Olhar Jornalístico

Quarta-feira, 03 de março-2021. 2ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 03 março 2021
  • Reflexão do Evangelho do Dia,
  • EVANGELHO DO DIA,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA,
  • 2ª SEMANA DA QUARESMA
  • SEMANA DA QUARESMA

 

1) Oração

Ó Deus, conservai constantemente vossa família na prática das boas obras, e, assim como nos confortais agora com vossos auxílios, conduzi-nos aos bens eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 20, 17-28)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 17Subindo para Jerusalém, durante o caminho, Jesus tomou à parte os Doze e disse-lhes: 18Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. 19E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará. 20Nisso aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica. 21Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. 22Jesus disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber? Sim, disseram-lhe. 23De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, ao sentar-vos à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim vo-lo conceder. Esses lugares cabem àqueles aos quais meu Pai os reservou. 24Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, os chamou e lhes disse: Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. 26Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. 27E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. 28Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz três assuntos: o terceiro anúncio da paixão (Mt 20,17-19), o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 20,20-23) e a discussão dos discípulos pelo primeiro lugar (Mt 20,24-28).

Mateus 20,17-19: O terceiro anúncio da paixão.  Eles estão a caminho de Jerusalém. Jesus vai na frente. Sabe que vão matá-lo. O profeta Isaías já o tinha anunciado (Is 50,4-6; 53,1-10). Porém, a sua morte não é fruto de um plano já preestabelecido, mas é conseqüência do compromisso assumido com a missão recebida do Pai junto aos excluídos do seu tempo. Por isso, Jesus alerta os discípulos sobre a tortura e a morte que ele vai enfrentar em Jerusalém. Pois o discípulo deve seguir o mestre, mesmo que for para sofrer com ele. Os discípulos estão assustados e o acompanham com medo. Não entendem o que está acontecendo (cf. Lc 18,34). O sofrimento não combinava com a idéia que eles tinham do messias (cf. Mt 16,21-23).

Mateus 20,20-21: O pedido da mãe pelo primeiro lugar para os filhos.  Os discípulos não só não entendem o alcance da mensagem de Jesus, mas continuam com suas ambições pessoais. Enquanto Jesus insistia no serviço e na doação, eles teimavam em pedir os primeiros lugares no Reino. A mãe de Tiago e João, levando consigo os dois filhos, chega perto de Jesus e pede um lugar na glória do Reino para os dois filhos, um à direita e outro à esquerda de Jesus. Os dois não entenderam a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com os próprios interesses. Sinal de que a ideologia dominante da época tinha penetrado profundamente na mentalidade dos discípulos. Apesar da convivência de vários anos com Jesus, eles não tinham renovado sua maneira de ver as coisas. Olhavam para Jesus com o olhar antigo. Queriam uma recompensa pelo fato de seguir a Jesus. As mesmas tensões existiam nas comunidades no tempo de Mateus e existem até hoje nas nossas comunidades.

Mateus 20,22-23: A resposta de Jesus.  Jesus reage com firmeza: “Vocês não sabem o que estão pedindo!” E pergunta se eles são capazes de beber o cálice que ele, Jesus, vai beber, e se estão dispostos a receber o batismo que ele vai receber. É o cálice do sofrimento, o batismo de sangue! Jesus quer saber se eles, em vez do lugar de honra, aceitam entregar a vida até à morte. Os dois respondem: “Podemos!” Parece uma resposta da boca para fora, pois, poucos dias depois, abandonaram Jesus e o deixaram sozinho na hora do sofrimento (Mc 14,50). Eles não têm muita consciência crítica, nem percebem sua realidade pessoal. Quanto ao lugar de honra no Reino ao lado de Jesus, quem o dá é o Pai. O que ele, Jesus, tem para oferecer é o cálice e o batismo, o sofrimento e a cruz.

Mateus 20,24-27: Entre vocês não seja assim.  Jesus fala, novamente, sobre o exercício do poder (cf. Mc 9,33-35). Naquele tempo, os que detinham o poder não prestavam conta ao povo. Agiam conforme bem entendiam (cf. Mc 6,27-28). O império romano controlava o mundo e o mantinha submisso pela força das armas e, assim, através de tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza dos povos na mão de poucos lá em Roma. A sociedade era caracterizada pelo exercício repressivo e abusivo do poder. Jesus tem outra proposta. Ele diz: “Entre vocês não deve ser assim! Quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos!” Ele traz ensinamentos contra os privilégios e contra a rivalidade. Quer mudar o sistema e insiste no serviço como remédio contra a ambição pessoal.

Mateus 20,28: O resumo da vida de Jesus. Jesus define a sua missão e a sua vida: “Não vim para ser servido, mas para servir!” Veio dar sua vida em resgate para muitos. Ele é o messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu da mãe que disse: “Eis aqui a serva do Senhor!”(Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.

 

4) Para um confronto pessoal

1-Tiago e João pedem favores, Jesus promete sofrimento. E eu, o que peço a Jesus na oração? Como acolho o sofrimento e as dores que acontecem na minha vida?

2-Jesus diz: “Entre vocês não deve ser assim!” Meu jeito de viver em comunidade está de acordo com este conselho de Jesus?

 

5) Oração final

Livra-me do laço que me armaram, porque és minha força. Nas tuas mãos entrego meu espírito; tu me resgatas, SENHOR, Deus fiel. (Sl 30, 5-6)

Terça-feira, 02 de março-2021. 2ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 02 março 2021
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • lectio divina,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • Reflexões de Frei Carlos Mesters,
  • 2ª SEMANA DA QUARESMA

 

1) Oração

Guardai, Senhor Deus, a vossa Igreja com a vossa constante proteção e, como a fraqueza humana desfalece sem vosso auxílio, livrai-nos constantemente do mal e conduzi-nos pelos caminhos da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 23, 1-12)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 1Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: 2Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. 3Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. 4Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. 5Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. 6Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 7Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. 8Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. 9E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. 11O maior dentre vós será vosso servo. 12Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz uma crítica de Jesus contra os escribas e fariseus do seu tempo. No começo da atividade missionária de Jesus, os doutores de Jerusalém já tinham ido até a Galileia para observá-lo (Mc 3,22; 7,1). Incomodados pela pregação de Jesus, tinham espalhado a calúnia de que ele era um possesso (Mc 3,22). Ao longo dos três anos a popularidade de Jesus cresceu. Cresceu também o conflito dele com as autoridades religiosas. A raiz deste conflito estava na maneira de eles se colocarem frente a Deus. Os fariseus buscavam sua segurança não tanto no amor de Deus para com eles, mas mais na observância rigorosa da Lei. Confrontado com esta mentalidade, Jesus acentua a prática do amor que relativiza a observância da lei e lhe dá o seu verdadeiro sentido.

Mateus 23,1-3: A raiz da crítica: “Eles dizem, mas não fazem”. Jesus reconhece a autoridade dos escribas e fariseus. Eles ocupam a cátedra de Moisés e ensinam a lei de Deus, mas eles mesmos não observam o que ensinam. Daí a advertência de Jesus ao povo: “Fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis suas ações, pois dizem mas não Fazem!” É uma crítica arrasadora! Em seguida, como num espelho, Jesus faz ver alguns aspectos da incoerência das autoridades religiosas

Mateus 23,4-7: Olhar no espelho para fazer uma revisão de vida. Jesus chama a atenção dos discípulos para o comportamento incoerente de alguns doutores da lei. Ao meditar estas incoerências, convém pensar não nos fariseus e escribas daquele longínquo passado, mas sim em nós mesmos e nas nossas incoerências: amarrar pesos pesados nos outros e nós mesmos não os carregamos; fazer as coisas para sermos vistos e elogiados; gostar dos lugares de honra e de sermos chamados de doutor. Os escribas gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas preces em troca de dinheiro! (Mc 12,40)

Mateus 23,8-10: Vocês todos são irmãos.  Jesus manda ter atitude contrária. Em vez de usar a religião e a comunidade como meio de auto-promoção para aparecer mais importante diante dos outros, ele pede para não usar o título de Mestre, Pai ou Guia, pois um só é o guia, o Cristo; só Deus no céu é Pai; e o próprio Jesus é o mestre. Todos vocês são irmãos. Esta é a base da fraternidade que nasce da certeza de que Deus é nosso Pai.

Mateus 23,11-12: O resumo final: o maior é o menor . Esta frase final é o que caracteriza tanto o ensino como o comportamento de Jesus: “O maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (cf. Mc 10,43; Lc 14,11; 18,14).

 

4) Para um confronto pessoal

1) O que Jesus criticou nos doutores da Lei, e em que os elogiou? O que ele critica em mim e o que elogiaria em mim?

2) Você já olhou no espelho?

 

5) Oração final

Quem me oferece o sacrifício de louvor, me honra, e a quem caminha retamente farei experimentar a salvação de Deus. (Sl 49, 23)

Ratzinger repete: "Não há dois Papas"

Detalhes
Publicado em 01 março 2021
  • Papa Emérito Bento XVI,
  • Papa Bento XVI,
  • Não há dois Papas
  • Pontífice Emérito Bento XVI
  • Lefebvrian Richard Williamson
  • 8 anos da saída de Bento XVI,

 

Entrevista do Pontífice Emérito Bento XVI ao jornal italiano Corriere della Sera: a renúncia foi uma "escolha difícil", mas feita "em plena consciência e acredito que fiz muito bem"

 

Vatican News

A renúncia ao pontificado, feita oito anos atrás, foi uma "escolha difícil", mas feita "em plena consciência", da qual ele não se arrependeu de forma alguma. Mais uma vez o  Papa emérito Bento XVI, embora em voz baixa, repete o que já disse várias vezes para desmentir os "amigos um tanto fanáticos" que continuam a ver "teorias conspiratórias" por trás da decisão de deixar a Cátedra de Pedro, retirando-se por razões de velhice. Isto foi reiterado por Joseph Ratzinger em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera.

