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Que fazem os bispos na assembleia da CNBB?
A Igreja é servida e conduzida, em cada diocese, pelo seu bispo próprio, unido ao papa, e no Brasil inteiro, pelo conjunto dos bispos, unidos na Conferência Episcopal
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), seguindo uma praxe consolidada, realiza sua assembleia anual no período pascal. Desta vez, ela ocorre em Aparecida, junto do Santuário da Padroeira do Brasil, de 10 a 19 de abril. Na pauta constam abundantes momentos de oração, relatórios, prestações de contas, reflexões sobre a realidade da Igreja e do povo brasileiro, partilha fraterna entre os bispos e muito diálogo entre eles. Também sempre se faz um dia de retiro espiritual, que, desta vez, foi pregado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé.
A Igreja Católica Apostólica Romana possui atualmente, no Brasil, 279 circunscrições eclesiásticas, entre dioceses, prelazias e eparquias de ritos católicos orientais, com 484 bispos, dos quais 317 estão em função e 167 são eméritos (aposentados). Também participam da assembleia cinco bispos de recente nomeação, ainda não ordenados, além de alguns administradores diocesanos sacerdotes, que cuidam de dioceses vacantes, enquanto estas esperam a nomeação de seus bispos próprios.
O assunto principal da assembleia são as atuais diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja, no contexto da realidade eclesial, cultural e social brasileira e à luz do sínodo universal, que ocorre em Roma, convocado pelo papa Francisco. As diretrizes gerais da CNBB são rediscutidas a cada quatro anos, para receber novos enfoques sobre a vida e a ação da Igreja em nosso país. No essencial, contudo, as diretrizes orientam-se pela perene e sempre atual missão que Jesus conferiu aos apóstolos e seus sucessores: “Proclamar e testemunhar o Evangelho a toda criatura” (cf. Mc 16.15).
Outro tema saliente na pauta desta assembleia-geral da CNBB é o sínodo sobre “a Igreja sinodal, em comunhão, participação e missão”. Embora ainda deva ocorrer a segunda parte da assembleia sinodal, em outubro deste ano, o episcopado já reflete sobre o significado e as implicações deste sínodo universal, que deverá contribuir muito para uma profunda renovação da Igreja a partir de dentro dela mesma. Como não poderia deixar de ser, também o Jubileu de 2025 será tema de reflexão e orientação durante a assembleia. A cada 25 anos, a Igreja é convocada pelo papa a celebrar um ano Santo, ou Jubileu, para dar graças a Deus e se renovar em sua vida e missão.
Como se trata da assembleia formal de um organismo, é compreensível que também haja a apresentação de relatórios e prestações de contas. Dedica-se um bom espaço à reflexão sobre a situação social, política e religiosa do Brasil. De fato, os bispos exercem sua missão pastoral em contextos humanos concretos, que os desafiam, estimulam e também angustiam no cumprimento de sua missão de pastores do povo de Deus. Em particular, a situação religiosa, à luz do mais recente Censo, está sendo atentamente analisada e refletida pelos bispos, ajudados por peritos e estudiosos dos fenômenos sociais, culturais e religiosos.
Cada bispo é o responsável imediato pela vida cristã e a missão eclesial em sua diocese. Ajudado pelo seu clero, religiosos e leigos, ele procura dar conta do anúncio do Evangelho, da condução do povo na fé, da celebração dos sacramentos e da animação da caridade de todos para com todos, especialmente para com os pobres e mais necessitados. Porém eles não atuam de maneira isolada, sem estarem em comunhão com os demais bispos e com o papa. O bispo é nomeado pelo papa, que confere legitimidade à sua condição de membro do “colégio episcopal” e lhe dá uma missão específica na Igreja. Além de cuidarem da própria diocese, os bispos também devem preocupar-se com o bem da Igreja inteira. As Conferências Episcopais, que são organismos colegiados do episcopado, estão a serviço da solicitude de cada bispo por sua igreja particular e por toda a Igreja. Por isso, a situação da vida do povo e a preocupação missionária estão sempre presentes nas assembleias da CNBB.
Um dos temas tratados nesta assembleia é o Pontifício Colégio Pio Brasileiro, de Roma. Essa instituição, fundada pelo papa Pio XI há 90 anos, está a serviço da Igreja no Brasil e oferece às dioceses a possibilidade de enviar padres para realizarem estudos eclesiásticos aprofundados nas Universidades Pontifícias de Roma. O benefício é da Igreja do Brasil inteiro. Há pouco mais de uma década, a direção e a manutenção deste colégio passaram à responsabilidade da CNBB. Trata-se de um esforço conjunto para beneficiar dioceses de todo o Brasil.
As Conferências Episcopais, sempre aprovadas e constituídas pelo papa, são uma forma concreta de exercício da colegialidade episcopal, quer em assuntos pastorais, quer em assuntos doutrinais. Elas são regradas pelo Direito Canônico e pelo estatuto próprio de cada uma, aprovado pela Santa Sé. Em palavras breves, a Igreja Católica no Brasil é servida e conduzida, em cada diocese, pelo seu bispo próprio, unido ao papa, e no Brasil inteiro, pelo conjunto dos bispos, unidos na Conferência Episcopal.
*É CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO Fonte: https://www.estadao.com.br
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Padre foi preso com uma pistola de uso restrito, um revólver calibre 38, 49 munições, dois rádios comunicadores e uma câmera portátil.

Padre é preso com armas e munições em Campina Grande — Foto: Reprodução/TV Paraíba
Por g1 PB
Um padre foi preso, nesta quinta-feira (11), suspeito de porte ilegal de armas. De acordo com apuração da TV Paraíba, o suspeito estava em um carro da diocese, quando foi parado em uma blitz da Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran), que identificou que o padre estava com munições e duas armas, sendo uma delas de uso restrito.
Ainda segundo informações da TV Paraíba, o padre foi preso com um revólver calibre 38, uma pistola .40 de uso restrito, 49 munições, dois rádios comunicadores e uma câmera portátil. A pistola está registrada no nome de um policial militar de Pernambuco, e a polícia ainda não identificou se o revólver está registrado.
De acordo com a defesa do padre, ele é um homem íntegro, sem passagens pela polícia. As armas pertenciam a um conhecido dele, que tem porte, e que acabou deixando o material no carro do padre. A defesa também informou que tudo será esclarecido no processo.
O padre é vinculado à Diocese de Caruaru. O g1 entrou em contato com a Secretaria de Cúria do município pernambucano, que informou que já está ciente do ocorrido, mas não afirmou se vai tomar medidas internas contra o religioso. Fonte: https://g1.globo.com
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Foi preso em Campina Grande, estado da Paraíba, o Padre Diozene Francisco, responsável pela paróquia de Chã Grande, zona da mata de Pernambuco. No veículo do religioso, a polícia encontrou armas e munições.
O padre teve o veículo parado em blitz e o código QR da placa do veículo estava coberto, talvez para dificultar a identificação. O padre ficou nervoso durante a abordagem, o que levantou suspeita.
