Olhar Jornalístico

Segunda-feira, 7 de março-2022. 1ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 07 março 2022
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1) Oração

Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 25, 31-46)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 31Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. 32Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, 35porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; 36nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. 37Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? 39Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar? 40Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes. 41Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. 42Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; 43era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes. 44Também estes lhe perguntarão: - Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos? 45E ele responderá: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. 46E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O Evangelho de Mateus apresenta Jesus como o novo Moisés. Como Moisés, Jesus promulgou a Lei Deus. Como a antiga Lei, assim a nova lei dada por Jesus tem cinco livros ou discursos. O Sermão da Montanha (Mt 5,1 a 7,27), o primeiro discurso, abriu com as oito bem-aventuranças. O Sermão da Vigilância (Mt 24,1 a 25,46), o quinto e último discurso, encerra com a descrição do Juízo Final. As bem-aventuranças descreveram a porta de entrada para o Reino de Deus, enumerando oito categorias de pessoas: os pobres em espírito, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os de coração limpo, os promotores da paz e os perseguidos por causa da justiça (Mt 5,3-10). A parábola do Juízo Final conta o que devemos fazer para poder tomar posse do Reino: acolher os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os sem roupa, os doentes e os prisioneiros (Mt 25,35-36). Tanto no começo como no fim da Nova Lei, estão os excluídos e marginalizados.

Mateus 25,31-33: Abertura do Juízo final. O Filho do Homem reúne ao seu redor todas as nações do mundo. Separa as pessoas como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. O pastor sabe discernir. Ele não erra: ovelhas à direita, cabritos à esquerda. Jesus não erra. Ele sabe discernir bons e maus. Jesus não julga nem condena (cf. Jo 3,17; 12,47). Ele apenas separa. É a própria pessoa que se julga ou se condena pela maneira como se comportou com relação aos pequenos e excluídos.

Mateus 25,34-36: A sentença para os que estiverem à direita do Juiz.  Os que estão à sua direita são chamados de “Benditos de meu Pai!”, isto é, recebem a bênção que Deus prometeu à Abraão e à sua descendência (Gn 12,3). Eles são convidados a tomar posse do Reino, preparado para eles desde a fundação do mundo. O motivo da sentença é este: "Tive fome e sede, era estrangeiro, nu, doente e preso, e vocês me acolheram e ajudaram!” Esta sentença nos faz saber quem são as ovelhas. São as pessoas que acolheram o próprio Juiz quando este estava faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. E pelo jeito de falar "meu Pai" e "Filho do Homem", ficamos sabendo que o Juiz é o próprio Jesus. Ele se identifica com os pequenos!

Mateus 25,37-40: Um pedido de esclarecimento e a resposta do Juiz:  Os que acolheram os excluídos são chamados “justos”. Isto significa que a justiça do Reino não se alcança observando normas e prescrições, mas sim acolhendo os necessitados. Mas o curioso é que os próprios justos não sabem quando foi que acolheram Jesus necessitado. Jesus responde: "Toda vez que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes!" Quem são estes "meus irmãos mais pequeninos"? Em outras passagens do Evangelho de Mateus, as expressões "meus irmãos" e "pequeninos" indicam os discípulos (Mt 10,42; 12,48-50; 18,6.10.14; 28,10). Indicam também os membros mais abandonados da comunidade, os desprezados que não recebem lugar e não são bem recebidos (Mt 10,40). Jesus se identifica com eles. Mas não é só isto. No contexto tão amplo desta parábola final, a expressão "meus irmãos mais pequeninos" se alarga e inclui todos aqueles que na sociedade não têm lugar. Indica todos os pobres. E os "justos" e os "benditos de meu Pai" são todas as pessoas de todas as nações que acolhem o outro na total gratuidade, independente do fato de ser cristão ou não.

Mateus 25,41-43: A sentença para os que estiverem à sua esquerda. Os que estão do outro lado do Juiz são chamados de “malditos” e são destinados ao fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Jesus usa a linguagem simbólica comum daquele tempo para dizer que estas pessoas não vão entrar no Reino. E aqui também o motivo é um só: não acolheram Jesus faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. Não é Jesus que nos impede de entrar no Reino, mas sim a nossa prática de não acolher o outro, a cegueira que nos impede de ver Jesus nos pequeninos.

Mateus 25,44-46: Um pedido de esclarecimento e a resposta do Juiz. O pedido de esclarecimento mostra que se trata de gente bem comportada, pessoas que têm a consciência em paz. Estão certas de terem praticado sempre o que Deus pedia delas. Por isso estranham quando o Juiz diz que não o acolheram. O Juiz responde: “Todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram!” A omissão! Não fizeram coisas más! Apenas deixaram de praticar o bem aos pequeninos e de acolher os excluídos. E segue a sentença final: estes vão para o fogo eterno, e os justos para a vida eterna. Assim termina o quinto livro da Nova Lei!

 

4) Para um confronto pessoal

1) O que mais chamou a sua atenção nesta parábola do Juízo Final?

2) Pare e pense: se o Juízo final fosse hoje, você estaria do lado das ovelhas ou dos cabritos?

 

5) Oração final

Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos. (Sl 18, 9)

*1º Domingo da Quaresma – Ano C: Um Olhar

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Publicado em 06 março 2022
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  • A Tentação de Jesus
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No início da Quaresma, a Palavra de Deus apela a repensar as nossas opções de vida e a tomar consciência dessas “tentações” que nos impedem de renascer para a vida nova, para a vida de Deus.

O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre as opções de Jesus. Lucas sugere que Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espectaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor. É claro que é esse caminho que é sugerido aos que seguem Jesus.

 

EVANGELHO – Lc 4,1-13: ATUALIZAÇÃO

 

Frente a frente estão, hoje, a lógica de Deus e a lógica dos homens. A catequese que o Evangelho nos apresenta neste primeiro Domingo da Quaresma ensina que Jesus pautou cada uma das suas escolhas pela lógica de Deus. E nós, cristãos, seguidores de Jesus, é essa a nossa lógica, também?

Deixar-se conduzir pela tentação dos bens materiais, do acumular mais e mais, do olhar apenas para o seu próprio conforto e comodidade, do fechar-se à partilha e às necessidades dos outros, é seguir o caminho de Jesus? Pagar salários de miséria aos operários e malbaratar fortunas em noitadas de jogo ou em coisas supérfluas (enquanto os irmãos, ao lado, gemem a sua miséria), é seguir o caminho de Jesus?

Dentro de cada pessoa, existe o impulso de dominar, de ter autoridade, de prevalecer sobre os outros. Por isso – às vezes na Igreja – os pobres, os débeis, os humildes têm de suportar atitudes de prepotência, de autoritarismo, de intolerância, de abuso. A catequese de hoje sugere que este “caminho” é diabólico e não tem nada a ver com o serviço simples e humilde que Jesus propôs nas suas palavras e nos seus gestos.

Podemos, também, ceder à tentação de usar Deus ou os dons de Deus para brilhar, para dar espetáculos, para levar os outros a admirar-nos e a bater-nos palmas. A isto Jesus responde de forma determinada: não utilizarás Deus em proveito da tua vaidade e do teu êxito pessoal.

 

Reflexões do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

1- Jesus venceu o diabo- o mal. Por que será que alguns Movimentos Pentecostais – Evangélicos e Católicos- falam mais no diabo que em Jesus Cristo?

2- O Poder fascina, atrai... Como agimos diante da tentação do poder, seja na família, no trabalho ou na comunidade – Paróquia ou vida consagrada- e como fazer para livrar-se dessa tentação?

3- Por que será que atribuímos ao diabo as nossas falhas e não assumimos a nossa fraqueza e a falta de compromisso com a Boa Nova de Jesus Cristo?

*Leia a reflexão na integra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.

Quinta- feira depois das Cinzas. 3 de março-2022. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 03 março 2022
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1) Oração

Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizemos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,22-25)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 22Jesus acrescentou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia. 23Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. 24Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. 25Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína? - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

Ontem entramos na Quaresma. Até agora a liturgia diária seguia o evangelho de Marcos, passo a passo. A partir de hoje até o dia de Páscoa, a seqüência das leituras diárias será dada pela tradição antiga da quaresma com suas leituras próprias, já fixas, que nos ajudarão a entrar no espírito da quaresma e da preparação para a Páscoa. Já desde o primeiro dia, a perspectiva é a Paixão, Morte e Ressurreição e o significado deste mistério para a nossa vida. É o que nos é proposto pelo texto bem pequeno do evangelho de hoje. O texto fala da paixão, morte e ressurreição de Jesus e afirma que o seguimento de Jesus implica em carregar a cruz atrás de Jesus.

Pouco antes em Lucas 9,18-21, Jesus tinha perguntado: “Quem diz o povo que eu sou?”. Eles responderam relatando as várias opiniões: -“João Batista”.  -“Elias ou um dos antigos profetas”. Depois de ouvir as opiniões dos outros, Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Pedro respondeu: “O Cristo de Deus!”, ou seja, o senhor é aquele que o povo está esperando! Jesus concordou com Pedro, mas proibiu de falar sobre isto ao povo. Por que Jesus proibiu? É que naquele tempo todos esperavam o messias, mas cada um do seu jeito: uns como rei, outros como sacerdote, doutor, guerreiro, juiz, ou profeta! Jesus pensa diferente. Ele se identifica com o messias servidor e sofredor, anunciado por Isaías (Is 42,1-9; 52,13-53,12).

O primeiro anúncio da paixão.  Jesus começa a ensinar que ele é o Messias Servidor e afirma que, como o Messias Servidor anunciado por Isaías, será preso e morto no exercício da sua missão de justiça (Is 49,4-9; 53,1-12). Lucas costuma seguir o evangelho de Marcos, mas aqui ele omitiu a reação de Pedro que desaconselhava Jesus de pensar no messias sofredor e omitiu também a dura resposta: “Vá embora Satanás! Você não pensa as coisas de Deus, mas as dos homens!” Satanás é uma palavra hebraica que significa acusador, aquele que afasta os outros do caminho de Deus. Jesus não permite que Pedro o afaste da sua missão.

Condições para seguir Jesus. Jesus tira as conclusões que valem até hoje: Quem quiser vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me! Naquele tempo, a cruz era a pena de morte que o império romano impunha aos criminosos marginais. Tomar a cruz e carregá-la atrás de Jesus era o mesmo que aceitar ser marginalizado pelo sistema injusto que legitimava a injustiça. Era o mesmo que romper com o sistema. Como dizia Paulo na carta aos Gálatas: “O mundo é um crucificado para mim, e eu um crucificado para o mundo” (Gl 6,14). A Cruz não é fatalismo, nem é exigência do Pai. A Cruz é a conseqüência do compromisso livremente assumido por Jesus de revelar a Boa Nova de que Deus é Pai e que, portanto, todos e todas devem ser aceitos e tratados como irmãos e irmãs. Por causa deste anúncio revolucionário, ele foi perseguido e não teve medo de dar a sua vida. Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Todos esperavam o messias, cada um do seu jeito. Qual o messias que eu espero e que o povo hoje espera?

2) A condição para seguir Jesus é a cruz. Como me situo frente às cruzes da vida?

