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Série de reportagens vai mostrar como, nos últimos 30 anos, o crescimento dos templos evangélicos no Brasil acompanhou o aumento do protagonismo político do segmento no país
Por Bernardo Mello e Natália Portinari — Rio e Brasília
Vinte e uma igrejas evangélicas foram abertas por dia no Brasil — quase uma por hora — ao longo da última década, indicam dados inéditos compilados pelo GLOBO. Na ausência de versão atualizada do Censo Demográfico, os números são a evidência concreta de que a presença do grupo religioso no país, que superou um quinto da população em 2010, acelerou seu ritmo no período mais recente: o crescimento da quantidade de templos superou em 12% o avanço da década anterior, que havia marcado até então o maior boom protestante na história brasileira. A cada três igrejas evangélicas existentes hoje no país, uma foi inaugurada nos últimos dez anos.
O levantamento marca o início de uma série de reportagens sobre a expansão evangélica, fenômeno que obriga as campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT) a fazer gestos diários para o público, seja com visitas a pastores em igrejas ou em entrevistas para podcasts direcionados ao segmento. Os textos vão detalhar características que unem e diferenciam algumas das principais denominações, lideranças e etapas do movimento evangélico. As informações foram coletadas pela organização Brasil.io junto à Receita Federal, reunindo as pessoas jurídicas classificadas como organizações religiosas.
Até o início dos anos 1990, quando o Censo apontou que 9% dos brasileiros se declaravam evangélicos, havia 30,2 mil igrejas no país. Desde então, o número de novos templos cresceu a cada década, até chegar, em maio, à marca de 178.511 CNPJs cadastrados.
Desde 2002, a bancada evangélica eleita no Congresso aumentou mais de 60% — 92 parlamentares do bloco conseguiram cadeiras em 2018, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Nesse período, dois partidos de centro-direita— Republicanos, com 48 cadeiras, e PL, com 43 — foram a principal guarida desses parlamentares, indicativo concreto da dificuldade que a esquerda tem em arregimentar apoios no segmento. A Assembleia de Deus, maior denominação em número de fiéis, já contou com 110 deputados e senadores, de acordo com o Diap.
Dívidas perdoadas
A bancada evangélica vem sendo uma das engrenagens para alterações legais que beneficiaram entidades religiosas. Com histórico de conquistas pontuais em diferentes governos, desde a imunidade tributária de templos assegurada pela Constituição de 1946, a primeira pós-era Vargas, as igrejas multiplicaram suas vitórias no Legislativo desde 2019. A lista recente inclui, por exemplo, o perdão de dívidas de igrejas, em iniciativas capitaneadas por parlamentares evangélicos — que hoje miram novos projetos, prevendo desde isenções em remessas para o exterior até imunidade sobre todos os imóveis e serviços com vínculo religioso, em demandas a serem resolvidas pelo próximo governo. Em outra ponta, diretamente com o Executivo, houve uma série de passaportes diplomáticos concedidos a líderes religiosos.
Pesquisadores e lideranças de igrejas avaliam que o crescimento evangélico ocorreu em vácuos de assistência espiritual e material, especialmente a partir da década de 1970, quando o Brasil tornou-se um país majoritariamente urbano. Tanto nas grandes cidades quanto em municípios menores, bolsões marcados pelo avanço do crime organizado, pobreza e esvaziamento econômico passaram a receber atendimento de igrejas evangélicas em cultos e em ações sociais, que incluíam alfabetização e distribuição de cestas básicas. Nesses locais, poder público e Igreja Católica não conseguiram se fazer representar com a intensidade dos evangélicos, cujos processos de formação de pastores, de abertura de igrejas e de interpretação do texto bíblico foram acelerados pela pluralidade e descentralização do movimento protestante.
Só na última década, entre 2013 e 2022, foram 71,7 mil unidades abertas — volume que corresponde a 80% dos novos templos de todas as religiões cadastrados no período. Desde os anos 1970, só houve uma abertura maior de igrejas católicas do que evangélicas em 1971, quando os católicos abriram 1.702 novos CNPJs, e os evangélicos, 918.
— À época do Censo de 2010, com os evangélicos crescendo 0,7% ao ano e os católicos caindo 1%, projetava-se uma ultrapassagem em 2040. Desde então, o ritmo se acelerou. Hoje, a projeção é que os evangélicos sejam maioria em 2032 — afirma o sociólogo José Eustáquio, doutor em demografia pela UFMG. — A abertura de templos é fundamental para atrair fiéis. A transição religiosa começa pela periferia, onde outras religiões não se fizeram presentes no mesmo ritmo da concentração populacional.
Em contraposição ao estereótipo de “rebanho”, atribuído de forma pejorativa a fiéis, o levantamento expõe o caráter multifacetado do salto evangélico no Brasil. A liderança do ranking de criação de templos, com 34 mil aberturas nesta década, é do conjunto de igrejas evangélicas “diversas”, que não se enquadram em nenhuma das principais denominações do país. São ramos e ministérios, em muitos casos, com uma dezena de templos ou menos.
O antropólogo Flávio Conrado, da Casa Galileia, agência que promove ações voltadas ao público cristão, observa que lideranças evangélicas também mostraram “capacidade de adaptação à expansão dos meios de comunicação” de massa. Esta foi uma das marcas do pentecostalismo, movimento que se afastou da tradição “histórica” protestante em questões doutrinárias e estratégias de expansão — e que também se dividiu, por sua vez, em ao menos três “ondas” com diferenças em discursos e comportamentos.
Os ramos históricos, que incluem batistas, presbiterianos, metodistas, luteranos e anglicanos, remontam à reforma protestante do século XVI, centrada em expandir a leitura, o estudo e a interpretação do texto bíblico. Já o movimento pentecostal, originado nos Estados Unidos em 1906 e logo difundido para o Brasil em missões da Assembleia de Deus e da Congregação Cristã, trouxe ênfase a dons de cura, exorcismo e à ação do Espírito Santo. Recorrendo à imagem do “fogo” como sinal de avivamento religioso, e aberto a pregações mais calcadas na vivência, o pentecostalismo ganhou tração especialmente entre a população pobre e negra, alijada dos espaços hegemônicos. Nas décadas de 1940 e 1950, ganhou novo impulso com a radiodifusão, avançando pelo interior do país. E a partir dos anos 1970, na fase denominada “neopentecostalismo”, expoentes como a Igreja Universal e a Mundial do Poder de Deus passaram a atingir um público ainda maior pela televisão. Com a atuação dessas igrejas, o gênero religioso tornou-se o mais presente na TV aberta brasileira, segundo a Ancine, chegando a ocupar 21% do tempo de programação em 2016. Hoje, pastores e influenciadores evangélicos com milhões de seguidores se multiplicam pelas redes sociais, nova fronteira das igrejas.
O sociólogo Paul Freston, especializado em religião e professor da Balsillie School of International Affairs, classifica Bolsonaro como o primeiro presidente “pancristão”, visto como “defensor” do segmento mesmo ligado a pautas incômodas, como o armamento,. Freston, porém, pondera que as lideranças também estiveram alinhadas a todos os governos pós-redemocratização, incluindo gestões do PT. Pesquisadora da UFF e colaboradora do Instituto de Estudos da Religião, Christina Vital avalia que Bolsonaro conseguiu imprimir uma “identidade religiosa” no mandato, evocando a “memória histórica de perseguição institucional das igrejas”. Na última pesquisa Datafolha, o atual presidente teve 49% da preferência de evangélicos, contra 32% de Lula.
— Todo evangélico é bolsonarista? Não. Mas dentre os candidatos que se apresentam, é a pessoa mais alinhada com nossas pautas — resume o deputado federal Paulo Bengston (PTB-PA), pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
A palavra “bem” se refere a tudo aquilo que é destinado para a boa vivência das pessoas. Ele pode ser de nível material, psicológico e espiritual. O importante é que todo bem seja tratado com equilíbrio e intencionalidade para que realize aquilo que identifica sua finalidade. O trato em relação aos bens materiais passa por um sistema econômico capitalista neoliberal e um apelo para o ter mais.
Dentro deste contexto, os líderes deveriam ter compromisso e valorizar o bem comum acima de interesses herméticos e egoístas. A não valorização desta prática comunitária é abrir espaço para uma sociedade portadora de pobres e empobrecidos. É preciso saber como relacionar-se com o dinheiro para fazer dele um instrumento do bem em prol dos valores do Reino e não absolutizá-lo como divindade.
