Olhar Jornalístico

Quinta-feira 23 de janeiro-2025. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm

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Publicado em 23 janeiro 2025
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  • 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C

 

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 3,7-12)

Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galiléia o seguia. 8E também muita gente da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.

10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.

- Palavra da Salvação.

 

3) Reflexão

A conclusão a que se chega, no fim destes cinco conflitos (Mc 2,1 a 3,6), é que a Boa Nova de Deus tal como era anunciada por Jesus dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isso, no fim do último conflito, se prevê que Jesus não vai ter vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível as pessoas chegarem a uma compreensão correta da Boa Nova.

Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versículos do evangelho de hoje (Mc 3,7-12) são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Mc 2,1 a 3,6, só se falou em conflitos, inclusive em conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galiléia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, aparece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, pois veio gente não só da Galiléia, mas também da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, da Transjordânia e até da região pagã de Tiro e Sidônia para encontrar-se com Jesus! (Mc 3,7-12). Todos querem vê-lo e tocar nele. É tanta gente, que o próprio Jesus fica preocupado. Ele corre o perigo de ser esmagado pelo povo. Por isso, pediu aos discípulos para manter um barco à disposição a fim de que o povo não o apertasse. E do barco falava à multidão. Eram sobretudo os excluídos e os marginalizados que vinham a ele com seus males: os doentes e os possessos. Estes, que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são acolhidos por Jesus. Eis o contraste: de um lado, a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); do outro lado, um movimento popular imenso que busca a salvação em Jesus. Quem vai ganhar?

Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa no povo é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas da briga de Jesus com os escribas é a expulsão dos demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?

No tempo de Marcos, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (Mc 3,27). Por isso, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Do começo ao fim, com palavras quase iguais, ele repete a mesma mensagem: “E Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece até um refrão! Hoje, em vez de usar sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do mal, o Satanás, que mete tanto medo no povo, Jesus o venceu, dominou, amarrou, destronou, derrotou, expulsou, eliminou, exterminou, aniquilou, abateu, destruiu e matou!” O que Marcos nos quer dizer é isto: “Ao cristão é proibido ter medo de Satanás!” Depois que Jesus ressuscitou, já é mania e falta de fé apelar, a toda hora, para Satanás, como se ele ainda tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar o povo de volta para as igrejas é desconhecer a Boa Nova do Reino. É falta de fé na ressurreição de Jesus!

 

4) Para um confronto pessoal

 1) Como você vive a sua fé na ressurreição de Jesus? Contribui para vencer o medo?

2) Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em sua vida?

 

5) Oração final

Exultem e se alegrem em ti todos os que te buscam; digam sempre: “O SENHOR é grande” os que desejam a tua salvação. (Sal 39, 17)

'Não, eu não vou me desculpar por pedir misericórdia', responde bispa de Washington a Trump

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Publicado em 23 janeiro 2025
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Líder religiosa responde presidente, que lhe classificou como esquerdista, inconveniente e desagradável após sermão em evento religioso

 

Luis Eduardo de Sousa

Campinas

A bispa de Washington (DC) Mariann Edgar Budde, que se tornou o centro de uma polêmica envolvendo o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (22) que não vê necessidade de se desculpar com o republicano por um sermão aplicado na terça (21), durante uma missa em que o mandatário esteve presente.

"Eu não odeio o presidente e rezo por ele. Não sinto que haja necessidade de me desculpar por um pedido de misericórdia", declarou Budde ao programa All Things Considered –tudo considerado, em tradução livre– , da NPR (National Public Radio).

O embate entre a líder religiosa e o presidente americano começou após ela pedir misericórdia para com as comunidades vulneráveis, durante uma missa que conduziu na Catedral Nacional de Washington.

"Há crianças gays, lésbicas, transgênero em famílias democratas, republicanas, independentes —algumas que temem por suas vidas", disse Budde diretamente a Trump durante o ato religioso.

Ela também defendeu os trabalhadores estrangeiros que, diz, "podem não ser cidadãos ou não ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos migrantes não é criminosa".
Em resposta, o presidente a classificou como esquerdista, desagradável e exigiu um pedido de desculpas.

"A chamada bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump", escreveu em sua rede, a Truth Social, na madrugada de quarta. "Ela teve um tom desagradável. Não foi convincente nem inteligente", complementou.

Durante entrevista à NPR, Budde falou que, apesar da polêmica, espera que Trump mostre compaixão para com as comunidades vulneráveis após o sermão.

"Decidi pedir a ele o mais gentilmente possível que tivesse misericórdia. Quão perigoso é falar de pessoas nessas categorias amplas, e particularmente imigrantes, como sendo todos criminosos ou crianças transgênero sendo de alguma forma perigosas", destacou a bispa.

"Para sermos unidos como um país com tantas riquezas de diversidade, precisamos de misericórdia. Precisamos de compaixão. Precisamos de empatia. Em vez de listar isso como uma categoria ampla, como você me ouviu dizer, decidi fazer um apelo ao presidente", complementou.

"Milhões depositaram a confiança em você. E como você disse à nação ontem, você sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome do nosso Deus, peço que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas agora - Mariann Edgar Budde

Trump e seus aliados rapidamente criticaram os comentários da bispa, com um congressista republicano dizendo que Budde, natural dos Estados Unidos, deveria ser "adicionada à lista de deportação".

Apesar da reação negativa, Budde disse à NPR que seus comentários foram sinceros e que ela não se arrependeu de tê-los levado ao conhecimento do presidente.

"Lamento que tenha sido algo que causou o tipo de resposta que causou, no sentido de que realmente confirmou a própria coisa da qual eu estava falando antes, que é nossa tendência de pular para a indignação e não falar uns com os outros com respeito", ela continuou. "Mas não, eu não vou, eu não vou me desculpar pelo que eu disse." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Quarta-feira 22 de janeiro-2025. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm

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Publicado em 22 janeiro 2025
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1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 3,1-6)

Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio!" 4E perguntou-lhes: "E permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?" Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: "Estende a mão". Ele a estendeu e a mão ficou curada.

6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

- Palavra da Salvação.

 

3) Reflexão

No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos colecionou no início do seu evangelho (Mc 2,1 a 3,6). Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado pelo próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre ele e as autoridades religiosas do seu tempo. É um conflito de vida e morte. Importa notar a categoria de adversários que aparece neste último conflito. Trata-se dos fariseus e dos herodianos, ou seja, das autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve o seu evangelho nos anos 70, muitos traziam na lembrança a terrível perseguição dos anos 60, que Nero moveu contra as comunidades cristãs. Ouvindo agora como o próprio Jesus tinha sido ameaçado de morte e como ele se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam uma fonte de coragem e de orientação para não desanimar na caminhada.

Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Ele tinha o costume de participar das celebrações do povo. Havia ali um homem com a mão atrofiada. Um deficiente físico não podia participar plenamente, pois era considerado impuro. Mesmo presente na comunidade, era marginalizado. Devia manter-se afastado.

A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observam para ver se Jesus faz curas em dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um doente era o mesmo que trabalhar. Por isso ensinavam: “É proibido curar em dia de sábado!” Colocavam a lei acima do bem-estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque ele colocava o bem-estar das pessoas acima das normas e das leis. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o zelo pela lei, mas sim a vontade de acusar e de eliminar Jesus.

Levanta-te e vem aqui para o meio! Jesus pede duas coisas ao deficiente físico: Levanta-te e vem aqui para o meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O deficiente deve “ressuscitar”, levantar-se, vir para o meio e ocupar o seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem vir para o meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todo mundo! Jesus chamou o excluído para ficar no meio.

A pergunta de Jesus deixa os outros sem resposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matá-la?  Ele podia ter perguntado: ”Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?” Aí, todos teriam respondido: “Não é permitido!” Mas Jesus mudou a pergunta. Para ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar uma vida”! Com a sua pergunta Jesus colocou o dedo na ferida. Denunciou a proibição de curar em dia de sábado como sendo um sistema de morte. Pergunta sábia! Os adversários ficaram sem resposta.

Jesus fica indignado diante do fechamento dos adversários. Jesus reage com indignação e tristeza diante da atitude dos fariseus e herodianos. Ele manda o homem estender a mão, e ela ficou curada. Curando o deficiente, Jesus mostrou que ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta à ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão eles confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte! Eles não têm medo de matar para defender o sistema contra Jesus que os ataca e critica em nome da vida.

 

4) Para um confronto pessoal

 1) O deficiente foi chamado para estar no centro da comunidade. Na nossa comunidade, os pobres e os excluídos têm um lugar privilegiado?

2) Você já se confrontou alguma vez com pessoas que, como os herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem-estar das pessoas? O que você sentiu naquele momento? Deu razão a eles ou os criticou?

 

5) Oração final

De todos tens compaixão porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados os mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não esprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado. (Sab 11,23-24) 

Terça-feira 21 de janeiro-2025. Evangelho do Dia- 2ª Semana do Tempo Comum- Com Frei Carlos Mesters, O. Carm

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Publicado em 21 janeiro 2025
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  • 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C

 

1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e daí ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 2, 23-28)

23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: "Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?"

25Jesus lhes disse: "Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães". 27E acrescentou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado".

- Palavra da Salvação.

 

3) Reflexão

A lei existe para o bem das pessoas. Num dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Em Mateus 12,1 se diz que eles estavam com fome. Invocando a Bíblia, os fariseus criticam a atitude dos discípulos. Seria uma transgressão da lei do Sábado (cf Ex 20,8-11). Jesus responde invocando a mesma Bíblia para mostrar que os argumentos dos outros não tinham fundamento. Ele lembra que o próprio Davi também fez coisa proibida, pois tirou os pães sagrados do templo e os deu de comer aos soldados que estavam com fome (1 Sm 21,2-7). E Jesus termina com duas frases importantes: 1) O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado, 2) O Filho do Homem é dono até do sábado!

O sábado é para o ser humano, e não o ser humano para o sábado. Durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até a época de Jesus, os judeus tinham observado a lei do sábado. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. O sábado era rigorosamente observado. Na época dos Macabeus, meados do século II antes de Cristo, esta observância rígida chegou a um ponto crítico. Atacados pelos gregos em dia de sábado, os rebeldes macabeus preferiram deixar-se matar a transgredir o sábado usando as armas para defender sua vida. Por isso, morreram mil pessoas (1Mac 2,32-38). Refletindo sobre este massacre, os líderes macabeus concluíram que deviam resistir e defender sua vida, mesmo em dia de sábado (1Mac 2,39-41). Jesus teve a mesma atitude de relativizar a lei do sábado em favor da vida, pois a lei existe para o bem da vida humana, e não vice-versa!  

O Filho do Homem é dono até do sábado! A nova experiência de Deus como Pai/Mãe fez com que Jesus, o Filho do Homem, dava a Jesus uma chave para descobrir a intenção de Deus que está na origem das leis do Antigo Testamento. Por isso, o Filho do Homem é dono até do Sábado. Convivendo com o povo da Galiléia durante trinta anos e sentindo na pele a opressão e a exclusão a que tantos irmãos e irmãs eram condenados em nome da Lei de Deus, Jesus percebeu que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então ele acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então nós temos que ser irmão e irmã uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e pregou, desde o começo até o fim. A Lei do Sábado deve estar a serviço da vida e da fraternidade. Foi por causa da sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado à morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois ele queria a Lei a serviço da vida, e não vice-versa.

