Olhar Jornalístico

Sexta-feira, 1º de julho-2022. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 01 julho 2022
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1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mt 9, 9-13)

9Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: "Siga-me!" Ele se levantou, e seguiu a Jesus.
10Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?"
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes.
13Aprendam, pois, o que significa: 'Eu quero a misericórdia e não o sacrifício'. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores."

 

3) Reflexão

O Sermão da Montanha ocupou os capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. A parte narrativa dos capítulos 8 e 9, tem como finalidade mostrar como Jesus praticava o que acabava de ensinar. No Sermão da Montanha, ele ensinou o acolhimento (Mt 5,23-25.38-42.43). Agora, ele mesmo o pratica acolhendo leprosos (Mt 8,1-4), estrangeiros (Mt 8,5-13), mulheres (Mt 8,14-15), doentes (Mt 8,16-17), endemoninhados (Mt 8,28-34), paralíticos (Mt 9,1-8), publicanos (Mt 9,9-13), pessoas impuras (Mt 9,20-22), etc. Jesus rompe com as normas e costumes que excluíam e dividiam as pessoas, isto é, o medo e a falta de fé (Mt 8,23-27) e as leis da pureza (9,14-17), e não faz segredo das exigências para os que querem segui-lo. Eles terão que ter a coragem de largar muita coisa (Mt 8,18-22). Assim, nas atitudes e na prática de Jesus, aparece em que consistem o Reino e a observância perfeita da Lei de Deus.

Mateus 9,9:  O chamado para seguir Jesus.

As primeiras pessoas chamadas para seguir Jesus eram quatro pescadores, todos judeus (Mt 4,18-22). Agora, Jesus chama um publicano, considerado pecador e tratado como impuro pelas comunidades mais observantes dos fariseus. Nos outros evangelhos, este publicano se chama Levi. Aqui, o nome dele é Mateus que significa dom de Deus ou dado por Deus. As comunidades, em vez de excluir o publicano como impuro, devem considerá-lo como um Dom de Deus para a comunidade, pois a presença dele faz com que a comunidade se torne sinal de salvação para todos! Como os primeiros quatro chamados, assim o publicano Mateus larga tudo que tem e segue Jesus. O seguimento de Jesus exige ruptura. Mateus largou a coletoria, sua fonte de renda, e foi atrás de Jesus!

Mateus 9,10: Jesus senta à mesa junto com pecadores e publicanos

Naquele tempo, os judeus viviam separados dos pagãos e dos pecadores e não comiam com eles na mesma mesa. Os judeus cristãos deviam romper este isolamento e criar comunhão de mesa com os pagãos e os impuros. Foi isto que Jesus ensinou no Sermão da Montanha como sendo uma expressão do amor universal de Deus Pai. (Mt 5,44-48). A missão das comunidades era oferecer um lugar aos que não tinham lugar. Mas esta nova lei não era aceita por todos. Em algumas comunidades, as pessoas vindas do paganismo, mesmo sendo cristãs, não eram aceitas na mesma mesa (cf. At 10,28; 11,3; Gal 2,12). O texto do evangelho de hoje mostra como Jesus comia com publicanos e pecadores na mesma casa e na mesma mesa.  

Mateus 9,11: A pergunta dos fariseus

Para os judeus era proibida a comunhão de mesa com publicanos e pagãos, mas Jesus nem liga. Ele até faz uma confraternização com eles. Os fariseus, vendo a atitude de Jesus, perguntam aos discípulos: "Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?" Esta pergunta pode ser interpretada como expressão do desejo deles de quererem saber por que Jesus agia assim. Outros interpretam a pergunta como crítica deles ao comportamento de Jesus, pois durante mais de quinhentos anos, desde os tempos do cativeiro na Babilônia até à época de Jesus, os judeus tinham observado as leis da pureza. Esta observância secular tornou-se para eles um forte sinal identidade. Ao mesmo tempo, era fator de sua separação no meio dos outros povos. Assim, por causa das leis da pureza, não podiam nem conseguiam sentar na mesma mesa para comer com pagãos. Comer com pagãos significava contaminar-se, tornar-se impuro. Os preceitos da pureza legal eram rigorosamente observados, tanto na Palestina como nas comunidades judaicas da Diáspora. Na época de Jesus, havia mais de quinhentos preceitos para preservar a pureza. Nos anos setenta, época em que Mateus escreve, este conflito era muito atual.

Mateus 9,12-13: Eu quero misericórdia e não sacrifício

Jesus ouviu a pergunta dos fariseus aos discípulos e responde com dois esclarecimentos. O primeiro é tirado do bom senso: "As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes”. O outro é tirado da Bíblia: “Aprendam, pois, o que significa: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício”. Por meio destes dois esclarecimentos Jesus explicita e esclarece a sua missão junto ao povo: “Eu não vim para chamar os justos, e sim os pecadores".  Jesus nega a crítica dos fariseus, nem aceita os argumentos deles, pois nasciam de uma ideia falsa da Lei de Deus. Ele mesmo invoca a Bíblia: "Eu quero misericórdia e não sacrifício!" Para Jesus a misericórdia é mais importante que a pureza legal. Ele apela para a tradição profética para dizer que a misericórdia vale mais para Deus do que os todos sacrifícios (Os 6,6; Is 1,10-17). Deus tem entranhas de misericórdia, que se comovem diante das faltas do seu povo (Os 11,8-9).

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Hoje, na nossa sociedade, quem é o marginalizado e o excluído? Por que? Na nossa comunidade temos preconceitos? Quais? Qual o desafio que as palavras de Jesus colocam para a nossa comunidade hoje?
  2. Jesus manda o povo ler e entender o Antigo Testamento que diz: "Quero misericórdia e não sacrifício". O que Jesus quer com isto para nós hoje?

 

5) Oração final

Feliz o homem que observa os seus preceitos, e de todo o coração procura a Deus! De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei! (Sl 118, 2.10)

Quarta-feira 29 de junho-2022. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 29 junho 2022
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1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mt 8, 28-34)

28Quando Jesus chegou à outra margem, à terra dos gadarenos, foram ao encontro dele dois homens possuídos pelo demônio. Saíam do meio dos túmulos e eram muito selvagens, de modo que ninguém podia passar por esse caminho.
29Então eles gritaram: "Que é que há entre nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?"
30Havia, ao longe, uma grande manada de porcos que estavam pastando.
31Os demônios suplicavam: "Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos."
32Jesus disse: "Podem ir." Os demônios saíram, e foram para os porcos; e eis que toda a manada se atirou monte abaixo para dentro do mar e morreu afogada.
33Os homens que guardavam os porcos saíram correndo, foram à cidade e contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio.
34Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Vendo-o, começaram a suplicar que Jesus se retirasse da região deles.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje acentua o poder de Jesus sobre o demônio. No nosso texto, o demônio ou o poder do mal é associado com três coisas: 1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida! 2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus!  3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza. O evangelho de Marcos, de onde Mateus tirou a sua informação, ainda associa o poder do mal a um quarto elemento que é a palavra Legião, (Mc 5,9), nome dos exércitos do império romano. O império que oprimia e explorava os povos. Assim se compreende como a vitória de Jesus sobre o demônio tinha um alcance enorme para a vida das comunidades dos anos setenta, época em que Mateus escreve o seu evangelho. Elas viviam oprimidas e marginalizadas, pela ideologia oficial tanto do império romano como do farisaísmo que se renovava. O mesmo significado e alcance continua válido para nós hoje.

Mateus 8,28: O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas

Este versículo inicial descreve a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento dos dois endemoninhados, o evangelista associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder mortal sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia.

Mateus 8,29: Diante da simples presença de Jesus o poder do mal se desmorona e se desintegra

Aqui se descreve o primeiro contato entre Jesus e os dois possessos. É a desproporção total. O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. Eles gritam: "Que é que há entre nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Sentem que perderam o poder.

Mateus 8,30-32: O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência

O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, continuava ameaçando a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!

  1. Mateus 8,33-34: A reação do povo do lugar

Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio ao encontro de Jesus. Marcos informa que eles viram “o endemoninhado sentado, vestido e em perfeito juízo” (Mc 5,15). Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo.

A expulsão dos demônios. No tempo de Jesus, as palavras demônio ou satanás, eram usadas para indicar o poder do mal que desviava as pessoas do bom caminho. Por exemplo, quando Pedro tentou desviar Jesus, ele foi Satanás para Jesus (Mc 8,33). Outras vezes, aquelas mesmas palavras eram usadas para indicar o poder político do império romano que oprimia e explorava o povo. Por exemplo, no Apocalipse, o império romano é identificado com “Diabo ou Satanás” (Ap 12,9). Outras vezes ainda, o povo usava as mesmas palavras para indicar os males e as doenças. Assim se falava em demônio ou espírito mudo, espírito surdo, espírito impuro, etc. Havia muito medo! No tempo de Mateus, segunda metade do primeiro século, o medo dos demônios estava aumentando. Algumas religiões, vindas do Oriente, divulgavam um culto aos espíritos. Elas ensinavam que gestos errados nossos podiam irritar os espíritos, e estes, para se vingar de nós, podiam impedir nosso acesso a Deus e privar-nos dos benefícios divinos. Por isso, através de ritos e despachos, rezas fortes e cerimônias complicadas, o povo procurava acalmar esses espíritos ou demônios, a fim de que não prejudicassem a vida humana. Estas religiões, em vez de libertar o povo, alimentavam nele o medo e a angústia. Ora, um dos objetivos da Boa Nova de Jesus era ajudar o povo a se libertar deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para amarrar o Satanás, o poder do mal, e roubar dele a humanidade prisioneira do medo (cf. Mc 3,27). Por isso, os evangelhos insistem tanto na vitória de Jesus sobre o poder do mal, sobre o demônio, sobre o Satanás, sobre o pecado e sobre a morte. Era para animar as comunidades a vencer este medo do demônio! E hoje, quem de nós pode dizer: “Eu sou totalmente livre”? Ninguém! Então, se não sou totalmente livre, alguma parte em mim é possuída por outros poderes. Como expulsar estes poderes? A mensagem do evangelho de hoje continua válido para nós.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. O que está oprimindo e maltratando o povo, hoje? Por que, hoje, em certos lugares, se fala tanto em expulsão de demônio? Será que é bom insistir tanto no demônio? O que você acha?
  2. Quem de nós pode dizer que é totalmente livre ou liberto? Ninguém! Então, somos todos um pouco possessos, possuídos por outros poderes que ocupam algum espaço dentro de nós. Como fazer para expulsar este poder de dentro nós e de dentro da sociedade?

 

5) Oração final

O Senhor é clemente e misericordioso, lento para a ira e rico de graça. O Senhor é bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas. (Sl 144, 8-9)

Terça-feira 28 de junho-2022. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 28 junho 2022
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  • Frei Carlos Mesters, O. Carm

 

1) Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mt 8, 23-27)

23Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam.
24E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo.
25Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" 26Jesus respondeu: "Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?" E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo.
27Os homens ficaram admirados e disseram: "Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?"