 

5) Oração final

Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. (Sl 1, 1-2)

Ucrânia. Bomba atinge cúria de Kharkiv: padre Semenkov, "aqui é um inferno"

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Publicado em 01 março 2022
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"Arriscou-se uma tragédia", conta Pe. Semenkov: "Esta manhã é um inferno, a bomba caiu sobre a cúria. Houve bombardeios no centro da cidade. Os ataques atingiram escritórios do governo, as bombas também atingiram pessoas que estavam esperando para conseguir pão, e propriamente naquele momento uma bomba caiu sobre a cúria. Há muitas pessoas mortas, até o momento não há informações sobre o número de vítimas e feridos. A conexão Internet caiu, portanto não estamos recebendo informações atualizadas"

 

Vatican News

Na manhã desta terça-feira, 1º de março, uma bomba atingiu a cúria da igreja católica em Kharkiv. Dentro, na cripta da igreja, 40 pessoas encontravam-se refugiadas. Estão todas bem. Felizmente, o ataque causou apenas um grande buraco no telhado. O padre Gregory Semenkov, chanceler da Diocese católica latina de Kharkiv e pároco da catedral, contou à agência Sir.

 

Bombardeio no centro da cidade deixou vários mortos

"Arriscou-se uma tragédia", diz ele imediatamente. "Esta manhã é um inferno, a bomba caiu sobre a cúria. Houve bombardeios no centro da cidade. Os ataques atingiram escritórios do governo, as bombas também atingiram pessoas que estavam esperando para conseguir pão, e propriamente naquele momento uma bomba caiu sobre a cúria. Há muitas pessoas mortas, até o momento não há informações sobre o número de vítimas e feridos. A conexão Internet caiu, portanto não estamos recebendo informações atualizadas.

 

Refugiados colocados em lugar seguro

"Na cúria - conta o pároco - há muita gente estes dias, muitas mães com filhos". Somos ao todo 40 pessoas. Nós as colocamos em um lugar seguro. Estávamos todos na parte inferior e, felizmente, a bomba bateu no alto. Após um momento inicial de medo, a vida na cúria recomeçou imediatamente."

 

Cidade sob toque de recolher

"Nossas mulheres são fortes e já estão preparando alimentos para distribuir às pessoas que encontraram abrigo sob o metrô. Na verdade, há duas estações de metrô próximas a nós, onde levamos suprimentos e alimentos. Há muitas pessoas nos chamando, pedindo ajuda. A cidade está sob toque de recolher, está fechada, não se pode sair ou entrar, não podemos fazer nada no momento, exceto ajudar com comida quente e se possível com abrigos".

 

Bispo ortodoxo acolhido na residência episcopal católica

Padre Gregory diz que com os refugiados, na casa da cúria, o bispo, dom Paolo Gonczaruk, e os padres também deram hospitalidade ao bispo ortodoxo. "Ele mora aqui conosco, porque sua casa fica perto da zona militar e ele teve que sair de sua casa. Nós o estamos acolhendo. A guerra também faz estas coisas, estamos unidos". (com Sir).  Fonte: https://www.vaticannews.va

CNBB ABRE OFICIALMENTE A CF 2022 NA QUARTA-FEIRA DE CINZAS, 2 DE MARÇO, ÀS 10H, COM CERIMÔNIA VIRTUAL

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Publicado em 01 março 2022
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  • Fala com sabedoria ensina com amor

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, na Quarta-feira de Cinzas, 2 de março, a Campanha da Fraternidade de 2022, com o tema: “Fraternidade e Educação” e o lema bíblico, extraído de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”.

A abertura oficial ocorrerá com a divulgação de um vídeo às 10h, com pronunciamentos dos membros da presidência da CNBB e convidados. Será possível acompanhar o vídeo por meio das redes sociais da entidade (Youtube e Facebook) e emissoras de televisão de inspiração católica. A abertura virtual, assim como a do ano passado, deve-se à escolha da CNBB, como forma de prevenção à Covid-19.

Para os veículos de comunicação, a Assessoria de Comunicação da CNBB organiza uma coletiva de imprensa, com representantes da direção da entidade, por meio da plataforma Zoom. A sala virtual, onde os jornalistas poderão assistir ao vídeo de lançamento da CF, será aberta às 9h50. Um cadastro será necessário para acessá-la e receber o texto-base da CF.  Caso tenha interesse em participar, preencha o formulário para o acesso: https://forms.office.com/r/UMK5mn5KBN.

Atenderão à imprensa o secretário geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Joel Portella; o secretário-executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista e o padre Júlio César Rezende, membro da Pastoral da Educação e da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB.

 

A CF 2022

Essa é a terceira vez que a temática da educação será abordada na Campanha da Fraternidade. O tema já foi objeto de reflexão e ação eclesial em 1982 e 1998. De acordo com a introdução do texto-base, foi “a realidade de nossos dias que fez com que o tema educação recebesse destaque, um tempo marcado pela pandemia da Covid-19 e por diversos conflitos, distanciamentos e polarizações”.

A presidência da CNBB justifica, na apresentação do texto-base da CF, que se trata de uma campanha que, mais do que abordar outro aspecto específico da problemática educacional, vai refletir sobre os fundamentos do ato de educar na perspectiva católico-cristã.

Nessa perspectiva, a educação é compreendida não apenas com um ato escolar, com transmissão de conteúdo ou preparação técnica para o mundo do trabalho, mas de um processo que envolve uma “comunidade” ampliada que inclui todos os atores (família, Igreja, Estado e sociedade).

A CF 2022 é impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco. Na carta convocação ao Pacto, o Santo Padre apresenta elementos constitutivos de uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas, que também sejam capazes de cuidar da casa comum já que a “educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”, conforme explicitado na Encíclica Laudato Si’, 2016, nº 215.

Gesto concreto – A Campanha da Fraternidade tem como gesto concreto a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos nas comunidades de todo o Brasil. Os recursos são destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, os quais apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha. Em 2021, o Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), da CNBB, apoiou 80 projetos, nos quais as entidades que se candidataram se comprometeram, entre outros aspectos, a prestar contas periódicas de sua efetivação e resultados.

 

TVs católicas que vão exibir o vídeo e abertura, dia 2/3, às 10h da manhã:

TV Pai Eterno
TV Horizonte
TV Século 21
TV Nazaré
TV Aparecida
TV Imaculada
TV Rede Vida

TV Evangelizar –Exibe somente às 14h.

 

Exibem a Santa Missa de lançamento da CF 2022 no Santuário de Aparecida (SP), no domingo dia 06/03 às 08h:

TV Horizonte
TV Rede Vida
TV Aparecida

 

Mais informações:

*Outras informações sobre a Campanha poderão ser encontradas no portal da CNBB: https://www.cnbb.org.br/ e no site oficial das Campanhas da CNBB: https://campanhas.cnbb.org.br/. Fonte: https://www.cnbb.org.br

Quarta-feira, 23 de fevereiro-2022. 7º SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 23 fevereiro 2022
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1) Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho – (Marcos 9, 38-40)

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lhe proibimos. 39Jesus, porém, disse-lhe: Não lhe proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim.40Pois quem não é contra nós, é a nosso favor.

 

3) Reflexão Marco 9,38-40

O evangelho de hoje traz um exemplo muito bonito e atual da pedagogia de Jesus. Mostra como ele ajudava seus discípulos a perceber e a superar o “fermento dos fariseus e de Herodes”.

Marcos 9,38-40: A mentalidade do fechamento: “ele não anda conosco”.

Alguém que não era da comunidade usava o nome de Jesus para expulsar os demônios. João, o discípulo, vê e proíbe: Impedimos, porque ele não anda conosco. Em nome da comunidade ele impede que o outro possa fazer uma ação boa! Por ser discípulo, ele pensa ter o monopólio sobre Jesus e, por isso, quer proibir que outros usem o nome de Jesus para realizar o bem. Era a mentalidade fechada e antiga de “Povo eleito, Povo separado!”. Jesus responde: "Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está a nosso favor”. (Mc 9,40). Dificilmente você pode encontrar uma afirmação mais ecumênica do que esta afirmação de Jesus. Para Jesus, o que importa não é se a pessoa faz ou não faz parte da comunidade, mas sim se ela faz ou não o bem que a comunidade deve realizar. 

Um retrato de Jesus como formador dos seus discípulos

Jesus, o Mestre, é o eixo, o centro e o modelo da formação dada aos discípulos. Pelas suas atitudes, ele é uma amostra do Reino, encarna o amor de Deus e o revela (Mc 6,31; Mt 10,30; Lc 15,11-32). Muitos pequenos gestos refletem este testemunho de vida com que Jesus marcava presença na vida dos discípulos e das discípulas, preparando-os para a vida e a missão. Era a sua maneira de dar forma humana à experiência que ele mesmo tinha de Deus como Pai. Eis um retrato de Jesus como formador dos seus discípulos:

* ele os envolve na missão (Mc 6,7; Lc 9,1-2;10,1),

* na volta, faz revisão com eles (Lc 10,17-20),

* corrige-os quando erram e querem ser os primeiros (Mc 9,33-35; 10,14-15)

* aguarda o momento oportuno para corrigir (Lc 9,46-48; Mc 10,14-15).

* ajuda-os a discernir (Mc 9,28-29),

* interpela-os quando são lentos (Mc 4,13; 8,14-21),

* prepara-os para o conflito (Jo 16,33; Mt 10,17-25),

* manda observar a realidade (Mc 8,27-29; Jo 4,35; Mt 16,1-3),

* reflete com eles as questões do momento (Lc 13,1-5),

* confronta-os com as necessidades do povo (Jo 6,5),

* ensina que as necessidades do povo estão acima das prescrições rituais (Mt 12,7.12),

* tem momentos a sós para poder instruí-los (Mc 4,34; 7,17; 9,30-31; 10,10; 13,3),

* sabe escutar, mesmo quando o diálogo é difícil, (Jo 4,7-42).

* ajuda-os a se aceitar a si mesmos (Lc 22,32).

* é exigente e pede para deixar tudo por amor a ele (Mc 10,17-31).

* é severo com a hipocrisia (Lc 11,37-53).

* faz mais perguntas que respostas (Mc 8,17-21).

* é firme e não se deixa desviar do caminho (Mc 8,33; Lc 9,54).

* prepara-os para o conflito e a perseguição (Mt 10,16-25).

*  A formação não era, em primeiro lugar, a transmissão de verdades a serem decoradas, mas sim a comunicação da nova experiência de Deus e da vida que irradiava de Jesus para os discípulos e as discípulas. A própria comunidade que se formava ao redor de Jesus era a expressão desta nova experiência. A formação levava as pessoas a terem outros olhos, outras atitudes. Fazia nascer nelas uma nova consciência a respeito da missão e a respeito de si mesmas. Fazia com que fossem colocando os pés do lado dos excluídos. Produzia, aos poucos, a "conversão" como conseqüência da aceitação da Boa Nova (Mc 1,15).

 

4) Para um confronto pessoal

1) O que significa hoje, século XXI, para mim, para nós, a afirmação de Jesus que diz: Quem não está contra nós, está a nosso favor?”

2) Como acontece a formação de Jesus na minha vida?

 

5) Oração final

Minha alma, bendize o Senhor e tudo o que há em mim, o seu santo nome! Minha alma, bendize o Senhor, e não esqueças nenhum de seus benefícios. (Sl 102, 1-2) 

Padre é preso por estupro contra dois garotos em Mato Grosso

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Publicado em 18 fevereiro 2022
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  • Dom Canísio Klaus
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Padre é preso por estupro contra dois garotos em Mato Grosso

Após notícia da prisão preventiva desta quinta-feira repercutir em Sinop, outras duas vítimas procuraram a Polícia Civil para acusar o sacerdote Nelson Koch, de 54 anos

 

Padre Nelson Koch foi preso em investigação por estupro em MT Foto: Diocese de Sinop / Reprodução

 

Louise Queiroga

RIO — A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu mandado de prisão preventiva contra um padre de 54 anos nesta quinta-feira, dia 17, em Sinop, a 480 quilômetros de Cuiabá, pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. Até o momento, constam no inquérito duas vítimas. No entanto, segundo o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, conforme a notícia repercutiu, já apareceram mais duas, que devem ser ouvidas pela polícia nos próximos dias.