A miséria é fruto da má distribuição das riquezas do país, constituindo uma verdadeira injustiça social e desrespeito humano. O dinheiro faz parte essencial de sobrevivência das pessoas e ajuda na superação da situação de precariedade. É lamentável encontrar e ouvir a frase como esta: “O luxo de alguns poucos no mundo é mantido à custa de sacrifícios de muitos da sociedade”.
Os profetas eram inconformados com o ritmo de exploração sofrida pelos pobres. Assim foi o entender de Amós ao citar muitos fatos concretos de injustiça praticada no seu tempo, falando contra aqueles que dominavam e compravam os pobres com dinheiro (Am 8,4-7). O pior ainda é comprar a consciência das pessoas por poucos denários, principalmente durante as Campanhas Eleitorais.
As riquezas desonestas com um dinheiro sujo, trazem muitas consequências de teor negativo para a população. Isto pode acontecer no campo religioso, expressando uma fé desligada do compromisso com a ética e com a moral cristã. Temos muitos líderes religiosos desonestos, passando por cima dos princípios indicados pelo Evangelho, desabonando a identidade de sua instituição.
A prática da justiça e da caridade precisa estar acima dos interesses egoístas. Todos nós somos administradores dos bens da criação, mas não sendo maus servidores, e até aproveitadores da situação. Na visão bíblica de Jesus, o administrador desonesto não passa de um “filho das trevas”, porque ele age com astúcia e por caminhos tortuosos, causando prejuízo para o bem público. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 8,1-3)
1Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. 2Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.
3) Reflexão
O evangelho de hoje dá continuidade ao episódio de ontem que falava da atitude surpreendente de Jesus para com as mulheres, quando defendeu uma moça, conhecida na cidade como pecadora, contra as críticas de um fariseu. Agora, no começo do capítulo 8, Lucas descreve como Jesus andava pelos povoados e cidades da Galiléia e a novidade é que ele era acompanhado não só por discípulos mas também por discípulas.
Lucas 8,1: Os doze que seguem Jesus
Numa única frase Lucas descreve a situação: Jesus anda por toda a parte, pelos povoados e cidades da Galiléia, anunciando a Boa Nova do Reino de Deus e os doze estão com ele. A expressão “seguir Jesus” (cf. Mc 1,18; 15,41) indica a condição do discípulo que segue o Mestre, vinte e quatro horas por dia, procurando imitar o seu exemplo e participar do seu destino.
Lucas 8,2-3: As mulheres seguem Jesus
O surpreendente é que, ao lado dos homens, há também mulheres “junto com Jesus”. Lucas coloca os discípulos e as discípulas em pé de igualdade, pois ambos seguem Jesus. Lucas também conservou os nomes de algumas destas discípulas: Maria Madalena, nascida na cidade de Magdala. Ela tinha sido curada de sete demônios. Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes Antipas, que era governador da Galiléia. Suzana e várias outras. Delas se afirma que “servem a Jesus com seus bens”. Jesus permitia que um grupo de mulheres o “seguisse” (Lc 8,2-3; 23,49; Mc 15,41). O evangelho de Marcos, falando das mulheres no momento da morte de Jesus, informa: “Aí estavam também algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de Joset, e Salomé. Elas haviam seguido e servido a Jesus, desde quando ele estava na Galiléia. Muitas outras mulheres estavam aí, pois tinham subido com Jesus a Jerusalém” (Mc 15,40-41). Marcos define a atitude delas com três palavras: seguir, servir, subir até Jerusalém. Os primeiros cristãos não chegaram a elaborar uma lista destas discípulas que seguiam Jesus como fizeram com os doze discípulos. Mas pelas páginas do evangelho de Lucas aparecem os nomes de sete discípulas: Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, Suzana (Lc 8,3), Marta e Maria (Lc 10,38), Maria, mãe de Tiago (Lc 24,10) e Ana, a profetisa (Lc 2,36), de oitenta e quatro anos de idade. O número oitenta e quatro é doze vezes sete. A idade perfeita! A tradição eclesiástica posterior não valorizou este dado do discipulado das mulheres com o mesmo peso com que valorizou o seguimento de Jesus por parte dos homens. É pena.
O Evangelho de Lucas sempre foi considerado o Evangelho das mulheres. De fato, Lucas é o que traz o maior número de episódios em que se destaca o relacionamento de Jesus com as mulheres. E a novidade não está só na presença delas ao redor de Jesus, mas também e sobretudo na atitude de Jesus em relação a elas. Jesus as toca ou se deixa tocar por elas sem medo de se contaminar (Lc 7,39; 8,44-45.54). Diferente dos mestres da época, Jesus aceita mulheres como seguidoras e discípulas (Lc 8,2-3; 10,39). A força libertadora de Deus, atuante em Jesus, faz a mulher se levantar e assumir sua dignidade (Lc 13,13). Jesus é sensível ao sofrimento da viúva e se solidariza com a sua dor (Lc 7,13). O trabalho da mulher preparando alimento é visto por Jesus como sinal do Reino (Lc 13,20-21). A viúva persistente que luta por seus direitos é colocada como modelo de oração (Lc 18,1-8), e a viúva pobre que partilha seus poucos bens com os outros como modelo de entrega e doação (Lc 21,1-4). Numa época em que o testemunho das mulheres não era aceito como válido, Jesus escolhe as mulheres como testemunhas da sua morte (Lc 23,49), sepultura (Lc 23,55-56) e ressurreição (Lc 24,1-11.22-24)
4) Para um confronto pessoal
1) Na sua comunidade, no seu país, na sua Igreja, como é a valorização da mulher?
2) Compare a atitude da nossa Igreja com a atitude de Jesus.
5) Oração final
Eu vos invoco, pois me atendereis, Senhor; inclinai vossos ouvidos para mim, escutai minha voz. Mostrai a vossa admirável misericórdia, vós que salvais dos adversários os que se acolhem à vossa direita. (Sl 16)
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 7,11-17)
11No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.12Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.13Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te.15Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.16Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.17A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
3) Reflexão Lucas 7,11-17
O evangelho de hoje traz o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. É esclarecedor o contexto literário deste episódio no capítulo 7 do Evangelho de Lucas. O evangelista quer mostrar como Jesus vai abrindo o caminho, revelando a novidade de Deus que avança através do anúncio da Boa Nova. A transformação e a abertura vão acontecendo: Jesus acolhe o pedido de um estrangeiro não judeu (Lc 7,1-10) e ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7,11-17). A maneira como Jesus revela o Reino surpreende aos irmãos judeus que não estavam acostumados com tão grande abertura. Até João Batista ficou perdido e mandou perguntar: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” (Lc 7,18-30). Jesus chegou a denunciar a incoerência dos seus patrícios: "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!" (Lc 7,31-35). E no fim, a abertura de Jesus para com as mulheres (Lc 7,36-50).
Lucas 7,11-12: O encontro das duas procissões
“Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras consegue pintar o quadro tão bonito do encontro das duas procissões: a procissão da morte que sai da cidade e acompanha a viúva que leva seu filho único para o cemitério; a procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus. As duas se encontram na pequena praça junto à porta da cidade de Naim.
Lucas 7,13: A compaixão entra em ação
“Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: Não chore!" É a compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa literalmente “sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com ela, sentir com ela a dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder da vida sobre a morte, poder criador.
Lucas 7,14-15: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!"
Jesus se aproxima, toca no caixão e diz: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!" O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe”. Às vezes, na hora de um grande sofrimento provocado pelo falecimento de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele tempo, quando Jesus andava pela terra havia esperança de não perder uma pessoa querida, pois Jesus poderia ressuscitá-la”. Elas olham o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim como um evento do passado que apenas suscita saudade e uma certa inveja. A intenção do evangelho, porém, não é suscitar saudade nem inveja, mas sim ajudar-nos a experimentar melhor a presença viva de Jesus em nós. É o mesmo Jesus, capaz de vencer a morte e a dor da morte, que continua vivo no meio de nós. Ele está hoje conosco e, diante dos problemas e do sofrimento que nos abatem, ele nos diz: “Eu lhe ordeno: levante-se!”
Lucas 7,16-17: A repercussão
“Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo." E a notícia do fato se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza” É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt 18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e o protetor das viúvas” (Sl 68,6; cf. Judite 9,11).
