Vocação e Silêncio: Frei Petrônio
- Detalhes
O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista- Direto da Praia da Ribeira em Angra dos Reis/RJ- fala sobre vocação e silêncio. Convento do Carmo de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. 15 de agosto-2020.
Santo do dia desta sexta-feira, 14: São Maximiliano Kolbe.
- Detalhes

São Maximiliano Kolbe: "Ave Maria" é a síntese de sua vida
Amedeo Lomonaco, Silvonei José – Vatican News
"Ave Maria": são estas as últimas palavras que São Maximiliano Kolbe, nascido na Polônia em 1894, pronunciou em Auschwitz em 14 de agosto de 1941, antes de morrer. A última parte de sua vida foi uma provação compartilhada com outros prisioneiros no campo de extermínio. Após a deportação, ele foi despojado de seu hábito franciscano e destinado ao trabalho mais humilhante, como o transporte dos cadáveres para o crematório. Ele recebeu o número de série 16670. Após a fuga de um prisioneiro, dez prisioneiros são enviados para o chamado bunker da fome no Bloco 13 e são condenados a morrer de fome. Padre Kolbe ofereceu sua vida em troca de um pai de família, Franciszek Gajowniczek, que muitos anos depois recordou aquele momento dramático com estas palavras: "Kolbe saiu da fila, arriscando ser morto naquele momento, para pedir ao Lagerfhurer para me substituir. Era inconcebível que a proposta fosse aceita, de fato muito mais provável que o padre fosse adicionado aos dez selecionados para morrer juntos de fome e de sede. Mas não! Contra o regulamento, Kolbe salvou a minha vida”.
Ave Maria
O mês de agosto de 1941 tinha apenas começado. Padre Kolbe foi trancado no "bunker da fome", em Auschwitz, junto com outros nove prisioneiros. Neste lugar trágico, o desespero tornou-se uma oração comum. Os dias se passaram e o "coro" de vozes orantes, guiado pelo padre franciscano, perde seu vigor e torna-se um sussurro tênue. Após duas semanas de sofrimento indescritível, apenas quatro prisioneiros ainda estão vivos. Entre eles, estava também o padre Kolbe. Os guardas do campo de extermínio decidiram então acelerar o fim de suas vidas com uma injeção de ácido fênico. É o dia 14 de agosto de 1941. Padre Kolbe estendeu seu braço e suas palavras antes de morrer foram o último selo de uma vida colocada nas mãos da Imaculada Conceição. No dia seguinte, solenidade da Assunção da Santíssima Virgem Maria, seu corpo foi queimado no crematório e suas cinzas foram misturadas com as de muitos outros condenados à morte. Padre Kolbe foi proclamado santo em 10 de outubro de 1982 pelo Pontífice polonês São João Paulo II. Em sua homilia, o Papa Wojtyła lembra que a inspiração de toda a vida do Padre Kolbe "foi a Imaculada, a quem ele confiou seu amor por Cristo e seu desejo de martírio". No mistério da Imaculada Conceição, se revela diante dos olhos de sua alma aquele mundo maravilhoso e sobrenatural da Graça de Deus oferecido ao homem". Como seus predecessores, o Papa Francisco, durante sua visita a Auschwitz em 29 de julho de 2016, durante sua viagem apostólica à Polônia, se deteve em oração silenciosa na cela do martírio do Santo polonês.
Uma vida nas mãos da Imaculada
É, portanto, Maria a inspirar a vida do padre Kolbe. Em 1917 ele fundou a "Milícia de Maria Imaculada". O objetivo é "renovar tudo em Cristo através da Imaculada". Em 1922, ele iniciou a publicação da revista "O Cavaleiro da Imaculada", para nutrir o espírito e a difusão da Milícia. Cinco anos depois, perto de Varsóvia, nasce Niepokalanów, a "Cidade da Imaculada". Em 1930, padre Kolbe partiu para o Japão, onde fundou "Mugenzai no Sono" ou "Jardim da Imaculada" na periferia de Nagasaki. Aqui os órfãos desta cidade se refugiaram após a explosão da bomba atômica. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, a cidade de Niepokalanów foi transformada em um lugar de acolhimento para os feridos, doentes e refugiados. Após recusar a cidadania alemã, padre Kolbe foi detido na prisão de Pawiak, em Varsóvia, em 17 de fevereiro de 1941. Alguns meses depois, ele foi deportado para o campo de extermínio de Auschwitz.
Padre Kolbe e a medalha milagrosa
Padre Maximiliano Maria Kolbe, em 1918, depois de ser ordenado sacerdote, celebrou sua primeira missa em Roma, em “Sant'Andrea delle Fratte”. Foi o lugar onde, em 20 de janeiro de 1842, a Imaculada Conceição da medalha milagrosa apareceu ao judeu Alfonso Ratisbonne. O jovem judeu, que usava a medalha no pescoço como uma brincadeira, converteu-se instantaneamente. A medalha milagrosa foi cunhada pela vontade de Nossa Senhora expressa a Santa Catarina Labouré na aparição de 27 de novembro de 1830. Padre Alfonso Longobardi, vice-pároco de “Sant'Andrea delle Fratte”, recorda a ligação entre padre Kolbe, a igreja romana, não muito distante da Praça de Espanha e a medalha milagrosa.
O padre Maximiliano Kolbe teve uma veneração especial pela Virgem Maria, a Imaculada. Aqui em “Sant'Andrea delle Fratte”, em 20 de janeiro de 1842, a Virgem Imaculada apareceu a Alfonso Ratisbonne, um ateu pertencente a uma família judaica e também maçon. Para Maximiliano Kolbe, esta história é fascinante: Maria com sua beleza e sua luz converte este homem.
Qual é a ligação do padre Maximilian Kolbe com a medalha milagrosa?
R.- Existe este vínculo porque Alfonso Ratisbonne usava a medalha como brincadeira. Um amigo, que havia se convertido, pediu-lhe que a usasse. E ele lhe disse que também ele seria convertido. Alfonso pegou-a para zombar dele. Essa medalha será depois fundamental. Afonso dirá ter visto a Nossa Senhora como ela é representada na medalha, cunhada após a aparição a Santa Catarina Labouré. E é muito simples. De um lado está a Virgem Maria, com uma oração a Maria. Do outro lado está a letra Maria, M, incrustada na cruz e em dois corações: o Sagrado Coração de Jesus e o coração doloroso da Virgem Maria. Esta medalha torna-se para o padre Kolbe o brasão, o sinal exterior que cada membro da Milícia da Imaculada deve levar consigo.
Padre Kolbe levava consigo e tinha no peito este sinal também em 14 de agosto de 1941, dia de sua morte em Auschwitz...
Também ali, em Auschwitz, a vida do padre Kolbe foi uma vida de apóstolo. Uma coisa particular me impressiona muito além de como ele morreu: o fato de que com sua presença naquelas celas ele se torna uma presença de esperança. Conta-se que nas celas não há mais gritos e choros, mas canções e orações. E, não por acaso, as últimas palavras do padre Maximiliano Maria Kolbe antes de sua morte serão: "Ave Maria". Poderíamos dizer que estas palavras são a síntese de uma vida que se doa e se coloca nas mãos da Imaculada e se torna um instrumento de santidade. Fonte: https://www.vaticannews.va
Corpo de Dom Pedro Casaldáliga é sepultado em São Félix do Araguaia (MT)
- Detalhes