Agentes da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDMCAI) também cumpriram mandado de busca e apreensão domiciliar na chácara do sacerdote Nelson Koch, na zona rural de Sinop. A Polícia Civil representou ainda pelo afastamento do sigilo de dados e pela autorização de acesso e extração de dados contidos em dispositivos eletrônicos apreendidos na casa do suspeito. As ordens judiciais foram deferidas pela 2ª Vara Criminal de Sinop, após representação da Polícia Civil.

— O celular dele foi apreendido e será encaminhado para perícia. Não tenho informação ainda (sobre o que há no aparelho), até porque ele foi resetado. A gente vai mandá-lo para perícia para tentar recuperar alguma coisa — afirmou Carneiro no início da noite desta quinta-feira. — O inquérito está em andamento ainda. Tem que ser concluído agora o prazo de 10 dias.

Conforme apurado pelos investigadores, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso, a paróquia São Cristóvão, da Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop, e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos. Tanto a mãe quanto o adolescente prestaram depoimentos. Segundo o relato da vítima, o investigado cometeu os supostos atos criminosos quando ele tinha 7, 13 e 15 anos.

Outro adolescente, de 17 anos, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, praticado ato libidinoso sem seu consentimento.

Foi indicado também que o padre teria feito ameaças, ainda que de forma velada, dizendo ser uma pessoa de influência.

"Desta forma, acreditamos que a segregação da liberdade do suspeito irá encorajar outras eventuais vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar", declarou o delegado em comunicado.

O bispo Dom Canísio Klaus se pronunciou sobre a prisão do padre Nelson Koch por meio de nota divulgada na página de Facebook da paróquia onde o investigado atuava, informando que o sacertode foi quem pediu o próprio afastamento da congregação pois não queria constranger a Igreja. Koch também mostrou-se "muito triste" pela situação. Também foi criada uma comissão para conduzir o procedimento administrativo instaurado na Mitra Diocesana.

Leia abaixo, na íntegra, a nota à imprensa assinada pelo bispo diocesano Dom Canísio Klaus:

"No dia 14 de fevereiro de 2022 às 11:30 Dom Canísio Klaus recebeu e acolheu oficialmente a denúncia de membros de uma família contra a dignidade sexual de um menor por parte do Pe. Nelson Koch.

 

De imediato encaminhou os seguintes procedimentos:

1-Convocou imediatamente os seus assessores jurídicos e canônicos, e tendo-os ouvido, chamou o Padre Nelson Koch em particular, apresentando a denúncia contra a sua pessoa.

2-O padre tendo conhecimento da denúncia, muito triste, disse não ter interesse em constranger a Igreja e o Bispo, por isso de imediato pediu o afastamento do cargo e dos seus ofícios na paróquia, e colocou-se à disposição para ser ouvido e ter tempo necessário para sua defesa.

3-O bispo acolheu o seu pedido e deu consentimento, emitindo o documento de afastamento, configurando sua saída da paróquia.

4-Foi nomeado imediatamente uma comissão para conduzir o procedimento administrativo instaurado na Mitra Diocesana.

5-Com o auxílio de sua assessoria, Dom Canísio Klaus, comunicou ao conselho administrativo e pastoral paroquial a decisão do afastamento do Padre Nelson Koch da paróquia São Cristóvão e nomeou em nome do Conselho Econômico Diocesano o Pe. Davi Freire Silva Duarte como administrador paroquial.

6-Em diálogo, Dom Canísio Klaus, confirmou os padres vigários: Pe. Vitório Sachi e Pe. Hélio Duarte de Freitas Junior para assumirem a coordenação e direção das atividades espirituais, pastorais e sociais da paróquia.

7-Aos envolvidos no fato, ofereceu-lhes a solidariedade, o auxílio espiritual e psicológico.

8-Ao Pe. Nelson Koch consedeu-lhe acolhida, solidariedade e apoio para estar à disposição dos encaminhamentos necessários do fato.

Ao Povo de Deus, desta paróquia e da Diocese, peço compreensão, orações, solidariedade e misericóridia. Que a luz do Espírito Santo Ilumine a nossa Igreja nesse momento difícil para um discernimento verdadeiro e justo para todos. Sinop, 17 de fevereiro de 2022". Fonte: https://oglobo.globo.com

PRESIDÊNCIA DA CNBB PEDE UNIÃO DOS CRISTÃOS CATÓLICOS NO AMPARO ÀS FAMÍLIAS ENLUTADAS E DESABRIGADAS, VÍTIMAS DAS CHUVAS EM PETRÓPOLIS (RJ)

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Publicado em 17 fevereiro 2022
  • Presidência da CNBB,
  • Nota da CNBB,
  • chuvas em Petrópolis
  • FAMÍLIAS ENLUTADAS E DESABRIGADAS,
  • tragédia climática
  • cidade de Petrópolis

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou mensagem nesta quarta-feira, 16 de fevereiro, por ocasião das fortes chuvas que caíram em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, provocando dezenas de mortes.

A presidência afirmou que a tragédia envolve-nos em profunda tristeza. “Essa consternação toca a nossa fé cristã, impelindo-nos a agir solidariamente. Unamo-nos, em comunhão, a dom Gregório Paixão e ao amado povo de Deus na diocese de Petrópolis. As nossas preces levam o nome de cada irmão e irmã, vítimas dessa tragédia, ao coração de Jesus”, diz.

 

Na sequência, a presidência convoca todos a testemunhar a fé, exercendo a solidariedade:

“Pedimos a cada cristão católico, aos homens e mulheres de boa vontade, que se compadeçam daqueles que perderam o pouco que possuíam, vítimas da tragédia climática. Especialmente, levemos amparo às famílias enlutadas e desabrigadas. A nossa Igreja já se mobiliza para ajudar. Sigamos todos juntos”.

O texto diz, ainda, que este clamor por iniciativas de amparo às vítimas precisa ser acolhido especialmente por governantes. “Trata-se de compromisso cristão e irrenunciável tarefa daqueles que ocupam cargos nas instâncias do poder. Petrópolis pede ajuda urgentemente!”, exorta.

“Convictos de que somos corresponsáveis uns pelos outros, possamos exercer a amizade social, conforme sempre nos orienta o amado Papa Francisco. Assim, ainda mais firmemente, seguiremos os passos de nosso Mestre Jesus”.

 

Confira a mensagem da presidência na íntegra:

Brasília-DF, 16 de fevereiro de 2022

Saúde e paz, amados e amadas de Deus!

A tragédia provocada pelas fortes chuvas na cidade de Petrópolis (RJ), com dezenas de mortes, envolve-nos em profunda tristeza. Essa consternação toca a nossa fé cristã, impelindo-nos a agir solidariamente. Unamo-nos, em comunhão, a Dom Gregório Paixão e ao amado povo de Deus na Diocese de Petrópolis. As nossas preces levam o nome de cada irmão e irmã, vítimas dessa tragédia, ao coração de Jesus. Somos todos convocados a testemunhar a nossa fé, exercendo a solidariedade: pedimos a cada cristão católico, aos homens e mulheres de boa vontade, que se compadeçam daqueles que perderam o pouco que possuiam, vítimas da tragédia climática. Especialmente, levemos amparo às famílias enlutadas e desabrigadas. A nossa Igreja já se mobiliza para ajudar. Sigamos todos juntos.

Este clamor por iniciativas de amparo às vítimas precisa ser acolhido especialmente por governantes – trata-se de compromisso cristão e irrenunciável tarefa daqueles que ocupam cargos nas instâncias do poder. Petrópolis pede ajuda urgentemente!

Convictos de que somos corresponsáveis uns pelos outros, possamos exercer a amizade social, conforme sempre nos orienta o amado Papa Francisco. Assim, ainda mais firmemente, seguiremos os passos de nosso Mestre Jesus.

Fraterno abraço, com muito apreço,

  1. Walmor Oliveira de Azevedo
    Arcebispo de Belo Horizonte, MG
    Presidente

 

  1. Jaime Spengler
    Arcebispo de Porto Alegre, RS
    1º Vice-Presidente

 

  1. Mário Antônio da Silva
    Bispo de Roraima, RR
    2º Vice-Presidente

 

  1. Joel Portella Amado
    Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
    Secretário-Geral

Fonte: https://www.cnbb.org.br

Quinta-feira, 17 de fevereiro-2022. 6ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 17 fevereiro 2022
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1) Oração

Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 8, 27-33)

Naquele tempo, 27Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: Quem dizem os homens que eu sou? 28Responderam-lhe os discípulos: João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas. 29Então perguntou-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondeu Pedro: Tu és o Cristo. 30E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele. 31E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias. 32E falava-lhes abertamente dessas coisas. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. 33Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens.

 

3) Reflexão   Mc 8,27-33

O Evangelho de hoje fala da cegueira de Pedro que não entende a proposta de Jesus quando este fala do sofrimento e da cruz. Pedro aceita Jesus como messias, mas não como messias sofredor. Ele está influenciado pelo “fermento de Herodes e dos fariseus”, isto é, pela propaganda do governo da época que só falava do messias como rei glorioso. Pedro parecia cego. Não enxergava nada e ainda queria que Jesus fosse como ele, Pedro, o queria. Para entender bem todo o alcance desta cegueira de Pedro é importante coloca-la no seu contexto literário.

Contexto literário: O evangelho de Marcos traz três anúncios da paixão e morte de Jesus: o primeiro em Marcos 8,27-38; o segundo em Mc 9,30-37 e o terceiro em Mc 10,32-45. Este conjunto, que vai de Mc 8,27 até Mc 10,45, é uma longa instrução de Jesus aos discípulos para ajuda-los a superar a crise provocada pela Cruz. A instrução é introduzida pela cura de um cego (Mc 8,22-26) e, no fim, é encerrada pela cura de outro cego (Mc 10,46-52). Os dois cegos representam a cegueira dos discípulos. A cura do primeiro cego foi difícil. Jesus teve que realizá-la em duas etapas. Igualmente difícil era a cura da cegueira dos discípulos. Jesus teve que fazer uma longa explicação a respeito do significado da Cruz para ajudá-los a enxergar, pois era a cruz que estava provocando neles a cegueira. Vejamos de perto a primeira cura do cego:

Marcos 8,22-26: A primeira cura do cego.

Trouxeram um cego, pedindo que Jesus o curasse. Jesus o curou, mas de um jeito diferente. Primeiro, ele o levou para fora do povoado. Em seguida, cuspiu nos olhos dele, impôs as mãos e perguntou: Você está vendo alguma coisa? O homem responde: Vejo pessoas; parecem árvores que andam! Enxergava só uma parte. Trocava árvore por gente, ou gente por árvore! Foi só na segunda tentativa que Jesus o curou. Esta descrição da cura do cego introduz a instrução aos discípulos. Na realidade, o cego era Pedro. Ele aceitava Jesus como messias, mas só como messias glorioso. Enxergava só uma parte! Não queria o compromisso da Cruz! Será também em várias tentativas que Jesus vai curar a cegueira dos discípulos.

Marcos 8,27-30. Levantamento da realidade: Quem diz o povo que eu sou?.