4) Para um confronto pessoal
1) Foi a compaixão que levou Jesus a ressuscitar o filho da viúva. Será que o sofrimento dos outros provoca em nós a mesma compaixão? O que faço para ajudar o outro a vencer a dor e criar vida nova?
2) Deus visitou o seu povo. Percebo as muitas visitas de Deus na minha vida e na vida do povo?
5) Oração final
Aclamai o Senhor, por toda a terra. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. (Sl 99,1-2)
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No festival Hallel em Franca, padre pede, e fiéis usuários jogam drogas no palco: 'Querem se libertar'
Durante pregação, participantes entregaram maconha e cocaína ao padre Adriano Zandoná. Religioso falou da própria experiência que teve com entorpecentes ainda na adolescência.
Por g1 Ribeirão Preto e Franca
Uma cena inusitada chamou atenção no sábado (10) durante missa na 35ª edição do festival católico Hallel em Franca (SP). Durante a celebração do padre Adriano Zandoná, alguns participantes usuários de drogas entregaram, espontaneamente, substâncias ilícitas que tinham com eles após pedido do próprio religioso.
A ação aconteceu no momento em que o padre fazia a pregação, a chamada homilia. Zandoná falava sobre a própria experiência que teve com drogas ainda na adolescência. Ele se emocionou ao falar do drama vivido.
“Eu comecei a usar drogas com 11 anos de idade. Eu usei maconha, cocaína, pasta base de crack até os 17 anos. E num retiro como esse, eu fui e levei a cocaína, o cigarro, a porcaria que estava comigo e joguei em cima do palco, diante do senhor, e nunca mais essa porcaria tocou o meu nariz e a minha boca, para a glória de Deus.”
Durante a mensagem com contexto cristão, ele pediu ao público, principalmente aos jovens dependentes químicos, que repensassem suas vidas envolvidas com entorpecentes e os danos que eles podem causar à saúde e às relações sociais.
“Hoje é a sua vez, o senhor está te pedindo. Não vem com essa conversa de que isso [droga] não faz mal, porque essa porcaria está te matando. Eu perdi a maioria dos meus amigos assassinados em overdose por causa dessa porcaria, mas Jesus me libertou e me fez seu sacerdote”, continuou o religioso.
Ao fim da fala, pessoas que estavam no evento e que tinham levado porções de maconha e cocaína se dirigiram à frente do palco onde está montado o altar e entregaram as substâncias. Segundo o religioso, o gesto representa libertação e esperança.
“Eles jogaram as drogas diante do altar como um sinal de que eles não querem mais viver isso, que eles aceitam o chamado de Deus, que eles querem se libertar, que eles querem viver em paz na presença do senhor. Foi muito bonito e eventos como esse são muito especiais, milhares de jovens rezando, sem drogas, sem bebidas, em um clima harmonioso”, disse.
Zandoná, que é membro da comunidade católica Canção Nova e conta com um 1,3 milhão de seguidores no Instagram, afirmou que aconselhou os jovens que o procuraram após a missa.
“Eles se sentiram tocados e sentiram que não querem mais usar droga e jogaram. Foi um momento muito lindo e eu tenho certeza que ele vai ser uma benção, um canal de graça para muita gente.”
Por meio da assessoria de imprensa, a organização do Hallel informou que os entorpecentes foram descartados após a celebração. Fonte: https://g1.globo.com
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A liturgia deste domingo centra a nossa reflexão na lógica do amor de Deus. Sugere que Deus ama o homem, infinita e incondicionalmente; e que nem o pecado nos afasta desse amor...
A primeira leitura apresenta-nos a atitude misericordiosa de Jahwéh face à infidelidade do Povo. Neste episódio - situado no Sinai, no espaço geográfico da aliança - Deus assume uma atitude que se vai repetir vezes sem conta ao longo da história da salvação: deixa que o amor se sobreponha à vontade de punir o pecador.
Na segunda leitura, Paulo recorda algo que nunca deixou de o espantar: o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Esse amor derrama-se incondicionalmente sobre os pecadores, transforma-os e torna-os pessoas novas. Paulo é um exemplo concreto dessa lógica de Deus; por isso, não deixará de testemunhar o amor de Deus e de Lhe agradecer.
O Evangelho apresenta-nos o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, Se preocupa com os pecadores, com os excluídos, com os marginalizados. A parábola do "filho pródigo", em especial, apresenta Deus como um pai que espera ansiosamente o regresso do filho rebelde, que o abraça quando o avista, que o faz reentrar em sua casa e que faz uma grande festa para celebrar o reencontro.
EVANGELHO (Lc 15,1-32): ATUALIZAÇÃO.
Essencialmente, as parábolas da misericórdia revelam-nos um Deus que ama todos os seus filhos, sem excepção, mas que tem um "fraco" pelos marginalizados, pelos excluídos, pelos pecadores... O seu amor não é condicional: Ele ama, apesar do pecado e do afastamento do filho. Esse amor manifesta-se em atitudes exageradas, desproporcionadas, de cuidado, de solicitude; revela-se também na "festa" que se sucede a cada reencontro... Não é que Deus pactue com o pecado; Deus abomina o pecado, mas não deixa de amar o pecador. É este Deus - "escandaloso" para os que se consideram justos, perfeitos, irrepreensíveis, mas fascinante e amoroso para todos aqueles que estão conscientes da sua fragilidade e do seu pecado - que somos convidados a descobrir.
Se essa é a lógica de Deus em relação aos pecadores, é essa mesma lógica que deve marcar a minha atitude face àqueles que me ofendem e, mesmo, face àqueles que têm vidas duvidosas ou moralmente reprováveis. Como é que eu acolho aqueles que me ofendem, ou que assumem comportamentos considerados reprováveis: com intolerância e fanatismo, ou com respeito pela sua dignidade de pessoas?
Face ao aumento da criminalidade e da violência cria-se, por vezes, um clima social de alguma histeria e radicalismo. Exigem-se castigos mais severos e os adeptos das soluções definitivas chegam a falar na pena de morte para certos crimes. Que sentido é que isto faz, à luz da lógica de Deus?
Ser testemunha da misericórdia e do amor de Deus no mundo não significa, no entanto, pactuar com o pecado... O pecado - tudo o que gera ódio, egoísmo, injustiça, opressão, mentira, sofrimento - é mau e deve ser combatido e vencido. Distingamos claramente as coisas: Deus convida-me a amar o pecador e a acolhê-lo sempre como um irmão; mas convida-me também a lutar objetivamente contra o mal - todo o mal - pois ele é uma negação desse amor de Deus que eu devo testemunhar.
*Leia na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6,39-42) (Mt 7,1-5)
Naquele tempo, 39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. 41 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? 42 Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão."
3) Reflexão Luca 6,39-42
O evangelho de hoje traz mais alguns trechos do discurso que Jesus pronunciou na planície depois de ter passado uma noite em oração (Lc 6,12) e de ter chamado o doze para serem seus apóstolos (Lc 6,13-14). Grande parte das frases reunidas neste discurso foram pronunciadas em outras ocasiões, mas Lucas, imitando Mateus, as reuniu aqui neste Sermão da Planície.
Lucas 6,39: A parábola do cego guiando outro cego
Jesus contou uma parábola aos discípulos: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” Parábola de uma linha só que tem muita semelhança com as advertências que, no evangelho de Mateus, são dirigidas aos fariseus: “Ai de vocês, guias cegos!” (Mt 23,16.17.19.24.26) Aqui no contexto do evangelho de Lucas, esta parábola é dirigida aos animadores das comunidades que se consideram donos da verdade, superiores aos outros. Por isso são guias cegos.
Lucas 6,40: Discípulo - Mestre
“Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre”. Jesus é Mestre. Não é professor. Professor dá aula em várias matérias, mas não convive. Mestre não dá aula, mas convive. A sua matéria é ele mesmo, o seu testemunho de vida, sua maneira de viver as coisas que ensina. A convivência com o mestre tem três aspectos: (1) O mestre é o modelo ou o exemplo a ser imitado (cf.Jo 13,13-15). (2) O discípulo não só contempla e imita, mas também se compromete com o destino do mestre, com a sua tentações (Lc 22,28), perseguição (Mt 10,24-25), e morte (Jo 11,16). (3) Não só imita o modelo, não só assume o compromisso, mas chega a identificar-se: "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Este terceiro aspecto é a dimensão mística do seguimento de Jesus, fruto da ação do Espírito.
