8 de Setembro: Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus
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Natividade de Nossa Senhora, o nascimento da Mãe de Deus

Origens
A Natividade da Virgem Maria é uma das festas marianas mais antigas. Imagina-se que a sua origem esteja ligada à festa da dedicação de uma igreja a Maria. Segundo a tradição, era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. É localizada em Jerusalém, construída no século IV: a basílica de Santa Ana, é onde nasceu a Virgem. Em Roma, esta festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (†8 de setembro de 701).
A Natividade
A Igreja católica não costuma celebrar o dia de nascimento dos santos, mas de sua morte. Há, contudo, três celebrações de nascimento: de Jesus Cristo (Natal); de São João Batista (ainda no ventre de Isabel, manifestou-se diante da proximidade de Maria, que esperava Jesus e fora visitar sua parente); e o da própria Virgem Santíssima.
A Tradição
Nos Evangelhos não encontramos citações sobre esta festa, tampouco os nomes dos pais de Maria. Só há referências a Virgem Maria quando se trata de ressaltar algum fato que diga respeito ao Salvador. A Palavra de Deus nos mostra, mesmo que de forma discreta, a presença de Maria Santíssima nos momentos centrais da História da Salvação, como na encarnação, a inauguração do ministério de Cristo, a crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros eventos.
Contudo, os Evangelhos não nos dão informações a respeito da família de Maria, de sua infância, de sua formação, de seu temperamento, de seu aspecto físico entre outras características. Mas a tradição faz menção no Protoevangelho de Tiago, apócrifo escrito no século II. Entretanto, o acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.
Relevância da Festividade
A maravilha deste nascimento não está no que os apócrifos narram com grande detalhe e engenhosidade. Está no significativo passo em frente que Deus leva na realização do seu eterno desígnio de amor. Por isso, a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres, que se basearam em seu conhecimento da Bíblia e em sua sensibilidade poética e ardor
O Exemplo é Maria
Maria é uma mulher que deve ser imitada pela sua confiança, mormente nos momentos mais obscuros da vida do seu Filho Jesus. Isso e muitas outras coisas explicam o fato do Povo de Deus recorrer a Ela para encontrar refúgio, conforto, ajuda e proteção.
A Igreja considera Maria como a Mãe de Deus, mas também como a discípula. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã: pela sua fé, obediência ao seu Filho, caridade com a prima Isabel e nas Bodas de Caná.
A Celebração
A Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da celebração da solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro). É toda a Igreja que faz o convite:
“Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria! (…) Que a criação inteira se alegre, festeje e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza humana em um estado melhor!” (S. João Damasceno – século VIII)
Protetora e Padroeira
Nossa Senhora da Natividade é padroeira e protetora das costureiras. Além dos cozinheiros, dos destiladores, dos fabricantes de alfinetes e panos e da hospedaria.
Minha oração
“No dia do teu aniversário, quero louvar a Deus e celebrar a grande graça que é ter te recebido como Mãe. Obrigado, por tanto carinho e proteção, obrigado por todas as graças que recebo de ti diariamente. Seja hoje e sempre nossa Senhora!”
Nossa Senhora da Natividade, rogai por nós! Fonte: https://santo.cancaonova.com
PRESIDENTE DA CNBB ESPERA MANIFESTAÇÕES PACÍFICAS NAS COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
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O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), PRESIDENTE DA CNBB divulgou um vídeo com uma reflexão sobre o 7 de setembro e a comemoração do bicentenário da independência do Brasil. Para ele, a data convoca a cultivar a coragem cristã que é alicerce para o exercício da cidadania. “Coragem essencial para darmos passos novos na consolidação de uma independência sonhada há duzentos anos, mas que para se efetivar exige e a dedicação de cada pessoa”, disse.
Dom Walmor disse que a conquista da independência do Brasil é um processo com avanços e retrocessos. Segundo ele, não há plena independência quando as riquezas estão escoando do Brasil. “Uma nação verdadeiramente independente e democraticamente soberana não se curva ao interesses econômicos de um mercado que é indiferente às desigualdades sociais”, aponta.
Para o presidente da CNBB, reafirmar a independência do Brasil significa não tolerar ataques à democracia e às suas instituições que possibilitam a participação dos brasileiros na definição dos rumos do país. “O Brasil precisa urgentemente trilhar novos caminhos para superar problemas que estão na contramão da independência. Indicadores mostram que a fome avançou mais rapidamente no Brasil nos últimos dois anos. Fica a pergunta: existe independência num país com mais de 32 milhões de pessoas aprisionadas na fome? Há de ser considerada também a grave degradação ambiental que consome as nossas florestas, polui oceanos e rios e leva embora nossas serras, impondo sacrifícios à grande parte da população”, disse.
No vídeo, dom Walmor questiona: “O que ouviríamos de um indígena que teve a terra onde vive e onde estão sepultados os seus antepassados devastada por um extrativismo predatório no Brasil? Como falar em independência quando muitas comunidades brasileiras que em nome do emprego e da renda se sujeitam à uma atividade minerária provocadora de mortes e destruição?”, questiona.
O arcebispo exorta que o Grito de Independência que ecoou às margens do rio Ipiranga há 200 anos possa inspirar gestos cotidianos, capazes de fazer do Brasil uma nação cada vez mais soberana com menos desigualdades sociais mais justiça e paz. “Que a celebração da Independência seja mais que um feriado nacional mas oportunidade de renovação do compromisso de cada brasileiro e brasileira na construção do país que todos queremos”, disse.
A política melhor e o bem comum
O presidente da CNBB dedicou parte do vídeo a reconhecer o trabalho, neste ano eleitoral, de todos que se dedicam à “política melhor”, conceito apontado pelo Papa Francisco em sua encíclica Fratelli Tutti, documento no qual o Sumo Pontífice reconhece que a vida política é essencial para a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna. “O Santo Padre pede que todos contribuam para a efetivação da política melhor voltada para a promoção do bem comum”, reforçou.
“Neste 7 de setembro rezemos por todos os que se dedicam à promoção da política melhor. Especialmente por cidadãos e cidadãs sensíveis aos clamores dos pobres. Lembremos daqueles que se unem para se fazer escutar a voz dos pequeninos construindo um clamor a partir das manifestações pacíficas neste dia da Independência. Somos todos irmãos e irmãs corresponsáveis uns pelos outros. Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por todos os brasileiros para que o país avance, cada vez mais, rumo à sua independência”, disse. Fonte: https://www.cnbb.org.br
5 DE SETEMBRO: Santa Teresa de Calcutá e seu coração de “mãe”
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Vinte e cinco anos atrás falecia a santa fundadora das Missionárias da Caridade, um dos símbolos mais fortes do século XX, Prêmio Nobel da Paz em 1979 e canonizada por Francisco em 2016. Hoje como então, o aspecto materno de sua figura permanece no coração e na experiência de vida daqueles que a conheceram e a seguiram. O testemunho do postulador da causa de canonização
Francesca Sabatinelli - Vatican News
A mais pobre entre os pobres, Santa Teresa de Calcutá, nascida com o nome de Anjëzë Gonxhe Bojaxhiu, faleceu na Índia alguns dias após completar 87 anos. Era o dia 5 de setembro de 1997 e deixou o mundo inteiro em grande comoção, além de 5 mil irmãs da Congregação das Missionárias da Caridade, 400 conventos ativos a serviço dos últimos entre os últimos, em todos os continentes. Hoje, no dia da sua memória litúrgica, em Calcutá, onde as missionárias têm 19 casas, a celebração é grande e é acompanhada pela inauguração de uma nova estrutura para meninos de rua na Park Street, no centro da cidade. As portas também estão abertas para a Missa e homenagem no túmulo da Santa, enquanto em todo o país haverá cerimônias para recordá-la. Em Pristina em Kosovo, as cerimônias também recordarão o quinto aniversário da consagração do novo Santuário dedicado à Santa em uma terra que a ama, já que seus pais eram kosovares, e foi lá que o jovem Aniezë se sentiu chamada ao serviço dos pobres.
O legado de Madre Teresa
Madre Teresa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, proclamada Beata por João Paulo II em 2003 e canonizada por Francisco em 4 de setembro de 2016, ainda hoje é chamada de "madre". "Continuamos a levar adiante o legado da Madre, oferecendo gratuitamente todo o bem que podemos", diz Irmã Mary Joseph, Superiora Geral da ordem desde o início deste ano. Foi assim que ela foi conhecida na Índia e é assim que é lembrada por quem esteve próximo a ela por mais de 20 anos: Padre Brian Kolodiejchuk, dos Irmãos Missionários da Caridade, Postulador da Causa de Canonização de Madre Teresa de Calcutá.