Para a DEPOL a polícia conduziu o padre e o armamento. A polícia informou que foram encontradas 19 munições do calibre .40; 35 balas de calibre 38; além de 16 cápsulas já deflagradas. A polícia também apreendeu um revólver e uma pistola com dois carregadores. O padre responderá por crime de porte e posse ilegal de arma de fogo e munições. Fonte: https://pernambuconoticias.com.br
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1) Oração
Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 3, 31-36)
Naquele tempo, João Batista disse aos seus discípulos: 31Aquele que vem do alto está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Ele dá testemunho do que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois ele dá o espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mãos. 36Aquele que crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que se recusa a crer no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
3) Reflexão
No dia 12 de janeiro deste ano meditamos João 3,22-30, que traz o último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta dada por ele aos seus discípulos, e na qual reafirmou que ele, João, não é o Messias mas apenas o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume o seu testemunho: "É necessário que ele cresça e eu diminua!" Esta frase é o programa de todos e de todas que querem seguir Jesus.
Os versículos do evangelho de hoje são, novamente, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a entender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou. Temos aqui uma outra amostra daqueles três fios de que falamos ontem.
João 3,31-33: Um refrão que sempre volta. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ele ouve do Pai. Ele é total transparência. Os seus adversários, por não se abrirem para Deus e por se agarrarem nas suas próprias idéias aqui da terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No fim, é este mal-entendido que vai levar os judeus a prender e condenar Jesus.
João 3,34: Jesus nos dá o Espírito sem medida. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vinda do céu" (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo!" (Jo 20,22). O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus (Jo 7,37-39; 4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos" (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito de que fala São Paulo: "Onde há o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (2Cor 3,17).
João 3,35-36: O Pai ama o filho. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entregou tudo em sua mão. São Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Col 1,19; 2,9). Por isso, quem aceita Jesus e crê em Jesus ele já tem a vida eterna, pois Deus é vida. Quem recusa crer em Jesus se coloca a si mesmo do lado de fora.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus nos comunica o Espírito sem medida. Você teve ou tem alguma experiência desta ação do Espírito em sua vida?
2) Quem crê em Jesus tem a vida eterna. Como isto acontece hoje na vida das famílias e das comunidades?
5) Oração final
O SENHOR está perto de quem tem o coração ferido, salva os ânimos abatidos. Muitas são as desventuras do justo, mas de todas o SENHOR o livra. (Sl 33, 19-20)
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Sacerdote respondeu por crimes sexuais e por não ter socorrido garoto de programa que desmaiou por excesso de 'Viagra'
SÃO PAULO
Um padre polonês foi condenado a 18 meses de prisão por crimes sexuais e de drogas, informou a agência de notícias estatal PAP nesta terça-feira (9). O padre, identificado apenas como Tomasz Z devido às leis de privacidade do país, foi acusado pelos crimes após um incidente em que um garoto de programa teria desmaiado durante uma orgia na casa do clérigo.
Segundo os veículos de mídia da Polônia, o profissional do sexo teria desmaiado depois de tomar muitas pílulas para disfunção erétil. Um dos padres presentes na reunião então chamou uma ambulância, mas quando os paramédicos chegaram, os frequentadores do encontro proibiram a entrada. Só foi prestado atendimento após a polícia ser acionada, apontaram os relatos.
Organizada pelo padre Tomasz Z, a orgia aconteceu entre os dias 30 e 31 de agosto de 2023 e, de acordo com o jornal polonês Gazeta Wyborcza, envolvia padres e garotos de programa e foi realizada em um prédio pertencente à paróquia da Santíssima Virgem Maria dos Anjos, na cidade de Dabrowa Gornicza. Quando confrontado sobre a festa sexual pela mídia polonesa, o clérigo contestou o número de padres presentes na reunião e disse que "vale a pena ler qual é a definição de orgia".
Devido à natureza do caso, o julgamento foi realizado a portas fechadas, conforme reportou a PAP. Além da condenação por crimes sexuais e fornecimento de drogas, por não ter prestado ajuda a uma pessoa que corria risco de morte, Tomasz Z foi obrigado a pagar à vítima o equivalente a mais de R$ 19 mil, bem como terá de pagar uma indenização a um fundo criado para ajudar as vítimas de crimes sexuais.
O grande escândalo, que envolve as dioceses vizinhas de Sosnowiec e Dabrowa Gornicza, veio à tona em setembro de 2023. No mês seguinte, o Vaticano, sem comunicar um motivo oficial, aceitou a renúncia de um bispo polonês Grzegorz Kaszak, que administrava a unidade de Sosnowiec.
Apesar de Kaszak não estar entre os acusados de terem se envolvido na suposta orgia, os relatos dizem que ele está sendo responsabilizado pela conduta dos padres sob seu comando. "Peço a todos que perdoem minhas limitações humanas", escreveu o bispo em sua declaração. "Se ofendi alguém ou negligenciei algo, sinto muito."
Antes de renunciar, entretanto, Kaszak abriu uma investigação, a qual concluiu que Tomasz Z cometeu "uma violação muito grave das normas morais" e de suas obrigações como clérigo. O padre, então, foi demitido de todas as funções em 21 de setembro.
Com Reuters. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Anna Virginia Balloussier analisa no livro 'O Púlpito' as transformações e divergências entre igrejas nas últimas décadas
A escritora e jornalista Anna Virginia Balloussier, autora de 'O Púlpito' - Marcus Leoni/Divulgação
SÃO CARLOS (SP)
Não há nada de monolítico na ascensão das igrejas evangélicas brasileiras durante as últimas décadas. Apesar da popularidade e da influência de alguns pastores mais conhecidos, trata-se de um fenômeno complexo, altamente pulverizado e em constante transformação, mostra "O Púlpito", novo livro da jornalista Anna Virginia Balloussier.
Embora a repórter da Folha tenha se especializado na cobertura das relações entre o movimento evangélico e os bastidores da política há mais de dez anos, a obra dá igual peso aos aspectos sociais, comportamentais e até econômicos do crescimento dessa comunidade diversa.
Com isso, caem por terra alguns estereótipos, a começar pela "caricatura do crente careta e severo, avesso a qualquer coisa que não seja a graça divina", diz ela. Balloussier descreve as transformações no meio evangélico com bom humor e alguma dose de ironia, algo que, para a autora, é bastante comum entre os "crentes" de hoje.
"O que não pode é dar a entender que se está a rir deles, e não com eles", explica ela. "Como circulo há bastante tempo nas igrejas, posso me dar essa liberdade com pessoas mais próximas, que sei que não se incomodam, pelo contrário, são as primeiras a usar o humor para falar de si."
Essa combinação estranha, ao menos para quem está de fora, de intensa devoção ao texto bíblico, de um lado, e irreverência e flexibilidade, de outro, aparecem nos mais diversos aspectos da expansão evangélica.
Nesse cenário cabem desde a criação de produtos eróticos especialmente dedicados a apimentar o casamento (fielmente monogâmico, é claro) das "irmãs" até a disputa pelo filão das feiras de produtos religiosos, um mercado no qual há pessoas sedentas para consumir livros, moda e música pensados para a visão de mundo delas.
E acontece ainda a convergência, em diversos casos, da pregação cristã com a linguagem dos "coaches", eivada de ideias de autoajuda e busca de ascensão pessoal.
Tudo isso começa a fazer um pouco mais de sentido quando se consideram as transformações demográficas pelas quais a tradição evangélica passou conforme foi deixando de ser minoritária no Brasil, diz Balloussier.