Jesus perguntou: “Quem diz o povo que eu sou?”. Eles responderam relatando as várias opiniões: -“João Batista”.  -“Elias ou um dos profetas”. Depois de ouvir as opiniões dos outros, Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Pedro respondeu: “O senhor é o Cristo, o Messias!” Isto é, o Senhor é aquele que o povo está esperando! Jesus concordou com Pedro, mas proibiu de falar sobre isto ao povo. Por que Jesus proibiu? É que naquele tempo, todos esperavam a vinda do messias, mas cada um do seu jeito: uns como rei, outros como sacerdote, doutor, guerreiro, juiz, profeta! Ninguém parecia estar esperando o messias servidor e sofredor, anunciado por Isaías (Is 42,1-9).

Marcos 8,31-33. Primeiro anúncio da paixão.

Em seguida, Jesus começa a ensinar que ele é o Messias Servidor e afirma que, como o Messias Servidor anunciado por Isaías, será preso e morto no exercício da sua missão de justiça (Is 49,4-9; 53,1-12). Pedro leva susto, chama Jesus de lado para desaconselhá-lo. E Jesus responde a Pedro: “Vá embora Satanás! Você não pensa as coisas de Deus, mas as dos homens!” Pedro pensava ter dado a resposta certa. De fato, ele disse a palavra certa: “Tu és o Cristo!” Mas não lhe deu o sentido certo. Pedro não entendeu Jesus. Era como o cego. Trocava gente por árvore! A resposta de Jesus foi duríssima: “Vá embora, Satanás!” Satanás é uma palavra hebraica que significa acusador, aquele que afasta os outros do caminho de Deus. Jesus não permite que alguém o afaste da sua missão. Literalmente, o texto diz: “Atrás de mim, Satanás!” Pedro deve seguir Jesus. Não deve inverter os papeis e pretender que Jesus siga a Pedro.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Acreditamos todos em Jesus. Mas um entende Jesus de um jeito, outro o entende de outro jeito. Qual é, hoje, a imagem mais comum que o povo tem de Jesus? Qual a resposta que o povo daria hoje à pergunta de Jesus? E eu que resposta dou?

2) O que nos impede hoje de reconhecer Jesus como o Messias?

 

5) Oração final

Bendirei continuamente ao Senhor, seu louvor não deixará meus lábios. Glorie-se a minha alma no Senhor; ouçam-me os humildes, e se alegrem. (Sl 33, 2-3)

Padre renuncia após a anulação de milhares de batismos por causa de frase proferida de forma errada por ele

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Publicado em 15 fevereiro 2022
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  • São Gregório em Phoenix
  • Diocese de São Salvador

 

Um padre católico no Arizona (EUA) renunciou depois de descobrir que milhares dos seus batismos haviam se tornado inválidos porque ele usou a frase errada.

O padre Andrés Arango deixou seu posto na Igreja Católica de São Gregório em Phoenix depois de oferecer suas desculpas "sinceras" por usar a "fórmula incorreta" durante cerimônias realizadas nos últimos 25 anos. De acordo com a Agência Católica de Notícias, o padre Arango serviu na Diocese de São Salvador (Bahia) no fim da década de 1990. Ele também serviu na Califórnia (EUA).

Escrevendo aos paroquianos, o bispo de Phoenix, Thomas Olmsted, citou uma nota emitida pela vigilância litúrgica do Vaticano que invalida os batismos conferidos com as palavras "Nós vos batizamos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".

O documento de 2020 da Congregação para a Doutrina da Fé esclareceu que a fórmula correta começa com "Eu", em vez de "Nós", relata a Agência Católica de Notícias.

"O problema de usar 'nós' é que não é a comunidade que batiza uma pessoa, mas é Cristo, e sozinho, que preside a Ele todos os sacramentos, e então é Cristo Jesus quem batiza", explicou o bispo Olmsted.

"Não acredito que o padre Andrés tenha intenção de prejudicar os fiéis ou privá-los da graça do batismo e dos sacramentos", continuou a autoridade eclesiástica, descrevendo o erro como sendo "tão difícil de ouvir quanto é difícil para eu anunciar".

"Em nome de nossa Igreja local, também lamento sinceramente que esse erro tenha resultado na interrupção da vida sacramental de vários fiéis. É por isso que me comprometo a tomar todas as medidas necessárias para remediar a situação de todos os afetados", finalizou ele. Fonte: https://extra.globo.com

Terça-feira, 15 de fevereiro-2022. 6ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 15 fevereiro 2022
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1) Oração

Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 8, 14-21)

Naquele tempo, 14Aconteceu que eles haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão. 15Jesus advertiu-os: Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes! 16E eles comentavam entre si que era por não terem pão. 17Jesus percebeu-o e disse-lhes: Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível? 18Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais? 19Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços? Responderam-lhe: Doze. 20E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes? Sete, responderam-lhe. 21Jesus disse-lhes: Como é que ainda não entendeis?

 

3) Reflexão   Mc 8,14-21

O Evangelho de ontem falava do mal-entendido entre Jesus e os fariseus. O evangelho de hoje fala do mal-entendido entre Jesus e os discípulos e mostra como o “fermento dos fariseus e de Herodes” (religião e governo), tinha tomado conta da cabeça dos discípulos a ponto de eles não entenderem mais nada da Boa Nova.

 

Marcos 8,14-16: Cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes

Jesus adverte os discípulos: “Cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes”. Mas eles não entendem as palavras de Jesus. Acham que ele falou assim por eles terem esquecido de comprar pão. Jesus fala uma coisa e eles entendem outra. Este desencontro era resultado da influência insidiosa do “fermento dos fariseus” na cabeça e na vida dos discípulos.

 

Marcos 8,17-18ª: As perguntas de Jesus  

Diante desta falta quase total de percepção nos discípulos, Jesus faz uma série de perguntas rápidas, sem esperar uma resposta. Perguntas duras que evocam coisas muito sérias e revelam uma total incompreensão por parte dos discípulos. Por incrível que pareça, os discípulos chegaram num ponto em que já não se diferenciavam dos inimigos de Jesus. Anteriormente, Jesus tinha ficado triste com a “dureza de coração” dos fariseus e dos herodianos (Mc 3,5). Agora, os próprios discípulos têm o “coração endurecido” (Mc 8,17). Anteriormente, “os de fora” (Mc 4,11) não entendiam as parábolas, porque “tinham olhos e não enxergavam, ouvidos e não escutavam” (Mc 4,12). Agora, os próprios discípulos já não entendem mais nada, porque “tem olhos e não enxergam, ouvidos e não escutam” (Mc 8,18). Além disso, a imagem do “coração endurecido” evocava a dureza de coração do povo do AT que sempre se desviava do caminho. Evocava ainda o coração endurecido do faraó que oprimia e perseguia o povo (Ex 4,21; 7,13; 8,11.15.28; 9,7...). A expressão “tem olhos e não vêem, ouvidos e não ouvem” evocava não só o povo sem fé, criticado por Isaías (Is 6,9-10), mas também os adoradores dos falsos deuses, dos quais o salmo dizia: “eles têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem” (Sl 115,5-6).

 

Marcos 18b-21: As duas perguntas sobre o pão

As duas perguntas finais tratam da multiplicação dos pães: Quantos cestos recolheram na primeira vez? Doze! E na segunda vez? Sete! Como os fariseus, os discípulos, apesar de terem colaborado ativamente na multiplicação dos pães, não chegaram a compreender o seus significado. Jesus termina: "E vocês ainda não compreendem?" A maneira de Jesus lançar todas estas perguntas, uma depois da outra, quase sem esperar pela resposta, parece uma ruptura. Revela um desencontro muito grande. Qual a causa deste desencontro?

 

A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos

A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos não foi a má vontade deles. Os discípulos não eram como os fariseus. Estes também não entendiam, mas neles havia malícia. Eles usavam a religião para criticar e condenar Jesus (Mc 2,7.16.18.24; 3,5.22-30). Os discípulos, porém, eram gente boa. Não tinham má vontade. Pois, mesmo sendo vítimas do “fermento dos fariseus e dos herodianos”, eles não estavam interessados em defender o sistema dos fariseus e dos herodianos contra Jesus. Então, qual era a causa? A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos tinha a ver com a esperança messiânica. Havia entre os judeus uma grande variedade de expectativas messiânicas. De acordo com as diferentes interpretações das profecias, havia gente que esperava um Messias Rei (cf. Mc 15,9.32). Outros, um Messias Santo ou Sacerdote (cf. Mc 1,24). Outros, um Messias Guerrilheiro subversivo (cf. Lc 23,5; Mc 15,6; 13,6-8). Outros, um Messias Doutor (cf. Jo 4,25; Mc 1,22.27). Outros, um Messias Juiz  (cf. Lc 3,5-9; Mc 1,8). Outros, um Messias Profeta (6,4; 14,65). Ao que parece, ninguém esperava pelo Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (Is 42,1; 49,3; 52,13). Eles não se lembravam de valorizar a esperança messiânica como serviço do povo de Deus à humanidade. Cada um, conforme os seus próprios interesses e conforme a sua classe social, aguardava o Messias, querendo encaixá-lo na sua própria esperança. Por isso, o título Messias, dependendo da pessoa ou da posição social, podia significar coisas bem diferentes. Havia muita confusão de idéias! E é nesta atitude de Servidor que está a chave que vai acender uma luz na escuridão dos discípulos e que vai ajudá-los a se converter. Só mesmo aceitando o Messias como sendo o Servo Sofredor de Isaías, eles seriam capazes de abrir os olhos e de entender o Mistério de Deus em Jesus.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Qual é hoje o fermento dos fariseus e de Herodes para nós? O que significa hoje, para mim, ter o “coração endurecido”?

2) O fermento de Herodes e dos fariseus impedia os discípulos de entender a Boa Nova. Será que hoje a propaganda da televisão nos impede de entender a Boa Nova de Jesus?

 

5) Oração final

Quando penso: Vacilam-me os pés, sustenta-me, Senhor, a vossa graça. Quando em meu coração se multiplicam as angústias, vossas consolações alegram a minha alma. (Sl 93, 18-19)

Sexta-feira, 11 de fevereiro-2022. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 11 fevereiro 2022
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1) Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

 2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 31-37)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 31Jesus deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galileia, no meio do território da Decápole. 32Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão. 33Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. 34E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: Éfeta!, que quer dizer abre-te! 35No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. 36Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam. 37E tanto mais se admiravam, dizendo: Ele fez bem todas as coisas; fez que ouçam os surdos e falem os mudos. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

No evangelho de hoje, Jesus cura um surdo que gaguejava. Este episódio é pouco conhecido. No episódio da Mulher Cananéia, Jesus ultrapassou as fronteiras do território nacional e acolheu uma mulher estrangeira que não era do povo e com a qual era proibido conversar. A mesma abertura continua no evangelho de hoje.

Marcos 7,31. A região da Decápole

“Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole”.   Decápole significa, literalmente, Dez Cidades. Era uma região de dez cidades ao sudeste da Galileia, cuja população era pagã.

Marcos 7,31-35. Abrir o ouvido e soltar a língua.

Um surdo gago é levado a Jesus. O jeito de curar é diferente. O povo queria que Jesus apenas impusesse as mãos sobre ele. Mas Jesus foi muito além do pedido. Ele levou o homem para longe da multidão, colocou os dedos nas orelhas e com saliva tocou na língua, olhou para o céu, fez um suspiro profundo e disse: “Éfata!”, isto é, “Abra-se!” No mesmo instante, os ouvidos do surdo se abriram, a língua se desprendeu e o homem começou a falar corretamente. Jesus quer que o povo abra o ouvido e solte a língua! 