Entrevista
Como explicar a figura e a obra fundada por Santa Madre Teresa?
Quando se olha para sua vida inteira, Madre Teresa parece uma figura extraordinária, e em alguns aspectos ela é. Quem teria iniciado uma congregação com milhares de irmãs? Ela foi uma grande "Diretora executiva", por organizar tudo isso e fazer tudo funcionar. Foi algo verdadeiramente extraordinário. Ela costumava dizer: "Não estou tentando ser bem sucedida, estou tentando ser uma fiel". De qualquer forma ela tinha muito sucesso. Uma vez estivemos aqui, em Roma, em uma sacristia. Lembro-me de ela dizer: "As pessoas gostam de ver este compromisso", falando de si mesma e de toda a atenção que recebia. Portanto sabia que era um exemplo. Mas não lhe subiu à cabeça. Acho que uma de suas grandes virtudes foi a humildade. Também certamente a caridade e a fé.
O senhor compartilhou vinte anos da sua vida com Madre Teresa, o que pode nos dizer sobre ela?
Comigo ela era verdadeiramente materna. Uma mãe. Lembro-me na época da sua canonização em uma entrevista a uma estação de rádio e televisão nos Estados Unidos me fizeram esta mesma pergunta: "Como foi sua experiência com ela"? E dei alguns exemplos, como quando em Nova York fomos buscá-la no aeroporto. Ela vinha de Roma e nós fomos ao convento. Após alguns minutos, sentávamos na sala de estar e imediatamente Madre Teresa vinha com uma bandeja com biscoitos, café e chá. Então ela colocava a bandeja no chão e dava a cada um de nós um copo. Éramos três. Assim como uma mãe. Ela queria ser uma mãe. Em uma de suas primeiras cartas nos anos 60 a um arcebispo, ela escreveu: "O título de superiora geral não significa nada para mim. Eu quero ser mãe". Ela tinha um grande coração, o coração de uma mãe. Qualquer pessoa que a conhecia, mesmo uma só vez, logo a chamava de “madre”. Ela era verdadeiramente materna. Uma verdadeira mãe.
“Nunca pensei que poderia mudar o mundo. Eu só tentei ser uma gota de água limpa em que pudesse brilhar o amor de Deus. (Santa Madre Teresa)”. Fonte: https://www.vaticannews.va
BISPOS REUNIDOS NA 59ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB DIVULGARAM A “MENSAGEM DA CNBB AO POVO BRASILEIRO SOBRE O MOMENTO ATUAL”.
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Os 292 bispos católicos do Brasil reunidos na 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde o último domingo, 28 de agosto, divulgaram na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, “a mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”.
Reunidos, em colegialidade e comunhão, os bispos católicos se dirigem na mensagem aos homens e mulheres de boa vontade. “Nossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos”, escreveram.
Na mensagem, os bispos afirmam que “nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito está intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica.
“Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz”, afirmaram.
Brasil: país envolto em crise complexa e sistêmica
Os pastores reconhecem o tempo difícil pelo qual o povo brasileiro e o país atravessam. “Nosso País está envolto numa complexa e sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos”, pontuaram.
A fome, para os bispos do Brasil, é certamente o mais cruel e criminoso deles, “pois a alimentação é um direito inalienável’ (cf. Papa Francisco, Fratelli Tutti, 189). A mensagem reforça os dados do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2022), que aponta que a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.
Além destes problemas, no documento os bispos fazem uma contundente defesa da democracia brasileira: “Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente ‘um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos […] se não há um consenso sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade’” – (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).
Os bispos reforçaram ainda a preocupação com a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia. “A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade”, afirmaram.
O documento afirma que as tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto. “Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições”.
Na mensagem, os bispos conclamam, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum.
Leia a carta na íntegra:
MENSAGEM DA CNBB AO POVO BRASILEIRO SOBRE O MOMENTO ATUAL
“Se nos esforçamos e lutamos, é porque pusemos a nossa esperança no Deus vivo, que é o salvador de todos” (1 Tm 4,10).
Reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, de 28 de agosto a 2 de setembro, para a etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, nós, bispos católicos, em colegialidade e comunhão, nos dirigimos a todos os homens e mulheres de boa vontade.
Como pastores, temos presente a vida e a história de nossas comunidades, o rosto de nossa de gente, marcado pela fé, esperança e capacidade de resiliência. Nossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos.
Nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito estão intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica. Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz. “A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, exatamente por não se identificar com os políticos nem com os interesses de partido” (Bento XVI, Discurso Inaugural da Conferência de Aparecida).
Com a esperança que nos vem do Senhor e que não nos decepciona (Cf Rm 5,5), reconhecemos o tempo difícil em que vivemos. Nosso País está envolto numa complexa e sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos. A fome é certamente o mais cruel e criminoso deles, pois a alimentação é um direito inalienável (cf. Papa Francisco, Fratelli Tutti, 189). Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2022), a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.
Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente “um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos [...] se não há um consenso sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).
Ao comemorarmos o bicentenário da Independência do Brasil, é fundamental ter presente que somos uma nação marcada por riquezas e potencialidades, contudo, carente de um projeto de desenvolvimento humano, integral e sustentável. Vítimas de uma economia que mata, celebramos as conquistas desses 200 anos de independência conscientes de que condições de vida digna para todos ainda constituem um grande desafio. É necessário o compromisso autêntico com a verdade, com a promoção de políticas de Estado capazes de contribuir de forma efetiva para a diminuição das desigualdades, a superação da violência e a ampliação do acesso a teto, trabalho e terra. Comprometidos com essas conquistas e inspirados pela cultura do diálogo e do encontro, podemos ser uma nação realmente independente e soberana.
É motivo de preocupação a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia. A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade.
A corrupção, histórica, contínua e persistente, subtrai o que pertence aos mais pobres. A Lei da Ficha Limpa, que proíbe que condenados por órgãos colegiados possam se candidatar a cargos políticos, é uma conquista popular e democrática, que deve ser promovida, juntamente com outros mecanismos de controle que garantam a ética na política.
Mesmo com todos esses desafios, a dinâmica da democracia nos coloca, mais uma vez, num processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto. Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições.
Assim, conclamamos, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude a buscar sempre a melhor política, uma das formas mais eminentes da caridade. Aparecida - SP, 31 de agosto de 2022
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre - RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá - MT
2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ
Secretário-Geral
Fonte: https://www.cnbb.org.br
EVANGELHO DO DIA-22ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 2 de setembro -2022. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,33-39) (Mc 2,18-22)
Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem longas orações, mas os teus comem e bebem... 34Jesus respondeu-lhes: Porventura podeis vós obrigar a jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? 35Virão dias em que o esposo lhes será tirado; então jejuarão. 36Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha. 37Também ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres; 38mas o vinho novo deve-se pôr em odres novos, e assim ambos se conservam. 39Demais, ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: O vinho velho é melhor. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 5,33-39
No evangelho de hoje vamos ver de perto mais um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas de época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez, o conflito é em torno da prática do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), e mais dois conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
Lucas 5,33: Jesus não insiste na prática do jejum
Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
Lucas 5,34-35: Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar
Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Aí, se quiserem, podem jejuar. Jesus alude à sua morte. Ele sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo.
No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo do povo (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus é visto como o noivo do seu povo (Ef 5,25). O Apocalipse faz o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa a Jerusalém celeste (Ap 19,7-8; 21,2.9).
Lucas 5,36-39: Vinho novo em odre novo!
Estas palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade sobre os vários conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Elas esclarecem a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na Sexta-feira Santa, etc.
Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Lucas traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que, na Igreja Católica, reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho da igreja de antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo.
4) Para um confronto pessoal
- Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
- 2. Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua vida e a vida da sua comunidade?
5) Oração final
Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito (Sl 36, 2)
Encerra-se hoje a 59ª Assembleia Geral da CNBB: dever cumprido
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Depois de dois anos e meio sem reuniões presenciais, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o episcopado brasileiro voltou a se reencontrar em Assembleia.
Silvonei José – Aparecida – Vatican News
Encerram-se nesta sexta-feira os trabalhos da 59ª Assembleia Geral da CNBB que tiveram início no último domingo, 28 de agosto, com a Santa Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Uma semana vivida de forma muito intensa com orações, encontros e votações de vários documentos.
Um clima de muita alegria e fraternidade marcou as atividades durante a Assembleia Geral. Abraços, apertos de mãos, risadas, e muita conversa demonstrou que o reencontro fora muito esperado pelos bispos. Depois de dois anos e meio sem reuniões presenciais, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o episcopado brasileiro voltou a se reencontrar em Assembleia.