Religioso pediu para ser enterrado em cemitério de vítimas da grilagem de terras no MT
O sepultamento de Dom Pedro Casaldáliga ocorrerá na manhã desta quarta-feira (12), às 10h, no Cemitério Iny (Karajá) à beira do Rio Araguaia, em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, onde seu corpo está sendo velado desde às 18h, desta terça-feira (11).
Foi Casaldáliga quem pediu para ser enterrado no “Cemitério Karajá”, como é chamada na região a área onde eram sepultados indígenas e trabalhadores sem terra que foram explorados e, muitas vezes, assassinados pelos grileiros de terras da região.
A situação dos trabalhadores e indígenas da região, oriundos de diversas partes do país, sempre mobilizou Casaldáliga, pela extrema pobreza e a violência a que eram submetidos pelos grandes fazendeiros, durante a ditadura militar. Essa cadeia de eventos foi amplamente denunciada pelo religioso.
Saúde
Casaldáliga morreu no último sábado (8), em Batatais, interior de São Paulo, onde estava internado desde o dia 4 de agosto para cuidar de um derrame pulmonar. O religioso convivia com o mal de Parkinson, que contribuiu para o agravamento de seu estado de saúde.
Durante sua internação, foram feitos quatro exames para detectar a contaminação por covid-19, mas todos deram negativo. Com a saúde fragilizada, o religioso respirava por aparelhos e recebia alimentação por uma sonda.
Sua morte gerou profunda comoção e manifestação de diversas personalidades, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se manifestou nas redes sociais. “Nossa terra, nosso povo perde hoje um grande defensor e exemplo de vida generosa na luta por um mundo melhor, que nos fará muita falta.”
História
Nascido em uma aldeia nas imediações de Barcelona, na Espanha, em 1928, Dom Pedro Casaldáliga Plá é de família camponesa. Desembarcou no Brasil em 1968, em plena ditadura militar, e foi consagrado bispo em 1971, quando lançou a Carta Pastoral por Uma Igreja da Amazônia, em conflito com o latifúndio e a marginalização social. O texto ficou conhecido nacional e internacionalmente e marcou o perfil do missionário como porta-voz de índios e agricultores.
O bispo também foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que até hoje atua na defesa de indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores do campo.
Além de sua atuação junto aos pobres e em defesa da democracia, Casaldáliga também se destacou por suas poesias que abordam a urgência da reforma agrária e da luta contra o agronegócio. Fonte: https://www.brasildefato.com.br
13 de Agosto. Santa Dulce dos Pobres, Virgem: Liturgia da Missa.
- Detalhes

A Santa Dulce Lopes Pontes, no século Maria Rita, nasceu no dia 26 de Maio de 1914, na Cidade de Salvador, Bahia de uma família cristã praticante, de profunda piedade e dedicada caridade. Desde criança cultivou grande bondade para os pobres e desvalidos. Ingressou na vida religiosa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, onde exerceu a função de professora e de auxiliar dos enfermos. Fundou a Obra Social Irmã Dulce e o hospital “Santo Antônio”, para cuidar dos aflitos e miseráveis. No dia 13 de Março de 1992, em Salvador, piedosamente descansou no Senhor após uma grave enfermidade e em grande fama de Santidade. Em 22 de maio de 2011, foi beatificada. Em 13 de outubro de 2019, em solenidade presidida pelo Papa Francisco, foi canonizada.
Antífona de entrada (Mt 25, 34.36.40)
Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor: eu estava doente e me visitastes. Em verdade vos digo: tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes.
Oração do dia
Ó Deus, que maravilhosamente concedeste a caridade à Santa Dulce, virgem, a fim de ajudar humilde e benignamente os pobres na suas enfermidades, daí-nos, vo-lo, pedimos, por seu exemplo, o espírito de pobreza, para vos servir com toda solicitude nos pobres. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (Tb 12, 6-13)
É valiosa a oração com jejum, e a esmola com a justiça.
Leitura do livro de Tobias
Naqueles dias, o anjo falou a Tobias e seu filho:
“Bendizei a Deus e dai-lhe graças,
diante de todos os viventes,
pelos benefícios que vos concedeu.
Bendizei e cantai o seu nome.
Manifestai a todos os homens as obras de Deus, como é justo,
e não hesiteis em expressar-lhe o vosso reconhecimento.
Se é bom guardar o segredo do rei,
é justo revelar e publicar as obras de Deus. Fazei o bem, e o mal não vos atingirá.
É valiosa a oração com jejum, e a esmola com a justiça. Melhor é pouco com justiça, do que muito com iniquidade. Melhor é dar esmolas,
do que acumular tesouros.
A esmola livra da morte e purifica de todo pecado. Os que dão esmola serão saciados de vida.
Aqueles, porém, que cometem o pecado e a injustiça, são inimigos de si mesmos.
E agora vos manifestarei toda a verdade, sem vos ocultar coisa alguma.
Já vos declarei e disse:
'É bom guardar o segrego do rei, mas as obras de Deus devem ser reveladas, com a glória devida'.
Pois bem, quando tu e Sara fazíeis oração, eu apresentava o memorial da vossa prece diante da glória do Senhor.
E fazia o mesmo quando tu, Tobias, enterravas os mortos.
Quando não hesitaste em levantar-te da mesa, deixando a refeição e saindo para sepultar um morto, fui enviado a ti para te pôr à prova”.
Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial (Sl 14(15)
O justo habitará no monte santo do Senhor.
1-Aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo *
e não solta em calúnias sua língua.
2-Que em nada prejudica o seu irmão, *
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio, *
mas honra os que respeitam o Senhor.
3- Não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!
Segunda Leitura (1Jo 4, 7-16)
Foi Deus que nos amou primeiro
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos, amemo•nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus
e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus.
Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor.
Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo,
para que tenhamos vida por meio dele.
Nisto consiste o amor:
não fomos nós que amamos a Deus,
mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos amou assim,
nós também devemos amar•nos uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros,
Deus permanece conosco
e seu amor é plenamente realizado entre nós.
A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco,
é que ele nos deu o seu Espírito.
E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como o Salvador do mundo.
Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele,
e ele com Deus.
E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele.
Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus,
e Deus permanece com ele. Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho (Mt 25, 31-40)
R. Aleluia, aleluia, aleluia
Quem me ama realmente guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e a ele nós viremos.
Evangelho
Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos foi a mim que o fizestes. (Mt 25, 31-40)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando o Filho do homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos,
então se assentará em seu trono glorioso.
Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros,
assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde benditos de meu Pai!
Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!
Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber;
eu era estrangeiro e me recebestes em casa;
eu estava nu e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar'.
Então os justos lhe perguntarão:
'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te damos de comer?
Com sede e te damos de beber?
Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa,
e sem roupa e te vestimos?
Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?'
Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo,
que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!'”
Palavra da Salvação.
Oração sobre as oferendas
Recebei, ó Pai, os dons do vosso povo, Para que, recordando a imensa misericórdia do vosso Filho, sejamos confirmados no amor a Deus e ao próximo, A exemplo dos vossos Santos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão
Não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos. (Jo 15,13)
Oração depois da comunhão
Renovados por estes sagrados mistérios, Concedei-nos, ó Deus, seguir o exemplo da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, Que vos serviu com filial constância e se dedicou ao vosso povo com imensa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
AO VIVO: Missa de corpo presente de Dom Pedro Casaldáliga
- Detalhes
Paróquia Nossa Senhora da Assunção- São Félix do Araguaia- MT. Quarta-feira, 12 de agosto-2020.
EVANGELHO DO DIA-19ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 12 de agosto-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes

1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,15-20)
Naquele tempo, disse Jesus: 15Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. 16Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. 17Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. 18Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu. 19Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. 20Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.
3) Reflexão Mateus 18,15-20
No evangelho de hoje e de amanhã vamos ler e meditar a segunda parte do Sermão da Comunidade. O evangelho de hoje fala da correção fraterna (Mt 18,15-18) e da oração em comum (Mt 18,19-20). O de amanhã fala do perdão (Mt 18,21-22) e traz a parábola do perdão sem limites (Mt 18,23-35). A palavra chave desta segunda parte é “perdoar”. O acento cai na reconciliação. Para que possa haver reconciliação que permita o retorno dos pequenos, é importante saber dialogar e perdoar. pois o fundamento da fraternidade é o amor gratuito de Deus. Só assim a comunidade será um sinal do Reino. Não é fácil perdoar. Certas mágoas continuam machucando o coração. Há pessoas que dizem: "Eu perdôo, mas não esqueço!" Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação.
A organização das palavras de Jesus nos cinco grandes Sermões do evangelho de Mateus mostra que, já no fim do primeiro século, as comunidades tinham formas bem concretas de catequese. O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35), por exemplo, traz instruções atualizadas de como proceder em caso de algum conflito entre os membros da comunidade e como encontrar critérios para solucionar os conflitos. Mateus reuniu aquelas frases de Jesus que pudessem ajudar as comunidades do fim do primeiro século a superar os dois problemas agudos que elas enfrentavam naquele momento, a saber, a saída dos pequenos por causa do escândalo de alguns e a necessidade de diálogo para superar o rigorismo de outros e acolher os pequenos, os pobres, na comunidade.
Mateus 18,15-18: A correção fraterna e o poder de perdoar.
Estes versículos trazem normas simples de como proceder no caso de algum conflito na comunidade. Se um irmão ou uma irmã pecar, isto é, se tiver um comportamento não de acordo com a vida da comunidade, não se deve logo denunciá-los. Primeiro, procure conversar a sós. Procure saber os motivos do outro. Se não der resultado, leve mais duas ou três pessoas da comunidade para ver se consegue algum resultado. Só em caso extremo, deve levar o problema para a comunidade toda. E se a pessoa não quiser escutar a comunidade, que ela seja para você “como um publicano ou pagão”, isto é, como alguém que já não faz parte da comunidade. Não é você que está excluindo, mas é a pessoa, ela mesma, que se exclui a si mesma. A comunidade reunida apenas constata e ratifica a exclusão. A graça de poder perdoar e reconciliar em nome de Deus foi dada a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e, aqui no Sermão da Comunidade, à própria comunidade (Mt 18,18). Isto revela a importância das decisões que a comunidade toma com relação a seus membros.
Mateus 18,19: A oração em comum
A exclusão não significa que a pessoa seja abandonada à sua própria sorte. Não! Ela pode estar separada da comunidade, mas nunca estará separada de Deus. Caso a conversa na comunidade não der resultado e a pessoa não quiser integrar-se na vida da comunidade, resta o último recurso de rezar juntos ao Pai para conseguir a reconciliação. E Jesus garante que o Pai vai atender: “Se dois de vocês na terra estiverem de acordo sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está no céu”.
Mateus 18,20: A presença de Jesus na comunidade.
O motivo da certeza de ser ouvido pelo Pai é a promessa de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles!” Jesus é o centro, o eixo, da comunidade e, como tal, junto com a Comunidade ele estará rezando conosco ao Pai, para que conceda o dom do retorno ao irmão ou à irmã que se excluiu.
4) Para um confronto pessoal
- Por que será que é tão difícil perdoar? Na nossa comunidade existe espaço para a reconciliação? De que maneira?
- Jesus disse: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estarei no meio deles". O que significa isto para nós hoje?
5) Oração final
Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)
#PedroCasaldáligaPresente: Corpo de Dom Pedro Casaldáliga será sepultado amanhã, dia 12
- Detalhes