"O perfil evangélico começou mais branco, porque era a religião dos imigrantes protestantes vindos da Europa e dos Estados Unidos. Mas a presença na população ainda era residual. Sobretudo depois do pentecostalismo, os evangélicos foram se tornando cada vez mais a cara da base brasileira", resume.
"Hoje a maioria nas igrejas é negra, feminina e vinda de classes baixas. A questão é entender por que essa religião se popularizou tanto nas periferias. Diria que tem muito a ver com os laços comunitários que fornece, e também com perspectivas de mobilidade social: com a ajuda dos irmãos, o fiel quer prosperar."
O crescimento numérico foi acompanhado de um avanço concomitante na relação com a política e a mídia, vistas com reserva ou mesmo com repulsa quando os "crentes" eram poucos em meio a um mar de católicos. A atual associação dos líderes desse avanço com o bolsonarismo foi sendo construída em etapas, segundo ela.
"Essa liderança evangélica de projeção nacional, os ‘grandes nomes’ que a gente tanto vê na mídia e nas redes sociais, tinha um pendor mais fisiológico no passado, se podemos colocar assim", explica Balloussier. "Apoiavam o governante da vez argumentando que seria um dever bíblico orar e torcer por eles. Basta lembrar que, nos anos 2010, você tinha no retrato com o PT Silas Malafaia, Edir Macedo, Magno Malta, [Marco] Feliciano, para citar nomes que depois repudiaram Lula e companhia."
Mesmo dentro de um único grande "guarda-chuva" eclesial, o da Assembleia de Deus, a eleição de 2010 trouxe apoios pulverizados.
Naquele pleito, dos grandes subgrupos assembleianos, o Ministério Belém apoiou a candidatura presidencial de José Serra (PSDB), o Ministério Madureira se declarou favorável a Dilma Rousseff (PT) e o Santo Amaro endossou Marina Silva. É algo nada surpreendente no caso das igrejas evangélicas, que frequentemente não possuem nenhum tipo de autoridade central, mesmo tendo uma origem comum.
A convergência em favor do bolsonarismo, para a autora, foi um fenômeno multifatorial, favorecido pela ascensão das redes sociais e seu pendor pela polarização, a reação contra o fortalecimento dos movimentos identitários e a dificuldade da esquerda de dialogar com esse segmento do eleitorado. "Ou vem com tutela ou com ofensa. Aí fica fácil para o outro lado."
"Como bônus, destacaria não só a maior afinidade ideológica entre esses pastores e [Jair] Bolsonaro, mas um espaço inédito para eles em Brasília. Eram convidados para o Planalto, ocuparam cargos altos. Sentiram-se prestigiados para além da conveniência eleitoreira." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Motorista que não usava cinto de segurança é arremessado para fora de carro em acidente na Via Dutra
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Segundo a Polícia Rodoviária Federal, condutor capotou com o carro por estar com sinais de embriaguez. Ele foi socorrido com ferimentos graves. Acidente foi no trecho que passa por Barra Mansa.
Motorista embriagado fica ferido após capotamento na Via Dutra, em Barra Mansa — Foto: Reprodução/Polícia Rodoviária Federal
Por g1 Sul do Rio e Costa Verde
Um motorista foi arremessado para fora do carro em um acidente na Via Dutra, em Barra Mansa (RJ), na manhã deste sábado (6). O veículo bateu contra um barranco e capotou na altura do km 280, na pista sentido Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu após o condutor perder o controle da direção do automóvel por estar com sinais de embriaguez. A vítima, de 58 anos, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a Santa Casa em estado grave.
Procurada pelo g1, a unidade médica não havia informado o estado de saúde do motorista até a publicação desta reportagem.
O carro ficou com as rodas para cima no meio da rodovia. O trânsito chegou a fluir pelo acostamento, com 2 km de congestionamento, mas foi normalizado no início desta tarde.
Ainda de acordo com a PRF, o motorista foi multado em por não usar o cinto de segurança e pelo carro estar com os quatro pneus carecas e com o licenciamento vencido. O automóvel foi rebocado para o pátio, e o condutor teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Fonte: https://g1.globo.com
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Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
A Festa da Divina Misericórdia, no segundo domingo do tempo da Páscoa, retrata a propriedade da misericórdia do Pai dedicada à humanidade, a partir da amorosa oferta de Deus: seu Filho Jesus, o Redentor, morre na cruz e ressuscita, pela ação vivificante do Espírito Santo. A Festa, instituída na Igreja Católica por São João Paulo II, contribui para acolher os ensinamentos do tempo pascal que, se vividos e acolhidos, podem mudar vidas e o próprio rumo da sociedade. Não compreender o alcance luminoso da Divina Misericórdia é arriscar a se perder nas incredulidades que levam à soberba, aos radicalismos, à perda da ternura que é essencial para superar inimizades, comprometendo gestos de amizade social e, consequentemente, a fraternidade universal.
Convence sobre os riscos da incredulidade o episódio narrado pelo evangelista João, quando conta sobre a arriscada ausência do apóstolo Tomé da comunidade dos primeiros discípulos de Jesus. A comunidade, embora emoldurada pelo medo e, por isso mesmo, vivendo “a portas fechadas”, é o lugar singular para experimentar a presença misericordiosa de Deus, manifestada na presença amorosa de Cristo Ressuscitado. Ao ouvir o testemunho alegre dos outros apóstolos, anunciando a vitória da vida sobre a morte, por terem visto o Senhor, Tomé reage com soberba. Impõe condições para acreditar no relato dos outros discípulos, encharcado pela comum pretensão humana de se julgar proprietário das melhores razões, das justificativas mais plausíveis, desconsiderando outras perspectivas. Insolente e orgulhoso, Tomé diz que se não conferir as mãos e os pés de Jesus, se não colocar o seu dedo no lado chagado do Crucificado-Ressuscitado, não se abrirá à experiência de crer.
Tomé rege-se, assim, por um orgulho capaz de fecundar o autoritarismo e de invalidar o testemunho dos outros apóstolos, agraciados pela presença visível de Jesus Ressuscitado. O incrédulo e soberbo é salvo pelo gesto misericordioso de Jesus, que não desistiu de Tomé, mas desmontou seus argumentos, oferecendo-lhe a oportunidade para a cura da incredulidade. O Mestre fez brotar do mais profundo do coração de seu discípulo a confissão: “Meu Senhor e meu Deus”. O risco da incredulidade é grande e perigoso. Pode ser sutil, sendo capaz de camuflar a força dominadora do egoísmo com aparentes boas ações. Mas, no fim, prevalece o mal provocado pelo egoísmo, que leva a personalismos capazes de dogmatizar conceitos sobre o semelhante, de eleger compreensões que inviabilizam a convivência com quem pensa diferente. Quem se deixa dominar pelo egoísmo torna-se incapaz de dedicar amor fraterno aos que não integram o seu “clube de amigos”, seu grupo político-partidário, a torcida de seu time, alimentando abominações e preconceitos.
