Olhar Jornalístico

Em nota, PT acusa Globo de incitar um novo golpe militar

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Publicado em 04 abril 2018
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O Partido dos Trabalhadores publicou na manhã desta quarta-feira (04) uma nota oficial acusando a Rede Globo de incentivar um novo golpe militar. Segundo a nota, a emissora quer “repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart.”

O documento assinado pela senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, pelo senador Lindbergh Farias, líder do partido no Senado, e pelo deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados condena a pressão da emissora contra o Habeas Corpus de Lula que será julgado hoje no Supremo Tribunal Federal.

Por fim, a nota conclama a realização de eleições livres e democráticas como a única saída para a crise política que o país vive desde fim das eleições de 2014. Sem os “vetos autoritários a Lula”. Leia a íntegra a seguir:

Nota do PT:

É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.

Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.

Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.

Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.

E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.

A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.

A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia.

Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.

A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.

Senadora Gleisi Hoffmann

Presidenta do Partido dos Trabalhadores

Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal

Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados

Fonte: www.esmaelmorais.com.br

Comandante do Exército cita ‘repúdio à impunidade’; ministro nega mensagem de uso de força

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Publicado em 04 abril 2018
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Declaração do general Villas Bôas ocorre na véspera de julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva


BRASÍLIA — O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, afirmou nesta terça-feira que a instituição "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade". A declaração foi realizada na véspera do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sua conta no Twitter, Villas Bôas disse que o Exército também defende o "respeito à Constituição, à paz social e à Democracia", e que a instituição "se mantém atenta às suas missões institucionais".

O general ainda destacou que, "nessa situação que vive o Brasil", é preciso questionar às instituições e ao povo quem "está pensando no bem do país" e "quem está preocupado apenas com interesses pessoais".

Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército confirmou que as postagens são de autoria do comandante e que elas revelam o que ele pensa sobre o momento do país.

O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, afirmou ao GLOBO que as publicaçõs do comandante do Exército foram no sentido contrário ao uso da força e que a população "pode ficar tranquila" em relação ao teor do que foi dito.

Luna disse ainda que não há, dentro do governo do presidente Michel Temer, qualquer sentimento de reprovação à iniciativa de Villas Boas.

– O general Villas Boas tem mostrado coerência, é uma marca de sua gestão. Ele tem preocupação com preceitos constitucionais. E valoriza nossas bases, que são os anseios do povo, o legado em termos de valores para as gerações futuras. A mensagem é que a população pode ficar tranquila, pois as instituições estão aqui. Não é uma mensagem de uso da força. É o contrário – afirmou o ministro interino da Defesa.

Segundo Luna, Villas Bôas "jamais faria algo diferente disso".

– Não há reprovação dentro do governo – afirmou.

Abaixo, a íntegra das mensagens de Villas Boas no Twitter, publicadas às 20h39m:

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?"

"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais."

GENERAIS DA ATIVA DO EXÉRCITO COMPARTILHAM MENSAGEM

Cerca de 40 minutos após o general publicar a mensagem em sua conta no Twitter, o ex-comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA) general Geraldo Miotto compartilhou o post de Villas Boas e comentou:

"Estamos juntos meu COMANDANTE!!! Na mesma trincheira firmes e fortes!!!! Brasil acima de tudo!!! Aço !!!", escreveu.

Após dois anos à frente do CMA, Miotto foi substituído, em março, por outro general do Exército, César Augusto Nardi de Souza. Segundo o G1, Miotto deverá assumir o Comando Militar do Sul (CMS).

O general José Luiz Dias Freitas, comandante do Comando Militar do Oeste (CMO), também compartilhou a mensagem de Villas Bôas. Ele diz que o comandante "expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas".


"Mais uma vez o Comandante do Exército expressa as preocupações e anseios dos cidadãos brasileiros que vestem fardas. Estamos juntos, Comandante", diz o comandante.

Nesta quarta-feira, o Alto Comando do Exército, formado por Vilas Bôas e os 16 generais quatro estrelas da Força, irá se reunir às 17h. O encontro estava agendado desde a semana passada e, segundo militares, deve discutir a conjuntura política. Fonte: https://oglobo.globo.com

HC de Lula: Comandante diz que Exército está 'atento' contra impunidade

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Publicado em 04 abril 2018
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Segundo ele, a corporação compartilha anseios do 'cidadão de bem'. O general Villas Boas usou as redes sociais para mandar o recado velado ao STF.

Na véspera da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus que pode evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comandante do Exército Brasileiro, general Villas Boas, usou as redes sociais para dizer que a corporação está atenta às suas “missões institucionais". 

 “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, postou o general . Apesar de ele não citar o habeas corpus de Lula, a fala soou como um recado velado ao STF.

O chefe do exército disse ainda que é preciso avaliar as instituições do país. “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, questionou.

Em cerca de uma hora, o post teve cerca de 6 mil curtidas e 3 mil compartilhamentos.

A declaração em um momento de total pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), que julga nesta quarta-feira (4) o habeas corpus de Lula. O petista foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF4) a 12 anos e um mês de prisão pelo caso do triplex no Guarujá.

Rodrigo Janot, ex-Procurador-Geral da República, lamentou a fala do general do Exército Brasileiro. Em sua página oficial no Twitter, Janot disse "Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente".  Fonte: https://www.em.com.br

Gleisi Hoffmann: “É escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF”

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Publicado em 04 abril 2018
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A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, denunciou na noite desta terça (3) a “escandalosa” pressão da Rede Globo sobre o STF na véspera do julgamento do habeas corpus para Lula. Em três tuítes, a petista resume o desespero da emissora dos Marinho:

“É escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF pra que seja negado o direito de Lula se defender em liberdade de uma condenação ilegal e injusta, sem provas, sem crime. Chegaram ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando ao julgamento um tuíte do comandante do Exército.”

“Assim como afirma o general Villas Boas, nós do PT defendemos o combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito ao papel das Forças Armadas. E o respeito à Constituição implica na garantia da presunção de inocência.”