A Assembleia Geral se conclui com o objetivo cumprido, ou seja, a votação de documentos que devido à pandemia e a exigência da presencialidade do Estatuto da CNBB não puderam ser votados durante a primeira etapa da Assembleia Geral.
Foi sem dúvida uma semana vivida na experiência da comunhão como reafirmaram inúmeras vezes os bispos aos microfones da Rádio Vaticano – Vatican News. ”Trabalhamos, oramos e convivemos, nos fortalecemos para servir mais e melhor o povo Deus e a Igreja Católica no Brasil, disseram.
Dom Walmor de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB já na missa de abertura dos trabalhos recordava: "nossos corações não são de gente que participa de uma convenção, mas de servidores do povo de Deus, coração de peregrinos, como o dessas pessoas que aqui nos cercam e que vêm pela fé, porque confiam na proteção da Mãe, Maria. Estamos aqui com o coração de discípulos e missionários”.
Nesta segunda etapa da Assembleia Geral da CNBB diversos temas foram votados e discutidos. O tema central para aprofundamento foi “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”. Um caminho que a Igreja está construindo em comunhão com o Papa Francisco e o mundo todo para que a Igreja se torne mais forte e obtenha mais vigor missionário.
Alguns dos bispos do Brasil não estiveram presentes no início dos trabalhos por estarem em Roma onde participaram no sábado do Consistório para a criação de novos cardeais. Entre eles o arcebispo de São Paulo, o cardeal Odilo Scherer que chegou o ontem a Aparecida. Nós conversamos com ele.
Sobre os trabalhos desta semana nós conversamos com dom Adilson Pedro Busin, CS, bispo auxiliar de Porto Alegre...
Esta semana aqui em Aparecida foi a continuidade de um processo de escuta que foi iniciado na primeira fase da 59ª AG CNBB, realizada em formato on-line, em abril deste ano, com os 19 regionais da CNBB sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, DGAE (2019-2023) à luz do processo do Sínodo 2023.
Para o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, a Assembleia foi um momento de alegria e satisfação.
“Nós, bispos do Brasil vivendo, convivendo, celebrando juntos a Eucaristia, caminhando do hotel até a Basílica, foi um momento de graça e de alegria que nos confirma na unidade e na fé. Os encontros on-line foram muito eficazes e produtivos, mas não chega aos pés desse encontro de irmãos. Aqui se fortalece a colegialidade, se expressa a sinodalidade da Igreja e nos aponta para uma Igreja atenta, presente, que tem em si mesma a vida, as alegrias, as dores, os sofrimentos e, sobretudo, o sofrimento do povo”, relatou o arcebispo.
Portanto, a etapa presencial da 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB) tratou-se de uma fase dedicada à votação dos temas que, estatutariamente, exigem a presencialidade do episcopado, como as atualizações no Estatuto da CNBB, o Novo Missal, Ministério do Catequista, Tema Central da 60ª Assembleia Geral da CNBB e Estudo nº 114 cujo título é: “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14): Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias”.
Além das votações, foram realizados nesta quinta-feira o retiro dos bispos e a procissão com a imagem de Nossa Senhora do Centro de Eventos Padre Vitor Coelho até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida onde se celebrou a Santa Missa.
Ontem à noite o espetáculo musical no âmbito das comemorações do ano jubilar dos 70 anos da CNBB. Participaram, entre outros o grupo Ir ao Povo, Ziza Fernandez e Padre Antônio Maria.
Nós encontramos o grupo Ir ao Povo antes do espetáculo...
Nesta sexta-feira, na parte da tarde, o encerramento dos trabalhos e a publicação da Mensagem ao Povo Brasileiro. Fonte: https://www.vaticannews.va
EVANGELHO DO DIA-22ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 1º de setembro -2022. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,1-11)
Naquele tempo, 1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.
3) Reflexão Lucas 5,1-11
O evangelho de hoje conta como Pedro foi chamado por Jesus. O evangelho de Marcos situa o chamado dos primeiros discípulos logo no início do ministério público de Jesus (Mc 1,16-20). Lucas o situa depois que a fama de Jesus já se havia espalhado por toda a região (Lc 4,14). Jesus já havia curado muita gente (Lc 4,40) e pregado nas sinagogas de todo o país (Lc 4,44). O povo já o procurava em massa e a multidão o apertava por todos os lados para ouvir a Palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas torna o chamado mais compreensível. Primeiro, Pedro pôde escutar as palavras de Jesus ao povo. Em seguida, presenciou a pesca milagrosa. Foi só depois desta dupla experiência surpreendente, que veio o chamado de Jesus. Pedro atendeu, largou tudo e se tornou “pescador de gente”.
Lucas 5,1-3: Jesus ensina a partir da barca.
O povo busca Jesus para ouvir a Palavra de Deus. É tanta gente que se junta ao redor de Jesus, que ele fica comprimido. Jesus busca ajuda com Simão Pedro e mais alguns companheiros que acabavam de voltar de uma pescaria. Ele entra no barco deles e, de lá, responde à expectativa do povo, comunicando-lhe a Palavra de Deus. Sentado, Jesus tem a postura e a autoridade de um mestre, mas ele fala a partir da barca de um pescador. A novidade consiste no fato de ele ensinar não só na sinagoga para um público selecionado, mas em qualquer lugar onde tem gente que queira escutá-lo, até mesmo na praia.
Lucas 5,4-5: "Pela tua palavra lançarei as redes!"
Terminada a instrução ao povo, Jesus se dirige a Simão e o anima a pescar de novo. Na resposta de Simão transparecem frustração, cansaço e desânimo: "Mestre, pelejamos a noite toda e não pescamos nada!". Mas, confiantes na palavra de Jesus, eles voltam a pescar e continuam a peleja. A palavra de Jesus teve mais força do que a experiência frustrante da noite!
Lucas 5,6-7: O resultado é surpreendente.
A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e as barcas ameaçam afundar. Simão precisa da ajuda de João e Tiago, que estão na outra barca. Ninguém consegue ser completo sozinho. Uma comunidade deve ajudar a outra. O conflito entre as comunidades, tanto no tempo de Lucas como hoje, deve ser superado em vista do objetivo comum, que é a missão. A experiência da força transformadora da Palavra de Jesus é o eixo em torno do qual as diferenças se abraçam e se superam.
Lucas 5,8-11: "Seja pescador de gente!"
A experiência da proximidade de Deus em Jesus faz Simão perceber quem ele é: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!" Diante de Deus somos todos pecadores! Pedro e os companheiros sentem medo e, ao mesmo tempo, se sentem atraídos. Deus é um mistério fascinante: mete medo e, ao mesmo tempo, atrai. Jesus afasta o medo: "Não tenha medo!" Ele chama Pedro e o compromete na missão, mandando que seja pescador de gente. Pedro experimenta, bem concretamente, que a Palavra de Jesus é como a Palavra de Deus. Ela é capaz de fazer acontecer o que ela afirma. Em Jesus aqueles rudes trabalhadores fizeram uma experiência de poder, de coragem e de confiança. Então, "deixaram tudo e seguiram a Jesus!". Até agora, era só Jesus, que anunciava a Boa Nova do Reino. Agora, outras pessoas vão sendo chamadas e envolvidas na missão. Esse jeito de Jesus trabalhar em equipe é também uma Boa Nova para o povo.
O episódio da pesca no lago mostra a atração e a força da Palavra de Jesus. Ela atrai o povo (Lc 5,1). Leva Pedro a oferecer o seu barco para Jesus poder falar (Lc 5,3). A Palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro, leva-o a lançar de novo a rede e faz acontecer a pesca milagrosa (Lc 5,4-6). Vence nele a vontade de se afastar de Jesus e o atrai para ser "pescador de gente!" (Lc 5,10) É assim que a Palavra de Deus atua em nós até hoje!
4) Para um confronto pessoal
1) Onde e como acontece hoje a pesca milagrosa, realizada em atenção à Palavra de Jesus?
2) Eles largaram tudo e seguiram Jesus. O que devo largar para poder seguir Jesus?
5) Oração final
Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo (Sl 23, 3)
59ª Assembleia Geral da CNBB: aprovada a tradução do Missal Romano
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Nesta quinta-feira, retiro dos bispos. Na conclusão a Santa Missa, ao meio-dia, precedida do Momento Mariano. À noite a Celebração dos 70 anos da CNBB no Santuário.
Silvonei José – Aparecida – Vatican News
Penúltimo dia de trabalhos 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na parte da manhã o retiro dos bispos conduzido por dom Armando Bucciol, bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Na conclusão a Santa Missa, ao meio-dia, precedida do Momento Mariano. Na parte da tarde a Sessão Reservada no subsolo do Santuário. À noite a Celebração dos 70 anos da CNBB no Santuário.