Jesus e a Bíblia. Os fariseus criticavam Jesus em nome de Bíblia. Jesus responde e critica os fariseus usando a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia de memória. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade só havia uma única Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, é sinal de que ele, durante aqueles 30 anos da sua vida em Nazaré, deve ter participado intensamente da vida da comunidade, onde todo sábado se liam as Escrituras. Ainda falta muito para nós termos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade!

 

4) Para um confronto pessoal

1) O Sábado é para o ser humano, e não vice versa. Quais os pontos em minha vida que devem mudar?

2) Mesmo sem ter Bíblia em casa, Jesus conhecia a Bíblia de memória. E eu?

 

5) Oração final

De todo coração darei graças ao SENHOR, na reunião dos justos e na assembléia. Grandes são as obras do SENHOR, merecem a reflexão dos que as amam. (Sal 110, 1-2)

A Santa do Dia- Santa Inês, Virgem e Mártir

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Publicado em 21 janeiro 2025
  • O Santo do Dia,
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  • princesa Constantina,
  • Mártires da Igreja,
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“Pura e casta”

O nome Inês, em grego, significa “pura e casta”. Para os historiadores, isto significa um sobrenome, que identifica Santa Inês, uma das mártires mais veneradas pela Igreja.

Transcorria o ano 304, ápice de ferocidade anticristã, por ordem o imperador Diocleciano. No entanto, alguns estudiosos situam este acontecimento durante a perseguição de Valeriano, 40 anos antes.

Sobre Inês não se sabe nada, exceto a paixão do seu martírio, cujas notícias, nem sempre unívocas, estão disseminadas em vários documentos posteriores à sua morte.

 

Ódio e graça

A tradição fala de um amor não correspondido do filho do Prefeito de Roma por Inês que, com apenas treze anos, não quis aceitar a proposta do nobre. Na verdade, a jovem havia feito o voto de castidade por Cristo.

Quando o Prefeito foi informado sobre a sua consagração, desencadeou sua vingança: Inês devia entrar no círculo das vestais, que ofereciam culto à deusa protetora de Roma. A jovem recusou-se e a vingança tornou-se mais cruel: passou do templo ao prostíbulo, sendo exposta, na Praça Navona, entre as demais prostitutas. As narrações hagiográficas dizem que Inês, em virtude de uma proteção especial, conseguiu, também naquela situação, manter a sua pureza.

 O Santo do Dia, 

Como um cordeiro

O ódio contra a jovem aumentou em uma espiral de violência crescente. Inês foi condenada à fogueira, mas as chamas nem chegaram a tocar. Então, com um golpe de espada na garganta, ela entregou sua vida.

A iconografia representa Inês com um cordeiro sempre ao lado, porque seu destino foi o mesmo reservado a estes pequenos ovinos.

Todos os anos, no dia 21 de janeiro, festa litúrgica de Santa Inês, são abençoados dois cordeirinhos, criados pelas Irmãs da Sagrada Família de Nazaré. Com a sua lã, as Irmãs confeccionam os sagrados Pálios, que o Papa impõe sobre os novos Arcebispos metropolitanos, em 29 de junho, dia de São Pedro e São Paulo.

 

Virtudes superiores à natureza

Os restos mortais de Santa Inês encontram-se em uma urna de prata, a pedido do Papa Paulo V, na Basílica a ela dedicada na Via Nomentana, em Roma. A Basílica foi construída, por desejo da princesa Constantina, filha do imperador Constantino I, sobre a Catacumba, na qual foi sepultado seu corpo.

Santo Ambrósio escreveu sobre Santa Inês: “A sua consagração superava a sua idade; suas virtudes superavam a própria natureza. Assim, seu nome parece não ter sido um escolha humana, mas uma profecia do seu martírio, uma antecipação do que ela devia ser”. Fonte: https://www.vaticannews.va

Grupo de Moçambique denuncia preconceito religioso em São Luiz do Paraitinga

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Publicado em 21 janeiro 2025
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  • Moçambique do Belém, de Taubaté,
  • devoção a São Benedito e Nossa Senhora
  • padre Ricardo Cassiano
  • Diocese de Taubaté

Tradição cultural e religiosa é interrompida durante Festa de São Sebastião; grupo relata desrespeito por parte de padre

 

O Grupo de Moçambique do Belém, de Taubaté, denunciou um caso de preconceito religioso durante a tradicional Festa de São Sebastião em São Luiz do Paraitinga, neste domingo, 19. O grupo, que cultiva tradições culturais e religiosas desde 1945, foi impedido de realizar sua manifestação de fé dentro de uma capela pelo padre Ricardo Cassiano.

De acordo com os relatos, os integrantes do grupo aguardaram o término da missa para entrar na capela e prestar sua saudação ao santo do andor, conforme o costume. No entanto, o padre interrompeu a ação e pediu que o grupo saísse, afirmando que o local não era “lugar de bagunça”. Vídeos do Acervo Maria Servina mostram o momento em que o padre gesticula para que o grupo deixe a capela. Quando questionado por uma pessoa do grupo se o ato era preconceito, o padre respondeu: "não é preconceito, cada coisa no seu lugar". O rapaz então retrucou: "eu acho que o senhor está sendo preconceituoso", ao que o padre continuou negando.

Dona Cida, coordenadora do grupo, relatou: “A gente chegou lá e ele fez isso. A gente entrou e ele não deixou a gente ficar lá. Mas se é uma manifestação religiosa, por que isso?”. Segundo Dona Cida, o grupo ficou muito chateado com a situação, e esse não é o primeiro episódio envolvendo o padre, que já havia impedido a entrada de outros grupos em 2024.

Os membros do grupo classificaram o episódio como desrespeitoso e lamentaram não terem sido informados previamente sobre qualquer restrição à sua apresentação. “Consideramos uma falta de respeito o modo como ele agiu. Se não fosse permitido, deveriam ter nos avisado antes, evitando essa vergonha diante das pessoas presentes, que estavam lá a convite do festeiro”, declarou um representante do grupo.

O Grupo de Moçambique do Belém é uma expressão cultural e religiosa com raízes profundas na tradição popular, originária de São Luiz do Paraitinga, com devoção a São Benedito e Nossa Senhora.

O padre Ricardo Cassiano foi procurado por nossa reportagem, mas até o fechamento deste texto ele não havia sido localizado. O espaço segue aberto para a manifestação do religioso. Fonte: https://t7news.com.br

O Papa sofreu uma contusão no antebraço direito devido a uma queda

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Publicado em 16 janeiro 2025
  • Saúde do Papa
  • O Papa sofreu uma queda
  • Sala de Imprensa da Santa Sé informou

A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que o Pontífice caiu na Casa Santa Marta esta manhã. O braço foi imobilizado como medida de precaução.

 

Vatican News

A Sala de Imprensa da Santa Sé informou, por meio de um comunicado, que na manhã desta quinta-feira, 16/01, o Papa Francisco sofreu uma queda em sua residência na Casa Santa Marta, resultando em uma contusão no antebraço direito, sem fraturas. Ainda segundo o comunicado, o braço foi imobilizado como medida de precaução.
O Papa manteve os compromissos previstos em sua agenda, cumprindo as diversas audiências já programadas, como a audiência com a presidente do Comitê Mundial para a Segurança Alimentar, Nosipho Nausca-Jean Jezile. Fonte: https://www.vaticannews.va

Quarta-feira, 15 de janeiro-2025. 1ª Semana do Tempo Comum. Ano Litúrgico-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 15 janeiro 2025
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  • 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C

 

1) Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 29-39)

Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. 30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.

32À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.

35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37Quando o encontraram, disseram: "Todos estão te procurando". 38Jesus respondeu: "Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim". 39E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.

- Palavra da Salvação.

 

3) Reflexão

Jesus restaura a vida para o serviço. Depois de participar da celebração do sábado na sinagoga, Jesus entrou na casa de Pedro e curou a sogra dele. A cura fez com ela se colocasse de pé e, com a saúde e a dignidade recuperadas, começasse a servir as pessoas. Jesus não só cura a pessoa, mas cura para que a pessoa se coloque a serviço da vida.

Jesus acolhe os marginalizados. Ao cair da tarde, terminado o sábado na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Os doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar na comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos, e reintegrá-los na convivência da comunidade.

Permanecer unido ao Pai pela oração. Jesus aparece rezando. Ele faz um esforço muito grande para ter o tempo e o ambiente apropriado para rezar. Levantou mais cedo que os outros e foi para um lugar deserto, para poder estar a sós com Deus. Muitas vezes, os evangelhos nos falam da oração de Jesus no silêncio (Mt 14,22-23; Mc 1,35; Lc 5,15-16; 3,21-22). É através da oração que ele mantém viva em si a consciência da sua missão.

Manter viva a consciência da missão e não se fechar no resultado já obtido. Jesus se tornou conhecido. Todos iam atrás dele. Esta publicidade agradou aos discípulos. Eles vão em busca de Jesus para levá-lo de volta junto do povo que o procurava, e lhe dizem: Todos te procuram. Pensavam que Jesus fosse atender ao convite. Engano deles! Jesus não atendeu e disse: Vamos para outros lugares. Foi para isto que eu vim!  Eles devem ter estranhado! Jesus não era como eles o imaginavam. Jesus tem uma consciência muito clara da sua missão e quer transmiti-la aos discípulos. Não quer que eles se fechem no resultado já obtido. Não devem olhar para trás. Como Jesus, devem manter bem viva a consciência da sua missão. É a missão recebida do Pai que deve orientá-los na tomada das decisões.

Foi para isto que eu vim! Este foi o primeiro mal-entendido entre Jesus e os discípulos. Por ora, é apenas uma pequena divergência. Mais adiante no evangelho de Marcos, este mal-entendido, apesar das muitas advertências de Jesus, vai crescer e chegar a uma quase ruptura entre Jesus e os discípulos (cf. Mc 8,14-21.32-33; 9,32;14,27). Hoje também existem mal-entendidos sobre o rumo do anúncio da Boa Nova. Marcos ajuda a prestar atenção nas divergências, para não permitir que elas cresçam até à ruptura.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus não veio para ser servido mas para servir. A sogra de Pedro começou a servir. E eu, faço da minha vida um serviço a Deus e aos irmãos e às irmãs?

2) Jesus mantinha a consciência da sua missão através da oração. E a minha oração?

 

5) Oração final

Povos todos, louvai o SENHOR, nações todas, dai-lhe glória; porque forte é seu amor para conosco e a fidelidade do SENHOR dura para sempre. (Sl 116)

'Deus existe. Deus existe no cérebro', diz neuropsicólogo e pesquisador.