O corpo de Casaldáliga está sendo levado para sua cidade de São Félix do Araguaia, onde será sepultado amanhã (12/08) a partir das 8h.
Em São Félix Casaldáliga será velado em uma canoa indígena. À direita, um remo do Povo Iny que ele trocou pelo báculo e um chapéu de palha sertanejo, que adotou em vez da mitra.

À esquerda, o Cirio Pascal anuncia que para Casaldáliga só temos 2 opções: ou vivos ou ressuscitados.
O acompanharão as imagens da Irmã Irene Fransceschini, que foi responsável do Arquivo da Prelazia por mais de 40 anos. Formadora e companheira de centenas de camponesas. E a irmã Veva, que morou 50 anos com o Povo Apyãwa, no Araguaia e que evitou sua desaparição. Fonte: Facebook
EVANGELHO DO DIA-19ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Terça-feira, 11 de agosto-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes

1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,1-5.10.12-14)
1Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? 2Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: 3Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. 4Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. 5E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. 10Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus. 12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos.
3) Reflexão Mateus 18,1-5.10.12-14
Aqui no capítulo 18 do evangelho de Mateus começa o quarto grande discurso da Nova Lei, o Sermão da Comunidade. Como já foi informado anteriormente (dia 9 de junho de 2008), o Evangelho de Mateus, escrito para as comunidades dos judeus cristãos da Galiléia e Síria, apresenta Jesus como o novo Moisés. No AT, a Lei de Moisés foi codificada nos cinco livros do Pentateuco. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões: 1) O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,29); 2) O Sermão da Missão (Mt 10,1-42); 3) O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52); 4) O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35); 5) O Sermão do Futuro do Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como ele praticava e encarnava a nova Lei em sua vida.
O evangelho de hoje traz a primeira parte do Sermão da Comunidade (Mt 18,1-14) que tem como palavra chave os “pequenos”. Os pequenos não são só as crianças, mas também as pessoas pobres e sem importância na sociedade e na comunidade, inclusive as crianças. Jesus pede que estes pequenos estejam no centro das preocupações da comunidade, pois "o Pai não quer que um só destes pequenos se perca" (Mt 18,14).
Mateus 18,1: A pergunta dos discípulos que provocou o ensinamento de Jesus
Os discípulos querem saber quem é o maior no Reino. Só o fato de eles fazerem esta pergunta revela que pouco ou nada tinham entendido da mensagem de Jesus. O Sermão da Comunidade, todo inteiro, é para fazer entender que entre os seguidores e as seguidoras de Jesus deve vigorar o espírito de serviço, doação, perdão, reconciliação e amor gratuito, sem buscar o próprio interesse e a autopromoção.
Mateus 18,2-5: O critério básico: o menor é o maior.
Os discípulos querem um critério para poder medir a importância das pessoas na comunidade: "Quem é o maior no Reino do Céu?". Jesus responde que o critério é a criança! Criança não tem importância social, não pertence ao mundo dos grandes. Os discípulos devem tornar-se como crianças. Em vez de querer crescer para cima, devem crescer para baixo e para a periferia, onde vivem os pobres, os pequenos. Assim serão os maiores no Reino! E o motivo é este: “Quem recebe a um destes pequenos, recebe a mim!” Jesus se identifica com eles. O amor de Jesus pelos pequenos não tem explicação. Criança não tem mérito. É a pura gratuidade do amor de Deus que aqui se manifesta e pede para ser imitada na comunidade dos que se dizem discípulos e discípulas de Jesus.
Mateus 18,6-9: Não escandalizar os pequenos.
Estes quatro versículos sobre os escândalo dos pequenos foram omitidos no texto do evangelho de hoje. Damos um breve comentário. Escandalizar os pequenos significa: ser motivo para que os pequenos percam a fé em Deus e abandonem a comunidade. Mateus conservou uma frase muito dura de Jesus: “Quem escandalizar um desses pequeninos que acreditam em mim, melhor seria para ele pendurar uma pedra de moinho no pescoço, e ser jogado no fundo do mar”. Sinal de que naquele tempo muitos pequenos já não se identificavam mais com a comunidade e procuravam outros abrigos. E hoje? Na América Latina, por exemplo, cada ano, são em torno de 3 milhões de pessoas que abandonam as igrejas históricas e mudam para as igrejas evangélicas. Sinal de que já não se sentem em casa entre nós. E muitas vezes são os mais pobres que nos abandonam. O que falta em nós? Qual a causa deste escândalo dos pequenos? Para evitar o escândalo, Jesus manda cortar mão ou pé e arrancar o olho. Esta frase não pode ser tomada ao pé da letra. Ela significa que se deve ser muito exigente no combate ao escândalo que afasta os pequenos. Não podemos permitir, de forma nenhuma, que os pequenos se sintam marginalizados na nossa comunidade. Pois neste caso a comunidade já não seria um sinal do Reino de Deus.
Mateus 18,10-11: Os anjos dos pequenos estão na presença do Pai
Jesus evoca o salmo 91. Os pequenos fazem de Javé o seu refúgio e tomam o Altíssimo como defensor (Sl 91,9) e, por isso : “A desgraça jamais o atingirá, e praga nenhuma vai chegar à sua tenda, pois ele ordenou aos seus anjos que guardem você em seus caminhos. Eles o levarão nas mãos, para que seu pé não tropece numa pedra”. (Sl 91,10-12).
Mateus 18,12-14: A parábola das cem ovelhas
Para Lucas, esta parábola revela a alegria de Deus pela conversão de um pecador (Lc 15,3-7). Para Mateus, ela revela que o Pai não quer que um destes pequeninos se perca. Com outras palavras, os pequenos devem ser a prioridade pastoral da Comunidade, da Igreja. Eles devem estar no centro da preocupação de todos. O amor aos pequenos e excluídos deve ser o eixo da comunidade dos que querem seguir Jesus. Pois é deste modo que a comunidade se torna amostra do amor gratuito de Deus que acolhe a todos.
4) Para um confronto pessoal
- As pessoas mais pobres do bairro participam da nossa comunidade? Elas se sentem bem ou encontram em nós motivo para se afastar?
- Deus Pai não quer que se perca nenhum dos pequenos. O que significa isto para a nossa comunidade?
5) Oração final
Minha herança eterna são as vossas prescrições, porque fazem a alegria de meu coração. Abro a boca para aspirar, num intenso amor de vossa lei. (Sl 118, 111.131)
Segunda-feira, dia 10: São Lourenço, o diácono dos pobres.
- Detalhes