"Foi uma decisão difícil", explicou o Papa emérito, "mas tomei-a em plena consciência, e acredito que fiz muito bem". Alguns de meus amigos um tanto "fanáticos" ainda estão irritados, eles não quiseram aceitar minha escolha. Acreditam nas teorias de conspiração: alguns disseram que foi por causa do escândalo Vatileaks, outros por causa de um complô da lobby gay, outros ainda por causa do caso do teólogo conservador Lefebvrian Richard Williamson. Eles não querem acreditar em uma escolha feita conscientemente. Mas minha consciência está limpa".

Bento XVI também falou sobre a iminente viagem do Papa ao Iraque: "Creio que seja uma viagem muito importante". "Infelizmente estamos em um momento muito difícil que torna a viagem perigosa: por razões de segurança e por causa da Covid. E também pela situação instável do Iraque. Acompanharei Francisco com minha oração". Fonte: https://www.vaticannews.va

 

Oração entrega "nas mãos do Senhor" viagem do Papa ao Iraque

Detalhes
Publicado em 28 fevereiro 2021
  • Franco Papa no Iraque
  • 33ª viagem do Pontificado de Francisco,
  • Erbil e Nassiriya,
  • Qaraqosh
  • Mosul,
  • Najaf,
  • 33ª do Pontificado de Francisco,
  • Bagdá,
  • cardeal Blaise Joseph Cupich,
  • Francisco no Iraque
  • 33ª Viagem Apostólica do Papa

A Viagem Apostólica ao Iraque será a 33ª do Pontificado de Francisco, e contemplará etapas em Bagdá, Najaf, Mosul, Qaraqosh, Erbil e Nassiriya, de onde parte para Ur, local símbolo para as três religiões monoteístas.

 

Vatican News

O Patriarcado caldeu divulgou nesta sexta-feira, 26, em seus canais oficiais, uma oração para entregar a próxima viagem do Papa Francisco ao Iraque nas mãos do Senhor, com a súplica para que venha o Espírito Santo de Cristo para apoiar e iluminar as suas ações e palavras durante a viagem, tocando também o coração de todos aqueles que o encontrarão e o ouvirão durante a Viagem Apostólica. A oração foi divulgada acompanhada pelo convite para ser recitada todos os dias da semana que antecederá o início da viagem.

“Senhor - lê-se na breve súplica - entregamos a ti a viagem ao Iraque do Papa Francisco a partir de 5 de março. Que teu Santo Espírito esteja em seus gestos e palavras e no coração de quem o encontra e o escuta, para que se difundam os dons de encorajamento, de consolação, de encontro entre diferentes etnias, culturas e religiões, com o compromisso de dar passos corajosos de reconciliação e colaboração para o bem comum”.

A oração pede também que “à Igreja no Iraque seja dado conforto, luz e força para nunca se cansar de tecer novos laços de fraternidade e de paz” e termina com uma invocação que expande o olhar para toda a região do Oriente Médio: “Senhor, livra o Iraque e os países do Oriente Médio do ódio e da violência”.

Novenas e encontros de oração são convocados em todo o mundo para confiar a próxima viagem do Papa Francisco ao Iraque à Virgem Maria e ao Espírito Santo.

O arcebispo de Chicago, cardeal Blaise Joseph Cupich, por exemplo, ao anunciar em sua conta no Twitter as intenções de oração da novena promovida em sua Arquidiocese, escreve que “a população cristã no Iraque antes da invasão dos Estados Unidos em 2003, era de 1,5 milhão de pessoas; agora são menos de 400 mil. Hoje iniciamos uma novena de oração: que a visita pastoral do Papa Francisco de 5 a 8 de março a essa nação martirizada seja fecunda e que ele e todos os outros sejam protegidos de todo perigo”.

Agência Fides – GV. Fonte: https://www.vaticannews.va

Transfiguração: Descer do Monte

Detalhes
Publicado em 27 fevereiro 2021
  • Transfiguração de Jesus,
  • TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR,
  • A Transfiguração do Senhor,
  • Homilia da transfiguração,
  • Evangelho da Transfiguração do Senhor,
  • A TRANSFIGURAÇÃO ,
  • DOMINGO DA TRANSFIGURAÇÃO,
  • Homilia da Transfiguração do Senhor
  • Colégio Naval

O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista- direto de Angra dos Reis/RJ- comenta a Transfiguração do Senhor (Mc 9, 2-10). Convento do Carmo de Angra. 28 de fevereiro-2021. DIVULGAÇÃO: www.instagram.com/freipetronio

2º Domingo da Quaresma: O Silêncio

Detalhes
Publicado em 27 fevereiro 2021
  • 2º Domingo da Quaresma,
  • Transfiguração de Jesus,
  • Frei Jorge Van Kampen,
  • DOMINGO DA TRANS-FIGURAÇÃO,
  • Homilia da transfiguração,
  • Homilia do 2º Domingo da Quaresma
  • Monte Tabor

Frei Jorge Van Kampen, O. Carm.  In Memoriam (*17/04/1932 + 08/08/2013). 

 

           Geralmente temos um ouvido muito bom para escutar a nossa voz e a nossa opinião. Mas o que um outro diz, o nosso ouvido enfraquece. No Monte Tabor é Deus que tem a palavra. Ele nos chama para ouvi-lo. É importante o que ele nos quer comunicar; não é fácil saber o que vem de Deus. É uma fraqueza nossa de querer ouvir a voz de Deus, quando coincide com a nossa opinião.

         Como é bom, quando podemos dizer, que Deus nos deu a razão. Mas quem garante esta coincidência? Geralmente não são vozes misteriosas. Podem ser palavras e testemunhas de pessoas, que sabe distinguir o bem e o mal. Na campanha da fraternidade devemos estar atentas o que se diz sobre a vida.

 

Introdução às leituras.

        Deus chama Abrão para realizar um projeto e mostra a grande benção, que este projeto tem para os seus descendentes. Timóteo ficou arrasado com a prisão de Paulo, mas este mostra o grande amor de Jesus que realizou grandes promessas, e insiste conosco: “Levantem-se, não tenhais medo!” A Campanha da Fraternidade nos mostra o grande dom da vida.

 

Reflexão.

      Na vida prática sempre temos uma ideia vaga de Deus. A sua Revelação não é muito clara. Cremos em Deus e por isso sabemos que ele existe. Não precisamos ter vergonha por causa dessa afirmação. Na Bíblia Deus se apresenta por imagens. Jesus diz assim: “Meu Pai” ou “Vosso pai celeste”. O apóstolo João diz: “Deus é amor”.  Em toda a Bíblia Deus se apresenta como um amigo fiel, que se promete conosco; como diz João 3,21: “Os que vivem de acordo com a verdade, procurem a luz”, como que quisesse dizer: “Valorize os ensinamentos de Jesus, e você encontra uma luz na caminhada da vida”.

      No silêncio do monte Tabor Deus convida para escutá-lo. No silêncio da vida é necessário colocar a nossa antena em direção a Deus. Saibamos escutar a sua palavra?

 

Resposta à Palavra de Deus.

      Terminada a visão, Jesus ficou só. Ele é a nossa palavra. A maneira de praticar a Palavra de Deus sugere, nesta quaresma, a Campanha da Fraternidade: Valorizar a Vida!

A TRANSFIGURAÇÃO- 2º Domingo da Quaresma: Um olhar

Detalhes
Publicado em 27 fevereiro 2021
  • Evangelho Dominical,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • 2º Domingo da Quaresma,
  • Transfiguração de Jesus,
  • TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR,
  • A Transfiguração do Senhor,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • Homilia da transfiguração,
  • Evangelho da Transfiguração do Senhor,
  • DOMINGO DA TRANSFIGURAÇÃO,
  • Homilia do 2º Domingo da Quaresma
  • TRANSFIGURAÇÃO
  • volta do profeta Elias

 

Frei Carlos Mesters, O. Carm.

 

Dois assuntos ligados entre si: a Transfiguração de Jesus e a questão da volta do profeta Elias. Hoje, muita gente vive esperando pela volta de Jesus e escreve nos muros da cidade: Jesus voltará! Eles não se dão conta de que Jesus já está presente dentro da nossa vida. De vez em quando, como um relâmpago repentino, esta presença se ilumina e transfigura nossa vida.

A fé que você tem em Jesus já lhe proporcionou algum momento de transfiguração e de alegria intensa? Estes momentos de alegria dão força na hora das dificuldades. 

Vamos olhar de perto nos seus mínimos detalhes o texto que nos descreve a transfiguração de Jesus (Lucas 9,28-36). Durante a leitura, vamos prestar atenção no seguinte: “Como acontece a transfiguração e qual a reação dos discípulos diante desta experiência?”

 

LEITURA DO TEXTO LUCAS 9, 28-36

Como acontece a transfiguração e qual a reação dos discípulos diante desta experiência?

Por que o texto apresenta Jesus com vestes resplandecentes conversando com Moisés e Elias? O que Moisés e Elias significam para Jesus? E o que significam para os discípulos?

Qual a mensagem da Voz do Pai para Jesus? E qual para os discípulos?

Como transfigurar, hoje, tanto a vida pessoal e familiar, como a vida comunitária aqui no bairro?

 

Vamos rezar o salmo que fala da luz de Deus: Salmo 27(26)

A Transfiguração acontece depois do primeiro anúncio da Morte de Jesus (Lc 9,21-22). Este anúncio tinha transtornado a cabeça dos discípulos, sobretudo de Pedro (Mc 8,31-33). (Lucas omite esta passagem sobre Pedro.) Eles tinham os pés no meio dos pobres, mas a cabeça perdida na propaganda do governo e da religião da época (Mc 8,15). Pois, conforme o Antigo Testamento, um condenado à morte na cruz devia ser considerado como um “maldito de Deus” (Dt 21,22-23) e jamais poderia ser o messias! Por isso Pedro reagiu com tanta força contra a cruz (Mc 8,32). A cruz era um impedimento para crer em Jesus. “A cruz é um escândalo!”, assim diziam (1Cor 1,23). A Transfiguração de Jesus ajuda os discípulos a superar o trauma da Cruz. No Evangelho de Lucas, Jesus conversa sobre a sua Paixão e Morte com Moisés e Elias (Lc 9,31).