Lucas 6,41-42: O cisco no olho do irmão
“Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão". No Sermão da Montanha, Mateus trata do mesmo assunto e explica um pouco melhor a parábola do cisco no olho. Jesus pede uma atitude criativa que nos torne capazes de ir ao encontro do outro sem julgá-lo, sem preconceitos e racionalizações, acolhendo-o como irmão (Mt 7,1-5). Esta total abertura para o outro como irmão só nascerá em nós quando soubermos relacionar-nos com Deus em total confiança de filhos (Mt 7,7-11).
4) Para um confronto pessoal
1) Cisco e trave no olho. Como eu me relaciono com os outros em casa na família, no trabalho com os colegas, na comunidade com os irmãos e as irmãs?
2) Mestre e discípulo. Como sou discípulo de Jesus?
5) Oração final
Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor: aí eles vos louvam para sempre. Feliz o homem cujo socorro está em vós, e só pensa em vossa santa peregrinação (Sl 83, 3)
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Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

Origens
A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).
A Natividade
A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.
A Tradição
Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.
Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características. Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.
Relevância da Festividade
A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor
O Exemplo é Maria
Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.
A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.
A Celebração
A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:
“Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” (S. João Damasceno – século VIII)
Protetora e Padroeira
Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.
Minha oração
“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje e sempre nossa Senhora!”
Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós! Fonte: https://santo.cancaonova.com
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O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), PRESIDENTE DA CNBB divulgou um vídeo com uma reflexão sobre o 7 de setembro e a comemoração do bicentenário da independência do Brasil. Para ele, a data convoca a cultivar a coragem cristã que é alicerce para o exercício da cidadania. “Coragem essencial para darmos passos novos na consolidação de uma independência sonhada há duzentos anos, mas que para se efetivar exige e a dedicação de cada pessoa”, disse.
Dom Walmor disse que a conquista da independência do Brasil é um processo com avanços e retrocessos. Segundo ele, não há plena independência quando as riquezas estão escoando do Brasil. “Uma nação verdadeiramente independente e democraticamente soberana não se curva ao interesses econômicos de um mercado que é indiferente às desigualdades sociais”, aponta.
Para o presidente da CNBB, reafirmar a independência do Brasil significa não tolerar ataques à democracia e às suas instituições que possibilitam a participação dos brasileiros na definição dos rumos do país. “O Brasil precisa urgentemente trilhar novos caminhos para superar problemas que estão na contramão da independência. Indicadores mostram que a fome avançou mais rapidamente no Brasil nos últimos dois anos. Fica a pergunta: existe independência num país com mais de 32 milhões de pessoas aprisionadas na fome? Há de ser considerada também a grave degradação ambiental que consome as nossas florestas, polui oceanos e rios e leva embora nossas serras, impondo sacrifícios à grande parte da população”, disse.
No vídeo, dom Walmor questiona: “O que ouviríamos de um indígena que teve a terra onde vive e onde estão sepultados os seus antepassados devastada por um extrativismo predatório no Brasil? Como falar em independência quando muitas comunidades brasileiras que em nome do emprego e da renda se sujeitam à uma atividade minerária provocadora de mortes e destruição?”, questiona.
O arcebispo exorta que o Grito de Independência que ecoou às margens do rio Ipiranga há 200 anos possa inspirar gestos cotidianos, capazes de fazer do Brasil uma nação cada vez mais soberana com menos desigualdades sociais mais justiça e paz. “Que a celebração da Independência seja mais que um feriado nacional mas oportunidade de renovação do compromisso de cada brasileiro e brasileira na construção do país que todos queremos”, disse.
A política melhor e o bem comum
O presidente da CNBB dedicou parte do vídeo a reconhecer o trabalho, neste ano eleitoral, de todos que se dedicam à “política melhor”, conceito apontado pelo Papa Francisco em sua encíclica Fratelli Tutti, documento no qual o Sumo Pontífice reconhece que a vida política é essencial para a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna. “O Santo Padre pede que todos contribuam para a efetivação da política melhor voltada para a promoção do bem comum”, reforçou.
“Neste 7 de setembro rezemos por todos os que se dedicam à promoção da política melhor. Especialmente por cidadãos e cidadãs sensíveis aos clamores dos pobres. Lembremos daqueles que se unem para se fazer escutar a voz dos pequeninos construindo um clamor a partir das manifestações pacíficas neste dia da Independência. Somos todos irmãos e irmãs corresponsáveis uns pelos outros. Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por todos os brasileiros para que o país avance, cada vez mais, rumo à sua independência”, disse. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Vinte e cinco anos atrás falecia a santa fundadora das Missionárias da Caridade, um dos símbolos mais fortes do século XX, Prêmio Nobel da Paz em 1979 e canonizada por Francisco em 2016. Hoje como então, o aspecto materno de sua figura permanece no coração e na experiência de vida daqueles que a conheceram e a seguiram. O testemunho do postulador da causa de canonização
Francesca Sabatinelli - Vatican News
A mais pobre entre os pobres, Santa Teresa de Calcutá, nascida com o nome de Anjëzë Gonxhe Bojaxhiu, faleceu na Índia alguns dias após completar 87 anos. Era o dia 5 de setembro de 1997 e deixou o mundo inteiro em grande comoção, além de 5 mil irmãs da Congregação das Missionárias da Caridade, 400 conventos ativos a serviço dos últimos entre os últimos, em todos os continentes. Hoje, no dia da sua memória litúrgica, em Calcutá, onde as missionárias têm 19 casas, a celebração é grande e é acompanhada pela inauguração de uma nova estrutura para meninos de rua na Park Street, no centro da cidade. As portas também estão abertas para a Missa e homenagem no túmulo da Santa, enquanto em todo o país haverá cerimônias para recordá-la. Em Pristina em Kosovo, as cerimônias também recordarão o quinto aniversário da consagração do novo Santuário dedicado à Santa em uma terra que a ama, já que seus pais eram kosovares, e foi lá que o jovem Aniezë se sentiu chamada ao serviço dos pobres.
O legado de Madre Teresa
Madre Teresa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, proclamada Beata por João Paulo II em 2003 e canonizada por Francisco em 4 de setembro de 2016, ainda hoje é chamada de "madre". "Continuamos a levar adiante o legado da Madre, oferecendo gratuitamente todo o bem que podemos", diz Irmã Mary Joseph, Superiora Geral da ordem desde o início deste ano. Foi assim que ela foi conhecida na Índia e é assim que é lembrada por quem esteve próximo a ela por mais de 20 anos: Padre Brian Kolodiejchuk, dos Irmãos Missionários da Caridade, Postulador da Causa de Canonização de Madre Teresa de Calcutá.
Entrevista
Como explicar a figura e a obra fundada por Santa Madre Teresa?
Quando se olha para sua vida inteira, Madre Teresa parece uma figura extraordinária, e em alguns aspectos ela é. Quem teria iniciado uma congregação com milhares de irmãs? Ela foi uma grande "Diretora executiva", por organizar tudo isso e fazer tudo funcionar. Foi algo verdadeiramente extraordinário. Ela costumava dizer: "Não estou tentando ser bem sucedida, estou tentando ser uma fiel". De qualquer forma ela tinha muito sucesso. Uma vez estivemos aqui, em Roma, em uma sacristia. Lembro-me de ela dizer: "As pessoas gostam de ver este compromisso", falando de si mesma e de toda a atenção que recebia. Portanto sabia que era um exemplo. Mas não lhe subiu à cabeça. Acho que uma de suas grandes virtudes foi a humildade. Também certamente a caridade e a fé.
O senhor compartilhou vinte anos da sua vida com Madre Teresa, o que pode nos dizer sobre ela?
Comigo ela era verdadeiramente materna. Uma mãe. Lembro-me na época da sua canonização em uma entrevista a uma estação de rádio e televisão nos Estados Unidos me fizeram esta mesma pergunta: "Como foi sua experiência com ela"? E dei alguns exemplos, como quando em Nova York fomos buscá-la no aeroporto. Ela vinha de Roma e nós fomos ao convento. Após alguns minutos, sentávamos na sala de estar e imediatamente Madre Teresa vinha com uma bandeja com biscoitos, café e chá. Então ela colocava a bandeja no chão e dava a cada um de nós um copo. Éramos três. Assim como uma mãe. Ela queria ser uma mãe. Em uma de suas primeiras cartas nos anos 60 a um arcebispo, ela escreveu: "O título de superiora geral não significa nada para mim. Eu quero ser mãe". Ela tinha um grande coração, o coração de uma mãe. Qualquer pessoa que a conhecia, mesmo uma só vez, logo a chamava de “madre”. Ela era verdadeiramente materna. Uma verdadeira mãe.
