus, no qual Deus concede o Espírito Santo para pregar o reino de Deus, curar as pessoas e perdoar os pecados. Esse eleito de Deus promulgará o julgamento das nações. Esse eleito de Deus anunciará a verdade e a justiça e defenderá aqueles que são injustiçados. Da mesma forma, quando somos batizados, nos tornamos os eleitos de Deus e chamados a anunciar a verdade do seu reino.
O Salmo Responsorial é o 28 (29). Pedimos nesse salmo que o Senhor abençoe com a paz o seu povo. O povo de Deus somos todos nós, batizados e batizadas, somos convidados a dar “Glória” a Deus e pedir que Ele abençoe com a Sua paz todos nós.
Na segunda leitura (At 10, 34 -38) Pedro toma a palavra e diz que Deus não faz distinção de pessoas, mas Ele acolhe todo aquele que pratica a justiça e caridade, independente da nação ao qual pertença. Deus, primeiramente, escolhe Israel como seu povo e faz aliança com eles. Mas a salvação que Deus concederá não será somente ao povo de Israel, mas para todos aqueles que se voltam para Ele de coração sincero. Essa salvação de Deus foi pregada, principalmente, por Jesus Cristo.
No Evangelho de hoje (Lc 3, 15 – 16. 21 – 22) lemos que o povo estava na expectativa e perguntavam em seu íntimo se João Batista seria o Messias. João declara a todos que não é o Messias. Ele explica que ele batizava com água, ou seja, era um batismo que visava a conversão dos pecadores e preparava o povo para a vinda do Messias.
João explica que viria aquele que é mais forte que ele, e batizaria com a água, o Espírito e o fogo. Isso daria força para as pessoas anunciarem o reino de Deus. Enquanto o povo era batizado, o próprio Jesus recebeu o batismo. Enquanto rezava e era batizado, desceu do céu o Espírito Santo sobre ele, em forma visível como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. Após esse fato, Jesus movido pelo Espírito Santo vai ao deserto e sofre as tentações e inicia a sua vida pública.
Participemos com alegria da missa da festa do Batismo do Senhor, encerrando o tempo santo do Natal. Recordemos da data do nosso batismo e guardemos com carinho essa data e sejamos sacerdotes, profetas e reis no mundo de hoje, que é o que somos chamados a ser a partir do nosso batismo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
MARIA, MÃE DE DEUS E A PAZ
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Dom Vital Corbellini- Bispo de Marabá (PA)
No início de cada ano, a liturgia coloca-nos a benção de Deus, para que ao longo do ano e em nossa vida, tudo ocorra conforme a vontade de Deus (cfr. Nm 6,24-26). É também ocasião para que a Igreja festeje Maria, como Mãe de Deus e também a graça e a responsabilidade humana para a construção da paz. Cristo é a paz (cfr. Ef 2,14), é o Príncipe da Paz (cfr. Is 9,5). Para o dia mundial da paz, ano de 2022, o Papa Francisco adverte à humanidade e a todos nós a necessidade da paz, ressaltando a educação, trabalho, diálogo entre as gerações: instrumentos para a construção de uma paz duradoura. Ele colocou a necessidade de que se aumentem os orçamentos à educação e à saúde e haja a diminuição dos orçamentos militares, com as armas, para que a paz ocorra em todas as nações e povos. Vamos construir um mundo diferente pelo reinado da paz e do amor.
Theotókos
Maria disse sim ao plano do Senhor para a salvação da humanidade. Maria sendo percebida com o título de Mãe de Deus, aquela que gerou na carne o Filho de Deus, esta doutrina teve a sua origem na escola de Alexandria. A partir do século IV em diante este título foi bastante usado pelos padres da Igreja, diante das polêmicas de Nestório, que preferia o Christotókos, Maria como aquela que gerou o Cristo, houve a sua definição no Concílio de Éfeso, 431. O fato foi que em Maria não se aludiu a ela um título de deusa, mas como aquela criatura, preservada do pecado original pelo Senhor, a qual colaborou com o plano de Deus na redenção da humanidade[1]. A seguir nós veremos como os padres da Igreja elaboraram uma doutrina a respeito de Maria, com o título de Mãe de Deus.