 

3) Reflexão

Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos dos anos setenta que se sentiam como um barquinho perdido no mar revolto da vida, sem muita esperança de poder alcançar o porto desejado. Jesus parecia estar dormindo no barco, pois não aparecia para elas nenhum poder divino para salvá-las da perseguição. Em vista desta situação de angústia e desespero, Mateus recolheu vários episódios da vida de Jesus para ajudar as comunidades a descobrir, no meio da aparente ausência, a acolhedora e poderoso presença de Jesus vencedor que domina o mar (Mt 8,23-27), que vence e expulsa o poder do mal (Mt 9,28-34) e que tem poder de perdoar os pecados (Mt 9,1-8). Com outras palavras, Mateus quer comunicar esperança e sugerir que não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada do evangelho de hoje.

Mateus 8,23: O ponto de partida: entrar no barco.

Mateus segue o evangelho de Marcos, mas o abrevia e o ajeita dentro do novo esquema que ele adotou. Em Marcos, o dia foi pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,3-34), os discípulos levaram Jesus no barco e, de tão cansado que estava, Jesus dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). O texto de Mateus é bem mais breve. Ele apenas diz que Jesus entrou no barco e os discípulos o acompanhavam. Jesus é o Mestre, os discípulos seguem o mestre.

Mateus 8,24-25: A situação desesperadora: “Estamos afundando!”

O lago da Galileia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles achavam que iam afundar, então a situação era perigosa mesmo! Mas Jesus nem sequer acorda, e continua dormindo. Eles gritam: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" Em Mateus, o sono profundo de Jesus não é só sinal de cansaço. É também expressão da confiança tranqüila de Jesus em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e dos discípulos é grande! 

Mateus 8,26: A reação de Jesus: “Por que vocês têm medo?”

Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Ele se dirige a eles e diz: “Por que vocês têm medo? Homens de pouca fé!” Em seguida, ele se levanta, ameaça os ventos e o mar, e tudo fica calmo. A impressão que se tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega na casa de um amigo e o cachorro, preso na corrente, ao lado do dono, late muito contra você. Mas você não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio da tempestade acalmada evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Jesus refaz o êxodo. Evoca ainda o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Por fim, o episódio da tempestade acalmada evoca e realiza a profecia anunciada no Salmo 107:

23 Desciam de navio pelo mar, comerciando na imensidão das águas.

24 Eles viram as obras de Javé, suas maravilhas em alto-mar.

25 Ele falou, levantando um vento impetuoso, que elevou as ondas do mar.

26 Eles subiam até o céu e baixavam até o abismo, a vida deles se agitava na desgraça.

27 Rodavam, balançando como bêbados, e de nada adiantou a perícia deles.

28 Na sua aflição, clamaram para Javé, e ele os libertou de suas angústias.

29 Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram.

30 Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado. (Sl 107,23-30)

 

Mateus 8,27: O espanto dos discípulos: “Quem é este homem?”

Jesus perguntou: “Por que vocês têm medo?” Os discípulos não sabem o que responder. Admirados, se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Apesar da longa convivência com Jesus, ainda não sabem direito quem ele é. Jesus parece um estranho para eles! Quem é este homem?

Quem é este homem? Quem é Jesus para nós, para mim? Esta deve ser a pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho, todos os dias, com o desejo de conhecer sempre melhor o significado e o alcance da pessoa de Jesus para a nossa vida. É desta pergunta que nasceu a cristologia. Ela nasceu, não de altas considerações teológicas, mas sim do desejo dos primeiros cristãos de encontrar sempre novos nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. São dezenas os nomes, títulos e atributos, desde carpinteiro até filho de Deus, que Jesus recebe: Messias, Cristo, Senhor, Filho amado, Santo de Deus, Nazareno, Filho do Homem, Noivo, Filho de Deus, Filho do Deus altíssimo, Carpinteiro, Filho de Maria, Profeta, Mestre, Filho de Davi, Rabboni, Bendito o que vem em nome do Senhor, Filho, Pastor, Pão da vida, Ressurreição, Luz do mundo, Caminho, Verdade, Vida, Videira, Rei dos judeus, Rei de Israel, etc., etc. Cada nome, cada imagem, é uma tentativa para expressar o que Jesus significava para eles. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior, ultrapassa tudo! Ele não pode ser enquadrado. O amor capta, a cabeça, não! É a partir da experiência viva do amor que os nomes, os títulos e as imagens recebem o seu pleno sentido. Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Mateus escreveu o seu evangelho? Qual é hoje o mar agitado para nós? Alguma vez, as águas agitadas do mar da vida já ameaçaram afogar você? O que te salvou?
  2. Quem é Jesus para mim? Qual o nome de Jesus que melhor expressa minha fé e meu amor?

 

5) Oração final

Uma geração conta à outra as tuas obras, anuncia tuas maravilhas. Proclama o esplendor glorioso da tua majestade e narram teus prodígios. (Sl 144, 4-5)

No mundo há muitos sacerdotes que são heróis, diz prefeito do Dicastério para o Clero

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Publicado em 25 junho 2022
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No mundo há muitos sacerdotes que são heróis, diz prefeito do Dicastério para o Clero

Dom Lazarus You Heung-Sik fala ao Vatican News sobre os vários aspectos da Igreja na Ásia: o clericalismo é derrotado quando um sacerdote sente que não é apenas pai, mas também filho e irmão da comunidade que serve.

 

Deborah Castellano Lubov - Cidade do Vaticano

Há muitos sacerdotes heroicos em todo o mundo, "há tantas belas histórias sacerdotais para contar, não somente aquelas feias e desagradáveis, que infelizmente não faltam", afirma Dom Lazarus You Heung-Sik, prefeito do Dicastério para o Clero.

Na extensa entrevista concedida ao Vatican News, o futuro cardeal fala sobre o sacerdócio, vocações, formação nos seminários e da Igreja na Ásia. Para ele, o clericalismo na Igreja é combatido com sacerdotes “pais” e também “filhos e irmãos” de suas comunidades. Se a Igreja formar sacerdotes maduros humana, espiritual e intelectualmente, "então se ouvirá falar menos de abusos e de outros males bem conhecidos".

 

Dom Lázaro, o que o senhor fazia exatamente quando soube que o Papa disse no Regina Coeli que o criaria cardeal? Qual foi sua reação?

Eu estava em Zagreb para um compromisso pastoral e naquele domingo estava na companhia de um amigo, visitando um santuário mariano, quando a certa altura o celular tocou. Como esse santuário está localizado em um local muito alto, o sinal não era dos melhores. Ao telefone foi um amigo que me disse: "O Papa nomeou-te...". "Quem ele nomeou?", perguntei. Em suma, foi ele quem me comunicou que meu nome estava na lista dos novos cardeais. Lembro-me que cerca de 20 minutos se passaram desde que o Regina Coeli havia sido recitado na Praça São Pedro. Assim, desliguei o celular, rezamos diante do Santíssimo Sacramento, rezamos o Santo Rosário e pedi a ajuda de Nossa Senhora para responder bem a este novo chamado a serviço da Igreja, do Papa e dos sacerdotes. Então liguei novamente o telefone e fui bombardeado com telefonemas e mensagens e disse a mim mesmo: "Não sou digno, mas se o Santo Padre me nomeou então cardeal significará para mim amar ainda mais a Igreja, para servir melhor ao Papa, para ser instrumento da graça de Deus para todos os sacerdotes, diáconos e seminaristas do mundo”.

 

Os cardeais são os conselheiros mais próximos do Papa. Como o senhor exercerá esse papel?

Nunca pensei em aconselhar o Santo Padre. Por outro lado, sempre achei muito bonita a comunhão com o Papa. De minha parte, antes que aconselhar, procuro ouvir o Santo Padre para entender bem o que ele espera do meu serviço, a partir de algumas questões fundamentais: de quais sacerdotes a Igreja precisa hoje? Como escolhê-los? Como formá-los? Vejo em relação a isto uma resposta muito clara, desde que, no início do Pontificado, o Papa nos deu a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. O importante é viver a Palavra de Deus. Nós, no geral, dizemos que quem vive a Palavra é cristão e quem não a vive não pode ser chamado assim. Viver juntos a Palavra como o Santo Padre deseja na Encíclica Fratelli tutti, ou seja, ser irmãos e irmãs em um clima evangélico de amor recíproco. Hoje lemos na Constituição Apostólica Praedicate Evangelium que a evangelização se faz sobretudo com o testemunho: o testemunho da caridade, do amor fraterno. Os sacerdotes deveriam, portanto, ser os primeiros a pôr em prática o espírito da Praedicate Evangelium, vivendo, com as comunidades que lhes são confiadas, a realidade de uma Igreja sinodal.

 

A reforma da Cúria descrita na Praedicate Evangelium está em vigor desde domingo, 5 de junho, Solenidade de Pentecostes. Que efeito tem na sua realidade cotidiana?

O Papa Francisco, logo que foi eleito, instituiu o "Conselho dos Cardeais", convocando-os periodicamente. A última reunião, creio, foi a quadragésima primeira. Mas o trabalho desse Conselho de certa forma diz respeito a toda a Igreja, precisamente em vista da nova Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, que não é precisamente obra somente de alguém. De fato, muitos estudaram, rezaram, conversaram, buscando encontrar o “caminho” para a Igreja em nosso tempo. Pessoalmente sinto que minha tarefa é viver bem o espírito da Praedicate Evangelium, para que a Igreja se torne, graças ao empenho de cada um, cada vez mais aquela que Deus quer e também apareça cada vez mais credível aos olhos do mundo. E uma Igreja sinodal é o testemunho do seu rosto mais belo.

 

O senhor é prefeito do Dicastério para o Clero, que trata dos sacerdotes e diáconos. O Papa Francisco frequentemente condena o clericalismo. Na sua opinião, quais são concretamente os comportamentos e hábitos que o Papa quer combater? E como devem ser combatidos?

O sacerdote preside a comunidade, celebra para ela e com ela a Santíssima Eucaristia; ele é o pai e orientador da comunidade. Jesus instituiu o sacerdócio também para o serviço da comunidade; portanto, sem comunidade, o sacerdócio ministerial não pode existir. Mas o sacerdote é também filho da comunidade, companheiro da comunidade, no sentido de que caminha junto com ela, comendo o mesmo Pão. Portanto, quando o papel do sacerdote-pai é absolutizado, disto porde resultar o clericalismo. Por outro lado, quando um bom sacerdote é, sim, pai, mas no coração também se sente filho e irmão, então amará a comunidade com tudo de si, dedicar-se-á a ela em tempo integral e não perderá tempo em perseguir aspirações e ambições pessoais. O importante é viver esta vida trinitária junto com a comunidade.

 

Preocupa a queda no número das vocações ao sacerdócio em muitas partes do mundo?