Marcos 7,36-37: Jesus não quer publicidade.

“Jesus recomendou com insistência que não contassem nada a ninguém. No entanto, quanto mais ele recomendava, mais eles pregavam. Estavam muito impressionados e diziam: "Jesus faz bem todas as coisas. Faz os surdos ouvir e os mudos falar". Ele proíbe a divulgação da cura, mas não adiantou. Quem teve experiência de Jesus, vai contar para os outros, queira ou não queira! As pessoas que assistiram á cura começaram a proclamar o que tinham visto e resumiram a Boa Notícia assim: "Jesus faz bem todas as coisas. Faz os surdos ouvir e os mudos falar".  Esta afirmação do povo faz lembrar a criação, onde se diz: “Deus viu que tudo era muito bom!” (Gn 1,31). E evoca ainda a profecia de Isaías, onde este diz que no futuro os surdos vão ouvir e os mudos vão falar (Is 29,28; 35,5. cf Mt 11,5).

A recomendação de não contar nada a ninguém.

Às vezes, se exagera a atenção que o evangelho de Marcos atribui à proibição de divulgar a cura, como se Jesus tivesse um segredo a ser preservado. Na maioria das vezes que Jesus faz um milagre, ele não pede silêncio. Uma vez até pediu publicidade (Mc 5,19). Algumas vezes, porém, ele dá ordem para não divulgar a cura (Mc 1,44; 5,43; 7,36; 8,26), mas ele obtém o resultado contrário. Quanto mais proíbe, tanto mais a Boa Nova se espalha (Mc 1,28.45; 3,7-8; 7,36-37). Não adianta proibir! Pois a força interna da Boa Nova é tão grande que ela se divulga por si mesma!

Abertura crescente no evangelho de Marcos

Ao longo das páginas do evangelho de Marcos há uma abertura crescente em direção aos outros povos. Assim, Marcos leva os leitores e as leitoras a abrir-se, aos poucos, para a realidade do mundo ao redor e a superar os preconceitos que impediam a convivência pacífica entre os povos. Na sua passagem pela Decápole, região pagã, Jesus atende ao pedido do povo do lugar e cura um surdo gago. Ele não tem medo de contaminar-se com a impureza de um pagão, pois ao curá-lo, toca-lhe os ouvidos e a língua. Enquanto as autoridades dos judeus e os próprios discípulos têm dificuldades de escutar e entender, um pagão que era surdo e gago passa a ouvir e a falar pelo toque de Jesus. Lembra o cântico do servo “O Senhor Iahweh abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde” (Is 50,4-5). Ao expulsar os vendedores do templo, Jesus critica o comércio injusto e afirma que o templo deve ser casa de oração para todos os povos (Mc 11,17). Na parábola dos vinhateiros homicidas, Marcos faz alusão ao fato de que a mensagem será tirada do povo eleito, os judeus, e será dada aos outros, aos pagãos (Mc 12,1-12). Depois da morte de Jesus, Marcos apresenta a profissão de fé de um pagão ao pé da cruz. Ao citar o centurião romano e seu reconhecimento de Jesus como Filho de Deus, está dizendo que o pagão é mais fiel do que os discípulos e mais fiel do que os judeus (Mc 15,39). A abertura para os pagãos aparece de maneira muito clara na ordem final dada por Jesus aos discípulos, depois da sua ressurreição: ”Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Jesus teve muita abertura para as pessoas de outra raça, de outra religião e de outros costumes. Será que nós cristãos hoje temos a mesma abertura? Será que eu tenho?
  2. Definição da Boa Nova: “Jesus fez bem todas as coisas!” Sou Boa Nova de Deus para os outros?

 

5) Oração final

Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor, terra inteira. Cantai ao Senhor e bendizei o seu nome, anunciai cada dia a salvação que ele nos trouxe.  (Sl 95, 1-2)

Quinta-feira, 10 de fevereiro-2022. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 10 fevereiro 2022
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1) Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 24-30)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 24Em seguida, deixando aquele lugar, Jesus foi para a terra de Tiro e de Sidônia. E tendo entrado numa casa, não quis que ninguém o soubesse. Mas não pôde ficar oculto, 25pois uma mulher, cuja filha possuía um espírito imundo, logo que soube que ele estava ali, entrou e caiu a seus pés. 26(Essa mulher era pagã, de origem siro-fenícia.) Ora, ela suplicava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. 27Disse-lhe Jesus: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães. 28Mas ela respondeu: É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos. 29Jesus respondeu-lhe: Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha. 30Voltou ela para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

No Evangelho de hoje, veremos como Jesus atende a uma mulher estrangeira de outra raça e de outra religião, o que era proibido pela lei religiosa daquela época. Inicialmente, Jesus não queria atendê-la, mas a mulher insistiu e conseguiu o que ela queria: a cura da filha.

Jesus vai tentando abrir a mentalidade dos discípulos e do povo para além da visão tradicional. Na multiplicação dos pães, ele tinha insistido na partilha (Mc 6,30-44). Na discussão sobre o puro e o impuro, tinha declarado puros todos os alimentos (Mc 7,1-23). Agora, neste episódio da Mulher Cananéia, ele ultrapassa as fronteiras do território nacional e acolhe uma mulher estrangeira que não era do povo e com a qual era proibido conversar. Estas iniciativas de Jesus, nascidas da sua experiência de Deus como Pai, eram estranhas para a mentalidade do povo da época. Jesus ajuda o povo a abrir sua maneira de experimentar Deus na vida.

Marcos 7.24:  Jesus sai do território 

No evangelho de ontem (Mc 7,14-23) e de anteontem (Mc 7,1-13), Jesus tinha criticado a incoerência da “Tradição dos Antigos” e tinha ajudado o povo e os discípulos a sair da prisão das leis da pureza. Aqui, em Mc 7,24, ele sai da Galileia. Parece querer sair da prisão do território e da raça. Estando no estrangeiro, ele não quer ser conhecido. Mas a sua fama já tinha chegado antes. O povo ficou sabendo e faz apelo a Jesus.

Marcos 7.25-26:  A situação 

Uma mulher chega perto e começa a pedir pela filha doente. Marcos diz explicitamente que ela era de outra raça e de outra religião. Isto é, era uma pagã. Ela se lança aos pés de Jesus e começa a suplicar pela cura da filha que estava possuída por um espírito impuro. Os pagãos não tinham problema em recorrer a Jesus. Os judeus é que tinham problemas em conviver com os pagãos!

Marcos 7.27: A resposta de Jesus

Fiel às normas da sua religião, Jesus diz que não convém tirar o pão dos filhos e dar aos cachorrinhos. Frase dura. A comparação vinha da vida em família. Até hoje, criança e cachorro é o que mais tem nos bairros pobres. Jesus afirma uma coisa certa: nenhuma mãe tira o pão da boca dos filhos para dar aos cachorrinhos. No caso, os filhos eram o povo judeu e os cachorrinhos, os pagãos. Na época do AT, por causa da rivalidade entre os povos, um povo costumava chamar o outro povo de “cachorro” (1Sam 17,43). Nos outros evangelhos Jesus explica o porque da sua recusa: “Não fui enviado a não ser para as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15,24). Ou seja: “O Pai não quer que eu atenda à senhora!”

Marcos 7,28: A reação da mulher

Ela concorda com Jesus, mas amplia a comparação e a aplica ao caso dela: “É verdade, Jesus! Mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa das crianças!” É como se dissesse: “Se sou cachorrinho, então tenho o direito dos cachorrinhos, a saber, as migalhas me pertencem!” Ela simplesmente tirou as conclusões da parábola que Jesus contou e mostrou que, até na casa de Jesus, os cachorrinhos comiam das migalhas que caíam da mesa das crianças. E na “casa de Jesus”, isto é, na comunidade cristã, a multiplicação do pão para os filhos foi tão abundante que estavam sobrando doze cestos (Mc 6,42) para os “cachorrinhos”, isto é, para ela, para os pagãos!

Marcos 7,29-30: A reação de Jesus:

“Pelo que disseste: Vai! O demônio saiu da tua filha!” Nos outros evangelhos se explicita: “Grande é a tua fé! Seja feito como queres!” (Mt 15,28). Se Jesus atende ao pedido da mulher, é porque compreendeu que, agora, o Pai queria que ele acolhesse o pedido dela. Este episódio ajuda a perceber algo do mistério que envolvia a pessoa de Jesus e como ele convivia com o Pai. Era observando as reações e as atitudes das pessoas, que Jesus descobria a vontade do Pai nos acontecimentos da vida,. A atitude da mulher abriu um novo horizonte na vida de Jesus. Através dela, ele descobriu melhor que o projeto do Pai é para todos os que buscam a vida e procuram libertá-la das cadeias que aprisionam a sua energia. Assim, ao longo das páginas do evangelho de Marcos há uma abertura crescente em direção aos outros povos. Deste modo, Marcos leva os leitores e as leitoras a abrir-se, aos poucos, para a realidade do mundo ao redor e a superar os preconceitos que impediam a convivência pacífica entre os povos. Esta abertura para os pagãos aparece de maneira muito clara na ordem final dada por Jesus aos discípulos, depois da sua ressurreição: ”Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Como você faz, concretamente, para conviver em paz com pessoas de outras igrejas cristãs ou com espíritas? No bairro onde você vive tem gente de outras religiões? Quais? Você conversa normalmente com pessoas de outra religião?
  2. 2. Qual a abertura que este texto pede de nós, hoje, na família e na comunidade?

 

5) Oração final

Felizes aqueles que observam os preceitos, aqueles que, em todo o tempo, fazem o que é reto. Lembrai-vos de mim, Senhor, pela benevolência que tendes com o vosso povo. Assisti-me com o vosso socorro. (Sl 105, 3-4)

Quarta-feira, 9 de fevereiro-2022. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 09 fevereiro 2022
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1) Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 14-33)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: Ouvi-me todos, e entendei. 15Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem. 16[bom entendedor meia palavra basta.] 17Quando deixou o povo e entrou em casa, os seus discípulos perguntaram-lhe acerca da parábola. 18Respondeu-lhes: Sois também vós assim ignorantes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode tornar impuro, 19porque não lhe entra no coração, mas vai ao ventre e dali segue sua lei natural? Assim ele declarava puros todos os alimentos. E acrescentava: 20Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. 21Porque é do interior do coração dos homens que procedem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. 23Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O Evangelho de hoje é a continuação do assunto que meditamos ontem. Jesus ajuda o povo e os discípulos a entender melhor o significado da pureza diante de Deus. Desde séculos, os judeus, para não contrair impureza, observavam muitas normas e costumes relacionados com comida, bebida, roupa, higiene do corpo, lavagem de copos, contato com pessoas de outra religião e raça, etc (Mc 7,3-4) Eles eram proibidos de entrar em contato com os pagãos e de comer com eles. Nos anos 70, época de Marcos, alguns judeus convertidos diziam: “Agora que somos cristãos temos que abandonar estes costumes antigos que nos separam dos pagãos convertidos!” Mas outros achavam que deviam continuar na observância destas leis da pureza (cf Col 2,16.20-22). A atitude de Jesus, descrita no evangelho de hoje, ajudava-os a superar o problema.

 

Marcos 7,14-16: Jesus abre um novo caminho para o povo se aproximar de Deus

Ele diz para a multidão: “Não há nada no exterior do ser humano que, entrando nele, possa torná-lo impuro!” (Mc 7,15). Jesus inverte as coisas: o impuro não vem de fora para dentro, como ensinavam os doutores da lei, mas sim de dentro para fora. Deste modo, ninguém mais precisa se perguntar se esta ou aquela comida ou a bebida é pura ou impura. Jesus coloca o puro e o impuro num outro nível, no nível do comportamento ético. Ele abre um novo caminho para chegar até Deus e, assim, realiza o desejo mais profundo do povo.