Na humanidade, Cristo Jesus nasceu da Virgem Maria
São Vicente de Lérins, escritor eclesiástico da Gália, França, século V, afirmou que a unidade da pessoa de Cristo se constituiu e se aperfeiçoou não após o parto da Virgem, mas no mesmo útero virginal e que Ele é um com o Pai e um com a Mãe. Nele Deus se uniu ao ser humano e é de unidade pessoal não após o batismo, a ressurreição ou na sua ascensão, mas sim na mãe, no útero, no momento mesmo da concepção virginal. Por esta unidade na pessoa do Senhor se dá a propriedade de Deus ao ser humano e as propriedades da carne se atribuem a Deus. Desta forma o Verbo de Deus nasceu da Virgem Maria. Por isso devemos professar que Maria pela graça de Deus, é Mãe de Deus, pelo dom do nosso Senhor Deus, que é o seu Filho, Jesus Cristo[2].
Hino à mãe de Deus e a paz
Rábula de Edessa, bispo na Síria, século V, compôs um hino à Virgem Maria como mãe de Deus. Ela é santa, mas Maria é também tesouro maravilhoso e esplêndido, dado a todo o mundo, luz irradiante do Incompreensível, templo puro do Criador de todas as coisas. Através dela foi anunciado Aquele que tirou os pecados do mundo e os redimiu. Fortalece a nossa fé e doa a paz para o mundo inteiro. O bispo teve presente que os fieis supliquem à Maria para que a nossa maldade não leve para a ruína e Maria volta-se ao seu povo, enquanto ela reza ao seu Unigênito, o Filho saído dela, para que tenha piedade de todos os fiéis, pela sua santa oração[3].
Eva e a Virgem Maria
São Justino de Roma, padre da Igreja, século II, teve presentes às duas mulheres em relação com o Senhor Deus. Se Eva enquanto era ainda virgem e incorrupta, tendo concebido a palavra que a serpente lhe disse, deu à luz a desobediência e a morte, a virgem Maria concebeu fé e alegria, quando o anjo Gabriel lhe comunicou que o Espírito Santo viria sobre ela e a força do Altíssimo a cobriria com sua sombra, de modo que o santo que nasceu será o Filho de Deus (cfr. Lc 1,35). Por isso ela respondeu à proposta do Senhor de uma forma positiva colocando-se a disposição de sua palavra (cfr. Lc 1,38)[4].
Maria, a segunda Eva
Santo Ireneu de Lyon, bispo, séculos II e III afirmou que Maria é a segunda Eva, a sua advogada, porque enquanto a primeira Eva deixou-se seduzir de modo a desobedecer a Deus, a segunda deixou-se persuadir a obedecer a Deus, para que, da virgem Eva, a Virgem Maria se tornasse advogada. Se o gênero humano submeteu-se à morte por uma virgem, ele libertou-se dela por uma outra virgem, porque a desobediência de uma virgem foi contrabalançada pela obediência de uma outra virgem. O pecado do primeiro ser humano foi curado pela correção de conduta do Primogênito[5].
Ainda em Santo Ireneu encontra-se o dado que Maria contribuiu para a salvação vinda ao mundo com Jesus Cristo. Se pela desobediência de Eva tornou-se para si e para todo o gênero humano causa da morte, Maria, pela sua obediência se tornou para si e para todo o gênero humano, causa de salvação[6].
O Verbo veio ao mundo pelo seio de Maria
Santo Atanásio, bispo de Alexandria, século IV disse que o Senhor assumiu um corpo semelhante ao nosso de modo que Maria entrou presente neste mistério. Foi dela que o Verbo assumiu aquele corpo, que se ofereceu pelos seres humanos. A Sagrada escritura teve presentes que no nascimento do Senhor, o menino foi envolto em panos (Lc 2,7). Ele é o Filho de Deus na carne, de modo o anjo Gabriel disse para Maria que o Santo que nascer dela, será Filho de Deus (Lc 1,35). Desta forma o Verbo de Deus, recebendo nossa natureza humana e oferecendo-se em sacrifício, assumiu-a em sua totalidade, para que a humanidade fosse revestida da sua natureza divina[7].
Maternidade divina de Maria
São Cirilo de Alexandria, bispo, séculos IV e V afirmou contra Nestório, bispo de Constantinopla, a maternidade divina de Maria. Para ele causava admiração que alguns duvidassem em dar à Virgem Santíssima, o título de Mãe de Deus. De fato, se nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que motivo não pode ser chamada de Mãe de Deus a Virgem que o gerou? O bispo de Alexandria lembrou que Santo Atanásio, também escreveu que a Virgem recebeu o titulo de Mãe de Deus. Desta forma, o Emanuel, Deus-conosco, possui duas realidades isto é, a divindade e a humanidade, sendo um só Senhor Jesus Cristo, único e verdadeiro Filho natureza, e ao mesmo tempo, Deus e homem[8].