“Nunca pensei que poderia mudar o mundo. Eu só tentei ser uma gota de água limpa em que pudesse brilhar o amor de Deus. (Santa Madre Teresa)”. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Os 292 bispos católicos do Brasil reunidos na 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde o último domingo, 28 de agosto, divulgaram na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, “a mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”.
Reunidos, em colegialidade e comunhão, os bispos católicos se dirigem na mensagem aos homens e mulheres de boa vontade. “Nossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos”, escreveram.
Na mensagem, os bispos afirmam que “nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito está intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica.
“Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz”, afirmaram.
Brasil: país envolto em crise complexa e sistêmica
Os pastores reconhecem o tempo difícil pelo qual o povo brasileiro e o país atravessam. “Nosso País está envolto numa complexa e sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos”, pontuaram.
A fome, para os bispos do Brasil, é certamente o mais cruel e criminoso deles, “pois a alimentação é um direito inalienável’ (cf. Papa Francisco, Fratelli Tutti, 189). A mensagem reforça os dados do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2022), que aponta que a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.
Além destes problemas, no documento os bispos fazem uma contundente defesa da democracia brasileira: “Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente ‘um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos […] se não há um consenso sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade’” – (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).
Os bispos reforçaram ainda a preocupação com a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia. “A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade”, afirmaram.
O documento afirma que as tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto. “Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições”.
Na mensagem, os bispos conclamam, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum.
Leia a carta na íntegra:
MENSAGEM DA CNBB AO POVO BRASILEIRO SOBRE O MOMENTO ATUAL
“Se nos esforçamos e lutamos, é porque pusemos a nossa esperança no Deus vivo, que é o salvador de todos” (1 Tm 4,10).
Reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, de 28 de agosto a 2 de setembro, para a etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, nós, bispos católicos, em colegialidade e comunhão, nos dirigimos a todos os homens e mulheres de boa vontade.
Como pastores, temos presente a vida e a história de nossas comunidades, o rosto de nossa de gente, marcado pela fé, esperança e capacidade de resiliência. Nossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos.
Nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito estão intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica. Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz. “A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, exatamente por não se identificar com os políticos nem com os interesses de partido” (Bento XVI, Discurso Inaugural da Conferência de Aparecida).
Com a esperança que nos vem do Senhor e que não nos decepciona (Cf Rm 5,5), reconhecemos o tempo difícil em que vivemos. Nosso País está envolto numa complexa e sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável (cf. Papa Francisco, Fratelli Tutti, 189). Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2022), a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.
Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente “um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos [...] se não há um consenso sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).
Ao comemorarmos o bicentenário da Independência do Brasil, é fundamental ter presente que somos uma nação marcada por riquezas e potencialidades, contudo, carente de um projeto de desenvolvimento humano, integral e sustentável. Vítimas de uma economia que mata, celebramos as conquistas desses 200 anos de independência conscientes de que condições de vida digna para todos ainda constituem um grande desafio. É necessário o compromisso autêntico com a verdade, com a promoção de políticas de Estado capazes de contribuir de forma efetiva para a diminuição das desigualdades, a superação da violência e a ampliação do acesso a teto, trabalho e terra. Comprometidos com essas conquistas e inspirados pela cultura do diálogo e do encontro, podemos ser uma nação realmente independente e soberana.
É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia. A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade.
A corrupção, histórica, contínua e persistente, subtrai o que pertence aos mais pobres. A Lei da Ficha Limpa, que proíbe que condenados por órgãos colegiados possam se candidatar a cargos políticos, é uma conquista popular e democrática, que deve ser promovida, juntamente com outros mecanismos de controle que garantam a ética na política.
Mesmo com todos esses desafios, a dinâmica da democracia nos coloca, mais uma vez, num processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto. Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições.
Assim, conclamamos, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude a buscar sempre a melhor política, uma das formas mais eminentes da caridade. Aparecida - SP, 31 de agosto de 2022
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre - RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá - MT
2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ
Secretário-Geral
Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,33-39) (Mc 2,18-22)
Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem longas orações, mas os teus comem e bebem... 34Jesus respondeu-lhes: Porventura podeis vós obrigar a jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? 35Virão dias em que o esposo lhes será tirado; então jejuarão. 36Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha. 37Também ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres; 38mas o vinho novo deve-se pôr em odres novos, e assim ambos se conservam. 39Demais, ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: O vinho velho é melhor. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 5,33-39
No evangelho de hoje vamos ver de perto mais um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas de época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez, o conflito é em torno da prática do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), e mais dois conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
Lucas 5,33: Jesus não insiste na prática do jejum
Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
Lucas 5,34-35: Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar
Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Aí, se quiserem, podem jejuar. Jesus alude à sua morte. Ele sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo.
No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo do povo (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus é visto como o noivo do seu povo (Ef 5,25). O Apocalipse faz o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa a Jerusalém celeste (Ap 19,7-8; 21,2.9).
Lucas 5,36-39: Vinho novo em odre novo!
Estas palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade sobre os vários conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Elas esclarecem a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na Sexta-feira Santa, etc.
Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Lucas traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que, na Igreja Católica, reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho da igreja de antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo.
4) Para um confronto pessoal
- Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
- 2. Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua vida e a vida da sua comunidade?
5) Oração final
Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito (Sl 36, 2)
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Depois de dois anos e meio sem reuniões presenciais, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o episcopado brasileiro voltou a se reencontrar em Assembleia.
Silvonei José – Aparecida – Vatican News
Encerram-se nesta sexta-feira os trabalhos da 59ª Assembleia Geral da CNBB que tiveram início no último domingo, 28 de agosto, com a Santa Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Uma semana vivida de forma muito intensa com orações, encontros e votações de vários documentos.
Um clima de muita alegria e fraternidade marcou as atividades durante a Assembleia Geral. Abraços, apertos de mãos, risadas, e muita conversa demonstrou que o reencontro fora muito esperado pelos bispos. Depois de dois anos e meio sem reuniões presenciais, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o episcopado brasileiro voltou a se reencontrar em Assembleia.
A Assembleia Geral se conclui com o objetivo cumprido, ou seja, a votação de documentos que devido à pandemia e a exigência da presencialidade do Estatuto da CNBB não puderam ser votados durante a primeira etapa da Assembleia Geral.
Foi sem dúvida uma semana vivida na experiência da comunhão como reafirmaram inúmeras vezes os bispos aos microfones da Rádio Vaticano – Vatican News. ”Trabalhamos, oramos e convivemos, nos fortalecemos para servir mais e melhor o povo Deus e a Igreja Católica no Brasil, disseram.
Dom Walmor de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB já na missa de abertura dos trabalhos recordava: "nossos corações não são de gente que participa de uma convenção, mas de servidores do povo de Deus, coração de peregrinos, como o dessas pessoas que aqui nos cercam e que vêm pela fé, porque confiam na proteção da Mãe, Maria. Estamos aqui com o coração de discípulos e missionários”.
Nesta segunda etapa da Assembleia Geral da CNBB diversos temas foram votados e discutidos. O tema central para aprofundamento foi “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”. Um caminho que a Igreja está construindo em comunhão com o Papa Francisco e o mundo todo para que a Igreja se torne mais forte e obtenha mais vigor missionário.
Alguns dos bispos do Brasil não estiveram presentes no início dos trabalhos por estarem em Roma onde participaram no sábado do Consistório para a criação de novos cardeais. Entre eles o arcebispo de São Paulo, o cardeal Odilo Scherer que chegou o ontem a Aparecida. Nós conversamos com ele.
Sobre os trabalhos desta semana nós conversamos com dom Adilson Pedro Busin, CS, bispo auxiliar de Porto Alegre...
Esta semana aqui em Aparecida foi a continuidade de um processo de escuta que foi iniciado na primeira fase da 59ª AG CNBB, realizada em formato on-line, em abril deste ano, com os 19 regionais da CNBB sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, DGAE (2019-2023) à luz do processo do Sínodo 2023.