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Publicado em 15 janeiro 2025
  • A MORADA DE DEUS,
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  • crenças religiosas,

Jordan Grafman firmou parceria com a Ciência Pioneira, instituição do IDOR de apoio a pesquisas inovadoras, para criação de um centro virtual de pesquisas em 'neurociência das crenças', com pesquisadores brasileiros e estrangeiros

 

Cérebro humano — Foto: Freepik

 

Por Constança Tatsch

 — São Paulo

Em julho passado, o neuropsicólogo e professor da faculdade de medicina da Northwestern University, nos Estados Unidos, Jordan Grafman publicou um artigo na revista Nature com o título: "Os neurocientistas não devem ter medo de estudar religião". Grafman sabe e não teme dizer: ele cutuca um vespeiro.

Segundo ele, “neurocientistas tendem a evitar estudos sobre religião ou espiritualidade por medo de serem vistos como não-científicos” e defendeu mais pesquisas sobre o tema. O objetivo não é desmascarar ou promover Deus ou a espiritualidade, mas investigar como isso se dá no cérebro e seus efeitos.

O professor está fazendo sua parte. Acabou de firmar uma parceria com a Ciência Pioneira, instituição do IDOR de apoio à ciência de fronteira/pesquisas inovadoras, para criarem juntos um centro virtual de pesquisas em "neurociência das crenças", com pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O centro será uma parceria com o King’s College London e o Shirley Ryan AbilityLab. Grafman, especificamente, vai coordenar pesquisadores pós-docs sobre temas como cognição religiosa, bases cerebrais das crenças religiosas, papel da neurociência na exploração das crenças religiosas – em contraste com crenças não-religiosas – entre outros temas.

Em entrevista ao GLOBO, explicou sua busca científica e declarou: “Deus existe. Tenho confiança de que Deus existe no cérebro”. Leia a seguir os melhores trechos:

 

Escolhemos acreditar em algo ou a fé é algo irracional?

Aprendemos a acreditar. Muitas pessoas ao redor do mundo estão em famílias onde uma crença existia antes de nascerem, assim as crianças são expostas a crenças semelhantes em casa ou em diferentes locais de culto. Então, trata-se de absorver o mundo que está ao seu redor. Você adapta ou adota essas crenças por uma variedade de razões. Mas, sim, às vezes as pessoas realmente escolhem seu sistema de crenças. Elas analisam ou têm uma experiência emocional dramática e dizem: vou acreditar dessa forma por causa da experiência que tive.

 

Mesmo quem vem de uma família ateia, por exemplo, pode optar por acreditar?

Não acreditar em Deus também é uma crença. Mas certamente é possível escolher suas crenças ou ser influenciado através da sua exposição. Algumas pessoas estão procurando um sistema de crenças que elas possam adotar em parte porque é reconfortante, reduz a ansiedade. Uma vez que você foi exposto à ideia de Deus ou religião, adivinhe onde está? No seu cérebro. Então, até mesmo ateus têm uma representação de Deus em seus cérebros. Não podem escapar Dele. Por causa disso, isso pode soar radical, mas eu digo: Deus existe. Tenho confiança de que Deus existe no cérebro. Então podemos estudar Deus com segurança e em grande quantidade de detalhes estudando como o cérebro processa, representa e permite nossos comportamentos associados à religião.

 

Nosso cérebro é projetado para a crença?

Sim, com certeza. O que nós tentamos fazer, como humanos, ou qualquer espécie, é tentar explicar os eventos que estamos vendo. Nos tempos muito antigos, quando um vulcão entrava em erupção ou um terremoto ocorria, por exemplo, questionavam: o que causou isso? Quem causou isso? Bem, é mais poderoso do que nós, como humanos. Deve ser outro ser de algum tipo. Então, muitas das primeiras explicações de eventos naturais eram agentes sobrenaturais. Esse foi o começo. Mas depois evoluiu para uma questão social. Crenças frequentemente ajudam a organizar sociedades. Se você tem um grupo de pessoas que acreditam na mesma coisa, você se junta a elas, seja uma família, uma tribo, uma vila, uma cidade, ou um país. Se você acreditasse de uma certa maneira, poderia pensar que seu grupo é forte e, se houvesse uma batalha, poderia vencê-la. Se houvesse uma crença ligada à agricultura, creditaria a ela os frutos de seu trabalho. Isso é parte da evolução humana. A busca por explicações das coisas ao nosso redor nos deu alguma vantagem sobre outras espécies. Nós podíamos pensar sobre essas coisas, e isso nos tornou mais potentes. As religiões antigas claramente tinham esse papel nas sociedades.

 

Essas crenças costumam ser questionadas?

Uma vez que você se estabelece em uma crença, não precisa se preocupar com certas coisas. É uma crença estabelecida. No entanto, se você não acredita em muita coisa, ou não acredita em nada, sua vida pode ser movida pela ansiedade. E quase todo mundo quer reduzir a ansiedade. Nosso cérebro acha muito importante ter essas crenças. Elas são uma assinatura. Então, se eu quiser conhecer alguém, quero saber o que essa pessoa pensa e acredita. O que você pensa sobre o que está acontecendo na política do Brasil? Ou que música você gosta? Ou o que for. Então as crenças são uma assinatura para nossas identidades como indivíduos, e também como grupos.

 

Muitas questões que só tinham respostas em crenças, a ciência explicou. É mais difícil hoje acreditar em coisas sobrenaturais, já que temos a ciência explicando as coisas o tempo todo?

Sabemos muito mais, mas não sabemos tudo. Sim, eu acho que, para muitas pessoas, elas têm, por um lado, sua fé. E do outro lado, a ciência e os fatos. Fatos verdadeiros são muito importantes, mas eles não cobrem tudo, não podem explicar tudo. Se a sociedade fizer o trabalho certo, espero que façamos no futuro, então, enquanto tivermos fatos, podemos dizer que sabemos disso. E não sabemos daquilo. E então, se for esse o caso, ainda há espaço para a fé. Por exemplo, não sabemos o que acontece antes da vida. E, em certo sentido, ninguém sabe o que acontece depois.

 

Como a fé age no cérebro?

Sabemos sobre sonhos no cérebro. Sabemos sobre emoções no cérebro. Então podemos desenvolver conhecimento sobre redes cerebrais relacionadas a diferentes aspectos da crença e prática religiosa. Esse é o primeiro passo. É mapear a religião no cérebro. O segundo passo é ver a que essas redes estão relacionadas além da religião.

 

Como assim?

Fizemos pesquisas sobre fundamentalismo. Crenças e regiões no cérebro que são importantes para o fundamentalismo. Podemos fazer a mesma coisa com o fundamentalismo político, com o conservadorismo político. Talvez essas redes estejam próximas no espaço do cérebro. Se for assim, sabemos que ativação em uma rede cerebral pode afetar o funcionamento da rede vizinha. Então, se você for ativo em suas crenças religiosas, isso pode influenciar de uma forma muito sutil suas crenças política e vice-versa. E isso nem sempre está na sua consciência. Já sabemos que existe uma relação. Queremos mapear essas redes no cérebro para que possamos ver como elas se relacionam entre si.

 

Por que os cientistas ainda hoje evitam estudar espiritualidade?

A ciência não quer falar sobre isso. Em parte, é um dilema social. Muitos acadêmicos, não todos, mas muitos, não acreditam em Deus. E eles podem ridicularizar você se quiser fazer uma pesquisa sobre o assunto. Mesmo que você não acredite em Deus, mas queira fazer uma pesquisa sobre isso. Eles não sabem realmente por que você está fazendo essa pesquisa. Então acontece que muitas pessoas que são cientistas e são religiosas, se afastam disso. Os periódicos não querem publicar artigos sobre o assunto. Eles hesitam.

 

Por quê?

Bem, novamente, há algumas dinâmicas sociais envolvidas que indicam que eles simplesmente não querem nenhuma controvérsia. Há esse preconceito social. Agora, lembre-se, há mais locais de culto no mundo do que escolas ou prefeituras. Não estamos falando de um pequeno subconjunto de pessoas que vivem em algum lugar perdido. Realmente acho que há esse preconceito social, e não deveria haver, especialmente por causa da importância da religião na sociedade. Há todo um ramo dentro da neurociência chamado neurociência social. E o número de artigos sobre religião dentro da neurociência social é minúsculo. Acho que as pessoas têm medo, preocupadas com suas carreiras acadêmicas, etc. Então temos tentado encorajar as pessoas a fazer essas pesquisas.

 

Não se trata de estudar a religião, mas sim seus efeitos nos cérebros e vidas das pessoas.

Estamos realmente focando nos aspectos intelectuais da religião. Ou seja, como você descreve ou lê sobre religião? Estamos interessados em entender as emoções que podem fazer da religião um sistema de crenças distinto. E pode haver uma relação entre emoção, política e religião, por exemplo, por causa da natureza de suas representações no cérebro. Podemos descobrir tudo isso estudando o cérebro. Agora, também há outras facetas interessantes. Muitas vezes as pessoas rezam porque acreditam que a oração as ajudará a se curar se tiverem uma doença, ou elas também rezam pelos outros. E muitas relatam melhora. Agora, isso dura muito tempo? Elas são curadas? Bem, depende do problema, certo? Há lugares que as pessoas visitam, onde vão com uma doença, andam longas distâncias ou viajam grandes distâncias para se banhar nas águas e rezar e tentar obter uma cura. Muitas religiões têm esse aspecto onde você vai a um lugar onde presumivelmente um milagre ocorreu. Então, novamente, goste ou não, essa é uma atividade da qual bilhões de pessoas participam — ou de uma forma pequena, apenas rezando em seus quartos, ou de uma forma maior, viajando para esses lugares. Então, é realmente motivador para as pessoas irem lá, e estamos interessados nesse tipo de trabalho também.

 

Há estudos que apontam que a espiritualidade é boa para a saúde e bem-estar, mas como isso funciona?

De muitas maneiras. Alta ansiedade leva ao estresse. Um pouco de estresse, não é tão ruim. Muito estresse, não é bom, mata células e neurônios no cérebro. Então, se você consegue administrar isso, não importa como faça, é bom. Mas nem precisamos chegar a isso. Basta considerar a palavra placebo. Se você acredita que o que está tomando vai funcionar, geralmente funciona. É por isso que você dá medicamentos placebo, para mostrar se há um efeito real de um medicamento ou não. Esse é um exemplo perfeito de quão frequentemente, como eu não sei, cerca de 30% das pessoas se beneficiam do placebo. Como isso acontece? Bem, esse é o poder da crença no cérebro, ajudando a estimular, por exemplo, mecanismos anti-inflamatórios, ou ativando outros processos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade, reduzir o estresse, etc. Essa é uma maneira pela qual a fé e a crença podem afetar a saúde. Agora, se nenhum de nós acreditasse, se a ideia de Deus desaparecesse, e não houvesse mais religião, a fé fosse reduzida, eu me pergunto o que isso faria com a nossa saúde.

 

Pode falar mais sobre esse centro de estudos no Rio?