 

Marcos 7,17-23: Em casa, os discípulos pedem explicação

Os discípulos não entenderam bem o que Jesus queria dizer com aquela afirmação. Quando chegaram em casa pediram uma explicação. Jesus estranhou a pergunta dos discípulos. Pensava que eles tivessem entendido a parábola. Na explicação aos discípulos ele vai até ao fundo da questão da pureza. Declara puros todos os alimentos! Ou seja, nenhum alimento que de fora entra no ser humano pode torná-lo impuro, pois não vai até o coração, mas vai para o estômago e acaba na fossa. Mas o que torna impuro, diz Jesus, é aquilo que de dentro do coração sai para envenenar o relacionamento humano. E ele enumera: prostituição, roubo, assassinato, adultério, ambição, etc. Assim, de muitas maneiras, pela palavra, pelo toque e pela convivência, Jesus foi ajudando as pessoas a ver e obter a pureza de outra maneira. Pela palavra, purificava os leprosos (Mc 1,40-44), expulsava os espírito impuros (Mc 1,26.39; 3,15.22 etc), e vencia a morte que era a fonte de toda a impureza. Pelo toque em Jesus, a mulher excluída como impura ficou curada (Mc 5,25-34). Sem medo de contaminação, Jesus comia junto com as pessoas consideradas impuras (Mc 2,15-17).

 

As leis da pureza no tempo de Jesus

O povo daquela época tinha uma grande preocupação com a pureza. A lei e as normas da pureza indicavam as condições necessárias para alguém poder comparecer diante de Deus e se sentir bem na presença dele. Não se podia comparecer diante de Deus de qualquer jeito. Pois Deus é Santo. A Lei dizia: “Sede santos, porque eu sou santo!” (Lv 19,2). Quem não era puro não podia chegar perto de Deus para receber dele a bênção prometida a Abraão. A lei do puro e do impuro (Lv 11 a 16) foi escrita depois do cativeiro da Babilônia, cerca de 800 anos depois do Êxodo, mas tinha suas raízes na mentalidade e nos costumes antigos do povo da Bíblia. Uma visão religiosa e mítica do mundo levava o povo a apreciar as coisas, as pessoas e os animais, a partir da categoria da pureza (Gn 7,2; Dt 14,13-21; Nm 12,10-15; Dt 24,8-9).

No contexto da dominação persa, séculos V e IV antes de Cristo, diante da dificuldade para reconstruir o templo de Jerusalém e para a própria sobrevivência do clero, os sacerdotes que estavam no governo do povo da Bíblia ampliaram as leis da pureza e a obrigação de oferecer sacrifícios de purificação pelo pecado. Assim, depois do parto (Lv 12,1-8), da menstruação (Lv 15,19-24) ou da cura de uma hemorragia (Lv 15,25-30), as mulheres tinham que oferecer sacrifícios para recuperar a pureza. Pessoas leprosas (Lv 13) ou que entravam em contato com coisas e animais impuros (Lv 5,1-13) também deviam oferecer sacrifícios. Uma parte destas oferendas ficava para os sacerdotes (Lv 5,13).

No tempo de Jesus, tocar em leproso, comer com publicano, comer sem lavar as mãos, e tantas outras atividades, etc.: tudo isso tornava a pessoa impura, e qualquer contato com esta pessoa contaminava os outros. Por isso, as pessoas “impuras” deviam ser evitadas. O povo vivia acuado, sempre ameaçado pelas tantas coisas impuras que ameaçavam sua vida. Era obrigado a viver desconfiado de tudo e de todos. Agora, de repente, tudo mudou! Através da fé em Jesus, era possível conseguir a pureza e sentir-se bem diante de Deus sem que fosse necessário observar todas aquelas leis e normas da “Tradição dos Antigos”. Foi uma libertação! A Boa Nova anunciada por Jesus tirou o povo da defensiva, do medo, e lhe devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus, sem medo de ser feliz!

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Na sua vida há costumes que você considera sagrados e outros que considera não sagrados? Quais? Por que?
  2. Em nome da Tradição dos Antigos os fariseus esqueciam o Mandamento de Deus. Isto acontece hoje? Onde e quando? Também na minha vida?

 

5) Oração final

Vem do Senhor a salvação dos justos, que é seu refúgio no tempo da provocação. O Senhor os ajuda e liberta; arranca-os dos ímpios e os salva, porque se refugiam nele. (Sl 36)

Terça-feira, 8 de fevereiro-2019. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 08 fevereiro 2022
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1) Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 7, 1-13)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno dele. 2E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. 3(Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos; 4e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.) 5Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras? 6Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (29,13). 8Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens. 9E Jesus acrescentou: Na realidade, invalidais o mandamento de Deus para estabelecer a vossa tradição. 10Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; Todo aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja morto. 11Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta, 12e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe, 13anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O Evangelho de hoje fala dos costumes religiosos daquele tempo e dos fariseus que ensinavam tais costumes ao povo. Por exemplo, comer sem lavar as mãos ou, como eles diziam, comer com mãos impuras. Muitos destes costumes estavam desligados da vida e tinham perdido o seu sentido. Mesmo assim, estes costumes eram conservados e ensinados, ou por medo, ou por superstição. O Evangelho traz algumas instruções de Jesus a respeito destes costumes.

Marcos 7,1-2: Controle dos fariseus e liberdade dos discípulos.

Os fariseus e alguns escribas, vindos de Jerusalém, observavam como os discípulos de Jesus comiam pão com mãos impuras. Aqui há três pontos que merecem ser assinalados: 1) Os escribas eram de Jerusalém, da capital! Significa que tinham vindo para observar e controlar os passos de Jesus. 2) Os discípulos não lavavam as mãos para comer! Significa que a convivência com Jesus os levou a criar coragem para transgredir normas que a tradição impunha ao povo, mas que já não tinham sentido para a vida. 3) O costume de lavar as mãos, que, até hoje, continua sendo uma norma importante de higiene, tinha tomado para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.

Marcos 7,3-4: A Tradição dos Antigos

“A Tradição dos Antigos” transmitia as normas que deviam ser observadas pelo povo para conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério para o povo daquele tempo. Eles achavam que uma pessoa impura não podia receber a bênção prometida por Deus a Abraão. As normas de pureza eram ensinadas para abrir o caminho até Deus, fonte da paz. Na realidade, porém, em vez de serem uma fonte de paz, as normas eram uma prisão, um cativeiro. Para os pobres, era praticamente impossível observar as centenas de normas, costumes e leis. Por isso, eles eram desprezados como gente ignorante e maldita que não conhece a lei (Jo 7,49).

Marcos 7,5: Escribas e fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus

Os escribas e fariseus perguntam a Jesus: Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos antigos e comem o pão com as mãos impuras? Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê do comportamento dos discípulos. Na realidade, criticam Jesus por ele permitir que os discípulos transgridam as normas da pureza. Os fariseus formavam uma espécie de irmandade, cuja principal preocupação era observar todas as leis da pureza. Os escribas eram os responsáveis pela doutrina. Ensinavam as leis referentes à observância da pureza.

Marcos 7,6-13 Jesus critica a incoerência dos fariseus

Jesus responde citando Isaías: Este povo me honra só com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (cf. Is 29,13). Insistindo nas normas da pureza, os fariseus esvaziavam os mandamentos da lei de Deus. Jesus cita um exemplo concreto. Eles diziam: a pessoa que oferecer ao Templo os seus bens, não pode usar esses bens para ajudar os pais necessitados. Assim, em nome da tradição esvaziavam o quarto mandamento que manda amar pai e mãe. Tais pessoas pareciam muito observantes, mas era só por fora. Por dentro, o coração delas fica longe de Deus! Como diz o canto: “Seu nome é Jesus Cristo e passa fome, e vive à beira das calçadas. E a gente quando vê passa adiante, às vezes, para chegar depressa à igreja!”. No tempo de Jesus, o povo, na sua sabedoria, não concordava com tudo que se ensinava. Esperava que, um dia, o Messias viesse indicar um outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança.

 

4) Para um confronto pessoal

  1. Conhece algum costume religioso de hoje que já não tem muito sentido, mas que continua sendo ensinado?
  2. Os fariseus eram judeus praticantes mas sua fé estava desligada da vida da vida do povo. Por isso, Jesus os criticou. E hoje, Jesus nos criticaria? Em que?

 

5) Oração final

Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? (Sl 8, 2.5a)

Segunda-feira, 7 de fevereiro-2022. 5ª SEMANA DO TEMPO COMUM-C. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 07 fevereiro 2022
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1) Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 53-56)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 53Navegaram para o outro lado e chegaram à região de Genesaré, onde aportaram. 54Assim que saíram da barca, o povo o reconheceu. 55Percorrendo toda aquela região, começaram a levar, em leitos, os que padeciam de algum mal, para o lugar onde ouviam dizer que ele se encontrava. 56Onde quer que ele entrasse, fosse nas aldeias ou nos povoados, ou nas cidades, punham os enfermos nas ruas e pediam-lhe que os deixassem tocar ao menos na orla de suas vestes. E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

O texto do Evangelho de hoje é a parte final do conjunto mais amplo de Marcos 6,45-56 que compreende três assuntos diferentes: 1) Jesus sobe sozinho a montanha para rezar (Mc 6,45-46). 2) Em seguida, andando sobre as águas, ele vai ao encontro dos discípulos que lutam contra as ondas do mar (Mc 6,47-52). 3) Agora, no evangelho de hoje, estando já em terra Jesus é procurado pelo povo que a cura das suas enfermidades (Mc 6,53-56).

Marcos 6,53-56. A busca do povo.

“Acabando de atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus”.  O povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados”. O evangelho de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do Servo de Javé, do qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades” (Is 53,4 e Mt 8,16-17)

Ensinar e curar, curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galileia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas  durante a celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em massa.

Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava algo do que ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho, o gesto concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!

 

4) Para um confronto pessoal

  1. O entusiasmo do povo em busca de Jesus, em busca de um sentido para a vida e uma solução para os seus males. Onde existe isto hoje? Existe em você, existe em mim?
  2. O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas excluídas da sociedade?

 

5) Oração final

Ó Senhor, quão variadas são as vossas obras! Feitas, todas, com sabedoria, a terra está cheia das coisas que criastes. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! (Sl 103, 24.35c)

PESCADOR DE HOMENS

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Publicado em 06 fevereiro 2022
  • 5º Domingo do Tempo Comum,
  • dom Alberto Taveira Corrêa
  • Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa
  • PESCADOR DE HOMENS
  • Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte
  • Jubileu Guadalupano de 2031,
  • barca de Simão,

 

Dom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo de Belém do Pará (PA)

 

O grande Papa São João Paulo II, ao terminar o Grande Jubileu, quando pareciam limitadas as suas forças, ao invés de ficar estancado diante dos grandes problemas da humanidade, estimulou a Igreja e todas as pessoas de boa vontade, com palavras fortes na Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte (1): “Quando se encerra o Grande Jubileu, em que celebramos os dois mil anos do nascimento de Jesus, e um novo percurso de estrada se abre para a Igreja, ressoam no nosso coração as palavras com que um dia Jesus, depois de ter falado às multidões a partir da barca de Simão, convidou o Apóstolo a ‘avançar para águas mais profundas’ para a pesca (Lc 5, 4). Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de Cristo e lançaram as redes. ‘Assim fizeram e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam’ (Lc 5, 6). ‘Avança para águas mais profundas’! Estas palavras ressoam hoje aos nossos ouvidos, convidando-nos a lembrar com gratidão o passado, a viver com paixão o presente, abrir-se com confiança ao futuro: ‘Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre’ (Hb 13, 8)”. À distância de tantos anos, maiores são os desafios e maior a confiança que deve brotar em nós, justamente quando a Igreja proclama o mesmo texto de São Lucas (Lc 5, 1-11) na liturgia que estamos para celebrar neste final de semana.