“A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo Constitucional. E o faz agora para pressionar o Supremo. É o veneno da democracia!” Fonte: www.esmaelmorais.com.br

Papa Francisco telefona e conversa com mãe de Marielle Franco

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Publicado em 22 março 2018
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A Fundação detalhou que em um primeiro momento a filha de Marielle escreveu uma "afetuosa carta" a Francisco, que chegou ao pontífice através do argentino Gustavo Vera, amigo do papa desde que este era arcebispo de Buenos Aires

A Fundação detalhou que em um primeiro momento a filha de Marielle escreveu uma "afetuosa carta" a Francisco, que chegou ao pontífice através do argentino Gustavo Vera, amigo do papa desde que este era arcebispo de Buenos Aires.

Posteriormente, o papa tentou entrar em contato com Luyara Santos, filha de Marielle, mas finalmente falou com a mãe da vereadora através de uma ligação telefônica.

A vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça, no dia 14 de março, quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando criminosos emparelharam um veículo com o carro da vítima e dispararam nove vezes. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também morreu. Uma assessora que estava no carro sobreviveu.

Marielle Franco era carioca do Complexo da Maré, negra, feminista, mãe aos 19 anos. Socióloga pela PUC/RJ e mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Autora da dissertação “UPP – A redução da favela a três letras”. Marielle foi defensora de direitos humanos por 20 anos. Fonte: www.em.com.br

Papa Francisco ligou para mãe de Marielle Franco, diz irmã

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Publicado em 21 março 2018
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Pontífice telefonou momentos antes do ato ecumênico que homenageou a vereadora


RIO — Momentos antes da missa de sétimo dia para Marielle Franco (PSOL), o Papa Francisco ligou para a mãe da vereadora executada a tiros na semana passada. Segundo Anielle Franco, irmã de Marielle, a advogada Marinete Franco ficou muito emocionada com o telefonema, no qual o Pontífice expressou sua solidariedade à família e disse que está rezando por todos.

A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira, na Igreja Nossa Senhora do Parto, no Centro. De acordo com Anielle, a ligação de Francisco ocorreu momentos antes da missa.

— Ela ficou tão emocionada que não entendeu muito o que ele falou. Ela contou que o Papa disse o nome de Marielle, prestou solidariedade e disse que estava rezando pela família — contou a irmã da parlamentar morta n quarta-feira da semana passada, junto com seu motorista, Anderson Gomes.

Anielle contou ainda que chegou em casa tarde da passeata em homenagem a Marielle, ontem à noite, e que não tinha conversado com a mãe. Ela ficou sabendo da ligação após receber telefonemas de pessoas perguntando se era verdade.

— Não acreditei que ele tinha ligado. A primeira coisa que eu pensei é que era um boato, mas foi verdade e estamos todos muito emocionados com esse carinho — disse. Fonte: https://oglobo.globo.com

 

PSOL vai ao CNJ contra desembargadora que acusou Marielle de 'engajamento' com bandidos

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Publicado em 17 março 2018
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Partido também deve processar Marilia Castro Neves, que afirmou que a vereadora descumpriu 'compromissos' com facção criminosa

RIO — O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou que vai entrar com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Catros Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que afirmou na sexta-feira em uma rede social que Marielle Franco, vereadora executada aos 38 anos com dois tiros na cabeça, "estava engajada com bandidos" e "não era apenas uma lutadora". O vereador Tarcísio Motta disse que o partido também deve acionar a desembargadora

"De forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na 'narrativa' que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos", afirmou o partido em nota.

Segundo o PSOL, o texto está sendo preparado e deve ser protocolado no CNJ no início da semana. A desembargadora, no cargo desde 11 de dezembro de 2006, disse nas redes sociais que "a tal Marielle descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", que, segundo Marília, seriam do Comando Vermelho. Marielle, na avaliação da desembargadora, foi assassinada "por seu comportamento, ditado por seu engajamento político".

"Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro", escreveu. O PSOL ainda afirmou, em nota, que está estudando uma possível ação judicial contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), que compartilhou uma postagem com boatos que estão se espalhando nas redes sociais sobre Marielle Franco. Na posagem, Fraga faz acusações contra a vereadora.

"Conheçam o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex esposa do Marcinho VP, usuária de maconha, defensora de facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente 6 funcionários, mas quem a matou foi a PM", escreve em uma publicação do Twitter, que já foi retirada da plataforma.

O GLOBO está tentando entrar em contato com a desembaradora Marilia Castro Neves, mas ainda não obteve retorno.


CORRENTE CONTRA CALÚNIA E DIFAMAÇÃO

Tarcísio Motta disse que o partido, além de entrar com uma representação no CNJ, vai processar a desembargadora criminalmente pelas declarações sobre a vereadora Marielle Franco:

— É um enorme absurdo principalmete se tratando de uma desembargadora. Um desrespeito enorme com uma vereadora. Isso é fruto de um ódio que vem se espalhando, principalmente, nas redes sociais. Além disso, sobre essas calúnias e mentiras que estão circulando sobre a Marielle, bastava pesquisar um pouco para saber se trata de mentiras. É uma mistura de cretinismo e mentira. Não houve o mínimo de postura republicana que se espera de uma desembargadora, aliás de uma pessoas que estão em cargos públicos — disse. Tarcísio contou ainda que está sendo montado um grupo de advogados para garantir que qualquer calúnia e difamação contra Marielle sejam cobradas judicialmente.

Nas redes sociais, um movimento para identificar posts ofensivos contra a vereadora já está circulando. Um e-mail está sendo disponibilizado para que as pessoas enviem publicações com ofensas e calúnias sobre Marielle para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Fonte: https://oglobo.globo.com

"Malditas as armas que ferem e matam". A indignação e o apelo dos franciscanos

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Publicado em 17 março 2018
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  • Frei Fidêncio Vanboemmel,

 

“Passadas 20 horas da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes no Rio de Janeiro, a direção nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), permanecia em silêncio na tarde de quinta-feira (15) - em pleno transcurso da Campanha da Fraternidade dedicada ao tema da violência. Da mesma forma, mais de 24 horas depois da violência brutal da PM e da GCM que se abateu sobre servidoras e servidores municipais de São Paulo, a Arquidiocese da capital paulista permanecia silente”, constata Mauro Lopes, jornalista, em artigo publicado no blog, Caminho prá Casa, 16-03-2018.