Sim, estou muito preocupado com isso. Em quase todos os países, as vocações estão diminuindo. No entanto, muitos jovens querem imitar bons exemplos, que não faltam. Trata-se, portanto, de oferecer-lhes bons exemplos, isto é, testemunhos credíveis, de quem vive o Evangelho integralmente e assim sabe mostrar que Deus é amor e que estar com Ele representa o nosso único bem, a única verdadeira felicidade do coração humano.

 

Deste ponto de vista, como pode ajudar a experiência formativa do seminário?

O Seminário não é uma fábrica onde são produzidos sacerdotes, mas um lugar onde vivem os discípulos de Jesus e ali se tornam pouco a pouco seus apóstolos. Por isso, no seminário é necessário antes de tudo viver a Palavra, tanto a nível pessoal como na vida comunitária. De fato, é importante que a vida comunitária seja bem vivida, mesmo em seminários com pequeno número. Se o celibato também significa renunciar a uma família humana para formar uma família maior, esta consciência deve nascer e desenvolver-se no coração dos candidatos ao sacerdócio já nos primeiros anos de formação.

 

O senhor vem da Coreia do Sul. Em seu continente, a Ásia, muitas Igrejas estão testemunhando um florescimento de vocações para o sacerdócio. Na sua opinião, o que poderiam ensinar àquelas em que a crise vocacional mais se faz sentir?

A história cristã da Coreia é uma história de mártires e muitos deles receberam o dom da fé através do testemunho de fiéis leigos. Depois, em tempos mais recentes, é verdade que as vocações ao sacerdócio aumentaram, mas atualmente também lá estão diminuindo, embora a Igreja continue muito empenhada na promoção e acompanhamento das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, quer masculina como feminina. Pessoalmente, vejo as vocações na Coreia como um dom que Deus nos deu e continua a nos dar por meio de nossos mártires. Devemos, portanto, voltar ao exemplo dos mártires e acho que isso também pode se aplicar a outros países.

 

Na qualidade de prefeito do Dicastério para o Clero, quais são os desafios que o senhor vê como mais urgentes hoje para os sacerdotes e seu ministério? E como enfrentá-los?

O sacerdócio é um grande dom de Deus. Muitas vezes os meios de comunicação bombardeiam o ouvinte com notícias nem sempre belas sobre os sacerdotes... Mas vejo que há muitos heróis, bons sacerdotes: párocos, missionários ao serviço do povo de Deus, sobretudo dos marginalizados da sociedade. Então é importante e necessário encorajar os sacerdotes, para que sejam alegres: nunca com o nariz empinado, mas com um sorriso nos lábios, capazes de expressar a beleza do dom recebido também em seus rostos. Há muitas histórias sacerdotais bonitas para contar, não apenas as feias e desagradáveis, que infelizmente não faltam.

 

O Papa Francisco fez muitos esforços para restaurar a reputação da Igreja como uma instituição credível e confiável, fazendo tudo para salvaguardar e proteger os menores de abusos. Qual é o papel do seu Dicastério nestes esforços?

Sinto uma dor enorme ao saber de atos praticados por sacerdotes em detrimento de menores, como pedofilia e abusos em geral. Acredito que se conseguirmos formar sacerdotes maduros humana, espiritual e intelectualmente, eles não usarão a sexualidade por puro prazer, não abusarão dos menores, mas, pelo contrário, os respeitarão e os ajudarão, como de fato a esmagadora maioria deles o fez e faz. A questão é, portanto, formar sacerdotes sólidos e maduros, e então - tenho certeza - finalmente ouviremos menos sobre abusos e outros males conhecidos.

 

Voltemos ao boom de vocações ao sacerdócio que as Igrejas da Ásia e da África estão testemunhando...

Cada continente vive sua própria situação, mas é impossível pensar em uma Igreja sem sacerdotes. Por isso, todo o Povo de Deus deve invocar com a oração o dom de novos sacerdotes. Esta é a minha esperança. E tenho certeza que o Senhor logo nos dará essa graça e nos mostrará o caminho. Fonte: https://www.vaticannews.va

Reflexão para o XIII Domingo do Tempo Comum

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Publicado em 25 junho 2022
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  • Homilia do 13º Domingo
  • 13º Domingo do Tempo Comum - Ano B
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Enterrar os mortos, despedir-se da família, são as desculpas que damos para não nos comprometermos, para adiarmos a resposta ao chamado amoroso de Jesus, que nos chama a segui-lo para caminhar junto com Ele nos caminhos que levam ao Pai.

 

Padre Pedro André, SDB - Vatican News

A missão de Jesus foi a de revelar a face amorosa de Deus Pai para a humanidade e para isso Ele foi até as últimas consequências. Neste domingo vemos como Jesus, consciente da decisão que amadureceu em seu coração, de partir para Jerusalém, nos ensina que a maturidade, ou seja, a capacidade de discernir e fazer escolhas, mesmo sabendo das consequências, permite que possamos oferecer nossas vidas como oferta generosa para Deus e para os irmãos e irmãs.

No caminho rumo à Jerusalém vemos alguns diálogos muito significativos em que Jesus convida ou recebe propostas de novos seguidores. No primeiro alguém disse: “Eu te seguirei para onde quer que fores”, e em seguida Jesus esclarece que nem mesmo Ele tem onde repousar a cabeça. No segundo Jesus convida outro, dizendo: “segue-me” e o convidado diz sobre a necessidade de enterrar o próprio pai, ou seja, estava ligado aos compromissos deste mundo. O terceiro também faz uma promessa de seguimento, mas primeiro teria que ir se despedir de seus familiares, e Jesus o interpela dizendo: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.

Enterrar os mortos, despedir-se da família, são as desculpas que damos para não nos comprometermos, para adiarmos a resposta ao chamado amoroso de Jesus, que nos chama a segui-lo para caminhar junto com Ele nos caminhos que levam ao Pai.

Jesus deixa bem claro que segui-lo não é fácil, pois nem mesmo Ele tinha onde repousar a cabeça, ou seja, é um caminho de desapego. Também nos ensina que as prioridades do Reino de Deus estão em dissonância com as prioridades deste mundo e, que quando alguém se coloca no caminho do Reino, não deve olhar para trás, o que quer dizer, viver se lamentando pelas coisas pelas quais abriu mão para poder estar com Ele.  

O Reino de Deus deve ser o objetivo de nossas vidas. Todas as nossas urgências devem ser trocadas pela verdadeira prioridade. Todos nós temos traumas da nossa infância, coisas não resolvidas, que nos impedem de dar passos, de assumir compromissos definitivos. Todos somos convidados por Jesus a viver um processo de amadurecimento permanente, que nos permitirá, assim como ele que caminhou rumo a Jerusalém, mesmo sabendo das consequências que isso traria.

Peçamos a intercessão da Virgem Maria, modelo de seguidora de Jesus, que nos ajude neste processo de amadurecimento, para que o nosso sim, seja sempre renovado todos os dias, para que o nosso desejo de seguir Jesus, num caminho de conversão permanente, possa ir além das nossas fraquezas, medos e traumas, para que as prioridades do Reino de Deus sejam também as nossas. Fonte: https://www.vaticannews.va

Quarta-feira, 22 de junho-Evangelho do Dia, 12ª Semana do Tempo Comum. 2022. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 22 junho 2022
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1) Oração

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 15-20)

15Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. 16Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? 17Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. 18Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. 19Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. 20Pelos seus frutos os conhecereis.

 

3) Reflexão -  Mt 7,15-20

Estamos chegando às recomendações finais do Sermão da Montanha. Comparando o evangelho de Mateus com o de Marcos percebe-se uma grande diferença na maneira de os dois apresentarem o ensinamento de Jesus. Mateus insiste mais no conteúdo do ensinamento e o organizou em cinco grande discursos, dos quais o Sermão da Montanha é o primeiro (Mt 5 a 7). Marcos, por mais de quinze vezes, diz que Jesus ensinava, mas raramente diz o que ele ensinava. Apesar destas diferenças, os dois concordam num ponto: Jesus ensinava muito. Ensinar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). Mateus se interessava pelo conteúdo. Será que Marcos não se interessava pelo conteúdo? Depende do que entendemos por conteúdo! Ensinar não é só uma questão de comunicar verdades para o povo aprender de memória. O conteúdo não está só nas palavras, mas também nos gestos e no próprio jeito de Jesus se relacionar com as pessoas. O conteúdo nunca está desligado da pessoa que o comunica. Ela, a pessoa, é a raiz do conteúdo. A bondade e o amor que transparecem nas palavras e gestos de Jesus fazem parte do conteúdo. São o seu tempero. Conteúdo bom sem bondade é como leite derramado. Não convence e não à conversão.

As recomendações finais e o resultado do Sermão da Montanha na consciência do povo ocupam o evangelho de hoje (Mt 7,15-20) e o de amanhã (Mt 7,21-29). (A seqüência dos evangelhos diários da semana nem sempre é a mesma dos próprios evangelhos.)

Mateus 7,13-14:       Escolher o caminho certo

Mateus 7,15-20:      O profeta se conhece pelos frutos

Mateus 7,21-23:      Não só falar, também praticar

Mateus 7,24-27:     Construir a casa na rocha

Mateus 7,28-29:     A nova consciência do povo

 

Mateus 7,15-16ª : Cuidado com os falsos profetas

No tempo de Jesus, havia profetas de todo tipo, pessoas que anunciavam mensagens apocalípticas para envolver o povo nos vários movimentos daquela época: essênios, fariseus, zelotes e outros (cf. At 5,36-37). No tempo em que Mateus escreve também havia profetas que anunciavam mensagens diferentes da mensagem proclamada pelas comunidades. As cartas de Paulo mencionam estes movimentos e tendências (cf 1Cor 12,3; Gal 1,7-9; 2,11-14;6,12). Não deve ter sido fácil para as comunidades fazer o discernimento dos espíritos. Daí a importância das palavras de Jesus sobre os falsos profetas. A advertência de Jesus é muito forte: "Cuidado com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes”. A mesma imagem é usada quando Jesus envia os discípulos e as discípulas para a missão: “Mando vocês como cordeiros no meio de lobos” (Mt 10,16 e Lc 10,3). A oposição entre lobo voraz e manso cordeiro é irreconciliável, a não ser que o lobo se converta e perca a sua agressividade como sugere o profeta Isaías (Is 11,6; 65,25). O que importa aqui no nossos texto é o dom do discernimento. Não é fácil discernir os espíritos. Às vezes, acontece que interesses pessoais ou grupais levam as pessoas a proclamar como falsos aqueles profetas que anunciam a verdade que incomoda. Isto aconteceu com o próprio Jesus. Ele foi eliminado e morto como falso profeta pelas autoridades religiosas da época. De vez em quando, o mesmo aconteceu e continua acontecendo na nossa igreja.