Nos anos 80, quando Lucas escreve, a Cruz continuava sendo um grande impedimento para os judeus aceitarem Jesus como Messias. Como é que um crucificado, morto como marginal, podia ser o grande messias que o povo esperava há séculos? As comunidades não sabiam como responder às perguntas críticas dos judeus. Um dos maiores esforços dos primeiros cristãos consistia em ajudar as pessoas a perceber que a cruz não era escândalo nem loucura, mas sim expressão do poder e da sabedoria de Deus (1Cor 1,22-31). Lucas dá a sua contribuição neste esforço. Ele usa textos e figuras do Antigo Testamento para descrever a cena da Transfiguração. Assim ele ilumina os fatos da vida de Jesus e mostra que Jesus veio realizar as profecias e que a Cruz era o caminho para a Glória. Assim ajudava as comunidades para entender melhor quem era Jesus e qual a mensagem dele.

 

Jesus muda de aspecto.

        Jesus sobe a uma montanha alta. Lucas acrescenta que ele subiu para rezar (Lc 9,28). Lá em cima, Jesus aparece na glória diante de Pedro, Tiago e João. Junto com ele aparecem Moisés e Elias. A Montanha alta evoca o Monte Sinai, onde Deus tinha manifestado sua vontade ao povo entregando a lei. As vestes brancas lembram Moisés que ficava fulgurante quando conversava com Deus na Montanha e dele recebia a lei (cf. Ex 34,29-35). Elias e Moisés, as duas maiores autoridades do Antigo Testamento, conversam com Jesus e aprovam o que ele diz e faz. Lucas informa que a conversa de Moisés e Elias é sobre a Morte de Jesus em Jerusalém (Lc 9,31).

 

Pedro gostou mas não entendeu.

            Pedro gostou e quer segurar o momento agradável na Montanha. Ele se oferece para construir três tendas. Lucas diz que Pedro não sabia o que estava dizendo. Falou por falar. E Lucas acrescenta que os discípulos estavam com sono (Lc 9,32). Os discípulos são como nós: têm dificuldade para entender a Cruz!

 

A voz do céu esclarece os fatos. 

            A voz do Pai diz: “Este é o meu Filho ama­do! Ouvi-o!”. A expressão “Filho amado” lembra a figura do Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (cf. Is 42,1). A expressão “Ouvi-o!” lembra a profecia que prometia a chegada de um novo Moisés (cf. Dt 18,15). Com outras palavras, em Jesus, as profecias do Antigo Testamento estão se realizando. Os discípulos já não podem duvidar. Devem entender que Jesus é realmente o Messias glorioso e que o caminho da glória passa pela cruz. Pois tudo isto já tinha sido anunciado na profecia do Servo sofredor (Is 53,3-9). Moisés e Elias o confirmam. A glória da Transfiguração o comprova. O Pai o garante. Jesus o aceita.

No fim, Lucas diz que, depois da visão, os discípulos vêem só Jesus e ninguém mais. Daqui para frente, Jesus é a única revelação de Deus para nós! Só ele! Jesus é a chave para a gente entender o Antigo Testamento.

 

Saber guardar o silêncio.

            Jesus pedia para não dizerem nada a ninguém até que tivesse ressuscitado dos mortos, mas os discípulos não entenderam. De fato, não entende o significado da Cruz quem não liga o sofrimento com a ressurreição. A Cruz de Jesus é a prova de que a vida é mais forte que a morte.

 

A volta do profeta Elias. 

            No Evangelho de Marcos os discípulos querem saber sobre a volta do profeta Elias (Mc 9,11-13). O profeta Malaquias tinha anunciado que Elias devia voltar para preparar o caminho do Messias (Ml 3,23-24). O mesmo anúncio está no livro do Eclesiástico (Eclo 48,10). Então, como Jesus podia ser o Messias, se Elias ainda não tinha voltado? Por isso, os discípulos perguntam: “Por que motivo os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?” (Mc 9,11). A resposta de Jesus é clara: “Elias já veio e fizeram com ele tudo o que quiseram, conforme dele está escrito” (Mc 9, 13). Escrito aonde e o que? Jesus alude à morte violenta de João Batista (cf Mc 6,16.27-28). Nela se realizou a ameaça de morte que Jezabel fez contra Elias, conforme está escrito no livro dos Reis (1 Rs 19,2.10). Com outras palavras, as profecias de Isaías que falam da morte violenta do Messias Servo também se cumprirão.

 

Instrução sobre a necessidade da fé (Mc 9,14-29).

Ao descer do Monte, Jesus encontra os discípulos tentando inutilmente expulsar o demônio impuro de um menino doente. Anteriormente, eles tinham sido capazes de expulsar demônios (Mc 6,13). Mas, ao que parece, o desencontro crescente entre eles e Jesus tinha enfraquecido sua fé. Jesus teve um desabafo: “Ó geração sem fé! Até quando vou estar com vocês! Até quando vou suportá-los?” (Mc 9,19) De volta em casa, os discípulos perguntaram: “Por que não pudemos expulsá-lo?” Jesus responde: “Essa espécie não pode sair a não ser com oração” (Mc 9,28-29). Só mesmo a oração fortalece a fé do discípulo a ponto de ela ser capaz de expulsar o demônio e de corrigir as idéias erradas sobre Jesus, o Messias. Pois “tudo é possível àquele que crê!” (Mc 9,24)

Sexta-feira, 26 de fevereiro-2021. 1ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 26 fevereiro 2021
  • Evangelho Dominical,
  • Reflexão do Evangelho do Dia,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • lectio divina,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • Lectio Divina com Frei Carlos Mesters,

 

1) Oração

Concedei, ó Deus, que vossos filhos se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação desta Quaresma frutifique em todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 20 Disse Jesus , se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto do evangelho de hoje faz parte de uma unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpreta e explica a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repete a frase: "Antigamente foi dito, mas eu vos digo!" (Mt 5,21. 27.33.38.43). Um pouco antes, ele tinha dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). A atitude de Jesus frente à lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas, mas mantém firme o objetivo que a lei quer alcançar: a prática da justiça maior que é o Amor.

Mateus 5,20: A justiça maior que a justiça dos fariseus. Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça  aparece nenhuma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muita angústia para as pessoas, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (cf. Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim do que Deus faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa, apesar dos meus defeitos e pecados.

Por meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus vai mostrar como fazer para alcançar esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como veremos, o evangelho de hoje traz o primeiro exemplo relacionado com a nova interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus queria quando entregou este mandamento a Moisés.

Mateus 5,21-22: A lei diz "Não matarás!" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que de uma ou de outra maneira possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc.

Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar e pagar suas promessas, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existem. Tinham sido destruídos pelos romanos. A própria comunidade e a celebração comunitária passam ser o Templo e o Altar de Deus.

Mateus 5,25-26: Reconciliar. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!

 

5) Oração final

Do fundo do abismo, clamo a vós, Senhor; Senhor, ouvi minha oração. Que vossos ouvidos estejam atentos à voz de minha súplica. (Sl 129, 1-2)

Padre iraquiano diz que a visita do Papa é um ato de “bravura” e “loucura”

Detalhes
Publicado em 26 fevereiro 2021
  • São Pedro Tomás,
  • Papa Francisco,
  • Franca,
  • Franco Papa no Iraque
  • aeroporto de Erbil,
  • Catedral da Imaculada Conceição em Qaraqosh,
  • Islã xiita

 

O padre Naim Shoshandy tem muitas razões para estar nervoso: em 23 de março de 2014, a organização terrorista Daesh assassinou seu irmão de 27 anos, unicamente por ele ser cristão. Hoje, ele acolhe a “bravura” do Papa Francisco em decidir visitar a “nação martirizada” do Iraque. A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 24-02-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

“O país está em chamas, mas ele mesmo assim está indo”, afirmou o padre ao Crux, por telefone. “É um ato de bravura ir ao Iraque, a terra de Abraão, como um apóstolo”. Um ato de bravura, disse Shoshandy, sem negar que isso poderia ser considerado um ato de “loucura”.

Lá ocorreram três ataques de mísseis nos últimos dez dias, incluindo um sobre a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, e outro na base estadunidense no aeroporto de Erbil, a capital do Curdistão, a região autônoma no norte do país que o Papa Francisco também visitará e usará como base na planície de Nínive.

Shoshandy é desta região, especificamente Qaraqosh. No entanto, as chances são baixas de ele estar lá na visita do papa: depois que seu irmão foi assassinado, ele foi forçado a fugir do Iraque e hoje vive em Albacete, Espanha, onde é pároco da igreja de Santa Ana desde 2016.

Francisco visitará Erbil, Mosul e Qaraqosh em 7 de março. Sua viagem ao Iraque de 5 a 8 de março também inclui paradas na Planície de Ur – a terra natal do patriarca bíblico Abraão – e Najaf, onde se encontrará com o aiatolá Ali al-Sistani.

 

O encontro entre o pontífice e uma das principais figuras do Islã xiita será apenas mais um momento marcante durante a visita histórica, a primeira de um papa ao Iraque.

João Paulo II tentou ir ao Iraque em 1999 para dar início a uma peregrinação que o levou aos locais mais sagrados do cristianismo, mas as negociações com o governo de Saddam Hussein fracassaram e a visita nunca se materializou. “Esperamos que esta visita abra os olhos de muitos no Iraque, sirva como um lembrete de que somos todos irmãos”, disse Shoshandy.

“E também esperamos que traga algo de extrema importância: a esperança da liberdade religiosa”, Shoshandy, observando que o encontro do papa com al-Sistani será histórico.

O padre católico siríaco foi ordenado em 12 de setembro de 2013 na Catedral da Imaculada Conceição em Qaraqosh, e trabalhou como padre em várias paróquias iraquianas até ser forçado a fugir de sua diocese, ameaçado pelo Daesh. A catedral foi destruída, mas, com a ajuda da organização papal de caridade Ajuda à Igreja que Sofre, foi reconstruída e está pronta para a visita de Francisco, como mostram as fotos compartilhadas pelo padre no Twitter:

Ele costuma se referir a 6 de agosto de 2014 como o dia do “mal e da crueldade”. A memória das bombas que cobriram a cidade e a imagem de si mesmo removendo os corpos sem vida de seus próprios vizinhos sob os escombros depois que o Daesh invadiu sua cidade ainda está fresca em sua mente.