Para o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, a Assembleia foi um momento de alegria e satisfação.
“Nós, bispos do Brasil vivendo, convivendo, celebrando juntos a Eucaristia, caminhando do hotel até a Basílica, foi um momento de graça e de alegria que nos confirma na unidade e na fé. Os encontros on-line foram muito eficazes e produtivos, mas não chega aos pés desse encontro de irmãos. Aqui se fortalece a colegialidade, se expressa a sinodalidade da Igreja e nos aponta para uma Igreja atenta, presente, que tem em si mesma a vida, as alegrias, as dores, os sofrimentos e, sobretudo, o sofrimento do povo”, relatou o arcebispo.
Portanto, a etapa presencial da 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB) tratou-se de uma fase dedicada à votação dos temas que, estatutariamente, exigem a presencialidade do episcopado, como as atualizações no Estatuto da CNBB, o Novo Missal, Ministério do Catequista, Tema Central da 60ª Assembleia Geral da CNBB e Estudo nº 114 cujo título é: “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14): Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias”.
Além das votações, foram realizados nesta quinta-feira o retiro dos bispos e a procissão com a imagem de Nossa Senhora do Centro de Eventos Padre Vitor Coelho até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida onde se celebrou a Santa Missa.
Ontem à noite o espetáculo musical no âmbito das comemorações do ano jubilar dos 70 anos da CNBB. Participaram, entre outros o grupo Ir ao Povo, Ziza Fernandez e Padre Antônio Maria.
Nós encontramos o grupo Ir ao Povo antes do espetáculo...
Nesta sexta-feira, na parte da tarde, o encerramento dos trabalhos e a publicação da Mensagem ao Povo Brasileiro. Fonte: https://www.vaticannews.va
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,1-11)
Naquele tempo, 1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.
3) Reflexão Lucas 5,1-11
O evangelho de hoje conta como Pedro foi chamado por Jesus. O evangelho de Marcos situa o chamado dos primeiros discípulos logo no início do ministério público de Jesus (Mc 1,16-20). Lucas o situa depois que a fama de Jesus já se havia espalhado por toda a região (Lc 4,14). Jesus já havia curado muita gente (Lc 4,40) e pregado nas sinagogas de todo o país (Lc 4,44). O povo já o procurava em massa e a multidão o apertava por todos os lados para ouvir a Palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas torna o chamado mais compreensível. Primeiro, Pedro pôde escutar as palavras de Jesus ao povo. Em seguida, presenciou a pesca milagrosa. Foi só depois desta dupla experiência surpreendente, que veio o chamado de Jesus. Pedro atendeu, largou tudo e se tornou “pescador de gente”.
Lucas 5,1-3: Jesus ensina a partir da barca.
O povo busca Jesus para ouvir a Palavra de Deus. É tanta gente que se junta ao redor de Jesus, que ele fica comprimido. Jesus busca ajuda com Simão Pedro e mais alguns companheiros que acabavam de voltar de uma pescaria. Ele entra no barco deles e, de lá, responde à expectativa do povo, comunicando-lhe a Palavra de Deus. Sentado, Jesus tem a postura e a autoridade de um mestre, mas ele fala a partir da barca de um pescador. A novidade consiste no fato de ele ensinar não só na sinagoga para um público selecionado, mas em qualquer lugar onde tem gente que queira escutá-lo, até mesmo na praia.
Lucas 5,4-5: "Pela tua palavra lançarei as redes!"
Terminada a instrução ao povo, Jesus se dirige a Simão e o anima a pescar de novo. Na resposta de Simão transparecem frustração, cansaço e desânimo: "Mestre, pelejamos a noite toda e não pescamos nada!". Mas, confiantes na palavra de Jesus, eles voltam a pescar e continuam a peleja. A palavra de Jesus teve mais força do que a experiência frustrante da noite!
Lucas 5,6-7: O resultado é surpreendente.
A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e as barcas ameaçam afundar. Simão precisa da ajuda de João e Tiago, que estão na outra barca. Ninguém consegue ser completo sozinho. Uma comunidade deve ajudar a outra. O conflito entre as comunidades, tanto no tempo de Lucas como hoje, deve ser superado em vista do objetivo comum, que é a missão. A experiência da força transformadora da Palavra de Jesus é o eixo em torno do qual as diferenças se abraçam e se superam.
Lucas 5,8-11: "Seja pescador de gente!"
A experiência da proximidade de Deus em Jesus faz Simão perceber quem ele é: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!" Diante de Deus somos todos pecadores! Pedro e os companheiros sentem medo e, ao mesmo tempo, se sentem atraídos. Deus é um mistério fascinante: mete medo e, ao mesmo tempo, atrai. Jesus afasta o medo: "Não tenha medo!" Ele chama Pedro e o compromete na missão, mandando que seja pescador de gente. Pedro experimenta, bem concretamente, que a Palavra de Jesus é como a Palavra de Deus. Ela é capaz de fazer acontecer o que ela afirma. Em Jesus aqueles rudes trabalhadores fizeram uma experiência de poder, de coragem e de confiança. Então, "deixaram tudo e seguiram a Jesus!". Até agora, era só Jesus, que anunciava a Boa Nova do Reino. Agora, outras pessoas vão sendo chamadas e envolvidas na missão. Esse jeito de Jesus trabalhar em equipe é também uma Boa Nova para o povo.
O episódio da pesca no lago mostra a atração e a força da Palavra de Jesus. Ela atrai o povo (Lc 5,1). Leva Pedro a oferecer o seu barco para Jesus poder falar (Lc 5,3). A Palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro, leva-o a lançar de novo a rede e faz acontecer a pesca milagrosa (Lc 5,4-6). Vence nele a vontade de se afastar de Jesus e o atrai para ser "pescador de gente!" (Lc 5,10) É assim que a Palavra de Deus atua em nós até hoje!
4) Para um confronto pessoal
1) Onde e como acontece hoje a pesca milagrosa, realizada em atenção à Palavra de Jesus?
2) Eles largaram tudo e seguiram Jesus. O que devo largar para poder seguir Jesus?
5) Oração final
Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo (Sl 23, 3)
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Nesta quinta-feira, retiro dos bispos. Na conclusão a Santa Missa, ao meio-dia, precedida do Momento Mariano. À noite a Celebração dos 70 anos da CNBB no Santuário.
Silvonei José – Aparecida – Vatican News
Penúltimo dia de trabalhos 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na parte da manhã o retiro dos bispos conduzido por dom Armando Bucciol, bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Na conclusão a Santa Missa, ao meio-dia, precedida do Momento Mariano. Na parte da tarde a Sessão Reservada no subsolo do Santuário. À noite a Celebração dos 70 anos da CNBB no Santuário.
Na manhã de ontem, a segunda parte da tradução do Missal Romano foi votada pelo episcopado brasileiro.
Membros da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel) mostraram aos bispos que correções foram realizadas nos termos gramaticais, em algumas páginas e outros trechos do texto foram reconsideradas.
“O missal fez um longo caminho, mas com muitas contribuições a partir das sugestões que vocês fizeram”, afirmou dom Edmar Peron, presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB.
Para o livro, também foi apresentada a proposta de diagramação, onde a apresentação do missal foi modificada para estar em apenas uma página.
“Da nossa parte as poucas mudanças que foram apresentadas serão incorporadas ao texto já diagramado pela Edições CNBB. Agora, é concluir as considerações, passar o texto à Editora da CNBB e só depois enviar para a Santa Sé”, explicou Dom Edmar.
As alterações foram aprovadas pelos Bispos votantes, com 269 votos favoráveis, seis abstenções e três votos negativos.
Sobre a aprovação da tradução do Missal eis o que nos disse dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara no Amazonas.
Atividades da Assembleia
Ainda ontem, quarto dia de atividades da 59ª Assembleia Geral da CNBB, o episcopado brasileiro aprovou o novo Estatuto. Depois de incorporar ao texto outras sugestões, os bispos votaram a nova versão.
Outra pauta da quarta-feira o Estudo 114 sobre a Animação Bíblica da Pastoral. Após as mudanças sugeridas pelos bispos, que foram realizadas com o objetivo de contemplar questões sobre sinodalidade, a idolatria e o fundamentalismo, a inserção de item sobre a Palavra de Deus e os Círculos Bíblicos, o texto foi aprovado em votação.