Maria gerou o Senhor
Santo Agostinho bispo de Hipona, séculos IV e V também teve presente Maria com o título de Mãe de Deus. O bispo defendeu a expressão que Maria deu ao nascimento o Senhor na natureza humana. O Senhor do céu e da terra nasceu de Maria. Ele também disse que Deus nasceu de uma mulher na realidade humana[9].
Maria recebeu o título de Mãe de Deus. Ela gerou na carne o Filho de Deus, de modo que a ela lhe é dado este título. Como disse São Cirilo de Alexandria, o fato de que o Filho de Deus é também Filho de Maria, gerado por ela pela realidade humana, Maria leva este titulo. A sua comemoração é dada no inicio do ano. Ela leve os nossos pedidos ao seu Filho Jesus Cristo. A Paz esteja presente em nossas relações e o mundo se preocupe com a paz, construindo educação, trabalho, diálogo, como nos fala o Papa Francisco de modo que haja mais investimentos na educação, na paz e menos em armas, as quais destroem vidas. Nós devemos lutar pela vida, porque Deus é paz, é vida, é amor.
[1] Cfr. E. Peretto. Theotokos. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, diretto da Angelo Di Berardino, P-Z. Marietti, Genova, 2008, pg. 5346.
[2] Cfr. Vincenzo di Lérins. Commonitorio, 15. In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pgs. 159-160.
[3] Cfr. Rabbula di Edessa. Inni liturgici, 1-4. In: Idem, pg. 163.
[4] Cfr. Justino de Roma. Diálogo com Trifão, 100,5. Paulus, São Paulo, 1995, pg. 265.
[5] Cfr. Ireneu de Lião. Livro V,19,1. Paulus, São Paulo, 1995, pg. 569.
[6] Cfr. Idem. Livro III, 22,4, pg. 352.
[7] Cfr. Das Cartas de Santo Atanásio, bispo. In: Liturgia das horas, I. Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave-Maria, 1999, Aparecida, SP, 1999, pgs. 435-436.
[8] Cfr. Das Cartas de São Cirilo de Alexandria, bispo. In: Idem, III, pgs. 1381-1382.
[9] Cfr. Sant´Agostino. Serm. 51,12,20; De Trin. 8,5,7. Maria “Dignitas terrae,. Introduzione e note a cura di Agostino Trapè, revisione a cura di Oreste Campagna. Nuova Biblioteca Agostiniana, Città Nuova Editrice, Roma, 1995, pg. 32. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Domingo 26: Sagrada Família....
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SAGRADA FAMÍLIA... Neste domingo 26, já começamos com um Batismo aqui na Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. MISSAS: 16h no Capim e 17h 30min no Pau-D`Arco. Esperamos vc!
22 de dezembro. Evangelho do dia, com Frei Carlos Mesters, O. Carm.
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1) Oração
Deus de misericórdia, vendo o homem entregue à morte, quisestes salvá-lo pela vinda do vosso Filho; fazei que, ao proclamar humildemente o mistério da encarnação, entremos em comunhão com o Redentor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 1, 46-56)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 46Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre. 56Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
3) Reflexão
O cântico de Maria era um dos cânticos das comunidades dos primeiros cristãos. Ele revela o nível de consciência e a firmeza da fé que as animava por dentro. Cantado nas Comunidades, este cântico de Maria ensina como rezar e cantar.
Lucas 1,46-50: Maria começa proclamando a mudança que aconteceu em sua própria vida sob o olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isso, ela canta feliz: "Exulto de alegria em Deus, meu Salvador".
Lucas 1,51-53: Em seguida ela canta a fidelidade de Deus para com seu povo e proclama a mudança que o braço do Senhor estava realizando a favor dos pobres e famintos. A expressão "braço de Deus" lembra a libertação do Êxodo. É esta força salvadora e libertadora de Javé que faz acontecer as mudanças: ela dispersa os orgulhosos (Lc 1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (Lc 1,52), manda os ricos embora sem nada e aos famintos enche de bens (Lc 1,53).
Lucas 1,54-55: No fim, Maria lembra que tudo isto é expressão da misericórdia de Deus para com o seu povo e expressão da sua fidelidade às promessas feitas a Abraão. A Boa Nova veio não como recompensa pela observância da Lei, mas como expressão da bondade e da fidelidade de Deus às suas promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.
4) Para um confronto pessoal
1) Os cânticos são o termômetro da vida das comunidades. Revelam o grau de consciência e de compromisso. Examine os cânticos da sua comunidade.