Na manhã de ontem, a segunda parte da tradução do Missal Romano foi votada pelo episcopado brasileiro.
Membros da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel) mostraram aos bispos que correções foram realizadas nos termos gramaticais, em algumas páginas e outros trechos do texto foram reconsideradas.
“O missal fez um longo caminho, mas com muitas contribuições a partir das sugestões que vocês fizeram”, afirmou dom Edmar Peron, presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB.
Para o livro, também foi apresentada a proposta de diagramação, onde a apresentação do missal foi modificada para estar em apenas uma página.
“Da nossa parte as poucas mudanças que foram apresentadas serão incorporadas ao texto já diagramado pela Edições CNBB. Agora, é concluir as considerações, passar o texto à Editora da CNBB e só depois enviar para a Santa Sé”, explicou Dom Edmar.
As alterações foram aprovadas pelos Bispos votantes, com 269 votos favoráveis, seis abstenções e três votos negativos.
Sobre a aprovação da tradução do Missal eis o que nos disse dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara no Amazonas.
Atividades da Assembleia
Ainda ontem, quarto dia de atividades da 59ª Assembleia Geral da CNBB, o episcopado brasileiro aprovou o novo Estatuto. Depois de incorporar ao texto outras sugestões, os bispos votaram a nova versão.
Outra pauta da quarta-feira o Estudo 114 sobre a Animação Bíblica da Pastoral. Após as mudanças sugeridas pelos bispos, que foram realizadas com o objetivo de contemplar questões sobre sinodalidade, a idolatria e o fundamentalismo, a inserção de item sobre a Palavra de Deus e os Círculos Bíblicos, o texto foi aprovado em votação.
Durante o período da manhã foram votados além da segunda parte de traduções do Missal Romano, a mensagem do episcopado ao povo brasileiro e o subsídio que diz respeito aos critérios e encaminhamentos práticos para a instituição do Ministério de Catequista.
Em entrevista ao A12, Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, falou a respeito do andamento das votações sobre o Novo Estatuto da entidade.
"Estamos tendo grandes avanços, a Assembleia está fluindo muito bem, sempre têm algumas questões a mais, mas são pequenas correções muito tranquilas e rápidas para serem realizadas e penso que já estamos avançando significativamente na aprovação deste estatuto", disse.
A Comissão responsável pelo tema central “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão” reuniu-se ontem com todos os regionais da CNBB para dar início a um processo de escuta sobre as atuais Diretrizes Evangelizadoras da Igreja no Brasil (DGAE) em vista das próximas, em 2023.
Coletiva de imprensa
Na tarde de ontem estiveram presentes na coletiva de imprensa no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, dom Waldemar Passini, bispo de Luziânia (GO) e membro da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, que abordou sobre a instituição do Ministério do Catequista, além de dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP), que esclareceu a respeito do novo estatuto da Conferência.
Santa Missa
A celebração de conclusão dos trabalhos da quarta-feira foi dedicada aos 70 anos da CNBB. A Santa Missa no Altar Central da Basílica foi presidida pelo arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa e os concelebrantes foram os ex-presidentes e ex-secretários-gerais da CNBB. Fonte: https://www.vaticannews.va
BISPOS DO BRASIL, REUNIDOS NA 59ª AG CNBB, ENVIAM CARTA AO PAPA FRANCISCO
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O episcopado brasileiro, reunido na 59ª Assembleia Geral da Conferência Geral dos Bispos do Brasil (AG CNBB) desde domingo, 28 de agosto, aprovou e enviou um carta encaminhada ao Papa Francisco na segunda-feira, 29 de agosto. No documento, afirmaram que “Comunhão, participação e missão”, o mesmo tema do Sínodo dos Bispos de 2023 convocado pelo Santo Padre, constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral.
“Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País”, escreveram.
Os bispos destacam na carta que neste ano comemora-se os 200 anos da Independência do Brasil (1822 – 2022). “Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvem-se sob clima de tensão entre os Poderes da República”, expressaram.
No documento, os prelados disseram que a Conferência Episcopal do Brasil tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. “Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão”, afirmaram na carta.
Integra da Carta
Aparecida - SP, 29 de agosto de 2022 P – Nº. 0272/22
Estimado Papa Francisco, Com nossas saudações e votos de saúde e paz, servimo-nos do presente para cumprimentá-lo, no contexto da etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Conselho Permanente da CNBB optou por uma Assembleia em duas partes. A primeira foi realizada em abril, e aconteceu com participação remota. A segunda está acontecendo nestes dias, em Aparecida – SP, com presença física, conforme o Senhor nos permitiu.
Nossa Assembleia realiza-se no contexto da celebração dos 70 anos da CNBB e dos 15 anos da Conferência de Aparecida. Nesse clima, nos encaminhamos, em espírito de colegialidade e sinodalidade, para a realização do 18º Congresso Eucarístico Nacional a realizar-se em novembro próximo, na Arquidiocese de Olinda e Recife, com o tema “Pão em todas as mesas”. Também se aproxima o III Ano Vocacional com o tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), a ser aberto oficialmente na Solenidade de Cristo Rei.
“Comunhão, participação e missão” constituem a inspiração e o critério das duas etapas da 59ª Assembleia Geral. Esta inspiração foi enriquecida pela conclusão da fase diocesana do Sínodo em todas as Igrejas Particulares do Brasil o que nos proporcionou a oportunidade de conhecer um retrato da escuta sinodal realizada nas comunidades eclesiais de todo o nosso País.
Nesta 2ª etapa da 59ª Assembleia, nos ocupamos da votação de quatro textos sumamente importantes para a Conferência Episcopal e para a Igreja no Brasil: 1. a atualização do Estatuto da CNBB, resultado de três anos de reflexões, escutas e discernimentos; 2. as traduções das orações eucarísticas do Missal Romano e a votação final da tradução da 3ª Edição típica; 3. critérios e orientações para a instituição do Ministério do Catequista e do Rito de Instituição; 4. e o documento da Animação Bíblica da Vida e da Pastoral da Igreja no Brasil.
Abordamos também, nestes dias, a pesquisa “Saúde Integral do Clero”, que busca traçar um diagnóstico do estado da saúde dos ministros ordenados. Observamos que muitos dos problemas de sofrimento psíquico, cansaço por sobrecarga de atividades, experiências de solidão, estilo de vida sedentário e pouco saudável, que já existiam de modo latente, foram agravados com a pandemia de Covid-19. Desejamos com esta pesquisa encontrar caminhos de acompanhamento pastoral dos ministros ordenados, no horizonte da melhora da nossa qualidade de vida e de ministério.
O Brasil neste ano comemora 200 anos da sua Independência (1822 – 2022). Neste contexto, a sociedade brasileira se encaminha para a eleição dos seus representantes legislativos e executivos, em âmbito nacional e estadual. Contudo, observamos que os contextos da comemoração histórica e do exercício democrático de direito desenvolvemse sob clima de tensão entre os Poderes da República.
A Conferência Episcopal tem se esforçado para animar as pessoas e as organizações da sociedade civil, através do Pacto pela Vida e pelo Brasil, dentro da tônica de amizade e cooperação social, em vista do bem comum, proposta na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Acreditamos na irrenunciável missão de nos empenharmos na promoção da pessoa humana à luz da fé cristã. Nesta tarefa, em que reconhecemos a essência do humanismo solidário cristão.
Querido Papa Francisco, nós, bispos, manifestamos-lhe proximidade fraterna e apoio no exercício do seu ministério petrino, serviço exigente e indispensável à unidade e comunhão da Igreja Católica. Em que pesem os desafios, o seu testemunho segue luminoso e fecundo para vida da Igreja.
Estamos também em comunhão com o consistório que ora se realiza. Alegramonos, de modo particular, pela nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Ulrich Steiner e Dom Paulo Cézar Costa. Seguimos esperançosos e animados pela continuidade das visitas Ad Limina.
Asseguramos-lhe as nossas preces junto a Deus. Com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, rogamos bênçãos profusas sobre Vossa Santidade e seu ministério, ao tempo, em que lhe pedimos que reze sempre por nós e nos confirme no seguimento de Cristo, por sua proximidade e Bênção Apostólica.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte - MG
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre - RS
1º Vice-Presidente
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá - MT 2º Vice-Presidente
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro - RJ
Secretário-Geral
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Assembleia Geral da CNBB: aprovado o primeiro bloco referente à tradução do Missal Romano
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O presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor de Azevedo recordou os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”. Conversamos com o primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.