O sucessor de Pedro, Papa Francisco, lança continuamente apelos à Igreja para que se ponha em marcha, com nova coragem e novas energias. A América Latina e o Caribe celebraram a Primeira Assembleia Eclesial do Continente, como desejo de reavivar o espírito da Conferência de Aparecida e na perspectiva do Jubileu Guadalupano de 2031, assim como o Jubileu da Redenção em 2033, numa magnífica experiência de sinodalidade – caminhar juntos – para “comunicar por um transbordamento de alegria a alegria do encontro com Jesus Cristo, para que nele tenhamos vida plena” (Conferência de Aparecida). No horizonte, aflora a realização do Sínodo, convocado pelo Papa para 2023, com um significativo processo de participação e corresponsabilidade. E nossa Igreja de Belém, após um intervalo suscitado pela pandemia, retoma agora o caminho de seu Primeiro Sínodo Arquidiocesano, com o tema “Belém, Igreja de portas abertas” e o lema “A cidade de encheu de alegria”. Tudo isso na tarefa de repensar e relançar a missão evangelizadora, num caminho de conversão missionária e maior responsabilidade pastoral.

“A sinodalidade é o caminho, algo que pertence à essência da Igreja, e é por isso que se insiste que ‘não é uma moda passageira ou um slogan vazio’. É algo que nos fez aprender a caminhar juntos, envolvendo a todos. Agora é uma questão de levá-lo às comunidades, às bases, e assim se mostra o compromisso de seguir o caminho, aprendendo e criando, em um itinerário pastoral que busca a conversão missionária e sinodal. Podemos dizer que o caminho foi traçado, agora precisamos da coragem de enfrentá-lo, sem esquecer algo que não é negociável: todos temos que estar juntos”. Assim se expressou a mensagem final da grande Assembleia Eclesial.

A atividade evangelizadora da Igreja exige continuamente um chamado à unidade. E é uma graça especial para nós cristãos termos um ponto de construção dessa unidade, que é o sucessor de Pedro, nosso Papa Francisco, com a missão atual de ser “pescador de homens”, tarefa que, na devida proporção, deve ser de cada cristão. Com ele, desejamos percorrer juntos o caminho.

O Pedro de então, pescador profissional, acolhe a palavra de um carpinteiro, que não tinha nada de pescador. Tudo começa com um ato de fé! “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5, 5). Jesus é Mestre e Senhor, e Simão Pedro percorre mais uma etapa de sua vocação. Não lhe bastou deixar as redes para ir atrás de Jesus! Ele deve lançá-las de novo e de um modo diferente. A lógica de Deus tantas vez nos surpreende, pois somos chamados a apostar tudo na palavra de um outro! O Pedro de hoje é muitas vezes criticado e questionado, julgado e desrespeitado. Entretanto, se queremos ser católicos, é na força de sua fé e convicção que deveremos lançar as redes outra vez. E não basta fazer as mesmas coisas e assumir as mesmas atitudes. É hora de descobrir novos caminhos, nova linguagem, nova postura, sem perder a fidelidade àquilo que é essencial em nossa fé. Lançadas as redes, o milagre acontece. Quem aposta na unidade com o Papa experimentará os frutos, pois verá suas palavras e atitudes incidirem no coração das pessoas.

Simão Pedro se declarou pecador, pedindo até que o Senhor se afastasse dele. Não foram poucas as vezes em que o Papa Francisco, nosso Pedro de hoje, afirmou ser frágil e pecador, como todos nós o somos. Várias vezes a imprensa estampou imagens do Papa na Basílica de São Pedro dirigindo-se a um confessionário! E alguém pode perguntar a respeito da infalibilidade do Papa! Ele é infalível quando proclama uma verdade de fé, exercendo o ministério petrino que lhe foi confiado. Como pessoa humana, carece do perdão, por ser pecador e frágil como qualquer pessoa. Isso nos é altamente consolador, inclusive para que ninguém dê desculpas quando chamado a uma tarefa na Igreja. E todos os sucessores de Pedro são chamados a deixar tudo para ser pescadores de homens, e impressiona o modo com que o Papa Francisco realiza este serviço, sendo o primeiro numa Igreja em saída, com espírito missionário e disposição para o diálogo com o mundo inteiro.

A unidade se realiza em cada Igreja Particular, em cada Paróquia ou Comunidade, nas Pastorais, nos Movimentos Eclesiais. Todos os cristãos, e pensemos em nossa Arquidiocese, haverão de reconhecer, malgrado a fragilidade que existe também no seu Pastor e Bispo, que ele é o ponto de referência de unidade. Se não se vê o Bispo com espírito de fé, nem mesmo será possível ajudá-lo na superação de fraquezas ou correção de rumos, coisa que cada cristão pode e deve fazer, com espírito de caridade. Nossa Igreja se comprometa mais e mais, neste tempo de Sínodo, com o espírito de unidade e comunhão! Fonte: https://www.cnbb.org.br

A PESCA MILAGROSA: DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS EM SAÍDA.

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Publicado em 05 fevereiro 2022
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  • A PESCA MILAGROSA
  • DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS
  • quinto domingo do tempo comum

 

Dom Vital Corbellini

Bispo de Marabá (PA)

 

A liturgia do quinto domingo do tempo comum apresenta a pesca milagrosa depois que o Senhor disse aos discípulos de lançarem as redes para águas mais profundas. Nós podemos entender essas palavras de Jesus no sentido de sermos discípulos missionários em saída. É preciso partir para a ousadia, fazer bem e melhor a missão que o Senhor nos confiou na família, na comunidade e na sociedade. Os resultados serão melhores, porque tudo é feito em unidade com o Senhor. Jesus é o missionário do Pai, por excelência, pois ele revelou a importância do amor de Deus e do amor fraterno.  

Jesus estava junto ao lago de Genesaré e a multidão ia ao seu encontro para ouvir a Palavra de Deus, a boa nova da evangelização. Jesus era o verdadeiro Mestre de modo que ele ensinava as multidões de forma diferente dos mestres da Lei. Simão Pedro e seus companheiros não pescaram nada naquela noite, de modo que Jesus disse a eles avançarem para águas mais profundas. Eles apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Como Pedro e outros companheiros sentiram-se espantados, Jesus disse que os faria pescadores de homens, de pessoas humanas (Lc 5,10). É o Reino de Deus que toma o rumo certo em Jesus e com os seus discípulos1.  

O Papa Francisco coloca a importância a todos os fieis para serem discípulos missionários em saída. A atitude de avançar para águas mais profundas especifica a nossa missão de ir à busca de outros mares, outros lugares ou mesmo em nossas comunidades e paróquias, de modo que sejamos uma Igreja em saída. Vejamos em seguida, como os padres da Igreja vivenciaram a dimensão da missão na vida cristã, na qual Cristo ensinou aos seus discípulos e hoje esta é dada a todos nós.  

 

A Igreja forma o corpo de Cristo. 

Santo Agostinho, bispo do século IV, em Hipona, no Norte africano, dizia que a Igreja por graça de Deus, estende-se em todas as partes do mundo. Ela é o único corpo de uma só e mesma cabeça, que é o Salvador mesmo, como disse o Apóstolo Paulo (cf. Ef 5,23; Cl 1,18). A palavra do profeta referia que o Senhor seja exaltado acima dos céus (Sl 56,12). Após a sua exaltação, a Igreja se espalhou em diversos lugares e marca presença, em toda a terra, trazendo abundantes frutos. O bispo de Hipona exortou a todos os fieis a buscarem a unidade em vista da missão2. 

 

A obra missionária. 

São Gregório Magno, papa, séculos VI e VII falou da obra missionária que estava ocorrendo na Britânia, hoje é a Inglaterra. Ele enviou um monge que depois se tornou bispo, Agostinho, ao anunciar o evangelho de Jesus Cristo aos Anglos. Ele recomendou a ele para a construção de templos e altares ao Senhor Deus para que assim a obra missionária fosse acolhida por aquele povo3.  

 

A importância da tradição cristã. 

Tertuliano, padre de Cartago, séculos II e III, afirmou a importância da difusão do evangelho de Jesus ajudado pela tradição cristã. Ele colocou o valor do batismo por ordem do Senhor na qual o fiel renuncia ao demônio e as suas seduções, e depois as pessoas cristãs eram imersas por três vezes dando algumas respostas que o Senhor prescreveu a elas a partir do evangelho do Senhor. Havia também a recepção da unção. As pessoas também recebiam a eucaristia que o Senhor deu para os seus discípulos e a todas as pessoas que crerem nele. Os fiéis tinham presentes as ofertas para as pessoas necessitadas4. A missão era feita na comunidade.  

 

A estrutura imperial. 

Orígenes, padre alexandrino, séculos II e III afirmou que o Senhor preparou as nações na colhida do seu ensinamento evangélico, submetendo-as todas ao único soberano, o Imperador de Roma e impedindo que o isolamento das mesmas por causa da pluralidade dos reinos, não tornasse mais difícil aos apóstolos assumir a ordem de Cristo de ir e de fazer discípulos seus todos os povos (Mt 28,19). Desta forma a estrutura imperial ajudou na divulgação do evangelho de Jesus Cristo às nações5. 

A fé em Cristo Jesus dos povos e a presença do Espírito Santo. 

São Leão Magno, papa, século V, afirmou que a fé em Cristo, reforçada pelo dom do Espírito Santo não fez temer as pessoas, as cadeias, as prisões, o exílio, a fome e também os suplícios dos cruéis perseguidores do evangelho. Por esta fé e decisão de muitas fiéis não somente homens, mas também mulheres não só moços, mas também moças fizeram com que combatessem até a efusão de seu sangue, a vivência do evangelho de Jesus Cristo nas suas realidades. Eles e Elas viveram muitas vezes, a paixão do Senhor, na esperança da feliz ressurreição junto com o Senhor Jesus que está sentado à direita do Pai6.  

 

O anúncio dos dons de Deus ao mundo. 

Santo Ambrósio, bispo de Milão, século IV disse que o anúncio dos dons de Deus aos povos do mundo tornou-os melhores na vida cotidiana. As virtudes, como a moderação, em unidade com a misericórdia do Senhor, propagada pela Igreja, fruto do sangue de Cristo, imitando os dons celestes; está em unidade com a redenção de todos os seres humanos, na certeza de prosseguir este fim salutar com tanta descrição que o coração das pessoas sustenta a mente e dá grande força à alma7. 

O Senhor Jesus Cristo nos envia para a missão na realidade atual. Assim como ele pediu para os discípulos avançarem para águas mais profundas, faz hoje o mesmo convite para que nós saiamos de uma vida cômoda, para irmos ao mundo anunciar o evangelho de Jesus Cristo, o amor à Igreja, os sacramentos, a vida comunitária. A missão é dada pela construção da Igreja templo, e pela Igreja povo de Deus. A pesca milagrosa ocorrerá em nosso meio, pela presença de Deus Uno e Trino e pelo povo de Deus a nós confiado.  Fonte: https://www.cnbb.org.br

SUICÍDIO ENTRE OS PADRES. POR ONDE COMEÇAR?