Segundo o jornalista, "quem assumiu a frente da Igreja Católica no país, mais uma vez, foram os franciscanos. Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, líder da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, divulgou na manhã desta quinta (15) uma nota vigorosa, contra a execução de Marielle e o ataque em de São Paulo, expressando a “indignação e tristeza” dos franciscanos. “Malditas as armas que ferem e matam” é o título da nota. No texto, os franciscanos acrescentaram: “maldito o dinheiro que oprime ao invés de servir, malditas estruturas que roubam a humanidade das pessoas e as transformam em objetos usados de acordo com a conveniência de quem domina”.

Os franciscanos ressaltaram que as mulheres foram os alvos das agressões inomináveis, “dois fatos que tingiram de sangue esta fatídica quarta-feira, dia 14 de março, menos de uma semana após o Dia Internacional da Mulher. Duas mulheres, atacadas de forma covarde, que encarnam duas lutas profundamente sintonizadas com a proposta do Reino de Deus encarnada em Jesus Cristo.”

Sobre a violência contra a professora Luciana Xavier, que teve seu nariz quebrado por um policial e suas colegas servidoras e servidores de São Paulo agredidos dentro e nas imediações da Câmara Municipal, frei Vanboemmel escreveu: “Desejavam o diálogo e receberam bomba, gás e balas de borracha.”

Sobre Marielle Franco, indicou o motivo de sua morte: “vinha denunciando com frequência casos de abuso de autoridade e execução de jovens pobres e negros em diversas regiões do Rio de Janeiro.” [leia a íntegra da nota ao final]

Segundo o jornalista, “enquanto a Arquidiocese de São Paulo permanecia em silêncio diante dos ataques das tropas de Alckmin/Doria",  a  Arquidiocese do Rio divulgou uma "nota de solidariedade às vítimas e parentes".

"Diante da morte de tantas pessoas, dentre as quais a Vereadora Marielle Franco e seu motorista, o Sr. Anderson Pedro Gomes, torna-se ainda mais urgente reafirmar o valor da vida, desde a concepção até a morte natural. De fato, a violência é um mal que se multiplica incessantemente, toma inúmeras formas, penetra nos mais diversos ambientes e faz um número cada vez maior de vítimas", afirma a nota.

"Não deixemos - continua a nota - que, junto aos corpos sepultados, se enterrem igualmente nossa esperança e nosso empenho pela construção de mundo sem violência, fome, desemprego, corrupção, preconceito e tantas outras mazelas".

“Marielle foi, na juventude, catequista na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, na Maré, ao lado da irmã”, informa o jornalista Mauro Lopes.

 

Manifestações de indignação e compaixão

Houve outras manifestações de protesto e compaixão de setores da Igreja Católica, além dos franciscanos – mas foram poucas, até a metade da tarde desta quinta (15).

O grupo Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), da zona leste de São Pauloescreveu em sua nota: “Consternados e arrasados com o assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e com o motorista Anderson, nos movemos com todos os brasileiros indignados com a violência que atinge os mais pobres, sobretudo, a população negra. No Brasil sitiado pela violência, nos unimos ao povo da esperança que não teima em erguer a voz e denunciar e anunciar que outros mundos são possíveis.”

Leonardo Boff escreveu que Marielle e Anderson ”viraram semente de tantas e tantas outras Marielles e Anderson que brotarão no seio do povo que já não aceita a humilhação e o desprezo”.

Frei Betto, (o frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo), afirma que “os assassinatos da vereadora Marielle Franco, do PSOL, na noite de 14 de março, no Rio, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, equivalem ao do estudante Edson Luis, no Calabouço, em 28 de março de 1968. Este representou o desmascaramento da ditadura militar e de sua natureza cruel, sacramentada pelo AI-5, a 13 de dezembro de 1968.” Para ele, “os tiros que ceifaram a vida de Marielle atingem todos nós que lutamos para que, nas palavras de Jesus (João 10, 10), ‘todos tenham vida e vida em plenitude’. A morte dos mártires comprova que em vão a injustiça busca predominar sobre a justiça. Gandhi, Luther King, Chico Mendes são apenas alguns exemplos de como os mortos comandam os vivos.”

Padre José Oscar Beozzo, coordenador-geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular/CESEEP, também manifestou-se com “profunda dor e indignação” diante das mortes. E reafirmou o “compromisso com pessoas, movimentos e instituições dedicadas a construir uma sociedade mais justa, único caminho para se superar a violência, na construção da paz”.

A SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião), entidade que reúne os teólogos, teólogas e cientistas da religião do país, divulgou uma nota no fim da tarde desta quinta, assinada por seu presidente, Cesar Kuzma, e demais diretores. No texto, afirmam que a execução “foi mais uma tentativa de calar a voz daqueles e daquelas que lutam pela justiça e pela busca de direitos, que trazem como causa a defesa dos mais pobres e vulneráveis, em especial, na causa de Marielle, a luta pela defesa e dignidade de homens e mulheres negros, na maioria jovens, vítimas da violência e da exclusão construídas pela sociedade e sistema vigentes”. E exigem “das autoridades competentes a total investigação e apuração dos fatos”.

O reitor da PUC-RJ, o sacerdote jesuíta Josafá Carlos de Siqueira, também manifestou-se com “sentimento de pesar pelo brutal assassinato da ex-aluna de Ciências Sociais, a Vereadora Marielle Franco, defensora dos direitos humanos dos pobres e marginalizados de nossa cidade”. Além dele, vice-reitores decanos e diretores também divulgaram notas. Marielle foi aluna da instituição.

 

Eis a íntegra da nota dos franciscanos

Malditas as armas que ferem e matam

 

Nossa vocação primeira enquanto franciscanos é “seguir os passos de Cristo ao modo de Francisco”. São cristalinamente manifestos na Sagrada Escritura, o respeito, o carinho, a dileção e a confiança que Jesus depositava na figura das mulheres. Desde Maria, sua Mãe, passando por Marta e Maria, grandes amigas, as muitas mulheres que ele curou e libertou, inclusive Maria Madalena, sua discípula, o Mestre sempre soube valorizar e promover a participação feminina na Missão Evangelizadora por Ele proposta e apresentada.