2) Analise a consciência social que transparece no cântico de Maria. No século XX depois de Cristo este canto foi censurado como subversivo pelos militares de um país na América Latina.
5) Oração final
Levanta do pó o necessitado e do monturo ergue o indigente: dá-lhe assento entre os príncipes, destina-lhe um trono de glória. (1Sam 2, 8)
3º Domingo do Advento: A Alegria vem do Senhor
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“ALEGRAI-VOS NO SENHOR”(FL 4,4)
Dom Adimir Antonio Mazali,
Bispo de Erexim (RS)
Prezados irmãos e irmãs que acompanham Voz da Diocese, nossa saudação e nossa estima com as palavras de São Paulo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos” (Fl 4,4). Celebramos a liturgia do 3º Domingo do Advento e este nos convida à alegria pela proximidade da chegada do Senhor. Mas não é uma alegria qualquer e nem nos acomoda, ela é dinâmica e nos move a apressar a preparação para o natal, pois, “O Senhor está próximo” (Fl 4, 5b).
O Profeta Sofonias, na primeira leitura recorda ao povo de Israel que Deus retirou a condenação prometida por causa de seus pecados e convido-o a buscar a reconciliação com Deus. Ele também centra sua palavra no incentivo à alegria que resulta da presença de Deus em seu meio. “Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! […} O Senhor, teu Deus, está no meio de ti”. (Sf. 3,14b.17).
Na mesma tonalidade, o Salmista, embasado no texto de Isaías convida o povo a reconhecer e alegrar-se pela presença Deus, dizendo: “Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel”! (cf. Is 12)
São Paulo aos Filipenses ao dizer que o Senhor está próximo, exorta à confiança na sua presença e a depositar junto a Ele, toda a vida, sejam “orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças” (Fl 4,6). Com isso, o Senhor lhe concederá a paz a seus corações. Convida também a serem bondosos e alegres na presença do Senhor.
Toda esta realidade nos estimula a compreender que não estamos sozinhos e nos remete novamente, neste tempo do advento, ao Deus que veio, o recordado no mistério de sua encarnação; ao Deus que vem, como presença permanente em nosso meio; e o sentido escatológico do Deus que virá no fim dos tempos.
Retomando a figura de João Batista como o precursor, São Lucas, no Evangelho apresenta a proposta de conversão indicada por ele que responde a pergunta da multidão: “O que devemos fazer?” João Batista estimula a atitudes concretas àqueles que querem acolher verdadeiramente a chegada do Messias. “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo; não cobrar mais do que o estabelecido; não fazer falsas acusações” (cf. Lc 3,10-14). Desta forma, se realiza o projeto de justiça querido por Deus.
Caríssimos irmãos e irmãs. Ainda é tempo de preparar-se de forma ativa e efetiva, mudando os comportamentos e atitudes que refletem a sinceridade do coração em tornar-se a manjedoura do presépio verdadeiro onde Jesus quer nascer. É em nossa vida, em nosso coração que ele quer fazer morada. É em nossa família que ele quer ser acolhido e amado. Com isso, vivemos ainda a indicação da Campanha da Evangelização que nos envia: “Ide, sem medo, para servir!”.
Que a proximidade do Natal nos contagie e renove em nós a esperança, a solidariedade e o amor em todos os nossos relacionamentos. “Alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito, alegrai-vos!” (Fl 4,4). Deus abençoe a todos. Fonte: https://www.cnbb.org.br
IMACULADA CONCEIÇÃO: A SANTIDADE NA ESPERA DO NATAL!
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Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Na Solenidade da Imaculada Conceição somos convidados a equacionar o tipo de resposta que damos aos desafios de Deus. Ao propor-nos o exemplo de Maria de Nazaré, a liturgia convida-nos a acolher, com um coração aberto e disponível, os planos de Deus para nós e para o mundo. Neste dia bendito, com esta solenidade, respira-se a proteção divina e a sua promessa. A presença de Deus na história da humanidade é uma presença de cuidado maternal.
Desde o século XI esta Solenidade se insere no contexto do Advento-Natal, unindo a espera messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Nesse sentido, este período litúrgico deve ser considerado tempo particularmente oportuno para o culto da Mãe do Senhor. Recomendo, vivamente, a récita diária do Santo Rosário, a récita da Ladainha de Nossa Senhora e a devoção mariana mais acurada, considerando que Maria é toda Santa, isenta de toda mancha de pecado, pelo Espírito Santo como que plasmada e feita nova criativa(LG, n 56).
A segunda leitura(Ef 1,3-6.11-12) garante-nos que Deus tem um projeto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projeto que desde sempre esteve na mente do próprio Deus. Esse projeto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.