A doença da incredulidade, temperada pelo egoísmo e pelo orgulho no coração humano, impede a solução de graves problemas sociais, consolidando a expressão de perversidades e de exclusões. É mal tão perigoso que pode levar ao risco de se invalidar perspectivas diferentes das próprias convicções. Para enfrentar esse mal, deve-se viver a misericórdia – único selo autêntico para validar processos e escolhas que busquem o bem do semelhante. Há um caminho a percorrer para se aprender o exercício da misericórdia, tendo como horizonte diário o exemplo de Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai – que é rico em misericórdia. Não há outra possibilidade de conhecer e experimentar a misericórdia de Deus senão pela revelação de Jesus Cristo. Deve-se cultivar o amor ao Mestre. Isto significa cuidar para que sejam evitadas atitudes, aparentemente cristãs, mas que, na verdade, estão distanciadas, ou até constituem negação da misericórdia de Deus revelada em Jesus.
Contemplar, permanentemente, o mistério da misericórdia, é sempre se aproximar da inesgotável fonte de serenidade, alegria e paz. Misericórdia é o caminho que proporciona a cada pessoa a experiência de frutuosa e reconciliadora união com Deus, fecundando a esperança fidedigna que salva a humanidade dos pessimismos e das posturas radicais, do rancor e da busca por vingança. Somente a misericórdia de Deus capacita seus filhos e filhas para o exercício da misericórdia, preferindo-a, ao invés de se apegar ao excesso de severidade, sem comprometer jamais a verdade e o bem. Uma capacitação essencial para alimentar o altruísmo, qualificar a cidadania e fortalecer a fraternidade. Abrir mão da misericórdia, pelo equívoco de confundi-la com fraqueza, é perder a oportunidade de dar novo rumo à própria vida, semeando o bem na vida do semelhante. É sempre importante se lembrar que Deus revela a sua onipotência por meio da sua misericórdia. A misericórdia de Deus perdoa e se compadece. É prova de seu poder. Não constitui uma ideia abstrata, mas um gesto de amor, repleto de ternura e de compaixão, de indulgência e de perdão.
A misericórdia de Deus, revelada em Cristo, inscreve lições existencialmente desafiadoras. Cabe ao ser humano aprender a agir seguindo Jesus, seu modo único e irrepetível de tratar os pobres, doentes, marginalizados – Cristo é todo amor e gratuidade. A misericórdia não constitui somente o modo de agir do Pai, revelado em Jesus. É critério para identificar quem são os verdadeiros discípulos de Cristo. Todos são chamados a viver misericordiosamente. E o perdão é a expressão mais evidente do amor misericordioso. Perdoar, gesto de misericórdia, traz serenidade, constituindo uma sabedoria para se investir na solidariedade. A misericórdia convence o coração a abandonar o ressentimento, a violência, a busca por vinganças. Ecoe, na vivência da Festa da Divina Misericórdia, a palavra do apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento”. A iluminadora palavra do Apóstolo seja capaz de consolidar, sempre mais, esta lição de Jesus: “Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. Fonte: www.cnbb.org.br
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galiléia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
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Padre Alexandre Paciolli foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3); abusos aconteceram em agosto de 2022 e janeiro de 2023 em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, diz MPRJ

Ex-reitor da igreja da PUC-RJ é preso no Ceará por importunação sexual e estupro de vulnerávelReprodução/Redes Sociais
Victor Locatelida CNN*
O padre Alexandre Paciolli, acusado pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável, cometidos em agosto de 2022 e janeiro de 2023 contra uma mesma mulher, foi preso preventivamente na casa de seu pai, em Fortaleza, no Ceará, nesta quarta-feira (3). Os abusos aconteceram no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, informou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Ainda segundo o MP, no caso que ocorreu em Nova Friburgo, Paciolli utilizou da ingenuidade e da fé da vítima, abusando sexualmente dela sob a alegação de estar sentindo fortes dores. Por sua vez, a mulher não reagiu, uma vez que considerava o padre como seu sagrado protetor.
A denúncia foi oferecida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo, que também realizou as investigações, no último dia 26. O Ministério Público aponta que Paciolli é um líder religioso da Igreja Católica, muito carismático, além de ser influente e conhecido.
A pedido do MPRJ, a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo expediu mandado de prisão preventiva.
A Arquidiocese do Rio de Janeiro já recebeu notícias de outros abusos sexuais cometidos pelo religioso, existindo outras investigações policiais em curso. A CNN procurou a instituição para um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.
Durante sua vida religiosa, o padre já foi reitor da Igreja da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), responsável pela Igreja de São José, no bairro da Lagoa, e apresentador de programas de televisão com temática religiosa.
A CNN tenta localizar a defesa de Alexandre Paciolli para um posicionamento. Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br
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Philipe Villeneuve tinha sido ordenado em agosto de 2023, em Pau dos Ferros. Ele sofreu paradas cardiorrespiratórias após ser internado com quadro respiratório grave.
Padre Philipe Villeneuve morreu, aos 27 anos, nesta terça-feira (2), em Mossoró — Foto: Diocese de Mossoró/Divulgação
Por g1 RN
Um padre de 27 anos morreu na noite de terça-feira (2) na UTI do hospital Wilson Rosado, em Mossoró, no Oeste potiguar, onde estava internado. Philipe Villeneuve tinha sido ordenado sacerdote da Igreja Católica em agosto do ano passado e era o mais jovem padre da Diocese do Oeste potiguar.
A Diocese informou ainda na terça (2), que o padre apresentou um quadro respiratório grave e precisou ser intubado. Grupos de fieis católicos realizaram vigílias de oração pela recuperação da saúde do sacerdote em frente ao hospital de Mossoró e também em Pau dos Ferros, cidade de origem do religioso.
Porém, Philipe não resistiu e faleceu às 23h55, após sofrer quatro paradas cardiorrespiratórias. O falecimento precoce causou comoção nas duas cidades. O padre Philipe Villeneuve Oliveira Rego foi ordenado no dia 4 de agosto do ano passado, Dia do Padre, no adro da Matriz de Nossa da Conceição, em Pau dos Ferros.
Atualmente ele era vice-reitor do Seminário Santa Teresinha, diretor Pedagógico do Colégio Diocesano Santa Luzia e diretor da FM 105 Santa Clara, em Mossoró. O velório começou por volta das 6h30 desta quarta-feira (3) na Catedral de Santa Luzia, em Mossoró. Às 8h30, ocorreu uma missa de corpo presente.
Por volta das 10h, foi iniciado traslado do corpo para Pau dos Ferros. Uma missa está programada para às 15h30 na Matriz da cidade do Alto Oeste e, em seguida, o padre será sepultado no cemitério São Manoel.
A Prefeitura de Pau dos Ferros decretou luto oficial de três dias. "Em vida, Pe. Philipe prestou os inestimáveis trabalhos dedicados à nossa comunidade no decorrer de sua trajetória como cidadão, voluntário e líder religioso, caracterizado também pelo alto grau de amizade que ele constituiu com pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade de Pau dos Ferros e de toda a região", informou a prefeitura, em nota. Fonte: https://g1.globo.com
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1) Oração
Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
3) Reflexão Luca 24,13-35
O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade. Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...". Qual é hoje a conversa do povo que sofre?
O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.
Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.
O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
- Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
- Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!
4) Para um confronto pessoal
- Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
- Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)
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O Papa Francisco aceitou, nesta quarta-feira, 3 de abril, a renúncia ao ofício de arcebispo de Maceió (AL) apresentada por dom Antônio Muniz Fernandes, tendo em vista cuidados com sua saúde. Foi nomeado como sucessor no pastoreio da arquidiocese alagoana o até então arcebispo coadjutor de Maceió, dom Carlos Alberto Breis Pereira. Agora, ele torna-se arcebispo emérito. A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou saudação a dom Beto e agradecimento a dom Antônio.