Diante deste direcionamento que o próprio Senhor nos apresenta, não poderia deixar de manifestar, em nome de todos os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, minha indignação e tristeza diante de dois fatos que tingiram de sangue esta fatídica quarta-feira, dia 14 de março, menos de uma semana após o Dia Internacional da Mulher. Duas mulheres, atacadas de forma covarde, que encarnam duas lutas profundamente sintonizadas com a proposta do Reino de Deus encarnada em Jesus Cristo.

A primeira, Luciana Xavier, Professora da Rede Municipal de São Paulo há 14 anos, teve o nariz fraturado durante uma confusão na Câmara Municipal, onde a Guarda Civil Metropolitana agiu com truculência contra um grande grupo de professores. Eles estavam ali para manifestar seu descontentamento em relação à Reforma da Previdência Municipal que, aos moldes da Reforma Nacional, corta benefícios e aumenta a taxação e o número de anos de trabalho para aqueles que já recebem pouco para sobreviver. Desejavam o diálogo e receberam bomba, gás e balas de borracha.

A segunda, Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, morta a tiros na Região Central da capital fluminense. De acordo com os jornais, a principal linha de investigação aponta para o crime de execução. Marielle foi morta às 21h30, quando voltava de um evento sobre o protagonismo das jovens mulheres negras. Ela tinha 38 anos, foi a quinta vereadora mais votada no Rio nas eleições de 2016, formou-se pela PUC-Rio e destacava-se pelo firme engajamento nas causas sociais e na defesa dos direitos humanos. Em suas redes sociais vinha denunciando com frequência casos de abuso de autoridade e execução de jovens pobres e negros em diversas regiões do Rio de Janeiro.

Que estas barbáries, sinais de uma sociedade doente e cega por conta de interesses egoístas e antievangélicos, nos ajudem a renovar nosso compromisso cristão e franciscano no engajamento firme e comprometido pela superação da violência. Que o Senhor da Vida nos livre de toda tentação ao revanchismo e ao combate da violência com mais violência: malditas as armas que ferem e matam, maldito o dinheiro que oprime ao invés de servir, malditas estruturas que roubam a humanidade das pessoas e as transformam em objetos usados de acordo com a conveniência de quem domina.

Que Deus ilumine nossos passos e inspire nossas ações, hoje e sempre.

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM, ministro provincial

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Mônica Bergamo: Marielle estava revisando texto no celular quando foi morta

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Publicado em 17 março 2018
  • Mônica Bérgamo,
  • BandNews FM,
  • vereadora Marielle Franco do PSOL,
  • PSOL,

A vereadora estava ao lado da assessora escrevendo um artigo para um jornal

Fontes ligadas à Polícia Civil afirmam que uma das testemunhas disse, em depoimento, que um segundo carro deu cobertura aos assassinos da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista dela Anderson Gomes. No entanto, a informação não foi confirmada oficialmente pela Polícia Civil.  O carro em que a parlamentar estava foi seguido por cerca de quatro quilômetros antes de ser atingido por pelo menos nove tiros.

Segundo a jornalista e colunista da BandNews FM, Mônica Bergamo, a assessora que também estava no veículo e foi ferida por estilhaços, contou que Marielle estava revisando um texto no celular quando foi morta, na noite da última quarta-feira (14).

A testemunha, que pode ser incluída do programa de proteção, disse em depoimento que não percebeu o que ocorria na hora em que os tiros foram disparados. O Disque Denúncia recebeu pelo menos 10 notificações sobre o crime. A Polícia Civil conta com o apoio da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência e das Forças Armadas para investigar o crime. Fonte: http://bandnewsfmrio.band.uol.com.br

Somos todos Marielle: Um dia depois

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Publicado em 16 março 2018
  • Marielle Franco é morta a tiros no Centro do Rio,
  • Somos todos Marielle,

Agentes apuram a participação de segundo carro em crime contra vereadora e motorista

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Publicado em 16 março 2018
  • a morte da vereadora Marielle Franco,
  • Anderson Pedro Gomes,

Polícia já sabe que os disparos foram efetuados por arma de calibre 9mm

RIO — Agentes da Polícia Civil apuram se houve a participação de um segundo veículo no crime que terminou com a morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Pedro Gomes. As informações são do Portal G1, da Rede Globo. Este automóvel teria dado cobertura, por cerca de duas horas, aos assassinos, na porta do local onde ocorria um evento direcionado a jovens mulheres negras, na Lapa, que contava com a participação da parlamentar.

A polícia já sabe que os disparos que resultaram na morte da vereadora e do motorista na noite desta quarta-feira, no bairro do Estácio, foram efetuados por arma de calibre 9mm. Todos foram feitos no lado direito do automóvel.

De acordo com a perícia, os tiros foram feitos por pelo menos um atirador experiente. As primeiras marcas de tiros indicam que os disparos começaram a ser feitos quando o veículo dos criminosos ainda se alinhava ao de Marielle. Isso porque a perfuração do projétil no veículo é diagonal.

Ainda de acorco com a perícia, a medida que o carro dos bandidos começou a ficar exatamente ao lado do Chevrolet Agile branco da vítima, as marcas de tiros se tornaram mais frontais — e certeiras. Ao todo, foram feitos ao menos nove disparos.

Duas testemunhas já prestaram depoimento. Uma delas foi a assessora da parlamentar que sobreviveu ao ataque. Ela ficou ferida por estilhaços e foi ouvida pela polícia por quase cinco horas na Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.

O cortejo com o corpo de Marielle chegou ao Caju por volta das 17h, após ser velado na Câmara Municipal do Rio junto com o corpo do motorista Anderson Pedro Gomes, que foi enterrado no cemitério de Inhaúma. Os caixões deixaram a Câmara Municipal sob aplausos e com grande comoção do público, que lotou a Cinelândia. Milhares de pessoas lotaram a praça no Centro do Rio. Fonte: https://oglobo.globo.com

CHEGA O CORPO DA VEREADORA MARIELLE NA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO.