 

Mateus 7,16b-20 : A comparação da árvore e seus frutos

Para ajudar no discernimento dos espíritos, Jesus usa a comparação do fruto: “Vocês os conhecerão pelos frutos”. Um critério semelhante já tinha sido sugerido pelo livro do Deuteronômio (Dt 18,21-22). E Jesus acrescenta: “Uma árvore boa não pode dar frutos maus, e uma árvore má não pode dar bons frutos.  19 Toda árvore que não der bons frutos, será cortada e jogada no fogo”. No evangelho de João, Jesus completa a comparação: “Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que dêem mais fruto ainda.  O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados." (Jo 15,2.4.6)

 

4) Para um confronto pessoal

1) Falsos profetas! Conhece algum caso em que uma pessoa boa e honesta que proclamava uma verdade incômoda foi condenada como falso profeta?

2) A julgar pelos frutos da árvore da sua vida pessoal, como você se define: falso ou verdadeiro?

 

5) Oração final

Desvia meu olhar para eu não ver as vaidades, faze-me viver no teu caminho. Eis que desejo teus preceitos; pela tua justiça conserva-me a vida. (Sl 118, 37.40)

EVANGELHO DO DIA-12ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Segunda-feira, 20 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 20 junho 2022
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1) Oração

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 7,1-5)

1Não julgueis, e não sereis julgados. 2Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. 3Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? 4Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu? 5Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.

 

3) Reflexão  -  Mt 7,1-5

No evangelho de hoje, 23 de junho, continuamos a meditação sobre o Sermão da Montanha que se encontra nos capítulos 5 a 7 do evangelho de Mateus. Nos dias 9 a 21 de junho, vimos os capítulos 5 e 6. De hoje até 26 de junho, veremos o capítulo 7. Estes três capítulos 5, 6 e 7 oferecem uma idéia de como era a catequese nas comunidades dos judeus convertidos na segunda metade do primeiro século lá na Galiléia e Síria. Mateus juntou e organizou as palavras de Jesus para ensinar como devia ser a nova maneira de viver a Lei de Deus.

*  Depois de ter explicado como restabelecer a justiça (Mt 5,17 a 6,18) e como restaurar a ordem da criação (Mt 6,19-34), Jesus ensina como deve ser a vida em comunidade (Mt 7,1-12). No fim, ele traz algumas recomendações e conselhos finais (Mt 7,13-27). Aqui segue um esquema de todo o sermão da Montanha:

Mateus 5,1-12:     As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei

Mateus 5,13-16:   A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo

Mateus 5,17-19:   A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei

Mateus 5,20-48: A nova prática da justiça: observando a nova Lei.

Mateus 6,1-4:      A nova prática das obras de piedade: a esmola

Mateus 6,5-15:    A nova prática das obras de piedade: a oração

Mateus 6,16-18:  A nova prática das obras de piedade: o jejum

Mateus 6,19-21:   Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular

Mateus 6,22-23: Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta

Mateus 6,24:       Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro

Mateus 6,25-34: Novo relacionamento com os bens materiais: confiar na providência

Mateus 7,1-5:      Nova convivência comunitária: não julgar

Mateus 7,6:         Nova convivência comunitária: não desprezar a comunidade

Mateus 7,7-11:    Nova convivência comunitária: confiança em Deus gera partilha

Mateus 7,12:       Nova convivência comunitária: a Regra de Ouro

Mateus 7,13-14:  Recomendações finais: escolher o caminho certo

Mateus 7,15-20:  Recomendações finais: o profeta se conhece pelos frutos

Mateus 7,21-23:  Recomendações finais: não só falar, também praticar

Mateus 7,24-27: Recomendações finais: construir a casa na rocha

A vivência comunitária do evangelho (Mt 7,1-12) é a pedra de toque. É onde se define a seriedade do compromisso. A nova proposta da vida em comunidade aborda vários aspectos: não reparar no cisco que está no olho do irmão (Mt 7,1-5), não jogar as pérolas aos porcos (Mt 7,6), não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11). Estes conselhos vão culminar na Regra de Ouro: fazer ao outro aquilo que você gostaria que o outro fizesse a você (Mt 7,12). O evangelho de hoje traz a primeira parte: Mateus 7,1-5.

Mateus 7,1-2: Não julguem, e vocês não serão julgados

A primeira condição para uma boa convivência comunitária é não julgar o irmão ou a irmã, ou seja, eliminar os preconceitos que impedem a convivência transparente. O que significa isto no concreto? O evangelho de João dá um exemplo de como Jesus vivia em comunidade com os discípulos. Jesus diz: “Eu não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Jesus é um livro aberto os para os seus companheiros. Esta transparência nasce da sua total confiança nos irmãos e irmãs e tem a raiz na sua intimidade com o Pai que lhe dá a força para abrir-se totalmente aos outros. Quem assim convive com os irmãos e as irmãs, aceita o outro do jeito que o outro é, sem preconceitos, sem impor-lhe condições prévias, sem julga-lo. Aceitação mútua sem fingimento e total transparência! Este é o ideal da nova vida comunitária, nascida da Boa Nova que Jesus nos trouxe de que Deus é Pai/Mãe e que, portanto, todos somos irmãos e irmãs uns dos outros. É um ideal tão difícil e tão bonito e atraente como aquele outro: ”Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).

Mateus 7.3-5: Vê o cisco e não percebe a trave

Em seguida, Jesus dá um exemplo: “Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: 'deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você mesmo tem uma trave no seu? Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão". Ao ouvir esta frase, costumamos pensar logo nos fariseus que desprezavam o povo como ignorante e se consideravam a si mesmos melhores que os outros (cf. Jo 7,49; 9,34). Na realidade, a frase de Jesus serve para todos nós. Por exemplo, hoje, muitos de nós católicos pensamos que somos melhores que os outros cristãos. Achamos até que os outros são menos fiéis ao evangelho do que nós católicos. Olhamos o cisco no olho dos nossos irmãos e não enxergamos a enorme trave de orgulho prepotente coletivo nos nossos olhos. Esta trave é a causa por que, hoje, muita gente tem dificuldade de crer na Boa Nova de Jesus.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Não julgar o outro e eliminar os preconceitos: qual a experiência pessoal que eu tenho neste ponto?

2) Cisco e trave: qual a trave em mim que dificulta minha participação na vida em família e em comunidade?

 

5) Oração final

 Dirige-me na senda dos teus mandamentos, porque nela está minha alegria. Inclina meu coração para teus testemunhos e não para a avareza. (Sl 118, 35-36) 

*12º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Publicado em 18 junho 2022
  • 12º Domingo do Tempo Comum,
  • Homilia do 12º Domingo do Tempo Comum,
  • 12º Domingo do Tempo Comum – Ano C
  • tomar a cruz”

A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a figura de Jesus: quem é Ele e qual o impacto que a sua proposta de vida tem em nós? A Palavra de Deus que nos é proposta impele-nos a descobrir em Jesus o “messias” de Deus, que realiza a libertação dos homens através do amor e do dom da vida; e convida cada “cristão” à identificação com Cristo – isto é, a “tomar a cruz”, a fazer da própria vida um dom generoso aos outros.
O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-l’O nesse caminho de entrega, de doação, de amor total.
A primeira leitura apresenta-nos um misterioso profeta “trespassado”, cuja entrega trouxe conversão e purificação para os seus concidadãos. Revela, pois, que o caminho da entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para nós e para os outros. João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética com o próprio Cristo.

 

EVANGELHO (Lc 9,18-24): Atualização

O Evangelho de hoje define a existência cristã como um “tomar a cruz” do amor, da doação, da entrega aos irmãos. Supõe uma existência vivida na simplicidade, no serviço humilde, na generosidade, no esquecimento de si para se fazer dom aos outros. É esse o “caminho” que eu procuro percorrer?

Na sociedade em geral e na Igreja em particular, encontramos muitos cristãos para quem o prestígio, as honras, os postos elevados, os tronos, os títulos são uma espécie de droga de que não prescindem e a que não podem fugir. Frequentemente, servem-se dos carismas e usam as tarefas que lhe são confiadas para se auto-promover, gerando conflitos, rivalidades, ciúmes e mal-estar. À luz do “tomar a cruz e seguir Jesus”, que sentido é que isto fará? Como podemos, pessoal e comunitariamente, lidar com estas situações? Podemos tolerá-las – em nós ou nos outros? Como é possível usar bem os talentos que nos são confiados, sem nos deixarmos tentar pelo prestígio, pelo poder, pelas honras? Tem alguma importância, à luz do que Jesus aqui ensina, que a Igreja apareça em lugar proeminente nos acontecimentos sociais e mundanos e que exija tratamentos de privilégio?

Quem é Jesus, para nós? É alguém que conhecemos das fórmulas do catecismo ou dos livros de teologia, sobre quem sabemos dizer coisas que aprendemos nos livros? Ou é alguém que está no centro da nossa existência, cujo “caminho” tem um real impacto no nosso dia a dia, cuja vida circula em nós e nos transforma, com quem dialogamos, com quem nos identificamos e a quem amamos?

É na oração que eu procuro perceber a vontade de Deus e encontrar o caminho do amor e do dom da vida? Nos momentos das decisões importantes da minha vida, sinto a necessidade de dialogar com Deus e de escutar o que Ele tem para me dizer?

*Leia na íntegra a reflexão. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.

EVANGELHO DO DIA-11ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 17 de junho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 17 junho 2022
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  • Lectio Divina do Frei Carlos Mesters,

 

1) Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 19-23)

19Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. 20Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. 21Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. 22O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. 23Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!

 

3) Reflexão  - Mt 6, 19-23

No evangelho de hoje continuamos nossa reflexão sobre o Sermão da Montanha. Anteontem e ontem refletimos sobre a prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O evangelho de hoje e de amanhã trazem quatro recomendações sobre o relacionamento com os bens materiais, explicitando assim como viver a pobreza da primeira bem-aventurança: (1) não acumular (Mt 6,19-21); (2) ter a visão correta dos bens materiais (Mt 6,22-23); (3) não servir a dois senhores (Mt 6,24); (4) abandonar-se à providência divina (Mt 6,25-34). O evangelho de hoje trata das duas primeiras recomendações: não acumular bens  (6,19-21) e não olhar o mundo com olhos doentes (6,22-23).

Mateus 6,19-21: Não acumular tesouros na terra

Se, por exemplo, hoje na TV é dado o aviso de que vai faltar açúcar e café no próximo mês, todos vamos comprar o máximo possível de café e de açúcar. Acumulamos, porque não confiamos. Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eles eram capazes de recolher só o necessário de maná para um único dia e de não acumular para o dia seguinte. Jesus diz: "Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam”. O que significa ajuntar tesouros no céu? Trata-se de saber onde coloco o fundamento da minha existência. Se o coloco nos bens materiais desta terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei. Se coloco o fundamento em Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuo. Para que isto seja possível e viável, é importante que se crie uma convivência comunitária que favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas sim a riqueza ou o tesouro da convivência fraterna nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é Pai/Mãe de todos. Onde está o teu tesouro (riqueza), aí está o teu coração.