São Lourenço, o santo espanhol, também conhecido como Lourenço de Huesta ou Valência. Nasceu em 225 e morreu martirizado em 258, no dia 10 de agosto, em Roma. Está entre os diáconos do início da Igreja de Roma. Eles eram considerados os guardiões dos bens da Igreja e dispensadores de ajuda aos pobres. O nome Lourenço é o mesmo que Laureamtenens, que significa Coroa feita de Louro, como os vencedores recebiam após suas vitórias. Lourenço obteve a vitória em sua paixão. São Lourenço foi ajudante do Papa Sisto II e responsável por um centro dedicado aos pobres.
Diácono São Lourenço
No livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, vemos a preocupação dos mesmos quanto ao crescimento do número dos discípulos. Eles convocaram uma reunião e expuseram suas angústias, dizendo: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus para administrar (Servir as mesas), pois muitos dos discípulos gregos queixavam-se que suas viúvas estavam sendo esquecidas e negligenciadas pelos hebreus.
Foram escolhidos entre os irmãos, homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para administrar o cuidado com os pobres, órfãos e viúvas, ou seja, o tesouro precioso do Senhor. Estes homens foram chamados de Diáconos. São Lourenço era um deles.
Martírio: testemunho de fé
Em 257, os cristãos começaram a ser perseguidos e mortos por ordem do imperador Valeriano I. Em 258, o Papa Sisto II foi decapitado. Conta a história que, ao caminhar para o lugar da execução, São Lourenço caminhava junto ao papa e dizia: Aonde vai sem seu diácono, meu pai? Jamais oferecestes o sacrifício da missa, sem que eu vos acolitasse (ajudasse)! O papa, comovido com essas palavras de dedicação filial, respondeu: Não estou te abandonando, meu filho! Deus reservou-te provação maior e vitória mais brilhante, pois és jovem e forte. Velhice e fraqueza faz com que tenham pena de mim. Em três dias você me seguirá.
Depois da morte do Papa, o imperador exigiu que a Igreja lhe entregasse todos os seus bens, dentro de 3 dias. Vencido o prazo, São Lourenço apresentou os pobres que eram acudidos pela Igreja e disse ao imperador: Estes são os bens da Igreja. Valeriano, então, com muita raiva, ordenou que Lourenço fosse queimado vivo. O santo manteve a alegria no momento da execução, mostrando sua profunda fé na vida eterna, no encontro com Jesus Cristo. Por isso, no momento mais angustiante de sua vida – aos olhos do mundo – Lourenço, feliz, dizia aos soldados: agora podem me virar, este lado já está assado. Uma multidão acompanhava o martírio de São Lourenço. E, no meio do povo, grande foi o número dos que se converteram a jesus cristo ao verem o testemunho do jovem São Lourenço.
São Prudentius, contemporâneo de Lourenço, confirmou este fato quando escreveu que o exemplo de São Lourenço levou vários romanos à conversão. Ele foi sepultado no cemitério de Siriaca, em Agro Verão, na Via Tiburtina, em Roma, onde mais tarde foi erigida uma basílica em sua honra. A basílica, por graça de Deus, que honra seus santos, foi construída por um outro imperador romano: Constantino.
Devoção a São Lourenço
Por causa de seu martírio e maravilhoso testemunho de fé, São Lourenço é mencionado na Oração Eucarística número um e na ladainha de todos os santos. São Lourenço é o padroeiro da cidade de Huesca, na Espanha. Ele é também o padroeiro dos diáconos.
Representação de São Lourenço
Na arte litúrgica da Igreja São Lourenço é representado como um diácono em uma grelha, com a Bíblia na mão. Sua paixão foi escrita um século após sua morte, mas desde o início a história de seu testemunho foi sendo passada oralmente nas igrejas e nas famílias cristãs. A igreja que o imperador Constantino construiu em sua homenagem, fica onde está hoje a igreja de São Lourenço Extramuros. É a quinta Basílica Patriarcal romana. A festa de São Lourenço é celebrada em 10 de agosto. Fonte: www.cruzterrasanta.com.br
Sábado 8: Morre o Profeta dos Pobres
- Detalhes

Dom Pedro Casaldáliga, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia e Missionário Claretiano, morre aos 92 anos de idade
Às 9h20, deste dia 08 de agosto, Dom Pedro finalizava sua missão na terra sendo um defensor ativo dos Direitos Humanos
Depois de um longo período de internação na cidade de Batatais, estado de São Paulo (Brasil), faleceu hoje, 08 de agosto de 2020, às 09h20 (horário de Brasília), Dom Pedro Casaldáliga Pla, CMF, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Mato Grosso (Brasil), Missionário Claretiano e cuidado pela Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos) após ter sido jubilado. Com problemas de saúde ocasionados pelo Mal de Parkinson, por Pneumonia e Derrame Pulmonar, no dia 04 de agosto, Dom Pedro Casaldáliga, CMF, teve seu estado agravado e foi transferido por UTI aérea do Hospital de São Félix do Araguaia a Ribeirão Preto onde seguiu para Batatais em uma UTI Móvel direto para a Santa Casa permanecendo internado até sua morte devido a uma embolia pulmonar decorrente dos problemas de saúde já apresentados.
O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado em três locais. No dia 08, sábado, a partir das 15h, será na capela do Claretiano - Centro Universitário de Batatais, unidade educativa dirigida pelos Missionários Claretianos, localizada a rua Dom Bosco, 466, Castelo, em Batatais, São Paulo. No dia 09, domingo, às 15h, neste local, acontecerá a missa de corpo presente, presidida por Dom Moacir, Arcebispo de Ribeirão Preto, que será aberta ao público em geral e transmitida ao vivo pelo Claretiano - TV, no Youtube, pelo link https://youtu.be/spto8rbKye0
No dia 10, segunda-feira, o corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, seguirá para Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso, onde será velado no Santuário dos Mártires. Em seguida o corpo será levado para São Félix do Araguaia, MT, onde será velado no Centro Comunitário Tia Irene. O sepultamento será em São Félix do Araguaia, conforme desejo manifestado em sua vida.
Trajetória
Dom Pedro Casaldáliga nasceu no dia 16 de fevereiro de 1928, em Balsareny, na província de Barcelona, na Catalunha. É o segundo filho de Montserrat Pla Rosell e Luis Casaldaliga Ribera, que tiveram quatro filhos. Em 1943 ingressou na Congregação Claretiana, Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria e em 1952 foi ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona. Até a sua vinda para o Brasil, que se deu em 1968, trabalhou na formação de futuros missionários claretianos, com a Pastoral da Juventude e com a Pastoral do Cursilho de Cristandade.
Ao chegar no Brasil, junto com Pe. Manoel Luzón, CMF, ajudou a fundar a Missão Claretiana no Estado do Mato Grosso, que na época era uma região com um alto grau de analfabetismo, marginalização social, violência e concentração fundiária. No estado fixou residência e foi defensor ativo dos Direitos Humanos e das grandes causas ainda não totalmente resolvidas, como as causas indígenas, racismo a defesa da Amazônia. Logo após sua chegada, em 1969, o Vaticano criou a Prelazia de São Félix do Araguaia, MT, e em 1970 foi nomeado administrador apostólico da Prelazia.
Já em 1971 foi nomeado Bispo Prelado de São Félix do Araguaia pelo Papa Paulo VI. Neste mesmo ano publicou a Carta Pastoral Uma Igreja na Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social denunciando a situação de miséria e violência na região Amazônica. Com uma vida totalmente dedicada ao próximo e ajudando os mais necessitados fundou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) com Dom Tomás Balduino e juntos criaram a Comissão de Pastoral da Terra (CPT).
Dom Pedro teve seu nome ligado à Reforma Agrária, à denúncia da escravidão moderna e a defesa dos povos indígenas.
Além do exercício como sacerdote, Dom Pedro reservava parte do seu tempo à escrita. Deixou uma obra riquíssima composta por livros, poemas, cartas, cantigas e orações. Inclusive seu livro 'Descalço sobre a Terra Vermelha', virou filme com a direção de Oriol Ferrer, em 2012. Além disso, ele participou do filme 'Anel de Tucun', em 1994; da Missa dos Quilombos, produzida pelo cantor Milton Nascimento, no ano de 1982.
Dom Pedro Casaldáliga passou sua vida na simplicidade, em São Félix do Araguaia, e no dia 04 de agosto de 2020 chegou a Batatais, SP, para tratamento médico, onde passou seus últimos dias, falecendo em 08 de agosto de 2020.
Mais informações para a imprensa:
Pe. Ronaldo Mazula, CMF, celular/WhatsApp (11) 9.7173-7755.
Pe. Brás Lorenzetti, CMF, celular/whatsApp (16) 99257-6513.
Fonte: https://claretiano.edu.br
Bispo Dom Pedro Casaldáliga morre aos 92 anos
- Detalhes
Bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT) nasceu na Espanha em 1928 e se mudou para o Brasil aos 40 anos. Ele ficou conhecido por suas posições políticas e pelo trabalho pastoral ligado a causas como a defesa de direitos dos povos indígenas e o combate à violência dos conflitos agrários.
Por Denise Soares, Kessilen Lopes e Flávia Borges, G1 MT
Bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), Dom Pedro Casaldáliga morreu neste sábado (8) aos 92 anos. Ele estava internado em Batatais (SP). O religioso ficou conhecido por suas posições políticas e pelo trabalho pastoral ligado a causas como a defesa de direitos dos povos indígenas e o combate à violência dos conflitos agrários.
A morte de Casaldáliga foi confirmada pela Prelazia de São Félix do Araguaia, Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos).
Com problemas respiratórios agravados pelo Mal de Parkinson, Casaldáliga foi levado de Mato Grosso para o interior de São Paulo na noite de terça-feira (4) em uma unidade de terapia intensiva (UTI) montada dentro de um avião.
Um terceiro exame - complementar a outros dois realizados em Mato Grosso - descartou que o paciente tenha contraído Covid-19.
História do missionário
Nascido em 16 de fevereiro de 1928 em Balsareny, na província de Barcelona, mudou-se da Espanha para o Brasil aos 40 anos. Veio como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Pertencente à congregação dos missionários claretianos, foi o primeiro bispo da Prelazia do município – a nomeação, em 1971, partiu do Papal Paulo VI. Dom Pedro Casaldáliga ocupou o ofício até 2005, quando renunciou.
Já nos primeiros anos no Brasil, Casaldáliga envolveu-se, ao lado de outros padres espanhóis, na defesa de povos indígenas, ameaçados pela violência dos conflitos agrários e pela expansão dos latifúndios na região.
Casaldáliga foi um dos responsáveis pela fundação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ainda na década de 1970. Em 2000, o bispo foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Seu trabalho junto aos índios xavantes, após anos de embate judicial contra latifundiários e produtores rurais, fez com que recebesse ameaças de morte em 2012.
Além da atuação pastoral, Casaldáliga ficou conhecido pela produção literária, tanto de poesias quanto de manifestos, artigos, cartas circulares e obras com cunho político ou de temas ligados a espiritualidade, publicadas no Brasil e no exterior. Em 2013, recusou-se a dar seu nome a um prêmio de jornalismo por se opor à nomeação da então secretária estadual de Cultura, Janete Riva.
Em 2014, o bispo foi tema do filme biográfico "Descalço sobre a Terra Vermelha", feito por duas produtoras espanholas em parceria com a TV Brasil.
Em 2016, a história de dom Pedro Casaldáliga foi contada em um livro escrito por Luiz Carlos Ribeiro e Flávio Ferreira. A obra é uma adaptação da montagem teatral "Fica Pedro", de 2013. Fonte: https://g1.globo.com
Festa da Transfiguração do Senhor: Lectio Divina com Frei Carlos Mesters, O. Carm.
- Detalhes