A primeira leitura(Gn 3,9-15.20) mostra (recorrendo à história mítica de Adão e Eva) o que acontece quando rejeitamos as propostas de Deus e preferimos caminhos de egoísmo, de orgulho e de auto-suficiência… Viver à margem de Deus leva, inevitavelmente, a trilhar caminhos de sofrimento, de destruição, de infelicidade e de morte. O jardim do Gênesis é um grande indicativo da realidade que respira a proteção divina e a sua promessa, ao colcoar homem e mulher na esfera do divino, o ser humano é convidado ao patamar mais alto; é elevado. Essa elevação, no entanto, é mantida pela coerência de fé, pelo desejo de estar unido ao Criador. Na falta dessa dimensão, acontece o afastamento. A memória dos primeiros pais, no Gênesis, é uma memória do afastamento. Ainda, assim, o que se verifica é o cuidado de Deus. A ambos protege, a ambos assegura a sua presença.
O Evangelho(Lc 1,26-38) apresenta a resposta de Maria ao plano de Deus. Ao contrário de Adão e Eva, Maria rejeitou o orgulho, o egoísmo e a auto-suficiência e preferiu conformar a sua vida, de forma total e radical, com os planos de Deus. Do seu “sim” total, resultou salvação e vida plena para ela e para o mundo. São Lucas nos traz hoje uma pérola das suas páginas. Esse canto magnífico soa aos nossos ouvidos neste Tempo do Advento e as riquezas de cada palavra são como pingos de ouro para a nossa vida cristã: o Senhor vem até uma jovem, dialoga com ela, escuta suas dúvidas e a aconselha com mansidão. Ao final, seu “sim” repercute, elevando aos céus um novo louvor de ação de graças. Maria é convidada a “alegrar-se”; a “não ter medo”; a saber que “encontrou graça diante de Deus”. Esses são os presentes maravilhosos que Ela nos entregará em seu sim e na fiel perseverança desse sim.
Imaculada Conceição: a santidade na espera do Natal! Maria é a Virgem que conceberá e dará a luz a um filho cujo nome será Emanuel. Com esta brilhante celebração no meio do tempo do Advento, tempo marcado de doce esperança cristã, louvemos a gravidez da Virgem Santa e peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a seguir seu filho na mesma alegria que o anjo cantou: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”. Como o Senhor esteve e está sempre com Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, peçamos que esteja sempre conosco para trilharmos o caminho da santidade para bem viver as alegrias do Natal. Fonte: https://www.cnbb.org.br
IMACULADA CONCEIÇÃO
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Celebramos no dia 8 de dezembro uma das festas mais bonitas e populares da Virgem Maria: a Imaculada Conceição. Maria não só não cometeu pecado algum, mas foi preservada até da herança comum do gênero humano que é o pecado original. E isto devido à missão para a qual Deus a destinou desde o início: ser a Mãe do Redentor. Tudo isto está contido na verdade da fé da Imaculada Conceição. O fundamento bíblico deste dogma encontra-se nas palavras que o Anjo dirigiu à jovem de Nazaré: “Alegra-te, cheia de Graça, o Senhor está contigo!” (Lc1, 28).
Caminhando para o Natal, somos convidados a olhar para Maria, a IMACULADA, e reconhecer nela o modelo de como acolher Jesus, que está chegando. No caminho do Advento brilha a estrela de Maria, “sinal certo de esperança e de conforto” (Lumen Gentium, 68). Para chegar a Jesus, luz verdadeira, sol que dissipou todas as trevas da história, precisamos de luzes próximas de nós, pessoas humanas que reflitam a luz de Cristo e iluminam assim o caminho a percorrer. E qual pessoa é mais luminosa do que Maria? Quem pode ser para nós estrela de esperança, melhor do que ela, aurora que anunciou o dia da salvação?” (Encíclica Spe Salvi, 49).
Por isso, a liturgia nos faz celebrar, na proximidade do Natal, a festa solene da Imaculada Conceição de Maria: o Mistério da Graça de Deus que envolveu desde o primeiro momento da sua existência a criatura destinada a tornar-se a Mãe do Redentor, preservando-a do contágio do pecado original. Olhando para ela, nós reconhecemos a altura e a beleza do projeto de Deus para cada homem: tornar-se santos e imaculados no amor (Ef 1, 4), à imagem do nosso Criador.