Agradecimento a Dom Antônio Muniz Fernandes
Estimado irmão, Dom Antônio Muniz Fernandes,
Ao recebermos a notícia de que o Santo Padre, o Papa Francisco, acolheu o seu pedido de renúncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Maceió, em Alagoas, unimo-nos em agradecimento a Deus por sua vocação e pelos 25 anos dedicados ao pastoreio do povo de Deus em Guarabira e em Maceió.
Sua dedicação na construção de uma Igreja comprometida com o anúncio do Evangelho e atenta às realidades que precisam da caridade cristã são motivos de louvor ao ressuscitado. Com o salmista, exultamos ao Senhor na alegria pascal e cantamos as maravilhas que tem realizado também por meio de seu ministério episcopal.
Seja esta nova etapa repleta de saúde e de alegrias, Naquele que vos chamou.
Em Cristo,
Saudação a Dom Carlos Alberto Breis Pereira
Renovamos hoje nossa saudação ao senhor, desta vez pela nova missão que assumirá a partir desta nomeação como Arcebispo da Arquidiocese de Maceió, em Alagoas. Rogamos a Deus que tenha um frutuoso ministério nesta centenária arquidiocese.
Sob a intercessão de Nossa Senhora dos Prazeres, cuja alegria da ressurreição de seu divino Filho celebramos nesta Oitava Pascal, rogamos que seja sempre renovado o pedido e o desejo que os discípulos de Emaús fazem ao Cristo ressuscitado no Evangelho de hoje: “Fica conosco, Senhor”.
Em Cristo,
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB
Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo eleito de Olinda e Recife (PE)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-geral da CNBB
Dom Antônio Muniz Fernandes, OCarm
Frade da Ordem do Carmo, dom Antônio é natural de Princesa Isabel, na Paraíba. Nasceu em 11 de agosto de 1952. Foi ordenado presbítero em 24 de maio de 1980, em sua cidade natal.
Antes do episcopado, foi mestre dos noviços, reitor de colégio, provincial e professor de Bíblia. Também atuou como membro da Comissão Econômica internacional da Ordem Carmelita e foi vigário cooperador em Recife (PE).
Em 4 de fevereiro de 1998, foi nomeado bispo de Guarabira (PB), e ordenado em 24 de maio, em Recife. Ele atuou na diocese de 1998 até 2006, quando foi nomeado arcebispo Maceió. A posse foi no dia 22 de novembro de 2006.
Em seu governo na sede de Maceió, dom Antônio definiu a Pastoral Social como um imperativo. Instituiu as Missas pela Paz, celebradas mensalmente na Catedral, frente à escalada da violência no estado. Outra iniciativa do arcebispo foi a fundação da Fazenda da Esperança Santa Teresinha, como forma de enfrentamento ao avanço do narcotráfico e a recuperação de dependentes químicos. Também foram projetos levados à frente por ele a Casa do Servo Sofredor, e a dinamização do Secretariado de Assistência Social Juvenópolis. Ele também se dedicou ao trabalho de evangelização e educação da fé do Povo de Deus com a realização das Missões Populares em todas as paróquias da arquidiocese.
De 2007 a 2011, dom Antônio foi presidente do Regional Nordeste 2 da CNBB.
Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM
Catarinense de São Francisco do Sul, dom Beto, como é carinhosamente chamado, nasceu em 16 de setembro de 1965 e é frade menor franciscano desde a década de 1980. Ele ingressou na Província Franciscana da Imaculada Conceição e fez o noviciado. Depois, se transferiu para a Província de Santo Antônio do Brasil, no Nordeste, onde emitiu a profissão religiosa como frade menor franciscano, em 10 de janeiro de 1987.
Os estudos de Filosofia foram realizados no Instituto de Teologia do Recife (Iter), entre 1988 e 1989. E a Teologia foi cursada no Instituto Franciscano de Teologia de Olinda (IFTO), de 1990 a 1993. A ordenação presbiteral foi em 20 de agosto de 1994. Dom Beto licenciou-se, ainda, em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma entre 2005 e 2007.
No âmbito da sua ordem religiosa, desempenhou diversas funções, como mestre dos professores temporários; secretário provincial da formação e estudos; guardião e definidor provincial; vigário provincial; moderador da formação permanente; coordenador do serviço de formação da Conferência dos Frades Menores no Brasil; e ministro provincial da Província de “Santo Antônio”, com sede em Recife. Também desempenhou a função de pároco durante o ministério presbiteral.
Em fevereiro de 2016, foi nomeado bispo coadjutor de Juazeiro (BA). Em 7 de setembro do mesmo ano, tomou posse como o quarto bispo da diocese. No quadriênio de 2019 a 2023, foi membro da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB e vice-presidente do Regional Nordeste 3 da Conferência. Em 2023, foi eleito presidente do Regional, cargo que desempenhou até o início de 2024, quando assumiu o ofício de arcebispo coadjutor de Maceió, em 6 de janeiro.
Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Só em 2023 morreram 8.565, enquanto o discurso anti-imigração ganha força na Europa e nos EUA
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, constatou que 8.565 pessoas morreram ou desapareceram em 2023 durante suas desesperadas jornadas para escapar de conflitos, da violência e de perseguições em seus lugares de origem – ou para superar a falta de perspectiva de uma vida melhor. O ano revelou-se o mais mortal desde 2014, quando a OIM iniciou sua série estatística.
Há uma grave, antiga e bem conhecida crise humanitária por trás desses números. As razões para milhões de pessoas abandonarem seus lares a cada ano envolvem situações de brutalidade recorrente e de expectativas mínimas de sobrevivência – não contornadas pelas autoridades locais e muito menos pela comunidade internacional. No entanto, a adoção de políticas imigratórias mais restritivas nos últimos anos pelos principais países de destino, sobretudo os da Europa e os Estados Unidos, expõe os migrantes a trilhas irregulares e de maior perigo. Isso explica, segundo a OIM, a escalada do total de mortes em 2023, em sua maioria por afogamento e acidentes.
As estatísticas da OIM mostram que o total de mortes no ano passado superou o registrado em 2015 e em 2016, o auge da crise migratória do Oriente Médio para a Europa, via Mediterrâneo. Os conflitos historicamente empurram contingentes humanos a jornadas de alto risco. Assim foi quando migrantes árabes, sobretudo da Síria, se lançaram em precárias embarcações rumo à Grécia e à Itália na década passada.
Não é diferente agora. Na África, guerras e golpes de Estado têm empurrado seus cidadãos a empreitadas arriscadas através do Deserto do Saara, do mesmo Mediterrâneo e do entorno das Ilhas Canárias. Em 2023, 1.866 pessoas morreram nessas travessias. Perseguições políticas, étnicas e religiosas estão igualmente na raiz de fluxos migratórios. Na Ásia, 2.138 perderam suas vidas no ano passado, sobretudo afegãos em fuga da opressão do regime Taleban e rohingyas perseguidos pelo regime de Mianmar.