Apesar disso, ele tem esperanças para a visita do Papa: “Somos todos irmãos, como diz o lema da visita. Esperançosamente, as pessoas no Iraque entenderão isso”.

Ele quer ir ao Iraque para a visita e está tentando colocar toda a sua papelada em ordem, mas tem medo de ter problemas para reentrar na Espanha vindo do Iraque se deixar a União Europeia. Ele não está desistindo, entretanto, e até o último dia ele dirá a qualquer um que perguntar que “ele espera estar no Iraque quando o papa estiver lá”.

Se ele não puder ir, ele ainda seguirá a visita da Espanha, bem como as centenas de milhares de cristãos forçados a fugir do Iraque em uma diáspora que começou após a invasão dos EUA em 2003, mas que se agravou em 2014, após o surgimento do Daesh.

Shosandy se encontrou com o papa em 20 de março de 2019, no Vaticano: “Minhas pernas estavam tremendo e eu mal conseguia pronunciar as palavras, mas ele agarrou minhas mãos e me disse para ficar à vontade”.

“Eu me apresentei como o que sou: um padre do Iraque que também é vítima do Daesh”, disse ele. “Disse-lhe que represento os cristãos perseguidos no meu país e pedi-lhe que orasse por nós. Em seus olhos, pude ver o reflexo de sua compaixão com a história da minha família, particularmente o sofrimento que passamos desde o assassinato de meu irmão”.

A proximidade do papa, disse Shosandy, é algo que estará com ele “por toda a minha vida. Agradeço a Deus por esses momentos que ele me deu”.

Esta será a primeira viagem internacional do pontífice desde novembro de 2019, quando visitou o Japão e a Tailândia. Ele tinha uma viagem agendada para Malta em maio passado, mas foi cancelada devido à pandemia de covid-19. Quando o Vaticano anunciou a viagem ao Iraque em dezembro passado, o fez com o alerta de que a situação internacional da covid-19 seria monitorada de perto.

Na semana passada, o Iraque anunciou uma série de restrições, incluindo o fechamento de todas as casas de culto, até 8 de março, último dia da visita papal, na tentativa de conter a disseminação do coronavírus, com cerca de 3 mil novos casos registrados diariamente.

Mais de 13.295 pessoas morreram de covid-19, em um país com um sistema de saúde muito comprometido devido aos anos de guerra e violência.

A igreja martirizada do Iraque, disse Shoshandy, dá as boas-vindas à visita do papa e espera-se “trazer apoio para um povo que sofre”.

“Desde o primeiro dia de meu sacerdócio, entendi o significado da dor, geralmente causada pelo silêncio, indiferença e solidão, sofrida tanto durante a guerra no Iraque, quanto durante a guerra contra o coronavírus”, disse o padre ao Crux.

“O Iraque é uma nação que precisa da visita do Santo Padre, mas quando chegar a Bagdá não estará apenas visitando o Iraque: todos os cristãos do Oriente Médio aguardam essa peregrinação”, disse.

“Todos estão muito entusiasmados e felizes com a visita de Sua Santidade”, acrescentou. “É uma visita sagrada para nós, e a única nuvem acima dela é a do coronavírus, mas todo o possível está sendo feito para garantir que todos estejam seguros”.

Por exemplo, embora o estádio onde o papa irá celebrar a missa em Erbil possa acomodar confortavelmente 20 mil pessoas, apenas 10 mil terão permissão para comparecer.

“Cristãos e todas as pessoas de boa-vontade no Oriente Médio viveram por algum tempo em um estado de dúvida e medo, enfrentando muitos problemas”, disse Shoshandy. “Mas o Papa vem até nós para nos apoiar e nos encorajar. Nós todos, mesmo aqueles que vivem além-fronteiras, esperam ansiosamente para dar-lhe as boas-vindas”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

As confissões do cardeal Martini

Detalhes
Publicado em 25 fevereiro 2021
  • La Repubblica,
  • cardeal Martini,
  • As confissões do cardeal Martini
  • notas e memórias do dia

 

A caligrafia pequena na folha amarelada de um diário escolhido ao acaso e que traz no cabeçalho as palavras "notas e memórias do dia". Um único erro de ortografia, corrigido à mão. É o primeiro fragmento excepcional de uma grande quantidade de escritos inéditos e ainda secretos: os diários, cuja existência pela primeira vez o Repubblica pode revelar, de uma grande personalidade da Igreja do século XX, o cardeal Carlo Maria Martini. Até agora, poucos sabiam de sua existência. Martini não falou com ninguém sobre isso. Eram o seu segredo. O fragmento foi escrito em 5 de setembro de 1955, uma segunda-feira. A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 21-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Martini tem 28 anos, já é padre, estuda teologia com vistas ao doutorado. Está na Inglaterra. Aqui, como fulgurado, comunica a decisão de manter um diário íntimo e pessoal, um trabalho que o acompanhará por toda a vida. Ele escreve: “Chego a Londres à noite, depois de uma viagem por Carlisle, Preston, Crewe. Li algumas páginas do diário de Merton: gostaria também de escrever um diário que revelasse verdadeiramente quem eu sou, que servisse para me descobrir. Eu gostaria que isso me aproximasse de Deus, mas temo que se torne um instrumento de complacência. Tive muito que sofrer por minha própria causa em Blackburn. Por um lado, me sinto amarrado e pequeno, por outro, pareço ter algo grande para expressar. Eu quero que tudo seja apenas para Deus, ao custo de esmagar todo o resto de mim. Faça, oh! meu Deus, que seja assim!”.

Ninguém sabe a que sofrimento Martini alude. O que se conhece é a humildade do cardeal, que desde pequeno tem como leitura predileta os Evangelhos, os clássicos da teologia, até os diários do monge trapista estadunidense Merton que, como Martini, adorava a busca de um diálogo com cada homem, respeitando as diferenças de cada um. Muitos dos diários de Merton relatam seu interesse em um maior conhecimento do monaquismo budista. Como ele, também Martini fará do conhecimento de outras religiões um traço decisivo de sua vida.

O estilo de Martini tem muito em comum com a busca da voz de Deus no retiro que para Merton era o deserto, para ele a cidade com suas contradições. Aqueles do religioso jesuíta são textos pessoais que - 34 entre cadernos e agendas - revelam pensamentos súbitos e que, precisamente pelo seu caráter confidencial, se não contextualizados podem gerar mal-entendidos. Por isso, explica Carlo Casalone - presidente da "Fundação Carlo Maria Martini" e provincial da Itália da Companhia quando o cardeal deixou em legado seus escritos aos Jesuítas - "por algum tempo não estarão disponíveis para consulta: precisam de uma reorganização e de uma análise que só mãos experientes podem realizar”. Os diários, encontrados em Gallarate onde Martini passou seus últimos anos de vida, também exigirão uma delicada restauração, confiada ao prestigioso laboratório das freiras beneditinas de Viboldone. Foram recuperados por dom Luigi Testore, executor testamentário do cardeal e atual bispo de Asti, e por Paolo Cortesi, secretário pessoal de Martini de 1983 a 1990. Muitos cadernos têm um título, dado diretamente por Martini e contêm pensamentos quase diários: anotações pessoais, espirituais, de estudo, notas de trabalho, notas de viagem e de escritório, reflexões sobre os Evangelhos ou personagens bíblicos, impressões sobre pessoas encontradas, fatos atuais. Martini usa vários cadernos ao mesmo tempo, muitos também têm papéis soltos dentro deles, consistindo em apontamentos pessoais ou de terceiros, recortes de jornal, imagens, correspondência e outros materiais.

Por meio do seu estudo, a Fundação poderá dissecar traços desconhecidos de Martini. Além disso, já nos arquivos, existem muitos textos inéditos que ainda precisam da correta localização histórica. Entre os mais interessantes estão os escritos dedicados às relações com outras religiões, tema também do último volume da Opera omnia publicada pela Bompiani, Fratelli e sorelle. Ebrei, cristiani, musulmani.

Nas Conversas Noturnas de Jerusalém, Martini argumenta que Deus poderia nem mesmo ser tradicionalmente "católico".

Nos documentos já recolhidos nos arquivos e em grande parte disponíveis no site da Fundação - 5044 textos, 323 serviços fotográficos, 200 áudios, 623 documentos doados, 51 entrevistas em vídeo - Martini vai ao fundo de seus pensamentos. Existe a busca pelo confronto com o budismo. E as reflexões sobre o Islã que tenta se defender de todas as infiltrações do método histórico-crítico, com a constatação de que quando essa defesa não for mais possível "passará por uma grande crise interna".

Num rascunho datilografado de 1989 e dedicado à presença e ação missionária cristã na Índia e nos países muçulmanos, Martini se pergunta que sentido tenha a presença da Igreja onde o Islã é como um "muro" impenetrável. “Se especificarmos que temos como meta a sua conversão, o diálogo é queimado desde o início”, escreve ele.

O mesmo ocorre na Índia, com os hindus ou onde o budismo é praticado.

Entre aqueles que acreditam que seja legítimo tentar trazer as grandes massas de volta para a Igreja, tanto quanto possível, e aqueles que, em vez disso, na esteira de Atos 1, acreditam que o mandato seja simplesmente o de dar testemunho independentemente da conversão, Martini, como é seu estilo, não resolve completamente, não condena os primeiros em favor dos segundos, embora ele pessoalmente admita que prefere a segunda abordagem.

É o estilo de Martini, um homem de diálogo sem fundamentalismos, que emerge em documentos que acompanham grande parte do século XX até sua morte em 31 de agosto de 2012, em um momento difícil para a Igreja, um ano e meio antes da renúncia de Bento XVI. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

AO VIVO- ANGRA DOS REIS: Quinta-feira da Adoração, Caridade e Confissão.