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Publicado em 15 março 2018
  • Velório de Marielle,
  • Velório da Vereadora no Rio,

Somos todos Marielle-01

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Publicado em 15 março 2018
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Somos todos Marielle

O assassinato a tiros da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, é um crime que nos atinge a todos. Mulher, negra, “cria da favela”, mãe, militante dos direitos humanos e do progresso social, os tiros que tiraram sua vida atingiram o coração da democracia e da luta contra a intolerância disseminada pelo país. Atingiram a todos os que lutam contra o arbítrio e a ilegalidade.

Marielle foi executada exatamente devido a sua luta pelos direitos de todos. Sua coragem, seu rosto alegre e risonho, são o retrato dos brasileiros que lutam contra o arbítrio. Contra a injustiça e a ilegalidade. Militante histórica, apesar de jovem (tinha 38 anos), pela igualdade, estava em plena campanha de denúncias contra a violência policial no Acari, no Rio de Janeiro, e multiplicava as denúncias contra a ação de policiais militares que afligem a comunidade, e também contra a intervenção federal no Rio de Janeiro.
O crime hediondo cometido no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (14), não pode ser ignorado por ninguém; a consciência democrática e legalista exige que seja rigorosamente apurado e punido.

Seu exemplo de luta e abnegação nos inspira a todos e enfatiza a obrigação de prosseguir na luta, em manter a bandeira em pé.

Os tiros que tiraram sua vida marcaram com seu sangue lutador a bandeira da resistência democrática. O fio de seu sangue destemido e corajoso marca a luta democrática. Marca de vermelho, a cor dos que lutam pelo povo e pela democracia. Sangue que se junta ao de inúmeros lutadores cujas mortes são denunciadas com frequência. Até quando cidadania será tratada a bala? Marielle e o motorista Anderson Pedro Gomes são as vítimas mais recentes da sanha intolerante que se espalha pelo país. Até quando? 
“Somos todos Marielle, parem de nos matar”. Fonte: http://vermelho.org.br

AO VIVO-Marielle Franco, (PSOL-RJ): Ainda é possível sonhar. (8h 25min)

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Publicado em 15 março 2018
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VIOLÊNCIA NO RIO: Vereadora do PSOL, Marielle Franco é morta a tiros no Centro do Rio

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Publicado em 15 março 2018
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De acordo com a polícia, ela foi baleada na rua Joaquim Palhares. Ela voltava de um evento na Lapa.

A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares, Região Central do Rio, na noite desta quarta-feira (14). Segundo a GloboNews, fontes da polícia dizem que todos os indícios, até o momento, indicam que o crime não se trata de um assalto.

De acordo com policiais do 4° BPM (São Cristóvão), ela foi baleada dentro de um carro. Ela e um motorista morreram no local. O caso já está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH).

Por volta das 22h15, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) estava indo para o local. Segundo Freixo, havia uma terceira pessoa no carro, a assessora Fernanda Chaves, que trabalha no gabinete da vereadora. A informação foi confirmada pelo delegado Fábio Cardoso.

Fernanda não foi atingida pelos tiros, somente por estilhaços. A sobrevivente foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

Segundo as primeiras informações da PM, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Eles fugiram sem levar nada. "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"

Uma dia antes de ser assassinada, Marielle reclamou da violência na cidade no Twitter. No post, ela questiona a ação da Polícia Militar. "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"

Na mesma rede social, Marielle chamou o 41° BPM de "Batalhão da morte", no sábado (10) "O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens", escreveu ela.

"A gente está muito abalado, assustado, surpreso. Saí agora da Alerj e soube da notícia (da morte da Marielle). O (Marcelo) Freixo foi o primeiro a ir para lá. Não tem como falar (sobre execução), seria especulação, mas é claro que o sentimento é esse. Mas é cedo para falar. A Marielle sempre foi muito combativa, trabalhou nos direitos humanos com o Freixo e sempre deu voz às pessoas atacadas pelas forças", disse o deputado estadual Wanderson Nogueira.

Marielle se apresentava como "cria da Maré" e foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 com 46.502 votos.

Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo. Fonte: https://g1.globo.com

ONDE ESTÁ O EXÉRCITO?

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Publicado em 08 março 2018
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INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO: Igrejas cristãs preocupadas com a intervenção federal de natureza militar no Rio de Janeiro

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Publicado em 06 março 2018
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O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC publicou nota sobre a intervenção federal de natureza militar no Rio de Janeiro em seu portal, 02-03-2018. 

Eis a nota.

“Ai dos que decretam leis injustas,
dos que escrevem leis de opressão,
para negarem justiça aos pobres,
para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo...” (Isaías 10:1-2a)


Estamos acompanhando com atenção os desdobramentos da intervenção federal de natureza militar decretada no Rio de Janeiro, no dia 16 de fevereiro de 2018.
Compreendemos que é tarefa do Estado brasileiro e seus dirigentes preocuparem-se com políticas públicas voltadas para a redução da violência, que apresenta números alarmantes no país.

O combate à corrupção na polícia e o esforço para superá-la é outra intencionalidade legítima do Estado brasileiro.

No entanto, o que nos preocupa e provoca interrogações é a forma não planejada e não dialogada com que esta intervenção foi decretada. 

A Nota Técnica do Ministério Público Federal emitida em 20/02/2018 destaca que a intervenção é um mecanismo do federalismo e tem amparo na Constituição Federal. De igual modo, ressalta que uma intervenção federal precisa ser sujeitada, desde a sua elaboração até a sua execução, ao controle político, social e judicial. Não é o que se observa no Decreto 9.288/2018. Soma-se a isso, o fato de que as medidas e a maneira como a intervenção irá ocorrer são ambíguas e carecem de maior detalhamento. A Nota Técnica especifica que a intervenção federal no poder executivo estadual é, por definição constitucional, de caráter civil. Não cabe, portanto, instituir via decreto uma intervenção militar.
Ressalvadas as questões de ordem jurídica, o que muito nos preocupa é o fato de que a intervenção militar está voltada para os morros e periferias do Rio de Janeiro, dando-se a entender que o crime organizado, pessoas em conflito com a lei e o tráfico de drogas são realidades presentes apenas junto à população de baixa renda. A pobreza não é crime e também não induz ao crime. O crime organizado é resultado de teias que possuem variáveis amplas e complexas. Os donos do tráfico não moram nas favelas. Deste modo, construir uma estratégia de enfrentamento à violência e ao tráfico de drogas ou de armas tendo como base o recorte geográfico das comunidades pobres, nos parece uma dissimulação. Tal artifício pode criar a impressão de uma segurança aparente e temporária, mas não resolve a questão da violência, do crime organizado, do tráfico, nem da corrupção policial. A intervenção que resolve a questão da violência em comunidades pobres é a social, uma vez que a pobreza é resultado da ineficiência de políticas de redução da miséria, da ausência de educação e trabalho, da falta de investimento na urbanização das favelas e comunidade periféricas.