O caminho trilhado por latino-americanos e caribenhos, inclusive do Brasil, até a fronteira do México com os Estados Unidos levou 1.275 migrantes à morte – dos quais 87 eram crianças. O que os move a desafiar as barreiras de Washington à imigração, a ação de cartéis de tráfico humano e os riscos da travessia por desertos e florestas é a perspectiva de melhores condições de vida.
A estatística da OIM reforça o quão distante as nações estão de cumprir as premissas básicas de direitos humanos consagradas pelas Nações Unidas. A proteção aos civis é sumariamente negligenciada nos países marcados por conflito. Na outra ponta, o endurecimento de regras imigratórias pelas economias avançadas, onde a intolerância tornou-se peça-chave em processos eleitorais, demonstra inegável descaso humanitário.
A aversão à imigração estará explícita nas eleições presidenciais nos EUA e para o Parlamento Europeu deste ano e dificilmente será contrariada pelos seus candidatos. O fato de 512 migrantes terem morrido até fevereiro não gera nem mesmo compaixão na maioria do eleitorado – muito menos senso de responsabilidade dos Estados. É como se a morte de cada migrante se devesse exclusivamente à sua ambição por uma vida mais segura. Fonte: www.estadao.com.br
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Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Na vivência integral da Páscoa entendemos porque Dom Gueranguer afirmava categoricamente que o cristão era um Aleluia dos pés a cabeça. Entendemos porque Mariategui chamava os cristãos de homens e mulheres da manhã. Sim porque Cristo o Sol da justiça ressuscitou e sua Luz esplendorosa banha e ilumina todas as criaturas e todas as coisas.
Não estamos mais submetidos aos caprichos da morte ou da fortuna, romperam-se todas as cadeias que nos aprisionavam e nos deixavam inertes e paralisados. Cristo Ressuscitado nos chama para a verdadeira liberdade, para uma emancipação total e sem limitações. Instauram-se entre as pessoas novos relacionamentos, alicerçados na fraternidade e amizade selada com o Sangue do Cordeiro.
Mas é importante destacar o que se escancara nos ícones bizantinos da Ressurreição, a natureza inteira vibra a vida nova e abundante da ressurreição. Como o Cristo da esperança que surge e emerge de toda a Criação como apreciamos na Sala Auditório São Paulo VI no Vaticano, percebemos a alegria e o gozo em todo ser vivo.
Experimentar hoje a Páscoa é sentir-nos profundamente vivos e presentes, descobrindo a beleza inefável da graça e da luz que anima e colore todo o mundo sanando e esperançando todas as nossas angústias e buscas, fragilidades e paixões.
Ao desejar-nos mutuamente a Páscoa compartilhamos sonhos e propósitos de transformação e renovação que aproximem e concretizem o Reino de paz, e fartura, de plenitude e equidade, que o Ressuscitado abre e prepara na Nova Jerusalém que já. Sejamos, pois, ardorosos e entusiastas mensageiros da Páscoa do Senhor, testemunhas do que vimos e ouvimos, amigos da luz e da terra renovada. Deus seja louvado! Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
A maior festa do calendário cristão é a Páscoa de Jesus Cristo. Ela é celebrada como Mistério da passagem de Cristo da morte à vida. Por isso, quando os cristãos se reúnem, em qualquer celebração do ano, para recordar uma festa ou mistério de sua fé, celebram a Eucaristia, o sacramento da Páscoa de seu Salvador. O que aconteceu de uma vez por todas (Hb 7, 27) é atualizado todas as vezes que a comunidade cristã, obedecendo ao mandato de Jesus, se reúne para celebrar ritualmente o dom da Sua vida, morte e ressurreição. Esse dom é antecipado na última Ceia e encontrará realização plena na cruz do Calvário. Os primeiros cristãos, portanto, celebravam a Páscoa todos os domingos. Todas as semanas celebravam a Páscoa semanal que é o domingo, e a Páscoa anual era celebrada então somente no Tríduo Pascal: os três dias da Páscoa.
A riqueza da festa da Páscoa merece três dias para destacar em cada um algum aspecto particular do Mistério. Na quinta-feira Santa, é a Páscoa do Pão, na qual Cristo se entrega totalmente aos seus irmãos em seu Corpo e Sangue celebrados no Pão e no Vinho consagrados. Na Sexta-feira Santa se celebra a Páscoa da Cruz. Foi morrendo que Jesus destruiu a nossa morte e revelou o infinito amor de Deus pela humanidade. O Sábado Santo celebra a vitória da vida sobre a morte, a ressurreição de Cristo. Cristo ressuscita dos mortos para que todos que nele crerem, tenham a vida em plenitude. Assim, a Páscoa é celebrada em três dias: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
A riqueza de símbolos, ritos e palavras celebradas nestes dias, não tem comparação com nenhuma outra ritualidade. São símbolos cristológicos do fogo e da luz, da palavra e da água, do Pão e do Vinho. Quem acredita em Cristo, segue sua luz e torna-se ele mesmo luz para o mundo, antecipando o que no Reino de Deus ocorrerá, quando não precisaremos mais de lâmpadas nem da luz do sol, porque toda luminosidade virá do Crucificado Ressuscitado (Ap 21, 23).
Celebrar a Páscoa é ter a sabedoria de passar o tempo com os olhos fixos na eternidade, perceber que tudo passa, somente Deus basta. É reconhecer que não caminhamos para a morte, mas para a vida eterna. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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A riqueza de detalhes e o ritmo de novela da narrativa exigem boa dose de criatividade

Atores da série "The Chosen" durante as gravações da quarta temporada - Divulgação
Que o leitor me perdoe pela cabeça de católico, mas para este escriba a tentação de abordar temas bíblicos na Semana Santa é quase impossível de vencer. Eis a razão pela qual gostaria de aproveitar o espaço, desta vez, para uma brevíssima análise histórica de "The Chosen" ("Os Escolhidos"), a popular série de streaming americana que está recontando a trajetória de Jesus de Nazaré e seus apóstolos. Por enquanto, estamos na quarta temporada (de um total projetado de sete).
A riqueza de detalhes e o ritmo de novela da narrativa exigem boa dose de criatividade, em especial no que diz respeito aos detalhes da personalidade e da história pregressa dos discípulos do Nazareno —coisas a respeito das quais os Evangelhos do Novo Testamento, em geral, silenciam. Os textos canônicos dizem, por exemplo, que Pedro tinha uma sogra (ou seja, era ou tinha sido casado) e que ela foi curada por Jesus, mas não fazemos a menor ideia de como era a relação dele com a esposa ou mesmo o nome dela.
Outro ponto interessante a destacar é que, ao tentar criar uma trama única a partir dos quatro Evangelhos, cada um dos quais com sua própria história e perspectiva sobre Cristo, "The Chosen" retoma uma tradição cristã muito antiga, cujo representante mais famoso leva o sonoro nome de "Diatessáron" (algo como "a partir de quatro" em grego). Composta por volta do ano 170 d.C. por Taciano, um erudito cristão da Assíria (atual norte do Iraque, grosso modo), a obra tenta eliminar personagens aparentemente duplicados e juntar os acontecimentos citados por Mateus, Marcos, Lucas e João numa ordem considerada lógica. (Na maioria das igrejas cristãs, a ideia acabou não pegando, e Taciano chegou até a ser considerado suspeito de heresia.)