Durante o período da manhã foram votados além da segunda parte de traduções do Missal Romano, a mensagem do episcopado ao povo brasileiro e o subsídio que diz respeito aos critérios e encaminhamentos práticos para a instituição do Ministério de Catequista.
Em entrevista ao A12, Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, falou a respeito do andamento das votações sobre o Novo Estatuto da entidade.
"Estamos tendo grandes avanços, a Assembleia está fluindo muito bem, sempre têm algumas questões a mais, mas são pequenas correções muito tranquilas e rápidas para serem realizadas e penso que já estamos avançando significativamente na aprovação deste estatuto", disse.
A Comissão responsável pelo tema central “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão” reuniu-se ontem com todos os regionais da CNBB para dar início a um processo de escuta sobre as atuais Diretrizes Evangelizadoras da Igreja no Brasil (DGAE) em vista das próximas, em 2023.
Coletiva de imprensa
Na tarde de ontem estiveram presentes na coletiva de imprensa no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO) e membro da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, que abordou sobre a instituição do Ministério do Catequista, além de dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP), que esclareceu a respeito do novo estatuto da Conferência.
Santa Missa
A celebração de conclusão dos trabalhos da quarta-feira foi dedicada aos 70 anos da CNBB. A Santa Missa no Altar Central da Basílica foi presidida pelo arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa e os concelebrantes foram os ex-presidentes e ex-secretários-gerais da CNBB. Fonte: https://www.vaticannews.va
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O episcopado brasileiro, reunido na 59ª Assembleia Geral da Conferência Geral dos Bispos do Brasil (AG CNBB) desde domingo, 28 de agosto, aprovou e enviou um carta encaminhada ao Papa Francisco na segunda-feira, 29 de agosto. No documento, afirmaram que “Comunhão, participação e missão”, o mesmo tema do Sínodo dos Bispos de 2023 convocado pelo Santo Padre, constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral.
“Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País”, escreveram.
Os bispos destacam na carta que neste ano comemora-se os 200 anos da Independência do Brasil (1822 – 2022). “Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República”, expressaram.
No documento, os prelados disseram que a Conferência Episcopal do Brasil tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. “Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão”, afirmaram na carta.
Integra da Carta
Aparecida - SP, 29 de agosto de 2022 P – Nº. 0272/22
Estimado Papa Francisco, Com nossas saudações e votos de saúde e paz, servimo-nos do presente para cumprimentá-lo, no contexto da etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Conselho Permanente da CNBB optou por uma Assembleia em duas partes. A primeira foi realizada em abril, e aconteceu com participação remota. A segunda está acontecendo nestes dias, em Aparecida – SP, com presença física, conforme o Senhor nos permitiu.
Nossa Assembleia realiza-se no contexto da celebração dos 70 anos da CNBB e dos 15 anos da Conferência de Aparecida. Nesse clima, nos encaminhamos, em espírito de colegialidade e sinodalidade, para a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional a realizar-se em novembro próximo, na Arquidiocese de Olinda e Recife, com o tema “Pão em todas as mesas”. Também se aproxima o III Ano Vocacional com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), a ser aberto oficialmente na Solenidade de Cristo Rei.
“Comunhão, participação e missão” constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral. Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País.
Nesta 2ª etapa da 59ª Assembleia, nos ocupamos da votação de quatro textos sumamente importantes para a Conferência Episcopal e para a Igreja no Brasil: 1. a atualização do Estatuto da CNBB, resultado de três anos de reflexões, escutas e discernimentos; 2. as traduções das orações eucarísticas do Missal Romano e a votação final da tradução da 3ª Edição típica; 3. critérios e orientações para a instituição do Ministério do Catequista e do Rito de Instituição; 4. e o documento da Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil.
Abordamos também, nestes dias, a pesquisa “Saúde Integral do Clero”, que busca traçar um diagnóstico do estado da saúde dos ministros ordenados. Observamos que muitos dos problemas de sofrimento psíquico, cansaço por sobrecarga de atividades, experiências de solidão, estilo de vida sedentário e pouco saudável, que já existiam de modo latente, foram agravados com a pandemia de Covid-19. Desejamos com esta pesquisa encontrar caminhos de acompanhamento pastoral dos ministros ordenados, no horizonte da melhora da nossa qualidade de vida e de ministério.
O Brasil neste ano comemora 200 anos da sua Independência (1822 – 2022). Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvemse sob clima de tensão entre os Poderes da República.
A Conferência Episcopal tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão.
Querido Papa Francisco, nós, bispos, manifestamos-lhe proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica. Em que pesem os desafios, o seu testemunho segue luminoso e fecundo para vida da Igreja.
Estamos também em comunhão com o consistório que ora se realiza. Alegramonos, de modo particular, pela nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Paulo Cézar Costa. Seguimos esperançosos e animados pela continuidade das visitas Ad Limina.
Asseguramos-lhe as nossas preces junto a Deus. Com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rogamos bênçãos profusas sobre Vossa Santidade e seu ministério, ao tempo, em que lhe pedimos que reze sempre por nós e nos confirme no seguimento de Cristo, por sua proximidade e Bênção Apostólica.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre - RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá - MT 2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ
Secretário-Geral
Fonte: https://www.cnbb.org.br
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O presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor de Azevedo recordou os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”. Conversamos com o primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.
Silvonei José – Aparecida - Vatican News
Segundo dia de trabalhos da fase presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, que teve início ontem de manhã (29/08) no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário de Aparecida. No início dos trabalhos de ontem a presidência da CNBB destacou os principais assuntos que serão tratados durante a semana e deram boas-vindas a todos os presentes.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, destacou em sua fala inicial que os bispos já avançaram em muitas questões, mas ainda existe o que melhorar, lembrando o trabalho dos bispos falecidos, dos eméritos e dos que estão em exercício.
“Todos que já partiram e os que ainda continuam conosco, nos introduziram nos trilhos na experiência Sinodal”, disse dom Walmor. “Temos, é verdade, muito a avançar, respostas novas a dar; os desafios no coração do nosso mundo são muitos, os desafios da nossa sociedade são enormes no ponto de vista social, político, econômico, mas também na nossa tarefa missionária”. O arcebispo de Belo Horizonte recordou ainda os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”.
O presidente da CNBB lembrou que a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizada há 15 anos, em Aparecida, também lança luzes às atividades da AG. “O texto final da Conferência de Aparecida, como é conhecida, fecunda os caminhos de nossa Igreja de modo bonito e promissor”, disse o dom Walmor.
Já o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes aproveitou a oportunidade para falar sobre a alegria de receber padres e comunidades no Santuário, mas principalmente de receber os bispos e destacou que a assembleia dará muitos frutos. “Esse recinto é verdadeiramente um cenáculo, a nossa assembleia é verdadeiramente um Pentecostes e dará, certamente, muitos frutos”.
Dos 322 bispos em exercício, estavam presentes ontem 292. Os 30 que não estavam presentes justificaram a ausência. Alguns estão no Consistório, outros por motivos de saúde, curso para novos bispos, serviços da Igreja e outros motivos inadiáveis.
No dia de ontem os bispos realizaram a primeira votação. Foi aprovado o primeiro bloco referente à tradução da terceira edição típica do Missal Romano. Essa parte compreende as orações eucarísticas e as orações sobre o povo.
Após a apresentação da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), que explicou o processo da última etapa de consultas em vista da aprovação final da tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano, os bispos anotaram seus votos, contabilizados pela equipe de escrutínios.
Dos 266 votantes presentes eram necessários 216 votos para aprovação de acordo com as normas vigentes na Conferência. 265 bispos aprovaram a tradução do texto. Houve 1 abstenção na votação geral. Ainda haverá um segundo bloco de votações referentes ao Missal no decorrer da Assembleia.
Análise da conjuntura eclesial
Ainda ontem pela manhã, as atividades da Assembleia Geral contaram com uma análise da conjuntura eclesial. Apresentada pelos padres Geraldo De Mori e Danilo Pinto, do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), a reflexão evidenciou o cenário interno e externo da Igreja no viés do pentecostalismo e da evangelização. A atual ação dos pentecostais no processo de urbanização e também na atração do mundo juvenil e o empoderamento das mulheres foram refletidos pelos bispos.