1) Oração
Ó Deus, que na gloriosa Transfiguração de vosso Filho confirmastes os mistérios da pelo testemunho de Moisés e Elias, e manifestastes de modo admirável a nossa glória de filhos adotivos, concedei aos vossos servos e servas ouvir a voz do vosso Filho amado, e compartilhar da sua herança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 17, 1-9)
1Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha. 2Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. 3E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele. 4Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. 5Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o. 6Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo. 7Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais. 8Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus. 9E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.
3) Reflexão Mateus 17, 1-9
Hoje é a festa da Transfiguração de Jesus. A Transfiguração acontece depois do primeiro anúncio da Morte de Jesus (Mt 16,21). Este anúncio transtornou a cabeça dos discípulos, sobretudo de Pedro (Mt 16,22-23). Eles tinham os pés no meio dos pobres, mas a cabeça estava perdida na ideologia dominante da época. Eles esperavam um messias glorioso. A cruz era um impedimento para crer em Jesus. A Transfiguração, onde Jesus aparece glorioso no alto da montanha, era uma ajuda para eles poderem superar o trauma da Cruz e descobrir em Jesus o verdadeiro Messias. Mesmo assim, muitos anos depois, quando a Boa Nova já estava espalhada pela Ásia Menor e pela Grécia, a Cruz continuava sendo um grande impedimento para os judeus e para os pagãos aceitarem Jesus como Messias. “A cruz é uma loucura e um escândalo!”, assim diziam (1Cor 1,23). Um dos maiores esforços dos primeiros cristãos consistia em ajudar as pessoas a perceber que a cruz não era escândalo nem loucura, mas sim a expressão mais bonita e mais forte do poder e da sabedoria de Deus (1Cor 1,22-31). O evangelho de hoje dá a sua contribuição neste esforço. Ele mostra que Jesus veio realizar as profecias e que a Cruz era o caminho para a Glória. Não há outro caminho.
Mateus 17,1-3: Jesus muda de aspecto.
Jesus sobe a uma montanha alta. Lucas acrescenta que ele subiu para rezar (Lc 9,28). Lá em cima, Jesus aparece na glória diante de Pedro, Tiago e João. Junto com Jesus aparecem Moisés e Elias. A Montanha alta evoca o Monte Sinai, onde, no passado, Deus tinha manifestado sua vontade ao povo, entregando as tábuas da lei. As vestes brancas lembram Moisés que ficava fulgurante quando conversava com Deus na Montanha e dele recebia a lei (cf. Ex 34,29-35). Elias e Moisés, as duas maiores autoridades do Antigo Testamento, conversam com Jesus. Moisés representa a Lei, Elias, a profecia. Lucas informa que a conversa foi sobre o “êxodo” (a morte) de Jesus em Jerusalém (Lc 9,31). Assim fica claro que, o Antigo Testamento, tanto a Lei como os Profetas, já ensinava que, para o Messias, o caminho da glória tinha de passar pela cruz.
Mateus 17,4: Pedro gostou, mas não entendeu.
Pedro gostou e quis segurar o momento agradável na Montanha. Ele se oferece para construir três tendas. Marcos diz que Pedro estava com medo, sem saber o que estava dizendo (Mc 9,6), e Lucas acrescenta que os discípulos estavam com sono (Lc 9,32). Eles são como nós: têm dificuldade para entender a Cruz!
Mateus 17,5-8: A voz do céu esclarece os fatos.
Enquanto Jesus é envolvido pela glória, uma voz do céu diz: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz". A expressão “Filho amado” evoca a figura do Messias Servo, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1). A expressão “Escutem o que ele diz” evoca a profecia que prometia a chegada de um novo Moisés (cf. Dt 18,15). Em Jesus, as profecias do AT estão se realizando. Os discípulos já não podem duvidar. Jesus é realmente o Messias glorioso e o caminho para a glória passa pela cruz, conforme tinha sido anunciado na profecia do Messias Servo (Is 53,3-9). A glória da Transfiguração o comprova. Moisés e Elias o confirmam. O Pai o garante. Jesus o aceita. Diante de tudo que estava acontecendo os discípulos ficam com muito medo e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproxima, toca neles e diz: "Levantem-se, e não tenham medo." Os discípulos levantam os olhos e vêem só Jesus e ninguém mais. Daqui para a frente, Jesus é a única revelação de Deus para nós! Jesus, e só ele, é a chave para podermos entender a Escritura e a Vida.
Mateus 17,9: Saber guardar o silêncio.
Jesus pedia aos discípulos para não dizer nada a ninguém até que ele tivesse ressuscitado dos mortos. Marcos diz que eles não sabiam o que significava ressurreição dos mortos (Mc 9,10). De fato, não entende o significado da Cruz quem não liga o sofrimento com a ressurreição. A Cruz de Jesus é a prova de que a vida é mais forte que a morte. A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço, desde a Galileia até Jerusalém.
4) Para um confronto pessoal
1-A sua fé em Jesus já proporcionou a você algum momento de transfiguração e de alegria intensa? Como estes momentos de alegria lhe dão força na hora das dificuldades?
2- Como transfigurar, hoje, tanto a vida pessoal e familiar, como a vida comunitária no nosso bairro?
5) Oração final
Na presença do Senhor, fundem-se as montanhas como a cera, em presença do Senhor de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça e todos os povos contemplam a sua glória. (Sl 96, 5-6)
MISSA SEMANAL: Quarta 5
- Detalhes
Santa Missa celebrada por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, direto da Igreja Conventual dos Carmelitas de Angra dos Reis/RJ. Angra, 5 de agosto-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
MISSA SEMANAL: Terça 4
- Detalhes
Santa Missa celebrada por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, direto da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis/RJ. Angra, 4 de agosto-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
*18º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar de fé e caridade
- Detalhes