É muito complicado estudar essas coisas no mundo. Há muitas disputas sobre o que é Deus. Deus existe, por exemplo? Outras formas de agentes sobrenaturais existem? Então escolhemos, com a ajuda do Centro de Neurociência e Psicologia de Valores e Crenças, o programa IDOR que agora foi estabelecido, olhar para o cérebro. Isso elimina muitos dos problemas que vêm com o estudo da religião no mundo. E a iniciativa que é feita no Rio é muito, muito única e importante, e o impacto vai além do Brasil. É internacional. E também está além da religião. Porque, como falamos antes, crenças incluem crenças políticas, podem incluir crenças econômicas, sobre outras pessoas. Crenças nos dão esse repertório. É muito importante. Fonte: https://oglobo.globo.com

Teça-feira, 14 de janeiro-2025. 1ª Semana do Tempo Comum. Ano Litúrgico-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 14 janeiro 2025
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  • 1ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C

 

1) Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 1, 21-28)

21Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.

23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24"Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus". 25Jesus o intimou: "Cala-te e sai dele"!26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: "Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!" 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galiléia.

- Palavra da Salvação.

 

3) Reflexão

A sequência dos evangelhos dos dias desta semana. O evangelho de ontem informava sobre a primeira atividade de Jesus: chamou quatro pessoas para formar comunidade com ele (Mc 1,16-20). O evangelho hoje descreve a admiração do povo diante do ensinamento de Jesus (Mt 1,21-22) e o primeiro milagre expulsando um demônio (Mt 1,23-28). O evangelho de amanhã narra a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29-31), a cura de muitos doentes (Mc 1,32-34) e a oração de Jesus num lugar isolado (Mc 1.35-39). Marcos recolheu estes episódios, que eram transmitidos oralmente nas comunidades, e os uniu entre si como tijolos numa parede. Nos anos 70, ano em que ele escreve, as Comunidades necessitavam de orientação. Descrevendo como foi o início da atividade de Jesus, Marcos indicava como elas deviam fazer para anunciar a Boa Nova. Marcos faz catequese contando para as comunidades os acontecimentos da vida de Jesus.

Jesus ensina com autoridade, diferente dos escribas. A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. Por este seu jeito diferente, Jesus cria consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebe, compara e diz: Ele ensina com autoridade, diferente dos escribas. Os escribas da época ensinavam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida. Sua palavra tem raiz no coração.

Vieste para nos destruir! Em Marcos, o primeiro milagre é a expulsão de um demônio. Jesus combate e expulsa o poder do mal que tomava conta das pessoas e as alienava de si mesmas. O possesso gritava: “Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” O homem repetia o ensinamento oficial que apresentava o messias como “Santo de Deus”, isto é, como um Sumo Sacerdote, ou como rei, juiz, doutor ou general. Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma, enganada pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do comércio. Repete o que ouve dizer. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações em dinheiro, ameaçada pelos cobradores. Muitos acham que sua vida ainda não é como deveria ser se eles não puderem comprar aquilo que a propaganda anuncia e recomenda.

Jesus ameaçou o espírito mau: “Cale-se, e saia dele!” O espírito sacudiu o homem, deu um grande grito e saiu dele. Jesus devolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade. Faz a pessoa recuperar o seu perfeito juízo (cf. Mc 5,15). Não é nem era fácil, nem ontem, nem hoje, fazer com que a pessoa comece a pensar e atuar diferentemente da ideologia oficial.

Ensinamento novo! Ele manda até nos espíritos impuros. Os dois primeiros sinais da Boa Nova que o povo percebe em Jesus, são estes: o seu jeito diferente de ensinar as coisas de Deus, e o seu poder sobre os espíritos impuros. Jesus abre um novo caminho para o povo conseguir a pureza. Naquele tempo, uma pessoa declarada impura já não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida por Deus a Abraão. Ela teria que purificar-se primeiro. Esta e muitas outras leis e normas dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura, longe de Deus. Agora, purificadas pelo contato com Jesus, as pessoas impuras podiam comparecer novamente na presença de Deus. Era uma grande Boa Notícia para eles!

 

4) Para um confronto pessoal

1) Será que posso dizer: “Eu sou plenamente livre, senhor de mim mesmo”? Se não o posso dizer de mim mesmo, então algo em mim é possesso por outros poderes. Como faço para expulsar este poder estranho?

2) Hoje muita gente não vive, mas é vivido. Não pensa, mas é pensado pelos meios de comunicação. Já não tem pensamento crítico. Já não é dono de si mesmo. Como expulsar este “demônio”?

 

5) Oração final

Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso teu nome em toda a terra! Sobre os céus se eleva a tua majestade! Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares? (Sl 8, 2.5)

Segunda-feira, 13 de janeiro-2025. 1ª Semana do Tempo Comum-Ano Litúrgico / C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 13 janeiro 2025
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1) Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Marcos 1, 14-20)

14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15"O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos, e crede no Evangelho!" 16E, passando à beira do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Jesus lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens". 18E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus.

 

3) Reflexão

Depois que João foi preso, Jesus voltou para a Galiléia proclamando a Boa Nova de Deus. João foi preso pelo rei Herodes por ter denunciado o comportamento imoral do rei (Lc 3,18-20). A prisão de João Batista não assustou a Jesus! Pelo contrário! Ele viu nela um sinal da chegada do Reino. E hoje, será que sabemos ler os fatos da política e da violência urbana para anunciar a Boa Nova de Deus?

Jesus proclamava a Boa Nova de Deus. A Boa Nova é de Deus não só porque ela vem de Deus, mas também e sobretudo porque Deus é o seu conteúdo. Deus, Ele mesmo, é a maior Boa Notícia para a vida humana. Ele responde à aspiração mais profunda do nosso coração. Em Jesus aparece o que acontece quando um ser humano deixar Deus entrar e reinar. Esta Boa Notícia do Reino de Deus anunciada por Jesus tem quatro aspectos:

  1. Esgotou-se o prazo! Para os outros judeus o prazo ainda não tinha se esgotado. Faltava muito para o Reino poder chegar. Para os fariseus, por exemplo, o Reino só poderia chegar quando a observância da Lei fosse perfeita. Jesus tem outra maneira de ler os fatos. Ele diz que o prazo já se esgotou.
  2. O Reino de Deus chegou! Para os fariseus a chegada do Reino dependia do esforço deles. Só chegaria, depois que eles tivessem observado toda a lei. Jesus diz o contrário: “O Reino chegou!” Já estava aí! Independente do esforço feito! Quando Jesus diz “O Reino chegou!”, ele não quer dizer que o Reino estava chegando só naquele momento, mas sim que já estava aí. Aquilo que todos esperavam, já estava presente na vida deles, e eles não o sabiam, nem o percebiam (cf. Lc 17,21). Jesus o percebeu! Pois ele lia a realidade com um olhar diferente. E é esta presença escondida do Reino no meio do povo, que Jesus vai revelar aos pobres da sua terra. É esta a semente do Reino que vai receber a chuva da sua palavra e o calor do seu amor.
  3. Convertei-vos! O sentido exato é mudar o modo de pensar e de viver. Para poder perceber a presença do Reino na vida, a pessoa terá que começar a pensar e viver de maneira diferente. Terá que mudar de vida e encontrar outra forma de convivência! Terá que deixar de lado o legalismo do ensino dos fariseus e permitir que a nova experiência de Deus invada sua vida e lhe dê olhos novos para ler e entender os fatos.
  4. Acreditem nesta Boa Notícia! Não era fácil aceitar esta mensagem. Não é fácil você começar a pensar diferentemente de tudo que aprendeu, desde pequeno. Isto só é possível através de um ato de fé. Quando alguém vem trazer uma notícia diferente, difícil de ser aceita, você só a aceitará se a pessoa que traz a notícia for de confiança. Aí, você dirá aos outros: “Pode aceitar! Eu conheço a pessoa! Ela não engana. É de confiança!”. Jesus é de confiança!

O primeiro objetivo do anúncio da Boa Nova é formar comunidade. Jesus passa, olha e chama. Os primeiros quatro chamados, Simão, André, João e Tiago, escutam, largam tudo e seguem a Jesus para formar comunidade com ele. Parece amor à primeira vista! Conforme a narração de Marcos, tudo aconteceu logo no primeiro encontro com Jesus. Comparando com os outros evangelhos, a gente percebe que os quatro já conheciam a Jesus (Jo 1,39; Lc 5,1-11). Já tiveram a oportunidade de conviver com ele, de vê-lo ajudar o povo e de escutá-lo na sinagoga. Sabiam como ele vivia e o que pensava. O chamado não foi coisa de um só momento, mas sim de repetidos chamados e convites, de avanços e recuos. O chamado começa e recomeça sempre de novo! Na prática, coincide com a convivência dos três anos com Jesus, desde o batismo até o momento em que Jesus foi levado ao céu (At 1,21-22). Então, por que Marcos o apresenta como um fato repentino de amor à primeira vista? Marcos pensa no ideal: o encontro com Jesus deve provocar uma mudança radical na nossa vida!

4) Para um confronto pessoal

1) Um fato político, a prisão de João, levou Jesus a iniciar o anúncio da Boa Nova de Deus. Hoje, os fatos da política e da polícia influem no anúncio que fazemos da Boa Nova ao povo?

2) “Convertei-vos! Acreditem nesta Boa Notícia!” Como isto está acontecendo na minha vida?

 

5) Oração final

Tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra, tu és excelso acima de todos os deuses. (Sl 96, 9)

Papa convida a festejarmos a data do Batismo como um novo aniversário

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Publicado em 12 janeiro 2025
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No Angelus na Festa do Batismo de Jesus, o Papa Francisco voltou a insistir a que que recordemos a data do nosso Batismo, pois é a data em que nascemos no Espírito de Deus.

 

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

A festa do Batismo de Jesus, que hoje celebramos, nos faz pensar em tantas coisas, também no nosso Batismo. Jesus, que se une ao seu povo para receber o Batismo para o perdão dos pecados.

Gosto de recordar as palavras de um hino da liturgia de hoje: Jesus vai para ser batizado por João “com a alma nua e os pés descalços”. A alma nua e os pés descalços.

E quando Jesus recebe o batismo se revela o Espírito: «Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer». O rosto e a voz. 

Primeiro de tudo, o rosto. Ao revelar-se Pai por meio do Filho, Deus estabelece um lugar privilegiado para entrar em diálogo e comunhão com a humanidade. É  o rosto do Filho amado.

Em segundo lugar, a voz. Rosto e voz: «Tu és o meu Filho amado». Este é um outro sinal que acompanha a revelação de Jesus.

Queridos irmãos e irmãs, a festa de hoje nos faz contemplar o rosto e a voz de Deus, que se manifestam na humanidade de Jesus. E então, perguntemo-nos: nos sentimos amados? Eu me sinto amado e acompanhado por Deus ou penso que Ele esteja distante de mim? Somos capazes de reconhecer o seu rosto em Jesus e nos nossos irmãos? E somos habituados a ouvir a voz?