Mateus 6,22-23: A lâmpada do corpo é o olho

Para entender o que Jesus pede é necessário ter olhos novos. Jesus é exigente e pede muita coisa: não acumular (6,19-21), não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (6,24), não se preocupar com comida e bebida (6,25-34). Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas tem mais angústias e preocupações. É também a parte do Sermão da Montanha, que é a mais difícil de se entender e de praticar. Por isso Jesus diz: "Se teu olho estiver doente, ....".  Alguns traduzem olho doente e olho são. Outros traduzem olho mesquinho e olho generoso.  Tanto faz. Na realidade, a pior doença que se possa imaginar é uma pessoa se fechar sobre si mesma e sobre seus bens e confiar só neles. É a doença da mesquinhez! Quem olha a vida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.

Jesus quer uma mudança radical. Quer a observância da lei do ano sabático, onde se diz que, na comunidade dos que creem, não pode haver pobres (Dt 15,4). A convivência humana deve ser organizada de tal maneira que já não seja necessário uma pessoa se preocupar com comida e bebida, roupa e moradia, saúde e educação (Mt 6,25-34). Mas isto só é possível se todos buscarem primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33). O Reino de Deus é permitir que Deus reine e tome conta: é imitar Deus (Mt 5,48). A imitação de Deus leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, que gera fraternidade verdadeira. A Providência Divina deve ser mediada pela organização fraterna, Só assim é possível jogar fora toda a preocupação pelo dia de amanhã (Mt 6,34).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus disse: “Onde está tua riqueza, aí estará o teu coração”. Onde está minha riqueza: no dinheiro ou na fraternidade?

2) Qual a luz que está nos meus olhos para olhar a vida, os acontecimentos?

 

5) Oração final

Porque o Senhor escolheu Sião, ele a preferiu para sua morada. É aqui para sempre o lugar de meu repouso, é aqui que habitarei porque o escolhi. (Sl 131, 13-14)

CORPUS CHRISTI

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Publicado em 16 junho 2022
  • Corpus Christi,
  • Eucaristia,
  • Missa da Instituição da Eucaristia,
  • Solenidade de Corpus Christi
  • Homilia de Corpus Christi
  • Festa da Eucaristia,
  • A Igreja celebra Corpus Christi
  • Dom Aloísio A. Dilli
  • instituição da Eucaristia
  • Jesus instituiu a eucaristia,

Dom Aloísio A. Dilli

Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

 

Caros diocesanos. A Igreja celebra Corpus Christi – Corpo de Cristo, solenidade que tem estreita ligação com a Quinta-feira santa, dia em que Jesus instituiu a eucaristia, o sacerdócio e ensinou o mandamento do amor, junto ao rito do lava-pés. No contexto das muitas e ricas celebrações da semana santa fica difícil valorizar toda riqueza que o mistério da eucaristia merece. Dentro deste contexto, a história da liturgia, a partir do séc. XIII, fez surgir o que nós celebramos em Corpus Christi, tendo como objetivo litúrgico agradecer pela eucaristia e realizar uma manifestação pública de fé na presença real e permanente de Jesus Cristo no Pão vivo descido do céu. Em Corpus Christi, esta atitude de gratidão se expressa, sobretudo, pela celebração da própria missa e, em seguida, pela procissão solene nas ruas com a Hóstia consagrada. Os enfeites nos caminhos públicos e corredores das igrejas, fazem parte desta gratidão e deste louvor.  

Mesmo com toda riqueza celebrativa e do significado da própria palavra Eucaristia, como ação de graças, devemos abordar outras dimensões que ela contém, sobretudo como ceia de comunhão, sacrifício pascal e missão, pois a espiritualidade eucarística revela diversos aspectos em sua unidade indivisível: ela nasce numa Ceia que torna presente (memória) o Sacrifício da Cruz e a Ressurreição de Cristo (Páscoa), realizando a maior Ação de Graças possível para a salvação da humanidade, em todos os tempos, tornando-se fonte e ponto alto de toda evangelização. Portanto, viver uma espiritualidade de Jesus eucarístico, longe de qualquer devocionismo ou intimismo, significa comungar sua vida, entregue em sacrifício de amor, tornando-nos, com Ele e os irmãos, oblação e ação de graças ao Pai em nossa missão evangelizadora. Eucaristia e caridade (serviço), portanto, andam de braços dados e esta relação nos faz entender porque o evangelista João inclui o lava-pés (Jo 13) onde os demais evangelistas narram a instituição da Eucaristia. São Paulo não pensa diferente (1Cor 11, 17-22.27-34). A autenticidade de nossas celebrações eucarísticas será avaliada com este critério, afirma João Paulo II (MND 28). Por isso, faz-se coleta de caridade para os necessitados, nesse dia, pois comungar Jesus Cristo é também entrar em comunhão com os irmãos/ãs.  

Na solenidade de Corpus Christi desejamos louvar e agradecer a Jesus eucarístico pela sua presença entre nós neste sacramento e lhe oferecemos o que de melhor possuímos, através de precioso ostensório, dignos sacrários em nossos templos e ruas enfeitadas com belos símbolos religiosos. Contudo, não podemos esquecer o mais importante: acolhê-lo como divino hóspede em nossos corações, em nossa vida, e sermos sacrários vivos, portadores do Senhor na vida pessoal e familiar, em nossos ambientes de trabalho e de convivência na sociedade. Não basta viver o cristianismo apenas em nossos templos. 

Como então celebrar Corpus Christi no contexto de tantos irmãos/ãs que passam por necessidades, inclusive com fome? Vamos participar das celebrações, honrando o Senhor presente na eucaristia e, sobretudo, recebendo-o na comunhão e, após a missa em nossos templos, manifestemos publicamente nossa gratidão a Jesus Cristo por esta presença no Santíssimo Sacramento através da procissão em ruas de nossa cidade ou interior, recebendo sua bênção. Sugerimos também a colocação de sinais eucarísticos nesse dia, em nossas casas. Mas não deixemos de acolher o mesmo Senhor da eucaristia que se apresenta em nosso irmão/ã em necessidade (cf. Mt 25, 34ss). Participar da coleta de alimentos já é uma forma de ajuda: os tapetes da caridade são os mais lindos! Em nossa diocese faz-se neste evento também o lançamento da Romaria da Santa Cruz que, em 2022, será muito especial: vamos inaugurar o novo Altar-Monumento! Fonte: https://www.cnbb.org.br

CORPUS CHRISTI: SACRAMENTO DA MISSÃO

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Publicado em 16 junho 2022
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  • Solenidade de Corpus Christi
  • Homilia de Corpus Christi
  • SACRAMENTO DA MISSÃO
  • Pão de Vida
  • Dai-lhes vós mesmos de comer

Dom Luiz Antonio Cipolini

Bispo de Marília (SP)

 

     A Solenidade de Corpus Christi nos convida a renovar nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia, mas também nosso compromisso com a unidade e nossa missão de ser presença de Cristo, como discípulos missionários na Igreja e na sociedade. 

     Fazer a experiência do encontro com Cristo na Eucaristia é essencial, como afirma o Papa Francisco: “a Eucaristia é o coração palpitante da Igreja, é a única matéria nesta terra que tem verdadeiramente sabor de eternidade”. A Eucaristia é o memorial perene da Paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os sinais que Cristo realizou. É ainda singular conforto que Cristo deixou para os que se entristecem com sua ausência. Nossa união com Cristo e entre nós acontece através da Eucaristia. 

     Vale a pena recordar o Documento de Aparecida (2007), quando os bispos afirmam: “A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de salvação, nos faz membros do mesmo corpo (1Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão” (DAp 158). No entanto, A Eucaristia não se esgota com a participação no Corpo e Sangue do Senhor. Ela impele-nos à solidariedade para com o próximo. 

     Portanto, a Eucaristia também é Sacramento da missão, pois o próprio Jesus, diante de uma multidão de famintos, pede a seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). A situação do mundo inteiro, agravada pela pandemia do Coronavírus, é de carência de alimentação. E essa alimentação não é útil unicamente para satisfazer a fome física. Existem outros tipos de fome: de amor, de imortalidade, de vida, de carinho, de cuidados, de perdão e de misericórdia. 

     Os discípulos missionários, fiéis a Cristo, precisam levar em conta aquelas pessoas e aqueles grupos que vivem às margens da sociedade, a fim de que sejam também colaboradores de Deus, sujeitos da evangelização.  

     Na Ceia Eucarística, apesar de vivermos em meio a sofrimentos e cruzes, antecipamos a festa que no céu nunca se acaba. Dom Hélder Câmara expressou bem essa realidade quando afirmou: “Quanto mais sombria é a noite, mais bela é a Aurora que ela carrega no seio”. A vida eucarística dos discípulos missionários só é plena com a saída de si, com pão em todas as mesas, com a missão. 

     Feliz e abençoado dia de Corpus Christi, na unidade e na missão! Fonte: https://www.cnbb.org.br

EVANGELHO DO DIA-11ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 15 de junho-2022. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 15 junho 2022
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1) Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 1-6.16-18)

1Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. 2Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 3Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. 4Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. 5Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 6Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. 16Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. 17Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. 18Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.

 

3) Reflexão  - Mt 6,1-6.16-18

O evangelho de hoje dá continuidade à meditação sobre o Sermão da Montanha. Nos dias anteriores, de 9 até 17 de junho, refletimos longamente sobre a mensagem do capítulo 5 do evangelho de Mateus. No evangelho de hoje e dos dias seguintes, de 18 a 21 de junho, vamos meditar a mensagem do capítulo 6 do mesmo evangelho. A seqüência dos capítulos 5 e 6 pode ajudar na sua compreensão. Os trechos em itálico indicam o texto do evangelho de hoje. Eis o esquema:

Mateus 5,1-12: As Bem-aventuranças: solene abertura da nova Lei

Mateus 5,13-16:       A nova presença no mundo: Sal da terra e Luz do mundo

Mateus 5,17-19:       A nova prática da justiça: relacionamento com a antiga lei

Mateus 5, 20-48;    A nova prática da justiça: observando a nova Lei.

Mateus 6,1-4:     A nova prática das obras de piedade: a esmola

Mateus 6,5-15: A nova prática das obras de piedade: a oração

Mateus 6,16-18:  A nova prática das obras de piedade: o jejum

Mateus 6,19-21:       Novo relacionamento com os bens materiais: não acumular

Mateus 6,22-23:     Novo relacionamento com os bens materiais: visão correta

Mateus 6,24:    Novo relacionamento com os bens materiais: Deus ou dinheiro

Mateus 6,25-34:     Novo relacionamento com os bens materiais: abandono à Providência

O evangelho de hoje trata de três assuntos: da esmola (6,1-4), da oração (6,5-6) e do jejum (6,16-18). São as três obras de piedade dos judeus.