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Publicado em 04 fevereiro 2022
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O clero católico brasileiro amanheceu sem mais um dos seus filhos sacerdotes...

Quando falamos de suicídio, estamos diante de um fenômeno humano complexo. Nunca existe um só fator ou causa para explicar tal ato. Não cabe encontrar culpados. Existem inúmeras mortes por detrás de uma morte tão trágica.  A prevenção do suicídio enfoca uma estrutura criada para identificar intervenções eficazes e alinhá-las com os chamados ‘fatores de risco’.

Quais são os fatores de riscos para os padres brasileiros? Quais são as estratégias (ainda que primárias) a nível de prevenção? Quando será feito um estudo a nível nacional por parte da conferência episcopal brasileira? As dioceses, a partir de suas pastorais presbiterais, não poderiam iniciar um estudo a nível local? Fato é que já tarda um programa nacional de saúde emocional e mental para o clero brasileiro.

          Por onde começar? Formação inicial, Seminários! Educação e conscientização sobre a saúde mental. Inteligência emocional e resiliência precisam entrar na grade curricular e nos programas de formação. O que existe neste sentido nas chamadas ‘ratios’? Nada se sabe sobre comportamentos humanos, sentimentos, emoções, conhecimento de si mesmo...Os futuros padres vivem numa bolha litúrgica e acadêmica, são analfabetos emocionais.

          Quem acompanhar após a ordenação? Os mais frágeis, os que pedem socorro pelas redes sociais, os que comumente são abandonados por seus superiores e colegas, os que estão mais afastados geograficamente e presbiteralmente. A pandemia só acentuou a fragilidade humana do clero! O que está sendo feito a nível pessoal, irmão presbítero? O que está sendo feito a nível diocesano, senhor bispo?

          Rastrear os indivíduos, oferecer suportes e intervir na vulnerabilidade podem ser os três movimentos iniciais na prevenção do comportamento suicida sacerdotal.

O Padre Geraldo escreveu sua carta de despedida no último dia 21, vindo tirar sua própria vida no dia primeiro deste mês. Ele teve exatamente 10 dias. Onde faltamos aqui? Onde estava sua rede de apoio? O que faltou? Quanto sofrimento essa alma deve ter carregado nestes últimos dias?

          O suicídio dele é diferente (quanto à forma) de todos os outros dez padres do ano passado, e de todos os outros dos anos passados. Padre Geraldo, que completou 50 anos de sacerdócio no mês passado, escolheu a igreja como local de sua dolorosa e solitária páscoa. Ele, de braços abertos, tendo tomado veneno, morre sozinho, dentro da Paróquia. O que essa morte escolhida, tem a nos dizer? Por que sozinho? Por que o veneno? Por que dentro da igreja? Por que aquela carta?

          O suicídio do Padre Geraldo traz luz a muitos aspectos: O sofrimento psíquico dos presbíteros brasileiros, o lugar do padre idoso no Brasil, a fraternidade presbiteral, o cuidado episcopal para com os mais velhos, os devidos cuidados humanos e pastorais para com os padres que não são mais párocos, o acompanhamento psíquico e psiquiátricos dos padres, etc.

          Irmão sacerdote, você é o protagonista da tua vida! Você é o primeiro responsável pela tua saúde mental, emocional, física e espiritual. Não se prenda a jurisdição eclesiástica, a normas que oprimem, sufocam, desumanizam e adoecem! Deixe a paróquia, mas não se mate! Não espere que o bispo ou que o outro padre percebam tua dor ou leiam tua carta. Eles podem estar ocupados por demais contando suas côngruas, construindo suas obras, gozando suas férias e alimentando as redes sociais...

Você é padre, você é ser humano, você é filho de Deus! Reze, ame; mas se ame, se priorize, mude de diocese, de congregação, volte para casa de seus pais, vai para um mosteiro, entregue seus cargos eclesiásticos, peça um ano sabático, escreva sua renúncia, procure um diretor espiritual, um terapeuta e um médico, mas por favor, não se mate. Você não é o Padre Pio! Você não é Maximiliano Kolbe, nem João Paulo II. Você em breve será esquecido, outros estarão pastoralmente no teu lugar, o mundanismo e a psicopatologia continuarão nos três graus da ordem, tua foto irá para internet até quando conhecermos, infelizmente, o segundo padre suicida de 2022 no Brasil...

          Irmão padre, escolhe, pois a Vida!

 

Padre Simeão do Espírito Santo

Apresentação do Senhor, 2022

Suicídio do padre - Bispo agredido na porta do cemitério

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Publicado em 04 fevereiro 2022
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  • DIOCESE DE NAZARÉ
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  • Agreste de Pernammbuco
  • Agrestina e São Caetano,

 

O bispo da diocese de Nazaré da Mata, Pernambuco, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, precisou de proteção policial para sair do cemitério, após o enterro do padre Geraldo de Oliveira, em Surubim, PE. Aparentemente, o padre Geraldo tirou a própria vida dentro da Igreja de São Sebastião, anteontem. Deixou uma carta-testamento de quatro páginas, responsabilizando dois colegas de sacerdócio pelo ato. O conflito era antigo. A população xingou o bispo de assassino, omisso, e atirou palavras de baixo calão. O prelado chegou a ser puxado pelas vestes.

 

BISPO ADMITE SUICÍDIO

O constrangimento de D. Francisco era visível ao longo do dia.
A família curvou-se às evidências e mesmo sem o parecer definitivo da Polícia, admitiu o que toda a população do Agreste de Pernammbuco acha que aconteceu: o auto assassinato do padre Geraldo de Oliveira, anteontem, na igreja de São Sebastião, em Surubim, PE. A fala do bispo Dom Francisco na missa exequial ( de expiação) celebrada hoje à tarde na igreja onde aconteceu a tragédia, não mencionou suicídio. Mas todo o sentido das palavras ditas com insegurança, conduziam a essa constatação. A polícia também não trabalha com outra hipótese. Entretanto, as dúvidas em torno do caso não apenas permanecem. Aumentam a cada instante.

 

PADRES ACUSADOS FOGEM

Os padres Severino e Amaro, da paróquia de São Sebastião, em Surubim, foram duramente acusados pelo padre Geraldo de Oliveira em sua carta-testamento como responsáveis pela situação insustentável em que se encontrava. As humilhações e agressões sofridas por ele foram o provável motivo de sua morte. Após a divulgação do teor da carta, ambos sumiram do município. Onde estão? Fugiram? Estão sendo escondidos pela diocese? Essa fuga é mais um mistério que cerca uma morte inusitada, aparentemente fácil de decifrar porém cercada de dúvidas por todos os lados. Os indícios levam à conclusão que a polícia elegeu como única hipótese a investigar: suicídio.
Pessoas que acompanharam a perícia e o levantamento do corpo comentaram que o padre, encontrado entre dois bancos da igreja, com a cabeça apoiada em travesseiro, trazia uma denúncia adicional. Colado na sua barriga um papel indicava que os padres Severino e Amaro eram os responsáveis por aquela situação. Não há registro oficial de que tenham sido ouvidos pela polícia.


A CARTA

Uma sobrinha do padre morto fez duras acusações aos companheiros de batina citados.
A missa de corpo presente, celebrada ontem em São Caetano, onde ainda residem os parentes mais próximos do falecido, teve tanta gente que a igreja matriz não comportou. A cerimônia foi realizada do lado de fora, no alto das escadarias. De lá, a sobrinha confessou que o tio tinha lhe entregue a carta no final de dezembro, com orientação expressa para que fosse encaminhada ao bispo Dom Francisco no dia 31 de janeiro. Nesse dia, o padre Severino celebrou sua última missa. Depois, pediu ao sacristão para fechar a igreja e deixar a porta da torre aberta, ordem que não foi obedecida. Ao lado do corpo estavam uma bolsa contendo uma corda, o que sugere uma possível opção pelo enforcamento. Também foram encontrados no lixeiro do recinto uma garrafa de champagne quebrada e dois recipientes que supostamente continham veneno.

CONDUTA
No seu discurso em tom sereno porém firme e seguro, em São Caetano, a sobrinha garantiu que não tinha lido o documento, apesar de autorizada pelo tio. Apenas, segundo disse, tirou cópias que deveriam ser dirigidas a cerca de 30 pessoas de Surubim. Assegurou ainda que os dois sacerdotes, Severino e Amaro, apontados como contumazes molestadores e agressores pelo morto na sua carta, teriam sua conduta espiritual julgada por Deus. Mas os seus atos como pessoas teriam que ser punidos nesta terra e para tal a família iria adotar os procedimentos jurídicos cabíveis. Em Surubim, tomada pela emoção, a representante da família não conseguiu falar.



SUPOSIÇÕES
Antes mesmo do início da missa, circulavam rumores de que o bispo teria conversado com a moça, tentando convencê-la a baixar o tom contra os padres acusados. Pelo sim, pelo não, a fala não aconteceu.



COMOÇÃO
A chegada do corpo em Surubim provocou uma enorme comoção. Centenas de coroas de flores foram enviadas pelos paroquianos. Todos os atos foram acompanhados por uma multidão emocionada.



AUTÓPSIA
Até o fechamento desta edição, a polícia Pernambucana ainda não tinha divulgado o laudo oficial da autópsia, realizada ontem no Instituto de Medicina Legal, no Recife.

 

RIVALIDADES E DIVERGÊNCIAS

A carta-testamento, de quatro páginas, dirigida ao padre Severino Correia da Silva e à comunidade, relata rivalidades, divergências, agressões leves, discriminação, mágoas. Um conjunto de motivos isoladamente sem maior gravidade. Na verdade, um mosaico pouco edificante. Porém insuficiente para conduzir o padre Geraldo a um desfecho trágico e totalmente inesperado.



QUEM ERA

O padre Geraldo de Oliveira, de 77 anos, estava aposentado mas ainda fazia celebrações e um reconhecido trabalho social. Era religioso há cinco décadas, comemoradas no último dia 2 de janeiro. Há 27 anos ele morava em Surubim. Antes, foi pároco nas cidades de Agrestina e São Caetano, em Pernambuco. Também foi professor de Filosofia da extinta faculdade Fafica, em Caruaru.

Uma das marcas da sua atuação era o trabalho social. Ele construiu 78 casas em Surubim e outras 20 em Nazaré da Mata para famílias carentes. Realizava também, de forma permanente, campanhas para doação de cestas básicas, colchões e roupas. Nestas ações filantrópicas, contava com a colaboração de amigos que residem na Alemanha, país que visitava regularmente.

Devoto de Padre Cícero, criou a Missa dos Romeiros em Surubim e na cidade vizinha de João Alfredo.



ESCLARECIMENTOS
Depois da perícia, muitas perguntas deverão ser respondidas. Foi mesmo envenenamento ? (o povo fala no uso do popular chumbinho, veneno para ratos). Quem foi responsável pela administração da substância? Onde foi adquirida e por quem? O padre Geraldo tinha notórios problemas de visão além de grande dificuldade para o uso de equipamentos eletrônicos. Quem digitou e imprimiu a carta? Ele mesmo? Ou contou com a ajuda de um terceiro? A sobrinha garante que recebeu a carta já digitada, para tirar cópias e remeter. Como não leu, não desconfiou das intenções do tio. Alguém praticou ou ajudou na consumação do ato? Mistérios a serem esclarecidos com a ação cautelosa e criteriosa da polícia. Fonte: https://www.jornalopoder.com.br

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