Que dom grandioso ter como Mãe, Maria Imaculada! Uma Mãe resplandecente de beleza, transparente ao amor de Deus: a Mulher predestinada para ser a Mãe do Redentor, Mãe d’Aquele que se humilhou até ao extremo para nos reconduzir à nossa originária dignidade. Esta Mulher, aos olhos de Deus, desde sempre tem um rosto e um nome: “cheia de Graça” (Lc 1, 28), como foi chamada pelo Anjo que a visitou em Nazaré.
É a nova Eva, esposa do novo Adão, destinada a ser mãe de todos os remidos. Assim escrevia Santo André de Creta: “A Theotókos Maria, o refúgio comum de todos os cristãos, foi a primeira a ser libertada da primitiva queda dos nossos progenitores” (Homilia IV sobre a Natividade, 97, 880). E a liturgia de hoje afirma que Deus “preparou uma digna morada para o seu Filho e, em previsão de sua Morte, preservou-a de toda a mancha de pecado” (Oração da Coleta).
Dizer que Maria é Imaculada, significa que ela, desde o primeiro instante de sua existência — no momento de sua concepção —, foi isenta do pecado original. Ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II: “A Mãe de Jesus, dando à luz do mundo a própria Vida que tudo renova… foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão… enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição, com os esplendores de uma santidade singular” (LG 56). A saudação do Arcanjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28), constitui o mais válido testemunho da conceição imaculada de Maria, pois não seria “cheia de graça”, em sentido pleno, se o pecado a tivesse manchado, ainda que fosse por um instante apenas.
A Igreja reza e ensina: “Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo…”. Deus preparou aquela que seria a Mãe do seu Filho com todo o seu amor infinito.
Disse São João Paulo II: “Na Virgem puríssima, resplandecente, fixamos os nossos olhos, como a Estrela que nos guia pelo céu escuro das expectativas e incertezas humanas, especialmente neste dia em que, sobre o fundo da liturgia do Advento, brilha esta solenidade anual da tua Imaculada Conceição e te contemplamos na eterna economia divina como porta aberta através da qual deve vir o Redentor do mundo” (Alocução, 8 -12-1982).
A festa da Imaculada nos toca profundamente se a compreendemos à luz das palavras de São Paulo: “Deus nos escolheu, em Cristo, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor” (Ef 1,4).
Entre os antigos cantores da beleza espiritual da Mãe de Deus, sobressai São Bernardo, afirmando que a invocação: “Ave Maria, cheia de Graça” é “agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, graças à maternidade; aos anjos, graças à virgindade; e a Deus, graças à humildade” (Sermo XLVII, De Annuntiatione Dominica, Roma 1970, 266). O diálogo entre o anjo Gabriel e a Virgem (Ave, Cheia de Graça: o Senhor está contigo), revela a identidade mais profunda de Maria, o “nome”, por assim dizer, com que o próprio Deus a conhece: “cheia de Graça”.
Esta expressão, que nos é tão familiar, desde a infância, porque a pronunciamos todas as vezes que recitamos a “Ave-Maria”, oferece-nos a explicação do mistério que hoje celebramos. De fato, Maria, desde o momento em que foi concebida pelos seus pais, foi objeto de uma singular predileção da parte de Deus que, em seu desígnio eterno, a escolheu para ser a Mãe do seu Filho feito homem e, por conseguinte, a preservou do pecado original. Por isso, o anjo dirige-se a ela com este nome, que literalmente significa: “desde o início cheia do amor de Deus” e da sua graça.
O mistério da Imaculada Conceição é fonte de luz interior, de esperança e de conforto. No meio das provações da vida e sobretudo das contradições que o homem experimenta dentro de si e à sua volta, Maria, Mãe de Cristo, diz-nos que a Graça é maior que o pecado, que a misericórdia de Deus é mais poderosa que o mal e sabe transformá-lo em bem. Todos somos chamados a ser santos e irrepreensíveis; é o nosso mais verdadeiro destino; é o projeto de Deus para nós!
A festa da Imaculada, que celebramos neste venturoso 8 de dezembro, ilumina como um farol o Tempo do Advento, que é tempo de vigilante e confiante expectativa do Salvador. Enquanto nos encaminhamos ao encontro do Deus que vem, olhamos para Maria que “brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino” (Lumen Gentium, 68).