Silvonei José – Aparecida - Vatican News
Segundo dia de trabalhos da fase presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB, que teve início ontem de manhã (29/08) no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário de Aparecida. No início dos trabalhos de ontem a presidência da CNBB destacou os principais assuntos que serão tratados durante a semana e deram boas-vindas a todos os presentes.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, destacou em sua fala inicial que os bispos já avançaram em muitas questões, mas ainda existe o que melhorar, lembrando o trabalho dos bispos falecidos, dos eméritos e dos que estão em exercício.
“Todos que já partiram e os que ainda continuam conosco, nos introduziram nos trilhos na experiência Sinodal”, disse dom Walmor. “Temos, é verdade, muito a avançar, respostas novas a dar; os desafios no coração do nosso mundo são muitos, os desafios da nossa sociedade são enormes no ponto de vista social, político, econômico, mas também na nossa tarefa missionária”. O arcebispo de Belo Horizonte recordou ainda os 70 anos da CNBB lançando um olhar “sobre essa história de 70 anos e que ela ilumine o caminho que nós vamos percorrer nesses dias”.
O presidente da CNBB lembrou que a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizada há 15 anos, em Aparecida, também lança luzes às atividades da AG. “O texto final da Conferência de Aparecida, como é conhecida, fecunda os caminhos de nossa Igreja de modo bonito e promissor”, disse o dom Walmor.
Já o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes aproveitou a oportunidade para falar sobre a alegria de receber padres e comunidades no Santuário, mas principalmente de receber os bispos e destacou que a assembleia dará muitos frutos. “Esse recinto é verdadeiramente um cenáculo, a nossa assembleia é verdadeiramente um Pentecostes e dará, certamente, muitos frutos”.
Dos 322 bispos em exercício, estavam presentes ontem 292. Os 30 que não estavam presentes justificaram a ausência. Alguns estão no Consistório, outros por motivos de saúde, curso para novos bispos, serviços da Igreja e outros motivos inadiáveis.
No dia de ontem os bispos realizaram a primeira votação. Foi aprovado o primeiro bloco referente à tradução da terceira edição típica do Missal Romano. Essa parte compreende as orações eucarísticas e as orações sobre o povo.
Após a apresentação da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel), que explicou o processo da última etapa de consultas em vista da aprovação final da tradução brasileira da terceira edição do Missal Romano, os bispos anotaram seus votos, contabilizados pela equipe de escrutínios.
Dos 266 votantes presentes eram necessários 216 votos para aprovação de acordo com as normas vigentes na Conferência. 265 bispos aprovaram a tradução do texto. Houve 1 abstenção na votação geral. Ainda haverá um segundo bloco de votações referentes ao Missal no decorrer da Assembleia.
Análise da conjuntura eclesial
Ainda ontem pela manhã, as atividades da Assembleia Geral contaram com uma análise da conjuntura eclesial. Apresentada pelos padres Geraldo De Mori e Danilo Pinto, do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), a reflexão evidenciou o cenário interno e externo da Igreja no viés do pentecostalismo e da evangelização. A atual ação dos pentecostais no processo de urbanização e também na atração do mundo juvenil e o empoderamento das mulheres foram refletidos pelos bispos.
O imaginário simbólico religioso do povo brasileiro, mesmo diante do processo de secularização, foi analisado como oportunidade para que a Igreja possa continuar sua ação evangelizadora na vida da sociedade. “Que possamos exercer e viver essa Igreja que saiba escutar e discernir os sinais dos tempos de modo sinodal e missionário”, destacou o padre De Mori. Também o uso tecnológico para a evangelização foi apresentado aos bispos como um desafio e, ao mesmo tempo, como grande oportunidade para o anúncio de Jesus Cristo.
A valorização dos leigos e leigas e a presença feminina no trabalho pastoral também foram citados pelos sacerdotes como caminhos na busca “de uma formação comum que atinja o fiel frente aos discursos fundamentalistas”, disse. A formação ética e crítica enquanto presença católica na mídia também integraram as reflexões do episcopado na manhã de hoje.
Na parte da tarde o encontro privativo no subsolo do Santuário e a Santa Missa que encerrou os trabalhos, presidida por dom João Francisco Salm, bispo da diocese de Novo Hamburgo. Durante a celebração rezou-se pelos bispos de recente nomeação. Fonte: https://www.vaticannews.va
22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11)
Celebramos neste domingo o vigésimo segundo desse Tempo Comum. Aos poucos vamos nos aproximando do final do tempo litúrgico e o Senhor espera que nós possamos anunciar o Reino de Deus aqui na Terra, entre os nossos irmãos. Precisamos levar a esperança para esse mundo, tão marcado pelo ódio, violência, fome e tantas outras coisas. Cabe a nós, como discípulos de Cristo, anunciarmos a alegria que vem do Evangelho.
Neste domingo, chegamos ao final das celebrações do mês vocacional, recordando a vocação dos ministérios e serviços na comunidade e também a dos catequistas. Os catequistas são o braço direito do padre e a voz do padre no meio da comunidade. O primeiro catequista da paróquia é o padre, mas devido as atividades pastorais, o padre não consegue estar nas turmas de catequese e delega pessoas leigas da comunidade para serem catequistas e falarem em nome dele e da mãe Igreja, transmitindo a fé católica.
Os catequistas são pessoas leigas, que exercem de maneira voluntária esse trabalho — deixam marido, filhos, pai e mãe em casa para se dedicar a catequese. O trabalho do catequista não é remunerado. É uma missão decorrendo de uma vocação, de um chamado de Deus. A remuneração que o catequista recebe é o carinho e o amor dos catequizandos e o amor de Deus. Toda comunidade paroquial deve agradecer o trabalho dos catequistas, pois é muito importante e é o que faremos na liturgia deste domingo.
Como acompanhamos durante esse mês agosto, a Igreja reza por todas as vocações. Se a Igreja reza por aqueles que se consagram a Deus de maneira definitiva, reza também pelos leigos que cooperam junto com os ministros ordenados para a construção do Reino de Deus.
Podemos, nesta Eucaristia, lembrar dos nossos catequistas e agradecer a Deus por eles terem passado por nossas vidas. Se eles ainda estão vivos e têm contato com você, parabenize-os nessa data. Se já faleceram ou estão sem contato, reze por eles. Agradeçamos também aos nossos pais — eles são os nossos primeiros catequistas, que nos apontam o caminho para Deus.
A primeira leitura desse domingo é do livro do Eclesiástico (Eclo 3, 19-21.30-31). O Senhor fala que devemos realizar o nosso trabalho com humildade e mansidão. O Senhor pode estar dirigindo essa palavra aos catequistas no dia de hoje. Quem é escolhido para ser catequista não deve se vangloriar desse trabalho ou se achar melhor que os outros, mas deve realizar esse serviço com mansidão e humildade. Sendo humildes, serão grandes diante de Deus e Ele os abençoará.
O salmo responsorial é o 67 (68), que diz em seu refrão: “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre”. O Senhor acolhe aquele que é humilde e justo e aquele que não esbanja os bens que tem. O Senhor tem preferência para com os pobres. Muitas vezes não é tanto a pobreza material, mas a pobreza de espírito. Temos que ter o coração de pobre para amar a Deus e aos irmãos.
A segunda leitura desse domingo é da carta aos Hebreus (Hb 12, 18-19.22-24a). O autor salienta que a comunidade, ao se aproximar de Jerusalém, se aproxima do local onde muitas pessoas já passaram e derramaram o seu sangue defendendo a sua fé e o nome de Deus. Quem se aproxima da Jerusalém terrestre, já pode contemplar a Jerusalém celeste — viver aqui na Terra aquilo que contemplará eternamente no céu. A nossa fé exige uma entrega total a Deus, até as últimas consequências.
O Evangelho desse domingo é de Lucas (Lc 14, 1.7-14). O Evangelho continua o tema que envolve a liturgia de hoje, Jesus fala sobre a humildade. Tudo o que realizamos na Igreja não devemos fazer esperando status, mas devemos fazer para agradar a Deus. Até mesmo em outras áreas da nossa vida, não devemos trabalhar esperando uma promoção ou para agradar o chefe, pelo contrário, devemos trabalhar com humildade e, na hora certa, a promoção virá.
Os pais têm que ensinar aos filhos a não menosprezarem os outros e, se tirarem notas boas, não esnobarem aqueles que porventura tenham tirado notas menores. Ensinar as novas gerações a importância de partilhar, seja o alimento, roupas, calçados etc. Ensinar a serem pobres de espírito e ricos diante de Deus.
Se trilharmos o caminho da humildade, Deus nos recompensará com coisas boas para nós. Se ajudarmos alguém que precisa, quando precisarmos, virá em dobro para nós. Se exercermos o nosso trabalho com humildade, poderemos receber a recompensa da promoção. As nossas atitudes dirão se seremos ou não merecedores de coisas boas.