Detalhes
Publicado em 25 fevereiro 2021
  • Angra dos Reis,
  • Angra,
  • Carmo de Angra
  • Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis,
  • Quinta-feira da Adoração,

Quinta-feira, 25 de fevereiro-2021. 1ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 25 fevereiro 2021
  • Reflexão do Evangelho do Dia,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • 1ª Semana da Quaresma,

 

1) Oração

Dai-nos, ó Deus, pensar sempre o que é reto e realizá-lo com solicitude. E como só podemos existir em vós, fazei-nos viver segundo a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 7-12)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 7Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. 8Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á. 9Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? 10E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? 11Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem. 12Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz um trecho do Sermão da Montanha, a Nova Lei de Deus que nos foi revelada  por Jesus. O Sermão da Montanha tem a seguinte estrutura:

1) Mateus 5,1-16: O portão da entrada: as bem-aventuranças (Mt 5,1-10) e a missão dos discípulos: ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,12-16).

2) Mateus 5,17 a 6,18: O novo relacionamento com Deus: A nova justiça (Mt 5,17-48) que não visa mérito na prática da esmola, da oração e do jejum (Mt 6,1-18).

3) Mateus 6,19-34: O novo relacionamento com os bens da terra: não acumular (Mt 6,19-21), não olhar o mundo com olhar doente (Mt 6,22-23), não servir a Deus e ao dinheiro (Mt 6,24), não se preocupar com comida e bebida (Mt 6,23-34).

4) Mateus 7,1-23: O novo relacionamento com as pessoas: não reparar no cisco no olho do irmão (Mt 7,1-5); não jogar pérolas aos porcos (Mt 7,6); o evangelho de hoje: não ter medo de pedir as coisas a Deus (Mt 7,7-11); e a Regra de Ouro (Mt 7,12); escolher o caminho difícil e estreito (Mt 7,13-14), tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7,15-20).

5) Mateus 7,21-29: Conclusão; não só falar mas também praticar (Mt 7,21-23); comunidade construída em cima deste fundamento ficará em pé na tempestade (Mt 7,24-27). O resultado destas palavras é uma nova  consciência frente aos escribas e doutores (Mt 7,28-29)

Mateus 7,7-8:  As três recomendações de Jesus

Três recomendações: pedir, procurar e bater na porta: "Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!” Pedir se faz a uma pessoa. A resposta depende tanto da pessoa como da insistência do pedido. Procurar se faz orientando-se por algum critério. Quanto melhor o critério, maior será a certeza de encontrar o que se procura. Bater na porta se faz na esperança de que haja alguém do outro lado dentro da casa. Jesus completa a recomendação oferecendo a certeza da resposta: “Todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. Isto significa que quando pedimos a Deus, Ele atende ao nosso pedido. Quando buscamos a Deus, ele se deixa encontrar (Is 55,6). Quando batemos na porta da casa de Deus, ele vai atender.

Mateus 7,9-11: A pergunta de Jesus ao povo

“Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe?”  Aqui transparece o jeito simples e direto de Jesus ensinar as coisas de Deus ao povo. Falando para pais e mães de família, ele apela para a experiência diária. Nas entrelinhas das perguntas se adivinha a resposta gritada do povo: “Não!” Pois, ninguém dá uma pedra ao filho quando este pede um pão. Não existe mãe nem pai que dá uma cobra quando o filho ou a filha pede um peixe. E Jesus tira a conclusão: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem."  Jesus nos chama de maus para acentuar a certeza de sermos atendidos por Deus quando pedimos algo a Ele. Pois se nós, que não somos santos nem santas, sabemos dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu. Esta comparação tem como objetivo tirar de dentro de nós qualquer dúvida a respeito do resultado da oração feita a Deus com confiança. Deus vai atender! Lucas acrescenta que Deus nos dará o Espírito Santo (Lc 11,13)

Mateus 7,12: A Regra de Ouro

"Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas."  Este é o resumo de todo o Antigo Testamento, da Lei e dos profetas. É o resumo de tudo que Deus nos tem a dizer, o resumo de todo o ensinamento de Jesus. Esta Regra de Ouro encontra-se não só no ensinamento de Jesus, mas também, de uma ou de outra maneira, em todas as religiões. Ela responde ao sentimento mais profundo e mais universal do ser humano.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Pedir, buscar, bater na porta: Como você reza e conversa com Deus?

2) Como você vive a Regra de Ouro?

 

5) Oração final

A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. (Sl 18, 8)

Quaresma com São José - II

Detalhes
Publicado em 24 fevereiro 2021
  • Festa de São José,
  • São José,
  • São José Operário,
  • Festa da Sagrada Família
  • Ano de São José
  • Pe. Rafhael Silva Maciel
  • obediência de São José

 

Quaresma com São José! A cada semana da Quaresma, o Pe. Rafhael Silva Maciel propõe uma pequena catequese, que este ano terá como linha guia o Ano de S. José, proclamado pelo Papa Francisco. Pe. Rafhael é Missionário da Misericórdia e Mestre em Sagrada Liturgia. Confira a segunda reflexão.

 

Vatican News

Como tempo especial de conversão e discernimento da nossa vida cristã, a Quaresma nos lembra a cada dia, seja na liturgia e seja nos exercícios espirituais que nos são propostos, a contemplação do mistério da Cruz de Jesus Cristo.

O Diretório para liturgia e a piedade popular, afirma que os fiéis, “contemplando o Salvador crucificado, entendem mais facilmente o significado da imensa dor injusta que Jesus, o Santo e Inocente, padeceu pela salvação do homem, e compreendem, desse modo, o valor do seu amor solidário e a eficácia do seu sacrifício redentor” (n. 127).

A Cruz de Jesus Cristo é o ato mais alto de sua obediência ao Pai do Céu, pois “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo” (Jo13,1).

Foi pelo seu amor incondicional à vontade do Pai que Jesus “abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz” (Fl 2,8).

Toda a vida de Jesus foi obediência, todas as suas ações e palavras foram em consonância e união íntima entre a sua vontade e a vontade do Seu Pai.

O Senhor, ainda na sua glória junto do Pai, como Verbo divino já obedecera, encarnando-se no seio da Virgem Maria. De Maria mesmo Ele aprendeu a obedecer, tendo escutado a resposta da escolhida: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra”, o Verbo entra no mundo, por obra do Espírito Santo.

Não é somente da Virgem Mãe que Jesus recebe o testemunho da obediência e da acolhida radical da vontade divina na vida. O homem ao qual está prometida Maria em casamento, José, também é testemunho de obediência e de acolhida irrestrita da vontade de Deus. Ao final do sonho em que o Anjo Gabriel lhe revela o projeto divino, diz o evangelista Marcos que “José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher” (Mc 1,24).

Ainda outras duas vezes José agirá em plena conformidade com a ordem de Deus, quando avisado em sonho pelo Anjo do perigo que rondava à Sagrada Família “levantou-se, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito” (Mc 2,14), e quando recebe a revelação de que pode retornar para casa e sair do Egito, José “levantou-se, tomou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel” (Mc 2,21).

Papa Francisco na sua carta Patris corde escreve que São José, em nenhum momento “hesitou em obedecer”, que “com confiança e paciência, esperou” (n. 3), por isso São José é o “pai na obediência”, é o homem, esposo e pai de família que sabe que obedecer a Deus é princípio vital para a sobrevivência da vida, em sentido integral.

O que é a vontade de Deus? A serva de Deus Chiara Lubich uma vez respondeu, quando questionada, que a vontade “é aquilo que mais nos custa”. Levada em consideração essa resposta, São José é ícone dessa suave e doce submissão à vontade divina porque sabe, desde o seu interior, que quando Deus chama, quando Deus pede algo da pessoa, Ele não quebra a sua vida, mas a deixa ainda mais aberta e livre! Fazer a vontade de Deus não é uma condenação, outrossim é uma experiência de enamoramento com a Graça de Deus.

No nosso caminho quaresmal com São José encontramos o “justo” – aquele que, temente a Deus, realiza na sua vida o que Deus lhe chama a fazer, a vocação para a qual foi chamado. Pessoalmente, São José deu o testemunho da sua obediência ao Filho de Deus, que estava sob seus cuidados e, ao mesmo tempo, “na sua função de chefe de família, ensinou Jesus a ser submisso aos pais (Lc 2,51)” e, na escola de José, Ele [Jesus] aprendeu a fazer a vontade do Pai” (Francisco, Patris corde, n.3)

Vivemos tempos difíceis seja no entendimento da palavra obediência, numa sociedade que prega uma liberdade sem limites e uma consciência moral frouxa, seja o reconhecimento de que a vontade de Deus, que tem como fundamento a salvação do ser humano e o seu bem.

São José emerge como um exemplo de obediência e de liberdade sem iguais, porque deixou-se iluminar pela luz divina e, “quando os homens estão na luz, não são eles que iluminam, mas são iluminados e tornam-se resplandecentes por ela (Sto. Irineu).

Como mais um gesto concreto quaresmal, aprendendo a obediência, na escola de São José, durante essa Quaresma demos mais espaço para a escuta de Palavra de Deus e vivamos a penitência que já foi escolhida (se ainda foi seria bom escolher) buscando realizar através dela a vontade de Deus – “aquilo que mais nos custa”!

Desse modo, nossa penitência, por mais simples que seja, leve-nos à santa obediência e que nossas ações, acompanhadas pela oração, sejam feitas conforme a vontade do Senhor. São José, providenciai! Boa oração, abençoada meditação!

Roma, 24 de fevereiro de 2021 Quarta-feira, I Semana da Quaresma

Pe. Rafhael Silva Maciel

Missionário da Misericórdia e Mestre em Sagrada Liturgia

Fonte: https://www.vaticannews.va

Quarta-feira, 24 de fevereiro-2021. 1ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 24 fevereiro 2021
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • Reflexões de Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters, O. Carm
  • 1ª Semana da Quaresma,

 

 

1) Oração

Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 11, 29-32)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 29Afluía o povo e ele continuou: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão. 32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

Estamos no tempo de quaresma. A liturgia privilegia os textos que possam ajudar-nos na conversão e na mudança de vida. Aquilo que melhor ajuda na conversão são os fatos da história do povo de Deus. No evangelho de hoje, Jesus traz dois episódios do passado: de Jonas e da rainha de Sabá, e os transforma em espelho para o povo olhar nele e descobrir o apelo de Deus à conversão.