O marco geográfico da intervenção federal de caráter militar no Rio de Janeiro reflete o racismo institucional dos órgãos de segurança. A população negra e pobre é a que mais tem sido alvo da ação violenta da polícia. Resultado do racismo nunca superado. A intervenção militar tem abordado preferencialmente pessoas negras, como se uma pessoa, pelo fato de ser negra, automaticamente esteja envolvida no mundo do crime. 

Sabemos por experiências históricas que ações autoritárias, não dialogadas, não conduzem à resolução da realidade de violência. Um país economicamente desigual, com baixos níveis de educação, com dificuldade de acesso à saúde, entre outras questões, necessita de transformações estruturais e não da criminalização da pobreza.

Há tempos a sociedade civil cobra do Estado um Plano Nacional de Segurança Pública que considere, entre outras questões, a desmilitarização da polícia, melhor capacitação dos profissionais da segurança pública, condições mais adequadas de trabalho, redução das desigualdades, respeito e cumprimento dos direitos humanos, política de desencarceramento, desarmamento da população civil, entre outras questões. Lamentamos que este Plano é ignorado e que a sociedade civil não tem sido chamada para dialogar sobre a violência e suas resoluções.

Ao contrário, as propostas em curso seguem outro itinerário. Um exemplo são as mudanças nas regras de controle de porte de armas nas residências, local de trabalho, caso a pessoa portadora da arma seja dona do estabelecimento ou em propriedades rurais. Essas alterações são contraditórias com as ações que têm como objetivo a redução da violência, como é o caso do Estatuto do Desarmamento, defendido pela sociedade civil. 

Cabe-nos destacar a dúvida em relação ao risco de outros estados sofrerem a intervenção militar, considerando que até o momento a população brasileira não foi devidamente informada das intencionalidades reais deste Plano. Não menos importantes são os altos custos de uma operação desta natureza, em um período em que se tem cortado recursos para a educação e a saúde, além de outras políticas públicas relevantes para se garantir um mínimo de dignidade à população de baixa renda.

Neste tempo de quaresma é difícil ignorar a imagem que melhor caracteriza esta intervenção: militares armados revistando crianças pobres e negras na porta das escolas. 
O que esperar do futuro?

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC. Fonte: http://www.ihu.unisinos.

POLÍTICA: Reitor da UFPR confirma exoneração do juiz Sérgio Moro

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Publicado em 05 março 2018
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O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, confirmou nesta segunda (5) que o juiz federal Sérgio Moro, da lava jato, pediu exoneração do cargo de professor de Processo Penal.

O jornalista Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, revelou em primeira mão que Moro apresentou uma requisição formal nesta segunda, dia 5.

“Não é preciso declinar a razão no documento”, escreveu o jornalista.

A exoneração de Sérgio Moro aumentam as especulações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso e, ato contínuo, mudança do magistrado da lava jato para os Estados Unidos. Fonte: www.esmaelmorais.com.br

Na Bolívia, prefeito é amarrado e humilhado por não cumprir promessas

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Publicado em 01 março 2018
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A imagem era desoladora: Javier Delgado aparece sentado, com os pés presos em uma armadilha de madeira comum no interior da Bolívia. Rodeado de cachorros vira-latas, ele fuma um cigarro e é observado por alguns habitantes da pequena cidade de San Buenaventura, de 8 mil habitantes, nos arredores de La Paz.

Javier Delgado, prefeito da cidade de San Buenaventura, de 8 mil habitantes, nos arredores de La Paz, ficou uma hora preso em uma armadilha de madeira porque teria mentido

Por que prenderam os pés do pobre coitado? Porque ele mentiu. Delgado é o prefeito de San Buenaventura e ficou amarrado por quase uma hora porque não cumpriu promessas de campanha.

Não foi a primeira vez que ele sofreu esse tipo de punição incomum, que obedece a antigos costumes locais. Foi a terceira, em apenas dois anos de governo. Ele nega ter feito alguma coisa de errado e se diz perseguido pelos madeireiros endinheirados da cidade, que estariam espalhando “boatos”.

“Foi tudo uma confusão provocada por pessoas que espalharam mentiras com o intuito de revogar meu mandato”, disse o prefeito ao diário El Deber. “Não consegui me defender. O castigo foi definido rapidamente. Só consegui explicar depois.”

Delgado pertencia ao Movimento ao Socialismo (MAS), do presidente Evo Morales, mas rompeu com o grupo nas últimas eleições. Ele foi reeleito após ter criado um pequeno partido dissidente da legenda governista. Questionado se pretende tomar ações legais contra o castigo, ele disse que não. “Não é culpa da população. É culpa das pessoas que perderam o poder que sempre tiveram.” Fonte: https://istoe.com.br

Eleições 2018: criar e propagar boatos é crime?

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Publicado em 27 fevereiro 2018
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Justiça Eleitoral e parlamentares propõem iniciativas para combater informações falsas que podem comprometer o debate. Veja dicas para identificar (e não compartilhar) fake news.

Por Roney Domingos, G1

As notícias falsas são apontadas como um dos principais desafios das eleições de 2018. Como conter os boatos na web?

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) montou um conselho consultivo para estudar soluções para o problema. O conselho é composto por representantes do Ministério da Justiça, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Safernet e Fundação Getúlio Vargas.