Mateus 6,1: Não praticar o bem para ser visto pelos outros

Jesus critica os que praticam as boas obras só para serem vistos pelos homens (Mt 6,1). Jesus pede para construir a segurança interior não naquilo que nós fazemos por Deus, mas sim naquilo que Deus faz por nós. Nos conselhos que ele dá transparece um novo tipo de relacionamento com Deus: “O teu Pai que vê no segredo te recompensará" (Mt 6,4). "Vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de o pedirdes a Ele” (Mt 6,8). "Se Perdoardes aos homens seus delitos, também vosso Pai celeste vos perdoará" (Mt 6,14). É um novo caminho que aqui se abre de acesso ao coração de Deus Pai. Jesus não permite que a prática da justiça e da piedade seja usada como meio de auto-promoção diante de Deus e diante da comunidade (Mt 6,2.5.16).

Mateus 6,,2-4: Como praticar a esmola

Dar esmola é uma maneira de realizar a partilha tão recomendada pelos primeiros cristãos (At 2,44-45; 4,32-35). A pessoa que pratica a esmola e a partilha para se promover a si mesmo diante dos outros merece a exclusão da comunidade, como foi o caso de Ananias e Safira (At 5,1-11). Hoje, tanto na sociedade como na igreja, há pessoas que fazem grande publicidade do bem que fazem aos outros. Jesus pede o contrário: fazer o bem de tal maneira que a mão esquerda não fique sabendo o que a mão direita está fazendo. É o total desapego e a total entrega na gratuidade do amor que crê em Deus Pai e o imita em tudo que faz.

Mateus 6,5-6: Como praticar a oração

A oração coloca a pessoa em relação direta com Deus. Alguns fariseus transformavam a oração numa ocasião para aparecer e se exibir diante dos outros. Naquele tempo, quando tocava a trombeta nos três momentos de oração, manhã, meio dia e entardecer, eles deviam parar no lugar onde estavam para fazer as suas orações. Havia gente que procurava estar nas esquinas em lugares públicos, para que todos pudessem ver como rezavam. Ora, uma atitude assim perverte nossa relação com Deus. É falsa e sem sentido. Por isso, Jesus diz que é melhor fechar-se no quarto e rezar em segredo, preservando a autenticidade da relação. Deus te vê mesmo no segredo e ele sempre te escuta.Trata-se da oração pessoal, não da oração comunitária. 

Mateus 6,16-18: Como praticar o jejum

Naquele tempo a prática do jejum era acompanhada de alguns gestos exteriores bem visíveis: não lavar o rosto nem alinhar os cabelos, usar roupa sombria. Era o sinal visível de jejum. Jesus critica este jeito de jejuar e manda fazer o contrário, para que ninguém consiga perceber que você está jejuando: tome banho, use perfume, arrume bem o cabelo. Aí, só o Pai que vê no segredo sabe que você está jejuando e ele saberá recompensa-lo.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Quando você reza, como você vive a sua relação com Deus?

2) Como vive o seu relacionamento com os outros em família e na comunidade?

 

5) Oração final

Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30, 20)

Arcebispo francês proíbe seminaristas e diáconos de usar batina

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Publicado em 15 junho 2022
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O arcebispo de Toulouse, França, dom Guy de Kerimel, mandou que os seminaristas e diáconos de sua jurisdição deixem de usar batina. Quem se prepara para o sacerdócio "deve deixar crescer em si a caridade pastoral e tornar-se acessível a todos antes de se preocupar em mostrar uma identidade muito marcada”, alegou o arcebispo.

A ordem foi dada por meio de uma carta assinada em 2 de junho, que deveria permanecer privada, mas foi obtida por meios de comunicação da França.

Na carta, dom Kerimel reafirmou as opiniões expressas no dia anterior em um jantar com seminaristas da arquidiocese, em particular sua oposição ao uso da batina antes da ordenação.

Kerimel disse que "não queria que os seminaristas se mostrassem de uma forma muito clerical", pois, em sua opinião, a imagem que projetam desta maneira não "se ajusta" à sua condição de fiéis leigos não ordenados. Portanto, o arcebispo não autoriza mais o uso da batina no seminário ou na rua porque “é a lei vigente”.

"Por isso, peço que esta lei seja aplicada fora do seminário na diocese de Toulouse, mesmo para os diáconos", disse, acrescentando que a partir do momento da admissão no seminário, só é possível usar um "sinal distintivo" como “um colar romano ou uma simples cruz”.

Dom Kerimel justificou sua posição afirmando que "a prioridade de um jovem em formação para o sacerdócio ministerial é crescer e fortalecer sua relação com Cristo na humildade e na verdade, sem pretender entrar em um personagem".

A decisão gerou polêmica. Citado pela revista Valeurs Actuelles, um padre da diocese disse que os argumentos de Kerimel são "falsos", reafirmando a importância fundamental da batina na vida do sacerdote, mesmo para os seminaristas quando "aspiram ao sacerdócio", pois "a batina ajuda entrar na pele do sacerdote”.

A batina, disse ele, “é uma lembrança do sacerdócio, nos lembra que em tudo que se faz, um sacerdote é um sacerdote, ajuda e empurra a viver como padre e ajuda as pessoas a se voltarem para ele sem vergonha ou medo".

Não é a primeira decisão controversa de dom Kerimel. Em 2021, depois da publicação do motu proprio Traditionis custodes, com o qual o papa Francisco restringiu a celebração da liturgia anterior á reforma do Vaticano II, kerimel, então bispo de Grenoble-Vienne, encerrou a missão da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) em sua diocese. O bispo substituiu os padres da FSSP por um único padre diocesano de meio período.

O grupo de fiéis respondeu à decisão do bispo organizando um boicote a uma arrecadação, que supostamente teria causado uma perda significativa nas receitas diocesanas para 2021. Em abril de 2022, o mesmo grupo voltou a protestar e por 40 horas ocupou o campanário da Igreja de Santo André em Grenoble. Fonte: https://www.acidigital.com

O mistério da Santíssima Trindade revelado a Santo Agostinho por um menino

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Publicado em 13 junho 2022
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Andando pela areia da praia, Santo Agostinho mergulhava certa vez em pensamentos profundos e altíssimos que se elevavam ao céu. Entre seus raciocínios, pensava ele no mistério da Santíssima Trindade.

“Como é que pode haver três pessoas distintas – Pai, Filho e Espírito Santo – em um mesmo e único Deus?”

Ele avistou, de repente, um menino com um baldinho, que ia até a água do mar, enchia o seu pequeno balde e voltava, despejando a água em um buraco na areia.

Santo Agostinho, observando atentamente o menino, lhe perguntou:

– O que estás fazendo?

O menino, com grande simplicidade, olhou para Santo Agostinho e respondeu:

– Coloco neste buraco toda a água do mar!

Diante da inocência do menino, o santo lhe sorriu e disse:

– Isto é impossível, menino. Como podes querer colocar toda essa imensidão de água do mar neste pequeno buraco?

O menino, o olhou então profundamente e lhe disse com voz forte:

– Em verdade, te digo: é mais fácil colocar toda a água do oceano neste pequeno buraco na areia do que a inteligência humana compreender os mistérios de Deus!

Em seguida, a criança desapareceu, pois na verdade era um anjo.

Santo Agostinho refletiu sobre a lição que o anjo havia lhe ensinado. O santo entendeu que a mente do ser humano é muito limitada para conseguir compreender toda a dimensão de Deus.

Ainda que se dedique, o homem não compreenderá esta grandeza por si mesmo. Só entenderemos totalmente a Deus na vida eterna, ao seu lado no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Fonte: https://portalcatolico.es

Sexta-feira, 10 de junho-2022. 10ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 10 junho 2022
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1) Oração

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 27-32)

27Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. 28Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. 29Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena. 30E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena. 31Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. 32Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério.

 

3) Reflexão - Mt 5, 27-32

No evangelho de ontem, Jesus fez uma releitura do mandamento “Não Matarás” (Mt 5,20-26). No evangelho de hoje, ele faz uma releitura do mandamento “Não cometer adultério”. Jesus relê a lei a partir da intenção que Deus tinha ao proclama-la, séculos atrás, no Monte Sinai. Ele procura o Espírito da Lei e não se fecha dentro da letra. Ele retoma e defende os grandes valores da vida humana que estão por de trás de cada um dos Dez Mandamentos. Ele insiste no amor, na fidelidade, na misericórdia, na justiça, na veracidade, na humanidade (Mt 9,13; 12,7; 23,23; Mt 5,10; 5,20; Lc 11,42; 18,9). O resultado da observância plena da Lei de Deus é a humanização perfeita da vida. A observância da Lei humaniza a pessoa. Em Jesus aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus tomar conta da sua vida. O objetivo último é unir os dois amores, a construção da fraternidade em defesa da vida. Quanto maior a fraternidade, tanto maior será a plenitude da vida e maior a adoração das criaturas todas ao Deus Criador e Salvador.

No evangelho de hoje, Jesus olha de perto o relacionamento mulher e homem no casamento, a base fundamental da convivência em família. Havia um mandamento que dizia: “Não cometer adultério”, e um outro que dizia: “Quem se divorciar da sua mulher lhe dê uma certidão de divórcio”. Jesus retoma os dois e lhes dá um novo sentido.  

Mateus 5,27-28: Não cometer adultério

O que pede de nós este mandamento? A resposta antiga era esta: o homem não pode dormir com a mulher do outro. É o que exigia a letra do mandamento. Mas Jesus vai além da letra e diz: “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, já cometeu adultério com ela no coração”. O objetivo do mandamento é a fidelidade mútua entre o homem e a mulher que assumiram viver juntos como casados. E esta fidelidade só será completa, se os dois souberam manter a fidelidade mútua até no pensamento e no desejo e se souberem chegar a uma total transparência entre si.

Mateus 5,29-30: Arrancar o olho e cortar a mão

Para ilustrar o que acaba de dizer Jesus traz uma palavra forte que ele usou também em outra ocasião quando tratava do escândalo aos pequenos (Mt 18,9 e Mc 9,47). Ele diz: “Se o olho direito leva você a pecar, arranque-o e jogue-o fora! É melhor perder um membro, do que o seu corpo todo ser jogado no inferno”. E ele afirma o mesmo a respeito da mão. Estas afirmações não podem ser tomadas ao pé da letra. Elas indicam a radicalidade e a seriedade com que Jesus insiste na observância deste mandamento.

Mateus 5,31-32: A questão do divórcio

Ao homem era permitido dar uma certidão de divórcio para a mulher. Jesus dirá no Sermão da Comunidade que Moisés o permitiu por causa da dureza do coração do povo (Mt 19,8). “Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada, comete adultério". Muita discussão já foi feita em torno deste assunto. Baseando-se nesta afirmação de Jesus, a igreja oriental permite o divórcio no caso de “fornicação”, isto é, de infidelidade. Outros dizem que, aqui, a palavra fornicação traduz um termo aramaico ou hebraico zenuth que indicava um casamento dentro de um grau parentesco proibido. Não seria um casamento válido.