Lucas 11,29: A geração má que pede um sinal. Jesus chama a geração de má, porque ela não quer acreditar em Jesus e vive pedindo sinais que possam legitimar Jesus como enviado de Deus. Mas Jesus recusa dar um sinal, pois, no fundo, se eles pedem um sinal é porque não querem crer. O único sinal que vai ser dado é o sinal de Jonas.

Lucas 11,30: O Sinal de Jonas. O sinal de Jonas tem dois aspectos. O primeiro é o que afirma o texto de Lucas no evangelho de hoje. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive através da sua pregação. Ouvindo Jonas, o povo se converteu. Assim, a pregação de Jesus estava sendo um sinal para o seu próprio povo, mas o povo não dava sinais de conversão. O outro aspecto é o que afirma o evangelho de Mateus por ocasião do mesmo episódio: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). Quando Jonas foi cuspido na praia, ele foi anunciar a palavra de Deus ao povo de Nínive. Da mesma maneira, depois da morte e ressurreição no terceiro dia, A Boa Nova será anunciada ao povo da Judéia.

Lucas 11,31:  A Rainha de Sabá. Em seguida, Jesus evoca a história da Rainha de Sabá que veio de longe para ver Salomão e aprender da sabedoria dele (cf. 1Rs 10,1-10). E por duas vezes Jesus afirma: “E aqui está quem é maior do que Salomão”.  “E aqui está quem é maior do que Jonas”.

Um aspecto muito importante que está por detrás desta discussão entre Jesus os líderes do seu povo é a maneira diferente como ele, Jesus, e os seus adversários se colocavam frente a Deus. O livro de Jonas é uma parábola, que critica a mentalidade daqueles que queriam Deus só para os Judeus. Na história de Jonas, os pagãos se converteram diante da pregação de Jonas e Deus os acolheu na sua bondade e não destruiu a cidade. Quando viu que Deus acolheu o povo de Nínive e não destruiu a cidade, “Jonas ficou muito desgostoso e irado. E rezou a Javé: "Ah! Javé! Não era justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas. Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo" (Jonas 4,1-3). Por isso, Jonas era um sinal para os judeus do tempo de Jesus e continua sendo um sinal também para nós cristãos. Pois, imperceptivelmente, como em Jonas aparece também em nós uma mentalidade de que nós cristãos temos uma espécie de monopólio de Deus e que todos os outros devem tornar-se cristãos. Isto seria proselitismo. Jesus não pede que todos sejam cristãos. Ele pede que todos se tornem discípulos (Mt 28,19), isto é, sejam pessoas que como ele, irradiem e anunciem a Boa Nova do amor de Deus para todos os povos ao redor (Mc 16,15).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Quaresma, tempo de conversão. O que deve mudar na imagem que tenho de Deus? Sou como Jonas ou como Jesus?

2) Minha fé está baseada em que? Em sinais ou na palavra do próprio Jesus?

 

5) Oração final

Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza. De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito. (Sl 50, 12-13)

Bispo de Iguatu renuncia por motivo de saúde

Detalhes
Publicado em 24 fevereiro 2021
  • Iguatu,
  • Bispo de Iguatu renuncia por motivo de saúde
  • Bispo da Diocese de Iguatu renuncia
  • Dom Edson de Castro Homem,
  • Diocese de Iguatu
  • Papa Francisco aceitou o pedido de renúncia de Dom Edson de Castro Homem,
  • Papa aceitou o pedido de renúncia de Dom Edson de Castro Homem,
  • renúncia de Dom Edson de Castro Homem,

 

Papa Francisco aceitou o pedido de renúncia de Dom Edson de Castro Homem, até então Bispo da Diocese de Iguatu, no Ceará. A informação foi confirmada nesta manhã de quarta-feira, dia 24, pela Nunciatura Apostólica do Brasil.

 

Dom Edson de Castro Homem.

A renúncia de Dom Edson se dá por motivo de saúde, segundo informações do departamento de comunicação da Diocese, agora vacante. Ainda nesta quarta-feira, Dom Edson concederá entrevista coletiva, às 17h.

No dia 19 de março será a Missa em Ação de Graças pelo serviço de Dom Edson. Na ocasião, o Bispo emérito, de origem carioca, receberá o título de cidadão cearense.

O Código de direito Canônico, no artigo 401,  prever a renúncia de um Bispo quando este completa 75 anos ou em caso de doença, além de outros motivos que o impossibilite exercício do serviço.

 

Confira o artigo 401 do Código de Direito Canônico

Cân. 401 § 1. O Bispo diocesano, que tiver completado setenta e cinco anos de idade, é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências.

2. O Bispo diocesano que, por doença ou por outra causa grave, se tiver tornado menos capacitado para cumprir seu ofício, é vivamente solicitado a apresentar a renúncia do ofício.

 

Trajetória eclesial

Filho de Lazaré Andrade Homem e Maria Hercília de Castro Homem. Fez seus estudos de Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 18 de outubro de 1977, no Rio de Janeiro. Fez o doutorado em Teologia Espiritual, em 1981, na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma e também o doutorado em Filosofia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, concluído em 2004. Foi professor de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no Instituto Superior de Teologia da arquidiocese, no Instituto de Filosofia e Teologia de São Bento; e professor de Filosofia no Instituto de Filosofia João Paulo II e na Universidade Católica de Petrópolis.

Foi pároco das paróquias: Nossa Senhora Reparadora, em Del Castilho; Maria Mãe da Igreja e São Judas Tadeu, em Padre Miguel; Nossa Senhora da Luz, no Alto da Boa Vista e São Lourenço, em Bangu. Foi diretor do Instituto Superior de Teologia da arquidiocese do Rio de Janeiro e diretor espiritual do seminário menor do Rio de Janeiro. Dom Edson foi prefeito de disciplina do seminário maior da arquidiocese do Rio de Janeiro. Coordenador da Comissão para o Diaconato Permanente e assistente eclesiástico dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão. Foi membro da Comissão Arquidiocesana para a Doutrina da Fé, do Conselho de Pastoral da Arquidiocese e do Conselho de Consultores.

Foi eleito bispo em 16 de fevereiro de 2005 pelo Papa João Paulo II com a sede titular de Muzia, ocorrendo a sua ordenação episcopal no dia 12 de março de 2005, na cidade do Rio de Janeiro. Dom Edson escolheu como lema de vida episcopal: Sufficit tibi gratia, “Graça te basta”.

Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Edson desempenhou os seguintes encargos: animador dos Vicariatos Episcopal Urbano e de Jacarepaguá. Animador do Diaconato Permanente, da Associação Cultural, das Faculdades Católicas, do Instituto Superior de Direito Canônico, da Assistência Religiosa ao Menor Privado de Liberdade, de cursos de Doutrina Social e da Pastoral do Menor no Regional Leste I da CNBB. Também foi diretor do Instituto Superior de Teologia e do Instituto Superior de Ciências Religiosas.

No dia 6 de maio de 2015, o Papa Francisco nomeou-o como bispo diocesano de Iguatu (CE), transferindo-o da sede titular de Muzia e do ofício de auxiliar na arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. (Com informações da CNBB). Fonte: https://blogs.opovo.com.br

Terça-feira, 23 de fevereiro-2021. 1ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

Detalhes
Publicado em 23 fevereiro 2021
  • Reflexão do Evangelho do Dia,
  • EVANGELHO DO DIA,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • Jacobus Gerardus Hubertus Mesters,
  • Carmelita Frei Carlos Mesters,
  • lectio divina,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA,

 

1) Oração

Olhai, ó Deus, a vossa família e fazei crescer no vosso amor aqueles que agora se mortificam pela penitência corporal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 7-15)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. 9Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; 10venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. 11O pão nosso de cada dia nos dai hoje; 12perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; 13e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 15Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

Há duas redações do Pai Nosso: Lucas (Lc 11,1-4) e Mateus (Mt 6,7-13). Em Lucas, o Pai Nosso é mais curto. Lucas escreve para comunidades que vieram do paganismo. Ele busca ajudar pessoas que estão se iniciando no caminho da oração. Em Mateus, o Pai Nosso está situado no Sermão da Montanha, naquela parte onde Jesus orienta os discípulos na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles já estavam habituados a rezar, mas tinham certos vícios que Mateus tenta corrigir.

Mateus 6,7-8: Os vícios a serem corrigidos. Jesus critica as pessoas para as quais a oração era uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a atender às nossas necessidades. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição de palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhece as nossas necessidades antes mesmo das nossas preces.

Mateus 6,9a: As primeiras palavras: “Pai Nosso”  Abbá, Pai, é o nome que Jesus usa para dirigir-se a Deus. Revela a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das comunidades (Gl 4,6; Rm 8,15). Dizemos “Pai nosso” e não “Pai meu”. O adjetivo “nosso” acentua a consciência de pertencermos todos à grande família humana de todas as raças e credos. Rezar ao Pai e entrar na intimidade com ele, é também colocar-se em sintonia com os gritos de todos os irmãos e irmãs pelo pão de cada dia. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. A experiência de Deus como nosso Pai é o fundamento da fraternidade universal.

Mateus 6,9b-10: Três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade.  Na primeira parte do Pai-nosso, pedimos para que seja restaurado o nosso relacionamento com Deus. Santificar o Nome: O nome JAVÉ significa Estou com você! Deus conosco. Neste NOME Deus se deu a conhecer (Ex 3,11-15). O Nome de Deus é santificado quando é usado com fé e não com magia; quando é usado conforme o seu verdadeiro objetivo, i.é, não para a opressão, mas sim para a libertação do povo e para a construção do Reino. A Vinda do Reino: O único Dono e Rei da vida humana é Deus (Is 45,21; 46,9). A vinda do Reino é a realização de todas as esperanças e promessas. É a vida plena, a superação das frustrações sofridas com os reis e os governos humanos. Este Reino acontecerá, quando a vontade de Deus for plenamente realizada. Fazer a Vontade: A vontade de Deus se expressa na sua Lei. Que a sua vontade se faça assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem às leis de suas órbitas e criam a ordem do universo (Is 48,12-13). A observância da lei Deus será fonte de ordem e de bem-estar para a vida humana.