Para o ministro Luiz Fux, que assumiu a presidência do TSE, o combate às noticias falsas é prioridade. Em entrevista ao Fantástico, ele diz que o TSE vai agir. "O TSE não pretende assistir passivamente o cometimento desses ilícitos. O TSE criou um grupo de inteligência formado por uma elite da inteligência da Abin, do Exército. A todos aqueles que pretendem usar as fake news para obtenção de um resultado político ilícito, que coloquem suas barbas de molho."

Entidades que defendem a liberdade de expressão temem que a ideia de combate às fake news acabe dando espaço para a censura, o quem também consideram um risco para a democracia.

O TSE diz que a função do conselho é "desenvolver pesquisas e estudos sobre as regras eleitorais e a influência da internet nas eleições, em especial o risco das fake news e o uso de robôs na disseminação das informações, além de opinar sobre as matérias que lhe sejam submetidas pela presidência do TSE e propor ações e metas voltadas ao aperfeiçoamento das normas".

Deputados e senadores propõem tornar crime a criação e disseminação de notícias falsas. Tramita no Senado o projeto de lei 473/2017, do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que prevê prisão de seis meses a três anos e multa para quem divulga notícia que sabe ser falsa e que possa distorcer, alterar ou corromper a verdade.

A justificativa do projeto diz que, quando a vítima pode ser identificada, a divulgação de fake news, via de regra, configura crime contra a honra (calúnia, injúria ou difamação). No entanto, aponta que há situações em que a lei penal não prevê qualquer tipo de punição para os casos em que a notícia falsa prejudica o direito da população de receber informações verdadeiras e não corrompidas. A ideia, segundo ele, é criar um tipo penal que, em linhas gerais, pune a divulgação de notícia falsa que atinge interesse público relevante, prevendo pena mais grave para a divulgação feita pela internet e uma causa de aumento de pena quando o agente visa a obtenção de vantagem, para si ou para outro.

A Câmara dos Deputados também analisa o projeto de lei 6812/17, do deputado federal Luiz Carlos Hauly, que torna crime a divulgação ou compartilhamento na internet de "notícia que seja falsa ou prejudicialmente incompleta", sob pena de detenção de dois a oito meses e pagamento de 1,5 mil a 4 mil dias-multa.

Já o deputado Jorge Côrte Real (PTB-PE) propõe no PL 8592/2017 detenção de um a dois anos para quem divulgar ou compartilhar, por qualquer meio de comunicação social, informação falsa.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) propõe no PL9554/2018 teor semelhante ao da proposta de Ciro Nogueira, mas o tempo de prisão pode chegar a até seis anos e meio. Francisco Floriano (DEM/RJ) propõe no PL9533/2018 aplicar em dobro a pena prevista na lei 7170/1983 (que define os crimes contra a segurança nacional) quando a disseminação de fake news for realizada por meio de redes sociais.

Como é hoje

Mestre em direito pela Universidade de Harvard, doutor em direito pela Universidade de São Paulo e ex-integrante do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, o advogado Ronaldo Lemos diz que não existe nenhum tipo penal que trate da punição a quem cria boatos no Brasil.

"Em outras palavras, não é crime criar boatos", diz. Ele aponta, entretanto, que a criação e disseminação de boatos ou notícias falsas pode ser enquadrada atualmente como crime contra a honra.

"A criação e disseminação de boatos pode configurar um dos crimes contra a honra, quais sejam, calúnia, injúria ou difamação. Isso dependerá do conteúdo do boato e sempre da avaliação do juiz. Nesse sentido, vale notar que há boatos inofensivos, que podem não se configurar como crimes (por exemplo, espalhar que uma celebridade está namorando uma pessoa etc)."

No Código Penal brasileiro, essas implicações legais ligadas a boatos se enquadram nos chamados crimes de honra:

Calúnia: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.

Difamação: Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Pena: detenção de três meses a um ano e multa.

Injúria: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Pena: detenção de um a seis meses e multa.

Os três crimes têm penas semelhantes, mas toda detenção menor que 4 anos é convertida em cesta básica e outros serviços.

Visiting scholar e professor na Universidade de Princeton, Oxford, Columbia, UERJ e MIT Media Lab, Lemos diz que a legislação eleitoral brasileira já é suficiente para coibir notícias falsas nas eleições de 2018.

"É uma das mais restritivas entre os países democráticos. O juiz eleitoral já conta com amplos poderes para remover conteúdos, inclusive para além dos limites da calúnia, injúria e difamação. Esses amplos poderes têm inclusive gerado preocupações e manifestações contra a prática de censura prévia. O próprio Conselho de Comunicação do Congresso Nacional já se manifestou nesse sentido. A lei brasileira não precisa de qualquer modificação para lidar com o tema", diz.

Uma das armas para combater as notícias falsas é apontar como identificá-las.

Como identificar uma notícia falsa

1 - Você conhece o site da notícia?

Você conhece o site? Sabe que tem uma equipe responsável por ele? Segundo material produzido pelo Instituto Poynter, entidade americana que analisa e estuda a imprensa, quando você acessa um site, a primeira coisa que deve fazer é verificar onde está e quem está por trás das páginas que está lendo. Se não conseguir encontrar nenhuma informação sobre o autor ou nenhuma seção que explique o que é o site, é melhor ficar atento.

"É importante prestar atenção na página para saber que tipo de site é aquele e pensar se já leu coisas sobre aquela publicação", diz Fabio Goveia, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo. "Às vezes, são sites que espelham o jornalismo, copiam nome e tipo de página de sites grandes, como o próprio G1, mas é um jornalismo fake news, um jornalismo de paródia, e a pessoa compartilha como se fosse verdade."

É o caso também de sites de humor, que usam a estética e a linguagem jornalísticas para brincar com as informações. O problema é que um leitor não atento pode acreditar e compartilhar o humor como sendo verdade.

Pablo Ortellado, do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso a Informação da Universidade de São Paulo (USP), afirma que deve-se olhar para o histórico do veículo com uma perspectiva "não política". "Numa situação polarizada, as pessoas acreditam em qualquer coisa que confirme sua opinião."

2 - Dá pra saber de quando é a notícia?

Geralmente, notícias falsas não indicam quando o fato narrado aconteceu - se nesta semana, se neste ano, se há dez anos. Por isso, é muito fácil que boatos antigos voltem a circular nas redes de tempos em tempos. Como não há indicação de tempo, aquela “notícia” pode sempre ser atual. Por isso, veja se a notícia é datada de alguma forma. Caso o texto tenha uma data de publicação, busque por ela - pode ser que aquele link seja antigo.