Rezemos uma vez mais por todos os catequistas para que, na humildade, exerçam o seu trabalho de ensinar as coisas de Deus para os catequizandos. Estamos próximos de celebrar o mês da Bíblia. Que a Palavra de Deus seja livro de cabeceira de todos os catequistas. Os catequistas têm que estar em constante formação, sempre se aperfeiçoando para poder ensinar os catequizandos. Que na humildade os catequistas aceitem que precisam de formação.
Que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie no caminho do bem e da humildade, amém. Fonte: https://www.cnbb.org.br
24- Santo do dia- São Bartolomeu ou, Natanael, Apóstolo
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Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: "Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e nos Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael exclamou: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" Filipe respondeu: "Venha ver". No entanto, Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse sobre ele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo". Disse-lhe Natanael: "De onde vós me conheceis?" Jesus respondeu: "Antes que Filipe o chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira". Natanael respondeu-lhe: "Rabi, vós sois o Filho de Deus; vós sois o Rei de Israel!" (Jo 1, 45-49)
Nos Evangelhos Sinópticos, era chamado Bartolomeu, mas, naquele de João, era Natanael, em hebraico. Todavia, os estudiosos dizem que se trata da mesma pessoa: um "dom de Deus", segundo a etimologia do seu nome, como são todos os Santos para a Igreja.
A chamada no Evangelho de João
Tudo o que sabemos, com certeza, sobre a vida de Bartolomeu vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João, que narra a sua vocação de modo detalho.
Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas, ele lhe respondeu simplesmente: "venha e veja" . Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero. Ele o recebeu, mas apenas conseguiu responder, perguntando como Jesus o conhecia. De fato, ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava a Bíblia, diariamente, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: "Vós sois o Rei de Israel!", exclamou! Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.
Apóstolo na Índia, mártir na Armênia
Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois, não se sabe historicamente, mas, aparentemente, parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia, realizando milagres e curas milagrosas, até chegar à Armênia. Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polimio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Enfim, Astiage, irmão do rei, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias, chegaram a Roma, graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina. Fonte: https://www.vaticannews.va
Vaticano autoriza início de processo de beatificação de Padre Cícero, diz Diocese do Crato
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Padre é considerado santo popular e atrai milhões de romeiros ao Ceará.
O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano. A informação foi anunciada pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.
"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", disse Dom Magnus Henrique Lopes durante a celebração.
Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do "santo popular".
O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.
"Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero", diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.
O trecho foi lido pelo bispo da diocese do Crato durante o anúncio da autorização do processo de beatificação de padre Cícero. A notícia foi recebida com salva de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.
Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi afastado da igreja católica.
Padre Cícero Romão Batista é considerado "santo popular" para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Processo de beatificação
Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.
“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís Lira.
Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.
Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.
“Uma vez constatada, ele é automaticamente declarado como ‘venerável’. Se houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação. Aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato, é necessário outro milagre para a canonização”, conta Luís. Fonte: https://g1.globo.com
Guarda suíço desmaia na frente do Papa em audiência no Vaticano
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A Guarda Suíça é responsável pela proteção do Papa nos compromissos oficiais. Um porta-voz do Vaticano disse que ele provavelmente sofreu uma queda de pressão.
Por Reuters
Guarda suíço desmaia durante audiência do Papa Francisco no Vaticano
Um membro da Guarda Suíça desmaiou na frente do Papa Francisco durante a audiência geral semanal nesta quarta-feira (17) no Vaticano.
O guarda, que caiu durante a mensagem dada em língua portuguesa, foi ajudado a se levantar e escoltado para fora do salão Paulo VI.
Um porta-voz do Vaticano disse que ele provavelmente sofreu uma queda de pressão, sem dar mais notícias sobre seu estado de saúde.
A Guarda Suíça é responsável pela proteção do Papa em todos os compromissos oficiais. Eles muitas vezes têm que ficar de prontidão por horas e raramente se envolvem em conversas ao entrar em contato com turistas.
Um pouco depois, na mesma audiência, um menino invadiu o palco e foi até o Papa. Fonte: https://g1.globo.com
Quarta-feira, 17 de agosto-2022. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 20,1-16a)
1Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. 2Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha. 3Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada. 4Disse-lhes ele: - Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário. 5Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. 6Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: - Por que estais todo o dia sem fazer nada?7Eles responderam: - É porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele, então: - Ide vós também para minha vinha. 8Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: - Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros. 9Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. 10Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. 11Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: 12Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor. 13O senhor, porém, observou a um deles: - Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário? 14Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. 15Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom? 16Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
3) Reflexão Mateus 20,1-16
O evangelho de hoje traz uma parábola que só é relatada por Mateus. Ela não existe nos outros três evangelhos. Como em todas as parábolas, Jesus conta uma história feita de elementos do dia-a-dia da vida do povo. Ele retrata a situação social do seu tempo, na qual os ouvintes se reconhecem. Mas ao mesmo tempo, na história desta parábola, acontecem coisas que nunca acontecem na realidade da vida do povo. É que, ao falar do patrão, Jesus pensa em Deus, seu Pai. Por isso, na história da parábola, o patrão faz coisas surpreendentes que não acontecem no dia-a-dia da vida dos ouvintes. É nesta atitude estranha do patrão, que deve ser procurada a chave para a compreensão do mensagem da parábola.
Mateus 20,1-7: As cinco vezes que o patrão sai em busca de operários
"O Reino do Céu é como um patrão, que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha” Assim começa a história que fala por si e nem precisaria de muito comentário. No que segue, o patrão sai mais quatro vezes chamando operários para trabalhar na sua vinha. Jesus alude ao terrível desemprego daquela época. Alguns detalhes da história: (1) O próprio patrão sai pessoalmente cinco vezes para contratar operários. (2) Na hora de contratar os operários, é só com o primeiro grupo que ele acerta o salário: um denário por dia. Com os da nona hora ele diz: Eu lhes pagarei o que for justo. Com os outros ele não acertou nada. Apenas os contratou para trabalhar na vinha. (3) No fim do dia, na hora de acertar as contas com os operários, o patrão manda que o administrador faça o serviço.
Mateus 20,8-10: A estranha maneira de acertar as contas no fim do dia
Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chame os trabalhadores, e pague uma diária a todos. Comece pelos últimos, e termine pelos primeiros. Aqui, na hora de acertar as contas, acontece algo estranho que não acontece na vida comum. Parece a inversão das coisas. O pagamento começa com os que foram contratados por último e que trabalharam apenas uma única hora. O pagamento é o mesmo para todos: um denário, como tinha sido combinado com os que foram contratados no começo do dia. No fim, chegaram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. No entanto, cada um deles recebeu também uma moeda de prata. Por que o patrão faz isso? Você faria assim? É aqui neste gesto surpreendente do patrão que está escondida a chave da mensagem desta parábola.
Mateus 20,11-12: A reação normal dos operários diante da estranha atitude do patrão
Os últimos a receber o salário eram os que foram contratados por primeiro. Estes, assim diz a história, ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão e disseram: “Esses últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor do dia inteiro!” É a reação normal do bom senso. Creio que todos nós teríamos a mesma reação e diríamos a mesma coisa ao patrão. Ou não?
Mateus 20,13-16: A explicação surpreendente do Patrão que fornece a chave da parábola
A resposta do patrão é esta: “Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Tome o que é seu, e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que eu quero com aquilo que me pertence? Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?” Estas palavras trazem a chave que explica a atitude do patrão e aponta a mensagem que Jesus quer comunicar: (1) O patrão não foi injusto, pois ele agiu de acordo com o que tinha sido combinado com o primeiro grupo de operários: um denário por dia. (2) É decisão soberano do patrão de dar aos últimos o mesmo que tinha sido combinado com os da primeira hora. Estes não têm direito de reclamar. (3) Atuando dentro da justiça, o patrão tem o direito de fazer o bem que ele quer com as coisas que lhe pertencem. O operário da parte dele tem este mesmo direito. (4) A pergunta final toca no ponto central: Ou você está com ciúme porque estou sendo generoso?' Deus é diferente mesmo! Ele não cabe nos nossos pensamentos (Is 55,8-9).
O pano de fundo da parábola é a conjuntura daquela época, tanto de Jesus como de Mateus. Os operários da primeira hora são o povo judeu, chamado por Deus para trabalhar em sua vinha. Eles sustentaram o peso do dia, desde Abraão e Moisés, bem mais de mil anos. Agora, na undécima hora, Jesus chama os pagãos para ir trabalhar na sua vinha e eles chegam a ter a preferência do coração de Deus. “Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
4) Para um confronto pessoal
1) Os da undécima hora chegam, levam vantagem e recebem prioridade na fila diante da entrada do Reino de Deus. Quando você espera duas horas numa fila e chega alguém que, sem mais, se coloca na frente de você, você aceitaria? Dá para comparar as duas situações?