Na aparência dos personagens, a série traz uma bem-vinda ruptura diante da velha mania de Hollywood de retratar os habitantes da Judeia e da Galileia como americanos ou europeus de olhos azuis. Jonathan Roumie, intérprete de Jesus e filho de um egípcio de origem síria e uma irlandesa, muito provavelmente não ficaria deslocado na Nazaré do ano 30 d.C. Um pouco mais dúbia historicamente é a presença de atores negros e de origem indiana, mas sabemos que o alcance "globalizado" do judaísmo é um fenômeno muito antigo, bem como as conexões de longa distância do Império Romano (moedas de Roma já foram achadas até no Vietnã, por exemplo).
Curiosamente, porém, talvez o grande tropeço das primeiras temporadas tenha a ver justamente com os romanos e com o papel do vilão Quintus (Brandon Potter). Pouca gente sabe que, como habitante da Galileia, Jesus não cresceu sob ocupação romana direta. A terra da família de Cristo tinha seu próprio governante independente de origem judaica, Herodes Antipas (20 a.C.-39 d.C.).
A situação era diferente na Judeia e sua capital, Jerusalém, essas sim ocupadas por governadores romanos, como o célebre Pilatos. Na Galileia, porém, os soldados que Jesus e seus discípulos encontravam podiam muito bem não ter nada a ver diretamente com Roma, sendo mercenários de regiões vizinhas, como a Síria, ou até de lugares mais distantes (Herodes, o Grande, pai de Herodes Antipas, tinha guarda-costas gauleses, por exemplo —"bárbaros" vindos da atual França).
Quanto ao apóstolo Mateus, um publicano ou cobrador de impostos, faz menos sentido imaginá-lo com soldados romanos em seu cangote do que como funcionário de uma "empresa terceirizada" cobrando as dívidas de alguém com um banco. Era basicamente assim que funcionava a cobrança de impostos naquele contexto —havia um valor exigido por Roma, e o resto do dinheiro ficava nas mãos dos "empresários" que tinham conseguido aquela concessão. Era, óbvio, a receita perfeita para cenas de corrupção e extorsão.
Um último ponto: apesar das incertezas históricas que cercam os Evangelhos, faz bastante sentido imaginar que a pregação de Jesus e suas parábolas adotavam uma linguagem simples e direta, que dialogava diretamente com o cotidiano de seus ouvintes. Quanto a isso, "The Chosen" acerta em cheio. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)
Na Sexta-Feira Santa, revivemos o mistério da paixão, crucificação e morte de Jesus. Este é o único dia do ano em que a Igreja Católica não celebra a Eucaristia nem os demais sacramentos, com exceção da Penitência e da Unção dos Enfermos. O ato litúrgico mais significativo deste dia é a Celebração da Paixão do Senhor, às 15 horas, que se compõe de três partes: a liturgia da Palavra, a adoração da Cruz e a Sagrada Comunhão. A espiritualidade cristã inclui também a celebração da Via-Sacra, a recitação do Ofício da Paixão, a procissão do Senhor Morto e outras práticas de piedade ligadas às tradições locais. É muito importante também santificar esse dia com jejum e penitência e, no silêncio e na oração, contemplar o mistério da Paixão do Senhor.
A Sexta-Feira da Paixão direciona nosso olhar para a Cruz do Senhor, expressão do amor de Deus por nós, marco de uma nova aliança entre Ele e a humanidade, selada pelo sacrifício redentor de seu Filho. A cruz não apenas simboliza a humanidade de Deus, que assumiu as dores e tragédias humanas para nos salvar do pecado, mas também nos convoca à solidariedade e à transformação pessoal, unindo nossos sofrimentos aos de Cristo para alcançar a redenção.
A morte de Cristo na cruz nos faz lembrar dos sofrimentos e males que afligem o ser humano em todos os tempos: o peso esmagador da morte, o ódio e a violência que ainda hoje ensanguentam a terra. Embora a Sexta-Feira Santa seja um dia repleto de tristeza, é também uma oportunidade propícia para despertar nossa fé, fortalecer nossa esperança e coragem a fim de carregar nossa cruz com humildade, confiando em Deus e em sua vitória.
A morte de Cristo nos interpela profundamente. Quando foi preso, Ele poderia ter resistido com uma legião de anjos, mas escolheu não reagir por meio da violência, recusando-se a usá-la como meio de defesa. Na noite após a celebração da última ceia, traído por Judas, o Senhor foi levado à prisão. Na mesma noite, foi julgado pelo Sinédrio. Na manhã de sexta-feira, o Sinédrio o submeteu a um novo julgamento, acusando-o de blasfêmia. Por fim, foi condenado à morte, pois o Senhor não pôde negar que realmente é o Filho de Deus.
Após ser condenado pelo Sinédrio, que não tinha autoridade para executar penas de morte, Jesus foi levado a Pôncio Pilatos pelos líderes judeus, os quais solicitaram sua execução. Pilatos, não encontrando culpa em Jesus, propôs torturá-lo e, em seguida, conceder-lhe o indulto de Páscoa e libertá-lo. No entanto, eles rejeitaram a proposta e influenciaram a multidão a pedir a liberdade para Barrabás e a pena de morte para Jesus. Pilatos, renunciando à sua responsabilidade, “lava as mãos” e cede à pressão popular, condenando Jesus à morte, apesar de sua inocência. Esse fato nos faz refletir sobre como a justiça pode ser distorcida pela pressão da opinião de uma massa manipulada e, movida pelo espetáculo, transformar-se em vingança, condenando alguém à morte sem dar-lhe a ampla possibilidade de defesa.
A morte de Cristo na cruz é um grande mistério, difícil de compreender. Jesus, embora sendo Deus, optou por não usar suas prerrogativas divinas e seu poder. Ao contrário, “despojou-se de si mesmo”, assumindo radicalmente, exceto o pecado, a frágil condição humana até o extremo da morte humilhante numa cruz (Fl 2, 6-11). Essa escolha não foi um acidente, mas uma decisão deliberada de seguir o plano salvífico de Deus Pai.
São Paulo interpreta esse acontecimento à luz da fé. À arrogância e desobediência de Adão, ele contrapõe a humildade e obediência de Jesus. Embora sendo Deus e sem pecado, ao tornar-se homem, assumiu nossas debilidades, fez penitência em nosso lugar, carregando sobre seus ombros nossos pecados. Submeteu-se a tudo por amor a nós, até a morte humilhante na cruz. Por amor, “despojou-se de si mesmo” e tornou-se nosso irmão, compartilhando nossa condição humana. Por sua obediência, Deus o exaltou à sua direita, para que, “ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua proclame: ‘Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 10-11).