Mateus 6,11-13: Quatro pedidos pela causa dos irmãos: Pão, Perdão, Vitória, Liberdade.  Na segunda parte do Pai-nosso pedimos para que seja restaurado o relacionamento entre as pessoas. Os quatro pedidos mostram como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade para que todos os filhos e filhas de Deus vivam com igual dignidade. Pão de cada dia: No êxodo, cada dia, o povo recebia o maná no deserto (Ex 16,35). A Providência Divina passava pela organização fraterna, pela partilha. Jesus nos convida para realizar um novo êxodo, uma nova maneira de convivência fraterna que garante o pão para todos (Mt 6,34-44; Jo 6,48-51). Perdão das dívidas: Cada 50 anos, o Ano Jubilar obrigava todos a perdoar as dívidas. Era um novo começo (Lv 25,8-55). Jesus anuncia um novo Ano Jubilar, "um ano da graça da parte do Senhor" (Lc 4,19). O Evangelho quer recomeçar tudo de novo! Não cair na Tentação: No êxodo, o povo foi tentado e caiu (Dt 9,6-12). Murmurou e quis voltar atrás (Ex 16,3; 17,3). No novo êxodo, a tentação será superada pela força que o povo recebe de Deus (1Cor 10,12-13). Libertação do Maligno:  O Maligno é o Satanás, que afasta de Deus e é motivo de escândalo. Ele chegou a entrar em Pedro (Mt 16,23) e tentou Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11). Ele nos diz: "Coragem! Eu venci o mundo!" (Jo 16,33).

Mateus 6,14-15: Quem não perdoa não será perdoado. Rezando o Pai-nosso, pronunciamos a sentença que nos condena ou absolve. Rezamos: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6,12). Oferecemos a Deus a medida do perdão que queremos. Se perdoamos muito, Ele perdoará muito. Se perdoamos pouco, ele perdoará pouco. Se não perdoamos, ele também não poderá perdoar.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Jesus falou "perdoai as nossas dívidas". Em alguns países se traduz "perdoai as nossas ofensas". O que é mais fácil: perdoar ofensas ou perdoar dívidas?
  2. As nações cristãs do hemisfério norte (Europa e USA) rezam todos os dias: “Perdoai as nossas dívidas assim como também nós perdoamos aos nossos devedores”. Mas elas não perdoam a dívida externa dos países pobres do Terceiro Mundo. Como explicar esta terrível contradição, fonte de empobrecimento de milhões de pessoas?

 

5) Oração final

Glorificai comigo ao Senhor, juntos exaltemos o seu nome. Procurei o Senhor e ele me atendeu, livrou-me de todos os temores. (Sl 33, 4-5)

Cátedra de São Pedro

Detalhes
Publicado em 22 fevereiro 2021
  • festa da Cátedra de São Pedro,
  • Cátedra de São Pedro
  • Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja

Neste dia 22 de fevereiro, a Igreja celebra a Festa da Cátedra de São Pedro, uma ocasião importante que remonta ao século IV e que rende comemoração ao primado e autoridade do Apóstolo Pedro, o primeiro Papa da Igreja.

Além disso, esta celebração recorda a autoridade conferida por Cristo ao Apóstolo quando lhe diz, conforme relatam os Evangelhos: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”.

A palavra “cátedra” significa acento ou trono e é a raiz da palavra catedral, a Igreja onde um bispo tem o trono do qual prega. Sinônimo de cátedra é também “sede” (assento). A “sede” é o lugar de onde um bispo governa sua diocese. Por exemplo, a Santa Sé é a sede do Papa. Fonte: https://www.acidigital.com

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 22 de fevereiro-2021. www.instagram.com/freipetronio

Corre por fora uma Campanha Ecumênica da Desfraternidade

Detalhes
Publicado em 22 fevereiro 2021
  • Quaresma,
  • tempo de Quaresma,
  • feminicídio
  • Campanha Ecumênica da Desfraternidade
  • população LGBTQI+
  • Aliança de Batistas do Brasil
  • pastora Romi Márcia Bencke
  • Romi Márcia Bencke
  • IECLB,

Antes do lançamento oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 (CFE), no primeiro dia da Quaresma, já circulavam nas redes sociais postagens de uma “Campanha da Desfraternidade”, com ataques dirigidos a pessoas e ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) por conta do conteúdo que o tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor” busca refletir e trabalhar. A divisão da sociedade brasileira está espelhada nas duas “campanhas”.

 

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

E o que é que a CFE aborda de tão “pecaminoso”, segundo vozes da desfraternidade? A cartilha elaborada pelo Conic ataca a necropolítica brasileira, defende povos indígenas, questiona o feminicídio e defende a acolhida da população LGBTQI+. A Campanha da Desfraternidade incentiva os fiéis a não darem um centavo ao Fundo Nacional de Solidariedade que, com os recursos angariados durante a Quaresma, os distribui a obras de caridade.

A Campanha da Desfraternidade é recheada por palavras até mesmo de bispos, que contam, inclusive, com o apoio do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, que postou mensagem ilustrada nas redes sociais afirmando: “Eu digo não. Campanha da Fraternidade Ecumênica”. Quem esperaria o dia em que bispos católicos se prestariam a receber apoio de olavistas!!!

Dom Fernando Guimarães, arcebispo do Ordinário Militar do Brasil, contesta, em carta enviada à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “A evangelização dos fiéis, no entanto, em qualquer tempo e ainda mais em um tempo especial como é a quaresma católica (pelo visto, só cristãos católicos celebram a Quaresma), não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrários à autêntica doutrina de nossa igreja”. Guimarães comunica que os capelães militares, a ele subordinados, não utilizarão a cartilha da Campanha da Fraternidade.

De forma indireta, Guimarães bate até no papa Francisco, que enviou mensagem gravada ao Conic sobre a CFE, dando sua bênção apostólica. Na mensagem, o papa recomendou “sentar-se juntos e escutar o outro num mundo surdo”, assumir uma atitude receptiva, “superar o narcisismo e acolher o outro”. Os cristãos, disse, devem ser os primeiros a dar o exemplo, também na defesa da justiça na sociedade. Justamente o que o arcebispo Guimarães não se dispõe a fazer!

No portal Brasil de Fato, o repórter Igor Carvalho traz reportagem mostrando que o bispo Dom Adair José, da Diocese de Formosa, Goiás, instigou: “Não fiquem escutando coisas que não têm nada a ver com a nossa fé”. E o padre Samuel Cavalcante de Araújo, da Arquidiocese de Iguatu, Ceará, recomendou: “Católicos, rezem, amem, e se receberem esse texto da Campanha da Fraternidade, queimem!

Os ataques no YouTube, no Twitter e no Instagram, relata a repórter Raphael Veleda, do portal Metrópole, é “promovida por grupos católicos ultraconservadores”, que se revoltaram com as “pautas abortistas e anticristãs” e com “o protesto da iniciativa religiosa contra a violência sofrida pela população LGBTQI+”. Mas a cruzada da Campanha da Desfraternidade não é só de “milícias religiosas católicas”, luteranas também!

O texto da cartilha da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 traz dados do Atlas da Violência e da ONG Grupo Gay da Bahia, denunciando o assassinato de 420 pessoas desse grupo em 2018! Explica, então, que tais “homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso, de vozes contra o reconhecimento dos direitos” dessa população e de outros grupos perseguidos e vulneráveis.

O texto da cartilha afirma que “na lógica da necropolítica, a humanidade do outro é negada. São estimuladas as políticas de inimizade. A violência praticada pelo Estado é legitimada e justificada. No caso brasileiro, os sinais de necropolítica são perceptíveis em setores de Segurança Pública, que é altamente violenta e repressiva contra pessoas negras e pobres”. A pastora luterana Romi Márcia Bencke, secretária executiva do Conic, foi alvo preferencial das ofensas.

A Câmara Episcopal da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) manifestou “total apoio e compromisso” ao trabalho “missionário e evangelizador” realizado pelo Conic, “em especial através da incansável dedicação de sua Secretária Geral, pastora Romi Bencke”. O tema da Campanha, enfatizam os bispos anglicanos, se mostra cada dia mais urgente e necessário, num país onde “o ódio, o desrespeito à dignidade humana, todas as formas de discriminação, a naturalização de desigualdades, violência e injustiça estão, lamentável, e tristemente, na ordem do dia”.

Causa espanto e temor, expressa nota da Aliança de Batistas do Brasil (ABB), “que precisemos defender de pessoas ditas cristãs aquilo que há de mais belo e cristão nessa nossa CFE-2021: a compreensão de que o Evangelho nos obriga a amar ao próximo como a si mesmo. E isso não é ‘ideologia’, ‘comunismo’, ou quais outros adjetivos que pensem usar como forma de violência. Não, é puro e simples – porém radical – Evangelho de Jesus de Nazaré”. A maneira como agimos diante de quem sofre é o único parâmetro válido da nossa ortodoxia, enfatizam batistas.

O Conselho Curador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU) solidariza-se com a diretoria do Conic e agradece à comissão ecumênica que preparou o texto base da Campanha da Fraternidade Ecumênica, representantes de oito instituições: IECLB, IPU, ABB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), IEAB, Igreja Siriana Ortodoxa de Antioquia, Igreja Betesda e Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP). “Reconhecemos nesses irmãos e nessas irmãs o testemunho cristão marcado pela coerência profética, por sólido fundamento teológico e pelo histórico de compromisso ecumênico”, afirmam presbiterianos.