2) A ação de Deus ultrapassa nossos cálculos e nosso jeito humano de atuar. Ele surpreende e às vezes incomoda. Isto já aconteceu alguma vez na sua vida? Qual a lição que tirou?
5) Oração final
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Sl 22, 6)
16 de agosto - São Roque de Montpellier, Peregrino- O Santo do Cachorro.
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São Roque nasceu no ano de 1295, na cidade de Montpellier, França, em uma família rica, da nobreza da região. Outros dados sobre sua vida e descendência não são precisos. Ao certo, o que sabemos é que ficou órfão na adolescência e que vendeu toda a herança e distribuiu o que arrecadou entre os pobres. Depois disso, viveu como peregrino andante. Percorreu a França com destino a Roma.
Mas antes disso Roque deparou com regiões infestadas pela chamada peste negra, que devastou quase todas as populações da Europa no final do século XIII e início do XIV. Era comum ver, à beira das estradas, pequenos povoados só de doentes que foram isolados do convívio das cidades para evitar o contágio do restante da população ainda sã. Lá eles viviam até morrer, abandonados à própria sorte e sofrendo dores terríveis. Enxergando nas pobres criaturas o verdadeiro rosto de Cristo, Roque atirou-se de corpo e alma na missão de tratá-los. Iluminado pelo Santo Espírito, em pouco tempo adquiriu o dom da cura, fazendo inúmeros prodígios.
Fez isso durante dois anos, ganhando fama de santidade. Depois partiu para Roma, onde durante três dias rezou sobre os túmulos de são Pedro e são Paulo. Depois, por mais alguns anos, peregrinou por toda a Itália setentrional, onde encontrou um vasto campo de ação junto aos doentes incuráveis. Cuidando deles, descuidou-se de si próprio. Certo dia, percebeu uma ferida na perna e viu que fora contaminado pela peste. Assim, decidiu refugiar-se, sozinho, em um bosque, onde foi amparado por Deus.
Roque foi encontrado por um cão, que passou a levar-lhe algum alimento todos os dias, até que seu dono, curioso, um dia o seguiu. Comovido, constatou que era seu cão que socorria o pobre doente.
O homem, que não reconheceu em Roque o peregrino milagreiro, a partir daquele momento, cuidou da sua recuperação. Restabelecido, voltou para Montpellier, que, na ocasião, estava em guerra. Confundido como espião, foi preso e levado para o cárcere, onde sofreu calado durante cinco anos. No cárcere, continuou praticando a caridade e pregando a palavra de Cristo, convertendo muitos prisioneiros e aliviando suas aflições, até morrer.
Diz a tradição que, quando o carcereiro, manco de nascença, tocou com o pé o seu corpo, para constatar se realmente estava morto, ficou imediatamente curado e começou a andar normalmente. Esse teria sido o primeiro milagre de Roque, após seu falecimento, ocorrido em 16 de agosto de 1327, na prisão de seu país de origem.
O seu culto foi reconhecido em 1584 pelo papa Gregório XIII, que manteve a sua festa no dia de sua morte. Hoje, as relíquias de são Roque são veneradas na belíssima basílica dedicada a ele em Veneza, Itália, sendo considerado o santo Protetor contra as Pestes.
Terça-feira, 16 de agosto-2022. 20ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 19,23-30)
Naquele tempo, 23Jesus disse então aos seus discípulos: Em verdade vos declaro: é difícil para um rico entrar no Reino dos céus!24Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.25A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: Quem poderá então salvar-se?26Jesus olhou para eles e disse: Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível.27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros.
3) Reflexão Mateus 19,23-30
O evangelho de hoje é a continuação imediata do evangelho de ontem. Traz o comentário de Jesus a respeito da reação negativa do jovem rico.
Mateus 19,23-24: O camelo e o fundo da agulha.
Depois que o jovem foi embora, Jesus comentou a decisão dele e disse: "Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus". Duas observações a respeito desta afirmação de Jesus: 1) O provérbio do camelo e do buraco da agulha se usava para dizer que uma coisa era impossível e inviável, humanamente falando. 2) A expressão “um rico entrar no Reino” trata, não em primeiro lugar da entrada no céu depois da morte, mas sim da entrada na comunidade ao redor de Jesus. E até hoje é assim. Os ricos dificilmente entram e se sentem em casa nas comunidades que tentam viver o evangelho de acordo com as exigências de Jesus e que procuram abrir-se para os pobres, os migrantes e os excluídos da sociedade.
Mateus 19,25-26: O espanto dos discípulos
O jovem tinha observado os mandamentos, mas sem entender o porquê da observância. Algo semelhante estava acontecendo com os discípulos. Quando Jesus os chamou, fizeram exatamente o que Jesus tinha pedido ao jovem: largaram tudo e foram atrás de Jesus (Mt 4,20.22). Mesmo assim, ficaram espantados com a afirmação de Jesus sobre a quase impossibilidade de um rico entrar no Reino de Deus. Sinal de que não tinham entendido bem a resposta de Jesus ao moço rico: “Vai vende tudo, dá para os pobres e vem e segue-me!” Pois, se o tivessem entendido, não teriam ficado tão chocados com a exigência de Jesus. Quando a riqueza ou o desejo da riqueza ocupa o coração e o olhar, a pessoa já não consegue perceber o sentido da vida e do evangelho. Só Deus mesmo para ajudar! "Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível."
Mateus 19,27: A pergunta de Pedro.
O pano de fundo da incompreensão dos discípulos transparece na pergunta de Pedro: “Olhe, nós deixamos tudo e te seguimos. O que é que vamos receber?” Apesar da generosidade tão bonita do abandono de tudo, eles mantinham a mentalidade anterior. Abandonaram tudo para receber algo em troca. Ainda não entendiam bem o sentido do serviço e da gratuidade.
Mateus 19,28-30: A resposta de Jesus
"Eu garanto a vocês: no mundo novo, quando o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, vocês, que me seguiram, também se sentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros". Nesta resposta, Jesus descreve o mundo novo, cujos fundamentos estavam sendo lançados pelo trabalho dele e dos discípulos. Jesus acentua três pontos importantes: (1) Os discípulos vão sentar nos doze tronos junto com Jesus para julgar as doze tribos de Israel (cf. Apc 4,4). (2) Vão receber em troca muitas vezes aquilo que tinham abandonado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, e terão a herança da vida eterna garantida. (3) O mundo futuro será a inversão do mundo atual. Nele os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. A comunidade ao redor de Jesus é semente e amostra deste mundo novo. Até hoje as pequenas comunidades dos pobres continuam sendo semente e amostra do Reino.
Cada vez que, na história do povo da Bíblia, surge um movimento para renovar a Aliança, ele começa restabelecendo os direitos dos pobres, dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Ele denuncia o sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres. Jesus anuncia um novo começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Este é o sentido e o motivo da inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge a raiz e inaugura a Nova Aliança.
4) Para um confronto pessoal
1) Abandonar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do nome de Jesus. Como isto acontece na sua vida? O que já recebeu de volta?
2) Hoje, a maioria dos países pobres não é da religião cristã, enquanto a maioria dos países ricos é da religião cristã. Como se aplica hoje o provérbio do camelo que não passa pelo fundo de uma agulha?
5) Oração final
Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso cajado são o meu amparo. (Sl 22, 4)
20º Domingo do Tempo Comum: Evangelho. (Lc 12,49-53)
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Jesus é a paz do mundo: para isso veio, viveu e morreu. Mas nós, como, Jesus, convivemos, num mundo de injustiças. Logo, quem decide por Ele, é contra as divisões e injustiças. Vai sofrer. Estamos dispostos a pagar o preço da fidelidade?
1º Jesus no Evangelho fala em fogo, mas, a que (fogo) se refere? Não veio, para trazer a paz e a fraternidade? Então de que fogo está falando? Daquele, dos incêndios? Não. Já existia. Do fogo das revoluções, das guerras? Como a do Putin, da Ucrânia, da China, ou similares? Não. Do fogo, que queimando, mata? Destrói? Não. Ele veio somente para salvar, jamais para condenar. 1.1 Alude, certamente, ao fogo do Espírito Santo, ao da renovação, ou seja, daquele que há de queimar as malvadezas, ódio, injustiças, ganâncias etc. 1.2 Ao Amor, que não despreza, pobres, desempregados, marginalizados, nem membros de outras religiões ou crenças. Fala do seu fogo: o divino. 1.3 Ele sabia e muito bem, que isso não seria fácil, mas por amor a nós, tudo enfrentou. 1.4 Por isso, encarnou-se. Tornou-se semelhante a nós, (menos no pecado) enfrentando as maldades, sem acusar a ninguém. Perturbou consciências pesadas, diabólicas, pois a luz machuca, sempre, olhos doentes. Doentes: não os sãos. 1.5 São os maus, que gostam das trevas, as buscam e nelas, se escondem.