E eu vos faço uma pergunta: cada um de nós se lembra da data do seu Batismo? Isso é muito importante! Pense: em que dia fui batizado ou batizada? E se não me lembro, ao chegar em casa, perguntemos aos pais e padrinhos a data do Batismo. E festejar a data como um novo aniversário: a do nascimento precisamente no Espírito de Deus. Não se esqueçam! Esta é uma tarefa de casa: a data do meu Batismo.  Fonte: https://www.vaticannews.va

Batismo do Senhor e o final do tempo litúrgico do Natal

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Publicado em 11 janeiro 2025
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“Tu és meu Filho amado” 

 

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo (RS)

O Tempo do Natal fez-nos contemplar o Menino Jesus nascido na gruta de Belém.  Olhamos para a Sagrada Família, modelo para as famílias cristãs, na qual Jesus cresceu, se desenvolveu, trabalhou. No dia primeiro de janeiro celebramos Maria Mãe de Deus e hoje, com Festa do Batismo do Senhor, encerramos este tempo litúrgico (Isaías 42,1-7, Salmo 28, Atos dos Apóstolos 10,34-38 e Lucas 3, 15-16.21-22).  

João Batista, o precursor de Jesus, aponta para presença do Messias. Não deixa o povo imaginar que seja ele, pois o que virá é “mais forte do que eu”, do qual  “não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias”, “eu batizo com água”, mas Ele “vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.  

Mesmo assim, “quando todo povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. As palavras de João Batista e a voz vinda do céu revelam a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Depois de batizado, Jesus reza dirigindo-se ao Pai. O Céu de abre e desce o Espírito Santo.  

O Festa do Batismo de Jesus é um convite para rezarmos e refletirmos sobre o Sacramento do Batismo. O batismo marca o início da missão de Jesus, momento em que recebe o reconhecimento público e oficial da sua identidade. Assim também, para os cristãos o batismo é um início, uma mudança profunda na vida e um novo caminho que se abre. 

Jesus, após ser batizado, reza. Entra em contato com o Pai e o céu abre-se sobre Ele. No Sacramento do Batismo abre-se o céu ao batizando e ouve-se a mesma voz dirigida a Jesus: “Tu és meu Filho amado”. O batismo é adoção na família de Deus, na comunhão com a Santíssima Trindade, na comunhão do Pai, com o Filho e o Espírito Santo. Por isso, o batismo é administrado em nome da Santíssima Trindade. Os batizados renascem como filhos de Deus. Já são filhos de pais humanos, agora passam a ser também filhos de Deus. 

Por que usamos a água no batismo? A água é o elemento da fecundidade. Sem água não há vida. No começo do cristianismo, a água tornou-se o símbolo do seio materno da Igreja. Assim como a criança, antes de nascer, estava envolta em substância líquida, agora ela entra no ventre da Igreja. Tertuliano afirma que “Cristo nunca existe sem água”. Com isto ele disse que Cristo jamais existe sem a Igreja e a vida do cristão existe e de concretiza na Igreja. O batizado faz parte desta nova família indicando que ser batizado não é apenas uma questão espiritual, individual, subjetiva, mas que é algo concreto, envolvendo outras pessoas. Enquanto filhos de Deus e inseridos na Igreja, podemos recitar o “Pai-nosso”. Rezamos usando nós. 

João Batista fala do batismo “no Espírito Santo e no fogo”. Ensina que o batismo não é um gesto ou um desejo humano para orientar-nos para Deus com as próprias forças. No batismo é Deus que vem ao nosso encontro. É o próprio Deus que age. É Jesus que age através do Espírito Santo. É Deus que assume e torna os batizados seus filhos.  

Deus não age de modo mágico e contra a liberdade humana. Ele interpela a liberdade e convida a cooperar com o fogo do Espírito Santo. São dois aspectos que caminham juntos no batismo. Ele sempre será um dom de Deus que nos fez seus filhos adotivos e membros da Igreja. Mas, sempre solicitará a nossa cooperação, a disponibilidade da nossa liberdade para dizer “sim” que tornará a graça divina uma ação sempre eficaz. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Homens gays podem ser padres desde que não transem, diz Vaticano

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Publicado em 10 janeiro 2025
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  • Conferência dos Bispos da Itália
  • Homossexualidade na Igreja,
  • papado de Francisco à população LGBTQIA+
  • Seminário e homossexualidade

Conferência dos Bispos da Itália revoga proibição de 2016 que barrava homens com 'tendências homossexuais'

 

São Paulo

O Vaticano publicou hoje novas orientações para seminários que permitem que homens gays se tornem padres —desde que sejam celibatários. O documento, elaborado pela CEI (Conferência Episcopal Italiana), recua de uma instrução de 2016 que barrava seminaristas que tivessem "tendências homossexuais profundas".

O movimento da CEI é mais um aceno do papado de Francisco à população LGBTQIA+, junto a falas tidas como acolhedoras do pontífice e decisões como a que permitiu que padres abençoem casais do mesmo sexo e pessoas em seu segundo casamento. Essa medida, entretanto, não reconheceu o casamento gay na Igreja Católica.

As novas orientações foram publicadas sem alarde no site da CEI nesta quinta-feira (9). Segundo o documento, diretores de seminários devem levar em consideração a orientação sexual de um seminarista, mas apenas como um aspecto de vários.

"Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem", afirma o texto.

Segundo o Vaticano, as novas orientações foram aprovadas em novembro e são válidas imediatamente, podendo ser reavaliadas depois de um período de três anos.

Apesar da postura mais aberta em relação a pessoas LGBT na Igreja, Francisco se envolveu em uma polêmica em maio do ano passado quando uma fala sua sobre gays em seminários vazou na imprensa italiana —o papa teria dito que os seminários já estão "cheios de viadagem".

Segundo os relatos de bispos próximos ao papa, Francisco também teria se posicionado contra a possibilidade que homens gays se tornassem padres —posição agora revista pela Igreja.

Em janeiro de 2023, Francisco disse ainda que a homossexualidade não é crime, mas é pecado, em uma entrevista à agência Associated Press em que pedia o fim de leis pelo mundo que criminalizam a orientação sexual.

"Ser homossexual não é crime", disse. "Não é crime. Sim, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir um pecado de um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo."

Na entrevista, Francisco reconheceu que lideranças católicas em algumas partes do mundo ainda apoiam leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQIA+. "Esses bispos precisam ter um processo de conversão", afirmou o pontífice, acrescentando que tais lideranças devem agir com ternura —"por favor, como Deus tem por cada um de nós".  Fonte: www1.folha.uol.com.br

Jesus foi batizado, será que eu deveria ser?, questionou-se ex-espírita convertido católico

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Publicado em 10 janeiro 2025
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O analista de dados Arthur Rezende, 24, conta sobre sua migração do espiritismo para o catolicismo

 

Arthur Rezende, que decidiu se converter católico depois da pandemia - Karime Xavier/Folhapress

 

Anna Virginia Balloussier

São Paulo

O analista de dados Arthur Rezende, 24, converteu-se ao catolicismo após querer entender melhor o que tinha a dizer "uma instituição de 2.000 anos, sólida". Ele conta sobre essa jornada em depoimento à Folha.

Meus pais são espíritas, mas eu era espírita não só porque eles eram. Estudava os livros básicos da doutrina, o do Allan Kardec. Desde pequeno frequentava o centro, já participei de reuniões mediúnicas.

No Brasil tem vários tipos de espírita, como os ex-católicos que se converteram ao espiritismo e renegam tudo o que tem a ver com a Igreja Católica. E tem as pessoas que se convertem às duas coisas, né? São católicos, são espíritas, tem uma certa mistura ali.

A visão que eu sempre tive era de que [as duas religiões] são coisas diferentes e tal. Minha visão era bem a visão do brasileiro médio sobre a Igreja Católica.

Na pandemia, parei de frequentar o centro por razões óbvias. Foi quando comecei a pesquisar mais na internet [sobre catolicismo], mais pelo interesse na religião como um todo.

E aí, nessa época, eu falei: cara, não sou batizado, né? Esse foi um grande clique de conversão para mim.

Eu não era batizado. Jesus foi batizado. Será que eu deveria ser batizado? Será que não? Mas o que é o batismo?

Segundo a Igreja Católica, o batismo é um sacramento. Ah, mas o que é um sacramento? E aí fui estudando e entrando em contato com coisas definitivamente católicas.

Num primeiro momento, [acessei] muito material do padre Paulo Ricardo. Lembro de cair num vídeo dele assim: por que o católico não pode ser espírita?

Acho que a [incompatibilidade] central é a definição de quem é Cristo.

Para o espírita, Jesus é um ser evoluído, que foi criado como todos nós, nasceu simples e ignorante, e foi evoluindo ao longo de milhares de anos. Hoje faz parte dos espíritos iluminados, é como se fosse um guia espiritual da Terra.

Na Igreja Católica, Jesus Cristo é Deus que se fez homem, na trindade Pai, Filho e Espírito Santo.

Na minha concepção, se a gente fosse capaz de compreender Deus, ele não seria Deus. Se a gente conseguisse racionalmente olhar e dizer "ah, Deus é isso". Mas, ao mesmo tempo, existe um caminho racional. Eu fui atrás das duas coisas e comecei a comparar [espiritismo e catolicismo].

Sempre achei importante ter uma religião, né? Eu estava num limbo. Não, acho que não dá mais para ser espírita. E virar católico parecia uma coisa radical.

A fé é de Deus para nós, né? Então, não é dizer "ah, eu virei católico porque eu fui estudar". Mas, para mim, o processo de conversão passou por essa parte racional, vamos dizer assim.

Dava para contar nos dedos as vezes em que eu tinha ido na missa —sei lá, para o batismo de alguma prima. Tive uma ex-namorada que era católica. Eu não conseguia imaginar casar [com ela] justamente pensando nessa diferença de religião.

Antes, para mim a igreja era algo completamente irracional. Eu via as pessoas indo se confessar e achava, "pô, que hipocrisia, ficar fazendo um monte de merda e depois ir lá e se confessar". Tipo, para que serve isso?

Percebi que a ideia que eu tinha, de que era uma historinha que meia dúzia de pessoas inventaram, falava sobre uma instituição de 2.000 anos, sólida. Bom, acho que preciso ser humilde e entender quais são os argumentos de São Tomás de Aquino para essas coisas que a igreja defende, por exemplo.

Estudei os sacramentos: o que é o batismo, o que é o casamento, o que é a confissão —essa percepção de que não é o padre que está ali decidindo se vai perdoar [quem confessa um pecado].

O argumento é que isso que foi instituído por Jesus, dando a autoridade aos seus sucessores, que são os apóstolos, e depois aos sucessores deles, os padres. Quando o padre dá o perdão dos pecados, está agindo "in persona Christi", no lugar de Cristo.

Então, eu estava nesse limbo. Achei que precisava resolver isso. Tem um serviço de assinatura católica muito legal, Minha Biblioteca Católica. Eles mandam um formulário em que perguntam: você é católico? Botei: não. Mas teve um momento em que falei: não dá para voltar pra trás, certo? Sou católico.