Em Maria Imaculada nós contemplamos o reflexo da beleza que salva o mundo: a beleza de Deus que resplandece sobre a face de Cristo. Em Maria, essa beleza é totalmente pura, humilde, livre de qualquer soberba e presunção. Imaculada Conceição, rogai por nós! Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 3 de dezembro-2021. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Despertai, Senhor, vosso poder e vinde, para que vossa proteção afaste os perigos a que nossos pecados nos expõem e a vossa salvação nos liberte. Vos que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 9, 27-31)
Naquele tempo, 27Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: Filho de Davi, tem piedade de nós! 28Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: Credes que eu posso fazer isso? Sim, Senhor, responderam eles. 29Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo vossa fé. 30No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: Vede que ninguém o saiba. 31Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Novamente, o evangelho de hoje coloca diante de nós o encontro de Jesus com a miséria humana. Jesus não se retrai nem se esquiva. Ele acolhe as pessoas e na sua acolhida cheia de ternura revela o amor de Deus.
Dois cegos seguem Jesus e gritam: “Filho de Davi, tem piedade de nós!”. Jesus não gostava muito deste título Filho de Davi. Ele chegou a criticar o ensinamento dos escribas que diziam que o Messias devia ser filho de Davi: “Se o próprio Davi o chama Senhor, como pode ser seu filho? (Mc 12,37).
Chegando em casa, Jesus pergunta aos cegos: “Vocês acreditam que eu possa fazer isso?” Eles respondem: “Sim, Senhor!” Uma coisa é ter a doutrina correta na cabeça, outra é ter a fé correta no coração e nos pés. A doutrina dos dois cegos não era muito correta, pois eles chamam Jesus de Filho de Davi. Mas Jesus não se importa se o chamam assim. Ele quer saber se eles tem a fé correta.
Ele toca nos olhos e diz: “Aconteça conforme a fé de vocês!” Imediatamente, os olhos se abriram. Apesar de não terem a doutrina correta, os dois cegos tinham uma fé correta. Hoje muita gente está mais preocupada com a doutrina correta do que com a fé correta.
Vale a pena anotar um pequeno detalhe de hospitalidade. Jesus chega em casa e os dois cegos também entram com ele na casa dele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Eles se sentem em casa na casa de Jesus! E hoje? Uma religiosa dizia: “Hoje, a situação do mundo é tal que fico desconfiada até dos pobres!” Mudou muito, de lá para cá!
Jesus pede para não divulgar o milagre. Mas a proibição não adiantou muito. Os dois saíram e espalharam a Boa Notícia. Anunciar o Evangelho, isto é, a Boa Notícia, é partilhar com os outros o bem que Deus nos faz na vida.
4) Para um confronto pessoal
- Será que tenho alguma Boa Notícia de Deus na minha vida a partilhar com os outros?
- Em que ponto eu insisto mais: em ter doutrina correta ou em ter a fé correta?
5) Oração final
Vou cantar para sempre a bondade do SENHOR; anunciarei com minha boca sua fidelidade de geração em geração. (Sl 88, 1)
Quinta-feira, 2 de novembro-2021. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nosso pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Montanha. O Sermão da Montanha é uma nova leitura da Lei de Deus. Começa com as bem-aventuranças (Mt 5,1-12) e termina aqui com a casa na rocha.
Trata-se de adquirir a verdadeira sabedoria. A fonte da sabedoria é a Palavra de Deus expressa na Lei de Deus. A verdadeira sabedoria consiste em ouvir e praticar a Palavra de Deus (Lc 11,28). Não basta dizer “Senhor, Senhor!” O importante não é falar bonito sobre Deus, mas sim fazer a vontade do Pai e, desse modo, ser uma revelação do seu amor e da sua presença no mundo.
Quem ouve e pratica a palavra constrói a casa sobre a rocha. A firmeza da casa não vem da casa em si, mas vem do terreno, da rocha. O que significa a rocha? É a experiência do amor de Deus que se revelou em Jesus (Rom 8,31-39). Tem gente que pratica a palavra para poder merecer o amor de Deus. Mas amor não se compra nem se merece (Cnt 8,7). O amor de Deus se recebe de graça. Praticamos a Palavra não para merecer, mas para agradecer o amor recebido. Este é o terreno bom, a rocha, que dá segurança à casa. A segurança verdadeira vem da certeza do amor de Deus! É a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
O evangelista encerra o Sermão da Montanha (Mt 7,27-28) dizendo que a multidão ficou admirada com o ensinamento de Jesus, pois "ele ensinava com autoridade, e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência crítica do povo com relação às autoridades religiosas da época. Admirado e agradecido, o povo aprovava os ensinamentos tão bonitos e tão diferentes de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
- Sou dos que dizem “Senhor, Senhor”, ou dos que praticam a palavra?
- Observo a lei para merecer o amor e a salvação ou para agradecer o amor e a salvação de Deus?