Qualquer que seja a interpretação correta desta palavra, o que importa é ver o objetivo e o sentido geral das afirmações de Jesus na nova leitura que ele faz dos Dez Mandamentos. Jesus aponta um ideal que deve estar sempre diante dos meus olhos. O ideal último é este: “ser perfeito como o pai de céu é perfeito” (Mt 5,48). Este ideal vale para todos os mandamentos revistos por Jesus. Na releitura do mandamento “Não cometer adultério“, este ideal se traduz na total e radical transparência e honestidade entre marido e mulher. Ninguém nunca vai poder dizer: “Sou perfeito como o Pai do céu é perfeito”. Estaremos sempre abaixo da medida. Nunca vamos poder merecer o prêmio pela nossa observância que sempre será abaixo da medida. O que importa é manter-se na caminhada, manter o ideal diante dos olhos, sempre! Mas ao mesmo tempo, como Jesus, devemos saber aceitar as pessoas com a mesma misericórdia com que ele aceitava as pessoas e as orientava para o ideal. Por isso, certas exigências jurídicas da igreja hoje, como por exemplo, não permitir a comunhão a pessoas que vivem em segundas núpcias, parecem mais com os fariseus do que com a atitude de Jesus. Ninguém aplica ao pé da letra a explicação do mandamento “Não Matar”, onde Jesus diz que todo aquele que chama seu irmão de idiota merece o inferno (Mt 5,22). Pois neste caso, todos já teríamos viagem garantida até lá e ninguém se salvaria. Por que a doutrina nossa usa medidas diferentes no caso do quinto e do nono mandamento?

 

4) Para um confronto pessoal

1) Você consegue viver a total honestidade e transparência com as pessoas do outro sexo?

2) Como entender a exigência “ser perfeito como o Pai celeste é perfeito”?

 

5) Oração final

A vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim vosso semblante, não afasteis com ira o vosso servo. Vós sois o meu amparo, não me rejeiteis. Nem me abandoneis, ó Deus, meu Salvador. (Sl 26, 8-9)

Quinta-feira, 9 de junho-2022. 10ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 09 junho 2022
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1) Oração

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)

20Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo.

 

3) Reflexão – Mt 5, 20-26

O texto do evangelho de hoje está dentro da unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpretava e explicava a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repetiu a frase: "Antigamente foi dito, eu, porém, lhes digo!" (Mt 5,21.27.33.38.43). Na opinião de alguns fariseus, Jesus estava acabando com a lei. Mas era exatamente o contrário. Ele dizia: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). Frente à Lei de Moisés, Jesus tem uma atitude de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas que se fechavam na prisão da letra, mas reafirma categoricamente o objetivo último da lei: alcançar a justiça maior que é o Amor.

Nas comunidades para as quais Mateus escreve o seu Evangelho havia opiniões diferentes frente à Lei de Moisés. Para alguns, ela não tinha mais sentido. Para outros, ela devia ser observada até nos mínimos detalhes. Por isso, havia muitos conflitos e brigas. Uns chamavam os outros de imbecil e de idiota. Mateus tenta ajudar os dois grupos a entender melhor o verdadeiro sentido da Lei e traz alguns conselhos de Jesus para ajudar a enfrentar e superar os conflitos que surgem dentro da família e dentro da comunidade.

Mateus 5,20: A justiça de vocês deve ser maior que a justiça dos fariseus.

Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. O evangelista vai mostrar às comunidades como elas devem praticar a justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus e que levará à observância plena da lei. Em seguida, depois desta chave geral sobre a justiça maior, Mateus traz cinco exemplos bem concretos de como praticar a Lei de tal maneira que a sua observância leve à prática perfeita do amor. No primeiro exemplo do evangelho de hoje, Jesus revela o que Deus queria quando entregou a Moisés o quinto mandamento “Não Matarás!”.

Mateus 5,21-22: Não Matar

“Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que, de uma ou de outra maneira, possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc. “Todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal”. Ou seja, quem fica com raiva do irmão já merece o mesmo castigo de condenação pelo tribunal que, na antiga lei, era reservado para o assassino! E Jesus vai mais longe ainda. Ele quer arrancar a raiz do assassinato: Quem diz ao seu irmão: 'imbecil', se torna réu perante o Sinédrio; e quem chama o irmão de 'idiota', merece o fogo do inferno. Com outras palavras, eu só observei plenamente o mandamento Não Matar se consegui tirar de dentro do meu coração qualquer sentimento de raiva que leva a insultar o irmão. Ou seja, se cheguei à perfeição do amor.

Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer

“Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta”. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo do ano 70, quando os cristãos ainda participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar do Templo, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Agora, nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existiam. A própria comunidade passou ser o Templo e o Altar de Deus (1Cor 3,16).

Mateus 5,25-26: Reconciliar

Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação, pois nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes, sem diálogo. Ninguém queria ceder diante do outro. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!

O ideal da justiça maior

Por cinco vezes, Jesus cita um mandamento ou um costume da lei antiga: Não matar (Mt 5,21), Não cometer adultério (Mt 5,27),  Não jurar falso (Mt 5,33), Olho por olho, dente por dente (Mt 5,38), Amar o próximo e odiar o inimigo (Mt 5,43). E por cinco vezes, ele critica a maneira antiga de observar estes mandamentos e aponta um caminho novo para atingir a justiça, o objetivo da lei (Mt 5,22-26; 5, 28-32; 5,34-37; 5,39-42; 5,44-48). A palavra Justiça  aparece sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muitas angústias para as pessoas de boa vontade, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem daquilo que eu faço para Deus observando a lei, mas sim vem do que Deus faz por mim, me acolhendo com amor como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa gratuitamente, apesar dos meus muitos defeitos e pecados.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Quais os conflitos mais freqüentes na nossa família? E na nossa comunidade? É fácil a reconciliação na família e na comunidade? Sim ou não? Por que?

2) De que maneira os conselhos de Jesus podem ajudar a melhorar o relacionamento dentro da nossa família e da comunidade?

 

5) Oração final

Visitastes a terra e a regastes, cumulando-a de fertilidade. De água encheu-se a divina fonte e fizestes germinar o trigo. (Sl 64, 10)

Terça-feira, 7 de junho-2022. 10ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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Publicado em 07 junho 2022
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  • 10ª SEMANA DO TEMPO COMUM
  • Lectio Divina do Frei Carlos Mesters,

1) Oração

Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5,13-16)

13Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.

 

3) Reflexão - Mt 5,13-16

Ontem, meditando as oito bem-aventuranças, passamos pelo portão de entrada do Sermão da Montanha (Mt 5,1-12). No evangelho de hoje recebemos uma importante instrução sobre a missão da Comunidade. Ela deve ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-16). Sal não existe para si, mas para dar sabor à comida. Luz não existe para si, mas para iluminar o caminho. A comunidade não existe para si, mas para servir ao povo. Na época em que Mateus escrevia o seu evangelho, esta missão estava sendo difícil para as comunidades dos judeus convertidas. Apesar de viverem na observância fiel da lei de Moisés, elas estavam sendo expulsas das sinagogas, cortadas do seu passado judeu. Enquanto isso, entre os pagãos convertidos alguns diziam: “Depois que Jesus veio, a Lei de Moisés está superada”. Tudo isto era causa de tensões e incertezas. A abertura de uns parecia criticar a observância dos outros, e vice-versa. Este conflito gerou uma crise que levou cada um a se fechar na sua própria posição. Uns querendo avançar, outros querendo colocar a luz debaixo da mesa. Muitos se perguntavam: "Afinal, qual a nossa missão?" Lembrando e atualizando as palavras de Jesus, o Evangelho de Mateus procura ajudá-los:

Mateus 5,13-16: Sal da terra.

Usando imagens do quotidiano, com palavras simples e diretas, Jesus faz saber qual a missão e a razão de ser de uma comunidade cristã: ser sal. Naquele tempo, com o calor que fazia, o povo e os animais precisavam de consumir muito sal. O sal, entregue pelo fornecedor em grandes blocos colocados em praça pública, ia sendo consumido pelo povo. No fim, aquilo que sobrava ficava espalhado como poeira no chão, tinha perdido o gosto. “Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens”.  Jesus evoca este costume para esclarecer os discípulos e as discípulas sobre a missão que devem realizar.

Mateus 5,14-16: Luz do mundo.

A comparação é obvia. Ninguém acende uma vela para colocá-la debaixo de um caixote. Uma cidade situada em cima de um morro não consegue ficar escondida. A comunidade deve ser luz, deve iluminar. Não deve ter medo que apareça o bem que faz. Não o faz para aparecer, mas o que faz pode aparecer. Sal não existe para si. Luz não existe para si! Assim deve ser a comunidade: ela não pode fechar-se sobre si mesma. “Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu."

Mateus 5,17-19: Nenhuma vírgula da lei vai cair.

Entre os judeus convertidos havia duas tendências. Uns achavam que já não era necessário observar as leis do AT, pois é pela fé em Jesus que somos salvos e não pela observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros achavam que eles, sendo judeus, deviam continuar observando as leis do AT (At 15,1-2). Em cada uma das duas tendências havia grupos mais radicais. Diante deste conflito, Mateus procura um equilíbrio para além dos dois extremos. A comunidade deve ser o espaço, onde este equilíbrio possa ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continuava bem atual: “Não vim abolir a lei, mas dar-lhe pleno cumprimento!”. As comunidades não podem ser contra a Lei, nem podem fechar-se dentro da observância da lei. Como Jesus, devem dar um passo e mostrar, na prática, que o objetivo que a lei quer alcançar na vida é a prática perfeita do amor.

As várias tendências nas primeiras comunidades cristãs. O plano de salvação tem três etapas unidas entre si pelo chão da vida: 1) O Antigo Testamento: a caminhada do povo hebreu, orientada pela Lei de Deus. 2) A vida de Jesus de Nazaré: ele renova a Lei de Moisés a partir da sua experiência de Deus como Pai/Mãe. 3) A vida das Comunidades: através do Espírito de Jesus, elas procuram viver a vida como Jesus a viveu. A unidade destas três etapas gera a certeza de fé de que Deus está no meio de nós. As tentativas de quebrar ou de enfraquecer a unidade deste plano de salvação geravam os vários grupos e tendências nas comunidades:

  1. Os fariseus não reconheciam Jesus como Messias e aceitavam só o AT. Dentro das comunidades havia gente simpatizante com a linha dos fariseus (At 15,5)
  2. Alguns judeus convertidos aceitavam Jesus como Messias, mas não aceitavam a liberdade do Espírito com que as comunidades viviam a presença de Jesus ressuscitado. (At 15,1).
  3. Outros, tanto judeus como pagãos convertidos, achavam que com Jesus tinha chegado o fim do AT. Daqui para a frente, só Jesus e a vida no Espírito.
  4. Havia ainda cristãos que viviam tão plenamente a vida na liberdade do Espírito, que já não olhavam mais para a vida de Jesus de Nazaré nem para o Antigo Testamento (1Cor 12,3).
  5. Ora, a grande preocupação do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito não podem ser separados. Os três fazem parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza central da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Para você, na sua experiência de vida, para que serve o sal? Sua comunidade está sendo sal? Para você, o que significa a luz na sua vida? De que maneira sua comunidade está sendo Luz?
  2. Como as pessoas do bairro vêem a sua comunidade? Sua comunidade exerce alguma atração? É sinal? Sinal de que? Para quem?