Tema
A liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos o convite que Deus nos faz para nos sentarmos à mesa que Ele próprio preparou, e onde nos oferece gratuitamente o alimento que sacia a nossa fome de vida, de felicidade, de eternidade.
Na primeira leitura, Deus convida o seu Povo a deixar a terra da escravidão e a dirigir-se ao encontro da terra da liberdade - a Jerusalém nova da justiça, do amor e da paz. Aí, Deus saciará definitivamente a fome do seu Povo e oferecer-lhe-á gratuitamente a vida em abundância, a felicidade sem fim.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o novo Moisés, cuja missão é realizar a libertação do seu Povo. No contexto de uma refeição, Jesus mostra aos seus discípulos que é preciso acolher o pão que Deus oferece e reparti-lo com todos os homens. É dessa forma que os membros da comunidade do Reino fugirão da escravidão do egoísmo e alcançarão a liberdade do amor.
A segunda leitura é um hino ao amor de Deus pelos homens. É esse amor - do qual nenhum poder hostil nos pode afastar - que explica por que é que Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, a fim de nos convidar para o banquete da vida eterna.
LEITURA II - Rom 8,35.37-39
Irmãos:
Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição,
a fome, a nudez, o perigo ou a espada?
Mas em tudo isto somos vencedores,
graças Àquele que nos amou.
Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida,
nem os Anjos nem os Principados,
nem o presente nem o futuro,
nem as Potestades nem a altura nem a profundidade
nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus,
que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.
AMBIENTE
O texto que nos é hoje proposto como segunda leitura conclui a reflexão de Paulo sobre a questão da salvação.
Há já alguns domingos que temos vindo a acompanhar o desenvolvimento das ideias de Paulo sobre esta questão: toda a humanidade vive mergulhada numa realidade de pecado (cf. Rom 1,18-3,20); mas a bondade de Deus oferece a todos os homens, de forma gratuita e incondicional, a salvação (cf. 3,21-4,25). Essa salvação chega ao homem através de Jesus Cristo (cf. Rom 5,1-7,25). O Espírito Santo é que dá ao homem a força para acolher esse dom (cf. Rom 8,1-39), para renunciar à vida do egoísmo e do pecado (a vida "segundo a carne") e para ascender a uma nova situação - a situação de "filho de Deus" (vida "segundo o Espírito").
Acolher a salvação que Deus oferece, identificar-se com Jesus e percorrer com Ele o caminho do amor a Deus e da entrega aos irmãos (vida "segundo o Espírito") não é, no entanto, um caminho fácil, de triunfos e de êxitos humanos; mas é um caminho que é preciso percorrer, tantas vezes na dor, no sofrimento e na renúncia, enfrentando as forças da morte, da opressão, do egoísmo e da injustiça.
Apesar das barreiras que é necessário vencer, das nuvens ameaçadoras e dos mil desafios que, dia a dia, se põem ao crente que segue o caminho de Jesus, o cristão pode e deve confiar no êxito final. Por quê?
É a esta questão que Paulo procura responder nestes versículos que nos são hoje propostos.
MENSAGEM
"Se Deus é por nós, quem será contra nós"? - pergunta Paulo no início da perícopa (Rom 8,31). A verdade é que nada pode derrotar aquele que é objeto do amor imenso e imortal de Deus - amor manifestado nesse movimento que levou Cristo até à entrega total da vida para nos colocar na rota da salvação e da vida plena.
O crente tem de estar certo de que Deus o ama e que lhe reserva a vida em plenitude, a felicidade total, a comunhão plena com Ele. Dessa forma, pode escolher, com tranquilidade e serenidade o caminho de Jesus - caminho de dom, de entrega da vida, de amor até às últimas consequências... Pode, como Jesus, lutar objetivamente contra o egoísmo, a injustiça, a opressão, o pecado; pode gastar a vida nessa luta, sem temer o aniquilamento ou o fracasso; pode enfrentar a perseguição, a angústia, os perigos, as armadilhas montadas pelos homens, com a certeza de que nada o pode vencer ou destruir... E, no final do caminho, espera-o essa vida plena de felicidade sem fim, que Deus oferece àqueles que aceitam a sua proposta de amor e caminham nela.
Nos dois últimos versículos do texto que nos é proposto (vers. 38-39), Paulo enumera uma série de forças que, na época, se julgavam mais ou menos hostis ao homem. Não devemos, contudo, tomar essas expressões como uma descrição detalhada daquilo que, para Paulo, era o mundo sobrenatural. Devemos ver nessa lista, apenas uma forma retórica de sugerir que nada - nem sequer esses poderes que os antigos acreditavam que hostilizavam o homem - será capaz de separar o cristão do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo.
Atualização
Para Paulo, há uma constatação incrível, que não cessa de o espantar (e que temos repetidamente encontrado nos textos da Carta aos Romanos lidos nos últimos domingos): Deus ama-nos com um amor profundo, total, radical, que nada nem ninguém consegue apagar ou eliminar. Esse amor veio ao nosso encontro em Jesus Cristo, atingiu a nossa existência e transformou-a, capacitando-nos para caminharmos ao encontro da vida eterna. Ora, antes de mais, é esta descoberta que Paulo nos convida a fazer... Nos momentos de crise, de desilusão, de perseguição, de orfandade, quando parece que o mundo está todo contra nós e que não entende a nossa luta e o nosso compromisso, a Palavra de Deus grita: "não tenhais medo; Deus ama-vos".
Descobrir esse amor dá-nos a coragem necessária para enfrentar a vida com serenidade, com tranquilidade e com o coração cheio de paz. O crente é aquele homem ou mulher que não tem medo de nada porque está consciente de que Deus o ama e que lhe oferece, aconteça o que acontecer, a vida em plenitude. Pode, portanto, entregar a sua vida como dom, correr riscos na luta pela paz e pela justiça, enfrentar os poderes da opressão e da morte, porque confia no Deus que o ama e que o salva.
Evangelho (Mt 14,13-21): Atualização
Antes de mais, o texto convida-nos a refletir sobre a preocupação de Deus em oferecer a todos os homens a vida em abundância. Ele convida todos os homens para o "banquete" do Reino... Aos desclassificados e proscritos que vivem à margem da vida e da história, aos que têm fome de amor e de justiça, aos que vivem atolados no desespero, aos que têm permanentemente os olhos toldados por lágrimas de tristeza, aos que o mundo condena e marginaliza, aos que não têm pão na mesa nem paz no coração, Deus diz: "quero oferecer-te essa plenitude de vida que os homens teus irmãos te negam. Tu também estás convidado para a mesa do Reino".
A nossa responsabilidade de seguidores de Jesus compromete-nos com a "fome" do mundo. Nenhum cristão pode dizer que não tem culpa pelo facto de 80 por cento da humanidade ser obrigada a viver com 20 por cento dos recursos disponíveis... Nenhum cristão pode "lavar as mãos" quando se gastam em armas e extravagâncias recursos que deviam estar ao serviço da saúde, da educação, da habitação, da construção de redes de saneamento básico... Nenhum cristão pode dormir tranquilo quando tantos homens e mulheres, depois de uma vida de trabalho, recebem pensões miseráveis que mal dão para pagar os medicamentos, enquanto se gastam quantias exorbitantes em obras de fachada que só servem para satisfazer o ego dos donos do mundo... Nós temos responsabilidades na forma como o mundo se constrói... Que podemos fazer para que o nosso mundo seja alicerçado sobre outros valores?
É preciso criarmos a consciência de que os bens criados por Deus pertencem a todos os homens e não a um grupo restrito de privilegiados. O Vaticano II afirma: "Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos (...). Sejam quais forem as formas de propriedade, conforme as legítimas instituições dos povos e segundo as diferentes e mutáveis circunstâncias, deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa desses bens temporais, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também os outros. De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficientes para si e suas famílias" (Gaudium et Spes, 69). Como me situo face aos bens? Vejo os bens que Deus me concedeu como "meus, muito meus e só meus", ou como dons que Deus depositou nas minhas mãos para eu administrar e partilhar, mas que pertencem a todos os homens?
O problema da fome no mundo não se resolve recorrendo a programas de assistência social, de "rendimento mínimo garantido" ou de outros esquemas de "caridadezinha"; mas resolve-se recorrendo a uma verdadeira revolução das mentalidades, que leve os homens a interiorizar a lógica de partilha. Os bens que Deus colocou à disposição dos seus filhos não podem ser açambarcados por alguns; pertencem a todos os homens e devem ser postos ao serviço de todos. É preciso quebrar a lógica do capitalismo, a lógica egoísta do lucro (mesmo quando ela reparte alguns trocos pelos miseráveis para aliviar a consciência dos exploradores), e substitui-la pela lógica do dom, da partilha, do amor. Sem isto, nenhuma mudança social criará, de verdade, um mundo mais justo e mais fraterno.
A narração que hoje nos é proposta tem um inegável contexto eucarístico (as palavras "ergueu os olhos ao céu e recitou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos" levam-nos à fórmula que usamos sempre que celebramos a Eucaristia). Na verdade, sentar-se à mesa com Jesus e receber o pão que Ele oferece (Eucaristia) é comprometer-se com a dinâmica do Reino e é assumir a lógica da partilha, do amor, do serviço. Celebrar a Eucaristia obriga-nos a lutar contra as desigualdades, os sistemas de exploração, os esquemas de açambarcamento dos bens, os esbanjamentos, a procura de bens supérfluos... Quando celebramos a Eucaristia e nos comprometemos com uma lógica de partilha e de dom, estamos a tornar Jesus presente no mundo e a fazer com que o Reino seja uma realidade viva na história dos homens.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado- EVANGELHO DO DIA
Carta de mil padres com críticas a Bolsonaro esquenta racha político na Igreja
- Detalhes