5) Oração final
Dá, Senhor, tua salvação! Dá, Senhor, tua vitória Bendito o que vem em nome do Senhor! (Sl 117, 25-26a)
FÉ E COMPROMISSO SOCIAL
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Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
A experiência cristã não se faz ao lado ou acima da história. Os dramas humanos, as angústias e os desafios da humanidade provocam a fé cristã para não fugir do mundo. A lógica da encarnação de Deus no mundo, em Jesus Cristo, ordena à Igreja uma presença expressiva na sociedade, e não somente para suscitar utopias ou alimentar a transcendência. O Deus que assume a carne humana para a salvação de todos, atinge toda a realidade humana em sua multiforme existência. Assim, o Cristianismo preocupa-se tanto com as pessoas individualmente, dando-lhes sentido para a existência, quanto com as comunidades e sociedades, com as relações que determinam e legitimam a vida do indivíduo como ser criado para a comunhão e não para a solidão.
No confronto entre a mensagem evangélica e as vicissitudes históricas não pode haver neutralidade ou indiferença. Todas as formas de exclusão, injustiça, violência e mentira afetam profundamente o ser cristão e por isso geram posições e atitudes que desmascaram as forças que desumanizam.
Não é possível conceber, então, a fé cristã sem o serviço na construção de um mundo justo e fraterno. Esperar o Reino em plenitude, separando fé e justiça, Evangelho e vida, espiritualidade e compromisso social, seria uma redução perigosa ao próprio conteúdo da fé que não separa o amor a Deus do amor ao próximo. A comunhão com Deus, portanto, exige uma reorientação total da presença do ser humano na sociedade e de sua ação sobre o mundo. Isso implica em valorizar a vida desde a fecundação até o seu fim natural, com olhar bem atento às necessidades dos pobres e sofredores. Tais posicionamentos não impedem que os cristãos sejam mal interpretados e até perseguidos.
Um conhecido texto da Antiguidade, a Carta a Diogneto, sintetiza essa condição do cristão no mundo: “Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida social admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é estrangeira.”
Os cristãos vivem no mundo, mas sabem que sua pátria é o Reino de Deus, contudo, têm consciência de que devem testemunhar o Eterno em meio às realidades terrestres, por isso se comprometem na busca de um mundo mais justo e fraterno, e trabalham por um humanismo integral e solidário. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Quarta-feira, 1º de dezembro-2021. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 15, 29-37)
Naquele tempo, 29Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galileia. Subiu a uma colina e sentou-se ali. 30Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, 31de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. 32Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. 33Disseram-lhe os discípulos: De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão? 34Pergunta-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Sete, e alguns peixinhos, responderam eles. 35Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, 36tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão. 37Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de cada dia é como o sol que se levanta. Sempre o mesmo sol, todos os dias, a alegrar a vida e a fertilizar as plantas. O maior perigo é a rotina. A rotina mata o evangelho, e apaga o sol da vida.
São sempre os mesmos elementos que compõem o quadro do evangelho: Jesus, a montanha, o mar, a multidão, os doentes, os necessitados, os problemas da vida. Apesar de já bem conhecidos, como o sol de cada dia, estes mesmos elementos sempre trazem uma nova mensagem.
Como Moisés, Jesus sobe a montanha e o povo reúne ao redor. Eles trazem consigo seus problemas: os doentes, os coxos, aleijados, cegos, mudos, tantos... Não são os grandes, mas os pequenos. Eles são o começo do novo povo de Deus que se reúne ao redor do novo Moisés. Jesus cura a todos.
Jesus chama os discípulos. Ele sente compaixão do povo que não têm o que comer. Para os discípulos, a solução deve vir de fora: “Onde conseguir pão para tanta gente?” Para Jesus, a solução deve vir de dentro do povo: “Quantos pães vocês têm?” –“Sete e uns peixinhos”. Com este pouco Jesus matou a fome de todos, e ainda sobrou. Se houvesse partilha hoje, não haveria fome no mundo. Sobrava, e muito! Realmente, um outro mundo é possível!
A narração da multiplicação dos pães evoca a eucaristia e dela revela o valor, ao dizer: “Jesus tomou o pão em suas mãos, deu graças, o partiu e deu aos seus discípulos”.
4) Para um confronto pessoal
- Jesus teve compaixão. Existe compaixão em mim pelos problemas da humanidade? Faço algo?
- Os discípulos esperam a solução de fora. Jesus desperta para a solução de dentro. E eu?
5) Oração final
O Senhor nosso Deus chegará com poder e encherá de luz os seus fiéis. (Is 40,10; cf. 34,5)
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