O batismo não foi essa experiência mística para mim. Quando vejo outros adultos e crianças sendo batizados, me emociona. Mas no dia lá acho que eu estava meio anestesiado. Foi em 2022.

Me casei em setembro de 2023. Minha esposa é católica. Descobri que ela era meio "católica de IBGE" [não praticante]. Ela ficou mais interessada e se aproximou da igreja mais ou menos nessa época em que eu estava me convertendo.

A liturgia ao redor da missa é belíssima. E eu gosto de música, né? Então, poder ter a oportunidade de estar num coral, com um canto gregoriano, com um órgão, acho belíssimo.

Na minha bolha, a percepção é de que tem mais pessoas se convertendo, tentando deixar de ser um "católico de IBGE" para ser um católico que entende o que é a igreja. Na Catedral da Sé, 300 jovens e adultos receberam o sacramento do Cristo [no último sábado de novembro], a crisma.

Quando a pessoa entende que a igreja não é essa visão estereotipada que a gente vê na escola, não é esse monte de bobagem, ela vai perceber uma riqueza absurda. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

São Sebastião, peregrino de esperança

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Publicado em 09 janeiro 2025
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Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist., arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

O ano de 2025 surge no horizonte como uma especial oportunidade dada pela providência de reavivar nos corações a chama da esperança. Na noite de Natal, o Papa Francisco abriu na Basílica de São Pedro a Porta Santa, inaugurando o Jubileu do ano santo de 2025, ressaltando que com a vinda do Salvador “a porta da esperança foi escancarada para o mundo” e, a partir de então, “Deus diz a cada um: há esperança também para ti! Há esperança para cada um de nós”.

É dentro desse contexto jubilar que nossa arquidiocese se prepara para celebrar no próximo dia 20 de janeiro a Festa São Sebastião. A vida do padroeiro dos cariocas surge como um verdadeiro testemunho de esperança cristã.

Vivendo num momento de grande adversidade, dado o contexto da perseguição do Império Romano aos cristãos, demonstrou coragem, intrepidez, perseverança e fidelidade à fé. Seu duplo martírio, primeiro pelas flechas, depois com a decapitação, poderia ser visto, na lógica humana, como uma derrota. Os olhos da fé, porém, nos fazem ver adiante.

No primeiro martírio, a esperança surge com um gesto solidário: jogado no rio como se estivesse morto, foi resgatado por Santa Irene, cuidado de suas feridas pela comunidade cristã. No segundo martírio, a esperança é a promessa do encontro com o Senhor mesmo que disse: “Para que onde eu estiver, estejais também vós” (Jo 14, 3).

Também hoje, muitas são as adversidades enfrentadas pelos cristãos. Perseguições, contravalores, ideologias, polarizações e outras atitudes que tentam enfraquecer a fé são postas como barreiras à esperança. Também no âmbito social a desesperança surge com a violência, a pobreza e tantas outras situações que parecem ter a última palavra.

São Sebastião, porém, nos ensina que a vivência das virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade é a resposta efetiva daqueles que encontraram a vida nova trazida por Cristo Jesus.

Desde o início, essa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que em março de 2025 completa seus 460 anos, testemunha que a intercessão de seu padroeiro é um constante sinal de esperança. Já o demonstra a antiga tradição da Batalha das Canoas, onde diante da adversidade da invasão estrangeira, São Sebastião surge do céu para defender o povo carioca.

E em outros momentos, como nos períodos de pestes e enfermidades, tais como a gripe espanhola no início do século XX, ou a pandemia de Covid-19 em 2020, o Rio de Janeiro sabe que tem no céu um especial protetor que roga por essa cidade, tão ferida por muitas flechas, mas com um povo que sabe contornar as dificuldades com alegria, fé e esperança.

O Jubileu de 2025 nos convida a recordar que somos “peregrinos de esperança.” Ao longo da Trezena, São Sebastião peregrina em sua imagem pelas mais diferentes realidades de nossa grande cidade. São paróquias e capelas em bairros de todas as regiões, hospitais, presídios, asilos, centros de socioeducação para menores, escolas, instituições culturais e repartições públicas. Nos lugares visitados pela imagem missionária, as pessoas são convidadas a ver em nosso santo soldado um sinal de que a luta cristã pelo bem não é perdida, mas é vencida pela esperança que, como nos ensina o Apóstolo Paulo, não decepciona (Rm 5, 5).

O nosso pedido a São Sebastião, nesse ano santo jubilar, pode ser resumido naquele trecho de seu hino, que com tanto fervor cantaremos no dia 20: “Grande fé, esperança e fortaleza/ pelos lares cristãos acendei!”.

 

Rezemos a oração a São Sebastião:

Glorioso mártir São Sebastião, valoroso padroeiro e defensor da cidade do Rio de Janeiro, vós que derramastes vosso sangue e destes a vossa vida em testemunho da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, alcançai-nos do mesmo Senhor, a graça de sermos vencedores do nosso verdadeiro inimigo: o pecado, que nos faz viver sem fé, sem esperança e sem caridade.

Protegei, com a vossa poderosa intercessão, os filhos desta Terra de Santa Cruz.

Livrai-nos de toda epidemia corporal, moral e espiritual.

Fazei que se convertam aqueles que, por querer ou sem querer, são instrumentos de infelicidade para os outros.

E que o justo persevere na sua fé e propague o amor de Deus, até o triunfo final.

São Sebastião, advogado contra as epidemias, a fome e as guerras, rogai por nós sem cessar.

Ó glorioso batalhador da fé, socorrei-nos em nossas fraquezas e necessidades urgentes, rogai por nós junto a Deus. Amém. Fonte: https://arqrio.org.br 

A esperança não decepciona

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Publicado em 30 dezembro 2024
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  • A Audácia da Esperança
  • Bispo de Santo André
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  • Artigos sobre do Ano Jubilar,
  • Artigos do Jubileu,

 

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo de Santo André (SP)

 

Nossa situação é dramática. Estamos todos os dias submetidos a um “teste de esperança”. Perguntamos diante da situação que vivemos, com a pandemia, a crise de governo, desagregação social, aumento dos famintos, entre tantos males que afligem nosso querido país: se podemos ter esperança?

Alguém diz que há tempo o Brasil não é mais alegre como antes, mesmo em meio às injustiças estruturais que o assola. É certo que neste tempo de pandemia a depressão atinge todo mundo. Chama atenção, porém, ser o Brasil, o segundo da lista de países atingidos por esta tristeza que pode ser mortal, segundo pesquisa da OMS feita no ano passado. Por isso, talvez pese tanto, o distanciamento social que devemos manter neste momento, para evitar o agravamento da pandemia.

Para muitos, o mundo não tem conserto, é caso perdido. Como os antigos gregos acreditam na lei do eterno retorno: o que foi, será, e o que será é o que foi. A humanidade está num atoleiro ou pântano, aprisionada pelo vazio de todas as coisas que, ao fim e ao cabo darão em nada. A conclusão é óbvia: vamos nos divertir e aproveitar a vida antes que acabe. O homem é um “ser para a morte” filosofa o existencialismo ateu.

Para responder à pergunta podemos recorrer à sabedoria humana que nos aconselha a renovar nossas forças através da análise da história (já passamos por coisas piores), da atenção à conjuntura (a semente morre mas nasce algo novo) e das técnicas psicológicas para esconjurar o desânimo (meditação e solidariedade). E então poderemos dizer que sim! Há esperança, pois a esperança é a última que morre, diz o ditado popular.

No entanto para quem crê em Jesus Cristo a esperança não morre nunca e mais ainda; “a esperança não decepciona”(Rm 5,5). Ela é âncora segura em todas as circunstâncias da vida. Devemos esperar contra toda esperança (cf Hb 6,18). Por que? Porque “Jesus Cristo é nossa esperança” (1Tm 1,1). Ele morreu e ressuscitou. A morte o tragou, mas lá de dentro da morte ele “matou” a morte e ela não tem mais poder, não tem a última palavra. A última palavra é do Deus da vida. É isto que comemoramos na Páscoa.

A cruz e o sofrimento são realidades provisórias em nossa vida e na história humana. O calvário é lugar de passagem. O definitivo é a ressurreição, a vida que vence a morte. O pecado e a maldade no mundo fazem muito estrago, muito barulho, mas como um tambor, está vazio. Não tem força para ir até o fim. Será sempre derrotado pelo dinamismo divino da vida, infundida por Deus na Criação redimida por Cristo.

Morrendo na Cruz por amor, Jesus Cristo, o homem Deus, desencadeou no mundo um processo de libertação pessoal e social que ninguém poderá conter. Ele é a pedra fundamental de um novo mundo, o mundo da graça e da alegria dos redimidos. Quem cair sobre esta pedra se espatifa e quem sobre o qual ela cair será esmagado. Somente os que souberem fazer dela seu abrigo será parte desta construção de Amor e libertação que Deus está fazendo no mundo a partir dos que creem em Cristo e dos que mesmo não crendo praticam sem saber o que ele ensinou.

Vão se as esperanças, uma após outra, mas o coração continua a esperar, quebram-se as ondas, uma após outra, mas o mar não se acaba, assim como a esperança não acaba jamais neste mundo.

A todos os leitores desta coluna que perderam parentes e amigos nesta pandemia, apresento minhas condolências fraternas. Expresso minha proximidade de cristão que ora e intercede para que Deus, pois somente Ele pode, confortar o coração de cada um, e manter acesa a chama da esperança. Fonte: www.cnbb.org.br

Jesus morreu para salvar, não para condenar, afirma pastor 'reconvertido' em igreja LGBTQIA+

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Publicado em 29 dezembro 2024
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Arlei Lopes Batista, 48, vice-diretor de escola, chegou a palestrar em defesa da 'cura gay'

 

 

Arlei Lopes evangélico e pastor LGBTQIA+ - Karime Xavier/Folhapress

 

Anna Virginia Balloussier

São Paulo

 

Arlei Lopes Batista, 48, encontrou guarida numa igreja evangélica inclusiva após décadas numa denominação tradicional, que via a homossexualidade como pecado. Durante esse período, foi, inclusive, palestrante em defesa da chamada "cura gay".

Em depoimento à Folha, ele fala sobre a descoberta de um evangelicalismo que não discrimina a comunidade LGBTQIA+.

Durante parte da infância, fiquei entre a Igreja Católica, porque morava com os meus avós. Fiz a primeira comunhão, a crisma.

Meus pais eram empresários de parques de diversões. Fui morar com eles por volta dos 10 anos. Minha mãe faleceu quando eu tinha 12. Aí começa todo um processo de mudança na minha vida.

Saio [de casa] por conta de violência familiar [da parte do pai]. Vou para a casa de uma prima. A filha dela era da igreja onde fiquei por quase 30 anos. O pastor acabou me adotando. Chego nessa família pastoral com uns 14 anos. Ali construí minha base bíblica. Só que é uma herança que depois me custou muito.

Eu já tinha vivenciado [minha homossexualidade]. Todos [da igreja] sabiam. O discurso era de que era errado e tal, era pecado. Eu tinha que renunciar à homossexualidade. Fazia oração, jejum.