O imaginário simbólico religioso do povo brasileiro, mesmo diante do processo de secularização, foi analisado como oportunidade para que a Igreja possa continuar sua ação evangelizadora na vida da sociedade. “Que possamos exercer e viver essa Igreja que saiba escutar e discernir os sinais dos tempos de modo sinodal e missionário”, destacou o padre De Mori. Também o uso tecnológico para a evangelização foi apresentado aos bispos como um desafio e, ao mesmo tempo, como grande oportunidade para o anúncio de Jesus Cristo.
A valorização dos leigos e leigas e a presença feminina no trabalho pastoral também foram citados pelos sacerdotes como caminhos na busca “de uma formação comum que atinja o fiel frente aos discursos fundamentalistas”, disse. A formação ética e crítica enquanto presença católica na mídia também integraram as reflexões do episcopado na manhã de hoje.
Na parte da tarde o encontro privativo no subsolo do Santuário e a Santa Missa que encerrou os trabalhos, presidida por dom João Francisco Salm, bispo da diocese de Novo Hamburgo. Durante a celebração rezou-se pelos bispos de recente nomeação. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11)
Celebramos neste domingo o vigésimo segundo desse Tempo Comum. Aos poucos vamos nos aproximando do final do tempo litúrgico e o Senhor espera que nós possamos anunciar o Reino de Deus aqui na Terra, entre os nossos irmãos. Precisamos levar a esperança para esse mundo, tão marcado pelo ódio, violência, fome e tantas outras coisas. Cabe a nós, como discípulos de Cristo, anunciarmos a alegria que vem do Evangelho.
Neste domingo, chegamos ao final das celebrações do mês vocacional, recordando a vocação dos ministérios e serviços na comunidade e também a dos catequistas. Os catequistas são o braço direito do padre e a voz do padre no meio da comunidade. O primeiro catequista da paróquia é o padre, mas devido as atividades pastorais, o padre não consegue estar nas turmas de catequese e delega pessoas leigas da comunidade para serem catequistas e falarem em nome dele e da mãe Igreja, transmitindo a fé católica.
Os catequistas são pessoas leigas, que exercem de maneira voluntária esse trabalho — deixam marido, filhos, pai e mãe em casa para se dedicar a catequese. O trabalho do catequista não é remunerado. É uma missão decorrendo de uma vocação, de um chamado de Deus. A remuneração que o catequista recebe é o carinho e o amor dos catequizandos e o amor de Deus. Toda comunidade paroquial deve agradecer o trabalho dos catequistas, pois é muito importante e é o que faremos na liturgia deste domingo.
Como acompanhamos durante esse mês agosto, a Igreja reza por todas as vocações. Se a Igreja reza por aqueles que se consagram a Deus de maneira definitiva, reza também pelos leigos que cooperam junto com os ministros ordenados para a construção do Reino de Deus.
Podemos, nesta Eucaristia, lembrar dos nossos catequistas e agradecer a Deus por eles terem passado por nossas vidas. Se eles ainda estão vivos e têm contato com você, parabenize-os nessa data. Se já faleceram ou estão sem contato, reze por eles. Agradeçamos também aos nossos pais — eles são os nossos primeiros catequistas, que nos apontam o caminho para Deus.
A primeira leitura desse domingo é do livro do Eclesiástico (Eclo 3, 19-21.30-31). O Senhor fala que devemos realizar o nosso trabalho com humildade e mansidão. O Senhor pode estar dirigindo essa palavra aos catequistas no dia de hoje. Quem é escolhido para ser catequista não deve se vangloriar desse trabalho ou se achar melhor que os outros, mas deve realizar esse serviço com mansidão e humildade. Sendo humildes, serão grandes diante de Deus e Ele os abençoará.
O salmo responsorial é o 67 (68), que diz em seu refrão: “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre”. O Senhor acolhe aquele que é humilde e justo e aquele que não esbanja os bens que tem. O Senhor tem preferência para com os pobres. Muitas vezes não é tanto a pobreza material, mas a pobreza de espírito. Temos que ter o coração de pobre para amar a Deus e aos irmãos.
A segunda leitura desse domingo é da carta aos Hebreus (Hb 12, 18-19.22-24a). O autor salienta que a comunidade, ao se aproximar de Jerusalém, se aproxima do local onde muitas pessoas já passaram e derramaram o seu sangue defendendo a sua fé e o nome de Deus. Quem se aproxima da Jerusalém terrestre, já pode contemplar a Jerusalém celeste — viver aqui na Terra aquilo que contemplará eternamente no céu. A nossa fé exige uma entrega total a Deus, até as últimas consequências.
O Evangelho desse domingo é de Lucas (Lc 14, 1.7-14). O Evangelho continua o tema que envolve a liturgia de hoje, Jesus fala sobre a humildade. Tudo o que realizamos na Igreja não devemos fazer esperando status, mas devemos fazer para agradar a Deus. Até mesmo em outras áreas da nossa vida, não devemos trabalhar esperando uma promoção ou para agradar o chefe, pelo contrário, devemos trabalhar com humildade e, na hora certa, a promoção virá.
Os pais têm que ensinar aos filhos a não menosprezarem os outros e, se tirarem notas boas, não esnobarem aqueles que porventura tenham tirado notas menores. Ensinar as novas gerações a importância de partilhar, seja o alimento, roupas, calçados etc. Ensinar a serem pobres de espírito e ricos diante de Deus.
Se trilharmos o caminho da humildade, Deus nos recompensará com coisas boas para nós. Se ajudarmos alguém que precisa, quando precisarmos, virá em dobro para nós. Se exercermos o nosso trabalho com humildade, poderemos receber a recompensa da promoção. As nossas atitudes dirão se seremos ou não merecedores de coisas boas.
Rezemos uma vez mais por todos os catequistas para que, na humildade, exerçam o seu trabalho de ensinar as coisas de Deus para os catequizandos. Estamos próximos de celebrar o mês da Bíblia. Que a Palavra de Deus seja livro de cabeceira de todos os catequistas. Os catequistas têm que estar em constante formação, sempre se aperfeiçoando para poder ensinar os catequizandos. Que na humildade os catequistas aceitem que precisam de formação.
Que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie no caminho do bem e da humildade, amém. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: "Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e nos Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael exclamou: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" Filipe respondeu: "Venha ver". No entanto, Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse sobre ele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo". Disse-lhe Natanael: "De onde vós me conheceis?" Jesus respondeu: "Antes que Filipe o chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira". Natanael respondeu-lhe: "Rabi, vós sois o Filho de Deus; vós sois o Rei de Israel!" (Jo 1, 45-49)
Nos Evangelhos Sinópticos, era chamado Bartolomeu, mas, naquele de João, era Natanael, em hebraico. Todavia, os estudiosos dizem que se trata da mesma pessoa: um "dom de Deus", segundo a etimologia do seu nome, como são todos os Santos para a Igreja.
A chamada no Evangelho de João
Tudo o que sabemos, com certeza, sobre a vida de Bartolomeu vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João, que narra a sua vocação de modo detalho.
Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas, ele lhe respondeu simplesmente: "venha e veja" . Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero. Ele o recebeu, mas apenas conseguiu responder, perguntando como Jesus o conhecia. De fato, ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava a Bíblia, diariamente, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: "Vós sois o Rei de Israel!", exclamou! Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.
Apóstolo na Índia, mártir na Armênia
Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois, não se sabe historicamente, mas, aparentemente, parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia, realizando milagres e curas milagrosas, até chegar à Armênia. Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polimio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Enfim, Astiage, irmão do rei, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias, chegaram a Roma, graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Padre é considerado santo popular e atrai milhões de romeiros ao Ceará.
O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano. A informação foi anunciada pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.
"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", disse Dom Magnus Henrique Lopes durante a celebração.
Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do "santo popular".
O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.
"Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero", diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.
O trecho foi lido pelo bispo da diocese do Crato durante o anúncio da autorização do processo de beatificação de padre Cícero. A notícia foi recebida com salva de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.
Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi afastado da igreja católica.
Padre Cícero Romão Batista é considerado "santo popular" para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Processo de beatificação
Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.
“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís Lira.
Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.
Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.
“Uma vez constatada, ele é automaticamente declarado como ‘venerável’. Se houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação. Aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato, é necessário outro milagre para a canonização”, conta Luís. Fonte: https://g1.globo.com
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