Também destacam que a Campanha da Fraternidade Ecumênica “representa bem nossas convicções cristãs ecumênicas e seu tema e lema são oportunos para a proclamação do testemunho profético no momento histórico em que vivemos tantas divisões em nossa sociedade e boa parte delas criadas por instituições e pessoas que se identificam como cristãs”.

“Não queremos muros de divisão, mas pontes de aproximação e comunhão”, diz a nota da presidência da IECLB. Ela presta solidariedades à pastora Romi Márcia Bencke e lamenta que pessoas, que não entendem “a necessidade e a magnitude desta ação”, afrontem e agridam a iniciativa ecumênica.

Embora manifestasse apoio, a nota da presidência da CNBB preocupa-se antes em se resguardar das críticas internas, ao explicar às congregações que a cartilha da CFE não se trata “de um texto ao estilo que ocorreria caso fosse preparado pela comissão da CNBB”. A nota da presidência do organismo católico recebeu duro comentário da filósofa, teóloga e religiosa católica Ivone Gebara (que pode ser lida aqui). Ela pretende o nascimento de um ecumenismo orgânico, mais verdadeiro, que substitua a morte do ecumenismo institucional.

A CNBB enfatiza, pois, no final da nota, que dificuldades levantadas para a realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica não devem levar ao desânimo e romper a comunhão. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta. A nota lembra, ainda, que já pronto o texto-base “fomos presenteados com a Fratelli Tutti, (Carta Encíclica do papa, de 20 de outubro de 2020, sobre a fraternidade e a amizade social) que recomendamos vivamente” fosse também utilizada como subsídio para a CFE.

A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa da CNBB, desde 1960, que convida à reflexão, sempre no tempo da Quaresma, sobre temas da vida religiosa, comunitária, social, mundial. Desde 2000, por uma deferência da CNBB, a Campanha foi aberta para ser ecumênica, de cinco em cinco anos. Assim, a CFE 2021 está na sua quinta edição.

A redação do texto-base da Campanha é um processo coletivo de construção, que, para 2021, teve início no final de 2019. Dela participaram pessoas de diferentes áreas do conhecimento, em especial da sociologia, ciência política e teologia.

A parte bíblica contou com a colaboração de biblistas das igrejas cristãs afiliadas ao Conic. O texto passou, então, pela análise de uma Comissão Ecumênica, formada por oito integrantes, seis indicad@s pelas igrejas-membros, mais duas pessoas representativas. A cartilha nunca foi trabalho de “uma só pessoa”, como informado, maldosamente, em postagens nas redes sociais. Por isso, cerca de 200 organizações da sociedade civil lançaram nota de solidariedade à pastora Romi e ao Conic. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Edith Bruck: "com o Papa, um abraço entre irmãos".

Detalhes
Publicado em 22 fevereiro 2021
  • Edith Bruck,
  • O Papa visita Edith Bruck,
  • Papa visita Edith Bruck,

 

Em uma entrevista ao Vatican News, a escritora húngara expressa a emoção vivida pela visita de Francisco que, no sábado à tarde, foi à sua casa no centro de Roma. "Eu chorei assim que ele chegou. Abracei e beijei ele".

 

Amedeo Lomonaco – Vatican News

 

O Papa visita Edith Bruck, sobrevivente de Auschwitz

Edith Bruck nasceu em uma pequena aldeia húngara, em 1931, a última de 6 filhos de uma família pobre de judeus. Em abril de 1944, junto com os pais e dois irmãos, foi deportada para o gueto e, depois, para os campos de concentração de Auschwitz, Dachau e Bergen-Belsen. Ela sobreviveu junto com a irmã Judit, chegando vários anos depois à Itália e estabelecendo-se em Roma.

Em uma entrevista concedida ao jornal vaticano L'Osservatore Romano, em janeiro por ocasião do Dia da Memória, ela lembrou os horrores que viveu durante o trágico período de perseguição nazista. O Papa Francisco quis conhecê-la e foi fazer uma visita privada na sua casa no centro de Roma no último sábado (20). Um encontro que Edith Bruck define como "inimaginável".

Ao Vatican News, ela revela que durante a visita, o Papa recordou vários trechos do seu livro "O pão perdido", publicado pela editora "La nave di Teseo", da série Oceanos.

 

A entrevista com Edith Bruck

R - Ainda estou em choque positivo. Conversamos por um longo tempo. Ele disse que havia lido o meu livro, citando muitas partes. O Papa chegou às 16h e saiu por volta das 18h. Foi um encontro inexplicável. Ainda estou emocionada. Chorei assim que ele chegou. Abracei e beijei ele. Era uma coisa muito bonita e, com uma voz trêmula, apresentei as poucas pessoas que estavam em casa. O Papa também falou sobre a Shoah. Pediu perdão pessoalmente. Ele falou um pouco da Argentina. Fiquei tão impressionada, que não conseguia pronunciar uma palavra corretamente.

 

Qual é a sensação de receber o Papa Francisco na própria casa?

R - Não podia imaginar uma coisa assim. Quando o vi na porta, desandei a chorar. Ele também me abraçou. Estávamos os dois cheios de emoção. Não havia como conter a emoção.

 

O abraço do Papa Francisco foi paternal?

R - Sim, de fato, disse: somos irmãos.

 

Portanto, um encontro entre irmãos que também foi de muita convivência...

R - O Papa comeu um bolo com ricota. Preparei uma bela poltrona com almofadas. E, então, lhe dei uma poesia minha que ele apreciou muito. Estávamos todos atônitos. Foi verdadeiramente um encontro inimaginável. Ele ficou quase duas horas. Foi uma coisa incrível vê-lo em casa. Fiquei muito emocionada.

 

Vamos recordar aqueles horrores vividos no campo de concentração de Auschwitz, onde a senhora conheceu o mal absoluto. Mas mesmo naquela escuridão, viveu momentos de luz.

R - Sim, contei isso ao Papa. Eu chamo de as cinco luzes. Eu lhe contei sobre as cinco luzes. O Papa disse que sabia de tudo. E lembrava do meu livro quase linha por linha.

 

E também lembrou o Papa que naquele período dramático houve também um pequeno gesto cheio de vida. Foi feito por um cozinheiro....

R - Eu também contei esse episódio. O Papa também lembrava disso. No campo de concentração em Dachau, um cozinheiro me disse: qual é o seu nome? E me presenteou um pente. O Papa recordou o episódio do pente. Enquanto conversávamos, o Papa e eu estávamos na mesma linha humana.

 

Os seus pais e um dos seus irmãos não sobreviveram. A senhora disse que foi salva por causa da sua irmã....

R - Ela me ajudou muito. Acredito que sem mim, ela não teria sobrevivido. Sem ela, eu também não teria sobrevivido. Ela era quatro anos mais velha do que eu. Me apoiava. Ela pegou inclusive coletes que eu não conseguia mais arrastar. É claro, nós nos apoiamos mutuamente. Agora, infelizmente, ela se foi. Ela desmaiou quatro vezes e eu gritava: não me deixe! Já passei por coisas alucinantes. Tudo o que vivi não pode ser contado nem escrito em mil livros. Não se pode descrever a dor, a indignação moral. Nunca se poderá contar tudo, mesmo que eu não faça outra coisa que contar e escrever.

 

Por falar em contar e recordar, um soldado alemão que separou a senhora da sua mãe ao chegar no campo de concentração, na verdade, salvou a sua vida...

 R - Sim, isso aconteceu logo na chegada. Eu estava com a minha mãe. Eles tinham me conduzido com a minha mãe ao crematório do lado esquerdo. Mas o último soldado alemão tinha sussurrado e me  disse para ir à direita. Naquele momento, eu não entendia o que ele queria dizer. Eu me agarrei à carne de minha mãe. Eu não queria deixá-la. Finalmente, o soldado, não sabendo como nos separar, bateu na minha mãe com um fuzil. Ela caiu e eu nunca mais a vi. Ele também me bateu e me arrastou até que eu estivesse do lado direito. Eu não sabia que naquele momento ele estava tentando me salvar.

 

Hoje, a senhora compartilhou algumas dessas lembranças com o Papa Francisco. Um dia indelével que cicatriza a memória com a esperança....

R - O Papa também ficou muito triste com esses inocentes que foram aniquilados. Mas há sempre esperança. Há sempre uma pequena luz, mesmo na escuridão total. Sem esperança, não podemos viver. Nos campos de concentração, bastava um alemão olhando para você com um olhar humano. Bastava um gesto. Bastava um olhar humano. Eles me deram uma luva com furos, me deixaram um pouco de geleia na marmita. Ali estava a vida, dentro. Aquela é esperança. Fonte: https://www.vaticannews.va

Uma semana de proteção...

Detalhes
Publicado em 22 fevereiro 2021
  • Angra dos Reis,
  • Carmo de Angra
  • Araraquara entra em lockdown
  • novas cepas do coronavírus

UMA SEMANA DE PROTEÇÃO: Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, direto do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Segunda-feira, 22 de fevereiro-2021. www.instagram.com/freipetronio 

NOTA: Araraquara entra em lockdown para frear disseminação de covid-19. Das 12h de hoje (21) até 23h59 da próxima terça-feira (23), a cidade de Araraquara, no interior paulista, está em lockdown, com proibição de circulação nas ruas. O objetivo é tentar frear a disseminação de novas cepas do coronavírus que circulam no município. Araraquara fica a 270 quilômetros (km) da capital paulista, com população estimada em 238, 3 mil pessoas. Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Pág. 200 de 688

  • 195
  • 196
  • 197
  • 198
  • 199
  • 200
  • 201
  • 202
  • 203
  • 204
  • Está em...  
  • Home
  • Home
  • Vídeo Cast
  • Social
  • Religião
  • Política
  • Artigos Carmelitas
  • Pensamentos do Frei Petrônio
  • Homilia do Papa Francisco




fotos que falam
dehonianos
brasil el pais
La santa ede
DOM
CRB nacional
Band News fm
CNBB
vatican
GREENPEACE
CBN
Direitos humanos
Blog do Frei Petronio
Estadao
Twitter frei
folha
global times

Voltar ao topo

© 2025 Olhar Jornalístico