Lembro que, se era atraído por alguém na rua, me martirizava por conta do desejo. Tinha que sublimar. Foi um período de muita angústia. Batia na minha cabeça quando ia dormir. Eu achava que ia ficar louco, né?

Estava muito depressivo, ia me jogar na frente do ônibus. Chorei e disse: "Deus, se o Senhor existe mesmo, me ajuda". Depois de alguns minutos, senti como se algo estivesse empurrando aquela tristeza para fora de mim.

Chego na igreja e acabo falando mais das minhas dores. Ali tenho um lugar de acolhimento, uma comunidade que me ouve. Em nenhum momento eles forçaram a algum processo de reorientação sexual.

Tive algumas relações sexuais [com homens] nessa época, todas confessadas ao pastor. Era um processo de alívio para aquele sentimento de culpa, e o barco continuava.

Fui tendo acesso a livros de pessoas que renunciaram à homossexualidade e construindo um viés de renúncia. Nessa fase, conheço uma moça da igreja. Ficamos 22 anos casados e adotamos três filhas —não porque não podíamos ter, foi por opção mesmo.

Nunca me vi como bissexual. Entendo hoje, olhando para trás, que a amizade, o companheirismo e o toque em si faziam com que eu tivesse as relações sexuais [com a esposa]. Sempre me vi como homossexual, mas que renunciava à sua sexualidade por conta da igreja.

Nisso fui crescendo na igreja, me tornei obreiro, depois presbítero, depois pastor.

No meio-tempo, ainda tive o que nós chamávamos de quedas. Não deixava de ser adultério, porque eu estava casado. Só que nunca foi escondido. Ela sempre se colocou nesse papel de "vou te ajudar a se libertar".

Na leitura fundamentalista [da Bíblia] que nós tínhamos, era pecado e não tinha o que fazer. Então eu tinha que matar a minha carne, levar a minha sexualidade para a cruz e não vivê-la da forma que eu nasci para viver.

Encontrei várias pessoas que também estavam tentando renunciar à sexualidade. Criei um grupo na internet, de amor, aceitação e perdão. A gente passou de umas cinco pessoas para virar mais de 700.

Por dez anos, fiz parte do Exodus Brasil [rede evangélica que defendia ser possível a "cura gay"].

Tinha grupo que colocava os meninos em como se fossem casas de recuperação. No meu ministério, não trabalhamos com esse fundamentalismo tão opressor. De certa forma, o que eu fazia era mostrar a graça de Deus para meninos e meninas que queriam renunciar à sexualidade por conta da fé. Era uma mistura de psicanálise e teologia.

Eu me tornei palestrante do Exodus. O primeiro seminário de sexualidade da igreja do Silas Malafaia fui eu quem fiz. Minha ex-esposa estava até junto, ela e nossa filhinha adotiva, que devia ter um ano e pouquinho.

Até o dia em que, no aeroporto de Viracopos, eu estava tomando meu café e veio uma pessoa. No fim daquela conversa, me deu o número do telefone. Passei a gostar afetivamente dele. Aquilo ficou no meu coração. Não consegui mais ter relação sexual com minha esposa nem ministrar sobre sexualidade. Entrei em crise.

O casamento parou ali, mas a gente empurrou por um tempo. Ficamos quase quatro anos sem ter nenhuma relação. Na crise, encontrei a igreja inclusiva [que não recrimina a comunidade LGBTQIA+] e passei a sentir a presença de Deus naquele lugar.

Entra uma nova crise. Peraí, como que uma igreja evangélica tem público gay? Tudo o que vivi não era verdade?

Fui para uma última reunião do Exodus. Pergunto o que os líderes tinham para refutar a teologia afirmativa. Para minha surpresa, nenhum deles tinha, de forma robusta, conhecimento sobre ela.

Essa teologia trata a leitura bíblica de forma histórico-crítica. Quando o texto bíblico fala "não se deite um homem com outro", estou olhando para ele de forma literal. A teologia afirmativa reconhece o fator histórico, considera em que época aquilo foi escrito. Se eu fizer uma leitura literal da Bíblia, então vou ser a favor da escravidão, por exemplo.

Voltei querendo conhecer mais profundamente a teologia afirmativa. Só que me decepcionei com a igreja que eu estava conhecendo naquele momento. Pastores casados deram em cima e, para mim, foi um choque. Era uma questão mais moral, tipo, se já está casado, por que precisa de uma outra pessoa?

Fui para Curitiba com uma psicóloga que fazia "cura gay". Ela tentou fazer uma modelagem. Eu tinha que andar com o marido dela, tinha que capinar, porque ele estava fazendo horta. Meu pai [o pastor] pagava para eu estar lá.

Eu não podia nem usar a internet. Fiquei dez dias e fui embora. Voltei para o casamento.

O que me fez deixar a igreja fundamentalista foi ela [a ex]. Disse assim: "O que estou fazendo? Não posso acabar com a vida dela". Ela era uma pessoa jovem que poderia casar novamente.

Fui indo numa outra, onde me fortaleci em relação à afirmação [da homossexualidade]. Aí o conheci [Daniel, seu marido]. Depois de um tempo, a gente foi para a Betesda, uma igreja heteronormativa que virou afirmativa.

Fomos neste ano para a Igreja Batista Soul Livre porque vimos a necessidade de um auxílio maior para a nossa comunidade LGBTQIA+, para ajudar essas pessoas a continuar com fé em Deus de uma forma saudável, sem fundamentalismo.

Não acredito mais nesse Deus punitivo. Jesus Cristo morreu para salvar o mundo, não para condenar. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

27 de dezembro- O Santo do dia

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Publicado em 27 dezembro 2024
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  • São João Evangelista
  • Festa de São João Evangelista
  • Arcebispo do Rio de Janeiro
  • Oitava do Natal,
  • período da Oitava do Natal
  • O que é Oitava do Nata

 

São João Evangelista 

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

 

A partir do dia 25 de dezembro entramos no período litúrgico denominado como Oitava do Natal, que são oito dias como se fosse um só. Ou seja, o Natal é tão importante que não pode ser celebrado em um dia só, mas se estende por oito dias. É como se a cada dia desses oito dias fosse Natal, e podemos desejar uns aos outros um Santo e Abençoado Natal. É um período de grande alegria, pois o Emanuel, o Deus conosco, o Príncipe da Paz, está no meio de nós. Após a Oitava do Natal, que se encerra no dia 1º de janeiro, continua o tempo do Natal, que segue até a festa do Batismo do Senhor. 

O período da Oitava do Natal é especial, pois, conforme dissemos, celebramos em primeiro lugar o nascimento de Jesus, o grande mistério da Encarnação, mas praticamente em todos os dias da Oitava celebramos a festa de um santo. No dia 26 de dezembro celebramos a festa litúrgica de Santo Estevão; no dia 27, celebramos São João Evangelista; no dia 28, os Santos Inocentes; neste ano, no domingo dia 29, a Festa da Sagrada Família; e, por fim, no dia 1º de janeiro, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. 

Seria enriquecedor se pudéssemos participar da Santa Missa todos os dias do período da Oitava do Natal, pois, afinal de contas, conforme dissemos, cada dia é Natal. E, em cada dia, a celebração de um santo em especial. Cada um desses santos tem uma particularidade com a vida de Jesus. Santo Estevão foi o primeiro mártir; São João foi apóstolo e evangelista; os Santos Inocentes não puderam se defender e morreram ainda recém-nascidos, em sua maioria, por maldade de Herodes; na Sagrada Família recordamos que o Messias teve uma família aqui na terra e nasceu pelo seio de Maria; e, no dia 1º de janeiro, recordamos Nossa Senhora como a Mãe de Jesus e Mãe de Deus, quando comemoramos também o Dia Mundial da Paz, neste ano o 58º. 

São João Evangelista foi um dos doze apóstolos de Jesus, considerado o discípulo amado, um dos mais jovens entre os doze. Foi a João Evangelista que Jesus, na agonia da Cruz, entregou a sua Mãe para que João cuidasse. João e Maria estavam aos pés da cruz, e Jesus, ao entregar sua Mãe a João, entrega-a a todos nós. João acolhe Maria consigo e cuida dela até ela subir ao céu. 

João segundo algumas tradições, morreu de velhice, uma morte natural, quando tinha noventa e quatro anos. João, além de ser o autor do quarto Evangelho, escreveu também três cartas. Nesses escritos, João revela, sobretudo, o amor de Deus por nós, manifestado em Jesus Cristo. Um dos escritos mais famosos de João, além de seu Evangelho, é o livro do Apocalipse de São João. 

Não podemos confundir João Evangelista com João Batista, pois são diferentes. Ambos viveram em tempos um pouco distintos. João Batista é o primo de Jesus, o precursor, que preparou o caminho para a chegada de Jesus. Já João Evangelista foi o discípulo amado de Jesus e o autor do Evangelho e das cartas. A festa de São João Batista comemora-se duas vezes: no dia 24 de junho, o nascimento, e no dia 29 de agosto, o martírio. Já João Evangelista veio posteriormente, escolhido como apóstolo de Jesus, e celebra-se a sua festa litúrgica no dia 27 de dezembro. Os dois têm uma grande importância na história da salvação, mas aparecem em momentos diferentes dessa história. 

João seria o mais novo dos doze apóstolos, com provavelmente cerca de vinte e quatro anos de idade quando foi chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Nasceu em Betsaida e ocupou um lugar de primeiro plano entre os apóstolos. Era pescador de profissão, consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior e em provável sociedade com André e Pedro, todos apóstolos. 

O nome de João significa “Deus misericordioso”. Trata-se de uma profecia que foi se cumprindo na vida do mais jovem dos apóstolos. João, sobretudo, anunciava a face desse Deus misericordioso, que nos revelou o seu Filho, Jesus Cristo, a fim de nos salvar e resgatar aqueles que andavam nas trevas do pecado. 

João esteve presente em momentos marcantes da vida de Jesus, por isso era considerado o discípulo amado. No episódio da transfiguração no Monte Tabor, Jesus chama Pedro, Tiago e João. Na Santa Ceia, quem reclina a cabeça no peito de Jesus é João. E, no momento da agonia de Jesus na Cruz, foi o apóstolo que esteve presente até os últimos momentos de Jesus, ao lado da Virgem Maria, enquanto os outros fugiram. João é sempre o homem da elevação espiritual, tanto que Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que significa “filhos do trovão”. 

O Apocalipse e as três cartas de João testemunham igualmente que o autor vivia na Ásia e lá gozava de extraordinária autoridade. E não era para menos: em nenhuma outra parte do mundo, nem sequer em Roma, havia apóstolos que sobrevivessem. É de imaginar a veneração que tinham os cristãos dos fins do século I por aquele ancião de mais de 90 anos, que tinha ouvido falar o Senhor Jesus, o tinha visto com os próprios olhos, o tinha tocado com as próprias mãos, o tinha contemplado na sua vida terrena e depois de ressuscitado, e presenciara a sua ascensão aos céus. Por isso, o valor dos seus ensinamentos e o peso das suas afirmações não podiam deixar de ser excepcionais e mesmo únicos. 