Reviver o mistério da Paixão de Cristo significa também buscar significado para os acontecimentos dolorosos de nossa história pessoal e coletiva. Por isso, devemos ter em mente, neste dia da Paixão do Senhor, as situações dramáticas que afligem tantos irmãos nossos no Brasil e em todas as partes do mundo, mostrando solidariedade e empatia com os sofredores e vítimas da maldade humana, da injustiça e da violência. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo emérito de Taubaté (SP)
Quinta feira da Semana Santa 28/03/24 (Jo 13, 1-15)
Texto referencial: Jesus disse aos discípulos: “compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais de Mestre e Senhor e dizeis bem, pois Eu o Sou. Portanto, se Eu, o Senhor e Mestre vos lavei os pés, também, vós deveis lavar os pés uns dos outros”. (Jo 13, 12-14)
Com a ressureição do Senhor, a Quinta feira Santa, é o dia mais significativo de Jesus, de sua vida e missão, como maior servidor, como sumo sacerdote e profeta de cujo ministério, todos nós, pelo batismo, participamos. Na Quinta feira Santa, Jesus brindou sua Igreja com o Sacramento dos Sacramentos – a Eucaristia, pois Dela, todos os outros partem e, para Ela, todos levam. A Eucaristia é, pois, o dom dos dons de Jesus. Para no-la deixar, criou o novo, e definitivo sacerdócio: o da Igreja. Para tudo isso poder acontecer, fê-lo preceder do novo mandamento- o seu. “Que vos ameis como Eu vos amei”, não como Moisés mandou. Eu vos amei, servindo-vos, lavando vossos pés. O cristianismo será, sempre, a religião do amor-serviço, através da vivência da fé. Infelizmente, e com razão, devemos confessá-lo: esquecemos tudo isso muito cedo. Aprendemos a mandar, a exigir, a apresentar condições; que diferença…
Quinta feira Santa, foi a noite dos dons, mas, também, a da maior injustiça, do maior escândalo: o de Judas, o discípulo traidor. Nele, o demônio achou guarida: seu maior colaborador, além de traidor. Traiu. Como? Com um beijo. Mas, não é este um dos sinais mais sagrados de amor, respeito e gratidão? Sim. Mas, ali está, justamente, o maior sacrilégio. Foi a pior noite que já houve na história.
Quanto tempo levaremos, ainda, para entender, melhor, a grandeza do amor de Deus, sua misericórdia para com os homens e a obtusidade e ingratidão destes, como o maior Benfeitor? Que a graça de Deus nos ajude a entendê-lo. Feliz a santa quinta feira! Fonte: https://www.cnbb.org.br
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Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)
Na missa do lava-pés, na quinta-feira santa, a segunda leitura (cf. 1 Cor 11,23-26) fala da ceia do Senhor segundo a tradição que São Pulo recebeu dos apóstolos e também da comunidade dos cristãos e das cristãs, na qual o apóstolo escreveu aos Coríntios, deixando como um grande testamento feito pelo Senhor, em relação ao pão e vinho, seu corpo e seu sangue, para fazerem memória dele junto aos discípulos até a consumação dos séculos. São João Crisóstomo1, bispo de Constantinopla, séculos IV e V deu uma importante interpretação de modo que a seguir ver-se-á a sua doutrina sobre a eucaristia, como pão que prepara o povo de Deus em Jesus, rumo à casa do Pai.
A lembrança dos mistérios
São João Crisóstomo teve presentes a lembrança dos mistérios, fator importante na vida das pessoas, pois o Senhor dignou-se fazer com que todos participassem da mesma mesa. O apóstolo Paulo falou da noite em que o Senhor Jesus foi entregue (cf. 1 Cor 11,23), cujo sentido e valor entregou-se Ele à humanidade para a sua salvação. O bispo colocou o tempo em Jesus, pois naquele fim de tarde estiveram em conjunto a negação de Pedro e traição de Judas.
A condição do Senhor
A sua condição em relação à sua alma estava Ele triste até a morte(cf. Mt 26,38), no entanto ele estava em companhia com o Pai, com os discípulos, pelo fato de que foi traído, preso, arrastado e julgado até a morte de cruz, na qual ele foi se apartando da terra e de todo o luxo2. O fato era que o Senhor entregou-se a si mesmo de modo que a pessoa que segue a Jesus e à Igreja é chamada a fazer o mesmo ajudando a quem mais precisa dela3.
O Apóstolo e o Senhor
São Paulo disse que ele recebeu do Senhor as coisas realizadas na última ceia (cf. 1 Cor 11,23). Ele não pertencia ao grupo dos apóstolos, mas ele viveu a alegria da conversão de modo que recebeu do Senhor a sua entrega pelo pão e o vinho dados para a salvação do mundo. Ele recebeu a última iniciação ao mistério e na mesma noite que ia ser imolado, Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: Tomai, comei. Isto é o meu corpo, que é dado por vós (1 Cor 1,23-24)4. Foi a unidade do Apóstolo Paulo com Jesus e Jesus com o Apóstolo Paulo.
A eucaristia e a vida
São João Crisóstomo afirmou que a eucaristia vai junto com a vida. Se pessoa se aproxima da eucaristia a sua vida anda bem de modo a não praticar indignidade na Ceia, como não ter vergonha das pessoas, não desprezar o faminto, não se embriagar, nem injuriar a Igreja5. É preciso se aproximar da Eucaristia dando graças pelo dom que a pessoa recebeu e por conseguinte retribuir ao Senhor o dom recebido, de modo que não será possível se apartar do seu próximo. O fato é que Cristo deu-se em alimento para todos ao dizer: Tomai, comei (cf. Mt 1,23). Assim o seguidor e a seguidora do Senhor ajudam aos outros com o pão material para se unir a Jesus, o pão espiritual6.
O cálice e a nova aliança
Do mesmo modo, após a Ceia, também tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim(1 Cor 11, 25). O bispo de Constantinopla falou que não seria possível, uma pessoa celebrar a memória de Cristo, e ao mesmo tempo desprezasse os pobres, porque ela está em comunhão com as pessoas necessitadas. O sangue da Nova Aliança é o sangue do Senhor Jesus dado para todas as pessoas. Os discípulos receberam do próprio Cristo a vítima de doação do Senhor7.
Comer do pão e beber do cálice
Pois todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha(1 Cor 11, 26). O Senhor pede segundo São João Crisóstomo, a realização da comida com o pão e da bebida com o cálice, anunciando a morte do Senhor, porque seria a sua entrega total ao Pai e à humanidade por amor infinito. Assim Jesus disse sobre o pão e o cálice: Fazei-o em memória de mim, (cf. 1 Cor 11,25) revelando aos seus discípulos e discípulas o motivo da instituição do mistério, declarando com os outros, também este é suficiente fundamento para a piedade8. A sua memória é de uma pessoa que amou a todas as pessoas com infinito amor.
A morte e a sua vinda
São Paulo também afirmou pela determinação do Senhor Jesus: Todas as vezes que comeis.. anunciais a sua morte. São João disse que aquela Ceia constou estes dados fundamentais para a vida eucarística do povo de Deus. O fato é que ela realiza-se pelos seus discípulos até a consumação dos séculos, segundo o desejo e a Palavra de Jesus, de modo que foi dito: Até que ele venha (1 Cor 11,26)9.
São Paulo recebeu da tradição dados da última ceia na qual o Senhor entregou o seu corpo e o seu sangue, pelo pão e o vinho dados para os discípulos, sinais da Nova Aliança até a consumação dos tempos e feitos em seu nome, memória de Jesus. Para São João Crisóstomo a eucaristia leva a pessoa a amar Jesus Cristo nos pobres, nos necessitados, porque a pessoa une-se a Cristo, aos irmãos e irmãs no geral e com aquelas pessoas mais necessitadas e pobres, para um dia a pessoa se unir com o Senhor, pela vida eterna. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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