5) Oração final

Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça, vós que na hora da angústia me reconfortastes. Tende piedade de mim e ouvi minha oração. (Sl 4, 2)

Massacre em uma igreja católica na Nigéria, a dor do Papa

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Publicado em 06 junho 2022
  • solenidade de Pentecostes,
  • Massacre em uma igreja católica na Nigéria,
  • Homens armados invadiram a Igreja de São Francisco Xavier em Owo,
  • Presidente Buhari
  • Atentado na Nigéria,

Massacre em uma igreja católica na Nigéria, a dor do Papa

Homens armados invadiram a Igreja de São Francisco Xavier em Owo, Estado de Ondo, atirando contra os fiéis que estavam celebrando a Solenidade de Pentecostes. Muitas as vítimas, incluindo várias crianças. Francisco expressa a sua proximidade às famílias dos mortos e dos feridos. Presidente Buhari: "O país nunca se renderá ao mal".

 

Salvatore Cernuzio, Silvonei José – Vatican News

Pentecostes sangrento na Nigéria, onde homens armados com fujis atiraram contra fiéis dentro de uma igreja católica no Sudoeste do país, causando a morte de várias pessoas, incluindo muitas crianças, que estavam celebrando a Solenidade. De acordo com uma reconstrução inicial, o comando teria usado explosivos. O ataque teve lugar na Igreja de São Francisco Xavier em Owo, Estado de Ondo, até então um dos mais pacíficos.

 

As condolências do Papa

À dor geral, "enquanto os detalhes do incidente estão sendo esclarecidos", se uniu também o Papa, como foi informado pelo Sala de Imprensa da Santa Sé. "O Papa Francisco reza pelas vítimas e pelo país, dolorosamente atingido num momento de festa, e confia ambos ao Senhor, para que envie o Seu Espírito para que os console", refere o porta-voz Matteo Bruni.

 

Mais de 40 vítimas, temor pelos feridos

De acordo com fontes locais, as vítimas seriam mais de quarenta. O medo agora é pelos sobreviventes que, embora imediatamente socorridos e transportados para o hospital, correm o risco de não sobreviverem devido aos ferimentos sofridos, considerando também a escassez de meios sanitários. Os médicos locais, citados por agências internacionais, relatam que muitos chegaram ao hospital já sem vida. Os apelos à doação de sangue também circulam nestas horas, especialmente através das redes sociais.

 

O bispo apela à calma

No choque geral, o temor é "que haja muitos mais mortos, muitos mais feridos, e que a Igreja tenha sido violada", disse o padre Augustine Ikwu, diretor das comunicações sociais da diocese, numa declaração, negando as notícias que circularam nos primeiros minutos do sequestro de alguns fiéis, incluindo o pároco. Os padres estão a salvo", explicou, "e o bispo da diocese também está com eles neste momento difícil". É precisamente o bispo que pede neste momento de terror "para manter a calma, respeitar a lei, e de rezar pelo retorno da paz e da normalidade" na comunidade e em todo o país.

 

Em oração pelas vítimas e pelas famílias

"A identidade dos agressores permanece desconhecida, enquanto a situação deixou a comunidade devastada. No entanto, por enquanto, agentes de segurança foram destacados por toda a comunidade para administrar a situação", informa ainda o padre Ikwu. Invoca, então "a intervenção de Deus" para restaurar "a paz e a tranquilidade" no país. "Dirigimo-nos a Deus para consolar as famílias daqueles que perderam a vida neste ataque angustiante e rezamos para que as almas falecidas descansem em paz".

 

A condenação do presidente

Entretanto, condenação ao ataque chegou da parte do presidente nigeriano Muhammadu Buhari. Numa declaração emitida pelo seu porta-voz, Femi Adesina, Buhari afirma que espera que os agressores sofram uma dor eterna tanto na terra como após a morte. Expressando condolências às famílias das vítimas e à Igreja Católica, o chefe de Estado deu instruções às agências de emergência para entrarem em ação e prestarem socorro aos feridos. "Este país", lê-se na declaração do presidente, "nunca se renderá ao mal e aos ímpios, e as trevas nunca vencerão a luz". Fonte: https://www.vaticannews.va

Padre é afastado pela Arquidiocese de Natal após confessar relacionamento em áudio vazado

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Publicado em 04 junho 2022
  • Dom Jaime Vieira Rocha,
  • Padre é afastado pela Arquidiocese de Natal
  • áudio vazado
  • Arcebispo de Natal Dom Jaime Vieira Rocha,
  • Pe. Júlio Cezar Souza Cavalcante,

O caso aconteceu há cerca de 10 anos e ganhou as redes sociais nesta sexta-feira (3). O assunto chegou a ficar entre mais comentados do Twitter.

 

A Arquidiocese de Natal afastou nesta sexta-feira (3) um padre das funções ministeriais após o vazamento de um áudio no qual o sacerdote confessou ter vivido um relacionamento com um homem.

O relacionamento aconteceu há cerca de 10 anos e o áudio foi gravado em 2019, se tornando público nesta sexta — o que culminou com o afastamento do sacerdote. O assunto chegou a ser um dos mais comentados do Twiter.

Na época do acontecimento, o homem era noivo e o padre com o qual se envolveu celebrou o casamento dele com a esposa pouco tempo depois. Anos mais tarde, ela descobriu o caso e confrontou os dois, gravando o áudio no qual o padre confessa a relação.

Em nota, a Arquidiocese informou que o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, determinou o afastamento para que sejam "apurados os fatos e tomadas as devidas providências". Avisou também que só ficou ciente da situação após o vazamento do áudio.

"Também determinou que fosse aberta uma investigação prévia, conforme prescreve o Direito Canônico, para que sejam averiguadas as possíveis responsabilidades", explicou a nota.

Na gravação, a mulher diz que o caso entre os dois ocorreu entre 2010 e 2012 — antes do matrimônio.

O padre era presidente do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, função em que julgava denúncias contra outros padres e processos de nulidade de casamentos, por exemplo.

 

História ganha as redes sociais

Como mencionado acima, o áudio vazado nas redes sociais foi gravado pela esposa do homem que se envolveu com o padre. A gravação mostra o padre confessando o relacionamento na frente do casal. A história chegou a ficar entre aos assuntos mais comentados do Twitter.

Em um dos trechos da publicação, o sacerdote diz que o caso com o rapaz se tratou de uma "fraqueza grande" e que "se arrependeu muito".

A mulher questiona o fato dele, mesmo tendo tido um relacionamento com o noivo dela na época, ter aceitado celebrar o casamento. O padre responde que tinha um carinho pelo casal, o que é negado pela mulher.

O padre ainda comenta que depois desse caso nunca mais teve nenhum relacionamento. Fonte: https://g1.globo.com

PENTECOSTES: O SOPRO DIVINO

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Publicado em 04 junho 2022
  • solenidade de Pentecostes,
  • Pentecostes,
  • dom Leomar Antônio Brustolin,
  • Festa de Pentecostes,
  • Homilia de Pentecostes
  • Domingo de Pentecostes
  • Arcebispo de Santa Maria

Dom Leomar Antônio Brustolin

Arcebispo de Santa Maria (RS)

 

O Pentecostes é celebrado cinquenta dias depois da Páscoa. Essa festa cristã tem origem na liturgia dos judeus que celebravam a festa das colheitas. Era também chamada festa das semanas, pois acontecia sete semanas depois da Páscoa.  Os judeus comemoravam neste dia a entrega da Lei a Moisés no Monte Sinai, quando Deus fez uma Aliança com o Povo de Israel. Desde a criação, sua presença é atuante na obra de Deus. Na tradição israelita, o espírito de Deus é chamado de ruah, o vento ou sopro de Deus, o hálito de vida.   

 Para os cristãos, a festa recorda o dia em que povos diversos acolheram a mensagem de Cristo e se tornaram seus discípulos. São Lucas, ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, menciona a descida do Espírito Santo para expressar que o próprio Espírito passa a conduzir aqueles que aderiram aos ensinamentos de Cristo Ressuscitado.  

Após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, o livro dos Atos dos Apóstolos narra que seus discípulos ficaram repletos do Espírito e começaram a falar em outras línguas. Lucas vê nesse evento a restauração da unidade perdida em Babel, símbolo da missão universal dos apóstolos. O dom principal do Espírito é possibilitar que o Evangelho de Jesus seja compreendido por todos, cada um em seu idioma. Seu anúncio não fica restrito a um único povo, mas é destinado a todas as culturas, povos e línguas da Terra. O Espírito faz com que cada povo perceba que a Palavra de Deus é salvação e vida em plenitude.  

Crer no Espírito Santo é crer na terceira Pessoa da Santíssima Trindade que participa da mesma divindade do Pai e do Filho. Ele não é inferior em relação às duas Pessoas da Trindade, e igualmente é adorado e glorificado com o Pai e o Filho. 

O Espírito acompanha toda a vida de Jesus de Nazaré, e é enviado aos seus discípulos em Pentecostes, quando estão reunidos no Cenáculo. Ele está no início da Igreja e a acompanhará até ao fim dos tempos, onde acontecerá a consumação de toda a criação.  

A sua atuação na Igreja realiza os mesmos acontecimentos de salvação, ajuda e consolo que Jesus fez em sua vida: o dom de curar os doentes, perdoar os pecados, abençoar as pessoas. O Espírito Santo dá vida à Igreja, anima as iniciativas de evangelização e as ações de fazer o bem às pessoas. Sem o Espírito, a liturgia da Igreja seria apenas um ritualismo, sem nenhum sentido e sem valor de salvação. Nossa oração não passaria de um palavreado dito a ninguém, apenas uma forma de pensamento.  

O Espírito não faz Jesus ser apenas um nome a ser lembrado.  Ele faz Jesus ser uma presença real na vida da comunidade cristã. Sem Ele, Jesus teria ficado apenas como um bom exemplo do passado sem atualizar o “hoje” de sua salvação para todos os momentos da história. O Espírito Santo foi o último a ser revelado das três divinas pessoas, mas é o primeiro que desperta a fé nas pessoas e as conduz ao encontro com Jesus e o Pai. É na força do Espírito Santo que podemos reconhecer que Jesus é o Senhor e Salvador. Fonte: https://www.cnbb.org.br 

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