São João, já no auge de sua velhice, se deparou com uma perseguição por parte do Império Romano à Igreja de Cristo e aos cristãos. Alguns desses fatos são até relatados no livro do Apocalipse. Além dessas perseguições, ainda havia muitas heresias que desencadearam o movimento religioso gnóstico, nascido e propagado fora e dentro da Igreja, procurando corroer a essência mesma do Cristianismo. São João só não foi assassinado ou preso pelo Império, primeiro por graça de Deus e, segundo, porque soube se refugiar e ficar recluso na Ásia. 

Completada a sua jornada aqui na terra, o santo evangelista morreu quase centenário, sem sabermos uma data exata. Foi no fim do primeiro século ou no início do segundo século, no tempo do imperador Trajano (98–117 d.C.). 

Portanto, celebremos com alegria a festa de São João Evangelista nesse dia 27 e peçamos a Deus que, por intercessão desse grande santo da Igreja, possamos defender até o fim nossa Igreja Católica e, da mesma forma, defender a nossa fé. Aprendamos do apóstolo a nutrir o amor a Jesus e à Virgem Maria, e que eles nos guiem no caminho do bem. 

Que o Espírito Santo, que sempre faz novas todas as coisas, nos faça seguir os passos de Jesus e ouvir a sua voz, tornando-nos fiéis à sua missão. Amém. Fonte: https://www.cnbb.org.br 

Como os nazistas tentaram se apropriar de 'Noite feliz', uma das canções natalinas mais conhecidas no mundo

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Publicado em 26 dezembro 2024
  • Adolf Hitler
  • Segunda Guerra Mundial,
  • Noite feliz
  • regime de Adolf Hitler
  • Terceiro Reich
  • Gerry Bowler
  • canção de Natal

Como os nazistas tentaram se apropriar de 'Noite feliz', uma das canções natalinas mais conhecidas no mundo

Ideólogos e propagandistas do Terceiro Reich reescreveram diversas canções natalinas, incluindo uma das mais famosas

 

Os nazistas tentaram se apropriar do Natal e não hesitaram em tentar substituir Jesus por Hitler - Getty Images

 

BBC News Brasil

 

"Noite feliz, noite feliz

Todos dormem

Entre as estrelas que espalham sua luz

Apenas o Chanceler permanece em guarda

Vigiando e protegendo o futuro da Alemanha

Noite feliz, noite feliz

Adolf Hitler é a estrela da Alemanha

E nos mostra grandeza

E nos dá luz

E nos dá luz."

Pode parecer uma piada de mau gosto, mas não é.

 

Esta versão nazista da clássica canção de Natal "Noite Feliz", apresentada pela primeira vez há mais de dois séculos, existiu e foi apresentada durante o Natal na Alemanha e nos países e territórios ocupados pelos exércitos do chamado Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial.

A nova versão fazia parte da estratégia do regime de Adolf Hitler de se apropriar da celebração religiosa e transformá-la em mais uma arma no vasto arsenal ideológico e de propaganda com o qual assegurava o controle social da população.

 

Natal, mais uma vítima

Os nazistas não foram os primeiros a colocar o Natal na mira.

"As ideologias totalitárias não aceitam ter qualquer tipo de rival. A história mostra que todos os regimes totalitários procuraram proibir as celebrações religiosas ou tentar cooptá-las", explica o historiador canadense Gerry Bowler à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

"Os jacobinos durante a Revolução Francesa, os bolcheviques na Rússia e até mesmo os revolucionários mexicanos viam a religião como uma ameaça a seus interesses e a combatiam", acrescenta o autor de "Papai Noel - uma biografia".

Bowler lembrou que "os líderes soviéticos tentaram abolir o Natal, e depois optaram por concentrar todas as comemorações na época do Ano Novo".

No entanto, desde o período entre guerras, o Natal na Alemanha já vinha sendo alvo de sérios ataques, não dos nazistas, mas dos comunistas e social-democratas.

"Os propagandistas do SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha) retrataram repetidamente o Natal como um exemplo de exploração burguesa, e usaram o solstício de inverno como uma metáfora da "nova vida e do novo ser" que se seguiriam à revolução socialista", diz o historiador americano Joe Perry, que também estudou as tentativas nazistas de se apoderar da festividade.

Por sua vez, os comunistas não hesitaram em atacar as tradicionais feiras de Natal, e impedir qualquer tipo de celebração religiosa em público.

Este clima permitiu que os nazistas se tornassem defensores da festividade religiosa em um primeiro momento, e depois começaram a usá-la para fins de propaganda.

Um exemplo disso foi a carta publicada em 1925 pelo futuro ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, em vários meios de comunicação pró-nazismo, na qual ele acusava os comerciantes judeus pela mercantilização excessiva do Natal.

"Para os judeus, a celebração mais íntima do cristianismo é apenas uma oportunidade para um grande golpe", ele escreveu.

Em seguida, comparou as lojas de departamento de propriedade de judeus a "bazares orientais" que exploravam "os pobres volksgenossen (camaradas) alemães".

 

Sepultando o menino Jesus

Quando os nazistas chegaram ao poder na Alemanha, no início de 1933, eles mudaram de estratégia.

"Primeiro, eles tentaram se apropriar do Natal colocando figuras e símbolos nazistas nas árvores, nas decorações e nas feiras de Natal, ou incentivando as mulheres a preparar biscoitos em forma de suástica", conta Bowler.

"Mas quando eles conseguem ganhar poder total, seus objetivos se tornam mais ambiciosos, e eles querem nazificar o Natal, e gradualmente paganizá-lo, eliminando todos os elementos religiosos da celebração, incluindo o menino Jesus", ele acrescenta.

E para atingir este objetivo, eles contaram com a ajuda de intelectuais e até mesmo de alguns religiosos, revelou Perry em seu livro "Christmas in Germany: a Cultural History" ("Natal na Alemanha: uma história cultural", em tradução livre).

"O pastor cristão alemão Wilhelm Bauer, em seu livro de 1935 Celebrações para cristãos alemães, ofereceu o roteiro para uma celebração 'germanizada'", afirma Perry, que é professor de história europeia moderna na Universidade da Geórgia, nos EUA.

"O texto descrevia o Natal como a ocasião em que uma 'estrela da manhã' surgia da escuridão em 25 de dezembro, mas omitia qualquer referência a Belém, José, Maria ou até mesmo Jesus", revela.

O processo de nazificação da celebração incluiu a reformulação das canções natalinas mais populares.

Noite feliz foi uma das que tiveram este destino. Assim, no início da década de 1940, todas as referências a Jesus na canção foram substituídas por menções a Hitler.

"Os nazistas se esforçaram muito para colonizar as canções de Natal", diz Perry, que observou que, entre 1920 e 1945, dezenas de músicas natalinas foram reescritas ou escritas por simpatizantes do partido.

 

O motivo?

"As canções de Natal ultrapassavam a fronteira entre o público e o privado. Os alemães cantavam em casa, é claro, mas também durante os cultos religiosos, em festas com amigos, em celebrações em grupo e em noticiários e transmissões de rádio", explica.

"Os nazistas sabiam do impacto emocional que elas geravam."

A modificação da música não ficou sem resposta por parte dos Aliados. Assim, no Natal de 1941, o então presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, cantaram a versão original após uma reunião de cúpula na Casa Branca para planejar suas ações contra a Alemanha nazista.

 

Um símbolo

"Noite Feliz" não é uma canção de Natal qualquer, mas uma das mais populares nos países de língua alemã.

A música - cuja letra foi escrita pelo sacerdote austríaco Joseph Mohr, e a melodia composta pelo professor e organista Franz Xaver Gruber - foi tocada pela primeira vez na véspera do Natal de 1818, no vilarejo de Obendorf, perto de Salzburgo, na Áustria, enquanto o continente europeu se recuperava da devastação das guerras napoleônicas.

"O fato de conhecermos "Noite Feliz" hoje é um milagre, porque ela foi criada para uma comunidade muito pequena", explica o músico venezuelano César Muñoz, em um vídeo que dedicou à obra.

A bela canção começou a se propagar, de boca em boca, pelos vilarejos vizinhos até chegar à corte imperial austríaca e, de lá, se espalhou para outras cortes, afirma o especialista.

No entanto, como o manuscrito original ficou perdido por décadas, a identidade de seus autores era desconhecida. Somente em 1995, quando o documento foi encontrado, foi possível constatar que Mohr e Gruber eram seus criadores.

Oito décadas antes, a música estava no centro de um evento inédito e sem precedentes que, de acordo com especialistas, acabaria popularizando-a: a trégua de Natal.

"Em 24 de dezembro de 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, todos os soldados, a partir de suas trincheiras, cada um em seu idioma, cantaram juntos a canção de Natal, decretando aquela como uma noite feliz", lembra Muñoz.

Em 2011, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) a declarou como Patrimônio Imaterial da Humanidade.

 

Uma fé para os fracos

Durante o nazismo, vários de seus dirigentes e ideólogos consideraram que as medidas para cooptar o Natal eram insuficientes - e que era necessário ir além.

"A SS (polícia nazista) queria paganizar completamente a celebração, e até propôs mudá-la de 25 de dezembro para 21 de dezembro, dia do solstício de inverno, e assim associá-la a antigos deuses germânicos, como Wotan, eliminando o menino Jesus e São Nicolau como personagens que trazem presentes para as crianças", explica.

Mas qual era o problema dos nazistas com o Natal? Bowler argumenta que a raiz do conflito não estava na festividade em si, mas no cristianismo como um todo.

"Hitler e Mussolini consideravam o cristianismo uma religião para os fracos", explica o historiador, lembrando que o fato de Jesus ser judeu e ter se deixado crucificar por líderes religiosos judeus não era bem visto pelos ideólogos fascistas.

"O fascismo diz respeito à força e imposição da vontade. E, por isso, Cristo devia ser retirado do Natal e substituído por divindades pagãs", acrescenta.

Isso, apesar do fato de que, em 1921, em um comício realizado em uma cervejaria de Munique, o próprio Hitler condenou "os judeus covardes por pregarem o salvador do mundo na cruz".

As manobras nazistas não agradaram aos líderes religiosos, que clandestinamente instruíram seus ministros e sacerdotes a continuar realizando as celebrações de Natal como eram tradicionalmente, e a ignorar as mudanças aprovadas pelo governo.

Alguns até se opuseram publicamente.

"Um sacerdote ameaçou excomungar as mulheres que se juntassem à Liga Nacional Socialista das Mulheres (uma das organizações do partido nazista)", lembra Perry.

Os fiéis seguiram o exemplo, diz Bowler, que atribui a estas resistências cotidianas e silenciosas a capacidade de a celebração ter sobrevivido a esse período.

"O Natal estava arraigado demais na sociedade alemã", afirma.

"Pode-se dizer que a Alemanha é um dos países que mais amam o Natal, porque muita música foi produzida lá, e tradições hoje globais, como a árvore de Natal e a guirlanda de Natal, surgiram lá. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

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