Muitas vezes, uma notícia de anos antes viraliza em um momento específico. Foi o que aconteceu há uns anos com uma notícia verdadeira sobre o cancelamento do Enem. Um link de uma reportagem sobre o assunto foi difundido às vésperas do Enem de 2012, provocando pânico nos candidatos. Só que o link era de uma notícia de 2009, quando o Enem foi adiado para todos os inscritos após a notícia do furto de provas. O caso foi parar na Polícia Federal, e o Ministério da Educação convocou uma coletiva para desmentir o cancelamento.

3 - A notícia é assinada? Por quem?

Não, você não precisa conhecer todos os jornalistas do mundo pelo nome. Mas, segundo especialistas, a maioria das notícias falsas compartilhadas nas redes sociais não tem um autor identificado - principalmente quando são apenas textos repassados por Whatsapp e não estão hospedados em sites.

Em outros casos, os textos são “assinados” por personalidades conhecidas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou o jornalista Arnaldo Jabor. Nesses casos, é importante ligar o “desconfiômetro”: é muito fácil escrever uma mensagem de cunho político, colocar que o autor é alguém conhecido e repassar no Whatsapp. Caso aquela mensagem seja verdadeira, uma rápida busca online pode levar rapidamente a sites repercutindo as informações. Caso a busca não traga nada claro, tudo indica que é mentira.

4 - Você consegue identificar a fonte das informações?

Pode até ser que a notícia esteja datada e assinada, mas as informações do texto são creditadas a alguém? "Esse texto está citando um documento? Ele cita uma fonte? Fez uma entrevista com um dono de empresa, com um porta-voz do governo? Ou é apenas uma afirmação forte, sem nenhum embasamento? É apenas a voz de quem está relatando aquela notícia?", elenca Ortellado.

Caso seja difícil identificar a fonte das informações, você já tem outro sinal amarelo de que aquela notícia pode ser falsa. É fácil inventar um texto e não ter que deixar claro para o seu leitor de onde ele veio. Isso possibilita que as pessoas escrevam qualquer coisa, já que não precisam provar nada para ninguém.

Em muitos casos, porém, órgãos e nomes bastante conhecidos são usados para dar credibilidade à informação. Correntes de e-mail e do WhatsApp circulam frequentemente com a assinatura completa de um médico, um funcionário público ou outro especialista. Se a suposta fonte de informação é um órgão público, basta encontrar o site oficial e checar as últimas notícias – a maior parte deles mantém assessorias de imprensa dedicadas a publicar esse tipo de comunicado.

Também é possível fazer uma busca online do nome da pessoa que assina a informação, o que pode levar a desmentidos. Caso isso não aconteça, será possível comprovar, com a busca, se a pessoa efetivamente existe, se trabalha na empresa envolvida, entre outras informações.

5 - A notícia é “bombástica”?

Aqui entra a questão de bom senso: se uma notícia parecer, à primeira vista, “inacreditável”, talvez seja justamente porque ela não existe. Segundo especialistas, em geral, quem tenta enganar os leitores escolhe exagerar ou inventar eventos absurdos para mexer com a emoção do público, principalmente quando as opiniões estão polarizadas.

A tendência é que as pessoas aceitem como verdade até informações flagrantemente falsas porque elas estão de acordo com o que acreditam. Por isso, segundo Ortellado, vale pensar duas vezes e dar uma busca na internet para ver se a mesma notícia está sendo repercutida em outros lugares.

Um exemplo dado por ele é a morte de Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que cuidava dos casos da Operação Lava Jato e que sofreu um acidente de avião em Paraty (RJ). Pouco depois do acidente, os boatos já começaram a circular. “Se alguém tivesse descoberto realmente que um sargento da Aeronáutica tinha dado instruções falsas para o avião do Teori, isso estaria em todos os veículos”, explica Ortellado. “Se não está, é um forte indício de que essa notícia não foi verificada: ou ela é falsa, ou é um boato.”

Também é comum que notícias falsas usem recursos para parecer ainda mais "bombásticas", como colocar o título em caixa alta. Segundo o Instituto Poynter, esse recurso costuma ser usado por caça-cliques - ou seja, pessoas que tentam chamar a atenção para conseguir cliques do leitor.

Dica bônus: Eu penso, logo compartilho

Por fim, mas não menos importante, os especialistas destacam a importância de exercitar o senso crítico e tentar deixar de lado a ansiedade que o rápido compartilhamento das notícias nas redes sociais traz. "As pessoas tendem a compartilhar essas informações como se estivessem fazendo uma coisa muito boa, protegendo seus familiares e seus amigos. E nesse afã de querer compartilhar logo, de ser o primeiro a passar aquela notícia, a pessoa acaba dando mais munição para quem está por trás [dessas publicações falsas]", diz Goveia.

Segundo ele, ironicamente, essa cultura da velocidade vem do próprio jornalismo , pois a forma atual de repassar informações do setor é tão objetiva que as pessoas buscam sempre essa objetividade e essa rapidez. "Assim como no jornalismo, agora toda a sociedade tem essa relação com a notícia, de que é quente, rápida. Além disso, o breaking news é mais simples, então as pessoas conseguem reproduzir com facilidade. Por isso, tanto para o jornalismo como para o leitor, essa preocupação de observar outros elementos além daqueles que costuma ter na mão, no celular, tem que estar presente."

O senso crítico também vale para o teor das notícias. Em uma época em que as opiniões políticas estão tão polarizadas, é mais fácil cair nas notícias falsas sobre políticos que circulam pela internet, já que as pessoas já estão predispostas a acreditar em certas coisas.

"As pessoas acabam vivendo em uma bolha, isoladas em um grupo que só fala de um partido A ou de um partido B. Isso acaba impedindo que elas tenham acesso a informações contraditórias. Como a pessoa já está predisposta a ter uma opinião, a corrente [de informações falsas] funciona como um reforço do que ela acredita. Por isso, acaba circulando mais forte", diz Goveia. Fonte: https://g1.globo.com

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