2º Jesus tem um batismo, no qual deve ser batizado (…)e como, deseja que aconteça. Na verdade, teve dois (batismos): o do Jordão e o do Calvário. No das águas, assumiu sua missão, na cruz, morrendo a consumou, abrindo-nos a casa do Pai. Enfatizo: a morte na cruz, foi seu maior sofrimento. No entanto, tornou-se também, o momento de nossa redenção e o da glorificação amorosa e plena do Pai. Hoje, como são vivenciados nossos batismos?
3º A missão de Jesus, foi plena de contradições, não por Ele causadas, porém, por Ele sofridas, em função da vivência da missão recebida. Pergunto então, não afirmava já o Antigo Testamento, que Ele seria o príncipe da paz? Sim. (Is 9,5,6;11.6-9). Anjos, em seu nascimento, não cantaram paz aos homens de boa vontade? (Lc 2,14). Não afirma Paulo, que Ele é nossa paz? (Ef 2,14) Sim. Por que, então retoma Jesus a afirmação: “não vim trazer a paz, mas a divisão”? Por quê? Porque nem todos optam pela paz, pelo reino de Deus, mas buscam outros (reinos). Surgem então confusões, ódio, atentados e mortes. Nós próprios, já sentimos, isso em não poucas famílias, onde uns optaram por Cristo, outros contra uns pela Igreja Católica, outros contra, ou até pelo ateísmo. Quanta amargura, divisões e infelicidade. É claro, Jesus nunca foi causa de separações, injustiças, mas apenas ocasião, pois quem não é a favor é contra Cristo. O sofrimento, aliás, já está embutido, na própria finitude humana. Jesus sempre repudiou radicalismos, mas nunca a radicalidade na fidelidade. Ninguém pode querer defender o Reino de Deus, sendo contra Cristo, e a justiça. Infelizmente existem hoje, muitos cristãos, de meia tigela: nem frios nem quentes. São os mornos. Qual é a nossa opção? Por e com Cristo? Por um mundo melhor? Lembro: Jesus não foi para cruz, por ter feito milagres, nem por ter rezado, mas por que, se posicionou contra o mal, injustiças, corrupção e usura. E em nossos dias, como nos posicionamos nós?
4º Hoje é também o dia dos Pais. Sê-lo é vocação e missão. É graça. Felizes as famílias onde os pais são referências amorosas e seguras, para todos os de casa. Parabéns e muitos anos de vida, para a felicidade das famílias. Em nossas Eucaristias, os lembraremos, com gratidão. Fonte: https://www.cnbb.org.br
10 de Agosto. São Lourenço – mártir.
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Festejamos, neste dia, a vida de santidade e martírio do Diácono que nem chicotes, algozes, chamas, tormentos e correntes puderam contra sua fé e amor ao Cristo. Lourenço, espanhol, natural de Huesca, foi um Diácono de bom humor que servia a Deus na Igreja de Roma durante meados do Século III.
Conta-nos a história que São Lourenço como primeiro dos Diáconos tinha grande amizade com o Papa Sisto II, tanto assim que ao vê-lo indo para o martírio falou: “Ó pai, aonde vais sem o teu filho? Tu que jamais ofereceste o sacrifício sem a assistência do teu Diácono, vais agora sozinho para o martírio?”. E o Papa respondeu: “Mais uns dias e te aguarda uma coroa mais bonita!”. São Lourenço era também responsável pela administração dos bens da Igreja que sustentava muitos necessitados.
Diante da perseguição do Imperador Valeriano, o prefeito local exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, para isso o Santo Diácono pediu um prazo, o qual foi o suficiente para reunir no átrio os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos… todos os que a Igreja socorria, e no fim do prazo – com bom humor – disse: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte”.
Sentindo-se iludido, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente; São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos, e mesmo assim encontrou no Espírito Santo força para dizer no auge do sofrimento na grelha: “Vira-me que já estou bem assado deste lado”.
A Roma cristã venera o santo espanhol com a mesma veneração e respeito com que honra seus primeiros Apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo o foi São Lourenço em Roma. São Lourenço, rogai por nós! Fonte: https://rainhadoscoracoes.org.br
Dom Álvarez: "Retido, mas com força, paz e alegria"
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O Bispo de Matagalpa, Monsenhor Rolando Álvarez, celebrou neste sábado a Eucaristia da Transfiguração do Senhor, enquanto permanece cercado pela Guarda Sandinista que, ao mesmo tempo, anunciou ter aberto uma investigação criminal contra o líder católico.
“Bem, eu não sei o que, mas eles vão fazer seus próprios palpites. Eles disseram formalmente que temos uma casa para uma prisão. Estamos aqui reunidos e retidos, mas com a força, a paz interior e a alegria que o Ressuscitado nos dá”, disse Álvarez em sua homilia neste sábado.
Álvarez permanece com outras onze pessoas na Cúria de Matagalpa, enquanto a Polícia Sandinista mantém um cordão policial que se estende até a Catedral de Matagalpa.
“O medo paralisa, o desespero auto-enterrado e o ódio são a morte do coração. O ódio é respondido com amor, o desespero com esperança; e temor com a força do glorioso Cristo ressuscitado”, acrescentou.
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Ao mesmo tempo, agradeceu à mídia e aos cidadãos em geral por estarem cientes da situação.
“Queremos agradecer aos nossos milhares e milhares de irmãos que através das redes expressaram sua proximidade conosco. Quero agradecer à mídia nacional e internacional, aos portais digitais”, disse Álvarez.
Polícia envia citações
Enquanto isso, a Polícia Sandinista enviou convocações para aqueles que se manifestaram em apoio ao bispo de Matagalpa. “Fui intimado a depor na polícia nacional, não sei o motivo, vou me apresentar neste momento, peço a todos vocês suas orações. Irmãos de fé, Deus nos abençoe”, escreveu a Dra. Magda Alonso em sua conta no Twitter.
Além disso, um áudio enviado por Pedro Haslam, secretário político do departamento de Matagalpa, aos militantes sandinistas vazou nas redes sociais, orientando-os a posicionar a agenda midiática.
“Devemos estar atentos às redes diante da situação de desenvolvimento de atos criminosos dirigidos por Rolando Álvarez. Vamos espalhar a declaração da Polícia por todas as redes das instituições, governos locais, juventude, partido", disse Haslam.
“Devemos estar em sintonia. Esta é uma nova tentativa de desestabilizar nosso país a partir de Matagalpa. Este não é um padre, mas um político disfarçado de batina", acrescentou.
Conferência Episcopal de Honduras pronuncia
A Conferência Episcopal de Honduras mostrou sua proximidade com os bispos católicos da Nicarágua e encorajou os religiosos a continuar cumprindo sua missão evangelizadora.
“Lembremos que a liberdade é um pilar fundamental, que garante a existência de uma democracia, que respeita os direitos e os promove”, diz uma carta enviada pelos bispos de Honduras a Dom Carlos Herrera, bispo de Jinotega e presidente da Conferência Bispo da Nicarágua.
“Esperamos que muito em breve se abram caminhos de diálogo e paz com as autoridades para resolvermos juntos esta dolorosa situação”, acrescenta.
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Por sua vez, a Arquidiocese de Manágua emitiu um comunicado expressando sua proximidade com a Diocese de Matagalpa e seu bispo, Monsenhor Rolando Álvarez.
“Com a certeza colocada em Cristo Bom Pastor, queremos evangelizar no tempo e fora do tempo, confiando que a comunicação franca e respeitosa pode abrir caminhos de entendimento”, diz o comunicado.
Esta sexta-feira, a ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo, ordenou uma "cúria prisional" contra o Bispo de Matagalpa, Monsenhor Rolando Álvarez, contra quem anunciam uma "investigação" por crimes inventados como incitar "atos de ódio" e gerar " instável".
"Aproveitando-se de sua condição de líderes religiosos, usando os meios de comunicação e redes sociais, estão tentando organizar grupos violentos, incitando-os a praticar atos de ódio contra a população, causando um clima de ansiedade e desordem, perturbando a paz e a harmonia em à comunidade. , com o objetivo de desestabilizar o Estado da Nicarágua e cumprir as autoridades constitucionais”, diz um comunicado da Guarda Sandinista. Fonte: https://cafeconvoz.com
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