Gilberto Nascimento
De São Paulo para a BBC News Brasil
Mil e cinquenta e oito padres brasileiros assinaram um manifesto, divulgado na tarde desta quinta-feira (30), em apoio a uma carta de 152 bispos da Igreja Católica com duras críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tornada pública no fim de semana. A iniciativa desses sacerdotes esquenta ainda mais o embate entre as chamadas alas "progressista" e "conservadora" na Igreja Católica.
Grupos conservadores haviam reagido ao documento dos representantes do episcopado, a "Carta ao Povo de Deus", divulgada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo.
Os bispos disseram que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua História e vive uma "tempestade perfeita", combinando uma crise sem precedentes na saúde e um "avassalador colapso na economia", com questionadas e polêmicas ações do presidente da República que resultam "numa profunda crise política e de governança".
'Agir em favor de toda a população'
Os padres afirmam que a manifestação dos bispos brasileiros "em profunda comunhão com o papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)" oferece ao povo "luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País".
Segundo o documento dos padres, os governantes "têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial os mais pobres", mas "não tem sido esse o projeto do atual governo", que "não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço".
E acrescenta: "Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da 'nossa irmã, a Mãe Terra', e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil".
O documento dos bispos brasileiros deveria ser divulgado inicialmente na quarta-feira (22), mas foi suspenso para ser analisado pelo Conselho Permanente da CNBB.
Acabou vazando, deliberadamente, diante do temor de alguns signatários de que os conservadores católicos impedissem a sua divulgação.
Assinaram o documento, entre outros, o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, o bispo emérito de Blumenau dom Angélico Sândalo Bernardino; o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Damian; o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa, e o bispo emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler.
O texto será avaliado pela CNBB em reunião no próximo dia 5. A CNBB, na avaliação de religiosos, tende a se manifestar em favor da autonomia dos bispos para darem declarações.
Padres da Caminhada
Já os padres também contrários às ações de Bolsonaro se organizaram em movimentos como os Padres da Caminhada - com cerca de 200 integrantes, entre eles bispos eméritos, com dom Mauro Morelli, de Duque de Caxias (RJ) -, e os Padres contra o Fascismo, com 170 membros.
Surgido no final do ano passado em um encontro de comunidades eclesiais de base em Canoas, no Rio do Grande do sul, os Padres da Caminhada saíram em defesa do pároco Edson Tagliaferro, da cidade de Artur Nogueira (SP), que chamou Bolsonaro de "bandido" numa homilia, no início de julho.
Também apoiaram os colegas padres Dennis Koltz e Sisto Magro, agredidos por um fazendeiro no interior do Amapá, há cinco meses, e se posicionaram contra o racismo na Igreja Católica, reivindicando ao papa Francisco a nomeação de mais bispos negros.
Na carta divulgada ontem, os padres afirmam ser necessária e urgente a reconstrução das relações sociais no Brasil, pois "este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados".
Afirmam ainda um compromisso "em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta", e se solidarizam com todas as famílias que perderam vidas por causa da covid-19.
"Essa doença ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus", reclama o documento.
Leia a íntegra:
"CAMINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS"
CARTA DE PADRES EM APOIO E ADESÃO AOS BISPOS SIGNATÁRIOS DA CARTA AO POVO DE DEUS
"Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situamse cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros" (EG 56 e 270).
Nós, "Padres da Caminhada", "Padres contra o Facismo", diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, "em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil", oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.
O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País.
Os bispos alertam para o perigo de que "a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República", principalmente impulsionado pelo Presidente. Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por "interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus".
Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que "a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)".
Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que "não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma "economia que mata" (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço". Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da "nossa irmã, a Mãe Terra", e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil. É urgente a reconstrução das relações sociais, pois "este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. [...] Essa realidade não comporta indiferença.".
A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários.
Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: "Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais". Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil "duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios".
Nesse tempo de "tempestade perfeita", a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso "na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária", como indicam os bispos em sua carta. Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida.
Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! "Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta."
Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo! Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.
Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus. Fonte: https://www.bbc.com
Nós, "Padres da Caminhada", "Padres contra o Fascismo", diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.
29 de julho de 2020
Festa de Santa Marta
EVANGELHO DO DIA-17ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 31 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes

1) Oração
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo: redobrai de amor para convosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 13,54-58)
54Foi para a sua cidade e ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe vem esta sabedoria e esta força miraculosa? 55Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso? 57E não sabiam o que dizer dele. Disse-lhes, porém, Jesus: É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado. 58E, por causa da falta de confiança deles, operou ali poucos milagres.
3) Reflexão
O evangelho de hoje conta como foi a visita de Jesus à Nazaré, sua comunidade de origem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. Onde não há fé, Jesus não pode fazer milagre.
Mateus 13, 53-57ª: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
É sempre bom voltar para a terra da gente. Após longa ausência, Jesus também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade. Jesus não era coordenador, mesmo assim ele tomou a palavra. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião. O povo ficou admirado, não entendeu a atitude de Jesus: "De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres?” Jesus, filho do lugar, que eles conheciam desde criança, como é que ele agora ficou tão diferente? O povo de Nazaré ficou escandalizado e não o aceitou: “Não é ele o filho do carpinteiro?” O povo não aceitou o mistério de Deus presente num homem comum como eles conheciam Jesus. Para poder falar de Deus ele teria de ser diferente. Como se vê, nem tudo foi bem sucedido. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, estas eram as que se recusavam a aceitá-la. O conflito não é só com os de fora de casa, mas também com os parentes e com o povo de Nazaré. Eles recusam, porque não conseguem entender o mistério que envolve a pessoa de Jesus: “Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não moram aqui conosco? Então, de onde vem tudo isso?" Não deram conta de crer.
Mateus 13, 57b-58: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: "Um profeta só não é honrado em sua própria pátria e em sua família". De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada. Ele ficou admirado da falta de fé deles.
Os irmãos e as irmãs de Jesus.
A expressão “irmãos de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
4) Para um confronto pessoal
- Em Jesus algo mudou no seu relacionamento com a Comunidade de Nazaré. Desde que você começou a participar na comunidade, alguma coisa mudou no seu relacionamento com a família? Por que?
- A participação na comunidade tem ajudado você a acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?
5) Oração final
Eu, porém, miserável e sofredor, seja protegido, ó Deus, pelo vosso auxílio. Cantarei um cântico de louvor ao nome do Senhor, e o glorificarei com um hino de gratidão. (Sl 68, 30-31)
EVANGELHO DO DIA-17ª SEMANA DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 29 de julho-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes

1) Oração
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo: redobrai de amor para convosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 13,47-53)
Naquele tempo, disse Jesus a multidão: 47O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.48Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.49Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos50e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.51Compreendestes tudo isto? Sim, Senhor, responderam eles.52Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas.53Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a última parábola do Sermão das Parábolas: a história da rede lançada ao mar. Esta parábola encontra-se só no evangelho de Mateus, sem nenhum paralelo nos outros três evangelhos.
Mateus 13,47-48: A parábola da rede lançada ao mar
"O Reino do Céu é ainda como uma rede lançada ao mar. Ela apanha peixes de todo o tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e escolhem: os peixes bons vão para os cestos, os que não prestam são jogados fora”. A história contada é bem conhecida do povo da Galiléia que vive ao redor do lago. É o trabalho deles. A história reflete o fim de um dia de trabalho. Os pescadores saem para o mar com esta única finalidade: jogar a rede, apanhar muito peixe, puxar a rede cheia para a praia, escolher os peixes bons para levar para casa e jogar fora os que não servem. Descreve a satisfação do pescador no fim de um dia de trabalho pesado e cansativo. Esta história deve ter provocado um sorriso de satisfação no rosto dos pescadores que escutavam Jesus. O pior é chegar na praia no fim do dia sem ter pescado nada (Jo 21,3).
Mateus 13,49-50: A aplicação da parábola
Jesus aplica a parábola, ou melhor dá uma sugestão para as pessoas poderem discutir a parábola e aplicá-la em suas vidas. “Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são bons. E lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí eles vão chorar e ranger os dentes." Como entender esta fornalha de fogo? São imagens fortes para descrever o destino daqueles que se separam de Deus ou não querem saber de Deus. Toda cidade tem um lixão, um lugar onde joga os detritos e o lixo. Lá existe um fogo de monturo permanente que é alimentado diariamente pelo lixo novo que nele vai sendo despejado. O lixão de Jerusalém ficava num vale perto da cidade que se chamava geena, onde, na época dos reis havia até uma fornalha para sacrificar os filhos ao falso deus Molok. Por isso, a fornalha da geena tornou-se símbolo de exclusão e de condenação. Não é Deus que exclui. Deus não quer a exclusão nem a condenação, mas que todos tenham vida e vida em abundância. Cada um de nós se exclui a si mesmo
Mateus 13,51-53: O encerramento do Sermão das Parábola
No final do Sermão das parábolas Jesus encerra com a seguinte pergunta: "Vocês compreenderam tudo isso?" Ele responderam “Sim!” E Jesus termina a explicação com uma outra comparação que descreve o resultado que ele quer obter com as parábolas: "E assim, todo doutor da Lei que se torna discípulo do Reino do Céu é como pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas". Dois pontos para esclarecer:
(1) Jesus compara o doutor da lei com o pai de família. O que faz o pai de família? Ele “tira do seu baú coisas novas e velhas". A educação em casa se faz transmitindo aos filhos e às filhas o que eles, os pais, receberam e aprenderam ao longo dos anos. É o tesouro da sabedoria familiar onde estão encerradas a riqueza da fé, os costumes da vida e tanta outra coisa que os filhos vão aprendendo. Ora, Jesus quer que, na comunidade, as pessoas responsáveis pela transmissão da fé sejam como o pai de família. Assim como os pais entendem da vida em família, assim, estas pessoas responsáveis pelo ensino devem entender as coisas do Reino e transmiti-la aos irmãos e irmãs da comunidade.
(2) Trata-se de um doutor da Lei que se torna discípulo do Reino. Havia portanto doutores da lei que aceitavam Jesus como revelador do Reino. O que acontece com um doutor na hora em que descobre em Jesus o Messias, o filho de Deus? Tudo aquilo que ele estudou para poder ser doutor da lei continua válido, mas recebe uma dimensão mais profunda e uma finalidade mais ampla. Uma comparação para esclarecer o que acabamos de dizer. Numa roda de amigos alguém mostrou uma fotografia, onde se via um homem de rosto severo, com o dedo levantado, quase agredindo o público. Todos ficaram com a idéia de se tratar de uma pessoa inflexível, exigente, que não permitia intimidade. Nesse momento, chegou um jovem, viu a fotografia e exclamou: "É meu pai!" Os outros olharam para ele e, apontando a fotografia, comentaram: "Pai severo, hein!" Ele respondeu: "Não é não! Ele é muito carinhoso. Meu pai é advogado. Aquela fotografia foi tirada no tribunal, na hora em que ele denunciava o crime de um latifundiário que queria despejar uma família pobre que estava morando num terreno baldio da prefeitura há vários anos! Meu pai ganhou a causa. Os pobres não foram despejados!” Todos olharam de novo e disseram: "Que pessoa simpática!” Como por um milagre, a fotografia se iluminou por dentro e tomou um outro aspecto. Aquele rosto, tão severo adquiriu os traços de uma grande ternura! As palavras do filho, mudaram tudo, sem mudar nada! As palavras e gestos de Jesus, nascidas da sua experiência de filho, sem mudar uma letra ou vírgula sequer, iluminaram o sentido do Antigo Testamento pelo lado de dentro (Mt 5,17-18) e iluminaram por dentro toda a sabedoria acumulada do doutor da Lei. . O mesmo Deus, que parecia tão distante e severo, adquiriu os traços de um Pai bondoso de grande ternura!
4) Para um confronto pessoal
1) A experiência do Filho já entrou em você para mudar os olhos e descobrir as coisas de Deus de outro modo?
2) O que te revelou o Sermão das Parábolas sobre o Reino?
5) Oração final
Louva, ó minha alma, o Senhor! Louvarei o Senhor por toda a vida. Salmodiarei ao meu Deus enquanto existir. (Sl 145, 1-2)
Coronavírus infecta 347 padres, mata 21 e reacende polêmica sobre abertura de igrejas.
- Detalhes
Maior número de vítimas está na região norte, diz CNBB
A epidemia do novo coronavírus já fez 21 vítimas entre padres diocesanos brasileiros. De acordo com números da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), 347 religiosos já foram contaminados em todo o país.
LUTO ETERNO
A região Norte 2, que na divisão da CNBB abrange os estados do Pará e do Amapá, contabiliza o maior número de infecções e mortes: foram 58 padres contaminados e seis óbitos. Em seguida vem o Nordeste 2, que inclui os estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, com 57 infectados e 3 mortos.
LUTO 2
O estado do Ceará, que corresponde à região Nordeste 1, vem em quarto lugar, com 37 religiosos infectados e 4 óbitos. Os estados de Bahia e Sergipe, que correspondem à região Nordeste 3, tiveram 20 padres infectados —e nenhuma morte registrada.
LUTO 3
Na regional Sul 1, que abrange o estado de São Paulo, 38 padres foram infectados, com um óbito. Das 18 regionais da conferência, apenas a de Mato Grosso do Sul não registra casos de contaminação nem de morte.
LUTO 4
A Covid-19 fez vítimas também entre os bispos: nove já testaram positivo para a doença, e dois deles morreram.
COMO FICA
As dezenas de mortes reacenderam o debate sobre a conveniência da manutenção de igrejas abertas, ou mesmo da reabertura das que fecharam as portas.
CADA UM POR SI
Em uma carta enviada a padres diocesanos, o arcebispo de SP, dom Odilo Scherer, disse que cabe a cada um deles decidir o que fazer.
BALANÇA
De 35 paróquias na região episcopal da Brasilândia, por exemplo, só 18 reabriram. E já há padres contaminados depois disso. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Dom Ubiratan está com pneumonia bacteriana
- Detalhes

Bispo de Itaguaí não está com Covid-19 e se recupera satisfatoriamente, segundo médico
Dom José Ubiratan Lopes está bem e se recuperando satisfatoriamente de uma pneumonia bacteriana. O bispo da Diocese de Itaguaí está internado no Hospital da Unimed Rio, localizado na Barra da Tijuca desde o meio dia desta terça-feira (28). Ele passou mal na manhã desta segunda na sua terra natal, no município de Itambacuri, Minas Gerais, onde recebeu os primeiros socorros no hospital da cidade.

A logística da transferência envolveu a área médica da Unimed Rio, juntamente com a Uniair
O médico Carlos Eduardo Marques, gestor da área médica e conselheiro administrativo da Unimed Rio, disse ao Jornal Atual que Dom Ubiratan estava febril, com 39 graus, e com número aumentado de leucócito, sinal que indica estar com processo infeccioso. Diante do diagnóstico, a Unimed Rio mobilizou uma equipe do serviço de Transporte Aeromédico para fazer o resgate, que aconteceu no aeródromo de Teófilo Otoni, que fica a 30 minutos de ambulância de onde estava internado, para o Aeroporto Santos Dumont. “Uma ambulância UTI da Unimed Rio já o aguardava com toda equipe médica na pista do aeroporto. O trajeto do aeroporto ao Hospital da Unimed Rio foi transcorrido em 40 minutos onde a equipe médica já o aguardava para iniciar todos os cuidados. Nos sentimos honrados em tê-lo conosco no Hospital da Unimed Rio”, declara Carlos Eduardo, que confirma que o bispo não está com o coronavírus.
No início da manhã desta terça o vigário geral da Catedral Diocesana de São Francisco Xavier, em Itaguaí, Gilberto Stanice, divulgou nas redes sociais a enfermidade de Dom Ubiratan em nota que dizia que o bispo viajou no domingo (26) para sua terra natal, onde se sentiu mal, enquanto estava com seus familiares. Fonte: https://jornalatual.com.br
Pág. 214 de 688




